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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005 1 POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Website: www.potafos.org - E-mail: [email protected] Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS N 0 112 DEZEMBRO/2005 Promover o uso apropriado de P e K nos sistemas de produção agrícola através da geração e divulgação de informações científicas que sejam agronomicamente corretas, economicamente lucrativas, ecologicamente responsáveis e socialmente desejáveis. MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO 1 Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, diretor da POTAFOS; e-mail: [email protected] 2 Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS; e-mail: [email protected] WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE O Workshop SASCEM – Sistema Agrícola Susten- tável com Colheita Econômica Máxima –, promovi- do pela POTAFOS em 7 de Outubro último na Es- cola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba-SP, reu- niu estudantes, professores e pesquisadores para discutir manejos agrícolas eficientes, econômicos e sustentáveis. O Workshop teve por objetivos: (1) resgatar a história do plantio direto no Brasil, (2) entender o que está ocorrendo com o manejo do mato no sistema plantio direto, principalmente quando se pratica o “aplique e plante” e (3) entender os mecanismos de defesa da planta contra as doenças. Os slides das apresentações encontram-se no site: http:// www.potafos.org/ppiweb/pbrazil.nsf/$webcontentsbydate! OpenView&Start=1&Count=60&Expand=10#10. As principais men- sagens deixadas pelos palestrantes estão resumidas a seguir. HERBERT ARNOLD BARTZ, agricultor e proprietário da fazenda Rhinania, em Rolândia, no norte do Paraná, contou A histó- ria e a evolução do plantio direto no Brasil e no mundo, história esta que se confunde com a de sua vida, grande parte dedicada à defesa do sistema plantio direto como única alternativa sustentável para a agricultura mundial. Segundo Bartz, a técnica do plantio direto nasceu há 33 anos, quando, durante uma viagem aos Estados Unidos, trouxe em sua bagagem uma plantadeira desenvolvida exclusivamente para tra- balhar no plantio direto. A agricultura naquela época se baseava no revolvimento indiscriminado do solo com arados, grades e subsoladores, causando grande desagregação do solo e, com isso, graves problemas de erosão, agravada pelo pastejo intensivo e queima dos restos das lavouras. Veja também neste número: Enxofre elementar como fertilizante ..................... 4 Deficiência de níquel gera “orelha-de-rato” ........ 8 Potássio na produtividade e qualidade da soja .. 10 Professor Malavolta premiado pela IFA .............. 13 Como sobreviver na agricultura? ....................... 16 Encarte: PLANTAS PARA COBERTURA DO SOLO E ADUBAÇÃO VERDE APLICADAS AO PLANTIO DIRETO Tsuioshi Yamada 1 Silvia Regina Stipp e Abdalla 2 De acordo com Bartz, o princípio do plantio direto é revolver o solo o mínimo possível, mantendo-o sempre coberto por palha e/ou cobertura vegetal, através da rotação de culturas. Ele permite colher mais com melhor eficiência no uso dos nutrientes porque há menor perda por erosão, lixiviação e oxidação da matéria orgânica. Com a utilização da rotação de culturas aumenta-se a taxa de maté- ria orgânica e a biodiversidade no solo e, em conseqüência, sua fertilidade. O solo, a água, o ar e a biota são preservados. Esses quatro fatores são a base da atividade agrícola e do meio ambiente. Além disso, com a redução dos custos provocada pelo uso de plantio direto, a pequena propriedade voltou a ser viável econo- micamente no Sul do País. Desde então, o crescimento do plantio direto no Brasil se deu de forma bastante rápida, principalmente através da troca de experiência entre produtores rurais e da criação, mais tarde, da Fe-

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005 1

POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATORua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Website: www.potafos.org - E-mail: [email protected]

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

N0 112 DEZEMBRO/2005Promover o uso apropriado de P e K nossistemas de produção agrícola através da

geração e divulgação de informações científicas que sejamagronomicamente corretas, economicamente lucrativas,ecologicamente responsáveis e socialmente desejáveis.

MISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃO

1 Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, diretor da POTAFOS; e-mail: [email protected] Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS; e-mail: [email protected]

WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVELWORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVELWORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVELWORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVELWORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL

COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM)COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM)COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM)COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM)COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM)

DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADEDESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADEDESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADEDESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADEDESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE

OWorkshop SASCEM – Sistema Agrícola Susten-tável com Colheita Econômica Máxima –, promovi-do pela POTAFOS em 7 de Outubro último na Es-

cola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba-SP, reu-niu estudantes, professores e pesquisadores para discutir manejosagrícolas eficientes, econômicos e sustentáveis.

O Workshop teve por objetivos: (1) resgatar a história doplantio direto no Brasil, (2) entender o que está ocorrendo com omanejo do mato no sistema plantio direto, principalmente quandose pratica o “aplique e plante” e (3) entender os mecanismos dedefesa da planta contra as doenças.

Os slides das apresentações encontram-se no site: http://www.potafos.org/ppiweb/pbrazil.nsf/$webcontentsbydate!OpenView&Start=1&Count=60&Expand=10#10. As principais men-sagens deixadas pelos palestrantes estão resumidas a seguir.

HERBERT ARNOLD BARTZ , agricultor e proprietário dafazenda Rhinania, em Rolândia, no norte do Paraná, contou A histó-ria e a evolução do plantio direto no Brasil e no mundo, história estaque se confunde com a de sua vida, grande parte dedicada à defesado sistema plantio direto como única alternativa sustentável para aagricultura mundial.

Segundo Bartz, a técnica do plantio direto nasceu há 33 anos,quando, durante uma viagem aos Estados Unidos, trouxe em suabagagem uma plantadeira desenvolvida exclusivamente para tra-balhar no plantio direto. A agricultura naquela época se baseavano revolvimento indiscriminado do solo com arados, grades esubsoladores, causando grande desagregação do solo e, com isso,graves problemas de erosão, agravada pelo pastejo intensivo equeima dos restos das lavouras.

Veja também neste número:

Enxofre elementar como fertilizante ..................... 4

Deficiência de níquel gera “orelha-de-rato” ........ 8

Potássio na produtividade e qualidade da soja .. 10

Professor Malavolta premiado pela IFA .............. 13

Como sobreviver na agricultura? ....................... 16

Encarte: PLANTAS PARA COBERTURA DO SOLO EADUBAÇÃO VERDE APLICADAS AO PLANTIO DIRETO

Tsuioshi Yamada 1

Silvia Regina Stipp e Abdalla 2

De acordo com Bartz, o princípio do plantio direto é revolvero solo o mínimo possível, mantendo-o sempre coberto por palhae/ou cobertura vegetal, através da rotação de culturas. Ele permitecolher mais com melhor eficiência no uso dos nutrientes porque hámenor perda por erosão, lixiviação e oxidação da matéria orgânica.Com a utilização da rotação de culturas aumenta-se a taxa de maté-ria orgânica e a biodiversidade no solo e, em conseqüência, suafertilidade. O solo, a água, o ar e a biota são preservados. Essesquatro fatores são a base da atividade agrícola e do meio ambiente.

Além disso, com a redução dos custos provocada pelo usode plantio direto, a pequena propriedade voltou a ser viável econo-micamente no Sul do País.

Desde então, o crescimento do plantio direto no Brasil sedeu de forma bastante rápida, principalmente através da troca deexperiência entre produtores rurais e da criação, mais tarde, da Fe-

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2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005

WORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEM

deração do Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), da qual Bartz épresidente. Assim, passou-se de 200 hectares plantados por ele em1972, para 22 milhões de hectares de área plantada atualmente noPaís, dos quais um terço na região dos cerrados.

A técnica que entrou para o sistema como forma alternativade controle da erosão é hoje uma filosofia para a agricultura susten-tável, pois é economicamente viável, ecologicamente aceitável esocialmente justa.

Após sua palestra, Herbert Bartz foi homenageado pelaESALQ e pela POTAFOS pelo seu trabalho pioneiro que o fez o “Paido Sistema Plantio Direto no Brasil”.

JAMIL CONSTANTIN , professor da Universidade Estadualde Maringá-PR, discorreu sobre os sistemas alternativos de con-trole de infestantes com a palestra Plantas daninhas na cultura dasoja e do milho: não basta controlar, tem que ser na hora certa.

Um dos sistemas alternativos aprovados consiste na desse-cação antecipada com glifosato das áreas com alta infestação e/ouelevada cobertura do solo por ocasião da operação de manejo. As-sim, demonstrou que as culturas que têm seu desenvolvimentoinicial em meio à cobertura de plantas daninhas não totalmentedessecadas [sistemas aplique-plante (AP) e sete dias antes do plan-tio] apresentam clorose e estiolamento, menor desenvolvimento eprodutividade reduzida, causados pelo sombreamento. Ao contrário,a dessecação realizada 20 dias antes da semeadura resulta num incre-mento na produtividade da soja de 6,8 sacos ha-1 e 7,8 sacos ha-1,respectivamente, e do milho de 10,9 sacos ha-1 e 18,5 sacos ha-1,respectivamente, quando comparadas às dessecações realizadasna data de semeadura (AP) e sete dias antes da semeadura.

Outro sistema alternativo diz respeito à associação do glifo-sato a um acelerador de dessecação, no caso o flumioxazin, nasocasiões em que não for possível adotar o sistema de manejo ante-cipado, tornando possível a semeadura em curto espaço de tempoapós a dessecação e evitando grandes perdas de produtividade.Dentre os aspectos favoráveis desta associação, em comparaçãocom a utilização do glifosato isoladamente, destacam-se a maiorvelocidade de dessecação da biomassa presente, estabelecendomelhores condições de emergência para a cultura, a maximização decontrole de espécies consideradas de difícil controle (corda-de-viola, erva-quente, apaga-fogo) e um efeito residual no controle doprimeiro fluxo de infestação da cultura. A conjunção destes trêsfatores permite a emergência no limpo e impede o sombreamentoinicial da cultura, além de retardar a instalação da infestação deplantas daninhas. Ressalta, no entanto, que quando ocorrem altasinfestações e a cobertura vegetal é de grande porte, principalmenteem áreas com infestação de gramíneas, deve-se preferir o sistemaSokko (2,5 L ha-1 de glifosato, 15 a 20 dias antes do plantio, e 1 L ha-1

de glifosato + 80 g ha-1 de flumioxazin no plantio).

O texto integral da palestra foi publicado no InformaçõesAgronômicas no 111, de Setembro último.

