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AS REPORTAGENS MAIS INTERESSANTES DE CAÇA E PESCA DA PENÍNSULA IBÉRICA. OS MELHORES CONTEÚDOS INTERNACIONAIS. 300 HORAS DE ESTREIAS ANUAIS SURFCASTING Engodar na praia. KAYAK Lulas de verão. ACHIGÃ Finesse fishing. COMPETIÇÃO Engodar com precisão. p. 8 p. 11 p. 18 p. 21 SPINNING. COMO FUNCIONA. p. 4 13 ANO III VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 2012 BIMESTRAL GRATUITO DIRECTOR VIRGILIO MACHADO [email protected] SOLIDEZ,EQUILÍBRIO E VERSATILIDADE p. 12 CHEGOU A INTERNET MÓVEL MAIS RÁPIDA DE SEMPRE!

Jornal da Pesca Nº 013

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Engodar na praia - Kayak - Achigã - Competição - Spinning

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Page 1: Jornal da Pesca Nº 013

AS REPORTAGENS MAIS INTERESSANTES DE CAÇA E PESCA DA PENÍNSULA IBÉRICA.

OS MELHORES CONTEÚDOS INTERNACIONAIS.300 HORAS DE ESTREIAS ANUAIS

SURFCASTINGEngodar na praia.

KAYAKLulas de verão.

ACHIGÃFinesse fishing.

COMPETIÇÃOEngodar com precisão.

p. 8

p. 11

p. 18

p. 21

SPINNING. COMO FUNCIONA.p. 4

13ANO III

VERÃOAGOSTO | SETEMBRO 2012

BIMESTRALGRATUITO

DIRECTORVIRGILIO MACHADO

[email protected]

SOLIDEZ,EQUILÍBRIO E VERSATILIDADE p. 12

CHEGOU A INTERNET MÓVEL MAIS RÁPIDA DE SEMPRE!

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EDITORIAL

Dizem os sábios que antes de começar o trabalho de modificar o mundo, se deve das três voltas dentro da nossa casa.Vem este milenar proverbio chines a propósito da forma como Portugal tem encarado o desporto, para além do pontapé na bola, e das partici-pações deste Nobre Pais, em Jogos Olímpicos e Campeonatos do Mundo.É verdade que nos últimos anos temos sido confrontados com o de-senvolvimento de modalidades que até à pouco tempo eram vistas de forma desinteressada pelos portugueses, pelo facto de se pensar que dificilmente se conseguia chegar à obtenção de bons resultado internacionais de uma forma consolidada. Para estas modalidades, onde podemos encaixar como exemplo a canoagem ou mesmo a pesca desportiva, os dirigentes foram sempre mentalizados a espe-rar o melhor, preparem-se para o pior e a receber o que vier.Isto ao contrario de outras modalidades que ao longo do tempo se van-gloriaram das medalhas e dos resultados que obtinham que ficavam contudo aquém dos apoios que atletas e treinadores necessitavam de receber para poder representar condignamente este Nobre pais.A verdade é que foram estas modalidades que tem vindo a denotar que algo vai mal no desporto nacional, já que não é aceitável chegarmos a uma montra desportiva como os Jogos Olímpicos e assistir a exibições de atletas lusos, pouco ou nada adequadas ao estatuto destes desportistas.E não se venha dizer que foi um mau dia, ou que os atletas presentes em Londres treinam com dinheiro do seu bolso já que os apoios estão sempre atrasados.As dificuldades são como as montanhas. Elas só se aplainam quando avançamos sobre elas e disso é exemplo a selecção nacional de pesca des-portiva de pessoas portadoras de deficiência que em Coimbra obteve um título de campeã do Mundo, com poucos ou nenhuns apoios e com o in-vestimento do bolso de cada um dos participantes. É assim que vive uma das modalidades mais distinguidas internacionalmente neste Nobre pais. Pouco apoios, sem recepções aos atletas que conquistam títulos para Portugal e apenas com uns faxes e e-mails dos responsáveis do go-verno a congratularem-se com os títulos que vamos conquistando, assim vamos numa modalidade onde os seus dirigentes, de forma voluntaria, continuam a mostrar que sabem como poucos gerir os parcos recursos que lhe são atribuídos.Esperamos assim pois que os resultados menos positivos destes Jo-gos Olímpicos sirvam para se reflectir sobre a forma de olhar para o desporto nacional em todas as suas vertentes e de uma vez por todas perceber que a mais alta das torres começa no solo.

Virgílio Machado

A VEGA EM FORÇA EM SETÚBAL.A marca VEGA acaba de promover mais um acor-do comercial, desta vez aproveitando o lança-mento da actividade de aluguer e saídas de pes-ca fundeada do barco MOREIRA, em Setúbal.Em colaboração com Mi-guel Ministro, proprietá-rio do referido barco, a CASA PITA como distri-buidor oficial da marca VEGA em Setúbal, e ainda da marca de iscos vivos VALBAITS, foi possível criar uma seria de vantagens para os pescadores que decidam alugar os serviços do barco MOREIRA para mais uma saída de pesca.De acordo com o protocolado entre as entidades acima referidas, todos os clientes pescadores do barco MOREIRA terão acesso a um VALE de DESCONTO de 10% em compras de artigos de pesca da marca Vega, a realizar nas lojas da CASA PITA em Setúbal, e caso apresentem ao Mestre da embarcação materiais de pesca (canas e/ou carretos) da marca Vega no dia da pescaria, poderão levantar um BONÉ grátis desta marca nas referidas lojas.Para além disso o MOREIRA irá ter à disposição dos seus clientes pescado-res, em condições excepcionais, uma T-SHIRT alusiva ao dia da pescaria, para desta forma poderem recordar mais um dia bem passado na prática do seu desporto favorito, a pesca desportiva de barco fundeado.Esta parceria irá ter ainda uma ampla cobertura no JORNAL DA PESCA, estando previstos outros acordos deste tipo com outras entidades num futuro próximo.

TORNEIO DE MARGEM DA APPA

DAVID ALA VENCE A NORTE VáLTER SILVESTRE A SUL.

Decorreu no passado dia 7 de Julho a terceira e última etapa da fase de apuramento da Zona Norte do Torneio Ventura Silva 2012. Etapa esta que foi concluída da melhor forma por David Ala, ao capturar um achigã de 52,5cm que constitui o maior exemplar do torneio até ao momento. Este exemplar valeu ao pescador do Vilarealense o primeiro lugar na pro-va, e, consequentemente o primeiro posto na classificação geral desta fase de apuramento. Já na segunda etapa da fase de apuramento da Zona Sul do Torneio Ven-tura Silva, que se realizou no passado dia 16 de Junho, na barragem da Tapada Grande, nas Minas de São Domingos, Válter Silvestre foi o grande vencedor ao capturar dois achigãs com 48 e 35.5cm que totalizaram 43.5 pontos e lhe valeram a vitória Na segunda posição terminou Jorge Palma com 16.7 pontos, fruto da cap-tura de um achigã com 36.7cm., enquanto Manuel Cascalho, extra-tor-neio, foi terceiro classificado com a captura de um exemplar de 36.5cm. A fechar o top cinco desta segunda etapa do torneio de margem da APPA, Márcio Henriques que capturou dois achigãs com 27.2 e 27cm, enquanto Carlos Iglésias ocupou a quinta posição com um total de 7.6 pontos, fruto da captura de um peixe com 27.6cm. Destaque ainda para Fernando Grá-cio que liderava a classificação do torneio antes desta prova, a terminar na sexta posição com a captura de um exemplar de 27.2cm.A próxima e última prova de apuramento da zona sul e que revelar os finalistas desta zona para a final do Torneio ventura Silva Probass e Mar / Marietel, está marcada para 8 de Setembro na barragem do Roxo.

PROPRIEDADE Mundinautica, Lda.REDACÇÃO, PUBLICIDADE E MARKETINGLourel Park, Ed. 52710-363 SintraT. 219 617 455 F. 219 617 457EDITORJorge MourinhoDIRECTORVirgílio Machado [email protected]

REDACÇÃOPaulo Soares [email protected]

DEPARTAMENTO GRÁFICOFernando PinaCOLABORAM NESTE NÚMEROAntónio Marques, António Xavier, Bruno Carvalho, Carlos André, Daniel Marques, Fernando Encarnação, Jaime Sacadura, João Sousa, Jorge Palma, Paulo Santos, Paulo Soares, Rui Carvalho e Vega.

IMPRESSÃOSogapal, S.A.Rua Mário Castelhano, Queluz de Baixo2730-120 BarcarenaT. 214 347 100 F. 214 347 155DISTRIBUIÇÃO ChronopostTIRAGEM 12.000 ExemplaresPERIODICIDADE BimestralPREÇO GratuítoERC Nº registo: 125807DEPóSITO LEGAL Nº 305112/10

Nº 13 ANO IIIVERÃOAGOSTO/SETEMBRO 2012

APOIOS E RESULTADOS

NOTA: As opiniões, notas e comentários são da exclusiva responsabilidade dos seus autores ou das entidades que fornecem os dados. Nos termos da lei está proibida a reprodução ou a utilização, por quaisquer meios, dos textos, fotografias e ilustrações constantes destas publicações, salvo autorização por escrito.

© Mundinautica Portugal, Lda.

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32012 AGOSTO | SETEMBRO VERÃO

NOTICIAS

CAMPEONATO NACIONAL DE CLUBES

TEAMVEGA SOBE AO TERCEIRO LUGAR.Depois de um início no campeonato nacional de clubes, de rio, menos posi-tivo por parte da equipa do TeamVega, a equipa da VEGA, conseguiu na terceira e quarta prova, realizadas a 7 e 8 de Julho em Cavez, uma excelente prestação.Na sempre difícil pista de Cavez a equipa do TeamVega, realizou uma prestação notável ao conseguir dois segundos lugares, fruto da boa prestação dos seus pescadores.Assim na terceira prova realizada no sá-bado, o TeamVega, alcançou um total de 24 pontos, terminando atras da equipa da Barros & Trabuco que alcançou a primeira posição com 13 pontos. Já na quarta prova realizada no do-mingo, a formação do TeamVega, voltou a repeti o segundo lugar com um total de 28 pontos, nova-mente atras da formação da Barros & Trabuco que conquistou o primeiro lugar com apenas 12 pontos.No final desta jornada a classificação geral do Campeonato Nacional de Clubes da 1ª Divisão de água doce é liderada pela formação da Barros e Trabuco com 72 pontos, enquanto a equipa da Amorim & Dias está na segunda posição com 102 pontos e o TeamVega ocupa o terceiro lugar com 122 pontos.A próxima jornada do campeonato nacional de clubes da I Divisão está marcada para 6 e 7 de Ou-tubro na pista de pesca de Penacova. Carlos Costa lidera Campeonato Nacional da I DivisãoO campeonato nacional da I Divisão de água doce, está ao rubro, depois da realização da quinta e sexta provas que tiveram lugar na pista de Cavez, no Rio Tamega.Carlos Costa, pescador do TeamVega, esteve em plano de destaque nesta jornada ao assumir a li-derança do campeonato depois de ter conseguido um terceiro lugar no seu sector na quinta prova e um quarto lugar na sexta prova.Com a classificação obtida em Cavez, Carlos Costa está na liderança do campeonato com um total de 17 pontos, os mesmos que José Amorim da Amorim & Dias que ocupa o segundo lugar.A terceira posição é ocupada por Nuno Santos do Carapinhense com 18 pontos, os mesmo pontos que Valentim Neto da Casa Filipe e Telmo Monteiro da Amorim & Dias.A próxima e última jornada do Campeonato Nacional da I Divisão de água doce está marcada para 20 e 21 de Outubro em Penacova, local onde se vai ficar a conhecer o campeão nacional deste ano, num campeonato que está a ser o mais emotivo dos últimos anos.A próxima e última jornada do Campeonato Nacional está marcada para 22 e 23 de Setembro, na barragem do Roxo, em Beja.

PORTUGAL é CAMPEÃO DO MUNDO.

Portugal conquistou em Agosto o Campeona-to do Mundo de pesca desportiva para pesso-as portadoras de deficiência de água doce, que decorreu em Coimbra.A pista de pesca do Choupalinho, foi palco des-ta vitoria portuguesa, onde o tetra campeão na-cional, Jorge Marques, conquistou igualmente o titulo individual de campeão do Mundo.Pela frente Portugal contou com a forte concor-rência de países como a Republica Checa que chegaram a este Mundial como os grandes domi-nadores da modalidade depois de terem conquis-tados os últimos três campeonatos do mundo.Bruno Valente, seleccionador nacional lembrou que a vitória de Portugal é fruto “do muito trabalho dos atletas e da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, para que fosse possível conseguirmos vencer esta prova que tinha lugar no nosso pais.

