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Mais que um sonho, Museu é necessidade UFV é pouco citada nos jornais mineiros MC realiza atividades nas escolas de Viçosa Aspirantes a jornalistas JN trata manifestantes como ‘vândalos’ Existe imparcialidade no jornalismo? Museu Itinerante da Comunicação JORNAL DO Patrocínio

Jornal do Museu Itinerante da Comunicação - Novembro 2014

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Jornal do Museu Itinerante da Comunicação - Informativo do projeto de extensão e cultura Museu da Comunicação (PRJ- 234/2013)

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Mais que um sonho, Museu é necessidade

UFV é pouco citadanos jornais mineiros

MC realiza atividades nas escolas de Viçosa

Aspirantes a jornalistas

JN trata manifestantes como ‘vândalos’

Existe imparcialidade no jornalismo?

Museu Itinerante da ComunicaçãoJORNAL DO

Patrocínio

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2novembro 2014JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃO

O Museu da Comunicação abriga uma coleção perma-nente de objetos que contam a história da Comunicação e do Jornalismo, da Univer-sidade Federal de Viçosa e periodicamente abriga expo-sições temporárias. O Museu pretende preservar a história e apresentá-la para futuras gerações.

Um espaço para a visua-lidade, a reflexão e o debate dentro das áreas da Comuni-cação e do Jornalismo se fazia urgente. O acervo material consta de uma centena de equipamentos de rádio, TV, fotografia, ilha de edição, e de comunicação em geral, além de acervo histórico, físico e digital. Criamos produtos e conseguimos outros de livre acesso.

O Museu da Comunica-ção foi criado em feverei-ro de 2013, a partir de um sonho comum, de esforços e de expectativas comparti-

lhadas por alunos, professo-res e funcionários. A antiga garagem da Casa 39 na Vila Gianneti foi completamente reformada, pintada e cons-truídos divisórias de madeira para atender aos propósitos. Conseguimos a confecção de móveis para abrigar os com-putadores e projetores.

A ideia de se criar um es-paço para registro histórico, memória e arquivo, estudos e experimentações surgiu des-de a formatura das primeiras turmas de Jornalistas do cur-so de Comunicação Social da UFV. Aqueles anos, início da década de 2000, coincidiram marcadamente com a acen-tuação da revolução tecno-lógica que tornaram prati-camente obsoletos todos os equipamentos analógicos. A aquisição de vários equipa-mentos de edição de áudio e de vídeo, algo em torno de U$ 200 mil no início do cur-so, custou grande empenho

Mais que sonho, Museu da Comunicação é necessidade

da UFV e dos professores, mas foi rapidamente alçada à condição de obsoleto.

Bastava uma simples ob-servação para se perceber que a revolução tecnológica se sucedia em todos os cam-pos das telecomunicações e que haveria a necessidade de um espaço para arquivar, registrar e pesquisar aqueles já antigos objetos - alguns deles semi-novos. O mesmo processo de rápido envelhe-cimento de equipamentos ocorria na TV Viçosa, na Rá-dio Universitária e em toda a Universidade Federal de Vi-çosa.

Com o passar dos anos, a idéia do Museu tornou-se um imperativo: em 2011, o servidor Mauro de Filippo e Ernane Rabelo, então che-fe do DCM, foram alertados que um caminhão estava des-pejando aparelhos eletroele-trônicos e de comunicação equipamentos no galpão de

materiais da Divisão de Pa-trimônio. Grande parte dos equipamentos foi transferido para o DCM. Embora não dispusesse de espaço para acomodação, o Departamen-to de Comunicação Social resgatou aquele material e o guardou em uma pequena sala pois naquele momento não havia condições de levar adiante tal projeto.

No início de 2013, a pro-posta foi novamente levada ao Colegiado do DCM, que aprovou por unanimidade a criação de uma comissão for-mada pelos professores Laen-ne Mucci, Mariana Procópio, Mariana Bretas e Ernane Ra-belo, por alunos e servidores. Após várias reuniões, a co-missão tomou a decisão de colocar o projeto de pé. Neste momento, foi importante o apoio de Michele Micheleti de Mello (PEC) e do profes-sor Douglas Lopes de Souza (DAU).

