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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ “VOLTA O FUTEBOL” Nº12

Jornal Dez #12

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“VOLTA O FUTEBOL”

Nº12

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Cresci num bairro privado... priva-do de luz, água e gás.

Diego Maradona

[email protected]

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FC PORTO

Texto: Mi GonçalvesFotos: Getty Images

VAI CHEGANDO... OU NÃO

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Vão já 14 dias desde o início da pré-época do FC Porto, 3 jogos e

tantas outras vitórias e uns quantos treinos. É certo que os adversários não foram nada de especial, no entanto, tal como Vítor Pereira fez, é necessário realçar que a defesa se manteve intransponível, nem um golo sofrido. Mas que bem! (Não fossem eles, na prática, meros amadores da modalidade).

Passemos ao que interessa, neste estágio de pré-temporada, o grupo esteve privado de Moutinho, Rolando, Miguel Lopes, Varela, (estes com direito a prolongar as férias, devido à presença no Euro’12), Hulk, Danilo, Alex Sandro (jogadores que fazem parte da selecção olímpica do Brasil) e, ainda, Álvaro Pereira. Ele, que anda “sai, não sai”. Esta situação deu azo a que alguns dos jovens jogadores, como Castro, Kelvin, Atsu, Iturbe e até Fabiano, guarda-redes contratado ao Olhanense, que será, certamente, reforço da equipa B, tivessem oportunidade de tentar mostrar serviço. E assim foi, um dos “novatos” apareceu como sendo a estrela do estágio na Suíça, Atsu mostrou trabalho. Na minha (já fraca, todos sabem) opinião, está pronto para poder fazer parte do plantel principal. Gostei da atitude. Gostava ainda que alguém aconselhasse calminha ao Iturbe na hora de decidir os lances, falta-lhe discernimento. A ansiedade trama-te, rapaz!

Relativamente ao Castro, espero que fique, está feito um senhor jogador, precisamos dele. Kelvin... (aviso já que não gosto da personagem), não me convence. Não tem estaleca para estas andanças. Precisa de crescer em termos tácticos... e, também, psicologicamente, diga-se. Finalmente, Maicon, outro do qual não sou grande fã, no entanto, quase que me obriga a gostar dele... agora, até de livre marca, imagine-se! Sim, senhor! Só espero que, no meio de todas aqueles saltos no ar, enquanto festeja os golos, não se lesione! E a parte triste disto tudo, o Vítor ainda é nosso treinador. Não há maneira do homem fazer as malas e desandar dali. Vamos ver o que consegue esta época, isto se chegar ao final, claro. P.S.: Vocês já sabem que tenho a mania que percebo da coisa. Portanto, não liguem. (E desculpem a ausência de ‘textos’ destes, sim?)

Texto: Mi GonçalvesFotos: Getty Images

VAI CHEGANDO... OU NÃO

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BENFICA

Texto: eternobenfica.wordprees.comFotos: Getty Images

A HISTÓRICA FINAL SEM HISTÓRIA

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Texto: eternobenfica.wordprees.comFotos: Getty Images

A HISTÓRICA FINAL SEM HISTÓRIAEste não é um post escrito de cabeça quente após uma derrota de pré-época. Os resultados dos jogos das pré-temporadas pouco ou nada me dizem. Preocupo-me mais com o entrosamento entre jogadores, rotinas de jogo e ideias em campo. E é isto que me apoquenta, e muito, neste momento. O Benfica de Jorge Jesus não faz ideia do que é defender.

Começo por dizer que acho, muito sinceramente, que temos um guarda-redes à altura dos que os rivais têm (Hélton e Patrício) e defesas centrais e direito melhores que os dos adversários. Nem posso falar em defesa esquerdo, porque não posso comparar os dos rivais com... zero. E, curiosamente, ou talvez não, somos, dos três grandes, o que pior defende. Mas de longe. E as razões para tal explicam-se em duas palavras: Jorge Jesus. Não sou um catedrático em futebol, não sou um especialista nem um estudioso do jogo, mas há coisas que são por demais evidentes e facilmente descodificadas seja por um engenheiro ou por um pedreiro. Jorge Jesus tem três anos de Benfica e a minha cabeça tem três anos de Jorge Jesus. Percebe-se o que passa e, sobretudo, o que não passa por aquela cabeça. E é isto que me preocupa. Bastante.

Em três anos de Benfica, Jesus descurou completamente a questão defensiva. Se no primeiro ano ainda havia disfarce (chamado Ramires), no segundo as debilidades ficaram visíveis a olho nu, num esquema onde não actuava nenhum médio de transição (box-to-box) e onde a equipa atacava e defendia em dois blocos perfeitamente individualizáveis. Quantas não foram as vezes em que o Benfica foi apanhado no contra-golpe com um lateral, Luisão e David Luiz/

Jardel a defender, Javi a recuperar em esforço e o outro lateral na zona de ataque? No terceiro ano, a mesma situação. Witsel é um jogador soberbo, muito bom a ocupar o espaço, mas sem a mesma disponibilidade física de Ramires, o que nos valeu alguns dissabores. Aliado ao facto de Jesus achar que Maxi Pereira não deve defender, o resultado só poderia ser aquele. Temos um problema que só se resolve de duas maneiras: ou o treinador muda, ou se muda o treinador.

Temo seriamente, para não dizer que tenho quase a certeza, que o se viu hoje com o PSV Eindhoven se venha a repetir por várias vezes esta época. Equipa perdida no espaço defensivo, dois blocos claramente partidos, um de defesa e outro de ataque, espaços atrás das costas dos laterais, incapacidade em suster o jogo em profundidade do adversário, desequilíbrios nas faixas do terreno de jogo com os defesas a serem deixados em situações de 2x1 inúmeras vezes, equipa sempre a olhar para a bola e despreocupada com as movimentações dos adversários, terríveis leituras defensivas que revelam falta de estudo na forma como o Benfica defende as bolas paradas e por aí adiante. A equipa não sabe defender. O Benfica treme quando o adversário tem a bola. Como é que um “mestre da táctica” não sabe defender? Qual mestre? E qual táctica? Só se for do 5-buraco-5 suicida. Jesus não tem competência para mais. Se reconhecesse isso, ainda poderíamos ter hipóteses, mas, pior que burro, é incorrigível. Não aprende com os erros. Nem quer. E as adaptações que tenta fazer são a prova provada da loucura. Como acha que não precisa de laterais suplentes, ora aparece Airton, Witsel, Miguel Vítor, Djaló, Melgarejo, quem lhe apetecer. Amanhã será Nolito (ainda hoje criticado pelo

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mestre Jesus), depois Bruno César. Com sorte não será preciso recorrer a Cardozo.