C. N. CLUBES 2ª DIVISÃO - ZONA NORTE

G. D. PEVIDéM NA FRENTE!

O Campeonato Nacional de Clubes da 2ª Div. Nacional arrancou nos dias 7 e 8 de Julho na pista de Penacova (Coimbra) e o Grupo Despor-tivo de Pevidém alcançou um resultado notável. O Clube patrocinado da Vega posicionou-se des-de o primeiro dia no lugar cimeiro (com 22 pon-tos), conseguindo ainda melhorar a sua presta-ção e vincar a sua posição no segundo dia de prova (com 13 pontos). Obteve ainda os primei-ros lugares absolutos durante o fim-de-semana e totalizou 35 pontos, deixando o Cp. Oliveira do Hospital em segundo lugar com 50 pontos e o CR Calhabé em terceiro com 51 pontos. Depois das transformações realizadas à Pista de Penacova, foi necessário muita concentra-ção e ambição para alcançar este resultado, fi-cando mais perto a ascensão ao Campeonato Nacional de Clubes da 1ª Divisão.

EqUIPA MARIETEL ASSUME LIDERANÇA DO NACIONAL EMBARCADO DE ACHIGÃ.A equipa Joaquim Moio e João Grosso, foram os grandes vencedores da terceira e quarta prova do campeonato nacional de pesca embarcada ao Achigã realizada em Santa Clara.A equipa apoiada pela Marietel/TMN, foi bastante regular nesta jornada dupla do campeonato nacional, ao conseguir um quarto lugar na terceira prova, fruto da captura de cinco exemplares que pesaram 4,840 kg, enquanto Eduardo Fouto e Pedro Rodrigues, venciam a terceira prova com um total de 5,660 kg.A segunda posição no primeiro dia de Santa Clara, foi para a equipa apoiada pela VEGA, Jaime e João Sacadura, que conseguiram capturar cinco achigas que totalizaram 5,365 kg, enquanto no terceiro lugar terminou Nuno Pinheiro e Luís Caeiro, com um total de 4,970 kg.Contudo, o segundo dia de prova em Santa Clara, acabou por baralhar as contas da classificação ge-ral do campeonato Nacional, com a equipa Joaquim Moio e João Grosso, a conseguirem novamente um quarto lugar com 3,950kg, numa prova muito complicada devido ao muito calor que se fez sentir.A jogar em casa, a formação da Sulpesca, Pedro Félix e Paulo Ramos, conquistou a vitória na quarta prova, com a captura de cinco peixes que totalizaram 5,815 Kg, enquanto os surpreendentes, André Ramos e Nuno Leal alcançavam o segundo posto, tendo apresentado à pesagem cinco Achigãs que pesaram 4,665 kg.A terceira posição desta quarta prova do campeonato nacional, coube á equipa Sérgio Sequeira e Silvestre Pinto, que totalizaram 4,085 kgNo final desta jornada dupla de Santa Clara, a equipa da Marietel/TMN, assumiu a liderança do nacional com um total de 19 pontos, menos dois que os anteriores lideres, a equipa Paulo Gião e João Pedro Queiroga.A terceira posição do campeonato é agora ocupada por Nuno Bizarro e Pedro Sêncio com 25 pontos, enquanto a dupla da Sulpesca Pedro Félix e Paulo Ramos, ocupam o quarto lugar com 32 pontos. A próxima jornada do campeonato e última está marcada para a Barragem do Cabril a 29 e 30 de Setembro, altura em que se vai conhecer os novos campeões Nacionais.

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VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 20124

técnica do Spinning consiste em enganar um predador ou le-

va-lo a crer que está perante si uma possível presa, ferida ou debilitada, consoante a forma como animamos o peixe ou isca artificial. Desta forma o trabalhar natural (subentenda-se performances do artificial) é uma mais-valia potencializada pela animação que cada pescador lhe dá, isto é, uma isca artificial é um objec-to inanimado por si só, caben-do-nos a nós dar-lhe vida, vida essa que chamará a atenção do predador e o fará atacar. Sendo estes pormenores de grande importância no Spin-ning, haverá outros que im-porta destacar. A procura dos predadores, os locais onde são mais frequentes, a sua biologia, reprodução, hábitos, etc. Alem de todos estes factores, ter-se-á de ter cada vez mais em con-ta a pressão e a evolução das espécies uma vez que existirá cada vez mais desconfiança das mesmas, devido á frequência da sua busca e captura. Um predador quando encosta à linha de costa é para se alimen-tar ou iniciar a fase reprodutiva, sendo estes dois acontecimen-tos responsáveis pelo aumento da percentagem de capturas. O Spinning é uma técnica como as outras, estando o seu êxito dependente da frequên-cia com que é praticada por cada pescador, por exemplo, se praticarmos uma a duas jor-nadas de Spinning por sema-na, teremos teoricamente me-nos êxito em termos evolutivos e de capturas em comparação com alguém que faça regular-mente mais jornadas, isto em termos comparativos. Creio que a melhor forma de evoluir no Spinning é realizando jor-nadas, trocando experiências com outros praticantes e procu-rando informação sobre as espé-cies, materiais e iscos artificiais.

A evolução natural das espé-cies, apurou condições físicas, sensoriais e instintivas bastan-te significativas nos predado-res em que no caso do Dicen-trarchus Labrax, vulgo Robalo, têm destaque a morfologia e o mimetismo.A cor negra da área superior do corpo permite-lhe uma ex-celente camuflagem quando caça mais fundo sobre fundos rochosos e é visto de cima. Ao contrário, quando caça mais junto á superfície e é observa-do de baixo, a sua zona ventral sempre de cor branca é pra-ticamente imperceptível de-vido á claridade reflectida na água. Em zonas oxigenadas e de maior turbulência da água, a sua coloração lateral apre-senta-se relativamente neutra permitindo-lhe uma excelente dissimulação. Com um perfil fusiforme, o ro-balo é um excelente nadador, apresentando grande potên-cia e velocidade o que lhe vale uma grande superioridade pe-rante as suas presas, principal-mente em águas com alguma agitação onde poucas são as espécies com capacidade par fugir às suas investidas.A linha sensorial lateral funciona como um sonar ou sensor, será como que o “tacto” dos peixes. É um órgão que na minha humil-de opinião será responsável pela motricidade aquática do Roba-lo, quer na detecção de presas, como na formação de cardumes ou emboscadas a pequenos pei-xes. No Spinning terá grande importância na detecção das vi-brações causada pelas amostras, para além de funcionar como um sonar em águas mais tapa-das ou escuras na detecção das ondas hidrodinâmicas de outros peixes, isto é, presas.O olfacto é outro sentido bas-tante utilizado pelos robalos e que deveremos ter em con-ta apesar de não se verificar na pesca com artificiais, excepto

quando usamos algum aditivo.A visão, talvez o sentido mais importante, tende a ter uma grande interligação com a li-nha de detecção lateral, com-pletando-a juntamente com os restantes sentidos. A pesca de qualquer espécie e mais especificamente a do robalo na modalidade do spinning, não se rege por regas rígidas e perfei-tamente identificadas, dependen-do obviamente da presença de in-divíduos na zona. Essa presença depende no entanto de factores bióticos e abióticos. Os factores bióticos são todos os organismos vivos presentes no ecossistema e suas relações. Salientam-se as

relações de competição intra--específicas, quando a competi-ção entre indivíduos da mesma espécie tem como característica regular as populações e está mui-to relacionada com as mudanças evolutivas. Ocorre com maior frequência com espécies com excessos populacionais, onde é mais forte a relação de competi-ção. As relações interespecíficas, que ocorrem entre organismos de espécies diferentes, podem ser harmoniosas (Cooperação, Comensalismo e Mutualismo) ou divergentes (competição, amen-salismo, predação e parasitismo).Factores abióticos são compo-nentes não vivos que influen-

ciam a vida dos seres vivos pre-sentes no ecossistema, a luz, vento, temperatura, salinidade, ph, etc. Através dos factores abióticos os seres vivos fazem adaptações para seu desenvolvi-mento. Esses factores variam de valor temporalmente e de local para local o que determina uma grande variedade de ambientes.Na prática a operacionalidade do spinning tem também mui-to a ver com os materiais utili-zados. Com uma indústria em constante evolução, temos aces-so a produtos cada vez melho-res e a preços mais competitivos. Por estas razões devemos sem-pre optar pelos melhores mate-

Fernando Encarnação com dois belos exemplares.

SPINNING

TEXTO E IMAGENSFernando Encarnação AOS ROBALOSFALAR DE SPINNING

A

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52012 AGOSTO | SETEMBRO VERÃO

riais possíveis, dentro das nossas possibilidades. As canas devem ser leves e resistentes, com com-primentos entre 2,70m e 3,30m conforme as características dos pesqueiros onde pretendemos utiliza-las. Os carretos querem--se robustos e com drag de ajus-te fino. Como exemplo de um

conjunto ligeiro que permita longas jornadas com um míni-mo de cansaço, sugiro a cana Triton e o carreto Insígnia 40 da Vega. Disponível em 2,70m e 3,00m, esta é uma cana muito ligeira, fabricada em carbono de alto módulo C5 e que pesa ape-nas 200g aos 3,00m. Tem capa-cidade de lançamento até 35g e uma acção rápida que lhe permi-te ser excepcional na projecção de amostras mais leves como as que encontramos cada vez mais frequentemente no mercado. O Insígnia 40 é um carreto com ca-racterísticas de topo. O corpo e o rotor são em liga de alumínio, as peças móveis de maior des-

gaste estão apoiadas em 7 rola-mentos de esferas em aço inox e tem um rácio de 5,2 voltas de rotor por cada volta de manivela que lhe permitem uma recupe-ração de cerca de 76cm por ma-nivelada. O drag é muito bom, com calibragens perfeitas que inibem os indesejados “res-

saltos” que tantas roturas pro-vocam. O Insígnia vem ainda equipado com 2 bobines de alumínio, sendo uma delas ma-tch o que é perfeito para a uti-lização de fios entrançados finos sem necessidade de enchimen-tos. Tem capacidade para 150m de 0,18mmn na bobine match e 150m de 0,33mm na funda.No que a amostras diz respeito e dada a quantidade de modelos disponíveis no mercado, deixa-remos para futuras edições uma análise mais cuidada a caracterís-ticas e desempenhos de mode-los, tamanhos e cores. Referên-cia somente ao Jerkbait da Vega, Akada original 140F, uma todo

terreno com 28g e 14cm com sis-tema interno de esferas móveis em tungsténio para grande preci-são e capacidade de lançamento. A acção ondulante é muito natu-ral e a profundidade média que atinge é de cerca de 60cm, sem-pre dependente dos diâmetros de fio que utilize-mos. A paleta de

cores é bastante extensa, compre-endendo actualmente 18 cores.Relativamente aos fios, de uma forma geral os mais utilizados são os multifilamentos por ofe-recerem uma resistência muito superior quando comparados com monofilamento de igual diâ-metro. Esta característica além de permitir utilizar diâmetros muito finos com ganhos ao nível do lan-çamento, permitem-nos também pela sua ausência de elasticidade, uma animação mais facilitada dos artificiais. Aquando da aquisição deste tipo de fios, deveremos ter em conta dois factores muito im-portantes. A impermeabilidade e a cilindricidade. Se o fio não for

cilíndrico apresentando uma sec-ção “achatada”, vai com certeza bobinar mal e provocar perdas de lançamento além de aumen-tar também as “cabeleiras” nos lançamentos. Por outro lado, se não for impermeável vai absorver água tornando-se muito pesado o que afecta o lançamento e a ani-

mação das amostras. O Fio Poten-za Braided Line é caracterizado não só pela excelente impermea-bilidade e pela sua secção perfei-tamente cilíndrica mas por tam-bém incluir um revestimento anti salinidade que lhe prolonga a du-ração. Está disponível em bobi-nes de 100m pegadas (até 600m) a partir de 0,12mm de diâmetroO Spinning é um misto de provas e tentativas, mudanças constan-tes de artificiais, testando e en-saiando diferentes artificiais em diferentes camadas de água e dis-tancias, em “zig zag” ou em leque sempre que possível. Não existirá uma lei de base que justifique as capturas, mas existirão certamen-

te alguns factores ou variáveis que com experiência e tempo con-cluiremos que se cruzam mais de-pressa do que á partida possamos pensar, são os casos de: - Estado do mar (ondulação e

período da vaga) - Condições climatéricas - Vento (quadrante e velocidade)

- Temperatura do ambiente - Temperatura da água - Pressão atmosférica - Fase lunar - Amplitude da maré Estes pontos certamente darão informações bastante revelado-ras de locais frequentados e de hábitos da espécie.Em suma o Spinning é um mis-to de frustração com alegria, frustração quando ferramos um exemplar e o perdemos ou não efectuamos duran-te algumas jornadas qualquer captura, e alegria, quando re-alizamos capturas que nos pro-porcionam momentos de adre-nalina inexplicáveis.

Algumas novas cores da Akada Original 140.

Cana Triton e Carreto Insignia 40.

