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Jogos Cooperativos: alternativa para aumento da autoestima

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JOGOS COOPERATIVOS: ALTERNATIVA PARA AUMENTO DA AUTOESTIMA

DO EDUCANDO COM SOBREPESO/OBESIDADE

Elcely Terezinha Zambam1

Oldemar Mazzardo Jr.2

RESUMO INTRODUÇÃO: Os jogos cooperativos no ambiente escolar podem ser considerados uma força transformadora que facilita o processo ensino aprendizagem e possibilidade de aumentar autoestima dos educandos. O objetivo deste estudo foi analisar a influência dos jogos cooperativos na autoestima de estudantes com sobrepeso e obesidade da Escola Estadual do Campo São Francisco – Ensino Fundamental, no município de Santa Helena-PR. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa de delineamento quantitativo e caráter descritivo composto pela fundamentação teórica e pesquisa de campo. Realizou-se a coleta do peso e estatura dos alunos para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e aplicação do questionário (pré-teste) da Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR). Em seguida aplicou-se o Projeto de Intervenção Pedagógica com alunos de 8º e 9º Anos com o desenvolvimento de um total de 12 aulas formuladas com base em jogos cooperativos e, no final da intervenção, foi aplicado o mesmo questionário (pós-teste) para verificar alterações na escala de autoestima dos alunos. RESULTADOS: Os resultados da Escala de Autoestima de Rosenberg para os Grupos de Intervenção e Grupos Controle foram: GI (M = 16,57; dp = 5,10) e GC (M = 18,50; dp = 4,78), indicando que, apesar de diferenças numéricas, não foi estatisticamente significativa. CONCLUSÃO: Os adolescentes participantes da pesquisa demonstraram atitudes mais democráticas, com respeito às diferenças e valorização da coletividade. PALAVRAS-CHAVE: Jogos Cooperativos; Autoestima; Sobrepeso/Obesidade; Educandos.

1 INTRODUÇÃO

Este estudo é resultado do Programa de Desenvolvimento Educacional

(PDE), ação pública que visa o redimensionamento da prática pedagógica no

sentido de criar condições efetivas de debate e promoção de saberes para enfrentar

problemas detectados na Educação Básica. Entre os desafios que se apresentam

1 Professora PDE Graduada em Educação Física pela Facimar e Pós-Graduada em Educação Infantil, Neuropsicologia e Educação Especial ([email protected]). 2 Professor Orientador; Doutor em Desenvolvimento e Aprendizagem Motora pela Universidade de Pittsburgh – PITT (EUA); Professor adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, colegiado de Educação Física – Licenciatura, CCHEL - UNIOESTE.

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aos professores de Educação Física, destaca-se a baixa autoestima de alunos na

fase de transição entre a infância e adolescência gerada pela insegurança a partir

das mudanças na aparência física, próprias desta fase. Este fato pode ser mais

significativo quando o educando se encontra acima do peso idealizado pela mídia.

Estudos indicam que crianças e adolescentes que não apresentam o biótipo

reconhecido pela boa forma do corpo e magreza, podem sentir-se insatisfeitas com

a sua imagem corporal que reflete diretamente na sua autoestima (SILVA et al.,

2009, PARISOTTO, 2011). Sendo assim, problemas com a baixa autoestima,

sobrepeso e obesidade interferem diretamente sobre a motivação para praticar

qualquer movimento e o envolvimento dos alunos durante as aulas. Isso acaba por

prejudicar o aprendizado e o desenvolvimento motor, assim como o próprio

desenvolvimento psicológico e sócio afetivo dos educandos na escola.

Esta problemática implica em profundas reflexões, as quais estimulam os

professores na busca de alternativas para minimizar os efeitos negativos pela

melhoria de aspectos da prática educativa. A síntese dos estudos volta-se a ajudar

os alunos no desenvolvimento de novos conceitos, promovendo a mudança de

comportamentos, especialmente nesta faixa etária da pré-adolescência e

adolescência, período em que o jovem passa pelas mudanças fisiológicas e

experimenta a construção de sua personalidade.

Em meio a estas alterações, a autoestima pode ficar fragilizada, fazendo com

que o educando sinta-se desestabilizado emocional e afetivamente, principalmente

quando encontra-se acima do peso considerado ideal. A obesidade e sobrepeso,

geralmente afastam as crianças da atividade física escolar pelo fato de não

conseguir lidar psicologicamente com essa dificuldade, fazendo com que não queira

participar das aulas de Educação Física que exigem um esforço físico, contribuindo

para a auto exclusão das atividades. Gaspar e Kogut (2008) afirmam que a

percepção de que o aspecto físico não condiz aos padrões considerados ideais pela

sociedade pode afetar a autoestima do educando fazendo com que se sinta excluído

direta ou indiretamente de atividades físicas propostas no ambiente escolar.

