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Ano III edição nº 11 Artigo Paridade salarial para os procuradores autárquicos no Estado de Alagoas Dia Nacional para toda a advocacia pública? Processos Judiciais Página 03 Página 07 Páginas 04 e 05 Reconhecimento do direito ao recebimento de adicional por tempo de serviço Página 06 Curta a página da ABRAP no Facebook www.facebook.com/associacaoabrap Diretora Regional assume Comissão do Advogado Público Estadual da OAB/CE Diretor Geral da ABRAP fala sobre a advocacia pública em entrevista à Radio Fasp (RJ) Assembleia Geral Extraordinária é realizada no Rio de Janeiro Página 08 ABRAP participa de comemoração ao Dia da Advocacia Pública em Brasília Página 08 No dia 07 de março, a presidente da APAFECE, diretora regional da ABRAP e Conselheira Estadual da OAB/CE, Francisca Tânia Carvalho Coutinho, foi empossada presidente da Comissão do Advogado Público Estadual da OAB/CE. Entre os compromissos assumidos, destaca-se a luta em defesa das prerrogativas do advogado público estadual, trabalhando pela isonomia de direitos entre os advogados da administração direta e indireta do Estado do Ceará. Página 08

Jornal abrap 11

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Edição 11 – Jan/Fev de 2013

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Page 1: Jornal abrap 11

Ano IIIedição nº 11

Artigo

Paridade salarial para

os procuradores

autárquicos no Estado

de Alagoas

Dia Nacional para toda

a advocacia pública?

Processos Judiciais

Página 03

Página 07

Páginas 04 e 05

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Reconhecimento do

direito ao recebimento

de adicional por

tempo de serviço

Página 06

Curta a página da ABRAP no Facebook

www.facebook.com/associacaoabrap

Diretora Regional assume

Comissão do Advogado Público

Estadual da OAB/CE

Diretor Geral da ABRAP fala sobre a advocacia pública em

entrevista à Radio Fasp (RJ)

Assembleia Geral Extraordinária é

realizada no Rio de JaneiroPágina 08

ABRAP participa de

comemoração ao Dia da

Advocacia Pública em BrasíliaPágina 08

No dia 07 de março, a presidente da APAFECE, diretoraregional da ABRAP e Conselheira Estadual da OAB/CE, FranciscaTânia Carvalho Coutinho, foi empossada presidente da Comissãodo Advogado Público Estadual da OAB/CE.

Entre os compromissos assumidos, destaca-se a luta emdefesa das prerrogativas do advogado público estadual,trabalhando pela isonomia de direitos entre os advogados daadministração direta e indireta do Estado do Ceará.

Página 08

Page 2: Jornal abrap 11

ABRAP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DEADVOGADOS PÚBLICOSRua Inácio Lustosa, 909. São Francisco.Curitiba- PR. CEP: 80.510-000.Fone/Fax: (41) 3323 6118email: [email protected]: www.abrap.org.brDIRETORIAPresidenteMarcos Vitório Stamm1º Vice-PresidenteEdmilson Moura de Oliveira2º Vice-PresidentePaulo Eduardo de Barros Fonseca1º Secretário

EXPEDIENTE Marié de Miranda PereiraEdigardo Maranhão SoaresSuplentesRose Oliveira DequechNeroci da SilvaSilvio Carlos Cavagnari

JORNAL ABRAPTiragem3.000 exemplaresImpressãoEditora Central LtdaJornalista ResponsávelFernanda Cequinel (DRT/PR 8043)

* Os artigos assinados não refletem

necessariamente a opinião deste jornal.

Athos Pedroso2º SecretárioEduardo Itagyba de Araújo Padilha1º TesoureiroLuiz Alceu Pereira Jorge2º TesoureiroLivia Cipriano Dal PiazDiretor Geral : Escola Brasileira deAdvocacia Pública dos Estados – EBRAPE  -Levy Pinto de Castro FilhoDiretor Cultural e de EventosZuleik Carvalho OliveiraDiretor de Comunicaçãoe InformaçãoJoão Gualberto Pinheiro JuniorDiretores regionais:Rodrigo Rocha Rodrigues - ESRenato Sousa Faria - GO

Carlos Roberto Gonçalves Melro- ALFrancisca Tânia Coutinho - CESamir Machado - SCPaulo Roberto Coelho de Figueiredo – RJJoão Climaco Penna Trindade –SPArt Tourinho –BAAntônio Eustáquio Vieira - MGFábio de Oliveira Moura - PADiretor de Relacionamento comAdvogados Públicos Federais,Estaduais e MunicipaisEpitácio Bittencourt SobrinhoDiretor de Assuntos Jurídicos,Legislativos e de Defesa de PrerrogativasRenato Eduardo Ventura FreitasMembros Titulares do ConselhoConsultivoJoão Climaco Penna Trindade

MENSAGEM DO PRESIDENTE

No dia 07 de março comemora-mos “O Dia Nacional da AdvocaciaPública”, instituído pela Lei 12.636/2012. Segundo consta no site do Por-tal do Brasil, a data foi escolhida emhomenagem ao dia 7 de março de1609, quando foi criado o cargo deProcurador dos Feitos da Coroa, daFazenda e do Fisco, na época do Bra-sil-Colônia. A função foi o passo inicialpara a criação dos atuais cargos daAdvocacia-Geral da União (AGU) comoadvogados da União, procuradoresfederais, procuradores da Fazenda eprocuradores do Banco Central.

