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JORNAL DA ANO 3 – NÚMERO 14 – SETEMBRO 2007 – INFORMATIVO DA FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA DO ESTADO DE PERNAMBUCO – FILIADA À CONTAG E À CUT Marcha das Margaridas 2007 “Essa Marcha começou faz muito tempo e floresceu no coração de cada Margari- da. Por isso não termina aqui. Lutaremos até o fim...”. Foi as- sim que Carmem Foro, Coor- denadora Nacional de Mulhe- res Trabalhadoras Rurais da Contag e vice-presidente da CUT, avaliou a Marcha das Mar- garidas 2007. Para ela, apesar dos principais pontos terem sido respondidos, a pauta de reivindicações é feita de 107 itens. “Por isso, a negociação será permanente”, anuncia. O encerramento da Mar- cha das Margaridas aconte- ceu no Pavilhão de Exposi- ções do Parque da Cidade, em Brasília, com a presença do presidente Luis Inácio Lula da Silva e de vários ministros de Estado. A ministra da Se- cretaria de Política para as Mulheres, Nilcéia Freire, anunciou as respostas aos principais pontos de reivin- dicação: Programa de documen- tação da trabalhadora rural: aquisição de 24 unidades mó- veis e R$ 11 milhões para ma- nutenção do programa. Combate à violência contra a mulher: anunciados recursos da ordem de R$ 1 bi- lhão para criação de juizados especiais para tratar de casos 30 mil trabalhadoras rurais lançam sementes de luta em Brasília MDA vai apoiar projetos que tenham como diretrizes o in- cremento da diversificação da produção com base em alimen- tos tradicionais das comuni- dades, garantindo a segurança alimentar. Regularização das reser- vas extrativistas: o governo dará prioridade à criação de reservas da Mata Grande, no Maranhão e extremo Norte de Tocantis, assim como as de- mais reivindicações referentes ao tema. A cada Marcha das Mar- Prorrogado o prazo para o contribuinte rural se aposentar Os contribuintes indi- viduais e/ou assalariados safristas da área rural, que prestam serviços eventuais sem vínculo empregatício, têm um novo prazo para se aposentar por idade, com- provando atividade rural. A determinação de prorrogar o benefício até julho de 2008 está na Medida Provisória n° 385, assinada presidente Luis Inácio Lula da Silva, e publicada no Diário Oficial da União (DOU). Na prática, a regra, que vale para mulheres a partir dos 55 anos e para homens com 60 anos ou mais, isenta esses trabalha- dores rurais da obrigação de comprovar o tempo de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Segundo Doriel Bar- ros, vice-presidente da Feta- pe, “essa foi uma vitória do movimento sindical. Duran- te o Grito da Terra cobramos do Ministério da Previdên- cia a prorrogação do prazo, vencido em julho de 2007. A partir de agora é negociar com o governo novas regras que garantam aos trabalha- dores e trabalhadoras a apo- sentadoria a partir de julho de 2008”. de violência contra a mulher, fortalecer delegacias especiali- zadas no atendimento à mu- lher, produção de campanhas de prevenção e dar atenção es- pecial à definição de metas es- pecíficas para o desenvolvi- mento de políticas direciona- das às trabalhadoras negras e do campo. Saúde: criação de uma política nacional de saúde des- tinada à população do campo e da floresta. Organização Produtiva: serão destinados R$ 14 mi- lhões para implementação do Programa Plurianual 2008/ 2010 de apoio à organização produtiva. Pronaf Mulher: garantia dessa modalidade de crédito e investimento para simplificar e desburocratizar o acesso. Previdência Rural: a lide- rança do governo vai encami- nhar pedido de urgência na vo- tação do Projeto de Lei 6852/ 2006. Trabalho: o governo se comprometeu a cumprir as Convenções 6 e 111 da Organi- zação Internacional do Traba- lho (OIT) e sugeriu que as tra- balhadoras rurais participem da Comissão Tripartite de Igualdade de Oportunidades, criada em 20 de agosto de 2004. Alimentação Saudável: O garidas o movimento sindi- cal avança. Este evento é apenas uma das boas se- mentes que as mulheres tra- balhadoras rurais e os mo- vimentos de mulheres orga- nizadas têm plantado na busca pela igualdade de gê- nero, geração, raça e etnia. “Não há latifúndio que aca- be com as Margaridas do Brasil” afirma Maria Apare- cida de Melo – Mulica, dire- tora de Coordenação das Mulheres da Fetape. Fonte: Agência Contag de Notícias 900 famílias ocupam terras em Petrolina Canavieiros cercam Usina Cucaú e garantem seus direitos Página 6 Página 7

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JORNAL DAANO 3 – NÚMERO 14 – SETEMBRO 2007 – INFORMATIVO DA FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA DO ESTADO DE PERNAMBUCO – FILIADA À CONTAG E À CUT

Marcha dasMargaridas 2007

“Essa Marcha começoufaz muito tempo e floresceuno coração de cada Margari-da. Por isso não termina aqui.Lutaremos até o fim...”. Foi as-sim que Carmem Foro, Coor-denadora Nacional de Mulhe-res Trabalhadoras Rurais daContag e vice-presidente daCUT, avaliou a Marcha das Mar-garidas 2007. Para ela, apesardos principais pontos teremsido respondidos, a pauta dereivindicações é feita de 107itens. “Por isso, a negociaçãoserá permanente”, anuncia.

O encerramento da Mar-cha das Margaridas aconte-ceu no Pavilhão de Exposi-ções do Parque da Cidade, emBrasília, com a presença dopresidente Luis Inácio Lulada Silva e de vários ministrosde Estado. A ministra da Se-cretaria de Política para asMulheres, Nilcéia Freire,anunciou as respostas aosprincipais pontos de reivin-dicação:

Programa de documen-tação da trabalhadora rural:aquisição de 24 unidades mó-veis e R$ 11 milhões para ma-nutenção do programa.

Combate à violênciacontra a mulher: anunciadosrecursos da ordem de R$ 1 bi-lhão para criação de juizadosespeciais para tratar de casos

30 mil trabalhadoras rurais lançam sementes de luta em Brasília

MDA vai apoiar projetos quetenham como diretrizes o in-cremento da diversificação daprodução com base em alimen-tos tradicionais das comuni-dades, garantindo a segurançaalimentar.

Regularização das reser-vas extrativistas: o governodará prioridade à criação dereservas da Mata Grande, noMaranhão e extremo Norte deTocantis, assim como as de-mais reivindicações referentesao tema.

A cada Marcha das Mar-

Prorrogado o prazopara o contribuinterural se aposentar

Os contribuintes indi-viduais e/ou assalariadossafristas da área rural, queprestam serviços eventuaissem vínculo empregatício,têm um novo prazo para seaposentar por idade, com-provando atividade rural. Adeterminação de prorrogaro benefício até julho de 2008está na Medida Provisória n°385, assinada presidenteLuis Inácio Lula da Silva, epublicada no Diário Oficialda União (DOU).

Na prática, a regra,que vale para mulheres apartir dos 55 anos e parahomens com 60 anos oumais, isenta esses trabalha-dores rurais da obrigaçãode comprovar o tempo decontribuição ao InstitutoNacional do Seguro Social –INSS. Segundo Doriel Bar-ros, vice-presidente da Feta-pe, “essa foi uma vitória domovimento sindical. Duran-te o Grito da Terra cobramosdo Ministério da Previdên-cia a prorrogação do prazo,vencido em julho de 2007.A partir de agora é negociarcom o governo novas regrasque garantam aos trabalha-dores e trabalhadoras a apo-sentadoria a partir de julhode 2008”.

de violência contra a mulher,fortalecer delegacias especiali-zadas no atendimento à mu-lher, produção de campanhasde prevenção e dar atenção es-pecial à definição de metas es-pecíficas para o desenvolvi-mento de políticas direciona-das às trabalhadoras negras edo campo.

Saúde: criação de umapolítica nacional de saúde des-tinada à população do campoe da floresta.

Organização Produtiva:serão destinados R$ 14 mi-lhões para implementação doPrograma Plurianual 2008/2010 de apoio à organizaçãoprodutiva.

Pronaf Mulher: garantiadessa modalidade de crédito einvestimento para simplificare desburocratizar o acesso.

Previdência Rural: a lide-rança do governo vai encami-nhar pedido de urgência na vo-tação do Projeto de Lei 6852/2006.

Trabalho: o governo secomprometeu a cumprir asConvenções 6 e 111 da Organi-zação Internacional do Traba-lho (OIT) e sugeriu que as tra-balhadoras rurais participemda Comissão Tripartite deIgualdade de Oportunidades,criada em 20 de agosto de 2004.

Alimentação Saudável: O

garidas o movimento sindi-cal avança. Este evento éapenas uma das boas se-mentes que as mulheres tra-balhadoras rurais e os mo-vimentos de mulheres orga-nizadas têm plantado nabusca pela igualdade de gê-nero, geração, raça e etnia.“Não há latifúndio que aca-be com as Margaridas doBrasil” afirma Maria Apare-cida de Melo – Mulica, dire-tora de Coordenação dasMulheres da Fetape.Fonte: Agência Contag de Notícias

900 famíliasocupam terrasem Petrolina

Canavieiroscercam

Usina Cucaú egarantem seus

direitos

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Setembro/2007JORNAL DA

José Patriota e as conquistas doProrural em Pernambuco

Editorial

A reforma Agráriano Governo Lula

“Sem a realização deuma Reforma Agrária ampla,massiva e de qualidade, con-tinuaremos assistindo à con-centração da terra, da rendae do poder no Brasil”.

Nós, defensores e de-fensoras da reforma agráriacomo uma política estratégi-ca para o desenvolvimentocom justiça social, precisa-mos unificar nossas posi-ções, sonhos e lutas, pois osque são contra estão bastan-

te unidos, na intenção de impedir a democratização daterra no Brasil. Os que não querem o fim do latifúndio sãopoucos, numericamente falando, mas são muito podero-sos. Contam com forte apoio no Congresso Nacional, departe da mídia e da justiça conservadora. Somos muitose muitas, mas estamos divididos. A persistir este quadro,a possibilidade de perder este debate no Governo do Pre-sidente Lula e na sociedade aumenta a cada dia. O gover-no federal é extremamente contraditório na essência desua composição política, devido ao arco de alianças cons-truído pelo Presidente, em nome da governabilidade. Amaioria dos que fazem a imprensa não divulga os avan-ços das lutas dos trabalhadores@ e transmite para a soci-edade uma imagem distorcida, como se fôssemos invaso-res e promotores da desordem social no campo.