SPINNING

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omo todos sabemos a tai-nha é uma das espécies mais difíceis de capturar,

nomeadamente com técnicas de surfcasting. As rabeiras quando as condições o permitem e quando bem utilizadas, podem facilitar a sua captura como se pode comprovar pela pescaria que realizei e que passo a descrever.O local escolhido foi a praia privada do Pinheiro da Cruz – Grândola. Estava uma ma-nhã de céu tapado a ameaçar chuva, o vento soprava de su-doeste a cerca de 25/30 km/h e o mar não levantava quase nada, embora com uma ligeira cor-rente de norte para sul. Esta-vam então reunidas as con-dições para pescar às tainhas com rabeiras. O vento e a cor-rente são bastante importantes,

até determinantes, quando que-remos pescar com as rabeiras. O lançamento ideal é o lateral e se possível com o movimento de rotação com sentido contrário ao do vento. Se assim for, por acção do vento a nossa rabeira vai esticar no ar logo no início do lançamento, evitando enro-lar-se na madre. Já na água será a acção da corrente, neste caso paralela á linha de costa, a man-ter a rabeira afastada da madre e em perfeito funcionamento.Comecei por utilizar rabeiras com 7m e 3 anzóis. Nas rabeiras utilizei o fio Akada FC 0,20mm por ser um fio revestido a fluo-rocarbono, bastante resistente e no entanto “leve” o que ajuda o trabalhar das mesmas. Nos empa-tes optei pelo Potenza ST Flu-orocarbon 0,21mm que já deu

imensas provas de qualidade e rendimento e pelos anzóis Po-tenza 5555 nº9, anzóis finos leves e resistentes, ideais para este tipo de pesca.Logo ao primeiro lançamento confirmei a presença de tai-nhas no pesqueiro pois captu-rei quase de imediato duas de tamanho razoável e ainda uma baila mais pequena. Com o de-correr do tempo e como esta-va a treinar, fui experimentan-do montagens clássicas de três anzóis mas por incrível que pa-reça não obtive nem mais um toque. Regressei ás rabeiras e quase como que por magia, ás capturas. O peixe estava difícil e a apresentação do isco desta forma foi determinante para o sucesso deste treino. Quantas ve-zes o pescador não as tem ali mes-

mo á frente e não as consegue fa-zer comer? Também por isso a tainha que é um peixe de múlti-plos comportamentos, nos apai-xona na tentativa da sua captura.O treino continuou e consegui ainda mais alguns exemplares pescando em cima de uma co-roa logo a seguir á “vala” prin-cipal a cerca de 50 a 60m da margem. Como o vento se fazia sentir com alguma intensidade, optei por utilizar uma chum-bada piramidal para que esta

se fixasse bem e só a rabeira trabalha-se em seu torno.Neste dia, embora tivesse a pre-sença de algumas bailas e roba-los no pesqueiro, optei por man-ter os anzóis nº 9 pois a pesca às tainhas era mais rentável e com anzóis nº 2 ou nº 4 seguramen-te não teria o mesmo rendimen-to. Pude comprovar isso mesmo junto de outros companheiros de treino que optaram pelas bai-las e robalos e no final tinham menos capturas que eu.

TAINHASCOM RABEIRASC

TEXTO E IMAGEMPaulo Santos

SURFCASTING

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N a Pesca de surfcasting moderno, nomeada-mente em alta com-

petição, é cada vez mais impres-cindível que nos mantenhamos actualizados com todas as so-luções disponíveis no merca-do que nos permitam atingir as melhores prestações possíveis. A cada vez maior escassez de peixe junto á costa, mais acen-tuada em épocas balneares, obrigam-nos a pescar cada vez mais longe, por vezes a distân-cias superiores a 150m. Atingir essas distâncias não está natu-ralmente ao alcance de todos os pescadores. No entanto alguns factores influenciam determi-nantemente a distancia que cada um de nós consegue alcançar. Logo á partida a técnica de lan-çamento, a qualidade e caracte-rísticas da cana e do carreto que estejamos a utilizar, o forma-to da chumbada e a montagem que usamos, o tipo e tamanho das nossas iscadas, etc. Factor seguramente determinante é o fio que utilizamos e a seu diâme-tro. Todos sabemos que quan-to mais fino for o fio que utili-zarmos no carreto, mais longe lançamos, assim estamos hoje a utilizar diâmetros de 0,26mm, 0,23mm, 0,20mm, 0,18mm e in-clusive mais finos como medidas para o fio do carreto por forma a permitir uma saída fluida e com pouco atrito. Obviamente estes di-

âmetros não aguentam os esfor-ços e impactos necessários aos lançamentos a longa distância e necessitamos de utilizar pontas de fio de choque (shock leader), bastante mais resistente que os possam aguentar. É fundamen-tal que esses shock leaders sejam cónicos para permitir uma cor-recta e forte união do fio mais fino com o mais grosso. Ligar apenas uma ponta de fio mais grosso ao mais fino do carreto vai provocar um ponto de união muito frágil. O nó será o ponto fraco da nossa linha, a sua re-sistência será menos de metade da resistência do fio mais fino e será extremamente grande para os passadores modernos, crian-do atrito no lançamento e dando muitas vezes origem a enrolamen-tos nos passadores com conse-quentes rupturas nos lançamen-tos. Por outro lado com as pontas de fio de choque cónico todo o conjunto será mais forte, fluido e mais eficiente em acção de pesca.Vem isto a propósito dos no-vos fios cónicos lançados pela Vega na sua gama Potenza, nos mercados português e espa-nhol e que vêm inovar por um lado e preencher uma lacuna existente por outro. A Vega inova com a apresentação do POTENZA DOUBLE SHOCK,

um fio para carreto que já in-clui o shock leader, neste caso sem necessidade de nós. A au-sência dos referidos nós elimi-na os pontos fracos mantendo a máxima resistência e fluidez possível durante o lançamento e elimina também mais um pon-to de fixação de algas ou outros detritos quando na sua presen-ça. Este fio tem uma particula-ridade que o seu próprio nome indicia, tem duas pontas cónicas permitindo em caso de ruptu-ra, inverter o fio e utilizar a ou-tra ponta de choque cónica. Este fio é apresentado em bobines de 300m, sendo 270m do diâmetro mais fino, 10m do diâmetro mais grosso em cada extremidade e 5m o comprimento da transi-ção cónica entre o mais fino e o mais grosso (consultar esque-ma). Está disponível nos diâme-tros 0,18mm-0,47mm, 0,20mm--0,47mm, 0,23mm-0,50mm e 0,26mm-0,50mm e tem um tratamento duplo-silicone para grande resistência á abrasão. Teoricamente será o melhor fio existente para surfcasting, na prática tem-se confirmado isso mesmo, mostrando-se realmente muito resistente e permitindo-me alcançar distâncias de lançamento que antes não conseguia. Depois de várias jornadas não apresenta sinais de enfraquecimen-to nem dife-

renças nos diâmetros nas pontas de choque o que confirma a ele-vada qualidade do material.Os POTENZA SHOCK LEADER vêm preencher algumas lacunas no que aos diâmetros diz respei-to e fazem também um upgrade qualitativo ao que podíamos en-contrar no mercado até agora. Efectivamente estas pontas de choque seguem a qualidade do fio POTENZA DOUBLE SHOCK mantendo o mesmo tratamen-to de silicone que lhe aumenta a resistência á abrasão e fluidez no lançamento. Está disponível nos diâmetros 0,18mm-0,47mm, 0,20mm-0,47mm, 0,23mm-0,50 mm e 0,26mm-0,50mm e é ofe-recido em bobines de 5 pontas

com 15m em que

o choque (zona mais grossa) tem cerca de 8m. A conicidade destas pontas é muito progres-siva, realizando-se a transição do fino para o grosso em cer-ca de 7m. Podemos cortar esta zona cónica no ponto que mais nos convier para ter o mesmo diâmetro do fio que tivermos no carreto e assim fazer um nó mais forte, mais pequeno e de maior fluidez.Utilizei estes shock leaders Po-tenza nas últimas pescarias às douradas para me permitir pescar longe e pesado, usando sempre iscadas generosas e ten-tando lançar o mais possível; no final destas jornadas verifiquei que os diâmetros das linhas não tinham alterações significativas bem como não se mostraram quebradiças. O comprimento de 8m da zona de choque per-mitiu-me trabalhar os peixes perto com toda a segurança sem originar rupturas na linha fina do carreto.

POTENZA SHOCK LEADERE DOUBLE SHOCK TEXTO E IMAGEM

Daniel Marques

72012 AGOSTO | SETEMBRO VERÃO

BANCO DE ENSAIO

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VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 20128

A

SURFCASTINGCOM ENGODO

pesca ao fundo, nas nossas praias, nos meses de verão, tem

como peixes mais nobres a dourada e o robalo, embora se-jam muito frequentes a captura de outros peixes como prega-dos, carapaus, cavalas, bogas, tainhas, sargos, etc. São o ro-balo e a dourada, no entanto, que durante os meses de águas mais quentes, todos os pes-cadores procuram encontrar. A sua pesca nas nossas praias realiza-se por muitas técnicas, umas mais produtivas outras de maior paciência e menor captura de peixes. No entanto, entre todas as técnicas utiliza-das, a que mais resultados nos proporcionam principalmente na pesca do robalo, é a pesca com engodo na praia. O su-cesso desta pesca é no entan-to condicionado pelo conhe-cimento da praia onde vamos pescar e da observação do seu perfil, correntes e ondulação. A principal razão do que aca-bo de dizer é que, se o engodo que lançamos à água não tra-balhar bem, nunca conseguire-mos apanhar um peixe, a não ser por acaso! Quando bem utilizado, o engodo pode co-locar no nosso pesqueiro, em plena praia, os peixes que na-quelas águas estejam a alimen-tar-se e se sintam atraídos pe-los pedaços de sardinha que no nosso pesqueiro aguardam pela sua chegada.

È pois esta a técnica de pesca que vamos aqui descrever. Con-vidámos para nos acompanhar um grupo de amigos que nunca pescaram e fizeram assim o seu baptismo nesta pesca. A praia escolhida fica entre a Foz do Arelho e Baleal em pleno cora-ção da região Oeste. Chegá-mos cerca das 18 horas, um fim de tarde de verão sem vento, o mar com ondas de

metro sem força, ape-nas a oxigenar a água. A observação do perfil da praia mostrava-me que os pesqueiros se haviam deslocado mais para Norte. Caminhámos pela praia à procura do melhor local para engodarmos, esta é a parte mais importante e simultaneamente menos interessante da pesca. A vontade de começar a pescar é muita, mas se escolhermos mal o pesqueiro estragamos tudo, e

por vezes é preciso algum tem-po para escolher o pesqueiro. Comecemos então por aí. Se iniciamos a nossa pesca na maré vazia, devemos escolher sempre um fundão; se a nossa pesca é de meia maré para a preia-mar já o pesqueiro a escolher pode não ser um fundão. Regra nú-

mero um, o pes-

queiro deve ter corrente perpen-dicular à linha de costa e ondulação

frontal à praia. Se houver cor-

rente lateral, nem que seja ape-nas quando entram umas ondas maiores, não vale a pena ficar nes-se pesqueiro a engodar. Quando o mar está mais “trapalhão” e

nos é difícil encontrar um pes-queiro com estas caracterís-ticas, devemos procurar um local onde se verifique o cho-que de águas na rebentação, isto é, encontro de águas que correm em direcções opostas e convergentes. Para observar-mos tudo isto temos que ter em atenção a orientação das ondas, se for lateral não presta, nem que seja apenas quando o mar se desorganiza, e a deslocação da espuma na borda, local onde o nosso engodo vai ser lança-do, se também for lateral mais uma vez não vale a pena ficar. A espuma deve permanecer pa-rada ou, quanto muito deslocar--se para fora na perpendicular ao nosso pesqueiro. Esta operação de escolha do pesqueiro é o se-gredo do nosso sucesso, e vai-se adquirindo com o tempo atra-vés dos dias de êxito e daqueles que, se costuma dizer, são para esquecer. Mas, na realidade, os

dias de pesca nunca são para es-quecer, se não passamos a nossa vida a repetir os mesmos erros.Se mesmo depois da observação dos elementos naturais ainda te-

mos dúvidas em relação ao pes-queiro, podemos utilizar uma técnica que nos meus primeiros dias nesta pesca utilizei quando ia sozinho. Montamos uma cana com uma bóia buldo de 40 ou 60 gramas e lançamos logo a se-guir à rebentação, se a bóia per-manecer no pesqueiro com pe-quenas oscilações para um lado e para o outro ou se a corrente estica a nossa linha e puxa a bóia para fora, podemos começar a preparar-nos, temos pesqueiro!Em relação à maré a escolher, gostamos mais de pescar ou no princípio da enchente até meia maré/preia-mar, ou da meia maré até à preia-mar, quando o peixe encosta a pesca prolonga--se muitas vezes para além des-tes períodos. A maré a escolher depende também das praias para onde vamos pescar e do estado do mar. Quando o mar tem ondulação mais forte deve-mos escolher a baixa-mar para

iniciarmos a nossa pesca, por vezes até o fim da vazante, se as águas estão calmas o pesqueiro tem que ter mais água para o peixe entrar. Segundo os anti-

TEXTO E IMAGEMAntónio Xavier

Pesqueiro para engodar. As espinhas e cabeças devem ser retiradas.Depois de escolhido o pesqueiro...

Insígnia 60, qualidade e robustez.

