L CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS 5 f PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO - CRSNSP

236 Sessão

Recurso n° 7154

Processo Susep n° 15414.002710/2012-21

RECORRENTES: JABIS DE MENDONÇA ALEXANDRE — DIRETOR TÉCNICO DA MAPFRE SEGUROS

GERAIS S/A E MAPFRE SEGUROS GERAIS 5/A

RECORRIDA: SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS — SUSEP

EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Denúncia. Negativa de pagamento de indenização em seguro automóvel. Recurso de Jabis de Mendonça Alexandre -

conhecido e provido. Recurso da MAPFRE Seguros Gerais 5/A não conhecido.

PENALIDADE ORIGINAL: Multa no valor de R4 15.000,00.

BASE NORMATIVA: Art. 33, § 12 da Circular Susep n9 256/2004 c/c o art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66.

ACÓRDÃO/CRSNSP N9 6100/16. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, decidem os membros do Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência

Privada Aberta e de Capitalização, (i) por unanimidade, nos termos do voto do Relator, dar provimento ao

recurso do diretor Jabis de Mendonça Alexandre; e (ii) por maioria, não conhecer do recurso da MAPFRE Seguros Gerais S/A, vencidos os Conselheiros Paulo Antonio Costa de Almeida Penido e Ana Maria Meio

Netto Oliveira que votaram pelo conhecimento e provimento do recurso. Presente a advogada, Dra.

Daniela de Matos Silva Rodrigues, que sustentou oralmente em favor da recorrente, intervindo, nos termos

do Regimento Interno deste Conselho, o Senhor Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araújo Duarte.

Participaram do julgamento os Conselheiros Ana Maria Meio Netto Oliveira, Paulo

Antonio Costa de Almeida Penido, Thompson da Gama Moret Santos, Marco Aurélio Moreira Alves e Dorival Alves de Sousa. Declaração de impedimento do Conselheiro André Leal Faoro. Presentes o Senhor

Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araújo Duarte, a Secretária Executiva, Senhora Cecília Vescovi de Aragão Brandão, e a Secretária Executiva Adjunta, Senhora Theresa Christina Cunha Martins.

Sala das Sessões (RJ), 7 de dezembro de 2016.

1l NA-MARI&MELO NETO OLIVEIRA

Preside

VALAV6D '

Relator

Fls MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELI-lO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUR( PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO

Recurso n°7154— CRSNSI Processo no 15414.002710/2012-21 Recorrentes - a) Jabis de Mendonça Alexandre, Diretor Técnico; e,

b) Mapfre Seguros Gerais S/A Recorrida - Superintendência de Seguros Privados - SUSEP

VOTO DO CONSELHEIRO RELATOR, REPRESENTANTE DA F'ENACOR 236 Sessão de Julgamentos do CRSNSI'

Conforme já relatado, trata-se de denúncia formulada por Erika Favoreto Silva, através de White Consultoria em Seguros. contra a Mapfre Seguros Gerais S/A. pela negativa de pagamento da indenização referente ao sinistro ocorrido com o seu veículo.

Segundo consta dos autos, a condenação recaiu sobre o agente responsável, no caso. segundo a Fiscalização, o Sr. Jabis de Mendonça Alexandre, Diretor Técnico, com responsabilidade solidária da Companhia.

Analisando os autos, parece-me, de fato, que a suposta infração cometida está diretamente ligada a uma atividade e responsabilidade de cunho operacional. o que. cl. v.. não se enquadra com o cargo exercido pelo Sr. Jabis de Mendonça Alexandre, que, na ocasião, era de ocupante do cargo de Diretor Técnico. A presente apuração. não individualizou a conduta infracional do referido agente responsável.

Dos documentos acostados aos autos, não se extrai qualquer prova de autoria de infração atribuída ao Recorrente, seja por ação ou omissão, aliás, nem ao menos que ele tinha conhecimento do fato.

Avançando na questão meritória tratada no presente processo, inicialmente, é de se considerar que encontrava-se vigente a apólice reclamada. As recusas, de fato, foram apresentadas em prazo superior a iS (quinze) dias, sendo, portanto, aceitas tacitamente. Esses prazos estão devidamente configurados no parecer técnico.

Entretanto, a reclamante informou que a suspensão da CNI-I do Sr. Ueher de Oliveira era de 30 (trinta) dias. Corroborando essa informação, a verificação dessa afirmação pode ser feita a partir do documento acostado à II. 22 - Termo de Recebimento/Entrega CNI1, mencionando o período de suspensão entre 09/12/2011 a 08/01/2012 e, ainda, a necessidade de realização do curso de reciclagem.

Quer me parecer que, além do prazo de suspensão, para que se pudesse considerar a situação da CNH do Sr. Ueber de Oliveira como regular, remanescia a necessidade de realização do curso de reciclagem, pois não se tratam de situações estanques, como, inclusive, quis fazer parecer a reclamação apresentada pelo representante da reclamante, tanto assim que o documento expedido pelo DETRAN;

¶

PR (fi. 22). em 06/03/2012, portanto, apos a data do sinistro. continuaa-----mencionando "SITUAÇÃO IRREGULAR. PENDENTE REALIZAR CUlQO RECICLAGEM". \- ___•_)

Ademais, importa transcrever o teor do art. 20, da Resolução CONTRAN n° 182/2005. abaixo:

"Ar!. 20. A C'NH ficará apreendida e acostada aos autos e será devolvida tio infrator depois de cwnprido o prazo de suspensão tio direito de dirigir e comprovada a realização do curso de reciclagem." (grifei

A denúncia menciona que o condutor do veículo, Sr. [Jeber de Oliveira, tentou fazer a reciclagem, mas não havia vaga para realização. Não há comprovação dessa afirmação nos autos e, ainda que houvesse, melhor sorte não lhe assistiria, haja vista a imperativa necessidade de realização do referido curso para regularização de sua CNH.

