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EDIÇÃO MENSAL ONLINE ABRIL 2013 Notícias do ténis Esta newsletter foi escrita no âmbito do novo Acordo Ortográfico. FERNANDO CORREIA O novo número um Gastão Elias é o novo número um português no “ranking” ATP. Os 45 pontos amealhados no Portugal Open tornou-se no sexto tenista luso a atingir os quartos de final em singulares no Jamor permitiram ao tenista natural das Caldas da Rainha ultrapassar João Sousa na classificação mundial. Elias, cujo percurso retrospetiva-se nesta edição da Notícias do Ténis, deixou a Lourinhã aos 16 anos, para radicar-se nos Estados Unidos. Com 16 anos, conquistou o primeiro “Future”, no México. Há três anos, trocou o estado norte-americano da Florida pelo Brasil, residindo presentemente na casa do seu treinador, Jaime Oncins. Sob orientação do brasileiro, Elias, que regressou à seleção nacional na Taça Davis no Portugal-Lituânia, em abril, tornou-se no mais precoce tenista português até ao presente a registar o seu máximo no “ranking” ATP.

NT - abril 2013

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Notícias do Ténis - abril 2013

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EDIÇÃO MENSAL ONLINE ABRIL 2013

Notícias do ténis

Esta newsletter foi escrita no âmbito do novo Acordo O

rtográfico. FERNANDO

CORREIA

O novo número um

Gastão Elias é o novo número um português no “ranking” ATP. Os 45 pontos amealhados no Portugal Open — tornou-se no sexto tenista luso a atingir

os quartos de final em singulares no Jamor — permitiram ao tenista natural das Caldas da Rainha ultrapassar João Sousa na classificação mundial.

Elias, cujo percurso retrospetiva-se nesta edição da Notícias do Ténis, deixou a Lourinhã aos 16 anos, para radicar-se nos Estados Unidos. Com 16 anos, conquistou o primeiro “Future”, no México. Há três anos, trocou o estado

norte-americano da Florida pelo Brasil, residindo presentemente na casa do seu treinador, Jaime Oncins. Sob orientação do brasileiro, Elias, que regressou à seleção nacional

na Taça Davis no Portugal-Lituânia, em abril, tornou-se no mais precoce tenista português até ao presente a registar o seu máximo no “ranking” ATP.

2 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

A melhor promoção

EDITORIAL

Federação Portuguesa de Ténis

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Tel.: 214 151 356 Fax: 214 141 520 [email protected] www.tenis.pt

EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa. Coordenação: José Santos Costa

Gastão Elias atingiu os quar-tos de final de singulares no Portugal Open, o único tor-neio português no ATP World Tour e no circuito WTA, com uma designação nova, mas com a idêntica qualidade patenteada nas edições ante-riores do Estoril Open. Elias tornou-se no sexto representante do ténis portu-guês a jogar os quartos de final no torneio do Jamor. Nunca antes o tenista dispu-tou uma fase tão adiantada de um torneio do ATP World Tour. E comprovou que foi uma decisão absolutamente acertada a atribuição do “wild card” para o quadro principal de singulares da competição portuguesa, que, este ano, integrou apenas mais dois lusos: Pedro Sousa, também com convite, Rui Machado, o único português que logrou ultrapassar o exigente “qualifying”, e Maria João Koehler. O feito de Elias —cujo perfil se traça nesta edição, a pro-pósito de ser atualmente tam-bém o novo número um luso no “ranking” ATP — é, indubi-tavelmente, a comprovação da qualidade do ténis portu-guês. E nada melhor do que os cometimentos de lusos intramuros para a promoção

da modalidade. Indiscutivel-mente, atrai novos entusias-tas e, por outro lado, reforça a vontade dos muitos pratican-tes de ténis, sobretudo os que competem, alguns em fases adiantadas. Elias pertence à nova gera-ção do ténis português em masculinos, que, seguramen-te, nos dá garantias de um futuro risonho. Mas não pode-mos esquecer que o futuro se constrói com a memória do passado. Lembrar refe-rências do ténis português, que fizeram delícias de mui-tos espetadores no Estoril Open, é de elementar justiça. Atores que protagonizaram a melhor publicidade para a modalidade, no pó de tijolo do Jamor. Que levaram muitos jovens — como Gastão Elias — a sonharem um dia ali atu-rarem, também eles com o orgulho estampado no rosto e o desejo férreo de vencer. E, sabe-se, é o sonho que comanda a vida, parafrasean-do o poeta popular António Gedeão. Tal como João Cunha e Sil-va, Nuno Marques, Rui Machado, Frederico Gil (vice-campeão em 2010) e João Sousa, os cinco que atingiram anteriormente os quartos de final do Estoril Open, Elias foi igualmente ator de represen-tação segura, para uma audiência vibrante.

