52
0

José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

0

Page 2: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

1

José Carlos da Silva Cardozo

Jonathan Fachini da Silva

Wagner Silveira Feloniuk

Organizadores

II Jornada História da Infância,

Juventude e Família Caderno de Resumos

Rio Grande

2020

Page 3: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

2

© Dos autores.

2020

Arte da capa, Diagramação da capa, Formatação e

diagramação:

José Carlos da Silva Cardozo, Jonathan Fachini da Silva e

Wagner Silveira Feloniuk.

Imagem da capa: Escola do Posto Indígena Rodolfo Miranda,

1922, disponível em:

http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/20.500.121

56.1/5550

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A revisão e todas as opiniões e informações expressas em cada

um dos resumos são de inteira responsabilidade de seus

respectivos autores.

Page 4: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

3

II Jornada História da Infância, Juventude e

Família

Comitê Científico

Ana Paula Korndörfer - Universidade do Vale do Rio dos

Sinos (UNISINOS)

Bárbara Birk de Mello - Universidade Feevale

(FEEVALE)

Carmem G. Burgert Schiavon - Universidade Federal do

Rio Grande (FURG)

Cláudia Gisele Masiero - Pontifícia Universidade

Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)/ Universidade

Feevale (FEEVALE)

Daniel Alves Boeira - Academia de Administração

Prisional e Socioeducativa (ACAPS-SC)

Denize Terezinha Leal Freitas - Universidade Federal do

Pampa (UNIPAMPA)/Secretaria Estadual da Educação

(SEDUC-RS)

Fernando Ripe - Prefeitura Municipal de Porto Alegre

(PMPA)

Jonathan Fachini da Silva - Universidade Federal de

Pelotas (UFPEL)/Serviço Social da Indústria (SESI/RS)

José Carlos da Silva Cardozo - Universidade Federal do

Rio Grande (FURG)

Lisiane Ribas Cruz - Universidade do Vale do Rio dos

Sinos (UNISINOS)

Page 5: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

4

Renata Braz Gonçalves - Universidade Federal do Rio

Grande (FURG)

Rita de Cássia Grecco dos Santos - Universidade Federal

do Rio Grande (FURG)

Wagner Silveira Feloniuk - Universidade Federal do Rio

Grande (FURG)

Comissão Organizadora

Adriana Kivanski de Senna - Universidade Federal do

Rio Grande (FURG)

Haila Vilar de Paiva - Bolsista de IC/EPEC -

Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Jonathan Fachini da Silva - Universidade Federal de

Pelotas (UFPEL)/Serviço Social da Indústria (SESI/RS)

José Carlos da Silva Cardozo - Universidade Federal do

Rio Grande (FURG)

Júlia Silveira Matos - Universidade Federal do Rio

Grande (FURG)

Marcelo da Silva Alves - Bolsista de IC/CNPq -

Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Wagner Silveira Feloniuk - Universidade Federal do Rio

Grande (FURG)

Page 6: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

5

Realização

Grupo de Trabalho História da Infância e da Juventude

da Associação Nacional de História – Seção Rio Grande

do Sul (ANPUH-RS)

Programa de Pós-Graduação em História da

Universidade Federal do Rio Grande (PPGH-FURG)

Site do evento

www.jornadaijf.furg.br

Site do PPGH - FURG

www.ppghistoria.furg.br

Page 7: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

6

Sumário

Abertura...........................................................................7

Programação Geral.........................................................9

Mesas-Redondas – Títulos.............................................10

Simpósios Temáticos – Programação..............................12

ST 01 - Infância e assistência...........................................13

ST 02 - Infância e família no período colonial.................14

ST 03 - Família e sociedade..........................................15

ST 04 - Infância e Educação.........................................16

ST 05 - Infância, instituições e controle.........................17

ST 06 - Infância, instituições e suas representações........18

Simpósios Temáticos – Resumos..................................19

ST 01 - Infância e assistência........................................19

ST 02 - Infância e família no período colonial................25

ST 03 - Família e sociedade..........................................31

ST 04 - Infância e Educação.........................................36

ST 05 - Infância, instituições e controle.........................41

ST 06 - Infância, instituições e suas representações........46

Page 8: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

7

Abertura

presente caderno traz os resumos das

comunicações que serão apresentadas na

II Jornada História da Infância,

Juventude e Família que ocorre entre os dias 8 a 11

de novembro, de forma virtual, na Universidade

Federal de Rio Grande (FURG).

O Grupo de Trabalho (GT) História da

Infância e da Juventude da Associação Nacional de

História – Seção Rio Grande do Sul (ANPUH-RS),

foi fundado no ano de 2012 e por suas

especificidades foi acrescentado o eixo família entre

seus enfoques, visto o crescente interesse também

nessa área de estudos nas últimas décadas. No Rio

Grande do Sul, em particular, estudos sistemáticos

sobre infância, juventude e família na história

podem ser verificados a partir do século XXI,

quando esses temas de investigação começam a

fazer parte do programa de pesquisa de alguns

historiadores e historiadoras.

Passados oito anos da fundação e cinco anos

da realização da primeira jornada do GT, temos a

O

Page 9: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

8

alegria de organizar esse segundo evento com

participações de palestrantes internacionais e

comunicadores/as de várias regiões do Brasil e da

Argentina. Isso demonstra o crescente interesse nos

temas propostos e o avanço das Ciências Humanas

sobre os temas de estudo.

Assim, com imensa alegria desejamos que

esses momentos sejam de trocas de afetos,

conhecimento e, principalmente, valorização da

ciência. Em um ano de uma efeméride tão

importante - 30 anos da promulgação do Estatuto da

Criança e do Adolescente (ECA) - que possamos

construir juntos uma agenda de pesquisa para o

futuro.

Um bom evento para todos e todas!

Rio Grande/RS, novembro de 2020

Os organizadores e as organizadoras

Page 10: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

9

Programação geral

O link para as Salas Virtuais dos STs e para as

Mesas-Redondas estão disponíveis no site do evento.

