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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE GRADUAO EM CINCIAS CONTBEIS
GABRIELA NOVAK FRAZZETTO
A CONTRIBUIO DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA AS
TOMADAS DE DECISES DE UMA EMPRESA DO SETOR
METALRGICO DA REGIO DE CRICIMA/SC
CRICIMA, JULHO DE 2011
GABRIELA NOVAK FRAZZETTO
A CONTRIBUIO DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA AS
TOMADAS DE DECISES DE UMA EMPRESA DO SETOR
METALRGICO DA REGIO DE CRICIMA/SC
Trabalho de Concluso de Curso, apresentado para obteno do grau de bacharel no curso de Cincias Contbeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.
Orientador: Prof. Esp. Ademir Borges.
CRICIMA, JULHO DE 2011
GABRIELA NOVAK FRAZZETTO
A CONTRIBUIO DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA AS TOMADAS DE
DECISES DE UMA EMPRESA DO SETOR METALRGICO DA REGIO DE
CRICIMA/SC
Trabalho de Concluso de Curso, apresentado para obteno do grau de bacharel no curso de Cincias Contbeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com linha de pesquisa em Contabilidade Gerencial.
Cricima, 06 de julho de 2011.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________Prof. Esp. Ademir Borges - Orientador
_______________________________________________Prof. Esp. Jos Luiz Possolli - Examinador
_______________________________________________Prof. Esp. Fernando Marcos Garcia - Examinador
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pelo
Dom da Vida,
Aos meus pais, pelos quais sem eles eu no
estaria aqui,
Aos meus irmos, por todo amor e carinho,
Ao meu namorado, por todo apoio e auxlio,
Aos meus amigos, por todas as horas felizes,
E ao meu orientador, por toda a ateno
dedicada a mim e a esse trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeo em primeiro lugar a Deus, por todas as graas alcanadas e
por todas as vitrias conquistadas.
Agradeo aos meus pais, Joo e Salete, pois deles vieram toda a
educao, o respeito, a integridade que conheci, foi com eles que aprendi que sem a
base familiar no somos nada.
Agradeo aos meus irmos, Marcos Paulo e Bruno Henrique, por todos
os momentos felizes que passamos e certamente ainda passaremos juntos.
Agradeo ao meu namorado Rauflin, por toda compreenso que teve
comigo todo esse tempo, me auxiliando e dando foras para que eu no desistisse
de lutar pelos meus objetivos.
Agradeo aos meus amigos, em especial Daiane, Telma e Samuel, por
serem to companheiros, a ponto de consider-los meus irmos.
Agradeo tambm a todos os meus amigos que de forma direta ou
indireta contriburam para que meus dias fossem mais felizes.
Agradeo em especial ao professor Edson Cichella, pois no momento em
que mais precisei de algum, Deus o colocou em meu caminho para me dar foras.
Agradeo, tambm especialmente, meu orientador professor Ademir
Borges, pela calma, pacincia e dedicao com que me auxiliou nesse trabalho de
concluso de curso.
Enfim, agradeo a todos os colegas, amigos e familiares que se fizeram
presentes no decorrer do curso, e aos que, de uma forma ou de outra, colaboraram
na elaborao deste trabalho.
O primeiro passo para levantar a
percepo da queda.
Padre Marcelo Rossi
RESUMO
FRAZZETTO, Gabriela Novak. A contribuio da contabilidade gerencial para as tomadas de decises de uma empresa do setor metalrgico da regio de Cricima/SC. 2011. 65 p. Orientador: Ademir Borges. Trabalho de Concluso do Curso de Cincias Contbeis. Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC. Cricima SC.
Com o avano da tecnologia e a competio acirrada no mercado, as empresas necessitam manter-se estveis e desenvolver tcnicas administrativas que venham de encontro ao planejamento presente e futuro para atingir o sucesso. Com isso, a contabilidade gerencial est se tornando cada vez mais importante dentro das organizaes, em virtude de oferecer ferramentas que auxiliam no processo de tomada de decises. A contabilidade gerencial tem por objetivo fornecer dados reais que aperfeioem o processo decisional almejando o planejamento e a prosperidade das organizaes. Por meio das anlises dos demonstrativos contbeis e dos relatrios gerenciais, as empresas posicionam sua situao em tempo real visando melhorias para a realizao dos lucros. O objetivo geral desse estudo mostrar a importncia da contabilidade gerencial, bem como seus demonstrativos contbeis, relatrios gerenciais e anlises destes. O estudo de caso mostrar a importncia dessa ferramenta na administrao das empresas trazendo excelentes benefcios na execuo de planejamentos e estratgias visando no somente o lucro, mas tambm a viso no mercado concorrente.
Palavras-chave: Contabilidade gerencial, demonstrativos contbeis, relatrios gerenciais.
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 Comparao entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade
Gerencial....................................................................................................................22
Quadro 02 - Balano Patrimonial...............................................................................48
Quadro 03 Demonstrativo do Resultado do Exerccio............................................50
Quadro 04 Demonstrativo do Fluxo de Caixa Modelo Indireto............................51
Quadro 05 Controle de Contas a Pagar.................................................................54
Quadro 06 Controle de Contas a Receber.............................................................55
Quadro 07 Relatrio de Giro de Estoques.............................................................56
Quadro 08 Relatrio de Anlise das Demonstraes Contbeis...........................57
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC Ativo Circulante
AP Ativo Permanente
ARLP Ativo Realizvel a Longo Prazo
BP Balano Patrimonial
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CMV Custo da Mercadoria Vendida
CPV Custo do Produto Vendido
CUT Central nica dos Trabalhadores
DFC Demonstrativo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstrativo das Origens e Aplicao dos Recursos
DRE Demonstrativo do Resultado do Exerccio
EM Estoque Mdio
FASB Financial Accounting Standards Board
GE Giro do Estoque
IPL Imobilizao do Patrimnio Lquido
LC Liquidez Corrente
LG Liquidez Geral
LI Liquidez Imediata
LS Liquidez Seca
LTDA - Limitada
MB Margem Bruta
MG Minas Gerais
ML Margem Lquida
MO Margem Operacional
PC Passivo Circulante
PCT Participao de Capital de Terceiros
PELP Passivo Exigvel a Longo Prazo
PL Patrimnio Lquido
PMC Prazo Mdio de Compras
PME Prazo Mdio de Estoques
PMPC Prazo Mdio de Pagamento de Compras
PMR Prazo Mdio de Recebimento
S.A Sociedade Annima
SC Santa Catarina
SEC - Securities and Exchange Commission
SP - So Paulo
SUMRIO
1 INTRODUO ........................................................................................................ 13
1.1 Tema e Problema ................................................................................................. 13
1.2 Objetivos .............................................................................................................. 14
1.3 Justificativa .......................................................................................................... 15
1.4 Metodologia ........................................................................................................ 16
2 FUNDAMENTAO TERICA ............................................................................... 19
2.1 Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira ...................................... 19
2.2 A Evoluo da Contabilidade Gerencial ........................................................... 22
2.3 Demonstraes Contbeis ................................................................................ 25
2.3.1 Balano Patrimonial (BP) ................................................................................ 25
2.3.2 Demonstrativo do Resultado do Exerccio (DRE) ........................................ 27
2.3.3 Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC) ....................................................... 27
2.4 Relatrios Gerenciais ......................................................................................... 29
2.4.1 Relatrio de Contas a Pagar ........................................................................... 30
2.4.2 Relatrio de Contas a Receber ....................................................................... 30
2.4.3 Relatrio de Giro de Estoque .......................................................................... 31
2.4.4 ndices .............................................................................................................. 32
2.4.4.1 ndices de Liquidez ....................................................................................... 32
2.4.4.2 ndices de Endividamento ............................................................................ 34
2.4.4.3 ndices de Rentabilidade .............................................................................. 35
2.4.4.4 ndices de Prazo Mdio ou Rotao ............................................................ 37
2.4.4.5 ndices de Estrutura ...................................................................................... 39
2.5 Setor Metalrgico ................................................................................................ 40
2.5.1 A Origem da Metalurgia ................................................................................... 40
2.5.2 Histria do Setor Metalrgico no Brasil ........................................................ 41
2.5.3 Setor Metalrgico no Sul de Santa Catarina ................................................. 43
3 ESTUDO DE CASO ................................................................................................. 45
3.1 Caracterizao da Empresa ............................................................................... 46
3.2 Demonstraes Contbeis da Metalrgica Santa Cruz Ltda. ......................... 47
3.2.1 O Balano Patrimonial da Metalrgica Santa Cruz Ltda. ............................ 47
3.2.2 Demonstrativo do Resultado do Exerccio da Metalrgica Santa Cruz Ltda.
..................................................................................................................................... 49
3.2.3 Demonstrativo do Fluxo de Caixa da Metalrgica Santa Cruz Ltda. ......... 51
3.3 Relatrios Gerenciais da Metalrgica Santa Cruz Ltda. ................................. 52
3.3.1 Relatrio de Contas a Pagar da Metalrgica Santa Cruz Ltda. .................. 53
3.3.2 Relatrio de Contas a Receber da Metalrgica Santa Cruz Ltda. .............. 55
3.3.3 Relatrio de Giro de Estoque da Metalrgica Santa Cruz Ltda. ................ 56
3.3.4 Anlise dos ndices da Metalrgica Santa Cruz Ltda. ................................. 57
3.3.5 Anlise do Estudo ............................................................................................ 59
4 CONSIDERAES FINAIS ..................................................................................... 62
REFERNCIAS ........................................................................................................... 63
13
1 INTRODUO
Este trabalho tem como objetivo evidenciar a importncia da contabilidade
gerencial como ferramenta de gesto. Diante dos avanos tecnolgicos e das
mudanas na economia, as empresas esto necessitando cada vez mais de
tcnicas que as auxiliem nos processos decisrios. No s no Brasil, mas a nvel
mundial, essas organizaes necessitam se adequar s novas regras para se
manter no mercado, por meio de tcnicas que possibilitem a competitividade
saudvel entre elas.