Estudos indicam que os jogos cooperativos podem ser considerados como

ferramentas para um processo educativo baseados na cooperação e resolução

pacífica de pequenos conflitos no ambiente escolar, tendo como meta a evolução

das capacidades de afeto, de integração e de inclusão social, favorecendo a

autonomia e independência dos educandos (SOLER, 2006).

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Ainda de acordo com Soler (2008), os jogos cooperativos se baseiam em

princípios que colaboram para o aumento da autoestima: inclusão (visa o trabalho no

sentido de ampliar a participação e a integração das pessoas nos processos em

curso); coletividade (diz respeito a conquistas e ganhos que somente se realizam

coletivamente); igualdade de direitos e deveres (participação e responsabilidade de

todos na decisão e gestão com ganho igualitário dos benefícios promovidos pela

atividade); desenvolvimento humano (aprimoramento pessoal) e processualidade

(cooperação que privilegia o processo, sem exclusão).

Desta forma, optou-se pela aplicação de um programa de intervenção nas

aulas de Educação Física fundamentado em jogos cooperativos como recurso

metodológico para a prática pedagógica, privilegiando o acesso de todos os alunos,

independente do biótipo, à atividade física escolar visando reforçar a autoestima e

aprimorar os relacionamentos interpessoais dos alunos, principalmente aqueles que

demonstram sobrepeso/obesidade.

Diante dos aspectos apontados, pretende-se neste estudo responder a

seguinte problemática: De que forma os jogos cooperativos podem contribuir para o

aumento da autoestima em educandos com sobrepeso e obesidade?

O estudo tem como objetivo investigar se as atividades cooperativas podem

influenciar a autoestima de estudantes com sobrepeso e obesidade da Escola

Estadual do Campo São Francisco tendo como pressuposto que as aulas de

Educação Física podem ser consideradas um espaço de oportunidades que propicia

um ambiente favorável para a abordagem de conceitos associados ao assunto

manutenção da saúde e peso corporal adequado, podendo interferir positivamente

na mudança de comportamento.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 EPIDEMIOLOGIA DA OBESIDADE

A obesidade é uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura

corporal, que produz efeitos negativos à saúde. A etiologia da obesidade é

multifatorial, envolvendo aspectos biológicos, históricos, ecológicos, políticos,

socioeconômicos, psicossociais e culturais (WANDERLEI; FERREIRA, 2010).

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Atualmente a prevalência mundial de sobrepeso e obesidade vem

apresentando um rápido aumento nas últimas décadas, sendo caracterizada como

uma verdadeira epidemia mundial (ABESO, 2009). Estudos epidemiológicos indicam

que a obesidade é uma doença universal de prevalência crescente e que vem

adquirindo proporções alarmantes, que podem aumentar a predisposição para o

desenvolvimento precoce de diabetes, doenças cardiovasculares, além de outros

desfechos desfavoráveis nas esferas psicoemocional e financeiro-trabalhistas

(LANG; NASCIMENTO; TADDEI, 2009).

O Índice de Massa Corporal (IMC) é um indicador que classifica a obesidade,

expresso pelo peso em quilogramas do indivíduo, dividido pelo quadrado da altura

em metros (peso/altura2), sendo uma referência para a obesidade e sobrepeso

(OMS, 2007). Primeiramente, o IMC foi utilizado somente em adultos, no entanto, em

2007, a Organização Mundial da Saúde propôs o critério de classificação do estado

nutricional para crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos de idade, com o objetivo

de monitorar estes dados em jovens de vários países. Entre as vantagens da

utilização deste indicador cita-se o fato de ser um método não invasivo, de baixo

custo e válido para o diagnóstico do estado nutricional de grupos populacionais.

Para classificação do IMC, na população infanto-juvenil brasileira, utilizam-se os

valores críticos para o sexo e idade propostos por Conde e Monteiro (2006).

A obesidade é desencadeada por dois fatores de risco que são o

sedentarismo e a alimentação inadequada. Além dos riscos à saúde física, Gaspar e

Kogut (2008) afirmam que a obesidade desencadeia consequências psicológicas ao

indivíduo, como por exemplo, a distorção da autoimagem ou imagem corporal, que

pode ser considerada a figuração do corpo do indivíduo em sua mente, ou seja, o

modo pelo qual o corpo se apresenta a si mesmo.