A convidada do exterior foi ANNE ANDERSON, micro-biologista, professora de Utah State University, Logan-UT (fone1-435-797-3407; e-mail: [email protected]), especialista naárea de resistência das plantas às doenças. Tendo em vista a possi-bilidade de pesquisas futuras com os estagiários da POTAFOS,Anne visitou pomares afetados pela morte súbita dos citros (Figu-ra 1), assim como outros com manejo conservacionista (Figura 2).

Em sua palestra Desempenho sustentável da planta, mos-trou que os estresses que a cultura sofre durante seu desenvolvi-mento podem ser causados pelo ambiente e pelas práticas agríco-

las. Os estresses ambientais provêm de luz do sol, água, solo, tem-peratura e patógenos. Já os estresses pelas práticas agrícolas po-dem vir da colheita (redução da fotossíntese e perdas de água), dospatógenos, da compactação do solo e dos déficits nutricionais. Omanejo do estresse pode ser feito por indução de resistência nasplantas, por nutrição apropriada e por manutenção de microrganis-mos benéficos no solo.

Segundo Anne, muitas plantas respondem ao ataque locali-zado de herbívoros ou patógenos com a produção de compostosprotetores, reduzindo ou inibindo ataques posteriores de seus ini-migos. As respostas ocorrem no órgão da planta originalmente ata-cado (resposta local) e em partes distantes, não afetadas, comoparte aérea (resposta sistêmica). As respostas localizadas incluemmudanças na composição da parede celular, que pode inibir a pene-tração do patógeno. Estas respostas localizadas causam um sinalque se espalha pela planta e introduz mudanças sutis na expressãogenética mesmo nas partes não afetadas da planta. A respostasistêmica envolve a produção, em alguns casos, de fitoalexinas e deenzimas e proteínas protetoras.

Anne explicou que na resistência sistêmica adquirida e nainduzida as defesas da planta são pré-condicionadas por um trata-mento ou infecção inicial, através de colonização microbiana darizosfera, ou de tratamentos químicos, que resulta em resistência(ou tolerância) ao ataque de patógenos ou parasitas, incluindo fun-gos, bactérias, viroses, nematóides, plantas parasíticas e mesmoinsetos herbívoros.

Figura 1. Anne Anderson e T. Yamada em pomar com sintomas de mortesúbita dos citros (MSC).

Figura 2. Tsuioshi Yamada, Anne Anderson, Jussara Regitano (CENA/USP) e Milton Minowa (Fazenda Yamaguishi) em pomar commanejo conservacionista.

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Como exemplo de indução por colonização microbiana darizosfera tem-se o das rizobactérias não patogênicas promotoras decrescimento, entre as quais as cepas de Pseudomonas, colonizado-ra radicular agressiva, com atividade anti-fúngica e que tambéminduz resistência sistêmica à seca, exemplo gritante da importânciada biodiversidade no sistema de produção (Figura 3).

Porém, não há uma estrutura única como um elicitor universal entretodas as espécies de plantas.

De acordo com ele, quando a planta não sintetiza fitoale-xinas, o equilíbrio nutricional da planta favorece esse processo dedefesa, bem como outros metabólitos constitutivos originários dometabolismo secundário, entre eles fitoanticipinas, alcalóides,

compostos fenólicos e flavonóides.

No caso de deficiências ou ex-cessos nutricionais, ocorrem alteraçõesanatômicas e bioquímicas nas plantasque favorecem a infecção por pató-geno, desencadeando todo o proces-so bioquímico de produção das fitoale-xinas pelo sistema de defesa vegetal.Além disso, a nutrição pode afetar aspropriedades bioquímicas como redu-ção de compostos fenólicos que atuamcomo inibidores do desenvolvimentode pragas e doenças ou acúmulo decompostos orgânicos de baixa massamolar (glicose, sacarose e aminoáci-dos), resultado da maior atividade deenzimas decompositoras como ami-lase, celulase, protease e sacarose,muito comum na deficiência de potás-

sio. A germinação dos esporos de fungos nas folhas, raízes e caulesão estimulados pela presença de exsudados da planta. Por exem-plo, nas plantas deficientes em potássio, a concentração de açúca-res solúveis e aminoácidos nas folhas é alta, podendo aumentar aeficiência de germinação dos esporos em relação às plantas sadias.

Quanto às estruturas anatômicas, a lignificação e o acúmulode sílica nas paredes constituem numa efetiva barreira física contra apenetração das hifas e pode ser diminuída ou aumentada pelo efeitoda nutrição mineral sobre elas, como por exemplo, células epidér-micas e cutículas mais finas, parede celular com menor grau de sili-ficação, parede celular com menor grau de suberização e lignificação.

O equilíbrio nutricional e a ação equilibradora de algunsinsumos empregados na agricultura ecológica, com baixo impactoambiental, como biofertilizantes e calda sulfocálcica, podem ter aver com a indução de resistência natural nas plantas. A caldasulfocálcica, por exemplo, é um insumo estratégico em termos decusto e operacionalidade, atuando de modo a aumentar a resistên-cia das plantas, agindo troficamente no controle de pragas (inse-tos), ácaros e doenças (fungos) e prevenindo viroses (leprose).Provavelmente, isso se deve aos efeitos do enxofre no sistemaproteossintético, especialmente ligado à metionina e cisteína,aminoácidos sulfurados associados à síntese de glutadion.

Concluiu comentando que há necessidade de se investigar,com seriedade e persistência, métodos alternativos para o controlede enfermidades de plantas que sejam, ao mesmo tempo, eficientese menos agressivos à saúde humana e ao equilíbrio de ecossistemas.O isolamento de produtos naturais com atividade antimicrobianaserá componente indispensável em medidas de controle integradode doenças e síntese de pesticidas naturais, nos anos vindouros.

Saber como os vegetais se protegem é essencial para a bioen-genharia, visando obter variedades mais resistentes, o que pode au-mentar a produção e a qualidade dos alimentos. E encontrar uma formade ativar os mecanismos de defesa da planta deixando que ela própriase proteja contra patógenos, ao invés de saturá-la e intoxicá-la comdefensivos, por certo será a estratégia politicamente correta do futuro.

WORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEM

Figura 3. Resistência sistêmica à seca induzida em plantas de Arabdopsis através da colonização radicularpor Pseudomonas chlororaphis O6 (PcO6). A planta com colonização radicular com PcO6 (àdireita) suportou 8 dias sem irrigação e voltou à turgescência normal com irrigação, enquanto aplanta sem colonização radicular com PcO6 (ao centro) não conseguiu recuperar-se com a irriga-ção após 8 dias de seca.

Plantas-testemunha Plantas sem colonização Plantas com colonizaçãocom irrigação radicular com PcO6, radicular com PcO6,

sem água por 8 dias sem água por 8 dias

Anne finalizou dizendo que o uso futuro de resistência ad-quirida sistêmica e de resistência sistêmica induzida para controlede doenças na agricultura convencional parece promissor, já queos elicitores sintéticos e cepas de rizobactérias promotoras de cres-cimento da planta não exibem qualquer atividade antimicrobianadireta e fornecem um modo de controle de doenças sem pressãoseletiva direta sobre as populações de patógenos, ao contrário dospesticidas atuais.

WAGNER LUIZ POLITO , professor do Instituto de Quími-ca de São Carlos, USP, tratou das Fitoalexinas e a resistência natu-ral de plantas às doenças.

Segundo Wagner, as plantas possuem um sistema de defesasemelhante ao sistema imunológico dos animais e respondem aoataque de patógenos alterando seu metabolismo e sintetizando subs-tâncias capazes de protegê-las das doenças, denominadas fitoale-xinas (do grego phyton = planta e alexin = composto que repele).

Ao contrário dos anticorpos produzidos pelos animais, asfitoalexinas não são proteínas, não apresentam especificidade e nãoimunizam a planta. São produtos naturais, ausentes na planta sadia,acumulados temporariamente no local e nos arredores da infecção.São, na sua maioria, compostos lipofílicos, cujas propriedades quími-cas permitem cruzar a membrana plasmática e atuar dentro da célula.Não apenas a lipofilicidade, mas outras características como maiornúmero de hidroxilas, o caráter ácido da molécula e a presença desubstituintes, como grupos fenólicos, conferem-lhe maior toxicidade.Elas possuem atividade inibidora sobre bactérias, fungos, nematóidese efeito tóxico para animais e para as próprias plantas. Podem seracumuladas em resposta a vários microrganismos, mas também comoconseqüência de fatores que causam estresse na planta, comoferimentos, temperatura, danos devido à luz e substâncias tóxicas.

Polito explicou que nos processos normais de infecção daplanta, o estímulo para a síntese de substâncias de defesa provémdo microrganismo invasor e normalmente é representado por molé-culas liberadas ou secretadas por ele. Essas moléculas podem sercarboidratos, lipídeos ou proteínas e são conhecidas como elicitores.

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Oreconhecimento do enxofre como nutriente neces-sário às plantas ocorreu há mais de 200 anos(DUKE e REISENAUER, 1986). A sua deficiência é

fator limitante da produção agrícola em extensas áreas do Brasil,notadamente na região dos Cerrados.

As fontes de enxofre mais utilizadas na adubação são osuperfosfato simples (12% de S-sulfato) e o sulfato de amônio (24%de S-sulfato), isoladamente ou como componentes de fórmulas co-merciais com baixa concentração em NPK. Fórmulas comerciais quetêm altas concentrações de NPK utilizam matérias-primas com bai-xos teores de enxofre como, por exemplo, superfosfato triplo, quecontém somente cerca de 1% de S-sulfato. Assim, em solos defi-cientes em enxofre, a adição de quantidades adequadas deste nu-triente é realizada com a utilização de fertilizantes com baixa con-centração em NPK, o que acarreta aumento dos custos com o frete,com o armazenamento e com a aplicação.

Devido à necessidade da redução dos custos na agriculturabrasileira, é importante utilizar fontes de enxofre que possibilitem asua adição, em teores adequados,em formulações comerciais comalta concentração em NPK. Entreestas fontes destaca-se o enxofreelementar, com 99% de S, que po-de possibilitar a obtenção de fer-tilizantes com alta concentraçãode nutrientes NPK e com alto teorde enxofre. Por exemplo, uma fór-mula 00-20-20 produzida com asmatérias-primas convencionaistem ao redor de 5% de S; para adu-bar um hectare com 80 kg de P

2O

5,

80 kg de K2O e 20 kg de S é neces-

sária a aplicação de 400 kg ha-1

desta fórmula. Esta quantidadepode ser reduzida para 333 kg ha-1

utilizando-se S-elementar na pro-dução de uma fórmula 00-24-24que conterá 6% de enxofre, o querepresenta uma redução de 17%na quantidade do fertilizante a apli-car e, conseqüentemente, um me-nor custo com frete, armazena-mento e aplicação para as mesmasquantidades de nutrientes.

