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Ribeirão Preto/SP Outubro/2014 Série 2 Nº 249 R$ 20,00 O SETOR PEDE ÁGUA Como as usinas brasileiras estão se preparando para enfrentar uma possível crise hídrica RODRIGO PETTERSON Reúso de água na Usinas Itamarati MASTERCANA NORDESTE Recife - 13 de novembro MASTERCANA BRASIL São Paulo - 24 de novembro

JornalCana 249 (Outubro/2014)

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O Setor pede Água!

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Ribeirão Preto/SP Outubro/2014 Série 2 Nº 249 R$ 20,00

O SETOR PEDE ÁGUAComo as usinas brasileiras estão se preparando para enfrentar uma possível crise hídrica

RODRIGO PETTERSON

Reúso de água na

Usinas Itamarati

MASTERCANA NORDESTE

Recife - 13 de novembro

MASTERCANA BRASIL

São Paulo - 24 de novembro

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ACIONAMENTOSZANINI RENK 16 35189001 15

SEW - EURODRIVE 11 24899078 27

AÇOSJATINOX 11 21720405 64

ANTI - INCRUSTANTESPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 26

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES

BACTERIANASBETABIO / WALLERSTEIN 11 38482900 68

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 26

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 71

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 6

BMA BRASIL 11 30979328 33

ENDRESS + HAUSER 11 50334333 45

METROVAL 19 21279400 30

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISVIBROMAQ 16 39452825 106

BIG BAG'SSOLUÇÕES 16 38182305 100

BOMBAS HIDRAULÍCASHELIBOMBAS 16 33335252 74

CALDEIRASENGETUBO 19 34343433 16

ENGEVAP 16 35138800 86

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 16

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESRODOTREM 18 36231146 84

SERGOMEL 16 35132600 39

CATRACASSISPONTO 35 38510400 100

CENTRÍFUGASBMA BRASIL 11 30979328 33

VIBROMAQ 16 39452825 106

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 6

COLHEDORAS DE CANACASE IH 41 21077400 5

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E

SERVIÇOSARGUS 19 38266670 9

CONSÓRCIOSAGRABEN 19 34758101 37

CONSULTORIA INDUSTRIALBMA BRASIL 11 30979328 33

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALBOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 66

CPFL BRASIL 19 37953900 69

CONTROLE DE FLUÍDOSMETROVAL 19 21279400 30

CONTROLE DE UMIDADEMUNTERS 41 33175050 63

CORRENTES AGRÍCOLASSUDAMERICA 11 55484226 101

CORRENTES INDUSTRIAISPROLINK 19 34234000 13

DEFENSIVOS AGRÍCOLASBASF 11 30432125 2

BAYER 11 56947251 108

DOW AGROSCIENCES 11 51889000 77

DUPONT 11 41668683 23

IHARABRAS 15 32357914 25

STOLLER 19 37071200 65

DESTILARIASCONGER 19 34391101 82

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 38

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃOCPFL BRASIL 19 37953900 69

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOSCPFL BRASIL 19 37953900 69

CPFL SERVIÇOS 19 37562755 24

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 16

ENFARDAMENTO

OKUBO 16 35149966 11

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 82

ENGEVAP 16 35138800 86

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 16

ENGENHARIA INDUSTRIALBMA BRASIL 11 30979328 33

ENGRENAGENSMARTIN SPROCKET & GEAR BRASIL 19 38779400 28

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAPS COMP ELÉTRICOS LTDA 11 56450800 67

AUTHOMATHIKA 16 35134000 6

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOSHELIBOMBAS 16 33335252 74

ESPECIALIDADES QUÍMICASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 26

QUÍMICA REAL 31 30572000 20

EVAPORADORESBMA BRASIL 11 30979328 33

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 1

FEIRAS E EVENTOSREED ALCANTARA 11 30604942 78 E 85

FERRAMENTASLEMAGI - SP 19 34431400 82

FERRAMENTAS PNEUMÁTICASLEMAGI - SP 19 34431400 82

FERTILIZANTESPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 26

STOLLER 19 37071200 65

FIOS E CABOSSOLUÇÕES 16 38182305 100

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 89

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 21

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 30

INSUMOS AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 26

ISOLAMENTOS TÉRMICOSREFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 105

LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGSDESTAK IDEIAS 17 33611575 76

LONAS PLÁSTICASOKUBO 16 35149966 11

BUSCARIOLI 11 26183611 83

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS CASE IH 41 21077400 5

MATERIAIS RODANTESITR SOUTH AMERICA 11 33407555

MOENDAS E DIFUSORESZANINI RENK 16 35189001 15

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 82

ENGETUBO 19 34343433 16

ENGEVAP 16 35138800 86

NUTRIENTES AGRÍCOLASIHARABRAS 15 32357914 25

KIMBERLIT 17 32791500 79

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 26

UBYFOL 34 33199500 7

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASUNIMIL SOLUCOES EM COLHEDORAS 19 21050800 41

PENEIRAS ROTATIVASVIBROMAQ 16 39452825 106

PINTURAS EM GERALCOLORBRAS 16 39426852 106

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 21

PLANTAS INDUSTRIAIS

BOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 66

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 1

PRODUTOS QUÍMICOSBASEQUÍMICA 16 21011200 86

BETABIO / WALLERSTEIN 11 38482900 68

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 26

REDUTORES INDUSTRIAISZANINI RENK 16 35189001 15

SEW - EURODRIVE 11 24899078 27

REFRATÁRIOSREFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 105

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 08007779070 107

SECADORESBMA BRASIL 11 30979328 33

SEPARADORESMUNTERS 41 33175050 63

SOFTWARESGATEC 19 21060888 70

SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 106

COMASO ELETRODOS 16 35135230 18

MAGISTER 16 35137200 17

SUPERFÍCIES - TRATAMENTO E PINTURAIRBI MÁQUINAS 18 36315000 93

SUPRIMENTOS DE SOLDACOMASO ELETRODOS 16 35135230 18

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOAVANZI 11 21014069 75

GRUTI BRASIL 16 33294281 87

SOLINFTEC 18 36212182 19

TELECOMUNICAÇÃO / RADIOCOMUNICAÇÃOAVANZI 11 21014069 75

TRANSBORDOSDMB 16 39461800 21

TESTON 44 33513500 1

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTESENGENHO NOVO 21 22230899 29

TRATORESCASE IH 41 21077400 5

TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 106

TUBOS DE CONCRETOENGETUBO IND. 19 34343433 16

TURBINASSIEMENS JUNDIAI 11 45854676 73

VÁLVULAS INDUSTRIAISFOXWALL 11 46128202 72

TECNOVAL 16 39449900 14

VEDAÇÕES E ADESIVOSFLUKE 19 32733999 97

Outubro 2014ÍNDICE DE ANUNCIANTES6

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E S

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Outubro 2014 CARTA AO LEITOR 7

NOSSOS PRODUTOSPUBLICAÇÕES

JornalCana - O MAIS LIDO!Anuário da Cana

Brazilian Sugar and Ethanol GuideA Bíblia do Setor!JornalCana Online

www.jornalcana.com.brBIO & Sugar

International MagazineMapa Brasil de Unidades Produtoras

de Açúcar e Álcool

EVENTOS

Prêmio MasterCanaTradição de Credibilidade e Sucesso

Prêmio BestBIO BrasilUm Prêmio à Sustentabilidade

Fórum ProCanaUSINAS DE ALTA PERFORMANCE

SINATUB TecnologiaLiderança em Aprimoramento Técnico e

Atualização Tecnológica

DIRETORIAJosias Messias [email protected]� Controladoria Mateus Messias [email protected]

REDAÇÃO� Editor Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis - [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected] Barci - [email protected] Bernardes - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ADMINISTRAÇÃO� Gerente AdministrativoLuis Paulo G. de Almeida [email protected][email protected]@procana.com.br

TIC E PLANEJAMENTOAsael Cosentino [email protected]

EVENTOS E PÓS-VENDASThaís Rodrigues [email protected]

MARKETING� Gerência Fábio Soares [email protected]

PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected]

ASSINATURAS EEXEMPLARES11 3512.9456www.jornalcana.com.br/assinaturas

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroenergético de informações

relevantes sobre fatos e atividades relacionadas àcultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e

organizar eventos empresariais visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor

(humano, socioeconômico, ambiental etecnológico);

� Democratizar o conhecimento, promovendo ointercâmbio e a união entre os integrantes;

� Manter uma relação custo/benefício que propicieparcerias rentáveis aos clientes e demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 — Ribeirão Preto — [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios &Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores(ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida a reprodução, total ouparcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquermeio ou processo, sem autorização expressa. A violação dosdireitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos,do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122,123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Em busca darentabilidade

Qual ação é sua prioridade em busca da rentabilidade na safra 2014/15? Fiz estapergunta a seis reconhecidos executivos de usinas no Fórum ProCana Usinas de AltaPerformance, que realizamos neste mês, em Ribeirão Preto (veja cobertura completa doevento nesta edição).

Três das respostas, ou seja, 50% dos participantes disseram que o foco é oaprimoramento na gestão, com capacitação de pessoas e integração de equipes. Os outrostrês disseram, respectivamente, que a prioridade é ganhar escala de produção e ampliar areceita a partir da cogeração de energia, melhoria na manutenção dos equipamentos eaproveitamento da biomassa, fazendo a unidade produzir 360 dias no ano.

Estas respostas são sintomáticas. Revelam que, sem investimento em gestão, dificilmenteas usinas superam a crise atual. Peraí, não estou dizendo que a maioria das usinas nãoinveste em gestão, mas que foi quebrado o paradigma de gestão até então adotado!

O aumento na complexidade e nos custos de produção, a competição pela mão de obra, odifícil acesso a capital, além do crescimento constante das exigências legais impostas àsempresas, são questões que vêm desconstruindo o modelo de gestão do setor e impondograndes desafios aos executivos e gestores das usinas e grupos produtores. Por outro lado,ficou provado que a aplicação impositiva de modelos corporativos extrassetor, normalmentepor empresas de capital estrangeiro, podem se transformar em verdadeiros desastreseconômicos.

Aliás, o "novo" paradigma de gestão que demonstra consistência de rentabilidade esustentabilidade é um antigo conhecido do setor. Ele alia estratégias que são fundamentadasno ambiente de produção e reconhecimento pela população local; gestores comprometidoscom resultados e com as pessoas; e a incorporação de metodologias e tecnologias inovadoras,mas já consagradas em empresas similares ou em outros segmentos.

Uma destas metodologias, dentre os diversos casos de sucesso apresentados no Fórum,deixou demonstrado que o setor pode aumentar a produtividade em até 47%, com reduçãode até 30% na folha de pagamento.

No evento, Vital Balboni, CEO da ABS Consultoria, relatou os resultados alcançados coma implantação da Excelência Operacional em mais de dez usinas. “Depois de mais de 160mil horas de trabalho, concluímos que, por meio de ferramentas de gestão é possível mudar arealidade de muitas empresas do setor.”

Exatamente por acreditar na capacidade das pessoas e das empresas em transformarcrises em oportunidades através da gestão é que nós da ProCana Brasil ousamos organizar oFórum Usinas de Alta Performance e criar o Pró-Usinas, portfólio que vem facilitar o acessodos tomadores de decisão a soluções que permitam as usinas superarem os constantesdesafios do mercado sucroenergético e permanecerem competitivas e sustentáveis.

Afinal, com estratégia e boas práticas de gestão, sempre é possível ser mais,especialmente, mais rentável!

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .12 e 13� Controladoria subsidia decisões e procedimentos

Usinas de Alta Performance . . . . . . . . . . . . . . . .14 a 29� Palha para cogeração de energia é nova fronteira a ser cruzada

� Usina flex surge como opção na entressafra

� Controle microbiológico aumenta eficiência nas usinas

Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 a 36� Prêmio BestBio destaca ações socioambientais do setor

� Volume de negócios realizados na Fenasucro devem superar R$2,2 bilhões

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 e 38� Maior precipitação de chuvas no Nordeste aumentam a produtividade

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 a 45� Colheita de mudas é a grande vilã do plantio mecanizado

� É preciso infraestrutura para combater a seca

� Pesquisa & Desenvolvimento 46

� Especialista explica os danos da ferrugem alaranjada no canavial

Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 a 62� MasterCana Centro-Sul destaca eficiência e honra lideranças

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63 a 79� Utilização correta de separadores de arraste aumenta produtividade

� Escassez de água preocupa por não ter substituta (Matéria de Capa)

� Tecnologias propõem soluções para a redução de cor

� Mestres da indústria estão antenados nas inovações

� Valorização de equipe é fundamental nos processos industriais

Logística & Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80 a 83� Etanolduto segue no ritmo da crise

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .84 a 87� Seis perguntas para Pedro Mizutani, da Raízen

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88� Mitigar riscos de acidentes aumenta produtividade na indústria

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .90 a 106

QUEM PROCURA ACHA“Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca,

encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.”.

(Fala de Jesus, descrita no verso 8 do capítulo bíblico 7 de Mateus)

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Outubro 2014AGENDA8

A C O N T E C E U

A C O N T E C E

10º CONGRESSO GATUAAcontece de 25 a 27 de

novembro, em Ribeirão Preto(SP) o 10º Congresso AnualGatua — Grupo das Áreas deTecnologia das Usinas deAçúcar, Etanol e Energia. Aedição 2014 pretende atrairseu maior público, oferecendoum conjunto de novidadestecnológicas ligadas ao setorsucroenergético. Hardwares,softwares, serviços e soluções,além de palestras e temastambém voltados às áreaindustrial, agrícola, financeirae controladoria, RH, entre outras. www.congresso.gatua.com.br

2ª REUNIÃO CANAPLAN Em 22 de outubro, a Canaplan reúne produtores

de cana no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto(SP), para divulgar sua reavaliação da safra 2014/15e a visão inicial da 2015/16 na região Centro/Sul.www.canaplan.com.br

SUCROESTEDe 28 a 31 de outubro, no Centro de Convenções

de Goiânia (GO), acontece a 4ª edição da Sucroeste —Mostra Sucroenergética da região Centro-Oeste, quetem como objetivo promover o desenvolvimento daregião que hoje é considerada a maior e atualfronteira agrícola do setor. O evento é voltado paraengenheiros de alimentos, engenheiros de produção,engenheiros químicos, profissionais de tecnologia, deusinas e destilarias, técnicos e compradores.www.reedalcantara.com.br/Calendario-de-Feiras/Feiras-Nacionais/Sucroeste/

HOMENAGEMHenrique Vianna de Amorim,

presidente da Fermentec, foihomenageado durante a conferênciaque marcou os 75 anos do SugarProcess Research Institute, o SPRI. Oevento, que aconteceu de 29 de agostoa 3 de setembro, é realizado a cadadois anos e para esta edição a sede foia cidade de Ribeirão Preto (SP).

A cada edição um cientista éhomenageado em reconhecimento ao

seu trabalho realizado para obenefício técnico-científico do setor.Amorim recebeu o prêmio das mãosdo diretor do SPRI, Doug Emek, porseu pioneirismo e contribuição àotimização dos processos defermentação alcoólica e controle dasetapas de produção do açúcar, alémde seu papel no networking mundialpara a evolução tecnológica do setorsucroenergético.

MASTERCANA NORTE-NORDESTE E BRASILA edição Nordeste do MasterCana será realizado no dia 13 de novembro, em

Recife (PE). Em 24 de novembro, será realizado o MasterCana Brasil, em SãoPaulo, capital.www.mastercana.com.br

GERHAI DISCUTE PAPEL DO LÍDER MODERNO A última reunião do Gerhai (Grupo de

Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria)no dia 26 de agosto, em Sertãozinho (SP),discutiu o papel do líder moderno nasorganizações. Além desse tema, as palestrasabordaram: A nova legislação de emplacamentode máquinas agrícolas; Terceirização, osprincípios das atividades fins e meios; CaseRaízen: qualificação profissional sobre rodas e aVisão acadêmica do setor sucroenergético -perspectivas e a atuação de recursos humanos.

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Outubro 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO12

Informações geradas pelaatividade são utilizadaspara análises deinvestimento edemonstraçõesfinanceiras

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A controladoria é de importânciafundamental para a implantação – etambém preservação – de um sistemaeficiente de gestão empresarial, poisprocura suprir os tomadores de decisõescom informações adequadas por meio dodesenvolvimento de processos íntegros,conforme explicações de Antonio CelsoRoxo, gerente de controladoria da UsinaBatatais, de Batatais, SP.

Segundo ele, nos períodos de crise,costuma-se olhar com mais atenção para acontroladoria. “É importante ressaltar, noentanto, que o melhor momento paraestruturar as atividades da área não édurante a crise, pois não haverá tempo nemcapital financeiro para investir nos recursosnecessários (pessoas e sistemas)”, afirma.

O ideal é que haja uma estruturaçãoda controladoria nos melhores momentospara que seja investido tempo suficienteno conhecimento do cenário da empresa –enfatiza.

As empresas que não contam com

uma controladoria estruturada acabamenfrentando inclusive maiores dificuldadespara gerenciar as dificuldades decorrentesda crise que afeta o setor.

Antonio Celso observa que asinformações geradas pela controladoria sãoutilizadas para orientar diversas decisões eprocedimentos, como análises deinvestimento, fluxos de caixa,demonstrações financeiras, entre outros.

“E quanto mais apurada for ainformação, mais condições terá a

controladoria de identificar possíveis errose trabalhar na correção dos mesmos,estejam eles em processos externos queimpactem a informação, ou mesmo emprocessos internos”, comenta.

O papel desempenhado pelacontroladoria é considerado fundamentalpara a administração de custo, orçamento,fluxo de caixa e endividamento daempresa. “No setor, que têm o preço deseus produtos dado pelo mercadointernacional ou mesmo impactado por

políticas governamentais, a gestão de custosé mandatória”, afirma.

De acordo com o gerente decontroladoria da Usina Batatais, processosbem implementados de planejamentofinanceiro (orçamentos, projeções de fluxode caixa e endividamento), além depossibilitar um bom acompanhamento docusto realizado a cada período, sãodiferenciais importantes para amanutenção da saúde financeira daempresa.

Controladoria subsidia decisões e procedimentos

O trabalho de sistematização dedados, realizado pela controladoria ésempre relevante para a gestão e aredução de custo. O papel de supridora deinformações desempenhado por essaatividade ganha ainda maior importânciaem períodos de crise.

É a controladoria que pode revelar,de uma maneira ou de outra,determinados custos que não sãoidentificados, em um primeiro momento,pelos gestores de usinas, como gastos comveículos de coordenadores dedeterminados setores que percorrem asáreas de cana para o acompanhamentodas atividades. Esse trabalho pode serainda ampliado – dizem especialistas – seforem quantificadas algumas perdas edesperdícios que ocorrem no processo deprodução agroindustrial.

Além de identificar esses valoresocultos que oneram as operações, acontroladoria deve disponibilizar,principalmente os indicadoresespecíficos de cada área, comorendimento industrial, gastos comadubo, rendimento da colheita,qualidade da cana, entre diversas

informações, subsidiando os gestorespara que possam adotar medidasassertivas em relação à redução econtrole de custos. (RA)

Atividade é relevante paragestão e redução de custo

A implantação e o funcionamentoeficiente da área de controladoriadependem da criação de umainfraestrutura específica e adequada. Paraque a atividade tenha uma performancepositiva é preciso contar com pessoas bempreparadas, realizar a interface com a TI –Tecnologia da Informação e desenvolverum processo de mudança de cultura naempresa.

Ferramentas de TI são consideradasinclusive essenciais para dar suporte aotrabalho desenvolvido pela controladoria.Mas, para que esses recursos funcionemde maneira satisfatória, existe anecessidade de integração dacontroladoria com a Tecnologia daInformação, o que inclui a realização dediversos ajustes.

Sem um sistema ERP – EnterpriseResource Planning seria inviável aestruturação e execução dos trabalhosdessa área, pois o volume de processos,informações e registros é muito grande –destaca Antonio Celso, da Usina Batatais.“Além disso, a integridade dasinformações é muito importante para aconfiabilidade junto à direção”, afirma.

É preciso também que as unidades egrupos sucroenergéticos utilizem técnicase ferramentas específicas – observamprofissionais da área – para a construçãode suas informações econômicas. Esseprocesso deve incluir indicadores degestão, comparativos com benchmarkingde mercado, histórico da própriaorganização e orçamento.

A controladoria de qualidade deveestar preparada para disponibilizarinformações adequadas, de maneiraeficiente, facilitando o acesso e a utilizaçãodesses dados por parte dos tomadores dedecisões.

A importância dessa atividade tornou-se ainda maior com o processo deprofissionalização do setor sucroenergéticoque substituiu a gestão empírica dediversas empresas. Até pouco mais de dezanos atrás, o foco das usinas e destilariasestava voltado a operações e produção.

Com a elevação da competitividade ea necessidade de profissionalização dagestão das empresas, as áreas de controlee planejamento estratégico passaram ater um novo “status” nas empresas dosetor. (RA)

Infraestrutura adequadafavorece atuação eficiente

Sistematização de dados é importante

Usina Batatais: controladoria começa ainda no pátio

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Outubro 2014 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 13

Controller precisa ter conhecimento emgestão organizacional

A eficiência nos processos decontrole, organização e planejamentonão requer apenas ferramentas erecursos tecnológicos avançados.Precisa contar também com mão deobra qualificada. Os profissionais queatuam na área de controladoria devemter uma visão estratégica da atividade.

Segundo Antonio Celso Roxo, daUsina Batatais, o controller deve tersólidos conhecimentos nas áreas decontabilidade, tributária, custos,planejamento/orçamento, finanças, terbons conhecimentos em gestãoorganizacional, gestão de pessoas e sercrítico o suficiente para buscar sempre amelhoria dos processos.

O bom relacionamento interpessoalem todos os níveis da organização é outracaracterística importante – observa.

“A formação acadêmica deve ser preferencialmenteem ciências contábeis, mas a formação em áreas afins,como economia e administração também é bastantecomum. Cursos de especialização são importantes paraatualização”, diz.

Existe também a necessidade das empresas contaremcom gestores bem preparados, maduros e com elevado graude discernimento – destacam especialistas da área – paraque o trabalho da controladoria, que não tem a atribuiçãode tomar decisões, seja aproveitado da melhor maneirapossível. (RA)

Controller precisa ter conhecimento

em gestão organizacional Fornecimento deinformações ajudaa corrigir falhas

A ausência de uma controladoria,organizada e estruturada, pode se tornar um“mau negócio” para usinas e destilarias – etambém para empresas de outros segmentos –,chegando a prejudicar e até mesmo acomprometer o processo de gestão empresarial.Sem um trabalho sério e eficiente nessa área,as informações ficarão dispersas, dificultandoo planejamento e a tomada de decisões.

A controladoria apoia e orienta todo osistema de gestão empresarial. É responsávelpor apresentar e analisar indicadores dedesempenho, assegurar a integridade dasinformações econômicas e financeiras daempresa, viabilizar a integração de processos,possibilitar a gestão dos riscos financeiros eoperacionais, criar condições para a utilizaçãodas melhores práticas contábeis, entre outrosprocedimentos.

O diagnóstico de eventuais falhas edesvios nos processos de gestão e ofornecimento de subsídios para corrigi-losestão entre as principais funções dacontroladoria que pode, dessa forma,contribuir para que as metas da empresasejam alcançadas. (RA)

Bom relacionamento interpessoal é característica importante

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Outubro 201414 USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Ruette implantou há três safras a gestão de riscos financeiros

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Toda atividadede agronegócio estásujeita a uma sériede riscos queprecisam serprevistos eadministrados. Essefoi o tom da palestra de Luiz FernandoAbussamra, diretor comercial da UsinaRuette, durante o Fórum ProCana Usinasde Alta Performance, que aconteceu nodia 18, em Ribeirão Preto (SP) e reuniucerca de 60 profissionais de usinasdurante todo o dia, no Hotel JP.

Segundo o gestor, as empresas doagronegócio têm uma exposição ao riscopor produzirem commodities e seremtomadoras de preços. “Por isso, é precisofazer a gestão desse fator de risco: depreços, taxas. Existe um processo para sefazer essa gestão através da identificaçãode riscos, da quantificação desses fatoresde riscos, e depois, escolher os fatores quecausam mais impacto para se trabalharprimeiro”, reforça.

De acordo com ele, cada empresatem seus próprios fatores de riscos, e cadafundo de investimento tem em suacarteira diversos ativos e a composiçãodesses ativos resultarão no perfil de risco.“Temos aprovado a política de gestão deriscos no Conselho de Administração etodo ano a revisamos. Esse processoinclui reuniões semanais e sem dúvida, osresultados trouxeram à Ruette maiortransparência, acesso ao capital, reduçãodo custo de captação, tranquilidade parao acionista. Com isso, erramos menos e oimpacto será cada vez menor naempresa”.

Com essa política, explica o executivo,a empresa se beneficiou daprofissionalização e da implementação dagovernança corporativa. “Isso ajuda aRuette a ter mais uma forma de tomardecisões com métodos quantitativos, comuso da matemática para tomadas dedecisões. O próximo passo para a usina éimplementar na safra 2015/16, uma formamais adequada de acompanhar os limites eas alçadas de cada gestor e os fatores deriscos nas quais são responsáveis,melhorando a quantificação dos valores”.

O gerente participou do evento quereuniu representantes de mais de 20usinas e grupos por meio de palestras eno final, um Painel com GruposProdutores. Participaram do Fórum:Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola daUsina Guaíra / Fazenda Rosário;Fernando Braga Nunes Filho, sócio daValormax e associado FINBIO - Finançase Investimentos para a Bioenergia; JacyrCosta Filho, diretor da Divisão Brasil daTereos (Guarani); Vital Balboni, CEO daABS Consultoria; Antonio Alberto Stuchi,diretor executivo de Produção da Raízen;Vital Nogueira, gerente industrial daUsimat - Campos de Júlio (MT); professorbiomédico Mário César Souza e Silva,diretor da MC Desinfecção Industrial;Antonio Viesser, gerente industrial daTonon Bioenergia - Unidades SantaCândida e Paraíso; Gilmar Galon, gerenteindustrial da PITAA - PitangueirasAçúcar e Álcool; Paulo Donadoni, gerentede Marketing Estratégico CulturasEspeciais e Cana de Açúcar da BayerCropscience; Dario Gaeta, presidente daZanini; René de Assis Sordi, assessor detecnologia do Grupo São Martinho, entreoutros. No final aconteceu o Coquetel doPrêmio BestBIO Brasil 2014.

O Fórum Usinas de AltaPerformance tem como objetivoapresentar casos de resultadoscomprovados no incremento darentabilidade e da competitividade dasusinas, no curto prazo.

Especialista ensina como administrar riscos no setor

Luiz Fernando Abussamra, diretor comercial da Usina Ruette

Público seleto teve acesso a análises aprofundadas sobre o setor

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Outubro 2014USINAS DE ALTA PERFORMANCE 16

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Gustavo Villa Gomes, diretoragrícola da Usina Guaíra/FazendaRosário, foi um dos palestrantes doFórum ProCana Usinas de AltaPerformance, com o tema“Planejamento estratégico com focoem inovação tecnológica e altaprodutividade agrícola”. Gomes falou entre outros assuntossobre como atingir altos índices de produtividade ao longodos ciclos do canavial e dessa forma tornar o setor maiseficiente, através do manejo integrado de pragas(cigarrinha e broca) e adubação utilizando silício. Alémdisso, a colheita mecanizada da cana-de-açúcar em 100%da área, o uso de corretivos de solo como parte daestratégia para aumentar a produtividade agrícola.

Gomes pontuou a importância da rotação de culturausando a soja, já que esta prática influi positivamente narecuperação, manutenção e melhoria dos recursosnaturais com mínima alteração ambiental, além depreservar as características físicas e químicas do soloauxiliando no controle de plantas daninhas, doenças epragas. “Até hoje não tem nenhuma área que entramoscom o plantio de soja, logo após plantando cana-de-açúcar,em que ela tenha sido menos produtiva. Hoje, se nóstivéssemos condição de colocar a rotação de soja em 100%da nossa área, nós o faríamos. É sem dúvida um dosnossos maiores sucessos”, afirma.

O executivo também ressaltou a utilização detecnologias de ponta e inovações tecnológicas com autilização de softwares. “A administração da Usina Guaírausa softwares para ser cada vez mais assertiva, como oIplan — Planejamento de plantio e produção, Ipop —

Planejamento das operações e custeio, o de carregamento etransporte, e de visualização temática” explicou.

Diante de um panorama tão positivo de aumento deprodutividade, mesmo em meio à crise do setor, paraGomes não existe uma receita para aumentar a eficiência,muito menos um único fator preponderante. “A altaprodutividade da Usina Guaíra é resultado de um conjunto

de fatores. São manejos pontualizados, o conjunto detécnicas de manejo das operações para a obtenção dessaalta produtividade. Ano passado nós fechamos comprodutividade média de 103,5 toneladas por hectare e amédia para a região de Ribeirão Preto está em 94toneladas por hectare, nosso ATR ficou em 136 enquantoas outras na região ficaram em 92”, explicou.

Tecnologia e manejo resultam em alta produtividade agrícola

Gustavo Villa Gomes: uso de softwares gera maior assertividade

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Outubro 2014 USINAS DE ALTA PERFORMANCE 17

“É preciso inovar dedentro para fora, e nãoesperar que o governoencontre soluções”, dizespecialista

ANDRÉIA MORENO, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Com o atualmomento em que osetor sucroenergéticoatravessa e asmudanças demercado, o índice deexigência dos Bancostambém aumentou. Assim, existem regrasbásicas e pontos chaves para um processode reestruturação e geração de valor nomomento atual. É isso que Fernando BragaNunes Filho, sócio da Valormax eassociado Finbio (Finanças e Investimentospara a Bioenergia), abordou em suapalestra no Fórum ProCana Usinas de AltaPerformance , no dia 18 de setembro, emRibeirão Preto (SP). “Para se reestruturar épreciso ter uma gestão profissionalizada,governança corporativa, planejamento queintegre todas as áreas, introdução à culturagestão organizacional, mensuração dedívidas e das contingências, utilizarferramentas de acompanhamento controle,

adequação de fluxo de caixa a curto, médioe longo prazos, geração de excedentesfinanceiros e otimizar custos e despesas. O recursos humanos precisa trabalhar em

prol do comprometimento dosprofissionais, investir em treinamentos.A diretoria tem que assegurar oequacionamento dos passivos e buscar

sempre opções que tragam lucros, entreoutras”, ressalta.

Segundo ele, nos últimos 20 anos, omercado financeiro se sofisticou e cada vezmais, aumenta o nível de exigência porparte dos financiadores. “Se a empresa nãoacompanhar essa mudança, certamente oacesso ao mercado financeiro será menor.Os Fundos de Investimento têm intençãode financiar projetos de consolidação e nãouma empresa familiar ou individual querepita as mesmas formas sempre”, diz.

O gestor explica que o maisimportante é gerar valor através de altaperformance para sobreviver no longoprazo e valorizar seu ativo para ser umplayer interessante nesse novo ambiente deconsolidação.

Os Bancos estão exigindo que ostomadores de recursos se sofistiquem eapresentem resultados condizentes e paraisso, ele aponta alguns fatores como: tertransparência, fazer gestão com um timequalificado e experiente, ter uma gestãoprofissionalizada, coesa, que siga regras eas áreas não podem agir de maneiraautônoma. “É preciso ter um planejamentotransparente e exequível. A corporaçãoprecisa construir um planejamento que écapaz de seguir, e obviamente, gerar caixapositivo. A crise é extrema, por isso hámaior exigência de garantia. O processo degeração de valor demora duas safras, masse começar logo, logo o resultado virá”,finaliza.

Executivo ensina caminho da reestruturação e geração de valor

Fernando Braga Nunes Filho: mercado financeiro se sofisticou

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Outubro 201418 USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Sustentabilidade é o fundamento para superar desafios do mercado PATRÍCIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Jacyr CostaFilho, diretor daDivisão Brasil daTereos (Guarani)falou no último dia 18de setembro, noFórum ProCana deUsinas de Alta Performance, sobre asustentabilidade como estratégia parasuperar os desafios do mercadosucroenergético.

Jacyr Costa Filho é diretor da DivisãoBrasil da Tereos, grupo agroindustrialcooperativo francês, especializado naprodução e transformação de beterraba,cana-de-açúcar e cereais, que temregistrado, nestes últimos 20 anos, umcrescimento na produção de açúcar, amidoe etanol.

A empresa é a terceira maiorprodutora de açúcar do Brasil e terceiramaior produtora de amido e derivados daEuropa. Jacyr informou que continuaminvestindo para expandir ainda mais acapacidade de processamento das unidadesem território nacional em 3,5 milhões detoneladas, além de aumentar a produção deetanol para consolidar uma posição maisrelevante no mercado mundial.