A imagem corporal é composta por dois componentes: a estima (que se refere

a quanto o indivíduo gosta ou não de seu corpo de forma global, inclui aspectos

como cabelo e rosto) e insatisfação corporal (que focaliza preocupações com peso,

forma do corpo e gordura corporal, podendo afetar aspectos como comportamento

alimentar, autoestima e desempenhos psicossocial, físico e cognitivo) (SOUZA;

CARVALHO; ARAUJO, 2011).

Neste contexto, percebe-se que a obesidade traz diversas consequências

psicológicas como a distorção da autoimagem ou a própria depreciação da

autoestima o que induz ao isolamento da criança. Por sua vez, o isolamento

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apresenta como efeito colateral a diminuição de atividades motoras e redução da

interação social, causados pela rejeição e discriminação sofrida pelo indivíduo

(GASPAR; KOGUT, 2008).

Segundo a ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da

Síndrome Metabólica (2009), a maior taxa de obesidade ocorre em populações com

maior grau de pobreza e menor nível educacional. Por esta perspectiva, Goulart

(2010) destaca a importância da escola na formação do cidadão para uma vida

saudável pela construção de atitudes favoráveis à manutenção da saúde. Estes

valores são construídos desde a infância pelas interações com o meio físico, social e

cultural e ainda, pela observação aos modelos externos ou grupos de referência.

2.2 AUTOESTIMA

A autoestima é o conjunto de crenças e atitudes que as pessoas têm em

relação a si mesmo, e são formadas tanto a partir da sua própria opinião como a

partir da opinião de outras pessoas em relação a ela (HILSDORF, 2005). Para

Franco (2009) a autoestima acompanha o indivíduo:

[…] desde o nascimento, o homem encontra-se cercado por atribuições de valores positivos e negativos; a autoestima é, então, vista enquanto uma valoração que o sujeito faz do que ele é, sendo construída nas relações que mantém com o mundo. Desta forma, a autoestima não é natural, dada ou inata ao homem. Ela é algo tênue, que surge das diferentes formas pelas quais significamos as situações vividas ao longo da vida, ou seja, se prevalece de modo positivo ou negativo, ainda que as significações, em muitos casos, sejam contraditórias e nem sempre claras (FRANCO, 2009, p. 326).

Para Nathaniel Branden (1996), estudioso mundialmente reconhecido pelo

seu trabalho sobre o tema, a autoestima é uma necessidade humana imprescindível

que não precisa do consentimento do indivíduo em relação ao modo como se

apresenta influenciando seus atos. A autoestima é a forma como a pessoa se sente

acerca de si mesmo. Apresentar uma autoestima elevada é sentir-se confiante e

adequado à vida. Uma autoestima saudável é a pedra fundamental da capacidade

de reagir positivamente e conscientemente às oportunidades que a vida oferece.

São inúmeros os conceitos de autoestima, mas pode-se resumidamente,

considerar que a autoestima é gostar de si mesmo sem apresentar restrições,

conhecer as qualidades e defeitos próprios sem ficar se martirizando por causa

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deles e, na medida do possível aceitar os menos graves e ainda acreditar e confiar

em si acreditando ser merecedor das coisas boas (BRANDEN, 1996).

Conforme Schmitz (2004), a autoestima é uma força poderosa que existe no

interior de cada um de nós, abrange muito mais do que o senso inato de valor

pessoal, ela é um direito humano conquistado quando se nasce. Psicoterapeutas e

professores buscam fortalecer a autoestima de seus clientes e alunos, pois pessoas

motivadas e competentes tendem a enfrentar os desafios da vida sem se desmotivar

e, se acaso falharem, lutarão até conseguir alcançar seus objetivos.

Pelo exposto, compreende-se a importância da autoestima no ambiente

escolar como fator que contribui significativamente no processo ensino

aprendizagem, podendo afirmar que toda criança em idade escolar, para lograr

êxito, deve necessariamente apresentar uma elevada autoestima para que possa

atingir os objetivos de maneira integral e adequada, já que os alunos com elevada

autoestima acreditam mais em suas potencialidades, habilidades e capacidades,

esforçando-se para atingir seus objetivos e a realização escolar (PARISOTTO,

2011).

Para Fox (1999) apud Balbinotti et al. (2011, p. 386), os professores de

Educação Física têm um papel essencial a desempenhar com o intuito de

“neutralizar a grande ênfase que a sociedade coloca sobre alguns valores

diretamente relacionados ao sucesso e o fracasso, que, por ventura, podem

prejudicar a autoestima dos jovens”.

De forma complementar, pressupõe-se que as atividades físicas e jogos

realizados no ambiente escolar podem contribuir significativamente para o aumento

da autoestima das crianças, principalmente na faixa etária que compreende o Ensino

Fundamental, período em que as crianças desenvolvem ideias claras sobre a

capacidade escolar, comparando seus sucessos e fracassos com seus colegas.

