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Jornal Comemorativo Seminário São José 85 anos formando operários para a messe! Informativo do Seminário São José / Uberaba – MG / ano 1 / nº 1 – Arquidiocese de Uberaba No ano sacerdotal, a Arquidiocese de Uberaba celebra os 85 anos de fundação do Seminário São José! O testemunhos daqueles fazem parte desta história! Projeto de Formação: Sonhos e Perspectivas! Dom Roque Pastor atento aos desafios da formação! Instituto de Teologia São José: Formação teológica e pastoral aos futuros presbíteros. Dom Lustosa 1925: um sonho gerado pelo amor às vocações.

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Seminário São José da Arquidiocese comemora nesse ano de 2010 seus 85 anos

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Jornal Comemorativo

Seminário São José85 anos formando operários para a messe!

Informativo do Seminário São José / Uberaba – MG / ano 1 / nº 1 – Arquidiocese de Uberaba

No ano sacerdotal, a Arquidiocese de Uberaba celebra os 85 anos de fundação do Seminário São José!

O testemunhos daqueles fazem parte desta história!

Projeto de Formação:Sonhos e Perspectivas!

Dom RoquePastor atento aos desafios da formação!

Instituto de Teologia São José: Formação teológica e pastoral aos futuros presbíteros.

Dom Lustosa1925: um sonho gerado pelo amor às vocações.

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Seminário São José 02

Vivemos sobre o escudo da memória. O homem só

compreende seu presente, porque é feito de passado. A história

são as nossas memórias, nossas lembranças. Somos feitos

delas e daquilo que adquirimos. A história faz-nos

compreender quem somos, situa-nos no tempo, e nos dá a

percepção de que ainda estamos caminhando.

Quando se fala em Igreja, comunidade de fé, este aspecto da

memória torna-se uma celebração. Atualizamos cada fato

acontecido, porque tem um significado edificante, vital para

continuarmos nosso curso, nossa resposta de fé e nosso

compromisso com Deus e com os irmãos.

A comemoração dos oitenta e cinco anos do Seminário São

José, da Arquidiocese de Uberaba, está intimamente

envolvido neste contexto de celebração e memória. Afinal, o

que temos hoje, é o fruto daquela primeira semente plantada,

com a preocupação de que a Igreja de Uberaba pudesse contar

com pastores, cuja preparação envolvesse as dimensões do ser

humano. Aperfeiçoando este desejo, muitos foram aqueles

que regaram com a vida e a oração, a sementeira da

Arquidiocese. Ela cresceu, floresceu e deu frutos. Superou as

dificuldades, os obstáculos e, graças à proteção de seu

padroeiro, São José, continua hoje a acolher e oferecer

formação adequada àqueles que Deus chamou, capacitando-

os para o ministério presbiteral.

Teremos oportunidade de recordar grandes momentos e

personalidades que fizeram e fazem a história do nosso

Seminário São José. Os relatos, as fotos, os artigos e

depoimentos, nos ajudam a compreender como se formou esta

tão importante casa de formação para nossos futuros padres.

Nosso desejo é buscar no passado a compreensão do presente,

para que no futuro tenhamos do que recordar, ou melhor, fazer

memória, celebrar.

Por alguns momentos seremos transportados pela estrada do

tempo, e em cada parada que fizermos, vamos descobrir as

marcas que trazemos até hoje na história do nosso Seminário

São José. Continuaremos, nós, a construir nova estrada, a

deixar novas marcas, para que o futuro tenha o que celebrar.

Seja São José nosso companheiro e nossa força!

Pe Gilberto Carlos de Araujo

Reitor do Seminário São José

CELEBRAR É REINVENTAR A HISTÓRIA

EDITORIAL

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Seminário São José

Estamos nos 85 anos de

e x i s t ê n c i a d o n o s s o

Seminário São José. Não é,

propriamente, um jubileu,

que costuma, por convenção,

ter números certos de 25

anos, 50, 60, 75 e 100. Mas é

um aniversário marcante,

digno de ser festejado. Essa é

a Escola que formou

centenas de Padres. Já foi

Filosofia e Teologia (a maior

p a r t e d o t e m p o ) , e

atualmente é só escola de

Teologia. Por ela passaram

muitos Reitores e uma

plêiade de Professores.

Durante os 14 anos, em que

tive a felicidade de conhecer

essa vanguarda avançada de

estudos pastorais, sempre

percebi seriedade e afinco.

Como a perfeição a Deus

pertence, houve momentos de vacilação e de manchas de

sombra. Mas o cômputo geral é altamente positivo.

Uma das características dessa Teologia, sempre foi a

de ser eminentemente pastoral. Não é uma colméia de estudos

refinados, de pesquisas de campo, ou de preocupações

acadêmicas. Seu objetivo é formar Pastores para as nossas

comunidades paroquiais. E isso ela tem conseguido realizar

nesses 85 anos, bem vividos. Posso dizer, sem falsa modéstia,

que a nossa caminhada pastoral não precisa sentir pejo diante

da maioria das Igrejas Particulares do Brasil. Até posso avaliar

que sempre estamos afinados com os projetos oficiais da

CNBB. Podemos atribuir isso aos nossos Arcebispos, e à

coordenação pastoral da arquidiocese. Mas não podemos

esquecer o básico. É o Seminário que forma a mentalidade do

nosso clero. É nas carteiras dos nossos estudantes de Teologia

que se forma o esqueleto de nossas preocupações eclesiais.