A contabilidade gerencial vem ao encontro a essas necessidades
existentes nos dias atuais. Essa ferramenta de gesto, quando utilizada de forma
correta e precisa, pode conduzir a organizao ao sucesso no mundo dos negcios.
O mercado nacional e internacional est cada vez mais exigente, sendo
assim, as empresas devem se apresentar slidas e fortalecidas financeiramente. A
contabilidade gerencial colabora muito nesse fortalecimento, pois relatrios
gerenciais auxiliares, alm das demonstraes j conhecidas pela contabilidade, do
base para as empresas planejarem o presente e o futuro por meio de informaes
reais e em tempo real.
1.1 Tema e Problema
At pouco tempo o papel do contador era basicamente o de realizar
registros contbeis com o objetivo de atender as exigncias fiscais. Porm, com o
desenvolvimento da tecnologia, da economia e o crescimento das empresas, no
cabe mais a este profissional atuar somente em funo. Faz-se necessrio
desenvolver outros trabalhos, focados e especializados s empresas, tais como os
relatrios gerenciais.
Dessa forma, os gestores necessitam cada vez mais desse profissional,
visando mant-los informados sobre a situao real das empresas e orientando para
o bom funcionamento dos negcios, pois o levantamento real da situao financeira
14
e econmica das organizaes auxilia os gestores nas tomadas de decises
importantes e possibilita que os investidores acompanhem o desenvolvimento dos
seus negcios.
Tais informaes so geradas pela contabilidade gerencial, por meio de
relatrios que espelham a realidade da empresa e as auxiliam, dessa forma, nas
decises. Alm disso, visa atender a administrao das empresas, fazendo-se por
meio de informaes especficas para cada setor, a fim de oferecer dados reais e
necessrios para o sucesso nas tomadas de decises.
A contabilidade gerencial de extrema importncia para o planejamento a
longo ou a curto prazo de qualquer organizao, com ou sem fins lucrativos,
inclusive s empresas do setor metalrgico, pois fatores como a atual
competitividade no mundo dos negcios e o movimento da economia, exigem um
gerenciamento cada vez maior dos recursos e tambm dos custos. Dispondo e
utilizando-se de uma boa gesto, com o auxlio dos relatrios gerenciais, as
organizaes estaro garantindo sua sade financeira por mais tempo.
Entre as diversas ferramentas disponibilizadas pela contabilidade
gerencial, tm-se a anlise das demonstraes contbeis, que permite o clculo e
interpretao de ndices de desempenho de uma organizao; a anlise dos
relatrios auxiliares como os relatrios de contas a pagar e contas a receber;
relatrios de giro de estoque e o fluxo de caixa, que corresponde s estimativas de
entradas e sadas de caixa em determinado perodo.
Diante desse contexto, levanta-se a seguinte problemtica: qual a
contribuio da contabilidade gerencial para as tomadas de decises de uma
empresa do setor metalrgico da regio de Cricima/SC?
1.2 Objetivos
O objetivo geral desse trabalho consiste em identificar qual a contribuio
da contabilidade gerencial para as tomadas de decises de uma empresa do setor
metalrgico da regio de Cricima/SC.
Para atingir o objetivo geral, tm-se como objetivos especficos:
15
Diferenciar contabilidade gerencial de contabilidade financeira;
Conceituar contabilidade gerencial, seus demonstrativos contbeis
e relatrios gerenciais;
Caracterizar o setor metalrgico;
Pesquisar a contribuio da contabilidade gerencial para as
tomadas de deciso junto a uma empresa do setor metalrgico;
Descrever a contribuio da contabilidade gerencial na gesto.
1.3 Justificativa
Com o crescimento da economia e o desenvolvimento da tecnologia, as
empresas precisam se atualizar para se manter no mercado. Para suprir tal
necessidade preciso que as decises sejam tomadas de forma concisa, coerente
com a realidade da empresa e em tempo real. Esse papel cabe contabilidade
gerencial, que fornece, alm de relatrios contbeis conhecidos, relatrios auxiliares
que ajudam os gestores a tomarem as decises.
Salienta-se, tambm, que para a empresa garantir timos resultados, ela
depende de decises a serem tomadas pelos gestores, que devem ser baseadas em
informaes que a contabilidade gerencial dever fornecer por meio de seus
relatrios e anlises. Esse resultado pode ser positivo ou negativo, dependendo da
forma que os administradores tomam as decises embasadas nessa ferramenta
gerencial. Com bons resultados se garante a progresso saudvel da empresa,
contribuindo para o seu sucesso.
A contabilidade gerencial disponibiliza relatrios gerenciais e tambm as
anlises destes, o que possibilita que as empresas verifiquem sua real situao.
Com a veracidade dos resultados, existe uma maior facilidade por parte dos
gestores em tomarem decises acertadas.
O setor metalrgico muito importante na regio de Cricima/SC, bem
como em todo o pas e no mundo, pois muitas pessoas sobrevivem dessa atividade.
Esse setor gera um grande nmero de empregos e possibilita o sustento de vrias
famlias. O setor tambm muito importante no cenrio econmico do pas, tendo
16
movimentado US$ 54 bilhes no ano de 2009, segundo o relatrio do Ministrio de
Minas e Energia (2009, p. 21). J para o sul catarinense, esses valores econmicos
representam R$ 1,5 bilhes por ano de faturamento, sendo um dos principais
setores da regio sul de Santa Catarina. (A TRIBUNA, 20/04/2011, p. 05).
A contabilidade gerencial para as tomadas de decises das empresas do
setor metalrgico, torna-se necessria para o melhor conhecimento da empresa e de
seu funcionamento. A pesquisa literria da contabilidade gerencial tem muito a contribuir com o setor. Com o levantamento de informaes de uma empresa
atuante nesse segmento, o presente trabalho contribui positivamente com a cincia
contbil, demonstrando a importncia de seus relatrios contbeis e gerenciais para
a garantia de resultados saudveis da empresa.
Com a utilizao da contabilidade gerencial e seus relatrios, no s as
empresas tendem a evoluir, mas, tambm, todos os inseridos nela, sendo que essa
ferramenta de gesto oferece empresa, seus colaboradores, fornecedores e
clientes, menores riscos nos seus planejamentos econmicos e financeiros. Dessa
forma, uma vez que as empresas caminham a passos seguros, a sociedade tambm
se beneficia, com a gerao de empregos e maior arrecadao e distribuio dos
tributos.
1.4 Metodologia
Para a elaborao desse estudo so necessrios procedimentos
metodolgicos, que visam dar apoio e base a todos os argumentos e anlises da
monografia. Segundo Oliveira (2003 apud SANTOS; NORONHA, 2005, p. 56),
A metodologia engloba todos os passos realizados para construo do trabalho cientfico, que vai desde a escolha do procedimento para obteno de dados, perpassam a identificao dos mtodos, tcnicas, materiais, instrumentos de pesquisas e definio dos mtodos de amostra/universo, at a categorizao e anlise dos dados coletados.
A metodologia desse estudo, quanto aos objetivos, ser descritiva, pois
se busca descrever quais as demonstraes contbeis e gerenciais utilizadas por
uma empresa do setor metalrgico da regio de Cricima/SC e de que forma essas
17
demonstraes influenciam no processo de tomada de deciso.
Para Appolinrio (2006, p. 62) quando uma pesquisa busca descrever
uma realidade, sem nela interferir, damos a ela o nome de pesquisa descritiva.
A finalidade da pesquisa descritiva mostrar a realidade, narrando o que
realmente acontece, sem manipulaes dos dados que se deseja transmitir.
Quanto aos procedimentos, as tipologias que sero utilizadas so a
bibliogrfica e o estudo de caso. A pesquisa bibliogrfica ser realizada por meio de
consulta a livros, captulos de livros, artigos cientficos, revistas e sites
especializados no assunto em questo.
Segundo Ruiz (2008, p. 58) a pesquisa bibliogrfica consiste no exame
desse manancial, para levantamento e anlise do que j se produziu sobre
determinado assunto que assumimos como tema de pesquisa cientfica.
Para o autor, a pesquisa bibliogrfica nada mais que a busca de
explicaes para determinado assunto que est sendo levantado.
Comentando a necessidade da pesquisa bibliogrfica em um trabalho
cientfico diz ainda Ruiz (2008, p. 57) que,
Qualquer espcie de pesquisa, em qualquer rea, supe e exige pesquisa bibliogrfica prvia, quer maneira de atividade exploratria, quer para o estabelecimento do status quaestionis, quer para justificar os objetivos e contribuies da prpria pesquisa.
A pesquisa bibliogrfica tem como finalidade proporcionar uma viso mais
profunda sobre o assunto e servir de embasamento na elaborao da
fundamentao terica.
Ser apresentado neste trabalho, tambm, o estudo de caso, com a
finalidade de apontar a contribuio da contabilidade gerencial para as tomadas de
decises por parte dos gestores em uma empresa do setor metalrgico da regio de
Cricima/SC.
Segundo Fachin (2001, p. 42):
Estudo de caso: consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Caracterizado por ser um estudo intensivo. levada em considerao, principalmente, a compreenso, como um todo, do assunto investigado. Todos os aspectos do caso so investigados. Quando o estudo intensivo podem at aparecer relaes que de outra forma no seriam descobertas.
18
No estudo de caso, tm-se o estudo aprofundado de um tema levantado
em questo, o qual nos mostra que o objetivo desenvolver uma anlise minuciosa
dessa determinada situao.
