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Justiça e Equidade Teoria de John Rawls Escola Secundária Severim de Faria

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Justiça como equidade e a sua superação no Liberalismo Politico

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Justia e EquidadeTeoria de John RawlsEscola Secundria Severim de FariaA concepo de justia como equidade foi apresentada em 1971, por J. Rawls numa das mais representativas obras do pensamento poltico dos ltimos anos: Teoria da Justia.A justia ter que possuir, um carcter contratual e social, por isso John Rawls admite os seguintes pressupostos:Igualdade racional de todos os HomensO homem um fim em si mesmo e no um meioA dignidade humana um carcter essencial e intrnseco a qualquer ser humano.

IntroduoFilsofo norte-americano, nasceu em 1921, em Baltimore, e frequentou as Universidades de Oxford e de Havard, tendo mais tarde lecionado nesta ltima. Faleceu a 24 de novembro de 2002.A sua obra essencialmente uma reflexo sobre os domnios da tica e da teoria poltica. Na sua obra Teoria da Justia, ressuscita a ideia de Contrato Social que, de uma ou outra forma, tinha sido alvo de reflexo por parte de Hobbes, Lockee e Jean-Jacques Rousseau. O conceito de justia no diz somente respeito a princpios morais, mas tambm a um conjunto mais vasto da atividade humana: as instituies polticas, os sistemas jurdicos, as formas de organizao social. Quem foi John Rawls?A este respeito diz Rawls:a justia a primeira virtude das instituies sociais, como a verdade o em relao aos sistemas de pensamento.Quem foi John Rawls?

Essas regras existem para cimentar um sistema de cooperao entre todos para benefcio de todos. No entanto, tambm existe conflito de interesses. Para resolver estes conflitos so necessrios princpios ou regras que nos ajudem a escolher qual ser a melhor forma de organizar a sociedade, isto , a melhor forma de repartir esses benefcios. o papel da justia na sociedade no se resume reposio das irregularidades e aos castigos aos criminosos. A funo da justia mais profunda: a de definir a atribuio de direitos e deveres e a de distribuir os encargos e os benefcios da cooperao social.O que a sociedade?Associao de pessoas que reconhecem carcter vinculativo a um determinado conjunto de regras e actuam de acordo com elas.Segundo John Rawls, a sociedade :Para resolver estes conflitos so necessrios princpios ou regras que nos ajudem a escolher qual ser a melhor forma de organizar a sociedade, isto , a melhor forma de repartir esses benefcios. O papel da justia na sociedade no se resume reposio das irregularidades e aos castigos aos criminosos. A funo da justia mais profunda: a de definir a atribuio de direitos e deveres e a de distribuir os encargos e os benefcios da cooperao social.

O que a sociedade?6A teoria de Rawls constitui, em grande parte, uma reaco ao utilitarismo clssico. De acordo com esta teoria, se uma aco maximiza a felicidade, no importa se a felicidade distribuda de maneira igual ou desigual. Grandes desnveis entre ricos e pobres parecem em princpio justificados. Mas na prtica o utilitarismo prefere uma distribuio mais igual. A teoria

Famlia que recebe 5000Famlia que recebe 500500Famlia fica a receber 4500Famlia fica a receber 1000-10%2x maisDeste modo, uma determinada quantidade de riqueza produzir mais felicidade do que infelicidade se for retirada dos ricos para dar aos pobres. Tudo isto parece muito sensato, mas deixa Rawls insatisfeito. Ainda que o utilitarismo conduza a juzos correctos acerca da igualdade, Rawls pensa que o utilitarismo comete o erro de no atribuir valor intrnseco igualdade, mas apenas valor instrumental. Isto quer dizer que a igualdade no boa em si boa apenas porque produz a maior felicidade total. Por consequncia, o ponto de partida de Rawls ter de ser bastante diferente. A teoriaRawls parte ento de uma concepo geral de justia que se baseia na seguinte ideia: JustiaTodos os bens sociais primrios liberdades, oportunidades, riqueza, rendimento e as bases sociais da auto-estima (um conceito impreciso) devem ser distribudos de maneira igual a menos que uma distribuio desigual de alguns ou de todos estes bens beneficie os menos favorecidos.

A subtileza que tratar as pessoas como iguais no implica remover todas as desigualdades, mas apenas aquelas que trazemdesvantagens para algum. Se dar mais dinheiro a uma pessoa do que a outra promove mais os interesses de ambas do que simplesmente dar-lhes a mesma quantidade de dinheiro, ento uma considerao igualitria dos interesses no probe essa desigualdade.

