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CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES R ano 4 nº 33 maio de 2011 www.cut.org.br 1º de Maio é dia de luta CUT reforça a defesa da liberdade e autonomia sindical como forma de ampliar a democracia no Brasil Conheça as principais atividades pelo Brasil Página 2 ESPECIAL

Jornal da CUT 1o de maio 2011

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publicacao da 5a maior central sindical do mundo referente as comemoracoes de 1o de maio de 2011. Trabalho decente, fim do imposto sindical, liberdade sindical, convecao 87, 151, 158 da oit e reducao da jornada de trrabalho

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CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

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ano 4 nº 33 maio de 2011 www.cut.org.br

1º de Maioé dia de luta

CUTreforçaadefesadaliberdadeeautonomiasindicalcomoformadeampliarademocracianoBrasil

Conheça as principais atividades pelo BrasilPágina 2

ESPECIAL

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Jornal da CUT Presidente: Secretária nacional de Comunicação: Direção Executiva:

Jornalista responsável: Redação e edição:Projeto gráfico e diagramação:

Foto Capa: Impressão:

é uma publicação mensal da Central Única dos Trabalhadores. Artur Henrique da Silva Santos. Rosane Bertotti.Adeilson Ribeiro Telles; Antonio Lisboa Amâncio do Vale; Aparecido Donizeti da Silva; Carmem Helena Foro; Dary Beck Filho; Denise Motta Dau; Elisângela dos Santos Araújo; Expedito Solaney; JacyAfonso de Melo; Jasseir Alves Fernandes; João Felício; José Celestino; José Lopez Feijóo; Julio Turra; Junéia Martins Batista; Manoel Messias; Maria Julia Nogueira; Pedro Armengol; Quintino Severo;Rogério Pantoja; Rosana Sousa de Deus; Rosane da Silva; Shakespeare Martins de Jesus; Vagner Freitas; Valeir Ertle. Isaías Dalle (MTB 16.871). IsaíasDalle, Leonardo Severo, Luiz Carvalho, Paula Brandão, Vanessa A. Paixão (secretaria e revisão), William Pedreira da Silva e Éder Eduardo (programador). TMaxPropaganda. , Bangraf.Roberto Parizotti (1º de Maio de 2004)

No dia 18 de abril, os operários das usinas hidrelétricas de Jirau e SantoAntônio, em Rondônia, aprovaram em assembleia uma proposta negocia-da por CUT, Sticcero-CUT (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria daConstrução Civil) e Conticom-CUT (Confederação dos Sindicatos deTrabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e Madeira) que coloca acategoria no topo dosacordoscoletivosno Brasil.

O aumento salarial de 11% representa uma elevação de cinco pontosacima da inflação, conquista de 15% das negociações em 2010, de acordocomdadosdoDieese.

Porém, até atingir esse patamar, os operários encamparam uma grandeluta que teve início após uma revolta no dia 15 de março, em Jirau, econtinuou com uma greve de 10 dias, em Santo Antônio. Escolhemos oexemplo desses companheiros, cuja data-base é exatamente o dia 1.º deMaio, para mostrar que a mobilização deve ser a essência do Dia Interna-cional doTrabalhador.

Movimen o

Luiz

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CUTcomanda assembleia comos trabalhadoresda usina SantoAntônio

Em Salvador, a celebração do Dia doTrabalhador da CUT-BA contará com uma atividade político e cultural, na PraçaCastro Alves, a partir das , com atrações musicaisdiversas.

16h

BAHIA

CEARÁ“Trabalho Decente para o desenvolvimento sustentável:uma luta de todos e todas”. Esse é o tema da Grandecomemoração do Dia do Trabalhador e da Trabalhadorarealizada pela CUT-CE em 2011. Antes, um ato políticoserá realizado no sábado, dia 30, a partir das , na Praçado Ferreira. O cantor Chico César integra as atraçõesculturais do ato, que conta ainda com o forró de ChicoPessoa e diversosartistas locais.

15h

DISTRITOFEDERALNo dia 1º de Maio, o trabalhador e toda a sua famíliapoderão aproveitar a festa promovida pela CUT-DF naEsplanada dos Ministérios. As atividades começam cedo,às , com brincadeiras para a criançada, oficinas demaquiagem e cabeleireiro. A partir das , shows comartistas regionais. Às , sobe ao palco a dupla Zezé DiCamargo e Luciano.