Edivânia Cristina

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JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃOnovembro 2014

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ExpedienteJornal doMuseu Itinerante da ComunicaçãoInformativo do projeto de extensão e cultura Museu da Comunicação (PRJ-234/2013)

CoordenaçãoProfessores Ernane Correa Rabelo, Laene Mucci Daniel, Mariana Lopes Bretas e Rennan Mafra

Equipe do Projeto

Ana Eduarda Ferreira, André Luís Bernardes de Carvalho, Diogo Rodrigues, Edivânia Cristina, Ellen Ramos, Everton Marques, Gustavo Sobrinho, Isac Godinho, Marina Mattos, Mateus Dias Pires, Ricardo Almeida, Robson Filho, Sayonara Aguiar Ribeiro

Revisão: Ingrid Carraro

Projeto Gráfico e Diagramação: Diogo Rodrigues

Mais que sonho, Museu da Comunicação é necessidadeForam estabelecidos os se-

guintes objetivos: promover a cultura de memória na UFV e garantir a preservação de equipamentos de valor his-tórico cultural, realizar mos-tras, exposições, atividades em escolas para conhecer e refletir sobre a Comunicação e o Jornalismo através da Es-tética, da Memória, da Críti-ca, da História e da Teoria.

Sem recursos financei-ros, a Garagem da Casa 39 foi reformada com apoio de “amigos do Museu”, da Pró-Reitoria de Administração e da Pró-Reitoria de Extensão

Ao visitanteSe você possui algum equipamento de comunicação antigo, como rádio, televisão, máquina de escrever, vi-trola, câmera fotográfica, mimeógrafo e não usa mais, que tal doar para o Museu da Comunicação? Cuidare-mos deste objeto, a doação ficará registrada e será im-portante para o conhecimento das novas gerações.

Aceitamos qualquer equipamento em razoável estado de conservação e que seja relacionado à história das co-municações. Entre em contato através do e-mail [email protected], pelo telefone (31) 3899-3792 ou na própria sede, que fica na Vila Giannetti, Casa 39, no campus da Uni-versidade Federal de Viçosa.

e Cultura. Antes do começo das atividades, uma servido-ra foi indicada para trabalhar no Museu, mas posterior-mente isto não se concreti-zou, o que levou o Museu a funcionar sempre em horá-rios alternativos, de acordo com as possibilidades de es-tudantes voluntários.

Após sua instalação, o Mu-seu tem sido freqüentemente procurado por vários setores da UFV com propostas de doação de equipamentos de grande valor histórico mas sem utilidade prática. Ape-nas como exemplo, muitos

estudantes atualmente des-conhecem uma máquina de escrever, uma máquina foto-gráfica analógica ou um mi-meógrafo. Mas onde guardá-los?

Com o apoio do Cnpq e do Procultura (UFV), criamos o Museu Itinerante da Comu-nicação, que leva a escolas e a locais públicos palestras, mostras e debates (leia na página 5). A UFV contribui-rá para o amadurecimento do Museu com a cessão de servidores, espaço físico e recursos financeiros para as extremas dificuldades iniciais

sejam apenas um capitulo da história. Futuro - Para 2015 a equipe do Museu tem a ex-pectativa de conseguir um servidor para que o espaço esteja aberto durante toda a semana. Na Vila Giannetti, local de grande valor históri-co para a UFV, estão instala-dos outros três Museus (leia na página 11). O projeto pre-vê que, em algum momento, o Museu da Comunicação mude da garagem da Casa 39 para uma sede definitiva, o que possibilitará maior lo-cal para preservar e utilizar o acervo.

Impressão: Divisão Gráfica Universitária

Jornalista Responsável:Ernane Correa Rabelo- 23741 SP

Tiragem: 5 mil exemplares

Departamento de Comunicação SocialCentro de Ciências Humanas, Letras e ArtesPró-Reitoria de Extensão e CulturaUniversidade Federal de Viçosa

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4novembro 2014JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃO

maioria (91%) dos assuntos abordados é da área de co-nhecimento da Ciência, ex-cluindo as outras áreas, como Exatas, Humanas, Ciências Sociais Aplicadas.

