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Ribeirão Preto/SP Novembro/2014 Série 2 Nº 250 R$ 20,00 “A DIVISÃO É A FRAQUEZA DO SETOR” Maurílio Biagi Filho: liderança dividida impediu crescimento, agravou crise e enfraqueceu a relação com o governo EDIÇÃO COMEMORATIVA JornalCana 250

JornalCana 250 (Novembro/2014)

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“A DIVISÃO É A FRAQUEZA DO SETOR”

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Page 1: JornalCana 250 (Novembro/2014)

Ribeirão Preto/SP Novembro/2014 Série 2 Nº 250 R$ 20,00

“A DIVISÃO É A FRAQUEZA DO SETOR”Maurílio Biagi Filho: liderança

dividida impediu crescimento,

agravou crise e enfraqueceu a

relação com o governo

EDIÇÃO COMEMORATIVA

JornalCana 250

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ACESSÓRIOS INDUSTRIAISFRANPAR 16 21334385 16

AÇOSAPERAM 11 38181821 36

FRANPAR 16 21334385 16

JATINOX 11 21720405 68

ANTI - INCRUSTANTESALCOLINA 16 39515080 45

GASIL 81 34718543 22

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE

INFECÇÕES BACTERIANASALCOLINA 16 39515080 45

BETABIO / WALLERSTEIN 11 38482900 44

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 19

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 13

BMA BRASIL 11 30979328 79

FERTRON 16 39465899 88

METROVAL 19 21279400 24

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISVIBROMAQ 16 39452825 90

BOMBAS HIDRÁULICASHELIBOMBAS 16 33335252 50

CALDEIRASCALDEMA 16 39462700 17

ENGEVAP 16 35138800 82

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESRODOTREM 18 36231146 80

SERGOMEL 16 35132600 85

CENTRÍFUGASBMA BRASIL 11 30979328 79

VIBROMAQ 16 39452825 90

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 6

COLHEDORAS DE CANA

CASE IH 41 21077400 27

JOHN DEERE 19 33188330 92

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E

SERVIÇOS

ARGUS 19 38266670 25

CONSÓRCIOS

CASE IH 19 34758101 23

CONSULTORIA AGRÍCOLA

INFORMA FNP 11 45041414 69

CONSULTORIA INDUSTRIAL

BMA BRASIL 11 30979328 79

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL

BOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 74

CPFL BRASIL 19 37953900 67

CONTROLE DE FLUIDOS

METROVAL 19 21279400 24

CONTROLE DE UMIDADE

MUNTERS 41 33175050 75

CORRENTES INDUSTRIAIS

GENERAL CHAINS 19 34172800 34

PROLINK 19 34234000 15

DECANTADORES

GASIL 81 34718543 22

VLC 19 38129119 14

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

BASF 11 30432125 5, 21

CANAVIALIS 19 35124143 49

DUPONT 11 41668683 29

IHARA 15 32357914 58

OUROFINO QUIMICA 16 35182319 33

DESTILARIAS

CONGER 19 34391101 64

ELETROCALHAS

DISPAN 19 34669300 28

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃO

CPFL BRASIL 19 37953900 67

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E

SERVIÇOSCPFL BRASIL 19 37953900 66

SANARDI 17 32282555 12

ENFARDAMENTOOKUBO 16 35149966 9

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 64

ENGEVAP 16 35138800 82

ENGENHARIA INDUSTRIALBMA BRASIL 11 30979328 79

ENGRENAGENSGENERAL CHAINS 19 34172800 34

MARTIN SPROCKET & GEAR 19 38779400 70

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 32

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAPS COMP ELÉTRICOS LTDA 11 56450800 83

AUTHOMATHIKA 16 35134000 13

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOSHELIBOMBAS 16 33335252 50

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

ALCOLINA 16 39515080 45

QUÍMICA REAL 31 30572000 26

EVAPORADORES

BMA BRASIL 11 30979328 79

FEIRAS E EVENTOS

FEALQ 19 34176600 64

PROCANA BRASIL 16 35124310 51

REED ALCANTARA 11 30605000 73

SINATUB 16 39111384 8

FERRAMENTAS

LEMAGI - SP 19 34431400 74

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS

LEMAGI - SP 19 34431400 74

FERTILIZANTES

YARA BRASIL 51 32301300 54

FIBRA DE VIDRO

PETROFISA 41 36261531 78

FIOS E CABOS

CONSTRUFIOS 11 50538383 48

GASES INDUSTRIAIS

GASIL 81 34718543 22

GEORREFERENCIAMENTO

IMAGEM GEOSISTEMAS 12 39468907 66

GESSO AGRÍCOLA

AGRONELLI 34 33191300 60

GRÁFICA

SÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 77

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

DMB 16 39461800 10

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

FERTRON 16 39465899 88

METROVAL 19 21279400 24

ISOLAMENTOS TÉRMICOS

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 89

LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGS

DESTAK IDEIAS 17 33611575 84

LONAS PLÁSTICAS

OKUBO 16 35149966 9

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

CASE IH 41 21077400 27

MATERIAIS RODANTES

ITR SOUTH AMERICA 11 33407555 31

MONTAGENS INDUSTRIAIS

CONGER 19 34391101 64

ENGEVAP 16 35138800 82

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

IHARA 15 32357914 58

KIMBERLIT 17 32791500 30

YARA BRASIL 51 32301300 54

PENEIRAS ROTATIVAS

VIBROMAQ 16 39452825 90

PINTURAS EM GERAL

COLORBRÁS 16 39426852 90

PLANTADORAS DE CANA

DMB 16 39461800 10

PLANTAS INDUSTRIAIS

BOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 74

PRODUTOS QUÍMICOS

BETABIO / WALLERSTEIN 11 38482900 44

PROSUGAR 81 32674760 35

REFRATÁRIOS

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 89

ROLAMENTOS

INA 15 33352432 81

ROLIMAC 16 39797009 62

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

SÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 91

SECADORES

BMA BRASIL 11 30979328 79

SEPARADORES

MUNTERS 41 33175050 75

SOFTWARES

GATEC 19 21060888 18

IMAGEM GEOSISTEMAS 12 39468907 66

SOLDAS INDUSTRIAIS

AGAPITO 16 39462130 90

COMASO ELETRODOS 16 35135230 20

MAGISTER 16 35137200 11

SUPERFÍCIES - TRATAMENTO E PINTURA

IRBI MÁQUINAS 18 36315000 76

SUPRIMENTOS DE SOLDA

COMASO ELETRODOS 16 35135230 20

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

AVANZI 11 21014069 72

SOLINFTEC 18 36212182 71

TELECOMUNICAÇÃO /

RADIOCOMUNICAÇÃO

AVANZI 11 21014069 72

TINTAS E REVESTIMENTOS

PROSUGAR 81 32674760 35

TRANSBORDOS

DMB 16 39461800 10

TESTON 44 33513500 2

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTES

VLC 19 38129119 14

TRATORES

CASE IH 41 21077400 27

JOHN DEERE 19 33188330 92

TROCADORES DE CALOR

AGAPITO 16 39462130 90

TORFER 11 50586118 65

TUBOS E CONEXÕES

APERAM 11 38181821 36

FRANPAR 16 21334385 16

PETROFISA 41 36261531 78

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

FOXWALL 11 46128202 46

FRANPAR 16 21334385 16

VEDAÇÕES

FLUKE 19 32733999 87

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

VLC 19 38129119 14

Novembro 2014ÍNDICE DE ANUNCIANTES6

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E S

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Novembro 2014 CARTA AO LEITOR 7

NOSSOS PRODUTOSPUBLICAÇÕES

JornalCana - O MAIS LIDO!Anuário da Cana

Brazilian Sugar and Ethanol GuideA Bíblia do Setor!JornalCana Online

www.jornalcana.com.brBIO & Sugar

International MagazineMapa Brasil de Unidades Produtoras

de Açúcar e Álcool

EVENTOS

Prêmio MasterCanaTradição de Credibilidade e Sucesso

Prêmio BestBIO BrasilUm Prêmio à Sustentabilidade

Fórum ProCanaUSINAS DE ALTA PERFORMANCE

SINATUB TecnologiaLiderança em Aprimoramento Técnico e

Atualização Tecnológica

DIRETORIAJosias Messias [email protected]� Controladoria Mateus Messias [email protected]

REDAÇÃO� Editor Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis - [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected] Bernardes - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ADMINISTRAÇÃO� Gerente AdministrativoLuis Paulo G. de Almeida [email protected][email protected]@procana.com.br

TIC E PLANEJAMENTOAsael Cosentino [email protected]

EVENTOS E PÓS-VENDASThaís Rodrigues [email protected]

MARKETING� Gerência Fábio Soares [email protected]

PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected]

ASSINATURAS EEXEMPLARES11 3512.9456www.jornalcana.com.br/assinaturas

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroenergético de informações

relevantes sobre fatos e atividades relacionadas àcultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e

organizar eventos empresariais visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor

(humano, socioeconômico, ambiental etecnológico);

� Democratizar o conhecimento, promovendo ointercâmbio e a união entre os integrantes;

� Manter uma relação custo/benefício que propicieparcerias rentáveis aos clientes e demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 — Ribeirão Preto — [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios &Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores(ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida a reprodução, total ouparcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquermeio ou processo, sem autorização expressa. A violação dosdireitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos,do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122,123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Estamos vivos!Em certas regiões do Brasil ainda é cultivado o hábito das usinas celebrarem

seus inícios de safra. Poucas, contudo, são as unidades que fazem festa quando a

última cana é esmagada no ano. Em uma safra difícil como esta, então, não

haveriam motivos para celebração.

Entretanto, minha visão é de que precisamos resgatar a cultura da celebração

no setor, e apresento aqui alguns argumentos tangíveis para isso.

Primeiramente porque celebração independe da situação atual. Exatamente. O

foco da celebração não deve ser o momento presente, ou mesmo o passado, mas

em mudar o futuro! Ainda que a situação atual seja de dificuldades, celebrar abre

oportunidades para olharmos acima dos problemas, respirar e vislumbrar o futuro

com otimismo.

Celebrar desestressa e aumenta nossa capacidade sensorial, emocional e

intelectual e libera nossa energia e nosso foco em aspectos antes pouco

perceptíveis, mas que podem mudar completamente o conceito de nossa realidade.

E isto funciona em nós tanto como indivíduos quanto como empresa.

Um segundo argumento é de que a celebração não tem foco nos resultados,

mas na existência. Quando o cenário é favorável e conseguimos uma safra de bons

resultados, então é fácil celebrar. Porém, se os resultados atuais são desanimadores

e conseguimos sobreviver num cenário desfavorável, então podemos celebrar não

os resultados, mas nossa luta pela sobrevivência!

Para nós da ProCana Brasil, e eu particularmente, temos uma forte razão para

celebrar, pois esta é a 250ª edição sob nossa responsabilidade, desde que

assumimos o JornalCana em 1993. Há 26 anos estamos sobrevivendo e crescendo

junto com o setor, e este é um grande motivo de celebração. Olhando bem, você

também tem motivos para celebrar. Vamos celebrar juntos!?

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Usina do bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 e 11

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 a 19� Clima e política podem afetar próximas safras

� Ações de curto prazo podem melhorar resultados da safra 2015/16

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .20 a 26� Gestão de pessoas pode mitigar impactos da legislação trabalhista

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . .27 a 30� Projeto DuPont na Escola 2014 abordou o tema “Meu herói, o agricultor”

� Incêndio criminoso pode causar prejuízo de R$ 10 mil/ha em 2015

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31� Giro do setor

Homenagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 a 44� A MELHOR NOTÍCIA DO SETOR!

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 a 67� Arrendamento e distância elevam custo da produção agrícola

� Fome oculta de micronutrientes afeta canaviais

� SUPER MÁQUINAS

� Em tempos de crise, Usina Guaíra apresenta produtividade acima da média

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67 a 84� Usinas aprovam e indicam o Kit MC de desinfecção industrial

� Automação proporciona melhor rendimento do processo produtivo

� Válvulas de controle ganham espaço na indústria

� Perdas industriais continuam difíceis de identificar

� Pedra Agroindustrial reduz uso de água na aplicação de herbicidas

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86� ENTREVISTA — Maurílio Biagi Filho, presidente da Maubisa

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .87 a 90

MANTENHA A ESPERANÇA!““Apeguemo-nos com firmeza à esperança que

professamos, pois aquele que prometeu é fiel”.

(Escritor da carta aos Hebreus, no capítulo 10, verso 23)

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Novembro 2014AGENDA8

A C O N T E C E U

MASTERCANA NORTE-NORDESTE E BRASILEm 2014, a edição Nordeste do MasterCana será realizada no dia 13 de

novembro, em Recife (PE). Por último, em 24 de novembro, será realizado oMasterCana Brasil, em São Paulo, capital.

www.mastercana.com.br

O GSO VOLTOUDurante os dias 8, 9 e 10 de outubro, em São Paulo (SP), aconteceu a Fisp — Feira

Internacional de Segurança e Proteção, considerada a 2º maior do mundo nesta área.Representado por seu diretor presidente, Mário Márcio, o GSO - Grupo de SaúdeOcupacional começa a movimentar a volta de suas reuniões com novas ideias para 2015.

O representante esteve presente no Encontro Nacional dos Técnicos de Segurança doTrabalho, evento paralelo a Fisp, debatendo sobre os grupos técnicos nas ações integradasda cultura prevencionista.

O FUTURO DO SETORJosias Messias, presidente da ProCana Brasil e do Pró-Usinas, falou sobre “O Futuro do

Setor Sucroenergético – Desafios que o segmento deverá enfrentar diante da novaconjuntura política do país”, no último dia 1 de outubro, no Centro Universitário Estácio –Uniseb, em Ribeirão Preto (SP).

O jornalista também abordou temas como: a manutenção da capacidade deprocessamento em um número reduzido de unidades; recuperação da capacidade deinvestimento; recuperação da produção de açúcar; desafios tecnológicos e a consolidação doetanol de segunda geração. “Acredito que o ritmo de expansão do setor dependeráfundamentalmente do mercado doméstico de etanol carburante”, lembra.

Durante o evento apresentou ainda previsões de produção de etanol e biodiesel nomundo, demanda e consumo de açúcar e etanol, evolução de preços dos combustíveis,política governamental, produtividade da cana, custos e as perspectivas de futuro.

A C O N T E C E

10º CONGRESSO ANUAL GATUAAcontece de 25 a 27 de novembro,

em Ribeirão Preto (SP) o 10ºCongresso Anual Gatua — Grupo dasÁreas de Tecnologia das Usinas deAçúcar, Etanol e Energia. A edição2014 pretende atrair seu maiorpúblico, oferecendo um conjunto denovidades tecnológicas ligadas ao setorsucroenergético. Hardwares, softwares,serviços e soluções, além de palestras etemas também voltados às áreasindustrial, agrícola, financeira econtroladoria, RH, entre outras.

www.congresso.gatua.com.br

MANEJO DE PRAGAS E NEMATOIDES EM CANA-DE-AÇÚCAR

De 26 a 28 de novembro, no Centro de CanaIAC, em Ribeirão Preto (SP), acontece o curso‘Manejo de pragas e de nematoides em cana-de-açúcar’. O objetivo é apresentar os diversosparâmetros para implantação de programas demanejo de áreas infestadas por pragas e pornematoides, incluindo estudos sobre a biologia,danos, métodos de levantamentos populacionais(amostragens), nível de dano econômico e nível decontrole e eficiência de medidas de controle dasespécies mais importantes de pragas e denematoides em cana-de-açúcar.

www.infobibos.com/pragascana

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10 USINA DO BEM Novembro 2014

A Biosev e o Sesi/SP levarão à trêscidades do interior paulista, o programaEducação para a Sustentabilidade. Oprograma objetiva sensibilizarprofessores da rede pública municipal deensino para a redução de consumo derecursos naturais e a destinação corretade resíduos com a implantação da coletaseletiva nas cidades de Aguaí, Colômbia eMorro Agudo. No total, quase 100professores participarão da primeiraedição do programa. O Educação para aSustentabilidade teve início em agosto e

será realizado até dezembro.Segundo os organizadores, os

educadores serão treinados paradesenvolver vivências ambientais nasescolas, estimulando o diálogo e aparticipação de crianças e adolescentespor meio de dinâmicas interativas eexercícios práticos. Entre os conceitosque serão divididos com os professoresestão: consumo consciente,sustentabilidade, resíduos, coleta seletiva,educação ambiental, água e energiarenovável.

Ao atendimento de um compromissocom o Ministério Público do Trabalho, oGrupo Clealco entregou na última semana,ao Pronto-Socorro de Penápolis (SP),diversos materiais hospitalares em benefícioà instituição, que totalizaram R$ 90 mil.

Pelo acordo, a empresa teria quereverter R$ 90 mil em doações para

alguma entidade filantrópica de suaescolha.

O Grupo Clealco optou pelo municípiode Penápolis para realizar a ação.

Entre os materiais entregues estão:camas para adultos e crianças, poltronasreclináveis, eletrocardiogramas, monitoresmultiparâmetros, entre outros.

Interior de SP ganha projeto deeducação ambiental da Biosev

Clealco faz doação de R$ 90 milao Pronto-Socorro de Penápolis

Célio Oliveira, prefeito de Penápolis e José Basseto Júnior, da Clealco

Cerca de 100 professores participarão da primeira edição do programa

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Novembro 2014 USINA DO BEM 11

O Projeto Educação para oTrabalhador, uma parceria do Sesi com aJalles Machado, formou mais uma turmade Ensino Médio. No total, 27 alunos,funcionários da empresa, dependentes epessoas da comunidade, receberam oscertificados no dia 3 de outubro, naantiga Escola Luiz César, local ondefunciona o projeto.

Luis Eduardo Alves, 23 anos, émotorista na Unidade Otávio Lage e oProjeto também foi a oportunidade deque precisava para voltar a estudar.

“Aqui fazem tudo para que nós,trabalhadores, possamos estudar. Aequipe educadora entende o nosso dia adia e nos ajuda a conciliar o trabalho e osestudos. Pretendo fazer vestibular paraAgronomia e cursar a Faculdade”,afirma.

Atualmente, o projeto Educação parao Trabalhador possui 203 alunosmatriculados, que cursam do 5º ano doEnsino Fundamental ao 4º período doEnsino Médio, incluindo uma turma nopovoado de Juscelândia.

No dia 19 desetembro, a TononBioenergia promoveu oplantio de mais de 200árvores, ou seja, númerorelativo aos nascimentosregistrados neste anonas cidades de Brotas eBocaina, que abrigamduas de suas unidades.

O plantio foirealizado em suas áreasde preservaçãopermanentes (APPs), emcomemoração ao Dia daÁrvore, celebrado nodia 21. A ação contoucom a participação decerca de 80 alunos deescolas municipais, querealizaram o plantio eafixaram nas mudasuma etiqueta contendo onome das criançasnascidas. “É a primeira vez que plantouma árvore. Achei muito legal poderparticipar, agora vou pedir para meus paisfazerem o mesmo em casa”, relata PedroHenrique Rodrigues, de 7 anos.

Raissa Alves de Melo, 9 anos, gostoutanto da ação que se encarregou de cultivartrês mudas ao lado de uma de suas amigas.“Já é a segunda vez que venho. Esperoajudar novamente no próximo ano”, diz.

Educação para o Trabalhador da Jalles forma 27 pessoas

Formandos do projeto

Pedro Rodrigues e Raissa de Melo

plantaram suas primeiras árvores

Usina planta uma árvore para cada criança nascida emBrotas e Bocaina em 2014

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Novembro 2014MERCADO12

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Ao passo que a safra 2014/15avança e as revisões indicam retração namaioria dos indicadores, a nova gestãopresidencial cria um misto de incerteza econfiança aos produtores canavieiros,que precisam planejar seus investimentosfuturos.

A seca, sofrida principalmente nosmeses de dezembro, janeiro e fevereiro,alterou o andamento da colheita ediversas usinas estão antecipando aentressafra por falta de matéria-prima.Antonio de Padua Rodrigues, diretortécnico da Unica – União da Indústria deCana-de-Açúcar, espera uma queda deR$ 6 bilhões no faturamento com amudança.

Não bastasse o déficit hídrico, noexercício futurológico dos produtoresexiste a possibilidade do fenômenoconhecido como El Niño, que traz secapara a Ásia e chuvas pesadas para aAmérica do Sul.

Certo mesmo é que a safra 2014/15será menor. A Unica revisou sua previsãopara o Centro-Sul, maior regiãoprodutora, e aponta moagem de 545milhões de cana, queda de 5,8% emrelação à estimativa inicial e 11,7% secomparada ao último ciclo.

ELEIÇÕESPressionada por seus desafiantes ao

posto, a presidente Dilma Rousseff (PT)anunciou em 10 de setembro que açúcare etanol passaram a fazer parte doPrograma Reintegra, benefício criadopelo Governo Federal que possibilita quealgumas empresas brasileirasexportadoras recuperem até 3% dareceita decorrente da exportação.

No mesmo dia, o ministro GuidoMantega informou a liberação de linhas

de financiamento em condiçõesdiferenciadas para a construção dearmazéns de açúcar no país. O objetivo éfazer com que o Brasil amplie suacapacidade de armazenamento,atualmente em níveis bastante inferioresaos dos principais países produtores eexportadores de açúcar.

Apesar de importantes, as medidassão insuficientes para a recuperação dosetor, concluiu a Unica. “É preciso umavisão de longo prazo, principalmente noque se refere ao etanol e à biomassa, compolíticas públicas claras, estáveis,consistentes e que possibilitem arecuperação da competitividade do setore um ambiente propício a novosinvestimentos”, informou a entidade emum comunicado.

Especialistas dizem que o próximopresidente terá que priorizar algunssetores para incentivar odesenvolvimento da economia e acompetitividade no país. Osucroenergético, por suas características,é um deles. A seu favor estão o mercadomundial de açúcar, etanol ebioeletricidade, demandando ainda maisconsumo de alimento, combustível eenergia.

Contudo, em ano eleitoral, falarsobre cenários econômicos é uma tarefaum tanto arriscada. Até que se formem osMinistérios da Agricultura e de Minas eEnergia, por exemplo, a incógnitapermanece.

Certo, mesmo, é que é preciso estarpreparado, com visão estratégica e focona eficiência. “Quando você tem umavisão clara e bem elaborada, fica maisfácil encontrar a aceitação e aprovaçãodos envolvidos. O setor tem que voltar asonhar com etanol, afinal ninguém resisteao poder de uma ideia quando chega oseu tempo”, diz Luis Nassif, jornalistaespecializado em economia.

Clima e política podem

afetar próximas safras

Plantio da safra 2015/16 começou em outubro durante as eleições

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Novembro 201414 MERCADO

O ano de 2015 deverá ser melhorpara os produtores, ao menos no que dizrespeito ao etanol. Estopim da crise, aperda de competitividade em relaçãogasolina precisa ser corrigida. O preçodo combustível fóssil possivelmente seráreajustado, variando, entretanto, omecanismo corretório utilizado. (Até apublicação desta edição nenhumacorreção do preço foi feita).

Outra boa nova diz respeito aoaumento percentual de etanol anidro nagasolina. Dilma Rousseff sancionou em25 de setembro a Lei 13.033, que prevêo aumento para até 27,5%. Para queisso aconteça, falta agora a conclusãodos testes técnicos que estão sendorealizados pelo Cenpes/Petrobras.

Caso seja aprovada, a medida devegerar uma demanda adicional de anidrode 1,2 bilhão de litros, valor que podesuprir a lacuna financeira gerada pelaproposta da Agência de ProteçãoAmbiental (Environmental ProtectionAgency - EPA) de redução no volume debiocombustíveis consumidosanualmente no Estados Unidos em cercade 40%.

