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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE
DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO.
JOCELIA DE SOUZA MESQUITA
ORIENTADOR: ANTONIO FERNANDO VIEIRA NEY
RIO DE JANEIRO,RJ, NOVEMBRO / 2002
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE
DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO.
JOCELIA DE SOUZA MESQUITA
TRABALHO MONOGRÁFICO APRESENTADO COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM SUPERVISÃO ESCOLAR RIO DE JANEIRO, RJ, NOVEMBRO/2002
AOS MEUS, FAMILIARES E COMPANHEIROS, QUE FORNECERAM LUZ PARA QUE O MEU PROCESSO EDUCATIVO, SE TORNASSE TÃO IMPORTANTE E SUFICIENTEMENTE CAPAZ DE CRIAR EM MIN ESTÍNULO ELICIADOR DE BUSCA DE CONHECIMENTOS, FOVORÁVEIS AO MELHOR
PROCESSO INSTRUTIVO NA APRENDIZAGEM.
“ O ÚNICO HOMEM QUE SE EDUCA É AQUELE QUE APRENDEU COMO APRENDER: QUE APRENDEU COMO SE ADAPTAR E MUDAR; QUE SE CAPACITOU DE QUE NENHUM CONHECIMENTO É SEGURO, QUE PROCESSO DE BUSCAR CONHECIMENTO OFERECE UMA BASE DE SEGURANÇA.” Carl R. Rogers.
SUMÁRIO
Introdução
Resumo ........................................................................................................................... p.07
Capítulo l - A leitura e a Escrita – Conceitos ........................................................... p.08 1.1- Pré – requisitos para Aquisição da Leitura, Escrita e Conceitos Aritiméticos ... p.11 1.2- Prontidão para aprender ...................................................................................... p.11 1.3- Percepção ............................................................................................................ p.11 1.4- Esquema Corporal .............................................................................................. p.13 1.5- Lateralidade ........................................................................................................ p.14 1.6- Orientação Espacial e Temporal ......................................................................... p.16 1.7- Coordenação Visomotora ................................................................................... p.19 1.8- Ritmo .................................................................................................................. p.20 1.9- Análise síntese visual e auditiva ......................................................................... p.20 1.l0- Habilidades Visuais ............................................................................................. p.22 1.11- Habilidades Auditivas .......................................................................................... p.24 1.12- Memória Cinestésica ........................................................................................... p.25 1.13- Linguagem Oral .................................................................................................. p.26 Capítulo ll - Causas dos Distúrbios de Aprendizagem da Leitura e da Escrita...... p.28 2.1- Orgânica .................................................................................................................. p.28 2.2- Psicológica ............................................................................................................... p.29 2.3- Pedagógicas ............................................................................................................. p.29 2.4- Sócio – Culturais ...................................................................................................... p.30 2.5- Dislexia .................................................................................................................... p.31
Capítulo lll -O Processo de leitura .............................................................................. p.32
3.1.- Distúrbios da Leitura ........................................................................................... p.35 3.1.1- Memória .............................................................................................................. p.35 3.1.2- Orientação espaço – temporal ............................................................................. p.36 3.1.3- Motricidade ......................................................................................................... p.36 3.1.4- Disturbios Topográficos ...................................................................................... p.36 3.1.5- Soletração ............................................................................................................ p.36 3.1.6- Dificuldade de leitura Oral .................................................................................. p.37 3.1.7- Dificuldade de Discriminação Visual .................................................................. p.37 3.1.8- Dificuldade de Discriminação Auditiva ............................................................... p.38 3.1.9- Dificuldade na leitura silenciosa ......................................................................... p.39
3.1.10- Dislexia ................................................................................................................ p.40
Capítulo lV - Processo de Escrita ............................................................................... p.42
4.1- Desenvolvimento do Grafismo ................................................................................. p.44 4.2- Distúrbios da Escrita ................................................................................................. p.48 4.3- Distúrbios de Aritmética ........................................................................................... p.49 4.4- Discalculia .................................................................................................................p.49 Capítulo V- Análise dos Distúrbios de Aprendizagem e o Compromisso do Professor. .... p.53
Conclusão ........................................................................................................................ p.56
Anexos ............................................................................................................................ p.59
Anexo SUGESTÕES PRÁTICAS PARA DESENVOLVER A LATERALIDADE p.59 Anexo SUGESTÕES PRÁTICAS PARA DESENVOLVER NOÇÕES DE ORIENTAÇÃO
ESPAÇO-TEMPORAL ...................................................... p.60
Anexo SUGESTÕES PRÁTICAS PARA DESENVOLVIMENTO DO RÍTMO . p.61
Anexo SUGESTÕES PRÁTICAS PARA AJUDAR A CRIANÇA DISLEXA ...... p.62
Anexo SUGESTÕES PARA AJUDAR A CRIANÇA COM DISCALCULIA-
MESMO PROCESSO PARA O DESENVOLVIMENTO DA FALA .......
p.64
Referências Bibliográficas
............................................................................................ p.68
Resumo A verdadeira educação é aquela que contribui
para o desenvolvimento da inteligência e para a formação da
personalidade, do autoconceito, do pensamento crítico, da
independência e da responsabilidade e ainda do espirito de
cooperativismo e compreensão, e em especial com crianças que por
algum motivo encontram dificuldades, no que a escola e a sociedade
lhe exige.
Assim a alfabetização tem a obrigação de oferecer a elas
confiadas oportunidades ótimas de desenvolvimentos em todos os aspectos – cognitivo,
perceptivo – motor - afetivo e social – para que elas no futuro não sejam vítimas dos
distúrbios de aprendizagens, tornando-as pessoas adultas no mais amplo sentido do
termo.
A estrutura do pensamento infantil exige que a criança, no
mundo, crie seus próprios valores e capacidades, para formar juízos pessoais,
disciplinar na sua conduta de acordo com eles e ao mesmo tempo tornar–se um ser
autônomo e auto suficiente. Os educadores da alfabetização, portanto, oferecem às
crianças situações – problemas que induzem a pensar, refletir, criar, participar e
conviver para desenvolver suas capacidades de aprender a ler e escrever.
Um trabalho com esse espírito, ajudará as crianças a livrar-
se dos famosos distúrbios de aprendizagens, que circulam pelos corredores escolares.
l- A leitura e a Escrita __ Conceitos
A leitura e a escrita representa um processo histórico na
construção dos sistemas, que podem ser: auditivo (palavra falada) visual ( palavra lida)
e escrita.
A leitura e a escrita em momento algum podem ser tratadas
e consideradas, como função isoladas ou autônomas uma da outra.
O ser humano adquire o sistema auditivo primeiro porque
além de ser fácil requer menos maturidade psicológica, pois o significado da palavra
precisa ser adquirido antes que a as palavras possam ser usadas como tais. Para que
uma palavra tenha significado, ela tem que representar uma determinada unidade de
experiência. Os processos internos da linguagem são os que levam a transformação
das experiências e dos símbolos usuais.
Deve- se considerar a recepção e a expressão que são
facetas adquiridas pelas crianças.
“Para aprender a falar, o ser humano precisa ter feitos órgãos sensoriais, motores e de articulação, além de um processo normal de evolução do sistema nervoso.” Elizabete 2001 (p.35)
Para falar da Escrita, não podemos jamais deixar de lembrar
a importância da fala, pois as duas estão indissoluvelmente ligadas.]
A criança desde pequena encontra- se inserida no ambiente
sonoro, como já foi mostrado e dito acima é o mais fácil para aprender. No ambiente
familiar, ao conversar com seu grupo social e através do contato com o meios de
comunicação de massa ( rádio, televisão, etc. ), ela irá construir o seu próprio
repertório para a aquisição das experiências necessárias à fala, leitura e escrita, que
exige uma certa capacidade para a aquisição de significados das palavras, que lhe
proporcionará maior facilidade para ler e escrever.
A criança que apresenta Distúrbios de Linguagem interna,
isto é defeito em um dos órgãos sensoriais, terá muitas dificuldades para adquirir o
significado das palavras. Emilia fala que:
... “Quando uma criança escreve tal como acredita que poderia ou deveria escrever certo conjunto de palavras4, está nos oferecendo um valorosíssimo documento que necessita ser interpretado para poder ser avaliado. Essas escritas infantis têm sido consideradas, displicentemente como “garatujas.” 2002(p.16,17)
É esperado da criança ao chegar na escola, que ela tenha
compreensão e expressão da palavra falada, sendo assim, está pronta a desenvolver
estágios superiores da linguagem necessária à alfabetização, é comum também
encontrar registrados nos objetivos expostos nos planejamentos e programas, que a
criança deve alcançar o prazer da leitura e que deve ser capaz de expressar- se por
escrito. Esses pré- requisitos são os mínimos e necessários para a aquisição da
leitura, escrita e conceitos aritméticos na alfabetização.