E mesmo na pré-época acontecem coisas que nos parecem impensáveis: a começar pelo voto de desconfiança que deu a Miguel Vítor e a Jardel, que jogaram apenas 45 minutos em cinco jogos, passando pela indefinição da posição de defesa esquerdo, lacuna já identificada por todos os adeptos desde Janeiro e terminando na crónica questão da transição ataque-defesa e defesa organizada. O que se faz na pré-época tem consequências no decorrer da temporada. É que a jogar desta forma tresloucada, as probabilidades de levar mais uma manita do Porto são reais. Só para não falar na perda de campeonatos, especialidade da casa. Mas quanto a isso não há problema, culpa-se o árbitro, naquela atitude típica de varrer o lixo para debaixo do

tapete. Ainda hoje foi aquele polaco maldito.

“Os ataques ganham jogos, as defesas campeonatos”. Ver o Benfica de Jorge Jesus atacar é um regalo para os olhos. Ver o Benfica de Jorge Jesus defender é... não é. Porque o Benfica de Jesus simplesmente não sabe defender. E já alguém viu uma equipa que não sabe defender ganhar uma prova de regularidade?

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SPORTING

Texto: sportingatemorrer.blogspot.comFotos: Getty Images

BONS APONTAMENTOS

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Texto: sportingatemorrer.blogspot.comFotos: Getty Images

BONS APONTAMENTOS Com todas as condicionantes que têm os jogos de pré-temporada, hoje viu-se um Sporting muito

diferente e para melhor.A nossa equipa entrou muito agressiva e até aos 15 minutos praticamente não deixou a equipa inglesa “cheirar a bola” ou mesmo conseguir subir no terreno.

Notou-se muito mais segurança na circulação de bola e um sinal disso mesmo é o lance do golo do Sporting, uma movimentação rápida e com muita precisão nos passes…gostei!Depois como seria de esperar, o ritmo do jogo baixou e a pressão do Sporting deixou de ser tão intensa mas compreensível, estamos no início da época e os jogadores ainda não estãp nem de perto nem de longe nos seus melhores índices físicos…

O Sporting vai para o intervalo em vantagem e penso que justamente, não foi um jogo bonito por todos os motivos que refiro mais acima mas já se viu um Sporting muito mais positivo!Algumas notas para alguns jogadores:- Xandão está seguro e sem dúvida a ser o “patrão” da defesa do Sporting nesta 1ªparte, Daniel Carriço voltou a mostrar que não tem lugar neste Sporting e tem um lance em que se deixa “comer” em velocidade e acaba por fazer falta (na minha opinião), que por sorte o arbitro não marcou!Pereirinha a ser ultrapassado por duas vezes pelo extremo dos ingleses e nota-se que não tem aquela apetência para o ataque como o tinha por exemplo João Pereira, penso que Cédric é mais agressivo no movimento ofensivo…vamos aguardar pelo desenrolar da época!

Insúa a mostrar mais uma vez o porquê de neste momento ser o melhor lateral a jogar em Portugal, com muito fulgor

nos primeiros minutos, vindo depois a baixar o ritmo tal como toda a equipa…mas é um “senhor” jogador!Gelson Fernandes durante os primeiros 45 minutos a ser o pêndulo do meio-campo, muito bem a defender, agressivo q.b. e a recuperar bolas e ainda teve tempo para se integrar nas movimentações ofensivas, é sem dúvida para já uma boa opção para possíveis ausências ou render Rinaudo quando necessário…Boa 1ªparte e resultado justo ao intervalo…

Uma 2ªparte bastante boa e com alguns momento de bom futebol por parte do Sporting, Matias Fernandez entrou e pareceu-me já numa forma física muito boa para o momento da época em que estamos, vindo depois a baixar com o decorrer do jogo…Matias que em alguns momentos procurou Capel na ala esquerda e o espanhol a efectuar algumas jogadas de excelente nível, veja-se por exemplo o lance do 2ºgolo do Sporting, onde também Pranjic teve intervenção sublime no lance, Pranjic que me parece vir a ser uma (boa) dor de cabeça para Sá Pinto e sem dúvida que com o aprimorar da forma física será mais uma boa opção para a lateral esquerda ou mesmo para médio interior esquerdo!

Voltando a Capel, o extremo que para mim foi o melhor do Sporting e já com uma forma física assinalável para o momento da época!Na lateral direita entrou Cédric…e eu pergunto se ainda existem dúvidas de quem será o titular?Cédric muito mais interventivo nas movimentações ofensivas e até podia ter marcado…

Wolfswinkel a marcar o seu “golito” da ordem e ainda teve oportunidade para fazer um remate de cabeça que podia

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ter fixado o resultado em 3-0.Adrien Silva também esteve bem, melhor a atacar do que a defender, verdade que os ingleses não deram muito trabalho mas o médio das nossas escolas apenas se evidenciou nas movimentações ofensivas…Boulahrouz não mostrou muito…porque os ingleses também não importunaram perigosamente a nossa baliza!Marcelo Boeck apenas duas saídas a bolas pelo ar, muito seguro!Algumas notas finais:- Rinaudo não jogou e Gelson parece ser um suplente à altura, ponta de lança precisa-se e Cédric é mais bem posicionado para ser o

titular na lateral direita, Diego Capel o melhor em campo neste jogo!Notou-se uma grande melhoria na circulação de bola e mais segurança na posse de bola!

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LIGA ESPANHOLA

Texto: José Alberto LopesFotos: Getty Images

“PRIMEIRA ANÁLISE Á LIGA 2012/13“

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A apenas um mês do apito inicial, os clubes espanhóis vão ao mercado e tentam equilibrar as suas equipas,

treinadores novos que tentam incutir o seu estilo de jogo e jogadores novos que se tentam adaptar o mais rápido possível, enfim, pré-temporada.

Antes de começar esta primeira previsão/análise ao campeonato espanhol, seria bom recordar alguns números da passada época. A nível colectivo, números recorde, o Real Madrid alcançou os 100 pontos em 114 possíveis, marcou 121 golos em 38 jogos, venceu em Camp Nou e sagrou-se justo campeão. A nível individual, 50 golos numa época, 50 golos, isso mesmo, a obra prima é do astro argentino, Messi. Cristiano Ronaldo tão pouco ficou atrás e bateu o seu recorde com 46 golos. Impossível de bater?Pois veremos, nem os mais cépticos do mundo do futebol arriscam um prognóstico negativo em relação a estes dois astros que tudo farão para bater as estatísticas.

Real Madrid e Barcelona continuam a ser os favoritos destacados para vencer a próxima época, a única novidade é mesmo o facto do Real Madrid, ter conquistado uma posição que lhe permite ser considerado como grande favorito a vencer a prova.