Segunda-feira (09/11/2020)

14h - Simpósios Temáticos

19h15m - Abertura da II Jornada História da Infância,

Juventude e Família

19h30m - Mesa-Redonda “Infância e Direitos”

Terça-feira (10/11/2020)

14h - Simpósios Temáticos

19h30m - Mesa-Redonda “Juventudes e regimes de

repressão”

Quarta-Feira (11/11/2020)

14h - Simpósios Temáticos

19h30m - Mesa-Redonda “Tópicos sobre História da

Família na América Latina”

21h – Encerramento

Page 11: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

10

Mesas-Redondas - Títulos

Segunda-feira (09/11/2020) – 19h30m

Mesa-Redonda Infância e Direitos

Convenção sobre os Direitos da Criança: debates sobre

a construção da "criança universal" (1978-1989) Dra. Silvia Maria Fávero Arend - Universidade do Estado de Santa

Cataria (UDESC)

Direitos da criança e infância latinoamericana: uma

perspectiva a partir da Galeria de crianças da América

do Instituto interamericano del niño (anos 1970) Dra. Fernanda Bittencourt Ribeiro - Pontifícia Universidade Católica

do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Terça-feira (10/11/2020) – 19h30m

Mesa-Redonda Juventudes e regimes de repressão

Repressão, exílio e caminhos de vida: tornando-se

jovem no exílio, anos 1970-1990 Dr. Eduardo Silveira Netto Nunes - Centro Universitário Sant'Anna

(UniSant'Anna)

Traços da repressão: narrativas de adolescentes na

França ocupada pelos nazistas durante a Segunda

Guerra Mundial Dnda. Franciele Becher - Université Vincennes-Saint-Denis (Paris

8)

Page 12: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

11

Quarta-Feira (11/11/2020) – 19h30m

Mesa-Redonda Tópicos sobre História da Família na

América Latina

Clásico y Moderno. Pobreza estructural, desigualdad y

formas familiares en América Latina y el Caribe Dr. Ricardo Cicerchia - Universidad de Buenos Aires (UBA)

Entre mudanças e permanências: perspectivas sobre a

história das famílias no Brasil Dra. Ana Silvia Volpi Scott - Universidade Estadual de Campinas

(UNICAMP)

Page 13: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

12

Simpósios Temáticos - Programação

Segunda-Feira, 09 de Novembro

Início às 14h

ST 01 - Infância e assistência

ST 02 - Infância e família no período colonial

Terça-Feira, 10 de Novembro

Início às 14h

ST 03 - Família e sociedade

ST 04 - Infância e Educação

Quarta-Feira, 11 de Novembro

Início às 14h

ST 05 - Infância, instituições e controle

ST 06 - Infância, instituições e suas representações

***

Page 14: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

13

ST 01 - Infância e assistência Segunda, 09 de Novembro

Discursos civilizatórios e práticas assistenciais na

Província do Maranhão: a Casa da Roda dos

Expostos (1830-1870)

Rosyane de Moraes Martins Dutra (UNIFESP)

Filhos ilegítimos e o estudo da Roda dos Expostos em

Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis

Jurama Bergmann Vieira (UFF)

Exposição de crianças e assistência no período de

formação do Rio Grande do Sul (Séculos XVIII-XIX)

Jonathan Fachini da Silva (SESI-RS/UAB-UFPel)

O patronato agrícola Visconde de São Leopoldo e o

atendimento aos menores órfãos e desvalidos (1944 –

1960)

Maurício Pereira (UNISINOS)

Page 15: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

14

ST 02 - Infância e família no período colonial Segunda, 09 de Novembro

A infância vigiada: processos de menores na

Inquisição portuguesa

Marco Antônio Nunes da Silva (UFRB)

A trajetória do cirurgião Sebastião Gomes de

Carvalho (séc. XVIII) – notas introdutórias

Rogério Machado de Carvalho (UNISINOS)

“As crias da casa”: um estudo sobre as crianças

presentes nos róis de confessados de Porto Alegre nos

finais do século XVIII

Denize Terezinha Leal Freitas (SEDUC-

RS/UNIPAMPA)

“Era hum monstro com quatro pés, e quatro mãos”:

análise sobre algumas notícias impressas que

divulgavam o nascimento de corpos infantis anormais

(Portugal, século XVIII)

Fernando Ripe (CEIHE-UFPEL/Prefeitura Municipal de

Porto Alegre)

Page 16: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

15

ST 03 - Família e sociedade Terça, 10 de Novembro

Uma contribuição ao estudo das lutas sociais contra a

alienação parental (2007-2010)

Jacyara Mariz de Moraes (UNICAP)

Família na Contemporaneidade: o Contexto da

Infância e a Participação do Conselho Tutelar

Romulo Holanda de Oliveira Lemos (UECE)

A Família e o Serviço Social: algumas contribuições

acerca da intervenção do Serviço Social no âmbito

familiar

Camila Rachel Lira Silva (UFPE); Glauciene Farias

Rocha (UFPE)

Viúvas e órfãos no Juízo dos Órfãos de Porto Alegre -

Século XIX

José Carlos da Silva Cardozo (FURG)

Page 17: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

16

ST 04 - Infância e Educação Terça, 10 de Novembro

A infância cuiabana e os Grupos Escolares (1910-

1930)

Francine Suélen Assis Leite (UFMT)

Contornos de interiorização da educação na região do

nordeste paulista na transição dos séculos XIX-XX –

o caso de Ribeirão Preto/SP

Claudio Gonçalves da Silva Neto (USP/Liceu Albert

Sabin); Rafael Cardoso de Mello (USP/CBM)

Missão metodista no interior de São Paulo: política

da boa vizinhança e circulação pedagógica

transnacional

Felipe Ziotti Narita (CBM); Vitor Queiroz Santos (USP)

A transformação diária do aprender e ensinar: um

novo processo educativo.