Mesmo sem ter sido referendadapelo governo americano, a proposta temditado as regras do mercado. Em julhoforam exportados 90,7 milhões de litrosde etanol, valor 74,1% menor emcomparação aos 350,5 milhões de litrosembarcados em julho de 2013. A queda

é contínua, haja visto que em junhodeste ano foram comercializados 167,3milhões de litros, volume 45,8% menor.

Conscientes do novo cenário, osprodutores já se planejam para atendera demanda. “O foco da empresa hoje éapenas o mercado interno”, diz JoséRoberto Dalla Coletta, presidente daDella Coletta Bioenergia.

Para a safra 2014/15, a Unica –União da Indústria de Cana-de-Açúcarestima que sejam produzidos 24 bilhõesde litros de etanol, queda de 7,2 % frenteà projeção inicial, realizada em abril, ede 6,14 % em relação à safra passada.

Este, é outro fator importante nadecisão do aumento da mistura. Além deconstatar a viabilidade técnica, ogoverno aguarda o resultado final daprodução do biocombustível para saberse haverá estoque suficiente para suprira demanda. “Mesmo com esta redução,ao final da safra teremos um mix maisalcooleiro, pois a disponibilidade decana nos principais Estados produtoresde açúcar é inferior àquela verificadaem Estados com número elevado dedestilarias autônomas”, diz Antonio dePadua Rodrigues, diretor técnico daentidade.

Em detalhes, a produção de etanolanidro deve crescer 2,8 % ante2013/14, enquanto a produção dehidratado cairá quase 13 % em mesmacomparação. (AR)

Exportações de etanol caem e consumo interno tende a aumentar

Mistura gerará demanda adicional de 1,2 bilhão de litros de etanol anidro

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A seca trouxe boas e más perspectivasao mercado brasileiro. Isso porque noCentro-Sul, que responde por 90% damoagem de cana do país, o déficit hídricofez com que diversas usinas antecipassem ofim da safra e, consequentemente,diminuíssem suas produções.

A Unica — União da Indústria deCana-de-Açúcar diz que as condições dedemanda e de preços têm gerado incentivoà produção do etanol, para o qual foramdestinados 60% da cana moída na segundaquinzena de setembro. “O anidro é oproduto que melhor remunera a usina,possivelmente não vai se mexer nessaprodução. Vai se fazer o mínimo possívelde açúcar”, afirma o consultor Júlio MariaBorges, comentando o preço da commodityque atingiu neste segundo semestre osmenores níveis em quatro anos na bolsa deNova York.

Com este cenário, diversas empresasestão estocando mais açúcar para aentressafra. Exemplo disso são ascompanhias que produzem açúcar e têmcapital aberto na BM&FBovespa.

No resultado do primeiro trimestre dasafra 2014/15, por exemplo, o grupo SãoMartinho apresentava um estoque de 153mil toneladas da commodity, 113% maisque no período 2013/14. As usinas daRaízen também apresentaram estoques deaçúcar 83,5% maiores, na casa de 800 miltoneladas.

Em contrapartida, a seca que aflige

a Rússia, grande consumidora mundialde açúcar, é um dos fatores que deveestimular o mercado na safra 2015/16.Isso porque o país poderá importarcerca de 1 milhão de toneladas doproduto e o Brasil é forte candidatonessa disputa.

Pelo Governo, além do Reintegra, quepossibilita que empresas brasileirasrecuperem até 3% da receita decorrente daexportação, foi anunciado que osprodutores de açúcar poderão contar comos financiamentos por meio do PCA —Programa para Construção e Ampliação de

Armazéns, acrescidos de juros de mora de1% ao ano.

Em nota divulgada pelo Ministério daFazenda, o objetivo é que a capacidade dearmazenagem do produto expanda. Nasafra 2014/15, o volume de recursosdestinado ao PCA é R$ 3,5 bilhões. (AR)

Empresas estão estocando açúcar para a entressafra

Açúcar atingiu neste segundo semestre os menores níveis em quatro anos

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Novembro 2014MERCADO16

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Quarenta milhões de toneladas. Esta,segundo a Unica — União da Indústria deCana-de-Açúcar, será a quantidade de canaperdida nesta safra por conta da forteestiagem e sequência de incêndios naépoca da colheita. A falta de matéria-primafará com que em novembro a safra2014/15 se encerre no Centro-Sul,tornando o planejamento para o próximociclo ainda mais importante.

Mas, como ser mais rentável a curtoprazo? Como ter melhores resultados, tantoeconômico quanto produtivo? Cadaempresa tem a própria necessidade eprecisa detectar como agir. O tema foiamplamente debatido durante o FórumUsinas de Alta Performance realizado pelaProCana Brasil no mês de setembro.

Luiz Fernando Abussamra, diretorcomercial da Usina Ruette, falou sobre oassunto. “A questão é quantificar os riscos.A maioria das empresas sabem quaispontos precisa melhorar. Agora, como lidarcom o problema e quais as consequênciasque podem surgir, são os desafios. Para seprevenir ou até mesmo combatê-lo, épreciso se preparar”, afirmou.

Dario Gaeta, presidente da ZaniniRenk e que já esteve à frente da ParaísoBioenergia, corrobora com a opinião deque muitas usinas ainda precisam seconscientizar de seus problemas internos.“Mitigar riscos ainda é deixado de ladopelas usinas. Alguns grupos produtores jápensam neste trabalho, mas de maneirageral, há negligência. Existem muitasvariáveis importantes nas usinas e épreciso identificar as principais. Vocêcomeça a ganhar quando deixa deperder”, explicou.

Mais de 20 grupos produtoresestiveram reunidos no encontro. Emcomum, investimentos em mão de obra,tecnologia e gestão, foram citados comoprioridades na busca por melhoresresultados. “O mercado é cada vez mais

exigente. Produzir cana com excelêncianão basta. Precisamos de profissionaiscapacitados em todas as áreas de atuação”,disse Gustavo Villa Gomes, diretor agrícolada Usina Açucareira Guaíra, lembrandoque a empresa, mesmo com índices acimada média em termos de produtividadeagrícola, precisa se aprimorar em gestão depessoas.

Mão de obra, inclusive, se tornou um

gargalo do setor. Em todas as regiões,faltam profissionais capacitados ecomprometidos com o trabalho. Oproblema já foi detectado e soluçõesprecisam ser encontradas.

Antonio Carlos Viesser, gerenteindustrial da Tonon Bioenergia, temmudado a forma de trabalhar. Ele diz quea maioria dos gestores, graduados em áreastécnicas, não tem capacidade para lidar

com desafios interpessoais nas empresas.“O apagão nesta área é nítido. Comosegurar bons colaboradores? Confesso quetenho sido de tudo um pouco. Me coloco nopapel de pai, amigo, irmão, enfim, procuroentender as necessidades do funcionáriopara poder ajudá-lo. Nem sempre é só aquestão salarial. Esta, quem define é omercado, não a empresa. É precisorepensar a forma de trabalhar”, finaliza.

Ações de curto prazo podem melhorar resultados da safra 2015/16

Luiz Fernando Abussamra, da Ruette: a questão é quantificar os riscos

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Novembro 201418 MERCADO

Considerando que sejam criadas asdevidas políticas públicas ao setor, quehaja profissionais capacitados e que osriscos sejam mitigados nas usinas, todos osproblemas estariam resolvidos? Em 2014,com as peculiaridades climáticas queafetaram a essência de toda a cadeiaprodutiva, no caso, a cana-de-açúcar, não.

Isso porque não há matéria-primasuficiente em grande parte das usinas, sejapela má formação da planta emdecorrência do déficit hídrico ou pelosdiversos incêndios que atingiram oscanaviais em todo Estado de São Paulo.

De acordo com dados da Unica —União da Indústria de Cana-de-Açúcar,desde o início da safra a região registroucerca de três mil focos de queimadas emcanaviais, aumento de 140% em relação aomesmo período do ano passado.

Com isso, 5% dos 4,5 milhões dehectares plantados nesta safra foramperdidos, provocando prejuízos aosprodutores que podem chegar a R$ 2,2bilhões, estima a entidade.

A Usina Pitangueiras, localizada nonordeste do Estado, não deve atingir amoagem prevista no início do ano, de 2,7milhões. Os problemas climáticos se aliamainda a uma terceira via, como lembraGilmar Galon, gerente industrial da usina.“Costumo dizer que estamos na ‘faixa deGaza’ do setor. É uma área onde existemoutras unidades nos arredores e o trabalhocom fornecedores precisa ser muito bem

feito. Caso contrário, ficamos sem canasuficiente”.

Na Usina Açucareira Guaíra asqueimadas também estão tirando o sonodos produtores. “Sabemos que diversasusinas estão sofrendo com este problema.Está complicado trabalhar com todos estespercalços”, afirma Gustavo Villa Gomes,diretor agrícola da empresa.

A Usina Santo Antônio, pertencenteao grupo Balbo e localizada emSertãozinho (SP), viu 40 mil toneladas decana-de-açúcar serem queimadas em umasemana. A usina produz açúcar orgânico enão utiliza cana queimada no processo.“Vejo que matéria-prima é sim um gargaloa ser resolvido pela maioria dosprodutores. Sem ela, toda projeção de

crescimento é em vão. Em 2014, diversasusinas estão passando aperto por não ter oque moer”, afirma uma fonte do setor.

As estimativas da Unica para a safra2014/15 apontam uma redução deaproximadamente 15% na produtividadeagrícola da área a ser colhida, com umaperda de quase 40 milhões de toneladas decana. (AR)

Falta de cana faz com que safra termine mais cedo

Falta matéria-prima para grande parte das unidades produtoras

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Novembro 2014 MERCADO 19

A quantidade de variáveis em umausina torna a discussão por aumento derentabilidade sem fim. São diversas asações possíveis, e como já foi mostradonesta matéria, cada usina deve identificarem que área precisa focar seus esforços.

Contudo, existem investimentosnecessários para toda e qualquer unidade.Mesmo com as tecnologias de pontadisponíveis ao setor, simples práticas ecuidados podem garantir um safra positivado ponto de vista produtivo.

A Usina Açucareira Guaíra é exemplodisto. De acordo com dados do ControleMútuo Agronômico Anual’, feito pelo CTC– Centro de Tecnologia Canavieira, a usinaobteve 10 toneladas acima da média deRibeirão Preto (SP), além de 5 kg a frentequando o assunto é ATR – Açúcares TotaisRecuperáveis no mês de junho. “Fazer oarroz com feijão ainda é fundamental.Adubar, controlar pragas, enfim, realizarum bom manejo agrícola é fundamental.Não adianta ser produtivo e não serrentável. É preciso critérios”, explicaGustavo Villa Gomes, diretor agrícola daempresa, lembrando que as condiçõesclimáticas, neste caso, precisam serfavoráveis.

Outro exemplo é o Grupo São

Martinho, tido como o maior processadorde cana do mundo. Na empresa, foiadotado desde 2003 o programa ‘Viva aCana’, que prevê a gestão racional dasoperações no campo e promove aadequação dos equipamentos e máquinaspara a preservação das soqueiras e a nãocompactação do solo, favorecendo assim odesenvolvimento do canavial. “É claro quea empresa mantém os investimentos emnovas tecnologias, além de estar sempreatenta às pesquisas e mudanças domercado que possam nos trazercrescimento. Mas todo este cenário precisaestar acompanhado das premissas básicasdo campo”, explica René de Assis Sordi,assessor de tecnologia do Grupo SãoMartinho.

É sabido também, que pela falta derecursos algumas empresas acabamdeixando este trabalho de lado. No popular,o investimento é adiado para o próximociclo.

Contudo, Antonio Carlos Viesser,gerente industrial da Tonon Bioenergia,alerta: “Sabemos que hoje existe anecessidade de se produzir mais commenos. Contudo, existem conceitos epráticas que não devemos ignorar. Épreciso correr alguns riscos”. (AR)

‘É preciso produzir

mais com menos’

Bem cuidado, canavial auxilia na busca por rentabilidade

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Tecnologia da Informação ganharelevância em tempos de crise

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Com a profissionalização de unidades e grupos, a TI –Tecnologia da Informação passou a desempenhar papelimportante para o processo de gestão, trabalhando comfoco em projetos, nos controles das atividades e na reduçãode custos, priorizando o atendimento das necessidades dasempresas.

Em períodos de crise, como o atual que tem abaladoseriamente o setor, as atividades desenvolvidas pela área deTecnologia da Informação tornam-se ainda maisrelevantes.

O segmento passa por um momento de preços baixos eisso está impactando as empresas – constata PetrucioMedeiros Barros, gerente corporativo de TI da Coruripe, doGrupo Tércio Wanderley, que tem a matriz em Alagoas equatro unidades em Minas Gerais. Nesse contexto, aTecnologia da Informação assume papel decisivo para asáreas de planejamento, gestão e controle orçamentário e de

custos, para as áreas financeira e de suprimento, analisa.“Estamos trabalhando fortemente na simulação decenários de planejamento e na geração de demonstrativosde resultados”, enfatiza.

O desafio da TI, em meio à crise, é o de se consolidarcomo altamente alinhada aos negócios da empresa,otimizando processos das demais áreas, afirma RommelAgra, gerente corporativo de Tecnologia da Informação doGrupo Santo Antônio, que possui a Central AçucareiraSanto Antonio (matriz) e a Usina Camaragibe, ambas emAlagoas. Segundo ele, a redução de custos e a otimizaçãode serviços são exaustivamente requisitados em situaçõesde crise. “Todas as corporações buscam ferramentas quepossam alavancar negócios e suportar atividades de formacompetitiva e eficaz. Sem dúvida alguma, um dos atoresdeste novo contexto é a área de TI, com seus profissionais,técnicas e sistemas”, ressalta.

Em tempos de crise, aumenta a necessidade decontroles mais eficazes em relação a custos e deinformações gerenciais que possam orientar o processodecisório da empresa, enfatiza Marcelo Junqueira Botelhode Melo, gerente de TI da Guarani, que conta com seteunidades industriais localizadas na região noroeste doestado de São Paulo.

TI ELEVADA!Implantação de soluçõesrequer quebra de paradigmas

O processo de implantação de um sistema de TIrequer, em diversos casos, mudança cultural e a quebra dealguns paradigmas. “O grande desafio encontrado quandoa empresa resolve implantar uma gestão por processos estárelacionado às pessoas”, afirma Rommel Agra. De umamaneira ou de outra, os usuários dos recursos de TItambém precisam estar envolvidos, com responsabilidadesbem definidas, na elaboração das soluções geradas pelaTecnologia da Informação.

Em relação ao trabalho desenvolvido em TI na SantoAntonio, o gerente observa que o plano é manter osprofissionais da área atualizados às melhores práticas demercado, unindo os recursos tecnológicos às demandascorporativas, como forma de agregar valor, segurança evantagem competitiva à empresa.

Para atender as duas unidades do grupo e o escritóriocentral, em Maceió, a estrutura da empresa nessa áreaconta com uma gerência de TI corporativa, uma supervisãoe treze colaboradores, distribuídos por diversas funções.

Além de ERP e BI, possui softwares e aplicativos, comsoluções para diferentes áreas e atividades da empresa,incluindo folha de pagamento, segurança, medicina dotrabalho, controle de custos, sistema agrícola, manutençãode frota, entrada de cana, tráfego, controle deabastecimento de combustível, sistema supervisório para afábrica, entre outras.

Com uma gerência e três coordenações (Sistemas,Infraestrutura e Service Desk), a área de Tecnologia daInformação da Coruripe é subordinada à diretoriafinanceira. Possui uma equipe formada por 33 pessoas: umgerente, dezoito profissionais na coordenação de sistemas,cinco no Service Desk e nove na Infraestrutura.

A área de TI da Guarani está dividida em dois grupos:um deles é responsável pelas aplicações de negócio e outropela infraestrutura de apoio a estas aplicações, bem comopelo atendimento aos usuários – informa MarceloJunqueira. Entre os recursos utilizados, incluem-seplataforma e metodologias para desenvolvimento,gerenciamento de projetos e Service Desk. (RA)Petrucio Medeiros Barros: tecnologia da informação assume papel decisivo

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Em qualquer situação – comou sem crise – a Tecnologia daInformação deixou de ser umaferramenta auxiliar na execuçãode determinadas tarefas, paratornar-se fundamental no dia a diadas unidades sucroenergéticas eno planejamento das atividadesdas usinas. “Quando vamosimplantar qualquer sistemasempre nos lembramos doprincípio que diz: se algo que nãofunciona é automatizado, o únicoresultado alcançado será aprodução de problemas numavelocidade ainda maior”, comentaRommel Agra, da CentralAçucareira Santo Antonio, parademonstrar a importância da TIno cotidiano da empresa.

Para o funcionamento dosistema de controle orçamentário,implantado no grupo, foifundamental a participação totalda Tecnologia da Informação emsincronia com as áreas envolvidas– exemplifica. “A nova gestão daCoruripe, com foco na segurançados colaboradores, no controle dosprocessos e no conceito de ‘fazermais com menos’ tempossibilitado que a TI seja a

grande ferramenta de apoio àsáreas da empresa, para agilizar egerir os processos, na apuraçãodos indicadores e na simulação decenários”, revela Petrucio Barros.

De acordo com ele, osprocessos agrícolas e industriaisestão sendo reestruturados comfoco nos controles, na apuração eapropriação dos custos e naotimização.

A área de TI tem enfrentadodesafios para atender as novasexigências provenientes do atualmomento do setor. Na Coruripe,os planos estão voltados aoatendimento das demandasgeradas pelo uso do BI – BusinessIntelligence em diferentes áreas,pelo planejamento estratégico esimulações de cenários, revela.

As ferramentas da Tecnologiada Informação têm sidoimportantes também para oprocesso de gestão da Guarani,principalmente no controleorçamentário e contábil e naoperação, incluindo o controle dequalidade industrial, de estoques,de transportes e gestão do plantioe da colheita de cana – destacaMarcelo Junqueira. (RA)

Atividade é fundamental paraa simulação de cenários

Rommel Agra: sistemas de TI fazem parte do cotidiano da Santo Antonio

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A Tecnologia da Informação tem umpotencial enorme para contribuir com osprocessos de gestão de unidades e grupossucroenergéticos. Mas, para isto, precisacontar com infraestrutura adequada queinclui ferramentas eficientes e compatíveiscom a realidade de cada empresa.

Um dos recursos importantes para aconsolidação de todos os dados e processosde uma organização, que tem sido cada vezmais adotado pelas usinas e destilarias, é oERP – Enterprise Resource Planning, ouseja, um sistema integrado de gestãoempresarial.

De acordo com Marcelo Junqueira Melo,da Guarani, o ERP proporcionarastreabilidade de ações e registros, controlede acesso por função e melhor integração deprocessos dependentes, como, por exemplo,compras, recebimento, gestão de estoque econtas a pagar.

Entre outras vantagens desse sistema degestão estão a confiabilidade dos dados, quepodem ser monitorados em tempo real, e adiminuição do retrabalho, destaca RommelAgra. Além disso, o ERP disponibiliza dadosde qualidade e otimiza o fluxo dainformação. “Há também a incorporação demelhores práticas, codificadas no ERP, aosprocessos internos da empresa”, afirma.

O sistema integrado de gestão foiimplantado na Santo Antonio em 1999.Para o sucesso desta mudança teve papelfundamental a formação de um comitêgestor que tratou dos assuntos pertinentes à

transição do sistema antigo para o novoERP – relata.

A implantação do ERP na Coruripe,que ocorreu em junho de 2011, forçou aempresa a rever e a reestruturar todos os seusprocessos, diz Petrucio Barros.“Identificamos melhorias significativas emtodas as áreas, principalmente napadronização e gestão dos processos, naapuração dos tributos, na auditoria dos

processos, nos critérios contábeis efinanceiros, na rastreabilidade das transaçõese na governança da empresa”, observa.

Segundo o gerente de TI, a Coruripe temutilizado também ferramentas de BI –Business Intelligence na área de suprimentos,no controle orçamentário, na apuração deindicadores da indústria e da área agrícola.“Temos projeto em andamento para usar BIpara as áreas comercial, contábil, financeira e

de custos”, informa. Na Santo Antonio, a utilização de BI

ocorre principalmente nas áreas comercial efinanceira. Rommel Agra observa que asolução adotada proporcionou melhoria noprocesso de planejamento de vendas,aprimorou o controle nas receitas e despesase criou condições para uma maior velocidadena análise das informações, o que contribuiupara a tomada de decisões.

Sistema integrado de gestão consolida dados e processosFerramentas apresentamavanços significativos

Para atender demandas eexpectativas do setor sucroenergético, omercado fornecedor de produtos na áreade Tecnologia da Informação e as própriasusinas têm procurado aprimorar algumasferramentas e soluções. Na área agrícolahá avanços significativos nos controlesoperacionais, na agricultura de precisão,na automação dos apontamentos agrícolase no uso de imagens, observa PetrucioBarros, da Coruripe. “Na indústria,melhorias ocorreram nos processos e naautomação da apuração dos indicadores”,diz. E na área administrativa, as novassoluções estão voltadas à automação dosprocessos de compras e vendas, gestão dosserviços contratados, controles da áreafiscal, gestão e governança dos processoscomo um todo – detalha. (RA)

Business Intelligence também proporciona melhorias em diversas áreas

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ANDRÉIA MORENO, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Não há dúvidas de que a legislaçãotrabalhista provoca grandes mudançasdentro de uma empresa, inclusive no quese refere a gestão de pessoas. Uma dasconclusões discutidas no XIII Seminário doGerhai, em Ribeirão Preto, em 19 desetembro passado, foi de que a grandeparte dos problemas trabalhistas não sãojurídicos, mas de gestão de pessoas.“Posteriormente se transforma emproblema jurídico. O cuidado na gestão depessoas já evita que se transforme em umproblema jurídico. É preciso mudar dedentro para fora e não só esperar mudançana legislação, assim será possível reduzir opassivo trabalhista”, comentou JoséEduardo Pastore, consultor da

Confederação Nacional da Indústria - CNIe da Associação Brasileira de RecursosHumanos - ABRH/SP, durante suasexplanações no evento.

Pastore defende um bônus para osetor de Recursos Humanos pelosproblemas trabalhistas que evitar e lembraque muitos empresários não olham parasua área de gestão de pessoas. “É precisoinvestir pesado no RH, na mudança decultura organizacional da empresa, pois seo empresário não quiser mudar sua gestão,qualificar mais a mão de obra, olhar paraquestão preventiva, dar devida atençãopara o trabalhador para evitar que vá ajustiça, o RH ficará refém do dono daempresa. Além de qualificação, os gestoresprecisam conhecer sobre código de ética,como evitar dano moral”, resume oadvogado trabalhista, José Pastore.

Carina Ferreira, gerente jurídica daSiamig explicou que a segurança jurídica éum gargalo e enfatizou a complexidade dosistema normativo das relações dotrabalho. “É preciso uma integração daárea de gestão de pessoas com a assessoriajurídica das empresas. A mitigação deproblemas trabalhistas pode começar peloprocesso de gestão de pessoas. Cada vezmais os processos de gestão de pessoasprecisam estar de acordo com grandenúmero de normas e posições dafiscalização, por isso é essencial a presençae o conhecimento do técnico jurídico”,ressalta.

Manoel Carlos Toledo Filho,Desembargador do Tribunal Regional doTrabalho de Campinas, fez umaexplanação sobre as reclamaçõestrabalhistas mais recorrentes no setor e

apresentou algumas estratégias para evitarprocessos. “Na questão das horas depercurso, a empresa já deveria controlar ajornada desde o momento do ingresso doveiculo que vai fazer o transporte; háreclamações na questão dos sanitários naslavouras e sua adequação; questão depausas nos intervalos; do pagamento dashoras extras. As relações de trabalho sãodinâmicas e acho que podemos melhorar”,diz.

Fernando Vicente, diretor industrialda Usina Alta Mogiana, afirma que éfundamental o investimento na gestão. “Aspessoas que têm poder de decisão, docomando mais simples à direção, merecemtratamento de formação diferenciado,treinamento e concordo que o caminho é agestão. É uma mudança que vem paraficar”, revela.

