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ABRIL 2013 EDIÇÃO XXXV )

JornalESAS abril de 2013

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Jornal oficial da Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa, Porto

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ABRIL 2013 EDIÇÃO XXXV

)

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Sabes o que significa…?

D epois de alguns meses de negociações com a

Direção- Geral de Educação e a APP – Associação

de Professores de Português, o protocolo que estabelece

a parceria entre a ESAS e as duas entidades para o lança-

mento progressivo, a nível nacional, das Olimpíadas da

Língua Portuguesa, foi finalmente assinado em fevereiro.

A Escola Secundária Aurélia de Sousa passará a ser a Coorde-

nadora da Comissão Organizadora, cabendo-lhe, entre outras

funções, definir datas e procedimentos inerentes ao lançamen-

to desta iniciativa, que este ano se realiza, pela primeira vez,

de forma alargada, abrangendo cinco escolas da região norte.

O sucesso desta experiência, desenvolvida a nível de escola

nos dois últimos anos letivos, fundamentou e estruturou a

proposta apresentada ao Ministro da Educação e Ciência para

que, à semelhança do que se faz há 30 anos com a Matemáti

ca, o conhecimento e bom uso da Língua Portuguesa fosse

igualmente incentivado, tendo em conta a importância desta

matéria estruturante e transversal a todos os currículos e,

consequentemente, determinante para o sucesso educativo

dos alunos.

As provas decorrerão em duas fases: a primeira terá lugar no

próximo dia 9 de Abril, em cada estabelecimento de ensino

inscrito, para dois escalões: alunos do 3º ciclo e alunos do se-

cundário; todos os alunos que obtiverem 90 pontos ou mais

serão apurados para a prova final, que terá lugar na nossa esco-

la no dia 10 de maio pelas 12 horas.

Contamos com o entusiasmo e a adesão dos professores e

alunos das escolas envolvidas, tanto mais que o sucesso nesta

fase será determinante para o alargamento futuro das Olimpía-

das da Língua Portuguesa a todas as escolas do país.

OLIMPÍADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA Maria Luísa Mascarenhas Saraiva ( profª responsável pela CRE-BE)

“trabalho de Sísifo”

tarefa exaustiva, interminável e inútil.

Origem: Na mitologia grega, Sísifo, rei de Corinto, era conside-

rado o mais astuto de todos os mortais. Após ter provocado a ira de

Zeus (o pai dos deuses) por denunciar o rapto da mortal Egina, Sísifo

escapou algumas vezes de Tânatos, o deus da Morte, através de enge-

nhosos ardis. Mais tarde, Hermes ( o mensageiro dos deuses) conseguiu

levá-lo ao Hades (o inferno), onde foi condenado, por toda a eternida-

de, a empurrar até ao cume de uma montanha uma grande pedra, que,

ao alcançar o topo, despenca novamente montanha abaixo. O trabalho

de Sísifo torna-se, assim, uma tarefa nunca acabada e sempre recome-

çada.

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A poetisa contemporânea Filipa Leal brindou-nos com a

sua presença no dia 01 de Fevereiro de 2013. Neste

colóquio, a autora de diversas obras expôs a sua paixão pela

poesia e a forma como esta influencia positiva e negativamen-

te as suas vivências.

Filipa Leal nasceu em 1979, no Porto, e a sua juventude foi

marcada pelo seu individualismo que a demarcava dos amigos

ou colegas da sua idade, por estes não partilharem o mesmo

interesse e gosto pela leitura e escrita.

Inspirada pelo lema da sua mãe – “Devemos ousar!”- ,viajou

para Londres, onde se formou em Jornalismo, uma das suas

ambições de infância. Mais tarde, regressa a Portugal, onde

publica a sua primeira e única obra narrativa. Esta obra é trata-

da como uma “filha ilegítima”, pois a escritora acabará por

negar essa forma de escrita, tendo-se rendido à musicalidade

da poesia.

Notoriamente marcada pela sua vivência com os londrinos, a

poetisa coloca na sua escrita o quotidiano e o divino ao mesmo

nível, comprovando assim o poder prático que a carateriza.

Confessou também que sempre lhe fora incutida uma certa

dose de teatralidade pela sua mãe, considerando assim Filipa

Leal que “o poeta é um ator frustrado ”: esta já tentou escre-

ver peças de teatro, que nunca a satisfizeram na íntegra, aca-

bando por não terminar nenhuma delas .

Com efeito, a escritora descreve-se a si própria como uma so-

nhadora que encontra no seu talento um refúgio da realidade.

À semelhança de outros escritores contemporâneos, a poetisa

finalizou a sua intervenção defendendo que a arte deveria ser

uma forma de crença, onde nos poderíamos refugiar. Nas pala-

vras da escritora “A arte não serve para nada se não nos fizer

sonhar e acreditar “.

À conversa com uma poetisa da nossa época

Beatriz Lamares , 11ºG

ESAS, fevereiro de 2013, Filipa Leal com a aluna

Beatriz Lamares

Outras obras da poetisa Filipa Leal

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Porto em Movimento: da revolução liberal às novas áreas urbanas

Prova de Orientação Tiago Dias , 11ºH e Mariana Oliveira, 11ºG

Dia 14 de março, as turmas G e H do 11ºano de Huma-nidades tiveram uma manhã diferente: realizaram uma prova de orientação pela cidade do Porto, preparada pelos professores de educação física, história e geogra-fia. Na foto a profª Catarina confirma as respostas e os tempos da equipa vencedora - 11ºG : Ricardo Ávila, Catarina Castro, Miguel Ângelo e Rui Batista

N o penúltimo dia do segundo período, deixámos a ESAS para conhecer um pouco melhor a cidade do Porto. O

pretexto foi uma “Prova de Orientação”, que tinha como objeti-vos consolidar conhecimentos adquiridos nas disciplinas de His-tória, Geografia e Educação Física; reconhecer locais e monu-mentos marcantes da história do Porto associados ao triunfo do Liberalismo Português; analisar as diferentes funções oferecidas pela cidade assim como a sua morfologia e problemas (tais como a desertificação do centro, a degradação patrimonial); desenvol-ver a capacidade de orientação com mapa; e também, como não podia deixar de figurar, a perda de algumas calorias. Chegados à Praça da República (ponto de partida), os alunos foram organizados em grupos de três e receberam os elementos indispensáveis para a competição: um mapa com os diferentes locais a visitar, uma folha de controle e as questões a que tinham de responder. Depois, partiram faseadamente, com diferentes percursos. Dos locais visitados, destacam-se a Praça da República, onde identificaram as diferentes funções e atividades urbanas e pude-ram imaginar a pacata revolução liberal de 24 de agosto de 1820; a Praça Gomes Teixeira; a Cadeia da Relação, requalificada como Centro Português de Fotografia, onde estiveram presos impor-tantes figuras do Liberalismo português; a capela de S. José das Taipas, passando pela casa de naturalidade de Almeida Garrett; a igreja de Nª Senhora da Vitória, onde ainda se vê a cicatriz de uma bala miguelista e o Miradouro aí próximo, do qual se con-templam as Caves de Vinho do Porto; o quartel da Serra do Pilar, o Cabedelo e as três pontes; a imponente estátua de D. Pedro IV, que revela às lentes das câmaras a entrega literal do coração de D. Pedro à cidade e à igreja da Lapa e o desembarque das tropas liberais no Mindelo; o panorama é neoclássico e arte nova. Na rua da Carmelitas, a livraria Lello, aquela que é para muitos a mais bela livraria do Mundo, foi paragem obrigatória. Percebe-mos facilmente por que é considerada um dos ex-libris da cidade do Porto. Olhando em frente, deparámos com uma vista magnífi-ca sobre a Torre dos Clérigos e sobre a renovada Praça de Lisboa. Ainda na mesma rua, apreciámos a arquitetura de Marques da Silva no edifício que hoje alberga uma loja da famosa porcelana portuguesa da Vista Alegre, que se alia aos cristais Atlantis e à faiança de Rafael Bordalo Pinheiro. Todos referências nacionais de grande notoriedade internacional, que não podemos deixar

de conhecer.

O mapa encaminhou-nos para a Praça da Liberdade, onde obser-vamos a estátua de D. João IV, e para a Avenida dos Aliados, onde nos sentimos rodeados por sedes financeiras, cafés e res-taurantes de luxo e pela sede do Município. A natureza do co-mércio denuncia a hierarquização dos espaços, sendo evidente o aparecimento de maior número de lojas de prestígio à medida que nos aproximamos das áreas de maior centralidade. Após a estação de S. Bento, não podíamos deixar de visitar a Rua de Mouzinho da Silveira (jurisconsulto da revolução constitucio-nal de 1820) que sofria, na altura, obras de repavimentação, até ao mercado de Ferreira Borges (também constitucionalista). Esta rua foi construída sobre o Rio da Vila, que se encontra hoje co-berto por um grande aqueduto subterrâneo.