Deve- se perguntar quais são os reais objetivos da
alfabetização? E claramente esses objetivos se definem de forma muito geral nos
planos e programas, e de uma maneira muito contraditória, e confusa na prática
cotidiana e nos exercícios propostos para aprendizagem na alfabetização.
“ As práticas convencionais levam, todavia que a expressão escrita se confundem com a possibilidade de repetir formulas estereotipadas, a que se pratique uma escrita fora do contexto, sem nenhuma função comunicativa real e nem sequer com a função de preservar informação.” Ferreiro ,2001 (p.18)
É importante a discussão para todos aqueles que desejam
compreender melhor as questões relacionadas as práticas e o desenvolvimento global
da função simbólica e os processos cognitivos específicos da leitura.
1.1- Pré- Requisitos para a Aquisição da Leitura,
Escrita e Conceitos Básicos.
1.2- Prontidão para Aprender.
É de grande relevância questionar as condições da criança
que inicia, observando o seu desenvolvimento físico, intelectual e emocional.
Jamais devemos deixar de levar em conta as diferenças
individuais que cada criança tem seu ritmo próprio de aprender, que acaba sendo visto
como diferenças ou “Distúrbios” para aprender.
Se a criança já tiver nível suficiente, sob determinados
aspectos pode- se dizer que ela já têm prontidão para alfabetização e poderá iniciar o
processo da função simbólica, que é a leitura e sua transposição gráfica que é a escrita.
O processo para iniciar a leitura e a escrita depende de uma
complexa interação dos processos neurológicos e de harmoniosa evolução de um
conjunto de habilidades que fundamentam os pré- requisitos. Habilidades estas que
são:
1.3- Percepção
É a capacidade que todo ser humano adquire através dos
órgãos dos sentidos e experiências vividas.
Até 3 anos a criança é egocêntrica. É capaz de experimentar
de forma indiscriminada tudo o vê pela frente, para vê satisfeita suas necessidades de
descobertas. E também assimila conceitos sem experimentos, logo o ambiente social é
de grande valor para a sua aprendizagem.
“Por volta dos 5 anos, juntamente com o aumento do vocabulário, a criança começa a abstrair.” Elizabete 195 (p.78,79)
Por volta dos 9 anos, mais ou menos, a criança já consegue
trabalhar com formas abstratas de pensamentos. Ela vai perceber os detalhes
integrados a ela, de acordo com o seu desenvolvimento do seu sistema nervoso.
Convém lembrar, que a criança passa necessariamente, por
etapas importantes em que constrói o seu desenvolvimento, e sua capacidade de
perceber, independentemente da camada social a qual encontra- se inserida. Se faz
necessário saber que nem sempre aos 7 anos ela tem a obrigação de estar pronta para
ser alfabetizada e pior ainda aos 4 ou 5 anos.
É importante ressaltar que e etapa da alfabetização está
ligada intimamente ao desenvolvimento do sistema nervoso central. E na maioria da
vezes as crianças fazem por conta própria uma boa parte do longo e ardúo caminho da
alfabetização.
Quanto maior for as condições para aquisição da capacidade
de perceber, maior será sua maturidade para a abstração. E é da competência do
professor, desenvolver todas as habilidades que venham a desenvolver a capacidade
de percepção do seu aluno.
1.4- Esquema Corporal.
É uma habilidade que abrange conhecer o próprio corpo,
suas partes, movimentos das atitudes e posturas. Esta habilidade, esquema corporal
implica na base em que a criança tem da formação do próprio Eu.
O esquema corporal é um componente muito importante e
indispensável para uma boa formação da personalidade da criança. É a exposição
escrita de movimentos global, científica e referencial do seu próprio corpo.
“ A criança que não consegue desenvolver bem o seu esquema corporal pode ter sérios problemas de orientação espacial e temporal, no equilíbrio e na postura, atividade de se locomover num espaço ou escrever obedecendo os limites de uma linha ou de uma folha.” Elizabete, 1995 (p.78,79)
Para que uma criança tenha um bom desenvolvimento no
início da leitura ela deverá praticar o esquema corporal, realizando, diversos jogos para
que ela adquira o domínio de seus próprios movimentos e perceba o seu corpo em uma
totalidade.
A criança no esquema corporal, de forma interna está ligado
a capacidade de perceber o seu próprio corpo de forma externa, é a capacidade de
apontar através de espelhos figuras, outras pessoas etc... partes do seu próprio corpo.
A criança se sentirá bem e satisfeita na medida em que seu
corpo lhe obedece, em que conhece bem, em que pode fazer uso do mesmo não
somente para movimentar- se mas também para agir e transformar o mundo em sua
volta.
Na medida em que pratica exercícios de forma integrada,
ajudam a criança a ter consciência do próprio corpo de forma global e compreender a
existência de cada segmento do seu corpo. Estes exercícios vão tornar possível à
capacidade para a execução de exercícios mais elaborados, no sentido de perceber e
fazer associação das partes do seu próprio corpo a vários objetos que rodeiam,
conhecimento analítico do espaço necessário aos gestos (movimentos) com destreza,
coordenação e equilíbrio.
Com os exercício que possam possibilitar equilíbrio, destreza
e coordenação dos gestos a criança irá adquirir movimentos de forma mais elaborado,
onde é capaz de prever e adaptar seu movimentos ou objetivos a serem alcançados e
exibir através da expressão do próprio corpo uma emoção, um sentimento ou uma
ação, etc...
Para melhor acompanhamento segue sugestões de
atividades em anexo.
1.5- Lateralidade
É a dominância de um lado em relação ao outro favorável de
força, precisão e até percepção dos movimentos de um dos lados. A lateralidade
também é influenciada por certos hábitos sociais.
“A lateralidade é definida a partir da referência neurológica que se tem por um lado do corpo, que diz respeito a mão, pé, olhos e ouvido. Essa preferência é importante para desenvolver deferentes atividades, inclusive a leitura.” Elizabete 1995 (p.79)
Mesmo sem ter conhecimento dos termos direito/esquerdo a
criança pode ser bem lateralizada. É muito importante e fundamental que a criança
possa perceber que seu corpo tem dois lados perfeitamente iguais e em qualquer lugar
que ele esteja cada um é sempre o mesmo.
Os indivíduos Destro- utiliza a parte direita do corpo, os que
são Canhotos utiliza a parte esquerda e os Ambidestros utilizam os lados com a mesma
habilidade, perfeição e destreza.
“Quando há dominância direita ou esquerda perfeita, não há perturbação de esquema corporal, e quando a lateralidade é cruzada, os distúrbios psicomotores são evidentes com deformação no esquema corporal.” Ajuriaguerra 1992 (p.215-217)
Se a criança tem lateralidade cruzada sua coordenação será
pobre e ela não consiguirá desenvolvimentos para habilidades manuais.
“ É importante lembrar que na análise da lateralidade é preciso excluir os casos de deficiência de visão e audição.” Elizabete 1995 (p.47)
Ainda existe muitas dificuldades de diagnosticar a
lateralidade dos olhos no que se refere a lateralidade cruzada, pois em muitos casos
pode ser decorrente de defeitos de natureza ainda não diagnosticada, de modo que
quando nos deparamos somente com olhos de lateralidade cruzada temos dúvidas.
1.6- Orientação Espacial e Temporal
Se a criança tem a capacidade de dirigir- se é de suma
importância e fundamental, para iniciar- se num processo de alfabetização.
Pode- se dizer que a Orientação Espacial e a estruturação do
indivíduo com o mundo e exterior aludindo- se em primeiro ao seu referencial e mais
tarde a objetos ou até mesmo pessoais que poderá está em movimento ou estática, e
desta forma poder situar- se ou agir correspondentemente.
E a real consciência do corpo com o espaço que ocupa, bem
com os objetos que a circunda o fato de estar perto de ... está em cima de...
Essa mesma capacidade de estruturação temporal ajudará a
criança na alfabetização a ser capaz de situar- se em função de:
- Noções de tempo longe, tempo curto;
- Noções de ritmo regular de ritmo irregular ( aceleração,
freiada);
- Noções de cadência rápida ou lenta;
- Renovações de cíclica de semanas, meses, anos estações
do ano;
- Do caráter irreversível do tempo.
“Para a criança compreender a noção de tempo é necessário levarmos em consideração dois aspectos fundamentais: O tempo próprio de cada um e o tempo externo ao qual a criança deve se adaptar. A criança se organiza a partir de seu próprio tempo. Por exemplo, a nossa aula começa depois do almoço e termina antes do jantar. Esses conceitos e outros é sempre partindo da realidade da criança, fazem com que ela perceba o tempo vivido adquirindo condições de dominar, como hoje, ontem, amanhã, dias da semana, meses, ano, horas, etc... a consciência desses conceitos vai permitir que a criança se oriente no tempo durante a realização das atividades futuras.” Elizabete, 1995 (p.80).