Gestão de pessoas pode mitigar impactos da legislação trabalhistaCarina Ferreira: técnicos jurídicos asseguram normas corretas José Eduardo Pastore: RH precisa reduzir o impacto econômico

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DA REDAÇÃO

Neste mês de outubro a Valormaxassinou o contrato de parceria com aFinbio — Finanças e Investimentos emBioenergia, e passou a ser parte doportfólio do Pró-Usinas, que viabilizasoluções que apresentam resultadoscomprovados no incremento da eficiência eda rentabilidade das usinas e gruposprodutores.

De acordo com Fernando Braga, sócio-diretor da Valormax, a empresa, que atuaem processos de fusões e aquisições e dereestruturação de usinas, possui grandeexpectativa neste acordo. “O momento éoportuno. Muitas usinas não conseguem terseus processos transparentes e regrasalinhadas com a governança corporativa enão contam com profissionais qualificadoso suficiente para dar uma guinada positivanos resultados. Nosso trabalho é contribuiratravés de técnicas de gestão para acorreções dos processos para que aempresa volte a ter resultados financeiros,tornando-a apta a captar recursos nomercado financeiro e um ativo interessantepara o processo de fusões e aquisições”,explica.

Braga afirma que este é um processointerno de geração de valor. “Empregamosuma nova metodologia, que entre outrasações revisa organogramas, qualifica oscolaboradores, adota ferramentas de

controle, com cálculo de taxa de retorno detodos os produtos e serviços.Determinamos um plano de ação, commedidas que visam eliminar gargalos,mitigar pontos negativos e potencializarpontos positivos da empresa”, elucida.

PLANO DE RECUPERAÇÃOContudo, se uma usina está em

profunda crise financeira, a Valormax usao a mesma metodologia de geração devalor para adequar a empresa a um

processo de recuperação extrajudicial oujudicial. “Elaboramos um plano dereestruturação da empresa no âmbito darecuperação judicial mas nãoconsideramos este instrumento para“barrigar” credores. Só assessoramos umausina, neste âmbito, se seus acionistasconcordarem em elaborar um planoexequível, que será cumprido com oobjetivo de atender os credores erecuperar a empresa dos pontos de vistaprodutiva, econômico e social”.

PRAZOS PARA RECUPERAÇÃOBraga afirma que não é possível

mensurar o tempo exato da recuperação deuma empresa, uma vez que isto depende daprofundidade da crise em que ela seencontra e da flexibilidade em adotar novasmedidas. Todavia, a experiência daValormax demonstra que esse prazo nunca éinferior a um exercício inteiro — equivalentea safra e entressafra. “O trabalho dereestruturação cria novos paradigmas, mudaa cultura empresarial, a conscientização,principalmente dos acionistas, executivos ecolaboradores sobre a necessidade derepaginar toda a empresa, e isto édeterminante para o prazo da recuperação”.

RECUPERAR E AGREGAR VALOR Para Josias Messias, presidente da

ProCana Brasil e do Pró-Usinas, o setorsucroenergético apresenta um cenário dedesafios econômicos, proporcionando umademanda por soluções muitas vezes nãoconvencionais, mas que já demonstraram suaeficácia. “Nosso trabalho é facilitar o acessodos tomadores de decisão a soluções quepermitam às usinas superarem os constantesdesafios do mercado e permaneceremcompetitivas e sustentáveis. É o caso dosserviços da Valormax, que disponibiliza umaalternativa inteligente para recuperar eagregar valor financeiro às usinas”, afirma.

Finbiowww.finbio.com.br

Metodologia da Valormax recupera o valor de usinas

Josias Messias, presidente da ProCana Brasil e do

Pró-Usinas, e Fernando Braga, sócio-diretor da Valormax

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Novembro 2014 AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE 27

Neste ano de 2014 iniciou-se uma parceria entre aNoble, Coplacana e DuPont, que surgiu para odesenvolvimento de projetos sociais e ambientais, comintuito de levar conhecimento às crianças que vivem eestudam nas comunidades onde o grupo Noble possuisuas unidades de cana-de-açúcar e onde a DuPont e aCoplacana também atuam junto a estas comunidadeslocais.

O projeto “DuPont na Escola”, que neste ano trouxeo tema “Meu Herói, o Agricultor” e o projeto DuPontNatureza, que neste ano desenvolveu tema“Sustentabilidade, como a vida deve ser” em parceriacom o projeto desenvolvido pela Noble “ Futuro maisverde”, levaram de forma direta e lúdica uma grandequantidade de informações sobre as boas práticasagrícolas, importância do agricultor no processo dedesenvolvimento mundial e a preservação do meioambiente a mais de 800 crianças, com idades entre sete edez anos.

Estas empresas realizam anualmente vários projetossocioambientais para os mais diversos públicos, eacreditamos que essa sinergia ao somar forças entre asdiferentes experiências pode proporcionar a partir deagora uma nova etapa de ações voltadas às comunidadesrurais, sempre muito carentes de informação econhecimento. Temos como objetivo nestes processos,auxiliar na formação de cidadãos conscientes, e quemsabe de futuros profissionais, que poderão fazer partedeste fantástico processo da cadeia de produção agrícolae no futuro possivelmente, poderão ser parte destasempresas.

Conforme ressaltou Eliete Palhares Benetti,coordenadora de responsabilidade social da Noble Agri,a parceria trouxe benefícios para todos, pois veio aoencontro dos Programas de conscientização

socioambiental que temos desenvolvido com ascomunidades vizinhas às unidades operacionais. Oprojeto DuPont na Escola foi direcionado para cidades eescolas onde já desenvolvemos projetos sociais. Foramoito escolas de oito cidades: Catanduva, Catiguá,Tabapuã, Novais, Sebastianópolis, Meridiano,Votuporanga e Ida Iolanda. “As escolas já nosprocuraram dizendo que querem continuar com oprojeto em 2015 devido à dimensão que as açõesalcançaram, segundo os diretores e professores, o projetoproporcionou mais motivação e uma forma deaprendizagem sobre o meio ambiente diferenciada, comuma didática envolvente e estratégias que levamrealmente à construção do conhecimento”, afirmaBenetti.

A Coplacana investe em projetos e trabalhossocioambientais, sendo um dos seus pilares. São váriossegmentos priorizados pela cooperativa, tais como:recomposição de APPs, manutenção de praças,sistematização de áreas de plantio com a preservação desolos e mananciais, mantém central, postos derecebimento de embalagens vazias e também realizarecebimento itinerante; treinamentos ambientais paraprodutores rurais; peças de teatro e palestras com temasbaseados na sustentabilidade para estudantes de escolasrurais e urbanas do ensino fundamental. “A Coplacanaestabelece suas parcerias cujas premissas, incluem-setambém esses projetos e a DuPont tem nos apoiado nessacaminhada, fomentando também parcerias importantescomo a Noble. Nós, gestores dessas empresas temos porobrigação apoiar projetos que inspirem cidadania emnossos cooperados, seus familiares e das comunidades aque pertencem. A Coplacana continuará trabalhandofirmemente nesses propósitos”, disse Arnaldo Bortoletto,presidente da Coplacana.

Projeto DuPont na Escola 2014 abordou o tema “Meu herói, o agricultor”

Projeto levou informações sobre as

boas práticas agrícolas para alunos

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Novembro 2014AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE28

Colhedora incendiada na Cerradão, MG: incêndio criminoso pode causar prejuízo de R$ 10 mil/ha em 2015

Incêndios causamprejuízos econômicos e afetam a qualidade do ar

No último 23 de junho, o fogo atingiuum canavial de Itumbiara, em Goiás ecausou um prejuízo de pelo menos R$ 1milhão. A Polícia Rodoviária Federal(PRF) relatou que o fato foi provocadopor um homem alcoolizado, que colocoufogo no mato seco às margens da BR-153,onde fica localizada a propriedade, e emseguida o suspeito foi preso.

Outro incêndio que causou estragosnos canaviais aconteceu no Rio deJaneiro. Na ocasião, as chamasconsumiram uma plantação de cana-de-açúcar da Coagro – CooperativaAgroindustrial do Estado do Rio deJaneiro, equivalente a 50 campos defutebol no dia 18 de junho, em Camposdos Goytacazes, no Norte Fluminense. Adireção da usina informou que o terrenoqueimado é de um dos cooperados e oprejuízo estimado foi de R$ 300 mil.

No interior paulista, uma açãocoordenada pela equipe de fiscalizaçãoda Alcoeste, Polícia Ambiental e até dapopulação, resultou na detenção de umhomem no dia 4 de junho, acusado deatear fogo em diversos pontos em áreas deplantio de cana. “Recebemos váriasligações da população, comunicando aocorrência de incêndios, em áreas quenão havia operação agrícola naquele dia ecomeçamos a desconfiar que pudesse tera origem criminosa”, conta NevaildoCavalcanti, gerente da Alcoeste.

Segundo informações da Alcoeste, ofogo ateado intencionalmente causou adestruição de 1,294 hectares de vegetaçãoexótica em área comum e 0,022 ha devegetação dentro da área de preservaçãopermanente. Causam sempre danos àqualidade do ar no entorno de até 10 kmdos focos. (AM)

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Uma prática que tem atingido diversasunidades neste ano atípico de seca severano Centro-Sul, principalmente nos estadosde Minas Gerais e São Paulo, é o incêndiocriminoso ou acidental. “O impacto destaprática na próxima safra de cana podechegar a R$ 10 mil por ha, se planta nãopuder ser colhida”, segundo Antonio dePadua Rodrigues, diretor técnico da Unica(União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Segundo ele, mais de 50% dosincêndios atingiram áreas que já haviamsido colhidas este ano. “O fogo queimou a

cana vegetando, com dois, três e quatromeses. Ela torrou e terá que rebrotar. Ogrande risco é essa área não ter ponto decorte em 2015, o que impactará na ofertade cana na próxima safra. Se não forcolhida, a perda chegará a R$ 10 mil porha”, diz.

De acordo com ele, quando o fogoatinge a cana que não está pronta para sercolhida, e que grande parte dela ainda teriaum período vegetativo e de maturação,causa sérios danos. “Nessas áreas houveperdas de 12% do potencial daprodutividade agrícola, já que se colheuuma matéria-prima com 9 toneladasaquém do efetivo e com 10 kg de açúcar

abaixo do potencial. Isso gera um prejuízona ordem de R$ 1500,00 a R$ 1700,00por ha por não ter atingido o ponto ideal decorte”, lembra.

Além disso, Padua ainda ressalta quemuitas empresas tomaram multas porque acana foi colhida sem autorização daqueima. “Em outros casos, houveautorização para colheita porque a Cetesbentendeu que houve um crime.Acreditamos que o clima impactou até 95%na perda da produtividade agrícola, e cercade 5% foi fruto de incidência de incêndio,com uma quebra maior em função daqueima fora do período correto dematuração”, pontua.

FOGO!

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Novembro 2014AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE30

Todos os dias os colaboradores daUsina Cerradão contabilizam algum tipode foco de incêndio nos canaviais daempresa, localizada em Frutal (MG).Somente nesta safra a empresacontabilizou um prejuízo de cerca de R$ 3milhões com incêndios criminosos ouacidentais que atingiram 2 mil ha decanaviais, pastos e mata ciliar. O últimoocorreu durante uma celebração religiosa(peregrinação) no dia 12 de outubro,localizada próxima dos canaviais da usina.“Algumas pessoas perderam o foco dacelebração e começaram a ingerir bebidasalcóolicas. Com isso, muitos fogos deartifícios e bitucas de cigarro acabaramprovocando um início de incêndio queprontamente foi controlado pela equipe deplantão e queimou apenas 30 ha”, dizMichel da Silva Fernandes, supervisor deplanejamento e qualidade da Cerradão.

Ele explica que os incêndios namaioria das vezes tomaram uma proporçãomaior devido às condições climáticasatípicas desta safra, clima seco e quente.“Além de soqueiras e palha, perdemosmuita cana queimada fora da época decolheita”, revela.

Para que o trabalho de combate aoincêndio funcione a unidade mantémequipes de plantão formadas por 15caminhões pipas e operadores da brigadade incêndio. “Se não fosse os incêndios,talvez poderíamos reduzir dois a trêscaminhões. Para manter cada caminhão

gastamos mais de R$ 15 mil por mês,contando com custo de deslocamento, mãode obra, manutenção, entre outros. É umcusto muito alto que poderia ser reduzido”,comenta. O fogo também deixa suasmarcas no meio ambiente, na fauna e naflora dos locais atingidos. Um filhote de

onça parda foi encontrado gravementeferido e com marcas de queimadura portodo o corpo dentro de um canavial, nacidade de Conceição das Alagoas, noTriângulo Mineiro, no final de setembropassado. O canavial foi alvo de umincêndio criminoso ou acidental e tomou

grandes proporções na região. O filhote teve queimadura nos olhos,

focinho e pelos. A visão não foi totalmentecomprometida, mas por ter apenas duassemanas de nascido, existem chances dofilhote não se adaptar com a amamentaçãoartificial. (AM)

Usina de MG perde cerca de R$ 3 milhões com incêndios

Incêndio na Cerradão, MG: condições climáticas atípicas ampliam proporções dos focos

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Novembro 2014 PRODUÇÃO 31

Giro do setor

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Uma dasmaiores usinasde açúcar daÍndia, a MawanaSugars Ltd, quedeve cerca deINR2.5 bilhões(US $ 40milhões) a umconsórcio decredores, nãopagará sua dívidapor causa da queda nos preços do açúcar no mercadointerno na Índia, de acordo com um funcionário daempresa. “Estamos perdendo INR5-INR6 por kg de açúcarque produzimos, não temos como pagar este valor com opreço atual do açúcar e da cana-de-açúcar”, disse RajendraKhanna, diretor da empresa que registrou um prejuízoINR245.2 milhões nos últimos três meses. “Nós optamospor um empréstimo a prazo devido à disparidade dospreços da cana e do açúcar”, Khanna, disse à Reuters.

Os preços do açúcar caíram quase 13% nos últimos 12meses; em contrapartida o preço da cana-de-açúcar subiu65% em cinco anos.

De acordo com especialistas, os preços continuarãosob pressão devido ao amplo estoque pelo quinto anoconsecutivo e boas perspectivas de produção.

O país começou a nova safra com 7,5 milhões detoneladas nos estoques e deverá produzir 25 milhões detoneladas este ano contra o consumo local de cerca de 23milhões de toneladas.

A Rússia deverá reduzir em cerca de um milhão detoneladas a sua produção de açúcar de beterraba eproduzir somente 4,3 milhões de toneladas de açúcar nestasafra, de acordo com dados da indústria e do centro depesquisa agrícola Ikar para a Agra-Net. A queda naprodução é devido às altas temperaturas que afetamnegativamente o crescimento das plantas. A produção deaçúcar foi de 4,4 milhões de toneladas no ano anterior paraos 4,3 milhões nesta safra. A estimativa para estatemporada, que começou em agosto e vai até março do anoque vem, era de produção recorde, que chegaria a 5milhões de toneladas, de acordo com previsão feita peloMinistério da Economia, antes das altas temperaturasafetarem a lavoura.

A indústria açucareira da China está imersa em umacrise, devido à pressão dos concorrentes estrangeiros, deacordo com a agência de notícias chinesa Xinhua.

De acordo com as últimas estatísticas da China SugarAssociation (CSA), os fabricantes entregaram cerca de13.318 milhões de toneladas de açúcar na safra 2013/14,que durou de outubro do ano passado a setembro desteano.

Mas foi vendido apenas 77% do que no ano anterior,com 10,24 milhões de toneladas vendidas até o final deagosto. Com a chegada do inverno, as vendas têm tido,consequentemente, uma queda e a situação preocupantenão mostra sinais de melhora.Caldeira da Usina Mawana Sugars

ÍINDIA RÚSSIA CHINA

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Novembro 2014HOMENAGEM32

JornalCana chega a 250edições; veja até apágina 44 alguns dosmomentos marcantes desua história

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Aliado doprodutorcanavieiro, oJornalCana chega asua edição denúmero 250. Antesde iniciar este especial, que trarámomentos que marcaram estahistória, a equipeProCana Brasil,empresaqueeditaeste eoutrosprodutoseditoriaisvoltados aosetor, agradece avocê, fiel leitorque deposita emnós sua confiança eque fizeram doJornalCana, a melhornotícia do setor.

É por vocês que nosreunimos semanalmenteem busca de matériasrelevantes, que leveminformações que agreguemvalor e os ajude nodesenvolvimento de seusnegócios.

Foi através das palavras que oJornalCana interligou as regiões

produtoras. Em um país com dimensõescontinentais e caracterizado por suadiversidade cultural, a cana-de-açúcar éponto comum entre os que vivem dela.

Ao longo destes 26 anos, diversashistórias foram registradas. Trabalhadoresveem seus feitos expandir fronteiras.Momentos políticos são constantementetemas de discussão. Tecnologias, a cadamês, evoluem, e ainda que por muitotempo, os produtores carregaram a famade conservadores, hoje; estão ávidos porferramentas que tragam maior eficiência.

Oswaldo Alonso, consultor agrícola eengenheiroagrônomo,

acompanha o JornalCana desde suasprimeiras edições. Ele ressalta aimportância da publicação. “Por si só, as250 edições já espelham a importância ereceptividade do JornalCana em todos oselos do setor. Somem-se matérias bemelaboradas e importantes dicastecnológicas, ambientais e sociais. Todomês, a expectativa de recebê-lo e devorá-loé grande”, diz.

A publicação mantém ao longo de suahistória o comprometimento em ressaltarações ambientais e sociais. Afinal, trata-sede um setor com grande importância

econômica, que provê o sustento demilhares de famílias, mantém diversascidades economicamente ativas, e contribuicom a preservação do meio ambiente.

João Henrique de Andrade, diretorindustrial e administrativo da UsinaPitangueiras, faz parte da nova geraçãoque tem assumido as rédeas das usinas.

Com a evolução do segmento, sabe daimportância em se manter informado porum veículo de comunicação decredibilidade. “Em uma única edição épossível ficar por dentro de tudo que estáacontecendo no setor e trazer paradentrode cada unidade o melhor em termos deresultados e tomadas de decisões”, afirma.

A MELHOR NOTÍCIA DO SETOR!

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Novembro 2014HOMENAGEM34

Ao longodestas 250 edições,o JornalCana teveparticipaçãoimportante em boaparte da trajetóriade inúmeras empresas. Uma delas é a DMBMáquinas e Implementos Agrícolas,localizada na cidade de Sertãozinho (SP).

O engenheiro agrícola, Auro PereiraPardinho, que também é gerente demarketing da empresa, conta mais sobre estahistória. “O JornalCana contribui bastanteconosco. Divulgamos nossos produtos emostramos, através de matérias pertinentesàs práticas agrícolas, como se encaixam nomercado”.

Questionado sobre a importância emmanter a parceria com a publicação,Pardinho lembra de sua abrangência,chegando a todas as usinas sucroenergéticasdo país. “É o principal veículo de informaçãodo segmento, portanto é o primeiro lugarque escolhemos para a divulgação de umnovo equipamento ou de uma informaçãosobre a linha de produtos de nossaempresa”.

Atualmente, a DMB conta cominfraestrutura moderna instalada em umaárea de aproximadamente 50 mil m². Nolocal são fabricados uma extensa linha deimplementos, como subsoladores, sulcadores,cobridores, cultivadores "quebra-lombo",cultivadores para cana crua e queimada,carretas para distribuição de torta de filtro,

adubadeiras de superfície, adubadores paracana crua com aplicação em profundidade,aplicadores de inseticidas em soqueiras edesenleiradores para cana crua.

Pardinho afirma que o profissionalismode toda a equipe do JornalCana é o grandediferencial visto nestas 250 edições, além de

citar o Prêmio MasterCana como umreforçador de marca. “A premiaçãotambém teve grande importância naconsolidação da marca DMB comoprincipal fabricante de máquinas eimplementos para a cultura da cana. OMasterCana perpetuou o slogan “A marca

da cana” vinculado a marca DMB”, disse.Todo este trabalho se tornou referência

no mercado, permitindo que os negócios daempresa fossem expandidos para outrospaíses produtores de cana. América do Sul,América Central, Caribe e África trabalhamcom a DMB. (AR)

DMB consolida sua marca em parceria com o JornalCana

Auro Pereira Pardinho, diretor de marketing da DMB

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Novembro 2014 HOMENAGEM 35

“O JornalCanacontribui para queo planeta enxergueque a TGM estápresente no dia adia de todos nós”.A frase é de Adalberto Marchiori,coordenador de marketing da TGM,empresa fabricante de turbinas a vapor,redutores de velocidade, além deprestadora de serviços nessa área.Experiente na área, Marchiori diz que asempresas estão mais conscientes do papelda comunicação.

A globalização tem acelerado esteprocesso de aprendizagem, se fazendonecessário aparecer em publicações que defato alcancem o público interessado. “É defundamental importância manter umdiálogo transparente com a sociedade. Acomunicação já faz parte da estratégia parafortalecer este contato”, explicou.

Sediada em Sertãozinho, no interiorde São Paulo, a TGM é uma empresa decapital 100% brasileira. Possui outras trêsunidades localizadas em Maceió (AL), SãoJosé dos Campos (SP) e Nürnberg, naAlemanha.

Em seu portfólio conta com afabricação de mais de 1.000 turbinas avapor que totalizam 10.2 GW de energia,1.330 redutores planetários, 460 redutoresparalelos, 28 redutores especiais e 550turbinas repotenciadas. Questionado sobreo diferencial do JornalCana, AdalbertoMarchiori diz. “A seriedade, competência e

o profissionalismo para tratar de temasrelevantes da agroindústria canavieira sãoos diferenciais que a equipe deste periódicoconduz com maestria”.

Sobre o futuro, diz que acredita nocrescimento tanto da TGM quanto doJornalCana. Hoje, a empresa temimportante papel na economia local, já quegera empregos e está sempre atenta naconservação do meio ambiente. “Por ser desuma importância para a cadeia produtiva,espero que o jornal continue sendo umabandeira no setor”. (AR)

Novidades industriais chegam às usinas “Parceiros desde o

começo, a Sergomel seidentificou com a forma detrabalhar do JornalCana. Suaampla divulgação leva nossamarca por todo o país”, foi oque disse a diretora demarketing da Sergomel, ElaineCristina Gomes.

A empresa, situada emSertãozinho (SP), maior regiãocanavieira do país, produzuma linha completa decarrocerias para o transportede cana, sendo cadastrada naAnfir – Associação Nacional dosFabricantes de Implementos Rodoviários, ecredenciada junto ao CTC - Centro deTecnologia Canavieira desde 2000, quandoiniciou a produção de carrocerias.

Elaine faz parte da nova geração dosetor. Ela cresceu acompanhando seu pai,Osvaldo Gomes, fundador da empresa.“Sabemos que as publicações são claras,objetivas e abrangem todo o segmento.Fornecedores, produtores, colaboradores,clientes, enfim, todos têm acesso ao jornal”.

O momento econômico do setor não édos melhores. Bem por isso, Elaine acreditaser fundamental o papel da comunicaçãoneste cenário. “Opiniões, novidades e fatosrelevantes nos ajudam no dia a dia. Issotraz o desenvolvimento das empresas eusinas. Divulgar os cenários dos novosmercados e também as tecnologiasdisponíveis é fundamental para a

sobrevivência do segmento”. Durante a Fenasucro 2014, realizada

em agosto, a Sergomel apresentou aosvisitantes a Transplantadora Canavieira e oRodotrem Linha Leve. A primeira éutilizada no plantio mecanizado e contacom quatro caixas de carga, acionadas deforma hidráulica por dois cilindros (porcaixa), tornando o sistema ágil e de fáciloperação. Já o Rodotrem Linha Leve foiconstruído pensando diretamente namelhor relação entre o peso bruto total etara do produto. Com ele, a empresaconseguiu elevar o volume de cargatransportada, atendendo as expectativas deseus clientes.