Sabemos que a ConstituiçãoFederal, alterada pela Emenda Cons-titucional nº 19 de 1998, estabeleceu,entre as Funções Essenciais à Justi-ça, a “Advocacia Pública”, que consistena atividade de Estado que é exerci-da pelos advogados e advogadas queocupam cargos ou empregos públicosde direção nos órgãos públicos, ematividade de representação judicial,consultoria, assessoramento ou de ori-entação judicial e defesa dos neces-sitados.

É patente que o padrão consti-tucional não esgotou a matéria, visto

que, mesmo olvidados pelo legisla-dor constituinte originário, os profissi-onais do Direito das entidades autár-quicas e das fundações públicas, sejaqual for a nomenclatura atribuída ao car-go ocupado – advogado ou procura-dor – indiscutivelmente exercem aadvocacia pública, fato este que podeser verificado antes mesmo da promul-gação da atual Carta Magna.

Desta forma, além de comemo-rarmos “O Dia Nacional da AdvocaciaPública”, nossa obrigação é chamar-mos atenção para a necessidade queseja contemplada na Constituição Fe-deral à advocacia, igualmente públi-ca, exercida por procuradores e ad-vogados das autarquias e fundaçõespúblicas dos Estados, integrantes decarreira, que exercem a representaçãojudicial e o assessoramento jurídiconestas entidades da administração in-direta bem como o assessoramentojurídico de órgãos (secretarias de Es-tado) do Poder Executivo estadual.

Tal entendimento baseia-se queao estabelecer o figurino básico daadvocacia pública, embora com as la-cunas apontadas, a Constituição Fe-deral impõe a sua observância simé-

trica, no detalhamento complementarda advocacia pública, avançando noâmbito estadual e municipal.

Nesse sentido é importante sa-lientarmos que as lacunas existentesno atual texto constitucional, no tocan-te ao disciplinamento da “advocaciapública”, motivaram inclusive a apre-sentação da Proposta de Súmula Vin-culante – PSV-18, ora em trâmite juntoao Supremo Tribunal Federal, visan-do “pacificar controvérsias sobre oexercício das atribuições exclusivasdos advogados públicos na União,nos Estados e Distrito Federal e nosMunicípios, onde houver, a não inte-grantes das respectivas carreiras”. Arespeito desta proposta é importanteque seja dada a advocacia pública dosEstados uma abrangência inclusiva enão excludente, não deixando quetenhamos duas advocacias em seg-mentos que compõe uma única advo-cacia pública.

Dentro deste contexto, deci-sões recentes do Supremo TribunalFederal deixaram claro que a Consti-tuição, ao utilizar o termo “Procurador”,o fez de forma genérica, sem distin-guir entre os membros das diversas

carreiras da Advocacia Pública. Nestecontexto, entendeu-se ser desarrazo-ada uma interpretação que, desconsi-derando o texto constitucional, exclu-ísse da categoria “Procuradores”osdefensores das autarquias. A propósi-to sobre a questão a emenda da deci-são do Recurso Extraordinário 558.258/SP, é clara: “... I - A referência ao termo“Procuradores”, na parte final do incisoIX do art.37 da Constituição, deve serinterpretada de forma a alcançar os Pro-curadores Autárquicos, uma vez queestes se inserem no conceito de Advo-cacia Pública trazido pela Carta de1988....”. Salienta-se que a menciona-da decisão é decorrente de proces-so envolvendo Procurador Autárquicodo Estado de São Paulo.

Portanto, embora seja importan-te comemorarmos “O Dia Nacional daAdvocacia Pública”, ainda há um lon-go caminho a seguir para que esta dataseja realmente motivo de comemora-ção de todos os advogados públicosda União, dos Estados ou dos Municí-pios.

Marcos Vitorio StammPresidente da ABRAP

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O Dia Nacional da AdvocaciaPública passou a ser comemorado, nodia 07 de março, em todo territórionacional, em virtude da Lei 12.636, de14 de maio de 2012, sancionada pelapresidenta Dilma Roussef. Referida lei- iniciativa da UNAFE - teve no depu-tado federal Arnaldo Faria de Sá seupatrono legislativo com a apresenta-ção do projeto de lei nº 7.392, de 2010.

Justificando que a AdvocaciaPública no Brasil constitui função es-sencial à Justiça e ao funcionamentodo Estado brasileiro, ponderou o no-bre deputado Faria de Sá: “Trata-se deuma das mais nobres funções públicasconferidas ao serviço público nacional,posto lhe incumbir a defesa dos valo-res e interesses do Estado Democráti-co de Direito vigente em nosso país,conferindo concretude aos direitos e li-berdades fundamentais estabelecidosem nossa Constituição Federal, à via-bilidade das políticas públicas do Esta-do brasileiro e à estabilidade jurídica dasações governamentais.” E rematou:“Considerando o marco histórico inicialda Advocacia Pública em nosso país,verificado na criação do extinto cargode Procurador dos Feitos da Coroa, daFazenda e do Fisco, ainda na época doBrasil-Colônia, através do Regimento de7 de março de 1609, tem-se por salutarfirmar tal data como permanente mo-mento de reflexão acerca da história edos desafios futuros da Advocacia deEstado em nosso país.”

