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Ano III edição nº 12 Os avanços da Advocacia Pública Processos Judiciais Página 04 STF: Constitucional. Exegese do termo “Procuradores”. Página 03 Curta a página da ABRAP no Facebook www.facebook.com/associacaoabrap Fortaleza - Ceará / 02 à 04 de outubro de 2013 O II Congresso Nacional da ABRAP abordando “A Advocacia Pública e os 25 anos da Constituição” visa, uma vez mais, congregar integrantes da Advocacia Pública nacional, autoridades, juristas, entidades associativas e a sociedade para informar, debater e buscar consensos que envolvam as atividades dos advogados públicos. Confira a programação na página 08. Assembleia Geral Extraordinária é realizada em Brasília A Associação Brasileira de Ad- vogados Públicos - ABRAP realizou, no dia 22 de abril deste ano, uma As- sembleia Geral Extraordinária, em Bra- sília/DF, reunindo membros da Direto- ria e advogados públicos estaduais. Na pauta, deliberações sobre alterações do estatuto, realização do II Congresso Nacional da ABRAP em Fortaleza/CE e outros assuntos de in- teresse geral. Na foto, presenças no evento. Artigo Funções essenciais à Justiça - identidade de subsídio e limite remuneratório Páginas 05, 06 e 07 Conferência

Jornal abrap 12

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Edição 12 - Març/Abril/Maio de 2013

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Page 1: Jornal abrap 12

Ano IIIedição nº 12

Os avanços da

Advocacia Pública

Processos Judiciais

Página 04

STF: Constitucional.

Exegese do termo

“Procuradores”.

Página 03

Curta a página da ABRAP no Facebook

www.facebook.com/associacaoabrap

Fortaleza - Ceará / 02 à 04 de outubro de 2013

O II Congresso Nacional da ABRAP abordando “A Advocacia Pública e os 25 anos da Constituição” visa, uma vezmais, congregar integrantes da Advocacia Pública nacional, autoridades, juristas, entidades associativas e a sociedadepara informar, debater e buscar consensos que envolvam as atividades dos advogados públicos.

Confira a programação na página 08.

Assembleia Geral Extraordinária

é realizada em Brasília

A Associação Brasileira de Ad-vogados Públicos - ABRAP realizou,no dia 22 de abril deste ano, uma As-sembleia Geral Extraordinária, em Bra-sília/DF, reunindo membros da Direto-ria e advogados públicos estaduais.

Na pauta, deliberações sobrealterações do estatuto, realização doII Congresso Nacional da ABRAP emFortaleza/CE e outros assuntos de in-teresse geral. Na foto, presenças noevento.

Artigo

Funções essenciais à

Justiça - identidade

de subsídio e limite

remuneratório

Páginas 05, 06 e 07

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Conferência

Page 2: Jornal abrap 12

ABRAP - ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE ADVOGADOSPÚBLICOSRua Inácio Lustosa, 909. SãoFrancisco. Curitiba- PR. CEP: 80.510-000.Fone/Fax: (41) 3323 6118email: [email protected]: www.abrap.org.brDIRETORIAPresidenteMarcos Vitório Stamm1º Vice-PresidenteEdmilson Moura de Oliveira2º Vice-PresidentePaulo Eduardo de Barros Fonseca1º SecretárioAthos Pedroso

EXPEDIENTE

João Climaco Penna TrindadeMarié de Miranda PereiraEdigardo Maranhão SoaresSuplentesRose Oliveira DequechNeroci da SilvaSilvio Carlos Cavagnari

JORNAL ABRAPTiragem3.000 exemplaresImpressãoEditora Central LtdaJornalista ResponsávelFernanda Cequinel (DRT/PR 8043)

* Os artigos assinados não refletem

necessariamente a opinião deste jornal.

2º SecretárioEduardo Itagyba de Araújo Padilha1º TesoureiroLuiz Alceu Pereira Jorge2º TesoureiroLivia Cipriano Dal PiazDiretor Geral : Escola Brasileira deAdvocacia Pública dos Estados –EBRAPE  - Levy Pinto de Castro FilhoDiretor Cultural e de EventosZuleik Carvalho OliveiraDiretor de Comunicaçãoe InformaçãoJoão Gualberto Pinheiro JuniorDiretores regionais:Rodrigo Rocha Rodrigues - ESRenato Sousa Faria - GOCarlos Roberto Gonçalves Melro- AL

Francisca Tânia Coutinho - CESamir Machado - SCPaulo Roberto Coelho de Figueiredo –RJJoão Climaco Penna Trindade –SPArt Tourinho –BAJoão Augusto Moraes Drummond - MGFábio de Oliveira Moura - PADiretor de Relacionamento comAdvogados Públicos Federais,Estaduais e MunicipaisEpitácio Bittencourt SobrinhoDiretor de Assuntos Jurídicos,Legislativos e de Defesa dePrerrogativasRenato Eduardo Ventura FreitasMembros Titulares do ConselhoConsultivo