“ Tanto quanto as estruturação espacial, a estruturação temporal também não é um conceito inato. Tem que ser construído e exige um esforço um trabalho mental da criança que ela só consiguirá realizar quando tiver um desenvolvimento cognitivo mais avançado.” Gislane 2002 (p.89)
O professor deverá ajudar a criança na aquisição de
conhecimento de noções espaciais trabalhando com atividades que desafie a criança a
se locomover de um lugar para outro, o que fazer, como colocar um determinado objeto
em um determinado lugar. Com atividades assim a criança irá se ajustando ao tempo e
ao espaço exterior. assimilará noções de velocidade e direção próprias de seu dia- a-
dia.
Na medida em que o professor percebe que a criança
domina vários termos espaciais, deverá ensinar- lhe a orientar- se para direita, ir para
esquerda e para trás. Ela terá então, maiores condições de realizar as associações e
transposições necessária aos ensinamentos escolares, principalmente em relação à
leitura à escrita e à matemática.
Se o mesmo colocar com a criança para que domine as
noções espaciais poderão ser evitados problemas de aprendizagem da leitura e escrita
como:
• Confundir letras (
“b” e “d”, “p” e “q”),
• Ter dificuldades em respeitar a ordem das letras nas
palavras, nas frases (tarde/trade);
• Não locomover os olhos no sentido esquerdo- direito na
leitura;
• Não consegue respeitar os limites da folha;
• Apresenta serias dificuldades na organização do material
escolar;
• Esbarra facilmente
nos objetos e pessoas que estão a sua volta.
Nos primeiros anos de escola as noções temporais são mais
difíceis e abstrata para a criança, pois muita das vezes misturam os fatos de uma
história, conta história iniciando pelo final.
O professor deverá comprometer- se além de saber,
trabalhar com a criança dando- lhe oportunidades, onde, a criança possa fazer uso
delas para aquisição da compreensão de seu próprio tempo vivido.
É de fundamental importância saber que, alfabetizar requer
trabalhos, que favoreça a criança oportunidades para um desenvolvimento da
percepção do espaço e do tempo, percepção esta que colabora com a criança na busca
de idéias de tempo, duração, seqüência, etc. Obviamente será uma busca difícil para a
criança, pois aos poucos ela deverá ir adquirindo como dirigir, frear ou acelerar seu
próprio corpo e seus próprios movimentos.
Para melhor acompanhamento segue em Anexo sugestões
práticas de atividades.
1.7- Coordenação Visomotora
É a integração que a criança tem entre os movimentos do
corpo com o movimento da visão.
Quando a criança faz a leitura de um texto é exigido a ela
uma sucessão de movimentos, oculares muito bem coordenados, ritmados, orientados
da esquerda para a direita.
Os prés- requisitos muito importante para a aprendizagem da
leitura e escrita é o aparelho visual e auditivo íntegro. Porém só isto não é suficiente. Se
a criança apresentar alguma dificuldade de audição ou visual ela não consiguirá
desenvolver as habilidades de leitura e escrita.
Se a criança não apresenta defeitos visuais ou auditivo, e
não consegue transmitir informações exatas ao sistema motor, ela terá que adguirir o
controle ocular. Deve procurar seguir um objeto, ou ainda direcionar seus olhos para as
mãos quando estas estão em contato com o objeto.
1.8- Ritmo.
O ritmo é uma habilidade muito importante, pois dá a criança
a noção de duração e sucessão, quando se diz respeito à percepção dos sons no
tempo. A criança que tem falta de habilidade rítmica pode ter uma leitura lenta,
silabada, com pontuação e entonação inadequadas.
O ritmo não envolve somente as noções de tempo, mais esta
ligada ao espaço. Toda criança tem seu ritmo natural desde a hora de seu nascimento
a criança está ligado ao ritmo do berço, a melodia de ninar da mãe, na dança, no pular,
no correr, todas sua manifestações são ritmadas, e é por isto que se diz que o ritmo
deve ser vivido corporalmente.
A falta de ritmo irá afetar a parte gráfica, as dificuldades de
ritmo irá contribuir para que a criança escreva duas ou mais palavras, unidas,
adicione letras nas palavras ou até mesmo omita letras ou sílabas.
1.9- Análise e Síntese Visual e Auditiva
Ser capaz de fazer integração dos movimentos do corpo
integrados a visão é fundamental para a criança em fase de alfabetização.
A fonetização da escrita se inicia quando as crianças
começam a buscar uma relação entre o que se escreve e os aspectos sonoros da fala
e a ligação que ela busca com a visão.
A criança precisa ser capaz de fazer análise, visualmente
para mais tarde estar apta para transferir a escrita das palavras e frases.
Veja na ilustração o exemplo de análise e síntese:
Desenho Análise Síntese
Todo Completar as partes Todo
Com esse tipo de atividade de construção e reconstrução a
criança visualiza o todo, completa as partes que estão faltando e necessáriamente terá
que reconstruir o todo novamente. Na escrita o processo é o mesmo, a criança precisa
ver uma palavra, decompô- la, unindo suas partes novamente.
“Pode- se dizer que um primeiro momento, as crianças conceitualizam a escrita como um conjunto de formas arbitrárias, dispostas linearmente, que não representam os aspectos figurais do objeto__ para isto serve o desenho __e que serve fundamentalmente para representar aquela propriedade importantíssima dos objetos que o desenho não consegue representar: o nome. Linearidade de formas são as duas características mais facilmente aceitas de uma representação escrita.” Emília 2001.
Exemplo
menino me- ni- no menino
Visão do todo análise das partes síntese do todo
Para que a criança se sinta capaz de escrever, é necessário
que ela faça a leitura, antes a palavra deve ser ouvida, visualizada e depois escrita.
A criança com dificuldades para fazer análise, apresenta
problemas na formação de sílabas, na seqüência das letras e na formação de novas
palavras.
1.10- Habilidades Visuais.
A criança para aprender a ler e escrever é necessário que
seus olhos funcione perfeitamente. É através dos olhos que a criança faz, discriminação
de semelhanças e diferenças, memória visual, formas e tamanhos, percepção da figura
fundo.
É a partir de objetos conhecidos, da discriminação de seus
detalhes, da visualização de símbolos gráficos ( letras, palavras), que a criança vai
desenvolvendo habilidades visuais.
“No início da aprendizagem, a criança move os olhos de forma desordenada .” Elizabete 1995(p.82)
A criança deve ser estimulada os seus movimentos oculares
em toda as direções possíveis – para que ela adquira capacidade, de no início da
leitura, deslocar os olhos da esquerda para direita, fazendo as paradas e os saltos que
a leitura exige.
Quando um indivíduo não consegue reter com exatidão uma
série de estímulos apresentados visualmente, ele terá muitas dificuldades na
organização das palavras que necessáriamente exigirá da criança memorização visual
que segundo Morais:
“É a capacidade da criança reter os movimentos necessário a realização gráfica “.1988 (p.17) .
Veja a importância dessa capacidade: o som Sa pode ser
representado tanto pela grafia “ssa” como pela grafia “ça” ou mesmo pela grafia “sa” (
presença , passarinho, bolsa,etc.)
Estas palavras são discriminadas em suas diferenças
gráficas, desse som sa apenas pela memória visual. A criança irá ouvir um mesmo som
nas três palavras.
A percepção da figura- fundo é a capacidade de dirigir a
atenção para palavra ou grupo de palavras dentro da palavra. A falta desta habilidade
poderá levar a criança não se concentrar na letra ou palavra que está sendo escrita.
A capacidade de reter atenção necessária à observação da
figura fundo- está relacionada a memória visual.
Como no mostra Johson e Mylebus:
“Esse distúrbio da memória visual resulta de disfunções do sistema nervoso central, e freqüentemente se manifesta só no espaço visual ou só no auditivo.” 1995(p.86)
A criança só poderá reter em sua memória visual as
capacidades que lhe forem transmitidas pelo professor ou meio em que vive a partir de
variadas atividades.
Exemplo em sala de aula:
• Apresentação de
cartazes com as três palavras citadas;
• fazer a leitura dos mesmos juntamente com a criança
• Em seguida desafiá- la a mostrar através de ditado oral
ou escrito que a criança aponte as diferenças visuais.
1.11- Habilidades Auditivas
Os ouvidos e a visão colaboram muito para o
desenvolvimento da habilidade de armazenar os sons.
“...É através da visão e da audição que os símbolos são recebidos e conduzidos ao cérebro para serem retidos.” Elizabete 1995 (p.82)
Essa habilidade é tão importante quanto a visão no
processo da aprendizagem da escrita.
