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1 Jesus no Evangelho de Lucas Seguimos o método da leitura orante a fim de nos treinarmos cada vez mais neste caminho para uma leitura proveitosa da bíblia (às vezes a gente faz leitura não proveitosa da bíblia!). Por isso, através deste método, podemos ter uma experiência de descoberta de Jesus e, com a graça do Espírito Santo, nos encantarmos cada vez mais por Ele. Damos realce à primeira etapa (ou primeiro passo, degrau) do método que é chamada, a leitura. Na verdade é mais que leitura. É estudo. A leitura possibilita a compreensão do texto como o autor (Lucas) quis transmitir a seus leitores. As outras etapas do método, como meditação, oração e contemplação, serão, sobretudo, criação do grupo, com a necessária iluminação do Espírito Santo, cuja presença não devemos ignorar ou desprezar, mas acolher e priorizar. Só Teófilo lê com proveito a bíblia. Você é teófilo? Lucas está escrevendo para Teófilo, como podemos ler em Lucas 1,3. Não se sabe se era uma pessoa ou um coletivo. Este Teófilo poderá ser você. Teós é Deus e filos é amigo. Você certamente é, e se tornará mais ainda, um grande amigo/a de Deus. Aliás, é Deus que está procurando você para ser amigo/a. Você não está procurando dar oportunidade para que Deus lhe fale? Marque um horário para Deus, seu amigo, para que Ele lhe possa falar sem constrangimento de nenhum dos dois. Veja se pode. Ou Deus não merece um horário? Nem que seja o último horáriozinho para Ele! Dá uma chance, vai! E se você levar Deus a sério vai dispor para Ele um horário diário de encontro entre vocês dois. A leitura orante é um bom meio para isto! Só para lembrar as etapas, ou passos, ou degraus, da leitura orante: Primeiro passo é a leitura que é estudo do texto. É bom dar tempo e ocupação para este passo. É muito importante entender bem o texto e isto se faz no degrau da leitura. Segundo passo é a meditação que é a descoberta da Palavra de Deus. Esta descoberta só se dá com a ação do Espírito Santo. Coloque à disposição do Espírito Santo a sua inteligência e sua liberdade. Terceiro passo é a oração. A oração é entendida como um impulso que brota da vida como resposta à Palavra de Deus. É uma conversa com Deus a partir da Palavra Dele. Quarto passo é a contemplação e é o resultado dos outros três passos. É o desejo de continuar cultivando o método até que o amigo Deus seja mais bem conhecido.

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Jesus no Evangelho de Lucas

Seguimos o método da leitura orante a fim de nos treinarmos cada

vez mais neste caminho para uma leitura proveitosa da bíblia (às vezes a

gente faz leitura não proveitosa da bíblia!). Por isso, através deste método,

podemos ter uma experiência de descoberta de Jesus e, com a graça do

Espírito Santo, nos encantarmos cada vez mais por Ele.

Damos realce à primeira etapa (ou primeiro passo, degrau) do

método que é chamada, a leitura. Na verdade é mais que leitura. É estudo.

A leitura possibilita a compreensão do texto como o autor (Lucas) quis

transmitir a seus leitores. As outras etapas do método, como meditação,

oração e contemplação, serão, sobretudo, criação do grupo, com a

necessária iluminação do Espírito Santo, cuja presença não devemos

ignorar ou desprezar, mas acolher e priorizar.

Só Teófilo lê com proveito a bíblia.

Você é teófilo?

Lucas está escrevendo para Teófilo, como podemos ler em Lucas

1,3. Não se sabe se era uma pessoa ou um coletivo. Este Teófilo poderá ser

você. Teós é Deus e filos é amigo. Você certamente é, e se tornará mais

ainda, um grande amigo/a de Deus. Aliás, é Deus que está procurando

você para ser amigo/a. Você não está procurando dar oportunidade para

que Deus lhe fale? Marque um horário para Deus, seu amigo, para que Ele

lhe possa falar sem constrangimento de nenhum dos dois. Veja se pode. Ou

Deus não merece um horário? Nem que seja o último horáriozinho para

Ele! Dá uma chance, vai! E se você levar Deus a sério vai dispor para Ele

um horário diário de encontro entre vocês dois. A leitura orante é um bom

meio para isto!

Só para lembrar as etapas, ou passos, ou degraus, da leitura orante:

Primeiro passo é a leitura que é estudo do texto. É bom dar tempo e

ocupação para este passo. É muito importante entender bem o texto e isto

se faz no degrau da leitura.

Segundo passo é a meditação que é a descoberta da Palavra de Deus.

Esta descoberta só se dá com a ação do Espírito Santo. Coloque à

disposição do Espírito Santo a sua inteligência e sua liberdade.

Terceiro passo é a oração. A oração é entendida como um impulso

que brota da vida como resposta à Palavra de Deus. É uma conversa com

Deus a partir da Palavra Dele.

Quarto passo é a contemplação e é o resultado dos outros três passos.

É o desejo de continuar cultivando o método até que o amigo Deus seja

mais bem conhecido.

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Tem mais.

Lucas te convida a ser ministro da Palavra. Porém ministro que seja

um escravo. E agora? Lucas te convida para seres escravo. Escravo da

Palavra! É louco! Sim! Lucas é louco. Louco de amor por Jesus, como tu

vais ser! A maioria das traduções de Lc 1,2 escreve ministros da palavra,

traduzindo um vocábulo cujo primeiro significado é remador de galera

(navios de guerra ou de transporte antigos). Era um serviço de escravos. E

tu és convidado a te deixar guiar como aqueles escravos no fundo do navio

escutando o gongo que dava o ritmo ao seu trabalho. Lucas quer que

leiamos o evangelho como “remadores da barca”, no ritmo da Palavra de

Deus? SIM. Como estou conseguindo colocar a Palavra na minha vida de

cristão? Ela é ainda uma palavra moralizante? Ou é uma Palavra de vida,

de libertação de todas as amarras? Sou uma pessoa aberta, acolhedora da

Palavra ou já tenho meus esquemas formados e estes nem Deus muda?!

Entendamos bem Jesus de Nazaré, uma pessoa que fez o bem e

deixemos que nosso entusiasmo por Jesus de Nazaré, como o evangelho de

Lucas apresenta, nos reencante.

Comece pela leitura na bíblia dos textos indicados. Procure, por

conta própria ou do grupo, entender bem o texto. Quando não é possível,

apele pela ajuda que o presente livreto pretende oferecer. Não pare

enquanto não tiver contato com a Palavra de Deus.

1. Jesus, pessoa que reza. Lc 3,21; 5,16; 6,12; 9,18.28.29; 10,21; 11,1; 18,1; 19,46; 22,32.40-46;

23,34.46.

Primeiro Passo: Leitura (é estudo do texto). É muito importante ler os

textos na bíblia. Pela quantidade de vezes que ocorre a oração logo se

percebe que é um tema importante em Lucas

Lucas 3,21 – Batismo. O batismo de João Batista não é o batismo

dos seguidores de Jesus. É um batismo de conversão, de nova mentalidade,

de um novo modo de pensar. Agora Jesus também quer pensar um novo

povo de Israel, renovado pela força do Espírito Santo. Jesus reza e recebe

uma revelação. Nesta revelação Jesus é o Filho hoje gerado. Ele terá a

bênção de Deus nesta tarefa de renovação do povo de Deus. Será um povo

renovado pela força do Espírito

Lc 5,16 – O deserto pode ser o lugar das tentações, mas também é o

lugar do discernimento. Jesus em oração diante do Pai faz o discernimento

de sua missão. A maior necessidade do povo não são as curas físicas, mas a

renovação integral de todo o povo de Deus. Esta renovação passa pela

percepção que Deus está presente na história.

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Lc 6,12 - Escolha dos 12

Antes da escolha que aconteceu no amanhecer, Jesus havia passado a

noite em oração diante do Pai. O que ele rezou? Não tem como saber. O

que Lucas sugere? Há um número do Povo de Deus: o Doze. Jesus está

organizando o novo povo de Deus? Parece que sim. Os doze poderão ser

também o símbolo deste novo povo. Quem mais faz parte deste novo povo

de Deus? Tu, leitor/a também fazes parte do novo povo de Deus?

Lc 9,18 – Quem, dizem, que eu sou?

Em clima de oração Jesus faz uma avaliação de sua vida. É muito

interessante fazer uma avaliação em clima de oração. Jesus procurava

aplicar o discernimento da vontade do Pai para realizar esta vontade de

modo perfeito? Sim. O que Ele descobre pela avaliação? Ele é um Profeta?

Sim. Mais do que profeta! Mas qual é mesmo a identidade de Jesus de

Nazaré?

Lc 9,28 – Transfiguração.

Na oração o rosto de Jesus mudou. Deixou que o Pai o mudasse? A

mudança aconteceu em Jesus, símbolo do êxodo que irá acontecer em

Jerusalém? Ele é alguém especialmente iluminado por Deus. Entender

Jesus é entender também desta luz de Deus.

Lc 10,21 - Eu te louvo, Pai...