Os Merengues contam para esta época, com a mesma equipa técnica, a mesma estrutura e com alguns possíveis reforços como Modric ou Javi Martinez, contando apenas com 4 baixas previstas, Altintop, Gago, Drenth e Pedro León. Mourinho já traçou o objectivo principal da época, a décima Liga dos Campeões. A equipa procura um defesa direito e um médio centro, deixando muitas dúvidas em relação à possível saída de Kaká. Veremos durante estes próximos dias a movimentação dos madrilenos no mercado.O Barcelona com novo treinador, aposta na continuidade do fabuloso tiki-taka e para isso colocou Tito Vilanova como treinador principal. Jordi Alba foi a única contratação até ao momento. A

revelação do passado europeu dá mais força e velocidade a um sector debilitado, equilibrando assim o jogo ofensivo e defensivo da equipa blaugrana. David Villa, é a grande “novidade”, o avançado que tanta falta fez a Guardiola está de regresso e com fome de golos, é sem dúvida a grande “contratação” da equipa de Tito.

O Valência tem novo treinador, Pellegrino, antigo jogador, conhece bem a casa e prometeu trabalho e dedicação a um clube que respeita. Neste momento já conta com 3 reforços, o português João Pereira, o mexicano Guardado que fez uma excelente época ao serviço do Deportivo e Jonathan Viera vindo do Las Palmas. A boa noticia para o treinador Che foi a renovação do melhor marcador da equipa da passada época, Soldado, e a pior noticia a saída do todo terreno Jordi Alba. O Málaga conta praticamente com a mesma equipa, a saída de Van Nistelrooy retirando-se do futebol é talvez o único nome importante a abandonar a equipa. Pelegrini continua à procura de reforços seguindo uma enorme lista de candidatos, sendo eles, Kjaer (Wolfsburgo), Adebayor (Manchester City), Borja Valero (Villarreal), Dzeko (Manchester City), Berbatov (United), Huntelaar (Schalke), Negredo (Sevilla), Bendtner (Sunderland), Jonathan Dos Santos (Barcelona B).Atlético de Madrid e Athletic de Bilbao prometem uma época mais competitiva e mais regular prometendo um lugar mais honroso na classificação.

O Atlético de Madrid, começou a passada época de uma forma desastrosa com o técnico Manzano, mas desde a chegada do treinador argentino Simeone as coisas mudaram para melhor, acabando mesmo por ganhar a Liga Europa. Falcão, o grande nome da equipa, promete bater o seu recorde de 24 golos marcados na passada época e fazer história na equipa colchonera. O Athletic de Bilbao continua com o

Texto: José Alberto LopesFotos: Getty Images

“PRIMEIRA ANÁLISE Á LIGA 2012/13“

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seu mentor Marcelo Bielsa, que ameaçou sair após alguns desentendimentos com a direcção. A equipa orientada pelo argentino continua com a mesma estrutura e praticamente com os mesmos jogadores, não havendo nenhuma saída importante a registar. Tudo indica que em relação ao ano transacto, o Athletic consiga mais regularidade e capacidade de subir na tabela classificativa.Osasuna, Espanhol, Levante e Maiorca, lutam por manter os seus jogadores mais importantes e por conseguir uma equipa competitiva que lhes permita repetir o excelente campeonato transacto.

Os de Pamplona já perderam Raul Garcia, a sua referencia de meio campo, mas seguem com praticamente com a mesma equipa.O Espanhol, perdeu o talento de Coutinho e a força de Uche e Romaric, mas ganhou a experiência do central Colotto, pedido especial de Pochettino que deseja ganhar experiência na jovem defesa azul e branca.O Levante perdeu a sua referencia no meio campo, veremos se o recém-contratado Pape Diop (ex. Racing Santander) consegue substituir o veterano Farinós. A grande noticia para os valencianos é a continuidade do avançado Koné.O Maiorca aposta na continuidade do treinador

e na sua estrutura de jogo, um futebol simpatico que contará este ano com o ex-capitão do Atletico de Madrid, Antonio Lopez, que deixa a capital espanhola após 10 anos como jogador colchonero. Substitui assim a saida do uruguaio Pablo Caceres. A equipa balear traça como objectivo para a nova época, a qualificação para a Liga Europa.Getafe, Real Sociedad, Betis e Espanhol, tentam equilibrar as suas equipas.

O Getafe contratou Lafita, uma das grandes figuras do Saragoça que rejeitou uma renovação. Até ao momento não se registam saidas importantes.Na Real Sociedad, Vela é o nome destacado, que ao que parece se mantém na equipa de San Sebastian. Até ao momento não há grandes perdas na equipa basca.

Rayo Vallecano, Saragoça e Granada, as três equipas com mais transferências até ao momento.O Rayo, que na última temporada se salvou por milagre, conta com novo treinador, Paco Jémez. O ex-treinador do Cordoba conseguiu levar a equipa andaluza aos playoffs de acesso à primeira liga. A grande perda até ao momento foi a saída de Diego Costa que regressa ao seu clube Atletico de Madrid, o avançado foi uma referencia durante todo o campeonato marcando

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10 golos e assistindo para golo 9 vezes. Veremos se o Rayo consegue resgatar novamente Diego porque até ao momento não há nenhum nome que consiga manter a referencia atacante.

O Saragoça foi até ao momento, o terceiro clube com mais movimentação no plantel. O excelente esforço no final do passado campeonato foi compensado com uma manutenção que apesar de sofrida, deu força e uniu o plantel. Certamente que quererá começar de outra forma e para isso está bastante ativo no mercado, contudo até ao momento não se registam contratações importantes.

O Granada é a equipa com mais movimentações no plantel, saem 10 jogadores e o treinador Abel, entrando 16 caras novas e o novo treinador, Anquela. O ex-treinador do Alcorcón levou milagrosamente a equipa de Madrid aos playoffs de acesso à primeira liga. A saída de Carlos Martins será talvez a grande baixa do Granada, o clube perde referencia e número 10 no meio campo. Com a saída de Julio Cesar, o clube garantiu a entrada do guarda-redes Toño (ex-Racing Santander). De Itália veio um “pack” de 7 jogadores da Udinese, veremos se algum se evidencia no plantel de Anquela.

Deportivo, Celta e Valladolid acabam de subir à primeira divisão. Três clássicos do futebol espanhol que darão outro brilho a este campeonato, representando no escalão mais importante o futebol de regiões como Galiza e Castilla-Leon.

O Deportivo já garantiu a contratação de Evaldo e André Santos (Ex-Sporting) e o empréstimo de Pizzi (Atletico) e Salomão (Sporting). Estaremos por isso, muito atentos ao clube galego, a fim de acompanhar estas jovens promessas portuguesas. Ao que parece, Alberto Rodriguez não passou os exames médicos e por isso regressa a Alvalade. Quanto a saídas, Colotto e Guardado são as grandes perdas, foram jogadores importantes no estilo de jogo da passada época e que até ao momento o Deportivo não conseguiu substituir.