Porém, para que o S-ele-mentar possa se tornar disponí-vel para as plantas ele deve ser

oxidado a S-sulfato (JANZEN e BETTANY, 1987a), que é a formaque as plantas absorvem este nutriente. A oxidação do S-elementaré realizada, principalmente, por microrganismos específicos do solo.Saik (1995) descreveu a reação de oxidação do S-elementar no soloda seguinte forma:

S-elementar + 1½O2 + H

2O → 2H+ + SO

42-

Vários grupos de microrganismos podem oxidar o S-ele-mentar no solo, e eles são divididos em: a) quimioautotróficos, como,por exemplo, as bactérias do gênero Thiobacillus; b) fotoautotró-ficos e c) heterotróficos (bactérias e fungos). Na maioria dos so-los aeróbicos (bem oxigenados), os organismos quimioautotróficose heterotróficos são os mais importantes (GERMIDA e JANZEN,1993).

Na Figura 1 é apresentado um diagrama das relações entreas variáveis independentes (X) e dependente (Y) correlatas queafetam a oxidação do S elementar a S-sulfato. Entre estas variáveisdestacam-se:

USO DO ENXOFRE ELEMENTARUSO DO ENXOFRE ELEMENTARUSO DO ENXOFRE ELEMENTARUSO DO ENXOFRE ELEMENTARUSO DO ENXOFRE ELEMENTAR

COMO FERTILIZANTECOMO FERTILIZANTECOMO FERTILIZANTECOMO FERTILIZANTECOMO FERTILIZANTE

Nelson Horowitz 1

Egon José Meurer 2

1 Engenheiro-Agrônomo, Doutor, Roullier Brasil, Porto Alegre, RS; e-mail: [email protected]. Autor para correspondência. 2 Engenheiro-Agrônomo, Doutor, Professor do Departamento de Solos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bolsista do CNPq; e-mail:

[email protected]

Figura 1. Diagrama das relações entre as variáveis independentes (Xn) e dependente (Y) correlatas que afetama oxidação do S elementar a S-sulfato.

Fonte: HOROWITZ (2003).

ENXOFREENXOFREENXOFREENXOFREENXOFRE

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• Temperatura. Como a maioria dos processos mediadospor microrganismos, a taxa de oxidação do S-elementar é afetadapela temperatura. Nas temperaturas normalmente observadas nasuperfície do solo, a relação entre a taxa de oxidação e a temperaturado solo é exponencial (Figura 2). Quando comparado a outros fato-res do solo que influem na taxa de oxidação do S-elementar, a tem-peratura é a mais responsiva a mudanças (GERMIDA e JANZEN,1993). Embora a temperatura ótima para a oxidação ainda não estejabem definida, é possível que varie conforme as características dosolo, porém Skiba e Wainwright (1984) sugerem que as maiorestaxas de oxidação ocorrem entre 30°C e 40°C. A oxidação é nula oumuito lenta em temperaturas inferiores a 5°C (NOR e TABATABAI,1977; SKIBA e WAINWRIGHT, 1984; WAINWRIGHT, 1984;JANZEN e BETTANY, 1987c).

• Propriedades físicas do solo. A oxidação do S-elementar éafetada por propriedades físicas do solo, apesar destes efeitos nemsempre serem consistentes (GERMIDAe JANZEN, 1993). Em algu-mas investigações, as taxas de oxidação foram inversamente rela-cionadas ao teor de argila e diretamente relacionada ao teor de areia(JANZEN e BETTANY, 1987a; LAWRENCE e GERMIDA, 1988;DENG e DICK, 1990). Outros pesquisadores não obtiveram rela-ções significativas entre a textura do solo e a taxa de oxidação deS-elementar (RHEM e CADWELL, 1968; McCASKILL e BLAIR,1987; WATKINSON, 1989). Porém, solos pouco estruturados ten-dem a ter menor taxa de oxidação quando comparados com os me-lhores estruturados (LEE et al., 1987; WATKINSON, 1989). Muitasdestas observações são, provavelmente, reflexos indiretos do esta-do de aeração dos solos (GERMIDA e JANZEN, 1993) que afetamas reações microbiológicas de oxidação do S-elementar.

• pH do solo. É, quase sempre, relacionado positivamentecom a taxa de oxidação do S-elementar (NOR e TABATABAI, 1977;JANZEN e BETTANY, 1987b; LAWRENCE e GERMIDA, 1988). Oefeito positivo do pH mais elevado está, possivelmente, relaciona-do à capacidade do solo em tamponar o ácido sulfúrico formado naoxidação que, se acumulado em altas concentrações, inibe a ativi-dade dos microrganismos que transformam S-elementar em S-sulfa-to (FOX et al.,1964; BARROW, 1971). Para um Latossolo Vermelhodistrófico típico da região do Cerrados, Horowitz (2003) demons-trou que há uma relação positiva entre a oxidação do S-elementar eo pH inicial do solo (Figura 3).

Figura 3. Relação entre o pH inicial e a taxa de oxidação em um LatossoloVermelho.

Fonte: HOROWITZ (2003).

Figura 2. Relação entre taxa de oxidação do S-elementar e temperatura.Fonte: adaptada de JANZEN e BETTANY (1987c).

Conseqüentemente, fatores que alteram, mesmo que margi-nalmente, a temperatura do solo, como o manejo de resíduos, a cordo solo, a profundidade de colocação do fertilizante e a sua épocade aplicação afetarão a taxa de oxidação. Além disso, a alta sensibi-lidade à temperatura dos microrganismos que realizam a oxidaçãodo S-elementar indica que a eficiência de fertilizantes que contémS-elementar pode variar muito entre regiões climáticas (GERMIDAe JANZEN, 1993). Portanto, em regiões frias é possível que a efi-ciência dos fertilizantes com S-elementar seja baixa (JANZEN eBETTANY, 1987c).

• Umidade e aeração. A taxa de oxidação do S-elementar érelacionada ao potencial da água do solo, apresentando uma rela-ção parabólica até as taxas máximas (JANZEN e BETTANY, 1987c).As taxas máximas ocorrem ao redor da capacidade de campo ediminuem em potenciais mais altos ou mais baixos. Este modeloreflete os efeitos de interatividade entre a disponibilidade de águae de oxigênio no solo (BURNS, 1967). Em condições de baixa umi-dade no solo, a oxidação é limitada por insuficiência de água paraa atividade microbiana. Contrariamente, em solos com alto teor deumidade, a oxidação é limitada por inadequada aeração. Portanto,em solos cultivados com arroz em sistema de inundação, por exem-plo, o S-elementar não deve ser utilizado pois a oxidação deveráocorrer muito lentamente devido ao baixo teor de oxigênio nosolo.

• Teor de matéria orgânica. Vários estudos demonstraram oefeito positivo entre a taxa de oxidação do S-elementar e o teor dematéria orgânica do solo. Isto pode ser atribuído à resposta deorganismos heterotróficos que oxidam o S-elementar utilizando osubstrato disponível como fonte de energia (WAINWRIGHT et al.,1986; LAWRENCE e GERMIDA, 1988; CIFUENTES e LINDE-MANN, 1993; COWELL e SHOENAU, 1995).

• Fertilidade do solo. Pode influir na oxidação do S-elemen-tar, embora este efeito, freqüentemente, seja de pouca magnitudeou inconsistente. Vários trabalhos mostraram efeito estimulante dofósforo sobre a taxa de oxidação (JANZEN e BETTANY, 1987a;LAWRENCE e GERMIDA, 1988). Porém, outros estudos não con-firmaram o mesmo (LEE et al., 1988).

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6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005

A ausência de uma relação bem definida entre a oxidação doS-elementar e as várias propriedades físicas e químicas do solo nãoimplica, necessariamente, que estes efeitos não sejam importantes.É provável que a oxidação seja governada pela interação e integraçãodestes fatores e não apenas por um fator isolado, exceto em casosextremos (GERMIDA e JAZEN, 1993). Em geral, observa-se que osfatores de solo que têm efeito estimulante na oxidação do S-elemen-tar são coincidentes com os que promovem um bom desenvolvi-mento das plantas.

• Tamanho das partículas de S-elementar. Reduzindo-se otamanho da partícula do S-elementar adicionado ao solo ocorre umaumento acentuado na taxa de oxidação devido ao aumento da áreasuperficial das partículas, o que favorece o contato com os micror-ganismos oxidantes (WAINWRIGHT, 1984). De maneira geral, con-sidera-se que, para uma rápida oxidação do S-elementar a ser aplica-do, as partículas deste fertilizante devam ser de tamanho inferior a0,15 mm.

• Dispersão das partículas de S-elementar. A baixa disper-são (distribuição) do S-elementar no solo pode reduzir a oxidaçãodevido ao seu caráter hidrofóbico: em partículas muito agrupadas,a hidratação pode ser deficiente para que a oxidação ocorra (JAN-ZEN e BETANNY, 1986; WATKINSON, 1989). Com o aumento pro-gressivo da dispersão das partículas do S-elementar no solo, a taxade oxidação também aumenta. A oxidação lenta de partículas poucodispersas no solo tem significativa importância para a eficiência defertilizantes que contenham S-elementar. Vários estudos têm de-monstrado que as maiores taxas de oxidação de um fertilizante comS-elementar ocorreram quando este foi misturado ao solo, ao invésde ter sido colocado em faixas (CHIEN et al., 1988).

FERTILIZANTES COM S-ELEMENTAR

Em diversos países, fertilizantes contendo S-elementar vêmsendo utilizados de forma crescente (EDMEADES et al., 1994; ZHAOet al., 1996). Fertilizantes com S-elementar são comercializados empaíses como Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Estes incluem oS-elementar sob várias formas: puro (como pó), incorporado a ferti-lizantes granulados, granulado com agentes dispersantes e em sus-pensões aquosas para aplicação em sistemas de irrigação. No Brasil,a utilização de S-elementar ainda é incipiente, embora algumas empre-sas comercializem o produto isoladamente ou em misturas fareladas.

