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Jornal do CRMMG INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Nº 38 Página 11 Minas Gerais: bases nada sólidas Cursos de Medicina de Presidente do CRMMG faz balanço da gestão Página 03 Relatório da Câmara dos Deputados busca novos rumos para o SUS Páginas 08 e 09

Jornal CRMMG 38

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Jornal CRMMG 38

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Page 1: Jornal CRMMG 38

Jornal do CRMMGINFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DEMEDICINA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Nº 38

Página 11

Minas Gerais: bases nada sólidasCursos de Medicina de

Presidente do CRMMG faz balanço da gestãoPágina 03

Relatório da Câmara dos Deputados busca novos rumos para o SUS

Páginas 08 e 09

Page 2: Jornal CRMMG 38

Jornal do CRMMG Novembro / Dezembro de 20112

Jornal do Conselho Regional de Medicinado Estado de Minas GeraisAv. Afonso Pena, 1.500 - 8º andarCep. 30130-921 - Belo Horizonte/MG31. [email protected]

Presidente:Manuel Maurício Gonçalves

1º Vice-presidente:Roberto Paolinelli de Castro

2º Vice-presidente:Itagiba de Castro Filho

3º Vice-presidente:Carlos Alberto Benfatti

1º Secretário:João Batista Gomes Soares

2º Secretário:José Luiz Fonseca Brandão

3º Secretário:Cícero de Lima Rena

Tesoureiro:Cibele Alves de Carvalho

1º Vice-tesoureiro:Delano Carlos Carneiro

2º Vice-tesoureiro:Vera Helena C. de Oliveira

Corregedor:Alexandre de Menezes Rodrigues

Vice-corregedores:Geraldo Borges Júnior e José Afonso Soares

ConselheirosAjax Pinto Ferreira,Alberto Gigante Quadros,Alcino Lázaro da Silva,Alexandre de Menezes Rodrigues,André Lorenzon de Oliveira,Antônio Carlos Russo,Antônio Dircio Silveira,Carlos Alberto Benfatti,César Henrique Bastos Khoury,Cibele Alves de Carvalho,Cícero de Lima Rena,Cláudio de Souza,Cláudia Navarro C.D. Lemos,Delano Carlos Carneiro,Eurípedes José da Silva,Fábio Augusto de Castro Guerra,Geraldo Borges Júnior,Geraldo Caldeira,Hermann Alexandre V. von Tiesenhausen,Itagiba de Castro Filho,Ivana Raimunda de Menezes Melo,Jairo Antônio Silvério,João Batista Gomes SoaresJosé Afonso Soares,José Carvalhido Gaspar,José Luiz Fonseca Brandão,José Nalon de Queiroz,José Tasca,Luiz Henrique de Souza Pinto,Manuel Maurício Gonçalves,Márcio Abreu Lima Rezende,Mário Benedito Costa Magalhães,Melicégenes Ribeiro Ambrósio,Nelson Hely Mikael Barsam,Nilson Albuquerque Júnior,Paulo Mauricio Buso Gomes,Renato Assunção Rodrigues da Silva Maciel,Ricardo Hernane Lacerda G. de Oliveira,Ricardo do Nascimento Rodrigues,Roberto Paolinelli de Castro,Vera Helena Cerávolo de Oliveira.

Departamento de ComunicaçãoCláudia Navarro C.D.Lemos Paulo Maurício B. GomesMário Benedito C.MagalhãesVera Helena C. OliveiraRicardo do Nascimento Rodrigues

Programação visualFazenda Comunicação & Marketing

Tiragem39 mil exemplares ImpressãoLastro Editora FotografiaRR Foto Jornalista ResponsávelMarina Abelha - MG09718 JP RedaçãoMarina AbelhaNívia Rodrigues - MG 07703 JPJefferson Ubiratan – estagiário de Jornalismo

Belo Horizonte,novembro/dezembro de 2011

Cons. Manuel Maurício GonçalvesPresidente do CRMMG

EditorialExpediente

Jornal do CRMMG

Cartas

Envie sugestões, críticas e comentários para o Jornal do CRMMG através do e-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião do CRMMG.

Esse é o resultado de liberações políticas de novas escolas médicas: a perda da credibilida-de e da dignidade da nossa profissão. Minas Gerais têm 28 escolas de medicina, a grande maioria particulares, com mensalidades que chegam a R$ 5 mil. O Brasil já conta com 180 escolas médicas para uma população inferior a 200 milhões de habitantes. A China, com l bilhão e trezentos milhões de pessoas, pos-sui 160 escolas de medicina. Não precisamos de mais médicos, mas sim de bons médicos e adequadamente distribuídos. Faz-se necessá-ria a criação do cargo de Médico do Estado, com remuneração e aposentadoria justas, a exemplo do que acontece no Poder Judiciário. Só assim, e com outras medidas associadas, poderemos minimizar a má distribuição de médicos no País.

Somos até a favor da abertura de novas es-colas de medicina, mas com hospitais-escola próprios, laboratórios de qualidade e que con-tenham no currículo a cadeira de Ética Médi-ca obrigatória, além da garantia de residência médica aos egressos e da aplicação do sistema de repetência, caso o aluno não tenha apren-dido a matéria de determinada cadeira. Hoje, ser dono dos cursos de medicina é um exce-lente negócio e a mercantilização de escolas prospera de maneira avassaladora. A maioria das escolas prepara mal e, mesmo assim, for-nece o diploma aos egressos.

Os Conselhos Regionais de Medicina fun-cionam como cartório: registram o diploma e dão a carteira profissional autorizando o exer-cício da medicina. Mas os CRMs têm também como função precípua a fiscalização do exercí-cio profissional e ninguém está tão a par dessa situação como os Conselhos.

Existem “Escolas” e “escolas” de medicina. Sem ferramentas adequadas para a avaliação externa da qualidade do ensino e sem critérios na abertura de novos cursos, a não ser os crité-rios políticos, muitas escolas correm o risco de sucateamento e a saúde da população terá seu atendimento comprometido.

Em São Paulo, o Cremesp promove, há vários anos, uma avaliação dos alunos. Em 2008, 61% dos graduandos não passaram por critérios mínimos exigidos para o exercício da profissão. Observem que a prova era para vo-luntários (provavelmente os melhores alunos) e no Estado onde está grande parte das melho-res escolas de medicina do País.

Cresce tanto o número de escolas que vati-cino que, dentro de poucos anos, grande parte dos cursos particulares não preencherão suas vagas e estarão fadados a mudar de ramo, in-dependentemente dos resultados do Enade e de cortes do número de vagas pelo MEC.

Pessoalmente, sempre fui contra o exame de habilitação obrigatório nos moldes seme-lhantes àquele que já existe para os advoga-dos. Hoje, sou obrigado a reconhecer a neces-sidade da Prova CFM/CRMs porque, como ocorreu no direito, desnudou-se a realidade e a precariedade das escolas.

É fundamental que prevaleça o interesse público. Caso eu venha a ter a oportunidade de ser removido para um hospital de aten-dimento de urgências, certamente a minha maior preocupação será por quem eu serei atendido. É perverso imaginar que colegas inexperientes são alocados nessas poucas va-gas disponíveis, onde deveriam estar profis-sionais qualificados. Deus me ajude e também ao resto da população.

Perda da credibilidadee dignidade da profissão médica

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Jornal do CRMMG 3Novembro / Dezembro de 2011

O médico ginecologista e obs-tetra, Manuel Maurício Gonçalves, termina seus 20 meses à frente do CRMMG no dia 31 de janeiro de 2011. Professor sênior da UFMG, membro da Academia Mineira de Medicina e do Instituto de História da Medicina, Manuel Maurício já havia sido pre-sidente do Conselho de 1995 a 1996, além de ter ocupado o cargo de pre-sidente da Associação dos Ginecolo-gistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) de 1981 a 1983.

As eleições internas que irão defi-nir a próxima diretoria do CRMMG acontecem no dia 12 de janeiro de 2012. O mandato dos conselheiros, eleitos pelos médicos do Estado, tem duração de cinco anos, nos termos do art. 41 do Regulamento, aprovado pelo Decreto 44.045/58. Sendo que uma mesma gestão tem três diretorias eleitas através de vo-tação realizada entre os conselheiros efetivos e suplentes, com mandato de 20 meses cada. A próxima gestão vai até 30 de setembro de 2013.

Relatório da GestãoJunho /2010a novembro/2011*

Processos,Sindicâncias e ConsultasNesse período, foram instau-

radas 490 consultas e 406 aprova-das; 914 sindicâncias instauradas e 1.015 julgadas; 239 processos éti-co-profissionais instaurados e 352 julgados.

Assessoria de ComunicaçãoForam editados sete jornais, 36

boletins eletrônicos, 10 informati-vos para os conselheiros, três re-vistas Médicos da Gerais e realiza-dos 22 eventos, entre cursos, aulas e palestras, além de assessoria nas demandas de mídia espontânea.

Em outubro de 2010, foi rea-lizada, em parceria com o CFM, campanha para o Dia do Médico: outdoors, chamadas institucionais em rádios e anúncios em jornais nas cidades da Grande Belo Hori-zonte, Juiz de Fora, Montes Claros,

Manuel Maurício Gonçalvesfaz balanço do mandato

Uberlândia e Governador Valada-res. Em 2011, a campanha foi em parceria com o CFM e AMMG com as seguintes peças: anúncios em jornais de 21 cidades do interior. Também foram enviados cartazes para os hospitais de médio e pe-queno porte, além de cartões pos-tais para todos os médicos.

Os destaques de 2011 foram o Fórum de Direito na Medicina re-alizado em maio e a entrega em 29 de setembro, da 1ª vez da Comenda Honra à Ética para 27 médicos de Belo Horizonte.

Educação MédicaContinuadaForam realizados 60 cur-

sos (ACLS, ATLS, FCCS, PALS, NALS, Trauma, Emergências obs-tétricas, Assistência ao parto) em Belo Horizonte e interior, totali-zando 1646 médicos capacitados. Além da 4ª edição do Curso de Atualização em Ética Médica, cre-denciado pela CNA.

Delegacias RegionaisDurante a gestão, 63 médi-

cos foram homenageados com a Comenda Honra à Ética no interior e 36 outros cursos, eventos científi-cos, encontros e palestras foram or-ganizados pelas Regionais.

