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Jornal da Produção de Leite / Ano XXII - Número 285 - Viçosa, MG - Janeiro de 2013 A silagem de milho sendo produzida com qualidade pode reduzir gastos com concentrado e otimizar o lucro da ativi- dade. A alimentação de vacas lactantes é ba- seada em fornecimento de concentrado e volumoso. Com o aumento dos custos do concentrado, atingindo aproximadamen- te 35% dos gastos na propriedade leiteira, uma maneira de reduzir esse gasto é pro- duzindo um volumoso de qualidade, com isso poderá reduzir a quantidade de con- centrado, balanceando-se uma dieta que supra as exigências dos animais. O ponto ideal do grão para ensilar é quando está no estágio de farináceo-duro. Para identificar este estágio é importan- te observar a linha do leite do grão, este método prático é de alta confiabilidade e baseia-se em partir uma espiga ao meio e observar o grão, no momento correto de colheita, metade do grão estará com a cor branca e a metade externa com cor ama- rela. Outros aspectos a serem avaliados são que as palhas da espiga iniciam o pro- cesso de secagem, mas as folhas e colmos permanecem com a coloração verde, ou- tra observação é que nesta fase ao se partir um grão sentirá a textura farinácea no seu interior. O uso de vagões forrageiros, ou também conhe- cido como Totalmix, é uma ferramenta que cada vez mais vem sendo utilizada em propriedades que utilizam dieta total (aquelas que oferecem concen- trado e volumoso juntos no cocho). A aquisição deste equipamento aliado a sua correta utilização traz benefícios para a propriedade, tanto no aspec- to de manejo, como no aspecto nutricional. O vagão é capaz de misturar e pesar os com- ponentes da dieta, bem como distribuí-la no cocho,promovendo um balanço mais equilibrado da taxa de ingestão dos nutrientes, assim o animal tem uma melhor fermentação ruminal e, conse- quentemente, aproveita melhor a dieta fornecida. Outro ponto de destaque é que permite a otimiza- ção da mão de obra. Sendo assim a primeira pergunta que o produtor se deve fazer antes de adquirir um vagão é: Será que é vantajoso adquirir um esse implemento para mi- nha fazenda? Preconiza-se a utilização do vagão em proprieda- des que possuam animais de maior produção, em sistemas de confinamento, pois nesses rebanhos a resposta para uma dieta bem misturada e balance- ada é mais pronunciada. A fazenda também deve contar ou proporcionar instalações adequadas, possibilitando acesso do vagão aos cochos, para distribuir a dieta e realizar as manobras necessárias; bem como mão-de-obra capacitada. A segunda pergunta é: Qual vagão devo escolher? O ideal é o produtor optar pelos modelos mais fle- xíveis possíveis, que consigam misturar qualquer tipo de volumoso. Quanto ao volume existem uma série de tabelas disponibilizadas pelos fabricantes que ajudam na escolha. Cabe ao produtor optar por aquele que atenda as necessidades do reba- nhoatual e no futuro,já pensando nas metas da propriedade. Existe uma série de va- gões disponíveis, quanto ao deslocamento: tracio- nados por trator, mon- tados em caminhões ou estacionários; quanto à mistura: aqueles mais simples, que apenas fazem a mistura dos componentes da dieta, até aqueles adaptados Renato Shinyashiki Estudante de Zootecnia Marcelo Bianco Estudante de Zootecnia Jaime Camilo Filho Estudante de Medicina Veterinária Marcelo Grossi Machado Estudante de Zootecnia Momento do Produtor: Antônio Moreira Vieira – Fazenda Boa Vista Dicas do Agrônomo: Dicas para obter uma boa silagem Qualidade do leite: O que é o teste de crioscopia do leite? É hora de aproveitar o pasto? p. 3 p. 2 p. 4 p. 2 Importância do ponto de colheita do milho Vagões Forrageiros: Por que utilizá-los? Tendo em vista que 35% a 40% do custo da silagem estão na etapa de colheita, é necessário que haja muita atenção neste processo. A falha na escolha correta do mo- mento de colheita pode se tornar o gargalo para a produção do volumoso, sendo que se a cultura for colhida antecipadamente será ensilada com baixa matéria seca e irão ocorrer perdas, além destas pode haver contaminação por microorganismos