— A geração de energia a partir dobagaço de cana-de-açúcar no Brasil é umagrande oportunidades de mercado. Nósestimamos que a energia gerada a partir dacogeração de biomassa atualmente atende a3% da demanda de eletricidade do Brasilem curto prazo e tem potencial paraatender até 15% da demanda deeletricidade no médio prazo — explicouJacyr. “Estamos investindo para aumentara capacidade de nossas vendas de energiaanual para 1.200 GWh até 2015/2016”.

O empresário citou o desenvolvimentode um mercado industrial para produção

de açúcares com a finalidade de agregarmais valor. Lembrou também a parceria daTereos Internacional com a Petrobras e seuacordo de investimento com a usinaGuarani, investimento voltado para ganhosde produtividade.

O profissional mostrou-separticularmente preocupado com osproblemas de logística dentro do mercadoaçucareiro brasileiro. "Só iremos crescerquando o mercado precisar de mais açúcar,o que não acontece neste momento, já que aprodução mundial vai superar a demandapelo quarto ano consecutivo, pressionandoos produtores com a queda dos preços nomercado mundial. De qualquer maneira, sea situação fosse diferente, num caso denecessidade de oferta, nós teríamos umacapacidade de estocagem no Brasil de 30%da nossa produção, diferente de outrospaíses produtores de açúcar no mundo. Issocria um desequilíbrio prejudicial para osprodutores brasileiros", observou.

Costa Filho lembrou ainda que oetanol pode resolver o problema dapoluição, que chega a índices altíssimos empaíses como a China. Grande importadora,com 280 mil toneladas de açúcar em julho,o que foi praticamente o triplo do que foiimportado em junho, a China temcapacidade de estocagem para demandainterna por um ano e meio, lembrou Jacyr emostrou o paradoxo: “Nós, que somos omaior produtor, não temos capacidade dearmazenamento de nossa própriaprodução. Temos problemas sérios delogística neste país”.

Neste momento de crise, o empresárioressaltou a ineficiência da legislaçãobrasileira e a falta de uma estrutura que secoadune com a importância do setor para aeconomia do país. "Precisamos mostrarpara o governo a importância do nossosetor, para nossa economia e o nosso etanolcomo solução de problemas de poluição nomundo”, finalizou. Jacyr Costa Filho: problemas de logística no mercado açucareiro precisam ser resolvidos

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Outubro 2014USINAS DE ALTA PERFORMANCE20

ANDRÉIA MORENO, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Do ponto devista da mão de obra,do trabalho efetivo,existe espaço paracrescer em 45% a47% emprodutividade nosetor sucroenergético e com efetivo demenos de 30%. A frase é de Vital Balboni,CEO da ABS Consultoria, que participoudo Fórum ProCana Usinas de AltaPerformance, no dia 18 de setembro, emRibeirão Preto (SP).

“Nos ativos podemos ter umincremento de mais de 30% e isso acabana redução entre custo de ativo e de suamanutenção, em torno de 27%”, revela.

No evento, relatou os resultados queconquistou com a excelência operacional.“Depois de mais de 160 mil horas detrabalho, cheguei à conclusão que aprodutividade é um problema do setorsucroenergético. O segmento acomoda-secom a rotina mas existe espaço paraaumentar a produtividade”, conclui.

No geral, o estudo de Balboni revelouuma produtividade muito baixa no setorsucroenergético, o que significa, segundoele, oportunidade para eliminar atividadesque não agregam valor, sem investimentode capital.

De acordo com Vital balboni, a

grande discussão é descobrir qual melhormodelo a seguir, que gaste menos tempona hora da atividade. “Encontramos umafalha em conseguir fazer com que o médiogestor leve em consideração o melhor usodesse recurso tempo, pois 65% de seutempo é perdido em uma atividade. Épreocupante como em quase metadedessas horas o operador está parado e sematividade aparente, em processo deexecução”, admite.

De forma geral o gestor conclui quetanto na área agrícola como na industrial,há baixa produtividade nas atividades, eum dos pontos mais citados na palestrasfoi a falta de vontade em seguir as normaspré-estabelecidas, de manter sequências deatividades e da excessiva perda de tempo.

“A dependência dos mais antigosancorados nos procedimentos que olevaram ao sucesso e a falta deuniformidade desse fluxo de trabalho sãoproblemas no segmento sucroenergético.Um procedimento na sala de treinamentonão é sempre o que ocorre na realidade eleva à baixa produtividade. Sugiro que osgestores fiquem atentos para equilibraresses pontos. É preciso ter um sistema deinformação, com registros do passado eelaborar procedimentos. Também épreciso saber como sua empresa estáestruturada na rotina de organização,como distribui seu tempo para cuidardaquilo que dá resultado, ter foco, atitudee trabalhar as habilidades “, afirma.

Setor pode aumentar produtividade da mão de obra em até 47%

Vital Balboni: o segmento acomoda-se com a rotina

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Outubro 2014 USINAS DE ALTA PERFORMANCE 21

PATRÍCIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

O aproveitamento integral damatéria-prima e das plantasindustriais foi tema abordado porAntonio Alberto Stuchi, diretorexecutivo de produção da Raízen noFórum ProCana Usinas de AltaPerformance, no último dia 18 desetembro, em Ribeirão Preto (SP).

Para Stuchi, o uso do potencial da biomassa e davinhaça como alternativa para aumentar a rentabilidadedo setor, além da cogeração de energia elétrica e etanolcelulósico são fatores importantíssimos a seremconsiderados.

“Precisamos usar a palha para cogeração de energia epara a produção de etanol celulósico. É uma nova fronteiraque está aparecendo em nosso negócio e devemosaproveitar, dedicar mais atenção para a produção de etanolcelulósico, porque futuramente pode vir a ser nossasalvação. Se convertermos metade da palha das nossasusinas, poderíamos aumentar 25% do nosso rendimento deetanol por hectare. Portanto acredito que devemos estudaro assunto a fundo. Variedade de cana-de-açúcar é umacoisa para médio e longo prazos. Mas não vamos conseguiruma curva de aumento de produtividade com a cana damaneira que conseguimos com a soja e o milho”, alertou.

Diante da crise que afeta o setor há anos e falta depolíticas públicas coerentes com o papel do setor naeconomia brasileira, as empresas têm trabalhado com umamargem muito apertada de lucratividade, além de muitapressão em relação aos custos de produção na tentativa deaumentar a produtividade agrícola ao máximo, ponderouStuchi. “A única maneira de sair da crise é aumentando a

eficiência agrícola e industrial. É preciso encontraralternativas inovadoras para superarmos nossasdificuldades e aumentar a eficiência a qualquer custo.Temos muita dificuldade para aumentar a produtividade.

Se calcularmos o que conseguíamos antigamente e o queconseguimos hoje, o valor é imensamente maior. Masdevemos lembrar que estamos em meio a uma criseterrível. Deveríamos ter uma política de preço razoável.

Palha para cogeração de energia é nova fronteira a ser cruzada

Antonio Stuchi: biomassa e vinhaça são alternativas para aumentar rentabilidade

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Outubro 2014USINAS DE ALTA PERFORMANCE22

Usimat fatura cerca de 60 milhões comfabricação de etanol de milho

ANDRÉ RICCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

"Temos queesquecer o governo eencontrar novassoluções. É assim quesairemos da crise". Afrase é de VitalNogueira, gerenteindustrial da Usimat, durante palestra noFórum ProCana de Usinas de AltaPerformance, realizado em 18 desetembro, em Ribeirão Preto (SP).

Há três anos, a Usimat, localizadaem Campo de Júlio, no Mato Grosso, temincrementado seu orçamento com aprodução de etanol de cereais como milhoe sorgo granífero de novembro a abril.

A chamada 'usina flex’ foi construídaanexa à convencional, utilizando parte desua estrutura, diminuindo os investimentoe otimizando a produção. “A ideia é tirar aociosidade e agregar valor aumentando areceita da empresa. Até os colaboradoressão flex, pois os coloco na fábrica de etanolde grãos na entressafra, proporcionandotrabalho o ano todo”, diz o representante.

De início, ainda em teste, foramproduzidos 15 mil toneladas de cereais,que geraram 5.400 m³ de etanol. Nesseperíodo, a moagem de cana estava em 439mil toneladas e 37 milhões de litros deetanol de cana.

Para 2014/15, a moagem de cereaisestá estimada em 110 mil toneladas e42.000 m³ de etanol, e a de cana, previstaem 900 mil toneladas e 74 milhões de litrosde etanol. “A fábrica fatura cerca de R$ 60milhões na entressafra. O negócio mudoudiretamente o caixa da usina e depois de

três anos posso dizer que deu certo. Hojepensamos em aumentar a área de milho,não de cana”, afirma.

Vital elenca como principais vantagensdo cereal o fácil manuseio, pouca oscilaçãoda qualidade da matéria-prima epraticamente isento de impurezas, altorendimento — enquanto uma tonelada decana produz de 70 a 85 litros de etanol, atonelada do milho varia de 370 a 410 litros—, além do fato de poder ser armazenadopor longos períodos (2 a 3 anos). Já comodesvantagem, lembra que o milho não gerabiomassa para produzir energia.

SUBPRODUTO TAMBÉM É COMERCIALIZADOUm importante alimento animal,

extraído do processamento de milhodurante a produção de etanol, também écomercializado pela Usimat. Trata-se dofarelo seco (DDGS – Dried DistillersGrains with Solubles), um subproduto doprocesso utilizado como fonte deproteínas para alimentação animal suínae pecuária. “Durante o processo defabricação se extraí 20% de farelo portonelada de milho moída, com venda emmédia a R$ 500,00 por tonelada até R$700,00 e com 33% a 36% de proteínas. O

investimento se paga rapidamente comprojeção de quatro anos”, avalia VitalNogueira.

Para se tornar rentável, ele diz serpreciso analisar a região em que se estálocalizado, tanto para comercializar osubproduto, quanto para comprar omilho. “Se estiver perto de uma áreapecuária é possível vender o farelo denovembro a abril. Em média, estamos há 300 quilômetros da regiãoconsumidora, mas nosso produto se vende ainda na safra devido à grandeprocura”, finaliza.

Usina flex surge como opção na entressafra

Vital Nogueira: "Temos de esquecer o governo e encontrar soluções”

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Outubro 2014USINAS DE ALTA PERFORMANCE24

Estruturar trabalho ecapacitar profissionaistorna-se fundamentalneste processo

ANDRÉ RICCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Economizar noprocesso e aumentar aprodução são osgrandes desafiosenfrentados pelasusinas. Durante oFórum Usinas de AltaPerformance, realizado em 18 de setembro,em Ribeirão Preto (SP), diretores e gerentesde grupos produtores debateram formas de sealcançar estes objetivos.

Um dos palestrantes foi Mário CésarSouza e Silva, biomédico-microbiologistaespecializado em desinfecção industrial. Elefalou sobre a importância do trabalho decontrole da contaminação bacteriana noscaldos do processo fermentativo, como mosto,fermento (cuba tratada e não tratada) e dornade fermentação. “Em outros setores, como oalimentício e farmacêutico, a preocupação étão grande que impuseram o controlemicrobiológico para não ter prejuízos em seusprodutos finais”.

Silva é responsável pela elaboração do

Kit MC, que permite quantificar em até 60minutos a contaminação bacteriana noscaldos do processo fermentativo. Trata-se deuma metodologia criteriosa, em uma áreasensível para a produção de etanol e queainda apresenta grande potencial demelhoria, no caso, a fermentação.

A MC Desinfecção Industrial, empresaque coordena, oferece um pacote com o KitMC e o treinamento para o seu devido uso.Este, realizado in loco, busca capacitar osprofissionais do segmento, oferecendo emuma única vez, a oportunidade de váriosfuncionários se especializarem. “Sou eumesmo que treino os profissionais. Temos quequalificar e capacitar o colaborador. Estamosfalando de um investimento mínimo para umretorno enorme. Treinamento leva eficiênciaao controle microbiológico”, afirma.

Durante sua implantação todas asdúvidas dos colaboradores são sanadas atéque estejam seguros para realizar odiagnóstico, escolhendo o tubo correto paracomparar com o ‘Gabarito de Cores’,componente desenvolvido especialmentepara o Kit.

A metodologia foi validada porplaqueamentos com caldo para a série dediluições, corrigidos de acordo com asexigências ambientais e nutricionais dasbactérias fermentadoras encontradas noprocesso industrial, originando o gabarito decores. “Os principais grupos produtores járealizaram testes validando a eficiência do KitMC”, finaliza Mário César.

Controle microbiológico aumenta eficiência nas usinas

Mário César Souza e Silva: ênfase na importância do controle microbiológico

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Outubro 2014 USINAS DE ALTA PERFORMANCE 25

Redução de custo operacional é possível com otimização da mão de obraWELLINGTON BERNARDES, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

A atual situação do setor implicaem planejamentos e estratégias queviabilizem economicamente ofuncionamento da agroindústriacanavieira sem comprometimentosda produção e qualidade. Um dosgargalos vivenciados por AntônioCarlos Viesser, gerente industrial da Tonon Bioenergia, naUsina Santa Cândida foi o elevado custo com mão de obra.Durante sua palestra no Fórum Procana 2014 - Usinas deAlta Performance, no dia 18 de setembro, o gerenteapresentou aos participantes os resultados do programa deotimização das funções de funcionários da área industrial,com redução no Head Count.

Para Viesser, o custo de produção nas unidadesindustriais está cada vez maior, atrelado a este fenômeno,estão os gastos com mão de obra. As usinas produzem 24horas por dia, o pagamento de horas extras é realidade,porém em épocas de baixo faturamento, gestores devemmelhorar suas estratégias operacionais sem perdasprodutivas, a maneira encontrada pela equipe da Tononfoi aumentar a efetividade de seus funcionários, reduzindoo tempo gasto na produção. “Sabemos que nossos produtosnão empatam com os crescentes custo de mão de obra eoperacionais, que subiram aproximadamente 20%. Comonossa produção não aumentou, nosso controle tem quemais criterioso, como a otimização da mão de obra”,explicou.

Antônio, também chamado de Alemão pelos colegasdo setor, ilustrou o sucesso desta iniciativa no GrupoTonon, com a organização e padronização de cargos dentrodo grupo, houve redução de 70% no número de funções

realizadas, passando de 76 para 26 funções. Ação queresulta em entendimento para o funcionário de suasatribuições e melhor articulação e desenvolvimento dasoperações industriais.

O gerente comentou sobre o processo de mudançanesta dinâmica, para Viesser não existe uma metodologia

formada, é preciso aplicar e observar os efeitos. “Nãohouve mudança em nossa produção, sentimos que estemanejo é passível de testes, fizemos arranjos nas equipes epercebemos que a seção nem sentiu as alterações, sãonestes momentos que identificação funçõesdesnecessárias”, concluiu.

Antônio Carlos Viesser, gerente industrial da Tonon Bioenergia

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Outubro 2014USINAS DE ALTA PERFORMANCE26

Manejo correto de matéria-prima resulta sempre em melhores produtos WELLINGTON BERNARDES,

DE RIBEIRÃO PRETO, SP

A biomassaproduzida pelacolheita mecanizadada cana-de-açúcar jápossui importantepapel estratégico pararentabilidadefinanceira da agroindústria canavieira.Matéria-prima para a cogeração em usinas,a antes desvalorizada palha, pode agoraincrementar a produção de etanol.Consciente desta nova dinâmica, GilmarGalon, gerente industrial da PITAA -Pitangueiras Açúcar e Álcool, relatou noFórum Procana 2014 - Usinas de AltaPerformance, no dia 18 de setembro, aexperiência de seu grupo com o manejoadequado deste produto.

A Usina Pitangueiras, conformeafirmou Gilmar, obtém a maior parcela desua cana através de fornecedores. Mais porisso, o gerente industrial enfatizou aimportância de levar conhecimento etécnicas para fidelizar e aumentar suaeficiência. “De toda nossa cana-de-açúcarmoída, cerca de 80% é oriunda defornecedores, são 600 pessoas, quecontribuem com nossa moagemdiariamente. Temos que passar para estesa importância da manutenção daqualidade da cana que chega para aindústria, pois é o produto final que pagatodos os custos da cadeia”, afirma.

Galon ressaltou a importância de levarpara a indústria uma matéria-prima demelhor qualidade, sendo esta a principalferramenta para obtenção de produtossuperiores ao final da etapa industrial,qualidade do etanol e do açúcarproduzidos, passa pela qualidade da canacolhida e processada. Para o gerenteindustrial, o segmento deve ficar atento àeficiência produtiva, para isto é necessárioque desde o início da produção haja amaior qualidade possível, pois será esta

que determinará os melhores números deprodução.

“Nosso objetivo é deixar a palha naparte agrícola, para que haja cogeração enum futuro próximo, a produção de etanol

celulósico. Produzimos 13 toneladas depalha, com meta de reduzir em 60% suapresença na cana”, informou Galon. Acogeração, de acordo com ele, chega comoum estímulo para o manuseio mais

eficiente do material. “Já conseguimosaumentar a receita através da queima dabiomassa. Hoje lucramos R$ 433/MwH enossa expectativa é conseguir emnovembro R$ 700/MwH”, finaliza.

Gilmar Galon: indústria precisa de matéria-prima de melhor qualidade

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Outubro 2014USINAS DE ALTA PERFORMANCE28

Profissionais se reúnem em busca desoluções dentro daspróprias usinas

ANDRÉ RICCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Lamentar a faltade políticas públicasnão foi o foco doFórum Usinas de AltaPerformance,realizado emRibeirão Preto (SP),em 18 de setembro. Ao contrário: gestoresde mais de 20 grupos produtores sereuniram em busca de soluções advindasda troca de conhecimento teórico e daprática nas unidades.

Depois de um dia todo de palestrassoore os mais variados temas, seis gestoresformaram a mesa para um debate: AntonioCarlos Viesser, gerente industrial da TononBioenergia; Gustavo Villa Gomes, diretor

agrícola da Usina Açucareira Guaíra; LuizFernando Abussamra, diretor comercial daUsina Ruette; Gilmar Galon, gerenteindustrial da Usina Pitangueiras; René deAssis Sordi, assessor de tecnologia do

Grupo São Martinho; e Vital Nogueira,gerente industrial da Usimat. A moderaçãocoube a Dario Gaeta, presidente da Zanini.

Os representantes evitaram falar dosproblemas com o governo. O chamado

‘dever de casa’ foi o foco do debate. “Todasas usinas deveriam participar destesencontros. Não por acaso os profissionaisque aqui estão trabalham em empresas dealta performance. Problemas, todas têm,mas eficiência só as que se preparam”,disse Gaeta.

Sobre os caminhos a percorrer,Gilmar Galon lembra da crise hídrica eenergética vivida em grande parte doCentro-Sul. “Terá que chover muito paraencher os reservatórios. Em pouco tempopodemos viver um caos energético. Estarpreparado para atender esta demanda éimportante”.

Em comum, os profissionais citaramcomo prioridade os investimentos em mãode obra, tecnologia e gestão. LuizFernando Abussamra disse que cada usinaprecisa identificar sua principalnecessidade. “É nítido que neste fórumcada participante notou quais os riscos quesua usina corre. Na Ruette, embora aindatenhamos outras áreas importantes, o focoé capacitar pessoas e aprimorar a gestão.Estamos no limiar de um novo tempo esomente as empresas estruturadaschegarão saudáveis a ele”.

Para afastar a crise, só mesmo com alta performance

Gestores à mesa: busca de soluções que surgem na troca de conhecimento

Gustavo Villa Gomes: Açucareira Guaíra vai

focar em gestão de pessoas

René de Assis Sordi, do Grupo São

Martinho: à mercê da condições climáticas

Luiz Fernando Abussamra, da Ruette:

questões de mercado são as mais perigosas

Dario Gaeta, presidente da Zanini: só os

preparados são eficientes

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Outubro 2014 USINAS DE ALTA PERFORMANCE 29

Fórum elenca ações de curto prazo para incrementar a rentabilidade Clima. Mão de

obra. Matéria-prima.Investimentos.Preços. Gestão. Junteo melhor do que estaspalavras significam,aplique-as ao setorsucroenergético e sua retomada estarápraticamente assegurada.

Durante o Fórum Usinas de AltaPerformance estas palavras dominaram opainel, que tinha como objetivo elencarações de curto prazo para incrementar arentabilidade das empresas.

A mesa de debate foi composta porrepresentantes de usinas de diversas regiõesdo país. Cada um pôde relatar quais osmaiores gargalos em cada uma delas.

Na Usina Pitangueiras, no interior deSão Paulo, o problema é matéria-prima.“Estamos em uma área onde existemoutras unidades nos arredores. O trabalhocom fornecedor precisa ser muito bemfeito, se não ficamos sem cana suficiente”,disse Gilmar Galon, gerente industrial daunidade.

Em Mato Grosso, a Usimat temproduzido etanol de milho durante aentressafra, trabalho que mantém oscolaboradores empregados durante o anotodo. Contudo, por estar a 70 quilômetrosda cidade, a usina tem dificuldade emmantê-los. “Não há mão de obracomprometida. Estamos trabalhando paraqualificar os profissionais e fixá-los

conosco. Não adianta investir emcapacitação e depois de um tempo perder ofuncionário. É um risco que se corre, masque trabalhamos para não acontecer”,afirma Vital Nogueira, gerente industrialda Usimat.

O Grupo São Martinho conta comunidades tanto no Estado de São Pauloquanto em Goiás. A empresa é reconhecida

como uma das mais estruturadasatualmente. Ainda assim, René de AssisSordi, assessor de tecnologia do Grupo, dizque existem riscos. “Mesmo investindomuito em tecnologias para aumento deprodutividade, ficamos à mercê dascondições climáticas. Esse ano está mais doque claro isto. Não podemos continuarnesta situação”.

Detentor de duas usinas de cana-de-açúcar, ambas no interior de São Paulo, oGrupo Ruette é um dos poucos bonsexemplos de recuperação econômica nosegmento. A empresa trabalha desde 2009neste sentido, um depois de inaugurar suasegunda unidade. “Identificar e quantificaros riscos que a empresa corre éfundamental. Com este estudo, é possívelcombater, eliminar, transferir ou atéassumir o risco. Questões de mercado sãoas mais perigosas. As variações de preços,índices e taxas podem complicar umaempresa”, afirma Luiz FernandoAbussamra, diretor comercial da Ruette.

Referência quando o assunto éprodutividade agrícola, a Usina AçucareiraGuaíra, no interior de São Paulo, esforça-separa melhorar a gestão de pessoas. “Não ésó produzir a cana. Precisamos deprofissionais capacitados para isso. Nãodeixaremos outras áreas de lado, maspercebemos que precisamos evoluir nestequesito”, disse Gustavo Villa Gomes,diretor agrícola da Usina AçucareiraGuaíra.

Por fim, Antonio Carlos Viesser,gerente industrial da Tonon Bioenergia,reitera a necessidade em se profissionalizaro segmento. “Infelizmente vivemos umapagão de mão de obra. Isso faz com queos gestores repensem o modo de trabalho.Nosso setor é carente de profissionalizaçãoe não há espaço para colaboradoresdespreparados”. (AR)

Vital Nogueira, da Usimat: qualificar e fixar os profissionais

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Outubro 2014USINAS DE ALTA PERFORMANCE30

WELLINGTON BERNARDES,

DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Paulo Donadoni,gerente de marketingestratégico paraculturas especiais ecana de-açúcar daBayer, apresentou aCertificação Valorepara os participantes do Fórum Procana2014 – Usinas de Alta Performance. Éuma ferramenta que agrega redução decustos, com segurança social e ambiental,para incrementos produtivos de maneiraresponsável e padronizada.

A certificação do setor gera maiorcredibilidade para todos os envolvidos,agregando valor e informação em todo ofluxograma. Com isto há maior segurançada qualidade e origem. Neste processo hávisão holística, ou seja, uma preocupaçãocom todas as etapas produtivas e pessoasenvolvidas, medidas que garantem umproduto oriundo de uma cadeia maiseficiente, que segue e respeita normassociais e ambientais.

Donadoni explicou que aCertificação Valore entrou no setor com aproposta de fortalecer toda a cadeia, coma produção sustentável de cana-de-açúcar.“Precisamos de uma abordagem holística,incluindo todas as partes envolvidas paraavançarmos na segurança alimentar

mundial”, explica.A adequação às normas

estabelecidas por esta fornece ganhosprodutivos baseados em boas práticasambientais e sociais, para isto, hácapacitação de todos os atuantes, paraentendimento dos benefícios àsnormatizações estabelecidas pela Valore.A certificação, que pode ser realizadapara grupo de fornecedores ou usinas,possui protocolos específicos para acultura da cana-de-açúcar, esta adoção depadrões criteriosos para homogeneizar aprodução, resulta em visibilidade seusadeptos.

Desta maneira a Bayer disponibilizaao mercado canavieiro uma sólidaferramenta para o fortalecimento doaçúcar e etanol, mais que cumprimento apadrões ambientais e sociais, o setorconta com uma nova estratégia demarketing, que credita a capacitação doelevado nível técnico da produçãoagrícola e industrial.

Segundo a Bayer, o programa Valorevisa a produção sustentável da cultura eproporciona benefícios a diferenciaçãodos produtos originados, aplicação deboas práticas agrícolas, como manejo dafertilidade e uso responsável dos recursosnaturais. Donadoni afirmou que para osparceiros do programa Valore, háassistência técnica e expertise deprofissionais da empresa em todas asetapas de implantação da certificação.

Cana certificada proporciona maior credibilidade a toda a cadeia

Paulo Donadoni, da Bayer: abordagem holística

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ANDRÉ RICCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

O Prêmio BestBIO 2014 revelou em18 de setembro os melhores cases epersonalidades de destaque nas áreas debiocombustíveis, bioenergia,bioeletricidade, biotecnologia eresponsabilidade ambiental eempresarial. O evento, realizado emRibeirão Preto (SP), contou com aparticipação de executivos de diversasusinas do país.

Na categoria ‘Biotecnologia’, ovencedor foi o CTC – Centro deTecnologia Canavieira, que apresentou ocase sobre sua planta de etanolcelulósico, em fase de construção naUsina São Manoel, no interior de São

Paulo. A planta de demonstração é aúnica que se destina a testar soluções deengenharia na escala real que permitirãoo lançamento da tecnologia realmenteadaptada às condições brasileiras.

Já na categoria ‘Biocombustíveis’, aUsimat, do Mato Grosso, foi aganhadora. Conhecida como usina flex, aempresa tem apostado na produção deetanol de milho durante a entressafra dacana. Além de se manter ativa durantetodo o ano, gerando fluxo de caixa parasuperar os desafios econômicos, a usinapreserva o emprego de seuscolaboradores.

Na área de ‘Bioenergia’, o melhorcase foi o da Vignis, empresa pioneira elíder em melhoramento genético de canaenergia com o objetivo de produzir e

fornecer a biomassa dessa cana energia.Ela já tem contratos de fornecimento de600 mil toneladas de bagaço anuais apartir do início do próximo ano econtratos em negociação de pelo menosquatro vezes aquele valor nos próximosanos.

Na categoria ‘Ação Ambiental’, avencedora foi a Bioplanet, pela iniciativade constituição de APL's - ArranjosProdutivos Locais para a produção e usode biodiesel exclusivamente a partir deóleos e gorduras residuais. O processoocorre através da inclusão produtiva decatadores de materiais recicláveis e aeducação ambiental de crianças eadolescentes.

Com o case “Preservando hoje paragarantir amanhã”, a Usina Açucareira

Guaíra foi eleita a empresa do ano emSustentabilidade. No final do ano de2013, a usina iniciou o processo decertificação ambiental com o“Programa Valore” da Bayer, sendocertificada com o selo bronze em junhode 2014. A empresa foi a primeira aatingir 100% de conformidade em todosos 140 requisitos do programa, sendoalguns destes integrantes do PGAI -Programa de Gerenciamento AmbientalIntegrado.

A entrega dos prêmios foi feita porDario Gaeta, presidente da Zanini, ePaulo Donadoni, gerente de marketingda Bayer Cropscience, que patrocinaramo evento, que contou ainda com apoio daSindustrial.

Confira os laureados:

PATROCINADORES

Prêmio BestBIO destaca ações socioambientais do setor

Ação Ambiental do Ano — Biotechnos Projetos Autossustentáveis, representada por Francisco Bonizzoni

Empresa do Ano em Sustentabilidade — Usina Açucareira Guaíra, representada por AndersonFaria Malerba, engenheiro ambiental e Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola

Biotecnologia — CTC, representado por Jaime Finguerut,bioquímico

Biocombustíveis — Usimat, representada Vital Nogueira,gerente industrial

Biocombustíveis — Vignis, representada por Luís Rubio, diretor

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DA REDAÇÃO

Visitantes de vários estadosbrasileiros e de mais de 40 paísesconheceram na 22ª edição da Fenasucro,soluções tecnológicas encontradas nos550 expositores que trouxeram mais demil marcas para o evento.

Neste ano o público aumentou 5% ea expectativa é que o volume de negóciosiniciados na Feira supere R$ 2,2 bilhões

nos próximos meses. A organização dafeira investiu para qualificar o públicovisitante. Para isso criou o Espaço deConferências Fenasucro, ondeaproximadamente 500 pessoas, por dia,conferiram mais de 40 palestras edebates no local.

A 22ª edição da Fenasucroapresentou produtos e softwares para oaperfeiçoamento de sistemas em todas asetapas do processo de produção. Confiraos principais:

Fenasucro traz tecnologias para ganho de eficiência

Público da feira foi 5% maior do que no ano passado

DESTAQUES DA FENASUCRO DESTAQUES DA FENASUCRO DESTAQUES DA FENASUCRO

JW FECHOU VENDA SIGNIFICATIVA DURANTE FEIRACom capacidade de produzir 1,3 milhão de litros por dia de etanol hidratado, uma destilaria daempresa JW Indústria e Comércio de Equipamentos em Aço Inoxidável integrará a parte industrial daUsina Porto das Águas, do Grupo CerradinhoBio, sendo que a sua venda foi concretizada durante omês da Fenasucro 2012. Para o gerente comercial da JW, Fabiano Ruiz, a participação na feira émuito importante para alavancar vendas deste porte. “A feira concentra todo o setor e viabiliza novoscontatos”, diz o executivo.

ENGCLARIAN APRESENTA ECOOLAIR – ARLA 32 A Engclarian apresentou em seu estande o EcoolAir – Arla 32, um agente redutor líquido de NOxautomotivo, uma solução de ureia de alta qualidade, utilizado com o sistema de Redução CatalíticaSeletiva para reduzir emissões de óxidos de nitrogênio presentes nos gases de escape dos veículosa diesel. Também expôs o EngControl, um inibidor de poeira para estradas não pavimentadas de altotráfego, pátios, pilhas de estocagem, minas e portos.

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DESTAQUES DA FENASUCRO DESTAQUES DA FENASUCRO DESTAQUES DA FENASUCRO

OKUBO MERCANTIL REÚNE CLIENTES E APRESENTA SEU PORTFÓLIOA Okubo Mercantil teve como destaque durante a Fenasucro a Oktela, tela para proteção decaminhão de cana picada, e o Fio PP Okuboagri, material especial para enfardamento de palha paraposterior cogeração de energia. A Okubo atua no fornecimento de soluções seguras em coberturas,movimentação de cargas e amarração para os setores agrícola, sucroenergético, industrial, demineração, celulose e construção civil do país.

HPB HOLDING EXPANDE SEUS NEGÓCIOS HPB Holding, empresa controladora da HPB Engenharia e Equipamentos e da HPB Simisa Sistemasde Energia, constituiu uma nova companhia chamada HPB Fans, que passa a atuar no mercadoBrasileiro e Latino-Americano, fornecendo ventiladores “Heavy Duty” para diversas aplicaçõesindustriais e unidades autônomas de geração elétrica. O corpo técnico é formado pelos engenheirose técnicos especializados da TPI Ventiladores, que a partir de então, passam a atuar no mercadoatravés da HPB Fans.

FLUKE ESTREIA NA FENASUCRO A Fluke, empresa que atua na área de vedações, possui capital 100% nacional e quase duasdécadas de existência. Em 2014, estreou na Fenasucro e apresentou ao mercado o ‘selo cartuchosem luva com face cônica’, que tem como diferencial grandes deslocamentos radiais que permitemque o trabalho seja executado sem água. Além da equipe comercial, a empresa conta com umaestrutura de engenharia e qualidade que garante a eficácia de todos os processos dedesenvolvimento.