VEGA 1382 Exelero

SURFCASTING

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92012 AGOSTO | SETEMBRO VERÃO

gos pescadores de Peniche, sem dúvida os melhores nesta pesca, os melhores dias ou noites para pescar ao robalo são as vésperas

de rumor de Lua (mudança de lunação). Quanto às praias só a experiência nos pode ajudar. Há praias em que se costuma pescar na maré vazia para a en-

chente, o caso das praias entre Peniche e Foz do Arelho, outras onde apenas perto da preia-mar se consegue encostar o peixe.

De dia ou de noite? Na maior par-te das vezes esta pesca é noctur-na, apenas nos meses de Inverno quando as águas estão muito tapa-das devemos escolher o período

de dia para pescar. Claro que tudo isto é muito discutível e a nossa experiência é que nos deve aju-dar a construir os nossos próprios

conhecimentos e ideias sobre esta ou qualquer outra técnica de pes-ca. Mas esta também é uma das características mais apaixonantes da pesca: não há verdades absolu-

tas. Todas as regras ou teorias têm sempre um dia que são atraiçoa-das por factor que ignoramos... O mar é imenso!

ENGODO E ENGODAGEmA sardinha para esta pesca tem que ser preparada com alguma antecedência. Normalmente pas-sa sempre pelo gelo para ganhar

algumas características que a tor-nam mais atraente e “pescareira”. Atenção a sardinha nunca deve cheirar mal. A sardinha para en-

godar deve ter algumas caracte-rísticas diferentes da sardinha que utilizamos para pescar. A primei-ra deve estar mais macia para fa-zer um engodo mais homogéneo, a segunda mais consistente para iscar melhor no anzol. Segundo o Carlos André a sardinha nunca deve levar sal e antes de ser con-gelada tem que ser sangrada. Este processo consegue-se colocando

Sardinha despinhada pronta para engodo. Bola de engodo. Engodagem.

A VEGA Exelero e mais uma baila.

SURFCASTING

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VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 201210

um saco de areia ou qualquer vo-lume macio mas pesado sobre a sardinha para a “pisar”. Quando a sardinha tiver sangrado bem, já pode ser congelada. Para a re-alização do engodo agarramos a sardinha pela cabeça com a mão esquerda e com o polegar e indi-cador da mão direita vamos ripan-do pequenos filetes da sardinha no sentido da barbatana caudal e ao longo da espinha dorsal (ver fotos da preparação do engodo). As espinhas e a cabeça nunca se juntam ao engodo, pois flutuam e nós não queremos o peixe a co-mer à superfície. Para além disso o engodo no fundo aguenta-se muito mais tempo no pesqueiro. Quando já preparámos uma boa dúzia de sardinhas que vamos colocando na areia aos nossos pés, começamos a amassar os fi-letes de sardinha com areia até formar uma bola sem contudo esmagar os pedaços de sardinha que devem ser mais ou menos do mesmo tamanho da sardinha que apresentamos no anzol. Fei-ta a bola de engodo resta dirigir-mo-nos o mais perto possível da água, junto à rebentação, e lançar a bola por detrás da rebentação, se tal for possível claro. No iní-cio devemos lançar as bolas de engodo com alguma frequência, mas assim que o peixe entra no pesqueiro devemos engodar com menos intensidade, o suficiente para manter o peixe no pesqueiro. Para iscar utilizamos normal-mente os lombos perto da bar-batana caudal, podemos colocar a sardinha no anzol com a pele virada para fora ou com a pele

virada para dentro. Quando as águas são mais tapadas a pele pode ser um factor atractivo principalmente a sua parte mais prateada e brilhante, se as águas estão abertas ou se há “arden-tia”* na água, devemos colocar a sardinha com a pele “escondi-da” por dentro da iscada, fican-do a carne virada para fora. *Ardentia - termo utiliza-do para caracterizar a água do

mar quando as ondas ao re-bentarem parecem emitir lu-minosidade ou quando a areia molhada friccionada emite pe-quenos pontos luminescentes. Este fenómeno deve-se há pre-sença de grandes quantidades de plâncton que contêm uma substância química que pro-duz esse efeito na água ou na areia molhada.

mATERIAL DE PESCA A UTILIZARTrata-se de uma pesca feita sem-pre perto da rebentação a pou-co mais de uma dezena de me-tros, podendo nalguns casos ir a algumas dezenas de metros de distância da praia. Nunca precisa-mos de uma cana rija. Podemos precisar de uma cana com ac-

ção mais forte para lançar chumbadas

m a i s p e s a -

das, mas nunca vai ter que fazer lança-mentos violentos.

Utilizamos dois tipos de cana

sempre de

acção semi-parabólica: uma com acção até 100/120 gramas e outra com acção até 200 ou 250 gramas. O tamanho entre os 4,20 metros e os 4,50 metros. Nunca canas muito grandes ou pesadas, dado que esta pesca é normalmente fei-ta com a cana na mão. Logo uma cana pesada vai provocar mal-estar passado algum tempo, o que, para além de ser prejudicial à nossa saú-de, é também prejudicial para a nossa pesca. Se estivermos cansa-dos os nossos reflexos tornam-se mais lentos e o tempo de respos-ta aos estímulos maior. Logo mais ferragens falhadas. O carreto, no primeiro caso, de uma cana mais leve, pode ser de meio-fundo com linha mais fina, 0,25 a 0,30.Se necessitarmos de pescar com uma cana mais forte e utilizar chumbada mais pesadas, devi-do às condições meteorológi-cas, que podem devido a vento forte arrastar a pesca para fora do pesqueiro, demos utilizar um carreto mais forte com linha um pouco mais grossa, até 0,35

de diâmetro. Ao escolher o car-reto para esta pesca deve ter em atenção a sua velocidade de re-cuperação. O ideal será um car-reto lento mas com força para trabalhar peixes maiores. Não necessitamos de um carreto rá-pido pois pescamos a poucas dezenas de metros de distân-cia. Outro aspecto a considerar é o drag do carreto que deve permitir uma afinação perfeita para não sermos surpreendidos por um robalo mais vigoroso e enérgico na primeira arrancada. Não esquecer que a quantidade de linha que está a trabalhar é relativamente pouca pois a dis-tância que separa o anzol da ponteira não é muito elevada.Quanto às montagens de pes-ca utilizadas, eu prefiro pescar com montagens apenas com dois anzóis, enquanto os pes-cadores que mais praticam esta técnica preferem montar bai-xos-de-linha com três anzóis. Com três anzóis temos mais sar-dinha na água e por isso mais capacidade de atrair o peixe, é uma questão de gosto pessoal.A madre das montagens é feita em linha 0,40 e os estralhos des-de 0,25 até 0,40 consoante as condições e a dimensão dos pei-xes. O tamanho dos anzóis varia entre o número dois e o três ze-ros, podendo ser maior quando os robalos grandes encostam.Por último não posso deixar de referir um dos aspectos mais importantes deste artigo. As fo-tos que aqui vão retratando o que ficou dito foram feitas ape-nas numa tarde de pesca com um grupo de amigos como co-mecei por dizer. Todo o peixe foi capturado ainda de dia, ao cair da noite cerca das 21 horas já estávamos a arrumar as ca-nas pois a fome já apertava. To-dos os robalos sem medida fo-ram devolvidos à água e todos os que levamos foram o nosso jantar! Ficaram fãs os meus ami-gos, que já marcaram nova pes-caria para o próximo ano quan-do regressarem a Portugal.

Quando o engodo trabalha...

O Krypton 55 é ideal para os equipamentos mais ligeiros.

SURFCASTING

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112012 AGOSTO | SETEMBRO VERÃO

lguns membros da Tri-bo FishYak foram tes-tar alguns dos novos

palhaços da VEGA, e uma das ca-nas indicadas para pescar às lulas.Na minha opinião, a cana é o equipamento principal na pes-ca às lulas, palhaços existem de várias formas, tamanhos e cores, mas é na cana que está uma das maiores diferenças en-tre deixar escapa-la ou conse-guir dominar a poderosa lula.Seja de kayak ou de barco, uma cana de embarcada com pon-teira sensível de 2,4m a 2,7m é o mais indicado, a minha expe-riencia pessoal leva-me a preferir utilizar a cana de 2,70m pois este comprimento permite natural-mente uma maior flexibilidade e amplitude, ajudando quando fis-gamos a lula e evitando que ras-gue os frágeis tentáculos duran-te a luta. Outra vantagem numa cana um pouco maior é na uti-lização das montagens clássicas com múltiplos palhaços, em que o chumbo fica na extremidade do fio e os palhaços acima des-te. Ao termos a possibilidade de utilizarmos uma montagem mais comprida, podemos aumentar o espaçamento entre as amostras, aumentado também a área da co-luna de água em que estamos a

intervir. Uma cana de qualidade com uma boa acção parabólica e um drag bem afinado são indis-pensáveis, pois ao contrário do que muita gente pensa, uma lula de boa dimensão obriga a que cedamos alguma linha para evi-tar a ruptura da mesma se muito fina ou dos tentáculos da lula.

AS mONTAGENSAs montagens devem variar con-forme a profundidade e a força da corrente. A mais tradicional e utilizada por quase todos é se-melhante à montagem da pesca ao fundo com 3 anzóis, neste caso os anzóis são substituídos pelos palhaços, optando alguns por manter os estralhos e ou-tros por “empatar” os palhaços directamente á madre.Pessoalmente como pesco qua-se sempre a profundidades com-preendidas entre os 7m e os 15m e sou um inconformado, pro-curo sempre utilizar duas ca-nas com diferentes montagens, experimentando e porque não, inventando na busca da me-lhor estratégia/montagem para a zona em que me encontro.Numa destas minhas experiências obtive bons resultados com uma montagem muito simples que consiste num chumbo furado de

10g a correr na madre, um des-torcedor e um estralho com cerca de um metro com o palhaço na ponta (ver esquema). Daí para cá tenho usado esta montagem em diversas condições e confirmei que é a que melhores resultados tem apresentado em condições de águas mais paradas e marés pequenas. Quando não temos presença de correte, permite-nos lançar e cobrir uma área maior sem ser necessária a deslocação do kayak. Outra vantagem está na

forma de procurar a lula, consigo cobrir toda a cota de água com enorme conforto e consigo me-lhores animações da amostra.A Vega apresentou este ano um novo modelo de palhaço espe-cialmente indicado para as lulas, que tem feito as delícias dos ja-poneses, verdadeiros aficiona-dos desta pesca. Este novo mo-delo, Swim Egi, está disponível num só tamanho com cerca de 24g e em três cores que se têm mostrado bastante apelativas

para este cefalópode. A princi-pal característica deste palhaço é a cabeça em chumbo que imita um peixe e que tem a argola de fixação no topo e não na extre-midade como habitualmente. O formato desta cabeça e o balan-ço que proporciona, permitem trabalhar este palhaço como se de uma regular amostra de pale-ta se tratasse e com variadíssimas animações. O peso que tem per-mite grandes lançamentos com o obvio ganho na área prospec-tada assim como com facilidade se consegue atingir profundida-des consideráveis. Quando as lulas se encontram próximas da superfície, podemos trabalhar o Swim Egi com técnicas mais rá-pidas de animação ao estilo do spinning, o que se tem provado mortífero... para as lulas.

TEXTORui Carvalho

IMAGENSwww.pescadekayak.com

ADE KAYAKA PESCA ÀS LULAS

Palhaços Vega para lulas e chocos. Os swim Egi que tanto sucesso têm feito no Japão.

KAYAK

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VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 201212

A A correcta eleição de uma cana de bóia deverá depender de um conjunto de características técnicas nem sempre fáceis de avaliar e identificar.

evolução verificada nos carbonos e re-sinas nestes últimos

anos têm proporcionado equi-valentes evoluções nas presta-ções das canas de pesca em geral e nas de bóia em particular. Podemos hoje encontrar com alguma facilidade canas extre-mamente ligeiras, com acções bastante rápidas e rígidas pro-porcionadas pelos carbonos de alto módulo. Estas canas no entanto são muitíssimo caras e habitualmente não têm poder para pescar a distâncias gran-des com bóias pesadas ou mes-mo capacidade para usar fios mais grossos ou suspender um peixe num pesqueiro difícil. O inverso também será muito fácil de encontrar, canas fabri-cadas com carbonos de alta re-sistência, baratas e muito for-tes. São regra geral acessíveis no preço mas bastante pesa-das e algumas vezes extrema-mente desequilibradas. Mesmo

quando o excesso de peso não se verificar mas a cana for dese-quilibrada, tenderá a ser mui-to incómoda e cansativa o que bastas vezes ditará o menor su-cesso da jornada.No caso de não podermos adqui-rir diferentes canas para as di-versas condições de pesca que certamente iremos encontrar nas nossas jornadas, será bom ter em conta alguns aspectos técnicos antes da aquisição:· CAPACIDADE DE LANÇAMENTO;

devemos procurar saber não só o peso máximo que a cana pode lançar, como o míni-mo que lança correctamente e em que intervalo tem o seu melhor rendimento.

