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Não jogue este impresso em via pública. Papel é reciclável. Separe seu lixo. JORNAL JOÃO PAULO #8 DEZ’2014 DESTAQUES DE UM ATUANTE MANDATO DESENVOLVIMENTO REGIONAL DOZE ANOS QUE MUDARAM O BRASIL Em entrevista, o deputado João Paulo Lima faz uma avaliação do seu mandato na Câmara, ressaltando os momentos que considerou mais importantes nessa legislatura. Além dos projetos de sua autoria, relatoria, entre outras indicações. Também fala sobre política, conjuntura e futuro governo da presidente Dilma Rousseff. Págs 5 e 6. Políticas do Governo Federal transformam o país, antes marcado pela miséria e pela falta de oportunidades. Pág.3 Propostas e ações do deputado João Paulo Lima sobre temas relevantes para a população brasileira. Págs. 4, 7, 8 e 9 Em artigo, o prof. Raimundo Vergolino aborda os projetos estruturadores do Nordeste e seus impactos futuros. Pág.10 Sérgio Amaral/MDS Divulgação Minstério da Integração Quatro anos em defesa da democracia e da melhoria da vida das pessoas Társio Alves Salu Parente

Jornal João Paulo - 8ª Edição

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8ª Edição do Jornal João Paulo – Informativo do Federal de Pernambuco

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Não jogue este impresso em via pública. Papel é reciclável. Separe seu lixo.

JORNALJOÃOPAULO #8 DEZ’2014

DESTAQUES DE UMATUANTE MANDATO

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

DOZE ANOS QUE MUDARAM O BRASIL

Em entrevista, o deputado João Paulo Lima faz uma avaliação do seu mandato na Câmara, ressaltando os momentos que considerou mais importantes nessa legislatura. Além dos projetos de sua autoria, relatoria, entre outras indicações. Também fala sobre política, conjuntura e futuro governo da presidente Dilma Rousseff. Págs 5 e 6.

Políticas do Governo Federal transformam o país, antes marcado pela miséria e pela falta de oportunidades. Pág.3

Propostas e ações do deputado João Paulo Lima sobre temas relevantes para a população brasileira. Págs. 4, 7, 8 e 9

Em artigo, o prof. Raimundo Vergolino aborda os projetos estruturadores do Nordeste e seus impactos futuros. Pág.10

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suplente em 6 comissões

73projetos relatados

12projetos de sua autoria

79pronunciamentos

40indicações e requerimentos

titular em 19 comissõesComissão de Constituiçãoe Justiça e de Cidadania CCJC

Comissão Especial destinadaa proferir parecer à PEC nº 10-A/1995modifica o art. 45 da Constituição Federal e acrescentaparágrafos ao mesmo artigo, criando o Sistema Distrital Misto.

Comissão Especial destinada a proferirparecer ao Projeto de Lei nº 7.420/2006dispõe sobre a qualidade da educação básica e aresponsabilidade dos gestores públicos.

Comissão Especial destinada a proferirparecer à PEC nº 10-A/2011altera os arts. 28,29 e 84 da Constituição para instituir aobrigatoriedade de elaboração e cumprimento do planode metas pelos poderes executivos, com base naspropostas de campanha eleitoral.

Comissão Especial destinada a discutiro Financiamento da Saúde Pública CESAUDE.

Comissão Especial destinadaa efetuar e apresentar propostasem relação à Reforma Política CEREFPOL.

Comissão Especial destinada a proferir parecerao Projeto de Lei nº 1.610/1996, do Senado Federal,que dispõe sobre a exploração e o aproveitamentode recursos minerais em terras indígenas, de que tratamos arts. 176,  1º, e 231. 3º da Constituição federal.

Comissão Especial destinada a proferir parecerao PL 1610/1996 que dispõe sobre a exploraçãoe o aproveitamento de recursos em terras indígenas

Comissão Especial destinada a proferir parecerao PL 7370/2014 que dispõe sobre prevençãoe repressão ao tráfico interno e internacionalde pessoas e sobre medidas de atenção às vítimas

Comissão Especial destinada a proferirparecer ao PL nº5.627-A/2013que institui o parcelamento de dívidaspatrimoniais com a União.

Comissão Especial destinada a proferirparecer à PEC nº339-A/2009que institui o pagamento de adicional noturnopara policiais militares, bombeiros e integrantesde órgãos de segurança.

Comissão Especial destinada a proferirparecer à PEC nº 19-A/2011Altera o art. 40 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias para estabelecer a criação daZona Franca do Semiárido Nordestino.

Comissão Especial destinada a proferirparecer à PEC nº 491/2010Acresce incisos ao art. 150, VI e art. 155, Xda Constituição Federal Proíbe a criação de impostoincidente sobre insumos agrícolas, pecuária,alimentos para consumo humano e medicamentos.