2.2.1 Autoestima e Estado Nutricional

Para manter uma boa saúde e desempenhar as atividades vitais do

organismo é necessária uma alimentação saudável e equilibrada, pois o crescimento

e o desenvolvimento da criança e do adolescente estão diretamente relacionados

com a sua alimentação (WAKASUGUI; PINHO, 2008). A combinação de mudanças

nos hábitos alimentares aliado a um estilo de vida predominantemente sedentário

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contribui para o aumento do sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes.

(GOULART, 2010).

De acordo com Silva et al. (2009) crianças e adolescentes obesos

apresentam complicações psicossociais negativas como o isolamento social,

discriminação e problemas com pares. Estes fatores frequentemente desencadeiam

uma baixa autoestima e insatisfação corporal que podem ser observadas em

situações de dificuldade no desempenho das tarefas escolares e menor capacidade

de aprendizagem.

A obesidade e sobrepeso, geralmente afastam as crianças da atividade física

escolar pelo fato de não conseguir lidar psicologicamente com essa dificuldade,

podendo chegar a quadros de depressão extremamente preocupantes, em alguns

casos a intervenção farmacológica se faz necessário, e muitos até mesmo desistem

de ir à aula (GASPAR; KOGUT, 2008).

Neste contexto, observa-se a importância do desenvolvimento de um trabalho

para orientação deste público para a adoção de atividades físicas visando um estilo

de vida mais saudável.

2.2.2 A integração dos alunos pelos Jogos Cooperativos

A sociedade capitalista é competitiva, valoriza o individualismo e prega que a

competição é o único caminho para a produtividade. Para que ocorram mudanças de

paradigma, é necessária a expansão das percepções humanas e substituição de

valores para o resgate da cooperação (BRANDL NETO; BRANDL, 2013).

[...] os padrões de comportamento são adquiridos a partir de valores existentes nas brincadeiras e jogos desenvolvidos na infância, dos modelos e reforços que recebemos, e assim, somos socializados para comportamentos construtivos ou destrutivos (Orlick (1989) apud BRANDL NETO; BRANDL, 2013, p. 75).

A proposição de um processo ensino aprendizagem fundamentado na

cooperação melhora a aprendizagem dos discentes promovendo a interação,

despertando entendimento, ajuda mútua, respeito, harmonia e outros benefícios

sociais. “Somam-se a estes aspectos a inclusão de todos no grupo e a participação

efetiva, fatores que colaboram para o aumento da autoestima e a valorização de

todos” (BRANDL NETO; BRANDL, 2013, p. 75).

Soler (2008) indica, em seus estudos, uma relação muito próxima entre o jogo

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e autoestima, pois quando uma criança é acolhida no jogo sem tensões e restrições

sua autoestima melhora. Os jogos cooperativos são fundamentais no processo de

incluir as diferenças durante as aulas, como “ferramenta para que o educador possa

alcançar seus dois objetivos principais: reforçar a autoestima e aprimorar os

relacionamentos interpessoais” (SOLER, 2006, p. 40).

Os jogos cooperativos podem ser entendidos como um processo educativo

baseados na cooperação e resolução pacífica de conflitos, tendo como meta a

evolução das “capacidades perceptivas, afetivas, de integração e de inclusão social,

favorecendo a sua autonomia e independência” (SOLER, 2006, p. 40).

Para Correia (2006) as aulas de Educação Física são espaços privilegiados

para trabalhar os valores cooperativos como a solidariedade, a liberdade e a

cooperação fundamentando a disciplina como instrumento formativo de caráter,

princípios e valores do educando, não condicionados, apenas, ao aprendizado e

ensino de habilidades motoras. Brandl Neto e Brandl (2013) afirmam que a

autoestima influencia o desenvolvimento afetivo social, sendo um importante

componente da personalidade:

As crianças com boa autoestima tendem a ser alegres, confiantes, curiosas e independentes; aquelas cuja autoestima é baixa tendem a serem deprimidas, não acreditam nas suas ideias e carecem de confiança e orgulho pelo seu trabalho. Esta disposição deprimida diminui o nível de energia, o que afeta o desempenho das crianças na escola e também em outros lugares (BRANDL NETO; BRANDL, 2013, p. 23).