O movimento sindical esperava mais atitude e fir-meza do Governo do Presidente Lula em seu primeiromandato. Um Ministério do Desenvolvimento Agrário fortee um INCRA reestruturado e renovado, em sua ação econcepção. Infelizmente, as desapropriações continuaramlentas e o modelo de assentamento não mudou. Portanto,a reforma agrária não está na pauta dos governos comouma política de desenvolvimento econômico, social eambiental, capaz de promover a inclusão social e a sobe-rania alimentar.

A não realização da reforma agrária no Brasil, den-tro da nova visão de desenvolvimento para o campo, for-talece a concentração de terra, de riqueza e de poder nasmãos dos empresários do agronegócio e de grandes em-presas internacionais, que estão se organizando para au-mentar o plantio da cana, reproduzindo o modelo do mo-nocultivo e produção mecanizada e sem gente.

O movimento sindical tem que encarar ainda, commais força e firmeza, a luta pela terra, forçando o Gover-no do Presidente Lula a priorizar a reforma agrária, pro-pondo uma nova base legal que impeça que grupos nacio-nais e estrangeiros, pessoas físicas ou jurídicas, se apro-priem de nossas terras, através de compras ou arrenda-mentos, inclusive com limites de tamanho da proprieda-de. O Presidente Lula tem em mãos a proposta de corre-ção dos índices de produtividade e precisa decidir. O Go-verno tem o dever de cumprir com a Constituição Federalno que se refere à desapropriação pela função social dapropriedade, por critérios ambientais, sociais, relaçõesde trabalho e sonegação fiscal e não somente pela impro-dutividade, como acontece atualmente.

A FETAPE, em conjunto com os Sindicatos, tem pro-curado rediscutir o atual modelo de reforma agrária e fei-to proposições em nossas instâncias de deliberação e nascâmaras, conselhos e fóruns dos quais participa. Propo-mos estimular a produção coletiva, a autogestão e a di-versificação e industrialização, através da cooperação so-lidária. O princípio da sustentabilidade econômica esta-rá, obrigatoriamente, vinculado ao social e ambiental, in-cluindo a igualdade de gênero e a ativa participação dajuventude.

A FETAPE tem buscado construir a unidade dos movi-mentos sociais em torno de uma agenda comum, sem abrirmão das disputas existentes na base, mas preservando orespeito às diferenças e reconhecendo que somente a uni-dade dos trabalhadores e trabalhadoras, das diversas or-ganizações que lutam pela terra e por justiça, será capazde derrotar o latifúndio e seus aliados, e assim ganhar odebate nacional, nos governos e na sociedade, para fazer areforma agrária, distribuindo a riqueza e o poder, constru-indo a soberania alimentar e a paz no Brasil.

Aristides Santos, Presidente

da Fetape.

Jornal da Fetape - Oque é o Prorural e, nesse con-texto, qual o diferencial desua gestão?

José Patriota - O Proru-ral existe para melhorar avida de quem mora na zonarural de Pernambuco, apoian-do projetos sociais, produti-vos e de infra-estrutura, atra-vés do Fundo de Crédito Ru-ral e do Projeto de combate àPobreza Rural. Acho que omais importante em estar àfrente do Prorural é a identi-

Conversamos com José Patriota, gerente geral do Prorural.A seguir, os principais momentos da entrevista.

ficação que tenho com o pro-jeto. Sou filho de agricultor,conheço a realidade e as ne-cessidades da agricultura fa-miliar e faço questão de quena nossa gestão os trabalha-dores e trabalhadoras ruraissejam os protagonistas des-sa história, tendo vez e vozno Prorural e no Governo doEstado.

Jornal da Fetape - Quala sua proposta para o Proru-ral?

José Patriota - Minhaidéia é atender de forma maisefetiva os anseios dos agri-cultores familiares. Por isso,nosso primeiro grande passoé a reestruturação e amplia-ção de todos os 179 Conse-lhos Municipais de Desenvol-vimento Rural Sustentável eo Prorural com linhas de fi-nanciamento para as mulhe-res, jovens, assentados ru-rais, comunidades quilombo-las e indígenas. Vamos reto-mar os financiamentos de pro-jetos produtivos e trabalhar de

forma integrada com os go-vernos municipal, estadual efederal, priorizando projetosde abastecimento de água, api-cultura, leite e caprinovicultu-ra.

Jornal da Fetape - Oque já foi feito nesses primei-ros meses?

José Patriota - Inicial-mente trabalhamos na rene-gociação do projeto com oBanco Mundial e consegui-mos cerca de 30 milhões dedólares para o Prorural tra-balhar com o agricultor fami-liar de Pernambuco. Até omomento, já foram liberadoscerca de 1 milhão e duzentosmil reais em financiamentosde projetos desde abasteci-mento de água até resfriadorde leite e organizamos 10 se-minários regionais que vãorodar por todo o Estado, dis-cutindo as orientações e po-tencialidades dos municípios,para que estes possam aces-sar aos financiamentos doprojeto.

Jornal da Fetape – Oque representa para osagricultores ter um vice naCUT?

Carlos Veras - Desde oinício desta gestão temosarticulado a aproximaçãoentre os Sindicatos de Tra-balhadores Rurais, os Sin-dicatos urbanos e a pró-pria diretoria da CUT, for-talecendo nossa luta declasse. A CUT participouefetivamente das reuniõesdos Conselhos Deliberati-vos da Fetape, das eleiçõesdos STRs, assembléias,posses, reuniões nos Pó-los Sindicais e atos deapoio à reforma agrária.Formamos o coletivo esta-dual da Juventude da CUTPE e, lá, o jovem rural estárepresentado. Ainda sobrea juventude rural, a Esco-

Carlos Veras, vice-presidente daCUT, e os avanços do sindicalismo

Carlos Veras é o vice-presidente da CUT Estadual. Ele é a voz dos trabalhadores etrabalhadoras rurais de Pernambuco na maior central sindical do país.

la Nordeste da CUT – emparceria com a Fetape –através do Programa To-das as Letras, está traba-lhando em 44 municípios,com 279 turmas, 279 edu-cadores e com cerca de6.552 alunos, numa meto-dologia diferente, que dia-loga com a realidade dequem vive no campo.

Jornal da Fetape – Eisso se reflete na políticanacional da CUT?

Carlos Veras – Sim. Sópara se ter uma idéia, até ofinal do mês de setembroestaremos formando o pri-meiro coletivo estadual dosrurais da história da CUT,com o caráter de pensarpolíticas e ações, dentro daCentral, prioritariamentepara os agricultores e agri-cultoras. Esse coletivo serácomposto por oito direto-res rurais da CUT, um repre-sentante de cada pólo sin-dical e dois representantesda Fetape.

Jornal da Fetape – Ecomo você vê a relação da

CUT com os STRs?Carlos Veras – Estamos

bastante satisfeitos, por-que num único dia (03 deagosto) realizamos a filia-ção de um dos sindicatosmais combativos, o STR deÁguas Belas, com a partici-pação do Presidente daCUT-PE Sérgio Goiana, daContag Manoel Santos, daFetape Aristides Santos,além de muitas lideranças.Este ato marcou o início de10 novas filiações. Essas fi-liações representam a com-preensão pelos trabalhado-res e trabalhadoras ruraisdo papel fundamental quetem a CUT nas lutas e açõesdos STRs da Fetape e no for-talecimento da Contag den-tro da central.

Percebemos uma mai-or compreensão do papelda CUT a partir de suas con-tribuições nas negociaçõesda pauta do Grito da Ter-ra Brasil e nas conquistasda valorização e recupera-ção da valor do salário mí-nimo, entre outras.

Entrevistas

Informativo da Federação dos Trabalhadoresna Agricultura do Estado de Pernambuco – FETAPE

Rua Gervásio Pires, 876 – Boa Vista – Fone: (81) 3421.1222Endereço Eletrônico: [email protected]

Jornalista Responsável: Maria do Carmo Andrade DRT 3181/PETiragem: 1.000 exemplares

Diagramação: Paulo Rocha CriaçõesFone: (81) 3471.0189 – e-mail: [email protected]

JORNAL DA

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Setembro/2007 JORNAL DA

Há nove meses na su-perintendência do Fundode Terras de Pernambuco– FUNTEPE, José EstevoBarbosa – Mantena já mos-trou a que veio: quer a cri-ação de um Instituto deTerras aqui no Estado. Essaluta demonstra que ele re-almente está buscando agi-

Geral

Como as federaçõesde trabalhadores na agri-cultura – Fetags do Nordes-te podem se inserir no con-texto das relações de inte-gração e de articulaçãocom o Mercosul? Essa eoutras questões serão de-batidas nos próximos dias03, 04 e 05 de setembro, noRio Grande do Norte, quan-do representantes de to-das as Fetags dos Estadosda região estarão envolvi-dos no Seminário de Rela-ções Internacionais e Integra-ção do Nordeste com o Mer-cosul, evento que visa inse-rir os agricultores familia-res nordestinos nas açõesdo mercado de países lati-no-americanos.

Mas, antes disso opresidente da Fetape, Aris-tides Santos, já deu o pri-meiro passo e, nesse sen-tido, participou recente-mente (de 09 a 10 de agos-to), em Brasília, do Semi-nário sobre Comércio In-

ternacional e IntegraçãoRegional, promovido peloMinistério do Desenvolvi-mento Agrário / MDA, quetem acompanhado de per-to as negociações que en-volvem o bloco regional doMercosul para implemen-tar novas políticas de in-centivo ao setor. Por isso,criou a REAF – ReuniãoEspecializada sobre a Agri-cultura Familiar no Merco-sul. A iniciativa brasileiraé o espaço formal paraque o governo e agriculto-res familiares discutam su-gestões de políticas paraos países da região.

O Seminário sobre Co-mércio Exterior abordoutemas como o balanço dapolítica de relações inter-nacionais e a participaçãosocial no governo Lula; ava-liação das negociações daOrganização Mundial doComércio – OMC, tendo aContag em conjunto com

Funtepe aprova criação do Institutode Terras de Pernambuco

Proposta de criação do Iterpe foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo do Funtepe

lizar ações em prol dos tra-balhadores rurais de Per-nambuco.