«Elias tornou-se no sexto

representante do ténis português a jogar os quartos

de final no torneio do Jamor»

VASCO COSTA

Presidente da Federação Portuguesa

de Ténis

FERNANDO CO

RREIA

De menino-prodígio a número um

3 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

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FERNANDO CO

RREIA

Com 16 anos, 2007 ficaria marca-do pelo terceiro lugar no Europeu de juniores e pelo primeiro triunfo no circuito profissional sénior ITF, em Ciudad Obregon, no México. Um êxito que aconteceu algum tempo depois da segunda presença de Gastão Elias na Taça Davis, no Holanda-Portugal (5-0), com o tenista natural das Cal-das da Rainha a ceder em singulares

e em pares, ao lado de Frederico Gil.

O ano de 2007 começa com a estreia na seleção nacional, no com-promisso de Portugal na Geórgia, na Taça Davis. Elias, simpatizante do Sporting, Real Madrid e Liverpool, foi chamado para o derradeiro encontro de singulares da eliminatória, que os

georgianos venceram por 3-2. Nesse mesmo mês de fevereiro, O jovem português alcança a final indivi-dual de uma prova “Future”, em Car-tagena (Espanha), mas não consegue

mais do que ser vice-campeão.

Gastão Elias é o novo número um português na classificação mundial. Aos 22 anos, o tenista, que deixou a Lourinhã ainda adolescente para apostar numa carreira no ténis, con-

cretizou um sonho. Por influência do pai, um apaixona-do pelo motocrosse, Gastão Elias começa a jogar ténis no Clube de Ténis de Peniche, com apenas quatro anos de idade, na altura com o sonho

de ser jogador de hóquei no gelo. Anos mais tarde, o desejo de fazer carreira no ténis levou-o aos Estados Unidos. Tinha apenas 16 anos e uma vontade enorme de aprender e triun-far. Com um contrato com a IMG, ingressou na academia de Nick Bolle-tieri, no estado norte-americano da Florida, afamada pelos campeões que “fabricou” desde 1978: Andre Agassi, Jim Courier, Monica Seles, Mary Pier-ce, Maria Sharapova, Venus Williams, Serena Williams, Martina Hingis e

Anna Kournikova, entre outros mais. Em 2006, Elias regressa a Portu-gal para estrear-se no Estoril Open, depois de lhe ter sido atribuído um “wild card” para o quadro principal de singulares. Frente ao russo Dmitry Tursunou, o português cedeu por 6-2 e 6-1 na primeira ronda, mas somou

os primeiros pontos ATP — cinco. Em outubro desse ano, ao lado de Pedro Sousa, disputa a primeira final no ITF Futures, em Ponta Delgada. O

par sagrou-se vice-campeão.

GASTÃO ELIAS regressou à Taça Davis no Portugal-Lituânia, em abril

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FERNANDO CORREIA

Ainda em 2007, Gastão Elias ven-ceu em singulares o torneio norte-americano Eddie Herr, considerado a maior competição do escalão, e foi “sparring-training” de Roger Federer

em Monte Carlo e em Zurique. No início de 2008, o tenista, que foi treinado por Luís Nascimento, alcan-ça a sexta posição no “ranking” júnior mundial. Não quebrou o recorde de João Cunha e Silva — número um júnior mundial, nos primeiros meses de 1985 — mas ultrapassou o segundo melhor registo de então, que era pertença de Frederico Gil

(décimo júnior mundial, em 2003).

De alcunha «Pepe»

Em 2008, Gastão Elias, “Pepe” de alcunha, inicia o ano com o segundo triunfo individual em “Futures”, no

North Miami Beach (Estados Unidos). Aventura-se em torneios de catego-ria “Challenger” e, em Moncton, no Canadá, supera o “qualifying” de sin-gulares e é travado pelo belga Xavier

Malisse nas meias-finais. Os 52 pontos amealhados na com-petição canadiana permitem a Elias a

entrada no “top” 500 ATP. Elias não conclui 2009 com bons resultados, ressalvando-se as meias-finais no “Futures” de Rochester, nos Estados Unidos, fase que atinge já

fora do “top” 500 ATP. Com a superfície “hard” como piso favorito, “Pepe”, afligido por proble-mas físicos, pretendeu inverter a ten-dência negativa e regressar aos bons

resultados no circuito profissional.

...

O seu agente, Bem Crandell, ques-tionou o brasileiro Jaime Oncins se tinha interesse em trabalhar com Gas-tão, que nutre um gosto especial por

viagens. “Tive ótimas referências. Sabia que tinha talento, que era muito trabalha-dor e que estava a voltar de uma lesão e que tinha perdido confiança”, referiu Oncins, em entrevista a Bola-

marela.com, em 2011. Jaime Oncins, que eliminou Ivan Lendl em Roland Garros (1992), acrescentou também que “Gastão é uma pessoa fácil de trabalhar, muito disciplinado e com uma grande vonta-

de de se dar bem dentro do ténis”.