Um dos destaques que precisamos ressaltar é a oração de Jesus que

está em Lc 10,21s: Jesus, inundado de alegria no Espírito Santo, prorrompe

em louvores a Deus pelas atitudes que Este está tomando e que Jesus

constata. São as mesmas atitudes de Jesus. Aqui Lucas faz Jesus chamar a

Deus de Pai e faz Jesus reconhecer que este Pai é o Senhor do céu e da

terra. Este qualificativo não está em algum outro lugar no evangelho de

Lucas.

Aqui, onde Jesus reconhece os métodos de Deus, constata com

imensa satisfação que Deus revela os seus mistérios justamente aos mais

pequeninos. Quem serão estes? O vocábulo usado no grego deve ser

traduzido por ’crianças’. Podemos recordar que se possa tratar mais uma

vez de pessoas excluídas. Se for isso então, de fato, Deus não faz acepção

de pessoas. Quando o excluído é privilegiado por Deus é um Deus dos mais

pequeninos e não manipulado pelos poderosos. Deus nos conceda a mesma

sensibilidade de Jesus.

Observe-se que Lucas chama a atenção de seus leitores para a

presença do Espírito Santo. É no Espírito Santo que Jesus pode

compreender esta ação de Deus na história. O privilégio dos excluídos está

no fato de receberem a revelação dos mistérios de Deus. Nosso exercício

pastoral e nossa acolhida em comunidade, quando voltada aos mais

pequeninos se encherá de muita exultação como a de Jesus.

Lc 11,1 - Senhor, ensina - nos a orar... Os discípulos estão muito

impressionados com o modo de Jesus rezar e querem aprender. Não são

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fórmulas, são atitudes. Jesus reconhece Deus como papaizinho, e pede ”dá

a conhecer a todos quem tu és” (Lc 11,2).

Lc 18,1 - Orar sempre. Como se poderá fazer isto? Santo Agostinho se

pergunta e encontrou uma resposta. Ele diz que o que sempre está presente

são os desejos. Ele então manda os desejos orar. E assim ele estará orando

sempre.

Lc 19,46 - Minha casa é casa de oração. A melhor oração é escutar

Deus e não fazer Deus escutar nossas lamúrias e pedidos.

Lc 22,40-46 - Orai para não cairdes em tentação... A grande tentação

é a gente filho/a dispensar o Pai na sua tarefa de Pai. Nós, com muita

facilidade dispensamos Deus Pai porque nos consideramos, bem cedo,

adultos, donos do nosso nariz e não escutamos mais o Pai nos falar, nos

sugerir caminhos de verdadeira vida.

Lc 23,34.46 - Em tuas mãos entrego meu espírito. Está aí algo muito

difícil de fazer: Confiar ao Pai a vida que Ele nos deu. Jesus deu este

exemplo muito forte que não conseguimos imitar.

Como podemos constatar há dez momentos em Lucas sobre oração.

Mas há também parábolas como a da viúva diante de um juiz que não

respeita ninguém (Lc 18,2-5). Há ainda o amigo importuno pedindo pão

para o vizinho em hora pouco conveniente (Lc 11,5-8).

Jesus também recomendava aos discípulos rezar sempre sem nunca

desistir (Lc 18,1).

A oração ocupa um lugar muito importante no evangelho segundo Lucas.

Em momentos – chave, Jesus se encontra em oração, desde o primeiro

momento da unção (batismo) até o momento extremo da entrega voluntária

de sua vida ao Pai.

E se formos mais longe: o Jesus da cruz (hora culminante de sua

vida) em Lucas é um homem de oração. De que oração? Serão as fórmulas

que todo o bom israelita fazia todos os dias diversas vezes em diversas

horas do dia? Serão orações originais de Jesus que faz os discípulos

pedirem (Lc 11,1) que Ele os ensinasse a rezar? Rinaldo Fabris escreve:

“Os discípulos intuíram que a fonte secreta da lucidez de Jesus, de sua

força e de sua liberdade, devia ser procurada na sua capacidade de estar

diante de Deus numa relação única e singular”. Ou será um tipo de

relacionamento e posicionamento de Jesus diante do Pai? Estas são

algumas das perguntas que poderão surgir quando se trata de saber que

oração Jesus pronuncia quando vai rezar. A procura de um discernimento

não deverá ser descartada.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2.Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

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que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3.Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4.Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus rezador te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por ele?

2. Jesus espalha alegria

Lc 1,14.28.47; 2,10; 5,17-26; 6,20-23; 7,36-50; 11,27-28; 13,10-17;

15,1-32

Leitura é estudo. Procuremos ler primeiro todos os textos indicados

e façamos muitas perguntas. Perguntemos também porque Lucas insiste na

alegria.

Os nascimentos de João e de Jesus são motivo e ocasião de muita

alegria para muita gente, isto é, não só para os mais próximos, mas também

para distantes como os pastores de Belém e para a vizinhança de Zacarias e

Isabel (1,14). O Anjo Gabriel já anuncia alegria (1,28). O cântico de Maria,

chamado Magnificat (1,47), é um cântico da alegria pela intervenção de

Deus na história. Os pastores são convidados a viver a alegria pelo

nascimento do salvador (2,10).

Aqui as pessoas convidadas para viverem a alegria se encontram em

situações embaraçosas como os pastores, que eram muito desconsiderados

na época. Muitos não gostavam deles e chamavam de invasores de

propriedades, ladrões, gente em quem não se pode confiar. A estes o anjo

aparece. Imaginemos sua desconfiança e depois sua alegria incontida.

Jesus fonte de alegria e felicidade dá a certeza da felicidade a pessoas

que não são felizes. A alegria está onde não se esperaria. Onde há

sofrimento, dor, carência e exclusão, poderá acontecer alegria. E vai

acontecer porque Deus vai se interessar. E quando Deus se interessa

acontecem coisas maravilhosas. A certeza de Jesus está acontecendo pela

presença do reino de Deus. Onde Deus reina a vida digna é realizada e o

novo sentido de viver irá acontecer cada vez mais.

As oportunidades que damos aos excluídos nos encherão sempre de

muita alegria. A alegria seja nossa grande característica em nossas

comunidades para que elas sejam o espelho de Jesus, pessoa alegre e que

provocava alegria à sua volta.

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O perdão é um dos grandes segredos da alegria que se espalha nas

pessoas que são libertadas da prisão do pecado. Esta alegria não está

restrita aos pecadores, mas gera uma espécie de comunhão entre a terra e os

que já participam da vida com Deus. Pensemos bem no sentido de tudo isso

em nossas vidas. E não deixemos passar nenhuma ocasião para espalhar

alegria à nossa volta. Mas não alegrias pequeninas, tão passageiras como se

vê no dia a dia de nossa vida. Quem sabe possamos superar os pequenos

momentos de alegria e alcançar as alegrias permanentes que nos vem de

Deus que sempre é fonte de alegria.Procuremos esta fonte inesgotável de

alegria.

Bem-aventurados são os pobres, os que têm fome, os que

choram, os odiados, rejeitados, insultados e proscritos por causa do Filho

do Homem. Um sentido profundo de viver e seguir Jesus é dado pelos

votos e constatações das bem aventuranças. Jesus está junto a estas pessoas

e isto é muito. Com Jesus pode-se fazer muita coisa e ter novas esperanças.

Acontece que pessoa que não parece ter futuro começa a ter futuro com

Jesus.

Acontecem maravilhas mesmo quando Jesus precisa se defender

dos inimigos. As respostas que Ele dá alegram as multidões e as enchem de

esperança. Assim é Jesus. As oportunidades que damos aos excluídos nos

encherão sempre de muita alegria. É aqui o momento de tratar deste dom

especial. São Paulo, em Gálatas 5,22, escreve que o segundo dos frutos do

Espírito é a alegria. De fato, podemos observar a explosão de alegria em

todos os personagens que ficaram ‘cheios’ do Espírito. Maria, Isabel,

Zacarias, Simeão, Jesus, etc.

O nosso tempo é marcado pela depressão. Há tristeza demais por aí.

Olhando para Jesus e seu modo de agir possamos reverter esta situação e

introduzir muita alegria em nosso mundo.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2.Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3.Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4.Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

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Este Jesus alegre e da alegria te atrai ou sentes repulsa ou indiferença

por ele?

3. Jesus faz viver salvação

Lc 2,11; 7,1-10; 18,9-14; 19,9;

Leitura é estudo.

O vocábulo Jesus vem do hebraico e significa ‘aquele que salva’, o

salvador. Jesus constata a salvação acontecendo. A sua ação é salvadora. É

uma salvação de situações escravizadoras, oprimentes para uma vida de

alegria, paz, dignidade, liberdade. Aos pastores é anunciado um salvador

para hoje. E eles constatam esta salvação. Não é uma salvação muito longe

das mãos do povo. Está ao seu alcance. Está em Jesus, muito próximo.

O relato da preocupação do centurião (romano) pela vida do servo

nos mostra um Jesus salvador. A intercessão de judeus pelo pagão mostra

um Jesus não primariamente ocupado com as nações pagãs mas com o

povo de Israel. Jesus acolhe nova perspectiva de sua ação diante de tão

grande fé que ele encontra no centurião, um pagão. Acontece a vida do

servo. Assim acontece com quem se aproxima com fé de Jesus salvador.