Subcomissão Especialdo Mundo do Trabalho(Subcomissão da CCJC)

Comissão Especial destinada a proferirparecer à PEC 186/2007Determina que lei complementar definirá as normasgerais aplicáveis à Administração Tributária da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

Comissão de Desenvolvimento Urbano CDU

Comissão Especial destinada a efetuare apresentar propostas em aoFator Previdenciário CEFATOR.

Comissão Especial Mista destinada a proferirparecer a Medida Provisória 632/2013Versa sobre remuneração das Carreiras e dos PlanosEspeciais de Cargos das Agências Reguladoras, dasCarreiras e do Plano Especial de Cargos do DNIT, dasCarreiras e do Plano Especial de Cargos do DNPM,da Carreira de Perito Federal Agrário, das Carreiras doHospital das Forças Armadas, da FUNAI, e prorroga oprazo da funcionamento da Comissão Nacional da Verdade.

Subcomissão Especial da Mobilidade Urbanapara a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016

Subcomissão Permanente de Terrenosde Marinha e seus Acrescidos

Subcomissão Permanente de Terrenosde Marinha e seus Acrescidos

Comissão Mista que analisa a MPV 657/2014Prorroga o prazo da Comissão da Verdade

Comissão de DireitosHumanos e Minorias CDHM

Comissão de Legislação Participativa

Comissão Especial destinada a proferir parecerà PEC nº 186-A/2007 que acrescenta os § 13 e 14, aoart. 37 da Constituição Federal, que determina que leicomplementar definirá as normas gerais aplicáveis àAdministração Tributária da União, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municípios.

EDITORIAL

Companheiras e companheiros

ATUAÇÃO DO DEPUTADO JOÃO PAULO LIMA NO CONGRESSO NACIONAL

O fim de um ciclo é o começo de outro. Encerro o meu mandato de deputa-do federal com os olhos no futuro e

a certeza de ter representado os pernambuca-nos de forma digna e de acordo com minhas convicções. Não faltei com voto, apoio e dis-posição aos grandes desafios que se apresen-taram ao Congresso e ao País. Tenho a certeza do dever cumprido. Agora sigo adiante, em outras frentes de luta, pois a política não está apenas no Congresso Nacional. Está em todos os lugares.

Neste breve balanço de minha atuação parlamentar, gostaria de prestar contas aos meus conterrâneos. Em quatro anos, envolvi--me em temas cruciais do País, como as refor-mas política e tributaria, a mobilidade urba-na, o direito dos trabalhadores e programas como o Mais Médicos, tão importantes para a população. Ao longo do mandato, como se verá nesta última edição, apresentei 12 pro-jetos e relatei outros 73. Creio que tais inter-

venções têm ou terão influência na vida das pessoas.

Nas páginas seguintes, segue o relato des-te período de turbulências e conquistas, de disputas e aprendizados; uma fase que acres-centa força e conhecimento aos tempos que virão. Estarei, como sempre estive, ao lado dos menos favorecidos e contra todas as for-mas de injustiça e preconceito.

Meu sincero agradecimento a todas e todos

João Paulo Lima

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Um bom exemplo é a política de cotas para o ingresso de negras e negros, tanto nas universidades como nos concursos pú-

blicos do Governo Federal. O acerto dos progra-mas é tão visível que, segundo estudo da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD), o quantitativo de negras e negros matriculados nas universidades brasileiras aumentou em mais de 40%. Na década de 90, eles ocupavam apenas 18% das vagas.

Já para a população indígena brasileira, (hoje composta por cerca de 460 mil pessoas que vi-vem em suas próprias comunidades, além de ou-tras 190 mil que estão fora de suas terras) foram investidos mais de R$ 11 milhões pelo Ministério do Desenvolvimento Social. O trabalho visa aten-der projetos criados por instituições indígenas ou indigenistas, principalmente na implantação de hortas comunitárias, agricultura de subsistên-

Nos últimos doze anos, o Governo Federal investiu efetivamente para resgatar as populações historicamente esquecidas e discriminadas.

Políticas afirmativas:mais justiça social

cia, criação de animais e produção de artesanato.Com relação às mulheres, muitas correções

ainda precisam ser feitas, mas os primeiros pas-sos já foram dados. as novas políticas públicas vêm garantindo maior oportunidade de escola-rização e a redução da gravidez entre adolescen-tes, entre outros avanços. Outro dado relevante é que as mulheres obtiveram, nos últimos anos, um crescimento salarial médio superior ao dos homens. Isso representa uma redução da dife-rença nos salários pagos às mulheres que desem-penham funções iguais às dos homens.

A criação do Programa Brasil Sem Homo-fobia também representa um avanço na redução da discriminação e da violência (física, psicoló-gica ou verbal) contra pessoas por conta de sua orientação sexual. É mais um sintoma da mu-dança de comportamento de gestores públicos e da sociedade em geral.