O que fazer?As universidades públicas

brasileiras (são 11 em Mi-nas Gerais) devem promover eventos juntamente com os jornais para discutir o papel da mídia na repercussão de pesquisas e profissionalizar suas assessorias de comuni-cação. Sobretudo, as univer-sidades devem utilizar seus próprios jornais, sites, emis-soras de rádio e TV para a

divulgação científica, demo-cratizando o conhecimento e justificando os altos recursos que a sociedade ali deposita.

Quando se trata de ciên-cia, é importante que haja direcionamento acerca do destino da pesquisa. As pes-quisas que já apresentaram conclusões somaram a maio-ria das aparições nos jornais, com 774. Os pesquisadores consideraram alta (554) a quantidade de matérias que não se configuravam como pesquisa.

Notícia baseada em pes-quisa desenvolvida por Janai-na de Oliveira Campos, Lucas Constantino e Ernane Corrêa Rabelo.

UFV é pouco citada por jornais de Minas Gerais

Qual a importância da Ci-ência para os jornais?

Esta pergunta foi feita por um grupo de pesquisadores que quiseram saber ainda qual a importância da Uni-versidade Federal de Viçosa no Estado e na microrregião da Zona da Mata. As matérias internacionais tiveram um maior destaque, representan-do aproximadamente 41% do total, seguida pelas matérias nacionais, estaduais e regio-nais respectivamente. Das 554 instituições de pesquisas brasileiras a UFV foi citada apenas 13 vezes, menos de 2,3 %.

A notícia é péssima para as universidades pois é através dos jornais que se justificam perante à sociedade os recur-sos públicos ali investidos. O resultado reafirma também que os meios de comunicação desvalorizam a publicação de conhecimento científico em detrimento de assuntos mais populares.

A pesquisa revelou que especialistas mais entrevista-dos foi superior à de pesqui-sadores, representando res-

pectivamente 40,4% e 37,5%. Houve ainda grande número de publicações sem citação da fonte.

A área de conhecimento de maior destaque foi a das Ciências da Saúde com 665 das publicações (37,3%), se-guida pelas Ciências Bioló-gicas (19%). O percentual re-presentado pelas ciências hu-manas ainda é muito baixo: 8,3%. Percebemos a domina-ção do conteúdo ligado à me-dicina (Ciências da Saúde), Biologia e assuntos relacio-nados à Agronomia. Do mes-mo modo, as temáticas mais comuns foram saúde e meio ambiente, representando cer-ca de 50% das aparições.

Os meios de comunicação contribuem para a democracia e podem

auxiliar na educação do cidadão, principalmente quando da população

menos alfabetizada.

O jornal Estado de Minas foi o jornal que mais citou a UFV, totalizando 11 vezes. As Ciências Agrárias tiveram grande destaque pois o jornal publica um caderno específi-co intitulado “Agropecuário”.

A ciência na Zona da Mata A pesquisa com os jornais

estaduais confirmou, infeliz-mente, outra investigação re-alizada no ano anterior com jornais da região de Viçosa. Em 2011, foi detectada a pre-sença da ciência nos jornais Tribuna Livre, Folha da Mata e O Popular (Viçosa), Folha do Povo e A Voz (Ubá) e Fo-lha de Ponte Nova.

Entre outros resultados da pesquisa feita de janeiro a julho de 2011, concluímos que a ciência está presente em apenas 4,19% do conte-údo publicado. Nestes jornais 55% das notícias publicadas foi de originada de universi-dades estrangeiras, e a grande

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JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃOnovembro 2014

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Com o objetivo de le-var dinâmicas sobre as formas de comunicação, O Projeto “Museu Itinerante da Comu-nicação”, desenvolvido pelo Museu da Comunicação, esti-mula a visão crítica dos jovens e promove a interação dentro de sala de aula, o Projeto leva atividades diferentes para as turmas.

Os alunos apresentaram duas encenações, com os te-mas “Protesto contra o estu-pro” e “Astros Teens: coletiva de autógrafos e confusão”, debatendo sobre o processo de apuração e produção da notícia, a mídia e a imprensa marrom (sensacionalista) e sobre jornalismo cidadão. Por fim, produzem uma notícia a respeito das encenações feitas por eles.