O Celta apresenta a mesma estrutura, sem grandes saídas nem grandes entradas. Uma equipa que certamente criará bastantes problemas principalmente em Balaídos.Por fim o Valladolid, a última equipa a conseguir a subida de escalão, uma equipa lutadora mas com poucos recursos. Sem nenhuma contratação em especial, veremos se esta equipa se consegue manter na primeira liga espanhola.

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CONSTRUÍNDO O ANZHITexto: Rafael Maranhão (Offside)

Antes o futebol tendia a florescer em grandes centros urbanos ou mesmo cidades com feira. Hoje qualquer milionário pode aspirar ao sucesso futebolístico no jardim da sua casa. O 118º homem mais rico do mundo, Suleiman Kerisov, propôs-se a levantar um clube numa das zonas mais perigosas do Caucaso e arrisca-se a ter sucesso.

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REPORTAGEM

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Encontrar o interruptor da luz não costuma ser uma tarefa complicada. A não ser que se encontre no

quarto número 6 do Hotel Petrovsk de Majashkala. Então se não percebe russo vai precisar de um interprete que traduza as indicações da recepcionista: “Estique o braço atrás do armário”. Mas também não está lá o famoso interruptor, desta forma recorro ao candeeiro da mesinha de cabeceira. Mudar de quarto não é uma hipótese, o meu guia, Danilo, já tentou depois de reparar que a casa de banho não tem lavatório: só uma sanita e um duche. Quando pergunto porque não nos deixam mudar de quarto, quando o hotel parece fantasmagoricamente vazio, entra ele: já de meia idade, gordo e calvo. Trata-se de Nurillar Korbasov, o dono do hotel, acompanhado de 20 homens de fato de treino.“Estes são os jogadores do Krylia Sovetov de Samara. Ficarão aqui alojados até amanhã de manhã e jogarão contra o Anzhi. Todas as equipas ficam aqui quando jogam contra eles” - diz cheio de orgulho. O Hotel Petrovsk não é o único da zona, quando um turista se propõe a visitar a pouco turística cidade de Majashkala, capital russa da zona do Caucaso. O edifício de aspecto industrial fica em frente duma bomba de gasolina e o dono apregoa que é o melhor da região. “Tenho uma coisa para te mostrar” diz.Depois de percorrer vários corredores tenebrosos, abre uma porta e acende a luz. Onze ímans vermelhos e outros tantos azuis, iluminam-se num quadro ao fundo da sala. É a sala de conferencias e numa das paredes está o ex-libris do Hotel, uma colecção de camisolas de futebol. “São das equipas que ficaram aqui alojadas, ali tens uma do Arshavin quando estava no Zenit e outra do Vagner Love. Todas autografadas, ah?”, acrescenta.O Anzhi também costumava ficar aqui hospedado. Mas em 2010 tudo mudou, quando o milionário Kerisov, cujos 7600 milhões de dólares fazem dele um dos homens mais ricos do planeta, segundo a revista Forbes. Desde essa data conseguiu atrair a uma das cidades mais inseguras da Rússia, estrelas como Roberto Carlos e

Eto’o (o mais bem pago jogador do mundo que aufere 20,5 milhões de euros por ano). O camaronês nunca pisou o Petrovsk, a equipa vive e treina em Moscovo (a 2000 km), mas a sua camisola figura na colecção do dono do hotel. “Falta-me a de Roberto Carlos, prometeu-me que amanhã me entregava”.

Novos ricos

Há uns anos, um Anzhi x Krylia Sovetov, não atraíria a atenção do mais comum adepto do futebol. Seria talvez um jogo para decidir a despromoção. Agora o Anzhi é um dos clubes mais ricos do mundo e o facto de as estrelas que puseram a cidade no mapa do mundo do futebol não queiram lá viver é um mero detalhe. Tudo parece indicar que o Anzhi está destinado a ganhar ou participar em grandes competições e imagino a Cristiano Ronaldo, Messi ou Rooney a tentar encontrar o interruptor da luz do Petrovsk.Um jogo na Colômbia em Fevereiro de 2010, decidiu o destino de dois dos jogadores mais admirados de todos os tempos. O Corinthians era eliminado da fase de grupos da Libertadores pela primeira vez na história e colocou no centro das atenções a Ronaldo e a Roberto Carlos. Farto de lutar contra a balança, o primeiro decidiu pendurar as botas duas semanas depois e Roberto Carlos decidiu ouvir a proposta dourada de um clube desconhecido. As constantes ameaças de morte por parte dos adeptos paulistas tirou-lhe as dúvidas e decidiu rumar ao Daguestão, uma daquelas regiões que os governos desaconselham visitar.Daguestão significa terra de montanhas. É das maiores e mais habitadas regiões da Federação Russa, com mais de 3 milhões de habitantes espalhados pelas diversas aldeias da zona. A BBC considerou a região a zona mais perigosa da Europa. A culpa da violência é do grupo fundamentalista islâmico Shariat Jaamat e das forças da ordem que a combatem. Os islâmicos querem que a região independente e que seja regida pela lei Sharia (islamismo) e podem ser considerados os herdeiros do conflito da Tchechenia. Durantes os

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REPORTAGEM

anos 90 muitos lideres combateram na zona. A policia e o exercito não facilitam as coisas, fazendo detenções ilegais, usando a violência e cometendo assassinatos. A repressão estatal e as elevadas taxas de desemprego da zona faz com que milhares de jovens sejam obrigados a sair da zona. Acabam irremediávelmente nos subúrbios de Moscovo. O Daguestão e Tchechenia não compartem apenas a cultura e os conflitos religiosos, ambos gostam de misturar política com futebol. O dono do Anzhi é senador do partido Rússia Unida (partido de Vladimir Putin). Alianças parecidas existem entre o Kremlin e Ramzam Kadyrov, ex-guerrilheiro tchecheno, governador local e presidente do Terek Grozny. Recentemente convidou estrelas como Figo, Fowler, Maradona e Baresi a Inaugurarem o novo estádio da capital tchechena. Á base

de dinheiro e presentes luxuosos convenceu-os a esquecer a longa lista de crimes contra a humanidade de tal personagem.

