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II Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica, Lisboa, 25 e 26 de Outubro 2007 1 JOSÉ JÚLIO RODRIGUES E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CARTOGRAFIA PORTUGUESA E DOS PROCESSOS FOTOMECÂNICOS DO SÉCULO XIX JARDIM, Maria Estela 1 , COSTA, Fernanda Madalena 2 e PERES, Isabel Marília 3 3 1. A Fotografia e as Inovações da Cartografia no século XIX As inovações científicas e tecnológicas do século XIX provocaram grandes alterações em muitos ramos do conhecimento. A fotografia, bem como o desenvolvimento dos métodos gráficos de reprodução de cartas, tornaram a cartografia mais acessível. Antes de 1850 o desenho manual do mapa era transferido para uma imagem impressa numa placa de cobre, bloco de madeira ou pedra litográfica. Na década de 1850-1860 a fotografia começou a ser utilizada na produção e reprodução de cartas e nas reduções e ampliações de escala. Deste modo, a produção de uma carta, utilizando, por exemplo a heliogravura, tornou-se um processo extremamente rápido, pouco dispendioso e mais perfeito 4 . Se anteriormente os cartógrafos quando necessitavam de reduzir ou ampliar cartas utilizavam métodos demorados e trabalhosos, como era a utilização do pantógrafo, com a utilização do caoutchouc e graças à sua elasticidade passou a ser possível executar reduções ou ampliações, alterando a assim a escala para o valor pretendido. Também, a introdução da cor por meios fotográficos e fotomecânicos veio substituir a coloração manual das cartas, tornando o processo mais económico. A coloração deixou de ter uma função apenas decorativa para se tornar num elemento chave para a cartografia 5 . Os métodos de impressão passaram a empregar cores variadas para tornar distintos aspectos diferentes da natureza o que facilitava a leitura das cartas a uma menor escala. Durante cerca de um século (de 1870 a 1970) os processos fotomecânicos ocuparam um lugar primordial na produção de mapas. Estes métodos combinam a criação automática da imagem por 1 Dep. de Química e Bioquímica, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, [email protected] . 2 Centro de Ciências Moleculares e Materiais da Universidade de Lisboa, [email protected] . 3 Centro de Ciências Moleculares e Materiais da Universidade de Lisboa, [email protected] 4 Segundo Grandidier a heliogravura permite fazer em seis semanas o que um desenhador levaria cerca de um ano e meio a fazer e um artista cerca de quatro a cinco a gravar. In GRANDIDIER, Alfred (1882), Exposition Universelle Internationale de 1878 à Paris. Rapports du Jury, Paris, Ministère de l' Agriculture et du Commerce, p. 359. 5 PEARSON, Karen (1980), The Nineteenth-Century Colour Revolution: Maps in Geographical Jour-nals, Imago Mundi, 32, pp. 9-20.

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II Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica, Lisboa, 25 e 26 de Outubro 2007

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JOSÉ JÚLIO RODRIGUES E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA

CARTOGRAFIA PORTUGUESA E DOS PROCESSOS FOTOMECÂNICOS DO SÉCULO XIX

JARDIM, Maria Estela1, COSTA, Fernanda Madalena2 e PERES, Isabel Marília3

3

1. A Fotografia e as Inovações da Cartografia no século XIX

As inovações científicas e tecnológicas do século XIX provocaram grandes alterações em muitos

ramos do conhecimento. A fotografia, bem como o desenvolvimento dos métodos gráficos de

reprodução de cartas, tornaram a cartografia mais acessível.

Antes de 1850 o desenho manual do mapa era transferido para uma imagem impressa numa placa de

cobre, bloco de madeira ou pedra litográfica. Na década de 1850-1860 a fotografia começou a ser

utilizada na produção e reprodução de cartas e nas reduções e ampliações de escala. Deste modo, a

produção de uma carta, utilizando, por exemplo a heliogravura, tornou-se um processo

extremamente rápido, pouco dispendioso e mais perfeito4.

Se anteriormente os cartógrafos quando necessitavam de reduzir ou ampliar cartas utilizavam

métodos demorados e trabalhosos, como era a utilização do pantógrafo, com a utilização do

caoutchouc e graças à sua elasticidade passou a ser possível executar reduções ou ampliações,

alterando a assim a escala para o valor pretendido.