Zaqueu é odiado pelo povo de Israel embora fizesse parte deste povo.

Ele se colocara a serviço dos romanos invasores e estava colaborando com

estes cobrando impostos do povo. Os publicanos eram odiados por que

estavam a serviço de um poder usurpador da autonomia de Israel e porque

roubavam, cobrando a mais do que lhes era devido. Isto acontecia com a

anuência do poder romano. Isto posto é bom a gente ver o texto sobre

Zaqueu.

Não era só o desejo de ver Jesus que faz com que Zaqueu, um rico

chefe de publicanos, corra à frente. Ele também teme a multidão que

poderia até linchá-lo. Até porque poderia subir num barranco ou pegar uma

cadeira. Não! Ele se põe no seguro: no alto de uma árvore. Há, pois, duas

razões porque Zaqueu sobe a uma árvore: porque era baixinho e porque

tinha medo da multidão. Certamente alguma pedrada sobraria para ele se

fosse se aproximar dela. É admirável, mais uma vez, a atitude de Jesus:

contra todos (Lc 19,7) se oferece para ir à casa deste chefe de publicanos.

Contra a opinião de todos Jesus toma esta iniciativa. É uma coragem fora

de série! Qualquer um de nós não teria esta ousadia. Se ele trata assim os

reconhecidamente ladrões então todos os pecadores poderão ter esperança

de acolhida da parte dele. Ele de fato é assim. Não tem portas fechadas e

coração mesquinho.

É ainda um publicano, tomado como exemplo de pessoa justificada

diante de Deus (porque diante dos homens o justificado é o fariseu!). Sua

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oração conduz à salvação. A oração do fariseu dispensa a salvação que

Deus oferece.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus salvador te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por ele?

4. Para Jesus você é muito importante. Lc 6,47-48; 13,10-13; 14,1-6

Leitura é estudo. Lemos sempre com muita atenção os textos para

tentar entender o que Lucas quis dizer aos seus leitores.

Jesus trata bem toda e qualquer pessoa que está à sua frente. Não importa

quem seja. Ele dá as necessárias orientações para que a pessoa entenda que

é importante para Jesus. Só ficar embasbacado, enternecido, entusiasmado

com as palavras de Jesus é claramente insuficiente. Se só ficar nisso a

pessoa mostra que não compreendeu Jesus. Agora. Se testar a verdade das

palavras de Jesus pela prática então sim poderá saber se a verdade está com

Jesus ou não. Nunca se ouviu dizer que Jesus tivesse mentido em alguma

coisa que ensinou. Quem põe em prática o que Jesus propõe vai

experimentar uma bela vida, segura, cheia de sentido e em grande paz.

Quem não põe em prática as palavras de Jesus fica inseguro, não tem paz,

não encontra sentido para sua vida. Vê só. Jesus se importa muito contigo.

Jesus toma a iniciativa de libertar uma mulher presa de doença que a

deixava toda encurvada. E faz isto em dia que na Lei da tradição judaica

não deveria fazer. Mas Jesus, mesmo tendo que passar por problemas com

o chefe da sinagoga, diz para a mulher já presa da doença há dezoito anos:

“Mulher, eis que estás liberta de tua enfermidade”. A mulher nada pedira.

Jesus é que se sente desafiado a ajudar e mostrar como a pessoa na sua

frente é importante para ele.

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Na casa de um dos chefes dos fariseus, muito rigorosos com o

cumprimento do sábado, Jesus não deixa de se sentir interpelado pela

pessoa que está à sua frente. E cura o hidrópico. Mas precisa se explicar. E

consegue pois ele pensa sempre nos outros e não em si mesmo e nos

próprios benefícios. Jesus é assim. Estás na frente dele? Ele te valoriza.

Podes estar certo disto.

Onde, na Igreja, Jesus pode colocar sua mão salvadora? Onde, na

Igreja, ele está proibido de colocar sua mão salvadora?

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus que te considera importante te atrai ou sentes repulsa ou

indiferença por ele?

5. Jesus se deixa guiar pelo Espírito Santo. Lc 1,35.41.67; 2,25-27; 3,22; 4,1.14.18; 10,21; 12,12;

Leitura é estudo. Olhemos com alegria como o Espírito Santo está

atuando na vida de Jesus. E o Espírito não tirou férias. Continua agindo e

pode transformar para melhor a tua vida.

São diversos relatos onde podemos constatar Jesus sendo guiado pelo

Espírito Santo:

O Espírito Santo: o protagonista. Ele age em todas as pessoas que se

deixam trabalhar por Ele. Assim são Zacarias, Isabel, João Batista, Maria,

Jesus, Simeão, a profetisa Ana e muitas outras pessoas. Sua ação produz

intensa alegria.

Em geral, os inícios apresentam novidade. Assim acontece nos

quatro inícios da obra de Lucas (Evangelho e Atos). Se trata do início da

vida de Jesus, do início de sua missão, do início da grande caminhada para

Jerusalém e do início dos seguidores do Caminho (que é Jesus). Todos os

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inícios, que são ação do Espírito Santo, (pois pode haver inícios que não

sejam ação do Espírito Santo), produzem intensa alegria. É uma alegria não

produzida pela pessoa ou circunstâncias, mas um impulso vindo da

constatação de fé da ação do Espírito Santo. Assim aconteceu com

Zacarias, Isabel, Maria, Simeão, o próprio Jesus, (cf Lc 10,21) e na

comunidade dos discípulos (At 2,46).

Espírito Santo e Maria: Maria é transformada. Não dá importância

aos boatos que se espalhariam com a ida dela até as montanhas da Judéia.

Adolescente prometida em casamento se preserva em casa. Não sai para a

rua e muito menos se põe a viajar para longe. Sua fama está seriamente

comprometida com esta “fugida” para Aîn Karin. Será que vai ser mais

uma mulher fácil? Maria, repleta do Espírito Santo ousa transpor os

limiares da má fama para seguir o que o Espírito sugere.

O Espírito dirige mulheres (que no contexto judaico não podem nem

ter acesso ao ensinamento da torah) e estas o acolhem com uma força

transformadora de suas vidas a ponto de eclipsarem por completo os

homens que fazem parte deste relato: Zacarias e José. Pode-se perceber a

ousadia, a coragem de tomar atitudes que possam ser comprometedoras

mas os personagens, como no caso de Maria, não dão muita importância.

Espírito Santo produz alegria em Isabel,Zacarias,Maria,Simeão,Jesus,etc.

Se você deixar Ele pode produzir muita alegria em você. É só se colocar a

serviço do Espírito Santo que está procurando colaboradores. Porque você

não se oferece? Responda com franqueza.

Espírito Santo conduz Jesus ao deserto para o discernimento: lá

acontece a luta entre Deus e o seu oponente, satanás. É o Espírito que

conduz Jesus para a missão.

Dois dons do Espírito são hoje um pouco esquecidos: a recepção e a

parresia (Atos 4,31; 5,32). A recepção: Ser capaz de acolher as novidades

que o Espírito Santo propõe também é obra dele. Por exemplo, quem na

Igreja do Brasil tem plena consciência de que a própria Igreja no Brasil está

gritando por salvação (“Senhor, salva-nos”) através das cinco urgências

que ela propôs nas atuais DGAE – Diretrizes?). A parresia: ter coragem de

falar. Muitos pensam mas não tem coragem de falar. O que está

acontecendo? Porque este medo? A presença do Espírito Santo se percebe

pela grande coragem manifestada pela pessoa.

Considerando que muitos cristãos entram e saem da celebração com

ar sombrio, podemos constatar que o Espírito Santo não teve muita

oportunidade para agir. Acontece que o Espírito Santo é alguém livre e age

dentro da liberdade de outro alguém, nós.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

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Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus guiado pelo Espírito Santo te atrai ou sentes repulsa ou

indiferença por ele?

6. Jesus faz da vida uma grande liturgia Lucas 24,50-53.

Leitura é estudo. O texto pode nos tentar com um pré texto, que é a

ascensão. Leitura atenta, portanto! Melhor: estudo.

Vamos, antes de tudo, ler mais uma vez, com grande atenção, o que

Lucas escreveu.

Algumas informações: Betânia fica no outro lado do Monte das

Oliveiras, na estrada para Jericó. De lá não se vê mais Jerusalém. Jesus, que

não é da classe sacerdotal, dá a bênção como o sumo sacerdote Simeão (cf

Eclo 50). Como todos os sacerdotes no final de alguma liturgia no Templo.

Porém esta bênção não acontece mais à frente do templo de Jerusalém.

Acontece até fora da cidade que já fora cidade de Deus e que se tornou a

cidadela da oposição a Deus. Também não se dá após uma liturgia formal,

mas pelo dom da vida de Jesus na cruz. Jesus está concluindo a grande

liturgia de sua vida? Parece que sim. Só Ele pode fazer esta liturgia? Nós

também podemos celebrar a vida como uma liturgia? Certamente.