Portanto, referida lei tem um lia-me histórico, mas hoje, evidentemen-te, retrata uma realidade diferente. Aessência vem de longe, mas os tem-

pos são outros. O advogado públicojá não é o “procurador dos nossos fei-tos”, os feitos da Coroa, das Ordena-ções do Reino, mas o defensor doEstado sem antagonismo com a cida-dania. O professor Celso Antonio Ban-deira de Mello expressa com proprie-dade: “..o advogado público tem comodever jurídico a defesa do interesse detoda a coletividade, o interesse público(...) o interesse que cada cidadão temenquanto membro de uma coletividade.”Tanto é que ao opinar favoravelmenteao projeto de lei, a deputada federalMaria do Rosário, relatora na Comis-são de Educação e Cultura, salientou:“Trata-se, pois, de data de inequívocarelevância cívica”.

A Emenda Constitucional 19/98que consagrou a Advocacia Públicaentre as Funções Essenciais à Justi-ça estabeleceu o modelo para perfec-cioná-la na Advocacia-Geral da Uniãointegrada pelos diversos órgãos e res-pectivas carreiras que a compõem:Advogados da União, Procuradoresda Fazenda Nacional, Procuradoresdo Banco Central, Consultorias Jurídi-cas e Procuradores Federais. Enquan-to as consultorias jurídicas atuam naadministração direta, os procuradoresfederais representam judicial e extra-judicialmente e fazem consultoria eassessoramento jurídico das entida-des autárquicas, fundacionais e agên-cias, em geral.

Nos Estados federados, a es-trutura dos poderes públicos e da ad-ministração pública, na essência, nãose diferencia da federal, no entanto,existe, com rara exceção, certa resis-

Dia Nacional para toda a advocacia pública?“Considero isso como um dever que tinha, não apenas com meu povo, mas também com minha profissão, praticar a lei e a

justiça para toda a humanidade, gritar contra esta discriminação que é essencialmente injusta e oposta a toda a base de atitude

através da justiça que integra a tradição do treinamento legal neste país. Eu acreditei que ao me opor contra esta injustiça eu deteria

a dignidade do que seria uma profissão honrada.” (NELSON MANDELA, advogado, líder contra o apartheid, prisioneiro de consciêncianº 46664 de 1964 a 1990, pai da moderna nação sul-africana, presidente da África do Sul, prêmio Nobel da Paz)

tência no seio de governos estaduaisem se adotar simetricamente o mode-lo federal. Constituiu-se, inusitadamen-te, um velado apartheid, vez que osprocuradores e advogados autárqui-cos e fundacionais e os advogados eassistentes jurídicos que prestam as-sessoramento aos órgãos da adminis-tração direta estão sendo tratadoscomo se advogados públicos de se-gunda classe fossem ou não mere-cessem existir pelo simples fato deexistirem. A política de integração quefoi levada a cabo no âmbito federal eque faz a excelência da AGU, no âm-bito estadual pauta pela da exclusão,onde campeia afronta a prerrogativas,dignidade profissional e remunerató-ria e falta de independência técnicapara exercício da função.

Ao invés de preenchimento devagas ociosas, por concurso, nas di-versas carreiras de procuradores au-tárquicos e fundacionais e dos asses-sores jurídicos da administração dire-ta utiliza-se o comissionamento, a pon-to de procuradorias de autarquias eórgãos serem ocupados por advoga-dos comissionados, sem compromis-so com o serviço público e em detri-mento de carreiras constituídas, algu-mas desde antes da Constituição de1988. Não falemos aqui sobre sobre-carga e precárias condições de traba-lho e defasagem remuneratória emrelação a outras carreiras com funçãoessencial à Justiça.

O Iº Diagnóstico da AdvocaciaPública no Brasil (2011), levado a efei-to pelo Ministério da Justiça, atravésda Secretaria de Reforma do Judiciá-

rio, documentou com todas as letrase números as áreas de atuação daAdvocacia Pública Estadual, Autárqui-ca e Fundacional (Tabela 12). Apontoutambém a utilização de serviços ter-ceirizados e de comissionados nasProcuradorias (Tabelas 51 e 52), dis-torções essas que vem sendo repu-diadas pela Justiça e pelo próprioConselho Federal da OAB.

A título de referência, procura-dores autárquicos e fundacionais e/ouadvogados públicos que prestam as-sessoramento jurídico na administra-ção direta estão constituídos em car-reiras em Santa Catarina (Lei Comple-mentar 485/2010 c/c art. 103 § 4º daCE); no Paraná (Lei 9.422/90 c/c art.56, do ADCT da CE - ambos os textosjulgados constitucionais pelo STF); emSão Paulo (Lei Complementar 1.077/2008); no Rio de Janeiro (Decreto40.500/2007 disciplina o Sistema Jurí-dico estadual); no Espírito Santo (pro-curadores nas entidades autárquicasINCAPER, IEMA, IDAF, DETRAN, IPA-JM e DER/IOPES); na Bahia, (Lei8.208/2002); em Sergipe (Lei Comple-mentar 120/2006); em Alagoas (Lei6.430/2003); no Ceará, (art. 151, incs. Ie III da CE c/c Lei 14.874/2011); no Pará(Lei 6.873/2006); em Minas Gerais (LeiComplementar 81/2004); em Goiás, a(Lei 13.902/2001); no Mato Grosso(Emenda Constitucional 62/2012); emMato Grosso do Sul (Lei 3.518/2008).