indese- jáveis ocasionando mofos. Caso for colhida tardiamente comprometerá a digestibili- dade da silagem e o processo de compactação do silo, que irá atrapalhar no processo de fermentação. Portanto, pode-se concluir que se atentar ao momento de colheita é fundamental para produzir um volumoso de qualidade, o que representa maior produção de leite e maximização dos lucros na atividade. Para se obter uma silagem de boa quali- dade, esta deverá conter aproximadamen- te 40% de grãos, para isso deve-se esco- lher um híbrido de boa digestibilidade e produtividade (grãos e matéria verde). Outro fator importante neste processo é a “janela de ensilagem”, que é período em que a lavoura de milho permanece no ponto ideal de colheita, esta janela pode variar de acordo com a capacidade do hí- brido de retardar a maturação da planta enquanto o grão continua amadurecen- do, este processo é conhecido como “stay Green”. O ciclo da cultura do milho vai desde o dia da semeadura até a maturação fisio- lógica. Essa duração é variável de acordo com o híbrido (normal, precoce, super- precoce) e com as condições climáticas, pois normalmente um mesmo tipo de material pode alongar ou encurtar o ciclo dependendo da temperatura e umidade, com isso não é recomendado que estime o tempo de colheita de acordo com a data de plantio. A planta para ser ensilada deverá estar com 35% de matéria seca, nesse momento terá concluído 95% do potencial de pro- dução de grãos, 100% do potencial de produção de matéria verde e a silagem terá boa digestibilidade, ou seja, o animal maximizará a absorção de nutrientes do alimento, reduzindo a quantidade de nu- trientes excretados nas fezes. Como pode ser observado na tabela abaixo. com fresas desensiladoras, que cortam a silagem em fatias regulares e balança para pesagem dos in- gredientes. O preço pode variar de R$ 20.000 a R$ 180.000 e capacidade de 1,3 a 9ton, atendendo aos diferentes sistemas e propriedades leiteiras. O Produtor José Afonso Frederico, proprietário das Fazendas Chácara e Agropecuária Bela Vista, localizadas no município de Coimbra-MG, ad- quiriu um vagão no ano de 2010. A aquisição do equipamento na época se justificava pelo alto nú- mero de animais que recebiam dieta total e a es- treita disponibilidade de mão de obra. Com o im- plemento o processo de desensilamento e mistura do concentrado ao volumoso se tornou mais ágil, ressaltando que o vagão também é utilizado com cana picada. Esta operação permite que apenas um funcionário seja responsável pelo trato de mais de 120 animais, sendo cerca de 65 vacas e 55 novilhas, num total de 8 lotes, tratados todos os dias, pela manhã e pela tarde. A maior dificuldade encontrada na aplicação dessa tecnologia está no treinamento da mão de obra. Além de seguir o manual do fabricante, o empregado deve saber o tempo certo de mistura da dieta, a ordem dos ingredientes a serem adicio- nados e realizar a correta limpeza do equipamen- to, proporcionando correta mistura do alimento e maior vida útil da máquina. Outro problema já no- tado é que os vagões que possuem fresas desensila- doras, picam a silagem no processo de retirada do volumoso do silo. Portanto para evitar esse proble- ma com tamanho de partícula, podemos adicionar uma fonte de fibra efetiva na dieta, como o feno, ou então realizar a ensilagem com um tamanho de partícula um pouco maior. O aumento na ingestão de matéria seca e redu- ção de seleção pelos animais, proporcionado pelo melhor perfil de degradação ruminal, diminui incidência de acidoses subclinicas e problemas de casco. O produtor hoje sabe que o vagão é indis- pensável na propriedade, pois, além dos benefícios gerados ao rebanho, o implemento promove uma otimização da mão de obra, diminuindo o custo operacional efetivo e aumentandoa renda bruta da propriedade. Potencial de Produção Estágio de Maturação Grãos Planta Teor de MS Florescimento 0 55 15 Formação grão 10 60 20 Leitoso 55 75 25 Farináceo 75 85 30 Farináceo-duro 95 100 35 Duro 100 100 40 Tabela 1. Potencial de produção e teor de matéria seca (MS) da planta de milho confor- me estágio de maturação Vagão Forrageiro