MENSAGEM DO PRESIDENTE

Com imensa satisfação anunci-

amos que a Associação Brasileira de

Advogados Públicos, no período de

02 a 04 de outubro de 2013, na cidade

de Fortaleza, estará realizando em

parceria com a Associação dos Advo-

gados Públicos, Procuradores das Au-

tarquias e Fundações do Estado do

Ceará - APAFECE e o importante

apoio institucional da OAB – Seccio-

nal do Ceará, o II Congresso Nacional

da ABRAP, abordando “A Advocacia

Pública e os 25 anos da Constituição”,

tendo como objetivo central congre-

gar integrantes da Advocacia Pública

nacional, autoridades, juristas, entida-

des associativas e sociedade para in-

formar, debater e buscar consensos

mínimos que envolvam as atividades

dos advogados públicos.

A Emenda Constitucional 19/98,

aprimorando o texto constitucional de

1988, estabeleceu a Advocacia Públi-

ca entre Funções Essenciais à Justi-

ça. O advogado público, nesse con-

texto, não é mais mero procurador

“dos feitos da Coroa”, mas o defensor

do Estado sem antagonismo com a

cidadania. Sabemos que o aperfeiço-

amento da Justiça passa pela cons-

trução de uma Advocacia Pública que

atenda o interesse público de forma

geral; dentro deste conceito e objeti-

vo é que buscamos congregar os Ad-

vogados Públicos em mais um Con-

gresso Nacional abrangendo assuntos

de interesse das nossas categorias,

colaborando com os poderes públi-

cos para sua institucionalização num

debate franco e com compartilhamen-

to de experiências.

Assim sendo, transcorridos 25

anos da promulgação da Constituição

Federal, muitas decisões do Supre-

mo Tribunal Federal, o Provimento 114/

2006 e as súmulas expedidas pelo

Conselho Federal da OAB para o exer-

cício profissional da advocacia públi-

ca, tem servido de balizamento para

avanços na caminhada dos advoga-

dos públicos em busca das prerroga-

tivas, da dignidade profissional e da

independência técnica, em face do

relevante múnus público que lhes foi

outorgado pelo texto constitucional e

sobretudo na definição das categori-

as que compõe a advocacia pública.

Finalizando, conclamamos os

colegas para participarem do II Con-

gresso Nacional da ABRAP, oportuni-

dade em que a Advocacia Pública será

tratada de forma abrangente, notada-

mente a Estadual, buscando avançar-

mos no entendimento da necessida-

de de que seja adotado simetricamen-

te o modelo da União nos Estados.

Até o nosso Congresso! Marcos Vitório Stamm

Presidente da ABRAP

Page 3: Jornal abrap 12

RE 562238 AgR / SP - SÃO PAU-LO AG. REG. NO RECURSO EXTRA-ORDINÁRIO Relator(a):  Min. TEORIZAVASCKI - Julgamento:  02/04/2013 - Órgão Julgador:  SegundaTurma

CONSTITUCIONAL. TETO RE-MUNERATÓRIO. ART. 37, XI, DACONSTITUIÇÃO. EXEGESE DO TER-MO “PROCURADORES”. INCLUSÃODE PROCURADORES DE ENTIDA-DES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAINDIRETA. PRECEDENTE: RE558258, RELATOR: MIN. RICARDOLEWANDOWSKI, PRIMEIRA TURMA,DJe- 051 DIVULG 17-03-2011 PUBLIC18-03-2011. AGRAVO REGIMENTALA QUE SE NEGA PROVIMENTO.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos

estes autos, acordam os Ministros doSupremo Tribunal Federal, em Segun-da Turma, sob a Presidência do Mi-nistro RICARDO LEWANDOWSKI, naconformidade da ata de julgamentose das notas taquigráficas, por unani-midade, em negar provimento aoagravo regimental, nos termos do votodo Relator. Não participou, justificada-mente, deste julgamento, o SenhorMinistro GILMAR MENDES. Ausente,justificadamente, o Senhor MinistroCELSO DE MELLO. Brasília, 2 de abrilde 2013. Ministro TEORI ZAVASCKI -Relator.

RELATÓRIOO SENHOR MINISTRO TEORI

ZAVASCKI (RELATOR): Trata-se deagravo regimental contra decisão quedeu provimento ao recurso extraordi-nário ao argumento de que, no incisoXI do art. 37 da CF/88, que trata deteto remuneratório, o termo “Procura-dores” deve ser interpretado de for-ma a alcançar os Procuradores Autár-quicos.

