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JORNALISMO LITERÁRIO Prof. Ms. Eduardo Rocha

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JORNALISMO

LITERÁRIOProf. Ms. Eduardo Rocha

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CONCEITO

Especialização jornalística que utiliza as técnicas e

a linguagem literária para relatar os fatos.

Também conhecido como literatura não-ficcional e

literatura da realidade.

Enquadra-se no gênero que se classifica como

Jornalismo Diversional, também chamado de

“Jornalismo de Autor”. Jornalista dá aparência

romanceada a um fato real.

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MARCOS INICIAIS DA

LITERATURA NO JORNALISMO

Séculos XVIII e XIX na França e na Inglaterra quando

escritores de prestígio começam a escrever para jornais e

revistas, e até mesmo dirigi-los.

Folhetim como marco - era o principal instrumento desses

escritores nos jornais.

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CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO NORTE-

AMERICANO

Lead

pirâmide invertida

Factual

criação dos gêneros (matéria, manchete, artigo,

reportagem)

divisão do trabalho (profissionalização)

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CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO PRATICADO

NA ÉPOCA:

não profissional

não existia distinção entre jornalismo e literatura

opinativo (logo, menos factual)

ideológico (diferente do jornalismo norte-

americano (factual))

partidário

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MARCOS INICIAIS DA

LITERATURA NO JORNALISMO

Originário do termo francês

feuilleton, o folhetim não se referia

inicialmente à publicação de

romances.

Quando surgiu pela 1ª vez no

Jornal des Débats, era um tipo de

suplemento dedicado à crítica

literária. A partir de 1830, com a

eclosão de um jornalismo

popular, pautado na venda de

exemplares e seguindo a nova

lógica capitalista, mudou seu

conceito, passando a ser utilizado

para a publicação de narrativas

literárias de sucesso.

Um ótimo negócio para jornais,

escritores e anunciantes.

CARACTERÍSTICAS DO

FOLHETIM

Page 7: Jornalismo literario powerpoint

MARCOS INICIAIS DA

LITERATURA NO JORNALISMO

QUANTO AO GÊNERO

O folhetim é uma narrativa em

série, situado entre os gêneros

prosa , e romance.

QUANTO AO FORMATO

Publicado de forma parcial e

sequenciada em jornais e revistas

QUANTO À NARRATIVA

Ágil repleta de ações e com

ganchos para a atenção do leitor

CARACTERÍSTICAS DO

FOLHETIM

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MARCOS INICIAIS DA

LITERATURA NO JORNALISMO

Grandes nomes da literatura mundial

começaram nos folhetins:

- França: Honoré de Balzac, e Victor Hugo.

- Inglaterra: Charles Dickens e Walter Scott.

- Rússia: Dostoievski e Tolstoi.

- Brasil: Machado de Assis, José de Alencar, Joaquim

Manoel de Macedo, Raul Pompéia, Aloísio de

Azevedo, Euclides da Cunha, entre outros.

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GRANDES NOMES DA LITERATURA MUNDIAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS: -

* A Comédia Humana

(88 obras, incluindo “As

Ilusões Perdidas”)

* Mulher de Trinta Anos

BALZAC PRINCIPAIS OBRAS

Page 10: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA MUNDIAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* Nossa Senhora de

Paris (O Corcunda de

Notre-Dame)

* Os Miseráveis

VICTOR HUGO PRINCIPAIS OBRAS

Page 11: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA MUNDIAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* Oliver Twist

* Tempos Difíceis

CHARLES DICKENS PRINCIPAIS OBRAS

Page 12: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA MUNDIAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* Criador do verdadeiro

“Romance Histórico”

*Os Menestréis da

Fronteira Escocesa

* Ivanhoé

WALTER SCOTT PRINCIPAIS OBRAS

Page 13: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA MUNDIAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* Crime e Castigo

* Memórias da Casa dos

Mortos

* O jogador

DOSTOIEVSKY PRINCIPAIS OBRAS

Page 14: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA MUNDIAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* Guerra e Paz (invasão

napoleônica)

* Ana Karenina

TOLSTÓI PRINCIPAIS OBRAS

Page 15: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA NACIONAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* Dom Casmurro

* Memórias Póstumas de

Brás Cubas

* Quincas Borba

MACHADO DE ASSIS PRINCIPAIS OBRAS

Page 16: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA NACIONAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* O Ateneu

RAUL POMPÉIA PRINCIPAIS OBRAS

Page 17: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA NACIONAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* Iracema

* Lucíola

* O Guarani

* Senhora

JOSÉ DE ALENCAR PRINCIPAIS OBRAS

Page 18: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA NACIONAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* O Cortiço

* O Mulato

* Casa de Pensão

ALUÍSIO AZEVEDO PRINCIPAIS OBRAS

Page 19: Jornalismo literario powerpoint

GRANDES NOMES DA LITERATURA NACIONAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

1º passo no país:

1852 - publica Memórias

de um Sargento de

Milícias, nas páginas

do Correio Mercantil.

MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA PRINCIPAIS OBRAS

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GRANDES NOMES DA LITERATURA MUNDIAL

QUE COMEÇARAM NOS FOLHETINS:

* Os Sertões, publicado

no jornal O Estado de

São Paulo inicialmente

sob a forma de uma

série de reportagens e

posteriormente editada

em livro (1902)

EUCLIDES DA CUNHA PRINCIPAIS OBRAS

Page 21: Jornalismo literario powerpoint

NASCIMENTO DO

JORNALISMO LITERÁRIO

Aos poucos o romance ficcional é deixado de lado nos jornais. Surge um tipo de jornalismo que conversa com a literatura em termos de linguagem, mas narra fatos reais.

Começa a ser trabalhado nas redações dos grandes jornais americanos, durante as décadas de 50 e 60.

Esta nova forma de escrever a noticia ficou conhecida como New Journalism (Novo Jornalismo), a partir do ensaio “The New Journalism”, escrito por Tom Wolfe, em 1976, um dos criadores do gênero.

Segundo Wolfe, o New Journalism não surge intencionalmente. Os jornalistas que começaram a escrever reportagens dessa forma diferenciada não tiveram a intenção de criar um novo jornalismo.

Page 22: Jornalismo literario powerpoint

NASCIMENTO DO

JORNALISMO LITERÁRIO

Embora não tenha nascido de forma intencional, para

Edvaldo Pereira Lima (um dos principais estudiosos

brasileiros do gênero), esses jornalistas tiveram grande

influência da literatura de ficção européia do século

XIX, pertencente à escola do realismo social, que

caracterizou-se pelas longas e detalhadas pesquisas

de campo que os escritores faziam antes de escrever.

Antes de escrever um livro, o escritor inglês Charles

Dickens, por exemplo, realizava extensas pesquisas

sobre a linguagem, os tipos humanos e os costumes de

pessoas pertencentes às classes marginalizadas. Já o

francês Honoré de Balzac celebrizou-se pelo alto nível

de detalhamento que conferia às suas descrições de

ambientes.

Page 23: Jornalismo literario powerpoint

NASCIMENTO DO

JORNALISMO LITERÁRIO

Edvaldo Pereira Lima defende que o New

journalism americano foi a manifestação de um

momento do Jornalismo Literário. Isso quer dizer

que o Jornalismo Literário, enquanto forma de

narrativa, de captação do real, já existia antes e

continua existindo após o New Journalism.

Page 24: Jornalismo literario powerpoint

NASCIMENTO DO

JORNALISMO LITERÁRIO

Gay Talese, um dos representantes dessa

especialização, definiu esse tipo de jornalismo em

entrevista, em 2000, ao Jornal do Brasil:

“New journalism (ou narrative writing, que seja)

quer dizer apenas escrever bem. É um texto

literário que não é inventado, não é ficção, mas que

é narrado como um conto, como uma sequência de

filme. É como um enredo dramático digno de ser

levado aos palcos e não apenas um amontoado de

fatos, fácil de ser digerido.”

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CARACTERÍSTICAS

BÁSICAS

Emprego de técnicas literárias;

Profunda observação;

Profunda pesquisa de campo;

Criatividade;

Grande caracterização dos personagens;

Ambientação do fato narrado;

Fuga das regras do texto jornalístico;

convencional.

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CARACTERÍSTICAS

BÁSICAS

inserção de diálogos (com travessão)

descrição minuciosa (lugares, feições,

objetos)

descrição psicológica dos personagens

(sentimentos, emoções)

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CARACTERÍSTICAS

BÁSICAS

alternância de foco narrativo

Narrador Onisciente: O narrador conta a história

como observador que sabe de tudo. Geralmente

em terceira pessoa.

Narrador Onipresente – O narrador assume o

papel de uma personagem, principal ou

secundária. Geralmente na primeira pessoa.

Obs: não se deve confundir o autor com o narrador.

O autor é quem cria a história, o narrador quem

conta.

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GRANDES NOMES

Tom Wolfe: Em 1963, Wolfe entrou em contato com a revista Esquire, tendo em mente a idéia de um artigo sobre a febre de carros customizados no sul da Califórnia. O editor da revista, Byron Dobell, sugeriu que Wolfeenviasse a ele suas anotações, para que ambos pudessem trabalhar juntos no artigo.

Wolfe escreveu para Dobell uma carta dizendo tudo que ele gostaria de dizer sobre o assunto, ignorando todas as convenções do jornalismo.

Dobell simplesmente removeu o trecho "Caro sr.Byron" de cima da carta e publicou-a na revista como se fosse um artigo. Esse texto é considerado um dos inauguradores do estilo.

-

Tom Wolfe

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GRANDES NOMES

Gay Talese: autor de famosos livros reportagens e

coletâneas como Fama e Anonimato; A Mulher do

Próximo; Honrados Mafiosos; O Reino e o Poder

*** Fama e Anonimato: Batizada em sua primeira

edição brasileira como Aos Olhos da Multidão, trata-

se de uma coletânea de textos que Talese

publicou, após os anos 60, sobre pessoas

anônimas e famosas de Nova York em revistas

como Esquire e The New Yorker.