No último mês de ju-lho, durante reunião doConselho Deliberativo doFuntepe, o superintenden-te fez uma apresentação daminuta do anteprojeto delei para criação do Institu-

to de Terras de Pernambu-co – ITERPE e a propostafoi aprovada por unanimi-dade: “O Funtepe tem a mis-são de cuidar da políticafundiária do estado, porisso a importância de Per-nambuco ter um institutode terras, que os conselhei-ros e o Secretário Ângelo

Santos entenderam nessareunião ser necessário cri-ar”, avalia Mantena.

Para o Secretário deAgricultura e ReformaAgrária de Pernambuco,Ângelo Ferreira, a criaçãodo ITERPE é de grande im-portância, já que Pernam-buco é um dos poucos Es-tados do Brasil que aindanão tem seu instituto deterras. “O ITERPE vai pro-porcionar uma melhor pres-tação de serviços e mais au-tonomia para a efetivaçãodos projetos de reformaagrária aqui no Estado”, co-menta.

Mantena tambémanuncia que na região ondevão passar os dois canais doProjeto de Integração dasBacias do Rio São Francis-co, cerca de 12 mil famíliasde baixa renda dos municí-pios de Custódia, Cabrobó,Floresta, Sertania, Salgueiroe Verdejante, receberão gra-tuitamente títulos de possede terra para que tenhamdireito à indenização quan-do a área for desapropria-da pelo governo estadual. “Os agricultores que detêma posse de imóveis rurais de

até 100 hectares não preci-sarão arcar com o preço daterra e com custos de me-dição. Cada família vai rece-ber em média uma indeni-zação de R$ 11 mil e as fa-mílias que habitam a áreaabrangida pelos dois canaisjá estão sendo identifica-das. Os canais leste e norteirão passar por 14 municí-pios pernambucanos e oempreendimento deve as-segurar água para 12 mi-lhões de habitantes da re-gião semi-árida do Nordes-te” anuncia o superinten-dente do Funtepe, José Es-tevo Barbosa – Mantena.

Os assentados de Per-nambuco também serãorecadastrados. Os traba-lhos realizados pelo Funte-pe já começaram no últimomês de julho, em Petrolina.“Vamos identificar, conjun-tamente com os STRs ecom a Fetape, os proble-mas que as famílias enfren-tam e, a partir destes da-dos, ver como poderemosviabilizar políticas públicasque possibilitem a melho-ria nas condições de vidada população rural”, afir-ma Mantena.

outras organizações de tra-balhadores rurais de todoo mundo se unido para for-talecer acordos que ve-nham a favorecer os agri-

cultores familiares. Tam-bém foram discutidos oprocesso de integração deprogramas regionais paraa agricultura familiar no

Mercosul e a relação daContag com o MovimentoSindical de Trabalhadorese Trabalhadoras Rurais daAmérica do Sul.

Seminário discute integração do Nordeste com o Mercosul

À esquerda, o secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Ângelo Ferreira, e à direita o

Superintendente do Funtepe, José Estevo Barbosa – Mantena

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Setembro/2007JORNAL DA

1.708 agricultoras saí-ram de Pernambuco no úl-timo dia 19 de agosto, dasede da Fetape rumo a Bra-sília. Foram 31 ônibus co-ordenados pela federaçãocom destino ao Palácio doPlanalto para receber asrespostas à pauta de reivin-dicações das mulheres tra-balhadoras rurais. A Mar-cha das Margaridas 2007 éuma estratégia política con-solidada pelas trabalhado-ras rurais para o combateà fome, violência sexista epela construção de umanova política nacional comigualdade de gênero, justi-ça e paz, coordenada a ní-vel nacional pela Confede-ração Nacional dos Traba-lhadores na Agricultura –Contag.

“A Marcha das Margari-das faz parte da luta mun-dial das mulheres organiza-das e feministas compro-metidas com a igualdade eequidade entre homens emulheres”, esclarece MariaAparecida de Melo – Muli-ca, diretora de Coordena-

Os movimentos sociaisde luta pelos direitos da mu-lher realizaram o Forró dasMargaridas. A festa, um aque-cimento prévio para a Marchadas Margaridas, contou coma animação das bandas Qui-xabeira e Mandassaia e rolouno Sindicato dos ServidoresMunicipais de Recife.

Muita gente doou obje-tos para que estes fossemvendidos durante o forró, afim de que as trabalhadorasrurais captassem recursospara a viagem das mulheresa Brasília. As margaridasagradecem.

Para que a Marcha dasMargaridas acontecesse, adiretoria de Mulheres daFetape realizou uma sériede atividades visando esti-mular as Comissões Muni-cipais de Mulheres e as di-reções sindicais a marca-rem suas presenças. Deucerto e a meta foi atingida:1708 mulheres representa-ram Pernambuco na Tercei-ra Etapa da Marcha, em Bra-sília.

Durante todo esse tem-po, foram 36 reuniões comComissões Municipais e Di-retorias de STRs, 28 audiên-

Agricultores da CECAF doamquase uma tonelada de frutaspara a Marcha das Margaridas

Mulheres

Marcha das Margaridas 2007Dezenas de ônibus com agricultoras pernambucanas partiram rumo a Brasília

ção das Mulheres da Feta-pe. Em Pernambuco, é pro-movida pela Fetape em par-ceria com grupos de mu-lheres de sindicatos, Ongs,CUT, Fórum de Mulheres,SOS Corpo, Flor de Manda-caru, AEZM, SINTEPE, Sin-dicato das Domésticas, SIN-DSPREV, SINDSEP, MarchaMundial das Mulheres, SIN-PROL, SINPREMO, SIND-SERP, e Movimento de Mu-lheres Trabalhadoras Ru-rais–NE.

Os ônibus chegaramem Brasília no dia 21 deagosto, quando as pernam-bucanas se somaram aoconjunto de 30 mil agricul-toras de todos os recantosdo país.

O roteiro de saída dosveículos foi o seguinte: cin-co ônibus saíram da sededa Fetape; três de Caruaru;sete de Garanhuns; dois deSurubim; três de Ouricuri;três de Serra Telhada; umde Petrolândia; três de Pe-trolina; um do Pajeú; doisda Mata Norte e quatro daMata Sul.

Representação pernambucanafoi de quase duas mil mulheres

cias com prefeitos, 20 reuni-ões com vereadores e vere-adoras, 20 reuniões comAssociações de Trabalhado-res e Trabalhadoras Rurais,10 reuniões de Pólos e duasreuniões com a ComissãoEstadual de Mulheres Traba-lhadoras Rurais.

O resultado de todoesse esforço não poderiaser outro. Todos os Pólosenvolveram-se em ativida-des de divulgação e capta-ção de recursos para a via-gem, através de bingos, ri-fas, feijoadas e livros deouro. Um ônibus foi cedido

pela Chesf, outro pela Mar-cha Mundial de Mulheres,mais um pelo Projeto Har-monia Catende e mais 13 fo-ram pagos pelos sindicatos.A Fetape cedeu dois ônibuse doou 1500 camisas. Cin-co STRs seguiram em car-ros particulares até o pla-nalto, além de outros qua-tro que assumiram suasidas de avião, contabilizaMaria Aparecida de Melo –Mulica, que agradece aindaao Projeto Dom Helder Ca-mara e a Secretaria Especi-al das mulheres do Gover-no Estadual.

Forró das Margaridas

Agricultores familiares da Central de Comerci-alização da Agricultura Familiar – CECAF apoiarama caravana da Marcha das Margaridas, que partiude Pernambuco rumo a Brasília. Eles doaram qua-se uma tonelada de frutas: mamão, uva, abacaxi,graviola, banana, limão, manga e goiaba.

A ação de arrecadação foi organizada conjun-tamente entre as diretorias de Política Agrícola ede Mulheres da Fetape e a contribuição dos 13 agri-cultores e agricultoras fortalece ainda mais a soli-dariedade e o compromisso destes com as bandei-ras de luta do movimento sindical rural.

Brasília – Mulica fala em nome das agricultoras de Pernambuco.

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Setembro/2007 JORNAL DA

Em parceriacom Política Agrá-ria e Formação, a di-retoria de PolíticaAgrícola da Fetaperealizará nesse mêsde setembro umasérie de três gran-des eventos, os En-contros de Divulga-ção e Formação parao Plano Safra 2007/2008, nas regiões daZona da Mata,Agreste e Sertão.

Cerca de 300lideranças sindicaisde todo o Estado

vão participar dos encontros, discutindo sobre Ori-gem, Lutas e conquistas do Movimento Sindical deTrabalhadores e Trabalhadoras Rurais - MSTTR; Va-lorização do Projeto Alternativo de Desenvolvimen-to Rural Sustentável e Solidário – PADRSS; Plano Sa-fra da Agricultura Familiar 2007/2008 e Políticas deDesenvolvimento para a Agricultura Familiar e Refor-ma Agrária.

Confirmadas as presenças de representantes edo apoio do Banco do Nordeste do Brasil, Banco doBrasil, Secretaria de Agricultura e Reforma Agráriado Estado de Pernambuco, Projeto Dom Helder Ca-mara e Incra.

Os Encontros de Divulgação e Formação para oPlano Safra 2007/2008 acontecem durante todo o mêsde setembro: no Sertão, dias 12 e 13, no municípiode Triunfo; no Agreste, de 19 a 20, em Garanhuns ena Zona da Mata nos dias 27 e 28, no município deCarpina.

Os agricultores famili-ares do Grupo B, do Pro-grama Nacional de Fortale-cimento da Agricultura Fa-miliar – Pronaf, não preci-sarão mais pagar a taxa de3% do valor total contrata-do através do crédito pelosserviços de AssistênciaTécnica e Extensão Rural –ATER. A decisão está valen-do desde o último mês de

A Fetape e os Sindica-tos de Trabalhadores Ru-rais – STRs, em parceriacom o Banco do Brasil,promoveram a mobiliza-ção de caravanas de agri-cultores e agricultoras fa-miliares de vários municí-pios do sertão pernambu-cano. Eles foram ver de

Todos sindicatos de trabalhadores rurais dePernambuco foram capacitados à utilização da DAPELETRÔNICA, em série de eventos realizados pelaFetape em todo o Estado, através da AVALIAÇÃO EPROPOSIÇÃO DOS 10 ANOS DO PRONAF E CAPA-CITAÇÃO DA DAP ELETRÔNICA. Agora, os STRstêm como fazer a Declaração de Aptidão ao Pronaf(DAP) por via eletrônica, já que o meio convencio-nal (papel) vinha trazendo problemas de logísticae de retardo nos encaminhamentos dos processos.Representantes do PRORURAL e da CONAB estive-ram presentes aos encontros, falando sobre asações dos referidos órgãos em benefício da agri-cultura familiar.