Quanto abordagem do problema, a metodologia de estudo aplicada ser
a qualitativa, pois caracteriza uma empresa do setor metalrgico e suas informaes
contbeis e gerenciais.
Appolinrio (2006, p. 61) destaca que,
A pesquisa preponderantemente qualitativa seria, ento, a que normalmente prev a coleta dos dados a partir de interaes sociais do pesquisador com o fenmeno pesquisado. Alm disso, a anlise desses dados se dar a partir da hermenutica do prprio pesquisador.
Sero apresentadas nesse estudo de caso as caractersticas de uma
empresa do setor metalrgico, bem como os relatrios e informaes contbeis e
gerenciais que ela utiliza para gerir seus negcios.
19
2 FUNDAMENTAO TERICA
A fundamentao terica consiste na apresentao dos conceitos que se
fazem indispensveis para a realizao do estudo. Este captulo trata do conceito e
histrico da contabilidade gerencial, bem como as demonstraes contbeis e os
relatrios gerenciais utilizados pelas empresas e a importncia dessa ferramenta de
suporte informacional para o processo decisrio na organizao.
2.1 Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira
No contexto competitivo atual, com o avano tecnolgico e a evoluo da
economia, se torna indispensvel a utilizao da contabilidade nas empresas, sem
ela no se pode garantir o sucesso de uma organizao. A contabilidade dispe de
diversas ferramentas que auxiliam na boa gesto, ferramentas como a contabilidade
financeira e a contabilidade gerencial.
O foco desse estudo demonstrar a contribuio da contabilidade
gerencial como ferramenta de gesto e o que ela oferece para o sucesso de uma
organizao, para tanto se far um comparativo entre contabilidade gerencial e
financeira.
A contabilidade gerencial difere-se da contabilidade financeira
especialmente em relao aos seus usurios. A informao da contabilidade
gerencial destinada aos usurios internos, enquanto as informaes da
contabilidade financeira destinam-se aos usurios externos.
De acordo com Warren et. al (2008, p. 3):
As informaes da contabilidade financeira so relatadas em demonstrativos financeiros teis para pessoas ou instituies de fora ou externas empresa. Exemplos de tais usurios incluem acionistas, credores, instituies governamentais e pblico em geral.
De acordo com o autor, a contabilidade financeira voltada
especialmente ao pblico externo empresa.
20
J Atkinson et al. (2000, p. 37) destaca que,
Contabilidade Financeira lida com a elaborao e a comunicao de informaes econmicas de uma empresa dirigidas a uma clientela externa: acionistas, credores (bancos, debenturistas e fornecedores), entidades reguladoras e autoridades governamentais tributrias. A informao contbil financeira comunica aos agentes externos as conseqncias das decises e das melhorias dos processos executadas por administradores e funcionrios.
O autor, alm de mencionar que a contabilidade financeira voltada ao
pblico externo, tambm frisa a importncia e a responsabilidade dos
administradores e funcionrios na elaborao dessas informaes econmicas,
demonstrando a transparncia e a realidade da empresa em tempo real.
J a contabilidade gerencial, o ramo da contabilidade que tem o objetivo
de fornecer informaes aos gestores das empresas, que os auxiliem nas tomadas
de decises. Para Atkinson et al. (2000, p. 36) contabilidade gerencial o processo
de identificar, mensurar, reportar e analisar informaes sobre os eventos
econmicos das empresas.
Na concepo de Iudcibus (1998, p. 21):
A contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, est voltada nica e exclusivamente para a administrao da empresa, procurando suprir informaes que se encaixem de maneira vlida e efetiva no modelo decisrio do administrador.
Como os clientes esto cada vez mais exigentes e o mercado cada vez
mais competitivo, as empresas necessitam adequar-se a essas necessidades, e
uma das melhores formas de garantir o sucesso utilizando-se da contabilidade
gerencial, que uma ferramenta de gesto que oferece muitos benefcios no
processo de deciso.
Tais decises no podem ser tomadas de qualquer forma, mas sim
depois de muitas anlises, questionamentos e procedimentos observados. Dessa
maneira, garante-se um processo decisional condizente e prximo da realidade da
empresa.
De acordo com Souza (2008, p. 28):
21
Um modelo de deciso um conjunto de procedimentos, que se forem observados, facilitaro a deciso. Por outras palavras, um modelo de deciso um mtodo de fazer uma escolha, cujas alternativas envolvem informaes quantitativas e qualitativas. Na verdade um modelo decisrio funciona como uma rotina.
A contabilidade gerencial um conjunto de ferramentas que possibilita
aos gestores das empresas uma viso mais espelhada das rotinas dirias da
mesma, fornecendo informaes de extrema relevncia e que auxiliam de maneira
muito expressiva nas tomadas de decises.
Ao contrrio da contabilidade financeira, a contabilidade gerencial visa
atender as necessidades internas da empresa, por meio de relatrios auxiliares que
ajudam a espelhar a situao da organizao em tempo real em um determinado
perodo. Esses relatrios devem ser gerados com o mximo de cuidado, sendo
antes conciliados e analisados para que no haja qualquer tipo de incoerncia, pois
os resultados dos relatrios so base para as tomadas de decises. Caso esses
relatrios tragam informaes distorcidas a respeito da situao, as decises por
parte dos gestores sero tomadas de forma errnea, podendo ocasionar muitos
prejuzos empresa e para quem est inserido nela.
Segundo Pizzolato (2000, p. 195):
(...) a Contabilidade Gerencial produz informao til para a administrao, a qual exige informaes para vrios produtos tais como: auxlio no planejamento; na medio e avaliao da performance; na fixao de preos de venda e na anlise de aes alternativas.
Essa ferramenta de gesto oferece informaes importantes para o
processo decisional, tais como planejamentos, formao de preo de venda, e
permite a anlise de muitas alternativas de melhorias nos vrios setores de uma
organizao. Sendo bem utilizada, essa ferramenta pode auxiliar muito no processo
de deciso trazendo vrios benefcios, porm, cabe aos gestores terem
discernimento para utilizar corretamente essas informaes e no pr em risco a
sade da empresa.
A tabela a seguir explica bem essa diferena entre a contabilidade
financeira e a contabilidade gerencial.
22
Contabilidade Financeira Contabilidade GerencialClientela Externa: Acionistas, credores,
autoridades tributrias
Interna: Funcionrios,
administradores, executivosPropsito Reportar o desempenho
passando as partes externas,
contratos com proprietrios e
credores
Informar decises internas
tomadas pelos funcionrios e
gerentes: feedback e controle
sobre desempenho operacional;
contratos com proprietrios e
credoresData Histrica, atrasada Atual, orientada para o futuro
Restries Regulamentada: dirigida por
regras e princpios
fundamentais da contabilidade
e por autoridades
governamentais
Desregulamentada: sistemas e
informaes determinadas pela
administrao para satisfazer
necessidades estratgicas e
operacionaisTipo de Informao Somente para mensurao
financeira
Mensurao fsica e
operacional dos processos,
tecnologia, fornecedores e
competidoresNatureza da Informao Objetiva, auditvel, confivel,
consistente, precisa
Mais subjetiva e sujeita a juzo
de valor, vlida, relevante,
acuradaEscopo Muito agregada; reporta toda a
empresa
Desagregada; informa as
decises e aes locaisQuadro 1: Comparao entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade GerencialFonte: Atkinson et al. (2000 p. 38)
Fazendo um comparativo, visvel a importncia dessas duas
ferramentas nas organizaes. Por meio da contabilidade financeira podem-se
atender todos os clientes externos, como os acionistas, as instituies financeiras e
as autoridades tributrias, fazendo-se por meio dos demonstrativos contbeis. Com
a contabilidade gerencial, possvel atender os clientes internos, como os gestores,
administradores, diretores, por meio dos relatrios gerenciais, que servem de base
para as decises.
23
2.2 A Evoluo da Contabilidade Gerencial
A contabilidade gerencial surgiu para que os gestores possam ter
informaes precisas que alicercem suas decises em relao organizao.
A contabilidade sempre foi utilizada basicamente para fins fiscais e no
gerenciais, porm, com o aumento das regulamentaes exigidas pelos usurios
externos, essas informaes passaram a se tornar inadequadas para esse fim.
Atkinson et al. (2000, p. 39) explicam essa situao:
Durante o sculo passado, a contabilidade para a clientela externa tornou-se uma exigncia total por causa do crescimento das regulamentaes e da quantidade de relatrios externos padronizados (da FASB e SEC, por exemplo, nos Estados Unidos). As exigncias dessa clientela externa levaram muitas empresas a colocarem mais nfase no desenvolvimento de informao para demonstraes financeiras do que para tomada de deciso e controle gerencial interno. Como resultado, o sistema de contabilidade gerencial, na maioria das empresas comprovou-se inadequado para condies de mudanas e de desafios competitivos, tecnolgicos e mercadolgicos.
Nota-se que com a grande exigncia da clientela externa com relao aos
relatrios a elas direcionados, as empresas passaram a no ter como preocupao
primordial a gesto dos controles internos para tomadas de decises. Com isso, os
sistemas de contabilidade gerenciais passaram a se tornar inadequados e
ultrapassados em relao ao mercado e ao avano da tecnologia, tornando a
competitividade mais frgil em relao s outras empresas.