Não é escusado dizer que o Seminário São José tem a

aprovação do nosso povo. Isso se verifica através de uma

enquete, que mede a opinião dos católicos, sem recorrer a

pesquisas, ou levantamento de opiniões. É a coleta em rodízio,

de gêneros alimentícios em favor do Seminário, realizada nas

Paróquias. Pode-se dizer que todas as comunidades paroquiais

colaboram em doações, de maneira generosa. Essa coleta

permite gastos de manutenção muito reduzidos. São os fiéis

que ajudam a reduzir esses gastos dos alimentos, dos produtos

de limpeza, e outros. Através dessas coletas o povo está

mostrando o seu aplauso pelo que se faz no Seminário. Se os

fiéis reprovassem o Seminário, não haveriam de colaborar.

“Senhor, que eu veja a prosperidade de teus escolhidos” (Sl

106, 5).

Dom Aloísio Roque Oppermann scj

Arcebispo de Uberaba, MG

Endereço eletrônico: [email protected]

PALAVRA DE DOM ROQUEUMA ESCOLA APOSTÓLICA

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Santíssimo Sacramento, onde se encontra até hoje.

O Arcebispo Dom Roque a 12 de dezembro de 2000, de comum acordo com o então Bispo diocesano de Uberlândia, Dom José Alberto Moura, elevou o curso seminarístico de Teologia a Instituto Teológico, constituindo assim a “Sociedade Interdiocesana”, cuja missão seria responsabilizar-se pelo Instituto. Os estatutos foram aprovados a 12 de dezembro de 2000. O primeiro diretor do Instituto de Teologia foi o Padre Marcelo Lázaro Pinto. Com a retirada da Diocese de Uberlândia deste convênio, o curso de Teologia voltou a ser da exclusiva responsabilidade de Uberaba.

As aulas eram administradas inicialmente nas dependências da Paróquia do Santíssimo Sacramento, sendo posteriormente transferidas para o Centro Pastoral Arquidiocesano no andar superior do prédio da Cúria Metropolitana, onde hoje funcionam a Direção, a secretaria e as aulas.

A primeira turma concluiu o curso teológico no final do ano 2003, sendo seus alunos ordenados sacerdotes a 12 de dezembro de 2003, festa de Nossa Senhora de Guadalupe.

Histórico do Instituto de Teologia São José

Quando em 1978, Dom Benedito de Ulhoa Vieira tomou posse da Arquidiocese de U b e r a b a , o S e m i n á r i o Arquidiocesano São José de Uberaba estava fechado havia dez anos. O último padre ordenado pelo saudoso Dom Alexandre Gonçalves Amaral era o Padre Geraldo Magela de Faria. O arcebispo coadjutor,

Dom José Pedro Costa, Administrador Apostólico do Arcebispado “sede plena” havia ordenado dois padres: um americano que foi celebrar a primeira Missa nos Estados Unidos e nunca mais voltou; outro, da Bahia, que pediu para voltar definitivamente para o seu Estado.

O novo Arcebispo, vendo a necessidade do Arcebispado, reabriu o Seminário São José a 19 de março de 1979, que passou a funcionar precariamente no prédio construído por Dom Alexandre e, na época, entregue aos cuidados do Cursilho de Cristandade, onde hoje funcionam a Cúria e o Centro de Pastoral.

Chamou para ser reitor o Padre Jorge Thomaz Fialho, que estava auxiliando como professor no Seminário de Aparecida. Eram poucos alunos aqui em Uberaba, todos do curso colegial.

Premido pela necessidade, Dom Benedito resolveu construir novo prédio mais adaptado à situação. Pediu ao Mons. Valim de Melo, que estava construindo a Igreja de Santa Luzia, hoje paróquia, para ceder em definitivo o terreno lateral da Igreja em acabamento para a construção do novo prédio onde se instalaria o Seminário São José. Assim foi feito. E em 1º de maio de 1981 inaugurou-se o novo prédio do Seminário onde – sob a direção do Padre Jorge Fialho – começou o curso filosófico e mais tarde, o teológico, como ainda é assim atualmente, mas não no mesmo prédio construído ao lado da Igreja Santa Luzia.

Durante esses primeiros anos de seu governo, em que se construiu o prédio novo ao lado da Igreja Santa Luzia, Dom Benedito enviou os candidatos ao sacerdócio para estudarem em São Paulo, a saber; Antonio Joaquim de Souza, Kleber Mendes Parente, José Antonio Fontes e José Maria Nascimento. Posteriormente enviou para a Arquidiocese de Campinas os novos candidatos: Luiz Eduardo Monteiro Fontana, Antonio Braz Benevente, José Lourenço da Silva Junior, Paulo Aparecido Porta. Logo que o prédio novo foi inaugurado, ao lado da Igreja Santa Luzia, ali funcionou o Seminário de Filosofia e Teologia, sob a direção de Mons. Jorge Fialho.