“Realizamos um levantamento das demandasde problemas no meio rural e encaminharemos tudoao GRITO DA TERRA BRASIL, para que possamosreforçar politicamente esses pleitos”, reforça Adel-son Freitas, diretor de política agrícola da federa-ção, em referência ao maior evento reivindicatórioanual de mobilização de massa do sindicalismo ru-ral, a nível nacional, envolvendo todas as federa-ções do país e que acontece em Brasília, com en-trega de pauta de reivindicações dos trabalhado-res rurais ao Presidente da República.

As atividades de capacitação aconteceram nos10 Pólos sindicais da Fetape, localizados em todo oEstado de Pernambuco. Hoje, tem-se 400 represen-tantes dos STRs habilitados a emitirem a DAP deforma eletrônica.

A Fetape, através dadiretoria de Política Agríco-la, coordena a Câmara Téc-nica de DesenvolvimentoTerritorial de Pernambuco.“Essa participação é desuma importância paraanálise, validação e quali-ficação dos projetos terri-toriais”, argumenta Adel-son Freitas, diretor de Polí-

Agrícola

Fetape presente na Câmara Técnicade Desenvolvimento Territorial

Fetape e STRs no Agrishow Semi-Árido 2007

tica Agrícola da federação.A Câmara já se reuniu

nos meses de julho e agos-to desse ano para analisaros projetos rurais da MataSul, Agreste Central, Agres-te Meridional, Sertão doPajeú, Sertão do Araripe eSertão do São Francisco,que serão financiados peloPROINF 2007.

Foram analisados até omomento 64 projetos esuas fichas de resumo, comtodas as ações, metas e va-lores. Depois, os represen-tantes dos territórios serãocontatados a fim de realiza-rem as alterações sugeridaspor aquela câmara, no aten-dimento aos critérios esta-belecidos pelo PROINF.

perto o 2º Agrishow Semi-Árido, uma grande feira deconhecimentos e de reali-zação de agronegócios,onde são repassadas à po-pulação das áreas de se-queiro mais de 100 tecno-logias desenvolvidas pelaEmbrapa e por outras enti-dades de pesquisa.

O evento, que aconte-ceu de 3 a 7 de julho, nomunicípio de Petrolina,visa a melhoria da produti-vidade e da renda da agri-cultura familiar no Nordes-te brasileiro e foi palco dedebates e conversas emtorno de tecnologias e ex-periências de campo.

A participação dos tra-balhadores rurais na 2ºAgrishow Semi-Árido foiuma iniciativa da Diretoriade Política Agrícola da Fe-tape: “A difusão das tecno-logias é de grande impor-tância para a convivênciacom o semi-árido e, paraque esse objetivo seja al-cançado, os governos fe-deral e estadual terão queinvestir significativamentena assistência técnica eextensão rural em Pernam-buco, o Estado que tem aspiores condições em rela-ção aos demais do Nor-deste”, avalia AdelsonFreitas, diretor de PolíticaAgrícola da Fetape.

Serviços ATER agora são gratuitos

julho, quando o Plano Sa-fra da Agricultura Familiar2007/2008 foi lançado pelopresidente Lula. Ou seja,agora todos os agricultoresque fazem parte do progra-ma passam a ter direito aosserviços gratuitos da ATER.

“A diretoria de Políti-ca Agrícola já está reali-zando reuniões com as en-tidades parceiras e execu-

toras da política de ATERe se articulando com aContag para a formaçãode redes de ATER a nívelnacional. Isso para qualifi-car e ampliar essa ação ain-da mais em Pernambuco,garantindo melhoria naqualidade de vida no cam-po”, anuncia Adelson Frei-tas, diretor de PolíticaAgrícola da Fetape.

Câmara já analisa projetos de todo Pernambuco

Plano Safra serádebatido em sériede encontros

Fetape capacitatrabalhadores a usara DAP eletrônica

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento do Plano Safra para o período de 2007 a 2008

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Setembro/2007JORNAL DA

A Fetape e a Caixa Eco-nômica Federal – CEF firma-ram convênio para a cons-trução de habitações naárea rural, em áreas dos as-sentamentos do ProgramaNacional de Crédito Fundi-ário. Agora, o acordo que seiniciou em 2006 é uma reali-dade e 111 casas serãoconstruídas em diferentesregiões de Pernambuco. As

O dia do agricultor foicomemorado pela Fetape,através do Sindicato deTrabalhadores Rurais –STR de Petrolina, comuma grande ocupação deterra. A maior já realizadapelo Movimento Sindicalde Trabalhadores e Traba-lhadoras Rurais – MSTTRnos últimos tempos. 900 fa-mílias acamparam em ter-ras no entorno da Code-vasf – Projeto Maria Tere-za R4, na madrugada da-quele dia, reivindicando aposse de terras próximasao local.

As duas áreas reivindi-cadas pelos agricultores,

Agrária

Maior ação do MSTTR em Pernambuco:900 famílias ocupam terras em Petrolina

Agricultores reivindicam áreas para construção de Vila Rural

somadas, totalizam cercade quatro mil hectares, aserem distribuídos entre asfamílias, após vistoria doIncra. Os trabalhadores etrabalhadoras rurais que-rem que, no local, seja cons-truída uma vila rural, con-siderando que boa partedessas famílias trabalhamtemporariamente nas em-presas de hortifruticultura,não possuem moradia pró-pria e pagam aluguéis mui-to caros na região.

Cerca de 70% dessasfamílias reivindicam tam-bém duas propriedades,localizadas nas proximida-des da área ocupada, já que

as mesmas já foram pré-vis-toriadas pelo Incra, que imi-tiu parecer favorável aodesenvolvimento de proje-tos para os assentamentos.“São 4.172 hectares, desti-nados ao assentamentodas famílias, através do Pro-jeto Nacional de ReformaAgrária. Essa é a maior ocu-pação de terras promovidapela Fetape e pelo STR dePetrolina. E isso é reflexodo grande número de famí-lias que não dispõem deum pedaço de terra parapoder produzir”, avalia Pau-lo Roberto – Beto, diretorde Política Agrária e MeioAmbiente da Fetape.

Construção de casas com aCaixa Econômica Federal

obras já foram iniciadas nofinal do ano passado, nomunicípio de Amaraji, MataSul do Estado, no assenta-mento Riachão do Sul.

A previsão dos técni-cos é de que até setembrodesse ano as moradias se-jam inauguradas. No muni-cípio de Serra Talhada, ondeas obras já se iniciaram nosassentamentos Vila Bela e

Roberto Kerly, o projeto deconstrução de novas casasjá se expande para o muni-cípio de São José do Bel-monte, nos assentamentosCornélio Lopes e Gameleira.

No município de Ina-já, as obras estão sendoiniciadas no assentamentoBoa Esperança e, no muni-cípio de Belém de São Fran-cisco, nos assentamentosPadre Cícero e Belemitas.Em Petrolândia, as famíliasdo assentamento Submé-dio São Francisco terãosuas casas próprias, assimcomo as famílias do assen-tamento Euclides Nasci-mento, em Petrolina.

“Estamos fazendo oacompanhamento perma-nente dos trabalhos deconstrução, além da assis-tência social. Junto ao Ban-co do Brasil e à empresa deassistência técnica, esta-mos aproveitando o mo-mento e implantando pro-jetos produtivos ao mesmotempo em que as obras sãorealizadas”, explica PauloRoberto – Beto, diretor dePolítica Agrária e Meio Am-biente da Fetape.

Criada a primeiraCoordenação de MeioAmbiente da Fetape

Acaba de ser criada a primeira Coordenaçãode Meio Ambiente da Fetape. Uma iniciativa toma-da em um momento de extrema importância, por-que além de tudo irá viabilizar o licenciamento am-biental dos Projetos de Assentamento – PAS dos agri-cultores familiares vinculados à Fetape, consideran-do que atualmente para se captar qualquer recursoe viabilizar os planos de desenvolvimento dos mes-mos, é condição básica dos agentes financeiros edo governo para o acesso aos recursos públicos(qualquer linha de crédito do Pronaf), que a insti-tuição tenha uma política ambiental através do IBA-MA e das Secretarias Estaduais de Meio Ambiente.

Eraldo Souza é o primeiro titular da coordena-ção e já está percorrendo todos os Pólos Sindicaisda Fetape, visando a realização de um Encontro Es-tadual para a construção de uma política ambientalpara a Fetape, e também identificar os impactos am-bientais existentes. A partir daí, a federação poderáconstruir uma política de preservação do meio am-biente que seja referencial. Para o coordenador, “Dis-cutir sustentabilidade sócio-econômica passa, ne-cessariamente, pelo tema da sustentabilidade am-biental, visto que a Agenda 21 e as consequênciasdo efeito estufa estão cada vez mais em pauta, ge-rando adesões da maioria dos movimentos sociais”,avalia Eraldo.

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Setembro/2007 JORNAL DA

A Zona da Mata e omunicípio de Petrolina fo-ram palco de dois grandeseventos nos meses de ju-nho e julho deste ano. Pro-movidos pela diretoria dePolítica Salarial, os Encon-tros de Capacitação de Dele-gados e Delegadas e Diri-gentes Sindicais encerram aprogramação de capacita-ções preparatórias para asCampanhas Salariais daZona da Mata e do Vale do

Mais de 1000 trabalha-dores representantes dossindicatos de trabalhado-res rurais de Gameleira, Ri-beirão, Água Preta, Esca-da, Tamandaré, Rio Formo-so, São José da CoroaGrande, Barreiros e Siri-nhaém ocuparam a UsinaCucaú, no último mês de ju-lho. Eles exigiam da admi-nistração da usina o paga-mento de seus vencimen-tos semanais, atrasados emtrês semanas. Além disso,os trabalhadores acusa-vam a usina de incorrer emvárias irregularidades,como atraso no pagamen-to da remuneração de féri-as, salário família, FGTS,PIS, falta de repasse da con-tribuição associativa soci-al, falta de recolhimento dacontribuição sindical, en-tre outros.