Sustenta o agravante, em suma,que (a) “o v. Acórdão deixou de con-siderar que o artigo 132 da Constitui-ção Federal, integrante do capítulo cor-respondente às Funções Essenciaisà Justiça, menciona textualmente ape-nas a carreira de Procuradores doEstado e do Distrito Federal” (fl. 951);(b) “por se tratar a disposição final doinciso XI do art. 37 da CF/88 de exce-ção à regra geral de teto remunerató-rio constante da primeira parte domesmo dispositivo, a melhor interpre-tação a ser atribuída é a restritiva” (fl.952). É o relatório.

VOTOO SENHOR MINISTRO TEORI

ZAVASCKI (RELATOR): 1. A decisãoagravada é do seguinte teor: Prossi-go, então, para anotar que a insurgên-cia merece acolhida. Isso porque a Pri-meira Turma do Supremo Tribunal Fe-deral, no julgamento do RE 558.258,da relatoria do ministro Ricardo Lewan-dowski, assentou que a “referência aotermo ‘Procuradores’, na parte final doinciso XI do art. 37 da Constituição,deve ser interpretada de forma a al-cançar os Procuradores Autárquicos,uma vez que estes se inserem no

conceito de Advocacia Pública trazi-do pela Carta de 1988.”¹

Também nesse sentido é a se-guinte decisão monocrática de Rela-tor: RE 574203 AgR-segundo, Min. Gil-mar Mendes, DJe de 19/11/2012.²

O agravo regimental não trazqualquer subsídio apto a alterar essesfundamentos, razão pela qual deve sermantido incólume o entendimento dadecisão agravada.

2. Diante do exposto, nego pro-vimento ao agravo regimental. É ovoto.

EXTRATOS DAS DECISÕES REFE-RENCIADAS NO ACÓRDÃO:¹ RE 562238 - SÃO PAULO - RECUR-SO EXTRAORDINÁRIO - Relator(a): Min. AYRES BRITTO - Julgamento:19/12/2011

DECISÃO: vistos, etc. Trata-sede recurso extraordinário, interpostocom fundamento na alínea “a” do inci-so III do art. 102 da Constituição Repu-blicana, contra acórdão do Tribunal deJustiça do Estado de São Paulo. (...)5. Prossigo, então, para anotar que ainsurgência merece acolhida. Isso por-que a Primeira Turma do Supremo Tri-bunal Federal, no julgamento do RE558.258, da relatoria do ministro Ricar-do Lewandowski, assentou que a “re-ferência ao termo ‘Procuradores’, naparte final do inciso IX do art. 37 daConstituição, deve ser interpretada deforma a alcançar os Procuradores Au-tárquicos, uma vez que estes se inse-rem no conceito de Advocacia Públi-ca trazido pela Carta de 1988.” Ante o

exposto, e frente ao § 1º-A do art. 557do CPC, dou provimento ao recurso.Invertidos os ônus da sucumbência,fixo os honorários advocatícios em10% (dez por cento) sobre o valor dacondenação. Publique-se. Brasília, 19de dezembro de 2011. Relator(a): Min.Ayres Britto.

² RE 574203 AgR-segundo - SÃO PAU-LO - SEGUNDO AG.REG. NO RECUR-SO EXTRAORDINÁRIO - Relator(a): Min. GILMAR MENDES Julgamento:09/11/2012

DECISÃO: Nessa esteira, enten-do que não merece reparos o acór-dão recorrido - Tribunal de Justiça deSão Paulo (fls. 142-145) - ao afirmarque: “Não se pode inferir que o termo‘procuradores’ empregado pelo inci-so XI do art. 37 da Lei Maior possibili-ta a conclusão de exclusão dos pro-curadores autárquicos, em sua gene-ralidade. Não há como se chegar àconclusão que há na Constituição Fe-deral distinção entre procuradores daAdministração Pública Direta e Indire-ta. Induvidoso que o termo foi utiliza-do para abranger a todos que exer-cem seu mister na defesa judicial ouna consultoria dos entes públicos, in-clusive de entidades descentraliza-das”. (fl. 144) Ante o exposto, reconsi-dero a decisão de fls. 237-240 para,nos termos da jurisprudência destaCorte, negar seguimento ao recursoextraordinário e julgar prejudicado oagravo regimental. Publique-se. Bra-sília, 9 de novembro de 2012.Relator(a): Min. Gilmar Mendes.

Page 4: Jornal abrap 12

Meus prezados amigos, eu nãoestou me dirigindo especificamenteaos chamados procuradores públicos,mas a todos os advogados públicos.Entretanto, me parece que não é de-mais lembrar que o meu primeiro li-vro, o meu primeiro trabalho publica-do é exatamente sobre as autarqui-as, é a natureza e o regime jurídicosdas autarquias, trabalho que eu escre-vi em 1967. (...) O fato de o meu tra-balho se voltar aqui a ser o primeiro,bem revela o meu encantamento poresse tema e a importância que eu atri-buo a ele, e, portanto, aos procura-dores autárquicos. (...)