Estivemos atentos às alterações de funções de alguns importan-tes edifícios, nomeadamente do Mercado Ferreira Borges, pois é mais um exemplo daquilo que em geografia urbana apelidamos de requalificação, dado que este imóvel foi construído para ser um mercado de fruta, embora nunca tenha sido utilizado para esse fim, e foi sendo aproveitado para outros usos ao longo do tempo, sem perder o seu traçado. Por ele passam hoje feiras, exposições e outros eventos culturais. E não é que, no final, tudo bateu certo?! Alguns mais confusos, outros mais orientados, mas todos muito cansados, consegui-mos chegar à meta – a Ribeira – junto da ponte D. Luís I, onde

nos aguardavam os professores: Catarina Cachapuz (Educação

Física) Fátima Valério e António Catarino (História) e Julieta Vie-gas (Geografia). Paradoxalmente, muitas vezes são os turistas que conhecem melhor o património material e imaterial do Porto, pelo que, atualmente, importa qualificar os portuenses, não só para o co-nhecimento do seu rico património mas também para o acolhi-mento do incomensurável número de turistas que, cada vez mais, dá à invicta uma feição turística e cultural.

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Algumas das obras

publicadas

pelo geógrafo

Álvaro Domingues

O professor universitário Álvaro Domingues esteve na ESAS, no dia

27 de março, e partilhou alguma da investigação sobre o tema

“Cidade e áreas metropolitanas”.

Conceito de cidade ?

Texto de Tiago Dias e de Inês Bacelar, 11ºH

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Á lvaro Domingues é geógrafo, do-cente universitário e investigador

no multifuncional Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU), da Faculdade de Arquitetura da Universida-de do Porto. Das obras por si publicadas destacam-se A Rua da Estrada (na qual desconstrói a dicotomia cidade/campo), Cidade e Democracia (na qual se descre-vem as alterações que as cidades, nome-adamente as médias, sofreram após o 25 de Abril) e, mais recentemente, Vida no Campo.

O conceito de cidade?

O geógrafo procurou clarificar os con-ceitos tradicionais de cidade e de espaço urbano que ainda persistem nos manu-ais escolares.

O estilo apelativo de harmonização en-tre imagens e discurso, muito ao estilo das obras do investigador, foi marcado por argumentos interessantes e inova-dores. Recorreu a imagens da NASA para identificar as infraestruturas elétri-cas na área metropolitana do Porto e explicar o seu efeito na dispersão do crescimento urbano. Passou também pela referência a frescos centenários da sala do conselho dos 9 de Siena e por um mapa para destacar a visão europeia de cidade como espaço interior, cerrado ao mundo externo, rural, marasmático e “natural”. Recorreu a comparações entre imagens com décadas de diferen-ça para se entenderem os processos de

expansão urbana e de mutação funcio-nal (como foi o caso da função económi-ca de transporte do rio Douro transferi-da para o porto de Leixões), e a outros dados e curiosidades enriquecedoras como, por exemplo, as diferentes pers-petivas do que é uma cidade entre as diferentes ciências sociais. Destacou, por exemplo, o estereótipo “Porto” como ponte D. Luís, D. Maria, rio Douro e zona ribeirinha, formulado pela estéti-ca turista, quando existem áreas novas de visita obrigatória.

O professor finalizou com duas imagens metafóricas que apresentavam, uma, o conceito tradicional de área metropolita-na como ovo estrelado, num espaço que se expande a partir de um núcleo denso e delimitado, o concelho do Porto; ou-tra, a realidade que atualmente os ma-pas traduzem, que mais se assemelha a um prato de ovos mexidos, tal é a disse-minação de infraestruturas por todo um vasto território, nomeadamente de es-tradas e autoestradas´, dando uma pers-petiva de fragmentação do tecido urba-no.

Os alunos das turmas de Humanidades do 11º ano e do curso profissional de Turismo, presentes na sessão, demons-traram o seu agrado pela apresentação. Estas iniciativas são de todo o interesse para a comunidade escolar e da maior importância pela diversificação de ideias e perspetivas oferecida aos alunos. A sua pertinência é acrescida pelo facto de o tema estar a ser tratado em várias disciplinas - Geografia, História e Filoso-fia.

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Vamos mudar o logótipo

Z oo (sufixo grego: animal, bicho) é um monossílabo extra-ordinário, que é utilizado na maioria das línguas. Por

isso, em qualquer parte do mundo podemos sempre encontrar um Jardim Zoológico.

Estes “mini ecossistemas” assumiram desde cedo um papel de centros de descoberta não só do Animal mas também do Ho-mem e das suas evoluções paralelas, a fim de estudar as coabi-tações ancestrais que uniram os seus destinos para sempre. Têm também uma importante função pedagógica, pois só po-demos gostar do que entendemos, e só entendemos o que conhecemos bem. É então fundamental a sua ação junto das populações, especialmente dos mais jovens, pois desde cedo lhes passa a ser incutida a ideia de que é necessário proteger os animais e de que medidas devem tomar para o fazer.

Um dos grandes exemplos de sucesso é o Jardim Zoológico de Lisboa, que, através dos seus projetos relacionados com os EEP’s (European Endangered Species Program), já conseguiu “salvar”várias espécies. Um dos casos mais famosos é o dos Koalas (Phascolarctos cinereus), que estão atualmente classifi-cados com um risco de extinção baixo, segundo a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Mas isto só foi conseguido graças a um grande empenho e dedicação.

No final do séc. XIX, tratava-se de uma espécie bastante nume-rosa. Até que, com o aparecimento de vários perigos - como a desflorestação, os fogos e a caça desportiva; os indivíduos começaram a dispersar cada vez mais, a fim de se defenderem, tornando-se uma espécie quase extinta. Foi então que os Zoos entraram em ação, criando-lhes condições propícias à sua insta-lação e posterior reprodução, sempre com o objetivo máximo de repor a espécie no seu habitat natural. Hoje, já estão fora de perigo devido aos esforços realizados.

Em suma, os Jardins Zoológicos são uma peça fundamental para a

proteção do mundo e ajudam-nos a compreendê-lo e preservá-lo

de forma mais eficiente.

O Zoo e a Preservação de Espécies em Extinção

Miriam Costa, 10º I

Os Jardins Zoológicos são uma peça fundamental para a proteção do mundo e aju-dam-nos a compreendê-lo e preservá-lo de forma mais eficiente.

Não ?

O repto foi lançado na edição XXXIV e a reação unânime, os nossos leitores gostam do logótipo do jornal

e por isso vamos manter o atual.

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F oi no passado dia 20 de janeiro de 2013 que o grupo dos Jovens Repórteres do Ambiente (JRA) da escola secun-

daria Aurélia de Sousa se dirigiu à urbanização da Prelada, a fim de apurar toda a verdade sobre um abate em massa de árvores urbanas.

Chegados ao local, pudemos observar que o que antes era um jardim público deu agora lugar ao parque de estacionamento de um supermercado “Pingo Doce”. Este antigo espaço verde foi em tempos o habitat de várias árvores com cerca de 20 anos e de algumas palmeiras mais novinhas, e costumava ser cuidado pelos condóminos, uma vez que o espaço lhes havia sido cedido pela câmara. No entanto, mesmo existindo um acordo escrito, entre a instituição e os locais, essa cedência aconteceu sem os segundos terem recebido algum tipo de aviso prévio ou comunicação posterior. Atualmente, e possi-velmente como forma de se redimir, a empresa deixou sobre-viver algumas das palmeiras e plantou seis jacarandás, que terão agora uns três anos.

Na altura em que se deu o abate, os moradores “bateram à porta” das instituições responsáveis, chamaram a comunica-ção social e convocaram manifestações. Contudo, depois de tanta luta, os habitantes desta urbanização já se renderam à utilidade de um espaço comercial tão próximo e que até atrai clientes das redondezas e localidades vizinhas.

Trabalho de Campo

Projeto “A Árvore na Cidade” JRA

N uma sessão apresentada de uma forma simples e cativante pelo Dr. João Frutuoso, antigo aluno desta escola, os alunos

do 7º A e E tiveram a oportunidade de viajar no tempo e pelo espaço europeu, consolidando conhecimentos sobre este projeto que é a integração europeia. Assim, foram abordadas cronologicamente as várias etapas da construção europeia bem como os seus principais objetivos, a estrutura orgânica e muitas mais particularidades que individualizam os diferentes países em particular e a União Europeia em geral.

No dia 28 de Fevereiro, pelas 10h e 15min, "A EUROPA VEIO À ESAS" ao encontro dos

alunos dos 7ºA e 7ºE.