O Estatuto da Advocacia e seuRegulamento (art. 9º) são de clarezameridiana: “Exercem a advocacia pú-

(continua na próxima página...)

João Gualberto Pinheiro JuniorDiretor de Comunicação e

Informação da [email protected]

Page 4: Jornal abrap 11

No dia 23 de janeiro deste ano,o Diretor Geral da ABRAP, Levy Pintode Castro Filho, foi entrevistado pelaRádio FASP. Levy também é o atualpresidente da Associação dos Advo-gados Públicos Autárquicos do Esta-do do Rio de Janeiro – AAPARJ.

Confira na íntegra a entrevista:Minicurrículo: Advogado da

Fundação de Apoio à Escola Técnicado Estado do Rio de Janeiro – FAE-TEC; Formado em Direito pela Pontifí-cia Universidade Católica do Estadodo Rio de Janeiro / PUC-Rio; Pós-Gra-duado em Direito da AdministraçãoPública pela Universidade Federal Flu-minense, Mestre em Direito pela Uni-versidade Gama Filho, Autor de arti-

gos jurídicos publicados em diversosjornais e revistas técnicas; Autor doslivros “Ensino Superior no Brasil e Imu-nidade aos Impostos” e “Legislaçãodo Tribunal de Contas do Estado doRio de Janeiro”, ambos publicadospela Editora Lumen Juris e Co-autorde cinco outras obras jurídicas.

Dr. Levy Castro Filho, em li-

nhas gerais, em que consiste o Sis-

tema Jurídico do Estado?

O Sistema Jurídico do Estadoé o conjunto de normas que regula-mentam a estrutura do aparato estatalvoltado à proteção jurídica da admi-nistração pública direta e indireta. NoEstado do Rio de Janeiro, o SistemaJurídico do Estado é disciplinado peloDecreto 40500/2007 que divide as atri-buições e competências por três es-pécies de órgãos: 1) O Órgão Cen-tral, representado pela ProcuradoriaGeral do Estado; 2) Os Órgãos Locais,compostos pelas Assessorias Jurídi-cas das entidades integrantes da ad-ministração direta; 3) Os Órgãos Se-toriais, formados pelas AssessoriasJurídicas da Administração Indireta.

Como a Advocacia Autárquica

se enquadra nesse contexto?

A Advocacia Autárquica é asnomenclaturas usualmente utilizadaspara designar a carreira dosadvogados públicos dasdenominadas “entidades autárquicas”.Esta expressão engloba tanto asautarquias quanto as fundaçõespúblicas, uma vez que o direitoadministrativo moderno não faz distin-ções entre as duas espécies, não sen-do raro o uso das expressões “autar-quias fundacionais” ou “fundações au-tárquicas”. Neste sentido, como as en-tidades autárquicas compõem a ad-ministração indireta, a Advocacia Au-tárquica faz parte dos Órgãos Setori-ais do Sistema Jurídico do Estado.

Quais são as principais pro-

postas e ações das referidas Associ-

ações?

A AAPARJ e a ABRAP buscamdignidade e reconhecimento profissi-onal para todos os Advogados Públi-cos, indistintamente, defendendo aefetividade do Provimento n.º 114/2006, do Conselho Federal da OAB,que regulamenta a Advocacia Públi-ca. A consolidação da Advocacia Au-tárquica é uma necessidade que sefaz presente em diversos estados daFederação e a estruturação da carrei-

Diretor da ABRAP é

entrevistado pela Rádio FASP

do Rio de Janeiro

blica os integrantes da Advocacia-Ge-

ral da União, da Defensoria Pública e das

Procuradorias e Consultorias Jurídicas

dos Estados, do Distrito Federal, dos Mu-

nicípios, das autarquias e das fundações

públicas, estando obrigados à inscrição

na OAB, para o exercício de suas ativida-

des.” O Supremo Tribunal Federal já as-sentou por suas Turmas que “... a Consti-

tuição quando utilizou o termo “Procura-

dores” o fez de forma genérica, sem dis-

tinguir entre os membros das distintas

carreiras da Advocacia Pública. Nesse

diapasão, reputou ser desarrazoada uma

interpretação que, desconsiderando o

texto constitucional, excluísse da catego-

ria “Procuradores” os defensores das au-

tarquias, mesmo porque se aplicaria, à

espécie, o brocardo latino “ubi lex non

distinguit, nec interpres distinguere debet”.

(RE 558258/SP. No mesmo sentido: RE/562238/SP e RE 574203 AgR-segundo/SP).

Portanto, a Advocacia Pública es-tadual não pode ser fragmentada ao al-vedrio de um jogo de poder e interessesmenores, mas tem que se subsumir a in-terpretação sistemática da Constituiçãoda República e aos seus princípios - en-tre eles, o da simetria ao modelo federal -às leis, ao Estatuto da Advocacia. Enquan-to, no âmbito estadual não for eliminadaessa distorção fundamental não haveráDia Nacional, mas Dia de Oposição àInjustiça e à Discriminação na AdvocaciaPública estadual. Pois, na esteira exem-plar do grande Mandela, resta o dever dosadvogados públicos “... gritar contra esta

discriminação que é essencialmente in-

justa e oposta a toda a base de atitude

através da justiça que integra a tradição

do treinamento legal neste país.” Esta vemsendo a luta da Associação Brasileira deAdvogados Públicos - ABRAP em prol dacategoria. Os procuradores autárquicose fundacionais e advogados públicos es-taduais nada querem tirar de ninguém,somente pedem respeito ao que lhes éde Justiça.