Com a vinda de Dom Aloísio Roque Oppermann como novo Arcebispo, o Seminário localizado no território da Paróquia Santa Luzia foi transferido para o antigo prédio anexo à Igreja do

Dom Benedito de Ulhoa Vieira

Arcebispo Emérito de Uberaba

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Quando Dom Lustosa reabriu o antigo seminário Santa Cruz, nomeando-o de Seminário São José convidou para assumir a função de primeiro reitor o Padre Eduardo Antônio dos Santos, até então, vigário da cidade de Conquista. Em 1934, com Dom Luiz Maria de Santana, o Seminário Maior é transferido para o Seminário Provincial de Belo Horizonte. Em Uberaba, permanecem os seminaristas menores, que foram transferidos para o Ginásio Diocesano.

Em abril de 1938, com o término de seu episcopado em Uberaba, Dom Luiz Maria de Santana é transferido para Botucatu. Ele deixa registrado as seguintes palavras em sua “Carta Pastoral” de despedida: “O Seminário Diocesano representa uma questão vital para a vida e o desenvolvimento da Diocese. Para nós ela tem sido a menina de nossos olhos. Tivemos a inexprimível satisfação de ordenar, até essa data, treze jovens alunos de nosso Seminário”.

Toma posse em 08 de dezembro de 1938, Dom Alexandre Gonçalves do Amaral que planeja a construção de um prédio maior para acolher o Seminário São José. A pedra fundamental é lançada no dia 10 de outubro de 1948. Em julho de 1952 o Seminário Maior volta para Uberaba. Nessa época, assumiu a reitoria o então Padre Juvenal Arduini.

O Seminário São José manteve o curso de Teologia e Filosofia até maio de 1956. A partir daí os seminaristas maiores foram mandados para São Paulo e Belo Horizonte. A Filosofia se manteve até 1962. Nesse tempo, o Seminário chegou a ter mais de 60 estudantes. Surge uma grande crise de vocações para a vida religiosa e sacerdotal, diminuindo drasticamente o número de seminaristas. Diante dessa crise, o administrador Apostólico da Arquidiocese, Dom José Pedro Costa, encerra provisoriamente as atividades do Seminário São José.

No dia 15 de setembro de 1978 toma posse o novo Arcebispo Dom Benedito de Ulhoa Vieira. Sua primeira preocupação foi a reabertura do Seminário. Como o atual prédio do Centro de Pastoral João Paulo II, onde funcionava o Seminário, não oferecia condições adequadas para a formação desejada, pensou-se em construir uma nova casa.

A obra teve início no dia 17 de março de 1980 com a benção de Dom Benedito, e a presença de Dom Alexandre e vários padres. No dia 1º de maio de 1981, festa de São José, é inaugurado o novo prédio ao lado da Igreja de Santa Luzia. O reitor era Monsenhor Jorge Tomás Fialho, o qual, continua como reitor do Seminário São José por 14 anos, até o ano de 1995.

No ano de 1995 assume o seminário Pe. José Antônio Fontes que permanece por um ano, quando em 1996 Pe. Célio Pinto assume a reitoria, permanecendo até 2001. Neste ano, toma posse o Padre Célio Lima, cuja gestão vai até junho de 2007. Em seguida, chega à reitoria Padre Geraldo dos Reis Maia, ficando no cargo até junho de 2008. Em agosto do mesmo ano, assume como novo reitor do Seminário São José o Padre Gilberto Carlos Araújo, atual responsável pela formação dos estudantes de teologia.

Histórico dos Reitores do Seminário São JoséAcompanhe um breve histórico dos padres que imprimiram sua marca na formação arquidiocesana

Romeu Alexandre Peixe4º ano de Teologia – Diocese de Ituiutaba

Pe. Eduardo Antonio dos Santos

Mons. Jorge Tomás Fialho

Pe. Célio Pinto

Pe. Geraldo dos Reis Maia

Mons. Juvenal Arduini

Pe. José Antônio Fontes

Pe. Célio Lima

Pe. Gilberto Carlos Araújo

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C ô n e g o Hipólito Costa.

Em meados de 1897, Dom Eduardo adoece. Viaja à Europa para tratamento e deixa o Seminário aos cuidados dos Padres Dominicanos. A o r e t o r n a r d o s t r a t a m e n t o s , D o m Eduardo encontra o Seminário inativo. Aqui merece uma observação: em nenhuma pesquisa conseguimos encontrar os motivos que levaram a inércia do mesmo. Já no ano de 1903 o Seminário dá lugar a um externato, dirigido pelos frades agostinianos e posteriormente foi entregue aos Irmãos Maristas, surgindo assim o Colégio Diocesano do Sagrado Coração de Jesus.

A Diocese de Uberaba ficou, deste modo, 25 anos sem Seminário! Com a renúncia de Dom Eduardo em 1923, Pio XI nomeou para Bispo de Uberaba o salesiano Dom Antônio de Almeida Lustosa, que tomou posse no dia 1º de março de 1925. Já em 17 de abril de 1925 aprovou os estatutos da Associação de São José (grupo de senhoras encarregadas da manutenção do Seminário) e no dia 1º de outubro, do mesmo ano, com dois meninos (João Maximiano Neto e José Geraldo de Faria) vindos de Araxá, reabre o

Seminário, onde se encontra o atual prédio do Seminário. Concede-lhe novo nome e patrono – São José –, tornando-o, assim, “Seminário São José”. Alguns seminaristas deste período: Isaias Lagares; Lázaro de

Oliveira Menezes; Alaor Porfírio de Azevedo; José Armênio Cruz; Almir Marques Ferreira; Vicente Plácido Borges; João de Assis Valim; Saul Amaral; Juvenal A r d u i n i ; G e n é s i o Borges; Antônio Tomás Fialho.

