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I PACIENTE março e abril de 2012 2 3 4 Informativo bimestral do Sindsaúde RN destinado aos usuários do SUS hospital Rafael Fernandes, referência em doenças Oinfecto-contagiosas na região oeste do estado vem passando por uma reforma há mais de um ano, mas as obras foram paralisadas e pacientes e servidores sofrem as consequências. Segundo relatos dos profissionais do hospital, “de vez em quando” aparecem operários para trabalhar nas obras, mas que logo vão embora por falta de pagamento. Enquanto isso mais da metade do hospital está sem o teto, amontoando os pacientes em uma única enfermaria. Como a copa e a cozinha foram desativadas, a comida que é servida vem da II URSAP e quando chega os profissionais não tem onde comer. Um refeitório improvisado abriga apenas 3 cadeiras e uma mesa, insuficiente para a quantidade de funcionários. A fachada do hospital foi derrubada e reerguida exatamente igual, pois perceberam que seria inviável a criação de um estacionamento no local. Como a maior parte das salas foi desativada enquanto estaria havendo a reforma, parte delas está se tornando depósito de entulhos, como a sala de diversão. Os pacientes estão ‘‘amontoados’’ em uma única enfermaria, onde todos os doentes são tratados sem a divisão necessária por patologia. Os servidores do hospital também ficaram sem o local de repouso. No hospital também faltam materiais básicos como máscaras. O que é inconcebível em se tratando de uma unidade de tratamento de doenças infecto-contagiosas. Outros materiais costumam faltar com frequência como papel higiênico, copos descartáveis, seringas, gaze, algodão e álcool. Sinmed e Sindsaúde RN realizam Ato Público no dia 9 de março denuncciando a situação. Reforma parada no Hospital Rafael PREJUDICA Hospital especializado no tratamento de doenças infecto-contagiosas está há mais de um ano sofrendo com reforma interminável Unidades de saúde de Natal são exemplos do descaso dos gestores com a saúde da população que depende do SUS. Hospital Regional de Assu enfrenta problemas estruturais e de administração deixando população e servidores insatisfeitos. Centro de Referência em Saúde do Trabalhador em Natal está sendo subutilizado. Saiba se você pode aproveitar os serviços oferecidos. SINDSAÚDE-RN Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN www.sindsaudern.org.br 21 Fachada do hospital foi derrubada... ...parte de dentro está sem cobertura Pacientes estão misturados. pacientes e servidores Fernandes, em Mossoró,

Jornal Impaciente - Março e Abril 2012

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Jornal do Sindaúde RN, edição Março/Abril 2012

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Page 1: Jornal Impaciente - Março e Abril 2012

I PACIENTEmarço e abril de 2012

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Informativo bimestral do Sindsaúde RN destinado aos usuários do SUS

hospital Rafael Fernandes, referência em doenças Oinfecto-contagiosas na região

oeste do estado vem passando por uma reforma há mais de um ano, mas as obras foram paralisadas e pacientes e s e r v i d o r e s s o f r e m a s consequências. Segundo relatos dos profissionais do hospital, “de vez em quando” aparecem operários para trabalhar nas obras, mas que logo vão embora por falta de pagamento.

Enquanto isso mais da metade do hospital está sem o teto, amontoando os pacientes em uma única enfermaria. Como a copa e a cozinha foram desativadas, a comida que é servida vem da II URSAP e quando chega os profissionais não tem onde comer. Um refeitório improvisado abriga apenas 3 cadeiras e uma mesa, insuficiente para a quantidade de funcionários.

A fachada do hospital foi derrubada e reerguida exatamente igual, pois perceberam que seria i n v i á v e l a c r i a ç ã o d e u m

estacionamento no local.Como a maior parte das salas

foi desativada enquanto estaria havendo a reforma, parte delas está se tornando depósito de entulhos, como a sala de diversão.

O s p a c i e n t e s e s t ã o ‘‘amontoados’’ em uma única enfermaria, onde todos os doentes são tratados sem a divisão necessária por patologia.

Os servidores do hospital também ficaram sem o local de repouso.

No hospital também faltam materiais básicos como máscaras. O que é inconcebível em se tratando de uma unidade de tratamento de doenças infecto-contagiosas. Outros materiais costumam faltar com frequência como papel higiênico, copos descartáveis, seringas, gaze, algodão e álcool.

Sinmed e Sindsaúde RN realizam Ato Público no dia 9 de março denuncciando a situação.

Reforma parada no Hospital Rafael

PREJUDICAHospital especializado no tratamento de doenças infecto-contagiosas está há mais

de um ano sofrendo com reforma interminável

Unidades de saúde de Natal são exemplos d o d e s c a s o d o s gestores com a saúde da população que depende do SUS.