Gastão Elias deixou Bradenton (Estados Unidos), onde reside Michel-le Larcher de Brito, e fixa-se no Brasil, na casa de Jaime Oncins, um dos elementos da equipa brasileira que eliminou a Alemanha de Boris Becker e a Itália e chegou às meias-finais da

Taça Davis, em 1992. “Trabalhámos muito para dar um padrão ao seu jogo”, vincou o treina-dor brasileiro, referindo, na altura, que estava convicto de que o tenista por-tuguês tinha “um caminho longo a

percorrer”.

...

Gastão Elias

Data de nascimento: 24 de novembro de 1990 Local de nascimento: Caldas da Rainha Residência: Brasil “Ranking” ATP atual singulares: 107.º * Melhor posição mundial singulares: 103.º, em 6 de maio de 2013 Títulos singulares ITF Futures: 4 Títulos singulares ATP Challenger Tour: 2 Participações na Taça Davis: 7 (5 jogadas) Melhor classificação júnior mundial: 6.º, em 1 de janeiro de 2008 * Em 13 de maio de 2013

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... A ligação a Oncins começou a dar frutos. No ITF Futures Porto Alegre, no Brasil, realizado na primeira sema-na de novembro de 2010, Elias alcan-ça as meias-finais em singulares, depois de duas rondas no “qualifying”, e nos pares (com o brasileiro Augusto

Laranja como parceiro). Na semana seguinte, ultrapassa também a fase prévia no “Future” de Barueri e a campanha no torneio bra-sileiro termina na final. Muito renhida, Elias não consegue superiorizar-se a Daniel Dutra da Silva, que conquistou o título após três partidas, concluídas

com 6-7 (0), 7-6 (3) e 7-6 (5). Adepto do “surf” — sempre que pode, pega na prancha e lança-se ao mar, para cortar as ondas —, Elias entra no novo ano com a vitória no “Future” de São Paulo. Nesse primei-ro dia de janeiro de 2011, o português junta o triunfo na final de singulares ao do encontro da qualificação do

“Challenger” paulista. Nova presença em finais de tor-neios ITF Futures em fevereiro, com mais um título em singulares, desta

feita em Cartagena, na Colômbia. Em março, outra discussão do título individual, em McAllen, no estado norte-americano do Texas. Elias foi

vice-campeão. Uma semana depois, em Guadalu-pe, volta a alcançar as meias-finais de singulares de um evento do ATP Challenger Tour, após o qual regres-sa a Portugal, para competir no seu torneio de eleição — Estoril Open —, onde, em 2005, realizou um “set” de exibição com Michelle Larcher de

Brito, na altura com apenas 13 anos.

Em setembro de 2011, Gastão Elias foi vice-campeão de singulares no “Challenger” de Belo Horizonte, no Brasil, depois de jogado no Open dos Estados Unidos pela primeira vez, logrando vencer uma ronda do “qualifying” na estreia em competi-

ções do “Grand Slam”. Depois dos quartos de final no “Challenger” de Campinas, igualmen-te no Brasil, Elias jogou outra final em torneios “Futures”, em São Paulo, mas não consegue somar o título de singulares frente ao brasileiro Júlio

Silva, que fechou com duplo 7-5.

Na primeira ronda do quadro princi-pal de singulares, o sortilégio do sor-teio colocou-o frente ao compatriota

João Sousa. No “Central”, o duelo português foi intenso. Sousa venceu o primeiro “set” no recurso ao “tie-break” (8-6) e Elias levou a melhor na segunda par-tida (6-3). Na etapa de decisão, o vimaranense estava em vantagem por 5-2 quando Elias caiu no fundo do “court”, com problemas musculares, acabando por desistir, após duas

horas e 32 minutos. Na altura, Gastão Elias, que gosta de futebol e de jogos de computador, já tinha entrado no “top” 300 mundial

(era o 270.º). ...

GASTÃO ELIAS soma quatro títulos individuais em torneio de categoria “Futures” e dois em “Challenger” até ao presente

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... Na primeira semana de novembro, “Pepe” joga a primeira final de pares no ATP Challenger Tour, ao lado de Frederico Gil, mas os dois portugue-ses não conseguiram arrecadar o troféu de vencedores em São Leopol-

do, no Brasil. Em singulares, Elias foi afastado na segunda ronda pelo líder de então do “ranking” do ATP Challenger Tour, o

português Rui Machado. Os dois encontraram-se em singula-res no “Challenger” de Buenos Aires, na Argentina, e Gastão eliminou-o nos quartos de final e só parou na final. Frente ao argentino Carlos Ber-loq, Elias voltou a adiar o primeiro

título. Em 2012, também não conseguiu o título na final do “Challenger” de São Paulo, disputada a 8 de Janeiro, e no derradeiro encontro do torneio de

Caltanissetta (Itália). Em Tampere, na Finlândia, registou a presença nas meias-finais de singu-lares e de pares, fazendo dupla com

João Sousa. Com o vimaranense, Elias jogou ainda as meias-finais do “Challenger” de Rio de Janeiro, em outubro, um torneio que constitui um marco na carreira do tenista nascido nas Caldas da Rainha, uma vez que venceu o primeiro título de singulares em com-

petições da categoria. A invencibilidade de Gastão Elias acabou por ser quebrada ao décimo encontro, na final do “Challenger” de Porto Alegre, em que conquista mais um título de vice-campeão em singu-

lares.