Os temas das encenações foram escolhidos diante dos assuntos de maior repercussão na mídia e de fácil assimilação para os alunos. E que também gerasse um debate crítico do que pode ou não ser mostrado nos meios midiáticos.

O roteiro era pensado para que os alunos participassem. Então cada um teve uma fun-ção pré-definida. Era desde as protagonistas da manifes-tação, aos policiais. Os jor-nalistas ficam incumbidos de apurar e apresentar a notícia. Analisávamos todos juntos qual foi o melhor discurso e os erros comuns. As alunas que encenavam o protesto se-guravam cartazes com frases de pedido de direitos iguais, usar as roupas que quiserem, chamar atenção para o fato das mulheres não serem res-peitadas e o número de estu-pro aumentar cada vez mais e

nada ser feito e apitavam para dar mais veracidade a essa manifestação. Sempre ressal-távamos que o estupro não acontece só com mulheres, homens também sofrem tal crime. Trazíamos a importân-cia de denunciar e as formas de abordar o tema nas mídias.

“Astros Teens” foi pensada para os alunos do 5º e 6º ano do Ensino Fundamental, por ser um tema menos pesado e que os atraísse. Ao pensar o conteúdo e como seria a en-cenação, trouxemos para o universo dessas crianças te-mas que as interessasse. Pro-pusemos que, ao encenarem, teriam que haver um grupo pop, segurança, fãs, paparaz-zi e jornalistas que cobririam o evento. As fãs seguravam cartazes com dizeres de amor e carinho pelos ídolos. E sur-giam indivíduos que foram

contratados para causar con-fusão durante a coletiva, ge-rando prisões.

As escolas e turmas parti-cipantes: no mês de abril, os alunos da turma do 1º ano do Ensino Médio da Escola Esta-dual Dr. Raimundo Alves Tor-res (Esedrat), professora Kelen Fonseca; no mês de maio, turma 2 do 9º ano do Ensino Fundamental Escola Munici-pal Ministro Edmundo Lins, professora Maura Aparecida; mês de julho, alunos do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Anglo, professores Evaldo Ba-tista e Vanessa Borges; mês de agosto, nas Escolas Estaduais Raul de Leoni (alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental acompanhados pela professo-ra Vânia Sabino) e Santa Rita de Cássia (1º Ano do Ensino Médio, professor Anderson Gonçalves), na Municipal

Museu da Comunicação realiza atividades em escolas de Viçosa

Dr. Arthur Bernardes (7º e 9º Ano do Ensino Fundamental, professora Maria de Fátima) e no Colégio COEDUCAR (1º Ano do Ensino Médio, acom-panhados pela professora Lu-cimara); e mês de setembro, Centro Educacional Génesis, 5º ao 9º ano do Ensino Fun-damental.

Estas atividades, dinâmi-cas e discussões fazem parte do Projeto “Museu Itinerante da Comunicação”, que tem o apoio do CNPq, do Procultu-ra/UFV, e do Departamento de Comunicação Social/UFV.

As escolas e instituições interessadas em receber a visi-ta do Projeto ou agendar uma visita ao Museu devem entrar em contato pelo e-mail [email protected], pelo telefone (31) 3899-3792 ou na própria sede, que fica na Vila Gianetti, casa número 39.

Alunos da Edmundo Lins e integrantes da equipe do Museu da Comunicação

Ellen Ramos

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6novembro 2014JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃO

Santa Rita de CássiaNa Escola Estadual Santa Rita de Cássia, os alunos do 1º Ano do Ensino Médio participaram das atividades do Museu da Comunicação. Os alunos eram os jornalistas que cobriam a manifestação contra o estupro e reproduziam o que apuraram para os demais colegas de sala

Anglo

Arthur Bernardes

Museu promove atividades em escolas de Viçosa

Raul de Leoni

Enquanto o aluno encenava, a bolsista Edivânia Cristina, fazia anotações no quadro negro, para serem pontuadas na hora do debate.