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Jornal da Produção de Leite / Ano XXII - Número 285 - Viçosa, MG - Janeiro de 2013

A silagem de milho sendo produzida com qualidade pode reduzir gastos com concentrado e otimizar o lucro da ativi-dade.

A alimentação de vacas lactantes é ba-seada em fornecimento de concentrado e volumoso. Com o aumento dos custos do concentrado, atingindo aproximadamen-te 35% dos gastos na propriedade leiteira, uma maneira de reduzir esse gasto é pro-duzindo um volumoso de qualidade, com isso poderá reduzir a quantidade de con-centrado, balanceando-se uma dieta que supra as exigências dos animais.

O ponto ideal do grão para ensilar é quando está no estágio de farináceo-duro. Para identificar este estágio é importan-te observar a linha do leite do grão, este método prático é de alta confiabilidade e baseia-se em partir uma espiga ao meio e observar o grão, no momento correto de colheita, metade do grão estará com a cor branca e a metade externa com cor ama-rela. Outros aspectos a serem avaliados são que as palhas da espiga iniciam o pro-cesso de secagem, mas as folhas e colmos permanecem com a coloração verde, ou-tra observação é que nesta fase ao se partir um grão sentirá a textura farinácea no seu interior.

O uso de vagões forrageiros, ou também conhe-cido como Totalmix, é uma ferramenta que cada vez mais vem sendo utilizada em propriedades que utilizam dieta total (aquelas que oferecem concen-trado e volumoso juntos no cocho). A aquisição deste equipamento aliado a sua correta utilização traz benefícios para a propriedade, tanto no aspec-to de manejo, como no aspecto nutricional.

O vagão é capaz de misturar e pesar os com-ponentes da dieta, bem como distribuí-la no cocho,promovendo um balanço mais equilibrado da taxa de ingestão dos nutrientes, assim o animal tem uma melhor fermentação ruminal e, conse-quentemente, aproveita melhor a dieta fornecida. Outro ponto de destaque é que permite a otimiza-ção da mão de obra.

Sendo assim a primeira pergunta que o produtor se deve fazer antes de adquirir um vagão é: Será que é vantajoso adquirir um esse implemento para mi-nha fazenda?

Preconiza-se a utilização do vagão em proprieda-des que possuam animais de maior produção, em sistemas de confinamento, pois nesses rebanhos a resposta para uma dieta bem misturada e balance-ada é mais pronunciada. A fazenda também deve contar ou proporcionar instalações adequadas, possibilitando acesso do vagão aos cochos, para distribuir a dieta e realizar as manobras necessárias; bem como mão-de-obra capacitada.

A segunda pergunta é: Qual vagão devo escolher? O ideal é o produtor optar pelos modelos mais fle-xíveis possíveis, que consigam misturar qualquer tipo de volumoso. Quanto ao volume existem uma série de tabelas disponibilizadas pelos fabricantes que ajudam na escolha. Cabe ao produtor optar por aquele que atenda as necessidades do reba-nhoatual e no futuro,já pensando nas metas da propriedade.

Existe uma série de va-gões disponíveis, quanto ao deslocamento: tracio-nados por trator, mon-tados em caminhões ou estacionários; quanto à mistura: aqueles mais simples, que apenas fazem a mistura dos componentes da dieta, até aqueles adaptados

Renato Shinyashiki Estudante de Zootecnia Marcelo Bianco

Estudante de Zootecnia

Jaime Camilo Filho Estudante de Medicina Veterinária

Marcelo Grossi Machado Estudante de Zootecnia

Momento do Produtor:Antônio Moreira Vieira

– Fazenda Boa Vista

Dicas do Agrônomo:Dicas para obter uma boa

silagem

Qualidade do leite:O que é o teste de crioscopia

do leite?

É hora de aproveitar o pasto?

p. 3p. 2 p. 4p. 2

Importância do ponto de colheita do milho

Vagões Forrageiros: Por que utilizá-los?

Tendo em vista que 35% a 40% do custo da silagem estão na etapa de colheita, é necessário que haja muita atenção neste processo. A falha na escolha correta do mo-mento de colheita pode se tornar o gargalo para a produção do volumoso, sendo que se a cultura for colhida antecipadamente será ensilada com baixa matéria seca e irão ocorrer perdas, além destas pode haver contaminação por microorganismos indese-jáveis ocasionando mofos. Caso for colhida tardiamente comprometerá a digestibili-dade da silagem e o processo de compactação do silo, que irá atrapalhar no processo de fermentação.

Portanto, pode-se concluir que se atentar ao momento de colheita é fundamental para produzir um volumoso de qualidade, o que representa maior produção de leite e maximização dos lucros na atividade.

Para se obter uma silagem de boa quali-dade, esta deverá conter aproximadamen-te 40% de grãos, para isso deve-se esco-lher um híbrido de boa digestibilidade e produtividade (grãos e matéria verde). Outro fator importante neste processo é a “janela de ensilagem”, que é período em que a lavoura de milho permanece no ponto ideal de colheita, esta janela pode variar de acordo com a capacidade do hí-brido de retardar a maturação da planta enquanto o grão continua amadurecen-do, este processo é conhecido como “stay Green”.

O ciclo da cultura do milho vai desde o dia da semeadura até a maturação fisio-lógica. Essa duração é variável de acordo com o híbrido (normal, precoce, super-precoce) e com as condições climáticas, pois normalmente um mesmo tipo de material pode alongar ou encurtar o ciclo dependendo da temperatura e umidade, com isso não é recomendado que estime o tempo de colheita de acordo com a data de plantio.

A planta para ser ensilada deverá estar com 35% de matéria seca, nesse momento terá concluído 95% do potencial de pro-dução de grãos, 100% do potencial de produção de matéria verde e a silagem terá boa digestibilidade, ou seja, o animal maximizará a absorção de nutrientes do alimento, reduzindo a quantidade de nu-trientes excretados nas fezes. Como pode ser observado na tabela abaixo.

com fresas desensiladoras, que cortam a silagem em fatias regulares e balança para pesagem dos in-gredientes. O preço pode variar de R$ 20.000 a R$ 180.000 e capacidade de 1,3 a 9ton, atendendo aos diferentes sistemas e propriedades leiteiras.