A Europa na ESAS

Cartaz, foto e texto de Manuela Violas (profª de geografia)

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Jornalesas – Por que razão escolheste Portugal? Idunn - Bem, eu venho da Islândia e lá faz muito frio. Por isso quis conhecer um país mais quente. Estou em Portugal ao abri-go do programa AFS. A candidatura é feita online. Tive de pre-encher imensos formulários, contactar os meus antigos profes-sores para provar que sou boa aluna, contactar o meu médico e fazer uma série de análises para provar que sou saudável. É um pouco complicado. Quais são as principais diferenças entre o nosso país e a Islân-dia? Bem, a Islândia é um país nórdico; por isso, o clima é muito diferente, muito mais frio. Para além disso, as pessoas lá, tal como o tempo, são mais frias, mais fechadas… Não vamos ter com alguém na rua e não lhe damos dois beijos na cara. E eu venho de uma cidade muito pequena, aqui há imensa gente… A distância entre os locais também é muito maior: lá só precisa-va de 10 minutos para ir para a escola, voltar para casa, ir para a escola de música… E a comida? É muito diferente?

Não é assim tão diferente. Eu acho que as pessoas acreditam que nós só comemos peixe e isso não é verdade… Aliás, vocês devem comer mais do que nós! Temos também alguns pratos típicos à base de carne de cordeiro, rena… Há algumas diferen-ças: vocês comem muito arroz e têm um nome para cada refei-ção. Nós temos algo que pode parecer estranho, mas é muito bom: a cabeça da ovelha. Apreciamos esse prato. O meu avô, por exemplo, gosta de comer a língua, os olhos… . Os estran-geiros pensam que nós só comemos tubarão, mas nós não o fazemos sempre, são tradições antigas…

Sentiste-te bem-vinda aqui? E na escola, integraste-te bem? Toda a gente foi muito simpática. Fui muito bem recebida. A turma é excelente e ajuda-me. Eu encontro-me uma vez por semana com a professora Rosa Costa e ela apoia-me imenso. Tem sido difícil aprender?

O português sim, é complicado. Também porque as pessoas me facilitam a vida e falam inglês… A minha irmã, por exem-plo, está em Itália e lá eles são mais fechados quanto a isso: ela tem mesmo de aprender italiano. Aqui não, eu não me vejo forçada a aprender tanto o português e, porque sou um pouco tímida, inibo-me de falar… Eu não fazia ideia nenhuma do que era o português antes de vir. Tentei pesquisar no Google e em livros, mas não resultou! Quantas línguas falas?

Eu falo islandês, inglês e dinamarquês. Do que gostas mais no Porto?

Adorei ver as casas com azulejos, são mesmo bonitas, apesar de já ter verificado que existem por todo o país. As casas na Islândia são feitas de cimento por causa do frio e porque neva muito. No Porto admirei o sistema de transportes: achei-o muito acessível. Também apreciei todo o tipo de comida.

A tua rotina aqui é muito diferente da que tens na Islândia?

Não é muito diferente: acordo, venho para a escola, tenho a escola de música… A diferença é que lá era tudo muito mais rápido, era tudo mais perto. Eu estou a viver na Senhora da Hora, a ESAS fica nas Antas, no Porto, e a escola de música é em Matosinhos

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Lá e Cá Idunn Rünarsdottir é islandesa e está em Portugal ao abrigo do Progra-ma AFS. A sua presença na ESAS é uma ocasião única para conhecer um

pouco do seu país e dos seus costumes.

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Idunn Rünarsdottir entrevistada por Mariana Oliveira, Liliana Rodrigues e Mafalda Monteiro—fotos de Ricardo Ávila - 11ºG

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A Islândia é uma grande ilha vulcânica localizada no norte do Oceano Atlântico, um pouco ao sul do Círcu-

lo Polar Ártico. A sua capital e maior cidade é Reiquiavique, cuja área metropolitana abriga cerca de dois terços da popu-lação nacional. Culturalmente ligada à Europa, a Islândia não possui nenhum traço geológico em comum com o continente europeu. Com uma área de mais de 102 mil quilômetros qua-drados, é a décima oitava maior ilha do mundo e a segunda maior da Europa. As outras massas de terra mais próximas do país são a Groenlândia, a 286 quilômetros, a Escócia, a 795 quilômetros, e a Noruega, a 950 quilômetros.

Devido à sua localização na Dorsal Meso-Atlântica, a Islândia tem uma grande atividade vulcânica e um importante gradien-te geotérmico, o que afeta muito a sua paisagem. O interior é constituído principalmente por um planalto caraterizado por campos de areia, montanhas e glaciares.

A erupção do vulcão Eyjafjallajökull, em 2010, causou uma pa-ralisação generalizada do transporte aéreo europeu, afetando milhares de voos e causando uma espécie de efeito dominó em todo o mundo, devido à nuvem de cinzas que libertou.

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Quais são as diferenças entre o sistema de ensino português e o islandês? Na Islândia, ficamos do primeiro ao décimo ano numa escola. E depois ingressamos numa outra, durante quatro anos. E o sistema é diferente: nós não temos aulas determinadas/fixas, nem pertencemos a uma turma. Nós é que escolhemos as disciplinas e em cada uma há alunos diferentes. Em cada turma há 20, 23 alunos… O que pensas seguir no futuro? Já tens alguma ideia?

Ainda não sei o que seguir. Já tinha escolhido biologia, mas agora pensei que talvez matemática, música… Já ponderaste ficar cá em Portugal depois de acabares os estudos? Ou não é uma opção sequer? Não é bem uma opção. O programa dura dez meses e depois volto para a Islândia, até porque este ano não conta: como o sistema é diferente, vou ter de repetir lá o ano. Também tenho muitas sau-dades da minha família e amigos, mas de certeza que vou voltar cá! Tens algum hobby aqui?

Eu vou à escola de música, toco clarinete. Vou três ve-zes por semana. Quão enriquecedora e grati-ficante está a ser esta expe-riência? Acreditas que te vá fazer crescer enquanto pes-soa? Porquê? Sim, claro! Muda-nos muito,

principalmente quando vens de uma cidade tão pequena, on-de tinhas todos os teus amigos e conhecidos e, de repente, te vês sozinha. Para além disso, eu tenho uma gémea, que está a estudar em Itália. Eu estava sempre com ela e a falar com as pessoas até dizia “nós” em vez de “eu”. Mesmo que sejas tímida, tens que crescer e “abrir-te” para as pessoas, deixar-te ir. Quais são as semelhanças entre a crise de 2008 na Islândia e a presente situação de Portugal? Não sou a melhor pessoa para falar disso! Eu tentei pesquisar no Google, eu sei o que se passou durante 2008. Mas não sei… É uma situação parecida, os bancos estão em bancarro-ta… Mas lá é tudo mais pequeno, é mais fácil de ultrapassar a situação. Até porque nós temos uma moeda diferente, não é o euro, é a coroa islandesa. Não sou mesmo a pessoa indicada

para falar disto. Queres deixar alguma men-sagem aos estudantes da Aurélia sobre a tua experiên-cia? O programa AFS é excelente, se quiseres experimentar algo novo. Eu sei que muita gente aqui conhece o ERAS-MUS: é similar, mas penso que o Erasmus seja mais cen-trado no estudo. Através do AFS, lidamos com uma família diferente – eu vivo com a minha “mãe” e o meu “irmão”, lido com uma vida diferente, tenho uma casa diferente. É uma experiência espetacular.

Dados de 2012

Islândia

Portugal

Área (km2) 102 000 92 345

Total de população 319 575 10 562 178

Densidade populacional (hab./km²) 3,1 114,5

Idunn Rünarsdottir

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Há quantos anos trabalha no ensino?

Comecei a trabalhar no ano de 1973-74. Enveredei pelo ensi-no depois de um curto período de trabalho na administra-ção de uma empresa multinacional. Ganhava muito bem e fui muito bem tratada, mas marquei uma entrevista com o Senhor administrador para agradecer a oportunidade que a empresa me oferecera e dizer que tinha plena consciência de que aquele trabalho não correspondia ao que chamei “a minha vocação”. Ainda me lembro da cara do bondoso se-nhor a dizer que compreendia e fazia votos para que conse-guisse encontrar o trabalho que correspondesse à minha vocação. Encontrei esse emprego dois meses depois quan-do me chamaram para aceitar um horário de professora de Inglês no liceu mais próximo de casa. Durante a minha vida de professora, ensinei várias discipli-nas: Língua Inglesa, desde iniciação até aos diferentes níveis da faculdade, em Portugal e nos Estados Unidos. Ensinei Cultura e Civilização Alemã e Cultura e Civilização Inglesa e fiz investigação em Linguística, tendo trabalhado principal-mente em Análise de Discurso e com Inglês para Fins Especí-ficos.