Esquecimento entre montanhas

Onde Grozny falhou, Makhachkala parece não querer falhar: a construção de uma grande equipa. Kadyrov não conseguiu por o clube na elite russa apesar da contratação de treinadores de renome como Gullit ou Victor Muñoz. As duas cidades tem uma posição chave na nova rede de oleodutos que Moscovo quer construir, mas os conflitos existentes no Daguestão parecem não querer ajudar na modernização de Majashkala.“O futebol pode ajudar e melhorar a vida dos habitantes do Daguestão” afirma German Chistyakov, vice-presidente do Anzhi, já que

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Suleiman não fala publicamente. Tem o perfil do típico oligarca russo e não se sabe bem a proveniência da sua fortuna. A sua carteira de investimentos incluem negócios imobiliários, gás natural e petróleo. Em 2008 por culpa da crise perdeu 14 mil milhões de dólares, mas parece que já se recuperou.Uma das poucas pessoas que contacta com o presidente é Roberto Carlos, diz que apostou no projecto pelo futuro do mesmo e não propriamente pelos milhões. “Ele quer modernizar e fortalecer a cidade e até mudou as cores da equipa para verde e amarelo para tornar o clube mais brasileiro” confessou-me em Moscovo. É aí que o Anzhhi treina, no complexo desportivo do já extinto Saturn. “É uma solução temporária, enquanto não acabam as obras do novo centro de treinos de Majashkala, é certo que a insegurança também tem a sua importância, mas acredito que a situação tem vindo a melhorar”. Moscovo tornou-se uma das capitais mais luxuosas e caras do planeta, ao longo das enormes avenidas estalinistas é possível ver toda a espécie de carros de luxo parados no transito infernal da capital russa. Um dos presentes de Suleiman para Eto’o foi precisamente um helicóptero para fazer mais rapidamente os 40 km que há do centro da cidade até ao local onde treina. O camaronês rejeitou.Roberto Carlos foi essencial na transferencia de “Samuca” Eto’o, alcunha que ganhou nos tempos em que jogavam juntos no Real Madrid. “sempre lhe digo que fui eu que o ensinei a jogar. (...) vão chegar mais estrelas no futuro.” Van Persie, Hulk, Tevez... São alguns dos nomes. Admite também que falou com compatriotas como Neymar e Ganso: “Ainda são jovens e entendo que prefiram outras opções como o Real ou Barça”.Roberto Carlos não da muita importância á alcunha “the boss” que lhe puseram no Anzhi, o treinador-jogador não faz muitos jogos e já não o vemos a percorrer a ala esquerda como fazia antes. Converteu-se num médio defensivo e num assessor desportivo de Suleiman. “Ele trata do financeiro e eu do desportivo”.

Ódio no clássico

17 horas depois encontro-me no estádio Khimki onde se vai disputar o jogo. O Dínamo de Moscovo recebe o Anzhi e o ambiente fora do estádio é tudo menos pacifico. A policia vedou a área e ouvem-se gritos do comandante das forças de segurança para os seus homens. Os

nacionalistas russos não gostam das gentes do Caucaso e em 2010 já houveram alguns incidentes entre ultra-nacionalistas que levavam cartazes dizendo “Rússia para os russos” ou “Não queremos alimentar o Caucaso”. Alguns adeptos do Anzhi tentam passar desapercebidos, escondendo a camisola como podem. Shamil e Arshad conduziram durante 7 horas para ver o jogo, mas Mohamed teve mais sorte: veio num charter fretado por Suleiman, com tudo pago. Se o clube não leva adeptos ás deslocações, o milionário resolve á base de “golpe de cheques”. Em Maio do ano passado pagou a deslocação a mais de 3000 adeptos.Acaba o jogo e o dono do Anzhi sai rodeado de 10 seguranças que parecem de pedra, só reparo na sua presença porque Mohamed me adverte. Pouco depois sai Eto’o, com a mesma velocidade e aparato que o seu patrão. Roberto Carlos demora um pouco mais e deixa-se fotografar pelos adeptos.Viagem ao passado num Topolev

Dois meses depois faço o meu primeiro voo de Moscovo a Makhachkala num Topolev. Tento abstrair-me das estatísticas que dizem que este é o avião mais inseguro do mundo. As saídas de emergência foram tapadas com mais 2 filas de assentos, durante a primeira meia hora de voo tento entreter-me ao apertar o cinto de segurança, depois reparo que inclinar o assento não está ao alcance da minha mão. Aqueles apitos que não queres ouvir durante uma viagem de avião fazem-se ouvir e o meu pânico só é acalmado por uma simpática avó que continua a ler a sua revista. A meio do voo conheço um espanhol que me pergunta onde vou ficar alojado. Respondo-lhe no Hotel Petrovsk ao que me diz que não é própriamente um cinco estrelas, um dois e meia talvez.Conforme o previsto pela senhora que lia a revista aterramos no aeroporto de Makhachkala, a cidade fica a meia hora e pelo caminho vou vendo algumas casas espalhadas debaixo de uma luz crepuscular. A paisagem só é interrompida por placare com a figura de Eto’o e Roberto Carlos que me confirmam que estou na casa do Anzhi.Makhachkala é uma cidade em construção, dos edifícios abandonados e das antigas casas, erguem-se gruas. O efeito Anzhi faz-se sentir.

Algumas gruas que se erguem no horizonte da cidade servem para construir o estádio Khazar,

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para o qual o Anzhi se vai mudar quando estiver acabado. Enquanto as obras não terminam, o estádio do Dinamo Makhachkala - clube histórico da cidade, agora amador - albergam as aventuras de Roberto Carlos, Eto’o e companhia. O Anzhi foi fundado em 1991, em plena queda da União Soviética, a primeira década do clube foi celebrada com uma participação na Taça UEFA. O sorteio ditou, que como vice-campeões russos, jogariam contra o Glasgow Rangers. No entanto e com a guerra da Tchechenia a decorrer, o clube escocês negou-se a viajar até ao Daguestão “Teríamos que levar lençóis, almofadas, toalhas, papel higiénico etc. porque ali não há nada nos hóteis”, enumerava o recurso do Rangers á UEFA, que acabou por decidir um jogo em campo neutro, que o Anzhi perderia por 1-0.Dez anos depois e muitas barreiras políticas ultrapassadas, 15 mil pessoas enchem o estádio para contemplar o Anzhi - Krylia Sovetov que encerra a fase regular da Liga Russa. Antes que os jogadores saiam para aquecer, falo com João Carlos, o primeiro brasileiro a desembarcar no Daguestão. O que viu quando

chegou há um ano, quase o leva para a depressão: “Não gosto nem de me lembrar. Sinceramente, queria ir embora. No terreno de jogo havia ervas daninhas e não tinhamos roupa de treino. Cada um vinha vestido de casa, como se fossemos adeptos a jogar num parque.” Antes que continue, pergunta-me onde estou alojado. Respondo: “Hotel Petrovsk, conheces?”. “Bem… Deduzo que é um sitio divertido” remata com ironia.O jogo começa com uma retrospectiva dos 20 anos da história do clube. Qualidade duvidosa do audiovisual a combinar com o espectáculo do Anzhi na primeira parte do jogo. A segunda parte começa com um golo dos visitantes. É quando Eto’o reacciona e marca um e a seguir outro. Meia dúzia de camaroneses que estão ao meu lado ficam loucos. Chegaram dois anos antes que o seu compatriota mais famoso, por meio de um estranho programa universitário. “Parece impossível, mas agora é como um irmão para nós. Ajuda-nos e quer saber de nós”, aponta um deles, enrolado numa bandeira do seu país.Shamil Lakhiyalov, herói local nascido e formado em Makhachkala faz o 3-1 final. Vou para a zona