Page 5: Jornal abrap 11

ra trará benefícios não só para os seusmembros, mas para toda a Adminis-tração Pública, que contará com umcorpo técnico valorizado, independen-te, estimulado e, por isso, verdadei-ramente comprometido com a defesados interesses jurídicos das entidadesautárquicas.

Dr. Levy, na qualidade de Pre-

sidente a AAPARJ e de Diretor Regi-

onal da ABRAP, o senhor percebe

algum reconhecimento efetivo das

ações promovidas pelas referidas

entidades?

Sem dúvidas. O reconhecimen-to é perceptível interna e externamen-te. A ABRAP sempre vem sendo pro-curada por novos profissionais quebuscam filiação. Em 2009, a AAPARJfoi congratulada, pela Assembleia Le-gislativa do Rio e Janeiro com umaMoção de Aplausos e Congratula-ções, devido à seriedade do traba-lho que vem desenvolvendo. Em2012, a Assembleia Legislativa doEstado de Mato Grosso foi palco daSessão Plenária Especial de entregado Título de Associado Benemérito daOrdem do Mérito da Advocacia Autár-quica e Fundacional, concedida pela

Associação dos Procuradores Autárqui-

cos e Fundacionais do Estado do Mato

Grosso, em reconhecimento ao pionei-

rismo das ações em prol da regulamen-

tação da carreira em todo o país.

A Constituição da República

de 1988 apontou o modelo da Advo-

cacia-Geral da União. No entanto,

com relação aos Estados, tratou so-

mente da administração direta, cuja

responsabilidade pela consultoria

jurídica e representação judicial é

atribuída aos procuradores do Esta-

do, olvidando a representação judi-

cial e assessoramento jurídico das

autarquias, fundações públicas e

agências. Em sua visão, como tal

omissão pode ser reparada?

As inovações concretizadas noPaís após a implantação da Advoca-cia-Geral da União - AGU apontampara uma racionalização no âmbito es-tadual, do papel do advogado das en-tidades autárquicas, no que se refereà padronização funcional e à equiva-lência remuneratória da categoria. Asolução imediata é a inserção do Ad-vogado Autárquico no texto constitu-cional, com a aprovação de uma PECespecífica.

O Ministério da Justiça, por in-

termédio da Secretaria de Reforma

do Judiciário, elaborou em 2011, o

denominado “I Diagnóstico da Advo-

cacia Pública no Brasil”. Quais os

principais resultados práticos aufe-

ridos pelo mencionado estudo, para

a advocacia pública exercida no

âmbito das autarquias e fundações

públicas?

Diversos julgados oriundos dosTribunais Superiores vêm derrubandoo regime de apartheid inexplicavel-mente imposto aos advogados deautarquias e fundações, como se osmesmos pertencessem a alguma sub-classe. O STF já declarou, inclusive,que o termo “Procuradores” deve serinterpretado de modo a alcançar osProcuradores Autárquicos, uma vezque estes se inserem no conceito deadvocacia pública trazido pela Cartade 1988. O Diagnóstico salienta pon-

tos semelhantes aos referidos julga-dos, ao constatar que a condição dosbaixos salários, aliada à falta de inde-pendência técnica, autonomia funcio-nal e estrutura de trabalho motivam adesistência de continuidade na carrei-ra. Outra constatação do Diagnósticose refere à terceirização das ativida-des típicas de estado que deveriamser desempenhadas, somente, pelosAdvogados Autárquicos, o que nãotem ocorrido em inúmeras situações,inclusive no Rio de Janeiro, como nocaso da Lei dos Juizados Especiaisda Fazenda Pública.

Qual a contribuição, Dr. Levy

Pinto de Castro Filho, que o ingres-

so da AAPARJ na FASP-RJ poderá

trazer para a causa dos Advogados

Autárquicos e Fundacionais?

Com mais de 50 anos de exis-tência, a Federação das Associaçõese Sindicatos dos Servidores Públicosno Estado do Rio de Janeiro - FASP/

RJ mantém estreito relacionamentojunto a CSPB e a CNSP congregandoas mais importantes Entidades Sindi-cais e Classistas de todas as áreasdas Categorias Profissionais de Ser-vidores Públicos, de Fundações eAutarquias do Estado do Rio de Ja-neiro, como também de Municípios doEstado. No auspicioso dia 12/12/2012,a AAPARJ recebeu o Certificado deEntidade Filiada à FASP-RJ, deferidoem condição especial, já que a nos-sa Associação não possui nenhumtipo de receita própria, ainda não ten-do como contribuir financeiramente. Oingresso da AAPARJ na FASP/RJ sig-nifica mais um importante passo dosAdvogados Autárquicos na busca doreconhecimento e da regulamentaçãoda respectiva carreira. Ademais, pro-piciará o estreitamento com os Assis-tentes Jurídicos do Estado, cuja uniãoreputo fundamental para lograrmosêxito em nossas metas e objetivoscomuns.