SANARDI REFORÇA TRABALHO FEITO NA ÁREA DE COGERAÇÃOA Sanardi, empresa especialista em integração de sistemas de energia com foco na geração ecogeração de energia elétrica, aproveitou a oportunidade para promover um networking com seusclientes, reiterando o trabalho feito na parte de planejamento, projeto, gerenciamento e execução damontagem completa em regime turn-key, utilizando-se dos conceitos mais avançados para produçãode energia com alta eficiência.

APERAM MARCA PRESENÇA NA FENASUCROA Aperam, produtora integrada de aços planos inoxidáveis e elétricos, marcou presença naFenasucro. As três grandes linhas de produção da empresa são ‘Aços Planos Inoxidáveis’, ‘AçosPlanos Elétricos’ e ‘Aços Planos Carbonos especiais’. A empresa conta com 2,4 mil empregados etem capacidade instalada da ordem de 900 mil toneladas de aço líquido.

DWYLER LANÇA SISTEMA AUTOMÁTICO DE CARREGAMENTO DE ETANOLA Dwyler lançou na Fenasucro 2014 o Sistema Automático de Medição de Produção e ouCarregamento de etanol para usinas (online). Trata-se de um pré-determinador eletrônico com leitorótico que minimiza a interferência humana no carregamento de etanol e evita falhas e desvios.“Garante mais de 80% de redução de custo de instalação, além da praticidade e segurança nasinformações”, diz Nelson Nako, diretor.

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DESTAQUES DA FENASUCRO DESTAQUES DA FENASUCRO DESTAQUES DA FENASUCRO

PROSUGAR EXPÕE PROETHANOL E PROMAGMAAlém de expor o ProLab, o 1º laboratório móvel do setor e o Pit Stop, a ProSugar apresentou na feiraa tecnologia ProMagma para clarificação do magma e ainda apresentou em seu estande oProEthanol, um sistema inovador para o processo de fermentação, sem uso de antibióticos ou ácidosulfúrico, com um resultado comprovado de 5% de aumento de produção diária do etanol, segundoseu departamento de marketing.

GENERAL CHAINS APRESENTOU CORRENTES EM AÇO INOX A General Chains levou para a Fenasucro as correntes em aço inoxidável para transportador deaçúcar tipo Redler, utilizada para fins alimentícios; além de esteira e caneca também em açoinoxidável. Esta corrente trabalha com pinos e buchas em aço inox temperado que aumenta aresistência ao desgaste e o aço inox evita a presença de contaminantes no produto.

GRUPO BUSCARIOLI DESTACA MANUTENÇÃO PREDITIVA O Grupo Buscarioli levou para a Fenasucro a sua expertise em manutenção preditiva e seus casesde sucesso, como da Usina Santa Adélia de Pereira Barreto, Usina São João de Quirinópolis, BPBiocombustíveis de Itumbiara (GO) e Ituiutaba (GO) e da Bom Sucesso Agroindustrial de Goiatuba(GO). A empresa oferece serviços de campo e medições básicas e avançadas, além de reparo emmancais deslizantes.

DMB APRESENTA OPÇÕES PARA PLANTIO MECANIZADOA DMB levou para a feira todas as suas opções para o plantio mecanizado da cana-de-açúcar: aplantadora de cana PCP 6000 Automatizada, a plantadora de cana PCP 6000 (com operador), aplantadora de cana PCI 4000 (para pequenos produtores), a distribuidora de cana DCP 5000 e aplantadora de mudas de cana para formação de viveiros. Além das diferentes opções de plantio, aDMB também mostrou no seu estande os adubadores de discos com aplicação do adubo emprofundidade, os aplicadores de inseticidas em soqueiras para controle de sphenophorus e migdoluse as carretas aplicadoras de torta de filtro entre outros.

TRANSPLANTADORA E RODOTREM LINHA LEVE SÃO DESTAQUES DA SERGOMELA Sergomel apresentou aos visitantes a Transplantadora Canavieira e o Rodotrem Linha Leve. Aprimeira é utilizada no plantio mecanizado e conta com quatro caixas de carga, acionadas de formahidráulica por dois cilindros (por caixa), tornando o sistema ágil e de fácil operação. Já o RodotremLinha Leve foi construído pensando diretamente na melhor relação entre o peso bruto total e tara doproduto. Com ele, a empresa conseguiu elevar o volume de carga transportada, atendendo asexpectativas de seus clientes.

EQUIPE ESPECIALIZADA NA ALCOLINAAlém das novidades em soluções para tratamento de água (ultrafiltração e osmose reversa), aAlcolina, empresa de especialidades químicas, fez questão de destacar sua equipe técnica noevento. “Temos a maior e mais capacitada equipe do segmento composta por 54 pessoas, entregerentes, técnicos, microbiologistas e consultores, com assistência técnica especializada por cliente”,diz Rogério Barros, diretor comercial da Alcolina.

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DESTAQUES DA FENASUCRO DESTAQUES DA FENASUCRO DESTAQUES DA FENASUCRO

ARGUS DESTACA EQUIPAMENTOS PARA COMBATE A INCÊNDIOS A participação da Argus na Fenasucro 2014 teve por objetivo demonstrar para o segmento soluçõesem sistemas e equipamentos para prevenção e combate a incêndio. Como destaque, foram exibidoso LGE – Líquido Gerador de Espuma para Incêndios de Classe A e o Kit de Detecção e Supressãode Incêndio para Colhedoras de Cana.

TECNIPLAS LANÇA SISTEMA DE OBLATAÇÃO DE TANQUESA Tecniplas, tradicional fabricante de equipamentos em PRFV, destacou seu inédito sistema deoblatação de tanques, as torres de resfriamento de vinhaça, as colunas recuperadoras de álcool e osabatedores de açúcar. A oblatação permite o transporte rodoviário de tanques com capacidades deaté 4,5 mil m³ a um custo que chega a 10% do convencional.

KOPPERT PROMOVEU INSETICIDA BIOLÓGICOA Koppert Brasil, conhecida pela inovação, confiabilidade e qualidade de seus produtos, participoupela primeira vez como expositora na feira com o intuito de promover o controle biológico para umacultura tão importante como a cana-de-açúcar. O lançamento da Koppert para a Fenasucro foi oMetarril, inseticida biológico com registro para aplicação aérea. O evento foi importante para estreitarrelações e ampliar o portfólio de clientes.

SERRAS CIRCULARES PARA CORTE DE COLHEDORAS KRUGERA Kruger levou à Fenasucro suas serras circulares para corte de base nas colhedoras de cana, umprojeto desenvolvido há quatro anos pela empresa e que pode ser adaptado em qualquer modelo. Oidealizador, Ralf Kruger, diz que os facões convencionais batem na base da cana e afetam asoqueira, estilhaçando-as, provocando perdas na longevidade do canavial. “Serramos lentamente, deforma contínua e uniforme. Temos um índice de brotação em torno de 30% maior, um rebrote melhor,sem falhas na lavoura”, revela.

BUSSOLA RECEBE CLIENTES E EXPÕE NOVIDADESA Bussola Ferramentas tem como objetivo satisfazer as expectativas e necessidades de seusclientes, através do atendimento aos seus requisitos com a flexibilidade exigida pelo mercado, poristo sua participação na feira foi fundamental, já que a empresa recebeu seus clientes, amigos ecolaboradores e pôde expor suas novidades para o mercado.

CIVEMASA APRESENTA PLANTADORA AUTOMÁTICA DE CANA PICADAA Civemasa apresentou na feira a Plantadora Automática de Cana Picada PACC 2L, desenvolvidavisando principalmente a redução de custo de plantio e também a possibilidade do plantio durante osdoze meses do ano, em função do uso de um número reduzido de mão de obra. Também a Distribuidora de Mudas Civemasa (DMC) desenvolvida para ser tracionada por tratores apartir de 140 cv. Seu comprimento total é de 7.700 mm e a bitola de trabalho é de 1.500 mm.

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Outubro/2013 PRODUÇÃO 37

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Apesar da expectativa de aumento demoagem de cana ainda ser tímida, com umacréscimo esperado de apenas 1 milhão detoneladas a mais (dos 55 para 56 milhões detoneladas), o nordestino tem motivos paraestar mais confiante com a nova temporada.A melhor distribuição das chuvas de verão edeste inverno ajudaram o desenvolvimentoda planta. A chuva não foi suficiente paraaumentar o volume de cana, mas há usinaque já pensa em um aumento de 5% naprodutividade agrícola, como a SantaClotilde de Alagoas. “Talvez a safranordestina não seja maior em volumeporque há usinas que não conseguiramplantar o suficiente por falta de capital. OsBancos se fecharam para o setor, mas a boadistribuição de chuva nos traz esperança”,analisa Leonardo Costa, gerente agrícola daunidade.

Há duas safras quando a seca arrasouos canaviais da região, com perdas de 10%no ATR e de até 30% na produção, não seimaginava que o clima agora seria derecuperação. O cenário também émotivador na Paraíba, pois a Usina Miririaté deixou de usar maturador depois dosbons volumes das chuvas de inverno.

Segundo dados do Sindaçúcar dePernambuco, o Nordeste deverá produzir3,450 milhões de toneladas de açúcar,

contra as 3,246 milhões de toneladas de2013. A quantidade de etanol será menor:1,898 milhões de m³, ante o volume de1,964 milhões de m³ da temporada passada.

A moagem em Pernambuco, um dosprincipais estados produtores do Nordeste,deverá ser de 14,5 milhões de toneladas,ante as 14,4 milhões de toneladas de cana

da temporada passada, de acordo com oSindaçúcar-PE. A produção de açúcardeverá empatar com a safra anterior com 1milhão de toneladas e a de etanol deveráregistrar um ligeiro aumento, passando dos316 mil m³ para 320 mil m³.

“Deveremos ter uma produtividade umpouco melhor, visto que o canavial não

sofreu estresse hídrico nesta safra, tantoquanto nas anteriores. Na safra atualpoderemos recuperar um pouco do que foiperdido. O inverno foi mais estável, maisregular. Se as chuvas de verão vierem, asafra será em torno de 14,5 milhões detoneladas”, lembra o presidente doSindaçúcar-PE, Renato Cunha.

Maior precipitação de chuvas no Nordeste aumenta a produtividade

Olha a chuva... no Nordeste

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Outubro 2014PRODUÇÃO38

Usina Pumaty voltará a moer em outubro

Destilaria da Usina Pumaty

No próximo dia 10 de outubro, o Estado dePernambuco deverá ganhar um impulso novo nasafra já que a Pumaty, uma antiga unidadereabrirá suas portas. Para isso, desde o últimodia 8 de agosto, 40 profissionais trabalham nointerior da usina, fechada desde 2012. Osrecursos para a ação estão sendo viabilizadospela Cooperativa dos Produtores (Agrocan) econtam com o apoio institucional da AFCP e doSindicape. "Com a reativação da usina, estima-seuma capacidade produtiva de 550 mil toneladaspara esta safra", diz Alexandre Andrade Lima,presidente da AFCP.

A volta às atividades só será possível devidoà iniciativa dos próprios canavieiros, por meio daAssociação dos Fornecedores de Cana (AFCP) edo Sindicato dos Cultivadores de Cana(Sindicape), e dos antigos donos da unidadeindustrial, por gestão compartilhada.

A ação visa evitar o prejuízo do excedente de700 mil toneladas de cana dos produtoresindependentes da Mata Sul, que não terão usinaspara moer com o fechamento de outras unidadesna localidade este ano.

"Estamos fazendo de tudo para evitar oprejuízo maior para aqueles produtores que nãotêm para onde escorrer a matéria-prima", falaGerson Carneiro Leão, presidente do Sindicape.Todavia, existe um projeto para a reabertura daUsina Pumaty e Cruangi no Governo do Estado,desde o início do ano, aprovado pelo ex-governador Eduardo Campos, mas não foiseguido pelo seu sucessor João Lyra Neto”,avalia.

Esse modelo propõe o arrendamento dausina por meio de cooperativa de produtores decana. O Estado investiria o recurso em favor doscanavieiros, para arrendarem e administrarem aunidade industrial, retomando a produção nolocal, e, em consequência, todos os benefíciossocioeconômicos na área. A AFCP e o Sindicapeestimam que o valor necessário para a ação giraem torno de R$ 15 milhões. O antigo gestortambém apoiou o mesmo projeto para reativar ausina Cruangi, na cidade de Timbaúba, na Zonada Mata Norte do Estado, desativada em 2013.Este projeto, que também está estimado no valorde R$ 15 milhões, ainda continua em avaliaçãopor parte da nova equipe do governador.

Miriri deixa de produzir açúcar Uma das maiores queixas dos

produtores do Nordeste é a falta de preçosremuneradores no mercado,principalmente o do açúcar. Por isso, UsinaMiriri, que em 2010 instalava uma fábricade mais de 1 milhão de sacas de 50 kg deaçúcar cristal e VHP por safra, interrompeusua produção há duas safras. “Atualmentedeixamos de produzir por falta de preçosatrativos e compensadores, mas nadaimpede que essa realidade possa mudar”,diz Emanuel Pinheiro de Melo, gerenteindustrial da unidade.

Na época a unidade investiu R$ 20milhões na fabricação, armazenagem,geração de vapor, captação e tratamento deáguas, moagem e geração de energia.

Inclusive, para entrar de vez nomercado açucareiro, a empresa até mudou

de nome passando para Miriri Alimentos eBioenergia naquela ocasião.

Segundo ele, isso levou a empresa adirecionar 100% de sua cana para aprodução de etanol nesta safra. “Vamosproduzir nesta safra 75 mil metros cúbicosde etanol, contra os 58 mil metros cúbicosde 2013, avalia.

Segundo Pinheiro, os bons volumes dechuvas de verão e de invernoimpulsionaram a produtividade da lavourae a chuva que caiu na segunda semana desetembro aumentaram os volumes dereservatórios. “Choveu durante os meses dejunho, julho e agosto e isto incentivou operíodo vegetativo e a maturação natural,inclusive não precisamos nem utilizarmaturador como é de costume”, revelaEmanuel Pinheiro de Melo.

O gerente afirma que choveu mais de240 mm em apenas dois dias no litoral daParaíba, mas todo o Nordeste está sendobeneficiado com os volumes atípicos para aépoca. “A qualidade da cana em relação a2013 está muito boa. A produção de ATRda planta chegou a 120 kg em 2014, contraos 101 kg de 2013, afirma Melo.

Nesta temporada a empresa esmagará850 mil toneladas de cana, contra as 734 miltoneladas de 2013/14. Pensando no futuro,a Miriri pretende gerar renda extra com avenda de bioeletricidade. “Estamos tambémnos organizando para comercializar energia,talvez daqui há duas safras. Temos umgerador com capacidade de 3,5 MW para serinstalado na empresa. Apenas aguardamosas aprovações necessárias por parte daAneel”, lembra. (AM)

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Outubro 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA40

Empresa acompanhou odesenvolvimento damecanização canavieira

DA REDAÇÃO

Presente no mercado de peças dereposição para colhedoras de cana-de-açúcar desde 1999, a Unimil tem diversosmotivos para comemorar. Com sede nacidade de Piracicaba (SP), a empresa entrana reta final das obras de ampliação de seuparque fabril, que conta com nova área delogística, expedição, recebimento, pintura emáquinas de corte a laser e outrosequipamentos. No total são 10 mil m² deexpansão.

Idealizada e administrada pela famíliaZotelli, a Unimil acompanhou odesenvolvimento da mecanizaçãocanavieira. Quem conta melhor a evoluçãodeste trabalho é Eduardo Zotelli,presidente da empresa. “Crescemos deforma sustentável e acompanhando omercado. Passamos de uma empresa queapenas comercializava peças de reposição

de máquinas agrícolas para um grandeparque fabril com capacidade de estoquecompatível com as necessidades domercado.”

Em 2014, a Unimil inaugura duasnovas lojas, situadas em Lençóis Paulista

(SP) e Maringá (PR). Elas se juntam àsoutras cinco unidades (quatro filiais)localizadas em regiões estratégicas como ascidades de Ribeirão Preto (SP), Araçatuba(SP), Dourados (MS) e Rio Verde (GO) e aoParque Fabril em Piracicaba (SP). “Apesar

da crise, temos investido fortemente nonegócio. Foram mais de R$ 18 milhõesinvestidos nos últimos dois anos. Nossofoco é buscar produtos inovadores queagreguem melhor custo-benefício aocliente. Este é nosso grande diferencial”,diz Zotelli, fazendo um paralelo entre asituação econômica do país e osinvestimentos da Unimil.

Ele lembra que neste momento énecessário adaptar-se as novas regras domercado. “Sabemos quais as necessidadesdos produtores e queremos oferecerprodutos dentro destes parâmetros”.

A empresa conta com maquinários dealta tecnologia como robôs de solda, corte alaser cnc, puncionadeira cnc, célula depintura a pó, tornos cnc, além deequipamentos na área de controle dequalidade que garantem melhor qualidadedos produtos.

A Unimil possui certificação ISO9001:2008 em todo o processo, e está emfase de implantação da ISO 14001 visandoo Meio Ambiente, e a OHSAS 18001focado na Segurança e Saúde de seuscolaboradores, rumo ao Sistema de GestãoIntegrado. A empresa possui mais de 430colaboradores.

Quatro perguntas para Eduardo Zotelli, presidente da Unimil

1 Quais novidades foram apresentadas pela empresadurante a Fenasucro 2014?

Eduardo Zotelli: Foram duas grandes inovações, umano sistema de corte e outra no plantio. Para o corte,levando em consideração a necessidade dos nossos clientesem obter maior eficiência, produzimos e patenteamos umalinha de facas de corte de base sem as tradicionais furaçõese um disco com sistema de fixação por castanhas onde oaperto das facas é feito pela parte superior do disco cortebase, tornando o sistema mais seguro durante a troca dasfacas, além de aumentar a vida útil do conjunto.

Já para o plantio, trata-se de um assoalho móvel. Ascolhedoras tradicionais contam com um elevador quearrasta a cana sobre o assoalho prejudicando a gema daplanta. Nosso produto, que já está em teste em campo etem previsão de lançamento no fim deste ano em maiorescala de produção, permite que o transporte seja feito sematrito até o transbordo, melhorando a qualidade da cana aser plantada.

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A Unimil tem investido em melhorias ainda que o momento do setor não sejafavorável. Como o senhor avalia este cenário?

Sabemos que o mercado tem passado por um período de retração. Todos estão sentindoos efeitos da crise. Mas vejo que é justamente neste momento que precisamos nos prepararpara atender os clientes da melhor maneira possível. Oferecer produtos e mão de obra queagreguem eficiência e custo-benefício é fundamental para superarmos as dificuldades.

Quais as perspectivas para 2015?Uma coisa é certa. Se nada mudar o etanol será apenas um complemento da gasolina

para balancear seu preço. Infelizmente as empresas têm receio de investir no segmento já queninguém sabe os planos do governo. Diante disto não acredito em grandes melhorias a médioprazo. Ao que parece, criar uma política onde o etanol venha a ser principal matriz energéticado Brasil não é interesse do governo.

Qual sua sugestão para que o cenário melhore?Vejo que este período de eleições é o momento de saber dos candidatos quais suas

propostas para poder cobrá-los no futuro. O que precisamos é de definição. Cabe a nós,pertencentes a cadeia produtiva, entender as promessas dos candidatos e fiscalizar o que seráfeito no decorrer dos anos.

Unimil completa 15 anos com investimentos e expansões

Empresa investiu em infraestrutura para atender exigência do mercado Instalação do disco de corte desenvolvido pela Unimil, parafusado por cima

Eduardo Zotelli, presidente da empresa

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Outubro 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA42

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Preparo de solo bem feito, adubaçãoadequada, qualidade de mudas são algunsfatores que interferem na obtenção deresultados positivos no plantio mecanizadode cana-de-açúcar, observa o engenheiroagrônomo Auro Pardinho, gerente demarketing da DMB – Máquinas eImplementos Agrícolas, de Sertãozinho, SP.

Existem alguns problemas, noentanto, que estão afetando a performancedessa operação nos canaviais de maneirasignificativa. “A grande vilã do plantiomecanizado é a colheita de mudas”, afirmaAuro Pardinho. Essa atividade não contaainda com recursos tecnológicos maisavançados que são disponibilizados paraoutras práticas agrícolas.

Segundo ele, o aprimoramento dacolheita de mudas deveria ser consideradoprioritário pelo mercado fornecedor deequipamentos, que tem realizadoinvestimentos em máquinas para o cortemecanizado de cana comercial. O gerentede marketing não descarta a participaçãoda própria DMB, a partir de uma parceria,no desenvolvimento de uma solução desseproblema, apesar da empresa não tertecnologia de colheita.

“Não temos ainda nada de concretonessa área. É apenas uma necessidadepara quem trabalha com o plantiomecanizado. Quando começamos a pensar

em plantadora automatizada (lançadarecentemente pela DMB), essa ideia pareciauma utopia. Disseram que isto não seriapossível com a cultura da cana. Fizemos eestá dando certo. De repente a gentedescobre um caminho para chegar numacolhedora mais eficaz”, afirma.

Uma máquina pequena, que limpebem a cana e não danifique as gemas, poderesolver os transtornos causados pela baixaeficiência na colheita de mudas – observa.

A utilização de kits de proteção nascolhedoras de cana comercial, que sãoutilizadas para mudas, não tem sidototalmente satisfatória, avalia. Existemcasos também de uso de kits incompletosou desgastados – comenta –, o quecompromete ainda mais a qualidade demudas.

“Um importante fornecedor de canaabandonou o plantio mecanizado emfunção dos problemas causados pelacolheita de mudas, voltando a fazer oplantio manual por esparrama, mesmocom todas as dificuldades dessa operação”,constata. De acordo com ele, as usinas nãotêm, no entanto, como desistir do sistemamecanizado devido ao tamanho das áreasde cana. De uma maneira ou de outra,devem continuar a fazê-lo.

Na opinião de Auro Pardinho, se omercado tivesse atualmente uma máquinapara realizar a colheita de mudas comeficiência, o plantio mecanizado seriaolhado de outra maneira.

Um avanço importante, no processode mecanização do plantio, é a versãoautomatizada da PCP 6000 - Plantadorade Cana Picada, lançada pela DMB, queestá despertando grande interesse no setor.

Essa máquina deverá inclusive ganharespaço nos canaviais, de maneirasignificativa, tão logo sejam amenizados osefeitos causados pela crise e,principalmente pela forte seca – queinclusive afetou o plantio este ano –,responsáveis pela retração de investimentospor parte das usinas, avalia Auro Pardinho.

Um dos grandes trunfos da plantadoraautomatizada é possibilitar a distribuiçãomais uniforme de mudas, utilizando umaquantidade bem menor em relação amáquinas convencionais. “Não há aqueleexagero que ocorre em outrasplantadoras”, comenta o gerente demarketing da DMB.

De acordo com ele, hoje se fala muitono gasto de dezoito a vinte toneladas demudas por hectare e, em diversos casos,uma quantidade ainda mais expressiva,acima desse volume. Para a nova máquina,está sendo considerado um número a partirde sete toneladas por hectare – revela.

“A gente acredita que o setor não vaiaceitar uma redução tão drástica deimediato. Mas, se o mercado ficar numafaixa de 12 a 14 toneladas de mudas porhectare está de ótimo tamanho. Para quemusava vinte, a diminuição para catorze

toneladas possibilitará uma economiaaltamente significativa”, exemplifica AuroPardinho.

A PCP 6000 automatizada não requero trabalho de um profissional para operá-la. “Todas as funções são programadaseletronicamente. Trabalha sozinhapraticamente. Não é preciso ficar refém deum operador”, enfatiza.

Com um CLP - Controlador LógicoProgramável, a plantadora tem suasoperações acionadas por meio de umaIHM – Interface Homem-Máquina –instalada na cabine do trator.

Um simples toque dado pelo tratoristana tela touch screen possibilita que aplantadora realize a sulcação, adubação,banho de fungicidas nos rebolos, aplicação

de inseticidas contra pragas de solo ecobrição do plantio da cana em duaslinhas.

“O tratorista apenas monitora oresultado do trabalho a partir de imagenscaptadas por câmeras distribuídas namáquina. Mas, ele não decide nada. Nãoadota nenhuma medida corretiva”,esclarece. (RA)

Máquina automatizada não requer o trabalho de operador

Colheita de mudas é a grande vilã do plantio mecanizado

Auro Pardinho: a utopia da plantadora automatizada tornou-se realidade

PCP 6000 utiliza quantidade bem menor de mudas

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Outubro 2014 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 43

Para que o plantiomecanizado seja bem-sucedido, existe anecessidade da adoção dediversos procedimentos ecuidados. “Estamosdeixando bem claro para ousuário que o excesso depalha dentro da plantadoraautomatizada vaiatrapalhar muito o sistemaoperacional da máquinaque é todo eletrônico, comsensores”, alerta AuroPardinho, da DMB.

Segundo ele, estáhavendo atualmente umamaior conscientizaçãosobre a importância do usode uma cana de melhorqualidade nas operações deplantio.

Algumas empresas einstituições têmdesenvolvido programas deprodução de mudas sadias,em viveiros básicos formados apartir da utilização de variedades com características queproporcionam ganhos importantes, como alta produtividade,resistência a doenças e pragas, adaptação à mecanização,tolerância ao estresse hídrico.

Mas, há muita coisa a ser aprimorada. O preparo dosolo é um exemplo de que nenhuma etapa pode sernegligenciada no processo de produção agrícola. De acordocom Auro Pardinho, existem recursos e informações paraque essa operação seja realizada de maneira adequada.Em diversas situações, isto não ocorre devido à falta detempo e de planejamento para a execução do plantio deuma área bastante extensa.

Na avaliação do gerente de marketing da DMB, apartir do momento em que as unidades sucroenergéticascomeçarem a considerar a possibilidade de teremquantidade suficiente de máquinas para a realização doplantio em épocas mais adequadas, elas farão umpreparo do solo – e o próprio plantio – com melhorqualidade.

A adubação adequada é outro aspecto importantepara que o plantio de cana obtenha resultados satisfatórios.“Hoje dá para trabalhar com os recursos da agricultura deprecisão e com boas máquinas que enterram o adubo aolado da linha da cana”, afirma. (RA)

Resultados positivos dependem

de procedimentos adequados

Um recurso tecnológico da agriculturade precisão que tem sido bastante utilizadonos canaviais é a aplicação de corretivos efertilizantes em taxa variada, como calcário,fósforo, potássio. O uso dessa tecnologiapossibilita a obtenção de melhorperformance em relação às práticasconvencionais de nutrição da cultura,proporcionando ganhos em ATR etoneladas por hectare.

Em diversos casos, o consumo defertilizante é semelhante à quantidadeaplicada em taxa fixa. A distribuição doproduto, que leva em consideração asnecessidades especificas de cada ambiente, tem criadocondições, no entanto, para um melhor aproveitamento dopotencial produtivo de cada área.

A próxima etapa do uso da agricultura de precisão naadubação deverá ser a aplicação de nitrogênio em canacom taxa variável. O Laboratório de Agricultura dePrecisão da Esalq/USP – Escola Superior de AgriculturaLuiz de Queiroz da Universidade de São Paulo –, dePiracicaba, SP, tem desenvolvido estudos nesta área.

Em relação à adubação das áreas de cana,

especialistas alertam que a reposição de nutrientes – com autilização, ou não, de recursos da agricultura de precisão –não deve ficar restrita ao uso de nitrogênio e potássio, o quetem ocorrido em diversos casos.

A obtenção de resultados positivos com essa práticaagrícola requer atenção especial com a reposição de cálcioe magnésio via calagem, e de nitrogênio, fósforo, potássio,enxofre e micronutrientes, como zinco, boro, cobre emolibdênio, entre outros, por meio da utilização defertilizantes. (RA)

Ricardo Pessoa lança“Manual Prático daCana-de-Açúcar”JOSIAS MESSIAS, DE RECIFE, PE

No dia 21 de agosto, a editora da FundaçãoGilberto Freyre, o Sindicato do Açúcar e do Álcool noEstado de Pernambuco (Sindaçúcar) e a Associaçãodos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul(Biosul) lançaram, no Museu do Estado, o “ManualPrático da Cana-de-açúcar”, de Ricardo Luiz Pessoade Queiroz. Esse livro tem como tema principal otratamento do solo, essencial para o desenvolvimentoagrônomo da cultura canavieira. De uma maneiradidática, com uma linguagem trivial e de fácilentendimento e leitura para os agrônomos epequenos produtores, o estudioso do açúcar discorresobre todas as etapas do cultivo.

Pessoa é um estudioso que dedicou mais de 60anos de sua vida ao plantio, desenvolvimento detécnicas e estudo da monocultura. “Após 60 anoscultivando e estudando sobre cana-de-açúcar, dedicoeste livro aos que começam na atividade, bem comoàqueles que, já experientes, puderem achar neleinformações que permitam aperfeiçoar seusconhecimentos. Embora seja um livro de carátereminentemente prático, destinado aos agricultores,não podemos deixar de incluir nele algumasinformações sobre os solos e os processos queocorrem nele, para que possamos entender o porquêdos procedimentos indicados na prática da cultura dacana. E procuramos fazê-lo da forma mais simplespossível”, diz o autor.

Segundo ele, o livro surgiu para desmistificar aquestão da fertilidade do solo no cultivo da cana-de-açúcar, propondo o desenvolvimento sustentável delepara os produtores.

O historiador Frederico Pernambucano deMello, um dos autores do prefácio da obra, diz quePessoa pode teorizar com segurança sobreconhecimentos que adquiriu em uma vida inteira detrabalho.

A pesquisa que resultou no livro “ManualPrático da Cana-de-açúcar” enaltece o valor dasraízes históricas que cercam o produto secularmente.O livro guarda a preocupação de ensinar váriasquestões práticas, a exemplo da importância dohúmus para o bem da produtividade da cana-de-açúcar, e de aprimorar uma cultura que vem dosprimórdios de nossa colonização – da primeirametade do século XVI – e que carregou o Brasil nascostas até o advento da lavoura do café, em meadosdo século XIX.

Ricardo Luiz Pessoa de Queiroz

Agricultura de precisão aprimora

performance da adubação

Aplicação de calcário

Preparo de solo com melhor qualidade requer procedimentos e cuidados

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Outubro 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA44

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Os participantes da reunião do GrupoFitotécnico, realizada em 26 de agosto, noIAC, em Ribeirão Preto (SP), conheceram agravidade da seca sofrida em grande partedo Centro-Sul do país. Orivaldo Brunini,agroclimatologista, expôs aos profissionaisque há anos os níveis de precipitações vêmcaindo. “Não é de hoje que isso acontece.Basta alguns dias de chuva e o pessoalesquece o problema, mantendo ainfraestrutura precária”.

Especialistas consideram taisanomalias climáticas normais. Em SãoPaulo, que na maioria de sua extensãoterritorial apresenta características declima tropical, outras ocorrências comoesta ocorreram nos anos de 1961, 1963 e 1978.

Brunini ressalta que um aspecto

importante é a diferença entre seca eestiagem. A primeira é um processoconstante de redução da precipitação queaos poucos se instala em determinadaregião, trazendo consequências agrícolas,econômicas e sociais de grandeimportância.

Em casos de seca, como o que estamospassando, até mesmo com sistema deirrigação os canaviais sofrem, pois nãoexiste reserva hídrica suficiente para que atécnica seja empregada.

Já a estiagem caracteriza-se comopequenos períodos onde a precipitaçãoobservada é abaixo do normal, em espaçosde tempo curtos (10 a 15 dias).

Questionado sobre os efeitos destaintempérie diretamente nos canaviais,Brunini explica. “A cana em crescimentofoi muito afetada. Em janeiro e fevereiro,época de desenvolvimento da planta, astemperaturas subiram, aumentando

também a evapotranspiração. Osproblemas estão sendo evidenciados aospoucos”.

Nos bastidores da reunião, o que seouve dos produtores é que nunca se viutamanha seca. Na região de Ribeirão Preto,o problema já é o maior desde 1937. “Nãosabemos ao certo o comportamento daplanta. Não temos nada como referênciapara estimar exatamente o que podeacontecer”, afirma Marcos Landell,pesquisador do IAC.

Contudo, ele, que também coordenao Grupo, diz que existem formas deamenizar os impactos. “Canaviais bemcuidados, com mudas sadias e boacondição fitotécnica, estão apresentandomelhor condição se comparado comoutros já debilitados. Os produtores estãoretomando os princípios elementares paraa boa prática fitotécnica”, finalizaLandell.

Josias Messias: setor pode e precisa cobrar ações de seus representantes políticos

DA REDAÇÃO

No último dia 12 de setembro, emGoiânia (GO), o Gemea (Grupo de Estudopara a Maximização das EficiênciasAgroindustriais no Setor Sucroalcooleiro)discutiu inovações, melhorias eotimizações. O presidente da ProCanaBrasil, Josias Messias, falou ali sobre ofuturo do setor. Fez um relato do presente edo passado do setor, apontou dificuldadese soluções. Josias entende que cadacidadão brasileiro poderá contribuiratravés do uso do combustível ecológico.Observou ainda que o setor precisa semovimentar de forma organizada e bemrepresentada para que possa transformar asituação atual.