Para Soler (2006) os jogos cooperativos devem ser utilizados nas mais

diferentes faixas etárias, mesmo com pequenas adaptações para adequar o “jogo à

energia e às características do grupo”. Os jogos cooperativos se baseiam em

princípios que colaboram para o aumento da autoestima: inclusão (visa o trabalho no

sentido de ampliar a participação e a integração das pessoas nos processos em

curso); coletividade (diz respeito a conquistas e ganhos que somente se realizam

coletivamente); igualdade de direitos e deveres (participação e responsabilidade de

todos na decisão e gestão com ganho igualitário dos benefícios promovidos pela

atividade); desenvolvimento humano (aprimoramento pessoal) e processualidade

(cooperação que privilegia o processo, sem exclusão) (SOLER, 2006).

A competição estabelece e reforça a relação de dominação entre vencedores

e perdedores, valorizando a exclusão, a competição e a desigualdade. Na

atualidade, percebe-se a crítica de alguns estudiosos pela falsa interpretação de que

Page 10: Jogos Cooperativos: alternativa para aumento da autoestima

o ser humano é naturalmente competitivo. Segundo Orlick (1989) apud Brandl Neto

e Brandl (2013) Darwin, estudioso da evolução das espécies, considerou que o valor

mais alto para a sobrevivência está na inteligência, no senso moral e na cooperação,

e não na competição.

2.3 JOGOS COOPERATIVOS

No ambiente escolar, as aulas de Educação Física têm como função educar

para compreender e transformar a realidade que nos cerca, a partir da cultura do

movimento humano, devendo incluir todos os alunos nas atividades executadas. No

entanto, de acordo com Soler (2006) a Educação Física, muitas vezes, tem

contribuído para a manutenção de valores estabelecidos na sociedade, voltados

para a valorização apenas de habilidades motoras, classificando e rotulando os

alunos em conformidade com os resultados, fundamentados na competição.

Um dos aspectos destacados na competição é que esta fomenta a motivação.

A competição ajuda somente os ganhadores, que, normalmente, não precisam de

motivação e, em contrapartida, desmotivam os perdedores que são os que mais

necessitam dela (BRANDL NETO; BRANDL, 2013).

Desta forma, volta-se para uma reflexão acerca de novas abordagens que

são experimentadas na Educação Física, orientadas para promoção da cooperação

com a inclusão de jogos cooperativos.

Os jogos cooperativos são dinâmicas de grupos que tem por objetivo, em primeiro lugar, despertar a consciência e a cooperação, mostrar que a cooperação é uma alternativa possível e saudável no campo das relações sociais; em segundo lugar, promover efetivamente a cooperação entre as pessoas, na exata medida em que os jogos são, eles próprios, experiências cooperativas (SOLER, 2003, p. 21).

A estrutura dos jogos cooperativos é propositalmente organizada para

diminuir a pressão que a competição exerce e comportamentos agressivos, e

promover atitudes de sensibilidade, cooperação, alegria e solidariedade. No

ambiente escolar, considera-se que o planejamento e os objetivos cooperativos

devem “não apenas opor-se às práticas lúdicas competitivas, mas toda a cultura

individualista que funda sua dinâmica na competição” (BRANDL NETO; BRANDL,

2013, p. 33).

Page 11: Jogos Cooperativos: alternativa para aumento da autoestima

A proposta pedagógica pautada na cooperação visa como objetivo primordial

a aproximação dos participantes, promovendo o processo ensino aprendizagem

levando em conta “as características dos alunos em relação as dimensões

(cognitiva, corporal, afetiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção

social)” (SOLER, 2006, p. 37).

Desta forma, faz-se necessário mudar o modelo de Educação Física atual

incorporando valores cooperativos no ambiente escolar fundamentadas na

pretensão de desenvolver a responsabilidade mútua e o compromisso coletivo de

manter e/ou elevar a autoestima de cada integrante do grupo.

3 MÉTODOS

3.1 DELINEAMENTO E AMOSTRA

Este estudo se caracteriza como pesquisa de delineamento quantitativo. A

intervenção foi realizada com alunos dos 8º e 9º Anos da Escola Estadual do Campo

São Francisco – Ensino Fundamental, do distrito de Sub Sede São Francisco, no

município de Santa Helena – PR.

A escola possui duas turmas de 8º e duas turmas de 9º anos que participaram

do Projeto de Intervenção Pedagógica. No entanto, somente uma turma do 8º Ano e

uma turma do 9º ano foram avaliadas pela Escala de Autoestima de Rosenberg

(EAR), constituindo os grupos de intervenção. As outras turmas serviram como

grupo de controle.

3.2 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

O estudo foi composto por duas etapas: fundamentação teórica, realizada

através de pesquisas em publicações científicas sobre a temática e pesquisa de

campo com a coleta de dados para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e

aplicação do questionário da EAR visando verificar se atividades cooperativas

podem influenciar a autoestima de estudantes.