Ramzan Kadyrov e Suleiman Kerimov (direita)

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de imprensa e tal como o ano passado, Eto’o abandona o estádio sem prestar declarações á imprensa. Quem sai é Roberto Carlos que ainda se nega a ser visto como um ex-jogador. “Tenho 39 anos, não posso jogar sempre. Mas quero ajudar”. Regreso ao Hotel e a equipa do Krylia Sovetov já se foi embora. O dono cumprimenta-me efusivamente. Mostra-me a camisola de Eto’o que acabou de conseguir. Enquanto o felicito, penso para mim que o sucesso do Anzhi pode condenar o negócio do Petrovsk. Quando a equipa chegue á Liga dos Campeões terá de acolher centenas de jornalistas, adeptos e estrelas. Há 3 anos Kaká não quis ir para o City e dificilmente Mancini lhe atenderia o telefone, hoje. Mas o dinheiro de sheiques e oligarcas fazem qualquer um mudar de ideias. Quem diz que o Anzhi não o poderá contratar?Pergunto a Nurullar se está preocupado com o futuro do negócio. “Especula-se muito sobre novos hóteis, mas as equipas acabam por ficar aqui hospedadas. Sabem que nem todos

podem oferecer o que nós temos”, proclama de forma enigmática. Volto ao meu quarto e ligo o telemóvel para ter alguma luz. Depois de dois dias, continuo sem encontrar o interruptor atrás do armário. Ligo o candeeiro da mesinha de cabeceira e funde-se a lâmpada.

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REPORTAGEM

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Jogamos como nunca e perdemos como sempre”

Di Stefano

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PORTUGAL

Mais uma época se inicia e muito se especula sobre quem poderá subir e descer no campeonato português. Qual

será a equipa sensação? Quem irá longe nas competições europeias? Quais os jogadores que surpreenderão? E muitas mais perguntas poderiam ser feitas.

Alterações

Uma nota importante para esta nova época e que muito influenciará as prestações desportivas e financeiras dos clubes prende-se com a medida que proíbe o empréstimo de jogadores a clubes da mesma divisão. O impedimento consta da nova proposta de Regulamento de Competição dos campeonatos profissionais, iniciativa levada a cargo pelo Nacional, que teve o voto favorável de 19 clubes contra nove

e uma abstenção. Esta medida já aplicada no campeonato português, vem trazer uma maior verdade desportiva, mas também é um facto que esta mesma medida, pode ser contornada pela venda simbólica dos jogadores excedentários dos grandes clubes, onde poderá incluir-se uma cláusula de recompra do jogador ou preferência de compra. O que é certo numa primeira analise é que os clubes com maiores dificuldades financeiras e são muitos, terão de fazer um investimento maior para colmatar as ausências de empréstimos. Se por um lado mais salários terão de ser suportados, por outro também podem valorizar os seus próprios jogadores e posteriormente ganharem numa futura transferência.O problema no imediato não será fácil de resolver por parte desses clubes com dificuldades e uma das medidas para aumentar as receitas passa

LIGA ZON SAGRES 12/13Texto: Pedro VinagreiroFotos: AP

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pela centralização dos direitos televisivos, outra medida que o presidente da Liga Mário Figueiredo já confirmou, através da aprovação por unanimidade dos clubes. Na sequência de um estudo económico realizado por uma entidade britânica especializada em estudos de análise de mercados televisivos, conclui que a venda coletiva de direitos televisivos é benéfica e acrescenta um aumento de receitas a serem distribuídos percentualmente pelos clubes.Em relação à arbitragem também já existem novidades, com o novo regulamento de Arbitragem da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que obriga ao anúncio das nomeações dos árbitros ate 48 horas antes da data dos jogos para os quais estão nomeados.

Transferências

A maior parte das equipas começa esta semana a habitual pré-epoca, com os habituais testes e com a definição dos objetivos para a época mas muitos dos planteis não estão completos. Os grandes clubes portugueses esperam vender jogadores aos grandes da europa e com isso investir parte dos lucros em promissores jogadores, com isto os pequenos clubes portugueses esperam pelos excedentes.Grandes nomes como Hulk, Witsel, Moutinho, Cardoso, Gaitan, Wolfswinkel, Álvaro Pereira, James Rodriguez, fazem parte do lote de jogadores que poderão ser transferidos a qualquer momento, dando um encaixe financeiro considerável aos respectivos clubes.Ola John é a aquisição mais sonante até ao

momento por parte do Benfica, um jovem com dupla nacionalidade holandês/liberiano de 20 anos, extremo avançado adquirido por 9M€ e com uma cláusula de rescisão de 45M€.

Treinadores

Outro dos pontos quentes para esta nova época está em saber como se aguentarão treinadores com Jorge Jesus, Vítor Pereira, Sá Pinto e José Peseiro. 4 treinadores portugueses nos 4 principais clubes portugueses do momento.Da parte dos portistas espera-se que seja a época de afirmação de Vítor Pereira mas a sul benfiquistas contam com o seu treinador pela quarta época consecutiva, um feito notável visto o Benfica ser um cemitério de treinadores ate há bem pouco tempo. Um treinador sem margem de manobra que terá de ser campeão ou a pressão aumentará muito sobre a direção. Sá Pinto tem a difícil missão de aguentar as suas tropas coladas a Porto e Benfica para não ser mais um treinador a sair sem honra nem gloria, uma missão ainda mais difícil se pensarmos nas dificuldades financeiras do Sporting para manter e contratar novos reforços de qualidade. José Peseiro estará ensombrado pela fabulosa época de Leonardo jardim, agora com nova aventura na Grécia. Peseiro já provou ser capaz de colocar as equipas onde treina a jogar um futebol bonito mas tem o handicap de falhar nos momentos decisivos. Os ingredientes estão lançados e espera-se uma época de grande nível e com grandes feitos europeus.