Josias Messias deixou claro que o setorpode e precisa urgentemente cobrar ações

de seus representantes políticos para queconsiga sair dessa crise que causoudesemprego, que fechou diversas usinas eque prejudicou a indústria de base. Paraele, com apoio, essas empresas voltarão ater competitividade e gerar emprego,renda, incentivar o comércio local e reduzircustos. Ele também mencionou anecessidade de garantir a competitividadedo etanol frente à gasolina.

O evento ainda discutiu temas técnicosimportantes, como sistema de pintura paraárea de cogeração; sistema para altatemperatura/sistema de alta resistência;otimização energética; aumento daeficiência fermentativa e redução de custo.

No evento, Hélio Belai, gerente deoperações industriais e diretor demarketing do Gemea, incentivou maiormobilização de toda a cadeia produtiva emprol do setor.

Reunião do Gemea discutiu o futuro do setor

É preciso infraestrutura

para combater a seca

“D E P O I M E N T O S

UNIÃO PARA SUPERAR DESAFIOS“Viemos até aqui embusca deconhecimentodado o déficithídrico quetivemos em 2014.O objetivo é ouviros especialistas econversar com colegas deoutras usinas para que possamospassar por esta seca com o melhoríndice de produtividade possível. Amaioria das usinas com problemasdevido à seca, precisam união parasuperar os desafios”. Saturnino Expedito Alves Junior,encarregado de irrigação e fertirrigação daUsina Cerradão

ATUALIZAÇÃO“Estas reuniõessão como umaatualizaçãoprofissional paraos participantes.Ficamos sabendo dasperspectivas de especialistas,principalmente neste momento ondepassamos por uma seca muito grande.Planejamento e assertividade sãofundamentais nestas situações, por isso,a troca de experiência comprofissionais de outras regiões se tornafundamental”. João Gabriel Moreno Ancheschi,suporte técnico agronômico de tratosculturais da Usina São MartinhoOrivaldo Brunini: infraestrutura precária

precisa ser restaurada Profissionais agrícolas estiveram presentes no Grupo Fitotécnico

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Outubro 2014PESQUISA & DESENVOLVIMENTO46

ENTREVISTA: José Otávio Machado Menten, engenheiro agrônomo e professor associado da Esalq/USP

Especialista explica os danos da ferrugem alaranjada no canavialANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Basicamente, a ferrugem alaranjada(Puccinia kuehnii) interfere na fotossíntesee compromete o desenvolvimento eprodutividade da planta. Em algunspaíses, há relatos de altos níveis de danoscausados pela doença. Um deles é aAustrália, que no ano 2000, perdeu 24%de sua produção e teve prejuízos daordem de 210 milhões de dólaresaustralianos.

No Brasil, por conta da grandediversidade de variedades de cana, adoença demorou a aparecer. Contudo,desde 2009, vem preocupando produtorese pesquisadores.

José Otávio Machado Menten,engenheiro agrônomo e professorassociado da Esalq/USP, é mestre emfitopatologia e tem experiênciainternacional em diversos países.

É ele quem traz detalhes da doença,abordando, entre outros pontos, como oprodutor deve tratar caso seu canavial sejaafetado.

JornalCana: Qual a origem dadoença?

José Otávio Machado Menten:Temos há algum tempo a ferrugemmarrom, que já foi controlada e hojeconvivemos bem. A alaranjada surgiu em2009 e nos trouxe grande preocupação.Em algumas regiões do mundo os danosverificados são muito elevados, mas aqui éuma doença nova, que estamosaprendendo a lidar.

Quais os motivos para o seusurgimento no Brasil?

É importante lembrar que a cana nãoé de origem brasileira. Ela foi introduzidano país e durante este processo váriaspragas não migraram. Com o passar dotempo, novos patógenos (agente causadorda doença) vão sendo introduzidos.

Que região tem afetado?Hoje o patógeno está distribuído em

todo o Brasil. Existem áreas maissuscetíveis para o seu desenvolvimento,como praticamente todo o Estado de SãoPaulo, além do noroeste do Paraná. Nasregiões de Ribeirão Preto, Piracicaba eAraraquara já constatamos a existência deferrugens em níveis relativamente altos.

O que é preciso para que a doençase desenvolva?

Considerando que temos umtriângulo em mãos, em um vértice há opatógeno, no outro o hospedeiro - que nocaso são as variedades de cana -, e noterceiro o ambiente. Neste último,consideramos basicamente temperatura,umidade relativa do ar e água. Com estestrês pontos, vemos que existem áreas maisou menos suscetíveis ao desenvolvimentodesta doença.

Quais os danos?Por ser uma doença folear, que

reduz sua área, interfere na fotossíntese.A cana se desenvolve menos e tambémproduz menos seus subprodutos. Osdanos se refletem diretamente noproduto final.

Como tratar?Quando falamos de doenças em

plantas é preciso lembrar do manejointegrado. É muito vulnerável focar osesforços num único método. Temos apossibilidade de combatergeneticamente, com a utilização devariedades que não permitam odesenvolvimento da doença, e tambémdo método químico, com a utilização defungicidas. É importante frisar que paramaior segurança, o ideal é contar commais de um método de trabalho,chegando ao manejo integrado.

Como o senhor avalia a utilizaçãode produtos químicos?

A maior parte das culturas játrabalham com fungicidas, por exemplo,e apresentam índices de produtividadesuperiores ao da cana. Odesenvolvimento de uma nova variedadede cana requer grande esforço, além doalto investimento do produtor. Mesmo asvariedades suscetíveis podem sercultivadas, basta que outras ferramentasde controle sejam implementadas.

Como obter tais métodos?Acredito que seja importante

difundir a preocupação com a doença.Discutir com grupos de melhoramentos eempresas que possam aprimorar omanejo químico é fundamental para quetenhamos o cultivo desses materiais comsegurança.

A crise econômica, econsequentemente, a diminuição deinvestimentos em tratos culturais, fez adoença evoluir no país?

Como todas as lavouras, quando opreço está bom, os produtores sãoreceptivos a utilização de novastecnologias. Independente disso, para asobrevivência do setor, é muito importanteque sejamos proativos e mesmo emmomentos críticos, as ferramentas sejamdivulgadas e utilizadas. Mas, no casoespecífico da ferrugem, depender única eexclusivamente da resistência, dascaracterísticas genéticas do material, podenão ser a melhor estratégia.

É possível estimar os danoscausados pela doença?

Os problemas na Austrália são umademonstração de que se a doençaencontrar uma variedade suscetível osdanos podem ser grandes. No Brasil, quepossui clima semelhante ao australiano, aperda pode chegar 25% em áreasafetadas. José Otávio Machado Menten, professor do departamento de fitopatologia e nematologia da Esalq

Ferrugem alaranjada interfere na fotossíntese e compromete o desenvolvimento da planta

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Outubro 2014 SETOR EM DESTAQUE 47

Mais de 350 pessoas se reuniram paraacompanharhomenagens aosdestaques do setor

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Lideranças epersonalidades do setorestiveram presentes nanoite de 25 de agosto,em Ribeirão Preto (SP),para mais uma ediçãodos Prêmios MasterCana Centro-Sul eSocial. Cerca de 350 pessoas, grande partede usinas e grupos produtores,acompanharam as homenagens aosdestaques do segmento neste ano.

Josias Messias, presidente da ProCanaBrasil, abriu o evento exaltando asuperação dos produtores agroindustriaisem um momento político e econômicoconturbado. “É nesta hora que o setor sereinventa. Levando-se em consideração aquantidade de bons profissionaisdesempenhando trabalhosrevolucionários, decidimos aumentar apremiação”, referindo-se ao número decinco representantes destacados nacategoria “Executivos do Ano”, já que

anteriormente, apenas um era lembrado. Foram premiados José Rubens

Bevilacqua, diretor da BioenergéticaAroeira; José Antônio Bassetto Júnior,diretor superintendente da Clealco; JoãoHenrique de Andrade, diretor industrial eadministrativo da Usina Pitangueiras;Jucelino Sousa, diretor presidente daUsina Coruripe e Hélio Tavares SantosJunior, diretor superintendente da UsinaRuette.

“Somente com muito trabalho ededicação podemos atravessar essa fasedifícil. Precisamos diversificar nossos

produtos, para sempre estarmospreparados para as mudanças domercado”, disse Andrade, da Pitangueiras.

Estiveram presentes representantesdos grupos, Raízen, CerradinhoBio, SãoMartinho, e das usinas Itamarati,Açucareira Guaíra, Clealco, Dcoil, UsinaRio Pardo, Alcoeste, Usina Ruette, entreoutras. “Temos que concentrar nossosesforços em ações que tragamsustentabilidade e resultados para o nossosetor”, disse Alexandre Azzine – gerenteda Unidade de Negócios de Transmissõesda TGM.

Já Renato Malieno Nogueira,presidente da HPB Energia, falou sobre aimportância do Prêmio. “É um eventoque une credibilidade e qualidade. As principais personalidades do setor passam por ele e apoiar estainiciativa, com tais características, estáem sintonia com os princípios de nossaempresa”.

O Prêmio conta com o patrocínio dasempresas HPB Energia, TGM, Sanardi,São Francisco Gráfica, Authomathika, JWEquipamentos, CPFL Brasil, Engclarian eCitrotec.

MasterCana Centro-Sul destaca eficiência e honra lideranças

Representantes de diversas usinas e grupos produtores estiveram presentes

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Confira os laureados do MasterCana Centro-Sul

Personalidade do Ano — Deputado Federal Duarte Nogueira Júnior

Líder do Ano — André Luiz Baptista Lins Rocha, presidente doFórum Nacional Sucroenergético

Empresário do Ano — Sandro Cabrera, conselheiro e diretor daUsina Estiva

Executivo do Ano — Helio Tavares Santos Júnior, diretorsuperintendente da Usina Ruette

Executivo do Ano — João Henrique de Andrade, diretorindustrial e administrativo da Usina Pitangueiras

Executivo do Ano — José Antônio Bassetto Júnior, diretorsuperintendente (CEO) da Clealco

Executivo do Ano — José Rubens Bevilacqua, diretor daBioenergética Aroeira

Executivo do Ano — Jucelino Sousa, diretor presidente da UsinaCoruripe

Executivo do Ano — Bioeletricidade: Paulo César Costa, diretordo Grupo Energisa

Executivo do Ano — Gestão Ambiental: Edilberto Bannwart,diretor da Guarani

Profissional do Ano — Área Industrial: Gilmar Galon, gerenteindustrial da Usina Pitangueiras e coordenador do Gegis

Destaque Institucional — Grupo das Áreas de Tecnologia dasUsinas de Açúcar, Etanol e Energia (Gatua), representado porCarlos Alberto Rodrigues de Barros, coordenador

Destaque Institucional — Centro Nacional das Indústrias doSetor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br),representado por Aparecido Luiz, diretor financeiro

MasterCana Desempenho — Estratégia & Gestão: Grupo SãoMartinho, representado por Luís Gustavo Teixeira, gerente deprodução agrícola

MasterCana Desempenho — Gestão Comercial: UsinasItamarati S/A, representada por José Márcio Machado Lima,especialista de TI

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ANDRÉ RICCI E PATRICIA BARCI, DA REDAÇÃO

Ainda que a noitefosse decomemorações,representantescanavieirosaproveitaram arealização do PrêmioMasterCana Centro-Sul para expor asdificuldades vividas no dia a dia dasusinas. A sinergia dos discursosultrapassa regiões.

Sandro Cabrera, diretor comercial daUsina São José da Estiva, localizada nointerior de São Paulo, cita o clima comouma adversidade natural, mas lembra queoutras interferências não fazem parte destecenário. “Falta um plano governamentalque não nos atrapalhe e que permita aretomada dos investimentos”.

Jucelino Sousa preside a UsinaCoruripe, grupo que conta com unidadestanto em Alagoas quanto em MinasGerais, ressalta a cobrança por inovaçõesdentro do próprio setor, mas lembra quesem a devida valorização mercadológica, otrabalho não flui. “Temos que valorizarnosso próprio produto junto aoconsumidor. Ele tem tantas qualidades evantagens que com um pouco mais decriatividade podemos sair dessa situação”,afirmou, acrescentando: “É óbvio que semuma cooperação do governo — ou que pelo

menos ele não atrapalhe, tudo ficaria maisfácil. Mas devemos pensar no que épossível fazer sozinhos, já que esperar nãotem adiantado”.

André Rocha, presidente do FórumNacional Sucroenergético, afirma que aineficiência do atual governo não serestringe apenas ao setor, maspraticamente a todos os outros. “Ao invésde buscar políticas públicas queimpulsionem nosso segmento e também aeconomia brasileira, o governo só nosatrapalha. Ainda dizem que a crise é porineficiência do setor”.

O deputado federal Duarte Nogueira,que também é produtor, acompanha deperto a situação atual. Ele diz que ogoverno virou as costas para o setor.“Assistimos ao sofrimento de um setorimportantíssimo para a economianacional, para a nossa matriz energética,para a geração de empregos e para odesenvolvimento do País”, afirma.

Hélio Tavares Santos Junior, diretorsuperintendente da Usina Ruette, deixouuma mensagem de otimismo à todacadeia produtiva, ainda que enxergue napolítica de preços dos combustíveis, oprincipal gargalo do setor. “A inflação écontrolada de uma maneira muito óbvia,que é através de uma política econômicavia preços da gasolina. Isso é umaverdadeira catástrofe para o setor, masacredito que devemos estar perto de umasolução”.

O setor pede socorro“

D E P O I M E N T O S

“Governo Federal virou as costas para o setor”

Duarte Nogueira, deputado federal

“Apesar de tudo, acredito que devemos estar perto de uma solução”Hélio Tavares, da Usina Ruette

“O governo só nos atrapalha”André Rocha, presidente do FórumNacional Sucroenergético

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Outubro 2014SETOR EM DESTAQUE50

Confira os laureados do MasterCana Centro-Sul

MasterCana Desempenho — Tecnologia da Informação: UsinaAçucareira Guaíra, representada por Renato de Moraes Martins,gerente de informática

MasterCana Desempenho — Bioenergia: CerradinhoBIO,representada por Fernando Eduardo Tersi, diretor operaçõesagroindustrial e Walter Di Mastrogirolamo, gerente industrial

MasterCana Desempenho — Eficiência Industrial: Usina RioPardo, representada por Carlos Alberto Caserta, gerenteindustrial

MasterCana Desempenho — Gestão Industrial: TononBioenergia S/A, representada por Antonio Viesser, gerenteindustrial das unidades Santa Cândida e Paraíso

MasterCana Desempenho — Automação e Controle Industrial:Usinas Itamarati S/A, representada por Douglas Brustolin deLima, analista de automação

MasterCana Desempenho — Tecnologia Industrial: IACOAgrícola, representada por Carlos Cezar Pizzamiglio, assessorindustrial

MasterCana Desempenho — Tecnologia na Produção de Álcoole Programas de Qualidade Total: DCOIL — Destilaria Centro-Oeste Iguatemi Ltda, representada por Flávio Galdino Ferreira,gerente geral

MasterCana Desempenho — Tecnologia Agrícola: UsinaAçucareira Guaíra, representada por Eduardo Junqueira da MottaLuiz, sócio diretor e Paula Junqueira da Motta Luiz, assessora dediretoria

MasterCana Desempenho — Aproveitamento da palha:Pitangueiras Açúcar e Álcool, representada por Rafael deAndrade Neto, diretor agrícola

MasterCana Desempenho — Manutenção Automotiva: UsinaAçucareira Guaira, representada por Adriano Martins Peres,gerente controle automotivo

MasterCana Desempenho — Diversificação de Produtos:Alcoeste Destilaria Fernandópolis S/A, representada por DonatoHenrique Derico, gerente de novos negócios

Elétrica & Automação: Sanardi Integração de Sistemas deEnergia, representada por Berilo Bezerra, Diretor Comercial

Administrativa — Serviços: São Francisco Gráfica, representadapor Merhy Seba, gerente de marketing

Elétrica & Automação: Authomathika, representada por AntônioJosé de Gusmão, diretor

Industrial - Máquinas e Equipamentos: JW Equipamentos,representada por José Luiz Maria, diretor de suprimentos

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Outubro 2014SETOR EM DESTAQUE52

Confira os laureados do MasterCana Centro-Sul

Comercialização & Finanças: CPFL Brasil, representada porLuis Ricardo Vargas, gestor de comercialização

Área Industrial — Produtos e Insumos: Engclarian, representadapor Erlon Michel Zanarotti, gerente comercial

Industrial — Máquinas e Equipamentos: Citrotec, representadapor Bernardo José da Câmara Neto, diretor administrativo

Agrícola/CCT — Máquinas e Equipamentos: Sergomel,representada por Osvaldo Ilceu Gomes, presidente

Industrial — Serviços — Reunion Engenharia, representada porTercio Marques Dalla Vecchia, CEO

Industrial — Máquinas e Equipamentos: IRBI Máquinas,representada por Paulo Sérgio Biagi, diretor presidente

Administrativa — Serviços — Agrho: representada por RenatoFazzolari, diretor

Agrícola/CCT — Serviços — Solinftec: representada por BritandoHernandez Fernandez, diretor geral

Administrativa — Serviços: MBF Agribusiness, representada porJair César Pires, diretor executivo

Industrial — Produtos e Insumos: Vulcatec, Luiz Ariovaldo Minto,diretor

Inovação Tecnológica do Ano: MC Desinfecção Industrial,representada por Mário César Souza e Silva, diretor

Administrativa — Serviços: ABS Consultoria, representada porEduardo Abel Zylberlicht, diretor comercial da divisão bens deconsumo, e Ivani Falcão, gerente de novos negócios

Renato Malieno, presidente da HPB Energia

Alexandre Azzine, gerente da Unidade de Negóciosde Transmissões da TGM

PATROCÍNIO MASTER PATROCINADORES STANDARD

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Categoria Educação e Cultura: Usina São José da EstivaCASE VENCEDOR: PROJETO MÃOS DADAS

A escola é a grande responsável pelo desenvolvimentopara a formação do ser humano, mas sempre as criançasassimilam igualmente tudo que lhe é passado no períodoescolar. Pensando nisso, a Usina Estiva mantém umCentro Educacional com profissionais em psicopedagogia epsicologia com o intuito de auxiliar as crianças com algumadificuldade no aprendizado. O objetivo da entrega do kitescolar e acompanhamento psicopedagógico é incentivar ofuncionário financeiramente e manter o filho matriculadono período escolar. No último ano a empresa entregou1.132 kits aos filhos dependentes de funcionários, comidade entre cinco a 18 anos, de escolas estaduais ouparticulares, crianças da comunidade matriculadas emescola pública e funcionários que estão terminando ofundamental, médio e curso superior.

1º colocado: São José da Estiva — Projeto: Mãos dadas2º colocado: Raízen — Projeto: Raízen Energia3º colocado: São José da Estiva — Projeto: Era uma vez na Europa

Categoria Sustentabilidade e MeioAmbiente: Usina Açucareira GuaíraCASE VENCEDOR: GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

O Departamento de Meio Ambiente da UsinaAçucareira Guaíra, através do sistema de Gestão dosRecursos Hídricos, implantou a política ambiental naempresa, realizando investimentos com o intuito deestabelecer e manter procedimentos que permitammonitorar, avaliar, e melhorar os aspectos ambientais,especialmente no que diz respeito ao cumprimento daslegislações ambientais vigentes e o uso racional desterecurso natural. Assim, a usina implantou a ComissãoInterna de Prevenção a Poluição Ambiental da Empresa(Cipae), realizando o monitoramento interno em seusdiversos setores, através de colaboradores treinados eassessoria externa na área ambiental há mais de 18 anos.No quesito gestão de recursos hídricos, a empresa realizalimpeza da cana por ventilação desde 2002; faz reúso daágua nos processos de produção; o monitoramento internoda qualidade das águas; mantém estação de tratamento deefluentes na Fazenda Rosário; mantém uma estação detratamento de efluentes no ponto de abastecimento; faz aconservação das áreas de preservação permanente (APP);reflorestamento e programas de educação ambientalinterno e externo.

1º colocado: Guaíra — Projeto: Gestão de Recursos Hídricos2º colocado: Cerradinho — Projeto: Resíduo Sustentável3º colocado: Santa Isabel — Projeto: Trilha Ecológica

Categoria Valorização da Diversidade: Usina JacarezinhoCASE VENCEDOR: INCLUSÃO DE PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS NO MERCADO DE TRABALHO

Em defesa dos direitos das pessoas portadoras denecessidades especiais, a Jacarezinho vem desde 2011promovendo ações construtivas com o propósito maior dedisponibilizar um trabalho a essas pessoas,proporcionando o direito ao exercício da cidadania. Aimplantação de parcerias junto as APAE (Associações dePais e Amigos dos Excepcionais) da região, não somentevem contribuir com o atingimento da cota, mas queprincipalmente pudessem oferecer às pessoas comnecessidades especiais a garantia do pleno exercício dedireitos básicos como educação, saúde, trabalho, lazer, eoutros. Além de propiciar seu bem-estar pessoal, social eeconômico, tendo em vista o surgimento de uma área detrabalho/emprego destinada às pessoas portadoras denecessidades especiais que não teriam acesso aos empregoscomuns. Assim, a empresa sentiu-se motivada aimplementar o projeto e atualmente conta com 93 pessoasportadoras de necessidades especiais na empresa, sendoque 36 delas fazem parte desse projeto firmado junto àsAPAEs da região.

1º colocado: Jacarezinho — Projeto: Inclusão de portadores dedeficiência2º colocado: Nardini — Projeto: Diferentes e iguais3º colocado: São José da Estiva — Projeto: Inclusão social

Prêmio incentiva ereconhece práticas degestão de pessoas eresponsabilidadesocioambiental

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Iniciativa bem-sucedida pela parceriaentre o Gerhai e aProCana Brasil, oPrêmio MasterCanaSocial premiou asempresas destaquesdo ano na área socioambiental, noúltimo dia 25 de agosto, no Espaço Golf,em Ribeirão Preto (SP). A homenagem

aconteceu durante a cerimônia doMasterCana Centro-Sul, que reuniumais de 300 representantes de usinas eempresas fornecedoras do setor.

O MasterCana Social tem porobjetivo incentivar, reconhecer epremiar práticas de gestão de pessoas eresponsabilidade socioambiental dasempresas sucroenergéticas do Brasil,como também das entidades

representativas e das empresasfornecedoras de produtos e serviços aosetor. “À todos os participantes doPrêmio MasterCana Social, expressamosnossos sinceros agradecimentos pelaconfiança, além de parabenizar pelainiciativa de transformar e melhorar agestão sustentável do setor”, diz JoséDarciso Rui, diretor executivo doGerhai.

MasterCana Social premia ações benéficas ao setor

Cases vencedores do MasterCana Social 2014

Rogério Braga, gerente corporativo de recursos humanosAnderson Faria Malerba, engenheiro ambientalAna Cláudia Melhado Gonçalves, pedagoga

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Outubro 2014 SETOR EM DESTAQUE 61

Superar o desafio deservir uma refeição fora decasa, com a mesma qualidadeda caseira. Foi por isso quesurgiu o programa dealimentação interna da SãoDomingos, baseada emcardápios variados, com duasopções de salada, duas decarne e uma guarnição, arroz,feijão, suco e sobremesa,procurando servir refeiçõessimples com opções saudáveis,dando liberdade aocolaborador e ao mesmotempo orientando-o quanto àsquantidades por meio de e-mail, murais e panfletos. Umdiferencial dos cardápios sãoos legumes e principalmente ashortaliças produzidas em horta orgânicaprópria. Os cardápios são elaborados como objetivo de servir uma refeição saborosa ebalanceada nutricionalmente, comcampanhas e orientações de hábitos devida saudáveis, bem como eliminar riscospara surgimento de doenças. Além disso,também pretende proporcionar uma maioreficácia para redução da obesidade e dedoenças associadas aos colaboradores.Segundo os idealizadores do programa, os

resultados são obtidos por meio deacompanhamentos ambulatoriais esatisfação do colaborador.

1º colocado: São Domingos — Projeto: Alimente-se bem,viva melhor!2º colocado: Nardini — Projeto: Corrida MatiLat 3º colocado: São José da Estiva — Projeto: Vida Nova

O conceito de boacidadania corporativa significaquestão estratégica e desobrevivência em longo prazono mundo dos negócios. Nessenovo ambiente, os interesses ea demanda da comunidaderequerem um olhar especial.Isso motivou a Noble adesenvolver o “ProgramaAtitude Social”. Entre osobjetivos e estratégias doprograma estão: fortalecer anoção de direitos e deveres, osvínculos sociocomunitários, odesenvolvimento dehabilidades para a inserção nomercado de trabalho, geração derenda e a ampliação da autonomia;trabalhar com estratégias socioeducativas(prevenção quanto ao uso de drogas) eações inovadoras, estabelecendo bomrelacionamento com a comunidade;realizar atividades que visem à melhoriados padrões de vida da comunidade,considerando e respeitando os costumes eculturas locais; contribuir para a promoçãoda sustentabilidade socioambiental,trabalhando a disseminação de conceitosrelacionados à preservação do meioambiente e valores humanos e receber as

comunidades através do “Programa PortasAbertas”, dando oportunidade para apopulação aprender sobre o processoindustrial, as ações e projetossocioambientais.

1º colocado: Noble Brasil — Projeto: Atitude Social2º colocado: São José da Estiva — Projeto: CentroCultural Gino de Biasi Filho 3º colocado: Virálcool — Projeto: Joga Tênis

Cases vencedores do MasterCana Social 2014Categoria Saúde Ocupacional: Usinas ItamaratiCASE VENCEDOR: SAÚDE E SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR

Categoria Desenvolvimento Humano: RaízenCASE VENCEDOR: FORMAÇÃO DE OPERADOR DE COLHEDORA POR MEIO DE SIMULADOR

Categoria Qualidade de Vida: Usina São DomingosCASE VENCEDOR: PROJETO ALIMENTE-SE BEM, VIVA MELHOR!

Categoria Comunidade: Noble Brasil CASE VENCEDOR: ATITUDE SOCIAL

Preocupada com acondição em que seencontrava a empresa, notocante aos acidentes detrabalho, a Itamaratipriorizou desde 2004, adefinição de políticas desegurança e a criação de umprograma composto dediversas ferramentas para aprevenção dos acidentes.Estabeleceu como Política deSegurança e SaúdeOcupacional a execução de todasas atividades de maneira segurae responsável, respeitando epreservando a saúde e a integridade físicadas pessoas, prevenindo acidentesenvolvendo máquinas e equipamentos.Foram desenvolvidas ainda açõespontuais como: controle de anomalias;formação da brigada de emergência,desenvolvimento de campanhas de saúdee segurança do trabalhador, realização detreinamentos diversos, instituição deSipat, elaboração e implantação doprojeto de sinalização, correção dascondições inseguras diversas, elaboraçãode procedimentos operacionais,intensificação da aquisição e utilização de

EPI’s, PAE – plano de açõesemergenciais, controle estatístico,avaliação de agentes ambientais para finsde elaboração do PPRA, entre outras.

1º colocado: Itamarati — Projeto: Saúde e segurança emprimeiro lugar2º colocado: São José da Estiva — Projeto: Renovandopráticas seguras3º colocado: São José da Estiva — Projeto: Saúde dohomem e da mulher

A Raízen busca formarmão de obra qualificada,possibilitando o crescimentoprofissional do funcionáriona empresa. Com esseintuito, em agosto de 2012 foilançado um projeto voltadopara a aceleração doaprendizado, garantindosegurança e retornofinanceiro para a empresa: osimulador de colhedora decana. Com a sua estruturasobre uma plataforma móvel, osimulador possui uma TV e os comandosda colhedora. A estrutura simula a cabinedo equipamento, levando para osoperadores uma real sensação de estarem atividade. Uma gama de objetivoscompõe a excelência de utilização doequipamento. Os principais são formar ecapacitar operadores de colhedora comeficiência, reduzindo os errosoperacionais e otimizando o tempo deaprendizagem. Além disso, o simuladorapresenta as seguintes características:gerar mais eficiência e mais rendimento;facilitar a interpretação da máquina;reduzir o consumo de combustível;reduzir o custo de produção;

proporcionar maior segurança aotrabalhador; otimizar o uso da máquina;reduzir o dano no canavial e evitar retirardo campo uma máquina em atividade.Em 2013 foram formados 122operadores de colhedora.

1º colocado: Raízen — Projeto: Formação de operadorde colhedora por meio de simulador2º colocado: Clealco — Projeto: UniversidadeCorporativa3º colocado: Ibéria — Projeto: Formação de cultura emliderança assertiva

Gerente de Recursos Humanos da Usinas Itamarati,

Cinthia Xavier Martins de Lima e o Engenheiro de

Segurança da Empresa, Clair Batista da Silva

Marcos Bernardo, supervisor de recursos humanos

Eliete Palhares da Silva Benetti,

coordenadora de responsabilidade social

Lúcia Teles, gerente de responsabilidade social

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Outubro 2014SETOR EM DESTAQUE62

Cases vencedores do MasterCana Social 2014

O troféu na categoriaDestaque Entidade foi para aBiocana com os cases MTA –Master of TechnologyAdministration: “Educação,Formação, Inovação eTecnologia a Serviço do SetorSucroenergético; ProgramaPCDs: Valorizando aDiversidade; Programa JovemAgricultor do Futuro:“Formando Cidadãos eProfissionais” e Biocana emFoco: “Ampliando asFronteiras da ComunicaçãoSucroenergética”.

O curso MTA objetivacapacitar administradores deempresas, engenheiros,tecnólogos e demais profissionais comformação em nível superior que exercemou pretendem exercer atividadesrelacionadas ao setor sucroenergético. OPCDs tem o objetivo de capacitar pessoasque convivem/trabalham com deficientesnos mais diversos locais do mercado:trabalho, escola, sociedade, entre outros,para que conhecendo, as característicasdeste público, possam ser praticadas omelhor conceito da chamada "Inclusão". ABiocana também incentiva projetos que

formam jovens profissionais para atuar naagroindústria através do Programa JovemAgricultor do Futuro, cuja iniciativa jáformou mais de 400 jovens com idadesentre 14 e 18 anos (incompletos). Já oBiocana em foco tem como objetivoinformar toda a sociedade das atividadesprodutivas da agroindústria canavieira. Osempresários do setor perceberam que acomunicação com a sociedade precisa serproativa e não apenas reativa, issopermitiu a realização do trabalho.

A Estiva conquistou a premiação, aoapresentar parte dos projetos sociais quepromove, de forma pontual ou perene,para seus públicos interno e externo. Aempresa conquistou sete certificados etrês prêmios (na categoria Educação eCultura – pelo projeto Mãos Dadas, e ode Empresário do Ano, ao diretor SandroCabrera), devido ao reflexo da união deesforços de todos. “Avalio esta noitecomo o resultado de um trabalho deequipe, de várias pessoas, por vários anos

com melhoria contínua em diversossetores. Estamos aqui vendo o trabalhosocial, não só para os colaboradores epara a comunidade, projetos quevingaram, são mantidos e hoje se tornamexemplo para todo o setorsucroenergético”, afirmou o gerente derecursos humanos, Luiz Doro. O prêmiode Empresa do Ano rendeu, além dotroféu, uma bolsa de estudos para pós-graduação com direito à imersão paraaprendizado no exterior.

Categoria Comunicação e Relacionamento: RaízenCASE VENCEDOR: PROGRAMA TRANSFORMANDO IMPOSTOS EM SORRISO

Categoria Destaque Empresa Fornecedora: São Francisco SaúdeCASE VENCEDOR: APRENDIZAGEM DE DEFICIENTES VISUAIS

Categoria Destaque Entidade: BiocanaCASE VENCEDOR: MTA

Empresa do Ano em Responsabilidade Socioambiental:Usina São José da Estiva

A Raízen, joint ventureentre a Cosan e a Shell, contacom mais de 40 milfuncionários e criamecanismos para envolvê-losem ações sociais. Um dosprogramas realizados é oAmigo Leal, no qual osfuncionários podem doarparte do Imposto de Rendapara uma ação solidária. Ainiciativa teve início naCentral Administrativa, emPiracicaba, e em 2013 foiampliada para os escritóriosdo Rio de Janeiro e SãoPaulo, e algumas unidadesprodutoras. Para 2014, aideia é expandir para maislocalidades onde a empresa está presente.Em seu 2º ano, os números do programasó crescem. De R$ 31.000,00 doados em2012, pulamos para R$ 100.000,00 em2013. Um aumento de 200% nas doações.Em 2014, o programa será realizado emmais localidades onde a empresa estápresente. Por meio dessa iniciativa, ocontribuinte que faz a declaração completado Imposto de Renda, pode reverter até3% do Imposto de Renda Devido para

projetos sociais cadastrados no FundoMunicipal da Criança e Adolescência(Fumcad).