“Sabemos que ao divulgar noJornalCana as novidades e o trabalhorealizado aqui, as pessoas terãoconhecimento do que está sendo feito eoferecido”, finaliza. (AR)

Parcerias de décadas trazem resultados

Estande da Sergomel durante a Fenasucro 2014

Adalberto Marchiori, coordenador de

marketing da TGM

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JORNALCANA E A LINHA DO TEMPOMomentos históricos que fizeram parte destas 250 edições

Em setembro de 1993, o JornalCana, sob nova direção, de

Josias Messias, recomeça a circular no setor sucroenergético

Anúncio da publicação veiculado no ano de 1988 Josias Messias discursa na primeira edição do Prêmio

MasterCana (iniciado como prêmio JornalCana), em 1994

Em 1994, o primeiro Prêmio JornalCana teve presença maciça

dos principais líderes do país; Hoje, o Prêmio MasterCana,

que o sucedeu, está consagrado como o maior do País.

Malotes do JornalCana prontos

para serem distribuídos em 1995

Josias Messias acompanha

a edição impressa do JornalCana

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Novembro 2014HOMENAGEM38

JORNALCANA E A LINHA DO TEMPOMomentos históricos que fizeram parte destas 250 edições

Antiga sede do JornalCana Uma das equipes do JornalCana, reunida em feira sucronergética. O JornalCana é a única

publicação a participar ininterruptamente da Fenasucro desde sua primeira edição

Exemplares do JornalCana em 1997 Ministro Marcus Vinicius Pratini de Moraes é premiado em 1999

JornalCana presente em todos os momentos importantes

do setor, como quando a Vale do Rosário firmou contrato com a CPFL, em 2000

Carlos Lyra recebe Prêmio MasterCana, em 2001

O JornalCana viaja há 25 anos a todos os lugares do país

onde o assunto é cana e seus derivados

Nomes como Rubens Ometto e José Pessoa foram

contemplados pelo MasterCana, em 2001

Dois dos empresários mais emblemáticos do segmento,

Antonio Toniello Filho e Maurilio Biagi Filho

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Novembro 2014 HOMENAGEM 39

GENTE QUE CURTE O JC“Entendo que a mídia

especializada ocupaum papel

importante nodesenvolvimentode qualquersetor. Com osucroenergético

não é diferente.Neste sentido, o

JornalCana trazmatérias de especial

relevância para a atualização detodos os envolvidos diariamente com a produção de açúcar,etanol, energia e todos seus derivados. Além disso, usa umalinguagem que propicia um entendimento completo, desdeo mais humilde colaborador ao mais especializado, semdeixar de retratar assuntos mais complexos. Parabéns atoda equipe do JornaCana, neste momento em que colocaem circulação sua edição de número 250”.José Roberto Dalla Coletta, presidente da Della ColettaBioenergia

“É o informativomais lido do setor. É

imprescindível para atomada de decisões mais

importantes”.Eduardo Junqueira da Motta Luiz, sócio diretor da UAG– Usina Açucareira Guaíra

“O JornalCana éum eficiente

arauto do setorsucroenergético. Um

segmento moderno,sustentável e com foco em

tecnologia de ponta precisa deveículos de comunicação com cunho científico, indutoresda inovação e do empreendedorismo. O JornalCanacompartilha ações que acarretam transformações positivaspara a indústria de cana-de-açúcar e cadeia produtiva”.Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar PE

“O JornalCana éde extrema

importância para odesenvolvimento da

indústriasucroenergética no Brasil.

Ao divulgar iniciativas, analisaroportunidades e pontos de atenção do setor, com padrão equalidade editorial, o JornalCana estimula a reflexão eforma opinião, consolidando-se como uma das principaisfontes de informação e conhecimento desse mercado”. Rui Chammas, CEO da Biosev

"O JornalCanatem cumprido

com competência opapel de comunicar

as demandas do setor ede informar as tendências

nas áreas de gestão e tecnologiaagrícola e industrial".Jucelino Sousa, diretor presidente da Usina Coruripe

“São emmomentos como

os atuais quevemos a importância

de poder contar comum jornal dessa qualidade

e com tradição na defesa dosetor, levando informação, conscientizando, trabalhandoem prol da sustentabilidade. São anos de parceria eempenho visando o desenvolvimento de um segmento quemostra seu valor não só no aspecto ambiental, mastambém econômico e social. Que venham mais 250 ediçõese outras tantas”.Miguel Rubens Tranin, presidente da Alcopar

“Em 2011,quando recebi o

título de CidadãoPaulistano na

Câmara Municipal,lembro de todo apoio do

Josias Messias. O JornalCana feza cobertura completa e queria agradecer por isto. Apublicação, pioneira no setor, trata dos mais variadostemas e é muito importante para toda cadeia produtiva”.Pedro Mizutani, VP da Raízen

“Informação éum dos recursos

fundamentais paraque façamos uma

boa gestão. OJornalCana contribui para

o setor através de suaspublicações sempre atualizadas, com matérias sérias,competentes e inovadoras. Seu conteúdo proporciona aoleitor conhecimento sobre o cenário nacional e, de fato,agrega valor ao conhecimento. É muito bom poder contarcom jornal e site de elevado nível especializado no setor”.Robert Carlos Lyra, presidente da Delta Sucroenergia

“O JornalCanacontribui para a

ampliação doconhecimento sobre

o setorsucroenergético, através

da divulgação de um conteúdoprofundo e atualizado de todos os temas de interesse. É umveículo que valoriza as ações e ajuda a propagar umaimagem positiva do segmento para a sociedade brasileirade modo geral, mostrando as dificuldades, realizações,tendências e o potencial de um dos maiores setores doagronegócio nacional”.Mário Campos, presidente da Siamig

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Novembro 2014HOMENAGEM40

GENTE QUE CURTE O JC“O JC é um poderoso

meio decomunicação ágil eversátil, seja em suaversão impressa oudigital. Querodestacar a

preocupação e lutadesta equipe junto ao

governo, alertando aposição do setor no mercado

mundial, entre muitas outrasinformações. Tenho o prazer de acompanhar as notícias doJornalCana há 20 anos e vejo sua crescente história, tendo, acada mês, uma surpresa. Não posso deixar de destacar acontribuição e parceria com o GSO — Grupo de SaúdeOcupacional, levando informações atualizadas sobreo assunto.Josias Messias e sua equipe, pelo amor que tem pelacomunicação e pelo setor, sabem fazer muito bem este trabalho”.Mário Márcio dos Santos, gerente do departamento deSST da Usina Guaíra

“O JornalCana éum dos meios de

comunicação demaior credibilidade do

setor. Visualizo aimportância deste meio pois

entendo que o conteúdo das informações e matériasbuscam a evolução e melhoria das nossas práticas, o que éfundamental para um amadurecimento sustentável donosso setor. Ressalto também a prestação ereconhecimento as práticas, pessoas e empresas que veemfazendo a diferença neste contexto, e isso o JornalCana éexemplo”.José Bassetto Júnior, diretor superintendente GrupoClealco

“O JornalCana éum veículo de

informação demagnitude e expressão

sem iguais dentro do setor.O mesmo se confunde com

grande parte da história desse tão sofrido e importantesegmento. Nele temos a multiplicidade de assuntostécnicos, além de informações sobre bastidores políticosque refletem no dia a dia das usinas. É difícil imaginarnosso dia a dia sem jornal”.Hélio Tavares Santos Junior, diretor superintendente doGrupo Ruette

“Ao longo dosúltimos anos, oJornalCana vemacompanhando ecobrindo o

intenso trabalhoque a Unica — União

da Indústria de Cana-de-Açúcar e seus

associados realizam para oaprimoramento das práticas de trabalho no setorsucroenergético. Normas trabalhistas, particularmente asque envolvem a saúde e a segurança dos trabalhadoressempre são alvo de encontros organizados pela entidade ecom frequência estes temas são repercutidos peloJornalCana. A cobertura isenta e informativa da publicaçãoauxilia bastante na repercussão e divulgação do trabalho”.Elimara Sallum, consultora para assuntos sindicais etrabalhistas da Unica

“O JornalCana éum veículo de

extrema importânciaao desenvolvimento do

setor. As matérias falamdas mais variadas áreas que

envolvem o segmento, seja sobre economia, tecnologias nasáreas industrial e agrícola, política, custos e muitas outras.Gostaria de deixar aqui meu sincero agradecimento aoJosias Messias, que nunca abandonou a ideia de estardivulgando e ajudando nosso setor com as matérias doJornalCana”.João Henrique de Andrade, diretor industrial eadministrativo da Usina Pitangueiras

“O JornalCana é omais importante

canal decomunicação do setor.

Com notícias atuais, buscaretratar as evoluções e

oportunidades do setor, além de declarar comimparcialidade a importância da cana na matriz energéticanacional. É um canal de fundamental importância paratodos os que, direta ou indiretamente, estão associados aosetor sucroenergético. Gostaria de parabenizar a garra, opioneirismo e a competência do JornalCana, de seu diretor,o Josias Messias e de toda a equipe”.Walter Di Mastrogirolamo, gerente industrial daCerradinho Bioenergia

“Não existefuturo sem

passado e nempassado sem

registro. Por esta razãoentendo que o JornalCana

contribui e continuarácontribuindo para a nossa história. Através de umjornalismo sério e competente tem apresentado a todasociedade, em especial aos nossos governantes, a durabatalha que enfrentamos para poder sobreviver. Existemcoisas que não temos como mudar e uma delas é a históriado JornalCana, que nesses anos esteve sempre ao lado dosetor. Parabéns família JornalCana”.Antonio Carlos Viesser, gerente industrial das unidadesParaíso e Santa Cândida do Grupo Tonon

“O JC tem atravésde seu poder de

penetração degrande alcance uma

enorme importância parao setor, pois sempre traz notícias

atualizadas sobre fatos, ocorrências, e dados técnicos detecnologia avançada, de forma a elevar e contribuir para oconhecimento de toda a cadeia, começando pelosoperadores, pessoal administrativo e chegando até a altadireção das empresas ligadas direta e indiretamente com osetor”.Paulo César Costa, diretor da Energisa Bioeletricidade

“O acompanhamentoda tecnologia e a

divulgação real dos números dãoao JornalCana a credibilidade necessária para despontarentre os melhores do mundo nas áreas agrícola e industrialdo setor sucroenergético. Parabéns e muito obrigado pelariqueza de notícias”.Eduardo Prezinhas, gerente agrícola da UsinaPitangueiras

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JornalCana forma opinião há 26 anosDefensor das causas do setor e instrumento de mudança nas mais diversas áreas, o JornalCanaé reconhecido por formar opiniões. Ao longo dos anos, vem debatendo temas que ainda hoje são

atuais. Veja algumas das capas e matérias relevantes que repercutiram ao longo dos anos.

José Pilon, um dos grandes defensores doetanol, falou sobre a falta de incentivo ao setor, emfevereiro de 1994.

Em meio à crise, o governo continuava em cima domuro, e o JornalCana divulgava para o setor toda essaindecisão.

Jairo Balbo antecipava-se às tendências e anunciava,em março de 1994, a cogeração como solução energética erentável no futuro.

No meio do ano de 2000, o setor foi a Brasília gritar pelo emprego e produção; trabalhadores eprodutores reivindicaram a retomada na fabricação decarros a álcool.

Há 17 anos, quando o Cerrado não passava disso, oJornalCana anunciava o sucesso da Usinas Itamarati, queacreditava no sucesso do setor sucroenergético fora do eixoCentro/Sul-Nordeste.

A Barralcool inaugura a primeira fábrica de biodieselem fábrica contígua à sua usina de açúcar e etanol, emBarra do Bugres, MT, para alegria de João Petroni, na fotoda capa com o presidente Lula.

Na edição número 1 da série 2 do JC, o entãopresidente da Sopral, Luiz Antonio Ribeiro Pinto, dizia ementrevista que as acusações de sonegação deviam serapuradas. E a Copercana fazia anúncio na primeira páginadesejando sucesso à nova fase do JornalCana.

A edição de número 2 trouxe entrevista com CíceroJunqueira Franco, então diretor superintendente da UsinaVale do Rosário. Nela, Franco abordava a busca do setorpor um acordo para integração comercial do país aoMercosul.

José Guilherme Queiroz, das usinas Cruangi eMaravilhas, divulgava já em fevereiro de 1994, asvantagens agrícolas e ambientais de se colher cana crua. “Acana da (Cruangi) é colhida crua e o resultado é um soloprotegido e fértil”, garantia.

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JornalCana forma opinião há 26 anosDefensor das causas do setor e instrumento de mudança nas mais diversas áreas, o JornalCanaé reconhecido por formar opiniões. Ao longo dos anos, vem debatendo temas que ainda hoje são

atuais. Veja algumas das capas e matérias relevantes que repercutiram ao longo dos anos.

Nesta edição, o JornalCana ressaltou a importância domanejo agrícola no resultado final da produção.

A entrada da mecanização marcou a história do setor.O período de aprendizagem agora começa a ser deixadopara trás. Mas, em 2000, foi o início de tudo.

Alessandro Reis, coordenador da redação, entrega aoentão presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva,uma edição do JornalCana durante a Fenasucro.

Jovens e ousados empresários partiam para investir noOeste Paulista, transformando antigas e degradadaspastagens na segunda maior região produtora de açúcar eálcool do país, atrás apenas de Sertãozinho e São Paulo.

Hoje está evidente que a edição número 100 doJornalCana foi denominada Edição de Ouro com justiça.Ali, antecipando-se, o JC informava que o álcool começavaa recuperar sua energia.

A melhoria genética do setor ganha novos investidores,como o Grupo Votorantim. Ainda assim, a falta deinvestimentos em pesquisa e desenvolvimento era gritante.É o que fez o JornalCana, gritou.

Matéria de capa em janeiro de 2006 alertava que osetor precisava de R$ 400 milhões de investimentos empesquisas particulares nos próximos cinco anos. O tempose esgotou e o valor não foi investido.

Uma operadora de painel de moenda posa para fotona unidade Gasa, do Grupo Cosan. Uma das várias ediçõesque valorizaram o trabalho das mulheres nas usinas.

“Em 2004, o JornalCana proporcionou-me essamatéria especial. Uma das experiências mais ricas einesquecíveis que tive. Será levada por toda a vida”. Aspalavras são do gerente administrativo da ProCana Brasil,Luis Paulo de Almeida, que na época, vivenciou um dia decortador de cana.

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ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Foraminúmeras históriascontadas ao longodestas 250 ediçõesdo JornalCana.Do desespero aeuforia, da crise ao auge. Na vanguardade todo este cenário está o presidente daProCana Brasil, Josias Messias. Nestaentrevista, o empresário e jornalista fazuma retrospectiva dos momentosmarcantes, além de uma análise dopresente e futuro sucroenergético.

JornalCana — Qual a novaformatação do setor nos próximos anos?

Josias Messias — Acho que estamoschegando na fase das consolidações. Antes,os grupos com esse poder estavamrepresando suas decisões de investimentos.Agora há o encontro de fundamentos. OBrasil é o único que pode atender em largaescala tanto o mercado de açúcar quantode etanol. É inevitável que hajaminvestimentos aqui. Creio que até 2025,80% da produção estará nas mãos de 20grupos.

Acredita em melhoras em curtoprazo?

Sempre que pressionado, o setorreage. Por conta das dificuldades dapolítica macroeconômica creio que nãohaverá muito o que o novo governo fazerlogo de início. Fala-se que com o alto nívelde endividamento das usinas a criação deum Refis seria importante. Confesso quenão vejo ambiente para isso. O queprecisamos é que termine essaembromação por parte do governo.

Qual a diferença desta para asdemais crises?

Em todas as outras tínhamosmargem de aprendizagem, deincorporação de tecnologia, demetodologia e de gestão. Nesta, não. Asferramentas estão disponíveis, mas nemtodas as empresas estão preparadas paraeste novo cenário. A maioria das usinasperdeu o timing de algumas decisões.Deixaram de fazer reformas que eramnecessárias, não contam com cadastropara acesso a linhas de financiamento,tiveram queda de produtividade agrícola,entre outros pontos. Soma-se a isso a faltade mão de obra, introdução damecanização, dificuldade política, enfim,são vários os fatores que tornam esta apior das crises.

O que é preciso para as usinasvoltarem a crescer?

Exceto as que estão deitadas em berçoesplêndido, a maioria precisa de um saltode produtividade. Em São Paulo, pelomenos 60 delas precisam deste aumento. Oque se vê hoje é que as empresas aplicamtécnicas e chegam a conclusão de que ouestão ‘empatando’ ou ‘perdendo pouco’.Isso é inadmissível no mercado atual.

Existem alternativas para ganhar o jogo,mas que passam por uma quebra deparadigma.

Quais alternativas?Tudo começa pela visão empresarial.

Não dá para administrar uma usina comohá 10 anos atrás. Como tem sido debatido,é preciso elaborar uma estratégia baseadanos ambientes favoráveis de cada usina,além de contar com estrutura financeiracapaz de suportar tais mudanças. Em2008, as usinas estavam em processo deinvestimento para ganhar escala e no meioos recursos cessaram, deixando muitas pelocaminho. Gestão financeira é fundamental.Sem capital de giro e planejamento, éimpossível se desenvolver.

Estamos chegando ao fim da crise?Tudo acena para que sim, ainda que

sejam necessárias uma ou duas safras paraisso. É preciso lembrar da severidade dacrise. A nosso favor está a crescentedemanda por energia, combustível eaçúcar.

Como aconteceu a consolidação doJornalCana?

Nosso maior diferencial é ocomprometimento. Não entramos emdisputas internas e nem em jogos devaidade. Conseguimos nos comprometercom o setor como um todo, sem tomarpartidos. Outro ponto é nossa resiliência.Somos persistentes. Se a crise tem afetadotoda a cadeia produtiva, imagina para nós,que somos a ponta do iceberg. Mas temoscapacidade de nos reinventar, inovar esobreviver. E o setor sabe disso. Em anosde crise, além das revistas com suporte dasentidades, só o JornalCana se mantém.Isso graças aos amigos que fizemos aolongo dos anos.

Como o setor vê o JornalCana?Inegavelmente o setor reconhece nossa

contribuição. Sempre que surge um fatoque afete ou agregue valor aos canavieiros,nós estamos lá. Nos desdobramos elevamos a informação ao mercado. Nãosomos especialistas em tudo, mas temos

base suficiente para dar espaço aosespecialistas. Temos muitos amigos e atémesmos entusiastas. E somos referência emcredibilidade. Somos vistos comocatalisador, voz e meio de interação entreas usinas, que vivem distantes uma daoutra. Não somos visto apenas como umveículo a serviço do setor, mas sim partedele, elo entre unidades e toda a cadeiaprodutiva. E isto muito nos honra.

Qual seu projeto para o JornalCana?No futuro, acredito que precisamos

avançar nas análises, uma vez que hojenosso foco está em fatos, pessoas e ideias.Além disso, estamos caminhando para seruma mídia ‘multiplataforma’. Isto éfundamental. O jornal impresso já não vivesozinho. Temos o Portal do JornalCana equeremos outros meios de facilitar esteacesso. Sempre valorizando as realizaçõesdos eventos da ProCana Brasil, que nosaproximam das pessoas. Este é um círculovirtuoso que queremos aprimorar paratrazer mais ao setor.

ENTREVISTA — Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

“Sempre que pressionado, o setor reage”

Josias Messias

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*POR MÔNIKA BERGAMASCHI

São Paulo é o maiorprodutor mundial decana-de-açúcar, açúcare etanol deste derivado.Além de aspectoseconômicos eambientais, o setor sucroenergético é umimportante gerador de empregos.

As dificuldades são visíveis, e asperspectivas, complexas. O aumento doscustos de produção, a artificialidade napolítica de preços dos combustíveis e daenergia gerada a partir de biomassa nãotrazem nenhum alento. Endividamento efalta de incentivo que não combinam com omomento em que o mundo busca ocrescimento social e econômico comconservação dos recursos naturais epreservação do meio ambiente.

O caminho fundamental para asuperação da crise do setor deve ser pautadoem políticas públicas que evidenciem ediferenciem as externalidades positivas dasenergias limpas, de fontes renováveis, além deplanejamento de médio e longo prazos, quepor sua vez carecem de uma clara orientaçãopolítica sobre a participação do etanol e daenergia elétrica de biomassa na matrizenergética brasileira.

O governo paulista tem manifestado seuapoio e confiança no setor. Um importantepasso foi a desoneração da carga tributáriado etanol hidratado, reduzindo o ICMSpara 12% (nos demais Estados daFederação o índice médio varia de 25 a28%). A Política Estadual de MudançasClimáticas, PEMC, lançou voluntariamentea meta de que em 2020 a participação dasenergias limpas na matriz energéticapaulista seja de 69%.

A pesquisa tem trabalhado em sintoniafina com o setor privado. Melhoramentogenético, sanidade, produção de mudas,enfim, tecnologia de ponta a serviço do setor.

Mais do que isso, o governo paulista estáciente da necessidade de recompor umahistória vitoriosa, e conta com a união detodos os elos da cadeia para a proposição dasmedidas necessárias.

No entanto, a recolocação do etanol e dosetor sucroenergético na trajetória deexcelência que é sua, de fato e de direito,depende muito da comunicação.

O JornalCana, que completa 250 edições,vem ajudando a cumprir esse importantepapel de divulgar as externalidades positivase o potencial do setor para o Brasil. Temas

técnicos, macro e microeconômicos,tendências, lançamentos de novos produtos eopiniões de grandes especialistas estãosempre presentes em todas as edições.

Na certeza de que em futuro próximo osetor sucroenergético retomará seucrescimento, fica o desejo de que oJornalCana continue acompanhando de pertoessa trajetória de sucesso.

* Mônika Bergamaschi é engenheira agrônoma eocupa o cargo de secretária de Agricultura eAbastecimento do Estado de São Paulo

ARTIGO

Jornal, cana e futuro

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WELLINGTON BERNARDES,

DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Durante o 6º encontro do GrupoFitotécnico, realizado no dia 7 de outubrono Centro de Cana do IAC de RibeirãoPreto, SP, especialistas apresentaram aosparticipantes ferramentas e técnicas paraimpulsionar altas produtividades nocampo, mesmo com vários fatores quepressionam o crescimento desta, como oclima e baixos orçamentos.

Marcos Landell, pesquisador ecoordenador do grupo, afirmou que éviável a produtividade canavieira acimade 100 toneladas mesmo em condiçõesclimáticas desfavoráveis, e para asseguraros participantes, Landell apresentouresultados científicos e relatos de usinas.“Falar sobre este tema (alta produtividadeagrícola) parece contrassenso sepensarmos nas secas vividas nos canaviaisdo país, porém existem empresas quemesmo neste cenário conseguiramproduzir de maneira eficiente.Procuramos mapear os principais itens eestratégias que levam a estaprodutividade”, explicou.

O professor da Esalq/USP, FábioRicardo Marin, conversou com os presentessobre o potencial da cultura canavieira emincrementar a produtividade utilizando asmesmas condições de infraestrutura, solo erecursos. O pesquisador estuda aviabilidade de aumentar a produtividadeagrícola através de padrões fisiológicosapresentados nas safras do país. Marinobservou que este levantamento é realizadohá décadas nos Estados Unidos paraoutras culturas, como a soja e o milho,culturas que possuem máxima eficiênciaagrícola, ao contrário da cana, queapresenta ainda um gap produtivo, ou seja,uma diferença entre a produtividade atuale a máxima. “O que percebemos é queainda há espaço para crescimentoprodutivo da cana-de-açúcar no país comas mesmas condições de plantio. Assim

devemos destacar a importância demanejo, há desafios tecnológicos queseguram a produção e atualmente sãobarreiras para o desenvolvimento positivoda cultura nos próximos anos, como aoperação mecânica do solo, queatualmente apresenta problemas comcompactação. Temos ainda limitações emmanejo nutricional e dificuldadesrelacionadas à época e local de plantio.Identificando estes entraves podemosaumentar a produção sem expandir nossasáreas”, afirmou o professor.