FiscalizaçãoForam realizadas 578 vistorias e

fiscalizações, sendo 109 na capital e

469 no interior. Os agentes administrativos fizeram 610 visitas, sendo 184 em Belo Horizonte e 426 no interior.

InauguraçõesForam inaugurados, no dia 30 de setembro de 2011, os qua-

dros dos ex-presidentes cons. Geraldo Luiz Moreira Guedes e cons. Maurício Leão de Rezende na galeria de pinturas de ex--presidentes do CRMMG. No dia 28 de outubro, foi inaugu-rada, no hall de entrada da sede em Belo Horizonte, placa co-memorativa em homenagem ao centenário do ex-presidente do CRMMG, fundador e CRM nº1, Hilton Rocha.

AdministraçãoForam inscritos 3.366 médicos em Minas Gerais; 9.188 se

recadastraram e 3.679 registraram suas especialidades.No caso de Pessoas Jurídicas, foram 964 novas inscrições, to-

talizando 7.564 registros de estabelecimentos ativos; 6.312 reno-vações de certificados e 87 empresas tiveram o débito parcelado.

Compras e contratação de serviços – 43 procedimentos licitatórios, 1 convênio e 2.955 acompanhamentos de com-pra e serviços.

Durante os 20 meses de gestão, foi realizado concurso públi-co para contratação de novos funcionários. Inscreveram-se para dez cargos 1734 pessoas, sendo seis vagas para início imediato.

Em relação à gestão de pessoas, foram realizados 32 treina-mentos de funcionários (com duração de 1499 horas), sendo 79 participantes.

*A gestão atual vai até 31 de janeiro de 2012, mas o presente relatório contém os dados até 30 de novembro de 2011.

Cons. Manuel Maurício Gonçalves, presidente do CRMMG – Gestão jun/2010 a jan/2012

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Novembro / Dezembro de 2011Jornal do CRMMG4

Quando em um Processo, In-quérito ou Sindicância existe uma dúvida que envolve uma área es-pecífica do conhecimento, no nosso caso a Medicina, a Justiça pode se valer de uma pessoa com conheci-mentos da área para auxiliá-la com esclarecimentos, que é chamado “Perito Oficial”. Obedecendo aos princípios da equanimidade e de ampla defesa para cada parte, o polo ativo (autores) e o polo pas-sivo (réus) têm, respectivamente cada um, a possibilidade de indicar um perito, denominado “Assistente Técnico”, também coloquialmente chamado de “Perito da Parte”.

Para cumprir essa missão, o Pe-rito Oficial e o Assistente Técnico devem seguir os preceitos estabe-lecido pelos Códigos Processuais Civil e Penal, que funcionam como um “Manual de Perícias”, todos usa-dos em conjunto, um auxiliando o outro, preenchendo-lhes as lacunas.

Entretanto, a atividade de Peri-to Oficial não pode ser confundida com a de Assistente Técnico, seja qual foro se vincule, pois as suas conceituações são próprias e, em determinadas condições especiais, até mesmo opostas embora o ob-jetivo comum de ambas seria de busca da verdade como resposta à indagação jurídica.

O dispositivo legal do Código de Processo Civil (CPC) no seu artigo 421 § 1º, preceitua que incumbe ao Juiz a nomeação do Perito Oficial e também informa que incumbe às partes a indicação do Assisten-te Técnico em um prazo de cinco dias. Entende-se por PARTE tanto o autor como o réu na área Cível, reclamante ou reclamado na área

O médico comoassistente técnico judicial Emílio Bicalho Epiphanio

CRMMG 3.045 / Advogado dativo do CRMMG

Trabalhista, Indiciado em Inquéri-to Policial ou Denunciado no CRM. Não há, no artigo, a mais leve in-sinuação que as partes possam in-fluir na escolha feita pelo juiz ou autoridade. Eles, juizes, em seu âmbito judicante, decidem quem será o Perito Oficial.

Está implícito que a função do Assistente Técnico será a de man-ter o equilíbrio e a lisura do exame pericial, no nosso caso, médico. Ele funcionará como um observador da imparcialidade do Perito Oficial, e ao final do ato pericial, no prazo as-sinalado pela lei, apresentará o seu parecer e não um laudo. Laudo é a denominação reservada para o do-cumento emitido pelo Perito Oficial. O parecer, nesse conceito, se encon-tra explicitamente citado no artigo 433 do CPC, representando a livre opinião do Assistente Técnico. Cla-ro que o parecer, que é uma opinião fundamentada, tem em comum com o laudo do Perito Oficial o compro-misso com a verdade.

Em Medicina, como se sabe, há escolas com conceitos distintos abordando um problema médico e filiar-se a uma delas é perfeitamen-te correto. Não é de se espantar, portanto, que o Perito Oficial se filie a uma corrente médica doutrinária e o Assistente Técnico a uma outra divergente. Ambos apresentarão à autoridade sua versão e compe-te a ela, autoridade, decidir a que melhor aplica ao caso que se lhe apresenta. A versão mostrada pelo Assistente Técnico, sem falsidades, poderá ser adotada em detrimento da apresentada pelo Perito Oficial, e com isso, beneficiar o seu cliente. Há várias sentenças nesse sentido.

O Perito Oficial está compromis-sado com a imparcialidade; o As-sistente Técnico não tem essa obri-gação. Tem também o Perito Oficial o compromisso de não se encontrar na condição de impedimento. Isso não é exigido do Assistente Técni-co. Ressalte-se que ambos têm em comum o compromisso com a ver-dade, a retidão e a ética. A afirmati-va de que o Assistente Técnico não tem o compromisso nem com a im-parcialidade nem com a suspeição,

tem apoio no artigo 422 do CPC que informa que “os Assistentes Técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição”. Esclare-ço que o impedimento é a condição legal de não poder fazer a tarefa, como a suspensão do exercício pro-fissional pelo CRM; já a suspeição consiste na presunção de parcia-lidade, isto é, poderia ser parcial, não significando que obrigatoria-mente o será, como, por exemplo, o parentesco próximo. Em caso de se afirmar inverdade, tanto o Perito Oficial como o Assistente Técnico poderão responder pelo crime de falsa perícia, capitulado no Art. 432 do Código Penal (CP).

Lembra-se, ainda, que a remune-ração do Assistente Técnico caberá à parte que o indicou, por livre ne-gociação direta e pode ser combina-da como honorário médico, em va-lores dentro dos normas sugeridos pelo próprio CRM para cobrança de Ato Médico em tempo despendido no trabalho, dificuldade do ato, no-toriedade de quem o realiza e local onde o médico atuará. Já o Perito Oficial terá valores mediados pela autoridade, cabendo a ela fixar, ao final de negociações, o “quantum” deverá ser pago.

O Assistente Técnico, pode - e deve - orientar os advogados da parte que assessora qual a escola médica que mais benefício trará ao caso jurídico; deve esclarecer o ad-vogado e a parte quanto aos aspec-tos médicos da lide, sempre dentro da ética e da Verdade. Essa é a par-cialidade permitida.

Com esses princípios e fundamen-tos, lembramos que os médicos em geral e os Peritos Oficiais em especial devem reconhecer que o Assistente Técnico é um médico igualmente im-buído dos mesmos princípios éticos e deve ser respeitado e tratado como um colega no exercício da profissão médica pericial.

Recomendo que, em caso de eventual desagradável Processo Cível ou Administrativo, o médico não habituado às lides deve contra-tar um Advogado que conte com o auxílio de experiente Assistente Técnico na área médica.

Para cumprir essa missão,

o Perito Oficial e o Assistente

Técnico devem seguir os preceitos estabelecido

pelos Códigos Processuais Civil

e Penal, que funcionam como

um “Manual de Perícias”,

todos usados em conjunto,

um auxiliando o outro,

preenchendo-lhes as lacunas.

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Jornal do CRMMG 5Novembro / Dezembro de 2011

24º Congresso Brasileirode Ecocardiografia 8º Congresso do Departamento de Ima-gem Cardiovascular da SBC Data: 7 a 10 de março Local: São Paulo / SP informações: http://worldecho2012.com.br/

8º Congresso de Imaginologiada Mulher (CIM 2012) 16º Jornada Mineira de Radiologia Data: 8 a 10 de março Local: Belo Horizonte / MG Informações: http://www.cim2012.com.br/

6º Simpósio Mineiro deIntercorrências em Cirurgias Plásticas Data: 9 e 10 de março Local: Ouro Preto / MG Informações: (31) 3261 3873

5º Encontro Mineiro deMastologia Congresso Mineirode Câncer de Mama Data: 15 a 17 de março Local: Ouro Preto / MG Informações: www.cancerdemama2012.com.br

5º Congresso Mineirode Ginecologia e Obstetrícia 17º Congresso de Ginecologia e Obste-trícia da Região Sudeste 3º Colpominas - Jornada de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia Data: 11 a 14 de abril Local: Belo Horizonte Informações: www.cmgo2012.com.br

15º Encontro Brasileiro de TireoideData: 28 de abril a 1º de maioLocal: Natal / RNInformações: www.ebt2012.com.br

Agenda de Eventos

A Academia Mineira de Medi-cina (AMM) acaba de ganhar um novo membro: o conselheiro do CRM Renato Assunção Rodrigues da Silva Maciel tomou posse em sessão solene, como acadêmico titular da cadeira de número 16, em evento realizado no dia 24 de novembro, no auditório da Asso-ciação Médica de Minas Gerais. O novo titular foi saudado pelo aca-dêmico e também conselheiro, Cí-cero de Lima Rena.

Para o novo titular, “fazer parte dos quadros da AMM representa grande honra e distinção, já que a mesma é composta por pares que dignificam a Medicina, por constituírem-se em exemplos de competência técnico-científica, de dedicação à profissão, de formação cultural e de vivência ética/huma-nística, constituindo a AMM, ver-dadeiro paradigma para o exercício profissional”.

Cumprindo pré-requisito para admissão apresentou o trabalho “Estudo inter e intraobservadores da reprodutibilidade do diagnós-tico histológico da gastrite crônica de acordo com o Sistema Sydney modificado”, estudo de relevância na área da gastroenterologia, da endoscopia digestiva alta e da pa-tologia, em termos de diagnóstico e classificação da gastrite crônica e da infecção pelo H. pylori.