Um dos fertilizantes produzidos no Canadá é o S-elementarcom bentonita. No processo de produção deste produto, incorpo-ra-se S-elementar fundido à bentonita, que é uma argila expansiva.Obtém-se, assim, um fertilizante granulado, forma física que facilitaa aplicação do produto (BOSWELL et al., 1988a), já que a distribui-ção uniforme do S-elementar na forma de pó, a campo, é difícil. Coma umidade do solo, estes grânulos desintegram-se, expondo a gran-de área superficial das partículas finas à atividade microbiana, jáque a bentonita, sendo uma argila expansiva, em contato com aumidade do solo, tem seu volume aumentado em torno de 20 vezes(TISDALE et al., 1993; SAIK, 1995). Porém, a taxa de oxidação do S-elementar granulado com bentonita é, geralmente, menor do que ado S-elementar na forma de pó (JONES e RUCKMAN, 1969;BOSWELL et al., 1988; KARAMANOS e JANZEN, 1991). A oxida-ção mais lenta destes produtos granulados tem sido atribuída àinadequada dispersão das partículas de S-elementar após a aplica-ção do produto ao solo (BOSWELL et al., 1988; JANZEN, 1990).Entretanto, a aplicação destes grânulos na superfície do solo, localem que estes estão expostos a efeitos de ruptura devido à precipi-tação e a outros fatores climáticos, pode facilitar a melhor dispersãoe aumentar a taxa de oxidação (SOLBERG et al., 1987).

A incorporação de S-elementar a fertilizantes convencionais,como uréia e superfosfato triplo, é uma outra forma de aumentar oteor do nutriente em formulações NPK. Para adubos fosfatados,principalmente o superfosfato triplo, é viável adicionar o S-elemen-tar através de diferentes tipos de processos industriais. Porém, aforma de incorporação do S-elementar ao superfosfato triplo terárepercussões na eficiência agronômica do fertilizante. Entre as for-mas de incorporações destacam-se: a) o recobrimento do fertilizan-te previamente granulado com S-elementar fundido e b) incorpora-ção do S-elementar em pó durante a granulação do superfosfato.Bloomfield (1967) e Watkinson (1989) afirmam que a incorporaçãode S-elementar aos superfosfatos aumenta a sua taxa de oxidação.Isto tem sido atribuído ao aumento da umidade ao redor das partí-culas de S-elementar e à presença de fósforo, que favorecem a oxi-dação pelos microrganismos do solo. Porém, o método de incorpo-ração do S-elementar ao superfosfato pode afetar o tamanho daspartículas no interior do grânulo do fertilizante e a sua dispersão nosolo, afetando a sua eficiência.

Poucas pesquisas sobre o uso do S-elementar como fontede nutriente às plantas têm sido realizadas no Brasil. Horowitz(2003) demonstrou que 42 amostras de solo de diferentes regiõesdo Brasil têm capacidade de oxidar S-elementar, porém com variá-veis taxas de oxidação. Além disto, o mesmo autor, trabalhando emcasa de vegetação com quatro cultivos consecutivos de milho (Ta-bela 1), comprovou que fontes de S-elementar granuladas com agen-tes dispersantes (Tiger 90CR e Sulfer 95) tiveram baixa eficiência. Osuperfosfato triplo ao qual foi incorporado S-elementar na forma depó apresentou eficiência agronômica crescente com o decorrer doscultivos, atingindo índices de eficiência agronômica (IEA) superio-res ao do gesso em pó e ao do supefosfato simples (fonte de Spadrão) no terceiro e no quarto cultivo. O superfosfato triplo reves-tido com S-elementar fundido apresentou índices intermediários.Estes resultados indicam que a utilização do S-elementar associadoa fontes de fósforo granuladas apresentam potencial de utilizaçãoem áreas com níveis adequados do nutriente, porém que necessi-tam de reposição de enxofre.

Tabela 1. Índice de eficiência agronômica (IEA) de fontes de enxofre,para o S total acumulado no tecido do milho, em quatro cultivossucessivos, em casa de vegetação, em um Latossolo Vermelho.

Fonte Cultivo 1 Cultivo 2 Cultivo 3 Cultivo 4

- - - - - - - - - - - - - IEA (%) - - - - - - - - - - - -

Tiger 90CR 0 0 20 26Sulfer 95 4 44 14 31SFT + S-elem. incorporado 9 72 105 162SFT + S-elem. revestido 14 24 69 82Gesso em pó 177 87 52 66SFS granulado 100 100 100 100

Fonte: adaptada de HOROWITZ (2003).

Os autores deste trabalho julgam que os solos de muitasregiões do território brasileiro apresentam condições favoráveispara a oxidação do S-elementar a S-sulfato. É muito provável que oS-elementar apresente alta eficiência agronômica nesses solos, prin-cipalmente se aplicado na forma de pó. Acreditam, igualmente, queexiste excelente perspectiva, embora novas pesquisas sobre o temasejam necessárias, para a fabricação de fertilizantes granulados quecontenham S-elementar, possibilitando a obtenção de fórmulas comaltas concentrações em NPK e em enxofre, o que resultaria numasignificativa redução de custos ao produtor.

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8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005

NÍQUELNÍQUELNÍQUELNÍQUELNÍQUEL

“ORELHA DE RATO”“ORELHA DE RATO”“ORELHA DE RATO”“ORELHA DE RATO”“ORELHA DE RATO”

Eurípedes Malavolta 1

Milton Ferreira de Moraes 2

1 Pesquisador do CENA-USP, Piracicaba-SP. Telefone: (19) 3429-4695; e-mail: [email protected] Doutorando do CENA-USP, Piracicaba-SP. Bolsista FAPESP. Telefone:(19) 3429-4695;e-mail: [email protected]

A lista de micronutrientes, de acordo com o critériodireto ou indireto (ou ambos) de essencialidade, é aseguinte: boro (B), cloro (Cl), cobalto (Co), cobre

(Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni),selênio (Se) e zinco (Zn). O silício (Si) é considerado essencial pelalegislação brasileira de adubos atual, o que está errado – é umelemento benéfico. Apenas.

A essencialidade do níquel foi demonstrada por Eskew et al.(1983, 1984) – é ativador da urease, enzima universal nas plantas,que desdobra a uréia em gás carbônico eamônia. O elemento foi promovido de tóxi-co para essencial.

O sintoma chamado “orelha-de-rato”de pecan (Carya illinoinensis) é conheci-do nos Estados Unidos desde 1918: a pon-ta das folhas novas fica arredondada e compontos escuros, o limbo se encurva, tor-nando-as parecidas com a orelha do roe-dor. Inicialmente, pensou-se que a causafosse o dano devido ao frio da primaveraantes da abertura das gemas. Depois foi atri-buído a um vírus, à deficiência de manganêsou de cobre (WELLS, 2005). Só recentemen-te foi descoberto que a orelha-de-rato é re-sultado da severa deficiência de níquel(WOOD et al., 2004a, b, c). Do mesmo modoque acontece na soja, o sintoma típico éatribuído a um acúmulo local da uréia (pon-tos escuros) que não é hidrolisada devidoà falta do ativador da urease – o Ni.

Vários fatores contribuem para a de-ficiência:

• Baixa disponibilidade no solo;• Excesso de Zn que inibe competiti-

vamente a absorção do níquel;• Seca;• pH do solo acima de 6,5;• Doses excessivas ou tardias de ni-

trogênio;• Calagem excessiva;• Níveis altos de P e de Cu no solo que diminuem a absorção

do níquel ou a sua distribuição dentro de plantas;• Inibição da urease pelo cobre.

A melhor indicação do estado nutricional da pecan com res-peito ao níquel – leia-se orelha-de-rato – é dada pelo seu teor nafolha. O níquel aplicado nas folhas, no outono, é transformado paralocais de armazenamento ou residência, tecidos dormentes dos bro-tos e gemas. A quantidade translocada é suficiente para corrigir adeficiência no período de abertura das gemas e para garantir o cres-

cimento normal. Na primavera seguinte à aplicação outonal, o teorde Ni nas folhas das plantas tratadas era de 7 mg kg-1, enquanto asnão tratadas, com sintomas, tinham 0,5 mg kg-1. Quando o Ni foiaplicado nas folhas, na primavera, os sintomas dos folíolos desa-pareceram 10 a 15 dias após o tratamento. O teor foliar chegou a26 mg kg-1 de Ni, contra 0,4 mg kg-1 nas folhas das plantas comsintomas.

A prevenção ou correção da deficiência de Ni é feita me-diante a aplicação de uma solução de NiSO

4.6H

2O na concentração

de 3,5 g L-1 (0,8 g L-1 de Ni) contendo 4,8 gde uréia por litro e 2,5 mL L-1 de umsulfactante não-iônico. A pulverização éfeita na folhagem até escorrer.

Um trabalho recente (em publica-ção) do Laboratório de Nutrição Mineralde Plantas do CENA-USP em colaboraçãocom a Fischer Agropecuária poderá ter al-guma conseqüência prática: foi verificadoque no florescimento há um grande acú-mulo de Ni na flor, cujo conteúdo é maiorque o encontrado na folha e no lenho doramo. É sabido que a amônia, aplicada ouendógena, está relacionada com o flores-cimento e a produção. Tal hipótese neces-sita, entretanto, de comprovação experi-mental.

REFERÊNCIAS

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Sintomas de orelha-de-rato devidoà deficiência de níquel em pecã:pontos escuros e necrose nas mar-gens dos folíolos; ponta das folhasnovas arredondada, limbo encur-vado, tornando-as parecidas com aorelha do roedor.

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DIVULGANDO A PESQUISA

Notas do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegraGrifos nos textos, para facilitar a leitura dinâmica, não existem na versão original

2. RENDIMENTO E TEOR DE PROTEÍNA BRUTA NOSGRÃOS DE HÍBRIDOS DE MILHO COM ADUBAÇÃONITROGENADA DE COBERTURA TARDIA

SILVA, P. R. F. da; STRIEDER, M. L.; COSER, R. P. da S.; RAMBO,L.; SANGOI, L.; ARGENTA, G.; FORSTHOFER, E. L.; SILVA, A.A. da. Scientia Agricola, v. 62, n. 5, p. 487-492, 2005.(www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90162005000500014&lng=pt&nrm=iso&tlng=en)

Alterações morfo-fisiológicas introduzidas nos híbridos mo-dernos de milho sugerem mudanças na dinâmica de absorção donitrogênio, aumentando a habilidade da planta de absorvê-lo du-rante o enchimento de grãos. Isto pode justificar a utilização decoberturas nitrogenadas tardias sempre que restrições climáticasimpedirem o suprimento adequado de nitrogênio durante o desen-volvimento vegetativo da cultura. Este estudo foi conduzido obje-tivando avaliar os efeitos da fertilização nitrogenada no emborra-chamento e espigamento, no rendimento e teor de proteína nosgrãos de híbridos de milho. Dois experimentos foram instalados emEldorado do Sul, RS, nos anos agrícolas de 2001/2002 e 2002/2003.Em 2001/2002, os tratamentos foram compostos por dois híbridos(Agroceres 303 e Pioneer 32R21), três doses de N aplicadas durante

1. ENHANCING NITROGEN USE EFFICIENCY IN CROPPLANTS

FAGERIA, N. K.; BALIGAR, V. C. Advances in Agronomy, v. 88,p. 97-185, 2005.