Zacarias, embora observador fiel da Lei, não era amigo íntimo e

conhecedor de Deus e até se tornou um oponente dele. Não pôde dar a

bênção, isto é, não pôde ser a extensão da graça de Deus para o povo que

estava fora do santuário esperando por ela. Jesus, amaldiçoado, morto

como criminoso e subversivo, se tornou um veículo da graça de Deus. Ele

dá a bênção longe do templo que em Lucas era símbolo da presença de

Deus no meio de seu povo. Quando deixamos que Deus esteja fortemente

presente em nossa vida, poderá acontecer uma bela liturgia de louvor a

Deus.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

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2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus liturgo te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por ele?

7. Jesus privilegia os excluídos Lc 7,11-17. 36-50; 8,1-3; 9,51-56; 10,30-37. 38-42; 15,1; 17,11-19;

19,1-10

Leitura é estudo.

- Mulheres:

Discípulas: (Lc 8,1-3), a viúva de Naim (Lc 7,11-17), Marta e Maria (Lc

10,38-42), a pecadora pública (Lc 7,36-50), a viúva e o juiz (Lc 18,1-8), a

esmola da viúva (Lc 21,1-4), Isabel, Maria, mãe de Jesus

-Samaritanos:

O bom samaritano Lc 10,30-37, o leproso samaritano Lc 17,11-19, a visita

a uma aldeia samaritana Lc 9,51-56

-Publicanos:

Convida um para ser seu discípulo, publicano e fariseu no templo Lc 18,9-

14, o chefe dos publicanos, Zaqueu Lc 19,1-10. Lc 15,1: publicanos e

pecadores são os que ouvem Jesus.

-crianças, pobres, excluídos em geral.

Quanto aos samaritanos: “Ao Centro, como que dividindo a Judéia e

a Galiléia, está a odiada, herética e imunda Samaria, cujos habitantes são

descritos na Bíblia como “não povo” (Eclo 50,25-26)... São considerados

até mesmo idólatras pelo culto que prestam no monte Garizim, tido como

montanha sagrada, bem como a outras divindades” (Maggi, p 26).

“Alcunhar alguém de “samaritano”, é insulto dos piores. ‘Não dizíamos

nós, com razão, que és samaritano e tens um demônio?’ (Jo

8,48)”.(Maggi,p.28). O historiador Tácito nos dá notícia de comum

desprezo dos próprios governantes. Havia saques recíprocos, bandos de

ladrões lançados uma sobre a outra região, armação de ciladas e até o

confronto em combates era comum entre Judéia e Galiléia contra Samaria.

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Nem se estranhe a reação dos discípulos Tiago e João pedindo a destruição

da aldeia samaritana pelo fogo.

Fazer passar um samaritano por próximo é o máximo do desaforo.

Além do mais se percebermos quais são os outros personagens que

aparecem no relato: o sacerdote e o levita. Dois que não foram capazes de

ser próximos. Apenas o samaritano é capaz de ser próximo. Os critérios de

Deus são decididamente diferentes dos nossos! Em outra passagem apenas

o samaritano leproso foi capaz de agradecer (Lc 17,11-19).

Os publicanos eram odiados por que estavam a serviço de um poder

usurpador da autonomia de Israel e porque roubavam, cobrando a mais do

que lhes era devido. Isto acontecia com a anuência do poder romano. Isto

posto é bom a gente ver novamente o texto sobre Zaqueu. Repitamos o que

vimos em outro dia. Não era só o desejo de ver Jesus que faz com que

Zaqueu, um rico chefe de publicanos, corra à frente. Ele também teme a

multidão que poderia até linchá-lo. Até porque poderia subir num barranco

ou pegar uma cadeira. Não! Ele se põe no seguro: no alto de uma árvore.

Há, pois, duas razões porque Zaqueu sobe a uma árvore: porque era

baixinho e porque tinha medo da multidão. Certamente alguma pedrada

sobraria para ele se fosse se aproximar dela. É admirável, mais uma vez, a

atitude de Jesus: contra todos (Lc 19,7) se oferece para ir à casa deste chefe

de publicanos. É uma coragem fora de série! Qualquer um de nós não teria

esta ousadia. Se ele trata assim os reconhecidamente ladrões então todos os

pecadores poderão ter esperança de acolhida da parte dele. É ainda um

publicano, tomado como exemplo de pessoa justificada diante de Deus

(porque diante dos homens o justificado é o fariseu!), que é apresentado

como sinal.

Crianças são para nós símbolos de ternura, carinho. Para outros

representam a confiança na bondade do Pai. Nos tempos de Jesus a criança

é equiparada ao escravo. Não tinha direitos. Se, em vez de deixarmos

escrito o vocábulo criança o substituírmos por “sem direito” então o sentido

da frase se torna bem mais desafiador (Lc 18,15-17). Se quisermos

considerar a atitude dos discípulos que querem impedir o acesso junto a

Jesus dos sem direito, teríamos ‘pano para manga’.

Se considerarmos a parábola do rico e do Lázaro, (Lc 16,19-31), nos

surpreendemos que quem tem nome nesta parábola não é o rico (como

normalmente costuma ser), mas o pobre. Deus subverte as coisas. O que

tem valor para o mundo para Deus não tem a mesma medida.

Por fim temos o belo relato de Lc 14,15-24. É a parábola do

banquete a ser oferecido para os pobres. Onde já se viu? Banquete para os

amigos e ricos. Isto sim. Banquete para pobre? Isto não! E Jesus

ousadamente convida a oferecer banquete para os pobres.

Típico é o relato do capítulo 7 contando a chegada de Jesus em Naim

de onde saía um enterro do filho único de uma viúva. Jesus vê e toma logo

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a iniciativa: manda parar o enterro e devolve vivo o filho único da viúva.

Devolveu à viúva o seu arrimo, o seu sustento. Jesus é assim. Não deixa de

ajudar a quem necessita. A vida da viúva se tornou novamente tranquila.

Nem sempre os excluídos são pobres, são pessoas sem posses.

Podem ser pessoas rejeitadas, como eram os samaritanos. Jesus,

ousadamente, toma um samaritano como exemplo de vida para os que

desprezam e rejeitam o samaritano. Chamamos a parábola de “O bom

samaritano”, pois Jesus o toma como exemplo para o povo judeu.

A comunidade de Lucas, segundo alguns estudiosos, era formada por

pessoas abastadas. Por isso, a gratuidade da prática de Jesus deve ter

chamado muito a atenção. Como não deverá chamar a atenção de todos nós

o sofrimento presente na vida de tantas pessoas que precisariam de um

gesto de gratuidade de nossa parte! Nem sempre serão coisas de que as

pessoas mais necessitam. Muitas vezes precisam recuperar a fé na vida, a

esperança de ser gente. Por isso, muitas vezes a atenção, a conversa com o

pobre o valoriza e nem tanto a esmola que damos com tanta má vontade! É

preciso pensar um espaço dentro da comunidade para as pessoas se

sentirem gente. Quais serão as transformações necessárias para que isto

possa acontecer sempre mais?

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus que ama os excluídos te atrai ou sentes repulsa ou

indiferença por ele?

8.Jesus e o silêncio Lc 9,36; 18,39; 20,26.

Leitura é estudo.

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15

Vamos ler com atenção o versículo dentro do texto sobre a

transfiguração: Lucas 9,36. Porque os discípulos guardaram silêncio?

Houve um silêncio em Atos 15,12. O silêncio se dá especialmente diante

das maravilhosas ações de Deus.

Este vocábulo (fazer silêncio) tem sua importância também no AT:

Ex 14,14 é típico. Diante do agir de Deus não há nada mais importante do

que parar e observar. É um silêncio de admiração e estupefação pela obra

de Deus dentro da história do povo. É muito importante dar-se conta da

obra de Deus na história. É o outro modo de Deus falar à humanidade. Os

acontecimentos na história. Estes não são necessariamente trágicos ou

espetaculares. Pelo contrário. São muitas vezes discretos, e, sobretudo,

salvadores.

Os comentários de Atos não dão importância ao fato de dar-se um

silêncio muito grande depois do discurso de Pedro no capítulo 15, no

chamado concílio de Jerusalém. É uma nota de Lucas, que, sabemos, dá

importância ao número três. De fato aparece em seu texto três vezes (Atos

12,17;15,12.13). Também no evangelho aparece três vezes (Lc 9,36; 18,39;

20,26). É surpreendente que esta nota do silêncio em Atos dos Apóstolos

capítulo 15 se dê ao final da palavra de Pedro. Isto posto, significaria que

durante o discurso de Pedro todos ainda estariam discutindo. Lucas não se

preocupa em relatar um acontecimento mas nos transmite uma teologia.

Então é bom estudarmos a palavra de Pedro para ver o que ele disse. O que

aconteceu na palavra de Pedro para que acontecesse silêncio? Foi

repreensão? Nenhuma notícia! Foi apenas uma nota marginal sem

importância? Não parece, pois o silêncio aqui ocupa um lugar central na

descrição do Concílio de Jerusalém. Depois do silêncio se dá a reviravolta e

Barnabé e Paulo puderam expor com tranquilidade o que estava

acontecendo na Igreja de Antioquia. De que silêncio se trata? Trata-se do

silêncio do povo de Deus diante da intervenção maravilhosa deste nos

acontecimentos do mundo? Parece que sim. Pois tanto Pedro falou desta

intervenção como Barnabé e Paulo vem confirmar como Deus está agindo

nos longínquos países pagãos. O verbo grego sigan (aparece só mais 4

vezes em Paulo Rm 16,25; I Cor 14,28.30.34).