Para a avaliação do IMC foram realizadas as medidas de estatura e massa

Page 12: Jogos Cooperativos: alternativa para aumento da autoestima

corporal. A estatura foi mensurada através de um estadiômetro, com valores obtidos

em centímetros, seguindo o seguinte método: os alunos permaneceram com os pés

juntos e os calcanhares, as nádegas e a parte superior das costas encostadas na

escala, braços livres ao longo do tronco. Os alunos foram instruídos a respirar fundo,

enquanto um esquadro foi colocado firmemente sobre o vértice, pressionando contra

o cabelo o máximo possível. A medida foi tomada ao final de uma inspiração

profunda (FONSECA, 2012). O peso corporal foi mensurado com os alunos

descalços, vestindo uniforme escolar em balança de plataforma, digital da marca

Líder com precisão de 0,1 kg.

Para o cálculo IMC baseado nos dados de estatura e massa corporal utilizou-

se a equação: [IMC = peso (kg)/estatura (m)²/estatura (m)²] conforme

recomendações da OMS (2007). Para classificação e categorização dos pontos de

corte do percentil para a idade e gênero foi utilizado o referencial de Conde e

Monteiro (2006).

Para verificar a autoestima dos alunos, foi aplicado o questionário da EAR

antes da intervenção (Pré-Teste) e ao final da intervenção (Pós-Teste) tanto no

grupo intervenção como no grupo controle. A contagem dos pontos segue a Escala

Likert de quatro itens:

Quadro 1 – Cálculo do escore da Escala de Autoestima de Rosenberg

Questões Positivas (1, 2, 4, 6 e 7) Questões Negativas (3, 5, 8, 9 e 10)

Pontos Alternativas Pontos Alternativas

0 Discordo Totalmente 3 Discordo Totalmente 1 Discordo 2 Discordo 2 Concordo 1 Concordo 3 Concordo Totalmente 0 Concordo Totalmente

Fonte: Dini; Quaresma; Ferreira (2004).

A pontuação da EAR apresenta escore de 0 a 30, sendo que escores abaixo

de 15 pontos indicam baixa autoestima, entre 15 a 25 pontos autoestima satisfatória

e acima de 25 pontos autoestima elevada (SANTOS et al, 2012).

A partir da contagem dos pontos do questionário da EAR foi realizada a

comparação da frequência para verificar se o desenvolvimento do Projeto de

Intervenção Pedagógica com o desenvolvimento de jogos cooperativos surtiu efeito

positivo com os alunos da Escola Estadual do Campo São Francisco – Ensino

Fundamental.

Page 13: Jogos Cooperativos: alternativa para aumento da autoestima

3.3 INTERVENÇÃO

A intervenção foi aplicada aos alunos dos 8º A e 9ºA anos da Escola Estadual

do Campo São Francisco mediante o desenvolvimento de jogos cooperativos junto

aos alunos durante 12 aulas.

As aulas da intervenção foram planejadas respeitando a sequência:

Aquecimento (10 minutos de alongamento/aquecimento); Desenvolvimento (30

minutos de parte principal, de acordo com as especificidades de cada atividade

planejada) e Volta à Calma (10 minutos). Todas as atividades se fundamentaram em

jogos cooperativos.

Nas primeiras aulas foram privilegiadas atividades cooperativas para

interação, socialização e diversão. Com o avanço da intervenção, foram

introduzidos, na fase de Desenvolvimento, jogos pré-desportivos recriados de forma

cooperativa na modalidade de basquetebol, futebol, handebol, voleibol e atletismo,

sugeridas por Soler (2009).

3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Ao final do programa de intervenção foi realizada a avaliação dos resultados

mediante a análise estatística dos dados do estudo (grupos intervenção 8ºA e 9ºA),

inclusive das duas turmas que não participaram das atividades interventivas (grupos

controle 8ºB e 9ºB), para a verificação dos resultados do efeito da intervenção sobre

a autoestima dos escolares.

A análise estatística dos dados a partir dos resultados do IMC dos

adolescentes participantes da pesquisa foi realizada a partir da estatística descritiva

considerando valores de média, desvio-padrão e classificação do estado nutricional

interpretados de acordo com os parâmetros da OMS (2007), mediante a utilização

de gráficos e tabelas para idade, peso e estatura.

A análise comparativa da medida de autoestima entre os grupos no pré-teste

e no pós-teste foi realizada com o Teste-t de student para amostras independentes.

O resultado comparativo da autoestima entre o pré-teste e o pós-teste para ambos

os grupos foi realizada pelo teste-t para amostras pareadas.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 INTERPRETAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A amostra contou com a participação de 65 adolescentes, 58,5% (n= 38)

alunos do sexo feminino e 41,5% (n= 27) do sexo masculino, com idade entre 13 a

17 anos (M= 13,7; dp= 1,2). Demais dados sociodemográficos estão descritos na

tabela 1.