Justia

Por exemplo, pode ser preciso pagar mais dinheiro aos professores, para incentivar os alunos a estudar durante mais tempo, diminuindo assim a taxa de reprovaes. As desigualdades sero proibidas se diminurem a tua parte igual de bens sociais primrios. Se aplicarmos este raciocnio aos menos favorecidos, estes ficam com a possibilidade de vetar as desigualdades que sacrificam e no promovem os seus interesses.Justia

Mas esta concepo geral ainda no uma teoria da justia satisfatria. A razo que a ideia em que se baseia no impede a existncia de conflitos entre os vrios bens sociais distribudos. Por exemplo, se uma sociedade garantir um determinado rendimento a desempregados que tenham uma escolaridade baixa, criar uma desigualdade de oportunidades se ao mesmo tempo no permitir a essas pessoas a possibilidade de completarem a escolaridade bsica.H neste caso um conflito entre dois bens sociais, o rendimento e a igualdade de oportunidades.

JustiaComo podes ver, a concepo geral de justia de Rawls deixa estes problemas por resolver. Ser ento indispensvel um sistema de prioridades que justifique a opo por um dos bens em conflito. E nesse caso, se escolhemos um bem em detrimento de outro, porque temos uma razo forte para considerar um dos bens mais prioritrio do que outro. Nesse sentido, Rawls divide a sua concepo geral em trs princpios:Princpio da liberdade igualPrincpio da oportunidade justaPrincpio da diferenaPrincpiosPrincpio da liberdade igual: A sociedade deve assegurar a mxima liberdade para cada pessoa compatvel com uma liberdade igual para todos os outros.Princpio da diferena: A sociedade deve promover a distribuio igual da riqueza, excepto se a existncia de desigualdades econmicas e sociais gerar o maior benefcio para os menos favorecidos.Princpio da oportunidade justa: As desigualdades econmicas e sociais devem estar ligadas a postos e posies acessveis a todos em condies de justa igualdade de oportunidades.

PrincpiosAssim, o princpio da liberdade igual tem prioridade sobre os outros dois e o princpio da oportunidade justa tem prioridade sobre o princpio da diferena. Atingido um nvel de bem-estar acima da luta pela sobrevivncia, a liberdade tem prioridade absoluta sobre o bem-estar econmico ou a igualdade de oportunidades, o que faz de Rawls um liberal. Um exemplo do que a teoria de Rawls rejeita, seria o de abdicares de gozar de liberdade de expresso para um dia teres a vantagem econmica de no te serem cobrados impostos.PrioridadesEm cada um dos princpios mantm-se a ideia de distribuio justa. Assim, uma desigualdade de liberdade, oportunidade ou rendimento ser permitida se beneficiar os menos favorecidos. Isto faz de Rawls um liberal com preocupaes igualitrias. Por exemplo:Um sistema de ensino pode permitir aos estudantes mais dotados o acesso a maiores apoios se, por exemplo, as empresas em dificuldade vierem a beneficiar mais tarde do seu contributo, aumentando os lucros e evitando despedimentos. Distribuio justaAs liberdades bsicas a que Rawls d ateno so os direitos civis e polticos reconhecidos nas democracias liberais, como a liberdade de expresso, o direito justia e mobilidade, o direito de votar e de ser candidato a cargos pblicos.A parte mais disputvel da teoria de Rawls a que diz respeito exigncia de distribuio justa de recursos. O grande problema com que estas sociedades se deparam o de saber como devem ser distribudos os recursos econmicos trata-se do problema da justia distributiva. Como essa exigncia de distribuio justa expressa pelo Princpio da Diferena, sero submetidos tua avaliao crtica os argumentos de Rawls em defesa desse princpio.

As Liberdades bsicas

Rawls apresenta dois argumentos a favor do Princpio da Diferena:O argumento intuitivo da igualdade de oportunidadesO argumento do contrato social hipotticoArgumentosEste argumento apela tua intuio de que o destino das pessoas deve depender das suas escolhas, e no das circunstncias em que se encontram. Ningum merece ver as suas escolhas e ambies negadas pela circunstncia de pertencer a uma certa classe social ou raa. Estando garantida a igualdade de oportunidades, prevalece nas sociedades atuais a ideia de que as desigualdades de rendimento so aceitveis. Como ningum desfavorecido pelas suas circunstncias sociais, o destino das pessoas est nas suas prprias mos. O argumento intuitivo da igualdade de oportunidadesMas ser que esta viso da igualdade de oportunidades respeita a tua intuio de que o destino das pessoas deve ser determinado pelas suas escolhas, e no pelas circunstncias em que se encontram?O argumento intuitivo da igualdade de oportunidadesRawls pensa que no. Por esta razo: reconhecendo apenas diferenas nas circunstncias sociais e ignorando as diferenas nos talentos naturais, a viso dominante ter de aceitar que o destino de um deficiente seja determinado pela sua deficincia.Se injusto que o destino de cada um seja determinado por desigualdades sociais, tambm o ser se for determinado por desigualdades naturais. Logo, como as pessoas so moralmente iguais, o destino de cada um no deve depender dos acasos sociais ou naturais. Neste caso no poders aceitar o destino do deficiente.O argumento intuitivo da igualdade de oportunidades

O argumento intuitivo da igualdade de oportunidadesEm alternativa Rawls prope que a noo comum de igualdade de oportunidades passe a reconhecer as desigualdades naturais. Como?