1º colocado: Raízen — Projeto: Transformando impostosem sorrisos2º colocado: Clealco — Projeto: Colaborador conectado 3º colocado: São José da Estiva — Projeto: 50 anos

Em parceria com aAssociação de DeficientesVisuais de Ribeirão Preto(Adevirp), a operadora iniciouno final de 2013, um projetode inclusão de jovens comdeficiência visual no mercadode trabalho. Nesta parceria, osjovens são contratados pelaempresa e participam docurso de assistenteadministrativo totalmentegratuito, com duração de doisanos. O projeto, registrado noMinistério do Trabalho(MTE), proporciona aosalunos aulas teóricas epráticas de operador detelemarketing, assistente deinformática, atendimento aocliente, auxiliaradministrativo, entre outras.Estão a todo momentodominando a tecnologia,utilizam computadoresadaptados e contam com umaequipe especializada deprofessores que ajudam osjovens a descobrirem um novomundo de possibilidades.

Lucia Teles, gerente de responsabilidade social

Leila Alencar, presidente

Sandro Henrique Sarria Cabrera, diretor e Valéria Maria de Biasi Cabrera

Carlos Prebelli, gerente comercial

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Outubro 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 63

As usinas buscam incessantemente a tão desejadaredução nos custos industriais, e não há outra maneirasenão focar nos aspectos voltados para maior eficiência eprodutividade na fabricação de açúcar e álcool. Um dosprimeiros passos dentro deste processo é analisar o usocorreto de separadores de arraste e os tipos maisadequados para cada fase da evaporação e cozimento.

Com isto, consegue-se uma recuperação quase total dasacarose arrastada, além da obtenção de um vapor vegetale condensados da mais alta qualidade, o que permite suareutilização na alimentação da caldeira, com mínimoscustos de tratamento. Adicionalmente, a eliminação doarraste garante benefícios secundários na redução daoxidação nas calandras dos evaporadores, nas tubulaçõesde vapor e nas válvulas em geral.

A Munters produz em sua fábrica no Paraná umalinha completa de separadores de arraste, com os perfis emateriais mais apropriados para cada fase de evaporação,da pré-evaporação até o último efeito, além do cozimentodas massas A, B e C.

A geometria dos perfis dos separadores Munters,associados à alta velocidade de passagem, propiciam umelevado grau de retenção da sacarose, podendo-se alcançarteores da ordem de 30 ppm (ou ART=0,003%) no vaporvegetal V1 de pré-evaporadores e teores de 15 ppm (ouART=0,0015%) no condensado dos cozedores e último efeito.

Para se ter melhor ideia, os separadores centrífugos oude labirinto operando nas mesmas condições, apresentamteores de sacarose da ordem de 500 a 1000 ppm.

Nossos separadores são construídos em aço inox AISI304L ou 316L, o que lhes confere uma longa durabilidadeassociada a um baixíssimo índice de manutenção. Oretorno do investimento comumente se dá dentro de umano-safra, devido sua eficiência operacional e simplicidadede construção, sendo passível de aquisição via Finame.

A Munters oferece para as usinas, agendamento comseus engenheiros para analisar a melhor aplicação dosseparadores de arraste.

Munters41 3317.5050www.munters.com

Utilização correta de separadores de arraste aumenta produtividade

Separadores de arraste instalados externamente em linha de cozedores

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Outubro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL 64

Setor demonstrapreocupação com ações etecnologias para usoracional da água

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A humanidade não se preocupará coma questão do petróleo no mundo, mas com aágua. Essa é a reflexão do especialista PeterGleick, presidente da Ong Pacific Institute,na Califórnia, EUA. De acordo com ele, hásubstitutos para o petróleo, mas não hásubstitutos para a água. A alternativa para opetróleo está no etanol, mas para falta deágua, a única palavra que vem à mente é oseu uso racional. E é exatamente essepensamento que mobiliza muitas usinas dosetor de açúcar e álcool a implantaremtecnologias e práticas que permitam o uso eo reúso desse bem precioso.

A Usina Guaíra, uma das pioneiras nouso de limpeza de cana a seco no setor,desde 2002, está à frente de diversas açõese tecnologias que reduzem o uso da água epossibilitam o seu reaproveitamento.“Gerenciar a água de maneira eficaz podegarantir nossa permanência neste planeta”,avalia Anderson Malerba, engenheiroambiental da Guaíra.

Hoje a empresa trabalha com umacaptação de água de 150 m³/h do Ribeirãodo Rosário. “O objetivo para esta safra éutilizar em torno de 0,38 m³/tonelada decana processada, reduzindo a quantidadecaptada. Antes de 2007, período queantecedeu a instalação do circuito fechadoVLC (Sistema de Recuperação de água doslavadores de Gases caldeiras e Moendas), acaptação de água era de aproximadamente400 m³/h. Hoje temos outorgados 450m³/h de captação superficial, sendo 170m³do Ribeirão do Rosário e 280 m³ doRibeirão do Jardim. Atualmente captamossomente do Ribeirão do Rosário devido às

condições climáticas e também porque oRibeirão do Jardim abastece o municípiode Guaíra. Assim, estamos há mais de trêsmeses sem captar neste local”, revela.

Outra medida que Malerba destaca é o

trabalho de coleta seletiva realizadadiariamente há mais de 10 anos para evitarcontaminação do solo e dos cursos d´água.Anualmente, a empresa recolhe 12,45toneladas de material reciclável comdescarte ambientalmente correto, já que háuma equipe que segrega e outra queclassifica os resíduos. “É preciso buscar portecnologias que aproveitem o máximopossível o recurso hídrico nas indústrias,que reduziram o consumo e captação”,lembra.

A empresa também criou a ComissãoInterna de Prevenção a PoluiçãoAmbiental da Empresa (Cipae) em 2009;reutiliza a água nos processos de produçãoe também realiza o monitoramento internoda qualidade das águas há mais de 15anos, onde investe mais de R$ 30 mil/anona preservação dos recursos hídricos. Em2012, implantou sua segunda Estação detratamento de efluentes na FazendaRosário, com um investimento de mais deR$ 270 mil na sua implantação e R$ 15,99

mil anual em produtos para o tratamento ereutiliza a água na lavagem de toda a frotada empresa e de pátios.

O próximo projeto para este ano édisponibilizar a água tratada para osdemais pontos de lavagem da empresa.“Todos os produtos utilizados noslavadores são biodegradáveis, e pensandona eficiência e economia destes produtos, aempresa investiu R$ 6 mil na aquisição dosMultsprays, reservatórios que permitem amistura dos produtos biodegradáveis comágua para uso racional na lavagem. Em2009, implantou uma Estação detratamento de efluentes no ponto deabastecimento. A empresa conserva asáreas de preservação permanente (APP) ede reflorestamento e já possui 100% desuas áreas recuperadas desde 2011, com oplantio de mais de 400 mil mudas einvestimentos que já ultrapassaram os R$2,8 milhões. Também investe emprogramas de educação ambiental com opúblico interno e a comunidade”, observa.

Escassez de água preocupa por não ter substituta

Usina Guaíra faz monitoramento da qualidade da água

Peter Gleick, presidente da Ong Pacific

Institute, nos EUA

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Outubro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL 66

Floresta tem tudo a ver com apreservação da água, já que as matasciliares possuem a função ambiental depreservar os recursos hídricos, aestabilidade geológica e a biodiversidade.“As APPs reflorestadas são localizadaspróximas a rios e nascentes da região, oque beneficia a diminuição daevaporação da água, protege deassoreamentos e processos erosivos dosrios, além de servir como alimentos eproteção da fauna local”, explica oespecialista ambiental da Santa VitóriaAçúcar e Álcool (SVAA), Marat Guedes. Epensando nisso que a unidade pretendeaté 2019, plantar 2 milhões de mudas deárvores nativas na região. Para conseguiratingir esse número, a empresa possui umviveiro de produção de mudas comcapacidade licenciada para produção de500 mil mudas/ano.

Através do Programa deReflorestamento já foram plantadas cercade 660 mil árvores, nas cidades de SantaVitória e Gurinhatã, em uma área deaproximadamente 600 hectares.

Outra iniciativa importante é o Diade Limpeza dos Rios, promovido pelaPrefeitura de Santa Vitória. Há 4 anos, aSVAA participa com voluntários que vãoaté os rios da cidade fazer coleta deresíduos.

De acordo com dados da Prefeiturade Santa Vitória, na última edição foramrecolhidos cerca de 1,5 mil toneladas de

lixo em córregos que são afluentes do riosParanaíba e Tijuco.

Outra ação que visa envolver acomunidade é a criação do PainelConsultivo Comunitário, desenvolvido emfevereiro de 2014. Para canalizar asatividades do Painel, os integrantesescolheram a água como um tema detrabalho do grupo. “Os participantesestão consolidando um projeto para serdesenvolvido na cidade de Santa Vitória,que será trabalhado nos próximos 12meses, de setembro de 2014 a setembrode 2015, e prevê diversas ações, entreelas, análise da água do município,contato com a prefeitura Municipal paraacompanhar o Projeto da Estação deTratamento de Esgoto e do AterroSanitário da cidade, reflorestamento erecuperação das áreas próximas dasnascentes e margens dos rios, deestímulos à coleta seletiva e parapromover atividades de educaçãoambiental”, diz.

A tecnologia também podebeneficiar a preservação dos recursoshídricos. Prova disso, é que o parqueindustrial da SVAA que está em fasefinal de montagem, possui uma estruturade captação de água em que toda águadestinada ao abastecimento da indústriaé tratada e redirecionada para o reúsona irrigação, em um processo cíclico de reposição de água ao meio ambiente. (AM)

Até 2019, usina plantará 2 milhões de mudas de árvores

Educação ambiental na Santa Vitória Açúcar e Álcool

Plantio de árvores por crianças na Açucareira Guaíra

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Análise da qualidade da água na Itamarati e Caetano Grossi: medidas de economia

Em quatro safras, usina reduz42% do consumo de água

Em 2006, a Usinas Itamaratiimplantou o Sistema de Gestão Ambientale de lá para cá diversas melhorias foramimplementadas. Uma delas foi o trabalhode monitoramento da qualidade da águarealizado de hora em hora com o objetivode estabelecer metas de redução deconsumo. O trabalho deu tanto resultadoque em apenas quatro safras, a empresaconseguiu reduzir 42% do consumo deágua. “O consumo da água para moagemde cana idealizado pelo setor é de1m³/tonelada de cana. Em agosto de 2013,a empresa consumia 1,19 m³/tonelada. Ameta de 1 para 1 demanda investimentosem melhorias de processo, mas acreditoque em três safras conseguiremos essenúmero”, afirma Caetano Grossi, gerentedo sistema de gestão ambiental da UsinasItamarati.

Em 2007, a usina implantou a ISO14000 nos setores de empacotamento,agrícola, CCT e apenas faltou a indústria,que já está em fase de implantação.

Mas algumas medidas são necessáriaspara a economia dos recursos hídricos.“Para economizar água, a empresa deveeliminar as perdas, substituir a águanobre por uma utilizada, trocar águas delavagem das dornas e CO2 por águasfervidas (reutilizada) e não gastar águasem necessidade. Além disso, toda a água

utilizada no processo industrial opera emcircuito fechado já há mais de 10 anos.Desta forma, ocorre uma redução daquantidade captada, gerando um volumemenor de resíduos líquidos. A economiatambém se faz a partir do aprimoramentodos processos industriais, o que geramaior eficiência e redução da captação.Dentro do processo industrial é precisoreutilizar a água, reciclando-a, usandouma água menos nobre em tarefas. E tudoisso passa pela educação dentro daindústria, como evitar lavar pisos, porexemplo”, diz.

Ele explica que o processo de colheitacrua ajudou a empresa a economizar água.“No processo de colheita de cana crua nãose lava mais a matéria-prima pois ela já vaidireto para a fábrica. Por isso, a redução deimpurezas no momento da colheita, se faznecessária”.

Além disso, a empresa também realizapalestras, treinamentos, Diálogo Diário deSegurança (DDS) onde são levantadosassuntos sobre o meio ambiente. Há aindatreinamentos com líderes ambientais,pessoas responsáveis pela gestão ambientalde cada gerência. Os auditores internostambém auxiliam no processo de reduçãode água. Em julho, a empresa formou mais11 pessoas, totalizando 39 auditores”,enfatiza. (AM)

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A equipe de José Raimundo Costa,gerente industrial na Usina Barralcool,encontrou uma maneira inovadora dereutilizar a água do processo ao desenvolverum projeto de um filtro de pedra com vazãomáxima de 200 m³/h. “Antes eu jogava essaágua para a vinhaça ou voltava para oprocesso, porém agora ela retorna limpa, nãopotável, mas posso reaproveitá-la na limpezade cinzas na caldeira, grelhas, basculantes,via úmida da caldeira”, revela o gerente.

Segundo ele, toda usina semprepensou na sustentabilidade e em utilizarmenor quantidade de água para produziraçúcar, etanol, energia e proteína. “Afilosofia da Barralcool é utilizar a água daprópria cana, para reutilização no processo,em circuito fechado com uso e reúso.Somente lavamos 10% de toda a cana queutilizamos e usamos 0,7 m³ de água portonelada de cana”, explica.

Mas no campo, os processos tambémajudam na redução do consumo de água eda sua manutenção na natureza. NaBarralcool há uma preocupação com aconservação de solo. “A colheita de canacrua favorece a manutenção da camadaorgânica do solo”, diz Sidney MarquesJúnior, engenheiro ambiental do Grupo.

Ele explica que a empresa deixou deplantar cana em algumas áreas e estárealizando a recomposição das matasciliares gradativamente. “Acho que aquestão da falta de água não tem muito aver com o consumo, precisamos estimular aprodução e manutenção da água, pois sevocê somente consumir, um dia poderáacabar. A empresa tem uma política deprodução de água, que é feita através dasmatas ciliares e do preparo de solo comtécnicas conservacionistas”, comenta.

Em 2012, a Barralcool iniciou umaimportante obra em prol do melhoraproveitamento e otimização do uso daágua. A empresa substituiu o sistema antigode canais de vinhaça por tubulaçõespressurizadas.

Marques Júnior diz que foraminvestidos aproximadamente R$ 20 milhões

em 46 km de tubulação que beneficiou emtorno de 10 mil hectares de cana. “Estanova tecnologia de ‘fertirrigação decanaviais’ está baseada no princípioambiental inteligente da reciclagem dosnutrientes contidos na vinhaça, os quaisforam extraídos do solo pela própria culturada cana-de-açúcar “, lembra.

Ele admite que o objetivo do projeto defertirrigação é racionalizar o uso agrícola datotalidade dos resíduos líquidos industriaisem relação aos aspectos técnicos,econômicos e ambientais, com o objetivo degarantir alguns benefícios como: asubstituição total ou parcial da adubaçãomineral convencional, aproveitando o

grande potencial fertilizante da vinhaçapara realizar a “reciclagem de nutrientes”,especialmente do potássio que se apresentaem maior concentração; atenuação dasdeficiências hídricas da cultura canavieira emelhor aproveitamento dos nutrientesaplicados, proporcionados pelas águasresiduárias industriais reutilizadas; aumentomédio de 2 a 5 t/ha da produtividadeagrícola das socarias, em função dairrigação realizada e pela incorporação aosolo de matéria orgânica e nutrientescontidos na vinhaça; aumento dalongevidade das soqueiras fertirrigadas ematé cinco cortes, proporcionados pelairrigação realizada e pela incorporação ao

solo de matéria orgânica e nutrientescontidos na vinhaça, e na eliminação dosriscos de contaminação de solos e poluiçãode águas superficiais e subterrâneas, atravésda aplicação de doses agronômicasracionais conforme as necessidades hídricase nutricionais da cultura canavieira.

A empresa ainda desenvolve projetosimportantes para preservação da faunaaquática como o Viva o peixe, com solturade alevinos nos rios, além do Óleo do Bem,que em parceria com as escolas de Barra doBugres, objetiva coletar de óleo de frituraresidual pelos alunos para reaproveitamentona fabricação de biodiesel e assim, evitarque seja dispensado na natureza. (AM)

Barralcool inova no filtro e na tubulação

João Petroni (de chapéu), feliz com o projeto Viva o peixe, da Barralcool: soltura de alevinos nos rios

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Outubro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL 70

Seleção de variedadescom baixa atividade de enzimas, que integramo sistema de defesa da planta, é opção de combate

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A busca por soluções voltadas àprodução de um açúcar de qualidadediferenciada tem sido uma alternativapara unidades sucroenergéticas que estãoadotando como estratégia, paraampliação de seus ganhos, a possibilidadede comercialização de um produto commaior valor agregado.

As novidades tecnológicas para afabricação de açúcar giram, atualmente,em torno da diminuição do índice de cordo caldo, constata Marcos Omir Marques,professor da Unesp – UniversidadeEstadual Paulista “Júlio de MesquitaFilho”, Campus de Jaboticabal, SP.

“A grande dificuldade no processo deprodução de açúcar é conseguir, de umaforma eficiente e viável do ponto de vistaeconômico, diminuir o índice de cor docaldo”, ressalta.

Se forem criadas condições para que

a cor se forme, a remoção fica,posteriormente, muito mais difícil –observa. O que está sendo proposto é ocaminho – enfatiza – para reduzir a cor.

Inúmeros fatores contribuem para aformação de cor. “Um deles é a atividadeenzimática na própria cana-de-açúcar”,explica. Existem duas enzimas nesseprocesso, a polifenoloxidase e a

peroxidase, que fazem parte do sistemade defesa da planta – diz Marcos Omir,que é vinculado ao Departamento deTecnologia da Faculdade de CiênciasAgrárias e Veterinárias da Unesp.

“Quando um agente infeccioso, comoum fungo ou uma bactéria, tenta entrarnos tecidos da planta, essas enzimas ageme produzem compostos fenólicos que são

tóxicos para os microorganismos. Asimpurezas vegetais, como a palha e aprópria folha verde da cana aumentam aatividade dessas enzimas”, esclarece.

Segundo ele, as soluções tecnológicas,nessa área, têm a finalidade de“consertar” aquilo que já está instalado.São processos físicos e químicos quereduzem a cor já estabelecida. “Essasinovações são interessantes. Mas,combatem os efeitos”, avalia.

Para Marcos Omir, faltam, noentanto, medidas que combatam a causadesse tipo de problema. “Os programasde melhoramento genético de canadeveriam selecionar cultivares em que aatividade dessas enzimas é mais baixa.Essas variedades poderiam serrecomendadas para a produção deaçúcar”, propõe.

A medida aliviaria o processoindustrial. “Com menor custo, seriapossível atingir um índice de cor baixopara a produção de um açúcar dequalidade”, diz.

Mas, isto ainda não acontece. “Osprogramas não contemplam essa questãoda atividade enzimática, que é um dosprincipais fatores responsáveis pelaformação de cor”, observa. De acordocom ele, as cultivares de cana já existentesapresentam níveis diferenciados de açãodessas enzimas. “É possível selecionar asque apresentam atividades mais baixas”,ressalta.

Tecnologias propõem soluções para a redução de cor

Marcos Omir Marques: diminuir índice de cor do caldo é desafio

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Outubro 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 71

O açúcar brasileiro se viabilizou pelaquantidade, e não pela qualidade. “O paísse esmera na produção em larga escala. Épor isso que o Brasil é produtor de VHP”,afirma Marcos Omir Marques. Paraagregar valor ao produto – destaca – énecessário pensar na qualidade.

Não é só a escala de produção queviabiliza o açúcar – enfatiza – nummercado globalizado como o existenteatualmente.

“As coisas têm que ser benfeitasdesde o começo”, ressalta. A preocupaçãocom a qualidade deve incluir desde oscuidados com a matéria-prima até ainfraestrutura dos portos que são muitosultrapassados, segundo o professor daUnesp. “O açúcar fica, às vezes, em cimado caminhão no porto, a céu aberto,tomando sol, com a temperaturaultrapassando 40ºC”, comenta.

O que existe de mais adequado emalguns poucos portos – constata – são asestruturas construídas pela iniciativaprivada.

Nas unidades sucroenergéticas, há anecessidade de adotar medidas voltadas àprodução de açúcar – destinado aoconsumidor final ou VHP – em todas asetapas do processo, começando com aprodução da matéria-prima.

“Se ela for boa, o processo vaitranscorrer dentro da normalidade. Haverámenos problemas e aumentarão aspossibilidades de produção de um açúcarde qualidade”, diz. Ele destaca anecessidade de diminuição de impurezasminerais e vegetais que são transportadaspara a indústria junto com a cana-de-açúcar.

As impurezas dificultam o processo de

produção, pois favorecem a contaminaçãocom microorganismos e o aumento doíndice de cor.

Outro fator de grande importância é oaspecto sanitário. “É preciso evitar que aspessoas manuseiem o açúcar. Quanto maisautomatizado for o processo, a chance deter um produto melhor no final é muitomaior”, afirma Marcos Omir.

Entre as etapas que exigem atençãoespecial durante a fabricação incluem-se ocozimento, cristalização, centrifugação,secagem e armazenagem. Os resultadospositivos de cada uma dessas fases estãodiretamente ligados também aos cuidadosadotados em todo o processo.

Um dos aspectos importantes nafabricação de açúcar é a cristalização quedepende da qualidade da matéria-prima,do tratamento e preparo do caldo, datemperatura, da velocidade do cozimento –exemplificam profissionais da área.

O cozimento tem inclusive a finalidadede criar condições para a obtenção decristais uniformes que favorecem, por suavez, uma melhor performance dacentrifugação, que requer qualidade,pressão e temperatura adequadas da águautilizada, entre outros procedimentos.

Açúcar com cristais mais uniformestambém contribui para a obtenção deresultados positivos na secagem eapresenta uma menor tendência deempedramento durante a armazenagem.

Está tudo interligado. A qualidade doproduto final – que começa com os cuidadosno campo – não é consequência de algumafórmula “mágica” ou de algumprocedimento extraordinário. Os créditos,nesse caso, vão para todos os profissionais etecnologias que buscam a excelência. (RA)

“Açúcar brasileiro seviabilizou pela quantidadee não por qualidade”

Açúcar VHP: processo de produção deve percorrer o caminho da qualidade

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Outubro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL 72

A tecnologia disponível no mercado para a produção deaçúcar, incluindo as utilizadas em centrífugas, cozedores,cristalizadores, secadores, entre outros equipamentos ésuficiente para atender as demandas para a fabricação dosatuais tipos do produto que fazem parte do mix da maioriadas unidades sucroenergéticas que atuam nesse mercado,segundo Marcos Omir Marques.

“O Brasil é exportador de uma commodity, o VHP, quetem baixo valor agregado”, constata. Na opinião dele, aprodução do açúcar refinado, destinado ao consumidor final,é uma alternativa interessante. De acordo com ele, o padrãode qualidade utilizado para a fabricação deste tipo de produtodeve estar voltado ao atendimento das exigências de mercados

onde o setor sucroenergético não costuma atuar. “Exportar produto alimentício é extremamente

complicado. A Alemanha tem um determinado grau deexigência. A França, que é vizinha, tem outro nível deexigência”, observa.

O Brasil vende açúcar para países da América do Sul, daÁfrica e da Ásia que são poucos exigentes – compara – emrelação à qualidade. Mas, não consegue atender – diz – omercado europeu.

Existe uma variável chamada de teor de metal pesado noaçúcar, que não é considerada no mercado interno –exemplifica. “Na Alemanha já se tem essa preocupação hámais de vinte anos”, afirma. (RA)

Fabricação do refinado é alternativa interessante

“No futuro haverávariedade de canapara açúcar eetanol como jáexiste para abioeletricidade” Ações devem levar também emconsideração as causas, e nãoapenas os efeitos, para queinovações apresentemresultados mais efetivos

“Estou convencido que vai haver, futuramente,variedade recomendada para produção de açúcar ede etanol, como já existe a cana-energia parabioeletricidade”, prevê Marcos Omir Marques. Naavaliação dele, este è um caminho que precisará sertrilhado. “A especificidade está atrelada à qualidadeem todas as áreas”, enfatiza.

Segundo ele, o setor atingiu o seu limite emrelação ao rendimento global, com o atual processode produção industrial, alcançando um índice acimade 90%. “Quando esse patamar é atingido, fica muitodifícil conseguir o acréscimo de 1% no rendimento.Para obter esse aumento é preciso, em diversos casos,gastar mais do que será ganho com esse benefício”,compara.

Em decorrência dessa situação, o professor daUnesp considera importante investir em pesquisapara identificar as causas e resolver os problemasna origem. “Essas tecnologias que estão sendopropostas, que geram melhorias ao processo,podem ser mais efetivas se existissem,simultaneamente, ações que levassem também emconsideração as causas e não apenas os efeitos”,comenta. (RA)

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QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Executivos avaliam asnovidades eacompanham processode aquisição, montagem,ajustamento e otimização

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As inovaçõestecnológicas na áreaindustrial têm sidoimportantes paraaumentar aprodução, elevar aeficiência, reduzirperdas e tornar as unidadessucroenergéticas mais competitivas. Boasnovidades são lançadas periodicamente.Mas, não funcionam sozinhas. Precisamser avaliadas tecnicamente, e, depois deaprovadas – e adquiridas – passam por umprocesso de “customização”, montagem,ajustamento e otimização.

Todo esse trabalho é conduzido pordedicadas equipes de profissionais,lideradas por “executivos” da áreaindustrial geralmente com muita vivênciano cotidiano de usinas e destilarias. Esses“mestres da indústria” de açúcar, etanol e

bioeletricidade estão sempre antenados nasinovações tecnológicas.

Um desses executivos de destaque é ogerente industrial da Usina Rio Pardo, deCerqueira César, SP, Carlos Alberto

Caserta, que atua no setor sucroenergéticodesde 1982 quando começou a suatrajetória no Grupo Zillo Lorenzetti (atualZilor). Antes disso, ele já “respirava” o diaa dia de usina, pois morou por dezesseis

anos em área da Barra Grande – unidadedo grupo Zilor –, em Lençóis Paulista, SP,onde o pai dele trabalhou como supervisorde moendas.

Carlos Caserta teve também dezoitoanos de sua carreira dedicados à BarraGrande, onde ingressou como estagiário eteve a oportunidade de exercer cargos,como técnico, encarregado e supervisor dedestilaria. Além disso, trabalhou em outrasduas unidades da Zillo Lorenzetti: na SãoJosé, de Macatuba, SP, onde foi supervisorde produção de álcool e leveduras, de 2001a 2003 e na Quatá, de Quatá, SP, atuandocomo coordenador de produção de açúcare álcool, de 2003 a 2007, quando deixou ogrupo. Ele trabalhou como gerenteindustrial na Usina Rio Vermelho, deJunqueirópolis, SP, em 2007 e 2008.

A trajetória de Carlos Caserta na RioPardo começou em janeiro de 2009,ingressando na empresa como gerenteindustrial. Para obter bons resultadosnessa atividade, é preciso estar sempreconectado ao mercado, às novastecnologias, ter bom relacionamento comas pessoas e trabalhar em equipe – resumeele, que é formado em Química pelaUniversidade Sagrado Coração (USC), deBauru, SP, além de possuir pós-graduaçãoem Gestão Empresarial pela FGV e emGestão e Tecnologia Industrial no SetorSucroalcooleiro pela Udop/Esalq.

Mestres da indústria estão antenados nas inovações

Carlos Alberto Caserta atua no setor sucroenergético desde 1982

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Outubro 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 75

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Apesar dopouco de tempo deexistência, a RioPardo já éconsideradareferência no setorsucroenergéticodevido à sua elevada eficiência industrial.Essa unidade, que começou a operar emagosto de 2009, teve inicialmente suaatividade voltada à produção de etanol.Carlos Caserta participou inclusive dafase de projeto e montagem da Rio Pardo

Automatizada e com tecnologiadiferenciada, foi a segunda usina no paísa utilizar sistema de concentração devinhaça – revela. De olho nasoportunidades do mercado, a Rio Pardodecidiu, em seguida, produzir açúcarutilizando para evaporação do caldo essamesma tecnologia – da empresa Citrotec –usada na vinhaça, detalha o gerenteindustrial. Na montagem da fábrica deaçúcar, a usina optou pela implantaçãode condensador evaporativo emsubstituição a torres de resfriamento.

“Esse equipamento, além de sercompacto, economiza água e energia”,observa. A Rio Pardo, pioneira no setorna implantação do condensadorevaporativo, instalou esse equipamentopara a concentração de vinhaça,evaporação de caldo, cozimento de açúcar

e também para a turbina de condensação. “Montamos toda a operação da

unidade de açúcar num piso só, incluindo

secador, cozedor, centrifuga. A concepçãoda fábrica é diferente. É bem compacta,de fácil operação, apresenta custo de

manutenção mais baixo e possibilitainclusive a redução do número depessoas”, diz. Segundo ele, esse layoutcria condições mais favoráveis para aautomatização.

Com um índice de automação de90% em toda a planta industrial, essatecnologia tem sido uma das aliadas daRio Pardo visando a redução de perdasindustriais. “Evita derramamento detanques, cria condições para se trabalharcom malhas mais sintonizadas e maiorprecisão”, observa.

A automação possibilita que apenas42 pessoas operem a usina por turno. ARio Pardo mói doze mil toneladas decana-de-açúcar, produz dezoito mil sacosde açúcar e 550 mil litros de etanol pordia. O processamento de matéria-primana safra é de 2,1 milhões de toneladas.

A camisa perfurada, de altadrenagem, que foi instalada neste ano norolo superior do último terno demoenda, também tem contribuído para aobtenção de resultados positivos. “Comisto, ganhamos 2% na eficiênciaindustrial, 2% na extração da moenda ehouve a redução de 5% da umidade dobagaço”, afirma. Outro diferencial daRio Pardo é o sistema de reúso da água,que reduziu a captação da usina que éde 0,48 metro cúbico por tonelada decana – informa. (RA)

Gerentes participam da montagem de usina com elevada eficiência

Rio Pardo tem sistema de concentração de vinhaça, condensador evaporativo e reúso de água

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QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

O engenheiromecânico RicardoSteckelberg temparticipado tambémdiretamente dasgrandestransformações naárea industrial do setor sucroenergético.Isto tem acontecido de duas formas: pormeio de sua bem-sucedida trajetória detrinta anos – que estão sendo completadosem 2014 – no Grupo Jalles Machado, comsede em Goianésia, GO e, maisrecentemente, como presidente do Gemea– Grupo de Estudo de Maximização daEficiência Agroindustrial, fundado em2010.

Na Jalles Machado, ele esteveenvolvido, por exemplo, no processo deampliação e modernização tecnológica quetinha a finalidade de preparar a unidadepara a venda de excedentes de energia, emdecorrência de um contrato decomercialização desse produto. A usina foipioneira nessa atividade, iniciada em 2001,no estado de Goiás. “Substituímos ascaldeiras de 21 bar, 300ºC para 42 bar,440ºC e as turbinas de simples estágio paramúltiplo estágio” – exemplifica.

Com financiamento do BNDES,foram feitas muitas mudanças no processovisando a eficiência energética, contaRicardo Steckelberg, que já era gerenteindustrial da usina nessa época. Eleocupou o cargo de 1992 a 2008, quandofoi promovido a gerente industrialcorporativo das unidades Jalles Machadoe Otávio Lage. O início da carreira naempresa ocorreu em 1984 comoengenheiro de manutenção. Antes disso,ele tinha trabalhado na área demineração.

Outro momento de destaque natrajetória de Ricardo Steckelberg foi aoportunidade de participar da implantaçãoda unidade Otávio Lage onde pode aplicaro conhecimento de vários anos de

experiência. “Copiamos o que tínhamos debom na Jalles Machado e acrescentamos asmelhores tecnologias disponíveis em váriasáreas para ganho de rendimento eeficiência”, afirma.

Entre outras tecnologias adotadas naOtávio Lage, ele destaca a moendaeletrificada, turbinas apenas nos geradores,preparo com desfibrador vertical pesado,uso de esteiras para recepção da cana

picada – com eliminação da mesaalimentadora –, decantador rápido,caldeira de 65 bar e 490ºC.

De maneira geral, a inovaçãotecnológica tem contribuído para que osprocessos sejam mais automáticos,controlados e com menor variação emrelação aos parâmetros determinados paracada fase do processo, observa RicardoSteckelberg, que é formado em EngenhariaMecânica pela UNB - Universidade deBrasilia, possui

MBA em Gestão de Processo pela FGVe atualmente está concluindo MBA emAgroenergia pela Esalq/USP

Os avanços de maior expressão naárea industrial do setor sucroenergético ¬–opina – são as caldeiras de alta pressão,eletrificação da moenda e controle derotação por inversores de frequência,painéis elétricos com componentesinteligentes e a automação comequipamentos de muita precisão, rápidacomunicação e robustos.