Em 1928, Dom Lustosa foi transferido

para Corumbá (MT) e toma posse em Uberaba Dom Frei Luiz Maria Santana, no dia 03 de novembro de 1929. No ano de 1934 foi feito um acordo com a Arquidiocese de Belo Horizonte e os 10 estudantes de Teologia e os 08 de filosofia passaram a estudar no Seminário provincial de Belo Horizonte. Nos anos de 1934, 1935 e 1936 os seminaristas menores passaram a estudar no Ginásio Diocesano.

É eleito o quarto bispo e primeiro arcebispo de Uberaba, que toma posse a 08 de dezembro de 1939: Dom Alexandre Gonçalves do Amaral. Como as acomodações do atual S e m i n á r i o n ã o comportavam mais o

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Seminário São José 06

Seminário é sementeira; Vocação é semente!Luís Carlos de Souza2º ano de Teologia - Arquidiocese de Uberaba

Recordo-me, com a memória meio confusa, que no antigo prédio do Seminário de Filosofia Nossa Senhora da Abadia, na cidade de Uberlândia, acima do umbral da Capela, encontrava-se uma placa com os seguintes dizeres: “Seminário – Sementeira de Deus”; com as iniciais B.U.V. (Benedito de Ulhôa Vieira), no canto inferior à direita da mesma.

Desde que passei a residir naquela casa, esta placa sempre chamou a minha atenção. Pensava de modo muito pueril: como podemos conceber este espaço como sementeira? Sementeira somos nós ou a casa? Somos por acaso germes?

O tempo foi passando e a constante contemplação àquela placa, já que ao entrarmos na Capela a víamos, sem dúvida almejava recordar-nos constantemente algo. Lembrei-me, portanto, que no Evangelho de Mateus 13, 3-9, poderia encontrar uma iluminação para compreender o sentido da vocação – semente –.

Fui percebendo que a vocação ao sacerdócio, de cada jovem que entrava naquela casa de formação, era como que sementes.. . Percebi que infelizmente muitas sementes-vocações se perdem ao longo do caminho e não dão seus frutos, pois os pássaros do medo, da inveja, dos conflitos pessoais e sociais vêem comê-las. Outras caem num solo pedregoso, cheio de orgulhoso e prepotência, onde não há terra boa suficiente e com o sol forte, logo que nascem, secam. Não diferente, outras sementes são lançadas entre os espinhos, tão presentes na vida social e comunitária, e à medida que estes vão crescendo vão sendo sufocados. Mas, pela bondade do Semeador, muitas sementes caem em terreno bom e rendem cem, sessenta, trinta frutos por um... Quiçá este solo bom não é o Seminário?

Neste corrente ano, somos felizes por elevar aos céus o nosso canto do “Te Deum” pela “Sementeira Teológica” de nossa Arquidiocese de Uberaba, que celebra 85 anos de sua reabertura. Uma história que começou em 1863 com Dom Domingos Quirino de Souza, desejando criar um Seminário em sua Diocese de Goiás, já que Uberaba pertencia a esta mesma diocese.

No ano de 1868 foi construído, na cidade de Campo Belo, o Seminário e Dom Joaquim Gonçalves de Azevedo, chamou-o de “Seminário Santa Cruz”. Mas este mesmo Seminário entrou em decadência e com a posse de Dom Eduardo Duarte Silva, foi construindo outro prédio, em Ouro Fino; prédio construído e sustentando com os próprios emolumentos que Dom Eduardo recebia.

Pelo ano de 1896, Dom Eduardo Duarte Silva começa a sofrer perseguições dos republicanos. Um general houve por bem requisitar o prédio do Seminário diocesano, sob a alegação de urgente prioridade a favor de um hospital militar. Em represália com a perseguição política, Dom Eduardo, não sendo atendido em suas argumentações, organizou uma “tropa” (20 seminaristas da Diocese, livros, paramentos, objetos litúrgicos, armários de arquivos, apetrechos de cozinha, a cozinheira e uma criança que fora batizada de Eduardo e mais tarde, se tornara o famoso Monsenhor Eduardo de Uberlândia) e veio, numa viagem de 39 dias para Uberaba, instalando-se aqui. O povo uberabense recebeu-o calorosamente no dia 10 de agosto de 1896.

Uma das primeiras ações de Dom Eduardo, aqui em Uberaba, foi comprar o prédio do Ginásio Uberabense no Alto das Mercês para a abertura do Seminário. O Seminário Santa Cruz foi ali instalado e inaugurado a 1º de outubro de 1896, tendo como seu primeiro reitor o

“O Seminário diocesano representa uma questão vital para a vida e o desenvolvimento da Diocese...”