No AT pela versão LXX (tradução para a língua grega) não aparece

muitas vezes (Ex 14,14; Jz 18,9; Esd 3,24; 4,12; To 6,1; 10,6.7; Sl 31,3;

38,2; 49,21; 82,1; 106,29; Ec 3,7; Sb 8,12; Sir(Eclo) 13,23; 20,7; Am 6,11;

Lm 3,49; I Mc 11,5). É um total de 19 vezes. É interessante observar que o

único profeta que usa o verbo seja Amós citado indiretamente no discurso

de Tiago em Atos 15,14. Este texto pode ser lido em conjunto com o texto

de Eclo 13,23. Mas também pode ser lido o texto de Ex 14,14, uma vez

que Atos é uma espécie de re - leitura do êxodo. Neste texto “É o Senhor

que combaterá por vós. De vossa parte não fareis nada!” mostra como há

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um silêncio (aqui traduzido por ‘não fareis nada’) do povo diante da ação

de Javé que combate pelo povo escolhido.

Somos Igreja nos caminhos do mundo. É preciso parar de se agitar. É

muito importante ver, observar a ação de Deus no mundo. Deus está

agindo? Então vou parar para contemplar. Que rumo a ação de Deus está

tomando? Bento XVI pede que nós sejamos Igreja da escuta.

A Igreja chama a ação de Deus de “sinais dos tempos”. Quais serão

os sinais dos tempos que precisamos olhar com muita atenção para sermos

hoje colaboradores de Deus e não seus opositores?

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus do silêncio te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por ele?

9. Jesus aposta no perdão Lc 5, 17-25; 7,48; 15,1-32

Leitura é estudo.

Em diversos momentos Lucas nos mostra um Jesus tomando a

iniciativa de dar o perdão. Estranho. Não precisa nem pedir. Ele dá o

perdão sem ser pedido? Sim. É muito bom sabermos que Jesus luta contra o

poder do pecado em nós. O resultado do pecado é ruim, triste. O perdão dá

alegria. Jesus deve ser uma pessoa da alegria porque oferece o perdão dos

pecados. Não quer ver ninguém triste. O pecado gera tristeza.

Jesus corre o risco de ser mandado embora pelo hospedeiro. Ele

defende a mulher que é pecadora. Ainda lhe garante que ela está pura, isto

é, sem pecado. O sinal que Jesus vê é o seu grande amor. Este amor Jesus

não encontrou no hospedeiro. Comparando os dois Jesus considera a

mulher pecadora melhor, mais digna que o hospedeiro. Isto provavelmente

o hospedeiro não poderia esperar. Passando para nós. Conseguiríamos

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engolir uma opinião de Jesus considerando outros melhores do que nós?

Talvez não. Jesus investe muito no perdão.

As três parábolas do capítulo 15 mostram o inusitado. Com o perdão

há recuperação: da ovelha, da moeda e do filho. Os três relatos mostram a

ovelha perdida que foi procurada pelo pastor. Mostra a moeda perdida que

foi achada pela mulher e ainda o filho que voltou, não propriamente

arrependido, mas interesseiro pela vida dele. Mesmo assim foi plenamente

integrado na família pelo pai ao lhe dar o anel. Foi acontecendo alegria. O

cuidado pelo perdido é novo. Não estamos habituados a isto.

Nós apostamos mais no perdão ou mais na condenação? Que ganho

ou que perda temos com a condenação?

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus do perdão te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por ele?

10. Jesus é a visita de Deus ao mundo. Lc 7,11-17

Leitura é estudo.

No tempo de Jesus o povo vivia mil e uma dificuldades advindas de

uma falsa propaganda da “paz romana”, que na verdade era apenas paz para

Roma. Para os povos subjugados era sofrimento, medo, escravidão e

empobrecimento progressivo para a maioria. Só Deus para mudar isto?

Pelo jeito, sim. A expectativa por um messias era muito grande. Jesus quer

mudar e faz a sua parte. Ele espalha a esperança, a certeza de que Deus está

agindo através dele.

Acontecem tantas coisas tão bonitas através de Jesus que a reação só

pode ser esta: Deus está visitando o seu povo. De fato podemos

acompanhar o relato que o evangelista nos apresenta. Percebendo a reação

do povo, pode-se perceber a compreensão profunda que o povo tem de

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Jesus. Fazia muito tempo que não se via mais profeta em Israel. Agora sim.

Deus se lembrou de seu povo e enviou um grande profeta, Jesus. Não faz

muito tempo estava aí o João, o batizador. Ele insistia em criar um novo

povo pela conversão, isto é, mudança de mentalidade. Agora está aí outro

profeta, certamente enviado por Deus. Deus teve compaixão de seu povo e

o presenteia com dois profetas seguidos. Isto é um bom sinal.

Naim (agradável) é um lugarejo por onde Jesus estava passando.

Jesus toma a iniciativa de parar a procissão de enterro e entrega o arrimo, o

filho único, à viúva. As iniciativas de Jesus manifestam um entranhado

amor misericordioso por todas as pessoas, mesmo que sejam desconhecidas

como esta viúva de Naim. Para Jesus todo sofrimento é também dele. E faz

de tudo para acabar com o sofrimento. Deus é assim. Deus é da vida, da

alegria. Deus não quer o sofrimento de ninguém.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo, ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus visita de Deus ao mundo te atrai ou sentes repulsa ou

indiferença por ele?

11. O segredo de Jesus se torna boa notícia Lc 4,16-30; 9,37-43; 9,48;

Leitura é estudo.

Em Nazaré, na sinagoga, Jesus, o filho de Maria, se levanta para ler

um texto da escritura do Antigo Testamento. Lhe deram o rolo enorme de

Isaías que tem 66 capítulos. Na época não havia a divisão em capítulos e

versículos que foram introduzidos na bíblia no século XIII e XVI,

respectivamente. Jesus demorou um pouco para chegar ao texto procurado,

o capítulo 61. Depois de ler o texto Jesus se revela: Hoje acontecem todas

estas coisas. Os olhos admirados dos nazaretanos passaram para olhares de

posse. Queriam se apossar de Jesus. Mas Jesus percebeu: nenhum profeta é

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bem recebido na sua terra. Tudo isto de fato foi acontecendo por onde Jesus

ia passando. É sempre uma boa notícia.

Os discípulos, na ausência de Jesus, queriam curar o menino que o

pai aflito trouxera. Não conseguiram. Jesus curou a criança e a devolveu

sadia ao pai. Todos ficaram impressionados com Jesus. Jesus manifesta,

esta é a única vez, sua impaciência com a geração na qual está inserido.

Como é que não enxergam? É como nós, no século 21. Não percebemos.

Não enxergamos o segredo que Jesus é para nossa vida. E todos se

maravilharam com os acontecimentos que se davam por intervenção de

Jesus.

Este segredo de Jesus se torna cada vez mais boa notícia. Nossa sede

por vida bonita desvia o foco do nosso olhar. Precisamos fazer como Jesus.

Nós estamos voltados demais sobre nós mesmos enquanto Jesus está todo

voltado para os outros. Ele é a boa notícia em seu tempo. Ele é a boa

notícia para nós hoje. Nós também deveríamos ser boa notícia para todos os

outros.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus cuja identidade é dar a boa notícia te atrai ou sentes repulsa

ou indiferença por ele?

12.Jesus valoriza o que não vale nada Lc 6,36; 12,24-28

Leitura é estudo.

Cada pessoa, cada coisa, cada acontecimento, por mais insignificante

que sejam para as pessoas, é importante para Jesus. O exercício da

misericórdia como a do Pai que dá significado a todas as criaturas é um

segredo de vida. Saber valorizar. O exercício da misericórdia possibilita

isto. Não acredite. Teste. Pratique para ver se é verdade. E você vai

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descobrir cada coisa! Os grandes e poderosos chamam a atenção sobre si.

Mas não é assim com Jesus, que dá atenção ao pequenino. Isto impressiona

muito os discípulos, ainda muito marcados pelo esquema geral que existia:

os grandes e poderosos valem. Todos os outros não valem.

Corvo ou urubu são animais que não valem nada. Jesus chama a

atenção sobre eles. Os corvos e urubus, animais até feios e fedorentos são

cuidados por Deus. O próprio Deus, através da natureza, os alimenta, diz

Jesus. Jesus chama a atenção para as coisas mínimas. Nada passa

despercebido para o Pai. Nós precisamos nos reeducar para perceber as

coisas mínimas. Elas não tem importância para nós.

Dar prioridade à misericórdia em nossa vida nos vai qualificando

para ir percebendo o que parece não ter nenhum valor. Para Jesus não

existe nada que não tenha valor.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus que valoriza as pequenas coisas te atrai ou sentes repulsa ou

indiferença por ele?