Pode- se concluir que a visão e audição são dois sistemas
encarregados de receber auditiva e visualmente as informações gráfica e conduzir ao
cérebro, para serem armazenadas, juntamente com as outras informações.
Toda criança com deficiência auditiva ou visual,
consequentemente, o sistema nervoso central receberá informações distorcidas
através desses receptores ( olhos e ouvidos), o que certamente dificultará ao cérebro
coordenar adequadamente as informações recebidas.
Cabe ao professor da alfabetização, a responsabilidade de
passar informações estimuladoras e corretas, as quais serão retidas, e recordadas
quando a criança precisar fazer uso delas, para correspondência dos símbolos
gráficos aos seus respectivos sons.
Veja alguns exemplos de símbolos que requerem maior
estimulação auditiva: ( t/d, f/v, p/b, b/d, etc.).
1.12- Memória Cinetésica.
Segundo Morais, 1988:
“É a capacidade da criança reter os movimentos motores necessários a realizações gráficas.”
A criança que tem dificuldades na memória cinestésica,
provavelmente não se lembrará do traçado das letras para escrita espontânea, ditado,
fará letras isoladas e sua cópia será lenta.
O professor deve auxiliar o aluno com atividades que
estimule a rememorização dos traçados das letras, no começo da aprendizado da
escrita, este tipo de atividade colaborará para a criança ir aprendendo.
Toda criança ao iniciar a aprendizagem da escrita precisa de
muita ajuda e orientação tais como: pegar o lápis, a forma de colocar o caderno na
carteira, e de onde começar o traçado das letras.
É aos poucos que a criança retém na memória cinestésica
os atos motores, as crianças que não consegues fazer a retenção destes atos,
futuramente poderão ter dificuldades para realizar o ditado e escrita espontânea.
1.13- Linguagem Oral.
A linguagem oral faz parte de um dos pré- requisitos para o
início da escrita e é uma etapa que antecede a leitura e escrita.
Sabe- se que a criança está preparada para alfabetização
após o conhecimento de todos os sons da língua. Do ponto de vista fonoarticulador isso
só deve acontecer por volta dos 6 anos de idade.
É necessário que a criança amplie o seu vocabulário, e neste
estágio de ampliação, a criança já deverá ser capaz de conhecer o significado das
palavras. Pode- se notar que a falta de vocabulário verbal é um problema para
compreensão de textos que será visto com mais freqüência nas série posterior.
Trabalhamos com dois tipos de vocabulários: o ativo (palavra
entendida) e o passivo (palavra falada) o desenvolvimento neurológico integrado e as
experiências vividas, que são responsáveis pelo desenvolvimento destes vocabulários.
A criança deve ser estimulada tanto na escola como em casa
para que ela se sinta satisfeita a partir da capacidade de expressar- se.
CAPÍTULO ll
Causas dos Distúrbios de Aprendizagem da Leitura e da Escrita 2.1- Orgânica. Para os distúrbios de aprendizagem da leitura e
da escrita podemos atribuir as mais variadas causas, aqui são tratadas apenas as mais citadas e de maior abrangência.
Elizabete 1995 Nos mostra que as causas são: “Orgânica, psicológicas, pedagógicas, sócio- cultural, dislexia, embora sabemos que o dislexo apresente inteligência normal. (p.83,84)
2.1-Orgânicas.
• Cardiopatias: designação genérica das infecções do
coração;
• Encefalopatias: designação genérica das doenças
orgânicas do encéfalo (parte do sistema nervoso contida
na cavidade do crânio e que compreende o cérebro, o
cerebelo e o bulbo raqueno);
• Deficiências sensoriais motoras: (paralizia infantil,
paralizia cerebral, etc.);
• Deficiências intelectuais: (retardamento mental ou
intelectual) e disfunção de outras enfermidades.
2.2- Psicológicas.
Este processo envolve os desajustes emocionais provocados pela dificuldade que a criança tem de aprender, o que gera ansiedade, insegurança, e leva geralmente a criança ao auto conceito negativo. Se não tratada elas se tornam patológica e começam a fazer parte do organismo em função de como são vistas e tratadas no sentido psicológico.
2.3- Pedagógicas.
Este processo envolve uma variedades de itens, tais como
inadequação dos métodos, falta de estimulação e percepção por parte da escola dos
pré- requisitos necessários a alfabetização, alfabetização precoce, relacionamento
professor aluno, não domínio de conteúdo por parte do professor, super lotação em
sala de aula, e assim por diante.
Estas causas poderiam ser analisadas em um único
parâmetro que pode se dizer método, sendo este que desencadeia todas as questões
em desarticulam o aspecto pedagógico.
Como mostra Emília Ferreiro ( Revista Nova Escola, nº
34,out.98,p.14)
“As crianças de camadas populares encontram maiores dificuldades, mas elas não chegam a escola totalmente ignorantes, falta a escola dizer- lhe o que é escrever.”
Diz ainda que a criança leva um ano para adquirir estas habilidades, tratadas nesta pesquisa;
A alfabetização por questões econômicas, sociais e políticas
as quais serão tratadas na causa sócio- econômico, vem enfrentando sérios
problemas, no que se toca a questão pedagógica, para o ensino de leitura e escrita.
Gomes “Sabemos, também que os fatores econômicos, políticos e sociais não podem ser desconsiderados quando buscamos entender as causas de elevado número de repetências em nossas escolas. Estes no entanto, não são suficientes para explicar o “fracasso escolar”, pois estamos falando de sujeitos diversos em situações adversas, quando a nosso ver, é a subjetividade que devem concentrar as discussões.” 2000 (p.64)
Aparecem propostas que analisam a questão específica,
leitura e escrita porém a grande maioria dos professores continuam angustiado e não
conseguem articular propostas dentro da escola a ponto de conhecer o
desenvolvimento das habilidades da criança e aplicar atividades certas na hora certa.
Nem tão pouco é possível se fazer um trabalho de
desenvolvimento dos prés- requisitos necessários à leitura e escrita com salas
superlotadas.
2.4- Sócio-Culturais.
A maior responsável pelas outras causas, são as sócios-
culturais, pois grande parte das causas dos distúrbios tem origem sócio – cultural.
Com nos mostra Elizabete (Problemas de Aprendizagem,1990,p.84);
“falta de estimulação (criança que não faz pré – escola e também não é estimulada no lar), desnutrição cultural do meio, marginalização das crianças com dificuldades de aprendizagem pelo sistema de ensino.”
Pede- se concluir que em síntese as causas sobre cai sob responsabilidade do aspecto pedagógico. Existem vários aspectos que impedem a parte pedagógica da alfabetização desempenhar um bom trabalho. Mas
nem por isso lhe é tirado a responsabilidade maior para com a criança da alfabetização.
2.5- Dislexia A dislexia aparece como causa dos distúrbios de leitura e
escrita o dislexo apresenta dificuldades na identificação dos símbolos gráficos.
Para melhor acompanhamento, segue em anexo sugestões
práticas para trabalhar com o dislexo,
CAPÍTULO III
3- O Processo de Leitura: Pode-se observar no decorrer desta pesquisa, que a leitura é um processo que envolve
questões deste emocionais até política, é uma capacidade que a criança adquire no
decorrer da sua vida, onde as circunstâncias colaboram para que tenha sucesso ou
fracasso na aprendizagem e por toda sua vida político social.
Pamplona 1988 no mostra que:
“A leitura envolve, primeira- mente, a identificação dos símbolos impressos (letra,palavras) e o reconhecimento destes símbolos com os sons que eles representam.” (p.17)
Vê-se que a capacidade que a criança tem de expressar-
se, pela fala e consequentemente pela leitura é muito complexa para a criança, dá-se aí
a necessidade do desenvolvimento dos pré-requisitos, que são habilidades a escreita
sem ferir o saber que elas já trazem do seu meio social.
Segundo Elizabeth estes são os processos de leitura:
a) Identificação dos símbolos impressos (letras, palavras).
O primeiro gesto de abrir a boca e ler palavras que viu, além
de exigir habilidade que abrangem várias compreensões ainda exige um grande esforço
de seu próprio corpo que at5ravés dos olhos a criança pode ver a palavra , e estes
devem estar em perfeito funcionalismo, como já tratamos no desenvolvimento das
habilidades visuais, para transmitir estes estímulos através do nervo ótico ao cérebro, e
este repassar, para quem ouve a criança em forma de fala – que é a leitura.
As vezes se faz necessário a intervenção pedagógica no
sentido de rever a evolução psicológica no aspecto que for necessário quando a leitura
apresentar distorções.
Emília Ferreiro mostra na (Nova Escola, out/nº34),
“A partir do conhecimento de uma série de fator que estão vinculados evolução psicológica, é preciso pensar em
outros termos na intervenção pedagógica, e em todas as coisas que estão ao redor desta intervenção.”