· ACÇÃO; devemos identificar se a cana tem acção de ponta, semi-parabólica ou parabólica, sendo que quanto mais rígi-da e acção A (de ponta) tiver mais competente será no lan-çamento e na ferragem nome-adamente a distancias maio-res, e inversamente quanto mais parabólica e macia for, mais perdulária será com a

utilização de fios muito finos.· RESISTêNCIA; está dependente

dos carbonos utilizados no seu fabrico, da espessura das pa-redes dos seus elementos e na distribuição dos passadores.

Serve esta introdução para apre-sentar a mais recente cana de topo da Vega para a pesca á bóia, a Samurai.Após aturada experimentação e correcção de protótipos, chegou ao mercado a versão final de uma cana que pelo seu equilíbrio dinâmico e prestações técnicas pode confirmar-se como uma matriz/modelo a ser seguido.

CARACTERÍSTICASConstruída em carbono Radial de alto módulo C5 (40 TON) e reforçada com uma espiral cruzada de carbono de alta resistência (30 TON), a Samu-rai é apresentada em dois ta-manhos, 6,00m e 7,00m, e ac-ções similares. O carbono de 40 TON confere a esta cana uma elevada rigidez mantendo o peso muito reduzido e o re-forço em carbono de 30 TON

adiciona-lhe a resistência ne-cessária para elevar até cerca de 4kg sem problemas. Sendo muito potente a acção rápida de ponta é no entanto muito progressiva, revelando-se bas-tante funcional no lançamento situação em que permite bons desempenhos com pequenas bóias de 5/6g e inclusive com grandes piões com cerca de 100g como os que usámos nos testes. No entanto a sua am-plitude óptima de lançamen-to revelou-se entre as 15g e as 60g, o que convenhamos, é de uma versatilidade excepcional. Outras vantagens que identi-ficámos nesta acção rápida e progressiva foi a capacidade de ferragem mesmo a distâncias superiores a 40m e a permissi-vidade á utilização de fios muito finos sem provocar rupturas.Em ambas as versões de 6,00m e 7,00m, o porta-carretos que é de cremalheira, está colocado a 50cm da extremidade inferior da cana em posição invertida. O acabamento do cabo, do porta-carretos para baixo é em “Sensor Grip” o que propor-ciona uma pega firme, mesmo quando molhado ou sujo de en-godo. A cana de 6,00m tem seis secções enquanto a de 7,00m tem sete secções. Os passado-res com anilha interior em Sili-cone Carbide (SIC), são mono-pata curtos, o que representa uma vantagem a nível de re-sistência, nomeadamente em pescas mais pesadas no mar.

Em ambas as versões o pri-meiro passador é de diâmetro 25mm e o passador de pon-teira de 6mm, o que permite a passagem de nós de correr ou stoppers quando usados em montagens de correr. De refe-rir que todos os encaixes das secções são reforçados e que os acabamentos, irrepreensíveis, incluem uma inserção em EVA na secção do cabo que evita que as secções entrem demasiado dentro umas das outras, danifi-cando os passadores e prenden-do essas mesmas secções como tantas vezes acontece.Concluindo, a Samurai é uma cana com prestações de topo e muito versátil, que sendo ide-al para pescas fortes e a grandes exemplares, permite pela sua capacidade de lançamento e so-bretudo de ferragem, pescar a grandes distancias. Em pescas “finas” e necessariamente leves, cumpre de forma muito muito efectiva. De destacar o excelen-te equilíbrio conseguido neste modelo que nos permite pes-car com grande comodidade durante muitas horas, chegan-do mesmo a dar ideia de estar-mos a utilizar canas de dimen-sões inferiores. Será sem dúvida “a cana” que me acompanhará para zonas ou pesqueiros em que por acção das condições de mar, vento, ou mesmo das diferentes espécies que possam “entrar”, necessite de elevado desempenho em diferentes téc-nicas de pesca.

CANA DE BóIA

VEGA SAMURAITEXTO

Bruno CarvalhoIMAGENS

Bruno Carvalho e redação

BÓIA

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Yamaha Motor Portu-gal apresentou os re-sultados em relação ao

ano de 2011. A marca japonesa não só manteve a sua posição de líder em 2011, como ainda a reforçou com um aumento con-siderável da quota de mercado. A estatística do mercado náuti-co elaborada pelo ICOMIA che-ga 6 meses depois com todos os resultados totais (marca e con-corrência). Assim, em 2011 a Ya-maha não só esteve em número 1, como ainda aumentou a sua quota de mercado, em todos os seus produtos náuticos: motores fora de borda e motos de água.

mOTORES FORA DE BORDAA Yamaha deteve em 2011 uma Quota de Mercado de 41,54%, no mercado total Português,

num total de 501 unidades ven-didas, face a um decréscimo do mercado de -30,45%, compara-tivamente a 2010, num total de 1206 unidades vendidas.

ANáLISE DE mERCADO POR TECNOLOGIASe analisarmos o mercado por tecnologia, nos 4Tempos, que

representa cerca de 97% do mercado total, a Yamaha lidera contando com 39,80% de Ma-rket Share e 466 unidades vendi-das. Em comparação com 2010, a Yamaha apresenta um aumen-to de 4,27% de Market Share, embora um decréscimo de 133 unidades (-22,2%), enquanto o mercado baixa 30,55%.

ANáLISE DE mERCADO POR VALOR DE VENDA (VALUE ShARE)Analisando agora a posição da Yamaha ao nível de Valor de Venda (Value Share) a marca lí-der atingiu o 1º lugar em Ven-das, num total de 501 unidades, 41,54% de Market Share e 42,92% de Value Share (Valor de Venda). Comparativamente a 2010, os re-sultados da Yamaha apesar das dificuldades de mercado são de louvar: +4,23% em Market Sha-re; +7,5% em Value Share.

RESULTADOS 2012 (JANEIRO A ABRIL DE 2012)Até final de Abril 2012 a Yamaha detém 49,31% de Market Sha-re, no mercado total e mais con-cretamente 46,52% de quota de mercado na tecnologia 4Tempos.

mOTOS DE áGUAEm relação às motos de água, em 2011, a Yamaha obte-ve uma quota de mercado de 58,75%, o que representa um aumento de +9,58% em rela-ção a 2010. De Janeiro a Abril 2012, a Yamaha detém a mes-ma quota de mercado.

YAMAHAAUMENTA LIDERANÇA EM 2011

A

NÁUTICA

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VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 201214

R

TEXTO E IMAGENSRedacção CONVÍVIO VEGA

OS AMARELOS - MOREIRAealizou-se no passado dia 29 de Julho em Se-túbal, um evento que

compreendia vários objectivos; a apresentação oficial da embarca-ção de actividades marítimo-turís-ticas “Moreira” que realizou recen-temente uma parceria com a Vega, a comemoração do título nacional de pesca embarcada brilhante-mente alcançado pelo grupo des-portivo “Os Amarelos” na época transacta e a experimentação de algumas novidades a apresentar brevemente pela marca Vega.A organização deste evento foi promovida por Bruno Russo, gerente da Casa Pita e da esco-la náutica Aquamaster, ambas na rua das Fontainhas em Se-túbal. Desde sempre ligada ao comércio e distribuição de pro-dutos para a pesca profissional e lúdica e para a náutica de re-creio, a Casa Pita é “a” loja da especialidade em Setúbal e uma referência a nível nacional.Dando seguimento á já longa parceria com Os Amarelos tam-bém apoiados pela Casa Pita, a Vega associou-se também em parceria ao Moreira, embarca-ção recentemente reconstruida e englobada num ambicioso e

bem estruturado projecto marí-timo-turístico que além das ac-tividades habituais, pretende a divulgação da pesca embarcada nomeadamente na sua vertente da competição e das boas prá-ticas ambientais com passeios no Sado e a observação de gol-finhos. A divulgação da marca passa então também a ser uma responsabilidade do Moreira, que será também um grande apoio para Os Amarelos.Concentrados manhã cedo jun-to á Casa Pita para as fotos da praxe e para algumas aquisições de última hora, embarcámos no Moreira e navegámos rumo a Sul. A viagem decorreu em ame-na cavaqueira proporcionada pelo espirito festivo e pela co-modidade da embarcação que permitiu juntar os pescadores para um pequeno-almoço á mesa. Aproximando-se a zona de pesca, iniciaram-se os pre-parativos dos iscos, camarão, navalha e berbigão, e a monta-gem de canas. Refira-se que as canas utilizadas quase em exclu-sividade foram as Zoom Boat de 4,0m, referência na pesca em-barcada em Portugal, nomeada-mente em alta competição.

Chegados ao destino, fundea-mos numas marcas conhecidas e após um pequeno briefing para sorteio do posto de cada pesca-dor e das regras para este conví-vio, iniciámos a pesca a cerca de 35m de profundidade. A captu-ra de algumas safias e choupas iniciaram-se quase de imediato, mais para uns que para outros, o que provocou algumas brinca-deiras entre os pescadores.

A manhã foi avançando e as cap-turas, não sendo extraordinárias, lá se iam sucedendo. Pelo meio uma outra poitada para estimular a crença dos menos afortunados. O aparecimento de grandes cava-las serviu para testar fios, anzóis, canas e os “nervos” de alguns ele-mentos que desesperavam com os emaranhados de montagens pro-vocados por múltiplas capturas.O espirito competitivo e o de-

sejo de constante evolução dos pescadores dos Amarelos, não deixou que este convívio se ficas-se por isso mesmo, assim acabou por se realizar mais um treino em que se afinaram estratégias, práticas e materiais com vista aos futuros desempenhos individu-ais e colectivos da equipa. Alguns dos pescadores da equipa tiveram oportunidade de testar as versões finais de algumas canas e

Um novo prototipo já em testes com algumas Zoom em pano de fundo.

O novo Camaro, brevemente disponivel.

ZOOM BOAT E OS AMARELOS

A Zoom Boat tem sido a nossa cana de eleição nos Amarelos de á dois anos e meio a esta parte. Tivemos papel activo na sua concep-ção, seleccionando a acção e proce-dendo a algumas alterações que nos pareceram pertinentes na altura e que se vieram a confirmar mais tarde. Esta cana rapidamente ganhou fama (e proveito) transformando-se na mais representada na 1ª e 2ª divisões nacio-nais. A Zoom foi construída em carbo-no Radial de alto modulo C5 e tem 3 ponteiras de carbono maciço com ac-ções muito equilibradas. O sistema de bucha de EVA permite utilizar a cana

aos 3,00m e aos 4,00m o que reforça a sua versatilidade. A acção de ponta é muito importante na competição, permitindo ferragens muito rápidas mesmo a profundida-des superiores a 50/60m, no entanto quando em esforço a cana parece “dar” sempre um pouco mais, per-mitindo utilizar fios muito finos quando as condições se revelam real-mente difíceis. Em resumo, a singula-ridade da Zoom permite-lhe grandes prestações na competição, mantendo características excepcionais em pes-cas tão diferentes como as que faze-mos ás douradas grandes na Vereda.

PESCA EMBARCADA

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CONVÍVIO VEGA

OS AMARELOS - MOREIRA

carretos da Vega que serão breve-mente comercializados pela mar-ca e para as quais contribuíram com aconselhamento e testes. Das canas, destaque para uma que apresenta um inovador sistema de extensão, permitindo a afinação do seu comprimento em qual-quer ponto entre 3,10m e 3,50m. Esta cana que terá o nome “Dyna-mica”, apresenta uma acção mui-to potente e rápida e quatro pon-teiras intermutáveis de diferentes sensibilidades, sendo duas em carbono e duas em fibra. O cabo ergonómico permite uma pega muito cómoda e os passadores tipo K seguem as últimas tendên-cias nos componentes. Já o carre-to que tem feito furor junto dos pescadores dos Amarelos e que será alvo de um banco de ensaio na próxima edição do Jornal da Pesca, chamar-se-á Camaro e tem corpo e rotor em liga de alumínio e 10 rolamentos em aço inox. Es-tará disponível em dois tamanhos, 50 e 60 e com recuperação de 5,5 e 4,6 voltas de rotor por volta de manivela, respectivamente.Este foi então um dia de comemo-ração e rejubilo pelo título conquis-tado pelos Amarelos e pela apre-sentação da parceria da Vega com o Moreira, que se pretende tão frutuosa e duradoura como a da marca com a equipa de pesca em-barcada em barco fundeado.

Concentração junto á Casa Pita.

Bruno Russo com o conjunto Camaro-Dynamica.

João Silva com uma bica.