13. Para Jesus não é nem ontem, nem amanhã. É HOJE ! Lc 2,11; 3,22; 4,21; 5,26; 13,33; 19,9.

Leitura é estudo

Diversas vezes aparece no evangelho de Lucas um ‘hoje’. Isto é

significativo. Para Jesus o hoje é importante e não mais o ontem e nem

ainda o amanhã.

Depois do batismo Jesus se pôs em oração. Em oração ouve a voz lhe

garantir: a partir de hoje tens a tarefa de ser o filho muito amado que deve

renovar o povo de Deus. Jesus tem a suficiente sensibilidade para entender

a voz que vem do céu. Dali em diante é muito sensível aos projetos do

Espírito Santo que o conduz e educa.

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Em Nazara (nome antigo para Nazaré) Jesus se levanta na sinagoga

em dia de sábado para fazer a leitura. Lhe deram o rolo do profeta Isaías.

Na época ainda não estava dividido em capítulos e versículos. Jesus foi

desenrolando até chegar ao capítulo 61. Leu o texto e depois sentou-se e

disse algo muito importante que os nazaretanos, pelo jeito, não entenderam.

Hoje se cumpriu o que acabais de ouvir. Esta frase não foi captada pelos

ouvintes que tinham muito barulho em si. Eles achavam que compreendiam

Jesus como artesão, filho de Maria. Jesus se revela para alegria de todos os

seus ouvintes, menos para os que achavam que o entendiam. É assim.

Precisamos estar abertos a Jesus que quer se revelar hoje em nossa vida.

Nós temos tal compreensão fechada de Jesus que muitas vezes não

aceitamos o que ele tem a dizer. O que ele tem a dizer sempre é uma bela

notícia para o hoje de nossa história. Muitos de nós vivem no passado.

Outros de nós vivem em função de um futuro. Mas a vida acontece no hoje.

Jesus também chama a nossa atenção para uma salvação que pode

acontecer hoje.

Jesus fica firme no seu projeto. Nenhuma intervenção, mesmo de um

Herodes poderoso o move hoje de realizar o que planejara. Jesus está nos

ensinando a viver intensamente o hoje que é a vida. A vida não está no

passado. A vida não está no futuro.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus do hoje te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por ele?

14. Jesus gosta de afirmar: “Tua fé te salvou!” Lc 7,50; 8,48; 17,19; 18,42;

Leitura é estudo. Note-se que salvador ou salvação não está em

Marcos e Mateus. O verbo salvar, entretanto, é frequente em todos os

evangelhos. Salvação não significa logo a salvação definitiva. Pode ser

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também uma salvação já nesta vida. Salvar, salvador, salvação pode ser:

tornar a vida com mais sentido, com mais gosto.

Ser sujeito da própria história é muito difícil. Jesus sabe por

experiência. Ele está sendo pressionado: querem forçar para que ele mude

de comportamento. Jesus resiste e também dá os motivos porque não muda.

Mas isto não é fácil. Se para Jesus não foi fácil, imagina para as pessoas

para quem ele disse: “A tua fé te salvou”. Com esta frase Jesus aponta a fé

como protagonista, como sujeito.

Para a mulher pecadora na cidade, para a mulher que há doze anos

sofria nas mãos dos médicos, para um samaritano que tinha lepra e para um

cego que estava mendigando era especialmente difícil ser sujeitos da

própria história. Eles todos experimentavam no dia a dia a exclusão. Eles

não podiam ser sujeitos. Mas Jesus lhes garante: “A tua fé te salvou”.

Ser sujeito da própria história é um segredo que precisa ser

descoberto por todos. Jesus seguramente ajudará. Nós dependemos demais

da opinião dos outros e nos deixamos conduzir por estas opiniões. Seria

muito bom se usássemos nossa inteligência para ver o que realmente

querem dizer para nós.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus da fé que salva te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por

ele?

15. Jesus e as mulheres. Lc 7, 11-17. 36-50; 8,1-3; 10,38-42; 18,1-8; 21,1-4

Leitura é estudo.

A situação da mulher era acabrunhante. Hoje não podemos nem

Qsequer imaginar os sentimentos de um pai ver nascer uma filha e

não um filho: uma desgraça. Vejamos algumas afirmações de P

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Alberto Maggi em seu livro: Nossa Senhora dos Heréticos. “Muitas

vezes, os pais de Maria ouviram repetir na sinagoga que, enquanto os

filhos masculinos são uma bênção divina, o nascimento de uma

menina é sempre sinal de um castigo. E ouviram também comentar o

versículo da Bíblia: “... E Iahweh em tudo havia abençoado a

Abraão”(Gn 24,1): “Que significa ‘em tudo’? Significa que não tinha

filha!” (Maggi,p.36). Os pais não conseguem esconder o seu

desapontamento pelo nascimento de uma menina. O pai está

agastado porque quem nasceu é um “não filho”, um “sêmen

perdido”! Precisa procriar de novo, e queira Deus que se trate

finalmente de um filho varão! “(Maggi, p 37). “Sem direitos civis,

consideradas mais como objetos do que como pessoas e sempre

associadas às duas outras categorias sub-humanas daquela época (os

escravos e as crianças), as mulheres, “seres fétidos”, não entram nos

nomes de pessoas pelas quais se agradece; são exoneradas de recitar

a grande prece hebraica do “shemah”(“Ouve”), de carregar

filactérias...”(Maggi, p.44-45).

Além da centralidade de Maria (e não de José!) no “evangelho da infância”,

o destaque dado a Isabel (e não Zacarias!), é notificada a presença de

discípulas entre os seguidores deste rabino Jesus (Lc 8,1-3).Um rabino que

se preze nem saúda a própria mulher se por acaso a fosse encontrar na rua

(cf. Maggi p 49). É um solene “nem te conheço”, ou melhor, não é nada e

por isso não precisa nem perceber sua presença. Veja-se algumas coisas da

própria bíblia: Ecl 7,28; 42,14.

O amor de Jesus pela mulher desprezada ainda se dá no relato da

viúva de Naim (Lc 7,11-17). Jesus, um desconhecido em Naim, faz o

enterro parar e devolve à viúva o filho vivo para que possa ser seu arrimo.

Jesus, não só não mostrou mal-estar que estava nítidamente presente

no fariseu que o convidara, mas até toma a defesa da mulher de má fama

que o estava acariciando. Jesus faz mais do que aceitar os carinhos. Liberta

a mulher. Torna a mulher uma pessoa livre e digna (Lc 7,36-50). Me

imagino no lugar de Jesus: mostraria meu mal-estar ao hospedeiro que

deveria tomar providências para expulsar uma inconveniente de perto de

mim?

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

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esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus dando importância às mulheres te atrai ou sentes repulsa ou

indiferença por ele?

16. Jesus ama a cidade de Jerusalém Lc 9,51; 13,22. 31-35; 17,11; 19,41-44; 21,20-28; Lc 24,47; cf.Atos

1,8

Leitura é estudo.

Jerusalém, cidadela da oposição a Deus. Não há dúvidas entre o povo

israelita de que Jerusalém fora escolhida por Deus. Aliás, embora Davi

tivesse interesses políticos na transformação de sua cidade como centro

religioso, Deus lhe concedeu esta graça. Jerusalém é a cidade santa. Jesus

também o reconhece. Mas esta graça é dada ao Davi, servo de Deus e não a

Davi, rei de Israel (cf. 2 Sm 6,14-16).

Jesus tem objetivos claros sobre sua vida: dirige-se resolutamente à

Jerusalém (Lc 9,51; 13,22; 17,11). O texto narrativo de Lc 9,51 até 19,28 é

construção própria de Lucas. Esta resolução está associada ao ‘dêi’ que

significa ‘é necessário’. Por quê? É uma necessidade de decisão do Pai? Na

experiência sobre o monte três discípulos ouviram falar do êxodo de Jesus.

Eram pessoas abalizadas, Moisés e Elias. Jesus não tem mais dúvida. A sua

grande experiência de êxodo vai ser não uma libertação do Egito, mas uma

libertação do que se chamava de cidade santa. A cidade santa tornou-se, na

verdade, um covil de ladrões. Sua tarefa é enfrentar o centro de poder.

Jesus quer transformar as pessoas do poder (político, econômico, religioso).

Não consegue. Pelo contrário, é eliminado.

Um profeta não morre fora de Jerusalém. Apesar de Jesus não ter

ilusões quanto à cidade de Jerusalém, pois ela mata os profetas, não deixa

de se sentir atraído por ela. É uma cidade especial? Não. Até é pior que as

outras cidades pois ela mata até profetas. Imaginem só!

Jesus chora sobre a cidade. Esta cidade já teve muitos sinais do amor

de Deus e mesmo assim não mudou de vida. Ainda acontecem os sinais do

amor de Deus para com esta cidade. Esta está tão ocupada com suas coisas

que não se dá conta que Deus está mostrando o seu amor por ela.

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De Jerusalém sai o anúncio. Em primeiro lugar um anúncio para a

própria cidade. Jesus fez de tudo pela cidade que o matou. É dela que ainda

sai o anúncio para todos os povos do mundo.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus que ama Jerusalém te atrai ou sentes repulsa ou indiferença

por ele?