“ Hoje é primeiro dia do resto da tua vida” Sérgio Godinho

Texto de Rosa Costa (profª) e foto de António Carvalhal

J á vai sendo usual, infelizmente, o dizermos “até breve” a alguns colegas que pediram, ou a quem foi imposta, a interrupção da sua atividade profissional docente. E dizemos assim

porque, sinceramente, temos as maiores dúvidas de que a profissão lhes vire por completo as costas. Temos as maiores dúvidas, nós que ainda estamos no ativo, que algum dia se deixe de ser professor. Porque a investigação, a curiosidade, a leitura, o arrebatamento perante o novo e o inovador, o gosto por aprender, a melhor maneira de ensinar e confiar o que se sabe aos mais novos, nunca nos vão abandonar. É por isso que recusamos a palavra “reforma”. Será, antes, um “até já” sentido, com a imensa possibilidade de experimentar outras coisas, outros lugares, novas sensações, que é como quem diz, reencontrar uma nova forma de amar.

Este é primeiro depoimento de outros que esperamos dar-vos a conhecer.

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E na ESAS em particular?

Entrei na ESAS quando decidi voltar ao meu lugar do qua-dro, depois de uma vida de equiparações a bolseira e requi-sições de serviço, porque era uma boa escola e próxima de casa. Apercebi-me de que o ensino pós-secundário é bem diferente dos outros níveis de ensino. Até ao fim do secun-dário é o período de formação da pessoa. Vale a pena inves-tir o máximo de fé e esperança nos nossos alunos porque sabemos que, mais tarde ou mais cedo, esse investimento dará frutos. Entrei na ESAS em 1998, e desde então tenho podido constatar a forma como esses frutos têm sido pro-duzidos pelos nossos alunos. Aqui não ensinamos só conte-údos: ensinamos competências e vivemos os valores da nossa cultura. Nesta escola, com a sua direção, temos liber-dade e apoio de todo um grupo de pais, funcionários e cole-gas para praticar e exigir esses princípios.

O que lhe fica desta Escola? Que princípios a orientaram na atividade docente?

Na Aurélia de Sousa aprendi muito. Aprendi a trabalhar em equipa. Aprendi a trabalhar para atingir metas específicas. Aprendi a formar cidadãos do mundo. Aprendi a elevar a cultura portuguesa. A ensinar Inglês nesta escola aos nossos alunos e a coorde-nar os trabalhos do Clube Europeu da ESAS, tive experiên-cias maravilhosas. Levamos o nome da nossa escola, a nossa cultura e a nossa língua à Finlândia, Suécia, Dinamarca, No-ruega, Holanda, França, Martinica, Alemanha, Bulgária, Tur-quia, Grécia e Itália com a nossa presença. Colaboramos com os diversos países da União Europeia nos projetos do Clube Europeu, com o Chile através da Etienne, com vários países de África, Ásia, Médio Oriente e Américas nos proje-tos das Escolas Associadas da Unesco. Foi para mim um privilégio ter ajudado a contribuir para uma imagem que ficou de nós nas pessoas com quem trabalhamos e com quem convivemos. E foi sobretudo compensador sentir no olhar das pessoas diversas com quem contactamos que o que todos queremos é deixar o mundo por onde passamos um pouco melhor. Ainda sinto pedacinhos desses sorrisos na minha página do facebook.

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online

http://www.issuu.com(pesquisa: jornalesas)

Rua Santos Pousada, 1204— 4000-483 Porto Tel/Fax.: 225 024 938/ Tlm.: 911 710 979 Email : [email protected]

Que projetos pessoais tem para os próximos anos?

Ainda estou muito embrenhada no meu trabalho deste ano para poder planear o meu futuro. Há muitas teses de mestrado e doutoramento a serem escritas em Inglês que poderão bene-ficiar de ajuda na revisão da língua. Há muitos projetos de Vo-luntariado para complementar uma experiência de professor. A experiência que adquiri na Aurélia responsabiliza-me perante alguns dos problemas que a nossa sociedade atual enfrenta. É difícil prever o que o futuro nos reserva, mas vem-me à memó-ria uma frase batida: “Hoje é primeiro dia do resto da tua vida”. Como vê o futuro da Escola Pública?

A Escola Pública é o barómetro de uma sociedade justa. A ex-tensão da escolaridade obrigatória é uma conquista do nosso desenvolvimento social tornado possível pela contração demo-gráfica. Isto acontece num momento de crise financeira que nos torna todos menos afluentes, mas não necessariamente mais pobres em valores. Isto é, ficamos mais pobres economi-camente, mas mais solidários, mais percetivos aos outros, mais humanos. Mas esse processo não é fácil. E todos os destroços dos problemas sociais desembocam na Escola Pública: as famí-lias desestruturadas; as famílias de desempregados; as frustra-ções de jovens à deriva… A sociedade exige demais dos pro-fessores. Mas essa exigência exagerada deve-se ao facto de serem os professores aqueles em quem a sociedade confia para construir o futuro. Exige-se demais porque, como profes-sores, temos de dar o nosso melhor pelo nosso futuro comum.

N os dias que correm, a Educação assume um papel preponderante em toda a nossa vida, tanto na nos-

sa vida profissional como pessoal. Ao nível profissional, a nossa formação abre-nos todo um conjunto inimaginável de portas para a nossa carreira, assegurando-nos assim uma estabilidade no emprego e garantias económicas para todo o nosso futuro.

Todavia, atualmente, coloca-se uma questão fulcral quanto ao tópico acima referido: ter-se-á tornado o acesso ao ensi-no superior algo totalmente vulgar e, por conseguinte, algo que tem vindo a ser desvalorizado?

Podemos considerar diferentes aspetos na resposta a esta questão. Por um lado, o direito à educação é algo instituído na Constituição portuguesa, ou seja, o acesso à mesma deve ser universal. Contudo, não estaremos a tornar total-mente banal o ingresso na universidade? Uma consequência negativa disso mesmo verifica-se já nos dias de hoje: o au-mento do número de desempregados jovens com qualifica-ção profissional. Desta forma, julgo ser indispensável refor-mular ou, no mínimo, repensar o sistema de educação por-tuguês.

Tomemos como termo de comparação a doutrina indiana nesta questão. Na Índia, todo o ensino é desenvolvido com muitos menos recursos, mas apesar destes condicionantes, está entre os países que, possui melhores resultados ao nível do ensino superior. Neste tipo de países, o acesso ao mesmo é visto como um prémio e algo totalmente exclusi-vo. Todo este leque de características incentiva o estudo árduo e uma concentração máxima nas tarefas escolares. Muitos dirão que tudo isto se deve às características especí-ficas dessa mesma sociedade, mas, a meu ver, o sucesso não se limita a isso.

Porém, levanta-se outra questão em simultâneo: a difícil entrada dos novos ativos qualificados no mercado de traba-lho. Atualmente, a maior parte dos ativos portugueses são formados para depois emigrarem. Portugal como que for-ma e produz toda a matéria-prima para a jusante a desperdi-çar, não tirando qualquer proveito da mesma nem a curto nem a longo prazo. Isto deve-se à incapacidade de a econo-mia portuguesa criar novos postos de trabalho, através dos quais se possa tirar o máximo proveito desta mão-de-obra qualificada.

Em suma, o sistema de educação nacional necessita de ser todo ele reformulado com o intuito de o tornar mais eficiente e lucrativo para o nosso país. Apesar de se verificar uma desci-da abissal da taxa de analfabetismo nacional, Portugal não possui meios aptos para potencializar ao máximo a qualifica-ção dos seus ativos.

Ensino Superior em Portugal e no

Mundo André Monforte , 10º F

Page 12: JornalESAS abril de 2013

12

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Rua Aurélia de Sousa nº 49

21 de Dezembro de 2012 foi a data prevista para um aconte-

cimento catastrófico que iria mudar a vida da Humanidade

ou acabar mesmo com ela.

Quanto mais o tempo se aproximava desta data, mais os

cientistas apresentavam estudos e formulavam teses sobre

as profecias maias. Porém, as profecias maias não são úni-

cas, pois outras culturas e civilizações nos quatro cantos do

mundo previram acontecimentos semelhantes para a mes-

ma data, como os Hopi e Nostradamus.

O Calendário Maia foi criado com uma precisão inexplicá-

vel, pois permitia prever os eclipses milhares de anos antes

de estes acontecerem. Possui calendários diferentes (20 ao

todo), variando de acordo com três contagens diferentes

que ocorrem em simultâneo: El Tzolk’in (sagrado), de 260

dias, e Habb (civil), que possui 365 dias, divididos em 18

meses de 20 dias, com um período de 5 dias de azar no final

do ano, o Wayeb. Estes 5 dias constituem o Calendário Re-

dondo.