Certamente as coisas que estão ao seu redor são aspecto
sócio político econômico.
b) Relacionamento dos símbolos gráficos com os sons que
eles representam:
A escola tem que ser clara, aberta e correta no tratamento
das relações entre letra e som. Tanto as cartilhas como professores, dão uma
explicação equivocada e de difícil compreensão quando colocam a coerência lógica na
relação letra/ som, exigindo leitura e ortografia correta na alfabetização. A criança
quando está neste processo não tem condições de acompanhar os métodos de ensino,
e nem criticar ou entende o que o professor e a escola está lhe propondo, sendo dessa
maneira levado e destinado ao rótulo do fracasso, que irá lhe acompanhar por um bom
tempo.
No início da leitura, a criança passa por um processo onde
tem que decodificar, isto é decifrar visualmente símbolos impressos, fazer associações
entre palavras e som.
Os órgãos dos sentidos (visão, tato, audição e olfato) são
importantes, pois leituras sensoriais começam desde muito cedo em nossas vidas.
A criança pode envolver-se emocionalmente com as
leituras neste caso leitura emocional. Na escola a grande tendência é a leitura
intelectual, onde afasta a criança de seu próprio contexto social tendo que aprender a
ler.
Para que a criança faça uma leitura é necessário que ela
tenha uma perfeita integridade sensorial, capacidades para fazer integração de suas
experiências não verbais, diferenciando um símbolo do outro, dar-lhe significado e rete-
lo ( para fazer uso dessa retenção quando fizer leitura escrita).
Criança com dificuldades para integrar linguagens auditivas e visuais, terá dificuldades
para reter o que ouve e consequentemente manifesta distúrbios de leitura.
Significado audição Visão palavra Vivência da criança Palavra falada Escrita
A escola necessita dar a maioria das crianças, o direito de
descobrir-se e agir livremente, fazendo o uso de ambientes que proporcione o mesmo
prazer pela leitura. Na maioria das vezes damos o fracasso de presente a nossa
criança, no início de sua escolaridade básica, sem que ela tenha o direito de optar ou
até mesmo de se defender do que lhe está sendo imposto.
3.1 - Distúrbios da Leitura. Segundo a classificação de Johnson e Myklebus os distúrbios são : 3.1.1 - Memória.
’COELHO’ COELHO
Quando a criança apresenta dificuldades auditivas e visuais,
é difícil para ela fazer a retenção das informações recebidas não conseguindo lembrar a
ordem das letras ou som das palavras.
3.1.2 - Orientação Espaço – Temporal.
A não evolução dessa habilidade impossibilita a criança de
reconhecer direita e esquerda não entendendo a ordem destas palavras ficam
atrapalhadas sem entender a regra do jogo nas brincadeiras não consegue ter noção
de horas, idéias, etc...
3.1.3 - Motricidade.
Envolve a coordenação motora grossa e fina, não consegue
fazer o uso adequado dos materiais pedagógicos, dificuldades para andar de bicicleta.
3.1.4 - Distúrbios Totográficos.
O desenvolvimento da capacidade topográfica, não foi
citado neste, como pré – requisito para a leitura, porque ele está inserido dentro do
desenvolvimento da orientação espaço – temporal ( distúrbios topográficos,
incapacidade para definir escala simbólica dentro de um espaço real, mapas, legendas,
etc...).
3.1.5 – Soletração.
A dificuldade para soletrar está inserida na organização
auditiva e visual. Se a criança não consegue organizar a soletração junto as seus
órgãos auditivos e visual, irá limitar a escrita, o que resultará em incapacidade para ler.
Em função destes distúrbios, que na realidade, são
habilidades não evoluídas surgem os problemas específicos da leitura que segundos
Elizabete são:
3.1.6 – Dificuldade na Leitura Oral.
A leitura oral exige capacidade tanto auditiva como visual,
estes órgãos recebendo informações distorcidas a criança apresentará distúrbios na
leitura oral pois a criança precisa perceber as informações que seu cérebro processará.
3.1.7- Dificuldade de Discriminação Visual.
Existem dois tipos de problemas ligados à discriminação visual:
defeito na visão ( corrigível com lentes) ou a incapacidade para diferenciar interpretar
ou recordar as palavras, devido a uma distorção do sistema nervoso central.
Pode-se perceber como já foi mostrado na evolução dos pré –
requisitos a criança, que não for bem estimuladas a desenvolver as habilidades visuais
na pré - escola poderá ter dificuldades para discriminar, visualmente mesmo não
havendo os problemas orgânicos aqui citados.
A partir das experiências realizadas com crianças foi
possível observar que a criança com qualquer um dos distúrbios apresentam as
seguintes dificuldades:
• Dificuldades para ler da esquerda para a direita, mesmo sendo
lateralizada faz leitura da direita para esquerda;
• Todas as crianças fazem omissão de letras das palavras ou
frases inteiras;
• Repete palavras e linhas inteiras nas realizações da leitura;
• Fazem trocas de palavras alterando o significado da leitura;
• Cometem erros na ordem da soletração.
Acrescentar letras e palavras é basicamente citados como
distúrbios específicos da discriminação visual, porém as crianças que realizaram a
experiência nenhuma acrescentou palavras ou letras.
3.1.8 – Dificuldade de Discriminação Auditiva.
“ A incapacidade para discriminar os sons auditivamente
segundo Elizabete são:
a) Troca de consoantes surdas por sonoras: f/v, p/b; ch/j; s/z; c/g,
cana – grama.
b) Troca da vogal oral por nasal: an/a, en/e, in/i, on/o, un/u –
exemplo, acendeu – acedeu.
Nesta última específica, foi feita a observação em cinco turmas
de 1ª série, na mesma escola que foi citada nas dificuldades anteriores.
Pode-se dizer que a maioria dos alunos cometeram estes erros,
mesmo não apresentando nenhuma deficiência na capacidade auditiva, esse som nasal
tem sido uma preocupação muito grande das professoras. Alegam que as crianças
tendem mais é trocar “ m” pelo “n” mesmo treinando bastante e fazendo muitos ditados.
c) Elocução hesitante ou expressiva: (forma de
expressão),qualquer criança irritada na escola que não está
com dificuldades auditivas, ficará irritada e terá esse
comportamento.
d) Análise e síntese auditiva: a criança não é capaz de separar
uma palavra em sílabas ou em sons individuais e juntá-la na
formação de sílabas.
Pode-se observar que a criança não faz a separação só no ato
de falar mas em muitas vezes consegue separar na escrita.
Pode-se concluir que a uma grande necessidade que a criança
desenvolva uma a uma das habilidades.
3.1.9 – Dificuldade na Leitura Silenciosa.
No ponto de vista de Morais a compreensão da leitura pode
acontecer em três níveis:
“ Lateral engloba compreensão das idéias proposta pelo texto.
Inferencial: análise das idéias que não estão contidas no texto baseada na experiência
do leitor.
Crítico: comparação das idéias do autor com referencias internas
do leitor.”
Não se enriquece o vocabulário visto que o leitor não é capaz de
ter visão global das leituras que fazem.
Os sinais de pontuação são inadequados uma vez que a leitura
é silabada o que pode mudar o sentido do que está sendo lido.
A criança com todas estas dificuldades é impossível tirar
conclusões, ou fazer idéias ou síntese ou integrar à própria vivência anterior e atual.
3.1.10- Dislexia .
De acordo com ABD (Associação Brasileira de Dislexia), as
principais dificuldades da criança dislexa são:
• Demora a aprender a falar, a fazer laços nos sapatos,
reconhecer a hora, a pegar e chutar bola, a pular corda;
• Escrever números e letras claramente;
• Ordenar as letras do alfabeto, meses do ano e sílabas de
palavras compridas;
• Distinguir direita e esquerda;
• Necessita usar blocos, dedos ou anotações para fazer
cálculos;
• Apresenta dificuldades incomum para lembrar a tabuada;
• Sua compreensão da leitura é mais lenta do que o esperado
para a idade;
• Confunde-se as vezes para planejar ou organizar redações.
Se uma criança apresenta todas essas dificuldades, embora
apresente grau de inteligência normal, fica clara que ela precisa de maior
acompanhamento por parte do professor com a família.
Em função de tantas dificuldades certamente a criança dislexa
está mais propensa a ter maiores transtornos comportamentais que outras ditas
normais.
A criança dislexa necessita muito mais de um trabalho paciente
e constante , pois só assim estará recebendo a ajuda a qual necessita.
Para melhor acompanhamento, segue em anexo sugestões
práticas para ajudar a criança dislexa segundo a ABD.