O Produtor José Afonso Frederico, proprietário das Fazendas Chácara e Agropecuária Bela Vista, localizadas no município de Coimbra-MG, ad-quiriu um vagão no ano de 2010. A aquisição do equipamento na época se justificava pelo alto nú-mero de animais que recebiam dieta total e a es-treita disponibilidade de mão de obra. Com o im-plemento o processo de desensilamento e mistura do concentrado ao volumoso se tornou mais ágil, ressaltando que o vagão também é utilizado com cana picada. Esta operação permite que apenas um funcionário seja responsável pelo trato de mais de 120 animais, sendo cerca de 65 vacas e 55 novilhas, num total de 8 lotes, tratados todos os dias, pela manhã e pela tarde.

A maior dificuldade encontrada na aplicação dessa tecnologia está no treinamento da mão de obra. Além de seguir o manual do fabricante, o empregado deve saber o tempo certo de mistura da dieta, a ordem dos ingredientes a serem adicio-nados e realizar a correta limpeza do equipamen-to, proporcionando correta mistura do alimento e maior vida útil da máquina. Outro problema já no-tado é que os vagões que possuem fresas desensila-doras, picam a silagem no processo de retirada do volumoso do silo. Portanto para evitar esse proble-ma com tamanho de partícula, podemos adicionar uma fonte de fibra efetiva na dieta, como o feno, ou então realizar a ensilagem com um tamanho de partícula um pouco maior.

O aumento na ingestão de matéria seca e redu-ção de seleção pelos animais, proporcionado pelo melhor perfil de degradação ruminal, diminui incidência de acidoses subclinicas e problemas de casco. O produtor hoje sabe que o vagão é indis-pensável na propriedade, pois, além dos benefícios gerados ao rebanho, o implemento promove uma otimização da mão de obra, diminuindo o custo operacional efetivo e aumentandoa renda bruta da propriedade.

Potencial de Produção Estágio de Maturação Grãos Planta Teor de MSFlorescimento 0 55 15Formação grão 10 60 20Leitoso 55 75 25Farináceo 75 85 30Farináceo-duro 95 100 35Duro 100 100 40

Tabela 1. Potencial de produção e teor de matéria seca (MS) da planta de milho confor-me estágio de maturação

Vagão Forrageiro

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Programa de Desenvolvimento

da Pecuária Leiteirada Região de Viçosa

Publicação editada sob a responsabilidade do

Coordenador do PDPL-RV:Adriano Provezano

Gomes

Jornalista Responsável:José Paulo Martins

(MG-02333-JP)

Redação:Christiano Nascif

Zootecnista

Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário

André Navarro LobatoMédico Veterinário

Thiago Camacho RodriguesEngenheiro Agrônomo

Diagramação e coordenaçãográfica:

João Jacob Neide de Assis

Endereço do PDPL-RV:Ed. Arthur Bernardes

Subsolo/Campus da UFVCep: 36570-000

Viçosa - MG

Telefax: (31) 3899 5250E-mail: [email protected]: www.pdpl.ufv.br

Facebook: Pdpl Minas Gerais

Jornal da Produção de Leite

A alimentação é um item de grande influência no custo de produção, pois um volumoso de baixa qualidade resulta em baixa produtividade do rebanho e de-pendência maior por concentra-do, com consequente aumento dos custos de produção, portan-to, a qualidade da silagem de mi-lho ofertada aos animais se torna um fator importantíssimo para o processo produtivo.

Para obter silagem de milho de boa qualidade é necessário um prévio planejamento das ativi-

Dicas do Agrônomo:

Dicas para obter uma boa silagemVanessa Martins Felippe de FreitasEstudante de Agronomia

dades a serem realizadas no pré--plantio, durante o plantio e pós--plantio, sobretudo por parte dos produtores que dependem de serviços terceirizados, como mão--de-obra e maquinários. É preciso também ser eficiente nas três eta-pas que envolvem a produção de silagem, sendo a 1ª: plantio; 2ª: colheita e ensilagem e a 3ª: desen-silagem e fornecimento.• O plantio deve ser feito em

solo fértil, livre de encharca-mento, o mais plano possível, próximo do silo e seguindo to-das as recomendações agronô-micas, como espaçamento en-tre linhas, estande de plantas, adubação, controle de pragas e doenças, etc.