Nitrogen is the most limiting nutrient for crop production inmany of the world’s agricultural areas and its efficient use isimportant for the economic sustainability of cropping systems.Furthermore, the dynamic nature of N and its propensity for lossfrom soil-plant systems creates a unique and challenging envi-ronment for its effcient management.

Crop response to applied N and use efficiency are importantcriteria for evaluating crop N requirements for maximum economicyield. Recovery of N in crop plants is usually less than 50%worldwide. Low recovery of N in annual crop is associated with itsloss by volatilization, leaching, surface runoff, denitrification, andplant canopy. Low recovery of N is not only responsible for highercost of crop production, but also for environmental pollution. Hence,improving N use efficiency (NUE) is desirable to improve crop yields,reducing cost of production, and maintaining environmental quality.To improve N efficiency in agriculture, integrated N managementstrategies that take into consideration improved fertilizer along withsoil and crop management practices are necessary. Including lives-tock production with cropping offers one of the best opportunitiesto improve NUE. Synchrony of N supply with crop demand isessential in order to ensure adequate quantity of uptake andutilization and optimum yield. This paper discusses N dynamics insoil-plant systems, and outlines management options for enhancingN use by annual crops.

Tabela 1. Produção de grãos e número de grãos por espiga em três dosesde nitrogênio (N) aplicadas em cobertura no período vegetativoe duas doses de N aplicadas no espigamento, na média de doishíbridos de milho1.

Doses de N aplicadas no espigamento

0 50 100

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Produtividade (t ha-1)

30 B 4,4 c A 7,2 c A 8,0 c80 A 10,4 b A 11,1 b A 11,3 b130 B 11,4 a AB 12,1 a A 13,1 a

Grãos por espiga (no)

30 B 282 b A 363 b A 369 b80 A 540 a A 528 a A 524 a130 A 556 a AB 528 a A 548 a

1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e precedidas pelamesma letra maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukeya 5%.

Tabela 2. Comparação da produtividade média de dois híbridos de milhoobtidas com doses iguais de N total em diferentes épocas deaplicação.

Dose de N total(vegetativo + Produtividadeespigamento)

(kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - (t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - -

80 10,4 (80 + 0)1 7,2 (30 + 50) -130 11,4 (130 + 0) 11,1 (80 + 50) 8,0 (30 + 100)180 12,1 (130 + 50) 11,3 (80 + 100) -

1 Os dois valores entre parênteses representam as doses de N no estádiovegetativo e no espigamento, respectivamente.

Doses de N aplicadasno período vegetativo

o desenvolvimento vegetativo (30, 80 e 130 kg ha-1) e três doses deN aplicadas no espigamento (0, 50 e 100 kg ha-1). Em 2002/2003,quatro híbridos (Agroceres 303, Pioneer 32R21, Dekalb 215 e Syn-genta Penta) e quatro doses de N aplicadas no espigamento (0, 50,100 e 150 kg ha-1) foram testadas.

A fertilização nitrogenada no emborrachamento e espiga-mento promoveu incrementos significativos no rendimento e teorde proteína bruta dos grãos. A resposta do rendimento de grãos àcobertura nitrogenada tardia diferiu entre as cultivares. O impactoda fertilização nitrogenada no espigamento foi maior quando seaplicou baixas doses de N na fase de desenvolvimento vegetativo(Tabela 1 e Tabela 2). Os aumentos no rendimento de grãos obtidoscom coberturas tardias deveram-se principalmente ao maior pesode grãos. Os híbridos contemporâneos são capazes de absorver Ndepois do espigamento, contradizendo a hipótese de que cobertu-ras nitrogenadas tardias não são eficientes para aumentar o rendi-mento de grãos do milho.

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10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005

3. FONTES E MÉTODOS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIOEM FEIJOEIRO IRRIGADO SUBMETIDO A TRÊS NÍVEISDE ACIDEZ DO SOLO

BARBOSA FILHO, M. P.; FAGERIA, N. K.; SILVA, O. F. da. Ciênciae Agrotecnologia, v. 28, n. 4, p. 785-792, 2004.

Em sistemas conservacionistas de preparo do solo, em quenão se efetua o revolvimento da camada superficial, os fertilizantesnitrogenados e corretivos têm sido aplicados na superfície do solo;porém, pouco se conhece a respeito do efeito dessa prática sobre aprodutividade do feijoeiro irrigado. Com esse objetivo, foi avaliado,por três anos consecutivos, o efeito da aplicação de 80 kg ha-1 de Nem cobertura, fonte uréia ou sulfato de amônio, incorporados oudistribuídos na superfície do solo, em três níveis de acidez do solodesenvolvidos pela aplicação de 0; 3,5 e 7,0 Mg ha-1 de calcário,comparados com a testemunha sem aplicação de N de cobertura. ON foi parcelado em duas aplicações, metade aos 15 dias após aemergência (dae) das plantas e metade aos 30 dae. O delineamentoexperimental utilizado foi o de blocos casualizados com parcelassubdivididas, sendo as doses de calcário dispostas nas parcelas eos tratamentos de N nas subparcelas, em triplicatas. A avaliaçãodos tratamentos foi baseada em critérios econômicos, produtivida-de de grãos, absorção de N pelas plantas e pH do solo.

O aumento médio de rendimento de grãos devido à aplica-ção de N em cobertura foi de 13%, não havendo, na média das trêssafras, diferença entre uréia e sulfato de amônio, bem como entre osmétodos de aplicação: superficial e incorporado ao solo. Houveresposta positiva e linear ao calcário e não ocorreu interação signi-ficativa entre N e calcário, em relação à produtividade de grãos eacumulação de N na planta. As aplicações sucessivas de N diminu-íram os valores de pH em 0,2 unidades na camada de 0-10 cm. Aaplicação de N fonte uréia na superfície do solo, seguida de irriga-ção, é a opção mais econômica de adubação nitrogenada em cober-tura para a cultura do feijoeiro irrigado .

6. DOSES E MODOS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO NAPRODUTIVIDADE DE GRÃOS E QUALIDADE DE SE-MENTE DE SOJA [Glycine max (L.) Merril]

PEDROSO NETO, J. C.; REZENDE, P. M. FAZU em Revista, n. 2,p. 27-36, 2005.

Com o objetivo de estudar o efeito de doses e modos deaplicação de potássio (K) na produtividade e qualidade de semen-tes de soja, instalou-se dois ensaios, um em Lavras (Podzólico Ver-melho-Amarelo, argiloso) e outro em Uberaba (Latossolo Verme-lho-Escuro, franco-arenoso), ambos com baixa disponibilidade deK solúvel. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos aoacaso, com quatro repetições, em esquema fatorial (3 x 4) + 1,envolvendo três modos de aplicação (plantio, parcelado e cober-tura), quatro doses (40, 80, 120 e 160 kg ha-1 de K

2O), e testemu-

nha, sem K.

Em Uberaba, observou-se efeito da interação entre modosde aplicação e doses de K sobre a produtividade de grãos, uma vezque quando o nutriente foi aplicado em cobertura houve resposta adoses; no entanto, quando a adubação foi feita no plantio ou par-celada, não se observou respostas a doses. Ainda em Uberaba, aaplicação de K, independente das doses ou dos modos, promoveuaumento nas produtividades de grãos, óleo e proteína. Já o vigor desementes foi afetado pelas doses crescentes de K, independentedo modo de aplicação. Em Lavras, as aplicações de K no plantio ouparcelado, independente da dose, promoveram aumentos na pro-dutividade de grãos, quando comparadas com a aplicação em co-bertura. Já o teor de óleo foi afetado pela interação entre doses emodos de aplicação, uma vez que a aplicação no plantio promoveuresposta crescente, e as aplicações em cobertura e parcelada res-posta decrescente.

4. TEORES DE NUTRIENTES NA FOLHA E NOS GRÃOSDE AVEIA-PRETA EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO COMFÓSFORO E POTÁSSIO

NAKAGAWA, J.; ROSOLEM, C. A. Bragantia, v. 64, n. 3, p. 441-445, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052005000300015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

A aveia-preta é uma gramínea rústica, pouco exigente, culti-vada, principalmente, como forrageira de inverno e como cultura paraadubação verde em sistemas de rotação. Apesar de sua importância,há poucos trabalhos em que foram avaliados os efeitos da adubaçãosobre os teores de nutrientes nas folhas ou nos grãos. Com o objeti-vo de estudar os efeitos de doses de P e K, sobre os teores denutrientes (macro e micronutrientes) na folha bandeira e nos grãos deaveia-preta cv. Comum, foi instalado um experimento, em condiçõesde campo, em Nitossolo Vermelho, em Botucatu (SP). Três doses deP (0, 40 e 80 kg ha-1 de P

2O

5 ) e três de K (0, 20 e 40 kg ha-1 de K

2O)

foram aplicadas nos sulcos, antes da semeadura, em esquema fato-rial (3 x 3), juntamente com 50 kg ha-1 de N (20 kg ha-1 na semeadu-ra e 30 kg ha-1 em cobertura no fim do perfilhamento), em delinea-mento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições.

Os teores de macro e micronutrientes na folha bandeira fo-ram favorecidos pelo fósforo, sendo 40 kg.ha-1 de P

2O

5 suficiente

para elevar o teor dos nutrientes; apenas o teor de potássio dafolha foi afetado pelo potássio. Os teores de nutrientes nos grãosnão foram influenciados pelas doses de fósforo e potássio.