A adubação eficiente nos canaviaispode resultar em bons números deprodução, para isto é necessário que omanejo seja feito em tempo e quantidadescertos, para que este investimento não

retorne em prejuízo. O professor epesquisador da Universidade Federal deUberlândia, Gaspar Korndorfer,apresentou resultados aplicados práticos ecientíficos sobre esta relação de adubação eprodução. “Adotar práticas de adubaçãoem sistemas de alta produção implicam emuma série de manejos, como a rotação deculturas, correção dos solos com calcário efosfato e níveis mais elevados de adubaçãopara uma produtividade mais elevada”,comentou. Korndorfer ressaltou que aadoção desta adubação mais intensificadadeve ser monitorada com cuidado para queos resultados não sejam negativos. O professor assegurou que os investimentoscom este manejo trás retorno produtivocapaz de cobrir tais custos.

D E P O I M E N T O S

Produção canavieira possui potencial para crescimento

Gaspar Korndorfer: práticas de adubação implicam em uma série de manejos

“ATUALIZAÇÃO“Acompanhamos novidades domercado e do setor acadêmico,estas possibilitam que tracemosestratégias para alcançar aprodutividade com qualidade.Além deste encontro com colegas eprofessores, essencial para nossaatualização”.Wesley Carlos Rossini de Souza,coordenador de planejamentoagrícola da Usina Santa Júlia/Bunge

INOVAÇÕES AGRÍCOLAS“A qualidade técnica do eventonos motiva a buscar novassoluções em nossas unidades. Asinformações divulgadas noFitotécnico são fundamentaispara um planejamento técnicoalinhado com as últimasinovações do setor”.Gustavo Stuchi, gestor de tratosculturais do Grupo Guarani

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O avanço tecnológico tem proporcionado a inclusão devários recursos em modelos de diversos fabricantes. Nostratores Puma, da Case IH, o operador pode gravardeterminadas ações realizadas durante o início e o fim deuma linha de preparo de solo, plantio ou outra operação,com apenas um toque no botão da cabine.

Da mesma maneira, é possível executar as operaçõesgravadas, como aumentar ou abaixar a rotação, ligar oudesligar a tração dianteira ou bloqueio de diferencial, subirimplemento ou abaixar o mesmo quando engatado noslevantes hidráulicos, entre outras ações, conforme explicaRafael Tonette.

A linha de tratores canavieiros da John Deere possuitambém características importantes. O especialista emmarketing e produtos tratores da empresa, Marcos Balsan,destaca algumas delas: o chassi que aumenta adurabilidade e longevidade dos componentes e atransmissão Power Quad que garante mais facilidade naoperação. Os equipamentos da empresa contam tambémcom o sistema AMS - Soluções em Gerenciamento Agrícola.

Segundo ele, outro diferencial é o conjunto deembreagem hidráulica que pode durar em média quinzemil horas, chegando até trinta mil horas em alguns casos.“Isso é importante, pois aumenta a vida útil do trator queatua em um setor que exige bastante das máquinas, comequipamentos trabalhando mais de quatro mil horas porano”, comenta.

A John Deere tem uma ampla linha de tratores depequeno, médio e grande porte, disponibilizando modelosutilizados para o preparo de solo, plantio e transbordo nosetor de cana-de-açúcar, incluindo os tratores 6145J, 6165J,6180J, os da Série 7J (7195J, 7210J e 7225J), os da Série8R (8295R e 8335R) – informa Marcos Balsan.

A novidade da empresa nessa área é o 6205J –lançado na Expointer, realizada em Esteio, RS, de 30 de

agosto a 7 de setembro –, que será focado para o mercadocanavieiro, afirma. “É um equipamento de chassi integralque evita esforços de tração e torção no conjuntomotor/transmissão, garantindo uma durabilidade superior.A localização dos filtros e pontos de inspeção também foiprojetada ao alcance do operador, o que facilita a

manutenção de rotina, O assento com suspensão a arfornece mais conforto em longas jornadas de trabalho”,detalha.

De acordo com ele, a opção de piloto automáticopossibilita menos desgaste e redução na utilização deinsumos. (RA)

Conjunto de embreagem hidráulica dura até trinta mil horas

Transmissão Power Quad, da John Deere, garante facilidade na operação

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A preservação da soqueira é também preocupação daempresa Carcaças Guimarães que desenvolveu oprolongador de bitolas CG P300 que transforma ocaminhão convencional em um equipamento agrícola,permitindo ao eixo do veículo expandir e retrair, criandocondições para tornar o corte mecanizado de cana-de-açúcar mais produtivo.

Com o prolongador, a distância de centro a centro das

rodas pode chegar a três metros, fazendo com que ocaminhão se ajuste à distância da rua da cana, tornando oprocesso de canteirização um aliado da qualidade erentabilidade. “Hoje, em média, são feitos cinco cortes namesma cana, sem necessidade de plantio, o que representacerca de cinco anos. Porém, para ela crescer boa e ordenadado primeiro ao último ano, a soqueira deve ser preservada”,ressalta Valter Pereira, diretor da empresa. (RA)

Prolongador de bitolas preserva soqueiraCG P300 transforma caminhão convencional em equipamento agrícola

Perde validade MedidaProvisória paralicenciamento de tratoresWELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Apresentada no dia 27 de maio deste ano, aMedida Provisória que alteraria o Código deTrânsito Brasileiro, perdeu a eficácia na últimasemana de setembro, dia 24, quase quatro mesesapós ser protocolada no Senado.

Das 71 emendas apresentadas, 16 foramanexadas, assim, a MP simplificaria olicenciamento obrigatório de máquinas agrícolas,que seria feito uma única vez para aquelas quetransitassem em vias públicas, porém sem clarezasobre quais máquinas se enquadrariam nestaexigência.

A proposta também habilitaria condutores dacategoria B a operar tal maquinário em estradas erodovias.

O descontentamento do setor agrícola foidecorrente da obrigatoriedade do licenciamento demáquinas fabricadas a partir de 1º de agosto, quecirculassem em vias públicas.

No dia 1º de outubro houve o encerramentodo prazo de vigência desta MP, sendo declaradaencerrada no dia 3. Na semana seguinte haveriareunião da Comissão Mista para apresentação doprojeto de decreto legislativo, porém esta nãoocorreu.

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Alguns recursos tecnológicos já setornaram praticamente comuns na maioriados modelos de tratores, de diferentesempresas, disponibilizados para a cana-de-açúcar, apesar de serem itens opcionais emgrande parte das máquinas que já vêm, noentanto, preparadas – ou pré-dispostas,conforme a linguagem do segmento – parareceber piloto automático. Computador debordo e telemetria também fazem parte do“pacote” em muitos casos.

As linhas de tratores para cana-de-açúcar da Valtra (marca da AGCO)possuem sistema de piloto automáticoAuto-Guide 3000 com várias opções decorreção de sinal (submétrico, decimétricoe centimétrico com correção RTK)chegando até dois centímetros comrepetibilidade, afirma Winston Quintas,supervisor de marketing de produto daempresa.

Os tratores também podem serequipados com o sistema de telemetria daValtra, o AGCommand, que permiterealizar o gerenciamento em tempo real e àdistância de toda a frota – observa.

Outras características e diferenciaiscolocam em destaque as linhas BHGeração III (composta pelos modelosBH135i, BH180, BH200 e BH210i) e BTHiSix (BT150, BT170, BT190 e BT210).“Ambas possuem sistema hidráulico dealta vazão (170 e 162 l/minrespectivamente), a maior do mercado,motores AGCOPower que trazem além darobustez e alta performance, um baixoconsumo de combustível, por ser um motordesenvolvido para agricultura”, enfatiza.

Segundo ele, o que difere as linhas é atransmissão. A BH possui transmissãomecânica Heavy Duty de doze velocidadespara frente e quatro velocidades para trás.“Esse câmbio é reconhecido no segmentopelo baixo custo de manutenção edurabilidade”, diz.

A BT HiSix conta com transmissãopowershift de 24 velocidades para frente e24 velocidades para trás, três tipos detrabalho com cinco programaçõesdiferentes – detalha. Winston Quintas dizque a linha BM também pode executaralgumas operações no segmento pela sua

simplicidade e transmissão commultitorque de dezesseis velocidades afrente e oito para trás. “A Massey Ferguson(também da AGCO) tem participadoativamente na história da mecanização dacana-de-açúcar. Hoje, oferece uma linhacompleta de tratores, desde baixa potênciade 50 cv até 370 cv. Alguns deles possuemconfigurações especialmente desenvolvidaspara o segmento de cana-de-açúcar”,afirma Eder Dornelles Pinheiro,coordenador de marketing do produtotratores Massey Ferguson.

De acordo com ele, dois modelos têmse destacado nos canaviais: o MF 7180 daSérie MF 7100, conhecida pela robustez eeconomia de combustível, e o MF 7390 daSérie MF 7000 Dyna-6, com a transmissãoautomática. “A transmissão inteligenteDyna-6 permite programação prévia e trocaautomática de marchas para determinadafaixa de rotação e velocidade,proporcionando alto desempenho aliado àeconomia de combustível. Este sistematambém não exige acionamento deembreagem para a troca de marchas,

aumentando a eficiência operacional”,observa.

Para complementar a linha de tratorespara o segmento de cana, a MasseyFerguson tem disponibilizado máquinas nafaixa de 110 a 130 cv, agora também comtransmissão Dyna, que já equipa modelosde potência acima de 150 cv.

De maneira geral, os fabricantes detratores oferecem opções que vão de baixaa alta potência. Na linha Magnum, da CaseIH – com modelos até 340 cv – o maisutilizado é o de 235 cv, que geralmente éempregado no preparo do solo, podendoser usado também para puxar umaplantadora, observa Rafael Tonette.

Na linha Puma, os maiscomercializados são os de 170 cv, 185 cv ede 205 cv, que é o carro-chefe da empresapara cana, entre outras opções. Aschamadas versões canavieiras da Case IHpossuem kit de freio pneumático – usadopara frear também o transbordo –, o engatepino bola, que é utilizado para engatar otransbordo, e o eixo de três metros que tema finalidade de evitar o pisoteio.(RA)

Pacote pode incluir piloto automático e computador de bordo

Winston Quintas: câmbio Heavy Duty oferece baixo custo de manutenção

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Em tempos de crise, UsinaGuaíra apresenta produtividadeacima da média

WELLINGTON BERNARDES, DE GUAÍRA, SP

Envolta em uma crise, que afeta toda acadeia, a equipe da Usina Açucareira Guaírademonstra que mesmo assim é possívelapresentar resultados relevantes. Situada nointerior de São Paulo, na histórica FazendaRosário, a unidade produtora, tem comopremissa a incansável busca por qualidade.

Com produtividade acima das médiasregionais, a usina fortalece o tom dasempresas que estão no mercado em busca deeficiência. Através de olhar holístico para omeio em que está inserida, a usina foi capazde transformar a sociedade em seu entorno,levando melhores condições de vida para apopulação.

Alinhada com os mais rigorosospadrões ambientais, a Guaíra é referênciaem produção sustentável de cana-de-açúcar,com ações que ultrapassam os canaviais erefletem positivamente em seuscolaboradores e sociedade.

Não faltam números para evidenciar o

trabalho realizado pela equipe da UAG, quese reúne diariamente para interpretar osdados que chegam e, caso seja preciso,realizar novos planejamentos que seadequem às constantes mudanças douniverso canavieiro.

Para o diretor agrícola da usina,Gustavo Villa Gomes, o monitoramentopermite uma visão minuciosa do processo,identificando possíveis perdas produtivas ou

metodologias ineficazes. “Quandopercebemos que há um detalhe novo,refazemos nosso planejamento, isto não écomum em todas as usinas, é importantemonitorarmos ponto a ponto, paraidentificarmos ganhos e possíveis perdas”,explica.

Para o diretor agrícola, este trabalho éresponsável pelos incrementos produtivos aolongo dos anos. Quando perguntado sobre a

fórmula para driblar a crise do setor, Gomesé enfático. “Não existe receita de bolo.Nossos resultados são oriundos de trabalho alongo prazo. Mudamos diariamente osplanejamentos em nosso setor, é inviávelseguirmos planos traçados no início de safra,há muitas intempéries e variáveis. Oconstante acompanhamento e interpretaçãodestes dados possibilitam esta flexibilização,que traz bons números”.

TECNOLOGIA DE RESULTADOS!

Unidade atingiu ATR 3% superior à média da região Centro-Sul

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Para ingerir nos processos, aequipe conta com inúmerossoftwares, que diminuem otempo entre a coleta de dados e atomada de decisão, mas Gomesgarante que não é a tecnologiaque fornece os reais resultadospara a empresa. “Estasfacilidades trouxeramdinamismo. Há sempre muitotrabalho para obter informaçõesprecisas. No entanto, mais doque obter a informação e precisosaber administrá-la”, explica.

Cinco pessoas compõemcargos de gerência e diretoria,estes, estão sempre em sintoniapara que decisões sejamabrangentes e não segmentadaspor setor, viabilizando a maioreficiência dos processosexecutados. “O êxito de nossaeficiência está na comunicaçãoentre os departamentos,decidimos de maneira coletiva.Isto, é fundamental noprocesso”, ressalta Gomes.

Na atuação de sua equipe

em campo e na gerência éindiscutível que as ferramentasutilizadas fazem diferença paraentendimento de toda a cadeiaagrícola. São nove softwares, queotimizam os processos em níveisestratégicos, táticos eoperacionais. Facilitando asistematização da reformaagrícola, otimização do plantio,planejamento da colheita esequenciamento das frentes decolheita.

Este empenho eminterpretar o andamento docanavial para obter o melhordesenvolvimento da cultura,redunda em excelentesresultados. Na safra 2013/14 ausina atingiu ATR médio de 136,aproximadamente 3% superior àmédia da região Centro-Sul, queobteve 132,1. A produção médiade açúcar, neste mesmo período,foi superior às regiões em que ausina está inserida, sendo 35%maior que a média do Centro-Sul. (WB)

Softwares diminuemtempo entre coleta dedados e tomada de decisão

Gustavo Villa Gomes: mais do que obter informação é preciso saber usá-la

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Manejo deveharmonizarconhecimento e experiência

Por trás dos números, estão osmanejos que devem soar em harmonia comconhecimento e experiência. A equipeagrícola, que soma mais de 1.700 pessoas,trabalha em sintonia com a diretoria.Gomes afirma que a comunicação internadeve ser aberta e facilitada. “Não é porquesou diretor que sei mais que minha equipe,todos possuem importância no exercício desuas atividades. É preciso que saibam quepara nossa usina funcionar o empenhodeles é fundamental”.

Trabalho este que em consecutivassafras apresenta bons resultados. Há maisde nove safras a usina possuiprodutividade média superior à região,segundo dados referentes ao Levantamentode Safras da Conab. Para a safra 2014/15a produtividade esperada é de 97,67toneladas por hectare, 31,17% superior emrelação à previsão de safra da Conab parao Centro-Sul, estimada em 74,46 t/ha. Asafra anterior apresentou recorde nestavariação positiva, a usina ficou 35% acimada produtividade média da região, com106,3 t/ha, enquanto o valor médioregional ficou em 79 t/ha. (WB)

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No campo, as práticas refletem a performance dausina. Mateus Sebastião Gonçalves da Silva,engenheiro agrônomo e coordenador do setor demecanização agrícola, explica que a visão da usina étrabalhar com eficiência atrelada à qualidade, visandoa produção sustentável.

Para que o produto final tenha ótima qualidade,todas as etapas da fenologia da planta passam pormanejos. Em fase inicial, o crescimento radiculardestas são estimulados através da aplicação decalcário em profundidade utilizando a aração.

O silicato também é adicionado ao solo,colaborando para a correção química deste, além defornecer silício para a planta, que promove maiortolerância à seca. Durante a reforma dos canaviais, ofosfato é aplicado para garantir maior longevidadedestes, sendo este elemento essencial para ocrescimento vegetal.

O uso da torta, resíduo da agroindústriacanavieira, é utilizado como fonte de matéria orgânicae fósforo, prática que contribui para a melhorretenção de água e manutenção da temperatura emépocas mais frias. Utilizado como ferramenta para

manejo de pragas, o uso do triturador de pontas,instalado nas colhedoras, facilita a retirada da palhadas linhas, melhorando o controle da cigarrinha dacana-de-açúcar.

Como forma de recuperar o solo, a usina fazrotação de culturas com soja. Esta prática permitereciclagem de nutrientes e fixação de nitrogênio, alémde evitar que o maquinário fique ocioso nos galpões. Aleguminosa é cultivada em plantio direto, processoque preserva a estrutura do solo, protegendo eincrementando a matéria orgânica deste, reduzindodesperdícios com águas e fertilizantes.

Nesta última safra a usina colheu 52 sacas porhectare do grão, recorde para a empresa; paraMateus Sebastião Gonçalves da Silva, este resultadosó é possível graças à boa articulação entre todos osníveis da empresa. “A comunicação com a equipe decampo e a diretoria facilita estes resultados, poisestamos sempre monitorando as atividades agrícolas,estes dados são catalogados e apresentadosdiariamente aos superiores em nossas reuniões,possibilitando melhor estruturação de nossoplanejamento”, explica. (WB)

Ações eficientes resultam em sustentabilidade na Guaíra

Mateus da Silva: crescimento radicular

é estimulado com aplicação de calcário

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Consciente da necessidade de inserção de manejosque reduzam os impactos da atividade na natureza, oDepartamento de Meio Ambiente da UAG, trabalha paraque as diferentes atividades realizadas na usina seadequem às normas ambientais.

O trabalho desenvolvido nesta área atuaamplamente na empresa, estando presente em todos ossegmentos da UAG, influenciando a maneira comocolaboradores e sociedades articulam com usina e meioambiente.

Para Wender Cardoso Vilela, monitor ambiental, asmedidas tomadas pela equipe possuem relevância paratoda comunidade. “O trabalho que realizamos na UsinaGuaíra contribui não apenas com a empresa, mastambém para o meio ambiente e qualidade de vida detodos, colegas de trabalho e comunidade”.

À frente do departamento está Anderson FariaMalerba, engenheiro ambiental responsável pelodepartamento de meio ambiente. Para ele, as ações dausina vão de encontro com uma agricultura que utilizaracionalmente os recursos disponibilizados, minimizandoos impactos das atividades agrícolas e trazendo melhorqualidade de vida para todos.

Anderson explica que o tema sustentabilidadepossui grande relevância para a empresa, a criação doPGAI - Programa de Gestão Ambiental Integrada, reforçaseu discurso, cuja a função é promover iniciativas quepossibilitem a redução de danos causados à naturezadurante toda a cadeia produtiva. “Implantamos umapolítica ambiental na empresa, com investimentos para oestabelecimento e manutenção de procedimentos quepermitam monitorar, avaliar, e melhorar os aspectosambientais, especialmente no que diz respeito aocumprimento das legislações ambientais vigentes”,afirma Anderson.

Para Wender, a presença constante da equipe de meioambiente em campo facilita a tomada de decisões.“Acompanho as atividades em campo, assim posso levar oreal panorama do que está acontecendo; destas ações nascemas medidas preventivas”, comenta. Com esta visão, a empresa

já obtém resultados positivos inclusive em atividadessocioambientais, envolvendo todos os níveis organizacionaisda empresa e da comunidade. “Tentamos inserir a sociedadeem nossos projetos ambientais para que esta filosofia sejapassada para a comunidade”, conclui Malerba. (WB)

Boas práticas no campo reduzem impacto ambiental

Wender Cardoso Vilela: bom trabalho

é refletido na comunidade

Anderson Faria Malerba: usina utiliza

racionalmente os recursos disponíveis

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Buscar a certificação para umproduto com enorme valor agregado foium processo natural, assim no primeirosemestre de 2014 a Usina AçucareiraGuaíra em parceria com Bayer implantoua certificação Valore em seus canaviais.

O Programa de Certificação Valore,da Bayer, tem como objetivo agregar valoraos produtos agrícolas, assegurando acompetitividade em um mercado comvárias normas e exigências. “A UsinaAçucareira Guaíra é fundamental para oprograma Valore, assim como o Valore seencaixa perfeitamente nos padrões deprodução sustentável de Cana pelaAçucareira Guaíra”, relatou PauloDonadoni, gerente de cana da Bayer, ementrevista ao Valor.

Com cumprimento dos 140 requisitosdo programa, a Usina Guaíra conquistouexcelência operacional, sendo a primeirausina a atender a totalidade dos itens.Alguns destes abordam o respeito àslegislações do setor, responsabilidadesocioambiental e preocupação com omanejo sustentável da cana-de-açúcar.Para Gustavo Villa Gomes, aimplementação deste projeto só ocorreugraças ao trabalho conjunto de toda aequipe da Usina Guaíra, possibilitandouma visão holística de todo o processo. “OPrograma Valore nos mostrou que temosum diferencial em relação às outrasempresas que conquistaram estacertificação, pois atingimos 100% dos

requisitos necessários, o que nenhumaempresa consegui até hoje”, afirma odiretor agrícola da usina.

A implementação do projeto e aimportância desta iniciativa paradisseminar práticas sustentáveis em outrasusinas conferiu reconhecimentos às duasempresas. No dia 18 de setembro, emRibeirão Preto (SP), a Usina Guaírarecebeu o prêmio BestBio como melhorempresa do ano em Sustentabilidade, como case “Preservando hoje para garantiramanhã”.

O Programa de Certificação Valoretambém foi premiado, recebeu o primeirolugar na categoria “Tecnologia” doPrêmio von Martius de Sustentabilidade2014, com o case da UAG, que conquistoua certificação Valore Bronze. “Estapremiação reconhece nosso compromissocom a sustentabilidade na agriculturabrasileira, por meio do Valore e daviabilização econômica do negócio dosnossos clientes, do engajamento social e deuma atuação ambientalmente correta”,explica Fabrício Rezende, gerente deserviços da Bayer.

Estas conquistas atestam aexcelência produtiva da Usina AçucareiraGuaíra, que uniu eficiência e qualidadepara alavancar seus resultados em campoe indústria, com consciência que estemérito só é alcançado quando háarticulação com a sociedade e respeito aomeio ambiente. (WB)

Qualidade certificada

Anderson Malerba recebe prêmio BestBio como empresa do ano em sustentabilidade

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Engajamentosocial daUsina Guaíraresulta emmelhorqualidade devida dapopulação

Consciente da importância dainserção na comunidade local, a UsinaGuaíra realiza e incentiva projetos sociaispara reduzir as diferenças e melhorar aqualidade de vida da população. Trêscidades em seu entorno são beneficiadas,Guaíra, Barretos e Ipuã, através definanciamento de projetos idealizadospelas prefeituras e instituições, com apoiomensal para sustentação destes.

Dentre os programas realizados pelausina, o “Natal dos Sonhos” é citado como

destaque pela mobilização dascomunidades e colaboradores. Realizadonas três cidades assistidas, em instituiçõescomo Apae, Sogube, asilos e creches, oevento promove a entrega de brinquedospara crianças carentes e doação de roupaspara idosos, juntamente com uma festa deconfraternização para celebrar a data.

Este será o décimo oitavo anoconsecutivo que o natal da populaçãocarente destas cidades é celebrado commaior alegria. “Muitas crianças não

teriam a oportunidade de receberpresentes, ver a gratidão delestransformada em carinho é algo único”,afirma Giuliano Francisco de Oliveira,assistente de diretoria.