A terceira contagem designa-se por Contagem Longa e foi

utilizada por várias culturas mesoamericanas. Inicia-se,

segundo o nosso calendário, a 11 de Agosto de 3114 a.C.

Está organizada da seguinte forma: 1 dia corresponde a 1

kin, 20 dias a 1 winal (1X20 kin), 360 dias 1 Tun (18 winal);

7200 dias a 1 katun (20 tun) e 144 000 a 1 Baktun (20 katun).

Ao todo, a contagem está constituída por 13 Baktun’s e é

precisamente no dia 21 de Dezembro de 2012 que o último

Baktun termina.

Por que motivo surge o fim no 13º Baktun?

O que queriam os Maias “dizer” com esse fim?

Muitas perguntas e nenhuma resposta. Mais um enigma para resolver…

Webgrafia/ bibliografia

http://www.youtube.com/watch?v=yhPB5lw1Q-s

http://horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#Tzolkin

http://2012revelacao.weebly.com/calendaacuterio-maia.html

http://www.infoescola.com/civilizacoes-antigas/calendario-maia/

http://hypescience.com/profecia-maia-calendario-2012/

http://2012revelacao.weebly.com/calendaacuterio-maia.html

http://www.fimdomundo2012.com/profecias-2012/calendario-maia-2012.htm “ As grandes profecias da História” – Clube do Autor do Canal de História

2012 – O enigma Magda Mendes, 10ºH

J O R N A L E S A S ABRIL 2 0 1 3

Page 13: JornalESAS abril de 2013

13

H á três mil anos não havia explicações científicas para a

maior parte dos acontecimentos e fenómenos da na-

tureza, pelo que os povos da antiguidade atribuíam o governo

do mundo a divindades mais poderosas e mais antigas do que

os humanos.

No caso dos gregos, esses fenómenos eram atribuídos à vonta-

de dos deuses. Muitas vezes, quando havia tempestades ou

pouca produtividade da terra, os gregos achavam que os deu-

ses os castigavam por algo de mal que tinham feito e apressa-

vam-se a tentar remediar a situação e a rezar.

Os gregos acreditavam em deuses com forma, características e

sentimentos humanos (ódio, ciúme...) mas que tinham também

poderes sobrenaturais, como a imortalidade, a metamorfose, a

omnipotência e a omnipresença.

Os doze deuses principais, que eram adorados por toda a Grécia

e, segundo diziam, viviam no topo do monte Olimpo, eram:

Zeus, deus dos deuses, dos trovões e das tempestades; Hera,

deusa do casamento e dos céus, mulher de Zeus; Posídon, deus

dos mares e dos terramotos; Atena, deusa da sabedoria; Ares,

deus da guerra; Deméter, deusa das colheitas; Artemis, deusa

da caça e da Lua; Apolo, deus das curas, da música, da poesia e

do Sol, irmão gémeo de Ártemis; Afrodite, deusa do amor; Her-

mes, mensageiro dos deuses, deus das viagens e do comércio;

Hefesto, deus do fogo, das construções e do trabalho dos me-

tais e Dioniso, deus do vinho. Além destes deuses, os gregos

adoravam muitos outros, como Hades, Hestia, Pan e Hércules e

ainda semideuses e heróis.

Contrariamente ao monte Olimpo, havia um mundo subterrâ-

neo, submundo ou Hades, para o qual iam os mortos. Os heróis

iam para os Campos Elísios, os que tinham sido maus em vida

iam para o Tártaro e os que não eram maus nem bons iam para

a planície das abróteas. O deus que governava o submundo era

Hades, em conjunto com Perséfone, filha de Deméter, que tinha

raptado por se sentir sozinho.

Para explicar a origem do mundo, os gregos tinham diferentes

mitos. Num, o mais conhecido, diziam que no início havia só o

Caos, e que dele tinham nascido Gaia (a Terra), Tártaro (a região

debaixo da Terra), a Noite, o Dia e Urano (o céu). Gaia e Urano

tinham criado os titãs, sendo que o mais novo, Cronos, matou o

pai, ficando a governar o mundo. Cronos e Rea, sua irmã, cria-

ram os deuses, que, tal como Urano, guerrearam contra os ti-

tãs, vencendo-os. Noutros mitos, havia só um ovo cósmico, do

qual nasceu Phanes, que criou tudo o resto.

Cada um destes deuses e os seus feitos extraordinários fascina-

ram de tal maneira os homens, ao longo dos tempos, que foram

objecto de representação ao longo da história de arte, da litera-

tura, e também são a inspiração para muitas figuras míticas de

desenhos animados, brinquedos, cinema de animação e jogos

virtuais. A antiga religião grega tem sido objeto de estudo, des-

de tempos longínquos, mantendo ainda hoje o seu mistério e

fascínio.

Mitologia Grega Texto e ilustração de João Luís Carvalhal, nº 15, 7º E

13

Page 14: JornalESAS abril de 2013

14 J O R N A L E S A S ABRIL 2 0 1 3

Aldeia da Castanheira - Geossítio das Pedras Parideiras

P roporcionar o enriquecimento cultural – através do contacto

com o património natural preservado – foi um dos objetivos da visita de estudo realizada pelos alunos das turmas D e E do 7º ano. Organizada no âmbito das disciplinas de Ciências Naturais e de Geo-grafia, a atividade funcionou como um extraordinário “momento” síntese e de aplicação dos conhecimentos adquiridos

em contexto de aula. No Centro de In-vestigação e Interpretação Geológico de Canelas, os alunos puderam assistir a um filme sobre a “Vida das Trilobites” e participar numa visita guiada ao espaço museológico e à Pedreira do Valério, onde puderam exercitar de uma forma lúdica a “caça às trilobites”, bem como conhecer o modo de extração , labora-ção e características da ardósia, rocha dominante desta região. Da parte da

tarde, os alunos visitaram um dos maio-res afloramentos de pedras parideiras da Europa, na aldeia da Castanheira. Num miradouro desse local foi realizado um momento de observação reflexiva da paisagem envolvente, com enfoque na importância da preservação ambiental.

À descoberta das trilobites… e do Geossítio das pedras parideiras…..

Page 15: JornalESAS abril de 2013

E ntre estudantes como nós, sobretu-do entre aqueles que frequentam o

ensino secundário, reina uma grande preo-cupação relativamente à escolha da área profissional em que apostar no futuro. A grave crise económica que se vive na atua-lidade transforma a necessidade de definir um percurso profissional quanto antes em algo cada vez mais imperativo. E como saber que caminho seguir? Em primeiro lugar, além de ter olhos aten-tos à situação presente, é necessário alar-gar as nossas perspetivas para a sociedade do futuro. Segundo indicam alguns estu-dos científicos, esta irá mudar substan-cialmente no que se refere ao mundo do trabalho. Por esta razão, é funda-mental que a nossa decisão profissio-nal seja tomada de acordo com o que nos espera num amanhã que se adivi-nha mais próximo do que aquilo que possamos imaginar. Foi neste contexto que a empresa “Fast Future Research” lançou um relatório, denominado “The Shape of Jobs to Come”, acerca do possível cenário do mundo em 2030. As suas conclusões apontam para que esta seja uma nova era dominada pela extrema evolução da Ciência e da Tecnologia, ambas principais promotoras de um desenvolvimento sustentável do plane-ta, em que os mais importantes desafi-os – a pobreza, a água potável, o ambi-ente, a saúde pública, as mudanças climáticas ou as reservas de energia – vão estar no centro de tudo. Esta evo-lução científico-tecnológica irá impulsi-onar a inovação, transformar as indús-trias já existentes e criar novos setores de trabalho. Os estudos realizados indicam que profis-sões das mais variadas áreas irão surgir neste pequeno período de menos de vinte anos, muitas das quais são o perfeito refle-xo de uma sociedade completamente modernizada e voltada para a preservação do planeta. Analisemos alguns dos exemplos mais curiosos: Fabricante de partes do corpo (aparecimento provável: 2020) Devido aos grandes avanços realizados nas áreas dos tecidos celulares, da robótica e dos plásticos, a criação de partes do corpo de alta performance – desde órgãos a membros – vai ser brevemente possível, sendo necessária a existência de fabrican-tes, lojas e oficinas de reparação de partes

do corpo. Gestor/Consultor Especialista em Popula-ção Sénior (aparecimento provável: 2010) Profissional capaz de desenvolver um método de gestão para as várias necessi-dades, pessoais ou de saúde, da popula-ção mais envelhecida. Para isso, apresenta um conjunto de soluções médicas, farma-cêuticas, psiquiátricas e de fitness. Cirurgião de aumento da memória (aparecimento provável: 2030) Esta será uma nova categoria de médicos-cirurgiões, cujo papel será o de adicionar memória extra a pessoas que queiram a alargar as suas capacidades neste campo.