Na E.E. Raul de Leoni, os alunos do 9º Ano, acompanhados pela professora Vânia Sabino, recebiam as orientações para a encenação do protesto contra o Estupro. Um aluno ficava a cargo de ser o jornalista enquanto as meninas interpretavam as manifestantes

Pós encenação e debate, os alunos foram orientados a produzirem uma notícia sobre as atividades desenvolvidas em sala de aula. A bolsista orientou sobre o que tinha que conter a notícia: local, horário, os envolvidos, o assunto, simulando uma redação de jornal. Os professores Evaldo Batista e Vanessa Borges acompanharam as atividades desenvolvidas

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As atividades do Museu Itinerante, compra de equipamentos e serviços, são patrocinados pelo CNPq

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JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃOnovembro 2014

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Gênesis

Museu promove atividades em escolas de Viçosa

Coeducar

Esedrat

Na E.E. Raul de Leoni, os alunos do 9º Ano, acompanhados pela professora Vânia Sabino, recebiam as orientações para a encenação do protesto contra o Estupro. Um aluno ficava a cargo de ser o jornalista enquanto as meninas interpretavam as manifestantes

Alunas segurando cartazes da manifestação com os seguintes dizeres: “Meu corpo, minha maneira de vestir”, “Não estou pedindo pra ser estuprada, só porque uso roupas curtas”, “Direitos iguais, fora o machismo”

Pós encenação e debate, os alunos foram orientados a produzirem uma notícia sobre as atividades desenvolvidas em sala de aula. A bolsista orientou sobre o que tinha que conter a notícia: local, horário, os envolvidos, o assunto, simulando uma redação de jornal. Os professores Evaldo Batista e Vanessa Borges acompanharam as atividades desenvolvidas

Os alunos do 1º ano do Ensino Médio da E. E. Dr. Raimundo Alves Torres (Esedrat), acompanhados pela professora Kelen Fonseca, participaram das atividades organizadas pelo Museu da Comunicação

Os alunos do 5º ao 9º Ano do Ensino Fundamental, do Centro Educacional Gênesis, localizado na Rua Dona Gertrudes, 234, em Viçosa, participaram das atividades produzidas pelo Museu da Comunicação

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8novembro 2014JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃO

Uma equipe de estudantes de Jornalismo investigou a co-bertura do Jornal Nacional da TV Globo para revelar como a emissora tratou as mani-festações de 2013 iniciadas pelo Movimento Passe Livre, em São Paulo. A pesquisa de-tectou contradições éticas e o posicionamento adotado pela emissora: sempre foi dada mais ênfase para os atos de vandalismo do que às reivin-dicações dos manifestantes.

A cobertura do Jornal Na-cional, naqueles dois meses pesquisados, teve 13 aborda-gens negativas, apenas três matérias positivas aos mani-festantes e cinco parecerem neutras. Após o trabalho de investigação, os pesquisadores concluíram que a abordagem prejudicou o entendimento daqueles acontecimentos: a sociedade teria saído melhor informada depois das mani-festações se o JN houvesse privilegiado nas reportagens o “por quê” e “o quê” desejavam as milhares de pessoas e, se possível, “como” atendê-los.

Em vários momentos, a TV mostra a polícia intervindo para manter a ordem (engar-rafamentos, containers de lixo sendo queimados, vidraças quebradas, bandeira queima-da e ônibus pichados) e exibe outras cenas de “boas manei-ras” (em que um manifestante entrega flores a policiais).

O professor Ernane Rabelo considerou que a Globo ini-ciou a cobertura criminali-zando os manifestantes, como geralmente o faz, mas depois

JN trata manifestantes como ‘vândalos’, depois recua

equilibrou as reportagens de-vido a quatro motivos princi-pais: a presença da classe mé-dia nas ruas, o apoio popular e das elites às causas, a reação contra a imprensa e a percep-ção de que as ações poderiam enfraquecer politicamente o governo federal.

Os jornais evitam dar ex-plicitamente sua opinião para reforçar a propaganda de que sejam “imparciais” e assim convencer melhor o eleitor. A cobertura de manifestação contra o aborto foi positiva para os manifestantes, visto que a maioria deram declara-ções contrárias e a última en-trevistada teve sua fala desta-cada como se fosse “a palavra final” sobre o assunto.

