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Joseph Novak
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“Mapeamento conceitual é uma ferramenta para organizar e representar conhecimentos, sendo um recurso metacognitivo que possibilita a
visualização de redes de conceitos.” Joseph Novak
Joseph Donald Novak nasceu em 1932. Formou-se em
Ciências e Matemática no ano de 1952 na Universidade de
Minnesota, concluiu seu Mestrado em Ciências da Educação,
(1954) na mesma universidade. É Professor Emeritus da Universidade de Cornell e
Pesquisador Sênior da Universidade de West Florida, no departamento Institute for
Human & Machine Cognition (IHMC). Atua como consultor em mais de 400 escolas,
universidades e corporações. Em 2008, completou 50 anos de carreira profissional.
Novak é conhecido mundialmente pelo desenvolvimento da teoria do
mapeamento conceitual na década de 1970. Recebeu vários prêmios e honrarias:
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Comahue, Nuquen, Argentina (1988);
doutoramento honorário pela Universidade Pública de Navarra, Pamplona, Espanha,
(2002); Doutor Honoris Causa pela Universidade de Urbino (2006); e o primeiro prêmio
de contribuições para a educação científica do Council of Scientific Society Presidents.
Durante trinta e seis anos, Novak tem desenvolvido várias pesquisas sobre
mapeamento conceitual aplicado a diversas áreas do conhecimento. Um dos seus
projetos mais recentes “Proyecto Conéctate al Conocimiento” aborda o uso de mapas
na Educação do Panamá com o apoio do Governo. Através do software Cmap Tools,
uso de portfólios e projetos interdisciplinares com mapas, Joseph Novak e Alberto
Cañas1 têm obtido resultados extremamente significativos neste projeto, cuja
investigação inclui estudantes e professores do país.
1 Alberto J. Cañas nasceu na Costa Rica. É co‐fundador e diretor associado do IHMC. Atualmente envolvido em projetos de modelagem e compartilhamento de conhecimento, ferramentas de colaboração para a educação e pesquisas, construção do conhecimento e ferramentas de navegação e educação a distância.
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D. Bob Gowin2, professor emérito da Universidade de Cornell, também foi um
grande colaborador de Novak na elaboração da teoria do mapeamento conceitual.
Gowin introduz a ideia de captação de significados como algo anterior à aprendizagem
significativa propriamente dita. O sentimento de significância está relacionado à efetiva
compreensão do que será aprendido. A grande preocupação de Novak e Gowin é a
promoção de trocas comunicativas e afetivas entre professores e estudantes,
valorizando o sentimento da realização que se produz quando os estudantes
compartilham seu entendimento dos conteúdos acadêmicos.
Os mapas conceituais foram desenvolvidos em 1972 como parte de um projeto
de pesquisa na Universidade de Cornell. Este projeto centrou-se sobre o
acompanhamento de estudantes do ensino fundamental do primeiro até o último ano
para investigar como ensinar os princípios de Ciências.
A fundamentação dos mapas conceituais se concentra na teoria da
aprendizagem significativa de David Ausubel. A aprendizagem pode ser dita
significativa quando uma nova informação adquire significado para o aprendiz através
de uma espécie de ‘ancoragem’ de aspectos relevantes da estrutura cognitiva
preexistente no indivíduo. Na aprendizagem significativa há uma interação entre o
novo conhecimento e o já existente, na qual ambos se modificam. À medida que o
conhecimento prévio serve de base para a atribuição de significados à nova
informação, ele também se modifica.
Os mapas conceituais são representações gráficas que documentam como o
sujeito constrói, organiza e reconstrói seus conhecimentos. Para Novak, são
considerados instrumentos para negociar significados e, para apreendê-los, é preciso
dialogar, intercambiar e compartilhá-los com o coletivo.
O mapa conceitual é o resultado da representação gráfica em duas dimensões
de um conjunto de conceitos. Estes aparecem dentro de “caixas de texto” enquanto
que as relações entre os conceitos são especificadas através de frases de ligação –
criando unidades semânticas, chamadas de proposições – que unem os conceitos. As
frases de ligação têm funções estruturantes e exercem papel fundamental na
representação de uma relação entre dois ou mais conceitos.
2 Bob Gowin elaborou um dispositivo heurístico útil na análise crítica de pesquisas, um diagrama em “V” que ficou conhecido como “V” epistemológico de Gowin ou, simplesmente, “V” de Gowin.
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Para Novak, os conceitos e as proposições são os blocos de construção do
conhecimento em qualquer área do conhecimento. O mapeamento conceitual pode
ser, simultaneamente, um recurso para auto-aprendizagem, em que o estudante pode
elaborar um esquema para representar um conjunto de significados; um método para
auxiliar estudantes na compreensão do significado dos conteúdos curriculares; e uma
estratégia que estimula a organização dos materiais de estudo e de aprendizagem.