Conselheiro do CRMMG toma posse na Academia Mineira de Medicina

O novo acadêmico é da turma de 1976 da UFMG, onde também cursou as residências em Clíni-ca Médica e Anatomia Patológica, além do doutorado. É médico legis-ta aposentado, patologista em Belo Horizonte, sendo ainda professor de Patologia desde o término da re-sidência médica e conselheiro CRM há cinco anos.

O conselheiro Renato Maciel junta-se, assim, aos também con-selheiros do CRM membros titu-lares da AMM: Alcino Lázaro da Silva, Geraldo Caldeira, Cícero de Lima Rena e o atual presiden-te do CRMMG, Manuel Maurício Gonçalves.

Academia

A cadeira 16 da AMM tem como patrono o pediatra Celso Lobo Re-sende, sendo seu último ocupante o patologista Hugo Junqueira Sil-viano Brandão, promovido a mem-bro emérito.

O quadro social da Academia é composto por cem acadêmicos titu-lares, alguns eméritos e uns pouco honorários. Cada cadeira tem um patrono escolhido entre os notáveis da medicina mineira.

O ingresso nos quadros da AMM deve seguir uma série de exi-gências estatutárias. O candidato será indicado por um acadêmico,

titular ou emérito, devendo a indi-cação ser abonada por cinco outros. Deverá exibir vida profissional e pessoal ilibada, ter reconhecimento por parte da comunidade médica e não ter sofrido punições no CRM. Apresentará, ainda, trabalho cientí-fico inédito, impresso e depois em exposição oral, o qual é avaliado por comissão interna secreta desig-nada para esse fim. Se for aprovado nesses requisitos, será convocada a Assembleia Geral Extraordinária e o candidato deverá ser eleito com, no mínimo 30% dos votos, para ser aceito no quadro social. A indicação e seleção são feitas após falecimen-to de membro titular ou promoção à categoria de emérito.

O presidente da AMM e conselheiro do CRMMG, Geraldo Caldeira, parabeniza o novo membro, Renato Maciel

Crédito da foto: Clóvis Campos

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Jornal do CRMMG6 Jornal do CRMMG6 Novembro / Dezembro de 2011

Considera-se que o principal obje-tivo da residência é o aperfeiçoamento da competência profissional adquirida na graduação. Esse aperfeiçoamento consiste no treinamento em alguma especialidade médica; na aquisição progressiva de responsabilidade pelos atos médicos; no desenvolvimento da capacidade de iniciativa, de julgamen-to e de avaliação; na internalização de preceitos e normas éticas; e no desen-volvimento de espírito crítico.

Dentre os vários fatores que com-preende a residência médica, o papel do preceptor é um dos principais a ser considerado. Na história da educação médica, podemos sempre notar a figu-ra de um profissional mais experiente, que auxilia na formação profissional.

A palavra preceptor vem do latim praecipio, “mandar com império aos que lhe são inferiores”. Era aplica-da aos mestres das ordens militares, mas, desde o século XVI, é usada para designar aquele que dá preceitos ou instruções, educador, mentor, instru-tor. Mais tarde, passou a identificar alguém que educa uma criança ou um jovem, geralmente na casa do educan-do. Na literatura médica, encontram--se diferentes funções para o precep-tor, sendo essenciais as de orientar, dar suporte, ensinar e compartilhar experiências que melhorem a compe-tência clínica e ajudem o graduando e o recém-graduado a se adaptar ao exercício da profissão.

A importância eo papel dos preceptores

O preceptor deve assumir vá-rias atribuições nesse processo de formação que é a residência médi-ca. Algumas vezes, mostra o cami-nho, serve como guia. Outras, esti-mula o raciocínio e a postura ativa do residente. Muitas vezes plane-ja, controla o processo de apren-dizagem e analisa o desempenho. Mas também aconselha, usando de sua experiência, cuidando do crescimento profissional e pessoal do jovem médico.

Na grande maioria das vezes o preceptor tem a função de mode-rador na discussão de casos, esti-mulando o raciocínio clínico. Ele se utiliza de sua bagagem intelec-tual, de suas reflexões baseadas na experiência para desenvolver e es-timular o desenvolvimento, pelos residentes, da condução adequada da situação em questão. Essas dis-cussões não devem ser distantes dos pacientes, o que diminuiria as oportunidades de o residente de-senvolver habilidades à beira do leito e observar o preceptor em ação. Outra função do preceptor é observar o residente executando suas atividades. Essa postura per-mite oferecer feedback adequado ao neófito, além de levar em conside-ração a detecção de possíveis erros nas condutas com os pacientes.

Nesse ponto, torna-se impres-cindível pontuar a ação do precep-

tor na formação moral do residen-te. Aqui, também o preceptor não tem papel exclusivo de exemplo, modelo. Mas uma de suas funções é explicitar e oferecer valores que humanizam as relações e esperar que os residentes façam opção por eles. E isso não significa ir contra ao desenvolvimento do raciocínio crí-tico. Para que a formação ética não se transforme numa transmissão de valores e códigos, o preceptor deve se utilizar das situações diárias de seu próprio local de trabalho, ob-servando e discutindo os comporta-mentos e atitudes com o residente.

É fundamental que se entenda que o ensino médico não é apenas um repasse de conhecimentos. O profissional experiente deve ser aquele que faz o jovem em forma-ção honrar seus sonhos e pontos de vista. Ele pode trazer à tona o que o mais novo tem de melhor e ajudá--lo a desempenhar seu papel. O re-sidente deve saber tomar decisões, mas sempre sob a supervisão do preceptor, que precisa estar presen-te. Só se aprende medicina com o testemunho da presença. Valorizar o preceptor, inclusive financeira-mente, é uma forma de reconhecer a importância daquele profissional, não só para os residentes, mas, em última análise, para toda a popula-ção assistida pelos frutos daqueles ensinamentos.

Fernando Meira de FariaCRMMG 46.5901º. Tesoureiro da Associação Mineira de Médicos Residentes (AMIMER)

Página dos Residentes

Conheça os novos prazos para pagamento de anuidade e requerimento de desconto para Pessoa Jurídica em 2012.

Resolução CFM 1.979/2011 (Publicada no D.O.U. 13 dez. 2011. Seção I, p.224-225)

Prazo para pagamento da anuidade de Pessoa Jurídica: 31/01/2012.Prazo para o requerimento de desconto de 50%

(para as pessoas jurídicas que atendem aos requisitos do art. 5º da Resolução CFM 1.979/2011): 31/01/2012.

Atenção Nova data para pagamento de anunidade Pessoa Jurídica

Leia a íntegra da Resolução CFM 1.979/2011 no site do CRMMG (www.crmmg.org.br / Outros destaques)

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Jornal do CRMMGNovembro / Dezembro de 2011 7

Após oito encontros dedicados ao debate e compreensão da ética médica, totalizando uma carga horária de 16h, chega ao final a 4ª edição do Curso de Atualização em Éti-ca Médica. A atividade é promovida pelo Conselho Regional de Medicina em sua sede, na capital. Participaram do curso 30 pessoas, entre diretores clínicos, técnicos e presidentes de comissões de ética, médicos e demais interessados. Para a conselheira e coordenadora do curso, Cibele Alves, “a realização da 4ª edição do curso demonstra que a iniciativa se consolida, cada vez mais, como mecanismo de atualização e esclare-cimento da ética médica”.

A turma deste ano foi classificada pelos coordenadores como participativa, sendo ainda notada, nesta edição, a recorrência de vários ex-alunos que voltaram a frequentar o curso atraídos pelas discussões e escla-recimentos prestados durante a atividade. Para a próxima edição do curso, a consa. Cibele afirma que esta em busca de parce-rias. “Queremos inovar um pouco e trazer experiências de fora do conselho para nos-sos alunos”, ressalta a coordenadora.

Os participantes que durante o curso obtiveram frequência mínima de 70% rece-

berão uma caixa de DVDs com as aulas na íntegra, além de certificado. De acordo com a coordenadora do curso, a entrega do ma-terial e dos certificados “depende da finali-zação dos DVDs, normalmente fazemos a entrega no final do mês de janeiro”. “Todos os alunos do curso serão avisados com an-tecedência”, afirma a conselheira.

As inscrições para a próxima edição do curso serão abertas no início do segundo semestre e vão até o final de agosto. O cur-so normalmente começa no início de se-tembro, mas a data ainda não foi fechada.

Crédito e certificaçãoO conselheiro e também coordenador

do curso, Cícero de Lima Rena, salientou a importância dos dez pontos creditados ao médico pela Comissão Nacional de Acre-ditação (CNA). “Sendo que, para efeito de certificação, o médico poderá acumular apenas 40 pontos por ano, quem concluir o curso já terá garantido ¼ dos créditos anu-ais permitidos”. Os créditos são necessários para a obtenção do Certificado de Atualiza-ção Profissional (CAP), que tem validade de cinco anos. O CAP é um documento padrão emitido pela Associação Médica Brasileira e

Sociedades de Especialidade que atesta os novos conhecimentos do médico, habilitan-do-o ao exercício de sua especialidade.

Os médicos que obtiveram Título de Es-pecialista ou Certificado de Área de Atua-ção, a partir de janeiro de 2006, têm de ob-ter o CAP a cada cinco anos, sob pena de perda do registro desses documentos. A participação dos demais especialistas é op-cional. Para obter o CAP, o médico especia-lista tem de acumular cem pontos ao longo de cinco anos, participando de diferentes atividades de atualização, devidamente credenciadas pela CNA.

Termina 4º Curso de Atualização em Ética Médica do CRMMG

CurtasConheça algumas ações de nossos conselheiros

• No dia 4 de outubro, o presidente do CRMMG, Manuel Maurício Gonçalves, e o 1º secretário, João Batista Gomes Soares, parti-ciparam, no hospital Vila da Serra, de reunião sobre Certificado de Acreditação Canadense. No dia 10 de outubro, eles participaram do II Fórum Nacional de Urgência e Emergência do CFM em Brasília. No dia 17 de novem-bro, os dois conselheiros estiveram presentes também no 1º Congresso Mineiro de Atenção Primária à Saúde em Juiz de Fora. O presi-dente participou da mesa de abertura e o 1º secretário como palestrante.