Será fundamental para auxiliar pessoas que estejam literalmente sobrecarregadas de informação ao longo da vida e que, simplesmente, não conseguem reter mais nada, o que leva a um “desligamento” sensorial. Profissional de ética para ‘novas ciên-cias’ (aparecimento provável: 2015) Acompanhando os avanços científicos acelerados, em campos como a clonagem e a nanotecnologia, uma nova geração de profissionais de ética poderá ser necessá-ria. Estes “profissionais de Ética na Ciên-cia” vão ter de estar por dentro de vários ramos científicos e ajudar a sociedade a fazer escolhas consistentes sobre que tipo de desenvolvimentos permitir. Pilotos, Arquitetos e Guias Turísticos Espa-ciais (aparecimento provável: 2015) Para integrar programas de turismo especi-

al que começam agora a surgir, serão pre-cisos pilotos especializados no Espaço e guias turísticos, bem como designers de arquitetura que permitam a habitação noutros planetas. Alguns projetos arquite-tónicos que estão atualmente a ser reali-zados incluem ideias para a existência de uma estufa em Marte e para veículos de exploração espacial. Especialista em reversão das mudanças climáticas (aparecimento provável: 2015) Devido ao avanço das ameaças e dos im-pactos das mudanças climáticas, uma no-va geração de engenheiros e cientistas poderá ser necessária para reduzir ou

reverter os efeitos das mesmas em lugares específicos. Estes profissio-nais necessitarão de aplicar um leque de soluções multidisciplinares, desde a colocação de limalhas de ferro nos oceanos à montagem de guarda-chuvas que desviem os raios solares. Polícia da Modificação Climática (aparecimento provável: 2020) O ato de “roubar” nuvens para fazer chuva já está a acontecer nalgumas partes do mundo e está a alterar pa-drões climáticos a milhares de quiló-metros de distância. A polícia de mo-dificação climática vai monitorizar e controlar esta atividade. Advogado Virtual (aparecimento provável: 2010) Como cada vez mais a nossa vida é realizada online, vão ser necessários especialistas que resolvam disputas legais que possam envolver cidadãos que residam em zonas de jurisdições legais diferentes. Desenvolvedores de Veículos Alter-nativos (aparecimento provável:

2010) Designers e construtores da nova geração de veículos de transporte que usem mate-riais e combustíveis alternativos. Pode o sonho de meios de transporte e automó-veis amigos do ambiente, que funcionem debaixo de água ou que voem, ser uma realidade dentro das próximas duas déca-das? Assistente Social para as Redes Sociais (aparecimento provável: 2015) Assistente social para aqueles que forem, de alguma forma, traumatizados e margi-nalizados através das redes sociais.

15

Profissões do futuro Irís Lima , 11ºH

http://danilocenzi.blogspot.pt/2010/12/futuro.html

Page 16: JornalESAS abril de 2013

N esses Círculos de Matemática

estão a ser organizadas, com

regularidade, sessões temáticas (ST) diri-

gidas aos alunos do ensino secundário e

promovidas por docentes do ensino supe-

rior e do ensino secundário.

Na fase de arranque o projeto conta com

a colaboração ativa de professores de

Matemática da ESAS que, para o efeito,

fundaram o Círculo de Matemática desta

escola. Já se realizaram quatro das oito ST

previstas para este ano letivo, assim como

a sessão de lançamento do projeto estan-

do desde já programada a sessão de en-

cerramento deste ano para o dia 1 de ju-

nho na Faculdade de Ciências.

A sala 11 tem sido o palco de todas as ST

realizadas até à data. Por ela têm passado

estudantes da nossa escola, da ES Alexan-

dre Herculano, E.S. Carolina Michäelis, ES

Filipa de Vilhena e ES Boa Nova, num total

de cerca de quarenta e cinco estudantes.

As sessões são independentes e cada

uma versará sobre um tema específico.

No início de cada sessão o docente intro-

duzirá o tema, de seguida espera-se que

este seja desenvolvido de forma dinâmica

pelos estudantes através de uma forte

componente prática mas com a constante

orientação do docente. Cada sessão terá a

duração máxima de duas horas. Todas as

sessões já realizadas assim como as futu-

ras têm lugar às quartas-feiras a partir das

17 horas.

Qualquer estudante interessado do ensino secundário da ESAS ou de outra escola pode participar desde que se inscreva, escrevendo para [email protected]

Próximas sessões

ST 5 –3 de abril – Processos iterativos e o problema “3x+1” pelo Doutor Jorge Rocha da FCUP ST 6 – 17 de abril – Em torno da fórmula de Euler: V – A + F = 2 pela Doutora Leonor Moreira da FCUP

ST 7 – 8 de maio – Tema a anunciar pelo Doutor Fernando Jorge Moreira da FCUP

ST 8 – 22 de maio – Tema a anunciar pela Doutora Lucinda Lima da FCUP

Encerramento 2012|13 – 1 de junho – Tema a anunciar pelo Doutor Assis Azevedo da Universidade do Minho

16

Círculos de Matemática é um projeto Escolher Ciência criado por professores do Departamento de Matemática da

Faculdade de Ciências (FCUP), do Centro de Matemática da Universidade do Porto (CMUP), da Escola Secundária Auré-

lia de Sousa (ESAS) e apoiado pela Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva. Tem como

principal objetivo criar uma extensão da universidade às escolas secundárias, construindo uma rede de círculos de ma-

temática de escolas secundárias que permita criar sinergias e partilhar experiências de formação e de extensão cultu-

ral. Deste modo pretende-se contribuir para a formação intelectual e para o desenvolvimento de aptidões matemáticas

dos alunos assim como estimular o gosto pela Matemática.

J O R N A L E S A S ABRIL 2 0 1 3

D e Janeiro até Março, durante

quatro sessões, sensivelmente

semana sim semana não, depois das

aulas de 4ª feira, a porta da sala A11

ficava aberta até que entrássemos to-

dos. Vindos de um pequeno lanche,

esperávamos um orador que nos falaria

sobre Matemática. A Razão Áurea, a

Intuição e a Matemática, o método de

indução matemática ou a resolução de

equações por meio geométrico foram

os temas apresentados por diferentes

professores do Departamento de Mate-

mática da Faculdade de Ciências da

Universidade do Porto.

Cada sessão, de cerca de hora e meia,

contava com a apresentação do tema a

que se subordinava por parte do Pro-

fessor, num ambiente aberto e descon-

traído, fazendo a sua relação com

exemplos do quotidiano ou conhecidos

em larga escala, e mostrando as suas

implicações no desenvolvimento cientí-

fico e tecnológico. Depois, a aplicação

com papel e caneta: foram-nos propos-

tos conjuntos de exercícios que melhor

ajudavam a entender os conceitos

aprendidos e, nalguns casos, um pro-

blema “dos grandes” que exigia, para

além de uns minutos de silêncio, refle-

xão em conjunto e discussão das mais

variadas hipóteses de resolução.

Tivemos, assim, durante estas primei-ras sessões, a oportunidade de, partindo de um novo conhecimento matemático recém-aprendido, apurar o nosso espíri-to criativo e abstracto, como convém no estudo da Matemática, e explorar novas formas de abordar problemas e desafios. Agora, esperamos pelas três próximas sessões, que decorrerão no terceiro período, abertas a todos quantos tive-rem interesse .

Henrique Vasconcelo, 11ºD

Page 17: JornalESAS abril de 2013

17

Ciência semana a semana

Escolher Química

E scolher Química é um projeto Escolher Ciên-cia criado por professores do Departamento

de Química da Faculdade de Ciências da Universida-de do Porto que envolve, entre outras, a Escola Secundária Aurélia de Sousa (ESAS), e é apoiado pela Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva. “Este projeto pretende motivar e mostrar aos jovens o fascínio, a importân-cia, a utilidade, o presente e o futuro da química. A Química apresenta inegáveis desafios, pela impor-tância que desempenha no nosso quotidiano, com um papel crucial na descoberta de novas formas de contribuir para o progresso e bem-estar da humani-dade. Para isso, o Departamento de Química e Bi-oquímica (DQB) da Faculdade de Ciências da Univer-sidade do Porto pretende empreender uma série de atividades de aproximação/geminação a Escolas do Ensino Secundário” (texto do projeto).

Robôs em movimento

R obôs em movimento é um projeto Esco-lher Ciência criado por professores do

Laboratório de Inteligência Artificial da Faculda-de de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e da Escola Secundária Aurélia de Sousa (ESAS), e é apoiado pela Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva. Procura-se que a ESAS possa expandir o seu projeto Ciência Viva Põe-te a andar robô e criar condições para que a escola possa participar no Festival Nacional de Robótica de 2014 e, quem sabe, no Robocup 2014. Para isso, serão realiza-das ações formação e de construção e progra-mação de robôs.