Tabela 1. Descrição da amostra Geral e por Grupos

GERAL GI GC

M dp M dp M dp

Idade (anos) 13,7 ±1,2 13,8 ±1,2 13,6 ±1,2 Peso (Kg) 53,79 12,90 56,46 13,69 50,67 11,35 Estatura (m) 1,61 0,07 1,62 0,06 1,60 0,08 IMC 20,5 3,9 21,4 4,4 19,5 3,0 GI = Grupo intervenção; GC = Grupo controle; M = média; dp = desvio padrão; IMC = Índice de Massa Corporal.

Observando os dados demográficos e antropométricos por grupos de

intervenção e controle, percebeu-se que os grupos eram similares para as variáveis

de estatura (t=1,037; p=0,30), peso (t=1,838; p=0,07) e IMC (t=1,954; p=0,06) pois

nenhuma diferença nos valores obtidos foi estatisticamente significativa.

Na classificação do Estado Nutricional do total da amostra verificou-se que

um percentual de 3,1% apresenta baixo peso, 64,6% é considerada eutrófica, 27,7%

se enquadra em sobrepeso e ainda 4,6% constituem o grupo de obesidade. Demais

valores por grupos de intervenção e controle estão descritos na tabela 2.

Tabela 2. Distribuição de frequência absoluta e relativa (%) de acordo com

classificação de estado nutricional dos alunos

GERAL GI GC

n (65) % n (35) % n (30) %

Baixo peso 2 3,1 0 0 2 6,6

Eutrófico 42 64,6 22 62,8 20 66,7

Sobrepeso 18 27,7 10 28,6 8 26,7

Obesidade 3 4,6 3 8,6 0 0

GI = Grupo intervenção; GC = Grupo controle; n = número de participantes.

Os valores obtidos na pesquisa são semelhantes aos obtidos por Teodoro

Page 15: Jogos Cooperativos: alternativa para aumento da autoestima

(2015) em estudo realizado com 176 adolescentes com idade entre 14 e 18 anos do

município de Passo Fundo – RS. Os resultados indicaram sobrepeso em 23,75%

dos adolescentes e um percentual de 8,7% como obesos, concluindo elevada

prevalência de obesidade considerando a falta de atividade física como fator que

contribui para a elevação do peso.

Os resultados da Escala de Autoestima de Rosenberg para os grupos de

intervenção e controle no período de pré-teste foram: GI (M = 16,57; dp = 5,10) e GC

(M = 18,50; dp = 4,78). Esta pontuação, apesar de apresentar diferenças numéricas,

não foi estatisticamente significativa (t = -1,563; 0,12), indicando que os grupos

apresentavam valores similares para autoestima no início do projeto de intervenção.

Após a intervenção, durante o Pós-teste verificou-se que no grupo de

intervenção a pontuação de autoestima aumentou para 17,91 elevando em 1,34 a

pontuação em relação aos resultados do pré-teste. No grupo controle, a pontuação

do pós-teste foi de 16,00 que demonstrou uma redução da pontuação de autoestima

de 2,5 pontos quando comparado com o resultado do pré-teste, indicando uma baixa

significativa na autoestima neste grupo. Contudo, diferença significativa não foi

observada para o grupo de intervenção. Os valores da escala de autoestima de

Rosenberg e dos testes-t podem ser observados na tabela 3.

Tabela 3. Descrição de valores de autoestima pela EAR e de análises de diferenças

por grupos de intervenção e controle no Pré e Pós-testes.

n Média EAR Dp Teste-t Valor p

GI Pré-teste 35 16,57 5,1

1,078 0,29 Pós-teste 35 17,91 5,0

GC Pré-teste 30 18,50 4,8

-1,935 0,06 Pós-teste 30 16,00 4,4

GI = Grupo intervenção; GC = Grupo controle; n = número de participantes; dp = desvio padrão.

Neste estudo não foi possível a comprovação da eficiência dos jogos

cooperativos pelos resultados quantitativos em relação a autoestima. Vale ressaltar

que o grupo controle apresentou uma redução na autoestima do início ao fim do

período de implementação da prática pedagógica, fato não observado no grupo de

intervenção.

O fato do grupo controle apresentar autoestima significativamente mais baixa

no pós-teste representa indícios positivos e relevantes para o grupo intervenção. Os

Page 16: Jogos Cooperativos: alternativa para aumento da autoestima

resultados indicam que os jogos cooperativos podem contribuir, senão para o

aumento da autoestima, ao menos para a manutenção da autoestima dos

estudantes. Portanto, o estudo apresenta forte tendência de resultados mais

significativos se forem considerados fatores como o tempo de intervenção dos jogos

cooperativos junto aos alunos para a obtenção de autoestima satisfatória.