Em dezembro do ano passado, a AAPARJ se filiou à FASP-RJ.

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APELAÇÃO CÍVEL. ADMINIS-TRATIVO E CONSTITUCIONAL. SER-VIDORES PÚBLICOS. ADVOGADOSDO PODER EXECUTIVO DO ESTADODO PARANÁ. ADICIONAL POR TEM-PO DE SERVIÇO (ADTS). BASE DECÁLCULO. JUÍZO A QUO QUE EXTIN-GUIU O FEITO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO. RECONHECIMENTO DAPRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREI-TO. INOCORRÊNCIA. VERBAS QUESE CONFIGURAM COMO OBRIGA-ÇÕES DE TRATO SUCESSIVO, ASQUAIS DE RENOVAM MÊS A MÊS.INCIDÊNCIA DA SÚMULA 85 DO STJ.MÉRITO. MATÉRIA EXCLUSIVAMEN-TE DE DIREITO. CAUSA MADURA.ART. 515, §3º DO CPC. VERBA DE RE-PRESENTAÇÃO. NATUREZA DE VEN-CIMENTO. INTEGRA A BASE DE CÁL-CULO DO ADTS. INEXISTÊNCIA DEVIOLAÇÃO AO ART. 37, XIV DA CF.PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL.RECURSO CONHECIDO E PARCIAL-MENTE PROVIDO.

Do corpo do Acórdão: Nocaso em comento, tratam-se de paga-mentos irregulares das verbassalariais, prestações que se renovammês a mês, chamadas de tratossucessivos, não havendo que se falarem prescrição de fundo de direito.Isso porque na prescrição de fundode direito não há renovação do marcoinicial para ajuizamento da demanda,uma vez determinado o momento emque a Administração incorre em dívidacom o administrado, inicia-se ocomputo do prazo prescricional. Já naprescrição de trato sucessivo,continuamente o marco inicial do prazoprescricional se renova. Relacionam-se as prestações periódicas, tais comovencimentos, devidas pela

Administração. Nesse caso, nãoocorre a prescrição da ação, mas simdas parcelas anteriores aos cinco anosdo seu ajuizamento. Exatamente ocaso dos autos, em que o direito oradiscutido nasce de cada pagamentoincompleto, tendo em vista a naturezade parcela de trato sucessivo, as quaisse renovam a cada mês, contados dadata do ato ou fato do qual seoriginaram, nos termos do art. 3º doDecreto nº 20.910/1932. Para analisara prescrição das referidas verbas, oentendimento adotado por essa Cortede Justiça é o da aplicabilidade daSúmula 85 do STJ: Nas relaçõesjurídicas de trato sucessivo em que aFazenda Publica figure comodevedora, quando não tiver sido ne-gado o próprio direito reclamado, aprescrição atinge apenas as presta-ções vencidas antes do quinquênioanterior a propositura da ação. Destemodo, somente estariam prescritos osvalores relativos ao período anterior a05 (cinco) anos a contar do ajuizamen-to da ação (03/11/2008), ou seja, ante-riores a 03/11/2003. Assim não se co-gita a prescrição do fundo de direito.(...)

Desta feita, a pretensão deperceber as vantagens pecuniárias pa-gas de maneira irregular éconsequência jurídica do própriodireito, que compõe a situaçãofuncional dos servidores, motivo peloqual a prescrição atinge tão somenteas prestações vencidas antes doquinquênio anterior à propositura daação. Portanto, merece reformaintegral a sentença. No tocante aomérito, entendo que o processocomporta julgamento desde logo porversar sobre matéria exclusivamentede direito, estando, portanto, a causa

"madura", sendo desnecessário o re-torno dos autos a primeira instância.O julgamento de mérito é permitidoatravés do disposto no art. 515, §3ºdo CPC dispõe: §3º. Nos casos deextinção do processo sem julgamen-to de mérito (art. 267), o tribunal podejulgar desde logo a lide, se a causaversar questão exclusivamente de di-reito e estiver em condições de ime-diato julgamento. (...)

Cinge-se a controvérsia em re-conhecer o direito dos apelantes emter a verba de representação compu-tada na base de cálculo do adicionalpor tempo de serviço (ADTS), junta-mente com o vencimento básico. Ale-ga a recorrente que o ADTS tem sidocalculado apenas sobre o valor refe-rencial, sem o computo da verba derepresentação. Aduz ainda que a ver-ba de representação não é adicionalanormal nem gratificação especial, ten-do caráter geral e independe de con-dições pessoais do servidor, sendoa sua natureza de salário básico. Averba de representação é uma gratifi-cação de caráter adicional que inte-gra os vencimentos dos referidos ser-vidores. Inclusive, a Lei 9.422/90, quecriou a carreira especial de advoga-do do Estado do Paraná, em seu arti-go 8º determina o pagamento da ver-ba de representação a esses servi-dores, integrando aos vencimentos docargo para todos os efeitos legais. (...)