Tudo isso era praticamente inimaginável há pouco mais de uma década, quando o ex-presidente Lula assumiu o governo,

em 2003. O Brasil passou por transformações econômicas e sociais que o tornaram uma na-ção mais forte, independente e respeitada pe-rante o mundo. Na opinião do deputado João Paulo Lima, a partir desse período o país come-çou a viver uma revolução pacífica, superando problemas estruturais seculares que impediam o seu pleno desenvolvimento.

Para o deputado pernambucano, o compro-misso e a firmeza do Governo na erradicação da extrema pobreza marcaram nossa história. ‘Mais de 36 milhões de brasileiros saíram da mi-séria. O mundo inteiro reconhece esse grande mérito do nosso Governo’, observou.

O deputado ressalta também o fato de 42 milhões de pessoas ascenderam à classe média. Em todo o período Lula-Dilma, o Brasil gerou 20,4 milhões de novos empregos. E a queda na taxa de desemprego chegou a 4,9% em abril, o que deu ao País a condição de vivenciar uma era de pleno emprego. Somando-se a isso, João Paulo Lima lembra que a renda do trabalhador cresceu 70% acima da inflação.

Na saúde, o Brasil foi reconhecido pela Unicef como um dos países que mais reduziu a mortalidade infantil no mundo. Segundo o parlamentar petista, só o programa Mais Médi-cos já atendeu 50 milhões de pessoas, em 3.800 municípios brasileiros. Já o programa Aqui Tem Farmácia Popular atende mais de 6,8 milhões de pessoas/mês. E o programa Brasil Sorridente deu acesso a 80 milhões de brasileiros à saúde bucal.

Na Educação, o País também vem cons-truindo um capítulo à parte em sua história. Começando pela ampliação do orçamento da área, que passou de R$ 18 bilhões, em 2002, para R$ 112 bilhões, em 2014, o que repre-senta um acréscimo real de 223%. O atual Governo já garantiu 49 mil escolas em tem-po integral, e mais de 6 mil creches tiveram os recursos autorizados. João Paulo Lima faz questão de ressaltar que, pela primeira vez, o Governo Federal estabeleceu uma política de construção de creches.

Outro fator de grande impacto tem sido a educação profissional. João Paulo Lima faz uma comparação: em apenas doze anos, a rede de educação profissional federal saltou de 140 para 562 escolas. Nessa área, os jovens também pas-saram a contar com o Pronatec, que até o final deste ano terá gerado oito milhões de vagas em cursos técnicos e de qualificação profissional, feitos em parceria com o Sistema S – SENAI, SENAC, SENAR e SENAT.

Nosso país saiu do mapa da fome e agora tem taxas de emprego plenas. Suas políticas sociais servem de referência para o mundo.

Políticas sociais fazemo Brasil mais justo

O sonho de obter um diploma universitário virou realidade para os jovens brasileiros. Prin-cipalmente os mais pobres. Pelos cálculos do Governo, mais de 3 milhões de alunos tiveram a oportunidade de fazer um curso superior, graças aos programas ProUni e FIES. ‘Outra ação impor-

tantíssima nesses últimos doze anos foi a constru-ção de dezoito novas universidades e 173 campi’, acrescentou o petista. Ele ainda ressalta os avanços na habitação com o programa Minha Casa, Mi-nha Vida, que hoje beneficia mais de seis milhões de brasileiros vivendo em sua própria moradia.

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Além do Programa Mais Especialida-des, que a presidente Dilma Rousseff se comprometeu em implantar no seu

segundo mandato, a população brasileira pode-rá ser benefi ciada com o Programa Mais Médi-cos em caráter permanente. Projeto de Lei (nº. 7795/2014) neste sentido foi protocolado por João Paulo Lima, na Câmara dos Deputados. A proposta visa transformar o programa Mais Médicos em política de Estado. Quando for aprovado, o programa lançado pela presidenta Dilma Rousseff em 2013 se tornará um direito da população – independentemente de quem esteja à frente do Governo. Segundo o parla-mentar, essa iniciativa vai estimular a formação de médicos no interior do País.

João Paulo Lima fez parte da comissão que aprovou o Mais Médicos na Câmara dos De-putados. Ele destaca a necessidade da criação de cursos de medicina em cidades com mais de 500 mil habitantes no interior do país: “De-pois, vamos direcionar o foco do programa para as cidades com mais de 100 mil habitan-tes, para dar mais oportunidades de assistên-cia médica à população que reside no entorno dessas cidades”, observou o petista. O PL do parlamentar tramita na comissão de Segurida-de Social e Família

Mais Médicos: um direito permanente da populaçãoDe acordo com o Projeto de Lei de João Paulo Lima, o Programa vai estimular a formação de médicos no interior, ampliando o acesso da população à saúde básica.

Pela proposta, será utilizada a estrutura já existente de saúde privada e os seus usuários também serão beneficiados pelo sistema do Cartão.