Com o norte-americano James Bla-ke e o suíço Roger Federer como ídolos durante o seu crescimento, Gastão Elias fechou 2012 posiciona-do em 139.º, seis lugares abaixo do melhor registo até então, o 133.º, em

29 de outubro. Semifinalista nos “Challenger” de São Paulo, em janeiro, e de Itajaí, em abril, Gastão Elias contabilizou o

segundo título individual em Santos. Número dois nacional, o diretor do Portugal Open, João Lagos, atribuiu-lhe um “wild card” para o quadro prin-cipal de singulares e a aposta foi bem sucedida: Elias atingiu os quartos de final e foi eliminado pelo suíço Stani-las Wawrinka, que se sagrou cam-

peão após vencer David Ferrer.

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No Portugal Open, venceu dois “top” 50 (Horácio Zeballos e Denis Istomin) e, pela primeira vez na sua carreira, jogou os quartos de final de

um torneio do ATP World Tour. Os 45 pontos somados permitiram-l he u l t rapassar João Sousa (regressou apenas em Madrid, no final da primeira semana de Maio, após lesão sofrida em abril) e atingir o estatuto de primeiro português no “ranking” ATP, estando a escassos lugares de entrar em Wimbledon sem

disputar a fase prévia. “Qualquer pessoa gostaria de ser número um no seu país. É uma recompensa por estes últimos resulta-dos e pelo trabalho que tenho feito”,

disse à agência Lusa.

GASTÃO ELIAS radicou-se há três anos no Brasil, onde conquistou o primeiro título individual em torneios de categoria “Challenger”

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Um recorde de 14 anos

Durante 14 anos, Nuno Marques manteve o registo máximo de um tenista português no “ranking” de sin-gulares do ATP, a 86.ª posição, alcan-

çada a 25 de setembro de 1995. Nuno Marques era também o único português que logrou figurar no “top” 100, uma vez que João e Silva ficou perto de entrar na elite mundial —

108.º, em 15 de abril de 1991. “Eu sei que o meu recorde vai cair”,

vaticinou Nuno Marques um dia. A 25 de abril de 2011, Frederico Gil, na altura treinado por João Cunha e Silva, atinge a melhor posição de sempre de um português na classifi-cação, com o 62.º posto, ultrapassan-

do o “histórico” Nuno Marques. No entanto, o recorde de Gil no “ranking” ATP não perdurou por muito tempo, acabando por cair a 5 de outu-bro de 2011, com o 59.º lugar regista-

do por Rui Machado.. Até ao momento, Rui Machado é o tenista português mais cotado de

sempre no “ranking” ATP. Gastão Elias é o número um portu-guês há duas semanas e sucedeu a João Sousa, que atingiu o estatuto a 10 de setembro de 2012. O vimara-nense esteve na condição de portu-guês mais bem cotado durante 34

semanas. Presentemente, Maria João Koehler é a tenista portuguesa com melhor posição no “ranking” WTA. Um posi-ção inédita da portuense, tetracam-peã nacional absoluta, treinada por

Nuno Marques.

Koehler suplantou Michelle Larcher de Brito a 19 de novembro do ano passado, que foi a melhor represen-tante do ténis português no circuito

profissional desde 2008. Radicada nos Estados Unidos, Michelle Larcher de Brito não conse-guiu igualar Sofia Prazeres e Frederi-

ca Piedade. As duas estiveram durante cinco anos cada na condição de número um portuguesa, Sofia Prazeres de 1993 a 1997 e Frederica Piedade de 2002 a

2006.

Michelle Larcher de Brito acabou por repetir a proeza de Ana Catarina Nogueira, número um portuguesa na classificação mundial durante quatro anos, no período compreendido entre

1998 a 2001. De resto, Michelle Larcher de Brito continua a ser a representante do ténis luso com a melhor posição de sempre. Com 16 anos, a portu-guesa, a primeira portuguesa a ven-cer um encontro do WTA Tour, posi-cionou-se em 76.ª, a 6 de julho de

2009.