CAPÍTULO lV 4- Processo de Escrita A escrita se inicia muito antes da criança chegar a escola. A
escrita em si pode ser considerada uma das formas superiores de linguagem.
Veja como mostra Elizabete,1995:
“Escrever significa relacionar o signo verbal, que já é um significado, a um signo gráfico. É planejar e esquematizar a colocação correta ou idéias no papel.”
Partindo do ponto de vista de Elizabete o ato de escrever envolve mecanismo dupla-expressão do conteúdo ideativo, fazendo uma relação entre audição (palavra falada), o significado (vivência da criança) e a produção da palavra escrita.
Audição Significado Visão (palavra falada) (Vivência da criança) (palavra escrita)
“DADO” “DADO”
Pode-se perceber que a partir da vivência, o processo de
escrita se torna mais fácil para a criança.
Elizabete nos mostra que ao copiar uma palavra a criança
deverá: “Fazer uma discriminação visual de cada detalhe da palavra;
• Relacionar os símbolos impressos aos sons e aos movimentos fonoarticulatórios(movimento da audição por emissão da voz);
• Ter em sua vivência o significado da palavra copiada;
• Reproduzir graficamente a palavra no papel.”
Pode-se usar o mesmo processo com palavras ditadas.
Vygotski nos mostra que:
“ A condição mais fundamental exigida para que uma criança seja capaz detonar nota de alguma noção, conceito ou frase é que algum estimulo, ou insinuação particular, que em si mesmo, nada tem a ver com esta idéia, conceito ou frase é empregado como signo auxiliar cuja percepção leva a criança a recordar a idéia a qual ele se rever. O escrever pressupõe leva a criança a recordar a idéia a qual ele se refere. O escrever pressupõe, portanto a habilidade para usar alguma insinuação ( por exemplo, uma linha, uma marcha, um ponto) como signo funcional auxiliar, sem qualquer sentido ou significado em si mesmo mas apenas como uma operação auxiliar.”
4.1- Desenvolvimento do Grafismo.
Como representação da linguagem, a escrita passa por
diferentes estágios de desenvolvimento.
A representação gráfica acontece em ritmo pessoal com um
sentido próprio de cada criança. Aparecem características comuns entre as crianças.
Classificação do desenvolvimento do Grafismo feito por
Ajuriaguerra:
ESTÁGIO FAIXA ETÁRIA CARACTERÍSTICA
Pré- Caligrafo de 5-6-a 8- 9 anos • A criança não possui
perfeito domínio para o
traçado das letras.
• Não tem controle na
inclinação e dimensão das
letras;
• Copia palavras letra por
letra;
Caligráfico de l0 a 12 anos • A criança já domina as
dificuldades em pegar e
manejar os instrumentos
gráfico;
• Apresenta escrita mais
rápida e regular;
• Sua escrita imita o modelo:
é ainda pouco pessoal;
Pós – Caligráfico dos ll anos em diante • Modifica a escrita, dada a
necessidade de maior
rapidez para acompanhar o
pensamento e as atividades
escolares;
Há aspectos importantes, a serem considerados no
desenvolvimento do grafismo, aspectos estes que estão inseridos dentro da
capacidade de desenvolvimento das habilidades necessárias à capacidade para
escrever que são:
“P – B – M “ ( Lábios bem cerrados e bochechas infladas;
soltar o ar rapidamente, numa explosão; movimentos mais suaves para M).
PATO – BATO - MATO
V – F – ( Dentes incisivos superior e no lábio inferior,
soprar).
FACA - VACA
CH – J (língua retraída, com os bordos laterais em contato
com os dentes posteriores soprar).
CHATO - JATO - QUEIJO - QUEIXO
• De olhos fechados, reconhecer os sons de alguns
objetos. Exemplo: cadeiras sendo arrastadas, papel
sendo amassado etc.
• Localizar a direção dos sons, dizendo se ele vêm da
direita ou da esquerda;
• repetir seqüência de palavras: pato, rato, gato, carrapato,
etc.
O professor não precisa ficar preso só nestes exemplos
outros podem e devem ser criados, dando ~ ênfase à exploração oral dos sons,
aspecto hoje relegado a segundo plano.
Elizabete continua mostrando que:
• “Desenvolvimento da linguagem Oral: a criança para escrever precisa falar corretamente os sons da palavras;
• Desenvolvimento das Habilidades de Orientação Espacial: para escrever a criança deve respirar a seqüência dos sons e sua estrutura no espaço;
• Desenvolvimento da Coordenação Visomotora: o ato de escrever exige que a criança tenha movimentos coordenados em relação a olhos, braços, mãos e capacidade para fazer uma perfeita preensão do lápis;
• Memória Visual e auditiva a fala desta habilidade pode dar reflexo tanto na escrita, como na fala e consequentemente leitura – As dificuldades visuais reflete com maior intensidade sobre a leitura:
• Motivação para Leitura: um bom relacionamento com pais, colegas e professores, além de colocar em todos os aspectos de desenvolvimento da criança certamente estimula a escrever.”
O desenvolvimento da escrita na criança prossegue ao longo
de um caminho que podemos descrever como a transformação de um rabisco não
diferenciado para um signo diferenciado. Linhas e rabiscos são substítuidos por figuras
e imagens e estas dão lugar a signos... Há dois caminhos pelos quais pode ocorrer a
diferenciação do signo primário na criança, a criança pode retratar o conteúdo dado
sem ultrapassar os limites do rabiscos imitativos, arbitrários ou pode sofrer a
transmissão de uma forma de escrita que retrata o conteúdo para o registro de uma
idéia... a criança desde cedo começa a revelar tendências em anotar palavras... é difícil
dizer se este é um ato consciente ou uma invenção própria da criança.
Quando a atividade gráfica da criança começa a refletir não
apenas o ritmo externo das palavras apresentadas, mas também em seu conteúdo,
espera- se que um signo venha a adguirir significado e surgir a palavra escrita.
Conclui- se que no começo a criança relaciona as coisas
sem compreender o significado, fase caracterizada pelos rabiscos.
Mais tarde começa a diferenciar símbolos, início do
significado. No início do significado começa a aprender a ler, conhecendo letra
isoladas. Certamente pode- se convencer que após a interiorização a criança esteja
preparada para escrever.
4.2- Distúrbios da Escrita.
Os Distúrbios da escrita são certas incapacidades que torna
a escrita difícil para a criança.
Os distúrbios da escrita são basicamente três: As disgrafia
os erros de formulação e sintaxe.
Disgrafia: É a dificuldade de passar para a escrita o estímulo
visual da palavra escrita, caracteriza-se pelo lento traçado das letras, que em geral são
ilegítimas.
Disortografia: È a capacidade de transcrever corretamente a
linguagem oral, havendo trocas ortográficas, e confusão de letras.
Erros de formulação e sintaxe: Trate-se de casos em que a
criança consegue ler com fluência e apresenta uma linguagem oral perfeita,
compreendendo e copiando palavras, mas não consegue escrever cartas, histórias e
nem dar respostas a perguntas escritas em prova. Na forma escrita comete erros que
não apresenta na forma falada. Além disso não consegue transmitir para a escrita
conhecimentos adquiridos na linguagem oral.
Há vários níveis de disgrafia desde a incapacidade de
segurar o lápis até copiar figuras ou palavras mais complexas.
Os principais erros das crianças disgráficas são:
• Não ordenar texto e frases;
• Ultrapassar as margens ou aumentar letras nas bordas
da folha;
• Linhas irregulares;
• Movimento contrário das letras convencional ou
substituição de um movimento pelo outro.
4.3- Distúrbios da Aritmética.
Sendo a matemática expressa através de símbolos, dá-se aí
a necessidade que a criança tem para compreender as instruções que envolvem
cálculos matemáticos, é necessário que a criança supere as dificuldades de leitura e
escrita antes de resolver as questões matemáticas que lhes são propostas.
4.3.1- Discalculia.
As dificuldades não é só na leitura e escrita há também
dificuldades para aprender cálculos matemáticos que podem ser de várias causas tais
como: pedagógica, capacidade intelectual limitada ou distorção do sistema nervoso
central.
Ao analisar crianças com desordem e fracasso em
aritmética, Johnson e Myklebus, buscando-se na natureza de cada caso, conseguiram
agrupar a aritmética com os distúrbios desenvolvidos a seguir.
• Distúrbios de linguagem receptivo- auditiva e aritmética:
Crianças com desordem na lrreceptivo, auditiva, não é
diferente em relação aos cálculos ,mas é inferior em relação
ao raciocínio e a colocação do vocabulário aritmético.
Memória auditiva e aritmética: Segundo Elizabete há dois tipos de memória auditiva em relação a aritmética.
a) “`Problemas de reorganização auditiva que impedem a criança, conhecer o número, mas não consegue dize-lo quando quer. b) A criança não consegue ouvir os enunciados apresentados oralmente, não é capaz de guardar os fatos.
