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Editorial PRONTUÁRIO ELETRÔNICO “Estando, assim, entre os instrumentos que os humanos se obrigam a adotar para a preservação do planeta, em respeito às gerações futuras.” INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 108 - NOV/DEZ DE 2014 Págs. 2 e 3 Págs. 4 e 5 Págs. 6 e 7 Pág. 8 PARA USO DOS CORREIOS MUDOU-SE DESCONHECIDO RECUSADO ENDEREÇO INSUFICIENTE NÃO EXISTE O NÚMERO INDICADO FALECIDO AUSENTE NÃO PROCURADO INFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SINDICO REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM____/___/___ ___________________ Entrevista e lançamento do Livro As Bases do Raciocínio Médico do Dr. Fernando Monte Fechando a edição: novembro/dezembro Construção da nova sede do CREMEC Resolução 2110/2014 Nota de Esclarecimento a Sociedade Política e Saúde XIII Encontro das Câmaras Técnicas do CREMEC XXI Fórum de Discussões do CREMEC Boas Festas “Doutor, o senhor ainda é do tempo da fichi- nha?” Este foi o comentário, feito com ar de espanto e desagrado por um paciente que estava sendo atendido pela primeira vez por um médico, ao observar que o esculápio fazia as anotações da história clínica no tradicional formato de registro em papel. O doente parecia não entender como é que, com toda a tecnologia da informação atualmente existente, ainda houvesse alguém que se pusesse a utilizar recursos, a seu ver, da era das cavernas... Buscando ampliar o conhecimento do assun- to, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC) organizou nos dias 28 e 29 de novembro de 2014, para os médicos em atividade no Estado, um Curso de Atualização em Prontuário Eletrônico, que foi ministrado pelo Dr. Claudio Giulliano, membro da Câmara Técnica de Informática em Saúde do Conselho Federal de Medicina. Já faz alguns anos que o CREMEC debate o tema prontuário eletrônico (PEP). Desde o início das discussões, as preocupações principais com o PEP abrangiam: 1) A manutenção dos dados, ou seja, garantir que não ocorrerá a perda das informações; afinal, não queremos que os prontuários tenham existência efêmera. 2) A não adulteração dos dados, quer dizer, não permitir que haja alterações de evoluções, prescrições, resultados de exames, etc. 3) A manutenção do sigilo, isto é, que os registros dos pacientes não sejam acessados senão por pessoas autorizadas. Em outra vertente, a questão do arquivamento dos prontuários tem preocupado sobremaneira os responsáveis pelos documentos médicos, mor- mente no caso dos grandes hospitais ou clínicas de maior porte, que com o passar do tempo identificam a necessidade de alocação de um es- paço cada vez mais amplo para o armazenamento dos prontuários dos pacientes. Em alguns casos, ocorre a terceirização da guarda e conservação dos prontuários, que inclusive vem ocorrendo em locais diversos daqueles em que se dão os atendimentos médicos, às vezes a quilômetros de distância. O que torna impositiva a adoção de mecanismos que permitam a consulta rápida ao prontuário do paciente que está outra vez sendo atendido, consulta esta que pode ser decisiva para a compreensão da evolução clínica do enfermo, colaborando para que seja estabelecida a melhor conduta terapêutica. Hoje, os especialistas na matéria asseveram que já há tecnologia capaz de tranquilizar o médico e o paciente quanto aos tópicos supraci- tados. Para isto, porém, é necessário que sejam obedecidos alguns requisitos. A necessidade de sistematização do assunto levou o Conselho Fe- deral de Medicina (CFM), em associação com a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), à elaboração de normas que regulamen- tassem o tema. Atualmente, está em vigor a Resolução CFM 1.821/2007, que “Aprova as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manu- seio dos documentos dos prontuários dos pacientes, autorizando a eliminação do papel e a troca de informação identificada em saúde”, cuja consulta é indispensável para quem tenciona migrar dos registros em papel para os eletrônicos. Não há que olvidar, no processo de implementação das regras da citada Resolução, a relevância da Comissão de Revisão de Prontuários da instituição prestadora de serviços médicos. E que é permanente a guarda dos prontuários arquivados eletronicamente em meio óptico, microfilmado ou digitalizado. Foi, ainda, estabelecido o prazo mínimo de 20 (vinte) anos, a partir do último registro, para a preserva- ção dos prontuários dos pacientes em suporte de papel, que não foram arquivados eletronicamente pelos meios acima listados. Para que seja adotado o PEP, o médico precisa ter certificado digital e utilizar um software cer- tificado pela SBIS. Algumas vantagens da nova ferramenta parecem evidentes: a localização de informações dentro de um prontuário volumoso é uma dificuldade quando se utiliza o prontuário em papel. Com o formato eletrônico, o dado pode ser encontrado rapidamente. Por sua vez, a organização dos dados permite a emissão de re- latórios, o que poderá ser útil para levantamento estatístico e epidemiológico. Acrescente-se que o PEP pode ser acoplado a um banco de dados com informações sobre medicamentos, o que possibi- lita, inclusive, que sejam acionados alertas acerca, por exemplo, de interações medicamentosas e possíveis efeitos adversos dos remédios prescritos. Em tese, portanto, o prontuário eletrônico pode contribuir para melhorar a assistência aos pacien- tes, encontrando aí uma sólida justificativa ética. Ademais, levaria a uma redução significativa no consumo de papel, tendo também, por conse- guinte, uma função ecológica relevante. Estando, assim, entre os instrumentos que os humanos se obrigam a adotar para a preservação do planeta, em respeito às gerações futuras. Dr. Ivan de Araújo Moura Fé Presidente do CREMEC