5. COMPORTAMENTO DE ATRIBUTOS QUÍMICOS DEUM SOLO SALINO-SÓDICO TRATADO COM GESSOE FÓSFORO

VITAL, A. de F. M.; SANTOS, R. V. dos; CAVALCANTE, L. F.;SOUTO, J. S. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola eAmbiental, v. 9, n. 1, p. 30-36, 2005 (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-43662005000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)

Os solos degradados por sais e sódio, comuns nas áreasirrigadas da região semi-árida, apresentam atributos físicos e quími-cos desfavoráveis à agricultura. A baixa disponibilidade de nutrien-tes, como o fósforo, nesses solos é uma realidade. Desta forma oemprego de corretivos e o estudo da disponibilidade de fósforonessas áreas constituem-se numa alternativa para reintegrar taissolos à produção agrícola. Conduziu-se um experimento para veri-ficar o efeito da aplicação de quatro níveis de gesso (0, 50, 100 e200% da necessidade do gesso) e quatro dosagens de fósforo(0, 150, 300 e 450 mg dm-3), em solo salino-sódico (Cambissolo - CE4,2 dS m-1, PST 52, pH 6,3 e CaCO

3 65 g kg-1) de textura franco-

argilosa (areia 18,8%, silte 43,9% e argila 37,3%), do Perímetro Irri-gado de Capoeira - São José do Bonfim, PB. Analisaram-se osparâmetros fósforo disponível, Na, Ca, Mg, pH, PST e CE, cujosdados revelaram que o corretivo exerceu efeito significativo no au-mento de cálcio e fósforo do solo e na redução da PST e pH.

A aplicação de gesso e fósforo promoveu aumento signifi-cativo nos teores de P do solo e redução do Na. Para as demaisvariáveis, o efeito dos tratamentos foi não significativo.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005 11

7. EFEITO DA ADUBAÇÃO MINERAL COM FÓSFORO EPOTÁSSIO SOBRE A SEVERIDADE DA FERRUGEM DASOJA (Phakopsora pachyrhizi Sidow)

DALLAGNOL, L. J.; BALARDIN, R. S.; DIDONE, H. T.; KIRINUS,E. M.; SANTOS, A. Submetido à revista Fitopatologia Brasileira.

A nutrição das plantas, considerada como um fator ambiente,pode influenciar tanto o progresso da doença como seu controle. Osuprimento balanceado de nutrientes, que favorece o crescimentonormal das plantas, é igualmente relevante para os processos dedefesa. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adubaçãomineral com fósforo (P) e potássio (K), em distintas quantidades ecombinações, sobre a evolução do patossistema Glycine max-Phakopsora pachyrhizi (ferrugem da soja). O trabalho foi conduzidoem casa de vegetação e as plantas cultivadas em substrato compostode terra argilosa; areia e casca de arroz não carbonizada (1:3:1),apresentado as seguintes características: textura 4; argila 170g kg-1;pH (água 1:1) 6,0; fósforo 8,4 mg dm-3; potássio 65,0 mg dm-3; enxofre20,3 mg dm-3; cobre 13,0 mg dm-3; zinco 1,2 mg dm-3; boro 0,6 mg dm-3;cálcio 2,3 cmol

c dm-3; magnésio 0,6 cmol

c dm-3 e alumínio 0,0 cmol

c dm-3.

As doses de P e de K utilizadas e adicionadas ao substrato foramde 0; 35; 70; 140 e 0; 42,5; 85; 170 kg ha-1, respectivamente. Plantasde soja da cultivar Embrapa 48 e cultivadas neste substrato foramsubmetidas à inoculação de P. pachyrhizi quando atingiram o está-gio V

2 e R

5. A variável considerada foi severidade da doença, sendo

determinada a taxa de progresso da doença a partir das avaliaçõesaos 14, 17, 21 e 25 dias após a inoculação. Os resultados mostraramque os acréscimos na quantidade de P e K adicionados ao soloreduziram a severidade e a taxa de progresso da doença (Tabela 1).Em análise isolada de cada nutriente, o K apresentou maior reduçãona doença em relação ao P, principalmente quando adicionado embaixas quantidades. A maior redução foi observada quando foimantida uma proporcionalidade entre os níveis de P e K, sugerindoque o suprimento adequado de nutrientes à planta constitui-se emprática importante no manejo integrado da doença.

Tabela 1. Variação na severidade da ferrugem asiática, medida em plantasda cultivar de soja AL 83, devido à adição de P

2O

5 e K

2O de

forma isolada ou combinada.

Fonte de nutriente (kg ha-1)1 Severidade (%)2

P2O

5K

2O V2 R5

85 0 34,80 d* 24,00 d85 35 15,98 bc 15,55 bc85 70 15,00 b 13,75 b85 140 9,80 a 7,05 a

CV% 3,57 6,50

0 70 33,50 c 18,20 c42,5 70 34,00 c 13,73 b85 70 15,00 b 13,75 b170 70 10,20 a 8,28 a

CV% 3,65 4,46

0 0 34,66 d 25,88 d42,5 35 15,70 bc 18,88 c85 70 15,00 b 13,75 b170 140 8,22 a 6,18 a

CV% 2,69 6,471 Fonte de fósforo e potássio adicionada a um substrato contendo6,4 ppm de fósforo e 64 ppm de potássio.2 Severidade medida nos estádios V2 e R5.* Médias seguidas pela mesma letra não diferem pelo teste de Tukey(p < 0,05).

8. LEGISLAÇÃO SOBRE TEORES DE CONTAMINANTESEM FERTILIZANTES – ESTUDO DE UM CASO

RODELLA, A. A. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 29,n. 5, p. 797-801, 2005.

Analisou-se como o Estado de Washington, EUA, foi o pri-meiro Estado americano a ter legislação sobre contaminantes emfertilizantes minerais e corretivos. O objetivo foi considerar os even-tos como uma possível referência para situação semelhante no Bra-sil. A divulgação do uso de resíduos industriais como fonte demicronutrientes pela imprensa determinou, de forma decisiva, o ru-mos dos acontecimentos. Diversas entidades foram envolvidas numprocesso subsidiado por informações técnicas relevantes, que cul-minou na promulgação de uma lei estadual num período de tempobastante curto. No âmbito federal, contudo, a EPA (EnvironmentalProtection Agency) regulamentou apenas o uso de resíduos indus-triais como fonte de Zn (Tabela 1).

Considerações gerais:

Qual o resultado da aplicação de legislação similar à do Es-tado de Washington ou da EPA a produtos comercializados noBrasil? Aplicando os limites da EPA a fontes de Zn (GABE e RO-DELLA, 1998), verificou-se que o contaminante mais problemáticofoi o Pb, pois cinco das sete amostras consideradas estariam repro-vadas pelas normas da EPA, excedendo de 1,5 a 187 vezes a con-centração máxima permitida. Quanto a Cd e Cr, a maioria das amos-tras passaria na avaliação, mas teores mais de 100 vezes maioresque os permitidos para esses metais foram encontrados em algu-mas delas.

Considerando doses de 2 a 4 t ha-1 dos corretivos de acidezdo solo estudados por Amaral Sobrinho et al. (1992) e Gabe e Rodella(1998), nenhum ultrapassaria os limites propostos para o Estado deWashington. Uma aplicação de 2 t ha-1 de um resíduo da mineraçãode Zn usado como corretivo (AMARAL, 1993) corresponderia àaplicação de 0,214 kg ha-1 de Cd e 5,702 kg ha-1 de Pb, valores queparacem bastante elevados. Porém, se for considerado um períodode três anos entre as aplicações, a quantidade de metal adicionadaao solo cairia abaixo do limite máximo permitido, que considera adose em kg ha-1 ano-1.

Quanto aos resultados para as fontes de P e misturas NPK,fornecidos por Gabe e Rodella (1998), todos os fertilizantes passa-riam pelo crivo da legislação do Estado de Washington. Três termo-fosfatos magnesianos fundidos apresentaram teores relativamenteelevados de Cr, ao redor de 0,1%, mas esse metal não está incluídona citada legislação.

Tabela 1. Adição máxima anual de metais ao solo por meio de fertilizan-tes, permitida no Estado de Washington, EUA.

Metal Adição máxima anual

(kg ha-1 ano-1)

As 0,333

Cd 0,089

Co 0,667

Hg 0,022

Mo 0,089

Ni 0,800

Pb 2,222

Se 0,062

Zn 8,222

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12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005

10. IDENTIFICATION OF AGRONOMIC PRACTICESASSOCIATED WITH THE DEVELOPMENT OFFUSARIUM HEAD BLIGHT IN SPRING WHEAT INSOUTHEASTERN SASKATCHEWAN

FERNANDEZ, M. R.; SELLES, F.; GEHL, D.; DePAUW, R. M.;ZENTNER, R. P. Annual Manitoba Agronomy Conference,4., Winnipeg, 2003. Proceedings...University of Manitoba,2003. p. 157-167.

Because of the increasing importance of Fusarium headblight (FHB) in western Canada, identification of crop productionfactors (CPF) associated with the development of this disease wouldhelp to devise an effective strategy for its control. From 1999 to2002, a total of 659 wheat fields were sampled in southeasternSaskatchewan, rated for FHB infection, and categorized accordingto CPFs used by producers.

This study indicated that the environment was the mostimportant factor determining disease development. The effects of thevarious CPFs on FHB were lower in years with high (2001) and low(1999 and 2002) disease pressure, compared to a year with moderate(2000) disease pressure for this region. The CPFs that affected FHBthe most were application of a glyphosate formulation (GF), tillage

9. GLYPHOSATE AFFECTS SOYBEAN ROOT EXUDA-TION AND RHIZOSPHERE MICRO-ORGANISMS

ROBERT J. KREMER, R. J.; MEANS, N. E.; KIM, S. Intern. J.Environ. Anal. Chem., v. 85, n. 15, p. 1165-1174, 2005.

Glyphosate is a non-selective, broad-spectrum herbicide thatkills plants by inhibiting the enzyme 5-enolpyruvylshikimic acid-3-phosphate synthase (EPSPS), which is necessary for synthesis ofaromatic amino acids. A secondary mode of action involves infectionof roots of glyphosate-susceptible plants by soil-borne micro-organisms due to decreased production of plant protection com-pounds known as phytoalexins. Varieties of several crops, includingglyphosate-resistant (GR) or Roundup Ready soybean, are gene-tically modified to resist the herbicidal effects of glyphosate andprovide farmers with an effective weed-management tool. Afterglyphosate is applied to GR soybean, glyphosate that is not boundto glyphosate-resistant EPSPS is translocated throughout the plantand accumulates primarily in meristematic tissues.