Henrique Corrêa Lopes (UFN)

Page 18: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

17

ST 05 - Infância, instituições e controle Quarta, 11 de Novembro

Sob a égide do controle dos pobres: a trajetória

institucional de Cândido Motta e a idealização do

Instituto Disciplinar na cidade de São Paulo

Sérgio César da Fonseca (USP); William Kleyton Costa

(USP)

Fujões, vadios, de rua: um percurso de leitura sobre a

negação e a provocação da presença de meninas e

meninos nas vias públicas

Juliana Salles de Siqueira (USP)

Eugenia e infância. Internações no Hospital

Psiquiátrico São Pedro (Porto Alegre/RS, década de

1930)

Lisiane Ribas Cruz (UNISINOS)

A ciência da infância: higiene, ensino e disciplina na

Tese Médica de Agenor Augusto Ribeiro Guimarães

(1858)

Danilo Augusto Reinol (UFSCAR); Emerson Benedito

Ferreira (UFSCAR)

Page 19: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

18

ST 06 - Infância, instituições e suas

representações Quarta, 11 de Novembro

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

Adolescente de Novo Hamburgo e a construção

pública de si através do seu perfil no Facebook

Bárbara Birk de Mello (FEEVALE)

Los “únicos privilegiados” de la comarca: niñeces y

prensa local en la norpatagonia argentina durante el

peronismo, 1946-1955

Celeste De Marco (UNQ)

Los niños lectores en la revista Caras y Caretas.

Buenos Aires, principios del siglo XX

Viviana Vanesa De Melo (UNGS)

Fotografia documental e a construção da visualidade

da infância das camadas populares no Brasil na

década de 1980

Cláudia Gisele Masiero (FEEVALE)

Page 20: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

19

Simpósios Temáticos - Resumos

ST 01 - Infância e assistência Segunda, 09 de Novembro

Discursos civilizatórios e práticas assistenciais na

Província do Maranhão: a Casa da Roda dos

Expostos (1830-1870)

Rosyane de Moraes Martins Dutra (UNIFESP)

Resumo: A investigação pretende analisar os discursos

de assistência e proteção da infância no Maranhão, no

início do século XIX, onde o fenômeno do abandono de

bebês se intensificava. São Luís se embelezava com

suntuosas construções após a Independência do Brasil,

devido ao desejo de representar o luxo europeu na capital

da Província colonizada por franceses. Contudo, os

conflitos no campo, a escravidão, a moral religiosa e o

patriarcado trouxeram consequências como o infanticídio

derivado da exposição dos corpos das crianças nas ruas

da cidade, nas portas das casas e nas instituições de

caridade. A partir da análise dos discursos presentes em

jornais e documentos como ofícios, leis e relatórios, a

Page 21: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

20

pesquisa objetiva identificar no sistema de Roda dos

Expostos, implementado em instituições de caridade

como a Santa Casa de Misericórdia do Maranhão, os

dispositivos disciplinares para as crianças abandonadas.

A Roda, colocada nos muros dessas instituições,

funcionava como uma estratégia do poder local para

recolhimento das crianças expostas, e que incomodavam

a nobre sociedade provinciana (MARCILIO, 1998). Com

os resultados dessa análise, busca-se compreender os

discursos como monumentos (FOUCAULT, 1996), que

contribuíram com a proposta de governo das crianças

abandonadas na Roda, e que revelaram iniciativas não só

para higienizar a cidade, mas para moralizar a infância

maranhense.

Filhos ilegítimos e o estudo da Roda dos Expostos em

Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis

Jurama Bergmann Vieira (UFF)

Resumo: Durante o Brasil Colonial e Imperial qualquer

criança nascida fora do casamento sacramentado pela

Igreja Católica era considerada ilegítima. Essas crianças,

que encontravam diversas restrições jurídicas, tiveram

destinos variados. Algumas foram abandonadas em

Page 22: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

21

diversos cantos da cidade, outras foram deixadas na

Roda dos Expostos. O texto a seguir faz parte de uma

pesquisa em andamento que tem os filhos ilegítimos

como foco central, e neste fragmento do trabalho, vamos

refletir sobre as crianças expostas. Embora essa temática

ganhe destaque nos estudos regionais tendo,

principalmente, a História Comparada e Conectada como

base, queremos compreender a realidade brasileira dessas

crianças. Ainda que esse texto não esteja finalizado,

pretendemos esboçar e refletir sobre a atuação das Rodas

dos Expostos em todo o território brasileiro, rompendo

regionalismos.

Exposição de crianças e assistência no período de

formação do Rio Grande do Sul (Séculos XVIII-XIX)

Jonathan Fachini da Silva (SESI-RS/UAB-UFPel)

Resumo: No universo do Império português do período

moderno a exposição de crianças foi um fenômeno

comum, tolerado e amplamente aceito, inclusive nos

territórios coloniais. Não por menos que junto ao

processo de colonização dos novos territórios era

implementada a política de assistência às crianças

enjeitadas através de alvarás régios que forçavam as

Page 23: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

22

Câmaras municipais, em última instância, as principais

responsáveis por promover essa assistência. A presente

comunicação, nesse sentido, aborda como se deu a

administração da exposição de crianças por parte da

Câmara ultramarina do Continente do Rio Grande de São

Pedro no extremo sul da América Portuguesa entre os

séculos XVIII e primeiras décadas do século XIX. O

aporte teórico-metodológico consiste no cruzamento

nominativo de fontes, dados provindos tanto da

documentação eclesiástica quanto da documentação

camararia. Nossos resultados apontam que apesar das

Câmaras prestarem a assistência aos expostos havia

resistências e procurou-se exercer certo controle

àqueles/as que cuidavam essas crianças.