Durante 14 anos, Nuno Marques foi português mais bem cotado no “ranking” mundial

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Gastão Elias é o tenista portu-guês que atingiu mais preco-cemente a melhor posição no “ranking” ATP. A 6 de maio deste ano, classificou-se em

103.º, com apenas 22 anos. Em 1996, Emanuel Couto também alcançou a posição mais alta na tabela mundial com 22 anos, mas fê-lo a seis

meses de completar 23. Elias festeja o 23.º aniversá-rio apenas em novembro, pelo que atingiu o seu registo máxi-mo mundial com 22 anos, cin-

co meses e onze dias. O mais velho tenista portu-guês a atingir o máximo pes-soal foi Rui Machado, que, a 5 de outubro de 2011, com 27 anos, ocupou a 59.ª posição, a

melhor de sempre de um luso. Frederico Gil, o primeiro tenista português a ultrapassar um milhão de dólares em pré-mios, foi 62.º, a 25 de abril do

mesmo ano, com 26 anos. Michelle Larcher de Brito, que continua a ser a portugue-sa mais cotada de sempre, e Joana Pedroso tinham 16 anos quando atingiram a melhor classificação no

“ranking” WTA. Larcher de Brito, nascida a 29 de janeiro de 1993, logrou o registo mais alto na tabela mundial com menos um mês

do que Joana Pedroso.

O mais precoce

FREDERICO GIL | 26 anos | 62.º (25/4/11)

RUI MACHADO | 27 anos | 59.º (5/10/11)

JOÃO SOUSA | 23 anos | 86.º (6/3/13)

NUNO MARQUES * | 25 anos | 86.º (25/9/95)

GASTÃO ELIAS | 22 anos | 103.º (6/5/13)

JOÃO CUNHA E SILVA * | 23 anos | 108.º (15/4/91)

EMANUEL COUTO * | 22 anos | 174.º (26/2/96)

LEONARDO TAVARES | 26 anos | 186.º (16/8/10)

BERNARDO MOTA * | 25 anos | 194.º (31/3/97)

PEDRO SOUSA | 24 anos | 213.º (13/8/12)

SOFIA PRAZERES * | 22 anos | 152.ª (9/6/97)

MAGALI DE LATTRE * | 24 anos | 334.ª (2/6/11)

CATARINA FERREIRA * | 24 anos | 456.ª (25/2/08)

ANA CATARINA NOGUEIRA * | 22 anos | 383.ª (2/10/00)

FREDERICA PIEDADE * | 23 anos | 142.ª (15/5/06)

MARIA JOÃO KOEHLER | 20 anos | 102.ª (25/02/13)

MICHELLE LARCHER DE BRITO | 16 anos | 76.ª (6/7/09)

NEUZA SILVA * | 25 anos | 133.ª (6/7/09)

JOANA PEDROSO * | 16 anos | 488.ª (3/9/90)

TÂNIA COUTO * | 20 anos | 345.ª (12/4/93)

REGISTOS MÁXIMOS DOS TENISTAS PORTUGUESES NOS «RANKINGS» ATP E WTA

Masculinos Femininos

NEUZA SILVA, número um portuguesa em 2007, tinha 25 anos quando regis-tou a melhor cotação no “ranking” WTA

FLÁVIO SANTO

S

* Não se encontram em atividade ...

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Balão de ensaio O primeiro trimestre do ano teve duas novas regras no circuito ATP. A título experimental, foi ensaiado nos torneios do ATP World Tour e do Challenger Tour um período de 25 segundos para quem serve recolocar a bola em

jogo e a abolição do “let”. Estas duas regras tiveram uma aplicação restrita nos eventos ATP. Nas provas do “Grand Slam” (até agora, apenas se jogou o Open da Austrália), na Taça Davis, na Fed Cup e nos torneios “Futures” e do ITF Junior manteve-se a repetição do serviço no “let” e os 20 segundos na repo-sição da bola em jogo entre pon-

tos.

O ensaio das duas regras suscita a questão central: o que o ténis benefi-cia? Nesta página e na seguinte, Gas-tão Elias, João Sousa e Rui Machado

expressam a sua opinião. O número um português, Gastão Elias, discorda da regra dos 25 segundos, opinando que deveria haver regras comuns a todos os tor-neios, pois não constata “outros des-portos com diferenças nas regras

dependendo das competições”.

“Não era preciso ser aplicada esta regra”, sustenta o tenista português mais bem cotado na atualidade, jus-tificando que, “dependendo dos pon-tos, os árbitros poderiam ser um pouco mais flexíveis, porque todos os pontos são diferentes”. O tempo excedido é penalizado com um “warning” e Elias refere que, nos torneios que disputou com as regras em vigor, assistiu a um aviso do árbitro por encontro.

No entanto, salienta que “nunca houve problemas entre o árbitro acerca disso”. Gastão Elias lembra que “os 20 segundos que a ATP tinha como regra no intervalo entre pontos num jogo — comum aos torneios do “Grand Slam” e os sob a égide da ITF — eram bastante flexíveis”.