Também, a introdução da cor por meios fotográficos e fotomecânicos veio substituir a coloração

manual das cartas, tornando o processo mais económico. A coloração deixou de ter uma função

apenas decorativa para se tornar num elemento chave para a cartografia5. Os métodos de impressão

passaram a empregar cores variadas para tornar distintos aspectos diferentes da natureza o que

facilitava a leitura das cartas a uma menor escala.

Durante cerca de um século (de 1870 a 1970) os processos fotomecânicos ocuparam um lugar

primordial na produção de mapas. Estes métodos combinam a criação automática da imagem por

1 Dep. de Química e Bioquímica, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, [email protected]. 2 Centro de Ciências Moleculares e Materiais da Universidade de Lisboa, [email protected]. 3 Centro de Ciências Moleculares e Materiais da Universidade de Lisboa, [email protected] 4 Segundo Grandidier a heliogravura permite fazer em seis semanas o que um desenhador levaria cerca de um ano e meio a fazer e um artista cerca de

quatro a cinco a gravar. In GRANDIDIER, Alfred (1882), Exposition Universelle Internationale de 1878 à Paris. Rapports du Jury, Paris, Ministère de l' Agriculture et du Commerce, p. 359.

5 PEARSON, Karen (1980), The Nineteenth-Century Colour Revolution: Maps in Geographical Jour-nals, Imago Mundi, 32, pp. 9-20.

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métodos fotográficos com a possibilidade do processo de impressão através de relevo, entalhe ou

litografia, permitindo reproduzir cópias múltiplas6.

Na produção de mapas o conjunto das técnicas fotomecânicas consiste essencialmente em copiar

uma imagem de uma superfície para outra, modificando-a no que diz respeito à escala ou à

introdução de meios-tons ou mesmo da cor.

Estes métodos apresentam diversas vantagens como a facilidade e rapidez de execução, a economia

de meios, a impressão a cores, a obtenção dos meios-tons bem como a possibilidade de alterar a

escala. A utilização destes processos teve como consequência o aumento do uso e a difusão dos

mapas no ensino e em publicações de uso corrente.

A partir de 1860 as soluções encontradas para a impressão de mapas de elevada qualidade com os

processos fotomecânicos, utilizando a gravação em superfícies leves em vez de pedras e a execução

de impressão a cores foram desenvolvidas pelos Institutos Cartográficos e Geodésicos Militares de

países como a França, Inglaterra e de pequenos países como Portugal, Holanda e Áustria.

Na Holanda, no Departamento Topográfico do Ministério da Defesa foi inventado o primeiro método

sistemático de fotocromolitografia com tricromia desenvolvido por Charles Eckstein. Foram aí

realizadas cartas topográficas e militares da Holanda e suas colónias7.

Em Viena de Áustria, entre 1872 e 1885, o Instituto Geográfico Militar executou diversos mapas

topográficos de excelente qualidade por heliogravura sobre cobre8.

2. A Secção Photographica e a acção de José Júlio Rodrigues

O desenvolvimento da cartografia científica em Portugal deve-se a Filipe Folque (1800 – 1874, figura

1), enquanto Director-Geral do organismo que deu origem ao actual Instituto Geográfico Português.

Foi sob a sua direcção que se elaborou a Carta Geral do Reino à escala 1:100 000. Esta carta

desenhada com grande detalhe e informação obteve vários prémios internacionais.

Em 1852 a Comissão dos Trabalhos Geodésicos, Topográficos e Cadastrais do Reino passou a

pertencer ao Ministério das Obras Públicas. Um ano depois, Filipe Folque contratou o artista polaco

João Lewicki, para introduzir o sistema de gravura de cartas em pedra.

A primeira folha gravada da carta Corográfica de Portugal na escala de 1:100.000 é publicada em

1856, a segunda em 1858 e a terceira em 1859.

6 NADEAU, Luis (2006), Encyclopedia of Printing, Photographic and Photomechanical Processes, Fredericton, NB (Canada), 1st eBook ed., V. 1.1. 7 WOODWARD, D. (edit) (1975). Five Centuries of Map Printing, Chicago, the University of Chicago Press, p. 146. 8 WOODWARD, D. (edit) (1975). Op. cit., p. 149.