O patronato agrícola Visconde de São Leopoldo e o

atendimento aos menores órfãos e desvalidos (1944 –

1960)

Maurício Pereira (UNISINOS)

Resumo: Este trabalho é decorrente do projeto de

dissertação de Mestrado em História na Universidade do

Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS e tem como

principal objetivo realizar uma análise sobre a atuação do

Patronato Agrícola Visconde de São Leopoldo como

Page 24: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

23

uma instituição do século XX destinada ao atendimento

de menores órfãos e desvalidos. Esse estabelecimento

iniciou suas atividades em 1944 na cidade de São

Leopoldo/RS, funcionando como um Patronato Agrícola

e, posteriormente, como um Aprendizado Agrícola,

recebendo menores de diversas localidades e

proporcionando um trabalho de assistência e formação

agrícola. Para sua realização, esta pesquisa fará uso de

fontes documentais localizadas no arquivo da própria

instituição, que incluem ofícios, relatórios sociais,

boletins escolares, fichas individuais, o Livro de

Matrícula Escolar e demais arquivos. Esses documentos

serão utilizados por permitirem o acesso a informações

sobre os menores que foram enviados à instituição (de

onde eram provenientes, seus contextos de vida e

informações médicas sobre suas condições físicas e

mentais), casos que proporcionam importantes debates e

discussões, disciplinas que eram lecionadas e demais

informações que possam ser obtidas com a análise desse

conjunto documental. Neste estudo, pretende-se analisar

o trabalho que a instituição desenvolveu com esses

menores, conhecer o perfil dos alunos que eram

internados no local e identificar as políticas e ideias do

Page 25: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

24

século XX que orientavam o funcionamento desses

patronatos, partindo do foco de análise dessa instituição

de ensino específica, evidenciando de que maneira ela foi

influenciada por esses projetos e ideias vigentes.

Page 26: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

25

ST 02 - Infância e família no período colonial Segunda, 09 de Novembro

A infância vigiada: processos de menores na

Inquisição portuguesa

Marco Antônio Nunes da Silva (UFRB)

Resumo: Através da Bula Cum ad nihil magis, de 23 de

maio de 1536, se deu o estabelecimento da Inquisição em

Portugal. No que concerne ao tema que desenvolvemos

nesta comunicação, o Regimento de 1640, em seu Livro

III, título 1, item 12, trazia uma alteração em relação aos

anteriores: meninos menores de dez anos e meio e

meninas menores de nove anos e meio de idade não

deveriam abjurar. Estabelecia, porém, que a gravidade do

crime tornaria sem efeito a questão da idade, e assim, a

partir das idades acima mencionadas, até a de discrição, e

conforme o delito, abjurariam na mesa da Inquisição. O

estudo da história da família e da infância há muito se

revelou um campo extremamente fértil para o

entendimento das sociedades passadas. Em grande parte,

somos devedores do pioneirismo de Philippe Ariès, com

seu trabalho clássico História Social da Criança e da

Família, isso ainda na década de 1960, como já tivemos

Page 27: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

26

oportunidade de referir no início deste texto (ARIÈS, P.

História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro:

LCT, 1981). Os menores foram alvos prediletos do

Tribunal da Inquisição portuguesa, pois era fácil, por

meio deles, chegar aos “crimes” dos adultos. Esse fato é

nítido nos processos movidos contra centenas de meninas

e meninas, que foram parar nos insalubres cárceres

inquisitoriais por causa dos mais variados delitos.

A trajetória do cirurgião Sebastião Gomes de

Carvalho (séc. XVIII) – notas introdutórias

Rogério Machado de Carvalho (UNISINOS)

Resumo: Nomeado como primeiro cirurgião do Presídio

Jesus Maria José, no Continente de São Pedro, Sebastião

Gomes de Carvalho tem sua trajetória marcada por uma

ascensão social que não resultou de seu envolvimento

nas artes de curar, mas de sua atuação como vereador e

comerciante de couro. Nosso objetivo, nesse trabalho, é

compartilhar nossas primeiras reflexões sobre as diversas

estratégias utilizadas por Sebastião Gomes de Carvalho

para fazer parte da elite colonial. A partir de uma

metodologia alicerçada na micro-história, abordaremos

tanto suas estratégias matrimoniais, quanto sua atuação

Page 28: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

27

no comércio de couros, as quais permitiram sua ascensão

social e financeira e sua atuação como vereador. Para

isso, usaremos a documentação que compõe os Anais do

Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul (1977), bem

como a bibliografia de referência sobre a temática, dentre

os quais destacamos João Borges Fortes (1980; 1998 e

2001), Maria Luiza B. Queiroz (1987), Rachel dos

Santos Marques (2011) e Martha Daisson Hameister

(2006). Já Maíra Inês Vendrame (2016), Alexandre

Karsburg (2016) e Giovanni Levi (2016), nos conduzem

pelos meandros da metodologia utilizada.

“As crias da casa”: um estudo sobre as crianças

presentes nos róis de confessados de Porto Alegre nos

finais do século XVIII

Denize Terezinha Leal Freitas (SEDUC-

RS/UNIPAMPA)

Resumo: O presente estudo busca trazer algumas

reflexões a respeito das crianças que encontramos

listadas nos Róis de Confessados da Freguesia Madre de

Deus de Porto Alegre. Vale salientar que estes sujeitos

correspondem a um estrato social que não corresponde

aos filhos/as dos proprietários e nem estão dentro da

esfera da escravidão. São crianças que aparecem sem

Page 29: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

28

uma caracterização sobre o seu vínculo familiar,

condição jurídica, grau de parentesco e/ou demais

vínculos de trabalho ou permanência no fogo arrolado no

documento. Para realizar esta tarefa temos como fontes

principais fontes os Róis da Madre de Deus

correspondentes ao período do final do século XVIII.

Como aporte teórico metodológico nos valeremos da

análise quantitativa a partir da Demografia Histórica e da

História Social. De modo geral, podemos inferir algumas

hipóteses que nos remetem as possíveis origens destas

denominadas “crias da casa” e que indicam quão

dinâmica e plural eram as relações e os vínculos

familiares desta sociedade.