Hospital Regional de A s s u e n f r e n t a problemas estruturais e de administração deixando população e s e r v i d o r e s insatisfeitos.

Centro de Referência e m S a ú d e d o Trabalhador em Natal e s t á s e n d o subutilizado. Saiba se você pode aproveitar o s s e r v i ç o s oferecidos.

SINDSAÚDE-RNSindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN

www.sindsaudern.org.br

21

Fachada do hospital foi derrubada...

...parte de dentro está sem cobertura

Pacientes estão misturados.

pacientes e servidores

Fernandes, em Mossoró,

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Publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde

do RN (Sindsaúde)

Secretaria de Comunicação

Jornalista Responsável e Diagramação:

Ana Paula Costa DRT 1235 JP/RNIlustração:

Amâncio

Sede Própria:

Av. Rio Branco, 874, Centro - Natal/RNTelefone: 4006-2950

/[email protected]

EXPEDIENTE

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Março/Abril de 2012

Unidades de Saúde de Natal sofrem com falta de materialNas unidades faltam desde materiais básicos até medicamentos e profissionais. O que era pra ser um local para cuidar da

saúde do povo sofre até com infestação de ratos

s servidores municipais de Natal começaram a fazer Ovisitas às unidades de saúde

nos quatro cantos da cidade para conferir os problemas enfrentados pelos servidores e a população. O primeiro deles foi o Centro Clínico do Potengi, na Zona Norte de Natal, onde foram encontrados vários absurdos.

Há problemas que de tão repetidos já estão se tornando banais como a falta de medicamentos para diabetes e hipertensão, material para curativos e internet.

Há cinco meses não há consultas odontológicas por falta de cadeira e estrutura. Mesmo problema

ando continuidade ao ciclo de mobilizações o segundo Dlocal a ser visitado foi a

Unidade Mista de Felipe Camarão onde falta médico e material básico para atendimento.

Na Unidade Mista de Felipe Camarão funcionam na verdade três unidades: a maternidade e duas unidades do programa saúde da família. Uma delas está no local de forma improvisada. Enquanto enfrentava problemas com o aluguel, a unidade foi remanejada para o local. Mas isso faz mais de 2 anos e até agora nenhuma solução foi apresentada. Essa situação prejudica servidores e moradores. Primeiro porque fica longe da região onde os

enfrentado por quem precisa de um preventivo que há seis meses não está sendo feito. Um das equipes do PSF está sem médico e a sala de preparo não tem sequer um ventilador, criando um clima de desconforto para os procedimentos.

No arquivo falta desde a capa para prontuário, até a caixa para arquivá-los, além de ser um lugar pequeno e quente que também não

usuários moram, segundo porque funciona de forma improvisada em duas salas quando o necessário seria muito mais que isso.

Na outra unidade do PSF o problema é falta de médico. Duas das quatro equipes não contam com este profissional e outra deve ficar sem até o próximo mês, pois a médica está se aposentando. Falta também medicação básica como paracetamol

tem um ventilador.

A reforma que foi iniciada há anos não tem previsão de término e, enquanto isso, funcionários e usuários enfrentam uma infestação de ratos. Um deles já caiu sobre uma funcionária na sala da direção. Mofo e mosqui tos são problemas constantes e o tensiômetro (aparelho que mede a pressão) está quebrado.

e remédios para controle de pressão e anticoncepcional.

O esgoto corre a céu aberto na frente da unidade depondo contra a limpeza do local. Local este que está em reforma há meses com os funcionários dentro da unidade sendo expostos à poeira e cheiros fortes. Mesmo incômodo a que são submetidos os pacientes que procuram por atendimento.

‘‘Vou fazer uma cirurgia e o médico pediu para que eu verificasse a pressão diariamente até lá. Mas chego aqui no posto e não tem o equipamento. Não posso ir a outro, são muito longe da minha casa’’Raimunda Gomes da Silva, aposentada

‘‘Vim buscar a medicação do meu filho que toma remédio controlado e não tem. Toda vez que procuramos o posto tá faltando alguma coisa, é difícil ter saúde desse jeito’’Lindalva da Silva, aposentada

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Março/Abril de 2012

Hospital Regional e Pronto-Socorro Municipal

Funcionários denunciam politicagem na escolha de profissionais, falta de ambulâncias e problemas no atendimento do raio-x

Sindsaúde encaminhou documentos à Promotoria de Justikça de Assu pedindo vistoria no hospital com presença de vários órgãos

m Assu funcionam o Pronto Socorro Municipal e o EHospital Regional Nelson

Inácio dos Santos. O Pronto Socorro deveria ser uma forma de desafogar o Hospital Regional em atendimentos de urgência e emergência, mas na prática não é isso que vem acontecendo.