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Fig. 1 - Filipe Folque9

Em 1872 é criada a Secção Fotográfica para reprodução cartográfica com a designação de Secção

Photographica da Direcção Geral dos trabalhos Geodesicos, Topographicos, Hydrographicos e

Geologicos do Reino, mais tarde chamada de Secção Artística e é nomeado José Júlio Rodrigues para

seu director.

José Júlio Bettencourt Rodrigues (1843-1893, figura 2), formou-se na Universidade de Coimbra em

1867 com um Bacharelato em Matemática e Filosofia. Foi professor da 6.ª cadeira (Química

Inorgânica) da Escola Politécnica, como lente Substituto de 1867 a 1887 e como lente proprietário de

1887 a 189310. Exerceu igualmente a docência no Instituto Industrial de Lisboa. Foi director da

Secção Photographica (Artistica) da Direcção Geral dos Trabalhos Geodesicos, Topographicos,

Hydrographicos e Geologicos do Reino de 1872 a 1879 e director da fábrica nacional de tinta de

impressão em 1872. Foi sócio da Academia de Ciências de Lisboa, sócio fundador da Sociedade de

Geografia de Lisboa, membro da Sociedade de Geografia de Paris e membro da Société Française de

Photographie (SFP) desde 1875.

9 “O Illmº e Exmº Sr. Conselheiro / FILIPPE FOLQUE GENERAL DE BRIGADA GRADUADO / Director Geral dos Trabalhos Geodesicos Estatisticos e de

Pesos e Medidas Presidente da Commissão Directora dos Trabalhos Geologicos do Reino”. Gravador: Novaes. Sem data. Arquivo Histórico do IGP. 10 MATOS, Ana Maria (1996). O Final do Século XIX Português visto através de 28 anos de Vida Pública de José Júlio Rodrigues in O Laboratório de

Química Mineral da Escola Politécnica de Lisboa (1884-1894), Lisboa, Ed. por Ana Luísa Janeiro, Elisa Maia e Pilar Pereira, p. 99. José Júlio Rodrigues destacou-se a nível europeu na área da Química, estando ligado a Wurtz, von Hofmann e M. Frémy. Teve um papel preponderante no dimensionamento, modernização e organização do Laboratório Chimico da Escola Politécnica de Lisboa. Introduziu um curso prático de Química, alterando o modelo vigente em que os alunos se limitavam a ouvir ou a visualizar demonstrações feitas pelo professor.

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Fig. 2 – José Júlio Rodrigues11 (segundo uma fotografia de Camacho)

Antes de iniciar as actividades da Secção Fotográfica, José Júlio Rodrigues promoveu a realização de

obras de reparação no edifício no antigo Convento de Jesus12, tendo a Secção ficado com 46

compartimentos e uma área útil de cerca de 700 m2. Foi o primeiro estabelecimento do mundo a

utilizar a energia eléctrica para este tipo de trabalhos. Segundo Rodrigues: “Devo apontar ainda, por

me parecerem dignas de attenção: - as disposições preventivas contra incêndio; - as canalisações do

gaz, da água, dos despejos líquidos inúteis e dos resíduos photographicos aproveitáveis; - a

ventilação das officinas; - a distribuição da electricidade (iluminação d’ officinas, photographia

eléctrica, luz eléctrica simples).” 13

Os trabalhos realizados pela Secção Fotográfica foram agrupados de acordo com a seguinte

classificação: Processos Fotográficos (figura 3), Reducções pelo Cahouchou e Estampagem com tintas

de impressão (figura 4)14:

11 OCCIDENTE (1892), Vol. 15, nº 496, pag. 217

12RODRIGUES, José Júlio (1876). A Secção Photographica ou Artística da Direcção Geral dos Trabalhos Geodésico no dia 1 de Dezembro de 1876, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, p. 14.