O uso do mapeamento conceitual pode estar relacionado a vários propósitos:
gerenciar ideias (brainstorm), desenhar uma estrutura complexa, como por exemplo,
um site, comunicar pensamentos complexos, integrar informações novas àquelas já
assimiladas, evoluir na compreensão de uma situação-problema, explorar o
conhecimento prévio, identificar falhas em relações conceituais, servir como
instrumento de avaliação etc.
Qual a relação entre o uso das tecnologias e a estratégia de mapeamento
conceitual? A internet proporciona acesso direto às diversas informações existentes.
A partir desta constatação, estudantes e professores passaram a utilizá-la de maneira
indiscriminada, acreditando que, um simples click, o conhecimento já está formado na
estrutura cognitiva do sujeito. Muitas das atividades discentes ficaram restritas ao
copiar e colar como símbolo de pesquisa e desenvolvimento intelectual. Entretanto, é
enganosa a idéia de que habilidades cognitivas não estão sendo mobilizadas. Mas,
muito pode ser feito para mudar esta realidade. O surgimento dos ambientes virtuais
como apoio ao ensino e às ações de aprendizagem têm ofertado inúmeras
possibilidades de desenvolvimento cognitivo em direção à habilidade de construção de
conhecimento por meio da compreensão dos hipertextos.
Para Novak, o processo de aprendizagem é uma atividade individual, pois
ninguém pode aprender pelo outro. Porém, o processo de construção de significados é
compartilhado, discutido e negociado coletivamente. Algumas habilidades são
essenciais para elaborar mapas, tais como: “selecionar” dados significativos, “agrupar”
informações relevantes, “conectar” conhecimentos prévios com novos conceitos e
“integrar” conhecimentos. Os mapas não têm um único ponto de chegada ou de
partida, e devem ser flexíveis e estar em contínua atualização. E quando os fatos,
conceitos e princípios são pesquisados via web, elaborar mapas conceituais sobre o
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que se pesquisa tem se revelado como estratégia exuberante na seleção,
classificação, categorização e compartilhamento das informações.
O potencial pedagógico dos mapas conceituais é elevado como estratégia na
construção de conhecimentos. São considerados importantes ferramentas gráficas
que classificam, representam e comunicam as relações servindo como ponte de
referência para tomadas de decisão. Podem ser explorados, como ferramenta
pedagógica, em todos os níveis de ensino, em cursos presenciais e a distância;
permitem relacionar hipertextos à aprendizagem colaborativa, uma vez que a
aprendizagem em ambientes virtuais não acontece apenas de maneira síncrona.
Considera-se que, para o aluno participar de um evento síncrono, ele já deverá ter-se
apropriado do conteúdo de forma assíncrona (neste caso através de hipertextos).
Os mapas conceituais podem ser feitos com giz na lousa tradicional, em
cartolinas, folhas sulfite, post-it ou utilizando softwares específicos. O software
CmapTools, disponível gratuitamente na web, integra o conceito de hipermídia com a
agregação de mídias distintas em um único programa, tornando cada mapa criado um
hiperdocumento. Permite a navegação através de ilimitados links que podem ser
utilizados para associar as informações, respeitando os estilos de aprendizagem dos
indivíduos.
Um dos objetivos deste software é primar pela flexibilidade, motivando
professores e estudantes a buscar outros elementos que possam enriquecer e
completar os conceitos iniciais, em busca da constante atualização e significação. O
ambiente dos mapas proporciona participação individual, em que o estudante tem
autonomia para organizar as informações, estabelecendo relações significativas. Ao
mesmo tempo, permite uma grande interação à distância entre os participantes, na
medida em que essa ferramenta possibilita a discussão compartilhada de cada
conceito, principalmente, através do recurso denominado “sopa de conhecimento”.
Este recurso foi idealizado em 1996 por Alberto J. Cañas, com a finalidade de
facilitar o processo colaborativo de construção e revisão das proposições de um mapa
conceitual. Em cursos a distância, o diálogo entre os participantes se dá através de
“fios de discussão”, criados a partir de proposições selecionadas pelos próprios
estudantes. A revisão pelos pares e a colaboração entre os participantes são
estimuladas, contribuindo para o enriquecimento das proposições do mapa conceitual.
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Os estudantes podem destacar aspectos importantes dos conceitos e apresentar
questões ou críticas às proposições dos demais participantes, construindo
colaborativamente o conhecimento.
Obras AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J.D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. NOVAK, J. D.; GOWIN, D. B. Aprender a aprender. Lisboa: Platano Edições Técnicas, 1996. NOVAK, J. D. Teoría y practica de la educación. Espanha: Ed.Alianza, 1988. ______. Learning, Creating, and Using Knowledge: Concept Maps as Facilitative Tools in Schools and Corporations. Publisher name and contact information, as provided by the publisher; updated only if notified by the publisher. Lawrence Erlbaum Associates, 2009.
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