17. Jesus diz: “Não temas!” Lc 1,13.30; 5,1-11; 8,50; 12,32;

Leitura é estudo. Leiamos com atenção os textos indicados e

façamos muitas perguntas para que os possamos compreender. A pergunta

ao texto ajuda muito.

Como se vê, pelo menos cinco vezes aparece no evangelho de Lucas

um convite para que a pessoa ou povo não tenha temor. É diferente que

medo? É dirigida a Zacarias, a Maria, a Pedro, ao chefe de sinagoga Jairo,

ao pequeno rebanho. Isto pode ter algum significado? Sim. Este temor trata

da experiência que as pessoas fazem quando Deus intervém em suas vidas.

É uma experiência do ”totalmente novo” que intervém em suas vidas. Deus

é totalmente diferente de nós. Ele é ‘muito mais’ amoroso que nós, Ele é

‘muito mais’ generoso que nós, Ele é ‘muito mais’ alegre que nós. E “os

muito mais” poderíamos multiplicar e não seríamos capazes de encontrar

tudo.

Há gente que fala do santo temor de Deus. É o respeito pelo

diferente. Não é medo, pois Deus é um Pai amorosíssimo. Ele não é Deus

para amedrontar alguém. Aliás, Ele não precisa usar este recurso. Zacarias

recebeu vários sinais e conseguiu aceitar e se libertou da mudez. Maria

logo aceitou e se declarou escrava do Senhor. Pedro percebeu a distância

que havia entre ele e Jesus e declarou: “Afasta-te de mim, pecador!” Jairo

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acolheu Jesus e se deparou com a inusitada novidade de sua filha viver. O

pequeno rebanho que acolheu a realidade do reino pode se defrontar com

muitas incompreensões até da parte dos que deveriam compreender o reino

de Deus e ainda não foram captados por ele.

Parece um convite cinco vezes repetido no evangelho de Lucas para

que o temor dos mistérios de Deus não nos impeça de prosseguir no

caminho de seu descobrimento cada vez maior. Não devemos parar à porta

e desistir de entrar na intimidade de Deus. Afinal, é para isto que existimos.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus que diz: “Não temas!” te atrai ou sentes repulsa ou

indiferença por ele?

18. Jesus a caminho de Jerusalém Lc 9,51; 13,22; 17,11.

Leitura é estudo. Vamos perguntar ao texto o que ele nos quer

transmitir.

Jesus escolheu a cidade de Jerusalém como sua cidade. Tem grande

amor por ela. Chega a chorar sobre ela. É para lá que se dirige. É nesta

cidade que quer realizar coisas bonitas? Parece que sim. Mas não alimenta

ilusões. A cidade de Jerusalém, de cidade de Deus passou a ser cidade de

oposição a Jesus. Jesus sabe disso. Mas não desiste de seu projeto sobre a

cidade de Jerusalém. Jesus, um artesão rural galileu, adota Jerusalém

cidade judaica. Nós temos naturalmente dificuldade de entender toda a

extensão desta opção de Jesus que era conhecido como artesão de Nazaré,

que é um lugarejo na Galiléia. Seria bom se olhássemos o mapa e

trouxéssemos para dentro da nossa compreensão de Jesus a frase do

Natanael: “Pode vir coisa boa de Nazaré?” Pôr-se a caminho é um desafio

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que Jesus realizou conscientemente. Lucas mostra Jesus dormindo ao

relento muitas vezes.

“Jerusalém, Jerusalém. Se soubesses...”

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus a caminho de Jerusalém te atrai ou sentes repulsa ou

indiferença por ele?

19. Jesus a serviço do Reino Lc 4,43; 8,9-10; 10,8; 16,16; 17,20-21

Leitura é estudo.

Vamos nos treinando em fazer perguntas ao texto. Fazer perguntas é

um segredo que precisamos conhecer profundamente.

Há ainda outros textos de Lucas que falam do Reino de Deus. Este

tema está frequentemente presente na boca de Jesus e, portanto, também

em seu coração. Também Lucas mostra um Jesus apaixonado pelo reino.

Para explicar o que entende por reino de Deus Jesus usa contar

historietas chamadas parábolas. Jesus lembra o que os antigos chamavam

de reino ideal. O rei que está à frente de seu exército para expulsar um

exército invasor e é o primeiro a morrer por amor ao povo era a expressão

melhor para Jesus falar do reino de Deus. Agora Deus intervém e ajuda a

mudar a história sofrida do povo sob poderes diversos, o império romano,

Herodes Antipas e ideologia religiosa das elites sacerdotais.

Lucas quer mostrar que Jesus é o divisor da história que ele procura

mostrar em três períodos distintos. Até João a Lei e os Profetas, isto é o

Antigo Testamento. Desde Jesus é proclamado o reino de Deus: este é

segundo momento da História. É o período da visita de Deus ao mundo. O

terceiro momento da História é a vida do povo seguidor do Crucificado.

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É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus servidor do reino te atrai ou sentes repulsa ou indiferença

por ele?

20. As aptidões do discípulo de Jesus Lc 9,57-62

Leitura é estudo. Façamos muitas perguntas ao texto.

São três relatos de ensinamento sobre o discípulo. Um ensinamento

através de historieta que pode ter sido inventada para poder ensinar. Muitas

vezes acontece assim.

O primeiro relato traz a comparação da raposa e dos pássaros. São

animais irrequietos. Mas param. Eles tem toca ou ninho. O Filho do

Homem não tem onde parar. Não significa desapego ou pobreza. Significa

que o Filho do Homem se encontra diante de uma tarefa muito urgente que

ele precisa fazer. Jesus procura repassar esta consciência da urgência para

os seus discípulos. O verdadeiro discípulo de Jesus tem consciência da

urgência da tarefa de Jesus.

O segundo relato narra Jesus dizendo que mortos podem enterrar

mortos. Há, portanto, duas espécies de morto. Há morto que anda por aí. E

há morto que está no caixão. O que está no caixão precisa ser enterrado. E

o morto que anda por aí pode fazer esta tarefa. Quem é o morto que anda

por aí? É todo aquele que ainda não foi captado pelo reino de Deus. Quem

foi captado pelo reino está muito vivo e precisa se dedicar ao reino de Deus

para fazer acontecer vida para mais gente. É uma prioridade. Imagine o

poder do discípulo de Jesus: dar possibilidade para pessoas que estão por aí

como mortas para que comecem a viver!

O terceiro relato descreve alguém que está lavrando. Quem não

cuidar bem da lavração poderá fazer serviço mal feito. Sobretudo se

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alguém fica olhando para trás vai estragar o serviço. Se alguém quer se

apresentar para fazer no Reino de Deus um serviço mal feito Jesus vai lhe

dizer que não é apto. Para ser apto não é necessário ter grandes instruções

mas compreender bem o que é o reino de Deus e se sentir apaixonado por

ele.

Portanto, Jesus pede dos discípulos que tenham consciência da

urgência da tarefa, saibam ter prioridades e tenham competência. Três

qualidades muito importantes. Nossa tarefa terá que partir de um coração

aberto, generoso, dócil ao Espírito e corajoso para empreender a caminhada

de discípulo de Cristo. Significativamente este texto se encontra logo no

início da grande inserção de Lucas (Lc 9,51 a 19,28). E esta inserção

começa com a firme resolução de Jesus de ir para Jerusalém. Poderíamos

também lembrar o que vem em seguida: a missão dos 72 discípulos. O

discípulo de Jesus está disposto a ser estraçalhado pelos lobos como seria o

cordeiro? Deverá ser como tropa ligeira que vai ao encontro rapidamente

onde houver algum problema para o povo. Já pensaram!: se nós cristãos

(padres, religiosos, lideranças e demais) estivéssemos “treinados” a correr

sem muitas coisas que nos atrapalhassem o caminho ao encontro do povo

tão cheio de problemas. Estaríamos logo lá onde há algum! Apesar de seus

riscos pessoais o discípulo é sempre alguém portador de paz.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus dos discípulos te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por

ele?

21. Jesus pergunta: de que lado você está? Lc 9,49-50

Leitura é estudo.

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João, apóstolo, achou que tinha feito algo muito bom ao impedir

alguém expulsar demônios em nome de Jesus. A razão da proibição: não

estava seguindo Jesus. Não o seguia fisicamente, é verdade. Mas ‘seguia’

Jesus na confiança que esta pessoa demonstrava. Estar do lado de Jesus não

significa segui-lo fisicamente.

Seguir fisicamente, mas estar longe de Jesus é não estar do lado de Jesus.

Se alguém segue Jesus apenas exteriormente e não se deixa transformar

espiritualmente, interiormente, ainda não está do lado de Jesus. Começa a

estar do lado de Jesus quem constantemente se pergunta o que Jesus faria, o

que pensaria em determinada circunstância, acontecimento.

Ser discípulo é um longo processo que não acontece por um passe de

mágica. É preciso muito esforço. É preciso compreender e deixar-se atrair

pela pessoa de Jesus de Nazaré.