Jornal108

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Page 1: Jornal108

Editorial PRONTUÁRIO ELETRÔNICO

“Estando, assim, entre os instrumentos

que os humanos se obrigam a adotar

para a preservação do planeta, em respeito às gerações futuras.”

INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 108 - NOV/DEZ DE 2014

Págs. 2 e 3 Págs. 4 e 5 Págs. 6 e 7 Pág. 8

PARA USO DOS CORREIOS

MUDOU-SEDESCONHECIDORECUSADOENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O NÚMERO INDICADO

FALECIDOAUSENTENÃO PROCURADOINFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SINDICO

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL

EM____/___/___ ___________________

Entrevista e lançamento do Livro As Bases do Raciocínio Médico do Dr. Fernando Monte

Fechando a edição:novembro/dezembro

Construção da nova sededo CREMEC

Resolução 2110/2014

Nota de Esclarecimento a Sociedade

Política e Saúde

XIII Encontro das Câmaras Técnicas do CREMEC

XXI Fórum de Discussões do CREMEC

Boas Festas

“Doutor, o senhor ainda é do tempo da fichi-nha?” Este foi o comentário, feito com ar de espanto e desagrado por um paciente que estava sendo atendido pela primeira vez por um médico, ao observar que o esculápio fazia as anotações da história clínica no tradicional formato de registro em papel. O doente parecia não entender como é que, com toda a tecnologia da informação atualmente existente, ainda houvesse alguém que se pusesse a utilizar recursos, a seu ver, da era das cavernas...

Buscando ampliar o conhecimento do assun-to, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC) organizou nos dias 28 e 29 de novembro de 2014, para os médicos em atividade no Estado, um Curso de Atualização em Prontuário Eletrônico, que foi ministrado pelo Dr. Claudio Giulliano, membro da Câmara Técnica de Informática em Saúde do Conselho Federal de Medicina.

Já faz alguns anos que o CREMEC debate o tema prontuário eletrônico (PEP). Desde o início das discussões, as preocupações principais com o PEP abrangiam: 1) A manutenção dos dados, ou seja, garantir que não ocorrerá a perda das informações; afinal, não queremos que os prontuários tenham existência efêmera. 2) A não adulteração dos dados, quer dizer, não permitir que haja alterações de evoluções, prescrições, resultados de exames, etc. 3) A manutenção do sigilo, isto é, que os registros dos pacientes não sejam acessados senão por pessoas autorizadas. Em outra vertente, a questão do arquivamento dos prontuários tem preocupado sobremaneira os responsáveis pelos documentos médicos, mor-mente no caso dos grandes hospitais ou clínicas de maior porte, que com o passar do tempo identificam a necessidade de alocação de um es-paço cada vez mais amplo para o armazenamento dos prontuários dos pacientes. Em alguns casos, ocorre a terceirização da guarda e conservação dos prontuários, que inclusive vem ocorrendo

em locais diversos daqueles em que se dão os atendimentos médicos, às vezes a quilômetros de distância. O que torna impositiva a adoção de mecanismos que permitam a consulta rápida ao prontuário do paciente que está outra vez sendo atendido, consulta esta que pode ser decisiva para a compreensão da evolução clínica do enfermo, colaborando para que seja estabelecida a melhor conduta terapêutica.