Os trabalhadores con-taram com total apoio daFetape “Eles ficaram acam-

Entre agosto e setem-bro, a diretoria de PolíticaSalarial da Fetape promo-veu dois momentos que de-finiram a pauta de reivindi-cações dos canavieiros. Oprimeiro deles, um encon-tro de preparação da pautade reivindicações dos ca-navieiros na Campanha Sa-larial 2007/2008, com a par-ticipação dos STRs da Zonada Mata, no Centro Socialda Fetape em Ribeirão. Osegundo momento foi o 14°Congresso de Delegados eDelegadas Sindicais da Zonada Mata – PE, que fechou a

Política Salarial

A Fetape, através dadiretoria de Política Salari-al, em parceria com Sindi-catos de TrabalhadoresRurais – STRs da Zona daMata e entidades da socie-dade civil organizada, pro-moveram no último mês dejulho o 8° Seminário de Re-estruturação da Zona da Matade Pernambuco. O tema,muito abordado pela mídianos últimos dias, girou emtorno do desenvolvimentodo setor sucroalccoleiroem Pernambuco e os im-pactos e desafios no mun-do do trabalho. “Precisáva-mos atualizar o debate so-bre o desenvolvimento dosetor sucroalcooleiro coma expansão da cana-de-açú-car e como será esse incen-tivo do governo federal aoetanol”, alerta José Rodri-gues, diretor de Políticasalarial da federação.

Para José Rodrigues, épreciso também expressara preocupação do movi-mento sindical rural com

Impactos no desenvolvimento do setor sucroalcooleiro exigemreestruturação da Zona da Mata

Seminário discute questõesda Zona da Mata

outras políticas públicas dogoverno federal que estãoengessadas, a exemplo daprópria reforma agrária,saúde, educação e preser-vação do meio ambiente.“Envolvemos os governosestadual e federal nessa dis-cussão. Foi interessanteporque, a partir disso, apro-fundamos o debate com osrepresentantes de órgãosfederais como o IBAMAeMinistério do Trabalho, eestaduais como o Promata,Prorural, Funtepe, IPA eCPRH”, contabiliza o diretor.

Também estiverampresentes no seminário re-presentantes das secretari-as de DesenvolvimentoEconômico, Agricultura eReforma Agrária, Ciência,Tecnologia e Meio Ambien-te, Saúde, Secretaria Execu-tiva da Mulher, do GovernoEstadual e representantesdo Ministério do Trabalho/ Delegacia Regional do Tra-balho – DRT, além do supe-rintendente do IBAMA.

Toda a preparação doevento e as discussões téc-nicas do encontro conta-ram com a colaboração daContag, DIEESE, Centro Jo-sué de Castro, Centro dasMulheres do Cabo, CentroSabiá, FASE, AEZM e CPT.No total foram 21 entida-des entre governamentaise não governamentais.

Encerrando as ativida-des do seminário, foi elabo-rado um documento con-tendo as principais reivin-dicações apontadas a par-tir dos debates: a Carta daZona da Mata Pernambu-cana, que foi entregue di-retamente ao presidenteLula e ao governador dePernambuco, EduardoCampos, por ocasião davinda do representante doexecutivo nacional para olançamento do PAC/PE, noúltimo mês de julho.

Ainda nesse período,a Fetape realizou o que de-nominou de “Encontrão”,com a Zona da Mata Nor-te. O objetivo foi de unifi-car os problemas e desafi-os identificados nos qua-tro encontros de capacita-ção de delegados e delega-das sindicais realizados noprimeiro semestre desseano e fazer a programaçãodas atividades a serem exe-cutas no prazo de um ano,com base na formação sin-dical, sindicalização ecumprimento da conven-ção coletiva da Zona daMata.

Mais de mil canavieiros cercamUsina Cucaú e garantem seus direitos

pados por dois dias no pá-tio da usina, com carro desom ligado ininterrupta-mente e xingando os pa-trões. Os patrões não su-portaram e pagaram duassemanas em atraso no ato.Os débitos foram liquida-dos nos dias seguintes e os

dias de greve não foramdescontados”, comemoraJosé Rodrigues, diretor dePolítica Salarial da federa-ção. Ele lembra ainda quefoi um processo de mobili-zação muito forte e que osônibus chegavam lotadosdurante o acampamento.

Dirigentes, delegados e delegadas sindicais do Sindi-cato de Trabalhadores Rurais – STR de Petrolina traçaramsuas estratégias de luta para o cumprimento da Conven-ção Coletiva de Trabalho na Hortifruticultura.

Foram 67 delegados e delegadas sindicais presentesna série de três seminários de capacitação promovidos peladiretoria de Política Salarial da Fetape, em Petrolina. “Fo-ram encontros bastante produtivos, com um público bemativo e bastante comprometido e interessado na luta domovimento sindical rural. Eles demonstraram estar commuita disposição para lutar pela garantia de seus direitoscontidos na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria,na região do Vale do São Francisco”, avalia José Rodrigues,diretor de Política Salarial da Fetape.

Trabalhadores da hortifruticulturatraçam suas estratégias de luta

Delegados e dirigentes sindicaisjá estão preparados para aspróximas campanhas salariais

São Francisco.No total, foram 10 en-

contros que prepararam200 delegados e delegadassindicais e 82 dirigentes sin-dicais, capacitando-ospara a luta por melhoressalários e condições de tra-balho. As negociações dascampanhas salariais doVale do São Francisco e daZona da Mata se iniciamem julho e em setembro,respectivamente.

Pauta de reivindicações doscanavieiros já está pronta

pauta reivindicatória e dis-cutiu estratégias políticaspara a Campanha Salarial2007/2008.

O Congresso de Dele-gados Sindicais é o mo-mento político que simbo-liza a abertura da campa-nha salarial da categoria.O próximo passo será adiscussão e aprovação dapauta de reivindicaçõesnas assembléias de base,que serão realizadas portodos os sindicatos, pre-vista para o dia 16 de se-tembro, em cada municí-pio da Zona da Mata.

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Setembro/2007JORNAL DA

Políticas Públicas

Educação do Campo: épossível fazer diferente

Educadores que atu-am nos programas de edu-cação desenvolvidos pelaFetape, dirigentes sindicais,entidades parceiras e secre-tarias municipais de educa-ção estiveram reunidos de6 a 8 de agosto desse ano,em Petrolina, durante o 1°Seminário sobre Desenvolvi-mento Sustentável com Ênfa-se em Educação do Campono Sertão do Estado. Eles de-bateram sobre novas dire-trizes operacionais paraeducação do campo, tendocomo referencial a educa-ção que se tem e as experi-

ências que estão sendo de-senvolvidas pela sociedadecivil organizada. “Apresen-tamos um contra-ponto àpolítica educacional hege-mônica, mostrando que épossível fazer um modelode educação diferente,onde o saber construídocoletivamente seja instru-mento de transformação darealidade”, defende DorielBarros, Vice-Presidente daFetape.

O seminário culminoucom a construção de umaagenda de compromissos,baseada em estratégias

Seminário sobre desenvolvimento sustentável deu ênfase à educação do campo no sertão de Pernambuco

Nova dinâmica melhora relação e atendimento do INSS

A portaria número291, do Ministério da Pre-vidência, que altera os ar-tigos 3° e 7° da portaria 170/2007 está sendo contesta-da pela Fetape. Essa porta-ria autoriza o INSS a acei-tar a declaração para ativi-dade rural fornecida pelosSintraf, sem exigir deste oseu registro no Ministériodo Trabalho. A Fetape e aContag manifestam-se con-tra essa postura do Minis-tério da Previdência: “En-tendemos que a portariafere a Lei Sindical N° 1.166/71 em vigor. Por isso, se faznecessário o questiona-mento político e jurídicoquanto à sua legitimidade.Desse jeito, qualquer umque não tenha representa-

Portaria 291 é contestadapela Fetape e pela Contag

ticvidade pode atuar como poder público conferidoaos sindicatos regulariza-dos. Onde existe um sindi-cato de trabalhadores ru-rais, nessa mesma basenão comporta uma ou ou-tra organização sindicalque pretenda representaros agricultores. Isso gera,no mínimo, o conflito” aler-ta Doriel Barros, vice-presi-dente da Fetape.

A direção da Fetapeconvoca os dirigentes sin-dicais a reagirem, orientan-do os trabalhadores e tra-balhadoras, discutindocom a sociedade e buscan-do os meios legais possíveispara barrar essa atitude in-constitucional do Ministé-rio da Previdência Social.

Diante dos problemase dificuldades, enfrentadospelos trabalhadores e tra-balhadoras rurais nos en-caminhamentos dos pro-cessos de aposentadoria,inclusive na relação dosSTRs com o INSS, a vice-presidência da Fetape estáimplementando de formadescentralizada as reuni-ões com o instituto de se-guridade social. Ou seja, apartir de agora as Agênci-as da Previdência - APS sãoagrupadas em blocos, pormicro-regiões. “Antes, es-sas reuniões eram muitograndes e não permitiamque todos os STRs fossemouvidos. Depois de realiza-dos três encontros comcada bloco de APS defini-mos 42 reuniões por ano.

O calendário fixo possibili-ta o monitoramento e oacompanhamento dos en-caminhamentos dasações”, explica Doriel Bar-ros. Segundo Amaro Biar,presidente do STR de Bar-reiros, “esse formato dereuniões descentralizadas

A Coordenação daTerceira Idade, recente-mente eleita, tem se man-tido sempre atuante e estápresente em diversos de-bates e discussões com ostrabalhadores e trabalha-doras, de forma bastanteintegrada, ocupando es-paços na mídia e apresen-tando a todos as funçõesda nova coordenação cri-ada pela Fetape.