• Acolheitadeveserfeitaquan-do as plantas apresentarem de 30-35% da matéria seca, o que pode ser determinado pelo Koster (aparelho que quanti-fica a umidade da planta). Em campo é possível determinar o ponto ideal de colheita atra-vés da chamada ‘’linha do lei-te’’. Ao analisar o grão, a linha do leite deve representar de ½ a 2/3 do grão, e a textura do mesmo quando amassado é de

farináceo a farináceo-duro. • Para obter o tamanho ideal

de partículas, que é 0,5cm a 1,5 cm, deve-se afiar as facas de corte da ensiladeira no mínimo duas vezes ao dia e aproximá-las das contra-facas. Caso haja presença de palhas inteiras em meio á silagem, é preciso aproximar as facas das contra-facas, e se houver pe-daços de sabugo, é necessário afiar as facas.

O enchimento do silo deve ser feito espalhando-se de forma inclinada camadas de 20 cm a 30 cm de forragem, seguido de compactação. A compactação deverá ser feita passando-se o trator inúmeras vezes sobre cada camada depositada no silo, pro-curando retirar o máximo de ar possível, o que favorecerá a ação de bactérias desejáveis, ou seja, bactérias produtoras de ácido láctico, que conservam a sila-gem, pois controlam respiração, temperatura e pH.

Após a compactação, deve-se vedar o silo de preferência com lona 200 micras. Durante a ve-dação deve-se expulsar todo o ar a medida que se estica a lona.

É hora de aproveitar o pasto?

O Brasil possui atualmente cerca de 170 milhões de hec-tares de pastagens. Esta área corresponde a 76% das terras totais utilizadas para agricul-tura e pecuária no país, porém mais da metade da área está em algum estágio de degradação, sendo boa parte já em estágio avançado.

Devido às características cli-máticas do Brasil, a produção de forrageiras apresenta mui-tas variações em produtivida-de durante o ano. No período seco, as pastagens apresentam queda na produção de matéria verde, bem como nos níveis de proteína. Isso ocorre devido à falta de chuvas e ao período de duração dos dias, que são cur-tos. Durante a época das águas, na qual nos encontramos, as condições ótimas para o desen-volvimento das forrageiras são obtidas, pois temos água em abundância e dias longos.

As forrageiras tropicais, como Brachiaria brizantha, Brachia-ria decumbens e as variedades de Pannicum, são as mais utili-

Maria Alice ReisEstudante de Agronomia

Bruno MachadoEstudante de Zootecnica

As bordas da lona devem ser “enterradas’’ para evitar a entra-da de ar e água, e a mesma deve ser coberta com uma camada de terra. Além disso, é preciso cer-car o silo, evitando que animais danifiquem a lona. É importante que o tempo entre o enchimento e a vedação do silo seja o mais rápido possível, pois isto reduz perdas.

A abertura do silo normal-mente é feita 27 dias após a en-silagem. A retirada da silagem deve ser feita em camadas per-pendiculares ao solo e o mais plana possível, com a espessura das camadas de cima até embai-xo do silo, de no mínimo 20cm, diminuindo a área de superfície exposta ao ar, o que também evi-

ta perdas de silagem. Após a re-tirada da silagem, o silo deve ser fechado imediatamente.

As três fases citadas anterior-mente são complementares e por isso devem ser bem feitas, pois falhas em alguma delas são acumulativas e comprome-tem a qualidade, produtividade e custo final para produção da silagem. A qualidade da silagem produzida pode ser avaliada por aspectos nutricionais (aná-lise bromatológica) e sensoriais (odor, coloração e temperatura). É importante observar e deter-minar estes aspectos, para que a cada ano possamos ser mais efi-cientes, lembrando que uma boa silagem se traduz em mais leite, e consequentemente mais dinhei-ro no bolso do produtor.

zadas no país sendo valorizadas por sua rusticidade, versatilida-de, boa adaptabilidade e propor-cionarem boa cobertura do solo. Porém, não podemos apenas levar em conta essas característi-cas e desconsiderar o manejo das pastagens, sendo este o maior fa-tor de sucesso ou perdas na pro-dução.

Para um manejo correto das pastagens, deve-se respeitar as alturas de entrada e saída dos animais. Este manejo deve ser empregado tanto em sistemas de pastejo rotacionado ou lota-ção contínua. Associando este manejo de controle da altura de entrada e saída dos animais, com uma adubação eficiente e

correta, os níveis de produtivi-dade alcançados serão excelen-tes e representarão lucro para o produtor, pois os animais terão acesso sempre a um alimento de alto valor nutricional e que será convertido em produção de leite.

A pastagem corresponde à maior área ocupada nas fazen-das de leite e pode ajudar a so-lucionar problemas sanitários como a mastite e principalmen-te, suprir o déficit de volumoso nas propriedades. Visando esse aproveitamento da pastagem, o produtor Rogério Barbosa, proprietário do Sítio Dona Chi-quinha, localizado em Teixeiras - MG vem investindo na manu-tenção e correto manejo de seus

pastos, e na divisão da área em piquetes rotacionados. Atu-almente o produtor esta indo para a terceira e última aplica-ção do NPK 20-05-20, depois de ter feito uma correta cor-reção do solo e também uma adubação fosfatada com MAP.