13 RODRIGUES, José Júlio (1876). Op. cit., p. 15. 14 RODRIGUES, José Júlio (1876). Op. cit., p. 28 e 29.

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Fig. 3 – Processos Fotográficos

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Fig. 4 – Estampagem com Tintas de Impressão

Dos processos utilizados destacam-se:

Fotolitografia

Método de impressão pela fotografia do desenho de uma carta sobre pedra, utilizando gelatina

bicromatada e atintamento com tintas gordas seguido da revelação da imagem. Rodrigues utilizava

pedras particularmente planas e recobria-as com uma camada muito fina de gelatina bicromatada,

de tal maneira que a mistura restante era praticamente a que ficava nos poros da pedra, e que não

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afectava a qualidade das reproduções. Era feita a exposição durante alguns minutos ao Sol ou à luz

eléctrica15.

Devido à dificuldade de obter pedras com superfícies completamente planas para estender sobre

elas uma camada muito fina de gelatina, este processo foi parcialmente abandonado e passou a

utilizar folhas de estanho ou de zinco muito finas (fotozincografia - figura 5)

Deste modo podia obter fac-simile de desenhos primitivos obtendo depois na prensa tipo litográfica

dezenas de provas que podia colocar directamente sobre a pedra ou o cobre.

Segundo Rodrigues16 a fotolitografia sobre estanho tinha a vantagem de se poder obter dezenas de

provas sendo o único método que podia aplicar-se à fotolitografia geográfica, qualquer que fosse a

dimensão do trabalho final.

Fig. 5 – Placa de zinco utilizada para Fotozincografia17

15 GRANDIDIER, Alfred (1882). Op. cit., p. 362. 16 SOCIÉTÉ FRANÇAISE DE PHOTOGRAPHIE (1874). Bulletin de la Société Française de Photo-graphie, Paris, Gauthier –Villars, p. 148 a 154. 17 Placa de zinco utilizada na primeira zincografia feita em Portugal sob a direcção de José Júlio Rodrigues em 1875 (espólio do Instituto Geográfico

Português - IGP)

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Heliogravura (fotogravura) tipográfica em relevo

A Secção Fotográfica utilizava dois processos de heliogravura sobre cobre, com recurso à gelatina

bicromatada e ao betume da Judeia.

Este método consistia em recobrir uma placa de cobre com uma camada de gelatina bicromatada ou

betume da Judeia, que era exposta ao Sol através do cliché ou desenho que se queria gravar. A luz

atravessava o cliché que o interceptava mais ou menos completamente, esculpia a imagem na

camada de gelatina, tornado parte insolúvel, protegendo o metal. As superfícies que não sofreriam

alteração eram permeáveis ao percloreto de ferro (cloreto de ferro III) e eram atacadas na razão

inversa da acção luminosa. A heliogravura com gelatina era melhor para obras delicadas. Pelo

contrário a utilização do betume da Judeia era mais simples, sendo de grande utilidade para a

cartografia, devido a ser um processo muito rápido e pouco dispendioso16.

Rodrigues organizou um conjunto de trabalhos onde utilizou a luz eléctrica em vez da do Sol,

obtendo uma nitidez e um detalhe maior (figura 6).

Redução e ampliação das cartas pelo Caoutchouc

A utilização do caouchouc passou a permitir executar com rapidez ampliações ou reduções graças à

sua elasticidade. Tomava-se uma folha muito fina não vulcanizada que se colocava sobre uma

moldura de lados móveis e obrigava-se por tracções sucessivas a sua dilatação em todos os sentidos.

Segundo Rodrigues: “Se agora estamparmos sobre a lamina, convenientemente distendida, um

desenho qualquer, deixando-a depois da estampagem retomar as dimensões antigas, encolherá com

ella a estampa que recebeu e que póde por uma nova operação litographica ser deposta sobre outra

pedra, que receberá o trabalho já reduzido e até mais perfeito (..).” 18

Apesar de este método na forma tipográfica ser conhecido desde 1860, com Henri Plon, só com

Rodrigues, é que se tornou uma verdadeira prática (figura 7).

18 RODRIGUES, José Júlio (1876). Op. cit., p. 48.

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Fig. 6 – Carta Geográfica de Portugal – Heliogravura sobre Cobre19

19Carta elaborada em Março de 1876 na Secção Fotográfica (espólio do IGP)

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Fig. 7 – Carta Geográfica de Goa com redução

Principais Trabalhos Executados pela Secção Fotográfica

Além da elaboração de mapas, a secção fotográfica também realizava trabalhos para outras

instituições ou particulares, nomeadamente reproduções fotográficas, fotolitografias e

heliogravuras.