Israel Crispim, o titu-lar da coordenação,anuncia que já estão emandamento as articula-ções para realização doprimeiro seminário paraos próximos dias 24, 25 e

Nova coordenação assume política da Terceira Idade

26 de setembro. O eventoterá como eixo central adiscussão de políticas pú-blicas para a terceira idadee, conseqüentemente, asestratégias de ação para os

próximos anos. “Precisa-mos garantir direitos quejá foram asseguradoscom base em muitas lutas.Exigimos que o Estatutodo Idoso seja cumprido,porque precisamos desaúde, transporte e lazer.Entendemos que os abu-sos praticados por ban-cos e financeiras, que pra-ticam empréstimos a ju-ros exorbitantes precisamacabar”, anuncia IsraelCrispin. Ainda segundo ocoordenador, o seminá-rio também discutirá a cri-ação do Coletivo Estadu-al da Terceira Idade da Fe-tape.

para apropriação, publici-zação das diretrizes e noincentivo aos gestores pú-blicos e futuros candidatose candidatas às eleições de2008 para que estes secomprometam com a im-plementação das diretrizesda educação do campo.

A próxima etapa serámarcada por um apelo mas-sivo aos vários segmentosorganizados para que se en-volvam na execução dessaagenda, através da realiza-ção de fóruns territoriais.

Ainda na programaçãoestratégica de ampliação dadiscussão, mais um seminá-rio envolvendo o Agreste ea Zona da Mata: “Vamosparticipar de forma críticae ativa, pois só assim con-quistaremos nossos direi-tos”, afirma Doriel Barros.

aproxima mais a Fetapedos STRs e possibilita amaior participação dos sin-dicatos e uma melhoria narelação e nos atendimen-tos. Cada reunião passa aser um momento de forma-ção e de nivelamento dostrabalhos com o INSS”.

As aulas do ProgramaTodas as Letras, uma grandeparceria educativa entre aFetape, STRs e CUT, já co-meçaram. A ação atendeaos 10 Pólos Sindicais da fe-deração em todo o Estado,em 45 municípios e envol-ve aproximadamente 7 miltrabalhadores(as) rurais,que serão acompanhadospor 275 educadores e edu-cadoras.

“Os sindicatos benefi-ciados pelo programa sãochamados a acompanhar oprocesso, uma garantia deque além da alfabetizaçãoeles também possam abor-dar questões referentes ao

Aulas do Todas asLetras já começaram

Educação do campo

mundo da categoria e aomovimento sindical rural”,explica Doriel Barros, Vice-presidente da Fetape.

Israel Crispin assumiu a

Coordenação da Terceira Idade.

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Setembro/2007 JORNAL DA

Cerca de 158 jovens agri-cultores do sertão e do Agres-te pernambucano foram con-templados com a segunda edi-ção do Consórcio Social daJuventude Rural Rita Qua-dros, um programa do Minis-tério do DesenvolvimentoAgrário e Ministério do Tra-balho e Meio Ambiente, emparceria com a ConfederaçãoNacional dos Trabalhadoresna Agricultura – Contag, Fe-tape e Sindicatos de Trabalha-dores Rurais.

A solenidade de lança-mento do programa aconte-ceu no último mês de julho,no Cine São José, municípiode Afogados da Ingazeira. Oconsórcio vai capacitar 158jovens, sendo 54 em SãoJosé do Egito, 50 em Sairé e54 em Afogados da Ingazeira,municípios pertencentes àsregiões do Sertão do Pajeú eAgreste Central.

“O objetivo maior do con-sórcio é uma qualificação da ju-ventude rural que permita sua

Jovens rurais de todoo Estado participaram doSeminário sobre Desenvol-vimento Territorial com Ên-fase em Educação do Cam-po, que aconteceude 6 a 10 de agos-to, em Petrolina.Cícera Nunes, dire-tora de Políticaspara a Juventude,que coordenou oevento, aposta nopotencial dos jo-vens rurais e esti-mula sua participa-ção: “A Fetapevem animando ajuventude rural apropor melhoriasnas políticas públi-cas que envolvemesse segmento, es-pecialmente quanto às di-retrizes operacionais daeducação do campo”.

Tatiane Macedo, 20anos, membro da Comis-são Estadual de Jovens noPólo Sindical Petrolina,também entende que aeducação é muito impor-tante na vida de qualquerpessoa, e que ela é indis-pensável: “Os jovens en-frentam muitas dificulda-des nos dias de hoje. A ex-clusão social é resultadodo modelo excludente do

Jovens

Consórcio Social vai beneficiarjovens agricultores

Programa vai beneficiar 158 jovens agricultores do Sertão Pernambucano

inserção no mercado de traba-lho e renda, com uma visãocrítica e cidadã, que possibili-te a esse jovem questionar omodelo produtivo local e dis-cutir o modelo produtivo ide-al para o campo”, explica Cíce-ra Nunes, diretora de Políticaspara a Juventude, da Fetape.

Na ocasião, o presiden-te da Fetape, Aristides Santos,proferiu palestra sobre Orga-nização Sindical e a importân-cia da participação da juven-tude nas turmas de Afogados

Jovens discutem desenvolvimento territorialsistema de educação doEstado brasileiro. O êxodorural de nossa juventudeocorre quando os filhos denossa terra correm para as

grandes metrópoles embusca de estudo, trabalhoe lazer. A Fetape nos repre-senta e nos inclui em todasas suas bandeiras de luta.Tem feito a gente enxergarque o campo é o lugaronde podemos viver beme que para isso precisa-mos participar, fazer o con-trole social, formar e trans-formar políticas públicasdo campo e para o campo,desmistificando precon-ceitos e os desprezos quea sociedade e o poder pú-

blico têm com o campo”.José Espedito de Al-

meida, 32 anos, que tam-bém participou do semi-nário e é membro da Co-

missão Estadualde Jovens doPólo Sindical Pe-trolina concordacom Tatiane eafirma que a edu-cação é a baseprincipal parauma vida digna:“A educação nopaís, nos Estadose nos municípios,necessita de maisatenção por par-te do poder públi-co. É dever do Es-tado nos oportu-nizar uma educa-

ção de qualidade, porquese a juventude rural esti-vesse mais preparadapara enfrentar os desafiosque a sociedade nos traz,não migraria tanto para ascidades. A Fetape nos dáa oportunidade de discu-tir políticas públicas emdiversos espaços de inter-venção e essa participa-ção re-significa nossa atu-ação em outros espaços,com intervenções maisqualificadas sobre os des-tinos de nossas vidas”.

O primeiro Festival da Juventude Ru-ral do Pólo Sindical do Araripe será realiza-do de 7 a 9 de setembro, na cidade deOuricuri. Com a participação de 11 muni-cípios e envolvendo cerca de 350 jovens,o festival vai oportunizar à juventude daregião um espaço de discussão sobre as

Pólo Sindical do Arararipe realizará Festival da Juventudepolíticas públicas locais e estaduais, vol-tadas para a educação do campo, espor-te e lazer. “Através desse festival, os jovenstambém vão apresentar suas potenciali-dades em torneios esportivos”, comemo-ra Cícera Nunes, diretora de Política paraa Juventude, da Fetape.

Políticas Públicas

A Fetape entende que asaúde é um bem público eque, portanto, todos devemlutar para garanti-la em suatotalidade. Por isso, estimu-la a participação dos repre-sentantes do movimentosindical rural nas conferên-cias municipal, estadual enacional de saúde. “Essasconferências são espaçospolíticos que a populaçãoprecisa ocupar e nossos de-legados sindicais precisampropor políticas públicaspara a saúde em Pernambu-co. O Sistema Único de Saú-de – SUS é uma conquista dopovo, um direito de todos ede todas e um dever do es-tado e a lei referenda a par-

Conferências vão permitircontrole social do SUS

ticipação da comunidade”,alerta Doriel Barros, vice-presidente da Fetape.

Em Pernambuco, asconferências municipaisaconteceram nos meses dejunho a agosto e a Conferên-cia Estadual de Saúde acon-tecerá de 11 a 14 de outubro.A Fetape está mobilizando eorientando os sindicatosquanto à importância de suaparticipação e no acompa-nhamento dessa conferên-cia. A federação acredita quea participação dos represen-tantes de seus STRs ajuda-rá na construção de umanova realidade para a saúdedo homem e da mulher docampo.

Os critérios de avaliação dos direitos dos traba-lhadores rurais, na hora da aposentadoria, nem sem-pre são imparciais. Uma mão fina, uma pele sem man-chas ou até mesmo um cabelo bem penteado podeminduzir a uma sentença desfavorável para o agricul-tor, que então poderá ter seu pedido de aposentado-ria negado por funcionários do INSS. Há controvérsi-as entre as partes. Por isso, a Fetape e o INSS decidi-ram realizar no último mês de julho o “Seminário deSaúde e Incapacidade para o Trabalhador e Trabalhado-ra Rural”, no Hotel Sesc – Garanhuns. “Dialogamosabertamente sobre o panorama da saúde do traba-lhador e da trabalhadora rural no Estado e os critéri-os e procedimentos da perícia médica no INSS, bus-cando a integração entre gestores, técnicos, trabalha-dores rurais e suas entidades representativas. Os Sin-dicatos sempre questionaram os indeferimentos dosbenefícios previdenciários, ”esclarece Doriel Barros,vice-presidente da Fetape.

O encontro, planejado a partir da solicitação daFetape, constituiu-se num instrumento para melhori-as do atendimento, contando com as presenças derepresentantes das gerências executivas do INSS e suaPerícia Médica, da Associação de Médicos de PE eSecretaria Estadual de Saúde e do diretor de benefíci-os da Previdência Social, Benedito Brunca.

Perícia médica aindadificulta aposentadoriado trabalhador rural

Saúde do campo

da Ingazeira e São José doEgito. Ao final de sua fala, opresidente deixou um conse-lho aos jovens: “Filiem-se aoSindicato, assumam seus atose não transfiram responsabi-lidades para os outros, por-que assim vocês serão maisfelizes”.

O Consórcio Social daJuventude Rural Rita Qua-dros terá carga horária de 400horas-aula, o que correspon-de a um tempo aproximadode duração de cinco meses.

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Setembro/2007JORNAL DA

Quem disse que todasas áreas que lidam com fi-nanceiro cuidam apenasde pagamentos estava re-dondamente enganado. Adiretoria de Finanças e Ad-ministração da Fetape mos-trou que faz a diferença einiciou o ano de 2007 poli-ticamente correta, traba-lhando de forma participa-tiva e atuante junto ao Pla-nejamento Estratégico 2007/2010 em conjunto com to-das as demais diretorias.Não só estruturou os recur-sos necessários para o de-senvolvimento das ativida-des, mas esteve presenteem todos os momentos doplanejamento.