PROJECTO MOREIRA

Falámos com Miguel Ministro, principal mentor do projecto “Moreira”, para melhor perceber a filosofia e objectivos do mesmo.JORNAL DA PESCA - Miguel, Já tinha alguma ex-periência nestas andanças com barcos de maríti-mo-turística?MIGUEL MINISTRO - Iniciei-me na actividade ma-rítimo-turística á cerca de 14 anos quando o meu pai, também Miguel Ministro e grande carpintei-ro naval, me construiu a primeira embarcação o “Cruzeiro do Sul”. Esta foi a “ferramenta” que ele me deu e a partir daí sempre tentei evoluir nas condições e serviços oferecidos.JP - É dessa evolução que nasce o projecto Moreira?MM - Sem dúvida, com a experiencia que já tinha e com a minha ligação ao mar decidi investir junta-mente com o meu sócio, na aquisição do Moreira. À semelhança do Cruzeiro do Sul, pretendi que o Moreira fosse um barco maior, mais rápido, espa-çoso e com todas as condições para que os pes-cadores pudessem desfrutar de um óptimo dia de pesca. Para isso foi necessário alterar toda a estru-tura do barco ao mesmo tempo que promovíamos a sua renovação. Mais uma vez o meu pai, com a ajuda do meu tio e primos, foi o responsável por esta obra de excepcional resultado final. Investi-mos num novo motor, electrónica moderna e fi-áveis sistemas de navegação e segurança. Todo o projecto demorou cerca de um ano a concretizar--se mas pensamos que valeu a pena pois estamos hoje na vanguarda da oferta neste tipo se serviços.JP - Que serviços são esses e em que o diferen-ciam das demais ofertas já presentes no mercado?MM - Como lhe disse, renovamos totalmente o Moreira que oferece um espaço moderno, amplo e bastante estável onde podem pescar cerca de 12 pessoas com toda a comodidade. À popa temos uma mesa com capacidade para 10/12 pessoas, onde normalmente se almoça e á proa temos um novo salão que proporciona uma área de descanso a quem necessite. Dispomos ainda de cozinha para fazer uma bela caldeirada a bordo, fogareiro para uma sardinhada e WC com privacidade. Além dis-so os nossos Mestres são altamente qualificados e experientes, mostrando-se sempre disponíveis para auxiliar os pescadores em qualquer dificuldade que possa surgir. Em suma, aumentámos a oferta man-tendo os preços muito competitivos. A juntar a tudo isto, realizámos uma parceria com a Vega, marca de qualidade e em ascensão com a qual pretendemos também crescer pelo que serão naturalmente de esperar futuras iniciativas promovidas pela marca.

PESCA EMBARCADA

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VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 201216

odos nós sabemos que os pescadores mais ve-lhos e experientes são

os que mais peixes apanham. Nos tempos em que iniciei a mi-nha aprendizagem, os pescado-res mais antigos sabiam e faziam certas coisas que muito me intri-gavam. Muitas vezes relaciona-vam superstições ou crenças de caracter religioso com os bons dias de pesca, o que ainda me deixava mais baralhado. Porque é que o peixe ontem estava aqui em grande quantidade e hoje de-sapareceu por completo? Esta e muitas outras perguntas ficavam sem resposta. E o que mais me intrigava era a certeza, quase in-falível, que o meu mestre de pes-ca tinha, nos dias em que o peixe encostava. Como é que ele adivi-nhava? Ao longo dos anos em que fui amadurecendo os meus co-nhecimentos, muitas destas dú-vidas foram sendo esclarecidas. Sem dúvida, que o conhecimen-to empírico, que as muitas saídas para a pesca me proporcionaram, contribuiu decisivamente para as respostas que eu tanto ansiava. Os movimentos do mar e os comportamentos dos peixes que o habitam estabelecem uma re-lação de caracter alimentar. É sempre com base neste princí-pio fundamental que podere-mos compreender os momentos em que as grandes pescarias se fazem. Dito assim até pode pa-recer que é fácil. Puro engano. A diversidade de factores é quase infinita, entre os mais importan-tes temos: a variação da tempe-ratura da água, a direcção e in-tensidade do vento, a amplitude da maré, o momento da maré, a pressão atmosférica, a influência do Sol e da Lua, etc., etc., etc.Tomemos como exemplo a praia, na pesca de Surf-casting. A observação constante das trans-formações que se operam no perfil transversal e longitudi-nal da praia são fundamentais. As condições meteorológicas e marítimas são também mui-

to importantes. O mar quando está calmo não produz energia. Só quando se torna encrespa-do na superfície, pela acção do vento se inicia um processo ain-da muito diminuto de formação de corrente de ondulação, movi-mento circular que praticamente não tem repercussões no fundo do mar. Com a intensificação do vento as ondas aumentam a sua amplitude começando o seu mo-vimento até à linha de costa, pro-duzindo já uma quantidade de energia considerável. Esta ener-gia que origina um movimento turbilhonar em profundidade, é tanto mais forte quanto mais al-tas forem as ondas. A partir de um certo momento as areias do fundo do mar começam a ser remexidas pela energia liberta-da e com ela os organismos que as habitam e que constituem o repasto das nossas presas. Para compreender melhor a acção da ondulação em cada praia é fun-damental conhecer o seu perfil. Numa praia profunda a ondula-ção rebenta de forma muito di-ferente de uma praia de perfil baixo. Na primeira a rebentação faz-se sempre junto á linha da praia e a corrente de refluxo é normalmente forte, na segunda a rebentação chega a verificar-se a muitas centenas de metros da costa e as correntes laterais são mais fortes que a de refluxo.Resultam da ondulação duas cor-rentes distintas uma, primária, no sentido do vento e da ondulação até á praia, outra, secundária, de

refluxo da ondulação no sentido contrário à primeira. É do jogo entre estas duas correntes que resultam os melhores momentos de pesca. A corrente secundária que transporta para o largo de-tritos e organismos vivos é funda-mental para excitar os peixes que procuramos na praia. Esta corren-te quando perde a sua força (de-pendente da ondulação) acumula os detritos com uma importante componente orgânica em bancos no fundo do mar mais ou menos perto da praia. São estes os locais onde a nossa chumbada deve che-gar para que os anzóis possam fer-rar peixe. Os bancos detríticos for-mados por esta corrente têm um formato serpenteado e são inter-rompidos pelos curveiros, canais profundos cuja corrente secundá-ria é muito forte. Estes locais, na maioria das situações meteoroló-gicas são excelentes pesqueiros. No entanto quando a ondulação é fraca, produzindo por isso pou-ca energia, os únicos locais onde poderá haver alguma movimenta-ção no fundo são, exactamente, os bancos detríticos formados pe-las correntes secundárias.Nem sempre é fácil distinguir os bancos de detritos orgânicos dos bancos de areia e seixos sem vida, pois a sua configuração é muito semelhante. Muitas vezes só a experimentação nos permi-te distingui-los e, essa, faz-se indo à pesca! Os pescadores que apa-nham grilo nas praias sabem bem que nem todas as coroas de areia são boas para procurar o grilo na

maré baixa. Quando o mar movi-menta “areia velha” que se note pela sua cor mais escura, onde abunda a matéria orgânica, o grilo normalmente é abundante bem como o caranguejo da areia e outros pequenos seres vivos que habitam as águas das praias. Quando a areia que o mar movi-menta nas praias é “nova”, e nota--se pela sua cor muito clara, não se encontra vivalma. O mesmo se passa nas areias que nós não po-demos ver, por estarem sempre debaixo de água, onde nadam os peixes que procuramos! A percepção destas baixas pode ser facilitada nalguns casos pela observação do comportamento das ondas. Ao passar pelos ban-cos de depósitos a onda forma uma pequena crista que se alon-ga num risco de espuma sobre o azul do mar. Este movimento de espuma realiza-se do centro da onda para a periferia e é suave. A onda nunca chega a rebentar, forma apenas uma crista de espu-ma. Nos bancos de areia e seixos a onda normalmente forma uma crista muito mais ampla e reben-ta com violência. Os bancos de areia e matéria orgânica são exce-lentes locais de pesca, os bancos de areia, pelo contrário, não são bons pesqueiros. Normalmente estes locais têm correntes laterais muito fortes que nos impedem de manter a chumbada parada. Um pequeno aparte em relação às correntes laterais, em vez de aumentarmos o peso da chumba-da, devemos deslocar-nos ao lon-

go da costa até a chumbada pa-rar e aí sim assentarmos arraiais. Normalmente é onde a corrente pára que o peixe aguarda a co-mida. Tal como a nossa chum-bada, a corrente arrasta até estes locais os organismos vivos que são alimento dos peixes. O peixe procura comida nadando sem-pre contra a corrente para mais facilmente capturar as suas pre-sas, ou então aguarda-as nas ver-tentes laterais dos fundões onde acorrente abranda. Quantas vezes nos acontece sentirmos a chum-bada a ser arrastada até parar, e é exactamente nesse momento que o peixe ferra. Nestas condições o lançamento deve ser feito para a corrente de forma a que a isca ao chegar ao peixe, no momento em que pára, o faça de forma o mais natural possível, tal como os ou-tros alimentos também arrasta-dos pela corrente. Se lançarmos directamente para o local onde anteriormente ferrámos o peixe o mais certo é não apanharmos mais nenhum. Esta é uma das ra-zões porque o peso e forma da chumbada são fundamentais na praia. Se a chumbada for dema-siado pesada ou demasiado leve o aparelho ou fica ferrado ou corre demais. Mas nem sempre o peixe “quer” a chumbada a correr. Os sargos muitas vezes só se ferram se a chumbada for pesada e estiver bem agarrada à areia. Nestes ca-sos não somos nós que ferramos o peixe, mas sim a própria chum-bada! Sobre este tema voltarei numa próxima oportunidade.

COISAS DO mARNO SURFCASTING

TTEXTOAntónio Xavier

IMAGEMRedacção

SURFCASTING

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172012 AGOSTO | SETEMBRO VERÃO

pesca à bóia é uma mo-dalidade que abrange muitas formas de pes-

car. Já se sabe que esta é uma práti-ca que requer muito conhecimen-to e que por ser bastante técnica, é uma forma de avaliar a capacidade de cada indivíduo. Também ao ní-vel dos materiais, nomeadamente das canas, existe uma enorme di-versidade de características que di-ferenciam não só as suas capacida-des como também a forma como encaramos a própria pesca à bóia. Entramos então na abordagem à ficha técnica da cana King Sword para que se compreenda todas as suas características e possibilida-des de utilização.

Esta cana não foi planeada so-mente para a pesca de compe-tição, mas também para a pesca de lazer. Tem um comporta-mento bastante equilibrado o que se nota sobretudo com a cana montada na horizontal, pois mantém-se toda ela alinha-da e sem pender. Tem uma ac-

ção semi-parabólica, isto é, ac-tua essencialmente com os três últimos elementos, factor im-portante quando se pesca com linhas finas. Esta acção fica visí-vel na resposta à luta exercida pelo peixe, evitando que este se desferre ou que haja rotura da própria linha mesmo quan-do esta é muito fina. A King Sword revela grande capacida-de no acto de ferragem, mes-

mo nos ataques mais subtis. Em acção de pesca mostra-se uma cana leve e bastante equilibrada no peso, com o porta-carretos montado a cerca de 51cm do fundo. Com um carreto apro-priado às circunstâncias e de-pois de algumas horas de pesca o cansaço não se faz sentir, con-sequência dos mais avançados processos tecnológicos da sua construção. Possui um “traba-lhar” preciso e seguro ao nível do lançamento, não deforman-do a iscada que se apresenta no anzol, mesmo com bóia fixa e no limite das suas capacidades.No que toca à pesca de com-petição para a qual penso que

esta é uma cana muito versátil e especialmente indicada, adap-tando-se a diferentes situações como quando o peixe se encon-tra na profundidade máxima do pesqueiro (não ultrapassando os seis ou sete metros), meia água ou na superfície. Mesmo onde a corrente das águas é for-

te, com o seu tamanho aguen-tamos a bóia naquela distância, para que esta não se desloque para a margem por resultado da acção da própria corrente. Que o digam as enormes tainhas capturadas na barra de Aveiro. Qualquer pescador de competi-ção de bóia no mar não abdica de uma cana com estas caracte-rísticas para as suas provas. Já relativamente à pesca de la-

zer, especialmente quando uti-lizada por pescadores menos experientes, devem-se obser-var alguns cuidados em função das suas características e mate-riais e construção: Deve-se sempre colocar a linha nos passadores com a cana fe-chada, montar bóia, chumbos e

anzol e só depois abrir, sempre com ela apoiada nos braços. Se em algum momento temos de interromper a pesca deve--se apoiar a cana num tripé ou espeto próprio para o efeito e nunca nas rochas.No caso de a montagem ficar presa, evitar dar esticões brus-cos para trás com a própria cana pois pode quebrar. Nor-malmente esta rotura dá-se no

terceiro ou quarto elementoCertificar-nos de que não existe nenhum cabo eléctrico na área de pesca e nunca pescar com este tipo de cana em dias de trovoada;Nunca exceder a capacidade de lançamentoEm dias de vento forte, torna--se complicada a sua utilização

devido ao seu comprimento, nestes casos é preferível pro-curar-se pesqueiros abrigadosDevemos ter especial cuidado quando temos de lançar contra vento moderado a forte, uma vez que a pressão contrária ao mo-vimento de lançamento é muito grande e pode originar rupturas.Ainda sobre a pesca de lazer, a Vega “King Sword” revela-se muito eficaz na pesca de va-

riadíssimas espécies, sobretu-do em pesqueiros ao nível do mar, mesmo onde existem obs-táculos à nossa frente, como por exemplo rochas e limos, ou mesmo quando a rebenta-ção é mais forte. Esta eficácia deve-se ao seu elevado alcan-ce, à sua leveza e à facilidade

do seu manuseamento, permitindo assim grande agi-lidade ao pescador em acção de pesca. É muito precisa a fer-rar, resultado do seu tamanho e especialmente da acção que possui. É uma cana com pou-co poder de levantamento de peso, o que se pode resolver fazendo-se uso de um cama-roeiro ou mesmo encalhando o exemplar.