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crescente número de seminaristas foi planejado a construção de um novo prédio. No dia 10 de outubro de 1948 foi lançada a pedra fundamental do novo edifício. A planta foi da autoria do engenheiro Dr. Silviano Azevedo Brandão, belorizontino e o mestre de obras foi o uberabense João Batista. Com a intenção de arrecadar fundos para a construção deste, Monsenhor Almir Marques, Cônego Isaías Lagares, Padre Juvenal Arduini, Padre Antônio Tomás Fialho e Padre Vicente Ambrósio dos Santos, percorreram as cidades de Patos de Minas, Uberlândia e Ituiutaba, que naquele tempo abrangia a

Diocese de Uberaba. A Associação de São José também demonstrou grande colaboração. Destacamos que na época da Exposição de Gado, armaram-se barracas na Praça Rui Barbosa para conseguir fundos. Esse trabalho de leigos e sacerdotes foi frutuoso e recompensador, pois no dia 27 de janeiro de 1952 era inaugurado o novo prédio; neste mesmo ano o Seminário Maior, que tinha ido para Belo Horizonte, retornava a Uberaba com 04 estudantes de Teologia e 06 de Filosofia. Nessa ocasião era reitor o Padre Juvenal Arduini.

No ano de 1962 o Seminário contava com mais de 60 seminaristas. Todavia, nos fins do ano de 1964 o Seminário São José enfrenta difíceis situações financeiras e a pedido de Dom Alexandre, um grupo de leigos decididos a auxiliarem na questão, fizeram nascer a SAS (Sociedade dos Amigos do Seminário). Até o ano de 1976 este grupo, sempre contanto com nova diretoria, fez muito pelo Seminário. Contudo, por falta de renovação de seus quadros, a Sociedade aos poucos se extinguiu.

Daí para frente aprofundou-se uma crise das vocações religiosas e dos seminários. O número de seminaristas sempre diminuía. Por isso, em dezembro de 1972 o Aministrador Apostólico Dom José Pedro Costa se viu forçado a encerrar provisoriamente as atividades do Seminário São José.

No dia 15 de setembro de 1978 tomou posse na Arquidiocese de Uberaba Dom Benedito de Ulhôa Vieira. Sua preocupação inicial foi à reabertura do Seminário. Instituiu, assim, na Arquidiocese o curso “Propedêutico” na Paróquia de Santa Teresinha, como preparação imediata ao curso de Filosofia dos seminaristas. O prédio do atual Seminário passou por uma grande reforma e adaptação, tornando-se o Centro de Pastoral da Arquidiocese, contudo, com a reabertura do Seminário, alguns seminaristas ainda ocupavam o prédio e alguns cômodos do mesmo. Como este, no momento, não oferecia condições adequadas para ser o Seminário, idealizou-se em construir um prédio menos dispendioso e mais adequado. Em 17 de março de 1980 iniciou a construção do mesmo. No dia 1º de maio de 1981, festa de São José, foi inaugurado o novo edifício. De 1978 a 1995 foi reitor do Seminário Padre Jorge Tomás Fialho. E nosso querido Dom Benedito costuma

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Seminário São José 07

lembrar-nos, sempre, de que o trouxe de Aparecida para ser reitor em Uberaba.

No ano de 1995 foi atestado a impossibilidade de Monsenhor Jorge continuar à frente da reitoria do Seminário devido a problemas de saúde. Em seu lugar é nomeado o Padre José Antônio Fontes.

A 1º de maio de 1996 tomou posse como arcebispo de Uberaba Dom Aloísio Roque Oppermann. Dentre as suas atividades episcopais houve por bem a transferência do Seminário São José para o alto das Mercês, ao lado da Igreja do Santíssimo Sacramento (Adoração), onde permanece até hoje.

Seminário é, portanto, sementeira e vocação é semente! Mas, vocação supõe cultivo e um cultivo de si mesmo. Um cultivo de se conhecer para crescer, de cultivar sua identidade, personalidade, espiritualidade, intelectualidade... À vocação é necessário sempre se colocar a caminho, desviando dos caminhos tortuosos, pedregosos, cheios de espinhos... Ordenar sacerdote, após o longo período de estudos, é reconhecer a casa de formação, ou seminário, como espaço e tempo sagrado. É percebê-lo como lugar vivo da memória, berço e celeiro das vocações, lugar cheio de esperanças da Igreja particular caminhante.

O Seminário São José é um solo fecundo que nestes 85 anos formou, forma e continua formando operários para a messe para que possam, um dia, serem servidores do altar, do povo de Deus e bons cristãos na sociedade!

Permaneça Senhor clemente, enviando à Igreja, sua eleita, mãos obreiras e diligentes, para a sua boa colheita. As sementes foram lançadas e a colheita está madura, logo o Reino está iminente, mas não

1há nesta fartura, operários suficientes...

FREITAS, José Ferreira. Sertão da Farinha Podre. Cuiabá. 2002, p. 170-275.

Anuário da Arquidiocese de Uberaba 2008. p.10-16.

PRATA, Pe. Thomaz de Aquino (Organizador). Memória da Arquidiocese de Uberaba. Uberaba: Edição Fundação Cultural de Uberaba e Museu de Arte Sacra, 1987. p. 281-284.