Com estes investimentos, o Sr. Rogério Barbosa espera aproveitar ao máximo o pasto no período das águas, forne-cendo alimento de boa quali-dade aos seus animais e, con-sequentemente, garantindo a recuperação dessas áreas que são fundamentais para a sus-tentabilidade da agropecuária e para a economia do produtor rural.

Piquetes de Mombaça

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A fazenda Boa Vista, está situada na Zona Mata Mineira, no municí-pio de Presidente Bernardes, tam-bém conhecido antigamente como Calambau. Atualmente, Antônio Moreira Vieira e sua esposa Dalva, professora há 26 anos na região, residem na propriedade com seus três filhos Luana, Fabrício e Viní-cius. Fundada em 1995, a fazenda se ergueu com a comercialização de produtos agropecuários como o café, o feijão e o comércio de ani-mais. O proprietário que sempre esteve envolvido com a pecuária leiteira e o comércio de animais, herdou do seu pai, o Sr Fábio Viei-ra, parte de suas terras.

Antonio Vieira chegou a trabalhar na cidade de São Paulo por quase 5 anos, porém acostumado com a lida na roça e encontrando-se recém ca-sado com sua esposa Dalva, decidiu retomar as atividades e assumir os negócios do pai junto com seus ir-mãos. Após sete anos da sua volta, o produtor fundou a Fazenda Boa Vis-ta, investindo na atividade leiteira.

Em 2007, após reformar pratica-mente todas as instalações e adqui-rir novos equipamentos, a atividade ganhou vigor, tendo à frente o pro-dutor Antônio e seu filho Fabrício. Interessados em aperfeiçoar as téc-nicas e evoluir na produção leiteira, se inscreveram no Programa de De-senvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa (PDPL-RV) em 2011, quando passaram a fazer

Momento do Produtor: Antônio Moreira Vieira – Fazenda Boa Vista

Lidiane FinotiEstudante de Medicina Veterinária

Wagner MachadoEstudante de Zootecnia

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parte do conjunto de fazendas as-sistidas pelo Programa.

O PDPL-RV começou sua atua-ção implementando melhorias em vários setores, atuando de forma equilibrada com as possibilida-des do produtor. Tais mudanças influenciaram nas tomadas de decisão, definindo metas para po-tencializar a produção. Assim, a propriedade que possui atualmen-te uma área total de 29,6 ha (24,3 ha destinados à pecuária leiteira), busca suprir as necessidades de volumosos com maior qualidade, produtividade e de acordo com as novas tecnologias. Dos 24,3 ha des-tinados à atividade leiteira, 3,0 ha são para o milho silagem; 1,0 ha para cana de açúcar; 0,8 ha destina-dos aos piquetes de mombaça; 0,3 ha para o cultivo de capim elefan-te; 13,5 ha em pastagens naturais e 6,1 ha para matas e benfeitorias. O produtor ampliou sua área de cana de açúcar adotando uma nova variedade de melhor qualidade, a SP 801816; investiu na formação de duas novas áreas de produção de volumoso, sendo uma com o plantio de capim elefante e a outra com os piquetes de Mombaça. Com grande confiança depositada nos técnicos e estagiários do Programa, nesta safra realizou com exatidão e presteza todas as recomendações de adubações e plantios, adotando o consórcio do milho BM 3061 com Brachiaria brizantha cv. piatã, con-quistando assim, uma safra satisfa-tória, com indicativos de alta pro-dutividade, além da maior e melhor oferta de alimento com o consórcio após a colheita.

Atualmente o rebanho é compos-to por 21 vacas totais, sendo 12 va-cas em lactação e 9 vacas secas. Os lotes de cria e recria apresentam 22

animais, estando estes subdivididos em: seis novilhas em reprodução, quatorze entre os pesos de 150 a 250 kg e duas bezerras em aleita-mento. O grau de sangue deste re-banho varia entre o 1/2, 3/4 e 5/8 Holandês-Zebu. Sendo assim, as tecnologias como a Inseminação Artificial e a IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) desper-taram o interesse do produtor, que passou a valorizar o acasalamento dirigido e o uso de sêmens sexados, como ferramenta para a evolução genética do seu rebanho. O treina-mento da mão-de-obra realizado pelo PDPL-RV garantiu ao produ-tor autonomia na inseminação, pois antes dependia de um inseminador externo ou de um touro. Com isso, além da orientação no acasalamen-to, o produtor está imprimindo uma mudança no perfil genético de seu rebanho.