As difi culdades no atendimento de saúde à população brasileira são uma realida-de, apesar dos esforços do governo fe-

deral e da criação de programas como o Mais Médicos. Em razão disso, o deputado federal João Paulo Lima apresentou o Projeto de Lei 7972/14, que cria o Cartão Universal de Saúde. Segundo o deputado petista, a ideia é garantir atendimento médico, odontológico, laborato-rial e farmacêutico a toda população, tanto no serviço público quanto na saúde privada, uni-versalizando o atendimento.

Com isso, serão agregados de imediato ao sistema milhares de profi ssionais, centenas de hospitais e clínicas, tanto nas capitais quanto em cidades do interior, a partir de um amplo convê-nio custeado pelo poder público. “Este convênio sairia bem menos dispendioso para o governo do que a construção de novas unidades de saú-de e a contratação de profi ssionais do setor”, ex-plica João Paulo Lima.

Hoje, o SUS fi nancia 63,1% das internações,

João Paulo propõe a criaçãodo Cartão Universal de Saúde

enquanto os planos de saúde são responsáveis por 24,6%. A partir do convênio, os estabe-lecimentos privados receberão por consulta, cirurgia, tratamento médico ou dentário dos usuários do SUS os mesmos valores que rece-bem dos convênios privados. A meta é atender, logo no primeiro ano de implantação, cerca de 20% da população mais pobre, com cadastro em programas sociais como o Bolsa Família.

Para viabilizar a implantação do Cartão Universal de Saúde, o Orçamento da União deve disponibilizar um montante de R$ 40 bilhões para que o Ministério da Saúde apli-que no convênio. O valor é estimado para o volume de atendimentos que serão acrescidos, levando em conta os preços médios do merca-do da saúde privada. Para fazer cobrir todos os custos, torna-se necessário a recriação da Contribuição Social para a Saúde, com índice de 0,33% sobre as movimentações fi nanceiras. O PL 7972 está tramitando na Comissão de Seguridade Social e Família.

O Cartão Universal terá a mesma estrutura dos grandes convênios médicos nacionais, com marcação de consultas online ou por teleatendimento 24 horas.

O Cartão terá médicos de plantão para orientação e triagem virtual.

O Cartão será distribuído aos beneficiários do Bolsa Família e, depois, da Previdência, seguindoo sentido inverso de renda.

O Cartão Universal não terá prazos de carência para nenhum procedimento médico.

O Cartão será universalizado integralmente em prazo nãomaior do que quatro anos.

O Cartão dá direito à aquisição de remédios na rede farmacêutica pelos usuários do SUS com receita médica.

SAIBA MAIS

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ENTREVISTA JOÃO PAULO LIMA

Precisamos de um novo pactofederativo para garantiras principais reformas

Concluindo mais em ciclo na sua traje-tória política, o deputado federal João Paulo Lima fala sobre o seu mandato na

Câmara dos Deputados. Nessa entrevista, ele aponta os avanços e retrocessos dessa legislatu-ra, analisa as perspectivas do segundo governo da presidente Dilma Rousseff e do novo Con-gresso. E destaca também a questão das refor-mas política, tributária e fiscal, que considera fundamentais para os avanços que a sociedade brasileira espera nos próximos anos. Confira!

Pergunta: Quais são os maiores destaques em seus quatro anos de mandato na Câmara dos Deputados?

João Paulo Lima: Em primeiro lugar, destaco o nosso empenho na base de sustentação do governo Dilma Rousseff, para garantir as mu-danças fundamentais aos avanços do País. A bancada do PT cumpriu um papel importante na aprovação dos orçamentos e projetos estraté-gicos como o Mais Médicos. Também ressalto o meu trabalho pela aprovação da Lei que criou a Política Nacional de Mobilidade Urbana, assim como a aprovação da Lei Joana Maranhão, da qual fui relator. Essa Lei determina que o tem-po de prescrição dos crimes de pedofilia passe a contar a partir da data em que a vítima de crime sexual complete 18 anos.

Pergunta: O que o senhor considera avanço e re-trocesso nessa legislatura?

JPL: O principal retrocesso do Congresso Nacional foi não ter avançado nas reformas política, fiscal e tributária. O Brasil necessita, sobretudo, de uma reforma do estado. Digo isso porque fui membro da Comissão Especial de Reforma Política. Nós, do PT, fizemos um esforço muito grande para avançar com a Reforma Política, mas a maioria do Congresso é conservadora e impediu qualquer tipo de avanço. E a expectativa para a próxima legislatura é ainda pior, já que a composição do Congresso será ainda mais conservadora. Nós precisamos de um novo pacto federativo, das reformas tributária, política, trabalhista, fiscal e da previdência. Muita coisa vai derivar dessas reformas.

Pergunta: Por que a Reforma Política seria tão importante?