Outrossim, inobstante tenha a Mapfre Seguros Gerais S/A apresentado recurso em face da decisão desfavorável de primeira instância, não há que se falar no conhecimento do mesmo e na aplicação de sanção em face da Sociedade, tendo em vista que a penalidade foi aplicada somente em face do Diretor Jabis de Mendonça Alexandre, consoante o Termo de Julgamento de fi. 133. Assim, senão há que se falar em aplicação de sanção à Sociedade Seguradora, pois não há solidariedade na condenação e a sorte do acessório acompanha a do principal.

Por tudo quanto foi exposto, Voto pelo conhecimento do Recurso interposto pelo Sr. Jabis de Mendonça Alexandre, e dou-lhe provimento, bem como pelo não conhecimento do recurso interposto pela Mapfre Seguros Gerais S/A, pelos motivos considerados na fundamentação supra e pelos fatos e fundamentos contidos no processo.

Rio de Janeiro. 07,du. 1-dc 201

-. Dorival Alves de Sou ' Cons1heiro Relator. Representante U3YfFNACOR

SE/ C RS NSP/ ME RECEBIDO EM L / 2íj

4Iij - ubri e arimbo

MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVA DE PREVIDÊNCIA PRIVAI)A ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO

Recurso n° 7154—CRSNSP Processo n° 15414.002710/2012-21 Recorrentes a) .Jahis de Mendonça Alexandre. I)iretor Técnico; e,

h) Mapfre Seguros Gerais S/A Recorrida - Superintendência de Seguros Privados - SUSEP

RELATÓRIO

Versa o presente sobre denúncia formulada por Erika Favoreto Silva, através de White Consultoria em Seguros. contra a Mapfre Seguros Gerais S/A, pela negativa de pagamento da indenização referente ao sinistro ocorrido com o seu veículo.

Na fase de intermediação. em sua primeira manifestação nos autos, a Sociedade Seguradora alegou fato exclusivo da corretora de seguros (fis. 53/56 e 7 1/75).

Com base no Parecer de fis. 79/80. o I)iretor Técnico e a Sociedade (na qualidade de responsável solidário) foram intimados a alegarem o que entendessem a bem de seus direitos, por descumprimento contratual, tendo apresentado as suas defesas em 01/10/2012 (lis. 84/101 e 102/11 9). respectivarnente.

Em suma. alegaram que (i) as propostas somente foram enviadas para a Seguradora, porém não foram aceitas pela mesma, fato que foi devidarnente comunicado ao corretor no tempo estipulado, sendo a negativa de indenização clara e legal; (ii) a recusa da proposta de contrato foi legítima: e, (iii) o erro foi cometido pela corretora ao garantir a cobertura securitária sem a contratação ter sido finalizada.

A área técnica da SUSEP. após analisar OS argumentos apresentados pela reclamada, opinou pela procedência da denúncia (lis. 124/128). Na mesma linha, opinou a PF-SUSEP (lis. 129/1 30).

A Coordenação-Geral de Julgamentos, concordando com o relatório e os fundamentos do Parecer Técnico de fis. 124/128. da NOTA/PF-SUSEP de fis. 129/130 e do Despacho COJUL de fi. 131. julgou subsistente a representação, aplicando ao Diretor, com responsabilidade solidária da pessoa jurídica, a sanção de multa prevista no artigo 29, da Resolução CNSP n° 243/2011. no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). conforme termo de julgamento acostado à ti. 133.

I)evidamente intimados, os Recorrente interpuseram Recursos a este Conselho (fis. 159 e 160/176), em 10/09/2015. O Sr. .Iabis de Mendonça Alexandre alegou, em suma, que: (i) preliminarmente, a denúncia é nula tendo em vista a inexistência de prova da sua autoria: (7i) falta legitimidade ao Recorrente, por total ausência de responsabilidade pela irregularidade apontada; (iii) a reclamação é improcedente, já que a seguradora cumpriu regularmente as normas em vigor, mormente aquelas relativas à aceitação do risco proposto e ao atendimento dos sinistros; ('iv) na medida em que. sequer houve a contratação do seguro, não há que se falar em negativa de pagamento da indenização; e, (v)

C~I

ainda que a proposta tivesse sido aperfeiçoada e aceita, o veículo era conduzidomarido da reclamante, o qual tinha sua CNH irregular à época do evento reclamado fim, questionou a dosimetria da pela aplicada, solicitou a convolação da multa em recomendação e a aplicação de atenuante prevista no art. 12, 1, da Resolução CNSP n° 243/2011. O recurso da Sociedade Seguradora apenas ratificou os termos do recurso do Sr. Jabis de Mendonça Alexandre.

A área técnica da SUSEP, à fl. 191, ao analisar o teor do recurso, manifestou-se pelo seu conhecimento, visto que tempestivo, e que inexistentes fatos pelo qual pudesse ser reconsiderada a decisão. Ao final, propôs o envio do recurso para este E. Conselho.

Às fis. 194/196, a d. Representação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional junto a este E. Conselho manifestou-se nos termos de Parecer, expressando juízo positivo de conhecimento e negativo de provimento ao recurso.

É o relatório, relativo ao Recurso n° 7154, que encaminho à Secretaria-Executiva do CRSNSP. para as providências cabíveis.

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2016.

L_'~6 Marcelo Augusto Camacho Rocha

Conselheiro Relator. Representante da F1NACOR

'data 'Rubrica:

SEICRSNS /MF