Ricardino (2005, p. 19), expe trs teorias sobre o surgimento da
contabilidade gerencial. Na primeira teoria, Ricardino diz que a contabilidade
gerencial surgiu quando a contabilidade comeou fornecer, para fins gerenciais,
informaes estatsticas para propsito de planejamento, deciso e controle. Na
segunda teoria, Ricardino (2005) baseia-se na obra de Johnson e Kaplan (1987), e
segundo os autores, o surgimento da contabilidade gerencial foi na revoluo
industrial. A contabilidade gerencial surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos,
quando as organizaes comerciais, em vez de depender dos mercados externos
para trocas econmicas diretas, passaram a conduzir trocas econmicas internas. E
de acordo com o autor, as primeiras organizaes comerciais americanas a
desenvolver sistemas de contabilidade gerencial foram as tecelagens de algodo
24
mecanizadas e integradas, surgidas aps 1812. Na terceira teoria, Ricardino (2005,
p. 20) relata o surgimento da contabilidade gerencial na Inglaterra no sculo XII,
onde eram utilizadas informaes com fins gerenciais, na administrao das
propriedades agrcolas.
A contabilidade gerencial, desde o seu surgimento, sempre teve como
objetivo fornecer aos seus usurios informaes que pudessem ser utilizadas no
gerenciamento das atividades das organizaes.
O papel desse ramo da contabilidade intensamente importante, pois
dos relatrios gerados por essa ferramenta pode-se verificar a boa progresso da
empresa contribuindo pra seu sucesso.
Com o passar do tempo, as organizaes comearam a sentir a
necessidade de utilizar ferramentas que atendiam no somente ao fisco, mas
tambm aos usurios internos, externos e suas exigncias. Dessa forma, essa
ferramenta de gesto comeou a ser cada vez mais trabalhada para suprir as
necessidades de informaes.
No Brasil, a contabilidade gerencial teve seu incio nos anos 70, com a
publicao de algumas obras de Robert Newton Anthony, Harold Bierman Jr., entre
outros, voltadas para a controladoria gerencial, gerncia financeira, controle
oramentrio, oramento empresarial e controle de gesto.
Pereira et al. (2005, p. 278), destaca que:
Controladoria o termo aplicado dentro das empresas ao rgo administrativo encarregado de observar e realizar o controle das decises e deliberaes acordadas pelos gestores por ocasio do planejamento, o que acaba se materializando em oramentos e anlises de desempenho, com o estabelecimento de estimativas de receitas, padres de custos e anlises de variaes.
Segundo (PEREIRA 2005), foi o professor Tung o pioneiro a ministrar
cursos de controladoria no Brasil, publicando a obra Controladoria Financeira nas
Empresas, em 1972. Tambm destaca que outro pioneiro a trazer a contabilidade
gerencial em forma de controladoria para o Brasil foi o professor Kanitz, ministrando
cursos de controladoria e vindo a publicar, em 1976, a obra Controladoria: teorias e
estudos de caso.
25
Pereira (2005) tambm destaca a importncia de outros autores para a
contribuio do surgimento da contabilidade gerencial no Brasil, entre eles, o
professor Rolf Mario Treuherz e o professor Catelli.
A contabilidade gerencial vem ganhando espao na gesto das
empresas, trazendo muitas informaes auxiliares e de extrema importncia no
processo decisional, acompanhando a evoluo do ambiente empresarial, e
trazendo benefcios sociedade em geral.
2.3 Demonstraes Contbeis
Qualquer empresa, independente de seu porte ou natureza jurdica,
necessita atender ao fisco por meio das demonstraes contbeis, que tambm
podem ser utilizadas para o gerenciamento dos seus negcios.
Cruz et al. (2009, p. 35) ressalta que a principal funo da contabilidade,
ao contrrio do que muitas pessoas acreditam, no se restringe apurao de
impostos e informao fiscal.
Nos dias atuais no cabe mais ao contador apenas se ater s
informaes fiscais, alm dessa obrigao, surge o papel de orientar para um
planejamento adequado nas empresas, verificando a veracidade e a preciso das
informaes que auxiliam no processo para as tomadas de decises por parte dos
gestores. Cabe ao contador orientar com os demonstrativos contbeis, visando o
progresso dessas organizaes.
Marion (2009, p. 41), afirma que:
Relatrio contbil a exposio resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade. Objetiva relatar s pessoas que se utilizam da contabilidade (usurios da contabilidade) os principais fatos registrados pela contabilidade em determinado perodo.
A contabilidade uma cincia rica em possibilidades, sendo possvel
extrair uma infinidade de informaes que auxiliam no gerenciamento das empresas,
por meio de suas demonstraes contbeis.
26
2.3.1 Balano Patrimonial (BP)
O balano patrimonial uma das demonstraes exigidas em lei, e visa
demonstrar a situao patrimonial e financeira da empresa em um determinado
perodo.
Cruz et al. (2009, p. 36) destaca que,
O balano patrimonial um dos mais importantes relatrios contbeis. Atravs dele possvel se perceber a situao patrimonial e financeira de uma entidade. Trata-se de uma demonstrao esttica. Seus nmeros refletem a situao de uma entidade em um momento especfico
Marion (2009, p. 44) ressalta que o balano patrimonial a principal
demonstrao contbil. Reflete a posio financeira em determinado momento,
normalmente no fim do ano ou de um perodo prefixado. Como se fosse a fotografia
de uma empresa onde se v de uma s vez todos os bens, valores a receber e
valores pagar em determinada data.
O balano patrimonial reflete a situao financeira da empresa e
constitudo do ativo, passivo e patrimnio lquido. Sendo que o ativo compreende as
aplicaes de recursos representadas pelos bens e direitos, o passivo apresenta as
origens de recursos representadas por obrigaes e o patrimnio lquido
compreende os recursos prprios da empresa.
O balano patrimonial a demonstrao contbil destinada a evidenciar,
quantitativa e qualitativamente, em determinada data, a posio patrimonial e
financeira da entidade. (CFC, 2002).
A estruturao das contas do balano deve obedecer ao estabelecido na
legislao, como forma de obter uma homogeneidade das informaes e
proporcionar a seus usurios um melhor entendimento.
Sobre a classificao das contas no balano patrimonial, Iudcibus,
Martins e Gelbeck (2000, p. 26), expem que importante que as contas sejam
classificadas no balano de forma ordenada e uniforme, para permitir aos usurios
uma adequada anlise e interpretao da situao patrimonial e financeira.
27
Nas atividades de gerenciamento das empresas, o balano patrimonial
permite, tambm, analisar questes referentes liquidez e o endividamento da
empresa.
O balano patrimonial um documento exigido com bastante freqncia
pelas instituies financeiras, pelos fornecedores e outros usurios. Esse
demonstrativo um dos mais importantes de uma empresa, pois por meio dele
que se pode identificar a capacidade da mesma em honrar os seus compromissos
com os terceiros, avaliar a estrutura do capital da empresa, dentre outras
informaes.
2.3.2 Demonstrativo do Resultado do Exerccio (DRE)
A demonstrao do resultado do exerccio apresenta o resultado do
perodo e os fatores determinantes para obt-los. Nesse demonstrativo possvel
visualizar as informaes de faturamento, custos dos produtos, mercadorias ou
servios, as despesas do perodo e seu resultado.
Cruz et al. (2009, p. 83) destaca que a demonstrao do resultado do
exerccio um demonstrativo contbil de carter obrigatrio que relaciona as contas
de resultado, diminuindo as despesas das receitas, chegando ao lucro do exerccio.
O demonstrativo do resultado do exerccio deve observar o perodo de
competncia, evidenciando a formao dos resultados mediante confronto de
receitas, custos e despesas.
Trata-se, portanto, de um resumo das receitas e despesas no final de um
determinado perodo, que geralmente de 12 (doze) meses.
A forma de apresentao da demonstrao do resultado do exerccio
vertical, isto , subtrai-se e soma-se. Antigamente (1976), essa demonstrao era
feita de forma horizontal, apresentando receita num lado e despesa/custo no outro.
(MARION, 2009, p. 119).
Ao analisar um DRE se obtm um total de receitas de um determinado
perodo e o confronto das mesmas com os custos e as despesas do mesmo perodo,
obtendo, dessa forma, um lucro ou um prejuzo. Por meio dessas informaes pode-
28
se verificar quais os custos e as despesas que devero ser gerenciados para a
realizao dos lucros.
2.3.3 Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC)
A demonstrao do fluxo de caixa est sendo muito utilizada pelas
empresas devido ao seu poder informativo. [...] o fluxo de caixa pode ser elaborado
por consulta e reacumulao de dados das contas representativas das
disponibilidades, bancos e aplicaes financeiras. (PADOVEZE, 2000, p. 71).
Iudcibus, Martins e Gelbeck (2000) especificam, ainda, que o objetivo da
demonstrao do fluxo de caixa prover informaes relevantes sobre os
pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante um
determinado perodo.
H duas formas de apresentao de fluxo de caixa, as quais so: a
demonstrao de fluxo de caixa pelo mtodo direto, dividido em atividades
operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento.
Santos (2009, p. 20) ressalta que,
No mtodo direto, todas as entradas e sadas do caixa relativas s atividades operacionais so apuradas e apresentadas por classe de transaes; total recebido dos clientes e de outras atividades operacionais, total pago aos fornecedores e funcionrios, impostos [...].
O mtodo direto demonstra o fluxo de caixa das atividades operacionais
em termos de caixa bruto, no distinguindo entre o lucro do perodo corrente e as
mudanas do capital de giro. (BRAGA, 2006, p. 119).
O outro mtodo de apresentao de fluxo de caixa pelo mtodo indireto,
que tambm dividido em atividades operacionais, de investimento e de
financiamento, onde os valores so obtidos a partir da ltima demonstrao de
resultado do perodo e dos dois ltimos balanos patrimoniais.
Iudcibus, Martins e Gelbeck (2000) destacam que o mtodo indireto faz
a conciliao entre o lucro lquido e o caixa gerado pelas operaes, por isso
tambm chamado de mtodo da reconciliao.