No livro de receitas da secção de 1873 a 187820 podemos encontrar a referência a trabalhos

realizados para o Observatório Infante D. Luiz, Academia de Ciências, Escola Médico-Cirúrgica de

Lisboa, e para diversos jornais e instituições. Foram também executados serviços nesta secção a May

Figueira, José Barbosa du Bocage e Raphael Bordallo Pinheiro

20RECEITA EVENTUAL DA SECÇÃO PHOTOGRAPHICA DE 1873 a 1878, Arquivo do Instituto Geográfico Português.

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3. Processos Fotomecânicos e Elaboração dos Mapas a Cor

Cromolitografia-Método de Charles Eckstein

Este método utilizava a impressão fotolitográfica e cromolitográfica para a reprodução de mapas no

Departamento Topográfico do Ministério da Defesa, Holanda (1864-1910) onde C. Eckstein era

director. De todos os métodos novos este foi sem dúvida um dos mais fecundos para a reprodução

das cartas, permitindo à arte cartográfica um grande desenvolvimento após 1867.

Os métodos de impressão usados na época da Exposição Universal de 1878 empregavam cores

variadas para tornar diferentes aspectos distintos da natureza. A maior parte das cartas que

figuravam na exposição eram policromáticas.

A cromolitografia permitia a representação de documentos complexos de geologia, estatística,

etnologia, etc. O procedimento normal era simples: fazia-se um transporte da carta sobre a pedra,

com a qual se obtinha sobre outras pedras um certo número de decalques. Deixava-se sobre uma

delas as vias, sobre outra as construções e as casas, sobre uma terceira as águas, etc. Fazia-se um

registo em bistre para orografia, a primeira pedra decalcava-se a negro, a segunda a vermelho, a

terceira a azul, etc. Com os diferentes traçados sobrepostos obtinha-se assim uma carta em

diferentes cores, que reproduzia fielmente o original.

Para evitar a utilização de um grande número de pedras, cerca de 1860, Eckstein inventou um

método mais simples, que não exigia para a tiragem da carta cromolitográfica mais do que cinco

pedras: uma para o relevo, uma segunda para a toponímia e três para as cores primárias (azul,

vermelho e amarelo) e cada uma originava numa só tiragem as diversas nuances da sua cor, sendo

que a sobreposição de diversas cores produzia uma grande variedade de tons.

As três pedras que eram destinadas a imprimir as três cores primárias, depois de serem

delicadamente polidas, recebiam do mesmo negativo uma imagem fotográfica (a carvão) e eram

cobertas de seguida de uma camada, resistente aos ácidos, de cera e de betume da Judeia que, uma

vez seca, era cortada por um diamante embutido numa máquina de gravar, num processo

semelhante ao desenvolvido em 1882 por Messenbach21 (figura 8).

21 GRANDIDIER, Alfred (1882). Op. cit., p. 370.

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Fig. 8 – Cartas Topográficas da Holanda (topo e pormenor no centro) e de Java obtidas pelo método

de Eckstein22

José Júlio Rodrigues utilizou igualmente a cromolitografia na produção de cartas. É exemplo disso a

primeira carta geológica publicada por este método (figuras 9 e 10) feita em duas metades com

vinte cores na escala de 1:500 000.

22 Conjunto de mapas enviados pelo ministro de Guerra da Holanda, G. J. Klerck, em conjunto com uma carta onde refere a

disponibilidade para receber um técnico português a fim de estudar os métodos utilizados no Instituto Topográfico da Holanda (Arquivo do IGP).

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Fig. 9 – Carta Geológica de Portugal23

Fig. 10 – Pormenor da Carta Geológica24

23 Carta Geológica de Portugal, obtida por cromolitografia em 1876 sob a direcção de Rodrigues. (Arquivo do Ex-Instituto Geológico e Mineiro: Biblioteca do Campus de ASlfragide / I.N.E.T.I.). 24 “Primeira carta publicada em chromolytographia pelo serviço geológico de Portugal. Gravou-se expressamente uma nova base geographica, que é cópia simplificada da carta geographica levantada pelo “Instituto Geographico” em 1860 a 1865. Desta primeira edição da Carta geológica fizeram-se duas tiragens: uma de um reduzido numero de exemplares, para figurar na exposição de Philadelphia de 1876, e outra, mais numerosa, poucos meses depois, diferindo da primeira em alguns pontos

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Cromocuprografia

Utilizando esta técnica era possível

obter-se diversos tons de uma mesma

cor, com concen-trações graduais do

mordente percloreto de ferro

(cloreto de ferro III) sobre uma placa

revestida de pó fino de resina que se

sujeitava a um início de fusão para

obter as rugosidades superficiais.