Ilustração de Teresa Viegas (profª) para LdC Solução deste desafio no facebook do Jornalesas— Maio 2013

Page 18: JornalESAS abril de 2013

18

F oi no passado dia 4 de fevereiro que uma ex-aluna, a

Joana Barreira, se disponibilizou para vir à ESAS a fim

de colaborar no projeto de Educação Sexual.

A Joana, uma mãe adolescente, veio parti-

lhar connosco, turma 10ºI, a sua experiência,

mostrando-nos o seu trajeto até aos dias de

hoje e respondendo às nossas dúvidas. Do

seu relato de vida podemos tirar uma grande

lição: por muito cuidadosos que nos julgue-

mos, nunca estamos preparados para prever

todas as consequências dos nossos atos,

pois ainda não temos uma responsabilidade

completa. Falou-nos de como num momento, com um simples

ato pouco refletido, todos os nossos planos podem ser com-

prometidos. Ela já não pode voltar atrás, mas nós ainda vamos

a tempo de esperar pela altura mais apropriada para passar

pela maravilhosa experiência de ser mães/pais.

Projetos como este, e uma educação

sexual para jovens bem explícita e sem

preconceitos, são completamente ne-

cessários, pois, com a quantidade de

informação com que somos bombarde-

dos, pensamos que já conhecemos bem

as regras do ‘jogo’, mas continuamos

profundamente equivocados.

Em suma, de hoje em diante o nosso lema vai ser “Usar sempre proteção dupla: pílula e preservati-vo”.

“Usar sempre pro-

teção dupla: pílula

e preservativo”

Uma história de vida Miriam Costa e Maria Cascarejo, 10º I

Joana Barreira com o filho

J O R N A L E S A S ABRIL 2 0 1 3

Page 19: JornalESAS abril de 2013

19

P ara comemorar o de contar com

a presença, no auditório da nossa

escola, da ativista da UMAR (União de

Mulheres Alternativa e Resposta) e tam-

bém, feminista, Andrea Peniche, com o

objetivo de nos dar a conhecer importan-

tes factos acerca da conquista deste dia e

dos direitos femininos, entre outros as-

petos.

Através de um discurso eloquente e

intimista, Andrea introduziu esta

elucidativa sessão com alguns da-

dos históricos relativamente à exis-

tência deste dia. Tudo remonta já

ao início do século XX, época em

que as mulheres conquistam final-

mente o direito ao trabalho assala-

riado. Dado que as suas condições

de trabalho se revelavam extrema-

mente precárias, originaram-se as

primeiras reivindicações no sentido

de as melhorar, reduzir o horário

de trabalho (de 16 horas para 10

horas diárias) e equiparar os seus

salários aos dos homens, sendo que

inclusivamente os primeiros chega-

vam a ser inferiores em dois terços

em relação aos segundos. É na

sequência destes protestos que, em

1909, se comemora pela primeira

vez o Dia Internacional das Mulhe-

res. No ano seguinte, é organizada

a primeira Conferência Internacio-

nal de Mulheres e Clara Zetkin,

socialista alemã, propõe a instituição do

Dia Internacional das Mulheres, embora

sem especificar uma data concreta. A 19

de março de 1911, o dia foi assinalado

em vários países da Europa.

Em 1917, a greve das operárias contra o

czar e contra a participação da Rússia na I

Guerra Mundial pôs em marcha a Revolu-

ção Russa, sendo que, após esta, Alexan-

dra Kollontai, líder revolucionária russa,

convence Lenine a fazer do dia 8 de mar-

ço um feriado oficial, em homenagem às

«heroicas mulheres trabalhadoras». No

Ocidente, a data foi comemorada até

1920, caindo no esquecimento Na déca-

da de 1960, esta data é recuperada pelo

movimento feminista.

Em 1975, as Nações Unidas celebraram o

dia 8 de março como o Dia Internacional

da Mulher, tendo sido dois anos depois

aprovada a resolução que instituiu ofici-

almente o Dia das Nações Unidas para o

Direito da Mulher e da Paz Internacio-

nal. É de salientar a união destas duas

celebrações, uma vez que denota o

carácter dos direitos das mulheres co-

mo direitos humanos que igualmente

são. Por esta mesma razão, foi realizada

uma conferência na cidade de Pequim,

em 1995, como forma de «assegurar a

plena implementação dos direitos hu-

manos das mulheres e das meninas

como parte inalienável, integral e indivi-

sível de todos os direitos humanos e

liberdades fundamentais».

A esta componente histórica da sessão,

seguiu-se um reflexão sobre o conceito

de “direito humano” e uma análise dos

vários artigos que compõem a Declara-

ção Universal dos Direitos Humanos e

que visam a igualdade de géneros. Veri-

ficámos que, apesar da existência desta

declaração, muitos dos seus direitos

não são cumpridos, nomeadamente a

nível da vida, liberdade e segurança

femininas. Artigos contra a escravatura,

tortura, casamento planeado,

discriminação salarial e à diferen-

ça na educação são desrespeita-

dos em todo o mundo, e os fac-

tos de que tivemos conhecimen-

to comprovam esta mesma reali-

dade. Através das palavras de

Andrea, tomámos conhecimento

de dados chocantes: estima-se

que 80% das 800 mil pessoas

traficadas anualmente em todo o

mundo sejam mulheres e meni-

nas, a maioria das quais (79%)

para exploração sexual; aproxi-

madamente, 100 a 140 milhões

de meninas e mulheres em todo

o mundo foram vítimas de muti-

lação genital; cerca de 60 mi-

lhões de meninas em todo o

mundo foram forçadas a casar

precocemente, antes dos 18

anos; as mulheres auferem cerca

de 82% da remuneração média

mensal de base dos homens; a

primeira experiência sexual de

30% das mulheres de todo o mun-

do foi forçada; cerca de 7 em cada 10

mulheres do mundo declara ter sofrido

violência física e/ou sexual em algum

momentos da sua vida; entre tantos

outros.

Concluímos desta forma que a Declara-

ção Universal dos Direitos Humanos é o

documento mais traduzido no mundo,

mas também o mais violado e está,

portanto, nas mãos de cada um de nós

garantir que os direitos humanos sejam

respeitados, sabendo que esse é o com-

promisso mínimo da cidadania conscien-

te.

Irís Lima, 11ºH

Page 20: JornalESAS abril de 2013

20

FORÇA RALPH!

Guilherme Amorim, 7º E

Diretor: Rich Moore

2012 - comédia - dur.aprox.101 min.

R alph é o vilão de um videojogo de 8-bit

que quer ser herói e obter algum reco-

nhecimento. Entretanto, acaba por provocar

danos noutros arcades do salão de jogos onde

vive.

Um filme interessante, embora sem grandes

espetadores, pelo menos em Portugal. Entrou

em novembro e saiu logo em janeiro, o que

demonstra que não teve grande sucesso co-

mercial. No entanto, o filme interessou-me na

medida em que o achei bem realizado, com

humor e uma história que nos prende: a perso-

nagem principal apenas tenta fazer perceber

que não é, só, um mau da fita. Embora despre-

zado por todos, Ralph tenta ganhar algum res-

peito dos colegas e uma medalha num videojo-

go.

Mas o melhor é não contar tudo e convidar as

pessoas a verem o filme.

film

e

N a minha opinião, esta obra de numerosos títulos - O porco

triunfante, O triunfo dos porcos, Animal Farm (o original), … entre outros ... é fascinante. George Orwell traz-nos uma lição de vida importantíssima, muito adequada aos dias de hoje. No decorrer desta história, os princípios iniciais foram sendo deixados para trás, ficando os chefes da quinta iguais aos anteriormente odiados e a que todos viravam as costas. O livro é recomendável a todas as ida-des, com vocabulário acessível aos que tiverem curiosidade de o ler. Dito isto, apelo a que leiam o livro e desfrutem do prazer que o conto vos irá trazer.

Animal Farm Luís Branco, nº 19, 7ºC

O livro é recente e creio que poucas pessoas o conhecem. É muito interessante, porque relata a vida de um menino de 10

anos, Óscar, que está com leucemia e prestes a morrer. Óscar conhece uma voluntária, a quem chama «Senhora Cor-de-Rosa», que se torna a sua melhor amiga. Ela é generosa, divertida, sincera e ambos nutrem um pelo outro uma amizade especial. En-quanto os pais dele lhe davam jogos para lerem as instruções e evita-rem falar da sua situação médica, Óscar descobre que está a morrer através de uma conversa que o Dr. Düsseldorf tem com eles. Junta-mente com a «Senhora Cor-de-Rosa», descobrirá uma estratégia para viver plenamente o pouco tempo que lhe resta. É que, mais impor-tante do que viver muito tempo, é saborear cada instante de vida, por breve que seja. Este livro lê-se muito bem, por ser breve e por estar escrito numa linguagem acessível, a que mais se ade-qua à perspetiva narrativa de uma criança. O autor dedica-o às crianças que estão do-entes no hospital, como este menino e os seus amigos Peggy Blue, Pop Corn, Bacon e Einstein.

