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John Dewey e o Ensino de Arte No Brasil- Cap. 5

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Reflexões sobre o capítulo 5 do livro de Ana Mae Barbosa, sobre John Dewey e o Ensino de Arte no Brasil.

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Comment [LM1]: Nereu Sampaio é influenciado pelas ideias de Dewey. Fases do desenvolvimento das ideias de J Dewey:

1.Naturalista (A Escola e Sociedade) (Individualidade e experiência)

2.Integrativa (Democracia e Educação)

3.Arte-educação (Arte como Experiência)

Comment [LM2]: Embora Nereu Sampaio seja pouco conhecido no Brasil, o seu método “espontâneo-reflexivo” ainda é usado nas escolas. Trata-se de um trabalho de dissertação sobre o Desenho espontâneo das crianças, no qual Sampaio apropria-se das metodologias de Dewey em A Escola e Sociedade. Este trabalho influenciou a reforma de Fenando Azevedo, tornando-se um forte modelo na educação brasileira. ...

Comment [LM3]: Sampaio delineia um sistema

metodológico que relaciona a evolução

mental da criança com os impulsos

infantis de Dewey. Ele se respalda em

Dewey – fazer e refazer após

observação/reflexão.

A partir de uma observação crítica, a criança, ao comparar seu trabalho artístico, por meio de um portfólio, poderá perceber seu processo de desenvolvimento. Ao comparar, criticamente, seus trabalhos observando outras situações naturais, poderá desenvolver sua percepção e ampliar sua capacidade crítica e consciente. Necessidade de combinar memória e imaginação, ação - reflexão - ação. O professor, da mesma forma, deve tomar atitude investigativa, comparar sua práxis pedagógica e se apropriar de novas possibilidades educativas disponíveis na atualidade. ...

Comment [LM4]: Apreciação para Dewey – a “reconstrução da experiência” – “fazer e refazer relacionados”, significa tomar consciência, desenvolver a percepção a partir da observação, com a intenção de ampliar a capacidade de expressão e não para a representação realista. O Conceito de Dewey sobre auto-expressão “visava desenvolver ao mesmo tempo habilidade técnica e apreciação de arte”.

Dewey foi criticado por Croce, que alegara que as observações e teorias usadas por Dewey já Croce critica Dewey, alegando que suas observações e teorias não eram inéditas. Afirma que ele mesmo havia enunciado a ideia de “expressão” como interpretação reflexiva, o que foi refutado por Dewey que se posiciona anterior à Croce.

Comment [LM5]: Croce critica Dewey que critica Franz Cizek. Este é defendido por Katherine Dewey e Arthur Efland e por suas referências acerca da escola de Cizek, em Viena, onde sua sogra havia estudado. Segundo ela, “os métodos envolviam pesquisa rigorosa e exigente de elementos e princípios de desenho, mias ligados ao enfoque sintético de Dow que ao da livre expressão.” Contextualizando os dois períodos em que supervalorizou-se a auto-expressão no ensino de arte, percebe-se que a causa foi uma liberação emocional provocada pelo pós-guerra e não influencias da escola de Cizek. A tese de Sampaio propõe a retomada do desenho a partir da observação para aproximá-lo da realidade.

Comment [LM6]: Katherine afirma, a partir de estudos mais profundos sobre Cizek, haver algum tipo de orientação presidindo as suas aulas, porém, Dewey afirma o contrário. Ele combate o preconceito de que auto-expressão significa deixar as habilidades sensíveis fluírem automaticamente, sem nenhuma intervenção externa durante o processo. Para ele, “sem algum direcionamento da experiência, no sentido de um processo contínuo de expressão, desempenho ou execução, a resposta às condições circundantes será casual, esporádica e finalmente cansativa.” Muitos equívocos podem surgir a partir das diferentes interpretações dadas às teorias educacionais. Dewey reafirma a necessidade da criança ter orientação de um professor. Nos dias atuais, elas encontram-se expostas a toda sorte de informações externas, são bombardeadas continuamente pelas redes virtuais. Mais do que nunca, a figura de um professor orientador, conectado, crítico, torna-se necessário para a formação de estudantes mais sensíveis, autônomos, humanizados e que se autogoverne.