Fig. 11 - Ensaios de Cromocupografia

realizados por José Júlio Rodrigues25

Este método permitia obter desta forma

uma quantidade grande de tons diferentes

e por tiragens sucessivas, praticamente

todas as cores.

Rodrigues conseguiu obter uma graduação

mais suave e fina, adicionando uma

substância opaca em pó à camada sensível,

como a argila vermelha ou o sesquióxido

de ferro (óxido de ferro III), que não

atacam a gelatina bicromatada, nem o

percloreto de ferro26 (figuras 11 e 12).

Fig. 12 - Ensaios de Cromocupografia realizados por José Júlio Rodrigues27

das formações paleozóicas do Baixo Alentejo e em algumas cores convencionais. A tiragem total foi de 1:000 exemplares. Esta prova pertence à edição de 1876, que foi a Philadelphia. L. Couceiro” (Arquivo do IGP). 25Cromocupografia realizada por Rodrigues com a data 24 de Outubro de 1877. ©Societé Française de Photographie_tous droits reserves. 26GRANDIDIER, Alfred (1882). Op. cit., p. 371. 27Cromocupografia realizada por Rodrigues com a data 24 de de Outubro de 1877. ©Societé Française de Photographie_tous droits reserves.

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4. Aplicação da Tipografia na Composição e no Desenho das Cartas - Processo de

typoautographia

A gravura à mão da Toponímia nas cartas era habitualmente demorada e fastidiosa. Por volta de

1870 começaram-se a utilizar vários processos tipo-autográficos com bons resultados. Os nomes,

palavras ou algarismos eram escritos em separado e compostos em tipo usual e estampados

tipograficamente sobre uma tira de papel especial.

A impressão era trabalhada de diferentes modos. Nos originais para reproduções fotográficas a carta

era desenhada a lápis sobre cartão e os elementos impressos eram colocados nos respectivos lugares,

cobrindo-se depois com tinta e posteriormente fotografada. Nas cartas obtidas por transporte

autográfico, esta era desenhada sobre papel autográfico, e repetia-se o procedimento anterior, com

a diferença de que eram impressas em papel de transporte as palavras ou algarismos.

Segundo WALLIS e ROBINSON28 este método foi utilizado pela primeira vez em 1878 por Rodrigues e

manteve-se inalterável até cerca de 1920. Como o próprio Rodrigues referiu: “Estes processos typo-

autographicos, de que ja

existem vários specimens

(figura 13), fabricados pela

Secção Photographica,

parecem-me de utilíssima

inovação, com a qual muito

lucrará a Direcção geral dos

trabalhos geodésicos”.29

Fig. 13 - Pormenor de Extracto Chorografico dos Concelhos de Mafra e Cintra30

28WALLIS, H. M. e ROBINSON, A. H. ( edit) (1987). Cartographic Innovations – An International Handbook of Mapping Terms to

1900, Map Collector Publications Ltd. Com a International Cartographic Association, p. 259. 29 RODRIGUES, José Júlio (1876). Op. cit., p. 54. 30

“Typo-autographia reduzida pelo cahoutchouc e estampada a vapor no prelo litographico de Voirin. Pertence o original d ’este specimen a um excelente trabalho do Sr. Estacio da Veiga, cuja copia, em parte inexacta, se apresenta aqui tão sómente a titulo de exemplo do processo, que foi descripto (...)” in RODRIGUES, José Júlio (1876). Op. cit., espécimen 12.

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5. Câmaras e Objectivas

Ao ser convidado por Filipe Folque para dirigir a Secção Fotográfica, José Júlio Rodrigues não só

estudou e aprofundou as inovações existentes na época sobre os processos fotográficos e

fotomecânicos, como se propôs equipar esta Secção com máquinas e aparelhos vindos de várias

parte da Europa de fabricantes de instrumentos de reconhecida reputação31.