O advogado público é alguémcujo compromisso é com o cliente, ointeresse público. Não pode havernada mais nobre, mais digno do queisso. Os advogados em geral defen-dem os seus clientes. Defendem in-teresses que por mais respeitáveis

Os avanços da Advocacia Pública*

que sejam, são interesses privados,são interesses particulares. O advo-gado público, não. O advogado pú-blico tem como dever jurídico a defe-sa do interesse de toda a coletivida-de, o interesse público (...) Todossabemos que o interesse público nãoé o interesse privado. Não é o inte-resse particular. E todos cansamos deouvir que interesse público é umanoção transcendente, que ultrapassaos interesses privados. Mas o quenós não costumamos ouvir, e é aqui-lo que eu realmente penso, é que ointeresse público é o interesse quecada cidadão tem enquanto membrode uma coletividade. É nesta quali-dade de partícipe do todo social quealguém tem certos interesses, masque são dele também.

Eu considero extremamenteimportante fazer esta afirmação, por-que isso desfaz um mito de que háuma barreira intransponível entre o in-teresse de cada um e o interesse dacoletividade. Isso desfaz o mito deque o cidadão não pode defender osinteresses da coletividade, senão emação popular. (...) E nada melhor doque os exemplos para fornecer essaespécie de aclaramento. (...) A come-çar por esse tão simples: ninguémtem interesse em ser desapropriado,entretanto todos, e cada um dos mem-bros da coletividade têm interesse emque exista a desapropriação. Porquese não existisse inúmeras obras deinteresse do todo, não poderiam serrealizadas, porque a implementaçãodelas dependeria da concordância dealguém, mas talvez um exemplo commaior força aliciante seja o seguinte:ninguém tem o interesse em ser mul-tado. Por exemplo, por violação dasregras de trânsito, mas todos têm in-teresse em que existam as multas detrânsito. Isso mostra da maneira maisclara possível que há uma relação ín-tima entre o interesse de cada um e ointeresse público. Na qualidade de

participe do todo, todos temos esseinteresse. (...) Há uma consequênciaprática nesse conceito de interessepúblico. (...) É a diferença entre o in-teresse público propriamente dito eo interesse secundário do estado. Oque significa isso? (...) Ainda aqui osexemplos serão elucidativos. O esta-do poderia meramente, enquanto umcentro subjetivado de interesses, tero interesse de pagar valor ínfimo pe-las desapropriações, mas não é issoque a Constituição diz, porque ela falaem justa indenização, e não em valorínfimo por desapropriação.

Esta distinção pode servir debase para outra distinção em relaçãoà atividade dos procuradores e dosadvogados de autarquia. O procura-dor, para usar a terminologia corren-te, os advogados da administraçãodireta ou advogados autárquicos,aquilo que a função é. Não há dife-rença a meu ver. Substancialmente,uns e outros tanto como advogadosde fundação pública quanto defenso-res públicos, todos têm por finalida-de a defesa do interesse público. Amissão deles é essa, e é isso queos categoriza. E é isso que faz delesadvogados muito especiais. Isto sig-nifica que os procuradores públicostêm o dever de defender o estado.

Quando estiverem em ativida-de procuratória esse é um dever de-les. Quando estiverem em atividadeconsultiva, não. Aí só pode ser bus-cado o interesse público primário. Enós sabemos que é tal o horror dosadministradores públicos pela defe-sa do interesse público primário queeles gostam de ter cargo em comis-são os seus assessores que devememitir parecer. Ora, este papel do ad-vogado público consultivo, de ofere-cer respaldo a uma dada conduta ourecusá-la, este papel é de uma im-portância transcendente. Se se colo-ca alguém que está ganhando maisporque está exercendo aquela função

ou de que pode ser despedido a qual-quer momento dela, como imaginarque seu parecer possa dar este res-paldo para o administrador? É impos-sível. De maneira que eu entendo queparecer emitidos por consultores quenão gozem de estabilidade na funçãonão tem valor jurídico suficiente paraeximir de responsabilidade o admi-nistrador. E como não tem este valorjurídico, não pode existir, porque eleexiste exatamente para cumprir essafunção. (...)