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“A regra foi feita para acabar com essa flexibilidade, porque, anterior-mente, havia vezes em que se chega-va aos 30 segundos até ao primeiro

‘warning’”, afirma. João Sousa vinca que “a regras dos 25 segundos já existe há vários anos”, mas ressalva que “nunca foi seguida à risca por parte dos árbi-

tros”. “Este ano, decidiram ser mais restri-tos neste aspeto e, tanto para os jogadores como para os árbitros, foi uma mudança drástica, uma vez que os jogadores têm várias rotinas nesse tempo. Como se sabe, as mudanças custam às vezes a ser aceites”, frisa o

vimaranense. O tenista português, radicado em Barcelona desde os 15 anos, alude à “tensão por parte dos árbitros” pelo facto de terem de ser mais rigorosos e observa que “vários jogadores se

queixaram devido aos ‘warnings’”. “Ao pr incíp io, levei a lguns ‘warnings’, mas nunca fui penalizado com ‘point penalty’ [após reincidên-cia]”, refere João Sousa, que desco-nhece o motivo que levou a mudar a

regra no âmbito da ATP. Rui Machado defende uma uniformi-zação de regras nas provas organiza-das pela ATP e pela ITF, uma vez que, acentua, “não faz sentido existi-rem regras diferentes para o mesmo

desporto”. “Penso que é um problema político entre as duas entidades. Há muito que defendo que as regras da ATP e da ITF deveriam ser uniformizadas”,

salienta. Machado argumenta que “em encontros de muito desgaste físico é

preciso controlar bem os tempos”.

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“Ficamos com menos margem para ir à toalha secar o suor e para recupe-rar fisicamente para o ponto seguin-

te”, acrescenta.

Repetir o serviço Gastão Elias acha “muito interessan-te” a abolição do “let” nos eventos ATP e sugere “que pode ser uma

regra” com aplicação no futuro. “As vezes que joguei com essas regras não tive qualquer problema e achei que até é uma forma de jogar bastante interessante e sem pausas para repetir os serviços. Realmente gostei de jogar com essa nova regra”,

diz. Elias considera mesmo que o ténis não fica descaracterizado com a regra, pois é de opinião de que “todos

os desportos têm evoluções”.

“Por que não o ténis também?”, questiona, admitindo que a ATP “deveria implementá-la”, porque “é bastante injusto o sacador repetir o serviço só por a bola ter raspado na

rede”, o que é uma questão de sorte. No entender de João Sousa, “a ideia do ‘let’ não é descabida”, porque “o ténis é dos poucos desportos que, ao longo dos anos, teve poucas

mudanças”. “A ATP pretende que o ténis seja

mais rápido”, refere. Rui Machado tem opinião contrária, afirmando que “será mais uma ideia

que não irá para a frente”. “É o trabalho das entidades que gerem a modalidade fazerem evoluir a modalidade através das regras, mas a tradição do ténis é de tal maneira forte que se torna muito difícil alterar”,

diz. A ATP terá a palavra em breve.

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A tenista Luísa Gouveia sagrou-se vice-campeã europeia individual na categoria de mais de 50 anos. Mais um título internacional que enriquece o palmarés pessoal, numa modalida-de que faz “parte da vida e das roti-nas” da investigadora no LNEG (Laboratório Nacional de Energia e

Geologia). Em Sof ia , na Bulgár ia , a “embaixatriz”, como é conhecida além-fronteiras, somou o 16.º título euro-peu, a que junta cinco medalhas de bronze. A nível mundial, contabiliza

duas medalhas de bronze. “Este Europeu foi, mais uma vez, um prémio para a dedicação, o esfor-ço, a disciplina, a organização e algum sacrifício”, refere Luísa Gou-veia, que apresenta como melhor “ranking” no circuito ITF Senior o ter-

ceiro posto (7 de agosto de 2006). Na final, realizada no primeiro domingo de maio, frente à holandesa Liselot Prechtel, a mais cotada no escalão de +50 anos presente em Sofia, Luísa Gouveia não conseguiu superar a adversária e cedeu em dois

“sets”, por 6-3 e 7-6 (7). “Senti uma enorme felicidade por ter atingido a final e muito contente pelo ténis que joguei. Na final, joguei um ténis solto, ofensivo, criativo, diversifi-cado e confiante. Daí a minha satisfa-ção. Mas o ambiente da final não foi simpático, porque estava a jogar com uma jogadora terrivelmente arrogante e muito anti-desportiva”, recorda Luí-sa Gouveia, sem deixar de assinalar a

“inexperiência da árbitro de cadeira”.

A embaixatriz

Luísa Gouveia nota que partiu para o Europeu (em oitavo no “ranking”) “com alguma dose de confiança e otimismo”, porém sem “ter demasia-das expetativas” que pudessem a

“pressionar demasiado”. Na preparação para a competição na capital búlgara, a tenista portugue-sa admite que não alterou as suas “rotinas de treino” nem adotou qual-

quer plano específico. “Treinei ao mesmo ritmo”, afirma a

tenista, campeã ibérica por 22 vezes.