Contudo, a conclusão extraídaé de que a natureza jurídica da gratifi-cação referencial é verba fixa e geral,concedida em razão do cargo exerci-do pelo servidor público, não ofen-dendo ao disposto no art. 37, XIV daConstituição Federal. Dessa maneira,a verba referencial compõe, neces-sariamente, o vencimento base dosservidores, devendo, por consequên-cia, compor a base de cálculo do adi-cional de tempo de serviço (ADTS),conforme pleito inicial. Em preceden-tes desse Tribunal de Justiça já deci-diu em mesma linha de entendimento(...)

Portanto, reconheço o direitodos advogados do Poder Executivodo Estado do Paraná em ter o Adicio-nal de Gratificação por Tempo de Ser-viço calculado sobre o vencimento-base acrescidos da verba de repre-sentação. Ainda, os valores corres-pondentes aos últimos cinco anos,anteriores ao ajuizamento da presen-te demandam, devem ser repetidospelo recorrido, acrescidos de juros demora e correção monetária. (APELA-ÇÃO CIVEL Nº 905.196-9, da 2ª Varada Fazenda Pública da Comarca daRegião Metropolitana de Curitiba - Ape-lante: Associação dos Advogados doPoder Executivo do Estado do Para-ná - Apelado: Estado do Paraná - Rel.:Des. Paulo Habith - Rev.: Des. RuyFrancisco Thomaz)

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Juízo de Direito da 17ª VaraCível da Capital / Fazenda Estadual -Autos n° 0024214-41.2011.8.02.0001 -Ação: Procedimento Ordinário - Au-tor: Associação dos ProcuradoresAutárquicos e Advogados da Fun-dação do Estado de Alagoas - APA-FAL - Réu: Estado de Alagoas

Trata-se de ação ordináriacom pedido de antecipação da tutelaproposta pela ASSOCIAÇÃO DOSPROCURADORES AUTÁRQUICOS EADVOGADOS DE FUNDAÇÃO DOESTADO DE ALAGOAS - APAFAL,representada por sua presidente,Marié Alves Miranda Pereira, emface do ESTADO DE ALAGOAS. Afir-ma, a autora, em suma, que seus as-sociados exercem cargos de Procu-radores Autárquicos no âmbito doEstado, e que, de forma ilegal e in-constitucional, são tratados pelo entepúblico demandado de forma anti-iso-nômica, ao reconhecer-lhes remune-ração inferior àquele destinado aosProcuradores de Estado, aos Defen-sores Públicos e aos Promotores deJustiça. (...)

Com efeito, o tema debatidonesta causa não é novo, e se trata deuma antiga reivindicação da categoriada qual integram os associados daautora. Reivindicação esta, cabe frisar,por demais justa e em conformaçãocom os ditames previstos nas Consti-tuições Federal e Estadual, e plasma-da em precedentes do STF, confor-me se demonstrará. (CF, arts. 37, ca-put, XI; 39, I a III e 47, VII). (...) Denota-se, portanto, que a Constituição Fe-deral estabeleceu como vedação o

tratamento diferente entre carreiras quese igualam, o que corresponde aocaso dos autos, posto que os Procu-radores Autárquicos e os Advogadosde Fundação exercem funções idên-ticas aos de Procuradores de Esta-do. Todos, sem exceção, atuam ze-lando pelo patrimônio público afeta-do ao órgão público que defendem.Que diferença há entre defender oEstado e defender uma Autarquia?Claramente nenhuma! A propósito, oSupremo Tribunal Federal já decidiucomo perfeitamente constitucional areforma havida na Advocacia Geral daUnião, onde cargos de representaçãojudicial de Autarquias Federais dosmais diversos nomes (ProcuradorAutárquico, Advogado de Fundação,Assessor Jurídico, etc.) os quais fo-ram unidos sob a única denominaçãode “Procurador Federal”, sendo devi-damente inseridos na estrutura daAdvocacia Geral da União, daí se es-tabelecendo igualdade de remunera-ção e prerrogativas entre todos osrepresentantes judiciais da União (ADI2713-DF) (...) Em outro julgado, emtudo e por tudo aplicável ao caso dosautores (RE nº 558.258, relator Minis-tro RICARDO LEWANDOWSKI), o STFdecidiu que “a referência ao termo‘Procuradores’, na parte final do inci-so IX do art. 37 da Constituição, deveser interpretada de forma a alcançaros Procuradores Autárquicos, umavez que estes se inserem no con-ceito de Advocacia Pública trazidopela Carta de 1988.” (...)

No caso em tela, o que se

alega é a desigualdade remuneratóriaentre os cargos referidos. A equipara-ção, vedada pelo dispositivo consti-tucional, é pleitear tratamento igualpara situações desiguais, o que nãoé o caso. Há, sim, desigualdade deespécies remuneratórias entre cargosde atribuições iguais, ou na pior dashipóteses assemelhadas, não haven-do que se falar em aplicação do art.37, inc. XIII da Constituição como fun-damento para negar o pedido dosautores. (...) Por outro lado, não háviolação ao inc. X do mesmo disposi-tivo (art. 37 CF), até porque cabe aoPoder Judiciário intervir quando hou-ver clara omissão do Chefe do Exe-cutivo, como ocorre no caso em liça.O Judiciário tem sim poder de reco-nhecer o direito expressado pelaEmenda Constitucional nº 41, quandoo Executivo não agir a tempo e modo.(...)