“Era hum monstro com quatro pés, e quatro mãos”:

análise sobre algumas notícias impressas que

divulgavam o nascimento de corpos infantis anormais

(Portugal, século XVIII)

Fernando Ripe (CEIHE-UFPEL/Prefeitura Municipal de

Porto Alegre)

A construção discursiva da figura do anormal, passou

necessariamente pela imagem do monstro. A ideia de

corpos com anomalias associados à figura do monstro

vigorou na Europa da Baixa Idade Média até o século

XVIII, com o principal intuito de revelar socialmente a

Page 30: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

29

existência de uma transgressão da ordem, dos limites, e,

portanto, um misto de espécies ou uma mistura de sexos.

Não foram poucos os enunciados possíveis de serem

constatados nos impressos que pretendiam compreender

as condições físicas e mentais e as condutas sociais

daqueles que hoje são frequentemente enquadrados e

denominados por doentes mentais ou deficientes físicos.

Em Portugal, é possível identificar um conjunto de

impressos do século XVIII que se interessaram, de algum

modo, a divulgar alguns desvios da infância. Partos

complexos e o nascimento de seres monstros, por

exemplo, eram, na grande maioria dos textos, citados

como evidência de algum tipo de desregramento moral.

Nesse sentido, a presente comunicação tem por objetivo

identificar e analisar uma série de notícias impressas que

circularam durante o setecentos, que reproduzia casos de

nascimento de seres monstruosos que chegavam, por

vezes a se aproximar do absurdo e da incredibilidade.

Tratados como casos especiais e extraordinários, a

divulgação desses raros nascimentos, despertavam

grande curiosidade, de modo que o surgimento de figuras

monstruosas foi comumente associado ao campo do

sobrenatural ou às práticas profanas. Até o momento,

Page 31: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

30

conclui-se que durante os séculos XVII e XVIII

prevaleceu uma rede discursiva religiosa, literária e

médica, que acionava enunciados sobre sujeitos

anormais, notadamente recém nascidas, condicionando-

as a um universo miraculoso.

Page 32: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

31

ST 03 - Família e sociedade Terça, 10 de Novembro

Uma contribuição ao estudo das lutas sociais contra a

alienação parental (2007-2010)

Jacyara Mariz de Moraes (UNICAP)

Resumo: Este artigo tem como objetivo destacar a

importância das lutas sociais que atuaram para garantir

os direitos das crianças e adolescentes, no tocante ao

combate da alienação parental. Partimos da concepção de

Thompson sobre a consciência de classe, fator que uniu

os indivíduos nestas lutas pelo fato de partilharem

vivências em comuns. Neste estudo, os grupos sociais

mobilizados tinham em comum o fato de serem pais ou

mães separadas, de caráter litigioso, onde um dos

genitores inconformados com a separação utilizava a

criança com o intuito de atingir o parceiro. Isso acontece

quando o genitor (alienante), que detém a guarda dos

filhos, começa a tecer comentários negativos para o filho

a respeito da imagem do outro genitor (alienado),

causando o que se entende por “alienação parental”. Este

fator resulta em uma violência psicológica, que é danosa

tanto para o parceiro que não detém a guarda quanto para

Page 33: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

32

a criança ou adolescente. Esta situação levou à formação

de grupos, cujos sujeitos envolvidos se uniram para

defenderem seus direitos. Temos como exemplo os

grupos: I) ONG Pais por Justiça e II) Associação

Brasileira Criança Feliz. A atuação intensa desses grupos

na sociedade, fez com que eles se tornassem movimentos

sociais a partir do momento que conseguiram sensibilizar

a Sociedade, o Estado e o Parlamento para a criação de

um dispositivo jurídico de defesa dos direitos das

crianças e adolescentes, através da criação de uma lei. E

em 26 de agosto de 2010 é promulgada a lei 12.318, lei

de combate à alienação parental. Passando assim, as

crianças a terem uma garantia legal para o bom

relacionamento com seus pais após uma separação

conjugal litigiosa.

Família na Contemporaneidade: o Contexto da

Infância e a Participação do Conselho Tutelar

Romulo Holanda de Oliveira Lemos (UECE)

Resumo: Este estudo tem como objetivo analisar um

contexto de construção comum e de um espaço de

interlocução entre as famílias e os conselheiros tutelares,

afim de contribuir com conhecimentos e no

desenvolvimento das competências na abordagem à

Page 34: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

33

família. A família é vista como um elo integrador das

ações e foco em diversos programas sociais no Brasil e

no mundo. A atuação do Conselho Tutelar na garantia de

direitos fundamentais não terá efetividade se este não

puder atuar no fortalecimento das famílias, sobretudo das

famílias vulneráveis, carentes de instrução, de

informações e de acesso de bens e serviços. É neste

contexto, que se insere o Conselho Tutelar da Criança e

do Adolescente, como órgão autônomo, não

jurisdicional, criado pela sociedade para zelar pelos

direitos dos seus usuários, sempre que estes direitos

estiverem sendo ameaçados ou violados. O

relacionamento entre conselheiro e a família é o motor

das vivências e dos diálogos que podem levar à

espontaneidade e a criatividade na organização das

dificuldades e possibilidades para solução dos

problemas.

Page 35: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

34

A Família e o Serviço Social: algumas contribuições

acerca da intervenção do Serviço Social no âmbito

familiar

Camila Rachel Lira Silva (UFPE); Glauciene Farias

Rocha (UFPE)

Resumo: O presente artigo trata de uma pesquisa

bibliográfica, cujo objetivo é fomentar o debate sobre

intervenções com famílias no atual contexto brasileiro.