-Entre os longos perfis de anônimos traçados estão

os dos trabalhadores que, entre os anos de 1961 e

1964, ajudaram a construir a ponte Verrazano-

Narrows, que liga os distritos de Brooklyn e State

Island, em Nova York. Entre os personagens famosos

retratados destaca-se o polêmico perfil de Frank

Sinatra, intitulado “Frank Sinatra está resfriado”,

construído com primor, mesmo sem que Talese tenha

conseguido entrevistar Sinatra.

Gay Talese

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GRANDES NOMES

Truman Capote: jornalismo investigativo feito

com primor. Autor de livros como A Sangue

Frio, de 1966, que relata o brutal assassinato

de uma família na cidade de Holcomb, no

Kansas (EUA) (a narrativa trata da idealização

do crime à execução dos assassinos).

John Hersey: cobriu ambas as Guerras,

escrevendo artigos para a Time, Life, e The

New Yorker. Seu trabalho mais notável foi

Hiroshima, para o The New Yorker, sobre os

efeitos da bomba atômica naquela cidade

japonesa em 06/08/1945. O artigo, centrado

na história de seis vítimas do bombardeio,

transformou-se depois em um livro.

Truman Capote

John Hersey

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GRANDES NOMES

John Reed: além de jornalista, era ativista

político. Famoso pelo livro Dez dias que

abalaram o Mundo, sobre a Revolução de

Outubro, de 1917, em que os bolcheviques

tomaram o poder na Rússia. Fez a

cobertura dessa revolução in loco. É o único

americano enterrado no Kremlin, uma

homenagem pelo relato fiel que fez dos

fatos.

Ainda que não tivesse vivenciado a

Revolução, poderia escrever com

propriedade pela pesquisa que fez sobre o

tema.

Outros jornalistas literários de destaque:

Joseph Mitchell e Norman Mailer

John Reed

Page 32: Jornalismo literario powerpoint

A VERTENTE GONZO Nasce do New Journalism, mas tem muitas

singularidades.

Jornalistas dessa vertente, que surge por volta de

1966, aplicam técnicas ainda mais ousadas de

captação de dados para contar um fato. Enquanto

outros autores optavam por serem meras

testemunhas da ação, George Plimpton, John

Sack e Hunter S. Thompson preferiam participar

dela, de modo a serem capazes de entender mais

a fundo o assunto sobre o qual pretendiam

escrever, além de proporcionar ao leitor uma maior

proximidade com a experiência em si.

Page 33: Jornalismo literario powerpoint

A VERTENTE GONZO Thompson, o fundador do

novo estilo, autor do famoso

Medo e Delírio em Las Vegas ,

viveu durante 18 meses entre

os membros da gangue de

motociclistas Hell's Angels,

que resultou em uma grande

reportagem em 1965. Durante

esse período, participou

integralmente de todas

atividades da gangue, inclusive

de brigas e uso de drogas.

Hunter Thompson

Page 34: Jornalismo literario powerpoint

A VERTENTE GONZO No Jornalismo Gonzo o relato é assumidamente

subjetivo, sem pretensões de fazer uma abordagem

imparcial e de esconder convicções, medos,

ideologias, paixões, opiniões e interesses do

repórter que certamente influenciam qualquer material

jornalístico.

O jornalista abandona qualquer pretensão de

objetividade e se mistura profundamente com a

ação, daí a narração poder estar em primeira

pessoa. IMERSÃO E OSMOSE.

Outras características: ironia; linguagem despojada;

banalidade nas pautas escolhidas; jornalismo como

experiência pessoal, totalmente livre de regras.

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MARCOS INICIAIS DO NOVO

JORNALISMO NO BRASIL

Revista Diretrizes: Joel Silveira,

em 1943, publicou a reportagem

“Grã-finos em São Paulo”.

Resultado da observação direta

do repórter, contato pessoal e

entrevistas com fontes, a matéria

desvendava a vida mundana da

elite paulistana. Também se

destaca por suas grandes

coberturas sobre a II Guerra.

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MARCOS INICIAIS DO NOVO

JORNALISMO NO BRASIL

Revista Realidade (1966-1976):

considerada o principal veículo

brasileiro de jornalismo literário.

Abordagem criativa e ousada, com

matérias em primeira pessoa, fotos

que deixavam perceber a existência

do fotógrafo e design gráfico pouco

tradicional.

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OUTROS GRANDES NOMES

BRASILEIROS

Euclides da Cunha

João do Rio

José Hamilton Ribeiro

Caco Barcellos

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ALGUNS DOS VEÍCULOS ATUAIS QUE

TRABALHAM ESTA ESPECIALIZAÇÃO

Revista Caros

Amigos

Revista Piauí

Portal jornalirismo

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FONTES “Páginas Ampliadas”, Edvaldo Pereira Lima

“Jornalismo Literário”, Felipe Pena