LUÍSA GOUVEIA, campeã nacional de veteranos por 13 vezes em singulares, somou o 16.º título europeu, o primeiro no escalão de mais de 50 anos

...

Salientando que o “ténis português está hiper carenciado de títulos impor-tantes” e “de campeões que incenti-vem os mais novos”, Luísa Gouveia lamenta que a conquista deste título não provoque qualquer mudança na modalidade em Portugal, no que se refere a “patrocínios e apoios ou no

estatuto de alta competição”.

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“Falta de patrocínios? Falta de apoio? Falta o ténis ser como o fute-bol? Falta de dedicação, espírito de sacrifício?”, questiona Luísa Gouveia sobre a realidade, defendendo ainda que falta em Portugal “torneios de

veteranos de grau 2 ou mesmo 1”.

O pilar de equilíbrio O ténis “faz parte da vida e das roti-nas” de Luísa Gouveia, que conti-nuará a praticá-lo “até ao corpo o permitir, tanto a nível motor como

inteletual”. “O ténis constitui um dos meus pila-res de equilíbrio, tais como a minha profissão, a minha família, os meus amigos e… a dança. No ténis, o treino equilibra-me o físico e a mente e pro-porciona-me uma energia e uma vita-lidade essencial à minha existência, ao meu dia a dia. Alivia-me do ‘stress’ e das ansiedades”, declara Luís Gou-

veira. Diariamente, a tenista realiza uma sessão de treino de duração entre

uma a uma hora e meia. “As pessoas ‘normais’ param para almoçar, eu paro para treinar. Depois, como umas bolachas ao volante ou em frente do computador. É tudo uma questão de organização e de boa

gestão de tempo”, acrescenta. A vida de Luísa Gouveia tem o ténis sempre presente, pois esgota “as férias e o salário para jogar torneios internacionais”, sem patrocínios (há uns anos foi patrocinada por uma instituição bancária) e somente com

apoio em material (Dunlop).

... D.R.

LUÍSA GOUVEIA treina diariamente, em sessões que têm a duração de uma hora a uma hora e meia

- Duas medalhas de bronze nos mun-

diais, pares femininos, +35 anos - Cinco medalhas de bronze nos euro-

peus, singulares, +40 e +45 - Campeã europeia, singulares, + 40 - Campeã europeia (“indoor”), pares

mistos - Vice-campeã europeia, singulares, +

50

- Vice-campeã europeia, pares femini-

nos, + 35 - Vice-campeã europeia em cinco oca-

siões, pares femininos, +40 - Vice-campeã europeia, pares mistos,

+40 - Vice-campeã europeia (“indoor”),

pares femininos, +40

Títulos mundiais e europeus de Luísa Gouveia

13 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Bárbara Luz, que completa 20 anos a 28 de maio, começou a jogar ténis

com seis anos de idade. Natural de Coimbra, ocupa presentemente a 608.ª posição no “ranking” WTA.

Atualmente a trabalhar com João Cunha e Silva, no CETO, Bárbara

Luz tem como melhor posição mundial o 499.º posto, em 11 de

junho de 2012. Em março deste ano, a terceira portuguesa mais bem

cotada na hierarquia mundial somou dois títulos de singulares consecuti-

vos no circuito ITF Women, os pri-meiros na sua carreira, em Hydera-bad, na Índia. Uma semana depois

de ter vencido Ankita Raina, Bárbara Luz voltou a superiorizar-se à indiana

e averbou o segundo triunfo no tor-neio de 10 mil dólares. Em abril, foi semifinalista individual em Antalya,

na Turquia, tendo se sagrado vice-campeã em pares, ao lado da

brasileira Beatriz Haddad Maia. No seu palmarés nos campeonatos

nacionais em singulares, Luz inscre-ve o nome na galeria das

vice-campeãs no escalão de sub-14, em 2007. Em sub-16, foi campeã por

duas vezes: em 2007 e 2008. Em juniores, soma igualmente dois títulos nacionais, em 2007 e 2011, enquan-

to em 2008 e 2009 foi vicecampeã. Em 2011, Bárbara Luz foi

vice-campeã no Nacional Absoluto. Em pares, foi vice-campeã de

sub-16 em 2007, com Filipa Correia como parceria. No ano seguinte, jun-

tamente com Ana Claro, conquistou o título no escalão, revalidado em

2008, ao lado de Margarida Moura, com quem venceu o Campeonato

Nacional de sub-18, em 2011. Em pares mistos, na categoria de

sub-16, foi campeã em 2006 (com José Carlos) e em 2008 (com Danyal

Sualehé). Em sub-18, Luz e José Carlos foram vice-campeões em

2007. Em 2008, ao lado de Manuel Marcelo, também se sagrou vice-

campeã em pares mistos.