TEXTOCarlos André

IMAGENSAndreia Silva

AKING SWORD

PARA COMPETIÇÃO E LAZER...

Mais uma com uma tainha...Ainda que ligeira a King Sword permite a captura de bons exemplares.

BANCO DE ENSAIO

FICHA TéCNICA

NOMEVEGA KING SWORD

MATERIAL DE CONSTRUÇÃOHi-Modulus CS Radial Carbon

MEDIDAS DISPONÍVEIS6,0m e 7,0m

COMPRIMENTO FECHADAS1,45m (ambas as medidas)

PESO310g (6,0m), 330g (7,0m)

PASSADORESSIC (Silicone Carbide) 9 (6,0m), 10 (7,0m)

ACÇÃO6-30g

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VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 201218

PESCAR COM ASTÚCIA FINESSE FISHING

TEXTO E IMAGENSJaime Sacadura

alvo raras excepções, muitas das jornadas de pesca dos dias de hoje

revelam-se complicadas e difíceis. Tirando alguns períodos pon-tuais de maior atividade nas grandes barragens nacionais ou quando temos o privilégio de pescar em pequenas charcas quase intocadas, na maior parte dos restantes dias de pesca os achigãs mostram-se esquivos e desconfiados, tornando raras as capturas. Nestas condições o pescador não deve resignar-se e continuar a pescar como habi-tualmente, confiando apenas na sorte para evitar a habitual “gra-de”. É a altura para recorrer ao arsenal de soluções que ajudam a resolver os dias complicados e estas passam por sermos mais espertos que o peixe.

FINESSE FIShINGQuando se fala em “finesse fishing” a maior parte dos pes-cadores associa imediatamente

esta designação à utilização de linhas finas e amostras de reduzida dimensão. E não se pode dizer que estão errados, já que uma das principais solu-ções para resolver o problema das jornadas difíceis passa, pre-cisamente, por reduzir o diâme-tro das linhas e o tamanho das amostras utilizadas. O princípio básico que suporta esta modi-ficação de estratégia baseia-se na constatação que, para au-mentar o número de ataques, devemos apresentar ao achigã uma presa mais fácil de cap-turar. E, na natureza, os ani-mais mais jovens são, habitu-almente, presas fáceis, dada a sua juventude e inexperiência. Por outro lado, a opção por re-duzir o tamanho das amostras pode conduzir a uma diminui-ção do tamanho das capturas, um fenómeno fácil de expli-car já que existe uma tendên-cia para o predador escolher o tamanho da presa em função

da sua própria dimensão. No entanto, quando a ocasião se apresenta e as pequenas pre-sas abundam, nenhum preda-dor, independentemente do tamanho, recusa uma refeição fácil, por muito pequena que ela seja – basta pensarmos nas alturas em que nos enchemos de aperitivos, enquanto aguar-damos pela refeição principal ou quando conseguimos ainda arranjar espaço para umas co-lheres de sobremesa, mesmo após uma refeição abundante. Assim, apesar de constatarmos que a apresentação de artifi-ciais de menor dimensão pode contribuir para uma redução

do tamanho médio das cap-turas, é indiscutível que essa redução pode proporcionar um maior número de oportu-nidades de entrar em contato com peixe que, em períodos de menor atividade ou sujeito a maior pressão de pesca, po-dia ignorar as amostras de ta-manho normal que lhe apre-sentamos.

PESCA ASTUCIOSASe bem que, na sua essência, qualquer técnica de finesse im-plique, normalmente, uma re-dução (da dimensão do isco, do diâmetro da linha, do peso utilizado), isso não implica que

apenas quando utilizamos li-nhas muito finas e iscos muito pequenos estejamos a utilizar esse tipo de técnicas. Se uma pequena modificação, mais subtil, produzir o efeito deseja-do, essa subtileza, essa astúcia utilizada pelo pescador, pode perfeitamente enquadrar-se na definição mais larga do concei-to de finesse. E, muitas vezes, basta essa pequena alteração li-geira, inclusivamente no modo como apresentamos a amostra ou a trabalhamos, para produ-zir um ataque quando tudo o resto falha. Claro que, quando o objetivo é conseguirmos efe-tuar algumas capturas, como acontece em situações de com-petição, o downsizing, isto é, a redução do tamanho das amos-tras utilizadas, potencia o nú-mero de ataques e pode tradu-zir a diferença entre apresentar alguns pequenos achigãs à pe-sagem ou trazer um viveiro va-zio. Ainda assim, não basta re-duzir apenas o tamanho das amostras para conseguir efe-tuar algumas capturas. A redu-ção tem que se aplicar também ao diâmetro das linhas e, nos diversos tipos de empates, ao

S

Vinil finesse.

ACHIGÃ

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192012 AGOSTO | SETEMBRO VERÃO

PESCAR COM ASTÚCIA FINESSE FISHING tamanho dos pesos utilizados.

Com efeito, não serve de muito passar para um pequeno vinil de 3 polegadas, se continuar-mos a pescar com a linha de di-âmetro elevado que estávamos a utilizar. A linha de maior diâ-metro vai prejudicar o trabalho e a animação da amostra, reti-rando-lhe fluidez e naturalida-de. Como já referi, o princípio básico das técnicas de finesse, passa por refinar e aperfeiçoar toda a ação de pesca, dando es-pecial atenção a um conjunto alargado de pormenores que são menos importantes quan-do os peixes apresentam níveis de atividade elevados, mas se tornam cruciais em situações de pesca mais difíceis.

DOwNSIZING E NãO SóAssim, a chave do sucesso para os dias difíceis não passa ape-nas por reduzir o tamanho das amostras. É necessário ajustar todo o material utilizado e isso implica uma seleção adequadas das linhas, dos anzóis, dos pe-sos e até da cana e do carreto adequado. O material de spin-ning é o mais indicado e o mais utilizado, pois é o que mais se adequa ao leque habitu-al de opções utilizadas. Pes-car com material de casting, nomeadamente os carretos, associando-os a linhas de menor diâmetro é contra-producente e ineficaz. A opção por uma cana de spinning, de ação ligeira a média (L, ML ou M), adequada às amostras e técnicas utili- zadas e as-sociada a um carreto de qualidade, com um bom freio, é a melhor solução. As linhas são funda

mentais para este tipo de técnicas e, um bom

monofilamento, resisten-te e com pouca memória,

é essencial na maior parte das situações. Para as técnicas

de fundo, o fluorocarbono re-vela-se, habitualmente, a escolha mais acertada, não só porque ajuda a detetar os toques mais subtis com maior facilidade, mas também porque este tipo de linhas revela-se bastante mais resistente aos diferentes

elementos abrasivos que podem contribuir para a rotura das linhas finas utilizadas nestas condições. Quando optamos pelos vinis, o que acontece na grande maioria dos casos, a es-colha da técnica, do tipo e ta-manho do peso utilizado, e do anzol adequado, revela-se fun-damental para uma boa har-monia do conjunto.

TéCNICAS mAIS UTILIZADASCom efeito, a decisão sobre do tipo de empate mais adequa-do a utilizar em cada situação pode ser decisiva, principal-mente quando pescamos com vinis de pequeno tamanho. O empate Texas, por exem-plo, que muitos pescadores utilizam quando pescam com imitações de plásti-co mole, nem sempre é a melhor opção quando se pretende uma m a i o r subtileza na apre- sentação. O objetivo prin- cipal, nestes casos, passa por conseguir iludir pei- xes desconfiados e pres- sionados, e conseguir apre - sentar uma imitação d e uma presa habi-

tual, que se movimente de forma natural, é o desa-

fio principal. Para conseguir uma movimentação fluida e

atrativa, o empate escolhido deve privilegiar a liberdade de movimentos do vinil, daí se re-correr tantas vezes ao split-shot ou ao drop-shot, embora a uti-lização de pequenos cabeçotes seja compatível com este tipo de abordagem. Qualquer um dos empates mencionados propor-ciona animações mais naturais, pois o peso está separado fisica-mente da amostra, o que permite

uma fluidez de movimentos impossível com outro tipo de soluções. Como alternativa, podemos optar por in-serir pequenos pesos afilados dentro do v i n i l (inserts) e empa- tar o an-zol mais perto do centro da amostra.O desequi- líbrio que este e m p a t e , tipo wacky, pro-porcio- na, principalmente com imitações em vinil de pequenos pei-

xes, confere às amostras os movimentos delicados

e realistas de uma presa mo-ribunda e fácil de capturar.

Noutras situações, podemos op-tar por empatar os vinis como no empate Texas, mas sem peso (weigthless), confiando apenas no peso do anzol para ajudar a propulsionar a amostra durante o lançamento. Em qualquer des-tas técnicas é obrigatório esco-lher adequadamente o tipo de anzol adequado a cada situação, quer o tamanho, quer o mode-lo, pois a mesma técnica utiliza-da com diferentes tipos de an-zóis pode produzir resultados completamente diferentes.

AmOSTRAS RÍGIDASPor último, não devemos des-curar a utilização de amostras rígidas nestas situações com-plicadas. Claro que a opção pelos pequenos vinis é a mais frequente, mas as amostras de reação, como os crankbaits e os spinnerbaits, utilizados em ta-manhos mais pequenos que o habitual, podem ser muito produtivos. Nem sempre con-seguem selecionar achigãs de bom porte, mas têm potencial para aumentar muito o número

de ataques pelo que são opções a considerar, como acontece tam-bém com as amostras de superfí-cie, como pequenos poppers, passeantes ou até jerkbaits. Nes-tes últimos, dada a delicadeza e perfeição de muitas destas pequenas amostras, podemos abrandar o ritmo das animações e da recuperação sem riscos de denunciar a sua artificialidade.

Efetuar longas pausas man-tendo a amostra imóvel por longos períodos, entrecor-tando com ligeiríssimos toques de ponteira (twitching), permite manter os artificiais na zona de ataque do peixe e é uma estraté-gia muito utilizada, principalmen-te com peixes muito inativos.

CONCLUSãONos dias de hoje muitas jorna-das de pesca podem revelar--se complicadas e frustrantes. No entanto, a grande pressão de pesca que se faz sentir em muitas massas de água pode ser

combatida com recurso a uma ação

d e pesca mais inteligente

por parte do pescador. Este deve optar por téc-nicas que permitem uma maior naturalida-

de na movimentação aquática dos arti-

ficiais utilizados, associada a um

maior cui-dado com

a apresen-tação e ani-mação das a m o s t r a s .

Na maior parte das situações, a opção

por reduzir o tamanho das

amostras, ade-quando em simultâneo todo o restante equipamento, con-tribui também para potenciar o número de ataques e de oportu-nidades de efetuar capturas.

Libertar para preservar. O drop-shot revela-se efectivo.

ACHIGÃ

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212012 AGOSTO | SETEMBRO VERÃO

odos reconhecemos a importância que a en-godagem tem na pesca,

estimulando a apetência dos peixes para se alimentarem e proporcionando a sua concentração em determina-da área. Essa engodagem quando feita sem critério ou de forma me-nos precisa, pode ter um efeito contrário ao que pretendemos, especialmente se nos encon-trarmos em alta competição e tivermos concorrentes ao nos-so lado. Determinante para o sucesso das engodagens é não

só a qualida-de do en-godo mas a também a precisão com que o coloca-mos em determinado ponto.A utilização de fisgas para engo-dar, seja com engodo, sementes ou asticot, está amplamente di-fundida mas ao contrário do que alguns pescadores possam pen-sar, nem todas apresentam um correcto desempenho. De facto,

alguns factores influenciam de-terminantemente o seu desem-penho. Um cabo pouco ergo-nómico ou escorregadio, um copo inadequado ou mesmo

elásticos com consis-tência irregular vão impossibilitar que coloquemos a nossa

engodagem constan-temente no mesmo

ponto. Ao fim de algum tempo teremos vários pes-queiros que ao invés de concen-trar os peixes num só, vai estimu-lar a sua circulação pelos vários pontos onde vai caindo a comida.A gama de fisgas TeamVega, composta por cinco modelos, foi desenvolvida com recurso aos melhores materiais e utilizan-do os componentes mais ade-quados para a sua utilização nas nossas águas. Estudadas para durar, são fabrica-das com polímeros de nylon de alta qualidade e apresentam alguns apontamen-tos em borracha para uma pega mais eficiente e confortável. Es-tas fisgas são equipadas com elás-ticos de latex natural de alta den-sidade que impede a deformação dos mesmos com as extensões e contracções. O sistema de fixação

evita a torção desses mesmos elásticos aumentando o seu de-sempenho e durabilidade. Os co-pos são em plástico macio, resis-tentes ao sol e apresentam três tamanhos adequados á utiliza-ção de diferentes engodagens.