”Os inversores de frequência têm sido,com certeza, muito importantes, poispermitem uma precisão de controle emtodas as etapas do processo, redução doconsumo de energia, ganhos em fator depotência, entre outros”, destaca.

Ricardo Steckelberg desenvolvetambém um relevante trabalho, comopresidente e palestrante, no Gemea querealiza cursos, encontros e simpósiosvoltados ao aprimoramento deprofissionais e lideres interessados naatualização de seus conhecimentos e trocade experiências.

Segundo ele, o grupo nasceu a partirde uma necessidade de conhecimentotécnico do setor sucroenergético, no estadode Goiás, devido à alta demanda domercado no período de expansão. “Hojetemos participantes de outros estados eestamos sempre abertos para receberpessoas da área agrícola, industrial e deoutros setores”, afirma. (RA)

Ricardo Steckelberg iniciou trajetória de sucesso há 30 anos

Ricardo Steckelberg: gerente industrial da Jalles Machado e presidente do Gemea

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ANDRÉ RICCI, DE SERTÃOZINHO, SP

Cerca de 50 profissionais se reuniramem 28 de agosto para mais uma reunião doGegis - Grupo de Estudos em GestãoIndustrial do Setor Sucroenergético,realizada em Sertãozinho (SP). O evento,que teve como tema central os custosagroindustriais, fez parte da programaçãoda Fenasucro 2014.

Aumentar a eficiência e reduzir oscustos tornaram-se fundamentais para amanutenção do trabalho. De acordo comuma fonte do setor, as usinas estãotrabalhando no limite, além de estaremsujeitas a intempéries climáticas. “Todoinício de safra é feita uma estimativa dereceitas e gastos. Mas, em 2014, porexemplo, com a seca na região Centro-Sul,muitas usinas retardaram o início da

moagem e agora falam em parar antes porfalta de matéria-prima. É preciso enxugarao máximo os processos para conseguir semanter”, explica.

De fato, a Unica - União da Indústriade Cana-de-Açúcar estima que as usinas daprincipal região produtora do paísencerrarão a moagem trinta dias mais cedopor causa da safra reduzida pela estiagem.Somente na região de Ribeirão Preto (SP),seis usinas já pararam a produção até osprimeiros dias de setembro.

A reunião discutiu ainda osindicadores industriais das usinasassociadas ao Grupo e problemas técnicosdo cotidiano das unidades. De acordo comEliana Aparecida Canevarolo, presidentedo Grupo, o encontro foi produtivo, commuita troca de informações, mostrando aimportância dos debates para o setorsucroenergético.

CUSTO“Falar sobre custos,principalmenteem ummomento decrise comoeste quevivemos émais quefundamental.Procuro saber oque acontece nomercado para, se necessário,rever ações do cotidiano. É preciso atuar com o máximode rendimento e o mínimo de gasto. Para alcançar este patamar, conhecimento e relacionamento com outros companheiros sãoprimordiais”.Luiz Antonio Magazoni, diretorindustrial da Usina São Domingos

EFICIÊNCIA “Estamos difundindo este trabalho por todo país. Temos uma filial do

Gegis em Dourados (MS) que busca facilitar o acesso das usinas da região às reuniões.Estar antenado aos indicadores e absorver a experiência de companheiros de trabalho

são fundamentais para sobreviverno atual mercado. Hoje o foco

está voltado para os custos, tanto

industriais quanto agrícolas.Sobrevive quem alcançamelhor eficiência

com o menor custo”.

Luiz Fernando Alves, gerente

industrial corporativo do Grupo Adecoagro

D E P O I M E N T O S

Gegis debate custos industriais

Público presente durante reunião do Gegis

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Outubro 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 79

“ D E P O I M E N T O S

APRENDIZADO“Foi muito bom vir aqui, essecontato com grandes nomesdo setor é muito importantepara o aprendizado. Vejograndes possibilidades deaplicar as técnicasapresentadas no curso emnossa unidade”.Rafael Melfa Caputo,supervisor de produção daUsina Barralcool

NOVOS HORIZONTES“Vejo a importância desseencontro nosso, queconsidero um treinamento,debatendo informações eplanejando traçar sempreum horizonte além dos

esperados”.Odair José Pacco, gerente de

produção industrial da UsinaCoopcana

WELLINGTON BERNARDES,

DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Na segunda semanade setembro, dia 11, emRibeirão Preto, SP,aconteceu o Curso deProcessos, Tratamento deCaldo e Fermentação,promovido pela Sinatubem parceria com aProCana Brasil. O eventocontou com a presença de80 participantes, que puderamacompanhar palestras, debates e exposiçõessobre a otimização de processosfermentativos para produção de açúcar eetanol.

O curso foi dividido em duas partes.Durante a manhã aconteceu a primeira, comabertura do professor Henrique Vianna deAmorim, da Fermentec. O professordetalhou algumas experiências comprocessos fermentativos e alertou sobre aimportância do preparo da equipe paraobtenção de melhores resultados. “Devemosfornecer constante preparo e informaçãopara a equipe que está no controle dafermentação, isto possibilita umahomogeneização da produção, importantefator para otimizar resultados”, explica.

O professor biomédico Mário CésarSouza e Silva, diretor da MC DesinfecçãoIndustrial, segundo palestrante, falou sobre ocontrole biológico do processo fermentativo.Para o biomédico, falta maior especializaçãona área microbiológica no setorsucroenergético. “Há carência denormatizações nos processos microbiológicos,a indústria demanda técnicas quequantifiquem os níveis bacterianos em tempohábil, e minha palestra focou nesta vitória damicrobiologia contra o tempo”, explicou. Oprofessor ficou surpreso com o retorno dosparticipantes do evento após sua explanação.“Conversei com alguns representantes dosetor sucroenergético, há enorme carência emtestes e exames laboratoriais na áreamicrobiológica das usinas”, afirmou.

Valorização de equipe é fundamentalnos processos industriais

Participantes do curso de processos da Sinatub

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Outubro 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES80

WILSON LIMA, DE CAMPINAS, SP

Desde que foi concebido há cerca decinco anos, o etanolduto tem sido umagrande promessa de um meio inovador detransporte do etanol entre seus maisimportantes centros produtivos até asprincipais áreas de distribuição. Comprojeto de conclusão total até 2016, porenquanto está em operação apenas oprimeiro trecho que liga a região produtorade Ribeirão Preto até o terminal dedistribuição de Paulínia, ambas no interiorde São Paulo. O cronograma das obrasprevê também a entrega da segunda etapado complexo que liga Ribeirão Preto àmineira Uberaba em agosto deste ano,num total de 116 km de dutos ecapacidade de armazenamento de 28milhões de m³ de álcool. Com umainfraestrutura integrada a hidrovia, alémde facilitar a logística dos produtores, oetanolduto também acena com custos maiscompetitivos. Seria o melhor dos mundos,no entanto, uma série de imprevistosrelacionados a questões fiscais,operacionais e a própria crise no setor, têmcolocado entraves à utilização do sistemaque, desde o início de sua operação temtrabalhado com menos de dez por cento,em média, de sua capacidade.

O trecho Ribeirão-Paulínia temcapacidade de bombear 358 milhões delitros mensais, porém, no período entrefinal de 2013 e o primeiro trimestre desteano, a utilização média foi de 30 milhõesde litros. Com a superação dos entravesburocráticos e operacionais, a expectativada empresa responsável pelo etanolduto, aLogum Logística, é tornar o sistema maisatraente e fechar o ano de 2014 com umbilhão de litros transportados.

A região de Ribeirão Preto,englobando 13 municípios, produziu nasafra 2013/2014, cerca de dois bilhões delitros de etanol e tem sido praticamente aúnica a utilizar o etanolduto. Mas a

empresa espera ver o crescimentoexponencial do fluxo, com o crescimentoda malha, a curto prazo com o ramal deUberaba e no futuro captando a produçãoao longo do trecho que vai até Jataí, emGoiás. Com a conclusão do trecho dacidade mineira, os planos agora são deinvestir na construção de terminais parabarcaças que deverão transportar viafluvial o etanol produzido na região deAraçatuba, até a cidade de Anhembi. Ali, obiocombustível segue pelos dutos até oterminal de Paulínia.

Há de se atentar para a distinção doscenários do setor sucroalcooleiro, na épocaem que foi concebido o projeto e a

realidade atual. O panorama à época emque foi planejado, apontava para um fortecrescimento do setor, com a construção denovas usinas para atender a um promissormercado que atenderia à crescentedemanda interna com sobras paraexportação. A crise que vem se abatendono segmento e que se aprofundou de umaforma sem precedentes nos últimos meses,levou a empresa a vincular seu plano deinvestimentos em infraestrutura de acordocom a demanda realista. Sendo assim, aspróximas oito etapas (de um total de dez),para a conclusão do projeto, devem ter seucronograma reavaliado.

Financiado com recursos do Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), o projeto integra oPrograma de Aceleração do Crescimento –PAC, do Governo Federal e prevê consumiraproximadamente R$ 7 bilhões eminvestimentos. Quando estiver totalmentepronto, vai interligar centros produtivos ede distribuição do biocombustívelexistentes nos Estados de Minas Gerais,Goiás, Mato Grosso Sul, Rio de Janeiro eSão Paulo, equivalente a 85% da produçãonacional, com capacidade de transporte de20 milhões de m³ de etanol/ano por 1.300km de dutos e outros 700 km de hidrovias ecapacidade de armazenamento de 1,2milhão de m³.

Etanolduto segue no ritmo da crise

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Outubro 2014 LOGÍSTICA & TRANSPORTES 81

A infraestrutura logística do País vaimal, apresentando problemas em todos ossetores, porque não há planejamento, gestãoe regulação por parte do Governo. Esta é asíntese de pensamento de Adriano Pires,sócio-fundador e diretor do CentroBrasileiro de Infra Estrutura (CBIE), e umadas vozes mais respeitadas no País quandoo assunto é infraestrutura e energia. Nestaentrevista ao JornalCana ele tece ácidascríticas ao modus operandi do Governo quedeve agir menos de forma política e maistécnica, atuando mais como regulador efiscalizador para que os investimentossurtam efeito e melhorem a infraestruturado País.

JornalCana - Quais são os principaisproblemas atualmente na infraestruturalogística do País?

Adriano Pires - Nós temos problemasem tudo: nas ferrovias, nos portos, rodoviasque avançam e recuam, já que o governonão consegue mostrar ao mercado qual omodelo de concessão que ele realmente vaiusar e isto acaba assustando o investidor.Na questão das rodovias e aeroportosainda vai um pouquinho melhor, maslonge de ser o ideal. A energia elétrica vaimal, estamos numa crise sem precedentes.Saneamento e água também muito ruins...Enfim acho que o problema da nossalogística que está, evidentemente, ligada àinfraestrutura, está longe de ser resolvido ecom isso está afetando muito o custo Brasil.

Em que o Governo está errando?O Governo não tem baseado sua política

no tripé planejamento, gestão e regulação.Para que você coloque o programa deinfraestrutura pra andar de maneira correta,pra você atrair os bons investidores e não osinvestidores abutres, você precisa mostrarque existe planejamento com previsibilidadeonde o governo deveria atuar mais comoregulador e fiscalizador e menos comoempreendedor, como investidor. Tem que teruma gestão muito cuidadosa pra que nãohaja atraso de obras como está acontecendohoje no Brasil. Tem que ter a regulação quedê segurança e estabilidade regulatória ejurídica. Para isso é preciso ter o resgate dasagências reguladoras que no governo atualforam capturadas pelo Executivo através deuma partidarização, onde você colocapessoas na direção, não pelo mérito, maspelas ligações políticas. Há também umainterferência excessiva do Executivo, tirandoa independência das agências.

Mas, o Governo tem feito muitoinvestimento através do PAC (Plano deAceleração do Crescimento)...

Colocaram muito dinheiro, mas deuma forma atabalhoada, sem planejamento,sem fiscalização e sem gestão. Aí a coisa nãofunciona, aí você desperdiça dinheiro, perdetempo e não resolve o problema.

Isto acontece com os portos, com asrodovias...

Sim. O eixo principal do governo,quando ele olha a infraestrutura é amodicidade tarifária. A agência reguladora eo próprio governo tem a importante funçãode evitar os ganhos extraordinários, ganhosde monopólio de concessionário. Mas ogoverno tem que ter uma política onde façaum mix entre modicidade tarifária e ofertade infraestrutura adequada de qualidade.Porque se você fica muito centradoexclusivamente na modicidade tarifária,acaba atraindo o investidor abutre queganha a licitação, não faz a obra ou atrasamuito ou até entrega uma obra de baixaqualidade. Este é o pecado mortal dogoverno. Ele tem que entender queinfraestrutura é uma concessão do serviçopúblico para o privado. É a concessão deum bem que pertence à sociedade brasileira.Apenas estamos alugando para o investidorprivado porque ele que tem a competência,o dinheiro e a experiência para fornecerpara os cidadãos os serviços públicos dequalidade, com tarifas e preçoscompetitivos.

E as PPP (Parcerias Público-Privadas), têm funcionado?

Têm funcionado mal. A ideia da PPPé ótima, porque o privado traz para oparceiro publico, dinheiro, conhecimento,às vezes até tecnológico, e traz gestão.Então é bom, só não funciona melhorporque, de novo, falta planejamento,gestão e regulação. (WL)

ENTREVISTA — Adriano Pires, Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE)

“Faltam planejamento, gestão e regulação” O mesmoremédio para acrise do etanol

A mesma receita baseada emplanejamento, gestão e regulação, que oespecialista Adriano Pires cita paraminimizar os problemas da infraestruturalogística do País, também serve paradiminuir os males crônicos que afligem osetor sucroalcooleiro. Segundo ele énecessário que haja previsibilidade noplanejamento do Governo para o setor, amédio e longo prazos. E no curto prazo,Adriano defende a volta da CIDE(Contribuição de Intervenção no DomínioEconômico) incidente sobre a importação ea comercialização de gasolina e seusderivados, como forma de tornar o etanolmais competitivo.

Na visão do especialista, o setorsucroalcooleiro está vivendo o que ele chamade inferno astral, a maior crise que o setor jáviveu na história. A raiz da crise remonta osidos de 2007, quando o governo resolveufazer uma política na área de combustíveisonde ele privilegia o combustível emdetrimento do nacional. “É uma política queestá levando ao fechamento de mais de 40usinas. Há uma crise que a gente não sabeaté onde vai, o que é um erro estratégico dogoverno. Abandonar o combustível onde agente tem o conhecimento tecnológico, umavantagem comparativa onde a gente temterra, tem água, sol e é um combustívellimpo é um grande erro. Nos tempos de hojeonde há o crescimento do consumo deenergia sustentável, de fontes mais limpas, oBrasil faz o contrário, inclusive na questãodo preço da gasolina, da desoneração”,avalia Pires.

Outro sério erro dos governantes, foiter acabado com a CIDE “para dardinheiro do caixa da Petrobras, ao invés deaumentar o preço da gasolina. Quempagou o pato foi o etanol, já que a CIDEera um jeito de dar competitividade aobiocombustível”, complementa.

Pires defende que o Brasil tem quevoltar a planejar, fazer gestão e regulação eno caso do etanol, a medida de curtíssimoprazo que o governo deveria tomar é a voltada CIDE. “Agora a médio e longo prazos épreciso ter um planejamento comprevisibilidade. É importante que o governomostre ao setor sucroalcooleiro, o que elepretende com o etanol na matriz decombustível. O governo tem que ter umplanejamento indicativo que demonstre quepara o País é bom ter tanto por cento deetanol na matriz combustível. Para isso ogoverno tem que fazer uma política que dêprevisibilidade aos investidores no setor”,conclui. (WL)

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Outubro 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES82

A malha rodoviária brasileira tem hojeum total de 1.691.804 quilômetros deextensão, sendo deste total, pouco mais de200 mil pavimentados. Ou seja, mais de1.350 mil quilômetros são de estradas deterra. Somente estes números já dão adimensão do enorme problema que oBrasil, país de dimensões continentais,enfrenta, desde sempre para sua logísticamais básica, uma vez que o transporterodoviário ainda é o grande vetor paramovimentar a produção nacional. Todos osanos, muito do que se produz no campo(estima-se em 30%) principalmente nasregiões mais distantes, se perde seja emfunção de atoleiros na estação chuvosa, oudo atraso pela morosa manutenção da frotade veículos de transporte que sofrem nasestradas empoeiradas e esburacadas.Problema que se estende mesmo na malhaasfaltada, já que boa parte desta seencontra em péssimas condições demanutenção. Tudo isto se traduz em perdase custos elevados à cadeia produtiva. OGoverno Federal enfrenta a questão atravésda concessão de rodovias à iniciativaprivada, um remédio que tem se mostradoeficaz, mas demora para fazer efeito.

A questão da malha rodoviária foi umdos itens contemplados pelo governo nosPlanos de Aceleração do Crescimento –PAC 1 e 2, mesmo porque o custo dainfraestrutura impacta diretamente no PIB– Produto Interno Bruto do País.Recentemente, a presidente Dilma Rousseff

anunciou um novo pacote de concessões derodovias cujos leilões deverão acontecerainda este ano. Serão cinco novos trechos

que receberão investimentos e serãoexplorados pela iniciativa privada, sendoque a maior parte concentra-se na região

Centro-Oeste, principal polo produtor degrãos e cuja importância logística éapontada em recente levantamentorealizado pela CNI – ConfederaçãoNacional da Indústria.

Serão mais de 1.700 quilômetros deestradas a serem pavimentadas eduplicadas, inclusive ligando a região aoporto de Miritituba, PA, criando umcorredor ferroviário rumo à Região Norte, oque ajuda a desafogar os sempre travadosportos do Sudeste. “O que nós elaboramosé uma concepção de fazer os grandes eixosestruturantes nacionais para escoamentode nossa safra”, disse o então ministro dosTransportes, César Borges. A ideia épromover os leilões ainda neste segundosemestre, porém os efeitos diretamente nainfraestrutura logística ainda vão demorara aparecer. Em rodovias, os contratospreveem prazo de seis meses a um anopara o início das obras e mais um para aconclusão. Paulo Fleury, especialista daUFRJ, projeta que apenas em 2015 aeconomia começará a sentir os efeitos dasconcessões de 2012 e 2013 de rodovias eaeroportos. “O prazo é de dois a três anos(desde a concessão) para que oinvestimento apareça”, diz. Hoje, asconcessionárias dos leilões de 2013 estãona fase de contratação da engenhariabásica. E apenas em um ano começarão aconstruir. A previsão é de que em cincoanos esta nova malha esteja totalmenteoperacional. (WL)

Rodovias continuam em marcha lenta

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Outubro 2014 LOGÍSTICA & TRANSPORTES 83

Apesar de o Brasil contar com umsistema de rios e lagos com mais de 40mil quilômetros navegáveis, o modalhidroviário é um dos menores na logísticanacional, utilizando-se a metade dopotencial. No final do ano passado, oMinistério dos Transportes divulgou oPlano Hidroviário Estratégico, prevendoa ampliação do transporte por hidroviasem mais de três mil quilômetros. A meta éaté 2024, investir cerca de R$ 17 bilhõespara tornar o modal mais utilizável, umavez que os custos menores e seu apeloecológico são o diferencial, pois reduz autilização do modal rodoviário.

Os recursos que serão aplicados nashidrovias acomodam fluxos de cargaigual ou superior a 50 mil toneladasanuais: Amazonas/Solimões e Negro,Madeira, Tapajós e Teles Pires,Tocantins, Araguaia, São Francisco,Parnaíba, Tietê e Paraná, Paraguai e ashidrovias do Sul (Taquari, Jacuí e Lagoados Patos).

No que diz respeito ao setorsucroalcooleiro, a principal hidrovia é aTietê-Paraná, que interliga os estados deMato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo,através de 1.250 km navegáveis divididosem 450 km no rio Tietê e 800 km no rioParaná. Trata-se de um importantecomplexo para o escoamento da

produção de açúcar e álcool, que atua deforma integrada principalmente aosmodais ferroviário e dutoviário.Recentemente os governos Federal e doEstado de São Paulo firmaram acordopara o repasse de R$ 134 milhões paraprojetos de melhorias nesta hidrovia. Ovalor é parte de um montante de R$ 1,5bilhão previsto num protocolo deintenções assinado há três anos e deveráeliminar alguns gargalos hoje existentes.O projeto prevê construção de terminais,desassoreamento de trechos e construçãode barragens, entre outros pontos. Oobjetivo é capacitar a hidrovia paradobrar sua capacidade de carga que hojeé de seis milhões de toneladas.

Apesar das vantagens que a hidroviaoferece, no entanto, ela esbarra nascondições climáticas, como as poucaschuvas que caíram no ano,comprometendo a navegabilidade dosrios. Desta forma, as barcaças têm quenavegar com menor capacidade, o queresulta na necessidade de maistransporte rodoviário para atender àdemanda, com consequente aumento decustos. No primeiro trimestre, a baixaredução da navegabilidade na Tietê-Paraná transferiu por mês 126 miltoneladas para as rodovias, ou 3,6 milcaminhões do tipo bitrem. (WL)

Plano prevê maior

utilização das hidrovias

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Outubro 2014MERCADO84

1

23

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5

Qual sua avaliação até o momento sobre asafra?

Temos dois cenários. Nas regiões de Goiás eParaná, não tivemos problemas e a produção devese manter ou até aumentar. Mas os canaviaispaulistas foram muito afetados pela seca dedezembro, janeiro e fevereiro. Não chover nestaépoca em que estamos é normal, o problema foi láatrás. Os reflexos também serão sentidos napróxima safra.

A planta de etanol celulósico da Raízen,ficará pronta ainda em 2014?

Mantemos a previsão inicial que era operar nosegundo semestre deste ano. É tudo muito novo esão muitos obstáculos que precisamos remover. Masestamos confiantes neste projeto.

Quais as expectativas em relação as eleições?Independente do governo que vencer, é preciso

que olhem para o setor. Estamos falando de umtrabalho que gera receita aos municípios, diversosempregos diretos e indiretos, produz umcombustível totalmente renovável, enfim, é umsegmento que não pode ser deixado de lado. Éimportante reconhecer a diferença entre o fóssil e orenovável. Esta é uma forma de estimular e darsegurança aos empresários.

Caso Dilma Rousseff seja reeleita, comomudar o atual cenário?

Precisamos de interlocutores junto ao governoque possam entender melhor o setor e que nosfavoreça. Essa aproximação é fundamental. O governopriorizou o controle da inflação com o preço da gasolina mas este modelo denegócio não é sustentável a longo prazo e tem dado sinais claros disto. Épreciso entender a importância em contar, por exemplo, com um combustívelrenovável de forma efetiva em nossa matriz energética. Vamos continuartrabalhando para que os governantes entendam isso. Nunca desistimos.

Em termos de tecnologia, o que falta para o setor deslanchar?Vejo ainda que a área agrícola precisa evoluir. O manejo da cana

mudou muito com a mecanização e extinção da queimada. Hoje a matéria-prima chega com mais impureza mineral, fibrosa e com mais palha.Estamos aprendendo a lidar com as novidades. São necessárias variedadesde cana resistentes à seca, adaptáveis a regiões específicas. Secompararmos a cana com outras culturas, veremos que elas estão maisdesenvolvidas. Sabemos que o cromossomo da cana é mais complexo e queaos poucos vamos evoluindo.

76 O que é preciso melhorar?

Investir em tecnologia, pessoas e marketing é fundamental. Esperarque a solução saia apenas com decisões políticas não adianta. Nós nãosabemos divulgar nossas qualidades, e, diga-se, são muitas. Falar sobre asexternalidades do etanol e de todos os subprodutos da cana é primordial.

E a bioeletricidade, em que situação se encontra?Também precisa de atenção política. Queremos que suas

externalidades sejam reconhecidas e diferenciar as fontes de geração nosleilões seria uma forma. Produzimos energia em um momento de extremaseca, perto do centro consumidor – principalmente em São Paulo, de formarápida e sustentável. Investir em caldeiras e outros componentesnecessários para este trabalho é muito caro. São necessárias sinalizaçõespositivas do governo para que os empresários direcionem seusinvestimentos nesta área.

Sete perguntas para Pedro Mizutani

Pedro Mizutani, da Raízen

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Outubro 2014MERCADO86

Giro do setor

GANA

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Um projeto para a construção de umanova unidade produtora de açúcar e etanolno valor de 250 milhões de dólares deve sercriado em Gana, na África. A produçãoserviria inicialmente, para exportação aosmercados da África Ocidental, de acordocom o Daily Graphic de Gana. O projeto,com data para começar no próximo ano,produzirá 200 toneladas de açúcar e 50milhões de litros de etanol por ano.Liderado pelo Nungua Warehouse GhanaLimited (NWGL), uma empresa de Gana

que importa e distribui etanol, vai aindareceber assistência de Gapuma UK Limitede Superior Spirits Pvt da Índia. O diretor-presidente da NWGL, Collins Otoo Okley,disse ao Daily Graphic no fim de semana,que a empresa iria consequentementeplantar cana-de-açúcar para evitarqualquer importação de matéria-prima. “Oplantio inicialmente será em um terreno de2.500 hectares, com instalações modernasde irrigação e também iria gerar mais de5.000 empregos diretos que ajudariam aaliviar a pobreza na comunidade“,explicou.

Nas Filipinas, trabalhadores das dezmaiores províncias produtoras de açúcar,estão correndo risco de perderem seusempregos, se a indústria local nãoconseguir se manter competitiva com osudeste da Ásia, de acordo cominformações do Departamento doTrabalho e Emprego Filipino. “Asprovíncias em risco são Negros Occidental,Bukidnon, Batangas, Negros Oriental,Iloilo, Tarlac, Capiz, Cotabato do Norte,

Davao del Sur, e Cebu”, afirma asecretária do Trabalho Rosalinda Baldoz.“Temos que capacitar nossostrabalhadores do setor de cultivo de cana-de-açúcar, para aumentar a nossaprodutividade e capacitá-los para quepossam enfrentar os desafios futuros emaximizar as oportunidades naimplementação da AFTA -Associação dasNações do Sudeste Asiático para a Área deLivre Comércio em 2015, disse Baldoz.Colheita em canavial de Gana

Cortadores de cana nas Filipinas

FILIPINAS

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Outubro 2014 MERCADO 87

Giro do setor

Uttar Pradesh, o Estado maispopuloso da Índia e um dos maioresprodutores de açúcar do país, estápassando por um período de seca severa,de acordo com informação do governo paraa Live Mint.

Apesar do período de semeadura já tersido concluído em 95% da áreaagricultável, a sobrevivência das culturascontinua a ser motivo de preocupação. Nooeste Uttar Pradesh, os agricultores estãousando a irrigação através de tubewells ecanais, mas não se sabe ao certo comoserão os rendimentos à médio prazo, de

acordo com Debasish Panda, secretário daagricultura do governo do Estado.

O Estado de Haryana declarou estadode seca em 2 de setembro e estáenfrentando um déficit de chuva de 54%.Haryana, juntamente com Punjab e UttarPradesh ocidental, são Estados conhecidospor serem altamente agrícolas.

Entre primeiro de junho e 03 desetembro, 28 dos 75 distritos de UttarPradesh enfrentaram chuvas escassas comdéficit de mais de 60% do que éconsiderado normal, de acordo com oDepartamento de Meteorologia do país.

O grupo francês Sofiprotéol irá juntar-se ao fabricante de açúcar Tereos paralançar um fundo com o objetivo deincentivar a produção de alimento eprojetos voltados para à sustentabilidade,relata a Reuters.

A joint-venture “CapAgro Inovação”foi lançado oficialmente nesta terça-feira,dia 9 de setembro e veio a tornar-se a maioreconomia agrícola da União Europeia, comum capital de 37 milhões de euros (48milhões de dólares).

Seus criadores esperam chegar a 60milhões de euros até ao final do período de

subscrição em 15 de abril de 2015, deacordo com o presidente-executivo daSofiprotéol, Jean-Philippe Puig.

O fundo de investimento estatalBPIFrance, a Credit Agricole e a seguradoraAG2R La Mondiale também fazem parte doCapAgro e as negociações têm aberto espaçopara a entrada de novos investidores.

A “CapAgro Inovação” terá uma vidaútil de dez anos. Os investimentos variamentre 1 e 4 milhões de euros em empresasna França ou em outros países europeus e ofundo tem uma taxa interna de retorno de12 a 13% ao ano.

ÍNDIA

Governo de Queensland, Austrália,apoiou novas leis para reduzir asemissões de gases de efeito estufa edefinir uma meta mínima para misturade etanol no combustível, durante umaaudiência do comitê parlamentar doEstado, de acordo com a APN. Ogoverno diz que a mudança na legislaçãovai estimular o mercado, gerar maisempregos em indústrias regionais erurais e vai ajudar a reduzir adependência da Austrália do petróleoimportado. A Austrália importaatualmente mais de 80% do petróleoutilizado no país.

E donos de usinas de açúcar

acreditam que a medida vai oferecer aosfabricantes de açúcar uma renda maisdiversificada, colocando as empresas emuma posição mais competitivainternacionalmente. “Nossosconcorrentes no Brasil e Tailândia têm avantagem de produzir açúcar e etanol etodos os outros produtos derivados dasua cana-de-açúcar“, disse QuintonHildebrandele, diretor executivo daMackay Sugar, que produz mais de 20%do açúcar bruto da Austrália.

O plano também iria criar ummercado alternativo para os estoques deaçúcar e iria estimular odesenvolvimento regional e rural.

AUSTRÁLIA

Corte mecanizado em canavial de Queensland

FRANÇA

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Outubro 2014SAÚDE & SEGURANÇA88

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A indústria apresenta diversaspeculiaridades que a distingue de outrasatividades econômicas, como: a forma e otempo que os produtos são executados, aprodução centralizada em série e ascaracterísticas da mão de obra utilizada,cujas deficiências de treinamentos afetamseu desempenho tanto na produtividadecomo na qualidade de seus produtos. Agrande questão é saber como aumentar aprodutividade das empresas, sem mudar oquadro funcional e alterar a qualidade dosprodutos. Por meio de ações organizadas eplanejadas da área de Saúde e Segurançaisso é possível, segundo Mário Márcio dosSantos, diretor presidente do GSO (Grupode Saúde Ocupacional da AgroindústriaSucroenergética).

Ele explica que a área de Saúde eSegurança no Trabalho (SST) visaequilibrar da melhor maneira possível aprodutividade e a qualidade em umambiente de trabalho, pois estãointimamente ligadas. “Podemos citar oexemplo de organização e padronizaçãoque podem gerar muita qualidade esegurança aos envolvidos tanto nasmanutenções como na produção”,comenta.

Uma das maneiras, segundo o gestor,seria ter o hábito e regra de abrir ordensde serviços (O.S.) para as atividades demanutenção industrial, com oenvolvimento do departamento desegurança do trabalho para análise, eforma em que será executada a tarefa.“Também é preciso analisar se osprocedimentos já existentes são suficientespara neutralizar os riscos. Quando fornecessário deverão ser tomadas ações paramitigar os riscos. Estas ações já estarãocontribuindo com o aumento daprodutividade e qualidade nas usinas, poiscom a padronização, normas e

regulamentos, os trabalhos serãorealizados com menor tempo, evitandoacidentes, refazer trabalhos e asubstituição de pessoal da operação poroutro com menor experiência profissional.Isso manterá um bom rendimento daprodução”, afirma.

Segundo o presidente do GSO, umaboa gestão de segurança do trabalhocontribuirá com o aumento da produçãona indústria, cuja gestão deve ser feita coma ajuda da liderança. “Quem produz orisco é que deve prevenir os acidentes, ouseja, uma atividade pode ser realizada devárias formas, e quem determina a forma,a velocidade para a realização e aprioridade da tarefa, normalmente é o

líder imediato. É dever do departamentode Segurança do Trabalho, entender astarefas, analisar os riscos e elaborar osprocedimentos de segurança baseado emuma maneira habitual de desenvolver atarefa e com isso a liderança que já étreinada terá plenas condições de aplicaros procedimentos operacionais e ocumprimento das normas”, lembra.