Falta estrutura para as unidades funcionarem

Os funcionários do Pronto Socorro não são servidores públicos e c o m i s s o h á d e n ú n c i a s d e favorecimento político na escolha dos profissionais. Isso cria um clima tenso entre os funcionários das duas unidades.

No PS não são atendidas pessoas sem documentação, que são encaminhadas imediatamente ao Hospital Regional que muitas vezes não consegue absorver todos os procedimentos.

Casos específicos já foram relatados à secretária de saúde do município, Luciane Massena, através de ofício feito por funcionários do Hospital Regional. Com o envio do

ofício o diretor do Hospital começou a tentar descobrir quem era o autor e a pressionar e ameaçar os funcionários. Muitos já esperam a transferência de unidade.

D e a c o r d o c o m o s funcionários a estrutura também não é suficiente para abrigar as duas unidades, havendo problemas durante as refeições por falta de utensílios como pratos e talheres.

Rodízio de atendimento na madrugada é alvo de denúncia

A i n d a s e g u n d o o s funcionários durante a madrugada há rodízio entre os médicos do PS e do Hospital, no entanto a ficha e a medicação é sempre feita e aplicada no Hospital, ficando o registro e os f u n c i o n á r i o s d a u n i d a d e sobrecarregados.

Sem ambulância, transferências dependem de outros municipios

O município de Assu possui duas ambulância para fazer a transferência dos pacientes, no entanto, as duas estão quebradas há mais de dois meses. Atualmente, para

se transferir um paciente de unidade ou de município é preciso contar com a solidariedade de outras cidades que possam ceder suas ambulâncias, como Paraú e Pendências.

Raio-X com problemas e utilizado na troca política

O aparelho de raio-x do Hospital Regional está com falhas. A radiação está acima do permitido, e alguns técnicos já se negam a trabalhar. Mesmo assim alguns casos ainda são atendidos. O pior é que não tratam-se de casos com maior urgência mas sim de troca de favores p o l í t i c o s . Q u a n d o h á u m a comunicação entre os políticos da região e o diretor da unidade os funcionários são obrigados a utilizar o aparelho, mesmo estando expostos à riscos.

Sindsaúde encaminhou documentos à Promotoria de Justikça de Assu pedindo vistoria no hospital com presença do sindicato Coren e funcionários e pedindo audiência específica com o Secretário de Saúde, Domício Arruda.

de Assu não se entendem e quem sofre

É A POPULAÇÃO

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Março/ Abril de 2012

CEREST população

municipal oferece serviços à toda a

ouca gente sabe mas o trabalhador de Natal e PGrande Natal conta com um

Centro de Referência em Saúde do Trabalhador que atende não só os servidores municipais como qualquer trabalhador do setor público ou privado, com ou sem carteira assinada, que esteja em a t i v i d a d e o u a p o s e n t a d o , desempregado ou autônomo.

O t r a b a l h a d o r p o d e procurar o Centro de forma espontânea ou encaminhado por unidades de saúde, sindicatos, ONGs ou outras instituição com referência a saúde do trabalhador. A única exigência é que o problema apresentado tenha relação com o processo de trabalho ou o meio ambiente de trabalho.

O CEREST municipal c o n t a c o m u m a e q u i p e especializada para orientar os trabalhadores encaminhando-os aos órgãos competentes, prestam assistência no tratamento e reabilitação da saúde, realiza inspeção nos ambientes nos ambientes de trabalho em conjunto com a vigilância sanitária.

O Centro também realiza atividades educativas e de promoção à saúde em insituições públicas, privadas, sindicatos e outras organizações da sociedade e promove articulações para que estas organizações realizem ações voltadas para a saúde do trabalhador.

Ao procurar o atendimento, o trabalhador passa por uma ava l i ação de uma equ ipe multiprofissional que estabelece a relação com o trabalho, informa a necessidade da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) conforme rege a CLT. No caso do trabalhador estatutário, ele é

orientado a procurar a Junta M é d i c a d a i n s t i t u i ç ã o . I n d e p e n d e n t e d o v í n c u l o empregatício o trabalhador pode ser acompanhado pelo CEREST durante todo o processo.

O Centro de Referência é um serviço oferecido pela prefeitura da capital, mas que não possui a devida divulgação. Muitos trabalhadores não sabem os direitos que tem.

Se você sofre de alguma doença decorrente do seu trabalho como LER/DORT ou transtornos psicológicos decorrentes de pressão ou assédio moral, procure orientação.

O que o CEREST não atende Onde fica o CEREST- Casos de urgência e emergência- Exames admissionais e demissionais e de mudança de função- Inspeção técnica de periculosidade e insalubridade

Avenida Hermes da Fonseca, 1111,Tirol, Natal-RN (em frente ao Centro Clínico da Dor)Telefone: 3232-4958