Ningum deve beneficiar de forma exclusiva dos seus talentos naturais, mas no injusto permitir tais benefcios se eles trazem vantagens para os menos talentosos.Por exemplo:Se uma pessoa nascer muito inteligente, no pode distribuir a sua inteligncia, mas pode us-la para ajudar os outros.O argumento intuitivo da igualdade de oportunidades

O argumento intuitivo da igualdade de oportunidadesIntuio de que o destino de cada pessoa deve ser determinado pelas suas escolhasPrincpio da Diferena

Noo das desigualdades naturais Noo dominante de igualdade de oportunidades

Imagina que no conheces: o teu lugar na sociedade a tua classe e estatuto social os teus gostos pessoais as tuas caractersticas psicolgicas a tua sorte na distribuio dos talentos naturais (como a inteligncia, a fora e a beleza) a tua concepo de bem, ignorando que coisas fazem uma vida valer a pena

O argumento do contrato social hipotticoQue princpios de justia seriam escolhidos por detrs deste vu de ignorncia? R: Aqueles que as pessoas aceitariam contando que no teriam maneira de saber se seriam ou no favorecidas pelas condies sociais ou naturais. Nessa medida, a posio original diz-nos que razovel aceitar que ningum deve ser favorecido ou desfavorecido.O argumento do contrato social hipotticoMas para serem vidas boas h coisas que tero de estar presentes em qualquer vida. A estas coisas Rawls chama bens primrios. H dois tipos de bens primrios:os sociais so directamente distribudos pelas instituies sociais e incluem o rendimento e a riqueza, as oportunidades e os poderes, e os direitos e as liberdades. os naturais so influenciados, mas no diretamente, pelas instituies sociais e incluem a sade, a inteligncia, o vigor, a imaginao e os talentos naturais.O argumento do contrato social hipotticoSob o vu de ignorncia, as pessoas querem princpios de justia que lhes permitam ter o melhor acesso possvel aos bens sociais primrios. E, como no sabem que posio tm na sociedade, identificam-se com qualquer outra pessoa e imaginam-se no lugar dela. Desse modo, o que promove o bem de uma pessoa o que promove o bem de todos e garante-se a imparcialidade. Se queremos assegurar uma distribuio justa de peixe por trs famlias, a pessoa que faz a distribuio no pode saber que parte ter.O argumento do contrato social hipotticoA teoria de Rawls no compensa as desigualdades naturais. A conceo comum de igualdade de oportunidades no limita a influncia dos talentos naturais. Rawls tenta resolver essa falha atravs do princpio da diferena. Assim, os mais talentosos no merecem ter um rendimento maior e s o tm se com isso beneficiarem os menos favorecidos. Mas talvez Rawls no tenha resolvido o problema. Talvez a sua teoria da justia deixe ainda demasiado espao para a influncia das desigualdades naturais. E nesse caso o destino das pessoas continua a ser influenciado por factores arbitrrios.

ObjeesImagina agora duas pessoas na mesma posio inicial de igualdade: tm as mesmas liberdades, recursos e oportunidades. Uma das pessoas tem o azar de contrair uma doena grave. Esta desvantagem natural implica custos na ordem dos 200 euros/ms para medicao. O que oferece a teoria de Rawls a esta pessoa? Como esta pessoa tem os mesmos bens sociais que a outra e os menos favorecidos so definidos em termos de bens sociais primrios, a teoria de Rawls no prev a possibilidade de a compensar. Sobre as desigualdades naturais, apenas dito que os mais talentosos podem ter um rendimento maior se com isso beneficiarem os menos favorecidos.ObjeesO princpio da diferena assegura os mesmos bens sociais primrios a esta pessoa doente, mas no remove os encargos causados, no pelas suas escolhas, mas pela circunstncia de ter contrado uma doena. No se v justificao para tratar as limitaes naturais de maneira diferente das sociais, logo, as desvantagens naturais devem ser compensadas (equipamento, transportes, medicina e formao profissional subsidiadas). A teoria de Rawls enfrenta a objeo de no reconhecer como desejvel a tentativa de compensao destas desvantagens.ObjeesA teoria de John Rawls de natureza deontolgica. Situa-se no que se pode chamar justia do agente. Isto significa que os princpios que regem a sociedade so justos se derivam de um determinado agente fictcio que se supe ser imparcial, o vu de ignorncia. Implica, pois, que os princpios da justia s possam ser encontrados por um observador ideal.Concluso