O departamento de segurança dotrabalho deve auditar o cumprimento daaplicação dos procedimentos jáelaborados, segundo o gestor. “Sempreque por motivos técnicos ou motivosadversos os procedimentos padrões nãopuderem ser aplicados ou as atividadesforem realizadas de formas diferentes das

já padronizadas, o departamento desegurança deverá ser comunicado paraanalisar se os procedimentos sãosuficientes para neutralizar os riscos. Éimportante também que empresários ecolaboradores estejam cientes do papel decada um dentro da organização, já que ointuito da segurança e saúde do trabalhonão é punir pessoas, mas trabalhar paraque suas atividades sejam exercidas comsegurança e responsabilidade, visandodiminuir os riscos de acidente. “Assim,garantirá a integridade física doscolaboradores e de terceiros, e aconsequência de uma boa produtividade,qualidade e um ambiente saudável”,finaliza.

Mitigar riscos de acidentes aumenta produtividade na indústria

Prevenir riscos e manter o trabalhadorsaudável é a melhor forma deprodutividade da empresa. A opinião é deAlexandre Ruy, engenheiro de segurançado trabalho do setor. “Vários acidentespoderiam ter sido evitados se não fosse apressa e a não observação às normas desegurança”, resume.

Por isso, na opinião do engenheiro desegurança, é preciso implantar uma políticade segurança efetiva e eficiente, garantindoque todos os funcionários tenham oconhecimento sobre ela. “Ao praticar asegurança do trabalho, a empresa motiva apermanência dos funcionários, resulta noaumento da produtividade, estabelececonfiança dos investidores e clientes, reduzde custos por afastamentos e indenizaçõespor doença ou acidentes de trabalho e geraimpactos positivos na imagem da empresa.Toda perda pode e deve ser evitada. Otrabalhador deve ser visto como o principal

patrimônio e deve estar acima dos demaisinteresses da empresa”, comenta.

Segundo ele, o impacto de um acidenteé devastador para empresa, pois, iráprejudicar sua imagem e reputação, poderáocorrer penalidades de contrato,indenizações, ações regressivas pelo INSS,gerar ações trabalhistas, civis e criminais,autuações e interdição pelo M.T.E,despertar um sentimento de revolta,absenteísmos, entre outros”, adverte.

Mas para isso é preciso realizar ostreinamentos obrigatórios previstos nalegislação com todos os trabalhadores,inclusive os líderes e demais superiores. “Ofuncionário deve conhecer a dinâmica dosserviços e estar preparado para os possíveisdesvios ou anormalidades que possamocorrer. Os treinamentos ajudam aaumentar a produtividade e satisfação dostrabalhadores criando uma mão de obramais qualificada, competente, mais

saudável e motivadora”, diz. Para Ruy, a Segurança do Trabalho

deve participar e acompanhar todas as fasesdo serviço, desde o projeto, mudança delayout, processo, propondo melhorias,analisando todos os riscos, possibilidadesde anomalias, enquadramento às normasde segurança e outros impactos, juntamentecom os demais departamentos. “Aliderança deve conhecer as normas eprocedimentos, ter a consciência daresponsabilidade pela segurança e saúdedos trabalhadores e impedir que as normase procedimentos sejam ignorados mediantesituação de urgência ou imprevisto. É necessário também eliminar ocomportamento de risco e estar atento epreocupado com as atitudes, suasconsequências e zelar pelos trabalhadoresdas empresas prestadoras de serviço. Umalto índice de abstinência significa baixaprodutividade”, adverte. (AM)Alexandre Ruy, engenheiro de segurança

“É preciso manter o trabalhador saudável”

Ordens de serviços na manutenção industrial diminuem acidentes

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Outubro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES90

Formado emeletrônica e automação,Antonio Gusmão éproprietário e diretoroperacional daAuthomathika, empresalocalizada na cidade deSertãozinho (SP).Especialista no ramo deetanol, açúcar e energia,recebeu com entusiasmo osque visitaram seu estandedurante a Fenasucro 2014,quando quatrolançamentos foramapresentados.

Carro chefe daapresentação, as soluçõespara uma mediçãoconfiável do nível do ChuteDonelly chamaram aatenção do público. Osequipamentos, que já estãosendo comercializados,superam as expectativas iniciais. “Hámuito tempo se procura formas deaprimorar este trabalho. As variações dobagaço tornam o procedimento complexo,já que ele pode vir seco, molhado, fibroso,em pó, enfim. Desenvolvemos o DCLT-1Ce DCLT-1L, que realizam mediçãocontínua. Com eles o trabalho pode sermuito mais preciso”, explica, lembrando anecessidade das usinas em otimizar os

processos.Completam o portfólio de novidades o

DPG-1A, um transmissor de posição edeslocamento de rolo da moenda, e umequipamento para medição precisa domosto, com tecnologia de micro-ondas.

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Estabelecida em sete países, a globalITM, apresentou na Fenasucro 2014 suasesteiras com buchas rotativas paracolhedoras de cana-de-açúcar. Indicadapara uso em solos arenosos, as buchas comdiâmetro de 63 mm possibilitam aumentode 60% no número de horas trabalhadasem relação às esteiras convencionais. Aqualidade é comprovada pelo eficientedesempenho destas esteiras, capazes dereduzir o custo de manutenção em até 30%e prolongar a vida útil das rodas e arosmotrizes.

A empresa, sediada em Atibaia, SP,conta com uma sólida rede de distribuidores

autorizados em seis Estados; são 17parceiros que facilitam a comunicação daempresa com o consumidor final. A rede dedistribuição da ITM Latin America estáfortemente articulada para atenderprontamente as necessidades de seusclientes, com prestações de serviços emcampo, manutenção de equipamentos emoficinas especializadas e suporte técnico defábrica, assegurando a qualidade dosserviços e resultados.

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Os canaviais nacionais possuem umanova ferramenta para o combate da brocada cana-de-açúcar, cientificamenteconhecida como Diatraea saccharalis. AArysta LifeScience, apresentou no dia 3 desetembro, o Atabron, inseticida fisiológicode ação seletiva, que age contra ocrescimento da broca, durante suamudança de estágio.

Para José Renato Gambassi, gerentede marketing de cana da ArystaLifeScience, o inseticida Atabronpromoverá incrementos produtivos para osagricultores de cana-de-açucar do país. “Éuma nova ferramenta à disposição doagricultor, que traz de forma efetiva umacontribuição para os ganhos dosindicadores financeiros do setor. O Atabron está disponível em todos osestados produtores”, explica.

O controle biológico, com a vespaCotesia flavipes, para redução dapopulação de lagartas nos canaviais tem semostrado eficiente em baixa incidência,porém para elevadas infestações autilização de inseticidas eficientes, como oAtabron 50 EC é recomendada.

Gambassi afirmou que este é umimportante momento para a produção decana-de-açúcar, pois há retorno dosperíodos chuvosos em setembro e outubroe início do ciclo da praga. “Temos o

inseticida já disponível para proteger acultura da broca e o período do ano é ideal,já que sempre recomendamos o controlenos primeiros meses de infestação ou ciclodessa praga”, concluiu.

SOBRE A EMPRESASediada em Tóquio, no Japão, a Arysta

LifeScience é uma das maiores empresasprivadas do mundo no mercado deproteção de plantas e ciências da vida, comfaturamento global de US$ 1,6 bilhão em2013. Presente em mais de 125 países emtodo o mundo, a empresa é especializadano marketing e distribuição de renomadasmarcas de defensivos agrícolas e produtosde nutrição para atender às necessidades deparceiros mundialmente.

No Brasil, a empresa atua há mais de45 anos com uma história de sucesso eimportantes contribuições para odesenvolvimento da agricultura nacional. AArysta conta com cerca de uma centena derepresentantes técnicos nas principaisregiões agrícolas do País e atua fortementenos mercados de soja, milho, algodão,cana-de-açúcar, hortaliças, frutas epastagem.

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Arysta lança inseticida para combate à broca da cana-de-açúcar

José Renato Gambassi, gerente de marketing cana da Arysta

Esteiras rotativas ITM assegurammaior produtividade na colheita

Estande da ITM na Fenasucro 2014

Authomathika apresenta quatrolançamentos na Fenasucro

Antonio Gusmão, proprietário e diretor operacional

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Outubro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 91

POR DARY BONOMI AVANZI, DIRETOR

PRESIDENTE DO INSTITUTO AVANZI DE

TELECOMUNICAÇÕES

A agricultura de precisão chegoupara revolucionar o ambiente doagronegócio, com tecnologias quepermitem o aprimoramento dasrotinas de plantio, colheita, controle egestão da produção. Tais otimizaçõespodem ser resumidas em uma únicapalavra: lucratividade. Dentre elas,merece destaque especial o pilotoautomático ou simplesmente RTK(Real Time Kinematic), comogeralmente é chamado.

O funcionamento do sistema todosdo agronegócio também conhecem, aárea de plantio é georeferenciada, e asplantadoras e colheitadeiras sãoguiadas por um enlace deradiocomunicação. Esse enlace deradiocomunicação, dependendo dofabricante do produto pode ser nafaixa de 450 mhz ou na faixa de 900mhz. Para quem compra o sistema,muitas vezes, essas questões técnicaspassam despercebidas, e podem fazertoda a diferença na performance doequipamento e retorno doinvestimento.

Importante destacar nessecontexto a diferença entrehomologação e licenciamento noâmbito da Anatel. Homologação éautorização para comercialização doproduto, responsabilidade dofabricante ou distribuidor.Licenciamento é autorização parauso, responsabilidade do cliente final.Tais termos jurídicos podem causarconfusão nos gestores, induzindo aformação de juízo impreciso sobre asobrigações que se está contraindo econtratando.

Outro fator que deve ser levadoem conta é que para o serviço de RTKfuncionar com qualidade e eficiênciaé necessário o estudo do plano defrequências, que mitigará riscos deinterferências e mau funcionamento.Em verdade, quando se adquirequalquer sistema detelecomunicações, muito mais que oproduto está se comprandodisponibilidade de serviço, e paratanto, um projeto é essencial, paraintegrar as várias camadas dosistema.

A faixa de 450 mhz é licenciadaem caráter primário, ou seja, quemtem a outorga pode usar com

proteção da Anatel em relação ainterferências prejudiciais de outrossistemas operando em carátersecundário.

Os equipamentos que utilizam afaixa de 900 mhz, além de restriçõestécnicas no que tange a cobertura,não possuem garantia de operaçãoem caráter primário, pois não podemser licenciados. Por incrível quepareça muitos consideram tal fatouma vantagem quando na verdade éum fator extremamente crítico dosistema, haja vista não haver amparolegal em caso de interferênciasprejudiciais (essa regra vale paratodos os serviços), e, mormente,

porque a legislação proíbe aintegração de antenas de ganho eamplificadores de potência.

Em sendo os equipamentos RTKna faixa de 900 mhz, suportados pelaresolução 506 da Anatel, (quedispensa de licenciamento umaenorme gama de equipamentos, todosprojetados para operar em ambienteindoor, tais como: controle remoto deportão, controle remoto debrinquedos, equipamentosbiomédicos, dentre outros) eles nãopodem ser licenciados. Tais detalhesda norma, desconhecidos de muitos,têm sido a razão de inúmerosinsucessos e baixa performance demuitos sistemas.

Em suma, o sistema RTKoperando em 900 mhz pode serutilizado em aderência À norma daAnatel com a antena interna originaldo equipamento. Somente dessaforma, sem acoplamento de acessórios(antenas, amplificadores, entreoutros) o sistema estará operandocom regularidade.

Avanzi11 2101.4069www.grupoavanzi.com

Mitos e verdades sobre o RTK em 900 mhz

A Conger e a Propark Educacionalpromoveram em julho e agosto em Piracicaba(SP), o curso técnico de destilação, nasdependências da Propark, apresentado porespecialistas com grande experiênciaprofissional, como José Henrique de PaulaEduardo, Fernando Bronze, Eduardo Zaine,Cristiano Azeredo, Ivo Soares e José Luiz dePaula Eduardo.

O objetivo foi fornecer conhecimentosbásicos do aparelho destilador e de seusprincipais equipamentos e acessórios. Visoutambém apresentar um panorama do processode fabricação de etanol hidratado, anidro eneutro, oferecendo os principais conceitostécnicos sobre o assunto, de forma aproporcionar a melhor compreensão dofuncionamento e contribuir para a prevenção ea solução de problemas nessa área de grandeimportância para a indústria alcooleira.

Durante esse período, os alunos tiveramoportunidade de ouvir palestras de cincoespecialistas bastante experientes que atuam nosetor sucroalcooleiro em projetos,desenvolvimento, fabricação, implantação efuncionamento de destilarias, e, ao final doencontro, participar de mesa redonda paradirimir dúvidas e estabelecer o importanteintercâmbio de ideias que favorecem oaperfeiçoamento profissional. Pelo sucessoalcançado e pela total aprovação dos presentes,outros cursos deverão acontecer.

Conger19 3439.1101www.conger.com.br

A Conger e a Propark Educacionalpromoveram em julho e agosto em Piracicaba(SP), o curso técnico de destilação, nasdependências da Propark, apresentado porespecialistas com grande experiênciaprofissional, como José Henrique de PaulaEduardo, Fernando Bronze, Eduardo Zaine,Cristiano Azeredo, Ivo Soares e José Luiz dePaula Eduardo.

O objetivo foi fornecer conhecimentosbásicos do aparelho destilador e de seusprincipais equipamentos e acessórios. Visoutambém apresentar um panorama do processode fabricação de etanol hidratado, anidro eneutro, oferecendo os principais conceitostécnicos sobre o assunto, de forma aproporcionar a melhor compreensão dofuncionamento e contribuir para a prevenção ea solução de problemas nessa área de grandeimportância para a indústria alcooleira.

Durante esse período, os alunos tiveramoportunidade de ouvir palestras de cincoespecialistas bastante experientes que atuam nosetor sucroalcooleiro em projetos,desenvolvimento, fabricação, implantação efuncionamento de destilarias, e, ao final doencontro, participar de mesa redonda paradirimir dúvidas e estabelecer o importanteintercâmbio de ideias que favorecem oaperfeiçoamento profissional. Pelo sucessoalcançado e pela total aprovação dos presentes,outros cursos deverão acontecer.

Conger19 3439.1101www.conger.com.br

Conger e Propark promovem curso sobre destilação

Quando se adquirequalquer sistema de

telecomunicações, muitomais que o produto está

se comprandodisponibilidade de serviço

Público presente no curso de destilação

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Outubro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES92

A Reunion Engenharia levou àFenasucro melhorias efetivas das condiçõesoperacionais para conquistar rentabilidadeno negócio. Muitos clientes visitaram oestande da empresa interessados em fazerdiagnósticos das situações atuais dasplantas com a finalidade de projetarotimizações, crescimentos orgânicos comotimização de processos, de equipamentos,de mão de obra, treinamento, qualificaçãoe outros aspectos que incrementam o valordos produtos sem, necessariamente, haverum aumento de área plantada ou aumentoda capacidade em termos deequipamentos. “O nosso setor só podeconquistar sucesso porque nós temosprodutos, soluções, ferramentas de gestãoe, principalmente, demanda”, analisaTercio Dalla Vecchia, CEO da ReunionEngenharia.

Uma das ferramentas profissionais daempresa é a EP, cuja função é ser o “olhodo dono” para observar, reportar e atuarno empreendimento desde a execução doprojeto até o start up dele. Outraferramenta importante é o DI que defineem que nível a planta está para formatar areferência.

Além disso, a Reunion tambémapresentou no evento a gestão de escopo,uma das nove gestões da matriz de

responsabilidade que contribui para sairda atual crise, identificando as áreasnebulosas da planta, bem como ogerenciamento de risco capaz de levantaruma série de elementos sobre quais riscossão inerentes ao projeto e como mitigá-los.

Reunion Engenharia11 4156.6688 www.reunion.eng.br

Reunion Engenharia apresentaferramentas de gestão e otimização

Bosch Engenharia lançaevaporador de tubos longos

IRBI apresenta soluções paraprecisão e agilidade de análises

Petrofisa possui linha de produtoscertificados pela Almaco

Durante a Fenasucro2014, a Bosch Engenhariaapresentou seu mais novolançamento: o Evaporadorde Tubos Longos. Segundoa empresa, o primeiroequipamento instalado noBrasil será em uma usinade Goiás, na próxima safra(maio de 2015).

O equipamento possuivantagens quandocomparado a alternativasconvencionais, tais como:evaporadores Roberts,Kestner e Falling Film; sãoelas: melhor coeficiente detransferência de calor –quando comparado aoRoberts; menor custo decapital quando comparadoaos tipos Roberts, Kestner eFalling Film; não é necessário estrutura deaço para suporte, apenas uma pequenafundação; fundações simples e de baixocusto; dimensões pequenas; não énecessário bombeamento de recirculação;baixo tempo de retenção do caldo e alimpeza mecânica é mais fácil do que noRoberts.

A Bosch oferece projeto exclusivo de

separador, com baixo custo operacional,eficiência energética, facilidade na limpeza,perdas de sacarose reduzidas, além de serideal para expansão de estação deevaporação.

Bosch Engenharia19 3301-8101www.boschengenharia.com.br

A AssociaçãoLatino-Americana deMateriais Compósitos(Almaco) criou umprograma paraavaliar a qualidadedos tubos de poliésterreforçado com fibrasde vidro (PRFV)usados porconcessionárias desaneamento básico. A cada três meses,amostras dastubulações fabricadaspelos integrantes doPrograma Almaco deQualidade (PAQ) sãorecolhidas e testadas para averiguar seestão de acordo com a norma NBR 15536.No setor, a Petrofisa é a única empresafornecedora de soluções em PRFVcertificada pela Almaco, segundo JoãoTrivelato, diretor comercial da Petrofisaque esteve presente na Fenasucro 2014.“Outro diferencial da empresa é aseriedade no cumprimento de contratos edos prazos estabelecidos. Conseguimosatender o cliente de acordo com suasnecessidades, atendendo todas as normasvigentes”, diz Trivelato.

Empresas como a Bunge, Odebrecht

Agroindustrial, BP, Cargill, Rio Dourado,Santa Vitória e Raízen utilizam os produtosda Petrofisa. “Somos a maior empresafabricante de tubos e conexões em PRFVpara vinhaça”, enfatiza. “Pertencente aoGrupo Petroplast, com fábricas no Brasil,Argentina e Equador, a empresa é capazde atender toda a América Latina com suassoluções em tubos e conexões em PRFV”,afirma.

Petrofisa41 3626.1531www.petrofisa.com.br

Localizada em Araçatuba, SP, a IRBIapresentou na 22ª Fenasucro seudiversificado portfólio de produtos para osetor. Desde 2005 a empresa investe emdesenvolvimento de equipamentos paraanálises, visando precisão e agilidade emresultados laboratoriais.

Estes equipamentos, já conquistaramespaço neste segmento, sendoconsiderados referência no Brasil e noMundo. Para a feira, a empresa destacouo Agitador AG-4000, o Digestor CD-7000,o Desintegrador DM-540, oHomogeneizador HM-250, a SondaOblíqua FB-06, e as esteiras THI e TI.

SOBRE A EMPRESAA IRBI Máquinas e Equipamentos é

sucessora da indústria Irmãos Biagi, queatua há mais de 65 anos no mercado.Inicialmente o negócio era focado emconsertos de armas de fogo e equipamentosem geral, com crescimento gradual, a IRBIé atualmente forte presença no setor e naconstrução civil. Para este, a empresa contacom vasta gama de produtos, comobetoneiras e guinchos.

IRBI18 3631.5000www.irbi.com.br

Estande da Reunion na Fenasucro 2014

Estande da Bosch Engenharia na Fenasucro 2014

Estande da Petrofisa na Fenasucro 2014

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Outubro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 93

Equipamentos da TGM se destacam na FenasucroAs principais atrações no estande da TGM

durante a Fenasucro foram os equipamentos expostos.A engrenagem anel com eixo pinhão de um G3 Full foium dos mais fotografados pelos visitantes. O conjuntocompleto do terceiro estágio do redutor planetário éum modelo RPS 3 480 com tratamento superficial emBlack Oxide. A imponente peça contribui com aredução do atrito entre os componentes.

Outro equipamento destacado foi a turbina TGMde geração de energia através do lixo. Esta turbinautilizará vapor proveniente da queima de ResíduosSólidos Urbanos (RSUs). O equipamento modelo TMC15000, que será instalada na Espanha até o final desteano, irá contribuir para dar destinação correta aosRSUs existentes, gerar energia elétrica limpa e, ainda,gerar renda e empregos para a comunidade daquelemunicípio.

Já a turbina a gás para aeronaves não tripuladas(Vant – Veículo Aéreo Não Tripulado) despertou acuriosidade em muitos visitantes. A turbina é umaversão de motor aeronáutico que também prevê a suaadaptação para geração de energia de pequeno porte.

Também estava exposto, fazendo sucesso, oRedutor Planetário G3 Full para aplicação emmoenda; uma mostra do sistema eletrônico demonitoramento e proteção de redutores (Monitork) eum Painel de Controle para cogeração.

Segundo Adalberto Marchiori, coordenador dodepartamento de marketing da TGM, a ideia do Painelde Controle para cogeração surgiu para mostrar arealidade de uma usina de forma bem próxima docotidiano. “Foi possível realizar diversas e excelentessimulações de operação com um equipamentomoderno de automação e controle como este da TGM”,explicou.

TURBINA VERSÁTILAs tecnologias das turbinas no estande da TGM

possibilitaram mostrar a versatilidade do equipamentopara geração de energia elétrica. São modelos quepermitem utilizar matérias-primas como cana-de-açúcar,palha, milho, sorgo sacarino, entre outras, paraprodução de etanol 1G, 2G, açúcar, energia, leveduras eoutros produtos em uma mesma planta. Assim, aturbina TGM garante o vapor de processo, a geração deenergia elétrica e, ainda, potencializa o excedente desta

energia para exportação. “A diversificação noprocessamento de matérias-primas é uma alternativaque está ganhando espaço nos projetos. Tecnicamente, aescolha do produto a processar é uma decisão de cadaunidade e apresenta uma gama de alternativas”, afirmouo diretor de engenharia da TGM, José Paulo Figueiredo.

TGM16 2105.2600www.tgmtransmissoes.com.br

Engrenagem anel foi o equipamento mais fotografado pelos visitantes

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Outubro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES94

A APSdisponibiliza para omercado, o últimolançamento da ABB: aSoftstarter PSTX.Líder no segmento departida suave paramotores, a ABB contacom o seu mais novomodelo no controle eproteção de motores.“A PSTX chega comnovas funcionalidadese maior confiabilidade,além de rápidainstalação ecomissionamento.Entre as novidades doproduto, o novoequipamento contacom um IHM extraívelpadrão, que torna acomunicação maissimples e possui umainterface intuitiva esimples para o usuário. O IHM extraívelpossibilita que o usuário controle aSoftstarter sem abrir a porta do painel”,revela a ABB.

O equipamento mais completo paraqualquer aplicação de partida do motor,disponível até 370 A, atende pequenos e

grandes motores, além de ser indicada nasaplicações mais críticas que necessitam decompleta proteção.

APS Componentes Elétricos11 5645.0800www.apscomponentes.com.br

APS apresenta

o PSTX da ABBFundada há 20 anos, a Prolink atua

na fabricação e prestação de serviços emcorrentes e equipamentos transportadorespara todo Brasil e América Latina.Instalada em um parque fabril com 40.000m², localizado em Piracicaba, interior deSão Paulo, tornou-se referência nomercado pelos serviços prestados.

Com maquinário de última geração, aProlink realiza análises completas daqualidade das correntes, tanto emcomponentes novos quanto em usados. Osequipamentos são conduzidos por umaequipe treinada que assegura um índice dequalidade e confiabilidade de seusprodutos. “Esse é nosso grande diferencial.Nem as empresas de inspeção contam comtais equipamentos. É sinônimo desegurança e de uma safra tranquila para asusinas”, diz Davi Costa, diretor financeiroda Prolink.

Questionado sobre as perspectivas demercado para os próximos meses, Costaaposta em uma recuperação do segmento.“Continuamos acreditando que a situaçãodo setor vai melhorar. Todos esperam quedepois das eleições tenhamos uma melhorado país como um todo”.

A empresa esteve presente na edição2014 da Fenasucro, realizada na últimasemana de agosto, quando aproveitou paraestreitar relacionamento com clientes e

amigos. “Essa feira movimento o setor,independentemente da situação em seencontra”, finaliza.

Prolink19 3423.4000 www.correntesprolink.com.br

Prolink se destaca no

mercado de correntes

A Citrotec, sediada em Araraquara,SP, consolidou sua tradição no ramoindustrial ao trazer como destaque para a22ª Fenasucro o CondensadorEvaporativo para Turbinas deCondensação, equipamento com elevadaeficiência e fácil operação, tornando oprocesso industrial mais dinâmico.Através de princípios termodinâmicos, oequipamento realiza a condensação dovapor de escape da turbina.

O Condensador Evaporativo possuibaixos custos operacionais e demanutenção, com instalação compacta.O equipamento dispensa o uso de torrede resfriamento e pode ser produzido emmódulos. Seu desempenho garantemenores custos para a usina, pois hábaixo consumo de energia e baixareposição de água.

Comparado aos sistemasconvencionais de condensação, ocondensador da Citrotec apresenta 75% amenos de potência instalada, agregandolucro para a unidade, que poderá sebeneficiar mais com a cogeração. Areposição de água deste equipamentotambém é destaque quando comparadaao sistema convencional, pois háreposição de no máximo um metrocúbico de água para cada tonelada devapor condensado.

A empresa conta com mais seisprodutos para o setor, como o Ecovin,

Evaporador de Concentração deVinhaça, potente ferramenta que reduzem dez vezes o volume da vinhaça; oReboiler, que trabalha sob o efeito denévoa turbulenta descendente,auxiliando na diminuição do volume devinhaça, com o mínimo de incrustação emáxima eficiência; e ENET - Evaporadorde Névoa Turbulenta, equipamento demúltiplos efeitos utilizado naconcentração de caldo com mínimo nívelde incrustação, possibilitando o trabalhodurante dias, permitindo limpeza tipoClean In Place (CIP) .

SOBRE A EMPRESA A Citrotec investe em processos

inovadores e na capacitação de seusprofissionais, a fim de oferecer excelênciaem produtos e serviços de engenharia,fabricação, montagem e assistência aequipamentos industriais, voltados paraas áreas cítrica, sucroenergética, demineração, agroindustrial e decaldeiraria em geral. Ocomprometimento com a qualidade deseus produtos e serviços, comprovadopela certificação ISO 9001:2008, atesta aconquista de credibilidade nesses maisde 10 anos.

Citrotec16 3303.9796www.citrotec.com.br

Condensador evaporativo da Citrotec oferece economia energética

Condensador evaporativo da Citrotec

Equipe Prolink durante a Fenasucro 2014 Softstarter PSTX reúne rapidez na instalação e no comissionamento

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Outubro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 95

Fácil de instalar,equipamento reduzgastos e aumentaeficiência nos ternos de moenda

A Okubo Mercantil,empresa com tradição de maisde 40 anos no mercado ecom ampla atuação nosetor sucroenergético noBrasil, está empenhadana preservação dosucesso das Cintas dePoliéster aplicadas nosacoplamentos flexíveis.Durante a Fenasucro2014, as eslingasaplicadas nosacoplamentos dos ternos demoenda foram destaque noestande da empresa, além dadisponibilidade de informaçõesacerca dos critérios necessários àinspeção e, principalmente, substituiçãodestes produtos.

As vantagens observadas não serestringem ao ganho de produtividade. Oproduto reduz em até 13% a potênciautilizada em moendas alimentadas porenergia elétrica e em até 25% nas queutilizam vapor.

Em razão de sua flexibilidade, ascintas de poliéster absorvem os impactos epermitem um maior deslocamento doseixos, resistindo facilmente à elevadatração transmitida pelas máquinas ereduzindo o custo na manutenção dosequipamentos, que é um dos grandesmotivos da adesão destes sistemas comeslingas.

O novo sistema tem feito com o que

tradicional, de “luvas palito”, fique emdesuso, já que problemas durante seufuncionamento provocam paradas nãoprogramadas para manutenção,interferindo no planejamento da produção.“Foi certamente uma solução sob medida.Além das brasileiras, unidades industriaisda América Latina já aderiram ao sistema,o que revela tendência positiva”, dizSamuel Arantes, supervisor técnico dadivisão de movimentação de cargas daOkubo Mercantil.

No interior de São Paulo, a NardiniAgroindustrial apostou no sistema e tem semostrado satisfeita com os resultados

obtidos. “As cintas de poliéster apresentambom desempenho e durabilidade, noentanto, não eliminam a necessidade deinspeções programadas, uma vez que omaior desgaste é interno e não externo.Mesmo que dispensem lubrificação emanutenção mecânica, precisam seravaliadas”, diz Arantes.

A montagem do dispositivo é simples eutiliza três tipos de cintas: operação,segurança e retorno. Para tanto, devem serfabricadas respeitando critérios quegarantem a sua eficiência e durabilidade.

No Brasil, que desponta como o maior

produtor de etanol do mundo, os ganhosde produtividade gerados por este sistemadevem assegurar uma posição competitivano mercado nacional e internacional.

A Okubo Mercantil conta com corpotécnico preparado e disponível paraauxiliar nas ações de dimensionamento everificação das condições das eslingas.Desta forma, o produto pode ter suaeficiência explorada integralmente, semcomprometer o funcionamento do sistema.

Okubo16 3514.9966www.okubomercantil.com.br

Cintas de poliéster em sistema de acoplamento

flexível trazem ganhos de produtividade

Equipamento instalado na Nardini Agroindustrial, no interior de São Paulo Cintas absorvem os impactos e permitem um maior deslocamento dos eixos

Cintas de

Poliéster

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Outubro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES96

De 26 a 29 deagosto, durante aFenasucro 2014,considerado o maiorevento do setorsucroenergético domundo, a Prozynrecebeu amigos eclientes e apresentousuas soluções voltadasao segmentocanavieiro.

A empresa, queatua no mercado deenzimas ebiotecnologia, consideroupositiva a participação no evento.“Pudemos estreitar nossa relação comdiversos clientes e gerar novasoportunidades. Recebemos muitos elogiosdos visitantes, que gostaram muito doambiente acolhedor do nosso estande eagradeceram a recepção de nossa equipetécnica altamente qualificada”, disse aempresa em comunicado.

PRODUTOS FORAM DESTAQUE

Starmax ZeroSinergia de enzimas que possui uma

termoestabilidade ajustada, dosado antesdo aquecedor, que quebra o amido semdeixar residual de alfa-amilases no açúcar.Outros benefícios são a diminuição dotempo de processo e gastos energéticos,

menor tempo de lavagem na centrífuga,melhor qualidade do cristal de açúcar,melhor filtrabilidade e cor e redução doconsumo de produtos químicos.

Rendimax SugarUma sinergia de enzimas que

hidrolisam os polissacarídeos presentes nocaldo. O uso de Rendimax Sugar promoveum maior rendimento diminuindo asperdas no processo de fabricação deaçúcar, além de melhorar a eficiência doprocesso e qualidade do produto final,reduz a viscosidade do caldo e a utilizaçãode lubrificantes de massa.

Prozyn11 3732.0000www.prozyn.com.br

A Vedacert, empresa especializada emvedação de gases e de líquidos através deselos mecânicos de alto desempenho, estáhá mais de 20 anos no mercado. Em seuportfólio oferece serviços de reforma debombas centrífugas multimarcas, válvulasem geral, redutores de velocidade eequipamentos dos mais diversos segmentosindustriais, entre outros.

José Dezza, diretor superintendente daVedacert, fala sobre o lançamento daempresa em 2014. “A novidade é a linhade circuito fechado. Trata-se de um sistemade monitoramento de selo mecânico. Emseu modelo mais completo, ele se interligaao painel supervisório e emite um sinalcaso falte fluido lubrificando o selo

mecânico. Com isso, é possível agir demaneira instantânea”.

O diretor lembra ainda que a empresaconta com uma linha de acoplamento, tipopneuzinho, que reduz as vibrações dasbombas. “Nossos preços são competitivos egarantimos máxima qualidade”, encerra.

Localizada em Sertãozinho (SP), aVedacert atende diversos segmentos, dentreeles o sucroenergético, petroquímico,farmacêutico, químico, bebidas,cosméticos, tintas, siderúrgicos,alimentícios e saneamento.

Vedacert 16 3947.4732www.vedacert.com.br

Vedacert lança sistema demonitoramento de selo mecânico

Prozyn apresenta inovações

Tendo em vista as condições atuaisdo mercado e a quebra de safra de 2014se estendendo para 2015, a FCNTecnologia oferece ao mercadosucroenergético três alternativasinovadoras para o corte de cana: aPolicana 2L, a Corticana e a Centracana.“O maquinário convencional domercado não atende a necessidade doBrasil, pois não consegue trabalhar emtopografia acidentada. Por isso,lançamos soluções inovadoras e comótimo custo-benefício”, revela Cássio deCastro, diretor comercial eadministrativo da FCN Tecnologia.