• No dia 13 de outubro, o presidente do CRMMG e o 2º secretário, José Luiz Fonseca Brandão, participaram da posse da diretoria clínica do IPSEMG.

• O 1º secretario do CRMMG, João Batista Soares foi à cidade de Santos Dumond, no dia 24 de outubro, para encontro com a represen-tante do CRMMG local, Fátima Ferreira Bentes Novais e com o corpo clínico do hospital local para discutir o atraso no repasse de honorá-rios médicos; e no dia 26, foi à Uberlândia para XXII Semana Científica da Medicina. No dia 4 de novembro, aconteceu o I Fórum de Defesa Profissional do Médico em Cataguases com

a presença do 1º secretário do CRMMG e no dia 14, o 16º Congresso Brasileiro de História da Medicina em Ouro Preto, no qual ele parti-cipou de mesa redonda.

• Nos dias 16 e 21 de novembro, cons. João Batista foi à cidade de João Monlevade para reuniões no Hospital Margarida com o objetivo de discutir atraso no pagamento dos médicos e condições de trabalho.

• O plano de carreira do médico do Estado foi tema da reunião com o Secretario de Saú-de do Estado de Minas Gerais, Antônio Jor-ge de Souza Marques com o presidente do CRMMG e o 1º secretário.

• Aconteceu em Montes Claros nos dias 04 e 05 a Jornada Integrada de Pediatria com apoio do CRMMG. O conselheiro do CRMMG, Itagiba de Castro Filho, participou com a pa-lestra “Ética: é preciso”.

• O cons. Itagiba participou no dia 18 de novembro de audiência Pública sobre a assis-tência do SUS e o funcionamento do Hospital São Vicente de Paulo em Araçuaí, convoca-da pelo Ministério Público de MG. Participa-ram da audiência pública, além do promotor

de Justiça e outras autoridades da região, o coordenador do Centro de Apoio Operacio-nal das Promotorias de Defesa da Saúde em Minas Gerais, Gilmar de Assis, e o diretor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS/Denasus de Minas Gerais, João Batista da Sil-va e o Itagiba de Castro Filho.

• No dia 29 de novembro, o cons. Melicé-genes Ribeiro Ambrósio representou o presi-dente do CRMMG na inauguração da Dele-gacia Sindical do Sinmed-MG em Uberlândia.

• O delegado da regional de Juiz de Fora, cons. José Nalon de Queiroz, se reuniu no dia 16 de outubro com a 20ª Promotoria de Saú-de para discutir os plantões de sobreaviso. No dia 24 de outubro, o conselheiro, juntamente com os conselheiros Cícero de Lima Rena e Jairo Antônio Silvério participaram de encon-tro na Santa Casa de Santos Dumont para discussão do futuro da Instituição.

Os alunos puderam debater temasrecorrentes no trabalho médico

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Jornal do CRMMG8 Novembro / Dezembro de 2011

O anúncio de que a maioria dos cortes de vagas nos cursos de medicina do país estão em Minas Gerais é a comprovação de que o Ministério da Educação (MEC), fi-nalmente, constatou o que já vinha sendo denunciado pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRMMG) há mais de um ano: vários cursos de medicina do Estado não têm condições de for-mar médicos capacitados para o exercício da profissão. “Estamos vivendo em Minas Gerais uma situação que vai da politicagem inconsequente à irresponsabili-dade social. Somos agora o vice--campeão do Brasil em número de escolas de medicina: temos 28. (...) Podem até acusar o Conselho de corporativo e de prática de reser-va de mercado, mas o que defen-demos é um ensino de qualidade, não precisamos de médicos em quantidade”, escreveu no jornal do CRMMG o 1º secretário, João Batista Gomes Soares (presidente da instituição na data) em artigo publicado na edição 27, de janeiro/fevereiro de 2010.

Os cursos de medicina repro-vados em avaliação do MEC são alvo de corte de vagas e de super-visão especial. Em todo o país, 514 vagas serão suspensas em 16

Minas Geraisinstituições de ensino superior particulares. Minas concentra o maior número de faculdades e universidades, com nove escolas e 254 vagas.

A redução para os cursos de medicina é válida a partir do ano que vem e as instituições são obri-gadas a diminuir as vagas nos ves-tibulares. A suspensão, publicada no dia 17 de novembro no Diário Oficial da União, faz parte das medidas cautelares para gradu-ações que receberam nota menor que 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), cuja nota máxima é 5. Esse indicador é uma referência de qualidade que leva em conta o rendimento dos alunos no Exa-me Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e variáveis como a titulação dos professores, a infraestrutura da instituição e os recursos didático-pedagógicos para aprendizagem.

Em Minas, cinco receberam nota 3 que é considerado satisfatório (nota mínima para aprovação) e oito cursos não foram avaliados.

Sem nota 5

Nenhum curso de medicina em Minas ou no Brasil recebeu nota máxima (5). Das 177 graduações

avaliadas, 34 receberam nota 4; 83 nota 3; e as demais ficaram abaixo da média. Na lista das melhores mineiras estão as universidades federais do Triângulo Mineiro (UFTM), no 1º lugar de Minas e 5º do Brasil; de Uberlândia (UFU); de Minas Gerais (UFMG); e de Juiz de Fora (UFJF).

Entenda o que aconteceu

Em 2008, teve início a supervisão em 17 cursos de medicina em todo país que tiveram conceitos inferio-res a 3 no Enade. Uma comissão de especialistas na área médica, presi-dida pelo médico Adib Jatene, foi formada para acompanhar o pro-cesso e supervisionar a qualidade dos cursos.

Os principais aspectos verifica-dos pela comissão foram: a orga-nização didático-pedagógica do curso; a integração do curso com o sistema local e regional de saúde; a carga horária que o aluno desen-volverá na rede do Sistema Único de Saúde (SUS); o corpo docente, incluindo titulação e regime de tra-balho; a composição e atuação de núcleo docente estruturante e as condições de oferta das disciplinas de práticas médicas, em especial o estágio curricular.

Corte de vagas = 9,4%das vagas totais em MG

Fonte: Jornal Estado de Minas

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Jornal do CRMMG 9Novembro / Dezembro de 2011

é o Estado com maior corte devagas nos cursos de Medicina

NOME Município CPC Faixa

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO ALFENAS 3

CENTRO UNIVERSITÁRIO PRESIDENTEANTÔNIO CARLOS DE ARAGUARI ARAGUARI 1

FACULDADE DE MEDICINA DE BARBACENA BARBACENA 2

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE BELO HORIZONTE *

FACULDADE DE CIÊNCIASMÉDICAS DE MINAS GERAIS BELO HORIZONTE 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS BELO HORIZONTE 4

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO BELO HORIZONTE 2

UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE BELO HORIZONTE 2

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA CARATINGA 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI DIVINÓPOLIS *

INSTITUTO METROPOLITANODE ENSINO SUPERIOR IPATINGA 2

FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ ITAJUBÁ 2

UNIVERSIDADE DE ITAÚNA ITAÚNA *

CENTRO UNIVERSITÁRIO PRESIDENTEANTÔNIO CARLOS JUIZ DE FORA

JUIZDE FORA 2

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICASE DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA

JUIZDE FORA 3

FACULDADES INTEGRADAS PITÁGORAS MONTES CLAROS *

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MONTES CLAROS 3

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS MONTES CLAROS 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO OURO PRETO *

FACULDADE ATENAS PARACATU *

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS PATOS DE MINAS *

UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ POUSO ALEGRE 2

UNIVERSIDADE DE UBERABA UBERABA 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO UBERABA 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA UBERLÂNDIA 4

FACULDADE DA SAÚDE E ECOLOGIA HUMANA VESPASIANO 2

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA VIÇOSA *

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA JUIZ DE FORA 4

Conheça as notas dos cursos de medicina de Minas Gerais

Conceito Preliminar de Curso

Este conceito foi criado para agregar critérios objetivos de qualidade e excelência dos cursos ao processo de avaliação da educação superior.

Sua nota vai de 1 a 5 e é um indicador prévio da situação dos cursos de graduação. Para que esses valores demonstrem efetivamente a qualidade e excelência de um curso, comissões de avaliadores reali-zam visitas locais para concordar ou alterar o conceito obtido.

O CPC é divulgado anualmente junto com os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade.

Cursos que obtiveram nota 1 e 2 serão, automaticamente, incluídos no cronograma de visitas dos avaliadores do Inep. Os demais, com conceito igual ou maior que 3, podem optar por não receber a visita dos avaliadores e, assim, transformar o CPC em conceito permanente.

Consolidando o processo de avaliação, os cursos com conceito 5 se-rão considerados de excelência, devendo ser vistos como referência. O conceito permanente servirá como referência para o processo de regulação dos cursos de graduação no país.

Como é composto o CPC?

É uma medida de contribuição do curso para a formação do aluno – ele combina diferentes medidas da qualidade do curso. O Conceito Preliminar de Cursos – CPC é composto de:

I) desempenho dos concluintes no Enade;

II) desempenho dos ingressantes no Enade;

III) diferença entre os Desempenhos Esperados e Observados (IDD)

IV) qualidade do corpo docente;

V) infraestrutura escolar e organização didático-pedagógica.

Qual é o objetivo?

Fornecer uma medida de qualidade dos cursos de graduação, de modo a subsidiar o processo de supervisão e regulação.

Por que foi criado?

O CPC foi criado em 2008 com o objetivo de subsidiar as vistas in loco para renovação de reconhecimento dos cursos. Inicialmente, a ideia é que cada curso de graduação receberia uma visita de especialistas de três em três anos com vistas à renovação de reconhecimento. Com o tempo, percebeu-se ser uma tarefa de fato impraticável, tendo em vista a grande quantidade de cursos. É nesse contexto que aparece o CPC para orientar e tornar mais eficientes estas visitas. A ideia é que só recebem visitas cursos com CPC para orientar e tornar mais efi-cientes estas visitas. A ideia é que só recebem visitas cursos com CPC menor do que 3 – desta forma, as visitas são canalizadas para aqueles cursos que parecem ser de qualidade inferior. O CPC é calculado de três em três anos tendo por base o Ciclo Avaliativo do ensino superior.