Hoje, os especialistas na matéria asseveram que já há tecnologia capaz de tranquilizar o médico e o paciente quanto aos tópicos supraci-tados. Para isto, porém, é necessário que sejam obedecidos alguns requisitos. A necessidade de

sistematização do assunto levou o Conselho Fe-deral de Medicina (CFM), em associação com a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), à elaboração de normas que regulamen-tassem o tema. Atualmente, está em vigor a Resolução CFM 1.821/2007, que “Aprova as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manu-seio dos documentos dos prontuários dos pacientes, autorizando a eliminação do papel e a troca de informação identificada em saúde”, cuja consulta é indispensável para quem tenciona migrar dos registros em papel para os eletrônicos. Não há que

olvidar, no processo de implementação das regras da citada Resolução, a relevância da Comissão de Revisão de Prontuários da instituição prestadora de serviços médicos. E que é permanente a guarda dos prontuários arquivados eletronicamente em meio óptico, microfilmado ou digitalizado. Foi, ainda, estabelecido o prazo mínimo de 20 (vinte) anos, a partir do último registro, para a preserva-ção dos prontuários dos pacientes em suporte de papel, que não foram arquivados eletronicamente pelos meios acima listados.

Para que seja adotado o PEP, o médico precisa ter certificado digital e utilizar um software cer-tificado pela SBIS. Algumas vantagens da nova ferramenta parecem evidentes: a localização de informações dentro de um prontuário volumoso é uma dificuldade quando se utiliza o prontuário em papel. Com o formato eletrônico, o dado pode ser encontrado rapidamente. Por sua vez, a organização dos dados permite a emissão de re-latórios, o que poderá ser útil para levantamento estatístico e epidemiológico. Acrescente-se que o PEP pode ser acoplado a um banco de dados com informações sobre medicamentos, o que possibi-lita, inclusive, que sejam acionados alertas acerca, por exemplo, de interações medicamentosas e possíveis efeitos adversos dos remédios prescritos. Em tese, portanto, o prontuário eletrônico pode contribuir para melhorar a assistência aos pacien-tes, encontrando aí uma sólida justificativa ética. Ademais, levaria a uma redução significativa no consumo de papel, tendo também, por conse-guinte, uma função ecológica relevante. Estando, assim, entre os instrumentos que os humanos se obrigam a adotar para a preservação do planeta, em respeito às gerações futuras.

Dr. Ivan de Araújo Moura FéPresidente do CREMEC

Page 2: Jornal108

[email protected] Jornal Conselho

Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), nesta quarta-feira (19), a Resolução CFM nº 2.110/2014, que normatiza fluxos e responsabilidades dos serviços pré-hospitalares móveis de urgência e emergência, dentre eles os SAMUs que atendem os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A norma estabelece critérios que buscam trazer melhorias na as-sistência oferecida, beneficiando, sobretudo, os pacientes.

Conheça os destaques da Resolução CFM 2.110/2014

Atendimento primário - O serviço pré--hospitalar móvel de urgência e emergência deve, obrigatoriamente, priorizar os atendi-mentos primários em domicílio, ambiente público ou via pública, por ordem de complexi-dade, e não a transferência de pacientes na rede.

Serviço privado - A responsabilidade da transferência de pacientes na rede privada é de competência das instituições ou operadoras dos planos de saúde, devendo as mesmas oferecer as condições ideais para a remoção.

Jornada de trabalho - Recomenda-se que, para o médico regulador quando em jornada de 12 horas de plantão, deverá ser observada uma hora de descanso remunerado para cada cinco horas de trabalho.

Prerrogativa médica - Vaga zero é prerro-gativa e responsabilidade exclusiva do médico regulador de urgências, e este é um recurso essencial para garantir acesso imediato aos pacientes com risco de morte ou sofrimento intenso, devendo ser considerada como situa-ção de exceção e não uma prática cotidiana na atenção às urgências.

Atendimento - É de responsabilidade do médico receptor da unidade de saúde que faz o primeiro atendimento a paciente grave na sala de reanimação liberar a ambulância e a equipe, juntamente com seus equipamentos, que não poderão ficar retidos em nenhuma hipótese.

Óbito - O médico intervencionista, quan-do acionado em situação de óbito não assistido, deverá obrigatoriamente constatá-lo, mas não atestá-lo. Neste caso, deverá comunicar o fato ao médico regulador, que acionará as policias civil, militar ou o Serviço de Verificação de Óbito para que tomem as providências legais. Paciente com morte natural assistida pelo mé-dico intervencionista deverá ter o atestado de óbito fornecido pelo mesmo, desde que tenha a causa mortis definida.