Seminário São José: sementeira da esperança. Revista Centenária. Uberaba, edição especial, ano I, 2007. p. 46-47.

___________________1 Ousei-me fazer uma referência a um canto vocacional composto por

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Seminário é sementeira. Quando, no coração do jovem, soa a voz de Deus, suscitando nele o desejo de servir ao Evangelho, a Igreja o acolhe para discernir o chamado divino e dar assistência aos primeiros passos do vocacionado. Quando este primeiro e ainda silencioso apelo de Deus se torna mais claro, a Igreja diocesana abre as portas do Seminário para acolher o candidato.

O termo “Seminário” lembra sementeira, isto é, o terreno onde a semente brota e cresce. Isto supõe especiais cuidados. A imagem da sementeira é rica de sentido.

O seminário é portanto o centro das esperanças da Igreja diocesana. O ritmo da vida interna deve ser exigente: oração, estudo, disciplina, pedagogia, convivência fraterna. Um recanto portanto de vida austera, jovial e feliz. Poder-se-ia dizer que é o mais importante centro de uma diocese.

A Arquidiocese de Uberaba tem a alegria de estar celebrando o 85º ano de vida do seu Seminário. Fechado por dez anos num passado de provações, foi reaberto há mais de 30 anos e vem dando à Igreja Arquidiocesana uma colheita compensadora de frutos, que são os sacerdotes, que ali viveram e se formaram para o anuncio do Evangelho e o pastoreio dos filhos de Deus.

É justo que nos alegremos com este aniversário. E, muito mais ainda, é justo e necessário agradecer aos céus a riqueza dos frutos colhidos.

É de esperar de Deus que suscite, nos corações dos que foram chamados para a sublime missão sacerdotal, a entrega corajosa e feliz de suas vidas, para serem na Igreja de Uberaba anunciadores da verdade e distribuidores da graça divina.

Aquela casa grande no alto das Mercês, não muito nova, onde se recolhem os que se preparam para o sacerdócio, é o zênite da Igreja Arquidiocesana de Uberaba. É ali que repousa o olhar paternal de Deus e para lá que se voltam as esperanças do povo cristão.

Dom Benedito de Ulhôa Vieira

Arcebispo Emérito de Uberaba

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O Seminário São José é a casa de

formação da Arquidiocese de Uberaba, que

acolhe os candidatos da Arquidiocese que

manifestem sinais de vocação para o

sacerdócio e tenham passado pelo curso de

Filosofia para atingirem o curso de

Teologia.

Neste Ano Sacerdotal o Seminário

São José comemora 85 anos de fundação

acolhendo desde o ano de 2008 os

seminaristas da Diocese de Ituiutaba, sufragânia da mesma

Província Eclesiástica, como residentes e orientados pelas

respectivas Equipes de Formadores.

Existe um excelente convívio entre as duas Dioceses, tanto

por parte dos formadores como dos formandos.

O Seminário é o berço da vocação presbiteral e espaço da

primeira experiência de vida de comunhão. A coerência de vida, a

alegria transparente e o ardor integrados na pastoral fortalece o

discípulo missionário.

A Diocese de Ituiutaba irmanada à Arquidiocese de

Uberaba, rejubila-se por esta comemoração dos 85 anos de seu

Seminário rendendo graça e parabenizando-a pela efeméride.

É motivo de grande conforto sublinhar que tantos

seminaristas passaram pelo Seminário e atingiram o objetivo do

presbiterato, porém, é preciso vencer os desafios que a mentalidade

secularista continuamente lhe coloca, seja pelo cansaço, pelo

isolamento ou pela solidão e, para tanto é necessário cultivar a vida

espiritual, intensificando a comunhão com todos em primeiro lugar,

com os outros seminaristas, sem esquecer é claro com os

formadores.

Parabéns e gratidão.

Dom Francisco Carlos da Silva

Bispo Diocesano de Ituiutaba

Palavra de Dom Francisco

Palavra de Dom Benedito

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In nomine Domine

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Projeto de Formação Presbiteral: sonhos e perspectivas!

É discurso corrente o que elege o aspecto educacional, como o grande caminho de reconstrução de todo o tecido da sociedade. No processo de ensino-aprendizagem é que se encontra potencializada a oportunidade de reavaliar conceitos, mediar práticas e construir novas perspectivas que sejam minimamente dinamizadoras de um outro Ethos mundial.

Tr a z e n d o e s s e m e s m o raciocínio para a comunidade de fé, permaneceremos com semelhante afirmação, afinal, é no processo formativo dos seminaristas que a Igreja gera sacerdotes profundamente capazes de atender aos desafios impetrados pela história. Estando em íntima comunhão com o projeto e v a n g é l i c o , o p r e s b í t e r o é especialmente convidado (senão convocado) a responder com competência, santidade e amor, os muitos questionamentos lançados pela sociedade, e que aguardam uma resposta da Igreja.

Conscientes desta realidade, que salta aos olhos e aguça a responsabilidade dos futuros padres, a formação dentro dos seminários precisa estar atenta a este chamado, gerando verdadeiros sacerdotes, discípulos missionários, dispostos a apoiarem-se sobre as pegadas do Mestre.

