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CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. TRANSPORTE INTERESTADUAL DE PASSAGEIROS. PERMISSÃO. PRORROGAÇÃO. INCABIMENTO. 1. Por meio do presente recurso busca a Apelante a declaração do direito à prorrogação das permissões de sua titularidade, pelo prazo de 15 anos, com a nulidade de todas as cláusulas contratuais que suprimiram este direito, excluindo as linhas sub judice dos planos de outorga que substanciarão as anunciadas licitações do sistema de transporte coletivo ou, como pedido alternativo 2. Dispõe o art. 21, XII, e, da Constituição Federal ser de competência da União a exploração direta, ou mediante delegação, dos serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. Por sua vez, o art. 175 da Carta Magna, prevê que a delegação da prestação de serviço público, através da concessão e permissão, sempre será precedida de licitação. 3. "O Decreto nº 2.521/98 é constitucional, porquanto apenas adequou a postura da Administração ao modelo de prestação de serviço público adotado pela Constituição Federal. Não há que se falar em direito adquirido à prorrogação da permissão anteriormente concedida, com fundamento no Decreto nº 952/93." (TRF-5ª R. - AGTR 2008.05.00.055284-8 - (91590/SE) - 4ª T. - Relª Desª Fed. Margarida Cantarelli - DJe 26.03.2009 - p. 243) 4. Não há qualquer irregulalidade no Decreto nº 2.521/98, o qual veio regulamentar a Lei 8.987/95, referente aos contratos que se encontravam em vigor antes de 1993, como é o caso dos autos, onde o contrado de permissão é anterior a Constituição Federal, realizado sem licitação, não podendo perdurar indefinidamente a concessão do serviço

Jurisprudência licitação transporte interestadual

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Jurisprudência do TRF5 sobre necessidade de licitação para transporte interestadual.

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CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. TRANSPORTE INTERESTADUAL DE PASSAGEIROS. PERMISSÃO. PRORROGAÇÃO. INCABIMENTO.1. Por meio do presente recurso busca a Apelante a declaração do direito à prorrogação das permissões de sua titularidade, pelo prazo de 15 anos, com a nulidade de todas as cláusulas contratuais que suprimiram este direito, excluindo as linhas sub judice dos planos de outorga que substanciarão as anunciadas licitações do sistema de transporte coletivo ou, como pedido alternativo2. Dispõe o art. 21, XII, e, da Constituição Federal ser de competência da União a exploração direta, ou mediante delegação, dos serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. Por sua vez, o art. 175 da Carta Magna, prevê que a delegação da prestação de serviço público, através da concessão e permissão, sempre será precedida de licitação.3. "O Decreto nº 2.521/98 é constitucional, porquanto apenas adequou a postura da Administração ao modelo de prestação de serviço público adotado pela Constituição Federal. Não há que se falar em direito adquirido à prorrogação da permissão anteriormente concedida, com fundamento no Decreto nº 952/93." (TRF-5ª R. - AGTR 2008.05.00.055284-8 - (91590/SE) - 4ª T. - Relª Desª Fed. Margarida Cantarelli - DJe 26.03.2009 - p. 243)4. Não há qualquer irregulalidade no Decreto nº 2.521/98, o qual veio regulamentar a Lei 8.987/95, referente aos contratos que se encontravam em vigor antes de 1993, como é o caso dos autos, onde o contrado de permissão é anterior a Constituição Federal, realizado sem licitação, não podendo perdurar indefinidamente a concessão do serviço público de transporte interestadual em questão, sob pena de ofensa a ordem constitucional brasileira.5. Inexistência de direito adquirido à prorrogação da permissão anteriormente concedida, com fundamento no Decreto nº 952/93.6. Uma vez cumprido o prazo de duração do contrato, tendo em conta que o lapso de quinze anos contados da edição do Decreto 952/93 se prefez em 2008, não há que se falar em direito à prorrogação do contrato sem que a parte se submeta ao prévio procedimento licitatório, exigido constitucionalmente.7. O prazo estabelecido para duração da delegação do serviço público deve possibilitar a amortização dos investimentos que o delegatário realizou a fim de prestar um serviço público adequado, bem como, atender aos princípios administrativos em geral, tais como, a moralidade, impessoalidade, eficiência, etc.8. In casu, não há possibilidade de ser fixado indenização, inicialmente em face dos longos anos em que a demandante usufruiu da permissão do

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serviço, período, em tese, suficiente para amortizar os gastos realizados com a prestação do serviço.9. Ademais, esta questão depende de análise minuciosa, com levantamento de diversos dados, inclusive demonstração de prejuízos que ultrapassam o patamar dos riscos de contratos dessa natureza, o que não seria possível na presente ação, até porque não foram tratadas essas circunstâncias nesta demanda.10. Apelação não provida.