RESOLUÇÃO 2110/2014CFM define fluxos e responsabilidades do SAMU e outros serviços móveis de urgência e emergência

AVISO IMPORTANTE II: emissão de documento por meio eletrônico. O Conselho Regional de Medicina do Ceará informa que os seguintes documentos estão disponíveis no site

do CREMEC (www.cremec.org.br): 1- Emissão de segunda via de boleto de anuidade;2- Certidão de quitação de pessoa física e jurídica.

AVISO IMPORTANTE I: Resolução CFM nº 2.108/2014: Fixa os valores das anuidades e taxas para o exercício de 2015 e dá outras providências.

Maiores Informações: www.portalmedico.org.br

O Conselho Federal de Medicina (CFM) – em nome dos 400 mil médicos brasileiros – repudia o tom racista de cam-panha lançada pelo Ministério da Saúde, que desconsidera os problemas estruturais do atendimento que afetam a toda a po-pulação.

Os médicos são contra qualquer tipo de preconceito na assistência a pacientes nas redes pública e privada. O Código de Ética Médica em vigor já estabelece que devem zelar para que “as pessoas não sejam dis-criminadas por nenhuma razão vinculada à herança genética, protegendo-as em sua dignidade, identidade e integridade”.

Por outro lado, o CFM reitera sua pre-ocupação com as condições de trabalho e de atendimento oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o qual tem sido penalizado pelo financiamento limitado, fechamento de leitos, falta de insumos e medicamen-tos, e ausência de uma política de recursos humanos. Na verdade, são essas as causas do mau atendimento para a população no SUS, não importando questões de gênero, classe social ou etnia.

É tarefa dos gestores de todas as esferas – federal, estadual e municipal – tomarem providências para resolver estas questões, cujo enfrentamento efetivo contribuirá,

sem dúvida, para melhorar a qualidade da assistência e reduzir os indicadores de mortalidade e morbidade.

Sem a adoção de medidas contra estes problemas, os pacientes que recorrem à rede pública continuarão a testemunhar o desrespeito aos princípios constitucionais do SUS (universalidade, equidade, integra-lidade), o que configura uma agressão aos direitos individuais e coletivos e à dignidade humana.

Brasília, 27 de novembro de 2014.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

NOTA DE ESCLARECIMENTO À SOCIEDADE

Boas Festas

Page 3: Jornal108

Jornal Conselho [email protected]

COMISSÃO EDITORIALDalgimar Beserra de Menezes

CREMEC: Rua Floriano Peixoto, 2021 - José Bonifácio

CEP: 60.025-131

Telefone: (85) 3230.3080

Fax: (85) 3221.6929

www.cremec.org.br

E-mail: [email protected]

Jornalista responsável: Fred Miranda

Projeto Gráfico: Wiron

Editoração Eletrônica: Júlio Amadeu

Impressão: Gráfica Cearense

CONSELHEIROS

Alberto Farias Filho Ana Lúcia Araújo Nocrato

Carlos Leite de Macêdo Filho Cláudio Gleidiston Lima da Silva Erico Antonio Gomes de Arruda

Flávio Lúcio Pontes Ibiapina Francisco Alequy de Vasconcellos Filho

Francisco de Assis Almeida Cabral Francisco Dias de Paiva

Francisco Flávio Leitão de Carvalho Filho Gentil Claudino de Galiza Neto

Helly Pinheiro Ellery Inês Tavares Vale e Melo

João Nelson Lisboa de Melo José Ajax Nogueira Queiroz

José Albertino Souza José Carlos Figueiredo Martins

José Fernandes Dantas José Huygens Parente Garcia José Málbio Oliveira Rolim José Roosevelt Norões Luna

Maria Neodan Tavares Rodrigues Marly Beserra de Castro Siqueira

Régia Maria do S. Vidal do Patrocínio Régis Moreira Conrado

Renato Evando Moreira Filho Ricardo Maria Nobre Othon Sidou Roberto Wagner Bezerra de Araújo

Roger Murilo Ribeiro Soares Stela Norma Benevides Castelo

Sylvio Ideburque Leal Filho Tânia de Araújo Barboza

Valéria Góes Ferreira Pinheiro

DIRETORIAIvan de Araújo Moura Fé Helvécio Neves Feitosa

Lino Antonio Cavalcanti HolandaFernando Queiroz Monte

Lúcio Flávio Gonzaga SilvaRafael Dias Marques Nogueira

Regina Lúcia Portela Diniz

REPRESENTANTES DO CREMEC NO INTERIOR DO ESTADO

SECCIONAL DA ZONA NORTEArthur Guimarães Filho

Francisco Carlos Nogueira ArcanjoFrancisco José Fontenele de AzevedoFrancisco José Mont´Alverne Silva