Em um protesto de mora-

dores das favelas da Rocinha e do Vidigal, no Rio de Ja-neiro, a TV mostra imagens de fechamento do comércio, interdição de ruas e disper-são da manifestação, mani-festantes em frente à casa do governador do Rio de Janeiro e ouve suas reivindicações. Willian Bonner concluiu com a informação de que o gover-nador do Rio está “aberto a receber representantes desses protestos”. Pode-se entender que não havia motivos para as manifestações pois, segun-do a TV, o governador estava disponivel para atender aos manifestantes.

Na fase inicial da cobertura, a palavra “vândalo” esteve en-tre as expressões mais utiliza-das, assim como a associação

à violência e à ilegalidade dos manifestantes. Com o passar dos dias passou a ser enfati-zada a dicotomia entre “vio-lenta” e “pacífica”, mas sempre tentando enquadrar os movi-mentos na necessidade da “lei e da ordem”, sem “baderna”.

DespistamentoUma das estratégias da

emissora é a disposição das fontes e a “qualidade” destas falas e posicionamentos. Em vários momentos, o “não dito”, a omissão, são reveladores. Na noite de 16 de julho de 2013, por exemplo, o JN dedicou 2 minutos e 17 para uma repor-tagem sobre a expectativa do nascimento do filho do prínci-pe Willian e da duquesa Katie. Na mesma edição, o JN utili-zou apenas 11 segundos para noticiar o pronunciamento da presidenta em que esclarecia o projeto de contratação de mé-dicos estrangeiros e mudanças no currículo das escolas de Medicina de todo o Brasil.

Os manifestantes, perce-bendo que estavam sendo tra-tados como criminosos pela emissora, reagiram. Houve atos de protesto em frente a sedes regionais da emissora espalhadas pelo paí. Veículos da TV Globo e de outras emis-soras foram destruídos.

Este texto foi produzido a partir do artigo “Estratégias de Notícia no Jornal Nacional”, dos autores Ana Luisa Lopes, Ana Paula Lopes da Silva, Ca-íque Verli, Camila Leão, Erna-ne C. Rabelo, Jéssica Santana, Marina Mattos, Thalita Fer-nandes e Verônica Valverde.

www.logolimao.com.br

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JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃOnovembro 2014

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EstuproTaís Cristina de Oliveira7º Ano do Ensino Fundamental/ Escola Mu-nicipal Dr. Arthur Bernardes

Aconteceu hoje na escola, dia 11 de agos-to 2014, um protesto contra o estupro. No terceiro horário alguns alunos partici-param deste protesto. Os alunos Douglas e Danielli foram os nossos jornalistas. O Dou-glas perguntou ao Felipe o que ele achava sobre as mulheres. Ele disse que as mu-lheres tinham que ficar em casa lavando sua roupa e lhe dando conforto que ele merece. Já a Josiane disse que roupa não define o caráter de ninguém e não é só porque ela veste short curto que os meni-nos têm que passar-lhe a mão. E que todas as mulheres merecem ser respeitadas.

Aspirantes a jornalistas

Mais Protestos em Busca deDireitos e LiberdadeMylena Sena2º ano do ensino médio do Colégio Anglo de Viçosa Nesta quarta-feira, 23 de julho de 2014, ás 9:15 horas, ocorreu um protesto pacífico contra o estupro em um prédio comercial na Rua Dr. Milton Bandeira.O protesto foi realizado por mulheres com cartazes escritos como: “Não me estupra por favor”, “Não mereço ser estrupada”. Além disso, muitas falavam em alto tom argumentos como: “Minhas roupas não definem minhas vontades”, “mais respeito por favor”. Em umas das entrevistas a protestante Julia relatou que em seu bairro o número de vítimas de estupros aumenta cada vez mais e os moradores, principal-mente as mulheres, estão aterrorizadas. No protesto, muitos homens debatiam verbalmente contra os ar-gumentos feministas e usavam gírias perceptivelmen-te ofensivas como “lavadeiras”. Um dos entrevistados justificou que “lugar de mulher é lavando, passando, cozinhndo e de preferência, muito bem vestida”. A duração do protesto foi de tempo curto, e ocorreu organizado e pacificamente.