A parceria com o PDPL-RV tam-bém trouxe outras inovações á pro-priedade Boa Vista, como o manejo correto das vacas em lactação e a adoção de um protocolo de orde-nha, passando a realizar adequada-mente a limpeza e desinfecção dos tetos, além do uso de papel toalha na secagem. Isto fez com que a qualidade do leite produzido ga-nhasse destaque entre as fazendas assistidas pelo PDPL-RV. Ao longo do ano de 2012 o produtor ocupou as primeiras colocações em CBT e CCS, resultando em três prêmios no XXIII Torneio Leiteiro e Produ-tividade Leiteira do PDPL-RV. Seus índices comprovam a eficiência em se trabalhar com qualidade, pois nota-se com clareza o aumento no volume do leite produzido à me-dida que melhorou a higiene nos processos de ordenha sendo o con-trário também verdadeiro.

Família Vieira, esquerda para direita, filhos Fabrício e Vinicius, Antônio Moreira e sua esposa Dalva

Vista Parcial da Propriedade Boa Vista

Entretanto as mudanças não pa-ram por aí, pois este ano espera-se uma melhor produtividade no milho silagem, o início do pastejo rotacio-nado nos piquetes de mombaça e a utilização do novo canavial, além da construção de um bezerreiro contí-nuo e de um lote para as vacas em pré-parto.

A assistência técnica despertou na família uma maior atração pela ati-vidade leiteira, e assim, instigou o interesse crescente do filho do pro-dutor, Fabrício Vieira, que pretende dar continuidade à atividade leiteira

na propriedade da família, seguindo os passos do pai.

A Fazenda Boa Vista, demonstran-do confiança e trabalhando firme em prol do desenvolvimento da atividade leiteira, juntamente com o PDPL-RV, caracteriza-se como uma proprieda-de de futuro, provando assim que os frutos hoje plantados serão colhidos em breve. A confiança estabelecida com o Programa facilita o trabalho, garantido a qualidade e a excelência das recomendações, adotadas sem-pre em conjunto, confirmando a boa relação de parceria.

Vista do Plantio do Milho SilagemVista Parcial do Piquete de Mombaça

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A crisoscopia ou índice crioscópi-co, é umas das características físicas mais constantes do leite. O parâme-tro crioscópico se refere ao ponto de congelamento do leite. Segundo a legislação brasileira, os valores crios-cópicos do leite devem estar entre -0,512ºC e -0,531ºC. A temperatura de congelamento do leite quando comparado ao da água, é menor de-vido à presença de sólidos no leite.

O teste da criscopia é realizado por um aparelho que leva ao congela-mento da amostra de leite e por meio de um termômetro, é feito a medição da temperatura. A utilização e impor-tância desse teste está relacionado ao seu uso nos laticí-nios na detecção de possíveis fraudes, por adição de água ou de outras subs-tâncias como os alcalinizantes.

Sendo o ponto de congelamento da água de 0ºC, quan-do houver fraude por adição de água, mais próximo de

O objetivo principal de um pro-dutor de leite deve ser maximizar os lucros, ou seja, tornar a atividade economicamente eficiente e lucrati-va, e para isso deve-se selecionar os animais do rebanho descartando os animais improdutivos.

O descarte de vacas é medido pela taxa de descarte, que é o número de vacas retiradas do rebanho, dividido pelo número médio de vacas do re-banho no mesmo período multipli-cado por 100. O descarte involuntá-rio de uma vaca ocorre quando esta apresenta algum problema como, mastite, afecções de casco, falhas reprodutivas ou outra doença. O descarte feito por decisão do pro-dutor, ou seja, descarte voluntário é realizado baseado nas características como tipo leiteiro, temperamento, índices reprodutivos, período de lactação e produção de leite.

Na fazenda Santo Antônio, do produtor José Araújo Mafia, em Amparo do Serra, que adota um sistema de produção extensivo com baixa intensificação tecnológica, foi feito o descarte voluntário de vacas, considerando o temperamento, tipo leiteiro, produção de leite; e baseado

O que é o teste de crioscopia do leite?

Descartes: Voluntário x Involuntário

Ingryd Lanna LopesEstudante de Medicina Veterinária

Qualidade do leite

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As 10 maiores produções do mês de dezembro de 2012

Ord Produtor Município Produção 1 Antônio Maria Cajuri 125789 2 José Afonso Frederico Coimbra 67790 3 Hermann Muller Visc. Rio B 62453 4 Marco Túlio Kfuri Araújo Oratórios 43417,9 5 Paulo Frederico Araponga 41792,5 6 Cristiano José Lana Piranga 29642 7 Ozanan Moreira Ubá 26343 8 Luciano Sampaio Teixeiras 26078 9 Danilo de Castro Ervália 24065 10 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 23871