José Ricardo Cunha NevesRaimundo Tadeu Dias Xerez

End.: Rua Oriano Mendes - 113 - CentroCEP: 62.010-370 - Sobral - Ceará

SECCIONAL DO CARIRICláudio Gleidiston Lima da SilvaGeraldo Welilvan Lucena Landim

João Ananias Machado FilhoJoão Bosco Soares SampaioJosé Flávio Pinheiro VieiraJosé Marcos Alves Nunes

End.: Rua da Conceição - 536, Sala 309Ed. Shopping Alvorada - Centro

Fone: 511.3648 - Cep.: 63010-220Juazeiro do Norte - CearáSECCIONAL CENTRO SULAntonio Nogueira Vieira

Ariosto Bezerra ValeLeila Guedes Machado

Jorge Félix Madrigal AzcuyFrancisco Gildivan Oliveira Barreto

Givaldo ArraesEnd.: Rua Professor João Coelho, 66 - Sl. 28

Cep: 63.500-000 - Iguatu/CearáLIMOEIRO DO NORTE

Efetivo: Dr. Michayllon Franklin BezerraSuplente: Dr. Ricardo Hélio Chaves Maia

CANINDÉEfetivo: Dr. Francisco Thadeu Lima ChavesSuplente: Dr. Antônio Valdeci Gomes Freire

ARACATIEfetivo: Dr. Francisco Frota Pinto JúniorSuplente: Dr. Abelardo Cavalcante Porto

CRATEÚSEfetivo: Dr. José Wellington Rodrigues

Suplente: Dr. Antônio Newton Soares TimbóQUIXADÁ

Efetivo: Dr. Maximiliano LudemannSuplente: Dr. Marcos Antônio de Oliveira

ITAPIPOCAEfetivo: Dr. Francisco Deoclécio Pinheiro

Suplente: Dr. Nilton Pinheiro GuerraTAUÁ

Efetivo: Dr. João Antônio da LuzSuplente: Waltersá Coelho Lima

Primeiramente, a questão geral. Boa política deverá sempre visar a saúde de todos e não de segmentos da população. Isto nos remete, se não me engano, pelo fato de haver múltiplos estratos sócio-econômicos (classes), ao que disse o fundador do utilitarismo Jeremy Bentham; pois disse que o homem, na maioria de suas ações, não usa a razão; no caso, de fato, pleiteia somente o bem estar de seu segmento de categoria, de sua corporação. Tem uma consciência até instintiva de seu segmento, e aí não estamos mais falando de Bentham, mas de outro.

Na verdade, os homens/mulheres, pela própria natureza também não poderão agir como Mr. Spock, o venusiano de orelhas asininas, de Jornada das Estrelas, que abole a emoção do cenário de suas ações. Pois, um burro superracional.

Então, passamos ao domínio de Blaise Pascal, que ao tratar do assunto, mesmo sem mencionar o termo paixão, define paixão, como um sentimento fixado em objeto cuja posse é incerta. Vem a frase, “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. No caso, razões não constituem pensamento racional, mais interesses. Vem ao palco Descartes, de As Paixões da Alma.

Enfim, o que entra em pauta é interesse específico, disfarçado, ligado a classes e categorias.

Neste tempo cr í t ico de pol í t ica , com desarrazoamento óbvio, explodem as paixões, desrazão, o que é fonte de estresse para o ser, individualmente, com a possibilidade para os primeirimundistas, ou seja, os mais bem aquinhoados, de desenvolverem hipertensão arterial, obesidade, arteriosclerose, enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral. E o viés das drogas.

Neste contexto, entra a paixão chamada de ódio gratuito. Preconceito. Os nordestinos estão no momento submetidos a esse tipo de ódio gratuito, fascitoide, dos que querem, por exemplo, que deixe eu de ser constitucional, e vote em quem eu bem escolher, mas vote, por exemplo, com eles, etc. Em outras palavras, tensão entre grupos, categorias, classes, dentro de uma mesma comunidade. Na verdade, este tipo de estresse, gerador de doença, não está restrito ao sul do país, pois em qualquer estado nordestino há um contingente bastante amplo dos que vivem como que no primeiro mundo, e não estão nem aí pros demais. Primeirimundistas, dentro do terceiro mundo.