Destes equipamentos são de destacar:

� o prelo litográfico Voirin para

estampagem a cromo, movido a vapor,

permitia 280 a 300 tiragens por hora;

� máquina magneto-eléctrica de Gram-me

– movida a vapor, podia funcionar

durante muitas horas consecutivas;

� grande aparelho fotográfico Dall-meyer,

que compreendia uma câmara

fotográfica de mogno, com 1,08 m de

altura, 1,08 m de largura e 2,70 m de

comprimento, (figura 14)32.

Fig. 14 – Aparelho fotográfico Dallmeyer33

� pequeno aparelho fotográfico Dallmeyer com câmara de mogno, de gaveta, tendo 0,56 m de

altura por 0,55 m de largura e 1,13 m de comprimento.

� câmara Dallmeyer de dimensões 24,5 cm x 28,0 cm x 18,0 cm (figura 15).

31 “Raros são os estabelecimentos que, como este, no curto espaço de 4 annos, apesar de muitos mezes perdidos com

trabalhos de instalação , dotaram o paiz com processos novos, seus e alheios, importando e fazendo funccionar com promptidão e manifesta utilidade diversas machinas e apparelhos, absolutamente desconhecidos entre nós e ainda hoje pouco vulgarisados no estrangeiro.” In RODRIGUES, José Júlio (1876). Op. cit., p. 13.

32 RODRIGUES, José Júlio (1876). Op. cit., p. 20.

33 Fotografia do arquivo do IGP.

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� câmara fotográfica G. Hare (figura 16)

� objectivas Dallmeyer (triple Achromatic lens, rapid rectilinear- figura 17)

� objectivas Lerebours (figura 18 )

� objectivas aplanáticas Steinheil, com grande angular, indicada para a reprodução e ampliação

de cartas.

Fig. 15 – Câmara fotográfica Dallmeyer, n.º de inventário M 35934

Fig. 16 – Câmara fotográfica G. Hare, n.º de inventário M 36035

Fig. 17 – Objectivas Dallmeyer, N.º de inventário M 168 e M 16736

Fig. 18 – Objectivas Lerebours, n.ºs de inventário M 47 e M 48 37

34Câmara fotográfica do espólio do IGP, n.º de inventário M 359, de cerca de 1860. 35Câmara fotografia do espólio do IGP, n.º de inventário M 360: “IGC 360”, inscrição em placa de marfim “G. Hare /

Manufacturer / 24 Caltorpe – S.I. London”, de cerca de 1877. 36Objectivas do espólio do IGP: N.º de inventário M 168: “IGC 168”, possui a inscrição: “Triple Achromatic lens / J. H. Dallmeyer

London N. 2500”. É referida por Rodrigues como “(33). – Dallmeyer – triple achromatic [diâmetro visível da lente anterior = ] 0m,115”. O seu número de série indica que é anterior a 1860. N.º de inventário M 167: “IGC 2463”; inscrição “N. 24001 J.H. Dallmeyer 22x20 London / Rapid Rectilinear Patent”. É referida por Rodrigues como: “(32). – Dallmeyer – rapid rectilinear [diâmetro visível da lente anterior = ] 0m,093”. O seu número de série indica que é de final de 1874.

37Objectivas pertencentes ao espólio do IGP, com os seguintes números de inventário: M 47 e M 48. Possuem as seguintes inscrições: “N.º 4030 Lerebours et Secretan à Paris” e “N.º 3679 Lerebours et Secretan à Paris”. Os seus números de série indicam que são de cerca de 1847.

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6. Participação da Secção Fotográfica em Exposições Internacionais e Prémios

A Secção Fotográfica participou nas seguintes exposições internacionais:

� Em 1874, na 10.ª Exposição Internacional da Sociedade Francesa de Fotografia (SFP) em Paris,

tendo recebido uma Medalha.

� Em 1875, na Exposição do Congresso Internacional de Ciências Geográficas da SGP, onde recebeu

uma Carta de Distinção no 1.º grupo, uma Medalha de 2.ª classe no 2.º grupo e uma Menção

Honrosa no 5.º grupo.