A Advocacia Pública sem dúvi-da nenhuma avançou muitíssimo.Hoje, a visão que se tem da Advoca-cia Pública não é a que se tinha nopassado. Sabe-se que se trata de umamissão extremamente nobre e impor-tante, e ela ainda cresceu em nobre-za e importância com o tratamento quea Constituição lhe deu. Eu sei que ain-da falta. O que é uma autarquia? É umsegmento personalizado do Estado.É isso. Na sua feição administrativaou na definição que eu mesmo tenhoe uso em tese, então uma pessoa ju-rídica de direito público de capacida-de exclusivamente administrativa. (...)Isso que é uma autarquia. (...) Se umaautarquia é isso, que diferença existeentre a administração direta e indire-ta? Simplesmente especialização, sóisso. Só isso, a única diferença. Odever é o mesmo de atender o inte-resse público. É o mesmo de defen-der, seja na atividade procuratória,seja na atividade consultiva, os inte-resses do poder público é isso. É ab-solutamente igual, não há nenhuma di-ferença.

A Advocacia Pública é certa-mente uma profissão de extrema no-breza, e eu diria que a defensoriapública é a coisa mais linda que podeexistir. Defender os economicamentehipossuficientes é tudo que pode ha-ver de nobre e de digno. E vou maisalém. É tudo que pode haver maiscoincidente com a linha da história.

*Este texto contém excertos da Conferência de Abertura proferida no Iº Congresso Nacional da ABRAP, realizado em São Paulo - 08 de agosto de 2012 - Confirainteiro teor da Conferência no site da ABRAP - www.abrap.org.br > Conferências - palestras.

Celso Antônio Bandeira de Mello -professor titular de direito administra-tivo e também professor emérito daPUC/SP; autor, entre outras, das pres-tigiadas obras: “Natureza e Regime Ju-rídico das Autarquias” e “Curso de Di-reito Administrativo”.

Page 5: Jornal abrap 12

Funções essenciais à Justiça - identidade de

subsídio e limite remuneratório entre as carreiras

da Advocacia Pública nos Estados(*)Ubirajara Dias Falcão

Professor do Curso de Direito do Centro de Ciências Jurídicas daUFSC e Procurador Autárquico aposentado.

*Este texto contém excertos do

alentado estudo elaborado pelo Profes-

sor Dias Falcão; consulte inteiro teor

do documento em www.abrap.org.br >

Artigos

I – Aspectos jurídicos prelimi-nares (Artigos 131 e 132 da CRFB).

A relevância bem como a es-sencialidade dos serviços que foramprevistos na Carta Federal a seremprestados pelas Instituições (Advoca-cia-Geral da União, ProcuradoriasGerais dos Estados, do Distrito Fede-ral e os respectivos órgãos vincula-dos), entre outras razões, fizeram comque fosse alterado o art. 135 da CRFBpelo Constituinte Derivado por meioda EC n. 19 de 1998, para outorgaraos servidores integrantes das carrei-ras da Advocacia Pública (Titulo IV, Ca-pítulo IV, Sessão II), a remuneraçãosob a forma de subsídio obrigatório,prevista no art. 39, §4º. (...) Observa-se, que o Constituinte Originário nãofez a inserção dos termos “autarqui-

as” e “fundações públicas” no Titulo IV,Capítulo IV, Sessão II da Carta de 1988e, consequentemente não poderiadispor ou falar, como não o fez, emProcuradores ou Advogados dessesentes públicos administrativos. Usouapenas a expressão: “Procurador(es)

do(s) Estado(s)”, utilizada em senti-do genérico. (...)

Afigura-se, então que os pre-ceptivos apontados da Lei Fundamen-tal outorgaram ao Estado um conceitoamplo ou genérico pela própria natu-reza sistêmica da Carta Política de1988, para incluir além do Ente Políti-co, as pessoas de direito público denatureza administrativa. Isto porque,essas atividades jurídicas essenciaisexercidas na defesa dos entes des-centralizados, autárquicos e fundaci-onais implicam sempre na defesa dopróprio Estado. (...)

Por isso, a Carta Federal e adas Unidades Federadas, empregamapenas o(s) substantivo(s)“Procurador(es) do(s) Estado(s)” pelapolissemia dos vocábulos, o que le-vou o Tribunal de Justiça do Estadode São Paulo a dar ênfase sobre oconceito ou a interpretação dessestermos, uma vez que os servidoresintegrantes das carreiras das Advoca-cia Pública, integram o gênero “Pro-curadores”.

Parece seguro então, o enten-dimento preconizado pelo Tribunal deJustiça em epígrafe, com o alcance eo elevado espírito de Justiça que sem-pre nortearam os seus julgamentos,ao referendar sobre o tema fulcrado,

o seguinte: “(...) os Procuradores Au-

tárquicos são Procuradores do Estado

(...)” Embargos de Declaração n.