10h16h

19h

ESPIRITOSANTOO Dia Internacional do Trabalhador promovido pela CUT-ES acontece na Praia de Camburi. Confira abaixo aprogramação:

Assembleia de Fechamento da CCT 2011/2012 (PraçadosNamorados)8h:

9h:10h30:12h:

14h:15h30:16h:

Concentração na Praça dosNamoradosCaminhada doTrabalhador

Abertura oficial (em frente ao Posto Esso), Praia deCamburi

Show Gospel (Raíssa e Rawel e Bruna Olly)Ato político

Show Nacional com o Grupo de Samba “NossoSentimento”.

A CUT-GO organiza uma série de atividades culturaisneste 1.º de Maio. Conheça quem participa desta celebra-ção:

-Concentração na Praça CívicaCaminhada até Praça doTrabalhador

- Abertura dos shows com a Orquestra de violeiros deGoiânia,Albar Franco, Gilberto Correa e Banda, Gregory eGabriel, Pó de ser, Xandó de Goiás, Elba Ramalho e ChicoRei e Paraná.

15h

17h

GOIÁS

ACUT Regional Zona da Mata-MG, realizará uma PlenáriaRegional Ampliada como ato comemorativo do 1º de Maio,a partir das no Sindicato dosBancáriosde Juizde Fora.10h

MINASGERAIS

No dia 29 de abril a CUT-PB fará uma grande mobilizaçãoque se inicia na Estação Ferroviária (próximo ao Terminalde Integração, no Centro), às e segue para o Ponto deCemRéis,comatopúblicoeshowcomaBandaTuareg’s,apartirdas .

16h

17h

PARAÍBA

No Paraná, a CUT promove um grande ato no ParqueCambuí (Bairro Fazendinha – Cutiriba em 30 de abril paracomemorar e refletir sobre o Dia Internacional doTrabalhador:

Acolhida na Paróquia SantaAmélia (RuaAlcir MartinsBastos s/n próximo a unidade de saúde Santa Amélia,BairroFazendinha)

caminhada até o Parque Cambuí (em frente aoterminaldeônibusdoFazendinha).

ManifestaçãoPolíticaeEcumênicaApresentaçãoShowMusical ViolaeCantoria

14h:

15h:

16h:17h:

PARANÁ

A CUT-RJ realiza no dia 1º de maio uma manifestação naQuintadaBoaVista,apartirdas .10h

RIODEJANEIRO

A CUT-SP realizará as comemorações do 1º de maio doano de 2011 no Vale doAnhangabaú, centro de São Paulo,com o tema Brasil & África – Fortalecendo as lutas daclasse trabalhadora. O objetivo é promover a união e ointercâmbioentreas lutasdasduasculturascomoformadeintegraçãopolíticaecultural.

AprogramaçãoesteanocontarácomshowsdeMartinhodaVila, Mart´nália, Dog Murras (Angola), Rappin Hood, ChicoCésar, Ilê Aiyê, além de atos inter-religiosos, culturais,políticoseexposiçõesderoupasefeiragastronômica.

SÃOPAULO

O1.º de Maioda em todooBrasil

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Artur, este ano, em nosso Primeiro de Maio, ficamem destaque as diferenças de concepção entre aCUT e as demais centrais. A imprensa chegou afalar em “união das outras centrais contra aCUT”. Tudo isso é por que a CUT quer o fim doimpostosindical?

O tema do fim do imposto sindical sempre criapolêmica. O fim do imposto não põe em risco aexistência do movimento sindical dos trabalha-dores?

Nossa defesa do fim do imposto sindical, que não énova, apenas estamos reiterando essa necessidadede mudança na estrutura sindical, é sem dúvida umadas razões. Porém, da mesma maneira como adefesa do fim do imposto sindical não é nova para aCUT, essas diferenças de concepção também não.Por exemplo, em anos anteriores, uma determinadacentral, algumas vezes com a participação de outrasentidades, sortearam apartamentos e carros para opúblico, num show de assistencialismo e despolitiza-çãocomoqualnunca concordamos.

É preciso deixar muito claro que não estamosdefendendo simplesmente o fim do imposto sindical.Queremos substituí-lo pela contribuição sobre anegociação coletiva, uma forma de sustentaçãofinanceira que será decidida e aprovada – ou não –pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras, emassembleias soberanas e divulgadas amplamentecom antecedência, para que todos tenham apossibilidade de participar.