O que é o ConceitoPreliminar de Curso?

Após o prazo para cumprimento das medidas, o MEC determinou o corte de vagas nos cursos que não apresentaram as melhorias e garan-tias de qualidade exigidas.

CFM avalia resultados

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), o resultado da avaliação do Ministério da Edu-cação (MEC) sobre o desempenho das instituições de ensino supe-rior comprova a crise do ensino da Medicina no país. De acordo com o órgão, “a má qualidade do ensino médico atingiu nível pre-ocupante que exige a adoção de medidas pela sociedade e pelas autoridades.”

Em nota que será encaminhada ao MEC, a instituição ressalta que “o quadro descortinado pelo CPC denota a prevalência de interesses econômicos e políticos sobre a pre-ocupação legítima com a qualidade da formação de futuros médicos. De 2000 a 2010, o número de esco-las médicas pulou de 100 para 181. Das que entraram em funciona-mento, 72,5% (58 escolas) são pri-vadas e visam ao lucro”.

Apontam ainda na carta que “a multiplicação dessas institui-ções não solucionou a povoação de médicos nos locais desassisti-dos e sequer melhorou a qualida-de daqueles ali formados. Não há dúvida que número importante

das escolas médicas em atividade está sem condições ple-nas de funcionamento, seja em termos de instalações, seja em termos de conteúdo pedagógico, incluindo aí questões ligadas aos corpos docentes”

O CFM destaca que o baixo desempenho afeta, principal-mente, a população que fica a mercê da assistência oferecida por indivíduos com formação deficiente.

“Esperamos rigor e seriedade na formação do médico bra-sileiro, eliminando as distorções no ensino que prejudicam toda a sociedade. Somente assim, o país poderá contar com uma assistência de qualidade tanto na rede pública, quanto privada”, diz a entidade.

* A escola não foi avaliada pelo MEC.

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Jornal do CRMMG10 Novembro / Dezembro de 2011

CENTRO UNIVERSITÁRIO PRESIDENTEANTÔNIO CARLOS DE ARAGUARI Cidade: AraguariNota CPC: 1

“A nota baixa no Enade e no CPC refletem a importância da ava-liação dos concluintes tanto na prova Enade e na sua opinião sobre a faculdade. Como havia uma relação bastante conflituosa entre os concluintes da primeira turma formada (que fizeram o Enade) e a ges-tão da faculdade, houve não comprometimento dos alunos e mesmo boicote ao fazerem a prova, como forma de protesto”.

FACULDADE DE MEDICINA DE BARBACENACidade: BarbacenaNota CPC: 2

Até o fechamento da edição do jornal não enviou resposta.

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANOCidade: Belo HorizonteNota CPC: 2

“Este resultado nos surpreendeu. Nossa realidade é superior a este conceito. Nosso curso é jovem, contemporâneo e de muito boa qualidade. Temos um corpo docente e um corpo de supervisores atu-antes e comprometidos com a proposta pedagógica. Nossos estudan-tes acreditam na escola e se orgulham dela. Por isso, posso afirmar: esse CPC não nos representa. Receberemos a visita dos avaliadores do Inep/MEC e reverteremos este conceito. É fundamental destacar que o Enade é uma prova teórica que consta de 30 questões que ava-liam o componente específico da formação médica e, infelizmente, não avalia a prática de habilidades psicomotoras e comportamento (desempenho clínico) do futuro médico”.

UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE (UNINCOR) Cidade: Belo HorizonteNota CPC: 2

Até o fechamento da edição do jornal não enviou resposta.

INSTITUTO METROPOLITANO DE ENSINO SUPERIORCidade: IpatingaNota CPC: 2

“Em 2007, iniciou-se debate institucional sobre a necessidade de reformulação do Projeto Pedagógico do Curso de Medicina do IMES, implantado em 2008, com diversos aprimoramentos, como inserção precoce do aluno nos serviços de saúde, atividades práticas com pe-quenos grupos de alunos e elevada carga horária, interdisciplinarida-de, dentre outros. Sabemos que as mudanças irão refletir em um me-lhor desempenho somente na próxima avaliação, em 2013, entretanto podemos deduzir que o caminho está correto, pois o desempenho no Enade do nosso ingressante foi superior à média nacional, assim como a proporção de respostas A/B, referentes à infraestrutura, de 0,98,

quando a média nacional foi 0,73 e a proporção de resposta A, referente à or-ganização didático-pedagógica, de 0,66 e a média nacional de 0,49. Entendemos a importância da avaliação externa, no Exame Nacional de Desempenho de Es-tudantes (Enade), componente do Siste-ma Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Certamente, se o de-sempenho do aluno tiver alguma reper-cussão para ele e não somente para a escola, o desempenho poderá melhorar e mostrará uma visão mais realista da formação profissional recebida”.

FACULDADE DEMEDICINA DE ITAJUBÁCidade: ItajubáNota CPC: 2

“O Inep divulgou os índices de ren-dimento (IGC e CPC) de parte das Insti-tuições de Ensino Superior (IES) obtidos pelo Enade. A Lei 10.861 que instituiu o Sinaes, no seu Art. 9, determina que haja divulgação do resultado da avaliação das IES, no entanto nesta lei não há menção sobre os Indicadores IGC (Índice Geral de Cursos) e CPC (Conceito Preliminar de Curso). Esses indicadores não inte-gram o Sinaes. Não são conceitos e, sim, apenas indicadores, conforme confirmou em 2008 a presidente da Conaes (Comis-são Nacional de Avaliação da Educação Superior) em entrevista à revista “Ensi-no Superior”. Esses indicadores não são suficientes para aquilatar a qualidade de um curso ofertado por uma instituição. Na melhor das hipóteses, poderiam dar pistas para o MEC avaliar. A Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt) não piorou do ano passado para o corrente. Se mu-danças ocorreram nestes últimos anos, foi sempre para melhor. No primeiro se-mestre de 2010, a instituição passou por uma avaliação in loco realizada por uma equipe do MEC a qual esteve por uma se-mana realizando a perscrutação dos seus vários segmentos. O resultado foi nota fi-nal três. Esta nota tem indubitavelmente um peso maior que uma avaliação pontu-al, subjetiva, que levou em consideração a opinião de egressos do curso para emitir um parecer sobre o mesmo”.

CENTRO UNIVERSITÁRIOPRESIDENTE ANTÔNIOCARLOS JUIZ DE FORACidade: Juiz de Fora Nota CPC: 2

“A direção da Faculdade de Me-dicina da Universidade Presidente Antônio Carlos, campus VI, Juiz de Fora (FAME/UNIPAC/JF), está aguar-dando os procedimentos que serão apontados pelo MEC para a adequa-ção do curso e retorno das vagas. A FAME/UNIPAC/JF acabou de passar por uma avaliação in loco da comissão de especialistas em ensino médico do

MEC, presidida pelo Dr. Adib Jatene, que, além de atestar a qualidade do curso, deliberou a favor da manuten-ção do número de vagas existentes.”

UNIVERSIDADEDO VALE DO SAPUCAÍCidade: Pouso AlegreNota CPC: 2

“A nota individual não é pública, o aluno não carrega o peso de seu desem-penho em seu histórico ou em lugar al-gum. No entanto, a nota individual do aluno soma-se a nota de seus colegas para compor o CPC de seu curso, este sim é público e conceitua preliminarmente o curso. A escola carrega sozinha o peso da avaliação individual de seus alunos, expressa na forma de CPC. Nossa escola estava devidamente preparada para ava-liação conforme cronograma do MEC. No entanto, no ano passado, o Inep teve a prova do Enem roubada, o que forçou a mudança da data da prova do Enem que, por consequência adiou a data do Enade em todo o país. A nova data para a realização do Enade coincidiu com o domingo na sequência ao baile de for-matura dos alunos concluintes do nosso curso, os mesmos concluintes que deve-riam submeter-se o Enade. Conclusão: Avaliação dos concluintes confirmada para o final do baile de formatura, onde o desempenho pessoal não teria impac-to negativo “direto” no aluno. Avaliação foi realizada em condições inadequadas. Não refletiu as realidades do curso e de seus concluintes. A Faculdade de Medi-cina de Pouso Alegre foi vítima desta sé-rie de contingências que culminaram em uma avaliação como curso insuficiente, conceito preliminar de curso nota 2”.

FACULDADE DA SAÚDE E ECOLOGIA HUMANACidade: VespasianoNota CPC: 2

“As notas outorgadas pelo MEC na renovação do reconhecimento do curso de Medicina foram: Corpo docente, dis-cente e técnico administrativo: 3 - Projeto Pedagógico: 3 - Estrutura física: 4. A Faseh possui Comissão Própria de Avaliação (CPA) com atuação efetiva. A nota obtida no Enade 2010 deve ser atribuída aos alu-nos que “participaram” do exame. Após a divulgação da nota, a Faseh solicitou ime-diatamente nova vistoria do MEC para renovação do reconhecimento do curso de Medicina, afim de que não pairasse dúvidas ou questionamentos sobre a qua-lidade do ensino por ela oferecido.

Reafirmamos nossa confiança na Instituição e na qualidade dos alunos formados por ela, alunos estes que têm sido elogiados em sua participação no Sistema Único de Saúde (SUS) através de seus gestores, e que estão presentes nos Programas de Residência Médica mais conceituados de nossa região”

Em Minas Gerais foram vistoriadas 14 escolas, das quais nove tive-ram vagas diminuídas, somando 254 vagas.

Do total de 28 cursos de medicina, oito não foram fiscalizados e dos 20 fiscalizados, seis tiveram nota superiro a 3 (três), oito tiveram nota 3(três) e nenhum nota 5 (cinco). A nosso ver, o critério de avaliação foi dependente, já que escolas muito diferentes receberam mesma nota. Uma faculdade que tem hospital escola, residência médica e pesquisa recebeu a mesma pontuação que outra desprovida desses recursos es-senciais para o ensino da medicina.

Vale ainda lembrar que das oito escolas não fiscalizadas, a maioria não tem boas condições para o ensino.