089.800-5/2-01" (TJ-SP) (...) Há, por-tanto nesses preceitos insertos nosartigos 131 e 132 da CRFB e no art.103 da CE/SC, o caráter unitário daadvocacia pública, incluindo o conten-cioso e as demais atividades de con-sultoria e assessoramento do PoderExecutivo. (...) O próprio SupremoTribunal Federal no RE 558.258-SP,não se divorcia dessa orientação.Extrai-se do aresto: “Observa-se, as-

sim, que os Procuradores das Autar-

quias e Fundações também represen-

tam a União, judicial e extrajudicialmen-

te, apesar de fazerem-no de forma me-

diata, visto que estão vinculados à

AGU, nos termos da Lei Complemen-

tar supramencionada.” (...)De modo, que ocorreu uma

delegação para os procuradores cum-prirem esse mister, pois no PoderExecutivo, os membros das Procura-dorias Estaduais ficaram com o encar-go das funções essenciais da admi-nistração direta, enquanto os demaiscom os da indireta. Qual a diferença?Nenhuma pode-se asseverar afirmati-vamente, como fez em recente julga-do o Min. Rel. Gilmar Mendes no Agr.Reg/SP – RE nº 574.203, ao ratificar a

posição do Tribunal de Justiça doEstado de São Paulo, in verbis: “Nes-

sa esteira, entendo que não merece

reparos o acórdão recorrido ao afirmar

que: “Não se pode inferir que o termo

‘procuradores’ empregado pelo inciso XI

do art. 37 da Lei Maior possibilita a con-

clusão de exclusão dos procuradores

autárquicos, em sua generalidade. Não

há como se chegar à conclusão que

há na Constituição Federal distinção

entre procuradores da Administração

Pública Direta e Indireta. Induvidoso

que o termo foi utilizado para abranger

a todos que exercem seu mister na

defesa judicial ou na consultoria dos

Page 6: Jornal abrap 12

entes públicos, inclusive de entidades

descentralizadas”. (fl. 144) Ante o ex-

posto, reconsidero a decisão de fls. 237-

240 para, nos termos da jurisprudência

desta Corte, negar seguimento ao re-

curso extraordinário e julgar prejudica-

do o agravo regimental.” (...)A luz do que foi exposto, note-

se que os textos da Lei Fundamentale das Cartas Estaduais, não utilizamnenhuma nomenclatura de cargo oufunção pública para o exercício des-ses profissionais na defesa dos En-tes Políticos, pois falam em “Procura-dores” nos artigos 37, XI, 132 e “servi-dores” no art. 135, sem que ocorradistinção entre os membros das dis-tintas carreiras da Advocacia Públi-ca.(...)

O fato desses profissionais,servidores das autarquias e fundaçõesnão integrar, portanto o quadro depessoal das Procuradorias Gerais dasUnidades Federadas, não os eximede possuir as garantias e os direitosdispensados aos demais integrantesdo sistema jurídico. Exatamente emdecorrência de serem regidos porduas legislações, uma de caráterconstitucional e a outra funcional ouestatutária. O entendimento esposadoem sentido contrário implica notada-mente no entrechoque entre as legis-lações que estabelecem os dois re-gimes remuneratórios.

II – Subsídio de caráter obri-gatório entre os integrantes das car-reiras da Advocacia Pública nos Es-tados Federados (Artigo 135 c/c o art.39, §4º da CRFB

A toda evidência integra a car-

reira da advocacia pública (art. 135 daSeção II da CRFB), uma das FunçõesEssenciais a Justiça, entre outros, osprocuradores das autarquias e dasfundações públicas e, com fundamen-to na Lei Federal nº 8.906 de 04/07/94e demais dispositivos colacionados.Antonio Carlos Bloes, ex-Procuradorno Estado de São Paulo, em seu arti-go “Advocacia Pública do Estado deSão Paulo”, apregoa: “A Advocacia

Pública, constitucionalmente definida

como uma das “funções essenciais da

Justiça” (art. 131 e 132 da CF/88) atua

na defesa do Estado (União, Estados,

Municípios e suas respectivas autar-

quias e fundações). Integram-na ad-

vogados, sujeitos a regime próprio e

ao Estatuto da OAB (§ 1° do art. 3°, da

Lei Federal n° 8.906/94, que expressa-

mente a eles se refere como sendo os

integrantes das Procuradorias Geral da

União e da Fazenda Nacional, Defen-

soria Pública, Procuradorias e Consul-

torias Jurídicas dos Estados, do Distri-

to Federal, dos Municípios e respecti-

vas entidades de administração indi-

reta e fundacional). http://jus.com.br/

revista/texto/10650/advocacia-publica-

do-estado-de-sao-paulo”