• Distúrbios de Leitura e aritmética:
Como já foi mostrado nesta pesquisa as crianças com
distúrbios da leitura e entre estas incluindo os disléxos, não conseguem ler os
enunciados e são capazes de resolver os cálculos quando são lidos em voz alta.
Na leitura e na escrita os distúrbios de percepção visual
afetam o trabalho com os números quando a leitura (3 e 8 ou 9 e 6). O professor deve
observar as inversões e distorções em voz alta.
Se a criança tem dificuldades de lembrar visualmente a
aparência do número terá dificuldades para o cálculo e escrito do mesmo.
• Distúrbios de aritmética:
Quando a criança tem disgrafia, já mostrada nesta pesquisa
encontrará dificuldades para escrever os números.
Pode-se concluir que os problemas aritméticos citados,
interferem nos cálculos aritméticos, permanece até que o distúrbio que deve ser
resolvido antes, seja resolvido, mas não como a discalculia que impede a criança de
compreender os princípios do processo aritmético.
É muito importante ressaltar que nem toda dificuldade
aritmética está necessariamente ligada a discalculia, pode estar correlacionada a outro
distúrbio como o de leitura e escrita.
De acordo com John e Mykebus, os problemas de
aritméticas podem ser encontrados nos mais diferentes graus, em crianças que
apresentam incapacidade para:
• estabelecer correspondência uma a um (não relaciona o
número o símbolo a quantidade);
• fazer uma contagem com sentido (não relaciona o
número de alunos de uma sala ao número de carteiras);
• associar símbolos auditivos a visuais (faz contagem oral
mas não identifica o número visualmente);
• aprender a contagem através dos cardinais e ordinais;
• visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto
maior;
• compreender o princípio de conservação de quantidade
(as que tem discalculia não são capazes de entender que
um pacote de margarina é o mesmo que 4 tabletes de
250 gramas);
• executar operações aritméticas, bem como para
compreender os significados dos sinais (+, -, x, :);
• compreender os princípios de medida.
Os passos que o professor deve seguir para ajudar a criança
com distúrbios de aritméticas são os mesmos dos distúrbios da fala que são:
• um bom relacionamento com a criança, a família,
colabora com o professor no sentido de colher para
ajudar a criança;
• não usar de atitudes que tragam recentimentos ou
negativismo a criança;
• não interromper o aluno diante de suas dificuldades para
falar, ler, escrever e etc...
Para melhor acompanhamento seguem em anexo sugestões
práticas de atividades.
CAPÍTULO V
5- ANÁLISE DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM E O
COMPROMISSO DO PROFESSOR.
Os termos “identificação”, “ ajuda” é muito
importante para a reeducação, de crianças, não há outra maneira, que
não seja oferecendo à criança condições do seu próprio
desenvolvimento natural.
O professor deve ter atitudes específicas de um profissional (pedagogo), mais ainda há de se ter compromisso com a educação e conhecer os
fatores que podem desencadear tais distúrbios na aprendizagem da criança, bem como saber lidar com as crianças já com problemas. É o docente que tira o aluno de um olhar inicialmente voltado para si próprio, o individual, a casa, e lança-o para o exterior. É o professor que tem a incumbência valiosa dessa outra educação a do relacionamento público.
Vale ressaltar que de uma forma geral, são
poucos os distúrbios de aprendizagem que não são gerados ou
desencadeados dentro, da própria escola, em função de orientação
distorcida.
Podemos dizer que as maiores causas dos distúrbios de aprendizagem são sempre marcados por viesses lingüisticos, de origem pedagógicos ou sócios culturais.
Os cursos pedagógicos trás em seu bojo, a falta de estimulação dos pré-requisitos por parte da escola. O professor ansioso por ver suas produções inicia um trabalho precoce com a criança, esta por sua vez não acompanha catalogam-nas como possuidoras de distúrbios de aprendizagem (nome mais comum) e passam a reeducá-las como tais, como se fossem portadoras de alguma doença, e começam a ser marginalizadas em função de suas dificuldades.
Na causa pedagógica ainda se encontra a falta de domínio
do conteúdo por parte do professor, enunciados carregados de preconceitos e até
mesmo posturas que denunciam a ausência de reflexão quanto à sua procedência. O
preconceito aparece revestido de um vocabulário técnico que apresenta ser legítimo,
científico e inquestionável.
Na causa Sócio- Cultural encontra-se a desnutrição, a
privação cultural e a marginalização da criança, numa visão preconceituosa das
classes desfavorecidas.
Nas escolas de todo país temos os programas de
alimentação, que podemos dizer que é uma farsa, pois como vimos explicar bairros de
crianças bem nutridas com grandes problemas de aprendizagem.
Emilia Ferreiro, na revista Nova Escola,nº34/out/98,p.14 diz:
“As crianças de camadas populares encontram maiores dificuldades mas elas não chegam totalmente ignorantes, falta a escola dizer-lhe o que é escrever.”
Ao invés de esperar que as soluções venham de cima das
autoridades, temos que assumir uma posição de busca, que nos prepare enquanto
profissionais, para melhor desenvolver nossos trabalhos.
A alfabetização não pode ser considerada a mola propulsora
do desenvolvimento pessoal, social e/ou econômico. E um dos grandes desafios para o
professor é a necessidade de se desmistificar a alfabetização como um bem em si
mesmo, como fazem em geral essas políticas educacionais.
CONCLUSÃO
Espero que está pesquiza sirva de ponte, para constituir-se em desafio para renovação do olhar/fazer no interior do cotidiano escolar. Não é possível encontrar medidas exatas para sua efetivação.
Acredito que o processo da verdadeira aprendizagem,
sensibiliza a memória e opera múltiplas inteligências. Os alunos precisam acreditar em
si mesmo, este é o caminho para uma aprendizagem significativa. Assim toda escola
representará um espaço de vivência para o trabalho, um ambiente de estímulos
epistemológicos e sobre tudo, um centro de sociabilidade.
Tentarei dentro do processo mostrar e sugerir caminhos,
para que os educadores possam ajudar a criança na busca de seu desenvolvimento
natural no ambiente escolar. Apresentarei as causas dos distúrbios de aprendizagem
deixando claro que não devemos atropelar a criança e sim colaborar de variadas
formas para que ela o deslanche no caminho do aprendizado.
Apartir deste estudo deixo claro que a criança da
alfabetização, precisa que seja dado a ela o direito, de adguirir os pré – requisitos
básicos para a aprendizagem.
Esta pesquisa tenta mostrar a grande parcela de
responsabilidade que cabe ao professor, não só aquele que encontra- se envolvido na
alfabetização, mas todo profissional enganjado no processo de ensinar está sujeito a
receber um aluno com grandes dificuldades, que foram geradas na alfabetização.
Pode- se vivênciar várias naturezas de distúrbios, que
podem perfeitamente ser evitadas e corrigidas apenas com jogos e brincadeiras, que
nos parece singular, mas é de fundamental importância para evitar que a criança venha
a ter algum distúrbio.
Se analisarmos temos poucas crianças doentes
organicamente, na maioria das vezes seus distúrbios são gerados dentro da própria
escola e na sociedade.
Os pré – requisitos para aprender, depende quase que
apenas de brincadeiras que leve a criança a perceber seu próprio corpo, a partir de
brincadeiras é possível, fazer a criança estimular seus órgãos de sentido e desenvolver
sua percepção.
Ainda com brincadeiras pode- se ajudar uma
criança a ter noção de direita e esquerda que seu corpo tem dois
lados.
Com brincadeiras é possível ajudar a criança a se orientar no
espaço e no tempo.
Aquisição estas que vão ajudá- la na capacidade de fazer
análise e síntese. O que é de fundamental importância para a aprendizagem da leitura
e escrita.
Após aprender a ler e escrever a criança, poderá resolver
questões aritméticas com maior facilidade.
Cabe ao professor constatar que a aquisição de capacidades
para ingressar na leitura, escrita e solução de questões matemáticas também age
como prevenção dos distúrbios de aprendizagem e cabe a ele saber estimular a
criança de uma forma contextualizada, para o desenvolvimento de suas funções
psicomoturas.
Quanto a palavra contexto vale lembrar, que somos responsáveis pelo estímulo do pensamento e também é da competência do professor, pensar na questão do que ele espera que seu aluno pense.
Analisando esta questão por um contexto social, nosso
educador na maioria das vezes dá um rótulo de distúrbios à criança, e isto se deve ao
fato da formação dos educadores estarem de uma forma insatisfeitos e isto impede o
profissional de buscar soluções.