29
Um demonstrativo de fluxo de caixa deve conter detalhamentos que
permitam a adequada anlise das informaes, para que os usurios dessa
demonstrao possam ter um entendimento e uma anlise adequada quanto
liquidez.
A Lei n 11.638/07 que altera a Lei 6.404/76 tornou obrigatria a partir
de 01 de janeiro de 2008 a elaborao da demonstrao do fluxo de caixa (DFC) no
lugar da demonstrao das origens e aplicaes de recursos (DOAR). O que ainda
no ficou definido pela lei se a demonstrao de fluxo de caixa deve ser
apresentada de forma direta ou indireta, mas independentemente do mtodo
utilizado, o saldo final ser o mesmo.
Apurada pelo mtodo direto ou pelo mtodo indireto, os saldos das
demonstraes dos fluxos de caixa sero sempre idnticos. A diferena est no
alcance dos resultados da anlise da demonstrao. (FACTOR, 2008).
Essa demonstrao alm de ser muito importante na gesto das
empresas, passa ter sua elaborao obrigatria no final de cada exerccio social
para atender a legislao vigente.
2.4 Relatrios Gerenciais
Com a velocidade dos acontecimentos, a ajuda do profissional contbil
torna-se cada vez mais necessria s empresas. A colaborao desse profissional
faz-se por meio de relatrios gerenciais gerados pelos sistemas de informaes. Os
relatrios gerenciais, ao contrrio das demonstraes contbeis, servem apenas
para transmitir informaes que no so oferecidas pelas mesmas.
Esses relatrios so de suma importncia para a administrao das
empresas, pois so eles que vo identificar os ndices, mensurar os custos e apontar
as falhas e dificuldades que a organizao est encontrando. Esses apontamentos
que os relatrios gerenciais permitem analisar colaboram para melhorias interna e
externa da empresa e para a realizao dos lucros. Vale ressaltar, ainda, que os
relatrios gerenciais devem conter dados precisos, reais e atuais, para que as
decises sejam tomadas conforme a realidade apresentada neles.
30
Contudo, os relatrios gerenciais servem para traar planos e metas para
o presente e principalmente para o futuro, o que faz com que a empresa caminhe a
passos seguros em busca do seu sucesso no mercado.
2.4.1 Relatrio de Contas a Pagar
O relatrio de contas a pagar um controle financeiro utilizado pelas
empresas para controlar o quanto elas tem de obrigaes com seus terceiros. Esses
compromissos surgem de despesas incorridas na empresa para o funcionamento da
mesma, tais como despesas de aluguis, telefone, energia eltrica, os fornecedores,
os quais so, alm de muito importante, vitais para o funcionamento da organizao,
entre outros servios solicitados pela empresa.
O Conselho Federal de Contabilidade (2002, p. 48) define que a funo
das contas a pagar registrar e controlar as obrigaes decorrentes das demais
contas a pagar a terceiros, tais como: servios ou honorrios de terceiros a pagar,
etc.
Segundo o CFC, o relatrio de contas a pagar utilizado para controlar as
despesas incorridas em um perodo. Esse controle de suma importncia para
qualquer administrao de empresa, pois sem esse relatrio no se pode controlar o
quanto a mesma tem de valores em aberto com seus terceiros. Porm, as contas a
pagar no se resumem apenas aos terceiros, mas tambm aos fornecedores, que,
por sua vez, alimentam os estoques para originar o giro de capital da organizao.
Conforme Silva (2001, p. 28) os relatrios de contas a pagar tambm
decorrem do volume de compras e da expectativa de vendas da empresa.
O autor tambm menciona a expectativa de recebimento, pois se a
mesma no for a esperada, a empresa deve contrair o volume de contas a pagar.
Esse volume de recebimento significa o montante de giro que a empresa tem para
saldar suas dvidas.
O relatrio de contas a pagar um relatrio gerencial, que permite aos
gestores uma boa administrao dos pagamentos aos seus fornecedores e aos
31
terceiros. um dos relatrios que fazem parte da base para as tomadas de decises
por parte da administrao das empresas.
2.4.2 Relatrio de Contas a Receber
Os relatrios de contas a receber so utilizados pelas empresas com a
finalidade de controlar o ndice de inadimplncia por parte de seus clientes. um
relatrio muito importante e necessrio para que a organizao saiba e visualize o
valor que ainda tem por receber. Dessa forma, entrando com medidas de cobranas
aos clientes e planejando o seu futuro por meio dos valores que sero recebidos.
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (2002, p. 42) a funo do
relatrio de contas a receber controlar os valores a receber da empresa, gerados
pelas vendas de produtos, mercadorias ou servios. Esse controle realizado para
que se possam tomar medidas de cobrana dos valores vendidos aos clientes e
tomadores dos servios.
Para Silva (2001, p. 36), a cobrana a principal funo operacional de
contas a receber. A formulao da poltica de crdito e o acompanhamento de seus
resultados so as funes tpicas de planejamento e controle de contas a receber.
De acordo com o autor, a poltica de crdito e o planejamento do controle
dos valores a receber fazem toda a diferena no capital de giro de uma empresa.
Quanto mais controle houver no momento da venda, mais certeza a empresa ter de
que receber o valor, mantendo, assim, seu giro de capital e sua sustentabilidade no
mercado.
2.4.3 Relatrio de Giro de Estoque
O relatrio de giro de estoque utilizado para verificar quantas vezes o
estoque gira em um determinado perodo. Por meio desse relatrio, consegue-se
identificar quais os produtos mais solicitados pelos clientes em geral, facilitando a
32
programao de compra de matria-prima e a fabricao dos produtos. Esse
indicador calculado com base na relao do volume de vendas em um perodo
(ms, ano) dividido pelo saldo do estoque no final do perodo em anlise.
(BERTAGLIA, 2003).
A frmula para se calcular o giro do estoque se apresenta a seguir:
GE = vendas mdias mensais ou anuais ($) / Saldo mdio do estoque mensal ou anual ($) ouGE = vendas mdias mensais ou anuais ($) / Saldo mdio do estoque mensal ou anual (Qt)
O clculo desse ndice importante para que a empresa possa observar
quantas vezes em um determinado perodo ocorreu o giro nos estoques. Quanto
maior for o ndice melhor para a empresa, pois significa dizer que a rotatividade dos
produtos ou mercadorias maior e o tempo de estocagem menor.
2.4.4 ndices
A anlise das demonstraes contbeis e dos relatrios gerenciais
consiste em fazer comparaes de valores em determinados perodos, de modo que
se possa ter uma viso do passado a fim de se projetar o futuro. Existem vrias
frmulas que permitem ao contador gerencial e aos gestores, analisar os
patrimnios sob aspectos econmicos, financeiros, de retorno de capital, entre
outros. Dentre essas frmulas se encontram os ndices de liquidez, de
endividamento, de rentabilidade, de prazo mdio ou rotao e ndices de estrutura.
2.4.4.1 ndices de Liquidez
Os ndices de liquidez indicam a capacidade financeira da empresa em
honrar seus compromissos com terceiros nos seus respectivos vencimentos,
comparando-se os valores a curto ou a longo prazo. Dentre os ndices de liquidez se
33
encontra o ndice de liquidez geral, que reflete a situao financeira da empresa,
servindo para avaliar a capacidade de pagamento a curto e longo prazo.
Para Neto (2002, p. 173) este indicador revela a liquidez, tanto a curto
como a longo prazo. De cada R$ 1 que a empresa tem de dvida, o quanto existe de
direitos e haveres no ativo circulante e realizvel a longo prazo. 1
O ndice de liquidez geral tambm pode ser utilizado como medida de
segurana financeira para saldar dvidas futuras.
Frmula para o clculo do ndice de liquidez geral:
LG = AC + ARPL
PC + PELP
Outro ndice o de liquidez corrente, que nos indica quantos reais a
empresa dispe para honrar as dvidas contradas a curto prazo.
Santos (2001, p. 23), destaca que:
O ndice de liquidez corrente indica a capacidade da empresa para liquidar seus compromissos financeiros de curto prazo. Como ele estabelece a relao entre ativo circulante e passivo circulante, quanto maior for o ndice, melhor ser a situao financeira da empresa.
Esse ndice considera tambm os estoques como valores em dinheiro,
no os diferenciando dos outros ativos.
Frmula para o clculo do ndice de liquidez corrente:
LC = AC
PC
J o ndice de liquidez imediata permite calcular a porcentagem de
dvidas que a empresa possui a curto prazo, com a finalidade de serem sanadas
imediatamente.
1 Com a Lei n 11.638/07, o Ativo Realizvel a Longo Prazo passou a integrar o grupo do Ativo No Circulante.
34
Esse quociente normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas
em manter recursos monetrios em caixa, ativo operacionalmente de reduzida
rentabilidade. (NETO, 2002, p. 172).
Frmula para o clculo do ndice de liquidez imediata:
LI = DISPONIBILIDADES
PASSIVO CIRCULANTE
E por ltimo, temos o ndice de liquidez seca, o qual elimina os estoques
do grupo ativo circulante, apresentando uma certeza maior da liquidez da empresa.
Segundo Silva (2001, p. 272) a liquidez seca,
Indica quanto a empresa possui em disponibilidades (dinheiro, depsitos bancrios a vista e aplicaes financeiras de liquidez imediata) aplicaes financeiras a curto prazo e duplicatas a receber, para fazer face ao seu passivo circulante.
Frmula para o clculo do ndice de liquidez seca:
LS = AC - ESTOQUES
PC
Esses so os ndices de liquidez que auxiliam os gestores para as
tomadas de decises. Por meio desses indicadores, pode-se obter a capacidade
financeira da empresa, vislumbrando a possibilidade da mesma honrar seus
compromissos com terceiros. Essas formas de anlise demonstram a situao real
lquida da organizao.