Dessa forma, as legislaçõesinfraconstitucionais precisam obede-cer ou trilhar os itinerários previstosnos dispositivos apontados, os quaisestabelecem que os servidores inte-grantes das Carreiras da AdvocaciaPública e que exercem as funçõesessenciais à justiça, devem recebera remuneração sob a forma de subsí-dio, para que tenham igualmente asgarantias não só funcionais, mas insti-

tucionais. (...)Por outro lado, não estamos discor-rendo sobre os institutos da equipa-ração ou vinculação com outros car-gos, o que é matéria vedada pela CF(art. 37, XIII), mas pela objetiva aplica-ção dos imperativos constitucionais edas legislações complementares quejá existem nos Estados, as quais de-vem ser interpretadas não de formaisolada, mas como um sistema unitá-rio integrado sobre os preceitos quetratam sobre a matéria. Ressalte-se,que a CRFB permite tanto a vincula-ção como a equiparação nas hipóte-ses previstas nos artigos 27, § 2º, 73,§3º c/c o art. 75 e o art. 93, V. (...)

O tratamento constitucional dis-pensado a esses procuradores deveser idêntico, o que implica necessari-amente na fixação de padrões remu-neratórios, entre outros direitos, com-patíveis com a relevância e a essen-cialidade das funções, não só para osservidores das Instituições (Procura-dorias Gerais dos Estados), como osda administração indireta, pois sãomembros integrantes da advocaciapública e exercem as funções essen-ciais à Justiça na defesa dos EntesPolíticos de suas autarquias e funda-ções. (...)

Há, pois, uma verdadeira impo-sição constitucional a ser observadapelos Estados Membros, os quais nãopodem se divorciar dos critérios ado-tados tanto pelo §1º do art. 39, comodos artigos 37, XI, e 135 da CF, pelaimportância e o reconhecimento queessas carreiras representam no con-texto dos Entes Políticos Estaduais.

(...)Entretanto, as opções legislati-

vas estaduais de um modo geral, nãoestabeleceram a política remunerató-ria nos termos previstos na Carta Polí-tica Federal. Apenas para os integran-tes de uma ou única carreira, sendoque as demais não integram o elencode garantias e prerrogativas, uma vezque possuem apenas as de caráterfuncional como os demais servidoresdo Poder Executivo. (...)

No âmbito da União, os Procu-radores Federais do órgão vinculadosa AGU, que exercem as atividadesinstitucionais nas autarquias e funda-ções públicas, situação, portanto idên-tica aos dos procuradores da admi-nistração indireta dos Estados, rece-bem a remuneração na forma de sub-sídio, com embasamento nos mes-mos dispositivos constitucionais apon-tados (artigos 39, §4º e 135 da CF),como determina o art. 1º da Lei 11.358,de 19 de outubro de 2006. (...)

E, com esse procedimento, aUnião reuniu todas as carreiras daAdvocacia Pública na mesma legisla-ção, para remunerá-las sob a formade subsídio, atendendo assim asprescrições do Constituinte Originário,em virtude dos servidores integraremas funções essenciais à Justiça, comodeve ocorrer no âmbito dos EstadosMembros. (...)

Além disso, a simetria existen-te entre as carreiras jurídicas bemcomo a unicidade do sistema consti-tucional integrado, não admite porcerto, divisão dúplice ou o fraciona-mento remuneratório entre os seus

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integrantes, pois além de ser incom-patível com o caráter unitário e indivi-sível, poderá configurar em tese queexistem funções que são mais e ou-tras menos essenciais dentro da mes-ma estrutura que foi institucionalizada.Essa posição em tese é válida nãoapenas em relação aos procuradores,mas aos entes públicos administrati-vos. (...)

Não existe a faculdade de oEnte Político conceder ou não o sub-sídio com fundamento no art. 39, §8ºda CRFB, como acontece em relaçãoaos demais servidores públicos. Aremuneração na forma estabelecidapara os procuradores apontados é denatureza obrigatória. Existe uma de-terminação constitucional que constano art. 135: “(...) serão remunerados

na forma do art. 39, §4º (...)”, enquan-to o art. 39, §8º já referido, dispõe: “Aremuneração dos servidores públicos

organizados em carreira poderá ser fi-

xada nos termos do §4º (acrescentado

pela E.C. n. 19/98)” (...)Nessa concepção, o próprio

Conselho Federal da Ordem dos Ad-vogados do Brasil, poderá no uso dasatribuições que lhe são conferidaspelos artigos 54, I, II, III e XIV, c/c art.3º, §1º, determinar a adoção das pro-vidências necessárias em juízo ou foradele, sobre os interesses coletivos ou

individuais dos advogados que exer-cem a advocacia pública, no sentidode preservar e tornar efetivas ou con-cretas a aplicação das normas, princí-pios e demais preceitos previstos naCarta da República, não só em prolda classe, mas, sobretudo no senti-do de alcançar resultados no própriointeresse público ou coletivo.