JPL: Primeiro, tempos que entender que saímos de uma ditadura militar que deixou muitas se-quelas na vida política nacional. Mas um dos pontos cruciais é o financiamento privado nas eleições. O PT defende o financiamento público de campanhas eleitorais, como um instrumento preventivo no combate à corrupção. Além disso, é necessário avançar em questões como a unifi-cação das datas das eleições no Brasil, o fim das coligações proporcionais, o fim da suplência no Senado. E barrar a tentativa de se impor o voto distrital. Também defendo dois mandatos con-secutivos para o legislativo e acho importante ampliar uma medida como essa para o conjunto dos partidos brasileiros. Na minha opinião, o debate amplo oxigena a política.

Pergunta: Como o senhor avalia a presença da mulher no Congresso?

JPL: Muito abaixo do que a sociedade deseja. Atualmente, não chega a 8%. É o tipo da ques-tão que a reforma política poderia resolver, con-templando a paridade da participação da mu-lher. Acho que o Congresso perde muito com esse desequilíbrio. Nós garantimos as cotas par-tidárias, mas avançamos pouco nessa questão

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de gênero. O Brasil é um dos países com menor representação feminina no mundo.

Pergunta: Como o senhor avalia a sua participa-ção na aprovação da Lei que instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana?

JPL: Foi um grande avanço. Essa Política esta-belece que os municípios com mais de 20 mil habitantes passem ter um planejamento urbano, evitando os problemas que as médias e grandes cidades brasileiras vivem hoje em dia. No eixo dessa Política procuramos priorizar o trans-porte coletivo de massa. Na verdade, defendo todas essas questões que envolvem mobilidade urbana desde a época em que fui prefeito do Recife e presidente da Frente Nacional de Pre-feitos (FNP), por dois mandatos. Com a minha experiência, tive a oportunidade de contribuir tecnicamente na nova legislação.

Pergunta: O que o senhor acha da composição do Congresso para a legislatura que começa em 2015?

JPL: Tudo indica que vai ser um Congresso conservador. É só observar o aumento da repre-sentação empresarial e a redução da representa-ção dos trabalhadores, sem falar nos movimen-tos sociais. A bancada sindicalista, por exemplo, teve uma redução de mais de 40%. Isso vai fa-cilitar a retomada de medidas conservadoras, prejudicando a maioria da população. Os movi-mentos sociais têm que ficar atentos para pres-sionar contra o retrocesso. Para se ter uma ideia, houve uma redução significativa em torno de 20% da bancada do PT na Câmara. Isso vai di-ficultar ainda mais a pauta do governo – que já teve muita dificuldade com uma bancada de 81 parlamentares, num universo de 513. O gover-no vai ter que negociar mais. Não vai ser fácil.

Pergunta: O governo vai ter que dialogar mais com o Congresso e com todos os setores da so-ciedade?

JPL: O governo negociou muito com os em-presários e apoiou os movimentos sociais. Mas acho que a movimentação das ruas mostrou que há uma necessidade maior de articulação com a sociedade civil organizada. Espero que o novo governo da presidenta Dilma tenha um olhar mais específico para essa questão, até por-que a sua vitória nessa eleição partiu do empe-nho e da articulação dessas forças.

Pergunta: Voltando à questão da Reforma Po-lítica, o senhor defende que ela possa ser feita a partir de uma Constituinte Exclusiva?

JPL: Pela importância da Reforma Política e dos impactos que ela vai provocar no País, defendo que ela aconteça com a participação efetiva do povo. E uma Constituinte Exclusiva é funda-mental para que a Reforma Política ocorra com o respaldo da participação popular.

Pergunta: Como o senhor avalia o combate à corrupção no Brasil?

JPL: O Brasil sempre foi marcado pela corrup-

ção e pela impunidade. Isso se agravou ain-da mais no período da ditadura militar. Mas a partir dos governos Lula e Dilma, o Ministério Público, o Tribunal de Contas, a Advocacia Ge-ral da União e a Polícia Federal cumpriram um papel muito importante na fiscalização, investi-gação e punição. Acontece que parte significati-va da mídia trata as denúncias de corrupção de forma diferenciada. Quando é contra o PT, há um reflexo muito mais intenso. Se analisarmos os números, vamos chegar à conclusão de que nunca se apurou tantos casos de corrupção no Brasil como nos últimos anos. Nunca a Polí-tica Federal teve tanta estrutura e autonomia para trabalhar. Na época dos tucanos, as de-núcias eram engavetadas. É bom lembrar que a presidenta Dilma, recentemente, sancionou a Lei 12.846/13, mais conhecida como a Lei Anticorrupção. É um avanço significativo na gestão pública que os governos petistas estão dando ao Brasil.

Pergunta: Na questão dos direitos humanos, da cidadania, é certo que tivemos muitos avanços, mas a questão indígena, na sua opinião, ficou a desejar?