Pode acontecer que pessoas sigam um Jesus de sua imaginação. Este Jesus

da imaginação só existe na imaginação. O Jesus verdadeiro a gente tem que

ir descobrindo pela leitura muito atenta dos evangelhos como estamos

tentando fazer com este livreto sobre Lucas.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus da clareza e transparência te atrai ou sentes repulsa ou

indiferença por ele?

22. Jesus em casa, em espaço de intimidade. Lc 7,36-50; 10,38-42; 11,37-52; 14,1- 24; 19, 1-10; (22,14-38)

Leitura é estudo.

Das cinco vezes que Jesus entra em casa, três vezes é em casa de

fariseu,e sempre para alguma refeição, uma vez em casa de publicano e

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uma vez em casa de Marta e Maria. Uma vez com os discípulos na

celebração da páscoa judaica, embora aqui não use o vocábulo casa.

Em todas as ocasiões acontece um ensinamento. Nas três vezes em

casa de fariseu o ensinamento se desenvolveu em clima de conflito. Jesus

precisou de toda a sua força para se posicionar com clareza e propor os

ensinamentos. Na casa do publicano reconhece a salvação acontecendo. Na

casa de Marta e Maria mostra para mulheres o melhor caminho de vida que

é escutar a Palavra de Deus. Nas sinagogas as mulheres não tinham direito

de participação ativa. Jesus na casa de Marta e Maria reconhece este

direito. Na celebração da Páscoa, embora não use a palavra casa se poderá

reconhecer o mesmo ambiente de casa. Também ali acontecem

ensinamentos. Em todas as vezes as situações são especiais. Os fariseus

resistem muito à sua palavra e não aceitam o seu ensinamento. Na casa do

publicano a abertura de Zaqueu à palavra de Jesus é grande embora

houvesse da parte de todos os que o acompanhavam uma opinião de que

Jesus nãodeveria entrar ali. Visitar e dar atenção às mulheres é único neste

profeta de Nazaré. Nenhum outro mestre (rabino) faz ou fez isto. Elas são

protagonistas para Jesus.

Embora Jesus fosse sempre hóspede, ele tinha a missão de patriarca.

Era dele a palavra de vida e de força para que todos pudessem prosseguir

no caminho.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus acolhedor te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por ele?

23. O evangelho na moldura do templo de Jerusalém.

Lc 1,5; 24,53.

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Leitura é estudo. Olhemos para os textos e procuremos

compreender a montagem que Lucas fez do seu evangelho. É necessária

observação atenta.

É uma moldura literária. Está no início e está no fim. Como uma

moldura. Observemos.

A primeira ação acontece no templo de Jerusalém (cf. Lc 1,5ss). A

última ação igualmente (cf. Lc 24,53). O templo torna-se no evangelho de

Lucas a moldura do evangelho. O que será que Lucas propõe para nós nesta

moldura? Será que ele quer dizer alguma coisa? Sabe-se que o templo é

sinal da presença de Deus. Onde eu reconheço a presença de Deus? Será

no sacrário? Ou será igualmente nas pessoas que eu encontro no dia a dia

da vida? Onde Jesus gostaria que eu reconhecesse a presença dele? As

pessoas, no dizer de Santo Irineu, são a glória de Deus. Elas já são a glória

de Deus para mim? Há dois modos de estar no templo. Um modo

puramente ritual e outro bendizendo e louvando a Deus. Como acontecem

meus modos de presença no nosso templo? Serão parecidos com os ritos de

Zacarias, muito obediente e justo, cujo coração não aprendeu a ter

confiança em Deus ou o modo destes homens, a maioria pescadores da

Galiléia, que já compreenderam a ação de Deus na história e O louvam e

bendizem?

O sacerdote Zacarias não pode dar a bênção porque ficou mudo. Jesus,

que não é da classe sacerdotal, mas dá a bênção como o sumo sacerdote

Simeão (cf Eclo 50). Porém esta bênção não acontece mais à frente do

templo de Jerusalém. Acontece até fora da cidade que já fora cidade de

Deus e que se tornou a cidadela da oposição a Deus. Também não se dá

após uma liturgia formal mas pelo dom da vida de Jesus na cruz.

Zacarias, embora observador fiel da Lei não era amigo e conhecedor

de Deus e até se tornou um oponente dele. Não pôde dar a bênção, isto é,

não pôde ser a extensão da graça de Deus para o povo que estava fora do

santuário esperando por ela. Jesus, amaldiçoado, morto como criminoso e

subversivo, se tornou um veículo da graça de Deus.

As nossas celebrações (missas, batismos, casamentos, confissões,

bênçãos, etc) são pelo nosso próprio modo de ser amigos de Deus

celebrações que transmitem graça e bênção? Zacarias ficou mudo. Quantas

e quais situações da vida que nos encontra mudos? Não sabemos o que

dizer. Ou nossa palavra é uma palavra sem ressonâncias. Muito formal,

sem vida? Quais serão as causas da mudez. Há mudez física. Mas há

também mudez psicológica. Há mudez por causas políticas. Há mudez por

causa espiritual. Esta última mudez não deveríamos ter. É a mudez que

manipulou Deus dentro de seus esquemas. Não é o Deus da revelação.

Quantas vezes me encontro rejeitando a novidade de Deus? Se Deus não é

mais constante novidade para mim então cuidado! Jesus, pelo contrário, é

aquele que abençoa. Jesus é aquele que decidiu seguir os projetos de Deus.

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Embora não tivesse a mesma vontade de Deus na hora mais complicada:

“Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo não se faça minha

vontade mas a tua!”(Lc 22,42). A vontade de Deus é salvadora e se

manifesta na cruz. Lucas entendeu que o verdadeiro discípulo é aquele que

toma a sua cruz (a vontade salvadora de Deus se manifesta pelo sofrimento

de toda ordem cada dia (Lc 9,23). Enquanto nossa vontade não estiver

ancorada no Deus vivo e verdadeiro, manifestado em Jesus de Nazaré ainda

estaremos sujeitos à mudez e não conheceremos a salvação de Deus que

vem através do sofrimento,sobretudo o sofrimento de purificação. E não há

como escapar deste!

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus ligado ao templo te atrai ou sentes repulsa ou indiferença

por ele?

24. Jesus evangelista. Lc 4,16-30; 24,13-35

Leitura é estudo.

Dois relatos complementares: Jesus em Nazaré e Jesus com os

discípulos de Emaús. Em Nazaré ele diz: Hoje se cumpriu aos vossos

ouvidos essa passagem da Escritura (Lc 4,21). Mas à medida das palavras

de clareza de objetivos de Jesus foram se posicionando contra Jesus. Este

mostrava claramente que não retornara a Nazaré para aí estabelecer sua

morada. Estava de passagem por sua terra. As esperanças para Nazaré

progredir com este filho que migrara para outro lugar (Cafarnaum) e agora

voltara, se frustraram. Esta volta é de poucos dias, é curta! Não é possível

planejar o progresso material contando com a presença de Jesus. Este tem

outros projetos. Porque Lucas escreveu esta passagem? Certamente havia

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muitos evangelistas que se sentiam fracassados e não queriam sair de sua

terra.

Com os discípulos de Emaús foi diferente (Lc 24,13-35). Jesus

acompanha os discípulos decepcionados (talvez um casal) que voltam para

casa, carregados de frustração. No caminho Jesus faz sair de dentro deles a

frustração e faz uma releitura das escrituras. Esta releitura aquece

novamente o coração dos discípulos com um sentido de vida tão forte que

voltam à noite de Emaús para Jerusalém anunciando a notícia de Jesus

vivo. Eles novamente são capazes de abandonar a casa e ir ao encontro da

comunidade.

Emaús, segundo alguns, distante de Jerusalém uns 12 quilômetros

seria um lugar a noroeste de Jerusalém. O fato é que de noite os dois

discípulos voltam, no escuro caminhando agora mais do que duas horas

para chegar a Jerusalém e encontrar os discípulos depois da meia noite.

Nós, cristãos do século XXI, precisamos ser acordados pelo próprio

Jesus que vem ao nosso encontro com chaves de leitura como ele fez com

os discípulos, o casal de Emaús. Nós todos vamos começar a sonhar em

uma missão muito forte para os cristãos católicos cuja fé parece estar

adormecida.

É hora de invocar o Espírito Santo para que Ele nos aponte Palavra

de Deus para nós hoje ao entrarmos no segundo passo:

2. Meditação é o segundo passo,ou degrau, ou etapa do método da

leitura orante. É a busca, pela ação do Espírito Santo, da Palavra viva de

Deus para nós hoje através do estudo de Lucas que acabamos de fazer. O

que Deus nos diz? Deixemos que a Palavra nos interpele pelo texto de

Lucas que acabamos de analisar.

3. Oração é nossa resposta à Palavra que ouvimos através de Lucas.

Estamos assustados com a Palavra? Temos grande alegria? Temos

esperança suscitada pela Palavra? Temos arrependimento por algo que não

temos realizado?

4. Contemplação é o quarto passo da leitura orante. O que

procuramos realizar depois de termos escutado a Palavra de Deus? Estamos

motivados para alguma ação? Estamos ainda indiferentes? Temos medo?

Este Jesus evangelista te atrai ou sentes repulsa ou indiferença por ele?