A coisa não é assim tão simples. Basta lembrar, tão recente quanto as eleições, o despertar da paixão pelo futebol, o desespero dos torcedores do Fortaleza, enchendo o estádio imenso, e sofrendo pela manutenção de seu time na terceira divisão. Volta Pascal, por que adoeço eu, agora não por paixão política, mas por paixão de clubes futebolísticos? Aparentemente não há motivo racional nenhum pra eu torcer este ou aquele time. Mas eu acabo torcendo. Retorna, de novo, a incapacidade de eu ser um venusiano, distante das paixões humanos. Outro dia, disse eu a uma pessoa de minha família, que ele precisa desenvolver recursos mentais outros para escapar dessas paixões, muito embora permaneça torcedor. Fui vizinho de um senhor, que dava uma pisa num filho, toda vez que o Ceará perdia. Pois, neste contexto, não há como escapar das paixões, ainda mais alimentadas por uma mídia, que não está interessada no bem estar social, mas nos próprios negócios e corporações. Agora não estou mais me referindo ao lúdico, mas à política.

É evidente, no meio de tudo isso, existem as variações individuais. A variedade propriamente humana. Eu defendo minhas opiniões e procuro não adoecer por elas; mas tenho receio dos fascitoides e fascistas - que não são bem constitucionais, como eu presumo que eu seja, deixando-as intocadas, isto é, sem abdicar delas. Ainda existem os sanguíneos, os pavios-curtos que não resistem às provocações, e perdem as estribeiras e adoecem.

POLÍTICA E SAÚDERoteiro de Dalgimar B. de Menezes, programa Saúde e Prevenção, da Rádio

Universitária da UFC. Novembro de 2014.

Entrevistados: Oliveira Neto UG, Menezes DB; entrevistador Miranda PFC.

Boas Festas

Page 4: Jornal108

4 Jornal Conselho [email protected]

XIII Encontro das Câmaras Técnicas do CREMECXXI Fórum de Discussões do CREMEC

12 e 13 de dezembro de 2014 - Beberibe/Ceará

Em primeiro plano, as conselheiras Valéria Góes Ferreira Pinheiro e Stela Norma Benevides Castelo e em segundo plano, tentando passar despercebido,

o professor Francisco das Chagas Medeiros

Mesa de Abertura dos trabalhos - palavra do presidente Ivan Em primeiro plano, Manoel Augusto, da Câmara Técnica de Oftalmologia e conselheiro Roberto Wagner

Em primeiro plano, Roberta dos Santos, da Câmara Técnica de Infectologia, conselheiros Alequy e José Fernandes, e Elizabeth Daher, da Câmara Técnica de Nefrologia

Em primeiro plano, José Lindemberg da Costa Lima, da Câmara Técnica de Medicina de Urgência, Aurineuda Facundo, da Câmara Técnica de Dermatologia e Frota Pinto,

representante do CREMEC em Aracati

Assistência: em primeiro plano, Lucinete Barreto, da Câmara Técnica de Alergia e Imunopatologia

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[email protected] Jornal Conselho 5

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará promoveu na cidade litorânea de Beberibe-Ceará, o XIII Encontro das Câmaras Técnicas do CREMEC e o XXI Fórum de Discussões do CREMEC com seguinte programação: Planos de Saúde - Como Enfrenta-los ( Florentino de Araújo Cardoso Filho), A Saúde no Estado do Ceará (José Maria Pontes), Revisão das Câmaras Técnicas (Helvécio Neves Feitosa), Publicidade Médica (Renato Evando Moreira Filho e José Roosevelt Norões Luna), Revisão Funcional do CREMEC (José Albertino Souza) e Fiscalização do CREMEC (Lino Antônio Cavalcanti Holanda); Comissão de Fiscalização e Avaliação do Papel das Seccionais e Representações. O Encontro e o Fórum aconteceram nos dias 12 e 13 de dezembro de 2014.