A diretoria de Finan-ças também esteve presen-te nos espaços formativosque aconteceram no pri-meiro semestre desse ano,escutando e opinando jun-to aos demais. “Não nos li-mitamos às atividades ine-rentes ao dia-a-dia da dire-toria, porque entendemosque somos uma entidadesindical que luta por umapolítica mais justa paraquem vive no campo. Nos-sa equipe é sensível a esseaspecto e busca entenderpasso a passo o que acon-tece e quais são as deman-das por investimentos dafederação”, esclarece Fer-rinho, diretor de Finançasda Fetape.

Reforçando essaidéia, um grupo constituí-

A Fetape, através dadiretoria de Finanças e Ad-ministração, vem constru-indo mecanismos para im-plementar o aumento daarrecadação no movimen-to sindical rural. Nessesentido, já está organizan-do um diagnóstico sindi-cal que vai identificar o seupúblico e a quantas andaa arrecadação. Após con-cluído, certamente vai serum referencial para outrasgestões.

É grande a responsa-bilidade que envolve oscontratos e convênios fir-mados entre entidades par-ceiras e a Fetape. Por isso,a diretoria de Finanças eAdministração implantou oSetor de Licitações Perma-nente. Agora, através dosite www.fetape.org.br as vá-rias etapas do processo li-citatório poderão seracompanhadas. O proces-so do Projeto ConsórcioSocial da Juventude RuralBrasileira Rita Quadros,

Finanças

Diagnóstico e convêniosincrementam arrecadação sindicalConvênio firmado com o Banco do Brasil permite repasse automático à Federação

Ainda na lógica dascontribuições, a diretoriade Finanças e Administra-

Planejamento Estratégico 2007:integração e participação são o diferencial

do pelo diretor de Finançase por mais três membrosdo conselho fiscal esteverecentemente em Brasíliapara participar do 1° Encon-tro Nacional dos Conselhei-ros e Conselheiras Fiscais dasFetags. Lá, trabalharam te-máticas voltadas para a atu-ação política do conselhofiscal, convênios e contra-tos com órgãos públicos,legislação e apresentaçãodo projeto político-pedagó-gico do Plano Nacional deFortalecimento das Entida-des Sindicais. “Essas parti-cipações fortalecem o em-poderamento dos mem-bros da equipe e melhoraa visão do grupo na condu-ção dos processos de tra-balho”, avalia Ferrinho,que também anuncia um

Novo Plano Contábil, ela-borado a partir desses en-contros.

A diretoria de Finan-ças e Administração tam-bém anuncia melhorias sig-nificativas na estrutura dasede da Fetape e a aquisi-ção de novos equipamen-tos para a federação e paraos Pólos Sindicais, além dereformas e melhorias emimóveis dos Pólos em di-versas localidades, previs-ta ainda para esse ano.

A diretoria tambémreuniu assessores e asses-soras contábeis da Fede-ração para que estes to-massem conhecimentodas mudanças implemen-tadas e iniciassem um pro-cesso de adaptação aonovo plano.

Setor de licitações eprojetos monitora contratose convênios da Fetape

por exemplo, já está dispo-nível pela internet.

Ainda segundo infor-ma Ferrinho, as mudançasenglobam outros setores,referindo-se às áreas decontabilidade, aposenta-dos, administrativo pessoale almoxarifado: “Estamosaprimorando as ações denossa gestão, não só no quediz respeito à área financei-ra, mas também no que tan-ge os projetos sociais. Esta-mos democratizando o erá-rio público”.

“A diretoria de Finanças não está na Fetape ape-nas para liberar recursos e fazer a prestação de con-tas. O trabalho social também é alvo de nossa aten-ção”. Essa nova postura de Ferrinho, diretor de Fi-nanças e Administração da federação surpreendeua muitos. Mais ainda aqueles que descobriram de-pois que foi de sua diretoria a iniciativa de fazer aprimeira festa do São João dos funcionários da Fe-deração. “O evento foi um sucesso. Os funcionáriosda Fetape demonstraram que são unidos. Graças àcontribuição financeira e participação dos funcio-nários, a arrecadação cobriu todas as despesas dafesta”, comemora Ferrinho.

Finanças também é Festa

ção já implementou ummodelo-guia específico eformulou convênios de co-brança simples, desconta-dos em folha de pagamen-to, para 27 sindicatos daZona da Mata. “Esse convê-nio com o Banco do Brasilpossibilitará o repasse au-tomático do percentual dafederação. É um avançosignificativo. Estamos nosmodernizando”, avalia Fer-rinho, diretor de Finançase Administração da Fetape.

NÃO FIQUE SÓ. FIQUE SÓCIO.PROCURE O SINDICATO DE SUA CIDADE

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Nesse primeiro semestre de 2007, o Pólo MataSul realizou uma série de capacitações com seus di-rigentes, delegados sindicais e animadores de base.Tudo, em preparação para a Campanha Salarial2007/2008.

Nos dias 14 e 15 de junho o Pólo participou doEncontro Regional da Mata, em Carpina, em prepara-ção para a Marcha das Margaridas.

Sob a coordenação da Fetape e dos STRs deBarreiros, Água Preta, Gameleira, Escada, Rio Formo-so, Tamandaré, Ribeirão, Sirinhaém e com a partici-pação dos STRs de Primavera e Joaquim Nabuco, maisde dois mil canavieiros e canavieiras ocuparam a Usi-na Cucaú, no município de Rio Formoso. Eles exigiame conquistaram o pagamento de salários em atraso eoutras obrigações (férias, salário família, falta de re-passe das contribuições associativa e sindical).

Os municípios de Surubim e Casinhas foramcontemplados com 20 turmas de alfabetização de jo-vens e adultos, do Programa Todas as Letras. O pro-grama, que é coordenado pela CUT em parceria coma Fetape e STRs, dará oportunidade a mais de 400pessoas serem alfabetizadas. Duas, das 11 turmas deCasinhas, funcionarão na sede do STR. Detalhe inte-ressante: só uma das 20 turmas terá um homem comoalfabetizador.

Até o final do ano seis STRs do Pólo Sindicalde Surubim terão eleições para renovação das direto-rias e conselho fiscal. Os STRs de Santa Maria do Cam-bucá, Orobó, Casinhas, Salgadinho e Camaragibe jáiniciaram o processo com a escolha das comissõeseleitorais. Em outubro, Vertentes também inicia seuprocesso eleitoral e, no último dia 23 de julho, JoãoAntonio de Santana – Joãozinho foi eleito presidentedo STR de Feira Nova.

Todos os 16 STRs do Pólo Sindical de Surubimmobilizaram-se para a ida a Brasília por ocasião daMarcha das Margaridas.

Um “encontrão”. Assim foi chamado o grandeencontro da Mata Norte, no último dia 29 de julho,em Carpina, com o objetivo de construir melhorescondições para os delegados de base atuarem emsuas áreas, planejando as futuras ações a serem rea-lizadas naquele pólo sindical.

As Agências das Previdência Social – APS – deCarpina, Timbaúba e Nazaré da Mata estiveram reu-nidas em encontro no último dia primeiro de agosto.

Dois ônibus com 90 pessoas da Mata Norteseguiram rumo a Brasília para a Marcha das Margari-das 2007.

Mata Sul

Mata Norte

Formação

A Fetape e o Proje-to Dom Helder Camaraestão realizando umasérie de capacitaçõesem Gestão Associativapara Associações Rurais.“Essas capacitaçõesbuscam contribuir parao empoderamento dasdireções de associaçõesa fim de que estas cons-truam procedimentosmais adequados de ges-tão político-administra-tiva”, analisa Maria deLourdes da Silva, direto-ra de Organização paraFormação da Fetape.

Os encontros for-mativos já estão no ter-ceiro módulo, cujo

A diretoria de Organi-zação e Formação Sindi-cal da Fetape realizou aSegunda Etapa de Capacita-ção em Gestão Político-Sin-dical, no Pólo sindical Ga-ranhuns, nos últimos dias09 e 10 de agosto. O even-to teve por objetivo a so-cialização de estratégiasde gestão e formação sin-dical, discutir noções epráticas de planejamentosindical e construir proce-dimentos coletivos de ges-tão estratégica.

Parceria com Projeto Dom HelderCamara capacita associações rurais

Um grupo de mulhe-res do assentamento Bar-ra Nova, de Águas Belas,irá comercializar 2 mil ces-tas artesanais para a Ho-landa. O assentamento fazparte do Projeto Pernambu-co Orgânico, resultado deuma parceria entre Fetape,OXFAM e os STRs deÁguas Belas e Petrolina.Nessa quarta fase do pro-jeto, a Fetape conta aindacom a parceria da VisãoMundial, na organização econstrução de planos denegócios dos grupos de in-teresse.

“Os frutos desse tra-balho já estão sendo colhi-dos e, logo, estaremostambém com os grupos doassentamento Nossa Se-nhora de Fátima, em Petro-lina, realizando novos ne-gócios”, anuncia Maria deLourdes da Silva, diretorade Organização e Forma-ção da Fetape.

Fetape realiza capacitaçãoem gestão sindical

Assentamento do Projeto PernambucoOrgânico comercializa para a Holanda

Pólos

O STR de Pombos realizou o II Grito da TerraMunicipal no último dia 06 de agosto, contando comexpressiva participação dos trabalhadores e trabalha-doras rurais.

Os STRs da Zona da Mata estiveram reunidosem Ribeirão debatendo a pauta de reivindicações doscanavieiros. Foram as prévias para o 14º Congressoda Zona da Mata de Pernambuco.

Surubim

Ainda segundo a dire-ção da Fetape, o Projeto Per-nambuco Orgânico se orien-ta numa perspectiva decomércio justo e solidário

e, em sua etapa final, visaa construção de ações re-ferenciais de organizaçãoe gestão de assentamentosde reforma agrária.

“Partindo desses ele-mentos, buscamos identi-ficar boas práticas sindi-cais e buscar universalizá-las por pólo, ou seja, porregião. Depois de alcança-do todo o Estado comouma estratégia divulgada eamadurecida, esperamosque estas práticas se tor-nem referenciais para osSTRs filiados”, argumentaMaria de Lordes da Silva,diretora de Organização eFormação da Fetape.