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EMPRÉSTIMOS - OU COMO VAI A LIGA

A notícia apanhou (quase) todos de surpresa: deixou de ser possível emprestar jogadores entre clubes da Primeira Liga portuguesa. O que antigamente era um procedimento nor-mal e aceite sem quaisquer reservas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e Federação Portuguesa de Futebol (FPF) foi agora vetado em Assembleia Geral Extraordi-nária da LPFP pela maioria dos clubes.

A iniciativa, liderada pelo Nacional da Madei-ra e coincidindo com os propósitos de um dos grandes (o Sporting), foi aprovada na reunião magna dos clubes do passado dia 28 de Junho. 19 emblemas votaram a favor, nove votaram contra e um absteve-se, segun-do declarações do presidente do Nacional da Madeira, Rui Alves.

Luís Duque, dirigente dos leões, comentou no fim da reunião (em declarações reprodu-

zidas pelo JN) que esta nova regra “vai, so-bretudo, dar mais transparência ao futebol português), recordando que no campeonato inglês é assim que acontece. O mesmo di-rigente comentou também o facto de, com a criação das equipas B, “os jogadores que precisem de evoluir podem fazê-lo ‘em casa’, isto é, nos clubes que os contratam e em pro-vas profissionais”.

Antero Henrique, director-geral da SAD do FC Porto, foi uma das vozes marcadamente contra esta iniciativa, recordando que até em Inglaterra a decisão foi amplamente debatida durante vários meses. O dirigente vai mesmo mais longe, catalogando, em entrevista a “O Jogo”, esta decisão como “um atentado ao jogador português”.

Por seu lado, quer Mário Figueiredo (Presiden-te da Liga de Clubes) quer Fernando Gomes

INTERNACIONAL

Textos: Tiago SoaresFotos: Getty Images

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Houve um ano em que joguei 15 meses

Franz Beckenbauer

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(Presidente da Federação Portu-guesa de Futebol) afirmaram-se contra esta medida. Mário Figuei-redo referiu à RR que não com-preende “que se passe da total liberdade para a total proibição”, enquanto Fernando Gomes (em declarações à Lusa) pensa que a iniciativa pode atingir “principal-mente atletas de nacionalidade portuguesa”, tendo ainda ambos alinhado no diapasão de que esta decisão pode ter efeitos negati-vos na sustentabilidade do fute-bol português. Recorde-se que esta proposta tem ainda de ser rectificada pela Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Fu-tebol.

O futebol português, habitual-mente polvilhado por polémicas nos jogos entre clubes grandes, vê assim subir à tona um assunto que se julgava esquecido. A me-dida está a ser encarada como um esforço para combater um su-posto tráfico de influências que existe entre os clubes grandes e os clubes que, com os jogadores dispensados pelos mesmos, con-seguem chegar a patamares (leia--se: jogadores) que, financeira-mente, nunca lhes seria possível atingir.

Na temporada passada vários jo-gadores foram emprestados pelos clubes grandes e deram cartas: Atsu (FC Porto, emprestado ao Rio Ave), Adrien Silva (Sporting, emprestado à Académica) e Mel-garejo (emprestado pelo Benfica ao Paços de Ferreira) foram figu-ras, de uma forma ou de outra, neste campeonato que acabou com o clube das Antas campeão. Mas a lista de jogadores que an-tes de se afirmarem nos grandes

(ou no estrangeiro) “rodaram” em clubes da Primeira Liga é exten-sa – e era, até agora, vista com bons olhos em ambiente de ten-tativa de subida de qualidade da Liga portuguesa. Por um lado, os clubes contratam jovens e con-seguem colocá-los em patama-res competitivos bons; por outro, os clubes mais pequenos conse-guem ter plantéis com maior qua-lidade e melhores soluções.

Evidentemente, a suspeição nos jogos contra a “casa-mãe” foi sempre uma constante. Desde lesões nos últimos dias antes do jogo até cartões amarelos que im-pedem o jogador de jogar o jogo seguinte, bem como penaltis (su-postamente) escusados e que dão golos importantes, há circuns-tâncias que sempre foram vistas como algo duvidosas nestes ne-gócios de empréstimos. Natural-mente, o “favor” recebido por um clube mais pequeno é também sempre convertido em suspeita de eventual “correm mais contra nós que contra o clube que lhes empresta jogadores” - palavra de adepto.

Estas situações, no entanto, ar-rastam-se desde os anos 90. Jor-ge Costa, por exemplo, foi recor-dado até ao fim da carreira por um golo que marcou na própria baliza quando jogava pelo Marí-timo contra o FC Porto, dono do seu passe e onde se tornou capi-tão e figura mais tarde. Por outro lado, e para dar dois bons exem-plos bem recentes, na época pas-sada o Benfica agradeceu ao seu jovem emprestado Melgarejo ter marcado o único golo da partida do jogo Paços de Ferreira – FC Porto, enquanto no Sporting mui-

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tos devem ter metido as mãos à cabeça de-pois da exibição de Adrien Silva na final da Taça de Portugal do ano passado, ganha pela Académica ao clube leonino.

A proposta é arrojada e muda um paradig-ma do futebol português, bem como a plani-ficação de vários clubes mesmo à entrada da época. Se, por um lado, parece ser inques-tionável uma quebra na qualidade dos clubes mais pequenos da Primeira Liga, é inegável que o ambiente que se respira nos corredo-res do futebol português será mais “puro” e com menor suspeição (pelo menos neste en-foque em específico).

E os jovens jogadores, portugueses e estran-geiros, como ficam? A entrada em cena das equipas B vão certamente ajudar os jovens a evoluir na cultura do clube e em ambien-te competitivo e profissional. Por outro lado, também parece óbvio que o ambiente na Pri-meira Liga é diferente da Segunda Liga, e que a maturação do jovem jogador não vai ser a

mesma do antigamente.

No entanto, devemos colocar uma questão pertinente a nós próprios: quantos dos jovens emprestados pelos clubes grandes voltam, de facto, a “casa”? Quantos são devidamen-te aproveitados pelos clubes (excepção feita, talvez, ao Sporting -. e este, maioritariamen-te, por questões financeiras)? Quantos dos leitores conseguem lembrar-se dos jogado-res da Selecção de Sub-21? Ou de Sub-20? Que figuras temos?

Para reflexão, terminamos deixando este pen-samento: será esta decisão mais castradora ainda para o jovem jogador português, mais um prego no “caixão” da formação de joga-dores em Portugal ou, por outro lado, será esta decisão a que faltava para, finalmente, os jogadores portugueses terem oportunida-des de evoluir dentro do clube e se afirmarem, por direito próprio, no panorama do clube e, em última análise, do futebol português?