Florentino de Araújo Cardoso Filho, AMB,Planos de Saúde, Como Enfrentá-los

Renato Evando Moreira Filho: Publicidade Médica

Lino Antônio Cavalcanti Holanda:Fiscalização do CREMEC

Apoio logístico: Rui Pinheiro, Regina Holanda, Virgínia Ramos e Manoel Brito Júnior

Em primeiro plano, Luís Eduardo Bezerra Arcoverde, da Câmera Técnica de Cirurgia Vascular/Angeologia, Antônio Nogueira Vieira representante da Seccional Centro Sul, Francisco de Assis Negreiros Colares e ao fundo, Luiz Henrique Santiago, da Câmara Técnica de Dermatologia e o conselheiro Francisco Flávio Leitão de Carvalho Filho

José Roosevelt Norões Luna:Publicidade Médica

José Albertino Souza - Revisão Funcional do CREMEC

José Maria Arruda Pontes, presidente do SIMEC, A Saúde no Estado do Ceará

Helvécio Neves Feitosa, Vice presidente doCREMEC: Revisão das Câmaras Técnicas

Em primeiro plano, Lucivan Miranda, da Câmara Técnica de Neuropediatria; Fernando Melo, da Câmara Técnica de Oncologia; conselheira Inês e Tadeu Sobreira

da Câmara Técnica de Patologia Clínica

Thadeu Chaves, representante do CREMEC em Canindé, Edson Nóbrega, da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica e ao fundo, Pedro Wilson, da Câmara

Técnica de Oncologia

Page 6: Jornal108

6 Jornal Conselho [email protected]

Pergunta: Dr. Fernando, gostaríamos que o senhor fizesse uma pequena síntese de suas publicações .

Resposta: As minhas publicações foram mais de três dezenas de artigos, publicados em revistas nacionais e internacionais, e dois livros, Não sei o número exato de artigos porque, quando na única vez que redigi um currículum vitae, eles já tinham atingido as três dezenas, isso no final dos anos 1980. Como o currículo não me serviu para nada, desde essa época, deixei de me preocupar com ele, embora ainda publique, de preferência como co-autor. Os dois livros, um, foram o sobre raciocínio médico, saído em 2001, e agora em segunda edição, e o outro, sobre política e medicina, em 2010. A quase nenhuma repercussão desses livros me fazem refletir que os assuntos que me são mais caros interessam a muitíssima pouca gente. As editoras, para autores pouco conhecidos, não arriscam, e se eles querem ver publicados têm que desembolsar, o que às vezes é muito caro para gente desse grupo. Penso parar com esses prejuí-zos..Um fato constrangedor é a existência dos tais lançamentos. Os amigos honram com a sua presença e, o pior, compram o livro que pensávamos em ofertá-los. Tenho a sensação de que estou tomando dinheiro deles. Lembro-me de Marques Rebelo, que em um dos volumes do seu monumental “Espelho Partido” contou que deu um exemplar de um dos seus romances a um amigo, meses depois, esteve na casa dele e viu o livro em cima de uma mesa com sinais de que não tinha sido ao menos folheado...

P.: As Bases do Raciocínio Médico tem nesse momento uma Segunda Edição Revista e aumentada. O que ensejou essa demanda?

R.:Não houve demanda, pois o livro passou praticamente despercebido. Em 2012, o Dr. José Ruben Alcântara Bonfim (sanitarista, editor e fundador da “Coleção Saúde em Debate” da Editora HUCITEC, de São Paulo) encontrou nas gavetas da editora o manuscrito que enviei em1999 e concluiu que o livro se enquadrava no perfil da coleção sob sua coordenação desde 1977. A demora deveu-se à obtenção do destrato da editora que fizera a primeira edição (a Papel Virtual, da PUC do Rio de Janeiro, que foi extinta e passou os seus direitos para outra Editora), à rigorosa revisão, em que as referências bibliográficas foram analisadas uma a uma. Essa prestação de contas foi muito laboriosa, mas foi possível porque as fotocópias dos artigos e livros mencionados no livro estavam ainda conservadas por mim, grande parte obtida trinta anos antes. As cópias eram da British Library (obtida pelo Dalgimar Beserra de Menezes, em 1984), da Biblioteca da Faculdade de Medicina de Paris (em minhas passagens por aquela cidade) e, sobretudo nas bibliotecas

de São Paulo (BIREME, Faculdade de Medicina da USP e Escola de Saúde Pública), a citação de alguns livros, emprestados e não recebidos, o editor (José Ruben) supriu consultando as bibliotecas de São Paulo.

P.: Um livro para ser manuseado e lido. Diante do que está posto pelas novíssimas tecnologias isso é possível...