O ténis é... a minha profissão, para a qual decidi dedicar-me de corpo e

alma.

Jogo ténis… porque me faz feliz.

O que mais gosto no ténis é...

competir.

O que mais detesto no ténis é…

perder.

Para mim, treinar é... acreditar que, trabalhando, posso atingir os meus objetivos, aproveitando o que

mais gosto de fazer.

O sucesso significa… atingir os objetivos. E o resultado de que todo o meu esforço e a minha dedicação

valem a pena.

No ténis, quero atingir... O “top”

50 WTA.

Depois de vencer um encontro... assumo que valeu a pena ter-me entregado de corpo e alma ao traba-

lho.

Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi... ter ganho os dois torneios ITF, de 10 mil

dólares, na Índia.

«Jogo porque me faz feliz»

E a maior tristeza no ténis... foi perder o Campeonato Nacional de

sub-14, em 2007, por lesão.

Se eu mandasse no ténis... tenta-va encontrar soluções/patrocínios, para apoiar efetivamente os novos

praticantes/talentos.

Em Portugal, o ténis precisa de...

mais organização e apoios.

Um ou uma tenista português no "top" 10 seria... seria bom para a

modalidade em Portugal.

Um bom treinador é... o que sabe perceber o atleta e o ajuda numa série de aspetos, dentro e fora do

campo.

O meu ídolo no ténis atualmente

é... Rafael Nadal.

O meu torneio preferido é... Wim-

bledon.

A minha superfície preferida é...

piso rápido.

No meu saco, não dispenso... elásticos, banana, barra de cereais, água, corda, caderno, plano de tra-balho físico, raquetas, toalha e sapa-

tilhas.

D.R.

Pessoal

& transmissível

Bárbara Luz

19 anos

14 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

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«Águas do Luso» e não só...

CARLOS FIGUEIREDO Jornalista

«TIE-BREAK»

«Quando, em 1983, se disputou

o primeiro torneio, já com um nível muito apreciável, ninguém sonharia

uma prova que veio revolucionar o ténis

português»

No momento em que o mítico Estoril Open deu o lugar a um parente prati-camente com a mesma nomenclatura, mas passando de Estoril Open para Portugal Open, é oportuno lembrar que, antes de jornadas internacionais que se tornaram célebres, já houvera, em Portugal, confrontos que se torna-riam lendários, com é o caso do sau-

doso “Água do Luso”, no Vimeiro. Com efeito, quando, em 1983, se disputou o primeiro torneio, já com um nível muito apreciável, sobretudo para o tempo em que decorreu, ninguém sonharia uma prova que veio revolu-cionar o ténis luso, mesmo tendo em conta algumas “guerrazinhas” em vários candidatos, pretendentes, mas

sem argumentação correspondente. Falemos, pois, do “Água do Luso”, por assim dizer a nossa mascote. Aconteceu em 1983, quando João Lagos se lembrou de que um Open, de boas dimensões para a época, poderia revolucionar a tranquilidade relativa que a raqueta portuguesa

manifestava já. Como dissemos, teria mesmo de ser uma iniciativa de João Lagos, nem sempre bem compreendida e,

em certos casos, criticada… Mas, vamos ao mais importante: essa competição ocupa um lugar irre-cusável na história da modalidade em

Portugal. Mesmo sem podermos adivinhar, na altura, o que viria a ser o seu

“netinho” mais querido, o tal Estoril Open, que, durante mais de uma vin-tena de anos, chamou a si a honra (e, de certo modo, algum proveito…) de fazer algo de transcendente para a épo-

ca. Em suma, houve três edições dessa sempre fresquinha “Água do Luso”, mais alguns torneios aparentados e com distintas designações, ao mesmo tempo que ia minando nos espíritos dos mais responsáveis aquilo que acabaria

por ser o Estoril Open. Para começar esse triénio no Vimeiro, houve uma peripécia que colocou à prova a enorme capacida-de de João Lagos e toda a sua equi-pa: nesse primeiro ano, o Outono apre-sentou-se geralmente chuvoso, a tal ponto que, depois de uma grande “seca” bem molhada, foi resolvido fazer as malas já perto da meia noite e meter o material nos carros, para vir jogar a Lisboa as finais de singulares e

pares. Já não nos recordamos rigorosamen-te, mas essa prova de nervos terminou cerca das três horas da madrugada, nas já excelentes infraestruturas cober-tas do CIF, no Parque Florestal de Mon-

santo. De toda a maneira, foi uma excelente experiência para a organização e tam-bém para jogadores e público em geral, que fez com que, para sempre, esse marco histórico perdure nas recorda-

ções de todos.

Associações Regionais

AÇORES ALGARVE ALTO ALENTEJO

AVEIRO CASTELO BRANCO COIMBRA

LEIRIA LISBOA MADEIRA PORTO

SETÚBAL VILA REAL VISEU