2.4.4.2 ndices de Endividamento
Existem tambm os ndices de endividamento, que de forma inversa aos
ndices de liquidez, expem a posio relativa do capital da empresa. Quanto mais
35
prximo de 1,0 o quociente estiver, mais preocupaes os gestores devem ter com
relao empresa, pois significa que o endividamento dela est comprometido.
Dentre os ndices de endividamento se encontram o ndice de
endividamento geral e solvncia geral, que demonstram a capacidade total de
quitao das obrigaes da empresa.
Utilizando-se desses indicadores, a empresa conseguir a informao da
quitao em relao s obrigaes por ela obtidas. Nesse caso, quanto maior for o
ndice, maior tambm o cuidado que a organizao deve tomar, pois significa que
a situao lquida da empresa poder ficar negativa, acarretando uma srie de
problemas.
A frmula para o clculo do ndice de endividamento geral a que segue:
PC + PELP
ATIVO
Outro ndice de endividamento o ndice de solvncia geral, mostrando a
capacidade de pagamento da empresa, tomando como base seu ativo total, quanto
maior seu ndice, menores riscos a empresa estar correndo com relao aos seus
pagamentos.
Frmula para o clculo do ndice de solvncia geral:
ATIVO TOTAL
PC + PELP
De acordo com Marion (2010, p. 258) o ndice de solvncia geral
representa a participao dos recursos financeiros por terceiros. um bom
indicador de risco da empresa.
Por meio desse indicador a empresa consegue detectar qual o percentual
de financiamentos obtidos por meio de terceiros, conseguindo, dessa forma, tomar
medidas de prevenes para que no venha a ocorrer um futuro endividamento.
36
2.4.4.3 ndices de Rentabilidade
Ainda em relao aos ndices, temos o ndice de rentabilidade, que
expressa a lucratividade obtida em determinado perodo. Dentre eles temos a
margem operacional, conhecida tambm como margem de lucro sobre vendas, onde
indica o percentual de lucro obtido sobre o volume de receitas em determinado
perodo. (...) este quociente compara o lucro com as vendas lquidas, de
preferncia. (IUDCIBUS, 2008).
Frmula para o clculo da margem operacional:
MO = LUCRO LQUIDO OPERACIONAL
VENDAS LQUIDAS
Para este indicador, quanto maior for o ndice, melhor para a empresa,
pois significa o lucro que a mesma teve depois de pagos os custos e as despesas
operacionais.
Outro ndice a margem bruta, representada pela frmula:
MB = LUCRO OPERACIONAL BRUTO
VENDAS LQUIDAS
Para Schrickel (1999, p. 287), a margem bruta indica qual a
rentabilidade primria (bruta) das operaes sociais, isto , apenas considerando os
custos industriais, as depreciaes e os impostos faturados como deduo das
Vendas Lquidas.
Junior e Begalli (2002, p. 239) salientam, ainda, que a margem bruta seja
aplicada na diferenciao de produto, estabelecimento, departamento ou na poltica
de formao de preos.
Para este indicador, quanto maior seu ndice melhor para a empresa, pois
ele representa o lucro bruto para cada real vendido.
37
Ainda em relao aos ndices de endividamento, temos a margem lquida,
que representa o resultado obtido pela empresa em relao ao seu faturamento.
Segue a frmula para o clculo da margem lquida:
ML = LUCRO LQUIDO DO EXERCCIO
VENDAS LQUIDAS
Essa medida leva em conta inclusive o resultado no operacional e
representa o que sobra da atividade da empresa no final do perodo.
Tradicionalmente, mais usada e do interesse do scio da empresa. Junior e
Begalli (2002, p. 240).
Schrickel (1999, p. 291) explica melhor sobre a margem lquida e diz que
ela indica qual a rentabilidade da empresa aps consideradas as Despesas
Financeiras (pagas e no pagas), as Variaes Monetrias e as Despesas e receitas
No-operacionais.
Esse ndice indica se a empresa trabalha com instituies financeiras por
meio de financiamentos, demonstrando os resultados do seu negcio, deduzindo as
despesas financeiras dos emprstimos as quais financiaram suas operaes durante
o ano.
2.4.4.4 ndices de Prazo Mdio ou Rotao
Esses ndices contribuem muito para a interpretao da liquidez e
rentabilidade da empresa. Seu resultado obtido pelo confronto entre os dados do
DRE com os dados do Balano Patrimonial.
Dentre esses ndices temos o ndice de prazo mdio de rotao dos
estoques, o qual mostra empresa a movimentao das sadas, pelas vendas, e
das entradas, pelas compras, dos estoques.
De acordo com Junior e Begalli (2002, p. 242), o prazo mdio de
renovao dos estoques representa na empresa comercial o tempo mdio de
38
estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produo e
estocagem.
O clculo do ndice faz-se pela seguinte frmula:
PME = CMV
EM
A principal funo para calcular-se a rotao dos estoques dar auxlio
para a administrao prever quando e quanto comprar para repor o estoque.
O prazo mdio de recebimento de vendas outro ndice que pode ser
calculado para verificar o tempo que a empresa leva para receber suas vendas
efetuadas aos clientes.
Ainda para Junior e Begalli (2002, p. 242) o prazo mdio de recebimentos
expressa o tempo decorrido entre vendas e recebimento.
Significa dizer que quanto maior for o ndice calculado, mais valor a
empresa tem para receber de seus clientes.
A frmula para calcular o prazo mdio de recebimento de vendas :
PMR = CLIENTES
RECEITA DE VENDAS
Outro clculo que tambm pode ser feito para encontrar o prazo de
pagamento dos ttulos que a empresa tem a pagar referente s compras de
fornecedores. A esse ndice chamamos de prazo mdio de pagamento de compra,
que tem como frmula:
PMC = FORNECEDOR
MDIA DE COMPRAS
Junior e Begalli (2002, p. 242) explicam que o prazo mdio de compras:
(...) mede o nmero de dias, semanas ou meses que a empresa leva para pagar seus fornecedores. As empresas tm procurado expandir esses
39
prazos para que esse valor financie seus investimentos em ativo circulante. Geralmente, quando o PMPC superior quele concedido pelo fornecedor, significa que a empresa est com problemas de liquidez.
Quanto maior for o ndice calculado nesse caso, melhor para a empresa,
pois significa dizer que ela est comprando estoques dos seus fornecedores com um
prazo de pagamento mais esticado, fazendo com que os valores do ativo circulante
girem dentro da prpria empresa por mais tempo, no necessitando dessa forma de
investimento por meio de financiamento junto a instituies financeiras.
2.4.4.5 ndices de Estrutura
Os ndices de estrutura evidenciam o confronto entre capital prprio e
capital de terceiros, oferecendo condies de saber quem investiu mais na empresa,
se foram os proprietrios ou os terceiros. Com relao esses ndices, encontra-se o
quociente de participao de capital de terceiros, que revela a proporo de capital
prprio e capital de terceiros existente na organizao, ou seja, o quanto de capital
de terceiros est sendo utilizado para cada real de capital prprio. Braga (1999, p.
152) explica:
Esses quocientes servem para indicar o grau de utilizao dos capitais obtidos pela empresa. Praticamente, o uso de um deles elimina a necessidade de se recorrer ao outro. Por exemplo, se o grau de participao de Capitais Prprios apresenta um ndice de 0,40 (40%), significa que 60% dos investimentos esto sendo financiados com Capitais de Terceiros (ou de Alheios), se, por outro lado, o grau de participao de Capitais de Terceiros apresenta um quociente de 0,65 (65%), significa que os recursos prprios concorrem com 35% do financiamento do investimento total (Ativo Total).
Segue abaixo a frmula para se calcular o ndice:
PCT = PC + PELP
PL
40
Segundo Iudcibus (2008, p. 95) este quociente um dos mais utilizados
para retratar o posicionamento das empresas com relao aos capitais de terceiros.
Quanto menor esse quociente for para a empresa, significa dizer que a
mesma possui mais capital prprio aplicado e menos dvidas com financiamentos.
Outro ndice de estrutura a imobilizao do patrimnio lquido, que
indicam at que ponto os capitais prprios esto imobilizados.
De acordo com Braga (1999, p. 137):
Sendo o Ativo Permanente um tipo de aplicao a longo prazo, de lenta recuperao (quotas de depreciao, amortizao, exausto, dividendos, etc.), importante que seja financiado por fontes adequadas de recursos. No caso, portanto, seria indicada a utilizao de recursos prprios para garantir tais aplicaes. Na hiptese de insuficincia de recursos prprios, recomendvel o uso de recursos de terceiros a longo prazo.
Segue a frmula para se calcular a imobilizao do patrimnio lquido:
IPL = AP
PL
Quanto menor for esse ndice melhor, pois indicar que os recursos que
esto sendo utilizados so prprios e no financiados. Esse quociente quanto mais
prximo de 1,0 significa dizer que a empresa tem mais dvidas de financiamentos
com terceiros.
2.5 Setor Metalrgico
Neste tpico ser apresentada a origem da metalurgia, a histria do setor
metalrgico no Brasil e, consequentemente, sua repercusso na regio sul
catarinense, mais especialmente na cidade de Cricima. Destaca-se por ser um
setor de grande importncia tanto para a economia brasileira como para a economia
da regio do sul de Santa Catarina.
41
2.5.1 A Origem da Metalurgia
A origem da metalurgia se deu no Oriente Mdio, h seis mil anos,
quando metais como o cobre, a prata e o bronze eram martelados para se produzir
pequenos utenslios domsticos. Com o passar do tempo, o bronze, devido seu alto
custo, passou a ser substitudo pelo ferro que tinha um custo menor na poca. (A
TRIBUNA, 20/04/2011).