R.: A vacilação inicial, que tive para aceitar a reedição do livro foi decorrente da atual “onda” tecnológica. O livro foi escrito em época que o exame físico do paciente era valorizado. A incerteza foi tirada pela leitura de livro de Cabanis, de 1803 (a quem interessar, poderá ler a frase entre as epígrafes do livro). Ele escreveu que, mes-mo sem intervenção do médico, o paciente poderia curar, ao seguir instintivamente algumas das recomendações da Medicina. Ao separar a medicina do médico, o autor me fez ver que o médico deslumbrado pela tecnologia usava, sem dúvidas, padrões da medicina como o discernimento entre o normal e o patológico, o uso da quantifica-ção (às vezes sem entendê-la bem), a busca de agentes etiológicos, a procura de diagnóstico, e assim por diante. Respondendo ao âma-go da pergunta: o manuseio de livro ainda não desapareceu, e aos manuseadores ele é dirigido; se o livro for transferido para outras mídias, não me oporei, pois estou sempre atento ao progresso. Acho essa última hipótese praticamente nula, pela insignificante venda dos seus exemplares.

P.: Sua obra As Bases... cita boa parte de pensadores e formu-ladores do raciocínio da cultura ocidental. Qual a interseção entre esses autores e a prática médica...

ENTREVISTA - LANÇAMENTO DE LIVRO

O Dr. Fernando Queiroz Monte, médico oftalmologista e primeiro secretário do

Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará, lançou, em 13 de novembro do ano em

curso, no auditório do CREMEC, sua obra As Bases do Raciocínio Médico. Na matéria, flagrantes fotográficos da atividade cultural e entrevista do autor; Fernando Monte, ao

Jornal Conselho discorrendo sobre o livro em questão e outros assuntos.

Apresentação da obra

Apresentação: Ivan de Araújo Moura Fé

Page 7: Jornal108

[email protected] Jornal Conselho 7

R.:Uma das preocupações do livro, embora menor, é o de colocar um ponto entre história e historiografia médica. Procurei colocar, no início de cada capítulo, os assuntos dentro de uma visão histórica, porque há larga predominância da historiografia se passando por história médica. Uma outra intenção é o de mostrar que o teórico de áreas fora da Medicina poderá influenciar o médico e a práxis da medicina é aproveitada por outros profissionais.

P.: Dr. Fernando quando o senhor escreve um livro, como o seu,

que público o senhor pretende... R.:A utopia de quem escreve é a de ser lido pelo maior número

de pessoas. Esta foi a minha idéia, desmentida pelos fatos. Os meus dois livros, ao que parece, servem de fontes de consulta, embora em nenhum momento, ao escrevê-los, eu tenha pensado nessa hipótese. Tenho um livro concluído que não pretendo publicá-lo, trabalho em três projetos, dois dos quais bastante avançados em que talvez não os publique. Num país com a nossa cultura todos os livros têm que ser divulgados pelos autores pouco conhecidos, o que para mim é constrangedor. Invejo o suíço Saussure que não chegou a escrever livro, embora tenha criado uma área do conhecimento – a semiótica. Ele ministrou um curso, no seu último ano de vida, ao morrer os que

assistiram ao curso tiveram consciência de que tinham testemunhado algo extraordinário. Procuraram a sua mulher para ver se ela fornecia as anotações, ela informou que ele as jogava no lixo depois de ter dado a aula. Os assistentes do curso juntaram as suas anotações e organi-zaram uma publicação que marcou o século XX. Na realidade hoje escrevo para poder refletir sobre assuntos, mas acho que a sociedade poderá muito bem prescindir das minhas reflexões.

O autor

Crédito da foto: Miranda PFC

Considerações do Dr. José Ruben Alcântara Bonfim, editor de As Bases do Raciocínio Médico

Page 8: Jornal108

8 Jornal Conselho [email protected]

FECHANDO A EDIÇÃO - NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2014

CONSTRUÇÃO DA NOVA SEDE DO CREMEC

Fachada da nova sede Hebert dos Reis explica sobre o andamento da construção

Presidente e vice presidente do CREMEC

Vista do jardim-mezanino da nova sede

Instalações internas (salas e plenário)

O presidente e o vice presidente

do Conselho Regional de Medicina

do Estado do Ceará, respectivamente

Ivan de Araújo Moura Fé e Helvécio

Neves Feitosa, estiveram presentes

à construção da nova sede do

CREMEC, localizada na Avenida

Antônio Sales, entre as ruas

Antônio Augusto e João Brígido.

Inspecionaram o andamento da

obra. Por ocasião da vistoria, o

assessor Hebert dos Reis forneceu

pormenores sobre o que está

sendo construído. Nos flagrantes

fotográficos, detalhes da visita.