O Seminário São José, em seus 85 anos, sempre procurou tecer em seu processo formativo, um crescimento

Danilo Vitor Pena

3° Ano de Teologia - Arquidiocese de Uberaba

global do vocacionado. Hoje, olhando para o já foi construído, busca configurar a formação oferecida com a voz e os anseios da própria Igreja. É necessário que toda essa caminhada de preparação para a vida ministerial olhe para o mundo, consciente dos complexos quadros sociais, políticos, econômicos e científicos, abertamente apresentados à

coletividade e que recaem sobre a vida da Igreja.

Místico e ao mesmo tempo prático, orante e ao mesmo tempo dinâmico, pastor dedicado, bom administrador e de polido conhecimento... é natural que o povo espere do padre um conjunto de características que favoreçam o seu trabalho junto das pessoas. Daí a necessidade de uma formação

exigente, sempre acolhedora, e nunca indiferente. Tendo tais encadeamentos diante de si, o Seminário São José elaborou o seu projeto de formação baseado em 5 dimensões que visam trabalhar no candidato as condições necessárias para um bom pastoreio.

É claro que o chamado é divino! Deus em sua misericórdia sempre benfazeja nutre com a sua graça, jovens tirados do meio do povo e que para o povo retornarão, como mediadores dos mistérios divinos e humanos. Nesse aspecto, todos os formadores buscam lapidar as vocações, tendo em vista os seguintes aspectos: espiritual, intelectual, comunitário, humano afetivo e pastoral.

É sempre importante lembrar que aqueles que assumem a função de conduzir a comunidade cristã precisam fazê-lo com clareza e profundidade, oferecendo um posicionamento acertado para muitas questões apresentadas, de forma especial nos assuntos referentes à fé. É uma exigência atual que a Arquidiocese de Uberaba busca construir com o seu trabalho vocacional.

Oxalá que todo o esforço do projeto de formação do Seminário São José mantenha-se seivado de profunda esperança, cultivada no solo fértil a Igreja. Os frutos desse investimento de amor e responsabilidade podem ser contemplados, em ministros profundamente capazes de dialogar com o mundo, apresentando luzes cristãs aos desafios de hoje.

“É necessário que toda essa caminhada de preparação para a vida ministerial olhe para o mundo, consciente dos complexos quadros sociais, políticos, econômicos e científicos, abertamente apresentados à coletividade e que recaem sobre a vida da Igreja.”

Jornal Comemorativo

Seminário São José

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Jornal Comemorativo

Seminário São José

“Nossa Associação de São José, que foi fundada pelo

próprio Dom Lustosa, ama os sacerdotes e os seminaristas.

Em nosso estatuto, temos como função principal assistir o

seminário no seu auxílio material e na oração diária pelos

sacerdotes, além do pedido especial que o Senhor envie

operários para a messe e conserve a fidelidade dos

vocacionados ao ministério sacerdotal. Contando

aproximadamente com 150 zeladoras e zeladores, que se

reúnem na primeira quarta-feira do mês para a missa

devocional a S. José e a hora santa em favor das vocações.

Procuramos também contribuir na campanha de alimentos aos

os nossos seminários.

As zeladoras e zeladores da Associação de São José

tem a responsabilidade de sustentar pela oração, a vida e o

trabalho do Santo Padre, dos bispos, padres, diáconos e

seminaristas. Também interceder por novas e autênticas

vocações sacerdotais. Por isso nosso carinho todo especial

pelo Seminário São José”

Laura Faria de Souza

Presidente da Associação de São José – Paróquia de

Nossa Senhora do Carmo - Prata - MG

“Em 1986 morava em Uberaba, na Paróquia da

Adoração: Pe. Sebastião Leite Machado Mezêncio S.S.S (Pe.

Tiãozinho). Soube ele que o Seminário estava precisando de

um professor de Sociologia e Antropologia Cultural e que

tivesse a cabeça aberta. Indicou o meu ao então Reitor Mons.

Jorge Thomaz Fialho e fui contratada de imediato.

Permaneci ali cartoze anos e foi o local de maior realização de

minha vida no magistério. Ali tive a honra e a graça de

participar como professora, de vinte e seis ordenações tendo

sido madrinha de vinte e dois deles.

Mons. Jorge esteve a frente do Seminário vinte e seis

anos [...]. Ele plantou sua semente germinadora, fez com que

crescesse e florescesse grandes figuras do Clero Uberabense.

Com ele e sob o aval de Dom Benedito, pude participar desta

grande obra fundada por Dom Lustosa, construída por

Alexandre Gonçalves Amaral e perpetuada por Dom Benedito

e por Dom Aloísio Roque, sob a égide de

São José que o abençoa e lhe dá grande

significado com muitas ordenações.

Apesar de não dar mais aulas,

ainda é grande a minha alegria por ter a

amizade deste grande grupo de

seminaristas que nos dão grandes

esperanças de aumentar esse clero forte e

inabalável protegido por São José,

operário e exemplo da messe na vinha do

Senhor”.

Dirce Miziara

Paróquia do Santíssimo Sacramento

Uberaba - MG

“Trabalho junto à Arquidiocese de Uberaba, há

aproximadamente 20 anos. Iniciei como funcionária da casa

paroquial da Paróquia de Santa Luzia, com o Mons.