Em relação às considerações feitas pela maioria das Instituições que obtiveram pontuação abaixo de 2 (dois) culpando os alunos pela nota, cabe ressaltar duas questões: às mesmas devem avaliar que tipo de alu-no está compondo seu corpo acadêmico e ainda os motivos que gera-ram o protesto (são legítimos ou não?).

Cons. João Batista Gomes Soares, 1º secretário do CRMMG

Nota CRMMG

Escolas médicascomentam reprovação no MEC

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Jornal do CRMMG 11Novembro / Dezembro de 2011

Os modelos de gestão e de fi-nanciamento do SUS são temas frequentemente revisados em de-bates e reflexões. Agora, a subco-missão especial destinada a tratar do financiamento, reestruturação da organização e funcionamento do SUS na Câmara dos Deputa-dos emitiu um relatório com foco na integralidade e na população referenciada, propondo uma re-forma sanitária e gerencial no SUS. O documento foi aprovado pela Comissão de Seguridade So-cial e Família em 23 de novembro. O texto servirá como referência na Câmara sobre o tema.

O relatório do deputado esta-dual Rogério Carvalho (PT-SE) concluiu que o Brasil gasta pouco com saúde pública, cujos gastos representam 45% dos gastos to-tais em saúde e favorecem os 190 milhões de brasileiros. Já os gas-tos privados - planos e seguros de saúde e consultas particulares - somam 55% dos gastos totais.

Segundo a Organização Mun-dial da Saúde (OMS), sistemas de cobertura universal, como no Bra-sil, demandam entre 6,5% e 7% do Produto Interno Bruto (PIB) de investimento. No caso brasi-

leiro, somando-se os gastos das três esferas de governo, chega-se a pouco mais de 3,6%, um valor próximo à metade do necessário.

Para o conselheiro federal e es-tadual Hermann Alexandre, com a aprovação da Emenda 29, “apesar de não ser como esperávamos, foi definitivamente sepultada a Con-tribuição Social para a Saúde, uma CPMF disfarçada. Na regulamenta-ção da emenda definiram-se as des-tinações, acabando com os desvios para saneamento, obras, despesas com pessoal etc. Esperamos agora a atuação do Congresso Nacional nos Projetos de Lei que estão em andamento, tais como salário mí-nimo do médico (PL nº 3.734/2008), concurso público e plano de cargos e salários e vencimentos”.

SubcomissãoInstalado em abril deste ano, o

grupo, formado por seis deputa-dos federais e seus suplentes, bus-cou elementos norteadores para a efetividade e o planejamento do SUS. O relatório critica a deman-da pelos procedimentos especia-lizados e de alto custo e a forma verticalizada de pagamentos por procedimentos, defendendo a de-

finição da proposta orçamentária de acordo com as necessidades de cada local. “É preciso estabelecer a responsabilidade de cada ente fe-derado. Tendo um mapa dos servi-ços que precisam ser oferecidos, os recursos serão destinados de acor-do com este fim”, explicou o rela-tor, deputado Rogério Carvalho.

Um dos destaques do relatório é a gestão dos recursos humanos, que fala em competência, quanti-dade e distribuição territorial. A pesquisa Demografia Médica do Brasil, divulgada pelo CFM e pelo Cremesp, reforça essa necessidade. O Brasil conta com uma razão de 1,95 médicos por grupo de 1.000 habitantes. Contudo, esse índice flutua nos Estados. Minas Gerais, o sexto estado na lista, tem 1,97 médi-cos por 1.000 habitantes, enquanto o Maranhão tem 0,63 médicos para o mesmo número de pessoas.

Algumas das recomenda-ções do relatório:

• Criação de novas carreiras e novas vagas com a distribuição es-pacial dos profissionais

• Definição de uma estratégia de substituição da força de traba-lho contratada de forma precária

• Criação do Conselho Nacio-nal de Gestão do SUS, além de con-selhos estaduais e regionais

• Criação de fontes estáveis de financiamento como o imposto sobre grandes fortunas; o aumen-to da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das institui-ções financeiras e a tributação da remessa de lucros para o exterior, entre outros.

• Responsabilização sanitária pactuada firmada em contrato de ação pública.

Relatório busca novosrumos para o SUS no Brasil

Cerca de 10% dos candidatos inscritos no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médi-cos expedidos por Universidades Estrangeiras (Revalida), do Mi-nistério da Educação, em 2011 fo-ram aprovados. Dos 677 inscritos no processo, 65 terão os diplomas revalidados. O objetivo do exame é padronizar o processo de reva-lidação de diplomas.

A Associação Médica Brasi-leira, em nota, esclareceu que não é contra médicos formados no exterior trabalharem no Bra-sil, porém destaca ser necessário que a documentação de todos os profissionais, formados em qualquer país do mundo, seja validada de acordo com as nor-mas vigentes no país. O CFM, também em nota, ressaltou a pertinência do Projeto ao estabe-

lecer parâmetros claros e equâ-nimes, tomando por base o per-fil do médico recém-formado no Brasil, para promover uma ava-liação efetiva dos candidatos.

No projeto-piloto, em 2010, dos 628 inscritos, apenas dois foram aprovados. À época, o CFM posicionou-se favorável à criação do exame e de possíveis ajustes que se fizerem necessá-rios: “a natureza experimental do Projeto-Piloto e seu inedi-tismo em nosso país como pro-cesso certificador da aptidão ao exercício profissional de médi-cos graduados no exterior valo-rizam o papel de todas as suas etapas. No entanto, consideran-do seu caráter experimental, não descartamos a possibilidade de discutir a realização de ajustes ao longo desse processo”.

FavorecimentoO governo federal está pro-

pondo a criação de um curso pre-paratório gratuito para os alunos oriundos da Escola Latino-Ame-ricana de Medicina (Elam), em Cuba, com a inclusão no currículo de matérias não abordadas na fa-culdade cubana. Os alunos teriam direito, ainda, a uma ajuda de custo. Porém, as entidades médi-cas nacionais são contrárias ao fa-vorecimento de alguns médicos. Para o conselheiro do CRMMG e do CFM, Hermann Alexandre, a baixa qualidade do ensino minis-trado em grande parte das esco-las de países da América Latina e Central é evidente pelos resulta-dos do Revalida. “Apesar dos cri-térios terem sido modificados pelo Ministério da Educação na redu-ção da nota média necessária e na

proficiência da língua portuguesa (atualmente em nível médio e não avançado), o resultado demonstra que, obrigatoriamente, as regras para universidades estrangeiras devem ser idênticas, como reza a legislação vigente. Não poden-do abrir mão da obrigatoriedade desse exame de equivalência para o exercício da medicina do país”, esclarece o conselheiro.

Outro caso condenado pelas entidades médicas é o uso, por algumas faculdades, da equiva-lência curricular para certificar diplomas de graduados no ex-terior. A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi denuncia-da pelo CRM-PB ao Ministério Público Federal por adotar um sistema de avaliação falho. A Universidade optou, então, em adotar o Revalida.

Revalida: entidades médicas são contra o favorecimento

Página do CFM

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Jornal do CRMMG Novembro / Dezembro de 201112

DelegaciasEducação continuada paraginecologistas e obstetras

Entre os dias 4 e 5 de novembro, a Delegacia do CRMMG em Varginha re-alizou, no Colégio Marista, o curso de Emergências Obstétricas, uma parceria entre o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais e a Associação de Gi-necologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig). A abertura do evento ficou por conta do delegado regional do CRMMG em Varginha, conselheiro Luiz Henrique de Souza Pinto. A iniciativa integrou mé-dicos oriundos de municípios como Três Corações, Campanha, Elói Mendes, Alfe-nas, Poços de Caldas e Belo Horizonte.

No decorrer do curso, os profissionais médicos tiveram contato com conteúdos teóricos e práticos atualizados, o que os torna preparados para lidar com essas situ-ações, caso ocorram no cotidiano da pro-fissão. Ministrados pelos médicos Renato Ajeje, Adriana Wagner e José Sérgio Tavela Júnior, os conteúdos foram divididos em quatro módulos, abrangendo teoria e prá-tica. Foram abordados temas como aco-lhimento da mulher em trabalho de parto e parto em situações especiais - eclâmpsia e insuficiência respiratória aguda.

Com o objetivo de capacitar os diretores clínicos e técnicos e membros das Comis-sões de Ética das instituições de saúde das cidades do interior do Estado, o CRMMG promoveu o encontro “Atribuições da Dire-toria Clínica e Diretoria Técnica, Comissão de Ética Médica e Regimento Interno”, mi-nistrado pelo conselheiro do CRMMG José Luiz Fonseca Brandão. A abertura do en-contro foi feito pelo delegado do CRMMG em Poços de Caldas e conselheiro José Tasca. A capacitação foi realizada no dia 22 de setembro, no salão da sede da AMMG em Poços de Caldas, e contou com a pre-sença de 24 médicos e sete profissionais entre advogados, enfermeiros e setor ad-

ministrativo de hospitais da região. Ao final, os presentes puderam debater e esclarecer questões levantadas no decorrer da pales-tra do conselheiro José Luiz.

“Divulgar as alterações das resoluções sobre Comissão de Ética e Diretoria Clínica e destacar a importância da Comissão de Ética Médica nas instituições de saúde são ações que estão dentro do papel do Con-selho”, salienta o conselheiro.

Além de temas como “As competên-cias dos diretores clínicos e técnicos”, os participantes assistiram também palestras sobre “A elaboração do Regimento Interno do Corpo Clínico” e, ao final, debateram os assuntos entre si.

CRMMG orienta diretores e comissões deética em Poços de Caldas

Pediatras de Uberlândia fazem curso do CRMMG

O município de Uberlândia também recebeu, no auditório da Sociedade Médica de Uberlândia, entre os dias 18 e 19 de no-vembro, mais uma edição do “Curso de Atualização em Pediatria: Urgência e Emergência”. O curso foi ministrado pelos médicos da SMP de Belo Horizonte Leonardo Falci Mourão, Fábio Augusto de Castro Guerra, Paulo Tadeu de Mattos Pereira Poggiali e Marli Marra de Andrade em conjunto com os professores de Uberlândia Saulo Rodrigues Júnior e Gisele Barbosa e Silva.