We previously reported that fungal colonization of GR soybeanroots increased significantly after application of gly- phosate but notafter conventional postemergence herbicides. Because glyphosatemay be released into soil from GR roots, we characterized the responseof rhizosphere fungi and bacteria to root exudates from GR and non-GR (Williams 82; W82) cultivars treated with and without glyphosateat field application rates. Using an immunoassay technique, glypho-sate at concentrations > 1000 ng plant-1 were detected in exudates ofhydroponically grown GR soybean at 16 days post-glyphosateapplication. Glyphosate also increased carbohydrate and amino acidcontents in root exudates in both soybean cultivars. However, GRsoybean released higher carbohydrate and amino acid contents inroot exudates than W82 soybean without glyphosate treatment. Invitro bioassays showed that glyphosate in the exudates stimulatedgrowth of selected rhizosphere fungi, possibly by providing a selectiveC and N source combined with the high levels of soluble carbohydratesand amino acids associated with glyphosate treatment of thesoybean plants. Increased fungal populations that develop underglyphosate treatment of GR soybean may adversely affect plantgrowth and biological processes in the soil and rhizosphere.

practice, previously-grown crop, and cultivar susceptibility. GF(glyphosate formulation) application in the previous 18 months (or3 years) was significantly associated with higher FHB levels everyyear of the study; it was the only CPF in 1999, and one of only twoCPFs in 2002, that affected FHB, indicating that its effects were notas influenced by environmental conditions as other CPFs.

The relative effects of the other CPFs on FHB were highlyvariable among years, and were significant in only two of four years.When wheat grown under minimum-till was analysed separately,GF application displayed an even greater effect on FHB than whenall tillage systems were analysed together. It is not known if similareffects of GF on FHB would occur in environments different fromthe ones encountered in this study. Based on the statisticallysignificant and consistent effect of previous GF application on FHBlevels throughout the four years of this study conducted in pro-ducers’ fields, further research is needed to elucidate the nature ofthe GF-FHB association and underlying mechanisms.

NOTA: Será que isto não estaria ocorrendo também na agriculturabrasileira, principalmente nos pomares de citros?

11. AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICASDE ESPÉCIES DE COBERTURA VEGETAL DO SOLO EMCULTIVOS DE ENTRESSAFRA E SOBRESSEMEA-DURANA REGIÃO CENTRAL DO CERRADO

TRECENTI, R. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Agrono-mia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2005, 106 p.

O trabalho objetivou avaliar características agronômicas deespécies de cobertura vegetal do solo em cultivos de sucessão,entressafra irrigada e sobressemeadura, sob sistema plantio direto,na Região Central do Cerrado. O primeiro experimento foi instaladona Fazenda Modelo do Pró-Rural, Brasília, DF, no final de fevereirode 2003, em área de pousio, simulando a data de colheita de feijão,contendo as seguintes espécies: amaranto “BRS Alegria”, aveiapreta comum e “IAPAR 61”, Brachiaria brizantha cv Marandu, gi-rassol cv “CATI”, gergelim cv “G 3”, kenaf “L 1” e “L 2”, milheto cv“BRS 1501” e “BN 2”, milho cv “C 901”, “CMS HD 98-2B” e “Sol daManhã”, nabo forrageiro comum e “japonês”, pé-de-galinha e sorgocv “BR 202”, “BR 501” e “BRS 307”. O segundo experimento, com asmesmas espécies, foi conduzido em sucessão ao feijoeiro, na Fazen-da Riedi, Planaltina, DF. Foram avaliados, na fase de maturação fisio-lógica, o número de plantas, a altura de plantas, a produção de grãose de biomassa. A maior produção de biomassa foi obtida pelo milhocv “Sol da Manhã” e a menor pelo gergelim cv “G 3”. A produção degrãos das culturas foi afetada pelo ataque contínuo de pássaros. Oterceiro experimento foi instalado em maio, em área irrigada via pivôcentral, em sucessão ao milho consorciado com braquiária, pastejadono período de fevereiro a abril, para medir o desempenho das espé-cies, na entressafra, sob dias curtos. Este experimento, além das es-pécies anteriores incluiu B. ruziziensis, cevada cv “BRS 180” e“BRS 195”, Crotalaria spectabilis, girassol selvagem, guandu nor-mal e “Super N”, quinoa cv “BRS Piabiru” e trigo cv “Embrapa 22”.

A produção de biomassa foi superior a 6 t ha-1 para a maioriados tratamentos, com destaque para o milheto cv “BRS 1501”. Oquarto experimento foi conduzido em sobressemeadura à soja deciclo médio, cultivada sob plantio direto, na Fazenda Dom Bosco,Cristalina, GO, com algumas dessas espécies que possuem semen-tes pequenas, em três épocas e com três densidades. Os resultadosmostraram que a 3ª época (R7) e a densidade D-3 foram mais ade-quadas para a produção de biomassa. O milheto cv “BN 2” e oEleusine coracana apresentaram maior produção de biomassa etaxa de cobertura vegetal do solo.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005 13

PAINEL AGRONÔMICO

NOVO PERFIL DAS COOPERATIVAS AGRÍCOLAS

No embalo da evolução do agronegócio, as cooperativasagrícolas, após a quebra de algumas, mudaram de orientação e pas-saram a pensar e agir de forma mais profissional. Segundo Dr. Eva-risto Marzabal Neves, professor titular e chefe do Departamento deEconomia, Administração e Sociologia da ESALQ/USP, sua as-cenção não se deve somente a fatores conjunturais de curto prazo,mas, sim, a uma verdadeira revolução empresarial e tecnológica emcurso, silenciosamente, no interior do País. Veja como:

• Elas se transformam em “universidades” corporativas einvestemem cursos e treinamento in company de seus diretores,técnicos e funcionário, por meio de MBA em gestão estratégica ede agronegócio, governança, marketing, finanças, etc.;

• Implantam estações agronômicas experimentais e centrostecnológicos, e realizam pesquisas de campo em parceria com Uni-versidades e Institutos de pesquisa;

• Promovem dias de campo e parcerias com empresas deinsumos do “antes da porteira”;

• Idealizam feiras e exposições anuais;

• Criam agências de financiamento;

• Melhoram e ampliam a infra-estrutura de beneficiamento,armazenagem, industrialização, passagem pelos frigoríficos e trans-formação de matérias-primas em produtos semimanufaturados emanufaturados;

• Criam marcas próprias e montam supermercados regionais.

Por unir um enorme contingente de agentes econômicos,arregimentar grande número de mini, pequenos, médios e grandesprodutores rurais, ser fonte geradora de empregos ao longo dacadeia agro-alimentícia, aumentar a renda, formar capital e ativar osetor terciário regional (comércio, serviços, transportes, etc.), peloBrasil afora, as cooperativas do agronegócio são vistas como omotor da interiorização do desenvolvimento. (Agroanalysis, v. 24,n. 9, 2004).

BRASIL É DESTAQUE NO AGRONEGÓCIO

Nos últimos dez anos, os sucessivos saltos na produçãoagropecuária brasileira não tiveram paralelo em nenhum país domundo. Mais que a produção, a produtividade e qualidade de cul-turas e da pecuária atingiram e, em alguns casos, superaram o deoutras nações grandes produtoras de alimentos no mundo. Recor-de talvez tenha sido a palavra que mais marcou as análises de de-sempenho no campo neste período, quando o País consolidou suaposição de primeiro produtor e exportador de café, açúcar, álcool esucos de frutas, liderando o ranking das vendas externas de soja,carne bovina, carne de frango, tabaco e couro. Segundo o Ministé-rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as projeções indicamque o Brasil também será, em pouco tempo, o principal pólo mundialde produção de algodão e biocombustíveis, obtidos a partir decana-de-açúcar e óleos vegetais. Milho, arroz, frutas frescas, ca-cau, castanhas, nozes, além de suínos e pescados, são tambémdestaques do agronegócio brasileiro, que emprega atualmente17,7 milhões de trabalhadores somente no campo. (Agroanalysis,v. 25, n. 4, 2005).

CASCA DE LARANJA GERA ENERGIA

A Flórida, maior produtor de citros dos Estados Unidos,quer dar novo destino às 8 milhões de toneladas de lixo de cascasde laranja que gera por ano. A maior parte deste volume é trans-formada em ração animal, mas pesquisadores de uma companhiasediada em Fort Luderdale querem converter parte das cascas emmetanol, que pode ser usado como fonte de energia. A empresaEner1 já trabalha em um projeto de 1,1 milhão de dólares quetransforma o gás rico em hidrogênio das cascas de frutas cítricaspara ser usado em células de combustível em um restaurante modelo.(Globo Rural n. 235, maio 2005)

PROFESSOR MALAVOLTA HOMENAGEADO PELA

IFA COM O LIFETIME ACHIEVEMENT AWARD

Em cerimônia realizada dia 13 de Dezembro último, no audi-tório da FIESP, em São Paulo, ocasião do coquetel de confraterniza-ção da indústria de fertilizantes, o Professor Eurípedes Malavoltafoi homenageado pela IFA com o Lifetime Achievement Award.

Wladimir Puggina, ex-presidente e representante da IFA nacerimônia, falou que, pela grande contribuição dada pelo ProfessorMalavolta à agricultura brasileira, ele foi o primeiro a merecer esteprêmio especial, hors-concours, sem paralelo com o comumenteatribuído por aquela instituição.

Ao Professor Malavolta, os parabéns da POTAFOS pelamerecida impar homenagem!

Wladimir A. Puggina, Prof. Eurípedes Malavolta, Wilson A. Araujo

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14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005

CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS

EEEEEVENVENVENVENVENTOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

2. SIMPÓSIO SOBRE NITROGÊNIO E ENXOFRE2. SIMPÓSIO SOBRE NITROGÊNIO E ENXOFRE2. SIMPÓSIO SOBRE NITROGÊNIO E ENXOFRE2. SIMPÓSIO SOBRE NITROGÊNIO E ENXOFRE2. SIMPÓSIO SOBRE NITROGÊNIO E ENXOFRE

NA AGRICULTURA BRASILEIRANA AGRICULTURA BRASILEIRANA AGRICULTURA BRASILEIRANA AGRICULTURA BRASILEIRANA AGRICULTURA BRASILEIRA(PROPOSTA TENTATIVA)(PROPOSTA TENTATIVA)(PROPOSTA TENTATIVA)(PROPOSTA TENTATIVA)(PROPOSTA TENTATIVA)

Data: 17 a 19/ABRIL/2006Local: Piracicaba-SPOrganização: ESALQ, FEALQ, GAPE

Promoção: ANDA, POTAFOS, SN CentroInf ormações e inscrição: GAPE, e-mail: www.esalq.usp.br

FEALQ, e-mail: www.fealq.org.br

PROGRAMA17/4/2005 (2a feira)

Painel I – Moderador: Dr. Eduardo Daher (ANDA)

08:00-09:00 Abertura09:00-10:00 Produção e demanda de fertilizantes nitrogenados e sulfa-

tados: tendências e desafios – Mário Barbosa, Presidenteda Bunge Fertilizantes

10:00-10:30 Coffee break10:30-11:30 Fundamentos do nitrogênio e do enxofre na nutrição mi-

neral das plantas cultivadas – Eurípedes Malavolta, pes-quisador do CENA-USP

11:30-12:00 Debates12:00-13:30 Almoço

Painel II – Moderador: Dr. Fernando Penteado Cardoso (AGRISUS)

13:30-14:30 Matéria orgânica do solo, nitrogênio e enxofre nos diver-sos sistemas de exploração agrícola: plantio direto x plan-tio convencional – Celso Aita, Prof. Adjunto de Micro-biologia do Solo e Microbiologia Agrícola, Departamentoto de Solos da UFSM – Santa Maria, RS.