Na minha opinião, esta histó-ria é uma grande lição de vida, abordando uma grande variedade de temas que inte-ressam a todas as idades, como a morte, a vida, a ami-zade, o amor, a fé… Aconse-lho todos a lê-lo: eu li e ado-rei.

Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa Eric-Emmanuel Schmitt

Mafalda Martins, nº 21, 7º C

J O R N A L E S A S ABRIL 2 0 1 3

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Capitães da areia

de Jorge Amado

Luís Branco, nº 19, 7ºC

O livro é extremamente interessante. Foi escrito por Jorge Amado e a ação passa-se na Baía, no Brasil. O

autor inspirou-se nos rapazes sem pai, mãe, irmãos… que são forçados a roubar para sobreviver. Todas estas infelizes crian-ças, marginalizadas pela sociedade, vivem debaixo de uma ponte guardadas pelo seu ídolo e exemplo, Pedro Bala, o chefe do grupo. Certo ano, chegou à Baía a peste, uma doença até há pouco incurável e que tinha dizimado milhares de brasileiros. Um dia, uma menina e o seu irmão chegaram ao trapiche, pois os seus pais tinham morrido desta doença. Esta menina tornou-se na mãe que nunca tiveram, tanto para os mais pequenos, como para os mais crescidos. No decorrer de um furto a uma residência, Pedro Bala e a sua amiga foram presos. A polícia contactou o pior estabeleci-mento de reabilitação do país. Devido ao tempo que lá passa-ram (antes de os amigos os resgatarem), a rapariga apanhou a peste, acabando por morrer dias depois.

A minha parte favorita foi quando o chefe do grupo “Capitães da areia” descobriu que o seu pai tinha lutado pelos direitos dos demais. De certo modo, também ele lutava pelos direitos humanos, neste caso pelo direito de ter um lar, e, mais impor-tante ainda, uma infância. Apesar de estar escrito em português do Brasil e de incluir passagens bastante sentimentais, o livro possui os ingredien-tes necessários para seduzir os leitores e constitui um docu-mento incomparável sobre as condições sub-humanas em que viviam ou vivem tantas crianças por esse mundo fora.

Um homem com um

garfo numa terra de sopas Jordi Sierra Fabra,

Ana Filipa, nº2, 7ºC

E ste livro não se encontra facilmente, mas a au-sência de reedição nada tem a ver com a sua

falta de interesse ou de qualidades para cativar o lei-tor. A obra tem pouco mais de 150 páginas, lê-se rapi-damente, pois, à medida que se vai lendo, mais curiosi-dade se tem em saber a conclusão da história. Fala-nos de dois irmãos, Isaac e Chema. Chema suicida-se sem motivo aparente e deixa uma carta, na qual está escrita a misteriosa pergunta: «O que faz um ho-mem com um garfo numa terra de sopas?». Para quem a lê, esta pergunta parece complicada, mas a resposta é muito simples. A obra encerra várias lições de vida com um grande significado: prova que o sucesso é muito pouco, quan-do confrontado com a honestidade e a solidariedade humanas, e que, quando estas deixam de existir, o próprio mundo que nos rodeia pode deixar de ter sen-tido. No decurso da leitura, a enigmática pergunta de Che-ma encontrará uma resposta: que eu descobri e tu também podes descobrir...

livr

os

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PU

BLI

CID

AD

E

C om esta série de artigos, vou ensinar – vos a trabalhar

com HTML (HyperText Markup Language). No final

desta série. Irão ser capazes de:

criar uma página com texto e títulos;

formatar uma página;

inserir imagens na página;

usar algumas tags do HTML..

Primeiro, precisamos de um programa para escrever o código.

Existem muitos, mas, para começar, aconselho o Bloco de No-

tas, que já vem com o Windows.

Criem uma pasta com o vosso nome, no vosso ambiente de

trabalho ou numa pen. Aí vão guardar todos os documentos

que fazem parte do site.

Abram o Bloco de Notas , cliquem no menu Ficheiro e, em

seguida, em Guardar como…

Vai aparecer uma janela. Aí procuram a vossa pasta e atribuem

este nome: index.html .

Esse vai ser o ficheiro de que o browser (programa usado para

aceder à internet como, por exemplo, o Internet Explorer ou o

Google Chrome) vai à procura quando lhe disserem para ir a

uma certa pasta.

Vamos começar a Programar!

A primeira coisa de que precisamos é que o browser saiba que

o ficheiro que está a ler é html:

Agora que já sabe que é html, temos de dizer ao browser onde

começa e acaba o código html e que tudo o que está no meio é

para ser lido.

<!DOCTYPE html>

<!DOCTYPE html> <html> </html>

J O R N A L E S A S ABRIL 2 0 1 3

Como Fazer um Site Parte 1

André Campanhã, nº 3, 7ºE

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C aros amigos e amigas: as tendên-cias da moda para esta primave-

ra/verão 2013 centram-se sobretudo na combinação de uma cor neutra com uma cor berrante para as mulheres, e na combinação do castanho-explorador com cor viva, mas discreta, para os ho-mens.

Hél

de

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moda

Page 24: JornalESAS abril de 2013

Os textos para a edição XXXV do Jornalesas foram redigidos segundo as novas normas do acordo ortográfico

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA

Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto

Telf. 225021773

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FICHA TÉCNICA

Coordenadores: Ana Amaro (profª), António Catarino (prof.), Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria João Cerqueira (profª) Equipa redatorial: António Catarino (prof.), Liliana Rodrigues (11ºG), Mafalda Monteiro (11ºG), Mariana Oliveira (11ºG), Magda Mendes (10ºH), Tiago Dias (11ºH) e Íris Lima (11ºH). Revisão de textos: Ana Amaro (profª), António Catarino (prof.), Mª João Cerqueira (profª), Íris Lima (11ºH) e Mariana Oliveira (11ºG). Capa: Carmo Rola (profª). Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª ). Outros colaboradores: Ana Filipa (7ºC), André Campanhã (7ºE), André Monforte (10ºF), Beatriz Lamares (11ºG), Henrique Vasconcelos (11º D), Antó-nio Carvalhal (profº), Carlos Morais (profº), Eduardo Cunha (9ºD), Frederico Oliveira (9ºD), Helder Cardinali (10ºG), Inês Bacelar (11ºH), João Luís Carvalhal (7ºE) , Jovens Repórteres para o Ambiente, Luís Branco (7ºC), Lugar da Ciência, Luísa Mascarenhas (Biblioteca), Mafalda Martins (7ºC), Miriam Costa (10ºI), Guilherme Amorim (7ºE), Manuela Violas (profª), Maria Cascarejo (10ºI), Mariana Viana (profª), Ricardo Ávila (11ºG), Rosa Costa (profª), Vitor Sarmento (prof.) e professoras estagiárias de matemática. Financiamento: Estrela Branca - Pão quente, pastelaria; Porto Alto - Pão quente , pastelaria; Helena Costa - Instituto de beleza; Não + Pêlo - Esté-tica ; Monells /Cerdiberus - Produtos alimentares e Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.

Editorial

abril. 2013 http:// www.issuu.com

(pesquisa: jornalesas)

P or vezes, um simplex pode tornar-se num ver-dadeiro complex. Esta frase poderia ser um

qualquer slogan de uma campanha publicitária sofrí-vel, mas já adquire toda a razão de ser se aplicada ao campo, que se tornou experimental, da Educação. Vem isto ao caso devido ao evidente declinar da quali-dade de vida da nossa comunidade escolar. Por causa dos seus recursos humanos? Não. Vamos por pontos e paulatinamente: temos todas as dúvidas de que a in-tervenção da Parque Escolar na nossa escola se tenha traduzido em algo de maravilhoso. Temos a sensação de que ou as salas diminuíram ou os tetos baixaram. O calor e o frio alternam nas «ofertas» de um clima artificial na sala de aula. Pior que isso, e para tornar verdadeiramente difícil a pro-fissão de docente, foi a decisão de aumentar os alu-nos por turma. Só a lógica de mega agrupamentos, de que ainda esperamos ver o resultado prático, pode acrescentar mais uns pontos a este facto. Já não é só a lógica económica que leva a esta deci-são. Suspeitamos que os gastos em materiais, eletrici-dade, água, e outras coisas, em muito ultrapassam as poupanças em recursos humanos que nos fazem falta, seja nos auxiliares de ação educativa, seja na adminis-tração das secretarias das escolas, seja nos professo-res. Estas pessoas fazem-nos falta. Pouco a pouco, vemos a nossa escola pública a soçobrar, sem que ninguém lhe acuda. A festa, essa, continua.