Participaram da capa-

citação os STRs de ÁguasBelas, Bom Conselho, Cal-çado, Canhotinho, Capoei-ras, Correntes, Garanhuns,São João e Palmeirinha.

Ao término do en-contro, cada STR partici-pante recebeu uma carti-lha sobre gestão, organi-zação e planejamento sin-dical, elaborada pelo Se-tor Sindical como umaferramenta para contri-buir com o processo degestão desenvolvido emcada sindicato.

tema é a regularização fis-cal e trabalhista das asso-ciações. A primeira etapaconsiste em capacitar a

diretoria executiva e,em seguida, estendê-la àdiretoria ampliada e con-selho fiscal como estra-tégia para a implantaçãode unidades demonstra-tivas de gestão associa-tiva nas áreas de atuaçãodo projeto Dom HelderCamara.

A primeira etapadas capacitações come-çou nos dias 13 e 17 deagosto e já alcançou osmunicípios de Serra Ta-lhada, São José do Egi-to, Tabira, Solidão, San-ta Cruz da Baixa Verde,Ingazeira, Tuparetama,Santa Terezinha, Breji-nho e Itapetim.

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Artigo/BRUNO RIBEIRO

Catende Harmonia: Agroenergia,produção de alimentos,

sustentabilidade e justiça social

Neste primeiro semestrefoi iniciada a implantação dareforma agrária na antiga Usi-na Catende. A Fetape, os STR´sde Catende, Água Preta, Palma-res, Água Preta, Xexéu e Jaquei-ra e a Cooperativa Harmoniacoordenaram essa implanta-ção junto ao Incra em Brasíliae em Pernambuco, reivindican-do agilidade para atender àsdemandas produtivas dostrabalhadores (as) assenta-dos (as).

São mais de 3.700 fa-mílias de trabalhadores ru-rais e de 450 operários noassentamento que, commuito justiça, foi denomi-nado pelos assentados(as) de AssentamentoAgroindustrial Governa-dor Miguel Arraes. A desa-propriação da antiga UsinaCatende, articulada peloMSTTR, tendo à frente anossa Contag com um pa-pel bastante ativo, foi amaior da história do Incrano Nordeste e uma das maio-res do País. São 27 mil hecta-res, atendendo 48 comunida-des de trabalhadores (as) em48 engenhos, quase todos jácom imissão de posse atual-mente.

O Assentamento Gov. Mi-guel Arraes é o primeiro no Bra-sil, classificado pelo Incracomo “agroindustrial”, sendoesse fato uma conquista impor-tante para a nova reforma agrá-ria que o MSTTR reivindica, naqual as políticas públicas apói-em a produção coletiva e a in-dustrialização da agriculturafamiliar, fortalecendo-a ao am-pliar a sustentabilidade e ascondições de acesso aos mer-cados consumidores.

A luta para se alcançaressa posição foi longa e dura.Ela se iniciou em 1993, quan-do mais de 2.300 trabalhadoresrurais (as) foram demitidos pe-los usineiros sem pagamentode seus direitos. Articuladospelos seus Sindicatos, pela Fe-tape e pela Cut, com o apoiode várias entidades, os demiti-dos se organizaram e reagiram,realizando grandes greves e re-clamando seus direitos na jus-tiça do trabalho. Depois de di-fíceis enfrentamentos, em 1995requereram a falência na Justi-ça e conseguiram expulsar osusineiros de vez.

Com o indispensávelapoio inicial do então gover-nador Miguel Arraes e nos últi-mos anos do Presidente Lula,os (as) trabalhadores conse-guiram manter a usina funcio-nando desde a falência, preser-vando mais de 1.500 empregosdiretos e protegendo o patri-mônio do antigo empregador,que era a maior garantia parapagamento dos direitos. Essasindenizações devem ser pagasagora pela Justiça com o di-nheiro do pagamento das ter-ras desapropriadas.

Iniciaram também ummodelo novo de gestão pelostrabalhadores (as), a autoges-

A Fetape publica o seu Estatuto Social, aprova-do em maio desse ano, durante a reunião do Con-selho Deliberativo da federação. O documento, alei orgânica da entidade, é um conjunto de regrasque vão disciplinar e constituir a vida sindical dosfiliados à federação, orientando a relação entre aFetape e os STRs. “É muito mais que uma lei. O Es-tatuto é um conjunto de princípios de democracia

e solidariedade ede práticas que ori-entam ação e o fa-zer sindical”, expli-ca Aristides San-tos, presidente daFetape.

A nova refor-ma do Estatuto daFetape (a última foiem 2002) permiteavanços nas con-cepções sindicaisface aos cenáriosexternos e internose traduz o novomomento do Movi-mento Sindical dosTrabalhadores eTrabalhadoras Ru-rais – MSTTR, dasperspectivas assu-midas e aprimora-das no processopolítico administra-tivo.

tão, que transformou a UsinaCatende na maior experiênciade economia solidária do Bra-sil, como declaram diversos es-pecialistas no assunto. O as-sentamento e a produção sãogeridos por um coletivo comSTR’s, Associações dos assen-tados (as) e Cooperativa Har-monia, com a coordenação dosindicalista Marivaldo Andra-

de, que dirige uma empresa daqual foi trabalhador rural, co-meçando com apenas 8 anos.

A falência da antiga Usi-na Catende foi um marco his-tórico na zona da mata. Nuncauma usina tinha tido a sua fa-lência decretada pela Justiça.Eram os próprios usineiros quevendiam a fábrica e as terrasdas usinas que quebravam.Naquele período, cerca de 17usinas pernambucanas fecha-ram as suas portas dessa ma-neira, sem pagar direitos a mi-lhares de trabalhadores (as)rurais.

Nos anos seguintes á de-cretação da falência váriasconquistas foram obtidas, den-tre elas a grande ampliação daagricultura familiar e, especial-mente, a liberdade de se orga-nizar também em associaçõese na Cooperativa Harmonia. Osmais de 2.000 demitidos (as)conquistaram o acesso à terrae foram se transformando empequenos produtores familia-res, sendo que muitos deles ouseus filhos anualmente voltamtambém a ter a sua renda nassafras. 12 anos depois, os as-sentados (as) vão colher napróxima safra mais de 200 miltoneladas de cana pertencen-tes a eles próprios (o plantiocoletivo assalariado tem maiscerca de 230 mil toneladas decanas para colher). Desenvol-veram a piscicultura intensa-mente, criam quase 2 mil cabe-ças de gado, plantam banana,mandioca, inhame e diversasoutras culturas em centenas dehectares. Produzem individual-mente em regime de agricultu-ra familiar e coletivamente emregime assalariado. Não preci-sam de parcelar a terra, pois jáconquistaram a terra antesmesmo da desapropriação, queapenas veio estabilizar o pro-jeto produtivo e querem pre-servar os espaços para a pro-dução individual e coletiva.

Nesses 12 anos, muitas di-ficuldades foram enfrentadas e

vencidas, com grande e solidá-rio esforço dos trabalhadores(as) e de suas entidades sindi-cais. A maior delas era a falên-cia estrutural deixada pelosusineiros, agravada depois porgrandes acidentes como as en-chentes de 2000 e o incêndiode 2002. Os preconceitos daselites também gerou adversi-

dades injustas, como aCPI direcionada do Go-verno Jarbas; as articula-ções dos aliados dos usi-neiros; a ausência de po-líticas nos 08 anos deFHC, dentre outros pro-blemas. Muitas vezes osrecursos escassearam, ossalários faltaram. Massempre sobrou determi-nação e unidade dos tra-balhadores (as) da Caten-de para não desistir desua luta e de seu proje-to, vencendo todas as di-ficuldades, sem nuncaperder a sua unidade.

Agora se aproximauma nova moagem em Caten-de. Os adversários tentaramimpedir e novamente fracassa-ram. Um grande esforço foi em-preendido para liberar os re-cursos da reforma agrária naentressafra, superando-se asdificuldades burocráticas e asnormas do Incra, que não es-tão adaptadas para um proces-so com as características ino-vadoras como as do Assenta-mento Governador Miguel. As-sim, em decorrência de umaforte articulação entre a Con-tag, a Fetape, os STR’s e a Coo-perativa Harmonia - contandocom sensibilidade dentro doIncra, do Banco do Brasil, daSecretaria Nacional de Econo-mia Solidária e da Conab - seconseguiu liberar os recursose as condições necessáriaspara viabilizar a produção co-letiva e individual dos assen-tados (as).

Aristides Santos, Presi-dente da Fetape, analisa bemessa questão: “Os trabalhado-res (as) do projeto de assenta-mento Governador Miguel Ar-raes e a sua Cooperativa Har-monia com sua forte organiza-ção e com seu modelo inova-dor de gestão e de produçãona agricultura familiar estãoapontando novos caminhospara a reforma agrária em Per-nambuco e no Brasil”.

Considero que nesse tem-po em que se anuncia umagrande expansão da cana noPaís, o Projeto Catende Harmo-nia está demonstrando que aagricultura familiar deve terum espaço cada vez maior naprodução da agroenergia, com-binada com a produção de ali-mentos, sustentabilidade só-cio-ambiental, justiça social erespeito aos direitos do traba-lhador.

Bruno Ribeiro é advogado daFetape e dos trabalhadores deCatende e de seus sindicatos des-de as demissões coletivas de1993.

Estatuto Socialregulamentao saber sindical

Ainda nes-se ano, a Feta-pe também pu-blica as Resolu-ções do Congres-so uma publica-ção que reúneum conjuntode ações eperspect ivasque o Movi-mento Sindicalde Trabalhado-res e Trabalha-doras Rurais –MSTTR traçoupara os próxi-mos anos(2006/2010) a

partir da avaliação dos cenários político, econômi-co, social e sindical e que serão o norte da políticainterna da gestão, na perspectiva de aprimoramen-to das bandeiras de luta do movimento sindical eda implementação do Programa Alternativo de De-senvolvimento Rural Sustentável e Solidário – PA-DRRS, numa perspectiva de gênero, raça e etnia.

“As Resoluções do Congresso servem de refe-rencial político e administrativo para nosso man-dato, para essa gestão, que se iniciou em setem-bro do ano passado. São balizadoras de um pro-cesso de aprimoramento das políticas internas doMSTTR. A diretoria bebe dessa fonte para poderimplementá-las”, afirma Aristides Santos, presiden-te da Fetape.

Publicação apresentaresoluções doCongresso da Fetape