EstuproJoão Victor e Washigton9º Ano do Ensino Fundamental/ Escola Estadual Raul de Leoni

Hoje no período da manhã aqui na Escola Estadual Raul de Leoni as meninas resolveram fazer um pro-testo sobre o estupro dizendo que elas tem que ser mais respeitadas, direito de usar roupas não muito longas e não ser vista como objeto sexual. Nessa manhã apareceram ao protesto com muitos carta-zes. A maioria dizia: “Não merecemos ser estupra-das” como esse cartaz. O repórter Lucas e Paula afirmaram que essas meni-nas estão aqui tentando avisar isso mas tem alguns homens contra favor aqui então elas resolvem ficar andando pela sala dizendo:-Não queremos ser estupradaO que houve na Raul de Leoni foi uma grande re-volta das mulheres.

Encenação na SalaVitor Gabriel e Francisco9º Ano do Ensino Fundamental/ Escola Estadual Raul de Leoni

Ontem dia 07/08/2014 na E.E. Raul de Leoni tivemos uma inte-ressante palestra sobre o avan-ço da comunicação para nós termos mais conhecimento do como aconteceu, a palestra foi apresentada pelos estagiários da UFV ( Universidade Federal de Viçosa).Nós fizemos uma encenação sobre o protesto sobre os estu-pros que estão acontecendo com as mulheres hoje em dia e nós alunos participamos desse protesto. Foi muito bom para nós alunos aprendermos sobre a comunicação e o estupro.

Entre as cerca de cem redações escritas por estudantes, selecionamos algumas que relatam as atividades do Museu realizadas nas escolas

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10novembro 2014JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃO

Existe imparcialidade no Jornalismo?Como trabalham as revistas brasileiras?

Uma pesquisa desenvolvi-da por estudantes de jorna-lismo comprovou, mais uma vez, que a neutralidade é um mito. Comprovou que as no-tícias obedecem ao caráter mercadológico, as rotinas de produção, os critérios de no-ticiabilidade, os ditames do mercado, e as práticas profis-sionais levariam as notícias a oferecerem aos usuários uma imagem desfocada e adulte-rada da realidade.

Os estudantes adotaram o Código de Ética do Jornalis-ta para investigar a cobertura das principais revistas brasi-leiras, a escolha destas se deu pelo fato de serem as revis-tas semanais brasileiras de

informação geral e de maior influência e tiragem: Veja, Isto é, Carta Capital e Época, no período de 20 de maio e 24 de julho. E para alcança-rem aos objetivos adotados, eles utilizaram métodos de análise quantitativa e quali-tativa, dentre as quais o estu-do e classificação de fontes, comparação de abordagens e enfoques de cobertura e o procedimento de análise comparativa entre o notici-ário veiculado e o que pre-ceitua o Código de Ética dos Jornalistas.

O Código de Ética aprova-do pela Federação Nacional dos Jornalistas em 1985- e modificado em 2007, é com-

posto por 27 artigos, é divi-dido em quatro partes, sen-do a primeira, “Do Direito à Informação”, e a segunda, “Da Conduta Profissional do Jornalista”, com cinco artigos cada. A terceira parte aborda a “Responsabilidade Profis-sional do Jornalista” e tem sete artigos. A última trata da aplicação do Código, sendo composta por dez artigos.

A minuciosa análise rea-lizada pelos estudantes nas quatro revistas permitiu perceber que o jornalismo contemporâneo esbarra em vários momentos no Código de Ética que, em tese, deveria ordenar em primeira instân-cia a atitude do jornalista.

Um dos erros mais cometi-dos é a imprecisa apuração dos acontecimentos, a revista Veja trata os temas de manei-ra mais agressiva, com uso de adjetivos fortes, pejorativos, adjetivando as informações de tal modo que se mesclam na mesma reportagem, sem o espaço do contraditório e o acolhimento de versões con-flitantes com a da revista.

Esse texto foi produzido a

partir do artigo “Revistas Se-manais Brasileira: Uma aná-lise Ética”, dos autores Ernane C. Rabelo , Ingrid Carraro, Laira Carnelós, Mateus Pires, Mariana Balduci e Gustavo Pires dos Santos.