JPL: Apesar do Governo ter compromisso efe-tivo com a questão dos direitos humanos, não houve avanços na demarcação das terras indí-genas. Ainda há muita grilagem de suas terras e assassinato de índios. A bancada ruralista é muito forte na Casa. Não me recordo de um projeto desta bancada que tenha sido derrotado. Acho que o novo governo da presidenta Dilma terá que dar um tratamento diferenciado nes-sa questão, que nos expõem e envergonha pe-rante o mundo. Não teremos direitos humanos respeitados no Brasil, enquanto continuar esse massacre aos povos indígenas.

‘Tudo indica que vai ser um Congresso conservador. É só observar o aumento da

representação empresarial e a redução da representação dos trabalhadores, sem falar nos

movimentos sociais.’

‘Pela importância da Reforma Política e dos impactos que

ela vai provocar no País, defendo que ela aconteça com a

participação efetiva do povo’

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ENTREVISTA JOÃO PAULO LIMA

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O trabalho do deputado federal João Pau-lo Lima em defesa dos trabalhadores brasileiros no Congresso ganhou desta-

que por sua fi rmeza, coerência e compromisso. Como reconhecimento da sua ação combativa, o petista foi escolhido relator da Subcomissão do Mundo do Trabalho, que está analisando 180 matérias de interesse da classe trabalhadora em tramitação no Congresso.

Com origem no movimento sindical e ten-do sido o primeiro presidente da CUT em Per-nambuco, João Paulo Lima combateu a PEC da Terceirização (4330/04), pedindo o seu arquiva-mento na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Ele também é autor do Pro-jeto de Lei (5878/13) que dá a todo trabalhador o direito de solicitar a primeira parcela do décimo terceiro salário na data do seu aniversário.

O parlamentar pernambucano subscreveu o Projeto de Lei 5798/09, que institui o Programa de Cultura do Trabalhador e criou o Vale-Cultura

O deputado foi relator da PEC dos Catadores (309/13), que benefi ciou mais de 500 mil cata-dores de material reciclável no Brasil, garantindo uma redução de cinco anos no tempo de serviço para fi ns de aposentadoria. A PEC é de autoria do deputado Padre João (PT/MG). Os garçons e maitres também foram benefi ciados com o rela-tório favorável do petista ao Projeto de Lei nº. 6558/09, de autoria de Ciro Nogueira (PP/PI), que regulamenta as duas profi ssões.

João Paulo Lima ainda se posicionou con-trário ao fator previdenciário. Na visão dele, a medida tem retardado as aposentadorias e reti-rado direitos conquistados pelos trabalhadores: “Esse fator reduz, de forma injusta, os valores das aposentadorias”, afi rma o petista.

Todas as vezes em que a ação policial re-sultar em ofensa à integridade física ou à vida das pessoas será instaurado um

inquérito policial específi co. E com imediata comunicação do fato ao ao Ministério Público, à Defensoria Pública ou órgão correcional cor-respondente. Isso é o que consta no Projeto de Lei (4.471/12), que teve o deputado João Paulo Lima como relator, e que foi aprovado por una-nimidade da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Agora o PL, de autoria dos deputados Paulo Teixeira (PT/SP), Fábio Trad (PMDB/MS) e Delegado Protógenes (PCdoB/SP), aguarda votação em plenário.

Esse projeto prevê a instauração de um in-quérito nos casos em que uma ação policial re-sultar em morte ou lesão corporal grave. João Paulo Lima esclarece que a iniciativa pretende tornar mais efetiva a investigação dos crimes praticados contra civis. “Os agentes do Estado poderão ser investigados e serão estabelecidos procedimentos relevantes para balizar as inves-tigações criminais”, observa o relator do projeto.

João Paulo em defesados trabalhadores

Combate à violência policial

João Paulo Lima foi escolhido relator da Subcomissão do Trabalho, que está avaliando 180 matérias de interesse da classe trabalhadora.

Relatório do deputado sobre a matéria foi aprovado por unanimidade na CCJC.

SOBRE O PLO Projeto trata deações policiais queresultam em ofensaà integridade físicadas pessoas.

Essas ações policiaisdeverão gerar uminquérito específico.

O inquérito sobre aofensa deverá serencaminhado aoMinistério Público, àDefensoria Pública ouórgão correspondente.

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A partir de 2012, os crimes de abuso se-xual praticados contra crianças e ado-lescentes tiveram seus prazos de pres-

crição modificados. Dessa forma, às vítimas passarão a ter mais tempo para denunciar os seus agressores. O deputado federal João Pau-lo Lima foi o relator do Projeto 6719/09, que se transformou na Lei 12.650/12, conhecida como a “Lei Joana Maranhão”, sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

De acordo com o texto, o tempo de prescri-ção passa a contar a partir da data em que a ví-tima de crime sexual completar 18 anos. Antes, o Código Penal estabelecia que a contagem do prazo começasse na data do crime. Segundo o deputado petista, o entendimento é que, alcan-çado a maioridade, a vítima ganha condições de agir por conta própria. “Com a prorroga-ção do prazo, ela poderá levar o caso à justiça”, esclarece João Paulo Lima. Ele acrescenta que “essa lei foi uma vitória de toda a sociedade”.