Para Oliveira, que é responsável pelosprojetos sociais, as ações são benéficaspara todos. “Esta vivência é mágica. Nestes22 anos de UAG passei por momentos emque não consegui segurar as lágrimas. Sougrato a usina por ter proporcionado estaexperiência”, diz Giuliano. (WB)

Giuliano Francisco de Oliveira: natal

da população carente é celebrado

Projeto Natal dos Sonhos mobiliza comunidades e colaboradores

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS

Usinas, destilarias, produtores de canaenfrentam uma verdadeira “batalha” pelasobrevivência no campo, que tem a reduçãode custos como uma de suas principaisestratégias. Tudo, ou quase tudo, queprecisava ser feito para “enxugar” gastos, semperda de qualidade na produção agrícola, jáfoi colocado em prática pelas unidades egrupos com gestão profissionalizada.

Há pelo menos um item – com pesosignificativo ¬– que ainda precisa serotimizado: o gerenciamento das áreasutilizadas para o cultivo de cana-de-açúcar.

Para ficar mais criterioso em relação aosarrendamentos e fornecimento de matéria-prima, o setor deve considerar um conjunto defatores, como o valor da terra arrendada, adistância de novos canaviais e a eventual trocade áreas entre usinas, afirma Luiz GustavoJunqueira Figueiredo, diretor comercial daUsina Alta Mogiana, de São Joaquim daBarra, SP.

“Quando se fala em arrendamento énecessário entender que essa questão não serestringe a ser mais ou menos agressivo novalor – em tonelagem de cana por hectare –

que é oferecido aos proprietários da terra.Deve ser considerada a logística envolvida”,avalia.

Segundo ele, se uma determinadaunidade com áreas localizadas em um raiomédio de 25 quilômetros – o que é normalpara a atividade– tiver a ideia de crescimentopara diluir custo fixo e, para isto, começar abuscar matéria-prima a cinquenta, sessenta,oitenta quilômetros de distância, terá essacana chamada de ‘marginal’ como um fatorde comprometimento do resultado da usina.

“Só o fato de uma unidade não buscarmatéria-prima a oitenta quilômetros dedistância, já possibilita a liberação dessa áreade cana para uma usina que esteja maispróxima. Isso traz uma acomodação domercado”, pondera.

Algumas unidades têm áreas longe deseus canaviais e próximas de usinasconsideradas “vizinhas”, apesar da distância.A situação inversa também ocorreparalelamente: “vizinhos” com plantaçõespróximas dessas mesmas unidades. “Poderiahaver uma troca de áreas. Mas, por incrívelque pareça., o setor não é aberto a esse tipo denegociação”, constata.

É necessário abandonar áreas que estãomuito longe – enfatiza.

Arrendamento e

distância elevam custo

da produção agrícola

Luiz Gustavo Figueiredo: trocas entre usinas podem enxugar gastos

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Em todas as regiões canavieirasimportantes, o valor do arrendamento emtonelagem de cana teve aumento, afirmaLuiz Figueiredo, da Alta Mogiana. Nosúltimos dez anos, quando ocorreu aexpansão do setor, os custos dearrendamento subiram, na maioria doscasos, um total de 30% – calcula. “Ésignificativo”, ressalta.

Considerando que o arrendador(aquele que aluga a terra) faça contratocom uma usina de primeira linha, elepraticamente não terá risco nenhum –avalia. “A usina corre o risco da atividadee, em diversos casos, tem prejuízo,enquanto o proprietário da terra obtémresultado positivo todo ano. Não sei se istoestá justo. Se a pessoa quer uma atividadeque não oferece risco, deve ganharmenos”, opina.

Existem alguns fatores que interferemno custo do arrendamento de terra,considerado elevado, para a produção decana-de-açúcar. Um deles é a concorrênciaentre as próprias usinas que disputam áreasdisponíveis, fazendo oferta de valores maisaltos, o que cria uma “espécie de leilão”, deacordo com o engenheiro agrônomo JacintoFrancisco da Costa, conhecido como“Chicão”.

Segundo ele, essa concorrênciafortalece o arrendador e dificulta asnegociações em novos contratos. Chicãoproduz cana em uma área total deaproximadamente 2.000 hectares, sendo

1.365 arrendados. As suas plantações estãolocalizadas na região de PresidentePrudente, SP, onde ele paga dearrendamento dezesseis toneladas de canapor hectare e em Nova Andradina, MS,onde o custo é de doze toneladas.

“Na região de Ribeirão Preto, o custoestá em trinta toneladas. Não tem maisespaço. As usinas pagam o que os

proprietários de terra pedem”, comenta.Ele diz que já considera alto o valor dedezesseis toneladas. O custo dearrendamento para boi ou soja, na regiãode Presidente Prudente, é equivalente ametade do valor pago para cana – compara.

Chicão afirma que está conseguindo“equilibrar” financeiramente a suaatividade, porque tem um custo um pouco

menor em relação a outros produtores. Eleé diretor da Cana Planta, de Taciba, SP,que presta serviços voltados ao processo deprodução de cana, incluindo preparo deterra, plantio, colheita. A empresa contacom mais de cem máquinas e veículos,incluindo colhedoras, plantadoras, tratores,carregadoras, caminhões e a frota de apoio– informa. (RA)

Concorrência entre usinas contribui para o aumento de preço

Competição fortalece proprietário de terras e dificulta negociações

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No Paraná, a concorrência tambémajuda a inflacionar o preço doarrendamento de terras para cana-de-açúcar. Mas, nesse estado, a disputa éoutra. “Competimos com soja (com preçode arrendamento equivalente ao da cana),milho, mandioca e outros tipos de lavoura.É uma situação diferente em relação a SãoPaulo onde uma usina está próxima daoutra”, diz Pedro Teston, produtor de canae diretor da Teston – Implementos paraTransporte, que fica em Cianorte, PR.

Com uma área de cana de dois milhectares, sendo mais de 1.600 arrendados,ele diz que paga de arrendamento 16,5toneladas de cana por hectare. “Esse custosempre pesou muito. E não é só agora queo setor está em crise. O arrendamento levaembora 50% do faturamento”, calcula.

Pedro Teston também faz críticas aorisco zero do proprietário de terra que “nãoquer saber se choveu, se houve doença, se ocanavial não produziu”. Plantações decana no Paraná enfrentam aindaproblemas com geada.

“Com a seca, uma cana que daria cemtoneladas por hectare nesta safra na regiãode Presidente Prudente, está com aprodutividade de 75 TCH”, exemplificaJacinto Francisco da Costa, o Chicão. Oprejuízo, decorrente de instabilidadeclimática ou da crise do setor, fica somentecom o arrendatário, ou seja, os produtorese as unidades– comenta.

O que está acontecendo é que algumas

usinas não estão pagando os arrendadores.Algumas delas estão fechando e outrasentraram em recuperação judicial – relata.Mas, nem assim o proprietário da terra ficano prejuízo. “Se não receber, ele consegue

uma reintegração de posse e vende a cana,que está na área, para outras usinas”, diz.

Existem diversas modalidades decontratos, principalmente em relação doperíodo de vigência, entre arrendadores e

os produtores de cana ou as unidades. Mas,na maioria dos casos, a duração é para umciclo (cinco anos) ou dois ciclos (dez anos).No Paraná, por exemplo, os contratospreveem a prorrogação por mais uma ouduas safras por ciclo, dependendo dalongevidade do canavial.

Apesar do valor elevado e dasdificuldades, Chicão considera que oarrendamento é ainda uma alternativainteressante. Se o fornecedor ou a usinativer algum recurso, em vez de comprarterra, pode usar esse dinheiro para investirno plantio e em máquinas – afirma.

De acordo com Pedro Teston, um dosfatores que contribui para o preço alto doarrendamento de terra é o valor investidopelo proprietário da área que paga entreR$ 80 mil a R$ 120 mil por alqueire, emdeterminadas regiões do Paraná, que têmterras planas e roxas, bastante valorizadas.

Na opinião dele, o maior problemaenfrentado pelos produtores e as unidadesé a falta de uma política pública setorialque está inclusive inviabilizando aatividade. Existe a expectativa de que algoaconteça a partir do próximo ano –enfatiza. “Hoje, para se produzir umatonelada de cana e colocá-la na indústria, ocusto é de R$ 85,00 por tonelada. Nósvendemos ao preço de R$ 55,00 a R$57,00. Quem tem canavial no final do ciclo,está indo para outra cultura. Quem está noprimeiro ou segundo corte, o que vaifazer?” – indaga. (RA)

Risco zero do proprietário deixa todo prejuízo com produtor

Pedro Teston: arrendamento leva embora 50% do faturamento

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A produtividade média dos canaviaisbrasileiros está abaixo do potencialprodutivo da cultura. A deficiência demicronutrientes é considerada como umadas principais causas desse rendimentoagrícola insatisfatório.

O pior é que esse problema nemsempre é percebido. A cana-de-açúcarpode estar enfrentando um fenômeno, queé bastante comum de ocorrer, conhecidocomo “fome oculta” de micronutrientes,revela Estêvão Vicari Mellis, pesquisadorcientífico do Centro de Solos e RecursosAmbientais do Instituto Agronômico(IAC), de Campinas, que é vinculado àSecretaria de Agricultura e Abastecimentodo Estado de São Paulo.

Essa situação acontece quando aplanta aparenta estar bem nutrida, masna realidade não está, o que diminui aprodutividade na lavoura. – explica.Normalmente as plantas quando têmdeficiência nutricional apresentamsintomas aparentes, como folhasamareladas, enroladas, etc. Na fomeoculta, esses sintomas podem nãoaparecer visualmente.

Segundo ele, os micronutrientes sãoimportantes para o crescimento edesenvolvimento da cultura, bem comopara o perfilhamento, enraizamento,fotossíntese, resistência a pragas e

doenças, podendo também aumentar aqualidade industrial da matéria-prima.Os considerados essenciais para a cana-

de-açúcar são: boro (B), cobre (Cu), ferro(Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) ezinco (Zn).

Embora sejam muito importantes, osmicronutrientes são requeridos pelasplantas em quantidades pequenas,podendo ser supridos, em diversos casos,pelos teores disponíveis naturalmente nossolos – observa. “Porém, com o usointensivo da terra, estes teores podemdiminuir e passar a ser insuficientes paranutrir as plantas, necessitando ser repostospor meio da adubação”, esclarece.

Além disso, outros fatores precisamser considerados. “A cultura tem seexpandido para áreas com solo de baixafertilidade, muitas vezes arenosos enormalmente ácidos, com baixacapacidade de retenção de água edisponibilidade de macro emicronutrientes”, afirma Estêvâo Mellis,que coordena juntamente com JoséAntonio Quaggio – também do Centro deSolos e Recursos Ambientais do IAC – umprograma de pesquisa commicronutrientes em cana-de-açúcar.

Com a realização de 25experimentos no estado de São Paulodesde 2005, o programa tem o apoio daFapesp que financiou 80% dos estudos,além de contar com a colaboração dediversas usinas paulistas: Branco Peres,Moema, Batatais, São João, da Pedra,Cocal, Guaíra, Colorado, Guarani, VistaAlegre, Grupo Virgulino Oliveira(unidades José Bonifácio e Itapira),Grupo Cosan (Unidade Costa Pinto) eAgroterenas S.A. Cana.

Fome oculta de micronutrientes afeta canaviais

Estêvão Vicari Mellis: planta aparenta estar bem nutrida, só que não

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Em relação à resposta de aplicaçãodos micronutrientes, os estudos dospesquisadores do IAC indicam que o zincoe o molibdênio são os que proporcionam osmaiores ganhos de produtividade. “Devemser utilizados no sulco de plantio em áreasde solos arenosos e com baixa fertilidade”,recomenda Estêvão Vicari Mellis.

A adubação do boro, que éconsiderado importante para operfilhamento da cana, deve ser feita comcuidado, pois o fornecimento em excessopode causar toxicidade nas plantas e afetara produção da cana – alerta.

“As respostas para o cobre emanganês são pequenas, portanto deve serfeita apenas a adubação de prevençãoquando os solos apresentarem baixosteores disponíveis”, orienta. De acordo como pesquisador, normalmente não hánecessidade de aplicação de cloro e ferrodevido à abundância desses nutrientes nossolos brasileiros.

Antes de qualquer decisão quanto àaplicação de micronutrientes éimprescindível a análise de solo quetambém deve ser realizada paramacronutrientes – enfatiza. É precisoconsiderar também – diz – que a respostada cana-de-açúcar para a aplicação demicronutrientes depende do tipo de solo,clima e variedade.

Entre outras avaliações, osexperimentos demonstraram que amelhor forma de aplicação, para cobre,manganês, molibdênio e zinco, é no sulcode plantio. O boro deve ser aplicadojunto com a adubação de cobertura, naoperação chamada de quebra lombo –orienta Estêvâo Mellis.

Os resultados indicaram tambémque as doses ideais de zinco e molibdêniosão bem mais altas que as recomendadase que o retorno também é muito maiorcom o uso dessas novas doses – comenta.

Um trabalho que resultou nodesenvolvimento de uma nova forma deaplicação de micronutrientes com doseselevadas, realizado em área daAgroterenas, em Paraguaçu Paulista, SP,foi premiado em junho na quinta ediçãodo Top Etanol – iniciativa do ProjetoAgora – na modalidade de inovaçãotecnológica. A pesquisa "Aplicação demicronutrientes na operação de plantioda cana-de-açúcar", coordenada porEstevão Mellis, teve a participação deoutros pesquisadores do IAC.

“Recentemente foi instalado umnovo experimento em Deodápolis, MS,para verificar o efeito da aplicação dealtas doses de micronutrientes naprodução de cana-de-açúcar nessaregião”, informa. (RA)

Zinco e molibdênio proporcionamos maiores ganhos

Aplicação de micronutrientes depende do tipo de solo, clima e variedade

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Cada micronutriente proporcionabenefícios específicos. O zinco criacondições favoráveis para o crescimentohorizontal das plantas (elongação dosinternódios), o melhor enraizamento, aformação de novos perfilhos e a resistênciaà falsa ferrugem da cana, exemplificaGustavo Dalto, especialista agronômico daYara Brasil Fertilizantes.

O boro proporciona também diversosbenefícios, como a formação de regiõesmeristemáticas – principalmente as gemasapicais –, a emissão de raízes pela planta,o auxílio no transporte de carboidratos dasfolhas para o colmo e o aumento daresistência da planta a algumas doenças eao déficit hídrico, detalha.

“Uma planta deficiente em boro, alémde diminuir a eficiência da adubaçãopotássica, provoca perdas de sacarose eaminoácidos, que são consumidos porpragas que atacam a cultura”, enfatiza.

Segundo ele, o molibdênio tem açãodireta sobre as enzimas redutase do nitratoe nitrogenase, que atuam para o melhoraproveitamento do nitrogênio aplicado nosolo pelas plantas, trazendo umcrescimento mais vigoroso à lavoura, o quereflete em um maior potencial produtivodo canavial.

“A ausência ou incorreta aplicação dezinco, boro e molibdênio na cultura de

cana resultará em menores acréscimos naprodutividade de colmos, acarretandodeficiências no crescimento edesenvolvimento da lavoura canavieira”,ressalta.

E são justamente o boro, zinco,molibdênio, além do cobre, comproblemas maiores nos dois primeiroselementos, que apresentam maiordeficiência nas lavouras de cana, afirmaGustavo Dalto.

Em áreas de cana com uso intensivode subprodutos, como torta de filtro,vinhaça e cinzas – que contêm certosteores de micronutrientes em suacomposição – pode ser que não hajanecessidade, no entanto, decomplementação anual com fertilizantes àbase de micronutrientes, observa.

“Nos locais onde se realiza acorreção do solo com calcário, podeocorrer queda na disponibilidade demicronutrientes, principalmente osmetálicos (zinco, cobre, magnésio e ferro),devido às interações destes elementoscom os constituintes do solo e do calcárioe às alterações de pH”, diz.

Nestes casos, deve ser feita aaplicação de um fertilizante com apresença destes elementos para garantirum suprimento satisfatório para ocanavial – recomenda. (RA)

Para que o produtor de cana-de-açúcar escolha corretamente seu produto,diversos critérios devem ser levados emconta, como praticidade de aplicação, fácildosagem, quantidade de micronutrientescontidos, fluidez na aplicação, afirmaGustavo Dalto, da Yara Brasil.

De acordo com o especialistaagronômico, outros fatores precisam serconsiderados, como compatibilidade paramisturas de tanque com defensivos,eficiência de absorção dos micronutrientespelo tecido vegetal ou pelo solo e custo do

nutriente aplicado por unidade de área.O mercado oferece produtos, com

menor preço, contendo sais, queapresentam, na maioria dos casos, baixaconcentração de micronutrientes equantidades elevadas de nitrogênio, queproporcionam um efeito visual a curtoprazo na lavoura, observa.

Mas, não fornecem osmicronutrientes de maneira eficientepara o desenvolvimento e aumento deprodutividade para a lavoura – alerta.Além disso, produtos a base de sais

podem provocar entupimentos ecorrosão nos equipamentos de aplicação,trazendo transtornos ao produtor,comenta.

De acordo com ele, a Yara, por meiode seus investimentos em pesquisa einovação, oferece tecnologia avançada deformulação em seus produtos, que játrouxeram resultados comprovados nocampo. Para a cana-de-açúcar, a empresadisponibiliza a linha de fertilizantesYaraVita, que contém os principaismicronutrientes voltados à cultura. (RA)

Eficiência de absorção deve ser considerada

Uso de subprodutos pode dispensar complementação anual

Mercado não fornece micronutrientes

de maneira eficiente

Gustavo Dalto: aplicação de boro gera crescimento vigoroso à planta

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Empresa atua noprocesso de fermentaçãoetanólica de mais de 50 usinas do Brasil e exterior

Desde 2006, a MC DesinfecçãoIndustrial atua no controle microbiológicoefetivo do processo de fermentaçãoetanólica de mais de 50 usinas no Brasil eAmérica Latina. A empresa desenvolveuuma metodologia consagrada quecontempla a implementação dediagnósticos e protocolos laboratoriaisoficiais, os quais vêm apresentandoresultados expressivos em desinfecçãoindustrial e controle microbiológico.

A metodologia permite aosresponsáveis pelo processo industrialtomarem medidas preventivas ou corretivasespecíficas, obtendo estabilidade ecrescimento na produção de etanol. A MCDesinfecção Industrial segue rigorosamentetodos os protocolos da Anvisa/Mapa.

DIAGNÓSTICO RÁPIDOApós anos de pesquisas e validações, a

MC Desinfecção Industrial disponibiliza aomercado uma metodologia inovadora, quepermite quantificar de forma precisa onível de contaminação bacteriana dafermentação e a tomada de decisãocorretiva em tempo hábil, pois odiagnóstico sai em até uma hora.

Para Elizangela Alves da Usina SantaIsabel, de Mendonça (SP), os resultados douso do Kit foram surpreendentes. “Otreinamento foi proveitoso e a forma comofoi conduzido nos deixou à vontade.Fizemos ensaios com o Kit MC e, com asinstruções do professor Mário César,encontramos o diagnóstico correto,concluindo que há mínimas chances deerro analítico”.

Sidmara da Silva, analista deprocessos industriais da Cerradinho Bio,

garante a rapidez do resultado. “Os testesforam ótimos. Em 15 minutos conseguiquantificar o nível de contaminação dafermentação nas dornas e nas cubas. Oresultado é confiável, comparado com amicroscopia e petrifilm”.

Maria Angélica Garcia, biomédica daUsina Santa Adélia destaca a praticidadedo manuseio. “É prático e rápido. Esse tipo

de análise não pode demorar, por isso empoucos minutos descobrimos o nível decontaminação da fermentação. Recomendoa todas as usinas, principalmente as quenão têm condições de fazer oplaqueamento”.

Por fim, Silvana Lima, técnica emquímica da Usina São Francisco/Balbo,de Sertãozinho, (SP), ressaltou o sistema

de cores. “Foi ótimo o teste com o Kit, poisfacilita o dia a dia dos laboratórios. Gosteido sistema de cores, que seguerigorosamente o gabarito. Estáaprovado!”.

MC Desinfecção Industrial16 3512.4310www.mcdesinfeccaoindustrial.com.br

Usinas aprovam e indicam o Kit MC de desinfecção industrial

Professor Mário César, com Elizangela Alves, Wellington Canova e Maria Arruda, da Usina Santa Isabel

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O investimento em automação não é umgasto supérfluo, nem mesmo uma medidaque deve ser relegada a segundo plano. Pelocontrário. A implantação – ou a atualização –de sistemas e projetos nessa área precisa serconsiderada um fator relevante para oaumento da eficiência operacional e aelevação da competitividade das unidades.

Apesar de apresentar resultadosbastante positivos, essa tecnologia nemsempre é valorizada. “Muitas usinas aindanão se deram conta de que a automação,bem projetada, bem implantada e utilizando-se de equipamentos de primeira geração, éuma solução que traz retorno enorme”,afirma Antônio José de Gusmão, diretor daAuthomathika.

Os investimentos são pequenos emrelação aos ganhos financeiros e a segurançaque a automação proporciona para a usina –enfatiza.

Segundo ele, essa tecnologia deve sertratada pelo empresário do setor como uma

aliada, pois o ajuda imensamente nasreduções de custos, evitando desperdícios,processos trabalhistas, mão de obraexcessiva,

Além disto, as soluções de automaçãocriam condições para que ocorra o melhorrendimento do processo produtivo,possibilitando a maximização doaproveitamento da matéria prima que é tãocara – destaca.

A automação também evita perdas noprocesso de produção tanto na áreaindustrial como na agrícola – observa. Háanos os recursos dessa tecnologia fazem partede máquinas e dos processos produtivos –ressalta. “A função da automação foi sempremanter o processo estabilizado para se evitarperdas e problemas de segurança física epatrimonial”, comenta.

É preciso estar atento, no entanto, paraque não sejam adquiridos sistemas deautomação – alertam especialistas da área –de empresas sem estrutura, com tecnologiainadequada e expertise insuficiente, o quepoderá provocar transtornos e enormesprejuízos.

Automação proporciona melhor rendimento do processo produtivo

Sistema Digital de Controle Distribuído é o mais indicado para o controle de processo

Avanços tecnológicos facilitam controle mais apuradoOs sistemas de automação apresentam

evolução extremamente rápida, tanto noshardwares como nos softwares. Existemmuitos avanços tecnológicos que facilitam aadministração e o controle mais apuradodos processos – comenta Antônio Gusmão,da Authomathika.

As usinas brasileiras tambémdescobriram há poucos anos que o SDCD –Sistema Digital de Controle Distribuído é omais indicado para o controle de processopara a produção de etanol, açúcar eenergia, embora essa alternativatecnológica seja utilizada no mundo todohá mais de quatro décadas, nas áreasquímica, petroquímica, de alimentos,fabricação de açúcar, siderurgia, entreoutros segmentos, exemplifica.

A “descoberta” e a adoção do SDCD

começaram a ocorrer, provavelmente,porque as soluções eletrônicas modernasconseguiram fazer com que os custos dessaalternativa tecnológica ficassem bem maisacessíveis à indústria do açúcar e do etanol– pondera.

“Foi relevante também a entrada denovos empreendedores no setor, com visãode controle de processo vindo de outrossegmentos, dando mais ênfase áautomação”, comenta.

De acordo com ele, muitasferramentas, de softwares, podem serutilizadas atualmente para garantir umcontrole mais próximo dos limites, ou seja,extrair mais do processo, melhorandorendimento e diminuindo perdas. “OSDCD facilita estas implementações”,enfatiza. (RA)

Antônio José de Gusmão: automação é solução que traz retorno enorme

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A busca por novas opções tecnológicasque atendem as demandas do setor temsido constante. Uma das preocupações daAuthomathika é inclusive disponibilizarsoluções nessa área, que têm o objetivo deequacionar alguns gargalos da indústria deaçúcar e etanol.

Entre as inovações oferecidas pelaempresa, um dos destaques é o SLV, que éuma solução renovada dos sensores deChute Donelly. “Esse produto substitui osmodelos antigos, com tecnologia jáultrapassada”, observa Antonio Gusmão.