� Em 1876, na 11.ª Exposição Internacional da SFP em Paris, tendo recebido uma Medalha de

prata. Neste mesmo ano participou na Exposição Internacional de Filadélfia, tendo recebido uma

Medalha. Nesta exposição foi apresentada a carta geológica de Portugal (fig. 9) que também foi

exposta na Exposição Universal de Paris de 1878.

� Em 1878 participou na Exposição Universal de Paris tendo recebido dois diplomas de honra.

7. Conclusões:

A Secção Photographica e o seu Director José Júlio Rodrigues foram pioneiros na introdução em

Portugal da aplicação dos processos fotomecânicos na elaboração de mapas, tendo desenvolvido e

aperfeiçoado alguns destes processos, nomeadamente, a fotozincografia, a fotolitografia com placas

de estanho, a toponímia, bem como a impressão a cores.

Como futuras investigações pretendemos realizar um estudo detalhado dos processos químicos

utilizados na fotografia e nos processos fotomecânicos bem como dos aparelhos fotográficos e

objectivas empregues na sua execução. Pretendemos igualmente aprofundar o papel de Rodrigues

nas expedições científicas a Africa, a correspondência e colaboração com outros institutos

geográficos europeus e ainda as relações que estabeleceu com o Brasil.

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Agradecimentos:

Agradece-se a colaboração prestada:

Ao Instituto Geográfico Português (IGP), nomeadamente ao Dr. Paulo Estrela, pela sua participação

activa na investigação do espólio existente.

À Societé Française de Photographie (SFP) e aos historiadores António Sena e Luis Nadeau.

Bibliografia:

Fontes primárias:

- Documentos do Espólio da Secção Photographica, IGP.

Fontes Impressas:

- CATALOGUE SPÉCIAL DE LA SECTION PORTUGAISE À L'EXPOSITION UNIVERSELLE DE PARIS EN

1878, (1878), Paris, Imprimerie typographique de A. Pougin.

- GRANDIDIER, A. (1882), Exposition Universelle Internationale de 1878 à Paris. Rapports du Jury,

Paris, Ministère de l' Agriculture et du Commerce.

- JANEIRA, A. e MAIA, E. ( edit ) (1996) O Laboratório de Química Mineral da Escola Politécnica de

Lisboa (1884-1894), Ana Luísa Janeira, Elisa Maia, Pilar Pereira, Lisboa.

- NADEAU, L. (2006). “Encyclopedia of Printing, Photographic and Photomechanical Processes,

Fredericton”, NB (Canada), 1st eBook ed., V. 1.1.

- PEARSON, K., The Nineteenth-Century Colour Revolution: Maps in Geographical, Journals, Imago

Mundi, vol. 32, 1980, pag. 9.

- COOK, K.S., The Historical Role of Photomechanical Techniques in Map Production, Cartography

and Geographic Information Science, vo. 29, 2002, pag. 137.

- RODRIGUES, J. J. (1879). Procédés Photographiques et Métodes Diverses d’ Impressions aux

Encres Grasses”, Paris, Gauthiers-Villars.

- RODRIGUES, J. J. (1876). A Secção Photographica ou Artística da Direcção Geral dos Trabalhos

Geodésico no dia 1 de Dezembro de 1876, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias.

- SALTA, J. (2006). Fotografia Científica em Portugal no século XIX, tese de Licenciatura,

Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

- SENA, A. (1998). História da Imagem Fotográfica em Portugal-1839-1997, Porto, Porto Editora.

- SOCIÉTÉ DE GÉOGRAPHIE DE PARIS (1865-1879). Bulletin da Société de Géographie, Paris,

Librairie de Ch. Delagrave.

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- SOCIÉTÉ FRANÇAISE DE PHOTOGRAPHIE (1868-1880). Bulletin de la Société Française de

Photographie, Paris, Gauthier –Villars.

- WALLIS, H. M. e ROBINSON, A. H. (edit) (1987). Cartographic Innovations – An International

Handbook of Mapping Terms to 1900, Map Collector Publications Ltd. Com and International

Cartographic Association.

- WOODWARD, D. (edit) (1975). Five Centuries of Map Printing, Chicago, the University of Chicago

Press.