Entre outros, foram abordados os temas: Diarreia Aguda, Sep-se Neonatal e Constipação Intestinal. Ao todo, participaram da ati-vidade 35 médicos da região conhecida como Triângulo Mineiro.

Curso de Atualização em Itajubá O CRMMG, cumprindo com o seu

compromisso de oferecer permanen-temente atualização para os médicos do Estado por meio do seu Programa de Educação Continuada, promoveu o curso de “Atualização em Pediatria - Ur-gência e Emergência” em parceria com a Sociedade Mineira de Pediatria. O cur-so teve carga horária de 5 horas e foi realizado na faculdade de Medicina da cidade de Itajubá nos dias 23 e 24 de setembro sob a coordenação da Dele-

gacia Regional do CRMMG em Itajubá. Ministraram palestras os médicos da

Sociedade Mineira de Pediatria, Leonar-do Falci Mourão, Jorge Andrade Pinto, Marcus Angelus Januzzi de Oliveira e Luciano Amedée Peret Filho. Os prin-cipais temas aboradados foram: Crian-ça na Urgência, Crise Aguda de Asma, Anafilaxia, entre outros. Participaram médicos e residentes de pediatria, com atuação na área, que vieram de cidades como Lambari, Pouso Alegre, Brasópo-lis, São Lourenço e Itajubá.

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O pediatra Leonardo Falci Mourão explanando sobre o Exame Clínico na Urgência durante o curso

O conselheiro José Luiz Brandão orientando diretorese comissões de ética em Poços de Caldas

Page 13: Jornal CRMMG 38

Jornal do CRMMG 13Novembro / Dezembro de 2011

DelegaciasAtestado de óbito e o papel do médicoCom vistas a capacitar profissionais

para lidar com os procedimentos refe-rentes ao atestado de óbito, o Conselho Regional de Medicina promoveu, em Sete Lagoas, o “Atestado de Óbito”, que foi ministrada pelo conselheiro Delano Car-los Carneiro e contou com a participação do 1º secretário do CRMMG, João Batis-ta Gomes. Integraram a atividade 33 mé-dicos de Sete lagoas e algumas cidades da jurisdição regional como Curvelo, Aba-eté, Diamantina, Caetanópolis e Pompéu.

No evento, foram abordados aspec-tos relevantes ao tema como: “Preenchi-mento Correto da D.O” (Declaração de Óbito) e suas consequências; “O papel

do médico neste momento: o que deve e o que não deve se feito” e “Responsa-bilidades”. Vale salientar que, em Sete la-goas, dias antes da realização do evento (pré-agendado há mais tempo), a Delega-cia Regional do município protocolou um ofício assinado pela Dra. Rosana Batista de Jesus, Delegada Regional de Polícia Civil em exercício - 4º DRPC, reiterando a importância da emissão correta da D.O, tendo em vista o aumento do volume de atividade no IML local e a aparente falta de informação no preenchimento do do-cumento. Esse ofício foi utilizado como objeto de apreciação e discussão pelo palestrante, convidados e participantes.

Com o objetivo de integrar as come-morações do Dia do Médico e reconhe-cer os profissionais que durante a carreira exerceram suas atividades pautados pe-los ideais éticos e hipocráticos da medi-cina, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais promoveu, no dia 21 de outubro, a “Homenagem ao Dia do Mé-dico e entrega de Comendas de Honra á Ética”, em Teófilo Otoni. A iniciativa foi concretizada por meio de uma parceria entre a Delegacia Regional do CRMMG, a Unimed Três Vales e a Sociedade Medi-cina e Cirurgia de Teófilo Otoni (SMCTO).

Na ocasião, o conselheiro do CRMMG Geraldo Caldeira, ministrou a palestra de abertura com o título “Humanização e Éti-ca na Saúde”. Posteriormente, foi iniciada a entrega das Comendas de Honra á Ética do CRMMG. Sendo os médicos agracia-dos Paulo Teixeira Remigio e Roberto Lo-pes Marques de Teófilo Otoni, Antônio Car-los Lima Amorim de Almenara, Clara Lúcia de Resende Gonçalves de Novo Cruzeiro e Pedro Guedes Abrantes da cidade de Malacacheta. Após a solenidade de entre-ga das comendas, o evento foi finalizado com um coquetel de confraternização.

Dia do Médico e entrega decomendas movimentam Teófilo Otoni

Código de Ética em debate na entrega de carteiras em Alfenas

Sessão Solene realizada no auditório da Associação Médica de Alfenas marcou a entrega da documentação para 17 novos médi-cos da cidade. A solenidade aconteceu no dia 08 de novembro e contou com a presença da delegada Regional do CRMMG em Al-fenas e conselheira do CRMMG, Vera Helena Cerávolo de Oliveira; além de médicos da região e familiares. Durante o evento, médicos que realizara a primeira inscrição no CRM e presentes participaram da palestra “Código de Ética”, ministrada pela conselheira.

Araxá recebe o cursode Eletrocardiograma

“O eletrocardiograma normal”, “Pro-tocolo para o atendimento do pacien-te com dor torácica: sintomatologia”, “análise do ECG e das enzimas e con-duta terapêutica” e “O ECG no portador de marca-passo”, esses foram alguns dos temas trabalhados durante o “Cur-so de Eletrocardiograma” em Araxá. Dividido em três blocos teóricos inter-calados por discussões e esclareci-mento de dúvidas, a atividade teve 5h de duração. O curso foi ministrado pelo

médico cardiologista Eduardo Luis Guimarães Machado.

A iniciativa foi viabilizada por uma parceria entre o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais e a Unimed Araxá, sendo realizada no dia 4 de novembro. Antes de chegar à cidade do Triângulo Mineiro, o cur-so já havia passado por vários outros municípios, sendo muito bem-rece-bido e avaliado pelos participantes.

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O 1º secretário do CRMMG,João Batista Gomes, na abertura do evento

A conselheira Vera Cerávolo em sua abordagem doCódigo de Ética Médica na Sessão Solene de entrega de carteiras em Alfenas

O médico cardiologista Eduardo Luis Guimarães Machado ministrando o “Curso de Eletrocardiograma” em Araxá

(Da esq. para a dir.) Geraldo Caldeira (CRMMG), César Khoury (CRMMG), Délio Pereira (CRMMG), Vera Lauar (Unimed), João Carlos (Unicred), Luiz Carlos (SMCTO)

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Jornal do CRMMG14

Parecer-consulta nº 4312/2011Relator: Cons. Cláudio de Souza – CRMMG 4.798Ementa: O relacionamento médico paciente em ambiente

virtual deve submeter-se aos mesmos preceitos éticos vigen-tes para o relacionamento presencial.

I-Parte expositiva:Consulente pede parecer formal do CRMMG sobre sistema

de interação médico paciente e agendamento on line de con-sultas. O Sistema funciona da seguinte maneira:

1. Cada médico recebe o seu consultório virtual. Nesse con-sultório, ele pode adicionar pacientes como uma rede social (Facebook e Orkut).

2. Dentro do consultório virtual, o paciente pode realizar perguntas e receber orientações do médico, mas nunca reali-zar uma consulta oficial.

3. Gostando do médico ou das orientações o paciente pode-rá marcar uma consulta presencial no consultório do médico.

4. O sistema não cobra mensalidades do paciente. 5.O sistema não faz propaganda médica.

II – Parte conclusiva O consulente está propondo um “sistema de interação médi-

co paciente e agendamento online de consultas”. Tendo em vis-ta a proposta, a primeira observação a ser feita é em relação ao nome do site. Não há possibilidade que o mesmo seja “Consulta na Web” como está no ar. Esse nome induz o visitante do site à impressão de que o mesmo oferece a possibilidade de consultas virtuais, o que não é permitido pelo Código de Ética Médica que, em seus artigos 37 e 114, veda o médico: Art 37 - “Prescrever tra-tamento ou outros procedimentos sem exame direto do pacien-te, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediata-

O Jornal do CRMMG traz, nesta edição, quatro dos temas mais recorrentes entre as consultas feitas ao Conselho em 2011.

Atendimento virtual x presencial:médico deve seguir regras éticas

mente após cessar o impedimento”. Art. 114 - “Consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa”.

Deve-se lembrar também que o artigo 75 do mesmo código veda ao médico “fazer referência a casos clí-nicos identificáveis, exibir pacien-tes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos”.

A divulgação da especialidade so-mente está permitida quando o médi-co além de possuir o título de especia-lista, esteja devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina conforme estabelece o artigo 2º, alínea b, da Resolução CFM nº 1.701/2003.

Resguardados o sigilo, a privaci-dade e a confidencialidade que, entre outras determinantes, devem pautar a relação médico-paciente, não há empecilho de ordem ética para que o profissional mantenha uma relação virtual privativa com seus pacientes. Para isso, é importante que o site ofereça um ambiente seguro para o tráfego de informações que deve ser dotado de um sistema simétrico de chave criptográfica. Se trafegarem informações relativas a exames e imagens, é necessário um sistema as-simétrico (chave pública e privada) e assinatura digital.

Lembramos que o relacionamen-to médico paciente em ambiente virtual tem características próprias, devendo ser consentido pelo pa-ciente e realizado dentro de critérios rígidos de segurança. Caso contrá-rio, fica mais vulnerável à quebra do sigilo. Não é possível, por exem-plo, que o médico permita a publi-

cação dos nomes se seus pacientes, mesmo dentro de uma rede fechada de relacionamentos. Eventuais per-guntas ou dúvidas que identifiquem o paciente devem ser discutidas em caráter confidencial e privativo, não podendo ser publicadas no site. No entanto, é aceito que se organize um banco de dados de respostas a ques-tões genéricas frequentes.

Outro ponto delicado é a orien-tação em ambiente virtual. Nem sempre é fácil distinguir o que é orientação e o que é consulta. A orientação é permitida e pode ser útil, porém a consulta virtual, con-forme já foi dito, é proibida.

Quanto ao agendamento de con-sultas, em ambiente virtual, não existe problema de natureza ética, desde que não seja divulgada a re-lação dos pacientes agendados.