Uma das Propostas de Emenda à Cons-tituição (PEC) mais importantes dessa legislatura teve a relatoria do deputado

federal João Paulo Lima. Trata-se da PEC da Responsabilidade Eleitoral, a PEC 10, aprovada por unanimidade em Comissão Especial des-tinada a estudar a matéria, que agora aguarda votação no plenário da Câmara

Pelo texto, os prefeitos, governadores e até o presidente serão obrigados a elaborar e cumprir um plano de metas com base nas suas propos-tas de campanha. João Paulo Lima ressalta que a medida significa o fim das promessas vazias e irresponsáveis que acontecem em muitas cam-panhas: “A medida fortalece o executivo, qua-lifica o político e faz a democracia avançar com controle social. É o fim do chequo petistaJoão Paulo Lima.

De acordo com a PEC, de autoria do depu-tado Luiz Fernando Machado (PMDB/SP), os chefes do executivo encaminham ao poder le-gislativo, no prazo de 120 dias após a sua posse, um plano de metas da sua gestão – elaborado de acordo com as propostas da campanha e registra-do na Justiça Eleitoral. As regras da lei também determinam que os conteúdos do Programa de Metas e Prioridades serão incorporados nas leis orçamentárias, para o seu efetivo cumprimento.

O parecer o deputado João Paulo Lima, pedindo a apuração da Polícia Federal nos crimes de falsificação, corrupção

e adulteração de medicamentos foi aprovado por unanimidade na Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadania (CCJC). O texto au-toriza a PF a investigar a venda e distribuição do produto falsificado, inclusive pela internet. Antes, a competência para investigar crimes dessa natureza era delegada às polícias esta-duais. O PL, de autoria do senador Humberto Costa (PT/PE), foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff e convertido na Lei 12.894/13.

João Paulo cobra maisresponsabilidade eleitoral

Lei Joana Maranhãoreforça combate à pedofilia

Remédios falsos:um caso de polícia

A lei leva o nome da nadadora pernambucana que decidiu denunciar os abusos sofridos durante a infância por parte de um ex-treinador.

PEC 10 determina aos gestores um plano de metas de acordo com as propostas de campanha eleitoral.

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JORNAL JOÃO PAULO #8 DEZEMBRO DE 2014

Para estimular a produção literária dos no-vos escritores, o deputado federal João Paulo Lima deu entrada no Projeto de Lei

3199/12. Ele cria o apoio financeiro da União, para permitir a publicação de autores que não ti-verem mais do que três obras, ou que tiver com um livro concluído e ainda não publicado.

O PL diz que o apoio envolve todas as etapas da publicação, desde a correção ortográfica até a aquisição do ISBN (International Standard Book Number). O benefício será concedido aos novos escritores que tenham concluído e registrado a obra no Escritório de Direitos Autorais e que comprovarem renda até dois salários mínimos.

Ainda conforme o PL, editoras, agências lite-rárias e pessoas físicas ou jurídicas de finalidade similar poderão deduzir do imposto de renda devido, sob forma de patrocínio ou doação. Atu-almente o projeto se encontra na Comissão de Finanças e Tributação.

Segundo o deputado João Paulo Lima, o Proje-to foi concebido a partir de uma proposta da jovem escritora pernambucana Julianna Costa (foto), que encontrou dificuldades na publicação do seu pri-meiro livro. “Se a matéria for aprovada vai incen-tivar a publicação de obras de jovens talentos, que hoje padecem de qualquer tipo de apoio público para incentivar o seu trabalho”, observou o petista.

Um dos problemas que mais afetam a vida das pessoas nas cidades brasilei-ras, a mobilidade urbana foi priorida-

de nos quatro anos de mandato do deputado João Paulo Lima. Integrante da Comissão de Desenvolvimento Urbano, ele articulou no Congresso a aprovação da Política Nacional de Mobilidade Urbana, sancionada pela presi-dente Dilma Rousseff em 2012.

O deputado também foi o relator da Co-missão Especial de Mobilidade Urbana para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O petista ainda relatou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 179/07, que destina 10% dos recursos arrecadados com a venda de combustíveis para programas de transporte coletivo urbano. Isso beneficia a maioria da população nas cidades com menos de 50 mil habitantes.

Mobilidade urbana como prioridade

Um projeto de incentivoaos novos escritores

João Paulo foi um dos articuladores da Política Nacional de Mobilidade Urbana

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JORNAL JOÃO PAULO #8 DEZEMBRO DE 2014

Não jogue este impresso em via pública. Papel é reciclável. Separe seu lixo.