Comment [LM7]: Para Dewey torna-se imprescindível uma metodologia que promova a avaliação dos resultados. Fazer a relação entre os meios e as consequências dão continuidade e sentido às ações subsequentes, constituindo-se o conceito de Liberdade/individualidade, entendido não como ausência de controle. No trabalho de Dewey em A Escola e Sociedade, o conceito sobre o exercício da observação apresentou-se como apreciação naturalista, sendo mais tarde melhor estruturado, tornando possível um correlacionamento entre seu princípio primitivo de arte-educação e os do romantismo. Imaginação e observação como princípios orientadores do ensino de arte busca sua inspiração no romantismo, aplicado apenas na primeira fase da teoria de Dewey. Sampaio, ao fazer sua interpretação sobre imaginação E observação, atribui à imaginação uma subordinação à observação, de uma necessária submissão progressiva entre o “espontâneo ao racional”. Esta interpretação impediu que Sampaio compreendesse a importância da imaginação nas teorias da arte e da educação Deweyianas, afirma Ana Mae Barbosa.

Comment [LM8]: Sampaio busca transformar a imaginação em pensamento reflexivo. Sua ideia seria impulsionar o desenvolvimento infantil em direção à inteligência reflexiva.

Comment [LM9]: O pensamento imaginativo pode transformar uma experiência comum em uma experiência simbólica e também elucidar posicionamentos diversos. O pensamento imaginativo sugere elencar diversas hipóteses e a definição de possíveis soluções para um mesmo problema. Neste sentido, há de se considerar pensamentos divergentes, possibilidades múltiplas, trilhas diversas e resultados imprevisíveis. Voltando para os aspectos apresentados neste estudo sobre a arte e o desenvolvimento da criança, o professor, como orientador e condutor dos processos arte/educativos deve conhecer teorias e aplicar metodologias que promovam o desenvolvimento cognitivo, estético, sensível, social, cultural, político, fazendo com que seus alunos se apropriem das aprendizagens pertinentes a cada etapa de suas vidas.

Comment [LM10]: Mesmo prevalecendo equívoco na interpretação que Sampaio fez sobre aspectos da teoria de Dewey, seu trabalho é relevante para a história da arte/educação.

Comment [LM11]:

Comment [LM12]: Barbosa traz à luz diversos equívocos sobre a arte/educação no Brasil demonstrados por teóricos da educação. Ela explica os enganos cometidos sobre a importância da arte na educação, reafirma sua igual importância às outras disciplina durante o Movimento da Escola Nova Brasileira e sobre o desconhecimento das obras escritas por Dewey depois de A Escola e Sociedade.

Comment [LM13]: Os equívocos citados poderiam ter sido pelo desconhecimento da obra Arte como Experiência de John Dewey, ainda não traduzido para a língua portuguesa à época. Hoje, Art as Experience já é traduzido no Brasil e literatura fundamental nos estudos da arte/educação Segunda Fase do Pensamento de Dewey consubstanciada em Democracia e Educação e em Pensamento Afetivo na Lógica e na Pintura teve menos influência que A Escola e Sociedade. ...

Comment [LM14]: Mais uma comprovação de que a Escola Nova tinha compromisso com a arte na educação foi a vinda de Perrelet, uma filósofa da arte, que compôs um grupo de professores vindos da Europa, do Instituto Jean-Jacques Rousseau, para reorganizar a educação em Minas Gerais. Dentre os sete professores componentes do grupo, dois eram professores de arte. Criou-se a Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Minas Gerais, comandada por Artus Perrelet. Os conceitos de Dewey sobre a função da arte na educação foram fortemente explorados. Esta escola promoveu mudanças na prática dos professores em Minas Gerais, ao ponto de Carlos Drummond de Andrade poetizar sobre as professorinhas da Escola de Aperfeiçoamento. Ao estabelecer relações entre a Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Minas Gerais e Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte, ambos denotam o reconhecimento dado à arte em Minas Gerais e em Goiás; ambos se fortaleceram fundamentalmente ao apropriarem-se de conceitos abordados por teóricos que discutem a arte/educação e, ambos, recebem o selo de qualidade pelas mudanças que conseguiram e conseguem imprimir no ensino da arte em seus diferenciados contextos. A pergunta é: onde se situa a inversão do movimento que faz da arte hoje uma área menos favorecida nos currículos escolares?