Esse formato de contribuição sobre a negociaçãocoletiva também não é um conceito novo, é algoabsolutamente em concordância com as resoluçõesque a CUTvemtomando desdesua fundação.

Observe este trecho de resolução do 1º CongressoNacional da CUT(

): “Os trabalhadores, em seus diversosramos produtivos e em suas diversas instânciasorganizativas criarão formas de sustentaçãofinanceira que garantam o desenvolvimento da luta.Todas as formas impostas de sustentação financeiradeverão ser abolidas, sendo a assembleia de

Artur lê o trecho, escrito em agostode 1984

trabalhadores soberana para decidir como arrecadarfundos”.

Então,oquedefendemoséacriaçãodeuma formadesustentação que passe pelo crivo dos trabalhadores.Certamente, os sindicatos representativos, que têmatuaçãoedefendemsuabase,nãotêmoquetemer.

Os sindicatos que ao longo do ano visitaram os locaisde trabalho ou neles tiveram atuação constante, quedialogaram com os trabalhadores da base, quefizeram campanha salarial ou greves, que negocia-ram, enfim, que trabalharam, serão reconhecidos.Os trabalhadores vão notar a importância daquelaentidade para o dia a dia deles e aprovarão o descon-to, uma vez por ano, da contribuição sobre a negocia-ção coletiva. Agora, o que não dá é pra ter descontoautomático no holerite, sem o trabalhador nem saberqual sindicato vai receberaqueledinheiro.

Antes de mais nada, devemos ter em mente que aratificação da Convenção 87 da OIT precisa aconte-cer no Brasil. Esse texto, já adotado em diversospaíses, notadamente na Europa, garante liberdadede organização sindical para os trabalhadores e deautonomia dos sindicatos em relação a patrões e

Por que não?

A CUT também defende uma legislação quegaranta aos sindicatos a liberdade de atuação.Por quê?

governos. A Convenção 87 será o grande guarda-chuva jurídico para essas mudanças. A partir deleconstruiremosa legislação complementar.

Só o fim do imposto e a criação da contribuiçãosobre a negociação coletiva não bastam. Aindahoje, o patronato e muitas instâncias do poderpúblico dificultam como podem a atividadesindical. Dirigentes sindicais são demitidos,trabalhadores que se associam ao sindicato sãoperseguidos, a justiça impetra ações que naprática impedem a organização dos trabalhadores,entre outras formas de práticas antissindicais. Porisso, precisamos elaborar e colocar em vigor umalegislação com o fim dessas práticas. E precisa-mos também garantir a existência da organizaçãono local de trabalho em todos os setores e categori-as. Se as entidades sindicais, escolhidas pelostrabalhadores, não puderem atuar de formapermanente nos locais de trabalho, não hádemocracia de fato nas relações de trabalho. E,sem isso,nãohádemocracia plena no País.

Essa é a síntese de nossa principal bandeira neste1º de Maio: liberdade, autonomia e democracia. Ostrabalhadores e trabalhadoras têm o direito deescolher seu sindicato, de decidir de que forma vãosustentá-lo e de poder se organizar livremente emseus locais de trabalho. Será certamente um passogrande e fundamental para ajudar o Brasil aaprofundar um projeto de desenvolvimento susten-távelquedistribuarendaepromovajustiçasocial.

Lançamento do 1º de Maio da CUTemSP:Artur (camisa clara)eAdi Lima,presidente da CUT-SPjunto comrepresentantesde naçõesafricanas

en revista

Os trabalhadores têm odireitode decidir“Os trabalhadores têm odireitode escolher seusindicato,de decidir comosustentá-loe de se organizar nos locaisde trabalho”,dizopresidenteda CUT

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Desde sua fundação, a CUT defende que amelhor forma de preservar as entidadessindicais realmente representativas, quemobilizam e negociam a ampliação dodireitos, é substituir o imposto sindical poruma taxa negocial estabelecida emassembleia com ampla participação dostrabalhadores.

Da forma como está, o desconto de um dia detrabalho de todos que têm carteira assinadaacaba por financiar as entidades de fachadaque não promovem qualquer luta e nãodialogam com a base. O dinheiro que vem fácilestimula a criação de, em média, 2,3sindicatos diariamente no Brasil. Também nãopermite que a classe trabalhadora se organizecom total independência frente ao Estado eautonomia emrelaçãoaospartidos políticos.