Quanto à alegação de que ascarreiras de Procurador de Estado ede Procurador Autárquico possuematribuições distintas, igualmente nãoprospera. No que pesem serem car-reiras distintas, possuem atribuiçõessimilares. Muito mais similares entresi que a carreira de Procurador deEstado e a de Promotor de Justiça. Aúnica que se verifica entre as carrei-ras é que uma representa a adminis-tração direta, o ESTADO, enquantoque a outra representa a administra-ção indireta, as AUTARQUIAS e FUN-DAÇÕES. Oportuno salientar, ainda,que são tão idênticas as atribuiçõesque, conforme informações colhidas

dos autos, o Coordenador Geral é umPROCURADOR DE ESTADO. O Cor-regedor é o mesmo para duas cate-gorias de PROCURADORES DE ES-TADO e PROCURADORES AUTÁR-QUICO. Ademais, a identidade de atri-buições com os integrantes da Pro-curadoria do Estado verifica-se a par-tir do instante em que não há diferen-ça entre zelar pelo patrimônio pú-blico afetado a uma Secretaria e omesmo patrimônio público afetado auma Autarquia. A segregação que háno Estado de Alagoas não se susten-ta. O que se demonstra, destarte, éque há nítida, clara e manifesta identi-dade das funções exercidas entre ascarreiras indicadas e a carreira dosautores. (...)

Diante de todo o exposto, (...)JULGO TOTALMENTE PROCEDEN-TES OS PEDIDOS, no sentido de:1.declarar e reconhecer o direito dossubstituídos processuais da autorade ter a isonomia/paridade inclusi-ve no que pertine a vantagens egratificações, aplicando-se em fa-vor dos mesmos a mesma políticasalarial de reajustes, estendendo-seaos autores os mesmos direitos con-cedidos a categoria dos Procurado-res do Estado/Procuradores de Esta-do, a fim de não gerar futuras dispari-dades salariais; 2. condenar o réu nopagamento das diferenças salariaisretroativas, observada a prescriçãoquinquenal. Publique-se. Intimem-se.Cumpra-se. Maceió, 28 de janeiro de2013. Maria Ester Fontan CavalcantiManso - Juiz(a) de Direito.

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Rua Inácio Lustosa, 909. São Francisco. Curitiba - PR. CEP 80510-000

Assembleia da ABRAP é

realizada no Rio de Janeiro

Diretora Regional da ABRAP é

presidente de comissão da OAB/CE

A presidente da Associaçãodos Advogados Públicos, Procurado-res das Autarquias e Fundações doEstado do Ceará – APAFECE, direto-ra regional da ABRAP e ConselheiraEstadual da OAB/CE, Francisca TâniaCarvalho Coutinho, tomou posse nodia 07 de março de 2013, como pre-sidente da Comissão do AdvogadoPúblico Estadual da OAB/CE, tendocomo compromisso assumido mantera luta em defesa das prerrogativas doadvogado público estadual, comba-tendo intensamente a discriminaçãosofrida pelos advogados e advoga-das que trabalham na administração

direta e indireta do Estado do Ceará.Além da conselheira estadual

da OAB/CE, a Comissão é formadatambém por José Moaceny Felix Fi-lho (vice-presidente), Procurador Fe-deral e Conselheiro da OAB/CE, Jayl-son Gonçalves Dantas (secretário ge-ral), Advogado Público, Maria ArinildesChaves (secretária geral adjunta), Ad-vogada Autárquica, e pelos membrosEdilson Izaías de Jesus Junior, Glau-co Denis de Oliveira Bastos, FátimaLúcia Campelo Conrado, todos advo-gados públicos da administração di-reta, e Rafael Lessa Costa Barboza,Conselheiro e Procurador do Estado.Da esquerda para a direita: O advogado público, Jaylson Gonçalves Dantas;

procurador do Estado e conselheiro OAB/CE, Rafael Lessa Costa Barbosa; Pro-curador Federal e conselheiro OAB/CE, José Moaceny Félix Filho; AdvogadaPública e conselheira da OAB/CE, Francisca Tânia Carvalho Coutinho; Advoga-da Pública Autárquica, Maria Arinildes Chaves; Advogada Pública, Fátima LúciaCampelo Conrado; e o Advogado Público, Glauco Denis de Oliveira Bastos.

Uma Assembleia Geral Extraordinária foi realizada no dia 22 de janeiro,no auditório da Procuradoria Regional do Trabalho, no Rio de Janeiro. A reu-nião contou com a presença dos membros da Diretoria e associados, e naocasião foram tomadas as deliberações quanto à atuação para o ano de 2013,a reforma dos estatutos, e a designação de novos membros da diretoria.

ABRAP participa de

comemoração ao Dia Nacional da

Advocacia Pública em BrasíliaA ABRAP participou, no dia 07 de março, das comemorações do Dia

Nacional da Advocacia Pública no Plenário, realizadas no plenário I da Comis-são de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. O presidente daFrente Parlamentar Mista em Defesa da Advocacia Pública, deputado federalFábio Trad (PMDB/MS), coordenou os trabalhos da audiência pública, salien-tando a importância do debate acontecer na referida data e a relevância daparticipação e engajamento de todos os advogados públicos.

“Esta é a casa que se estabelecem todas as mudanças legislativas, nãotendo melhor lugar para se consolidar importantes fóruns de debate sobre aAdvocacia Pública”, afirmou ele.