Ademais, qualitativamente, percebeu-se que a experiência que os jogos

cooperativos trouxeram para os alunos foi muito significativa, visto que estavam

motivados, se divertiram e aprenderam juntos, participaram das atividades com os

mesmos objetivos de maneira prazerosa, com ritmo próprio, confiança e boa

autoestima. Até aqueles que tinham alguma limitação contribuíram nas atividades,

adquiriram mais confiança, fizeram mais amizades e demonstraram menos atitudes

agressivas.

O jogo cooperativo pode ser visualizado como uma alternativa que pode

ajudar a solucionar problemas, conflitos e alcançar os objetivos, visto que está

relacionado à comunicação, confiança e autoestima. “Os elementos primordiais

presentes nos jogos são a cooperação, a aceitação, o envolvimento e a diversão”

(SOLER, 2006, p. 116).

Pelos resultados da EAR, nota-se que não houve diferença significativa na

melhora de autoestima para nenhum dos subgrupos de estado nutricional dos

integrantes do grupo de intervenção. Há que se ressaltar que a análise para o grupo

obesidade não houve distribuição normal por ter somente 3 participantes, conforme

apresentado na Tabela 4:

Tabela 4. Resultados da EAR no pré-teste e pós-teste por estado nutricional para o

grupo de intervenção

n M ± dp teste-t valor p

EUTRÓFICO Pré-teste 22 16,8 ± 5,3

-0,989 ,334 Pós-teste 22 18,5 ± 5,3

SOBREPESO Pré-teste 10 17,3 ± 5,1

-0,339 ,742 Pós-teste 10 18,1 ± 4,4

OBESIDADE Pré-teste 3 12,7 ± 3,2

-1,000 ,423 Pós-teste 3 13,3 ± 3,8

n = número de participantes; M = Média EAR; dp = desvio padrão

Os resultados demonstram que não houve diferença quantitativa significativa

na melhora da autoestima dos educandos. Contudo, podem ser destacados

Page 17: Jogos Cooperativos: alternativa para aumento da autoestima

aspectos qualitativos que foram promovidos pela realização dos jogos cooperativos

fortaleceu as tendências democráticas e permitiu ao aluno se divertir, sem humilhar,

ou se impor a nenhum colega. Se o aluno se sente seguro em participar e fazer

parte do grupo, ele perde o medo de errar, fica mais confiante, consequentemente

sua autoestima aumenta.

Os alunos com sobrepeso e obesidade sentiram-se mais confiantes na

realização das atividades. Sendo assim, deve-se considerar uma Educação Física

inclusiva, que valorize o educando e respeite as diferenças, permitindo um ambiente

mais harmonioso e saudável.

De acordo com Soler (2009, p. 150) quanto mais as pessoas têm

oportunidade de sucesso, melhor para todos, pois a felicidade não é algo para curtir

sozinho, mas sim para ser compartilhado.” Com os jogos cooperativos as aulas de

Educação Física tiveram uma maior contribuição no processo de ensino

aprendizagem, construindo autonomia, criatividade, relação social, entre outros

fatores essenciais para o aumento da autoestima dos educandos com sobrepeso e

obesidade.

Com a proposta da cooperação, permitiu-se a participação de todos,

independentemente das habilidades de cada um, cujo objetivo principal é valorizar o

coletivo. Evitou-se o confronto entre vencedores e perdedores, foram adotadas

diferentes formas de atitudes que colaboraram para criar conceitos que ajudaram a

diminuir a discriminação e permitiu aumentar a consciência sobre as limitações de

cada indivíduo.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entre os fatores que podem ser apontados para o não atingimento de

resultados positivos em relação ao aumento da autoestima da amostra, destacam-

se: o pouco tempo dispensado para o desenvolvimento das aulas fundamentadas

em jogos cooperativos, o fato da amostra ser composta de adolescentes que

demonstram certa instabilidade emocional que pode interferir na maneira de como

se sentem e consequentemente, afeta a sua autoestima.

Neste estudo, não houve melhora significativa na autoestima dos estudantes

submetidos ao projeto de intervenção de jogos cooperativos. No entanto, foi possível

Page 18: Jogos Cooperativos: alternativa para aumento da autoestima

perceber no decorrer das aulas de Educação Física um aumento na motivação para

o desenvolvimento das atividades, respeito às diferenças, valorização do outro,

construção da autonomia, criatividade e relações sociais mediante a participação de

todos com inclinação à adoção de atitudes mais democráticas.

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