JORNALJOAOPAULO

EdiçãoKalinne Medeiros (2209-DRT/PE)

RedaçãoKalinne MedeirosJorge Neto

Projeto gráficoAndré Menezes

Fotografias (capa e entrevista)Társio Alves

Edifício Anexo 4 Sala 36070160-900 Brasília–DF

Fone: 61 3215.5360 Fax: 61 3215.2360

Informativo do Deputado Federal João Paulo Lima e Silva PT/PE

Praça dos Três PoderesGabinete do Deputado FederalJoão Paulo Lima e Silva PT/PE

@joaopaulo_pt

facebook.com/joaopaulopt13

[email protected]

#8 DEZ’2014

ARTIGO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

A Região Nordeste do Brasil, ponto de partida da colonização exitosa portu-guesa nas Américas, sempre apresen-

tou grandes potencialidades econômicas, desde aqueles tempos. Por razões que não cabem dis-cutir neste texto, a Região atravessou uma fase econômica extremamente negativa e, porque não dizer, de desesperança.

A partir dos primeiros anos do século XXI a Região Nordeste passou a receber uma aten-ção especial do governo federal, agora sob a égide do Partido dos Trabalhadores. E m um intervalo de 12 anos, pipocaram investi-mentos do governo federal na região, a maio-ria de caráter estruturador.

O Projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco é uma iniciativa grandiosa que vai transportar água para o miolo do se-miárido nordestino, benefi ciando 11 milhões de pessoas. O impacto econômico e social será elevado com a geração de novas oportunidades de emprego e renda para a população, além de evitar a migração de nordestinos para outras re-giões do país.

A construção da Ferrovia Transnordestina, que vai cruzar uma grande extensão do territó-rio nordestino, enseja uma logística de trans-porte ímpar no contexto dos Estados brasilei-ros. Trata-se do empreendimento de dimensões mais revolucionárias que a região vai receber.

Em primeiro lugar, soluciona-se um dos gargalos dos produtores de gipsita e gesso do Araripe, tornando o Estado um grande expor-tador de derivados do gesso

Em segundo lugar, a implantação da Fer-rovia promove, de forma quase que fi nalística, a consolidação do polo avícola, localizado no Agreste Setentrional de Pernambuco, que con-segue produzir frango de corte e ovos sem que o setor agrícola do Estado seja capaz de gerar o excedente de um quilo de soja e de milho, insumos básicos à produção de ração para a alimentação das aves. Em terceiro lugar, a im-plantação da ferrovia traz um novo alento para o equacionamento da logística do polo de fru-ticultura irrigada do Submédio São Francisco, ampliando assim a competitividade do setor e gerando menores custos unitários com serviços de capatazia e portuários.

Em quarto lugar, a possibilidade de am-pliação da área irrigável na região do extremo oeste de Pernambuco, caso se viabilize a im-plantação, com recursos privados, do Canal do Sertão. Estudos bem adiantados indicam a via-

bilidade de implantação de um megaprojeto de fruticultura e produção de açúcar e álcool na região entre Petrolina e Araripina, da ordem de 180 mil hectares, utilizando os recursos hí-dricos do Rio São Francisco.

Em quinto lugar, a ferrovia também pode estimular o surgimento da indústria extrativa de minerais não-metálicos, viabilizando eco-nomicamente a exploração das grandes reser-vas de granito existentes no subsolo da região e das acumulações de minério de ferro na região do Piauí que, por conta da inexistência de um modal de transporte barato e compatível com as características do setor, ainda não deslanchou.

A implantação de uma refi naria de pe-tróleo no Porto de Suape constitui uma das grandes conquistas do povo pernambucano. A Refi naria Abreu e Lima representará um gran-de avanço para a economia do Nordeste e do Brasil, pois vai ampliar a produção interna de produtos fundamentais para o desenvolvimen-to, como óleo diesel, óleo combustível, naft a, coque e outros derivados do petróleo. Dessa

A redenção do NordesteO professor Raimundo Vergolino destaca, em artigo, os investimentos estruturadores do Governo Federal na região e os seus impactos nas próximas décadas.

forma, vai diminuir a dependência do país às importações de derivados de petróleo. Depois de 30 anos sem construir uma refi naria de pe-tróleo, o Brasil volta a investir, de forma signi-fi cativa, nesse setor.

Convém destacar, também, como revolu-cionário, o projeto da HEMOBRÁS na cidade de Goiana, na Mata Norte do Estado. Trata-se de um grande complexo de produção de he-moderivados, com uma capacidade de geração de renda e forte impacto no PIB, por conta dos efeitos para frente gerados pela planta industrial a ser instalada. A região da Mata Norte, que por vários séculos gravitou sua economia em torno da agricultura canavieira, deverá receber uma planta industrial capaz de gerar, no futuro, um complexo industrial de alta tecnologia no âmbi-to da bioquímica.

Raimundo VergolinoDoutor em economia

e professor universitário.

Da esq. à dir.: Transposição do Açude Castanhão, CE; Ponte sobre o Rio Jardim, da Ferrovia Transnordestina, CE; Fábrica da Hemobrás, PE; Refi naria Abreu e Lima, PE.

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