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JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃOnovembro 2014

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Os Museus da UFVMuseu de Ciências da Terra Alexis DorofeefO Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef foi criado em 1993 com o objetivo de conservar e socializar a coleção de rochas e minerais da Univer-sidade Federal de Viçosa (UFV), iniciada pelo professor Alexis Dorofeef, em 1935. O Museu conta com uma exposição de longa duração, um espaço inte-rativo, sala multimídia, área de reserva técnica e um amplo quintal. É sede da Sala Verde de Viçosa, que possui biblioteca e videoteca. Horário de Funcio-namento: Segunda a sexta-feira de 8h às 12h e de 14h às 18h. Localização Vila Giannetti, casa 31Campus Universitário UFV Telefone: (31)38992662 Email: [email protected] Site: www.mctad.ufv.br. Fonte: Circuito de Museus

Museu de Zoologia João MoojenO Museu de Zoologia João Moojen da Universidade Federal de Viçosa (UFV) iniciou suas atividades em 1933, a partir de uma coleção de diferen-tes animais da fauna brasileira do então professor João Moojen de Oliveira. A exposição permanente do Museu é composta por animais taxidermiza-dos e peças zoológicas da fauna brasileira, em especial do estado de Minas Gerais. Horário de Funcionamento: Segunda a sexta-feira de 8h às 12h e de 14h às 18h.Localização Vila Giannetti, casa 32 Campus Universitário UFV Telefone: (31)38992586 Site: www.museudezoologia.ufv.br. Fonte: Circuito de Museus

Casa Arthur BernardesNo dia 26 de agosto de 1996 foi criada a Casa Arthur Bernardes, ligada a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e a Divisão de Assuntos Culturais. Des-de a sua criação, o espaço procura conservar a história de vida de Arthur da Silva Bernardes, colecionando peças e documentos de várias naturezas, relacionados com sua trajetória de vida pública e privada.O espaço é de visitação gratuita. Para agendar visitas, entre em contato: Casa Arthur Ber-nardes- Praça Silviano Brandão, 69- Viçosa-MG. Telefone: (31) 3899-2862 E-mail: [email protected]

Museu HistóricoO Museu Histórico da UFV foi criado em 26 de agosto de 1986 com a finalidade de estudar fontes históricas, coletar, guardar, classificar e expor objetos referentes à memória institucional e divulgação do patrimônio, bem como constituir-se num dos elementos básicos para a difusão cul-tural e extensão universitária. Seu espaço é aberto para visitação gratuita de segunda a sexta-feira, de 08h-12h e 14h-18h. Visitas em grupo devem ser agendadas pelo telefone (31) 3899-2498. Contatos: [email protected] www.facebook.com/museuhistorico.ufv (31)3899-2498

PinacotecaA Pinacoteca da UFV foi criada em fevereiro de 1973 como um espaço para realização de exposições e incentivo ao lazer cultural e a expressão artística. São expostos trabalhos de artistas conhecidos e também de ini-ciantes, sendo assim, um espaço de valorização de novos talentos. Seu es-paço é aberto para visitação gratuita de segunda a sexta-feira, de 08h-12h e 14h-18h. Visitas em grupo devem ser agendadas pelo telefone (31) 3899-2498. Contatos: [email protected] https://www.facebook.com/pinacotecau-fvicosa (31)3899-2498

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Page 12: Jornal do Museu Itinerante da Comunicação - Novembro 2014

12novembro 2014JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃO

VT da câmera DXC M3A: armazenava o que a câmera gravava, usada nos anos de 1980 e 1990, era um equipamento considerado portátil para a época.

Play de áudio: edição de áudio, usado nos anos de 1960/70.

Máquina elétrica de escrever, usada no ano de 1990.

Ilha de edição: usada para a edição de áudio e vídeo. Composta por monitores,

mesa de edição AG-A850 Panasonic (editar material audiovisual) e mesa de transmissão

e efeitos Panasonic (transfere gravação e edição de vídeos), usada nos anos 1990-2000.

Um pouco do nosso acervo

Filmadora DXCM3A Sony: usada nos anos de 1970 e 1980, era uma

das câmeras semiprofissionais com tecnologia

mais avançada na época.

Câmera Fotográfica: Usada nos anos 1990 e começo dos 2000, ela foi uma das últimas câmeras lançadas antes do advento da tecnologia digital.

Ediv

ânia

Cris

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Ediv

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Cris

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Gus

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Gustavo Sobrinho

Gus

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