A Authomathika está disponibilizandoum produto, com duas versões, para amedição contínua do nível do ChuteDonelly, o DCLT – 1C e 1L. Em fase finalde homologação, confecção de manuais eacertos de patente, essa novidade – afirmao diretor da empresa – será um ganhoenorme para melhorar o controle deprocesso da moenda.

Outra solução oferecida pelaAuthomathika é o DPG, que é um medidorde deslocamento de rolo da moenda e dodifusor. “É de fácil instalação, preciso erepetitivo. Tem atendido em plenitude suafunção”, afirma. O DPG possui umaprogramação simples e intuitiva.

De acordo com ele, a empresadesenvolveu também uma alternativatecnológica mais avançada, utilizando asonda de micro-ondas alemã, a Pro-M-Tec,para resolver definitivamente a medição dadensidade do mosto e do lodo. (RA)

Novas soluções equacionam gargalos da indústria

Empresa desenvolveprojetos e forneceprodutos

A Authomathika tem expertise parafornecer projetos de automação para asplantas industriais de usinas e destilarias,oferecendo também soluções para a áreaelétrica, desde CCMs até sistemascompletos de cogeração.

O trabalho da empresa incluimontagem, posta em marcha, assistênciatécnica e o fornecimento de diversosprodutos, como transmissores,posicionadores, controladores e medidor dedensidade Pro-M-Tec.

A empresa conta também com aAuthomathika Services que presta serviçosde revisões e substituições de diversosinstrumentos de diferentes marcas. Alémdisso, os laboratórios metrológicos daempresa estão equipados para a execuçãode serviços de calibração de diversosinstrumentos.

Segundo Antônio Gusmão, aAuthomathika Services atua também comodistribuidora de instrumentos. “Possuiestoque de equipamentos, e está preparadapara atender o setor nesta entressafra”,afirma. (RA)Medição da densidade do mosto e do lodo estão entre as inovações

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“A automação tem ferramentas quemelhoram o gerenciamento da energia etudo que passa a ser gerenciado produzredução de custos”, afirma HebertMachado, gerente de engenharia daSanardi, empresa que oferece soluções emintegração de sistemas de energia, com focoem geração e cogeração de energia elétrica.

Outro benefício importanteproporcionado pela automação nessa áreaé a estabilização do processo por meio decontroles integrados. “Os controles aliadosa ferramentas de supervisão e históricossão fundamentais para uma perfeitaoperação e correção de falhas”, enfatiza.

Existem inúmeras vantagensdecorrentes da automação dos sistemas deenergia das unidades. “Quando avaliamosuma manutenção corretiva, um grandefator de sucesso é o tempo gasto paralocalizar o defeito e solucioná-lo. Com umsistema de automação temos informaçõesem tempo real e históricos que sãoferramentas fundamentais para reduzir otempo de parada de planta”, observa.

Hebert Machado diz que sempre oincomodou escutar que a automação temsua principal função na redução depessoas. “Como técnicos buscamos obtermelhorias do processo produtivo ou maisinformações para tomadas de decisão,principalmente no setor de energia que écrucial na indústria”, comenta.

De acordo com ele, cada projeto éúnico e tem suas particularidades. “Mas,

quando temos a liberdade de utilizar asmelhores técnicas, com protocolos decomunicação segundo a Norma IEC61850, por exemplo, proporcionamos umaseletividade muito superior. Podemostomar decisões em milissegundos, isolandouma falha e causando menor impacto noprocesso produtivo”, ressalta.

O expertise na automação de sistemas

de energia é um fator preponderante para oequacionamento de diversas questões queenvolvem os projetos nessa área. A Sanardi,por exemplo, tem experiência naimplantação de mais de 400MW em projetosde geração e cogeração de energia – informao gerente de engenharia da empresa.

“E isto contribui para que os produtosque fabricamos atendam a real

necessidade de nossos clientes”, afirma. Naárea de automação, a Sanardi desenvolvesoluções dos sistemas de automação paracasa de força e subestação de energia, coma elaboração de sistemas de supervisão econtrole dos turbogeradores da casa deforça, controle de importação e exportaçãode energia, operação e monitoramento dasubestação. (RA)

Ferramentas melhoram o gerenciamento do sistema de energia

Automação reduz tempo gasto para localizar defeito e solucioná-lo

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A importância de válvulas dequalidade para o bom funcionamento dasplantas industriais de usinas e destilarias éindiscutível. Estão presentes empraticamente todas as etapas da produção,desempenhando funções essenciais, como ocontrole e bloqueio de gases, líquidos e devapor em vários tipos de processos eequipamentos.

As mais usadas nas unidades são as dotipo globo, gaveta, borboleta,dessuperaquecedora de vapor, de descargacontínua, de descarga de fundo, entreoutras.

Em decorrência do aumento daautomação em usinas, as chamadasválvulas de controle estão ganhando espaço.Operando em pontos críticos do processo,esses modelos possuem um sistema deatuação que empregam ar comprimido e,em alguns casos, acionamento elétrico.

Quando bem especificadas efabricadas, atendendo aos mais criteriososprocessos de qualidade, as válvulas decontrole proporcionam ganhossignificativos, como maior produtividade,eficiência do processo, mais qualidade noproduto final do cliente devido àestabilidade na fabricação, de acordo comRoberto Tremonte, diretor comercial daFoxwall, que é fabricante de válvulas decontrole.

E, em consequência desse processomais favorável, os operadores da unidadeindustrial têm uma maior disponibilidadede tempo que pode ser dedicado àsatividades de análise de produção –comenta.

Roberto Tremonte observa que as

válvulas atuadas On-Off e controle têm umcampo muito vasto de aplicação e um delesé a utilização em vasos de pressão ecaldeiras com a finalidade de controlartemperatura, nível, pressão e vazão.

No caso das caldeiras, existem válvulasde controle – exemplifica – de nível da água

de caldeira, de partidas/início de operaçãoe as que controlam a pressão utilizadatambém nos vasos de pressão.

Está ocorrendo um maior interesse porválvulas de controle devido aos fatorespositivos proporcionados por este tipo deproduto, afirma. (RA)

Válvulas de controle ganham espaço na indústria

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O mercado oferece atualmente uma grande variedadede tipos e tamanhos de válvulas que têm diversasaplicações nas plantas industriais das unidades. Osprodutos de qualidade apresentam características epadrões que atendem as exigências dos usuários.

Na hora de adquirir válvulas, é necessário, no entanto,levar em consideração alguns critérios. “Antes de tudo,manter contato com as empresas e pessoas que tenhamconhecimento e tecnologia para dimensionar e especificar oproduto de maneira correta”, recomenda RobertoTremonte, da Foxwall. É preciso verificar também acapacidade que a empresa consultada tem de fabricar eentregar um equipamento 100% confiável – observa.

A Foxwall, por exemplo, está constantementeinvestindo em pesquisas de novos materiais, modelos deválvulas, testes de performance, atuadores pneumáticosque proporcionam mais velocidade de resposta com autilização de menos ar comprimido, detalha o engenheiroPeterson Tremonte, diretor industrial da empresa.

Outro diferencial dos produtos da Foxwall são aspeças intercambiáveis entre os diversos modelos para que ocliente tenha menor spare-parts (peças sobressalentes) emestoque para a manutenção das válvulas – diz. Segundoele, os modelos disponibilizados pela empresa têmconstrução robusta, porém apresentam condições quefacilitam a montagem e desmontagem da tubulação einversões em campo.

Além de experiência no mercado, as empresas idôneasdevem fornecer pré e pós-vendas com assistência técnica,garantia assistida, rastreabilidade, certificados deprocedência e certificado de qualidade – diz EversonLorenzato, da Tecnoval.

Essa empresa fabrica válvulas de controle,atenuadores de ruídos, visores de nível,dessuperaquecedores, e principalmente válvulas desegurança – informa – que seguem em seus projetosnormas ASME 1 para caldeiras, e ASME 8 para diversossegmentos na planta, como linha de vapor, gases e líquidos.A Tecnoval atende também os requisitos da norma ASMEB16,5 para flanges, tanto para válvulas de segurança comopara válvulas de controle.

Aquisição do produto deve ser

feita de maneira criteriosaFuncionamentoinadequado ocasionabaixa produtividade

As válvulas fazem parte de um conjunto chamadode malha de controle, onde cada uma tem sua funçãoespecífica, observa Everson Sidnei Lorenzato, diretorda Tecnoval, empresa de fabricação e manutenção deválvulas. Se por algum motivo não funcionarem bem,com certeza o resto da malha irá apresentar algumasinstabilidades e a planta industrial passará a ter falhasem outros setores, podendo ocasionar baixaprodutividade, má qualidade dos produtos fabricadospela planta – avalia.

Para que uma malha tenha um bomdesempenho e a planta uma produção satisfatória éfundamental que as válvulas estejam operandoperfeitamente – enfatiza. Dimensionamento, corretaaplicação, automação de boa qualidade sãoextremamente necessários para o funcionamentoeficiente das válvulas de controle – diz.

Outros cuidados também precisam serobservados para os diferentes tipos de válvulas,segundo especialistas da área. A montagem corretadeve seguir as orientações dos fabricantes em relaçãoà posição na linha e ao tipo de flange a ser utilizado,No caso dos atuadores é necessário fazer a escolhaadequada do material usado no diafragma porocasião da manutenção realizada na entressafra. Seo material for inadequado, poderá haver ruptura dodiafragma, o que deixará a válvula inoperante. (RA)

Roberto Tremonte: fabricante deve

manter contato com as empresas

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Quando fabricada conforme parâmetrosinternacionais normatizados, a válvula bemespecificada e selecionada não costuma serexigente em relação à manutenção. “Requerapenas as manutenções periódicas pré-planejadas”, observa Roberto Tremonte.

Para a recuperação de válvulas decontrole de diferentes marcas, a empresaEncon – que faz parte do grupo da Foxwall –executa inclusive serviços de jateamento,retíficas, lapidação, troca de peçasfundamentais, como gaxetas e juntas, entreoutros procedimentos.

“Analisamos o desgaste das partescríticas das válvulas, como corpo, sede, gaiola,obturadores, haste e verificamos se os mesmosnão tiveram algum desgaste prematuro oumesmo se estão sofrendo algum tipo deataque, como corrosão, cavitação, flashing,

etc, proveniente de fenômenos causados pelofluido”, detalha.

Segundo Roberto Tremonte, a avaliaçãoleva em consideração se estes problemas sãodecorrentes de especificações não muito bemelaboradas ou de alterações ocorridas noprocesso. “Diante dessas situações, não bastaapenas ‘recuperar’ o produto, é preciso emitirum laudo, conversar com o cliente e dar aorientação correta para evitar que estasituação se repita após a nova montagem daválvula no processo”, esclarece.

Com a realização de manutençõespreditiva e preventiva, executadas porempresas capazes e credenciadas, certamenteuma planta não vai parar devido a falhas emválvulas, afirma Everson Lorenzato, daTecnoval.

“Se as manutenções forem realizadas de

maneira que atenda os requisitos dofabricante, com sobressalentes de boaqualidade, o cliente terá uma produçãotranquila sem eventuais problemas quepossam ser acarretados por estesequipamentos”, ressalta.

A Tecnoval conta com estrutura,incluindo usinagem própria, que possibilita aexecução da manutenção num curto espaçode tempo, fazendo a recuperação de diferentestipos de válvulas. “Temos bancadas de teste,para produtos com até 1500#, que assegurama qualidade de nossos serviços”, observa.

Segundo ele, a empresa possui umaestrutura logística, com uma ampla frotaprópria e guindaste, que auxilia na retirada einstalação de válvulas. “Contamos ainda comequipes de campo para oferecer maiorcomodidade aos nossos clientes”, diz. (RA)

Qualidade deacessórios tambémé importante

A aquisição de acessórios de controletambém deve ser feita com cuidado. Denada adiantaria selecionar, especificar efabricar uma válvula com excelentequalidade se os acessórios escolhidos nãocorresponderem ao mesmo padrão –afirma Peterson Tremonte.

Os comandos enviados para oelemento final, que é a válvula decontrole, poderiam comprometer odesempenho do equipamento caso os acessórios não sejam de qualidade,explica o diretor industrial da Foxwall. (RA)

Peterson Tremonte: válvula de qualidade

precisa de acessórios de qualidade

Especificações inadequadas geram desgastes prematuros

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As perdas industriais no processo deprodução industrial de açúcar, etanol ebioeletricidade vão deixando pelocaminho uma parte dos ganhosfinanceiros das unidades sucroenergéticas,que podem se tornar relevantes caso nãohaja um sistema eficiente para monitorá-las e reduzi-las.

Se uma dorna de fermentação de ummilhão de litros, por falta de automatizaçãono antiespumante, começa a derramar, asituação pode se tornar incontrolável –exemplifica Hélio Teixeira Belai, diretor demarketing e assuntos institucionais doGemea – Grupo de Estudo de Maximizaçãoda Eficiência Industrial.

“A unidade perde mais ou menos de30% a 40%, ou seja, até 400 mil litros, quetêm em torno de 7% de teor alcoólico, o queequivale a 28 mil litros de etanol. Istoacontece em meia hora. Não tem o quesegura”, diz ele, observando que este é umcaso drástico de perda industrial.

Para afastar esse transtorno dadestilaria, a solução não é tão complicada.Considerando o preço do litro do etanol deR$ 1,3, o prejuízo com o “derramamento”totaliza R$ 36,4 milhões. Esse valor ésuficiente para pagar a automação dequatro dornas que está em torno de R$ 9mil cada uma – calcula.

As perdas industriais podem não ser

tão visíveis e contundentes como nos“trágicos” transbordamentos. Mas, corremo risco de provocar estragos em diferentesetapas do processo de produção. Aliás,algumas perdas que se consolidam naindústria começam a ser “concebidas” naárea agrícola.

A qualidade da matéria-prima é ofator mais importante na produção deaçúcar, etanol e energia – destaca Octávio

Antonio Valsechi, professor doCCA/UFSCar – Centro de CiênciasAgrárias da Universidade Federal de SãoCarlos.

“A indústria apenas extrai etransforma o açúcar produzido no campopor meio da fotossíntese da planta. Destaforma, se a cana-de-açúcar apresentarproblema de qualidade como baixo teor desacarose, contaminações físicas, químicas e

biológicas, as eficiências dos processosserão afetadas”, afirma.

A quantidade de impurezas minerais evegetais, danos causados por pragas edoenças (broca, migdolus, podridãovermelha, etc), tempo de queima estãoentre os fatores que interferem naqualidade da matéria-prima e,consequentemente, no processo deprodução.

Perdas industriais continuam difíceis de identificar

Hélio Belai: perdas industriais reduzem ganhos financeiros

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Após uma experiência de 33 safras nosetor, Hélio Belai diz que chegou a umaconclusão importante nos últimos anos:60% da diferença nos resultados obtidosestão nas pessoas e 40% nos equipamentos.A equipe deve estar preparada para termetodologia, procedimento, capacidadeanalítica, controle de perdas bem apurado,ressalta. A empresa precisa investir – avalia– em motivação, treinamento ecapacitação.

“O pessoal da extração, além de usarum pirômetro para medir a temperaturados mancais e dos redutores, precisautilizar os cinco sentidos. É necessáriocheirar para verificar se tem óleoqueimado, olhar se tem bagacilho,averiguar se tem ruído, vazamento de óleo.

É só utilizar os cinco sentidos que ofuncionário vai dar bastante lucro para aempresa. Se ele ficar jogando no celular,contando piada, a usina perde. Vai faltarágua, embuchar, vazar e ele não vai tomarprovidência”, comenta.

O principal componente do processode produção de açúcar, etanol ebioenergia em uma biorrefinaria é aequipe de profissionais, ressalta OctávioValsechi, da UFSCar. “De nada adianta aempresa possuir os mais modernos eavançados equipamentos de análises eprocessos, se não houver pessoascapacitadas, conscientes e qualificadaspara operá-los. Investir em educação éinvestir no futuro e na saúde financeira daempresa”, destaca. (RA)

Prejuízos começam na recepção e são ampliados na extração

Qualificação de pessoas fazdiferença na obtenção de resultados

Os problemas costumam começar, emdiversos casos, pelo descarregamento damatéria-prima na unidade industrial. “Osistema de descarga das usinas geralmenteé muito arcaico. Ao descarregar ocaminhão, os prejuízos já são enormes. Acana cai e o guincho empurra essa matéria-prima para o monte, amassando essa cana.Isto provoca contaminação e perda decaldo”, observa Hélio Belai.

Entre o desfibrador e o picador, amaioria das unidades – que processa canapicada – tem uma perda de 0,7% a 1% dematéria-prima, segundo o diretor doGemea. “Algumas usinas fazem uma calhaembaixo para recolher essa matéria-primaque é bombeada para a moenda. Amaioria não adota, no entanto, esseprocedimento”, diz.

De acordo com ele, esse índice se refereexclusivamente à perda no processo de

desfibragem. Mas, o prejuízo pode sermaior se a esteira tiver vazamento. Épreciso contar com um sistema muito bomde sopragem ou de limpeza com vapor noesteirão – afirma – para que os problemasnão se avolumem durante as etapas queprecedem a extração do caldo.

No processo de moagem da cana-de-açúcar, as perdas podem se tornar aindamais significativas, enfatiza Hélio Belai, queé diretor industrial da Usina Vale doVerdão, de Maurilândia, GO. Unidadessucroenergéticas com matéria-prima emoendas com qualidade similar chegam ater uma variação de 2% a 3% – entre a 94%a 96% – na eficiência de extração, compara.

A redução de dois por cento para umausina que mói três ou quatro milhões detoneladas de cana tem um peso enormepara o equilíbrio econômico-financeiro daunidade. (RA)

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“O lucro proporcionado pela limpeza a seco éinimaginável. Tem uma série de ganhos”, afirma HélioBelai, do Gemea. A palha chega na indústria com zero deaçúcar e queima na caldeira com aproximadamente 2% deaçúcar – calcula. “É uma perda absurda”, enfatiza.

Quando a palha entra na unidade industrial junto coma matéria-prima, a usina que programa uma moagem demil toneladas de cana por hora, processa 1,1 mil toneladasno total. Se tirar a palha, a unidade ganha teoricamente10% de moagem – observa.

Considerando que os sistemas de limpeza apresentamuma eficiência de 60% a 70%, haverá um ganho, nessecaso, de 6% a 7% no processo de extração. “É como seaumentasse a capacidade de extração da usina ou

reduzisse a safra”, afirma.Outro benefício proporcionado por essa tecnologia

está relacionado ao aumento do poder calorífico do bagaço.“Vamos considerar uma caldeira que utiliza bagaço comumidade de 52%. Se a palha tiver 22% de umidade, apósser separada e picada no sistema de limpeza a seco emisturada na caldeira, vai aumentar o poder calorífico ediminuir a umidade do bagaço”, diz.

Além de ganhos na extração, na geração de energia ecom os 2% de pol que a usina deixa de perder, o acréscimode 7% de moagem agrega valor à unidade sucroenergética.“Se a usina processava quatro milhões, com o sistema aseco vai processar 4,28 milhões de toneladas. Há tambémuma valorização da unidade”, afirma. (RA)

Limpeza a seco proporciona

diversos benefícios

Sistema de limpeza a seco resulta em aumento na capacidade de extração

Impurezas vegetaisroubam espaço dacana-de-açúcar

No mapeamento de perdas em unidades é precisoconsiderar também que os prejuízos já acontecem notransporte da matéria-prima, do campo para a indústria,conforme observações de Octávio Valsechi. Nessaoperação é transportado material que não contém açúcar,como pontas, folhas e palhas, que ocupa lugar da própriacana. São feitas mais viagens para transportar a mesmaquantidade de açúcar – afirma.

“As pontas, folhas e palhas não possuem açúcar,porém após passarem pelo processo de extração, sairãocomo bagaço contendo certa quantidade de açúcar. Aítemos mais uma perda, ou seja, entramos com maiorvolume de material sem açúcar e saímos com eleadocicado”, constata o professor que integra oDepartamento de Tecnologia Agroindustrial eSocioeconomia Rural do Centro de Ciências Agrárias daUFSCar, localizado em Araras, SP.

Os sistemas de preparo e extração de cana são dimensionados por tonelada de fibra/hora. Só que essa fibra seria a da cana, não a da impurezavegetal – observa o engenheiro de processos MarcusMenato, que atua na área de engenharia de aplicação deaçúcar e etanol da Zanini, de Sertãozinho, SP.“Se o sistema já estiver no limite da capacidade demoagem, pode haver a necessidade de alongar asafra em função desse acréscimo de fibra/hora”, afirma.

Segundo ele, a impureza não afeta somente aextração. Interfere no consumo de potência, porque vaiser gasto mais energia para o processamento da mesmacana. “O aumento do consumo de potência reduz aexportação de energia”, diz.

Para evitar essas perdas, ele defende a importânciada instalação do sistema de limpeza de cana a seco,principalmente em usinas e destilarias que apresentamelevado índice de impurezas mineral e vegetal na matéria-prima transportada do campo para a indústria. Emdiversos casos, o total de impureza vegetal trazido com acana picada para a indústria varia de 12% a 15% e o deimpureza mineral fica entre 3% e 4% – informa MarcusMenato, baseando-se em levantamentos realizados pelaprópria Zanini. (RA)

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Folhas, pontas e palhas provocamdanos em equipamentos

A adoção de medidas para a redução deimpurezas minerais e vegetais durante a colheita ecarregamento da cana, ou mesmo a instalação deum sistema de limpeza a seco é consideradafundamental para evitar perdas na indústria. Afalta de cuidados gera prejuízos também por causada maior necessidade de manutenção.

“Quem tem limpeza a seco, economiza comdesgaste de materiais de fundiçãoaproximadamente R$ 1,5 milhão por ano, parauma usina que tem uma moagem de quatro milhõesde toneladas de cana”, calcula Hélio Belai.

As folhas, pontas e palhas possuem altos teoresde sílica, material muito abrasivo que certamenteaumenta o desgaste de martelos, facas, rolos, etc,

demandando mais insumos nos reparos dosequipamentos, ressalta Octávio Valsechi.

“Devemos considerar também que estematerial por ser mais abrasivo, quando queimado,irá provocar maior abrasão nos tubos das caldeiras,chegando muitas vezes a perfurá-los, necessitandonestes casos, de revestimentos especiais”, comenta.

Há outros estragos provocados pelasimpurezas. “A maior quantidade demicrorganismos encontra-se justamente nosponteiros das canas, em função da água que seacumula nas bainhas das folhas e com isto introduz-se mais contaminantes nas fábricas que fatalmenteinterferirão diretamente nas eficiências derecuperação”, avalia o professor da UFSCar. (RA)

Contaminações microbiológicas estãoentre os principais problemas

“As principais perdas na produção de açúcar e etanol sãoprovocadas pelas contaminações microbiológicas”, ressalta OctávioValsechi. E esta contaminação da matéria-prima é consequência –detalha – do manuseio nas operações de corte, carregamento etransporte, do tempo decorrido entre o corte e processamento, dainfestação de pragas, da inclusão de pontas e de solos queacompanham a matéria-prima.

“As perdas iniciam-se ainda no campo e acentuam-se nasoperações de extração, tratamento do caldo e assim por diante”,afirma. Estes contaminantes produzem metabólitos que utilizam oaçúcar da cana para a produção de componentes indesejáveis nosprocessos – enfatiza. (RA)

Investimento em pessoal eequipamentos é fundamental

O desenvolvimento e a implantação de métodos eficientes demedição são considerados fundamentais para a avaliação das perdas.“Por mínima que seja, qualquer perda representa grande somamonetária. Desta maneira, o investimento, inicialmente, em pessoal eem equipamentos garante maior recuperação dos açúcares queentram na indústria. Como sempre se diz o que não se mede e nem seavalia não pode ser melhorado”, afirma Octávio Valsechi.