Para tanto, será exposto o conceito de família ao longo

da história e como ela se configura na atualidade. Será

abordada ainda a relação da família com a política social

brasileira, e por fim, como têm sido realizadas as

intervenções dos assistentes sociais com as famílias nos

diversos serviços. Com base nessa explanação serão

apresentadas algumas alternativas de intervenção,

visando o atendimento das necessidades das famílias,

corroborando assim, para a efetiva garantia de direitos.

Viúvas e órfãos no Juízo dos Órfãos de Porto Alegre -

Século XIX

José Carlos da Silva Cardozo (FURG)

Resumo: A presente comunicação, à luz da História

Social, objetivou problematizar a relação entre as viúvas

e a Justiça, em especial, aquelas que recorreram ao Juízo

Page 36: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

35

dos Órfãos de Porto Alegre com a finalidade de pleitear a

tutela de seus próprios filhos ou netos; para realizar a

análise, foram investigados 952 processos de tutela

transcorridos na cidade de Porto Alegre, na segunda

metade do século XIX, selecionado o conjunto restrito de

ações envolvendo mulheres viúvas e desse extraídos

algumas ações que são representativas para desvelar que

as viúvas, mesmo sendo mães, tinham que passar por um

longo processo de averiguação judicial referente as suas

qualidades morais e sexuais.

Page 37: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

36

ST 04 - Infância e Educação Terça, 10 de Novembro

A infância cuiabana e os Grupos Escolares (1910-

1930)

Francine Suélen Assis Leite (UFMT)

Resumo: O presente artigo busca analisar como se deu o

processo de escolarização da infância nos grupos

escolares em Cuiabá. Destacar a infância e a

escolarização cuiabana é dar destaque para o processo de

ensino e a institucionalização das instituições escolares

em Mato Grosso. A infância cuiabana vivia a

simplicidade do interior e a intensidade do cotidiano

agitado da capital em desenvolvimento, brincar nas

calçadas, correr livre pelas ruas, era uma das maiores

riquezas que poderiam ter. Os Grupos Escolares foram

institucionalizados em Mato Grosso por meio da

Resolução nº 508, de 16 de outubro de 1908, porém,

apenas em 1910, esta modalidade de ensino foi

implantada, em Cuiabá os grupos escolares foram

responsáveis pela escolarização de grande parte da

população infantil, sua organização era graduada, o curso

durava 4 anos, esta modalidade funcionava se houvesse 8

Page 38: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

37

classes e 250 crianças em idade escolar. Os grupos

escolares foram fundamentais na alfabetização de muitas

crianças. A escolarização dessas crianças se deu em um

espaço em que os valores morais e cívicos eram

reforçados a todo momento, disciplina, respeito e

patriotismo eram os instrumentos principais na formação

do cidadão útil a pátria, como almejava o governo.

Contornos de interiorização da educação na região do

nordeste paulista na transição dos séculos XIX-XX –

o caso de Ribeirão Preto/SP

Claudio Gonçalves da Silva Neto (USP/Liceu Albert

Sabin); Rafael Cardoso de Mello (USP/CBM)

Resumo: O objetivo deste trabalho é compartilhar

algumas considerações produzidas pelos integrantes do

LEPINJE/USP (Laboratório de estudos e pesquisas sobre

a infância e juventude) sobre a interiorização da

educação no atual território paulista, em especial, na

cidade de Ribeirão Preto, na transição dos séculos XIX-

XX. Os autores pretendem abordar os processos de

educação (NARITA, 2016) tanto no seu sentido

institucional, de contornos escolares, como em outras

formas mais complexas manifestadas na civilização dos

corpos, nos códigos de postura urbano, nas definições de

Page 39: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

38

“normalidade”, cidadania, moral, etc. A definição do

referencial teórico desta abordagem parte das

contribuições de Wallerstein (1979) e Mombeig (1984),

respectivamente as noções de sistema-mundo e frente

pioneira, fundamentais em nossa leitura sobre a

interiorização; Elias (1993; 1994), Fonseca (2010) e

Narita (2016) foram amplamente utilizados para

contornos dos “processos de educação”, conceito

igualmente importante por se tratar de uma leitura da

educação como além-institucional. Do ponto de vista

documental, salientamos a presença de um vasto e

complexo conjunto de fontes primárias (plantas urbanas,

códigos de postura, processos-crime, periódicos,

fotografias, entre outras) que nos permite realizar tal

empreita, uma vez que a escola pública pretende ser

interpretada tanto na sua lógica interna (códigos, rituais,

cultura escolar) como extramuros (a que realidade a

escola se impõe?). Os autores compartilham resultados

de pesquisas anteriores do grupo selecionado e trazem

parte das considerações das investigações em andamento.

Apesar de não estarem fechadas, já é possível de certa

forma (inicial e indiciária) destacar o movimento de

interiorização do capital (cafeeiro) e da inserção dos

Page 40: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

39

grupos escolares no interior paulista como excludente,

mesmo na percepção da inclusão proposta pelo ethos

escolar e pelos desejos de uma Re(s)pública recém-

chegada no contexto de transição dos séculos XIX-XX.

Missão metodista no interior de São Paulo: política

da boa vizinhança e circulação pedagógica

transnacional

Felipe Ziotti Narita (CBM); Vitor Queiroz Santos (USP)

Resumo: A pesquisa analisa a interiorização de projetos

missionários e educacionais metodistas (norte-

americanos) no interior paulista, nos anos 1920 e 1940, a

partir da trajetória de Dina Rizzi, egressa das primeiras

escolas metodistas no Brasil e com formação superior em

instituições norte-americanas. Baseado em jornais e

comunicados da organização missionária metodista, o

texto enfatiza a formação de redes transnacionais,

dinamizadas por atores da sociedade civil em articulação

com instituições estatais, constituindo forças de

circulação sociocultural de repertórios educacionais no

período. A proatividade educacional do campo

missionário, então, é investigada à luz da “política da boa

vizinhança” dos Estados Unidos no continente,

oferecendo indícios da aproximação entre os países não

Page 41: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

40

apenas por meio de acordos políticos interestatais, mas

por meio da circulação sociocultural subsidiada pelo

campo educacional.