Em agosto de 2008, quando as centraissindicais foram reconhecidas, os respectivospresidentes assinaram um compromisso parao fim da cobrança. Três anos depois, apenas aCUT ainda defende essa medida fundamentalpara garantir a autonomia, a liberdade e aindependência dos trabalhadores diante dogoverno e das verbas públicas. Ostrabalhadores e trabalhadoras têm o direito deescolher seu sindicato, de decidir de que formavão sustentá-lo e de poder se organizarlivremente em seus locais de trabalho. Serácertamente um passo grande e fundamentalpara ajudar o Brasil a aprofundar um projetode desenvolvimento sustentável que distribuarendaepromova justiça social.

Liberdade, autonomia efim do imposto sindical

Neste 1º de maio, a Centra Única dosTrabalhadores também reforça a luta pelaassinatura da Convenção 87 da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT), criada em1948, mas que ainda não foi ratificada peloBrasil.

A norma acaba com a unicidade sindical e fazcom que os trabalhadores tenham o direito deconstituir organizações que consideremconvenientes, ao contrário do que acontecehoje, em que a legislação impede a criação deum novo sindicato numa base onde já existaoutro. Com a ratificação que já ocorreu emdiversos países, principalmente na Europa, oque garantirá a sobrevivência dos sindicatos,federações e confederações será acapacidadede liderar e realizar a luta.

Mais uma vez, o que conta é arepresentatividade, o verdadeiro parâmetroque deve reger as relações entre a classetrabalhadora e seus representantes.

Ratificaçãoda Convenção

87 da OITO diálogo entre trabalhadores e patrões deveacontecer na mesa de negociação e não comintervenção da Justiça ou da polícia, comoacreditam muitos empresários que tentamimpedir a luta e a organização da classetrabalhadora.

A principal artimanha utilizada nessesprocessos é o interdito proibitório, ummecanismo jurídico usado para impedir oexercício do direito constitucional de greve e arealização de piquetes onde as liderançassindicais dialogamcomabase.

A CUT também exige que os sindicalistas nãosejam mais perseguidos ou demitidos pororganizar os trabalhadores em seu local detrabalho e por defender os direitos de quemproduz as riquezas de nosso país. Se asentidades sindicais, escolhidas pelostrabalhadores, não puderem atuar de formapermanente nos locais de trabalho, não hádemocracia de fato nas relações de trabalho.E, sem isso, nãohádemocracia plenanoPaís.

Trabalho decente

O Fator Previdenciário, mecanismo criado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso paradiminuir o valor daaposentadoria e elevar o tempode contribuiçãodeve ser imediatamente extinto.

No Brasil, a maioria das pessoas começa a trabalhar cedo e estipular uma idade mínima para que seaposentemno futuro seria puni-las por aquilo quedeveria sermotivodepremiação.

Desde 2009, a CUT defende a proposta do fator 85/95, que foi transformada em projeto de lei masque está parada na Câmara dos Deputados. Com ela, o trabalhador poderá somar o tempo decontribuição e a idade, uma maneira mais justa de melhorar o acesso à aposentadoria e garantir ofinanciamentodo sistemaprevidenciário.

Fim do Fator Previdenciário

A redução da jornada de trabalho de 44 para 40horas semanais sem redução de salários éfundamental para o Brasil e para os brasileirosporque poderá gerar mais de 2,5 milhões deempregos e ainda permitirá que ostrabalhadores tenham mais tempo para estudar,melhorar a qualificação, ter mais tempo para olazer e para a família.

Além disso, com as diversas inovaçõestecnológicas, os trabalhadores produzem cadavez mais em menos tempo. As novas exigênciasdo mercado como a polivalência, a concorrênciaentre os grupos de trabalho, as metas deprodução e a redução das pausas tambémexigem a alteração na legislação para evitar oadoecimentono local de trabalho.

A duração da jornada trabalhada no Brasiltambém é uma das maiores do mundo e, parapiorar, falta uma limitação semanal, mensal ouanual para realização de horas extras, comoexiste em outros países tais como Uruguai,Alemanha e França. Somente o fim das horasextras já permitiria que 1 milhão de postos detrabalho fossemcriados.

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