(PROCESSO: 200883000163842, AC473418/PE, DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS, Segunda Turma, JULGAMENTO: 01/06/2010, PUBLICAÇÃO: DJE 10/06/2010 - Página 314)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL - AÇÃO DECLARATÓRIA - SERVIÇO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERESTADUAL DE PASSAGEIROS - PRETENSÃO DE EXPLORAÇÃO DE LINHA DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO SEM PRÉVIA LICITAÇÃO - AFRONTA AOS ARTIGOS 21, INCISO XII, ALÍNEA "E", E 175, DA CF/88 - IMPOSSIBILIDADE.1. Encontra-se consolidado pela jurisprudência do Colendo STJ o entendimento de que diante das disposições da Carta Magna de 1988 (arts. 21, XII, "e", 37, XXI e 175), não se encontra plausibilidade jurídica na manutenção, sem licitação, da exploração irregular de linha de transporte interestadual de passageiros. Precedente: (STJ - REsp 617147 / PR - Primeira Turma - Rel. Min. LUIZ FUX - DJ 25.04.2005 p. 232) - "(...) 2. O transporte coletivo de passageiros nas rodovias federais é um serviço público, competindo à União explorá-lo diretamente ou outorgar sua execução, mediante autorização, concessão ou permissão, a teor do que dispõe o art. 21, XII, "e", e art. 175 da Constituição Federal, conforme conveniência e necessidade. A implantação de nova linha de transporte, bem como qualquer alteração referente à linha ou à prestação do serviço por empresa de ônibus deverá sempre ser precedida de licitação".2. No mesmo sentido é o posicionamento deste Egrégio Tribunal firmado no acórdão proferido em Sessão Plenária. Precedente: (MS 51.555-CE, Rel. Juiz GERALDO APOLIANO DIAS, j. 21.08.96, ratificado na Sessão de 11.11.98): "(...). 2. Os princípios norteadores da novel Constituição afastam qualquer dúvida acerca da imprescindibilidade da licitação, para a outorga da permissão de prestação de serviços de transporte rodoviário interestadual de passageiros. 3. A existência de irregularidade na exploração de outras linhas de transporte de passageiros, não autoriza o

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Poder Judiciário a deferir, ainda quando em caráter precário, a prestação desses serviços, à margem dos parâmetros legalmente fixados para a respectiva concessão. (...)".3. Destarte, adota-se a orientação jurisprudencial do Plenário desta Corte, que se faz harmônica ao pacífico e reiterado entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que a exploração do serviço de transporte coletivo de passageiros, mediante permissão ou autorização do Poder Público, será precedida de processo licitatório, devendo a empresa interessada requerer ao Ministério dos Transportes a abertura do certame, atendido os dispositivos constitucionais, nos termos do Decreto N.º 2.521/1998, aliado ao enunciado da Súmula 39 do TRF 1ª Região, DJU-II 09.07.98. "É defeso ao Poder Judiciário substituir-se à Administração para autorizar, conceder ou permitir a exploração de serviço de transporte rodoviário interestadual".4. Agravo de instrumento da UNIÃO provido.

(PROCESSO: 200205000105910, AG42496/CE, DESEMBARGADOR FEDERAL FREDERICO PINTO DE AZEVEDO (CONVOCADO), Primeira Turma, JULGAMENTO: 05/06/2008, PUBLICAÇÃO: DJ 14/07/2008 - Página 279)

ADMINISTRATIVO. AÇÃO CAUTELAR. TRANSPORTE INTERESTADUAL DE PASSAGEIROS. IMPRESCINDIBILIDADE DE PRÉVIA LICITAÇÃO. REFORMA DA SENTENÇA.1. Impossibilidade de o Judiciário substituir a autoridade administrativa admitindo que a Autora continue a exercer a atividade de transporte interestadual de passageiros, sem que para tal esteja habilitada. Não dispondo de qualquer título que a torne apta ao dito exercício, a suplicante não faz jus à manutenção da situação fática eventualmente existente e à outorga de uma chancela judicial, a ampará-la e a compatibilizá-la, ainda que provisoriamente, com o ordenamento jurídico.2. Ausência dos requisitos essenciais da ação cautelar, ou seja, do fumus boni iuris e do periculum in mora. Precedentes.3. Apelações da Empresa Gontijo de Transportes Ltda e da União providas. Remessa Oficial provida.

(PROCESSO: 200405000060375, AC336208/CE, DESEMBARGADOR FEDERAL ÉLIO WANDERLEY DE SIQUEIRA FILHO (CONVOCADO), Terceira Turma, JULGAMENTO: 22/06/2006, PUBLICAÇÃO: DJ 21/08/2006 - Página 680)

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