A transformação diária do aprender e ensinar: um

novo processo educativo

Henrique Corrêa Lopes (UFN)

Resumo: O presente artigo visa buscar algumas das

dificuldades pedagógicas no contexto educacional

brasileiro. A educação inicial no lar, juntamente com a

base familiar e sua continuação no ambiente escolar. O

crescimento da crítica sobre os programas de formação

docente com a finalidade de analisar as consequências da

deficiência das práticas pedagógicas de ensino para a

formação humana, tanto por parte do professor que é

encarregado da formação e indicação das práticas

estabelecidas na área educacional e sociopedagógica,

bem como o aluno implicado na inserção de ativo na

sociedade. Sendo transformado futuramente em um novo

componente do disputado mercado de trabalho, cada vez

mais voltado para profissionais capacitados e formados

para suprir as necessidades mais exigentes, independente

da área de atuação e formação.

Page 42: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

41

ST 05 - Infância, instituições e controle Quarta, 11 de Novembro

Sob a égide do controle dos pobres: a trajetória

institucional de Cândido Motta e a idealização do

Instituto Disciplinar na cidade de São Paulo

Sérgio César da Fonseca (USP); William Kleyton Costa

(USP)

Resumo: O presente texto tem como objetivo analisar a

trajetória do jurista, professor e político paulista,

Cândido Nazianzeno Nogueira da Motta, para tanto

ressaltando aspectos de seu discurso e de sua trajetória

política e institucional em São Paulo na passagem do

século XIX para o XX. O espaço e a baliza temporal que

delimitam a presente análise priorizam a cidade de São

Paulo na transição do Império para a República, época e

cenário de grandes modificações estruturais e intensas

disputas sociais, sobretudo, em razão da imigração, da

transição do trabalho escravo para o trabalho livre e do

crescimento urbano. Justificamos a necessidade deste

artigo, bem como a pesquisa que o sustenta em razão da

exiguidade de trabalhos que coloquem em primeiro plano

as pretensões de Cândido Motta como elaborador de

projetos institucionais, de procedimentos e de

Page 43: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

42

articulações para a edificação das bases de aparatos

institucionais capazes de operar o controle de uma

população em franco processo induzido de mudança

socioeconômica logo no início da República. Para tanto,

priorizamos analisar dois produtos da trajetória de

Cândido Motta: seus escritos e suas posições em

diferentes instâncias no aparelho de estado. Desse modo,

destacamos seu engajamento em diversas posições na

República, seja como parlamentar, delegado de polícia,

professor, diretor do Instituto Disciplinar, bem como

seus escritos que, em nosso entendimento, contribuíram

na produção legiferante e na elaboração de desenhos

institucionais dirigidos ao controle social de menores e

ao governo de populações empobrecidas.

Fujões, vadios, de rua: um percurso de leitura sobre a

negação e a provocação da presença de meninas e

meninos nas vias públicas

Juliana Salles de Siqueira (USP)

Resumo: Esta comunicação visa tratar do tema das

“crianças no espaço urbano” recuperando a produção

acadêmica brasileira que impulsiona a pensar o brincar a

céu aberto e a presença de meninas e meninos em

diferentes cidades, sobretudo no sudeste do Brasil.

Page 44: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

43

Traçar um panorama das investigações que contribuíram

para refletir sobre a relação de crianças (em suas

singularidades e marcadores de diferença constituintes)

com as cidades (especialmente as que passaram por

maior urbanização e funcionalização de seus espaços),

remete-nos a alguns textos formadores importantes,

produzidos principalmente a partir do final dos anos

1980. Embora estudos recentes tenham discutido sobre a

presença e apropriação das cidades por meninas e

meninos, nos detemos em retomar o percurso de leituras

compositório da pesquisa de doutoramento desenvolvida

na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

ora intitulada “Existir criança e brincar na cidade:

sobrevivência nas imagens e apagamento do gesto na

contextura urbana”, numa perspectiva interdisciplinar.

Ao frequentar essas produções (a exemplo de Leite,

1991, 1998; Milito & Silva, 1994; Greive Veiga & Faria

Filho, 1999; Santos, 2000; Gregori, 2000), dando relevo

aos contributos da sociologia da infância, nosso objetivo

é apontar, a partir destes estudos, para os modos como a

sociedade brasileira teria se constituído historicamente

na recusa do gesto do brincar nas vias públicas,

classificando-o, sobretudo a partir da primeira República,

Page 45: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

44

como “vadiagem”. Por fim, lançamos uma pergunta no

sentido de pensar a percepção de práticas brincantes e de

sua força imaginal em um presente histórico marcado

pelo adultocentrismo.

Eugenia e infância. Internações no Hospital

Psiquiátrico São Pedro (Porto Alegre/RS, década de

1930)

Lisiane Ribas Cruz (UNISINOS)

Resumo: A presente pesquisa busca analisar de forma

breve, ideias defendidas na área da medicina e educação

que poderiam influenciar a internação de crianças e

jovens em hospitais psiquiátricos, principalmente no

Hospital São Pedro na década de 1930 localizado em

Porto Alegre/RS. Neste sentido, uma das questões que

orientam nossa investigação é a seguinte: podemos

afirmar que o entendimento da psiquiatria, no período,

com relação aos alienados servia para retirar de

circulação as crianças e jovens que não demonstravam

comportamento entendido como adequado.