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“Os guarda redes também ganham campeonatos”

Iker Casillas

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INTERNACIONAL

André Villas Boas (AVB) regressa a Inglater-ra para tentar limpar a imagem que deixou no Chelsea, tendo assinado pelo Totte-

nham – clube com história e prestígio, mas que anda afastado dos grandes palcos há tempo a mais. AVB tem um grande desafio à sua espera, em que vai tentar unir um balneário em torno de uma causa – algo que conseguiu no FC Porto, mas em que falhou redondamente no Chelsea. Os jogadores parecem estar a apreciar os mé-todos do treinador português e Kyle Walker, por exemplo, já veio dizer que “não há egos” no bal-neário do Tottenham e que vão todos trabalhar para o bem comum: “Ele vai dar-nos uma hipó-tese e nós vamos dar-lhe uma hipótese a ele”, reforçou Walker.

Vertonghen e Sigurdsson são as contratações por agora, mas o clube aguarda a saída de Mo-dric para o Real Madrid (e o dinheiro que essa venda vai gerar) para ver quanto mais vai mexer o clube londrino. Por agora, a lista de dispen-

sas contempla 11 (!) jogadores, incluindo Louis Saha, avançado francês sobejamente conhecido por todos.

Por outro lado, Chelsea e United apenas con-firmaram as contratações dos jogadores que já haviam sido anunciadas antes do Euro 2012 – Hazard e Marin no caso dos Blues, Kagawa no caso do United. O Arsenal comprou dois avan-çados – Giroud e Podolski, talvez preparando o terreno para uma eventual saída de Robin van Persie, cobiçado por alguns clubes... italianos.

O campeão em título, Manchester City, perma-nece sem novidades no plantel. Situação curio-sa, pois foi o clube mais gastador do Mundo nestas últimas temporadas - mas o mercado, como sabemos, só fecha a 31 de Agosto. Por-tanto, ainda nos restam mais umas semanas de especulações, declarações e notícias de clubes e jogadores.

MERCADO - INGLATERRATiago SoaresFotos: AP

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É, por agora, a movimentação de mercado mais sensacional: o Paris SG comprou Thiago Silva e Zlatan Ibrahimovic ao AC Milan, gastando 65 mi-lhões de euros para contar com os dois elemen-tos mais valiosos do plantel da equipa milanesa. Se por Ibrahimovic a situação não era inespera-da (já passou por vários clubes e, ao chegar ao PSG, disse que vinha pelo projecto do “Dream Team” parisiense...), Thiago Silva foi mais come-dido – pedindo desculpa aos adeptos rossoneri e afiançando que só saiu porque o clube quis.

As manifestações de pesar pela saída dos dois elementos por parte dos adeptos não se fizeram esperar, tendo as redes sociais assumido um papel interessante para se perceber as reacções dos tiffosi. Desde tweets a assumir que Berlus-coni teria ficado senil até posts no Facebook a condenar a venda e a chamar de capitalista à estrutura milanista, viu-se de tudo um pouco. As contas de notícias dedicadas ao Milan acom-panharam, inclusivamente, a apresentação dos

jogadores à imprensa já no PSG, dando eco, principalmente, às declarações de Thiago Silva e realçando o facto de o jogador ter sido “em-purrado” para fora do AC Milan.

Não conseguimos adivinhar que reflexos vai isto ter na equipa de Allegri. No entanto, a ideia que dá é que saiu de cena a última grande figura que ainda jogava no futebol italiano. Mino Raio-la, agente de Zlatan e de Balotelli, por exemplo, referiu em entrevista que “a Liga Italiana só está a ficar pior. Quando comecei como agente era a terra prometida, jogar em Inglaterra era um cas-tigo – e agora tudo mudou. Não tenho receio de afirmar que a Liga Italiana é uma Liga de quali-dade inferior neste momento.”Entretanto, realce-se as outras movimentações de mercado dos outros dois “grandes”: a Juven-tus contratou, entre outros, Lúcio ao Inter, Isla à Udinese e Giovinco ao Parma, e o Inter mantém--se mais discreto, oficializando Guarín (do FC Porto) e Rodrigo Palacio (do Genova).

MERCADO - ITÁLIATiago SoaresFotos: AP

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RYO MIYAICHI

Futebol, o desporto rei, é disfrutado por todos e representado no seu expoente máximo através de talentosos atletas espalhados pelo

mundo fora, tal como Ryo Miyaichi.

Este jovem Japonês, nascido em Okazaki, começou como quase todos os futebolistas Japoneses nas escolas de formação, neste caso Sylphid FC desde 2001 até 2007, jogando depois entre 2008 e 2010 no Chukyodai Chukyo High School. Chamou a atenção do Arsenal que depois de um período de experiencia decidiu contracta-lo. Foi emprestado ao Feyenoord onde fez 5 assistências e marcou três golos em 12 jogos sendo apelidado de ““Ryodinho” e “Japanese Messi”, devido às suas vistosas exibições. Na última época, apesar de entrar em alguns jogos, esteve parado 5 semanas devido a lesão, continuando sem o seu espaço nos “Gunners”.Em Janeiro foi novamente emprestado, desta vez ao Bolton Wanderers onde fez 2 assistências e marcou 1 golo nos 14 jogos disputados. Presença assídua desde os sub 15 até aos sub 19 da selecção Nipónica, onde jogou os FIFA Sub-17 World Cup de 2009, estreou-se este ano na equipa principal, num amigável contra o Azerbaijão, que o Japão ganhou por 2-0.Com apenas 19 anos, este extremo não escolhe lado, não se limita a uma só área de acção, tanto joga na esquerda como na direita, tira partido de toda a sua rapidez de processos e facilidade em criar espaços para dar cabo de alguns rins na tão exigente e dura Liga Inglesa. É um jogador talentoso, irreverente e cheio de vontade de mostrar serviço, assim como humilde na hora de aceitar conselhos e admitir que ainda precisa de aprender muito. Formado em escolas disciplinadas mas explosivo, espontâneo e extremadamente veloz dando profundidade nas alas, capaz de assistir com peso e medida os seus colegas para a finalização.

É naturalmente talentoso, o que lhe permite fazer delirar os seus adeptos e representar o futebol Japonês na ribalta do futebol mundial, Ryo Miyaichi, um miúdo maravilha do hoje para o amanha.

Texto: Pedro MartinsFotos: google.com

MIÚDO MARAVILHA

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“Implamentarei o método Berlusconi: o presidente escolhe o onze”

Jesus Gil y Gil

[email protected]

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EDITORIALCoordenação: Carlos Maciel e Ricardo Sacramento

Editor Chefe: João Sacramento

Direcção de arte e maquetização:Carlos Maciel

Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Tiago Jordão, Pedro Martins, Bruno Gonçalves, Ricardo Sacramento, Nelson Souso, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Francisco Baião, José Lopes, Pedro Vinagreiro

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