Há quatro anos, a empresa lançou aPolicana 2L, um dispositivo acessório decolhedoras combinadas de cana-de-açúcar, ou seja, um densificador delinhas de colheita, acoplável à colhedorade cana. O acessório promove aduplicação da densidade das ruas decolheita. “À medida que a colhedora sedesloca colhendo a cana à sua frente, aPolicana 2L corta a rua ao lado,encostando-a na seguinte, criando destaforma a “rua gorda”. Isso promove oaumento da produção da colhedora emtorno de 30%. A produção vai aumentarsem ter que aumentar a produtividade,com menor custo de operação, commenor compactação do talhão e menorconsumo de combustível”, diz.

Outra tecnologia é a Corticana que

pode revitalizar o uso da carregadora decana. “Trata-se de um dispositivoacessório de carregadoras de cana-de-açúcar, densificador de linhas decolheita, o qual atua simultaneamentenas duas linhas de cana frontais esimétricas em relação ao centro detrânsito do trator “R”. A máquinapromove a duplificação/triplicação daslinhas de colheita. Com a Corticanaaumentou-se em 50% a produtividadeem relação aos tradicionais”.

Em 2013 foi lançado a Centracana,equipamento para corte basal, desponte ealeiramento de duas fileiras simultâneasde cana crua ou queimada. “Trata-se deequipamento apto ao corte de canaviaissituados em terrenos com topografiainadequada ao trânsito operacionalseguro da colhedora combinada, porémpróprios ao trânsito sem risco de tratoresmodelo PCR, preferencialmente 4x4 nafaixa de 100 HP de potência, com ou semcarregadora de cana nele instalada. Elacorta, desponta e acumula aleiralongitudinal de um par de fileiras decana em terrenos com declive quepermitam o trânsito seguro de um tratorcomo se estivesse equipado comcarregadora de cana”, afirma.

FCN Tecnologia19 3035.0921www.fcntecnologia.com.br

FCN tecnologia propõe alternativas inovadoras para grande e pequeno produtor

Estande da Prozyn recebeu amigos e clientes na Fenasucro

Estande da Vedacert na Fenasucro 2014

Cássio de Castro, diretor

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Outubro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 97

Sermatec passou a se chamar Zanini e aRenk Zanini tornou-seZanini Renk

Durante a Fenasucro 2014, os CEOs,Dario Gaeta e Mauro Cardoso, daSermatec e Renk Zanini, respectivamente,informaram o novo posicionamento dasmarcas. A Sermatec passou a se chamarZanini e a Renk Zanini tornou-se ZaniniRenk. As razões sociais das empresastambém serão alteradas.

“O novo posicionamento traduz arealidade das empresas de bens de capitaldo grupo, buscando soluções e tecnologiasde ponta para seus clientes e mercados.Essa busca tem norteado inclusive, oplanejamento estratégico de ambas asempresas”, explicou Gaeta.

Nos últimos anos, apesar da retraçãodo mercado e das dificuldades enfrentadaspelas indústrias brasileiras de bens decapital, as empresas cumpriram seuscompromissos entregando todos os seuscontratos, diversificaram seus mercados e,principalmente, investiram em inovação etecnologia. “A Zanini, mantém otradicionalismo da marca, que contribuipara novas parcerias, que redundam eminovações tecnológicas para o setor”,afirma Gaeta.

Acordos importantes foramestabelecidos com empresas renomadascomo a Foster Wheeler, para produção decaldeiras de leito fluidizado, HeurteyPetrochem para fornecimento de fornos deaquecimento e fornos de processos parapetroquímicas, MTR para desidratação deetanol por membranas e Maraldi paraesferas de armazenamento. Com estes

acordos, as empresas contam com aengenharia mais robusta do setor.

“Todo este empenho e trabalho járesultam positivamente. Estamos com umacarteira expressiva para construção deempreendimentos de grande magnitude,como a caldeira de leito fluidizado maismoderna do Brasil, que será instalada naDelta Sucroenergia, a maior planta térmica

individual de biomassa do mundo comcapacidade para produzir aproximadamente376.000 MWh/ano, quantidade suficientepara abastecer anualmente uma cidade comoSão Bernardo do Campo (SP)", finaliza Gaeta.

Zanini Renk16 3514.9888www.renkzanini.com

Sermatec e Renk Zanini ganham novas marcas

Dario Gaeta, presidente da Zanini e Mauro Cardoso, CEO da Zanini Renk

Page 98: JornalCana 249 (Outubro/2014)

Outubro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES98

A indústria dedestilaria enfrenta umgrande desafio: aredução dos custos deenergia assim como olançamento de umefluente problemático,a vinhaça. Ascaracterísticas davinhaça dependem dotipo e qualidade damatéria-prima(melaço, cereais, cana-de-açúcar, mandioca).

Métodos dedisposição e lançamento convencionais,têm desvantagens, como: custos elevados,alta demanda de água ou requisitos deenergia excessivos. A vinhaça de destilariatem uma alta carga orgânica e é umexcelente candidato para tratamentoanaeróbio.

Este é um processo energeticamenteeficiente, usado para tratar águas residuaisindustriais de alta carga. O biogás rico emmetano que é produzido no tratamentoanaeróbio de efluentes pode substituircombustíveis convencionais e oferecer àsdestilarias economias em custos de energia.

A ADI Systems fornece sistemas detratamento de efluentes industriais hádécadas. Já foram instalados mais de 40sistemas no mundo, tratando vinhaça dadestilaria, incluindo produtores de álcool eetanol de milho, batata, melaço emandioca. As tecnologias da ADIprovaram ser extremamente confiáveis, debaixa manutenção e fortes para resistir aoteste do tempo.

ADI Acqua Engenharia e Consultoria19 3561.6100www.acquaeng.com.br

Em sua maioria,os fertilizantesutilizados paraadubação da cana-de-açúcar apresentambaixa eficiência nanutrição desta cultura,pois contémnutrientes passíveis deperdas. Com anecessidade deaumento deprodutividade dosetor, a Yaradesenvolveu oPrograma NutricionalLongevita, que visamelhorar a eficiênciada adubação na cana.

O Programa contempla duas linhas defertilizantes. A primeira é a YaraMila, quegarante maior uniformidade do canavialpor ser um fertilizante com NPK no mesmogrânulo, ótima distribuição no solo eabsorção garantida dos nutrientes. Asegunda é a YaraVita, que melhora o vigorda lavoura e a nutrição equilibrada dacana, proporcionando uma ótima relaçãocusto-benefício ao produtor.

Com as soluções integradas, aliado aoclima favorável e manejo correto dedefensivos agrícolas, o Programa

Nutricional Longevita possibilita recuperarsoqueiras de cana pouco produtivas,aumentando o rendimento da cultura eadiando a renovação do canavial (querepresenta o maior investimento nacultura), diluindo os custos desta etapa emum período mais longo de tempo e, porconsequência, aumentando a lucratividadedo canavial.

Yara Brasil51 3230.1300www.yarabrasil.com.br

Linhas de fertilizantes aumentameficiência da adubação

ADI Systems se consolida nomercado de sistemas detratamento de efluentes industriais

A utilização do ozônio no processo detratamento do caldo de cana-de-açúcar(clarificação e esterilização) e notratamento do mosto de alimentação dafermentação, aos poucos tem seconsolidado no mercado sucroenergéticonacional e internacional.

Prova disso é que a Gasil embarcou,no último dia 5 de setembro, sua primeiraexportação do Sistema de Geração deOzônio para o tratamento de caldo decana. A tecnologia foi vendida para aempresa chinesa chamada Camce. “Atecnologia permite a eliminação do uso doenxofre e de outros produtos químicos,como clarificantes, bactericidas eantibióticos. Nossos equipamentosextraem o oxigênio do ar atmosférico e otransformam em Ozônio na própriausina”, garante Raimundo Silton, diretorda Gasil.

De acordo com ele, além de garantirum produto mais saudável e reduzir aemissão de poluentes, existe granderedução de custos na indústria com autilização da nova tecnologia. “Asubstituição destes produtos químicosagrega valor ao produto final. O processode clareamento com ozônio tem relaçãocom o potencial de oxidação do gás, quasetrês vezes maior que o do cloro e duasvezes mais alto que o do enxofre. Oresultado é um açúcar mais claro e semresíduos, pois em contato com a água, o

ozônio (O3) volta a ser oxigênio (O2) eágua”, explica.

Além da empresa chinesa, usinas nosestados da Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro,São Paulo e Mato Grosso do Sul jáutilizam a tecnologia para produção deaçúcar sem enxofre e álcool semantibióticos.

Considerando-se todos os benefíciospromovidos nas diversas etapas doprocesso, a produção do álcool através docaldo tratado com Ozônio tem um grandedestaque. Entretanto, há diversas outrasvantagens, segundo Silton, como: ausênciade passivo trabalhista; compatibilidadeambiental; produção de oxigênio e águacomo subprodutos do processo;necessidade de utilizar apenas aratmosférico e a energia elétrica comoinsumos; redução das perdas emvazamentos ocasionais (ausência da açãocorrosiva do enxofre); redução do tempomorto nos processos industriais; redução napresença de mecaptanas (responsáveis peloodor no álcool); aumento no rendimento doálcool, em até 14 litros de álcool/t de mel;melhora na qualidade do álcool (em termosde condutividade e pH); melhor qualidadedo condensado vegetal (pH naturalmenteacima de 8); entre outras.

Gasil81 3471.8543www.silton.com.br

Gasil exporta sistema de geração de ozônio para a China

Sistema de tratamento de efluentes da ADI Systems

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Outubro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES100

As tecnologias desenvolvidas pelaFermentec visam a melhoria deperformance dos processos produtivos dosetor e visam a redução do custo em buscada sustentabilidade. Dentro deste cenário, aescolha da levedura mais apropriada para afermentação industrial é fundamental parao aumento de eficiência e de estabilidade deprocesso frente às variações inerentes àindústria.

Nas últimas três décadas, quatro dascinco leveduras industriais selecionadaspela Fermentec, (VR-1, PE-2, CAT-1,FT858L e agora Fermel®), são linhagensutilizadas por cerca de 90% das destilarias

brasileiras, com excelentes habilidadesfermentativas. A levedura FT858L, lançadaem 2010, vem demonstrando excelentedesempenho. E agora, a Fermel®, novalevedura desenvolvida pela Fermentec emparceria com a Fapesp através do programaPipe, apresenta excelente desempenho parafermentações com elevadas concentraçõesde melaço, demonstrando grande potencialde conquista de mercado para as próximassafras.

Fermentec19 2105.6100www.fermentec.com.br

Fermentec explica importânciada seleção de leveduras

A Torfer oferece aomercado nacional juntas devedação para todos osmodelos de equipamentos.As gaxetas podem serfabricadas em diversosmateriais (EPDM, NBR ouViton) de acordo com ascondições de cada projeto.

Conhecendo anecessidade de seus clientesem aumentar a área de trocatérmica dos seusequipamentos, a empresadispõem de estoquediversificado de placasavulsas de várias marcaspara ampliação eotimização.

Chaves de aperto dealta qualidade paraequipamentos de todos ostamanhos também fazem parte doportfólio.

Além da gama de equipamentosrevisados a pronta entrega, a Torfer oferecequalidade e garantia dos equipamentos edos serviços prestados e inúmeros serviçosem trocadores como limpeza das canaletas,gabaritagem, detecção de furos/trincas emicrotrincas, soldagem, entre outros.

Com uma equipe treinada e

capacitada para prestar os serviçosexecutados, a empresa é sinônimo dequalidade e tradição em manutenção epeças de trocadores de calor há mais de 20anos oferecendo as melhores opções para asua empresa e seus negócios.

Torfer Trocadores de Calor11 5058.6118www.trocadorestorfer.com.br

Torfer oferece juntas de vedação,placas avulsas e chaves de aperto

Juntas de vedação para todos os modelos de equipamentos

Levedura apropriada é fundamental para o aumento de eficiência

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Outubro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 101

ITR apresenta portfólio diversificado para desenvolvimento canavieiro

Equipe da ITR na Fenasucro 2014

A ITR, um dos maiores fabricantes mundiaisde material rodante, apresentou nesta edição daFenasucro para visitantes e clientes seus diversosprodutos voltados para o setor. A ITR, possuifabricação própria e fornece para as grandesmontadoras em todo o mundo. No Brasil, a empresapossui amplo estoque de produtos para cana.

No catálogo de produtos estão esteiras secas elubrificadas, roletes, rodas guias, roda motriz, aros,sapatas e molas tensoras. A ITR possui unidadeespecialista em cana-de-açúcar, localizada em SãoJosé do Rio Preto, SP, que fornece pós-vendas eserviços reconhecidos pela qualidade e prontidão.

SOBRE A EMPRESAA ITR South América atua desde 1997 na

reposição de peças aplicáveis em equipamentospesados para construção, mineração e agrícola. Em2011, a empresa junto com o grupo italiano UscoS.p.A, fabricante da marca ITR, formou uma jointventure, tornando-se um dos vários centros dedistribuição, operando em todo o mundo. Aempresa realiza importação, exportação edistribuição de: material rodante para todas asmarcas de equipamentos, peças de reposição emgeral para Caterpillar® e Komatsu®, material dedesgaste (FPS) para todas as aplicações, esteiras deborracha para miniescavadeiras, rompedoreshidráulicos. As vendas são direcionadas para osprincipais revendedores em todo o territórionacional, ou para o mercado internacional.

ITR South América11 3340.7555 www.itrsa.com.br

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Empresa conta com 15 mil metros quadrados de área fabril

Outubro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES102

Há 28 anos no mercado, a Dispan éespecializada no desenvolvimento edistribuição de estruturas metálicas parapassagem de cabos nos segmentos deeletrocalhas, perfilados, leitos e aramados.

Sabendo da necessidade e exigência domercado, a empresa investe constantementeem sua estrutura. Adquiriu equipamentos,como a linha de corte transversal elongitudinal, prensas punsionadeiras,perfiladeiras, frota de caminhões e tambémno DPCAD, um plug-in com uma bibliotecaem 3D, que auxilia engenheiros e projetistasa criar detalhes de instalações.

Ao longo dos anos, a Dispan atendeu

diversas obras, dentre as principais usinas,plataformas e refinarias de petróleo,aeroporto de Viracopos, siderúrgicas,mineradoras, indústrias alimentícias ealguns dos estádios que sediaram a Copado Mundo.

Hoje a empresa conta com 15.000m²de área fabril e 200 profissionais,constantemente treinados para manter aqualidade de seus produtos e respeito aosprazos de entregas.

Dispan19 3466.9300www.dispan.com.br

Dispan investe para

atender demanda

Para se obtero máximo deeficiência naprodução deetanol éfundamental umaferramenta paramedição econtrole do brixdo mosto. Issoporque aestabilização dograu brix naformação domostoproporciona auniformização erepetitividade noprocesso de fermentação, tendo, porconsequência, uma alimentação estávelna destilaria otimizando a capacidadeprodutiva.

Diversas metodologias e sistemas sãoaplicados neste controle, desde análiseem laboratório até sistemas de mediçãoonline, porém todas apresentamdificuldades em conciliar confiabilidadecom desempenho operacional damedição.

Com base nas dificuldades relatadas,a Metroval desenvolveu um produto queune resfriador, sistema automático de

limpeza e sensor de densidade de altaconfiabilidade. Entre os benefícios estão:interface amigável; adequação detemperatura da amostra a sermensurada; boa repetitividade, gerandomenores incertezas da medição:possibilidade de calibrar o elementoprimário em laboratório acreditado RBC;medição constante com baixanecessidade de manutenção e calibração.

Metroval19 2127.9400www.metroval.com.br

Metroval inova para aumentareficiência na produção de etanol

A Siemens apresentou soluçõescompletas que garantem maior eficiênciaenergética e redução de custos operacionaispara toda a cadeia de produção das usinas,durante a Feira Fenasucro 2014. Para estaedição, a companhia destacou osdiferenciais da turbina a vapor SST — 600,considerada a maior turbina do segmentode açúcar e etanol do Brasil.

A empresa comemorou, em junhodeste ano, a assinatura do contrato parafornecimento da primeira turbina comacionamento direto para o gerador de 73,4MW, que dispensa o uso do redutor, para aUsina Delta Sucroenergia.

Fabricada no complexo industrial daSiemens em Jundiaí (SP), a turbina a vaporreforça o compromisso da empresa eminvestir na produção local para atender osclientes de forma rápida e eficiente. Vistacomo uma das principais contribuições daSiemens para o setor, por sua tecnologia deponta no ciclo global de termodinâmica, aturbina se consagra como importantealiada das usinas na cogeração de energia apartir do bagaço da cana.

Essa vantagem permite otimizar oserviço, por meio da implementação dociclo regenerativo, ao proporcionar maiorquantidade de energia gerada com amesma quantidade de combustível e,consequentemente, uma receita adicionalpara o cliente. A tecnologia representaainda uma inovação na forma de instalação

outdoor (ao tempo), reduzindosignificativamente os gastos com obras civis.

Durante a 22ª edição da feira, acompanhia também anunciou a expansãodo seu complexo industrial voltado àprodução de equipamentos para energia epassa a fabricar no Brasil a tecnologiaSinamics G150. Localizada em Jundiaí(SP), a unidade fabril é a quarta da

Siemens em todo o mundo a produzir oequipamento G150, desenvolvido pelacompanhia apenas na Alemanha, EstadosUnidos e China. O modelo mais compacto,silencioso e eficiente da solução conta comrecursos para aumentar a economia deenergia e possibilidades de customização.

A Siemens agrega este forte conceitode painéis para conversores à sua

produção nacional, com o objetivo desuprir as crescentes necessidades domercado brasileiro e a perspectiva deatender ainda o mercado da AméricaLatina.

Siemens11 4585.4676www.siemens.com.br

Siemens apresenta tecnologias de última geração na Fenasucro

Turbina SST-600 fabricada pela Siemens

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Outubro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 103

Em 2015, a empresa Teston vai lançar uma colhedora comalta capacidade para cortar mais de 100 toneladas de cana/hora.A informação é de Pedro Teston, diretor comercial da empresa,que participou da Fenasucro 2014, em Sertãozinho (SP). “Nofinal do ano lançaremos um protótipo e com certeza, essa seránossa grande aposta para 2015, com 100% da tecnologiadesenvolvida pela Teston”, afirma.

Durante a Fenasucro 2014, a empresa ainda apresentousuas duas novidades: o Gigante 22.000 BR e o Gigante BP,bipartido.

O Gigante 22.000 é um transbordo com alto rendimento nacolheita, e que reduz em 40% o tempo de descarga por serfabricado com apenas uma caixa. “O equipamento se deslocajunto com o trator, além disso é capaz de levar 20% a mais decana em relação ao convencional. O operador do trator dacolhedora tem contato visual com o equipamento, o que evitabatidas no elevador. Esse transbordo chegou para ficar”, revela.

A empresa possui mais de 120 transbordos Gigantesinstalados no grupo Alto Alegre, além de outros clientes como aUsina Alta Mogiana, Cocal, São Ferrnando, Infinity,Melhoramentos, Santa Terezinha, Grupo Maringá, Itamarati,Usina Coprodia, Odebrecht Agroindustrial, entre outras.

“A Alto Alegre precisava de um equipamento com altorendimento e elaboramos o transbordo conforme orientação docliente. Eles pediram para fabricar uma torre de elevação maisinclinada, na verdade nos ajudaram a melhorar ainda mais otransbordo. É eficiente no transbordamento e evita acidentes.pois possui um pino que trava a caixa”, comenta.

O diretor explica que o Bipartido possui o mesmo chassi,com rala, cambão, e tem a mesma agilidade, mas é necessáriotransbordar duas vezes. “Temos 20 equipamentos Bipartidosinstalados na Agroserra, na Bahia. Como há um clima definidona região, a empresa desloca todos os transbordos para o plantio,ou seja, rodam o ano todo. Além dela, as usinas Melhoramentos eNova Produtiva realizam o mesmo trabalho durante o ano todo”.

A Renuka do Paraná também é uma grande cliente daTeston, inclusive “prestamos o serviço de corte, carregamento etransporte da cana e fornecemos cana para suas unidades”,lembra.

Teston44 3351.3500www.teston.com.br

Teston lançará colhedora de cana em 2015

22 vantagens para adquirir o Gigante 22.000 BP

� Menor consumo de diesel por tonelada colhida� Melhora os rendimentos da colhedora e dos caminhões de transporte� Diminui o tempo de máquina parada por falta de transbordo� Baixo índice de compactação do solo� Permite transbordagem em locais declivosos� Facilita o carregamento para o operador da colhedora� Maior estabilidade em terrenos declivosos� Maior conforto para o operador, pois não dá solavancos no trator� Redução da cana caída em transbordagem� Menor desgaste dos pneus (devido ao sistema de giro dos eixos dianteiros)� Menor possibilidade de deslocamento de pneus� Maior agilidade no engate e desengate do equipamento ao trator� Permite ao operador estacionar a uma distância segura do caminhão, evitando acidentes� Maior agilidade nas manobras no canavial� Intercambialidade de posição do cambão (troca de bitola central para lateral em apenas 30 minutos)� Ajuste do chassi em até 30 minutos� Atende a todos modelos de carrocerias e julietas existentes no mercado� Reduz acidentes com elevador� Facilita operações em marcha ré� Maior segurança em operação noturna (tratorista e colhedor estão sempre em contato visual)� Baixo custo de manutenção� Bitola regulável de 2500 a 2800 e 2800 a 3000 mm

22 vantagens para adquirir o Gigante 22.000 BR

� Maior capacidade de carga do mercado� Menor consumo de diesel por tonelada colhida� Melhora os rendimentos da colhedora� Tempo de descarga reduzido até 40%� Diminui o tempo de máquina parada por falta de transbordo� Baixo índice de compactação do solo� Permite transbordagem em locais declivosos� Facilita o carregamento para o operador da colhedora� Maior estabilidade em terrenos declivosos� Maior conforto para o operador, pois não dá solavancos no trator� Redução da cana caída em transbordagem� Menor desgaste dos pneus� Menor possibilidade de deslocamento de pneus� Maior agilidade no engate e desengate do equipamento ao trator� Facilidade no alinhamento e estacionamento com carretas canavieiras� Maior agilidade nas manobras no canavial� Intercambialidade de posição do cambão (central e lateral)� Reduz acidentes com elevador� Facilita operações em marcha ré� Maior segurança em operação noturna� Baixo custo de manutenção� Bitola regulável de 2500 a 2800 e 2800 a 3000mm

USINAS LUCRAM COM GIGANTES 22.000BR E 22.000BP

Gigante BP, bipartido, apresentado durante a Fenasucro

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Outubro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES104

O projeto da usina de cana-de-açúcarbrasileira, Eber Bioenergia e Agricultura, doGrupo Sada Bio-energia, se configura comoum case para a Isover, um dos líderesmundiais em materiais de isolamentotérmico. A obra, que deve ser concluída atéo final deste ano, conta com 1500m², oequivalente a 7,2 toneladas, do Ultimate emsua versão industrial.

O Ultimate U-tech, manta a base de lãmineral, será aplicado na região da caldeirapara garantir isolação térmica e o bomdesempenho do equipamento. ParaFernando Davison, analista de mercadoindustrial da Isover, a especificação doproduto trará benefícios expressivos àestrutura. “Podemos falar em redução de

densidade na ordem de 20%, vista a levezado produto em relação à lã de rochaconvencional, e ganho de desempenho de5%”, atesta.

Outro ganho está relacionado àsustentabilidade garantida pelo material,que não gera impactos ao meio ambienteem sua cadeia produtiva.

A Isover Saint-Gobain, fundada em1937 na Europa, está presente no Brasildesde 1951 e desenvolve soluções emisolamento para os segmentos da construçãocivil, industrial e automobilístico.

Isover Saint-GobainTel. 0800 055 3035www.isover.com.br

Isover fornece manta a base de lãmineral para Usina Eber Bioenergia

A Usicap – Usina das Capas, empresada Guido Empreendimentos, desenvolvecapas de proteção para a indústriasucroenergética e indústria de celulose.Com o slogan “proteção que traz lucro”, aempresa reinventou a forma de proteçãodos transmissores de nível, pressão,posicionadores, painéis de turbina epainéis elétricos que antes ficavamexpostos na indústria.

“Nossos produtos são desenvolvidoscom matéria-prima de primeira linha etemos patente requerida junto ao INPI –Instituto Nacional de PropriedadeIndustrial”, diz a empresa em comunicado.

Após a aquisição e o uso das capas deproteção, muitas usinas, como: a Zilor,Biorigin, Cocal e Clealco, constataram umadiminuição de até 80% nos problemasocasionados por resíduos industriais,umidade e vapor, aumentando adurabilidade dos transmissores.

A Usicap oferece todo o suportetécnico aos clientes, desde a visita técnica eo desenvolvimento de um plano de ação atéapresentações técnicas com especialistas nosetor esclarecendo as vantagens daaquisição as capas de proteção.

Usicap18 3361.7224www.guidoempreendimentos.com.br

Usicap se destaca junto àsindústrias sucroenergéticas

A Dow, provedora desoluções que impactam naqualidade de vida daspessoas, com atuação emdiversos segmentos, entreeles, transporte einfraestrutura, traz para omercado brasileiro atecnologia mais sustentávelde controle de poeira emestradas de terra, o Engcontrol.

A solução, com tecnologia Dow, foiapresentada durante a 22ª edição daFenasucro. O produto, quando aplicado,permite redução de poeira por horassubsequentes nas estradas não-pavimentadas de alto tráfego, pátios, pilhasde estocagem, minas e portos.

Em um comparativo com o tratamentousual com a aplicação somente de água, asvantagens da tecnologia são a melhoria naperformance e durabilidade parasupressão de partículas finas, redução deriscos de acidentes devido à baixavisibilidade, menor impacto nascomunidades vizinhas, proteção daqualidade do ar e a redução do consumode água, combustível e emissão de CO2.

“Com foco somente na economia de água ecombustível já teremos um ganho emtermos de sustentabilidade. O produtoagrega ainda vantagens logísticas, desegurança e saúde devido a melhora naqualidade do ar, através da redução daspartículas em suspensão provenientes domovimento dos veículos em estradas nãopavimentadas, além da diminuição decustos de manutenção de estradas eveículos, aumentando assim vida útil dosequipamentos”, afirma Daisy de Sanctis,líder técnica para a Dow América Latina.

DOW0800 0474714www.dowbrasil.com

Dow cria solução sustentávelpara redução de poeira emestradas não pavimentadas

A SEW-Eurodrive, presente em 48países e com 15 fábricas pelo mundo, umadelas localizadas em Indaiatuba, SP,trouxe para a 22ª Fenasucro a linha deredutores planetários da série XP, para oacionamento elétrico de ternos demoendas.

O acionamento individual dos rolos doterno, possível com este tipo de redutor,permite experiências com parâmetros deextração que não podem ser realizadascom os acionamentos convencionais, alémde facilitar a entrada do setor em projetosde cogeração.

O equipamento possui comoprincipais características: alto torque desaída de até 3.000 kNm, montagem compés ou braço de torque, eixo de baixarotação oco ou sólido, flange para motor oueixo Cardan e sistema de lubrificaçãoforçada.

O maior diferencial da série XP é autilização de quatro engrenagens satélitesno último trem planetário, permitindomelhor distribuição do torque ao eixo debaixa rotação e melhor absorção deeventuais choques provenientes dos rolosda moenda, sem o comprometimento dos

demais componentes do redutor, além deproporcionar redutores de menor massa edimensão física. Eixos, engrenagens ecarcaças são produzidos em ligas de açoespeciais.

SEW19 3835.8000www.sew-eurodrive.com.br

Redutores SEW melhoramdistribuição de torque eacionamento individual de rolos

Estrada após aplicação do Engcontrol

Mário Guido, diretor

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Outubro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 105

Caldema agrega suas caldeiras à tecnologia Foster Wheeler

As modernas centrais termoelétricas àbiomassa têm requerido um incrementoconstante de sua eficiência e uma grandeflexibilidade de combustíveis. Mesmo asbiomassas mais convencionais econhecidas têm mudado suascaracterísticas. É observado o aumento deimpurezas vegetais, impurezas minerais ede umidade.

A tecnologia mais adequada para aqueima de biomassas com estas novascaracterísticas é o leito fluidizadoborbulhante. A Caldema agregou suacomprovada tradição de mais de 40 anosna fabricação e fornecimento de caldeiraspara queima de biomassa à tecnologiaFoster Wheeler, empresa norte-americanade maior reconhecimento mundial emtecnologia de caldeiras leito fluidizado(BFB), para a produção das caldeirasCaldema CFW.

CALDEIRAS CFW DE LEITO FLUIDIZADO BORBULHANTE

De acordo com Alexandre Martinelli,coordenador comercial e marketing, ascaracterísticas da caldeira CFW de leitofluidizado borbulhante são: dois níveis dear secundário para redução de emissões deNox e particulados; alta eficiência paraqueima de biomassa (99,7%); queimaestável de biomassas com alta umidade —

até 60%; alta eficiência > 90% ao PCI;ventilador de ar primário independente,com menor consumo de energia; retiradade cinzas a seco, reduzindo o consumo de água; leito ''Step Grid'', refrigerado aágua, com menor volume de areia etempo de partida e o ''Step Grid'' éintegrado à circulação natural da caldeira,evitando a utilização de juntas deexpansão.

SOBRE A EMPRESAA Caldema tem como objetivo o

atendimento diferenciado ao cliente emqualquer etapa do relacionamento.Preparada para a prestação de diversosserviços tanto no pré-venda como no pós-venda, possui equipes especializadas emtodas as áreas.

Disponibiliza pessoal com experiêncianos mercados nacional e internacionalpara um ótimo relacionamento com ocliente, esclarecendo possíveis dúvidas emrelação à empresa, seus produtos eserviços. Também realiza visitas nasinstalações do cliente, visando uma melhorcomodidade, satisfação e um contato maispróximo.

Caldema16 3946.2700www.caldema.com.br Alexandre Martinelli, coordenador comercial e marketing

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Outubro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES106

Sugazym amplia o rendimento equalidade na produção de açúcar

A empresa criadora de enzimasSternEnzym GmbH & Co KG apresentanovos compostos multi-enzimáticosdesenvolvidos especialmente para aprodução de açúcar fino e bruto debeterraba e cana-de-açúcar.

Com dextranase e amilase, o Sugazymsimplifica o processamento das matérias-primas que contêm amido e dextranos,além de aumentar o rendimento de açúcare otimizar a qualidade do açúcar cristal.

Os dextranos são um problemafrequente na produção de açúcar,reduzindo o rendimento do açúcar cristal ediminuindo a qualidade do açúcar.

O novo Sugazym DX L remove osdextranos do fluxo de produção no

engenho e na refinaria com a ajuda dedextranases inibindo assim prejuízosfinanceiros. Além de aumentar orendimento, a aplicação aumenta tambéma eficácia do fluxo de processamento o quereduz o consumo de energia.

Outro enorme desafio na produção deaçúcar cristal é o amido. O novo SugazymHiTaA L hidrolisa o amido e degrada-o demodo econômico nos engenhos e nasrefinarias. O resultado é um açúcar demelhor e constante qualidade e custos deprocessamento mais baixos.

Stern Ingredients do Brasil15 3023.0444www.sterningredients.com.br

Rendimento agrícola pode aumentarcom uso de equipamento inovador

Um equipamento inovador,desenvolvido em Ribeirão Preto, interior deSão Paulo, promete revolucionar o setorsucroalcooleiro nos próximos anos. Oadaptador transforma o caminhãoconvencional em um equipamentoagrícola, permitindo ao eixo do veículoexpandir e retrair, o que torna o cortemecanizado da cana-de-açúcar maisprodutivo. O diferencial é a facilidade deadaptar o veículo rapidamente para as viasrurais ou públicas, dependendo danecessidade.

O aumento da produtividade agrícolase tornou um dos assuntos mais discutidosatualmente por especialistas do setor, quetêm apontado o pisoteio da rebrota dacana, conhecida como soqueira, como oprincipal vilão para diminuir a longevidadedos canaviais.

E a função do CG P300 ébasicamente preservar o plantio, fazendocom que as rodas dos caminhões passempelo arruamento das lavouras sem afetaros brotos que resultam em novas safras.“Com o prolongador de bitolas CGP300, é possível aumentarsignificativamente a produtividade nomesmo hectare explorado. Se fizermosuma conta simples da faixa de cana quedeixa de ser pisoteada pela área total docanteiro, isso é extremamente expressivo.O aumento da produção pode chegar amilhões de toneladas”, afirma ValterPereira, diretor da empresa CarcaçasGuimarães.

Carcaças Guimarães16 3969.9393www.carcacasguimaraes.com.br

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