Page 46: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

45

A ciência da infância: higiene, ensino e disciplina na

Tese Médica de Agenor Augusto Ribeiro Guimarães

(1858)

Danilo Augusto Reinol (UFSCAR); Emerson Benedito

Ferreira (UFSCAR)

Resumo: Por meio de uma metodologia

arquegenealógica, a proposta deste trabalho consiste em

discutir o contexto e o sentido do termo “infância” que,

com maior destaque, somente passou a fazer parte das

narrativas das ciências médicas a partir de meados do

século XIX. Para esta verificação, o principal material

utilizado foi a Tese Médica de Agenor Augusto Ribeiro

Guimarães datada do ano de 1958. Concluímos que o

trabalho de Guimarães contribuiu para alicerçar uma

nova ideia de infância e de criança que já, em anos

anteriores, buscava espaço no campo acadêmico da

medicina higienista.

Page 47: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

46

ST 06 - Infância, instituições e suas

representações Quarta, 11 de Novembro

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

Adolescente de Novo Hamburgo e a construção

pública de si através do seu perfil no Facebook

Bárbara Birk de Mello (FEEVALE)

Resumo: A legislação brasileira no que tange os direitos

das crianças e adolescentes é considerada uma das mais

completas do mundo. O Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA) foi promulgado em 13 de julho de

1990 e trouxe a municipalização do atendimento à

infância e à adolescência com a deliberação para a

criação de Conselhos Municipais dos Direitos da Criança

e do Adolescente (CMDCAs) e Conselhos Tutelares em

todos os municípios do país. Nesse contexto, o presente

estudo tem como objeto de pesquisa o CMDCA de Novo

Hamburgo (RS), que iniciou suas atividades em 1991.

Nas últimas décadas, a internet se tornou cada vez mais

presente e hoje aponta-se para uma hibridização entre o

meio virtual e a atuação social, que é impulsionada pela

atual pandemia de COVID-19. Devido a isso, o presente

estudo tem como problemática: como o CMDCA de

Page 48: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

47

Novo Hamburgo faz a construção pública de si no

Facebook? Para tanto, tem-se como metodologia a

prática etnográfica em redes sociais, onde serão

analisados os anos de 2019 e 2020 do perfil desta

instituição. Tem-se como objetivos pontuar as

concepções de infância e adolescência e a construção de

seus direitos, inscrever o processo de redemocratização

brasileiro e promulgação do ECA, abordar, brevemente,

a cidade de Novo Hamburgo e a criação do CMDCA

deste município e fazer uma análise etnográfica de redes

sociais do Facebook desta instituição nos anos de 2019 e

2020.

Los “únicos privilegiados” de la comarca: niñeces y

prensa local en la norpatagonia argentina durante el

peronismo, 1946-1955

Celeste De Marco (UNQ)

Resumen: En esta ponencia se parte del interés por

focalizar sobre las representaciones y circunstancias que

rodeaban a ciertas vidas infantiles en espacios alejados

de la vida capitalina y de las grandes concentraciones

urbanas, desde una perspectiva histórica descentrada. En

esta oportunidad se centra la atención en el escenario de

Viedma-Carmen de Patagones (capital de la provincia de

Page 49: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

48

Río Negro y ciudad cabecera del partido de Patagones en

Buenos Aires, respectivamente) en la norpatagonia

argentina, un espacio definido en términos de comarca

por sus características compartidas. En ese contexto se

propone analizar cómo aparecieron representadas las

niñeces en La Nueva Era, un destacado y duradero

periódico local norpatagónico en tiempos peronistas

(1946-1955), cuando el lema de los niños como los

“únicos privilegiados” tenía plena vigencia. El análisis

permite comprender que la atención se estructuraban con

un centro y varios bordes que organizaban sentidos sobre

las vidas infantiles de la comarca -y más allá también-,

modélicas o marginales.

Los niños lectores en la revista Caras y Caretas.

Buenos Aires, principios del siglo XX

Viviana Vanesa De Melo (UNGS)

Resumen: En esta ponencia propongo explorar la

conformación del público infantil como un tipo

específico de lector a través del análisis de las

publicaciones difundidas por la revista semanal Caras y

Caretas durante las primeras décadas del siglo XX. Lo

haré a partir de la recuperación y el análisis de los

contenidos que ese reconocido magazine ilustrado dirigió

Page 50: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

49

a los niños lectores, quienes, si bien no constituyeron el

público principal de la revista, comenzaron a ser

interpelados por ésta a través de la incorporación de una

sección específica denominada, precisamente, “Páginas

infantiles”, la cual incluía fotografías e historietas

destinadas a los niños.

Fotografia documental e a construção da visualidade

da infância das camadas populares no Brasil na

década de 1980

Cláudia Gisele Masiero (FEEVALE)

Resumo: Este estudo busca compreender e analisar o

processo de construção da visualidade da infância das

camadas populares na década de 1980, no Brasil. Nesse

sentido, são analisados dois fotolivros do período: “A

Questão do Menor” (1980), de Nair Benedicto, Juca

Martins e Wagner Avancini e a “Antologia Fotográfica”

(1989) de Walter Firmo. A referência para análise das

obras é Ulpiano de Meneses (2005). As fotografias

contidas na primeira obra retratam crianças dentro de

unidades da FEBEM e da Clínica de Congonhas (para

deficientes mentais) e se propõe a documentar, promover

um debate e a transformar a realidade apresentada. São

fotografias impactantes e que transparecem o

Page 51: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

50

envolvimento dos autores com os temas retratados. As

fotografias de Walter Firmo, em contraponto, dão a ver

as crianças inseridas em diferentes culturas regionais e

em momentos lúdicos, com ênfase à visualidade das

crianças negras. O uso da fotografia colorida extrapola o

preto e branco do fotodocumentarismo sem deixar de ser

documentária, indicando uma opção estética autoral na

produção das imagens. O conjunto das fotografias em

questão corroboram para o debate sobre às questões

relacionadas à infância no país, parte de um movimento

mais amplo, cujos esforços culminam na promulgação do

Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990 (ECA).

Page 52: José Carlos da Silva Cardozo - ppghistoria.furg.br · 1 José Carlos da Silva Cardozo Jonathan Fachini da Silva Wagner Silveira Feloniuk Organizadores II Jornada História da Infância,

51