De acordo com jornal A Tribuna (20/04/2011, p. 02) com a revoluo
industrial, o ao ganhou destaque entre os metais. Nesse perodo, as mquinas
ganharam espao entre os trabalhadores e dessa forma, os metais passaram a ser
utilizados para a fabricao das mquinas que ocupavam as fbricas. O metal
passou a ser utilizado em larga escala, dando origem chamada indstria de base,
que os transformava para serem aplicados em outras indstrias.
2.5.2 Histria do Setor Metalrgico no Brasil
A atividade metalrgica no Brasil teve incio na poca da colonizao,
quando grupos de portugueses desembarcavam nas capitanias procurando se
comunicar com os nativos a fim de descobrir ferro, ouro e prata. Com a presena
das riquezas abundantes no Brasil, fez-se com que o objetivo de colonizao por
parte dos portugueses se direcionasse para a explorao dessas riquezas.
Segundo o site Histria da Tcnica e da Tecnologia no Brasil, conforme
os povoados na colnia iam surgindo, se destacavam tambm alguns trabalhadores
que conheciam a arte de fundir o ferro, arte essa passada de pai para filho que tinha
a funo de transformar o ferro em ferramentas e utenslios domsticos. Os
trabalhos inicialmente desenvolvidos por eles eram de ferreiros, caldeireiros,
funileiros e latoeiros.
Ainda, segundo o site com o crescimento da indstria canavieira, o
fornecimento de caldeiras e moendas passou a se tornar cada vez maior, mas
mesmo com a demanda, Portugal proibia o Brasil de possuir indstrias, para que
42
no houvesse concorrncia com os produtos produzidos por Portugal.
De acordo com a histria da metalurgia, disponvel no site dos Sindicatos
dos Metalrgicos de Sorocaba e Regio, a primeira fbrica de ferro surgiu em 1590,
onde fica hoje Sorocaba, no estado de So Paulo. O mrito se deve a Afonso
Sardinha que descobriu o minrio magntico, e passou a produzir ferro a partir de
sua reduo, utilizando como redutor o coque. Em 1795, estabelecia-se em So
Paulo uma fbrica de ferro e ao. Com o crescimento da empresa e sua expanso,
estabeleceu-se tambm a mesma em Minas Gerais.
No incio do sculo XIX as indstrias conquistaram a liberdade de operar
livremente, porm no disponibilizavam de equipamentos adequados, e muitos eram
importados da Inglaterra a elevados preos. Outro fator que dificultava a operao
era a falta de mo de obra qualificada. (A TRIBUNA, 20/04/2011)
Segue abaixo algumas empresas que marcaram essa poca, de acordo
com o jornal a Tribuna (20/04/2011, p. 04):
Real Fbrica de Ferro So Joo de Itapema, Sorocaba/SP
Real Usina de Ferro do Morro do Pilar, em Minas Gerais
Usina Patritica, Congonhas do Campo/MG
Fbrica de So Miguel de Piracicaba, Caets/MG
Fbrica Ponta dAreia, Niteri/RJ
Usina Esperana, Itabirito/MG
O grande processo de industrializao ocorrido no Brasil na dcada de 50
e a inovao tecnolgica na dcada de 70, alavancaram a posio de destaque na
metalurgia, sendo hoje um dos principais produtores de ao do mundo.
Com o passar do tempo o setor metalrgico brasileiro ampliou cada vez
mais seus horizontes, tornando-se um grande setor e unindo nele os seus
trabalhadores.
Segundo o site da Central nica dos Trabalhadores (CUT), os
metalrgicos foram o primeiro setor a organizar-se como categoria no ano de 1988.
Em 1989, foi fundado o Departamento Nacional dos Metalrgicos, em 1992 criou-se
a Confederao Nacional dos Metalrgicos, e em julho de 2007 o setor conquistou o
Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, objetivando uma menor desigualdade
43
econmica, propondo a reduo da jornada de trabalho e a constituio de um piso
salarial nacional.
O setor metalrgico um dos setores mais fortes no Brasil, juntamente
com sua fora sindical, atuando para o bem comum dos trabalhadores, lutando por
melhorias para os que servem ao setor com garra e dedicao, demonstrando
sociedade em geral e para a economia o quanto importante para a regio sul
catarinense.
2.5.3 Setor Metalrgico no Sul de Santa Catarina
De acordo com o site Histria da Tcnica e da Tecnologia no Brasil, a
atividade metalrgica no sul de Santa Catarina tornou-se significativa aps a 2
guerra mundial (1939-1945) por intermdio do setor de minerao, pois para se
extrair o carvo naquela poca, as tcnicas eram rudimentares, necessitando do
auxilio de ps, marretas e de outras ferramentas. Dessa forma, comearam a surgir
pequenas empresas metalrgicas que fabricavam essas ferramentas para o setor
carvoeiro.
O site ainda relata que como o volume de migrao estava em constante
crescimento, cresciam tambm os setores da minerao e de outras indstrias. Para
atender a demanda, o setor metalrgico passou a ser cada vez mais importante no
cenrio econmico da regio. Ele ainda ressalta que com o crescimento dos outros
setores e de novos produtos, o setor metalrgico teve sua ascenso entre 1950 e
1980. Esse foi o perodo em que o setor mais cresceu no sul de Santa Catarina,
servindo de apoio s outras empresas da regio, principalmente as de carvo, que
de acordo com a tecnologia adquirida ao longo do tempo, necessitava cada vez mais
de novas ferramentas e novos maquinrios para exercer suas atividades.
A partir da dcada de 90, iniciou-se a queda da produo carbonfera em
Santa Catarina, localizada basicamente no sul do estado, gerando uma grande crise
na economia no s desse setor, mas atingindo todos os setores da regio,
incluindo-se o setor metalrgico, pois esse mesmo era o que dava base para o
carbonfero, auxiliando na fabricao das suas ferramentas de trabalho. Dessa
44
forma, com a queda da produo de carvo, o setor metalrgico teve srios
prejuzos financeiros, encontrando vrias dificuldades.
A queda do setor carbonfero resultou em muitas demisses de
empregados especializados em mecnica e metalurgia, que trabalhavam com
ferramentas e equipamentos do setor da minerao. Foi nessa poca que
comearam a surgir dezenas de micro-empresas do setor metal-mecnico na regio
carbonfera. Com isso dando origem a vrias empresas que at hoje movimentam a
economia da regio. De acordo com o Sindimetal, o setor metalrgico se divide em
seis atividades, das quais:
Estamparia
Estruturas metlicas
Forjaria
Fundio de ao
Mquinas e equipamentos
Usinagem
Algumas indstrias foram pioneiras na metalurgia aqui na regio de
Cricima/SC, e sobrevivem at hoje fazendo a economia movimentar e gerando
emprego para uma grande parte da populao. De acordo com o Sindimetal, segue
abaixo algumas das empresas metalrgicas pioneiras da regio sul catarinense:
Siderrgica Spillere (Caravggio)
Mecril - Metalrgica Cricima Ltda. (Cricima)
Sidesa Coopermetal (Cricima)
Sical Siderrgica Catarinense Ltda. (Cricima)
ICON Mquinas e Equipamentos S.A (Cricima)
Segundo o Sindimetal, abaixo esto elencadas algumas das principais
empresas metalrgicas da regio de Cricima/SC que atuam hoje no mercado:
Becker Implementos Rodovirios Ltda. (Cricima)
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Brametal Estruturas Metlicas (Cricima)
ESAF Esquadrias de Alumnio (Urussanga)
Hipper Freios (Morro Grande)
ICON Mquinas e Equipamentos S.A (Cricima)
Librelato (Orleans)
Mademil (Caravggio)
MDS (Nova Veneza)
Milano Estruturas Metlicas Ltda. (Cricima)
Sical - Siderrgica Catarinense (Cricima)
Segundo o jornal A Tribuna (20/04/2011, p. 02) hoje, o setor metalrgico
conta com aproximadamente 1.500 empresas que geram em torno de 8.000
empregos. O faturamento mdio fica na casa dos R$ 1,5 bilhes de reais ao ano.
Com isso, percebe-se a importncia desse setor economia da regio sul
catarinense.
De acordo com o Sindimetal, o setor abrange os municpios de: Cricima,
Lauro Muller, Iara, Urussanga, Morro da Fumaa, Cocal do Sul, Sango, Treviso,
Nova Veneza, Siderpolis, Forquilhinha, Morro Grande, Meleiro, Maracaj,
Ararangu, Balnerio Arroio do Silva, Balnerio Gaivota, Timb do Sul, Turvo, Ermo,
Jacinto Machado, Sombrio, Santa Rosa do Sul, Praia Grande, So Joo do Sul e
Passo de Torres.
Essas empresas trazem regio sul do estado de Santa Catarina,
tecnologia de ponta e uma atuao no mercado de extrema importncia para a
economia da regio, alm de ofertar muitos empregos, garantindo o sustendo de
inmeras famlias que sobrevivem dessa atividade.
46
3 ESTUDO DE CASO
Neste captulo sero apresentados os resultados do estudo de caso
realizado junto empresa Metalrgica Santa Cruz Ltda. Faz-se nesse momento a
apresentao do desenvolvimento do caso prtico para demonstrar a contribuio
da contabilidade gerencial no processo decisional da empresa.
A elaborao desse estudo de caso mostra que alm da importncia
dessa ferramenta na gesto das organizaes, tambm ela, pode ser utilizada por
qualquer empresa, de grande ou pequeno porte, de sociedade limitada ou sociedade
annima (S.A).
Para a realizao desse estudo, foram extrados os dados de uma
empresa que atua no setor metalrgico na regio de Cricima/SC - Metalrgica
Santa Cruz Ltda. Com base em seus dados, ser representado o que est proposto
em teoria.