As 10 maiores produtividades do mês de dezembro de 2012

Ord Produtor Município Produtividade por Produtividade por vaca em lactação vaca total 1 Ozanan Moreira Ubá 28,3 25,8 2 Antônio Maria Cajuri 26,5 21,5 3 José Francisco Gomide Cajuri 17,9 16,1 4 José Afonso Frederico Coimbra 19,5 15,7 5 Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino 22,3 15,6 6 Célio de Oliveira Coelho Porto Firme 16,1 15,2 7 Marco Túlio Kfuri Araújo Oratórios 23,0 13,7 8 Antônio Carlos Reis Piranga 18,2 13,7 9 Alaelson José Ubá 19,4 13,710 Hermann Muller Visc. Rio B 56,0 13,6

No dia 16 de janeiro foi minis-trada aos estagiários da terceira fase do PDPL-RV uma palestra com o tema de Agricultura de Baixo Carbono, pela engenheira florestal e estudante de mestra-do Nathália Lima Lopes. Foram apresentados os desafios do setor agropecuário, que terão de evo-luir das práticas convencionais para uma agricultura com baixa emissão de carbono, isso sem re-duzir o lucro do agricultor.

A palestrante demonstrou em uma planilha em formato Excel a quantidade de carbono emiti-da por uma propriedade leitei-ra, baseada em número de ani-mais, de ordenhas e sistema de alimentação dos animais, entre outros dados. Com o levanta-mento da propriedade, calcula--se o número de árvores a serem plantadas para que a proprieda-de consiga um saldo de emissão de carbono zero.

Com o objetivo de reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa, que é responsável pelo

Palestra: Agricultura de Baixo CarbonoRenato ShinyashikiEstudante de zootecnia

0ºC estará o índice crioscópico, já quando houver adição de substân-cias alcalinas como a soda cáustica, por exemplo, mais afastado de 0oC estará o índice.

Outros fatores podem estar envol-vidos nessa alteração da crioscópia do leite, como: genética, nutrição, estação do ano e período de lactação do animal, entre outros.

Sendo o leite considerado um ali-mento nobre, é de responsabilidade do produtor e do laticínio garantir que este produto chegue à mesa do consumidor com suas características físico-químicas ideais, respeitando os padrões de qualidade do leite e as normativas legais que regulam o setor de produção de leite e de seus derivados lácteos.

aquecimento global, foi criado um Programa para Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Progra-ma ABC), onde são financiadas práticas e tecnologias adequa-das, e também sistemas produ-tivos eficientes que contribuem para a menor redução dos ga-ses causadores do efeito estu-fa.

Durante o evento foram discu-tidas algumas práticas que rece-bem apoio do Programa ABC, que são essenciais para a redu-ção da emissão de carbono em

uma propriedade, tais como: plantio direto na palha, recupe-ração de pastagens degradadas, plantio de florestas comerciais, fixação biológica de carbono e tratamento de resíduos animais.

Sendo o assunto causador de polêmicas em políticas inter-nacionais e que os métodos de redução de carbono do progra-ma ABC são de interesse agro-nômico, a palestra foi de suma importância para a capacitação e criação de novos horizontes de atuação para os estagiários e técnicos do PDPL-RV.

Índice Unidade RealizadoProdução média de leite L/dia 222,48Vaca em lactação/total de vacas % 40,97Produção/vaca em lactação L/dia 8,91Produção/área para pecuária L/ha/ano 902,21Margem bruta unitária R$/L 0,2228Margem bruta da atividade R$/ano 18094,09

Alguns indicadores da fazenda Santo AntônioPeríodo 11/2011 a 10/2012 corrigido pelo IGP-DI de Outubro/2012

Fernando Giglio AmadioEstudante de Zootecnia

no custo total anual por vaca na pro-priedade. Obteve-se um custo total por vaca por ano de R$ 1530,49. Desta forma, o mínimo de produ-ção de leite anual de uma vaca na propriedade para que ela pague seu custo anual deve ser de 1843,96 li-tros, considerando um preço médio do litro de leite de R$ 0,83. Sendo as-sim, foi feito o descarte de 17 vacas na fazenda Santo Antônio, baseado nos critérios citados acima. Essas 17 vacas foram vendidas e com a ren-da obtida foi realizada a compra de 7 animais jovens, próximos a pari-ção, com grau de sangue 3/4HZ, do produtor Cristiano Lana em Piranga – MG, que também é assistido pelo PDPL-RV. Estes animais têm grande possibilidade de serem superiores geneticamente às vacas descartadas voluntariamente, buscando assim uma maior produtividade (L/vaca) e uma relação de vacas em lactação por total de vacas mais próxima do ideal.

O descarte voluntário e involuntá-rio é feito com o objetivo de eliminar animais improdutivos, diminuin-do assim os custos da propriedade. Aliado ao descarte é feita a reposição ou compra de animais mais produ-tivos que os descartados, levando a uma evolução do rebanho e uma atividade mais rentável para o pro-dutor.

Nathália Lima ministrando a palestra

Crioscópico