14:30-15:30 Manejo do nitrogênio e do enxofre em diferentes sistemas deexploração agrícola: plantio direto x plantio convencional– Carlos Alberto Ceretta, Prof. Titular na área de Fertilida-de do Solo e Nutrição de Plantas do Departamento de So-los da UFSM, Santa Maria, RS.

15:30-16:00 Coffee break16:00-17:00 Métodos de avaliação do estado nutricional das plantas

para nitrogênio e enxofre – Antonio Roque Dechen, Prof.Titular na área de Nutrição Mineral de Plantas do Departa-mento de Solos e Nutrição de Plantas da ESALQ-USP.

17:00-18:00 Diagnóstico para recomendação de adubação nitrogenadaem culturas de interesse agronômico – Fernando O. García,Diretor Regional INPOFOS/PPI, Argentina.

18:00-18:30 Debate

18/4/2006 (3a feira)

Painel III – Moderador: Prof. Dr. José Laercio Favarin (ESALQ-USP)

08:00-09:00 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cultu-ra do feijão e do milho – Antonio Luiz Fancelli, Prof. daESALQ-USP.

09:00-10:00 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cultu-ra do algodão – Leandro Zancanaro, PMA/SAS-FUNDA-ÇÃO MT

10:00-10:30 Coffee break10:30-11:30 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na suces-

são soja /trigo e soja /milho safrinha no sistema plantio

direto – João Carlos de Moraes Sá, Prof. Dr. da UEPG –Ponta Grossa, PR.

11:30-12:00 Debate12:00-13:30 Almoço

Painel IV – Moderador: Prof. Dr. Pedro Henrique de Cerqueira Luz(FAZEA –USP)

13:30-14:30 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cul-tura do café – José Braz Matiello, Procafé-MAPA

14:30-15:30 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cul-tura do citros – Dirceu de Mattos Junior, Centro de CitrosSylvio Moreira - IAC.

15:30-16:00 Coffee break16:00-17:00 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cul-

tura da cana-de-açúcar – Heitor Cantarella, Pesquisa-dor do IAC – Campinas.

17:00-18:00 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados em pas-tagens – Moacyr Corsi, Prof. da ESALQ-USP.

18:00-18:30 Debate20:00-23:00 Coquetel (confraternização)

19/4/2006 (4a feira)

Painel V – Moderador: Dr. Vanderlei de Melo (UNESP-Jaboticabal)

08:30-09:30 Legislação para fertilizantes nitrogenados e sulfatados –José Guilherme Leal, Ministério.

09:30-10:30 Viabilidade econômica da adubação nitrogenada e sulfata-da em pastagens na região do cerrado – Geraldo BuenoMartha Jr., Pesquisador Pastagens EMBRAPA–CPAC.

10:30-11:30 Fixação biológica do nitrogênio no sistema solo-planta– Eli Sidney Lopes, Presidente da Associação de Inoculantes- Biosoja.

11:30-12:00 Debates12:00-13:30 Almoço

Painel VI – Moderador: Dr. Tsuioshi Yamada (POTAFOS)

13:30-14:30 Carbono, nitrogênio e enxofre no sistema solo-planta-atmosfera – Carlos Clemente Cerri, Pesquisador do CENA-USP.

14:30-15:30 Fontes alternativas para o fornecimento de nitrogênio eenxofre – Godofredo Cesar Vitti, Prof. Titular do Departa-mento de Solos e Nutrição de Plantas da ESALQ-USP.

15:30-16:00 Coffee break16:00-17:00 Uso eficiente de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na

agricultura brasileira: uma visão do futuro – AlfredoScheid Lopes, Prof. Emérito da UFLA – Lavras-MG.

17:00-18:00 Debates e encerramento

1. WORKSHOP SOBRE ESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA ALTA PRODUTIVIDADE NA CULTURA DO MILHO

Local: Piracicaba-SPData: 23 e 24/FEVEREIRO/2006

PROGRAMA E INSCRIÇÃO NO SITE: www.potafos.org

SUA PARTICIPAÇÃO É MUITO IMPORTANTE!

Page 15: Jornal 112.p65

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005 15

PUBLICAÇÕES RECENTES

3. BIOSSEGURANÇA E PLANTAS TRANSGÊNICAS

Organizadora: Maria Lídia Stipp Paterniani; 2005.Conteúdo: Aborda procedimentos de biossegurança em pesqui-

sas com organismos geneticamente modificados; de-safios da genômica e biologia molecular para a pro-dução de transgênicos mais seguros; transformaçãode genomas plastidiais como alternativa para a con-tenção do fluxo gênico em plantas geneticamentemodificadas; biossegurança em centros de diversi-dade genética; árvores geneticamente modificadas –uma análise de risco para o contexto brasileiro; bios-segurança e plantas geneticamente modificadasresistentes a insetos; métodos de detecção analíti-ca de organismos geneticamente modificados; mer-cado mundial de plantas transgênicas e a soja RR®

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1. QUALIDADE DA ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO DO CAFEEIRO(UNIUBE. Boletim Técnico, 4)

Autores: Fernandes, A. L. T.; Nogueira, M. A. de S.; Rabelo, P. V.;Assis, L. C. de; Martins, C. de A.; 2004.

Conteúdo: Recursos hídricos: disponibilidade e usos; principaispropriedades da água; principais tipos de mananciais;poluição das águas; parâmetros de controle de quali-dade da água; padrões de qualidade da água; classi-ficação das águas; avaliação da qualidade da águapara irrigação; salinidade; toxicidade; impactos am-bientais de projetos de irrigação; estudo de caso.

Número de páginas: 76Editor: UNIUBE – Laboratório de Geoprocessamento

Telefone: (34) 3319-8964Fax: (34) 3314-8910

2. ESTRATÉGIA DE ADUBAÇÃO: Cultura da soja cultivada sobsistema de plantio direto

Autores: Broch, D. L.; Chueiri, W. A.; 2005.Conteúdo: Experimento 1: Efeito da época e do modo de aplica-

ção do fertilizante sobre a produtividade da soja emsistema plantio direto em solo com alto teor de fósfo-ro; Experimento 2: Efeito do modo de aplicação dofertilizante sobre a produtividade da soja em sistemaplantio direto em solo com baixo teor de fósforo; Ex-perimento 3: efeito do modo de aplicação do fertili-zante sobre a produtividade da soja na instalação dosistema plantio direto em solo com médio teor defósforo.

Número de páginas: 51Editor: Fundação MS

E-mail: [email protected]

4. CULTIVO DO CAFEEIRO IRRIGADO POR GOTEJAMENTO

Editores: Santinato, R.; Fernandes, A. L. T.; 2005.Conteúdo: O sistema de irrigação por gotejamento; seleção de

áreas; implantação da lavoura; condução da lavou-ra; colheita; alguns resultados de pesquisa e experi-mentação sobre a cafeicultura irrigada por goteja-mento.

Número de páginas: 358Preço: R$ 50,00Pedidos: André L. T. Fernandes

E-mail: [email protected]

Page 16: Jornal 112.p65

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005

Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato

Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - BrasilT. YAMADA - Diretor, Engo Agro, Doutor em Agronomia

E-mail: [email protected] Website: www.potafos.org

• Agrium Inc.• Mosaic• Intrepid Mining,

LLC/Moab Potash• PotashCorp

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1.74.18.0217-0 - DR/SPI

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Tsuioshi Yamada

Oano de 2005 termina com dois cenáriosextremos para o produtor rural. De um lado, avalorização do real e a queda na safra fez com

que o PIB – Produto Interno Bruto – do agronegócio brasileirotivesse a mais forte queda desde 1995, de acordo comestudo da CNA – Confederação Nacional da Agricultura ePecuária do Brasil. Um inferno astral, para os individados.De outro lado, as negociações no âmbito da OrganizaçãoMundial do Comércio, acenando com o fim dos subsídiosagrícolas nos países desenvolvidos até 2013. Uma visão doparaíso, para os sobreviventes. É, pois, importante agüentara travessia.

Questiono-me muito sobre o que nós, agrônomos,podemos fazer pelos produtores rurais. Não temos o poder demudar o câmbio, nem de melhorar, da noite para o dia, a aindasofrível infraestrutura logística e de armazenagem na maiorparte do país. Resta-nos, a meu ver, duas alternativas paraajudá-los: aumentar a produtividade e reduzir os custos deprodução. Em geral, a pesquisa prioriza a primeira, esque-

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A POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATALA POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATALA POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATALA POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATALA POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATAL

E UM PRÓSPERO ANO NOVO!E UM PRÓSPERO ANO NOVO!E UM PRÓSPERO ANO NOVO!E UM PRÓSPERO ANO NOVO!E UM PRÓSPERO ANO NOVO!○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?

cendo quase sempre a segunda. Acredito que é nela que aindatemos muito a fazer. Além de aumentar a eficiência dosfertilizantes, dos equipamentos e da mão-de-obra, é precisobuscar soluções mais inteligentes às pragas e doenças, quedemandam hoje fração importante do custo total de produção,nos respectivos controles. Em algumas culturas, como soja ecitros, elas quase inviabilizam a atividade, principalmente coma atual taxa cambial.

Há menos de cinco anos iniciei trabalho de manejo deplantas invasoras em pomares cítricos com roçadeiras eco-lógicas visando a redução no uso de herbicidas. Para minhasurpresa, a tarefa foi muito mais fácil do que pensava. Assim,é com otimismo que encaro o desafio de buscar um sistemade produção sustentável com menor dependência no uso dedefensivos. Acredito que mais importante que exterminarpragas e doenças, como se faz atualmente, é entender porqueelas aparecem, com danos econômicos, nas nossas culturas.Objetivo que pode ser conseguido mais rapidamente, casohaja mais pesquisadores envolvidos nesta busca!