Recomendamos, a fim de se evi-tar que seja cometida infração ética, a troca imediata do nome do site e a supressão do termo “consultório virtual”. Sugerimos também que o responsável médico pelo site man-tenha permanente monitoramento do mesmo coibindo eventuais in-frações representadas por quebra de sigilo, autopromoção ou propa-ganda fora do previsto nas Reso-luções CFM 1701/2003 (em fase de revogação) e 1974/2011 (substituirá a Resolução 1701).

O Manual de Princípios Éticos para Sites de Medicina e Saúde na Internet, aprovado pela Resolução CREMESP No 097/2001, constitui um excelente guia para todos que se propõem utilizar a internet para divulgação de assuntos médicos.

Parecer-consulta nº 4313/2010

Relator: Cons. João Batista Gomes Soares – CRMMG 6.236

Ementa: É vedado ao médi-co “praticar concorrência des-leal com outro médico”

I – Parte expositiva:

Clínica Médica e Terapêu-tica enviou correspondência para a população da cidade ofertando, a partir de julho de 2010, consultas em várias es-pecialidades médicas no valor de R$40,00.

No intuito de preservar a livre concorrência de forma saudável,

o consulente pede a manifesta-ção do Conselho se essa forma de comercialização fere disposi-tivos dessa entidade de classe.

II – Parte conclusivaEm nosso entendimento, a

proposta da clínica médica e terapêutica não é ética e carac-

teriza concorrência desleal com os demais colegas da cidade.

Caso haja interesse do con-sulente, mediante denúncia, estaremos instaurando proce-dimento administrativo para apurar os fatos relatados. Há indícios, inclusive, de prática de Cartão de Desconto.

Código de Ética veda concorrência desleal

Novembro / Dezembro de 2011

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Jornal do CRMMG 15

Parecer-consulta nº 4492/2011Relator: Cons. João Batista Gomes Soares – CRMMG 6.236Ementa: Consulta de retorno típico não será cobrada.

Quem define retorno ao consultório, para efeito de cobrança ou não, é o médico assistente.

I - Parte expositiva: Consulente solicita parecer com relação à Resolução n.º

1958 de 15 de Dezembro de 2010, divulgada no Diário Ofi-cial da União de 10 de janeiro de 2011, referente a retorno de consultas, sendo essa uma questão conflitante junto às ope-radoras de saúde.

II – Parte conclusiva: Na ementa da referida Resolução, é claro que quem tipifi-

ca o retorno é o médico assistente. No caso de a Operadora de Saúde negar o pagamento de consulta, o médico deve denun-ciar o fato ao CRMMG que irá apurar as responsabilidades do responsável técnico da instituição.

Quando o médico agenda uma consulta do mesmo pa-ciente antes de 30 (trinta) dias, é sua obrigação caracterizar a causa da segunda consulta para demonstrar o seu trabalho naquele ato que seria independente do primeiro.

Não é para analisar exames, avaliar resposta à medicação e sim outra nosologia que envolve todo um novo trabalho do médico.

Antes de encaminhar a sua dúvida, verifique se outro questionamento similar já foi respondido pelos conselheiros e está disponível no site do CRMMG (Menu “Mais acessados” / “Pareceres do CRMMG”).

Plantonista não é obrigadoa realizar exame de corpo de delito

Parecer-consulta nº 4471/2011Relator: Cons. João Batista Go-

mes Soares – CRMMG 6.236Ementa: O médico plantonista

não é obrigado a realizar exame de corpo de delito durante seu plantão na Unidade de Pronto Atendimento.

I – Parte-expositiva:Consulente solicita parecer es-

clarecendo se um médico planto-nista de um hospital filantrópico credenciado pelo SUS, não possui-dor de título de especialista em pe-rícia criminal, é obrigado a realizar exame de corpo de delito em pesso-as conduzidas pela Polícia Civil ou Polícia Militar, não obstante existir na cidade Unidade do IML com médico perito servidor do Estado.

II – Parte conclusiva:A orientação solicitada já está

contemplada em vários pareceres, jurisprudência e já foi objeto de reunião entre o CRMMG e autori-dade da Polícia Civil.

A Consulta n.º 3450/2008, apro-vada em Plenária e com parecer do cons. Renato Assunção Rodrigues Silva Maciel, trata da questão do Auto de Corpo de Delito - Emen-ta: “Médicos plantonistas de Uni-dades de Pronto Atendimento ou Pronto-Socorros não são obrigados a preencher “auto de corpo de de-lito”, documento oficial, de compe-tência dos peritos oficiais (médicos legistas ou médicos peritos “ad - hoc”). Devem, contudo, elaborar

prontuário de atendimento, regis-trando todas as lesões e alterações encontradas, de forma legível, para posterior requisição pela autorida-de competente e encaminhamento para médicos peritos oficiais.”

A Consulta n.º 3565/2008, com parecer do cons. Hermann Ale-xandre Vivacqua von Tiesenhau-sen, aprovada em Plenária em 12/09/2008, responde três questões:

a) Nos termos do Art. 159, § 1º do Código de Processo Penal[1], pode a autoridade policial (Delega-do de Polícia) nomear perito quan-do numa localidade não houver unidade do Instituto Médico Legal.

b) O profissional que assiste o paciente não pode ser nomeado pe-rito, eis que em face do disposto no Art. 154 do Código Penal[2], todo profissional deve guardar segredo daquilo que tem ciência e/ou em ra-zão do seu ofício, especialmente se a revelação puder produzir dano à outrem. Solicitamos ainda observar o disposto no Art. 102[3] e 120[4] do Código de Ética Médica.

c) O profissional nomeado perito pode apresentar proposta de hono-rários à autoridade que o nomeia.

Existe ainda entendimento jurí-dico que confirma a não obrigação do médico plantonista de Pronto--Socorro em realizar exames de cor-po de delito.

A questão não é possuir o título de especialista em Perícia Criminal. A especialidade Perícia Criminal não é reconhecida pelo Conselho

Federal de Medicina. Não existe registro de Médico Perito como especialista. Perícia Médica é um ato médico que abran-ge várias especialidades. O Médico Perito se habilita através de curso Latu Sensu.

[1] Art. 159. Os exames de corpo de delito e as outras perí-cias serão feitos por dois peritos oficiais.

§ 1º Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem ha-bilitação técnica relacionada à natureza do exame.

[2] Violação do segredo profissionalArt. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de

que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.[3] É vedado ao médico: Art. 102 - Revelar fato de que tenha conhecimento em vir-

tude do exercício de sua profissão, salvo por justa causa, de-ver legal ou autorização expressa do paciente.

Parágrafo único: Permanece essa proibição: a) Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou que o paciente tenha falecido. b) Quando do depoimento como testemunha. Nesta hipótese, o médico comparecerá perante a autoridade e decla-rará seu impedimento.

[4] É vedado ao médico: Art. 120 - Ser perito de paciente seu, de pessoa de sua famí-

lia ou de qualquer pessoa com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho.

Consulta de retorno típico não deve ser cobrada

Novembro / Dezembro de 2011

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Jornal do CRMMG16 Novembro / Dezembro de 2011

Qualquer ato médico deve ser precedido de uma boa consulta clínica. Sou do tempo em que o pa-ciente procurava seu médico, pa-gava a consulta, retornava ou não e, entre os dois, tudo era resolvido. Porém, os tempos mudaram. Hoje, trabalhamos para os convênios que vendem nosso serviço aos seus usuários (não pacientes) e nos pa-gam como querem.

A Agência Nacional de Saúde (ANS) vem tentando regulamen-tar as atividades do setor. Em Minas Gerais, somos 40 mil mé-dicos em atividade para cobrir 20 milhões de pessoas (um médico X 500 pessoas), o que é plenamente viável segundo a OMS. Só a Uni-med BH tem 1 milhão de vidas e cinco mil médicos cooperados. O cliente-paciente compra o plano de saúde, sabe seus direitos, vai ao catálogo e escolhe o médico. Esse, por sua vez, por contrato, tem que atender o paciente. Po-rém, saúde não é mercadoria.

A Justiça obriga os planos à cumprirem prazos nos atendimen-tos e há muitas queixas quanto a não marcação de procedimentos.

A consulta médica Cons. João Batista Gomes SoaresCRMMG 6.236

Trabalho nesse sistema e vivo seu cotidiano. Sempre culpam os mé-dicos no sistema de atendimento, mas, hoje, o índice de clientes que marcam consultas, confirmam por telefone, não comparecem e não avisam é 30%. Muitos marcam em mais de um médico ao mesmo tem-po e não vão a nenhum. Por parte dos planos, nada é feito: o médico fica na espera, perde tempo e ou-tros pacientes ficam prejudicados.

Outro exemplo muito comum nos convênios é o paciente exigir o chamado check-up solicitando os exames a serem prescritos pelo mé-dico e alegando ao plano de saúde que é direito, já pago. No caso dos retornos, os exames feitos a pedido não voltam para o médico que pe-diu, podendo gerar outra consulta para outro médico. Os atrasos, tan-to de pacientes quanto de médicos, também são rotineiros. Na pedia-tria, é comum até três consultas/mês e o convênio se nega a pagar ao pediatra o serviço prestado e comprovado. A média de paga-mento de consulta por convênio é R$40, bem abaixo do piso mínimo proposto para classe médica.

A população de médicos em Mi-nas Gerais é acrescida de 2.600 mé-dicos/ano. Os desafios continuam, as queixas e a insatisfação dos mé-dicos são evidentes e crescentes. Há soluções? O que fazer?

A relação médico paciente é sa-grada e não admite intermediários. Nenhum paciente quer ser atendido por outro profissional que não seja o médico, isso é um direito de cida-dania. Para tanto, o médico tem que ser bem remunerado, competente e atualizado. Tem que haver uma pro-posta de reajuste de consulta entre as partes para o bem de todos.

Os convênios são uma realidade que o médico aceita por imposição do mercado e o paciente compra por necessidade e segurança. Os vendedores vendem direitos a se-rem cumpridos por quem atende, mas não respeitam a relação que deve ser estabelecida: abusam dos compradores e dos trabalhadores e burocratizam todo o processo.

Somos pelo credenciamento uni-versal dos médicos e pelo respeito aos pacientes. Melhores dias hão de vir.

Feliz 2012!

O CRMMG desejaque o sucesso estejasempre presente navida de todos osmédicos mineiros!