E obviamente profissional sem espírito de criação, encontra
maiores dificuldades para entender o desenvolvimento criativo da criança e poderá, em
função do desconhecimento, provocar situações, que faça a criança a entrar num
processo de dificuldade, que certamente mais tarde serão vistas como distúrbios de
aprendizagem.
ANEXOS
*SUGESTÕES PRÁTICAS PARA DESENVOLVER A LATERALIDADE
Lateralidade
1- Brincar de macaco simão, utilizando noções
de direita e esquerda.
2- delinear e recortar mãos pés. Colocá-los em
uma folha, identificando o direito e esquerdo.
3- Marcar e desenhar sobre partes do papel
(direita e esquerda).
4- Traçar o contorno da mão dominante.
5- Chutar a bola até um alvo, com a direita, com
a esquerda.
6- Erguer a mão direita, fechando e abrindo os
dedos.
7- Requer a mão esquerda ou direita fazendo
movimento de pinça.
Fonte: Elizabete Assunção José et al, Distúrbios
de específicos da leitura In: Problemas de Aprendizagem.
ANEXOS
*SUGESTÕES PARA DESENVOLVER NOÇÕES ESPAÇO- TEMPORAL.
Coordenação geral e orientação espaço-temporal.
1- Andar devagar até o fim da sala.
2- Andar depressa, voltando ao ponto de
partida.
3- Andar devagar e depois correr uma mesma
distância demarcada na quadra . Fazer os
alunos perceberem o tempo despendido
numa e na outra forma.
4- Bater bola e pular corda devagar e depressa.
5- Correr, trepar, bater palmas, com ritmos,
dentro de um espaço de tempo, em situações
relacionadas com:
• Deslocamento de materiais: carteiras,
bancos, mesas, bolas, etc...
• Lançamento de bolas, pequenas e grandes,
em caixas de diversos tamanhos, cesta de
basquete ou círculos desenhados no chão.
• Saltos e transposição de obstáculos;
• Marchas em equilíbrio( em barras, bancos,
linhas, etc...)
Fonte: Elizabete Assunção José et al, Distúrbios
específicos da leitura, In Problemas de Aprendizagem.
ANEXOS
• SUGESTÕES PRÁTICAS PARA DESENVOLVIMENT DO RITMO. Ritmo
1- Permanecer na ponta dos pés, enquanto se
conta até dez.
2- Levantar e abaixar nas pontas dos pés.
3- Pular nu só pé ao som de palmas.
4- Permanecer num só pé até contar dez.
5- Pular num pé só uma distância determinada.
6- Pular linhas marcadas no chão, num só pé.
7- Andar com um livro na cabeça.
8- Andar sobre linhas marcadas no chão: retas,
quebradas, curvas, sinuosas, círculos, mistas.
9- Andar acompanhando o ritmo da
palmas(mais lento, mais rápido).
10- Bater palmas no ritmo do professor ( rápido,
lento, forte, fraco).
Fonte: Elizabete Assunção José et al,
Distúrbios específicos de Leitura In: Problemas de Aprendizagem.
ANEXOS
SUGESTÕES PRÁTICAS PARA AJUDAR A CRIANÇA DISLEXICA.
SUGESTÕES PARA AJUDAR A CRIANÇA DISLEXICA.
ENTRE AS SUGESTÕES APRESENTADAS PELA ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE DISLEXIA (ABD), EM TEXTO DE MARION
WELCHMANN, DESTACAMOS:
• Estabelecer horários para as refeições, sono,
deveres de casa e recreações.
• As roupas do dislexo devem ser arrumadas
na seqüência que ela vai vestir para evitar
confusões e preocupações a criança (
simplificar usando ziper em vez de botões
sapatos e tênis sem cordões e camisetas).
• Quando for ensinar amarrar os sapatos, não
fique de frente para a criança; coloque-se o
se lado, com os braços sobre os ombros
dela.
• Ensinar a criança “sentir” as letras através de
diferentes texturas de matérias, como areia,
papel, veludo, etc...
• Despertar no aluno sua auto confiança,
demonstrando que não se sente desagradado
por ele.
• Encorajá-lo a devolver atividades nas quais
se distingue, dar lhe apoio sempre que
merecer.
• Providenciar para que a criança use lápis ou
caneta grossa, com película de borracha ao
redor em que seja de forma triangular.
Fonte: Elizabete Assunção José et al,
Distúrbios específicos de Leitura In: Problemas de Aprendizagem.
ANEXOS
*SUGESTÓES PARA AJUDAR A CRIANÇA COM DISCALCULIA-
MESMO PROCESSO PARA O DESENVOLVIMENTO DA FALA.
Exercícios para os Lábios.
• Tocar os lábios com material quente, frio, áspero, liso.
• Estalar os lábios, imitando diferentes animais.
• Vibrar os lábios, imitando motor de carro.
• Soltar beijinhos, fazendo “bico”.
• Sorrir com exagero com lábios fechados.
• Falar exageradamente u – i com a boca meia aberta.
• Falar exageradamente a- o.
Exercícios para a mandíbula.
• Abrir e fechar a boca devagar.
• Abrir e fechar a boca rapidamente.
• bocejar amplamente.
• Mastigar com lábios fechados.
• Falar ma abrindo bem a boca.
Exercícios de palato.
• Fazer gargarejo.
• Tossir várias vezes.
• Falar ding- dong várias vezes.
• Falar an/a, en/e, in/i, on/o, un/u
• Falar k, k, k, e g, g, g.
ANEXOS
Exercícios para a língua.
• Colocar a ponta da língua no lábio de cima e
no de baixo, alternadamente.
• Colocar a ponta da língua no canto direito e
no canto esquerdo da boca.
• “Limpar” o lábio superior de um lado a outro,
bem devagar.
• “Limpar” o lábio inferior de um lado a outro,
lentamente.
• Girar a língua dentro da boca devagar e
depois mais rápido.
• “Lamber” sorvete, pirulito ou doce,
colocando a língua fora da boca.
• Imitar o barulho do telefone (trrrim).
Fonte: Elizabete Assunção José et al,
Distúrbios específicos de Leitura In: Problemas de Aprendizagem.
Brincando com sons e palavras.
Há várias brincadeiras com sons e palavras que
levam as crianças a trabalharem a articulação e o ritmo de forma
agradável e informal.
Na pré-escola e séries iniciais do ensino
fundamental, onde os problemas de fala podem ser passageiros,
essas atividades ajudarão as crianças a superarem suas dificuldades
normais. Elas são úteis, também, para o professor detectar falhas
patológicas.
Parlendas: são rimas infantis com ritmo próprio.
Podem ser cantadas ou acompanhadas por gestos. Vejamos alguns
exemplos:
Dedo mindinho Seu vizinho Pai-de-todos Fura-bolo Mata-piolho Uni, dunê, tê Salamê, minguê Um sorvete colorê O escolhido foi você
Trava-línguas: fala com palavras de difícil articulação. Exemplos:
• Um tigre, dois tigres, três tigres.
• O pato tem pata e papo.
• O rato roeu a roupa do rei de Roma.
• O peito do pé de Pedro é preto. Imitação de sons: contribui para desenvolver a
discriminação auditiva. Exemplo de atividades a serem propostas:
• Como é o som que faz uma abelhinha
voando? Vamos fazer igual?ZZZZZZ...
Toda vez que ouvirem o som da abelhinha,
mexam as mãozinhas como se estivessem
voando... ( e o professor faz os sons abaixo)
L F CH V Z Z S Z S Z Z Z Z Z S
• Vamos imitar:
• barulho de uma motocicleta:TTTTTT...
• a fala de um nenê: da- da- da
• som de um sino: din, din, din don, don, don
• som do martelo do papai: pa, pa, pa...
• caminhão subindo a ladeira com o motor
falhando: nh- nh- nh...
• Para a discriminação dos sons das vogais e
das consoantes e para desenvolver a
percepção auditiva, recomenda-se exercícios
de Fonoaudiologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- AJURIAGUERA, E. DE. Educação e Reeducação Psicomotora. Traduzido por
Arlete Caetano. Porto alegre, Artes Médicas, l983
2- FERREIRO, Emília Reflexões Sobre Alfabetização. In: Coleções Questões da Nossa Época. Cortes, São Paulo,2001.
3- GUILHERME,J. J. Educação e Reeducação Psicomotora. Trad. Arlete Caetano.
Porto Alegre, Artes Médicas, 1983.
4- MEUR,A.& Le STAES. Psicomotricidade. In: Educação e Reeducação. Manole,1984. 5- MORAIS, Antônio Manoel Pamplona. Distúrbios de Aprendizagem. In: Uma
Abordagem Psicomotora. 3ª Ed. São Paulo, Edicon, 1995. 6- OLIVEIRA, Gislene de Campos Psicomotricidade: Educação e Reeducação
Num Enfoque Psicopedagógico – Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.