Benevente. Nos últimos sete anos venho exercendo minhas

atividades junto ao Seminário São José. Gosto muito deste

trabalho, pois reflete um ambiente familiar. Neste sentido,

considero-me a 'mãezona' dos seminaristas. Durante este

período convivi com vários seminaristas, dentre os quais a

grande maioria tornaram-se presbíteros. Neste ano, ao

completar 85 anos de existência, desejo ao Seminário São José

que seja cada vez mais um celeiro de vocação sacerdotal.”

Justina Clara de Oliveira

Funcinária do Seminário São José

PALAVRAS QUE EDIFICAM!Acompanhemos o depoimento de algumas pessoas que fazem parte desta história de fé em favor das vocações sacerdotais

Page 11: Jornal Comemorativo Seminário São José

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Jornal Comemorativo

Seminário São José

“Comecei trabalhando com os padres sacramentinos, na

Paróquia do Santíssimo Sacramento. Com a vinda do

Seminário São José, a partir do ano de 2000, tive a

oportunidade de conviver diariamente com os seminaristas.

Sinto-me muito honrada de poder acompanhar a caminhada de

vários seminaristas. Esta casa reflete um sentimento de

unidade e amizade muito forte. Quero parabenizar a

Arquidiocese de Uberaba, pelos 85 anos de existência desta

casa de formação”

Raquel de Fátima Silva Coelho

MECE - Paróquia do Santíssimo Sacramento

Uberaba - MG

“Tive a satisfação e a honra de servir nossa Igreja de

Uberaba como Reitor do Seminário São José, no período de

04.08.2007 a 31.07.2008. Guardo vivos na memória

momentos especiais de intensa vibração e alegria, bem como o

olhar de esperança estampado nas faces daqueles que

desejavam, seriamente, abraçar o ministério da presença

constante do Senhor da Messe e Pastor do Rebanho junto a seu

povo.

O serviço do formador é comparável a um joalheiro,

que toma pedras brutas, mas preciosas. Desgastando-as, faz

reluzir seu brilho encantando a todos com a beleza e o fascínio

de seu resplendor. Sabemos que esse resplendor não tem luz

própria. Sua luz é irradiada do Cordeiro (Ap 21,23). É dele que

nos vem a luz para iluminar a escuridão da existência

humana. “Ele era a luz verdadeira que ilumina todo homem”

(Jo 1,9).

O formador trabalha com pessoas humanas, extraindo

delas o melhor de si, fazendo-as assemelhar-se ao Mestre de

Nazaré. Este lado humano na formação é maravilhoso.

Participar das alegrias, tristezas, angústias e esperanças do

vocacionado é missão profundamente gratificante, de modo

especial quando se vai percebendo o crescimento humano da

pessoa. Esta dimensão humana é básica para as demais

dimensões da formação.

Passado já certo tempo em que me retirei da direção do

Seminário, guardo, saudoso e com imensa alegria, a amizade,

o carinho e a ternura de vários seminaristas, alguns já

ordenados. Acredito que, antes de formarmos grandes

teólogos, filósofos, pastores, é preciso formar pessoas

humanas, a exemplo de Jesus de Nazaré, profundamente

humano, para bem servir os seres humanos, como ministros de

Deus. Tudo o mais virá por acréscimo.”

Pe. Geraldo dos Reis Maia

“Tive a oportunidade, pela

graça de Deus, de passar por um

t empo de fo rmação no

Seminário São José. Tenho 8

meses de ministério sacerdotal

e posso testemunhar os frutos

no exercício do meu sacerdócio

p e l o c o n h e c i m e n t o e

preparação adequada que

adquiri neste seminário. Deus

abençoe o trabalho frutuoso dos

formadores desta casa. Que este seminário continue a formar

com tão grande zelo os futuros sacerdotes da nossa Igreja.”

Pe. Luiz Fabiano Reginato

Padre da Diocese de Ituiutaba

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1ª Turma do Seminário São José - 1925

Turma dos 85 anos do Seminário São José - 2010

Para celebrar o 85º aniversário de nosso Seminário de Teologia, pensamos em algo que representasse a identidade desta casa de formação. O presente tablóide comemorativo tornou real o nosso intuito, graças às remitentes histórias e aos vigorosos depoimentos – de clérigos e leigos – contidos nele. Esta edição revela-nos a vitalidade do Seminário São José, que foi configurado de tempos em tempos à realidade pastoral, intelectual e espiritual desta próspera Igreja Arquidiocesana.

Comemorando o jubileu de nosso Seminário – um marco histórico para a Arquidiocese de Uberaba – somos convidados a lançar um olhar responsável para o passado, tendo em vista um fecundo aprendizado para o presente e para o futuro da nossa Igreja. Temos a consciência de que estas comemorações, de nada nos valeriam, sem a participação plena e eficaz de homens e mulheres de fé destemida. Pessoas que souberam e sabem agir sobre os liames da realidade.

A todos os colaboradores desta obra de Deus, nossos sinceros agradecimentos e votos de felicidade. Que São José, nosso padroeiro e homem providente, continue ladeando os nossos corações nesta Igreja Militante de Uberaba. Amém!

Comissão pró-jubileu