Todas as fisgas TeamVega são vendidas

com um par de elás-ticos suplentes, encon-trando-se ainda disponíveis no mercado elásticos e copos

de substituição para todos os modelos. Cada um dos mode-los destina-se a uma uti-lização distinta e específica que passo a descrever.FSL 30 É uma fisga ligeira, equi-

pada com elásticos de 3mm e copo pequeno (CE2). É ideal para pescar á francesa

engodando com poucos asticots.FSL 40 Fisga mista para pescas á francesa e á inglesa a curta distância engodando peque-nas quantidades de asticots e sementes de cânhamo. Tem elásticos de 4mm e copo CE2.FMR 50 Fisga média com elásti-cos de 5mm e copo de dimensão média (CE4) para engodagens com bicho (asticots) colado á in-glesa ou bolonhesa. Muito ver-sátil, é também bastante utiliza-

da para engodar com sementes como trigo e cânhamo ou mes-

mo asticot solto quando pre-tendemos uma

engodagem mais abun-dante.

FLR 60 A dimensão e robustez da armação, os elás-ticos de 6mm e o copo de gran-de dimensão (CE6) tornam-na ideal para engodar bicho cola-do a grandes distâncias.FLR 70 A fisga mais potente da gama. Está equipada com elásticos de 7mm e copo CE6. É ideal para lançar bolas de engodo a grandes distâncias inclusive na modalidade de Carp Fishing.

ENGODAGENSPRECISAST

TEXTOAntónio Marques

IMAGENSRedação

COMPETIÇÃO

FSL 30

FSL 40

FMR 50

FLR 60

FLR 70

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VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 201222

APCF criou o Carp Adventure de forma a proporcionar aos só-

cios da associação e aos amantes da modalidade a pesca legaliza-da, em Portugal, na modalidade de carpfishing.Nesta prova, voltei a fazer equi-pa com o Ricardo Pimenta, que mais que um companheiro de pescarias, é também um amigo.Saímos bem cedo de Guimarães rumo a Castelo Branco, onde fi-zemos uma viagem sem proble-mas. Por volta das 11h e já com todos os participantes ansiosos que a prova começasse, iniciou--se o sorteio dos pesqueiros que foi efetuado por ordem de ins-crição das equipas.Às 12h teve início a prova. E co-meçamos com os trabalhos de sondagem/engodagem. Como o pesqueiro era bastante homogé-neo em termos de profundida-des, decidimos colocar as mon-tagens na ordem dos 3m a 4m.De acordo com as informações que recolhemos, a barragem ti-nha muitos pimpões, pelo que não seriam aconselhados iscos de pequenas dimensões, como as sementes. Para ser considerada pontuável, uma captura teria de se tratar de uma Carpa e pesar no mí-nimo 2,5kg. Optámos então por fazer uma engodagem mista, ou seja, engodamos com boilies de 20mm, pellets, milho cozido, noz tigrada, e mistura para pombos. Eram cerca das 4 horas da ma-nhã, quando um alarme nos co-locou em sobressalto, mas era um arranque pouco convincen-te, fazendo apenas uns bips iso-lados. Peguei na cana e reparei

que estava ali a primeira captura da equipa. Nem sequer a pesa-mos, foi libertada de imediato, em perfeitas condições. Com esta captura, apercebemo-nos que a estratégia utilizada era a correta, pois o peixe estava a co-mer na engodagem. Já no dia seguinte fomos surpre-endidos, por um alarme, desta vez, o do Ricardo e que resultou numa captura que viria a ser a primeira carpa pontuável da prova. Chamá-mos a organização da prova que rapidamente tratou de pesar a car-pa que marcou 3,200kg e acabou por ser a carpa que nos deu o 1º lugar do Carp Adventure 2012. Pouco depois, a dupla Orlando Loureiro/Pedro Ramos tirou uma carpa que acusou 2,600kg e que seria o segundo peixe pontuável e o 2º lugar do Carp Adventure.Seguiram-se inúmeras capturas, mas infelizmente, com peso abai-xo dos 2,5kg exigíveis para pontu-ar, incluindo eu e o Ricardo, que não conseguimos voltar a bater os 3,200kg da primeira captura.As jornadas de convívio entre os participantes sucederam-se ao longo da prova, com muita a gen-te a partilhar aquilo que tinha, quer fosse o almoço ou até mes-mo um café. Tudo era desculpa para passar umas horas a conhe-cer gente nova e a conviver!Até ao último minuto de prova, perdemos conta às capturas que

foram efetuadas na ordem dos 1,5 a 2kg. No final, foram capturadas apenas duas carpas pontuáveis, o que ficou abaixo das expectativas de toda a gente. Ainda assim, pen-so que toda a gente gostou de par-ticipar na prova. Todas as equipas capturaram peixe, e só o facto de poder passar este fim-de-semana a pescar em Portugal, legalmente, vale bem a pena o esforço de tan-tas horas de pesca, independente-mente de sair peixe ou não.

CLASSIFICAÇÃO FINAL1º João Sousa / Ricardo Pimenta 2º Pedro Ramos / Orlando Loureiro3º Rui Peixoto / António Ferreira4º Gabriel Pereira / José Pedro Pereira

5º Carlos Amaral / Guilherme Loureiro

6º Carlos Falcão / André Martins7º Paulo Costa / Rogério Silva8º Paulo Gomes / Daniel Marques9º Paulo Costa / Rogério Silva

PRémIOSComo ficamos em 1º lugar, eu e o Ricardo trouxemos para casa duas fantásticas canas VEGA Voltage Carp de 13 pés (3,90m) e 3,5lb de ação. Trata-se de canas de topo, equipas com passadores SiC e fa-bricadas em carbono de alto mó-dulo, que lhes confere uma certa leveza e ao mesmo tempo potên-cia para lançar chumbadas de pelo menos 120gr. Ganhamos ainda uma noite no Lago da Alfarófia.O 2º Prémio foi para a dupla Pedro Ramos / Orlando Loureiro que le-vou para casa dois sacos para canas VEGA Exceed, sacos estes que são exatamente aquilo que um carpis-ta procura: Segurança no transpor-te das canas; 2,10m de altura, que permite transportar as canas mon-tadas com os respetivos carretos; diversos bolsos que servem para

transportar coisas como os supor-tes das canas, e o camaroeiro, en-tre outras coisas. Ganharam ainda um conjunto de boilies Decathlon.A partir daqui, devido à ausência de peixes pontuáveis, tiveram de ser sorteados os restantes prémios. O 3º Prémio ficou com a dupla Rui Peixoto / António Ferreira que le-vou para casa dois excelentes sacos de transporte de canas VEGA Prime, idênticos aos do 2º prémio. Ganha-ram ainda dois sacos de pesagem.Prémios como boilies comer-ciais, boilies caseiros, pellets, milho normal e aromatizado, pop-ups entre outros pequenos artigos, como óculos polariza-dos, roupa APCF (tshirts e ca-misolas polares), sacos de pesa-gem, pastas e coletes de pesca, foram distribuídos por todos os participantes.Queria deixar aqui em nome da APCF, o agradecimento à VEGA por ter patrocinado o Carp Ad-venture 2012 e deixar os meus votos de que esta parceria seja para durar e que seja benéfica para ambas as partes.

CARP ADVENTUREASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE CARP FISHING

A

TEXTO E IMAGENSJoão Sousa

A Associação Portuguesa de Carp Fishing, que tem como principal objetivo a divulgação e o desenvolvimento do Carp Fishing em Portugal, realizou no passado dia 13 de Julho mais uma edição do Carp Adventure 2012, prova que se estendeu por 3 dias - 13 a 15 de Julho - na Barragem da mara-teca, em Castelo Branco e que teve a VEGA como seu principal patrocinador.

CARP FISHING

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232012 AGOSTO | SETEMBRO VERÃO

O robalo é sem dúvida alguma, uma das es-pécies mais cobiçadas

na costa continental portuguesa e para muitos, o troféu máximo de uma jornada de pesca. É uma espécie que pode habitar água costeiras até aos 100 me-tros de profundidade, mas com maior preferência por profun-didades mais baixas. Tem uma elevada plasticidade na escolha dos habitats, e pode por isso, ser encontrado em diversos tipos de ambientes, desde zonas laguna-res com fundos de lama, zonas rochosas e fundos de areia. Os individuos de pequeno porte tendem a formar cardumes nu-merosos, enquanto que os ani-mais de maior tamanho, tendem a deslocar-se isoladamente ou em pequenos grupos, compor-tamento que é apenas alterado durante a época de reprodução.As técnicas de pesca empregues na sua captura evoluiram notavel-mente nos últimos anos e de en-tre elas, o spinning foi a que mais cresceu e que mais adeptos anga-riou. Até há uma década atrás, as técnicas mais comuns eram sem dúvida o surfcasting, à bóia e cor-rico, técnicas essas que explora-vam, não só a característica opor-tunistica da espécie que culmina na enorme plasticidade de presas que consome, mas também, e so-bretudo, aquela que é a sua prin-cipal arma, a sua agressividade como predador de topo. A maio-ria das espécies de peixes tendem a não desperdiçar oportunidades de se alimentarem, mesmo que o alimento que se lhes depara no momento não seja o seu preferi-do. O surfcasting e bóia exploram bem essa caractística do robalo, e muitos são os iscos utilizados que logram capturas, desde di-ferentes espécies de poliquetas (minhocas), de camarões, de ca-ranguejos (ex., Carcinus, pilado) de cefalópodes (incluido, choco, polvo ou lula) e de peixes (sardi-nha, cavala e outros), bivalves ou mesmo de gastrópodes. Estes is-

cos, são preferencialmente con-sumidos em determinadas fases do ciclo de vida do robalo e por isso, certos iscos, capturam mais peixes de menor porte, enquan-to que outros, têm o potencial de conseguir exemplares de maior porte. Por seu lado, o corrico, ex-plora a característica predadora da espécie e recorrendo à utili-zação de imitações de pequenos peixes através de pingalins, ra-glous ou “chico-fininhos” conse-gue boas capturas. No entanto, dado o tamanho diminuto destas imitações, é recorrente capturar exemplares de um tamanho não muito grande e só pontualmente se conseguem capturas de bom porte. Bons exemplares, depen-dendo da época do ano, têm um maior potencial de serem captu-rados ao spinning, uma técnica que emprega artificiais de tama-nho superior, e esse, é um factor decisivo na selecção e captura de maiores exemplares. O spinning utiliza dois tipos de artificiais, as amostras duras e os vinis. As amostras duras, sejam jerkbaits, poppers ou passean-tes têm o seu lugar consoante o local, a hora do dia ou o grau de actividade da espécie. Da mes-ma forma, os vinis ganharam o seu terreno e dependendo dos mesmos factores, podem lograr boas capturas. Na vertente em-

barcada, ou em locais de águas mais profundas, zagaias e jigs tornam-se artificiais fundamen-tais na captura da espécie. A cor da amostras tal como para ou-tros predadores deve ser armo-nizada não só com a presa do momento, mas também como a luminosidade. Amostras es-curas em condições de pouca luz e amostras claras em condi-ções de mais luz. Pode parecer estranho usar amostras escuras em noites sem lua, mas quando na água um objecto branco ou tão somente claro, visto numa perspectiva de baixo para cima, tem um perfil escuro, por isso, usar amostras já de si escuras, maximiza a sua detecção dos artificiais no fraco contra-luz da superficie. Os peixes possuem uma maior acuidade visual que os humanos por isso, estas pe-quenas variações de cor podem ser determinantes.Infelizmente, a evolução das diferentes técnicas empregues na pesca lúdica e acima de tudo a pesca comercial desregrada contribuiram para uma dimi-nuição significativa das popula-ções desta espécie e a captura de exemplares de grande por-te são cada vez mais reduzidas. É por isso fundamental adop-tar uma mentalidade que zele pela salvaguarda da espécie, de

forma a que os seus efectivos se possam manter saudáveis e estáveis. A libertação dos in-dividuos abaixo do tamanho minímo de captura em águas nacionais é uma medida funta-mental que deve ser cumprida sem hesitação. Esta medida de 36cm é uma média aproxima-

da do comprimento com que a espécie cumpre a sua primeira reprodução. Por isso, capturar apenas exemplares acima deste valor é um garante que o indi-viduo capturada já se reprodu-ziu pelo menos uma vez, dan-do assim o seu contributo para a perpetuação da espécie.

O ROBALOTEXTO E IMAGENSJorge Palma

NOME COMUM Robalo

CLASSE Actinopterygii

ORDEM Perciformes

FAMÍLIA Moronidade

NOME CIENTÍFICO Dicentrachus labrax (Linnaeus, 1758)

OUTROS PEIXES DA MESMA FAMÍLIA Baila

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Desde a Noruega as costas de Marrocos, Senegal e Mediterrâneo.

ALIMENTAÇÃO Peixes, crustáceos, moluscos cefalópodes e moluscos bivalves e anelídeos (poliquetas).

ÉPOCA DE REPRODUÇÃO Inverno, com variações dependentes da latitude.

RECORD EFSA Dependendo da classe de linha varia entre 5.990 gr e 10.330 gr.

BIOLOGIA

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