3.1 Caracterizao da Empresa
A Metalrgica Santa Cruz Ltda. uma empresa do ramo metalrgico
situada na regio sul de Santa Catarina, mais precisamente na regio de Cricima,
produzindo basicamente equipamentos agrcolas.
A empresa enquadrada socialmente como sociedade limitada, tem
como forma de tributao o lucro real e possui dois scios. Atua a 20 anos no
mercado nacional e trabalha com um pblico direcionado.
A Metalrgica Santa Cruz Ltda. possui sede prpria na regio de
Cricima/SC, sendo classificada como uma empresa de grande porte. Conta com
390 colaboradores, dentre os quais 42 so da rea administrativa.
O faturamento da empresa gira em torno de 58 milhes de reais ao ano
apresentando-se financeiramente estvel, sendo que todos os seus investimentos
so de capital prprio.
47
A metalrgica utiliza, em termos tecnolgicos, um sistema contbil
gerencial, fornecendo relatrios que expressam informaes em tempo real. Como o
sistema utilizado trabalha em tempo real, a empresa dispe de uma ferramenta que
possibilita transparncia e agilidade no momento das tomadas das decises,
facilitando a gesto.
A Metalrgica Santa Cruz Ltda. encontra-se em expanso e atua com
responsabilidade e seriedade, levando a seus clientes qualidade em seus produtos.
Pretende ampliar seus horizontes na abertura de filiais nos estados da regio sul do
pas, facilitando dessa forma a logstica.
3.2 Demonstraes Contbeis da Metalrgica Santa Cruz Ltda.
Nesse momento se apresentam as demonstraes contbeis utilizadas
pela empresa, as quais demonstram o espelho da organizao. Sero apresentados
os dados do balano patrimonial, do demonstrativo do resultado do exerccio e o
demonstrativo do fluxo de caixa. Esses relatrios, alm de serem exigidos por lei,
so indispensveis em uma organizao, pois neles se espelham a vida da
empresa, tambm sendo possvel, por meio deles, tomar decises importantes.
3.2.1 O Balano Patrimonial da Metalrgica Santa Cruz Ltda.
O balano patrimonial, alm de ser exigido por lei, serve tambm, como
instrumento para a tomada de deciso nas empresas. Nesse demonstrativo contbil
podemos analisar a evoluo das contas patrimoniais da organizao. Por meio dele
pode-se extrair dados que auxiliam os gestores em suas decises. A anlise de
ndices e relatrios auxiliares elaborada a partir dos dados encontrados no balano
patrimonial.
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O quadro a seguir, demonstra o balano patrimonial da empresa
Metalrgica Santa Cruz Ltda., fazendo um comparativo entre os exerccios de 2009
e 2010.
31/12/10 31/12/09
31.113.486 22.501.879
ATIVO CIRCULANTE 25.210.410 17.545.931Disponibilidades e Aplic. Financeiras 3.134.888 6.815.182
Clientes Contas a Receber 7.516.072 2.290.302
8.330.358 3.362.912
6.229.092 5.077.535
ATIVO NO CIRCULANTE 5.903.076 4.955.948
Realizvel a longo Prazo 989.734 896.774989.734 896.774
Investimentos 9.076 9.076
Imobilizado 4.904.266 4.050.098
31.113.486 22.501.879
PASSIVO CIRCULANTE 22.527.100 13.116.118Fornecedores 11.675.920 5.460.038
Impostos, Taxas e Contribuies 4.250.426 1.734.408
Adiantamento de Clientes 6.437.952 5.817.952
Outras Contas a Pagar 162.802 103.720
PATRIMNIO LQUIDO 8.586.386 9.385.761Capital Social 760.400 760.400
196.007 196.007Resultados Acumulados 7.629.979 8.429.354
Estoques
Outros
Outros
METALRGICA SANTA CRUZ LTDABALANO PATRIMONIAL
ATIVO
Exerccios
ATIVO TOTAL
PASSIVO
PASSIVO TOTAL
Reserva de Lucros
Quadro 2: Balano PatrimonialFonte: Metalrgica Santa Cruz Ltda.
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Com relao ao ativo circulante, pode-se verificar que nas
disponibilidades a empresa sofreu uma queda em relao ao perodo anterior. Isso
se deu pelo fato de terem sido realizadas mais despesas no exerccio de 2010.
Percebe-se no demonstrativo que houve um aumento na conta de clientes
de um perodo para o outro, significando um crescimento das vendas a prazo.
percebvel tambm o salto da conta de estoques durante os perodos, devido ao
crescimento das vendas por encomenda, resultando num aumento da fabricao
dos produtos. Com maiores vendas, a carga tributria tambm sofreu um aumento
considervel em relao ao perodo anterior. Com estoques maiores, a empresa
necessitou de mais matria-prima para produzir seus produtos, resultando numa
elevao de valores na conta de fornecedores, no perodo de 2010 em relao ao
perodo de 2009.
Em suma, o balano patrimonial da empresa mostra-se estvel
financeiramente, embora as obrigaes de curto prazo crescessem em torno de 5
(cinco) milhes, a empresa no necessitou de recursos de instituies financeiras.
3.2.2 Demonstrativo do Resultado do Exerccio da Metalrgica Santa Cruz Ltda.
O demonstrativo do resultado do exerccio tambm, um demonstrativo
importante na gesto das empresas. Por meio dele, pode-se verificar o valor da
receita auferida pela empresa em determinado perodo, suas dedues, custos,
receitas e despesas que incorreram na empresa em determinado perodo.
O quadro a seguir demonstra o resultado do exerccio nos perodos de
2009 e 2010 da empresa Metalrgica Santa Cruz Ltda.
50
31/12/10 31/12/09
58.370.288 34.683.084(11.196.556) (5.380.574)47.173.732 29.302.510
(35.821.182) (24.808.528)
11.352.550 4.493.982
(12.151.925) (5.575.512)(2.047.779) (738.802)
(10.249.840) (4.916.914)5.872 (34.966)
Receitas Financeiras Despesas 5.872 (34.966)139.822 115.170
Outras Receitas Operacionais 139.822 115.170
(799.375) (1.081.530)
(799.375) (1.081.530)
(799.375) (1.081.530)
Receita Lquida de Vendas/Servios
Custo de Bens e/ou Serv. Vendidos
Resultado Bruto
Despesas/Receitas OperacionaisDespesas com Vendas
Resultado Antes do Imp. Renda e Contrib Social
METALRGICA SANTA CRUZ LTDADEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCCIO
Lucro/Prejuzo do Exerccio
Gerais e AdministrativasReceitas/Financeiras Lquidas
Outras Receitas/Despesas Operacionais Lquidas
Resultado Operacional
Receita Bruta de Vendas/ServiosDedues da Receita Bruta
Quadro 3: Demonstrativo do Resultado do ExerccioFonte: Metalrgica Santa Cruz Ltda.
Pode-se perceber, analisando o demonstrativo do resultado, que a receita
aumentou significativamente de um perodo para o outro, as vendas tiveram um
aumento por conta de uma poltica adotada no setor comercial. A abertura de filiais
tambm auxiliou nesse aumento de vendas, pois a empresa pde estar mais
prxima dos clientes, atuando com mais facilidade no mercado.
As despesas com vendas em 2010 aumentaram significativamente em
relao a 2009, devido reestruturao da rea comercial para atender a demanda
do mercado.
Outro ponto importante a falta de automatizao no processo fabril da
empresa. Como a produo cresceu devido o fato da abertura de novas filiais, o
custo com mo-de-obra tambm se elevou. No exerccio de 2010, parte desse custo
com salrios foi inserida nas despesas gerais e administrativas, gerando uma
grande diferena em relao a 2009, mostrando mudanas no critrio do clculo do
CPV.
51
3.2.3 Demonstrativo do Fluxo de Caixa da Metalrgica Santa Cruz Ltda.
Apresenta-se o demonstrativo do fluxo de caixa da empresa pelo mtodo
indireto. por meio do fluxo de caixa que a empresa verifica as entradas e sadas
de valores em determinado perodo. Abaixo segue o demonstrativo da Metalrgica
Santa Cruz Ltda. pelo mtodo indireto referente os perodos de 2009 e 2010.
DEMONSTRAO DE FLUXO DE CAIXA - MODELO INDIRETO
2010 2.009
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro Lquido do Exerccio -799.375 -1.081.538
(+) Depreciao 1.110.580 932.520
(=) Lucro que afeta o Caixa 311.205 -149.018
Variaes no Circulante -3.137.327 5.643.604
Aumento de Contas a Receber -5.225.770 -381.967
Reduo de Estoques -4.967.446 2.182.690
Aumento de Fornecedores 6.215.882 889.199
Antecipaes de Clientes 620.000 2.138.616
Outros direitos a receber -2.296.011
Aumento de Obrigaes Fiscais 2.516.018 815.066
Caixa Gerado nos Negcios -2.826.122 5.494.586
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS -854.168 22.274
Venda de Imobilizado 22.274
Aquisio de Imobilizado -854.168
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS 0 0
RESULTADO FINAL DO CAIXA -3.680.290 5.516.860
(+} Saldo existente em 31-12-XX 6.815.178 1.298.318
Saldo existente em 31-12-X2 3.134.888 6.815.178
Quadro 4: Demonstrao de Fluxo de Caixa Modelo IndiretoFonte: Metalrgica Santa Cruz Ltda.
Analisando o demonstrativo do fluxo de caixa relacionando os perodos de
2009 e 2010, notamos que houve uma reduo significativa no ativo circulante
financeiro (caixas e bancos), devido aplicao em estoques e ao maior desembolso
com despesas operacionais.
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Constatou-se, tambm, um aumento considervel no contas a receber no
exerccio de 2010, devido ao aumento das vendas a prazo. O