III – Advocacia Pública do Es-tado de Santa Catarina no âmbito daadministração indireta e a identida-de de subsídio obrigatório (Artigos103, 104-A c/c o art. 23-A da CE/SC eLC n. 485/10)

No modelo preconizado peloEstado de Santa Catarina, pretende-mos igualmente demonstrar, que a CE/SC (art. 104-A), bem como a legisla-ção infraconstitucional (LC 15.215/10),outorgaram como a Carta Federal (art.135), os mesmos direitos para os ser-vidores integrantes das carreiras daAdvocacia Pública. (...)

Por onde se observa que exis-tem duas legislações paralelas quevem sendo aplicadas simultaneamen-te ao gênero “Procuradores”. A primei-ra, a qual se acha em conformidadecom as regras, os princípios e demaisdisposições constitucionais, mas sedestina apenas ao grupo 027 - Procu-radores (LC n. 15.215/10). A segunda,apesar de ser uma Lei específica para

os procuradores das autarquias e fun-dações (LC 485/10), estabelece emseu art. 8º a fixação da remuneraçãopara esses mesmos procuradorestomando como parâmetro os venci-mentos de outros servidores queocupam cargos de nível superior deensino do quadro de pessoal do Po-der Executivo, mas que não são ad-vogados integrantes das carreiras daadvocacia pública.

Por tudo isso, conclui-se queos procuradores da administração in-direta, que são lotados nos EntesPúblicos Administrativos apontados,não podem ficar submetidos comoocorre a outro modelo remuneratórioque não seja o previsto pelos arts. 135da CF e 104-A da CE/SC, não só pelainterpretação sistêmica adotada peloEstado em relação a outras carreirasde advogados públicos, mas pelosdemais preceitos constitucionais co-lacionados como visto. (...)

Tudo isso demonstra, que nãoexiste então prescrição constitucionalque venha admitir outro modelo remu-neratório, que não seja o que foi insti-tuído por subsídio de caráter obriga-tório pelo ordenamento constitucional.

IV – Limite remuneratório dosProcuradores nos Estados Federa-dos (Artigo 37, XI da CF)

Nessa última etapa, pretende-mos demonstrar de forma sucinta o li-mite remuneratório ou o denominadoteto que o Constituinte Derivado esta-beleceu para os Membros do Minis-tério Público, Procuradores e Defen-sores Públicos.

O entendimento preconizado

segundo o qual, os procuradores dasautarquias e das fundações públicas,estavam subordinados ao limite dosubsídio mensal do Governador noâmbito do Poder Executivo, não ob-teve receptividade nos julgados pro-feridos pelo Supremo Tribunal Fede-ral, uma vez que a Constituição usouo vocábulo “Procuradores” como gê-nero, atingindo os Procuradores dosEstados e os advogados públicos daadministração indireta, como os de-mais, não sendo, portanto, admissí-vel que ficassem submetidos ao tetoprevisto para o Chefe do Poder Exe-cutivo Estadual. (...) Nesse diapasão,verifica-se que as carreiras da Advo-cacia Pública possuem idêntico limiteremuneratório previsto no art. 37, XIda Lei Fundamental. (...)Sufragando todos os elementos queforam coligidos sobre a matéria, é fá-cil perceber que adoção de outromodelo remuneratório, sem guardar aharmonia ou adequação necessáriade conformidade com os princípiosjurídicos e as normas preconizadaspela Constituição Federal, não contri-bui para o fortalecimento e desenvol-vimento da Advocacia Pública e, con-sequentemente dos respectivos inte-grantes que são entre outros, procu-radores da administração indireta, osquais se ressentem de algumas ga-rantias institucionais obrigatórias, inclu-sive para ficarem a salvo de possí-veis pressões e com a independên-cia necessária para o exercício dasatividades ou funções essenciais ine-rentes a própria efetividade do Esta-do Democrático de Direito.

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12h - 14h30min� Almoço� � �

14h30m - 5h30m�

Mesa Redonda� Marcelo Siqueira - Procurador Geral Federal� “O modelo da Advocacia Pública, Autárquica e Fundacional na AGU”�

15h30min - 16h� Coffee Break� � �

16h - 17h� Conferência de Encerramento�

Gilmar Ferreira Mendes - Ministro do Supremo Tribunal Federal�

“A Advocacia Pública no contexto dos 25 anos da Constituição”�

17h� � Entrega de Certificado� �

Rua Inácio Lustosa, 909. São Francisco. Curitiba - PR. CEP 80510-000

II Congresso Nacional da ABRAP acontece em

Fortaleza nos dias 02, 03 e 04 de outubro

02/10 – Quarta-feira

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Obs: Programação sujeita à alterações.