De acordo com ele, atualmente muitos equipamentos e processosestão sendo automatizados e com isto facilitando as operações emanuseios. “Porém, o ser humano é ainda peça fundamental na áreaanalítica das biorrefinarias”, enfatiza. Estes equipamentos eprocessos requerem – destaca – aferições, ajustes e calibraçõesperiódicas que são realizadas por pessoal capacitado e comconhecimentos específicos.

“Não cansamos em dizer que o investimento em mão de obra éfator preponderante para o aumento das eficiências e diminuição dasperdas”, ressalta. (RA)

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Na avaliação do professor daUFSCar, Octávio Valsechi, as perdas maissignificativas na fabricação de etanolacontecem na fermentação. “O meio, ouseja, o mosto não é esterilizado e ali seencontram os contaminantes queacompanham a matéria-prima. Como sepretende trabalhar com microrganismosselecionados, estes são substituídos, emfunção dos contaminantes, na suatotalidade ou em parte dela, acarretandodiminuição nas eficiênciasfermentativas”, explica.

E é justamente no processo defermentação dos açúcares para afabricação de etanol que os índices deeficiências apresentam resultadosinferiores em relação a outras operações,abaixo de 90%. “Precisa seraperfeiçoado”, afirma. Nos outrosprocessos de produção, em decorrênciados estudos, pesquisas e investimentos nosetor, as eficiências industriais nasoperações unitárias estão quase todasacima dos 95%, constata.

“Há uma série de fatores que devemser levados em consideração nafermentação: temperatura, porcentagemde levedo, controle microbiológicoeficiente” – exemplifica Hélio Belai

De maneira geral, as perdasindustriais são classificadas comodeterminadas, ou seja, aquelas que sãopossíveis de serem aferidas. E asindeterminadas, como o próprio nome

sugere, são calculadas e estimadas –esclarece Octávio Valsechi.

Segundo ele, se for considerado queuma tonelada de cana-de-açúcar

apresenta teor de açúcar teóricorecuperável (ATR) de 13,5%, ao valor deR$ 0,50 o quilo, pode-se dizer que paracada 1% de perda em uma unidade que

processa aproximadamente um milhão detoneladas anualmente, ocorre umprejuízo em torno de R$ 675 mil porsafra. (RA)

Processo de fermentação etanólica precisa ser aperfeiçoado

Dornas de fermentação

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Além de proporcionarbenefícios ambientais,medida diminui custooperacional de maneirasignificativa

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Em período de crise hídrica históricano estado de São Paulo e em outrascidades do Sudeste, a economia de água naaplicação de agroquímicos – e em outrasetapas do processo de produção – é muitobem-vinda. Bom exemplo disso é o GrupoPedra Agroindustrial – sediado emSerrana, SP – que reduziu o volume médiode água utilizado na aplicação deherbicidas nas lavouras de cana-de-açúcar.

A economia é significativa: atualmenteas unidades do grupo consomem entre120a150 litros por hectare, praticamente ametade do volume utilizado alguns anosatrás que ficava entre 200 a 300 l/ha, deacordo com informações com Diogo SartoriAlarcon, coordenador técnico agronômicoda Pedra Agroindustrial.

A redução do volume não afeta aeficiência dos herbicidas. “A água é apenasum veículo, uma vez que o agroquímico éque controla as ervas daninhas. O limiteadotado pela Pedra Agroindustrial é de120 a 150 l/ha, dependendo da situação.Alguns trabalhos mostram a possibilidadede trabalhar com vazões ainda menores.Mas, é preciso realizar mais testes”,comenta.

Para a redução de volume de calda, atecnologia de aplicação se torna maisimportante – enfatiza. “Isso quer dizer quedevemos nos atentar ainda mais aotamanho de gotas, pressão, bicos a seremutilizados, entre outros procedimentos”,diz.

Além dos benefícios ambientais

proporcionais pelo menor consumo deágua, a medida é também interessantepara o “caixa” das unidades e grupossucroenergéticos. Há uma significativaredução do custo operacional.

A diminuição no volume de caldasignifica menor transporte de água,redução da quilometragem rodada pelotanque, maior rendimento das máquinasnas áreas aplicadas e menor tempo deespera para abastecimento – detalha DiogoAlarcon.

A adoção de novas práticas naaplicação de herbicidas, como a própriaredução de volume e o uso de novos tiposde bico de aplicação, entre outras,começaram a fazer parte do dia a dia deunidades do grupo a partir dos resultados

obtidos pelas usinas da Pedra e Buriti queparticiparam de ensaios do Provar –Programa de Valorização da Água emPulverizações Agrícolas, realizado peloCEA/ IAC – Centro de Engenharia eAutomação do Instituto Agronômico, deCampinas.

Os experimentos desse programademonstraram que a redução do volumede calda não influencia negativamente nocontrole de ervas e na operação,comprovando ainda a queda nos custos deaplicação – ressalta o coordenador técnicoagronômico.

Diogo Alarcon informa que a PedraAgroindustrial – com quatro unidades noestado de São Paulo – tem reduzidotambém o consumo de água na aplicação

de inseticidas no sulco de plantio e canasoca com uso de equipamentos tratorizadose diminuído o volume nas aplicaçõesaéreas. Além das usinas da Pedra,localizada em Serrana, e a Buriti, emBuritizal, o grupo possui ainda a Ibirá, emSanta Rosa de Viterbo e a Ipê, em NovaIndependência.

Outras unidades e grupossucroenergéticos também têm adotadomedidas voltadas à utilização da tecnologiade aplicação de agroquímicos de maneiraambientalmente correta, visando oconsumo de menor volume possível deágua e com o mínimo de contaminação deoutras áreas. Além disso, a redução decustos é uma meta “perseguida”, demaneira persistente, nessas operações.

Pedra Agroindustrial reduz uso de água na aplicação de herbicidas

Diogo Sartori Alarcon: menor consumo de água beneficia o “caixa”

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ENTREVISTA — Maurílio Biagi Filho, presidente da Maubisa

“A divisão é a nossa fraqueza”Liderança divididaimpediu crescimento,agravou crise eenfraqueceu a relaçãocom o governo

ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Maurílio Biagi Filho, primogênito deMaurílio Biagi — principal empreendedorda época de ouro do Proálcool, é a maisemblemática personalidade do setor. Aos72 anos de idade e praticamente a mesmade experiência na área, já que nasceu,cresceu e debutou profissionalmente nafazenda da Usina Santa Elisa, é um dosmais bem-sucedidos empresáriosbrasileiros.

Atualmente, dedica-se aos negóciosjuntamente com os filhos, Marcelo, Rodrigoe Roberto, como presidente da holdingMaubisa, que atua em negociações comtradings, mercado de capitais, imobiliário ede agronegócio — área que permeou todasua carreira profissional.

Por conhecer profundamente ouniverso que envolve a cana-de-açúcar,nesta entrevista, o executivo revelafraquezas do setor, demonstrando que afalta de políticas públicas por parte doGoverno Federal, o clima desfavorável aocultivo e o revés econômico mundial sãoapenas a “ponta do iceberg” da crise queafeta a agroindústria canavieira.

JornalCana — Como o senhor definea situação do setor em 2014?

Maurílio Biagi Filho — Defino emuma palavra: tristeza. Demoramos paraacreditar que as coisas iam piorar. O setorerrou em não apresentar ao Governo,desde o início da atual gestão, umaproposta mais composta. Estamos em ummomento de difícil reversão. Quem está emdificuldade, sofrerá para superar esta fase.

O que falta ao setor?Unidade. Isto sempre faltou. Há uma

liderança pulverizada. Precisamos unificara agricultura para organizar as mudanças,e não promover a criação de novasentidades, que acabam enfraquecendo otodo. Com a entrada de multinacionais, deextrema experiência, há várias vozesarticulando com o governo. Essa divisãofortalece o desprezo que o atual governotem pelo setor.

Mas o Fórum NacionalSucroenergético não é o porta-voz do setor?

Ele deveria ser, mas não é. Toda aparte política deveria ser feita através dele,pois há nele pessoas competentes. Mas nãoexiste unanimidade. Os produtores de SãoPaulo só apoiarão com relevância setiverem a presidência. No começo osempresários paulistas cuidavam da parteeconômica, porém, não concordavam coma articulação política, feita pelo pessoal doNordeste, que neste quesito dá de dez azero na turma de São Paulo.

Por que o setor é dividido?Porque não alinham seus interesses.

Há mais de vinte anos admiti encabeçarnossa entidade de classe. Eu estavaengajado. Tive uma longa conversa com oJoão Guilherme (Sabino Ometto) mostreique estava disposto a deixar meus cargos eir para a capital encabeçar o projeto. Masao perceber que a divisão ainda existia,desisti e nunca mais me envolvi.

O que falta ao setor?Falta visão. Nunca houve uma reunião

com os membros mais importantes do setorpara trocar ideias abertamente, confrontaropiniões e experiências. No setor, cada umé dono de sua própria verdade. No próprioconselho da Unica não há unanimidade eisso leva o setor a situação em que está.

Esta é a fraqueza do setor. Houve umaépoca em que fomos mais fortes que aPetrobras — que nos chamou para comporuma mistura de 50% etanol na gasolina,mas nem paramos para ouvir a proposta. Osetor teve grandes oportunidades mas suafraqueza o impediu de se tornar mais forte.

Como serão os próximos anos?Ruins. Podem ser ainda piores. Dos

candidatos à Presidência neste segundoturno, um pode acabar com o setorrapidamente, o outro dá esperança. O atualgoverno demonstrou abertamente que nãogosta do setor. Fomos o único segmentoque não recebeu sequer um copo de garapacomo ajuda.

Veja, o Brasil é como uma empresa, ea presidente tem horror a ouvir não, e issoé exatamente o contrário do que aprendicomo empresário. Tive sucesso porque nãome cerquei de gente subserviente. Dilmaestá cercada de pessoas que não aconfrontam. A pior coisa do mundo é estarcercado de pessoas que estão de acordocom você o tempo todo. A coisa que maisouvi na vida foi não, e isto é o que oxigenaa vida e rende boas discussões.

Meu pai sempre dizia muito não.Aprendi isto com ele, eu ficava irritadoquando ele colocava ideias contrárias asque eu sugeria para testar até que ponto euestava convicto. Quando contestamos umaideia podemos ver os fundamentos dela, eisto é muito bacana.

O senhor acredita que o novoexecutivo trará pessoas do setor para ogoverno? Para atuar na ANP, por exemplo?

Acredito que sim. Olha... faltampessoas do setor na ANP, não por decisão

de um presidente, mas porque o setornunca se esforçou para que issoacontecesse. Empresários de outrossegmentos ficam horrorizados com nossainoperância política.

Qual plano político o setor deveapresentar ao próximo governo?

Um plano que defina a precificação dagasolina, a fabricação de um só tipo deetanol, no caso, o anidro, que possuiinclusive melhor desempenho nos

motores; aumento da mistura, quedeve ser discutido com maior rigor técnico.O principal é encontrar uma equalização,uma fórmula que consiga dar horizonte depossibilidades para o setor, e umarealidade de preços que seja rentável.

O setor superará a crise?Sim, porque é importante para o país,

mas voltará de uma forma tímida.Certamente os produtores de etanol eaçúcar voltarão a ganhar dinheiro.Principalmente com os novos subprodutos,como a venda da energia cogerada, porexemplo, que tem muito potencial.

No passado, produtoresvislumbraram a possibilidade deexportar etanol para os Estados Unidos,Europa e Japão e, com aparente apoiodo governo Lula, compraram econstruíram novas unidades. Emcontrapartida, o senhor estavavendendo suas usinas. Por quê?

Porque tinha visão. O presidente Lulafazia uma propaganda maior que a nossarealidade, o que de certa forma foi bom,porém, esquecemos de nossas limitações.Deveríamos ter estudado melhor omercado americano, que é maiscompetitivo que o nosso.

Veja, o país crescia, mas eu não via odinheiro entrando, o setor estavaacumulando dívida. No momento dadocomo “o melhor”, ninguém estavaganhando dinheiro. Todos, sem exceção,que fizeram grandes investimentos nessaépoca estão atualmente apertadosfinanceiramente.

Inclusive os grandes grupos?Principalmente eles. A Cargill, LDC e

Bunge, por exemplo, que foram asempresas que compraram meusinvestimentos, estão com muitosendividamentos. A Odebrecht, um dosmaiores grupos brasileiros, se tivesse seusnegócios somente no setor, estariaquebrado.

Este grupo está fazendo o que é certo,está investindo, inclusive na África, umaregião na qual eu acredito que se deveinvestir. Lá não é necessário ter sódinheiro, mas também poder político.Acredito muito no potencial de Angola.Tive a oportunidade de realizar grandesfusões com grupos importantes, porémsempre defendi a venda, baseado na faltade rentabilidade do setor. Hoje temempresas que, apesar dos problemas,conseguem manter o caixa equilibrado,porém o grande problema do passado eque se repete hoje é a falta de perspectivas.

Maurilio Biagi Filho, presidente da Maubisa

“Empresários de outrossegmentos ficam

horrorizados com nossainoperância política”

“Defino a situação do setorem uma palavra: tristeza”

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O uso de tecnologias geoespaciais, ougeotecnologias é um tema em ascensão naárea agrícola das usinas do setor. No dia adia vivenciamos uma crescente demandapor procedimentos e técnicas para a gestãoe aquisição de dados georreferenciados,processamento, tratamento, integração debases de dados, análise e visualização deinformações de processos das operaçõesagrícolas em diferentes escalas, espacial,temporal ou espaço-temporal. Visandoatender a demanda do setor, a empresaImagem que este ano completa 28 anos deexperiência no mercado de geotecnologias,vem criando valor para as principaisempresas brasileiras por meio de Soluçõesde Inteligência Geográfica. Uma recentesolução é a PGI Agro (Plataforma deGestão Integrada de Informações dasOperações Agrícolas) que pode serempregada nas usinas para oaprimoramento do planejamento agrícola,precisão na execução de atividades —preparo do solo, plantio mecanizado, tratose colheita, monitoramento e controle dasoperações, correção e padronização deprocessos; tudo isso visando melhoresresultados na produção. Com a solução osusuários podem facilmente configurar suaspróprias aplicações para analisar odesempenho da safra e verificar se háocorrência de padrões espaciais das

informações agrícolas juntamente com umaanálise real das informações apuradas nocampo. Desta forma, é possível obterindicadores de desempenho das lavouras eusar a localização geográfica a favor daeficiência na gestão e precisão na execuçãode atividades.

Imagem Geosistemas e Comércio12 3946.8907 www.img.com.br

Inteligência geográficainova a produção agrícola

Leveduras personalizadas são o futuro da fermentaçãoPOR SILENE DE LIMA PAULILLO

A Fermentec mais uma vez inova e épioneira em otimização do processofermentativo com objetivo de reduzir custo,aumentar rendimento e diminuir o uso deágua para produção de etanol. Omonitoramento das leveduras no processo(análises de cariotipagem e DNAmitocondrial) trouxe descobertasimportantes sobre a capacidade dasleveduras de dominar e permanecer emsua unidade e se tornar uma linhagem“personalizada”.

Desde 2007, a Fermentec vemintroduzindo leveduras personalizadas,juntamente com até 1.200 kg de levedurasselecionadas. Em 2013 a produção deetanol produzida por estas leveduraspassaram de 1,2 bilhões de litros. Asuperioridade destas leveduras foiinquestionável, pois atingiram 100% depersistência nas dornas e com uma médiade 89% de dominância, o que representamaior estabilidade do processofermentativo.

Como são isoladas e reintroduzidas naprópria usina, estão adaptadas ao processoda unidade, por isso apresentampersistência, dominância e podem ter suashabilidades melhoradas para trabalhar de

acordo com as particularidades da usina,como por exemplo, na redução dacaracterística de formação de espumas.

Na safra de 2014, 14 levedurasPersonalizadas foram reintroduzidas emusinas para iniciarem a safra. O uso deleveduras personalizadas pode trabalharcom teores alcoólicos elevados (acima de10%v/v – média de safra). Desta formareduz o uso de água no tratamento defermento, reduz o custo da distribuição davinhaça que pode chegar a mais de 3milhões de reais/safra e reduz as perdascausadas por contaminações bacterianasquando comparadas com as leveduras depanificação. Estas perdas podem chegar aR$ 170 mil/dia para uma destilaria queproduz 800 mil litros de etanol/dia.

Fermentec19 2105.6100www.fermentec.com.br

Instalações da Imagem

Geosistemas e Comércio

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Novembro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES88

Há quatro anos no município deSertãozinho surgia a Cohybra Hidráulica.Trabalhando sempre de forma séria ehumilde, neste mês, consolida quatro anoscontando com várias parcerias de sucesso.Tendo como seu maior ponto forte oatendimento de agilidade com uma base detroca com mais de 300 itens hidráulicos paracolhedoras de cana-de-açúcar, vemconquistando e fidelizando clientes de váriosestados do país, como: São Paulo, MinasGerais e Paraná. Em função de manter asatisfação de seus clientes a Cohybra tambémpossui vários critérios de seleção de

fornecedores, estes que por sua vez acabam setornando grandes parceiros. “Apesar do visívelperíodo de crise no setor sucroalcooleiro aCohybra se mantém em constante crescimento,isso prova que o bom trabalho e a dedicaçãosão as maiores ferramentas para vencerqualquer crise. Agradecemos aos nossosclientes e fornecedores por mais um ano devitórias”, segundo os sócios proprietáriosCleiton de Angelo e Alex de Angelis.

Cohybra Hidráulica16 3041.2225www.cohybra.com.br

Ao longo de seus 60 anos dehistória, a Martin Sprocket & Geardesenvolveu produtos inovadoresna área de transmissão de potênciamecânica (sprockets, engrenagens,polias, acoplamentos e buchas) ena área de equipamentos paratransporte de materiais(transportadores helicoidais,elevadores de canecas etransportadores de corrente) paramelhorar o transporte de açúcarseco, úmido e bagaço.

A fábrica da Martin instaladana cidade de Artur Nogueira (SP),conta com equipamentosmodernos e equipe altamenteespecializada, capaz de fabricarequipamentos segundo projetos existentes,bem como desenvolver produtos sobmedida.

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Cohybra comemora

quatro anos de sucesso

Martin Sprocket & Gear oferece produtos inovadores

Fachada da Cohybra Hidráulica

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Alta Mogiana homenageia Zanini Renk por parceria de sucessoAo reconhecer a parceria de 30 anos

com a Zanini Renk, a Usina Alta Mogianapor meio do Programa Parceria de Sucesso,prestou homenagem a uma de suasprincipais fornecedoras. A honraria foientregue pelo diretor presidente da AltaMogiana, Luiz Octávio JunqueiraFigueiredo à Luiz Biagi, sócio da ZaniniRenk, no último dia 22 de agosto, na sededa unidade, em São Joaquim da Barra (SP).

Também participaram do eventoMauro Cardoso, CEO da Zanini Renk;Reinaldo Lourenço, diretor comercial daZanini Renk; Fernando Vicente, diretorindustrial da Usina Alta Mogiana; RogérioSoares Junqueira de Mattos, gerente desuprimentos da Alta Mogiana; AndersonCarlos de Russo, administrador decontratos da Alta Mogiana e gestoresresponsáveis pela área industrial da usina.

Fernando Vicente explica que a ideia éhomenagear a Zanini Renk em voto deagradecimento pelos anos de parceria. “Ogrupo possui 24 Torqmax, marca única porunidade dentro do setor e há 19 safrasestamos sem trocar rolamentos dosTorqmax”, lembra.

Rogério de Mattos, da Alta Mogiana,explica que a Zanini Renk é uma parceirade muita confiança, pois está sempre juntoda usina.

O diretor presidente da Alta Mogiana,Luiz Octávio Junqueira de Figueiredo,relembrou o relacionamento das empresas,desde as primeiras tratativas e ressaltou a

saga de sucesso de Maurílio Biagi, pai doempresário Luiz Biagi. “Maurílio Biagi teveum papel importantíssimo no setor e para oetanol no país, através da Zanini. Tivemos afelicidade de contratar os serviços daempresa desde o início da usina e foi tudoentregue na mais perfeita ordem, dentro doprazo. É um prazer estar com vocês depoisde 30 anos e queremos que essa parceriacontinue. Agradeço ao trabalho de seu pai ea todos colaboradores da Zanini”, comenta.

Luiz Biagi, sócio da Zanini Renk,ressalta a importância da confiançadepositada pela usina. “Convivi com ocrescimento da usina e isso para mim é ummotivo de orgulho. É muito difícil manteressa harmonia e o êxito nessa época emque vivemos, por isso tenho orgulho dotrabalho de vocês”.

Anderson Carlos de Russo,administrador de contratos da AltaMogiana, revela que tem grande abertura

dentro da Zanini Renk. “Vou da usinagematé a sala do superintendente. Sempre fuibem atendido e pude atuar dentro daindústria. Quando chego tudo estáencaminhado, sem problemas. Nãotrocaria a Zanini Renk por outra empresa”,finaliza.

Zanini Renk16 3518.9000 www.zaninirenk.com.br

Equipe Zanini Renk recebe homenagem da Usina Alta Mogiana pelos 30 anos de parceria

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Para que o produtor canavieiro ampliea rentabilidade de sua lavoura e o númerode cortes sem perder a produtividade, aYara apresenta o Programa NutricionalLongevita. É uma solução que propõe, pormeio da utilização de fertilizantes comnutrientes adequados e completos, mantera viabilidade da produção da lavoura eaumentar assim o número de cortes dacana e consequentemente a longevidade docanavial.

O programa prevê o uso da linha defertilizantes YaraMila, um NPK no grãoque contém duas formas de nitrogênio,nítrico e amoniacal, que trazem umaadubação nitrogenada eficiente e uniformepara a planta, além de diferentes formasde fósforo, que cobrem todo o ciclo daplanta dentro do corte, de forma a suprir aenergia necessária para a lavouracanavieira; e da linha de fertilizantes

YaraVita, uma linha de micronutrientesconcentrados e voltados ao tratamento detoletes e aplicações foliares, que contémaltas concentrações e tecnologia deformulação e garante uma nutriçãoeficiente e completa, aumentando aprodutividade e rentabilidade da lavoura.

Com o Programa NutricionalLongevita, a Yara busca difundir um novoconceito para a adubação dos canaviais,proporcionando a elevação darentabilidade das lavouras por meio deuma melhor produtividade e o aumento dalongevidade dos talhões e do número decortes, reforçando o compromisso daempresa pela busca contínua dorendimento no campo.

Yara Brasil51 3230.1300www.yarabrasil.com.br

A Engenovo, sempre atenta àsnecessidades e requisitos dos seus clientes,desenvolveu uma prensa desaguadora paraa secagem de lodos de ETALGs – Estaçõesde Tratamento de Água de Lavagem deGases de caldeiras, para capacidades deaté seis toneladas de matéria seca por hora.

A prensa desaguadora produzida pelaempresa, possui concepção robusta, éfabricada em estrutura de aço carbono comcâmara de compactação em aço inoxidável,e opera de forma automática através desistema de compactação hidráulicocontrolado por PLC, sendo capaz de atingirumidade final no lodo inferior a 55%.

Em comparação às diferentestecnologias disponíveis para a secagem

final de lodos, a prensa desaguadora daEngenovo apresenta como vantagens:menor investimento de aquisição, baixocusto de operação e manutenção, menorespaço de instalação, além de nãonecessitar de sistemas complexosauxiliares, tais como geradores de vácuo,dispositivos contínuos para limpeza detelas, e dosagem de produtos químicos.

Fornecida como componente dasETALGs da Engenovo, pode também serinstalada com facilidade em sistemas detratamento de água de fuligem existentes.

Engenovo21 2223.0899www.engenovo.com.br

Engenovo lança prensadesaguadora hidráulica parasecagem de lodo de fuligem

Longevita traz soluções para arentabilidade da lavoura

Produto gera adubação nitrogenada eficiente e uniforme para a planta

Prensa desaguadora possui concepção robusta e estrutura de aço carbono

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