40
na www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 236 15 de Novembro de 2014 | Preço 2,00 Euros www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF “Floresta é riqueza! Floresta é vida!” Sandra Santos quer afirmar AGIM na fileira dos pequenos frutos

Gazeta Rural nº 236

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A Mostra de Vinhos do Sector Cooperativo do Dão e uma entrevista a Sandra Santos, nova coordenadora da Agim, são os temas de capa da edição de 15 de Novembro da Gazeta Rural. Na edição nº 236 falamos também das questões climáticas, dos eventos que vão ocorrer na próxima quinzena, mas também muitas outras notícias que fazem a actualidade. Boa leitura

Citation preview

Page 1: Gazeta Rural nº 236

na

w w w . g a z e t a r u r a l . c o m Director: José Luís Araújo | N.º 23615 de Novembro de 2014 | Preço 2,00 Euros

www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF

“Floresta é riqueza! Floresta é vida!”

Sandra Santos quer afirmar AGIM na fileira dos pequenos frutos

Page 2: Gazeta Rural nº 236

Sum

ário 04 e 05 Sandra Santos quer afirmar AGIM na fileira

dos pequenos frutos

06 e 07 Colocar a agricultura familiar em primeiro lugar para erradicar a fome

08 Alterações climáticas foram responsáveis pelas on-das de calor em 2013

09 Cientistas apelam para acção rápida na redução de emissões de CO2

11 Festa das Adiafas mostra colheitas da época e pro-dutos regionais

12 Terra Sã 2014 sob o signo “As Sementes e o Nosso Futuro Comum”

13 Nervir promove Feira de Artesanato e Gastronomia de Vila Real

14 e 15 Sector Cooperativo do Dão promove II Gran-de Prova de Vinhos

17 Dia do Enoturismo comemorado no concelho de Nelas com grande adesão de participantes, produtores e restaurantes do concelho

19 Douro aposta na biodiversidade funcional para reduzir pesticidas nas vinhas

20 Câmara de Viseu promove “Dão - Vinhos de Inverno”

21 Agricultores com animais podem candidatar-se a apoios comunitários

22 Centro sobre o Vale Glaciar do Zêzere capta turistas para Manteigas

24 Associações transmontanas reclamam regulamenta-ção para apanha de cogumelos

26 e 27 Syngenta mostrou soluções integradas das variedades de milho para silagem

29 Milhares de visitantes passaram pela secular Feira dos Santos

33 Margem Crescente: uma brincadeira… a sério

34 Idanha-a-Nova concentra 30 por cento da plantação de figo da Índia em Portugal

36 Ataque de lobos na região arouquesa preocupa res-ponsáveis da região

38 Funchal recebe III edição da Essência do Vinho - Madeira

Page 3: Gazeta Rural nº 236
Page 4: Gazeta Rural nº 236

4 www.gazetarural.com

Sandra Santos assumiu recen-temente o cargo de coordenadora da AGIM. A responsável desta asso-ciação defende uma continuidade no trabalho que tem vindo a ser de-senvolvido na fileira dos pequenos frutos, pretendendo afirmar a AGIM como uma referência neste sector.

A aposta em iniciativas que pos-sam ser uma mais-valia para os agentes que operam nos pequenos frutos, desde o pequeno produtor até à divulgação do produto no mercado internacional é outra aposta da nova coordenadora da AGIM, que, contu-do, deixa um alerta: “associar é pre-ciso”.

Gazeta Rural (GR): Assumiu uma linha de continuidade em relação ao percurso feito pela AGIM com a sua antecessora no cargo. Todavia, dará um cunho pessoal à sua actuação. O que vai mudar, ou tem mudado, na AGIM?

Sandra Santos (SS): Com efeito, a linha de actuação da AGIM será em con-formidade com a continuação do exce-lente trabalho que tem vindo a ser desen-volvido desde a sua fundação.

Contudo, pretendo que a AGIM se afir-me ainda mais como uma associação de referência na fileira dos pequenos frutos em Portugal. Espero, também, reforçar o papel da AGIM no desenvolvimento do concelho de Sever do Vouga, naquilo que são as suas competências, e trabalhar

Sandra Santos, coordenadora da AGIM

“É urgente os agentes da fileira dos pequenos frutos associarem-se”

em conjunto com a autarquia no sentido de continuar a afirmar a nível nacional a marca “Sever do Vouga Capital do Mirtilo”.

Em sentido mais lato, espero associar a AGIM ao desenvolvimento do sector pri-mário, desde o apoio ao pequeno produ-tor até à divulgação do seu produto a nível internacional.

GR: A AGIM é uma associação In-terprofissional que assumiu a lide-rança da fileira dos pequenos frutos. Que problemas detecta?

SS: Nota-se ainda alguma falta de conhecimento técnico entre grande par-te dos produtores. Isto acontece porque esta é uma fileira relativamente recente e o conhecimento técnico ainda é escasso em alguns casos. Neste ponto, o papel da AGIM passa por proporcionar as condi-ções necessárias para que todos os agen-tes desta fileira possam fazer um trabalho de qualidade, através de acções que pos-sam dotar todos os agentes da fileira do conhecimento técnico necessário.

Outro problema que existe é a falta de associativismo. É urgente os agentes da fileira dos pequenos frutos associarem--se de modo a ganharem massa crítica e “peso” nos mercados internacionais. Te-mos que tomar consciência que cada um a agir por si, muito dificilmente atingire-mos resultados satisfatórios.

GR: Os últimos anos foram de grande actividade na fileira, no-meadamente no mirtilo. 2014 foi, de

certo modo, um ano atípico, tendo em conta o atraso na maturação do fruto. Teme a repetição deste tipo de situações, com as consequências inerentes à quebra do preço no pro-dutor?

SS: De facto, foi um ano atípico mo-tivado pelas condições climatéricas em Portugal e nos outros países da Europa e que teve influência nos preços de várias frutas em Portugal. Não foi uma situação que afectou apenas o mirtilo, mas que foi transversal a quase todo o sector horto-frutícola português.

São situações cíclicas, às quais os agentes que operam nesta área já estão habituados. Todos os anos se verificam oscilações nos preços e este ano isso não foi excepção. Registou-se uma baixa de preços, é verdade, mas não se chegou à situação alarmante que se chegou a te-mer no início da campanha do mirtilo. Pelo contrário, com o decorrer da campanha os preços nos mercados foram aumen-tando e, embora longe dos atingidos no ano passado, ficaram sensivelmente ao mesmo nível de valores registados em ou-tros anos.

GR: Como olha para a fileira nesta altura?

SS: A fileira dos pequenos frutos tem um enorme potencial de crescimento e é uma das que pode oferecer rentabilidades bastante interessantes. No entanto, tal só é possível com empenho e profissio-nalismo. Felizmente a grande maioria dos

Page 5: Gazeta Rural nº 236

5www.gazetarural.com

produtores e comercializadores já en-tendeu isso, embora ainda haja um gran-de caminho a percorrer. Nota-se que há preocupação em adquirir conhecimento e técnicas de cultivo e comercialização, mas somos muito pequenos para cada um agir no mercado isoladamente, cada um por si. Uma vez mais, a solução passa pelo associativismo.

GR: Que conselhos daria a quem,

nesta altura, se quer dedicar a esta actividade? Ainda há espaço para mais gente?

SS: A produção nacional de mirtilo representa menos de 0,01% no merca-do mundial. Somos uma gota no oceano. Por aqui se vê o quanto ainda poderemos crescer. Em simultâneo também podemos explorar o mercado nacional que tem uma grande margem de crescimento.

A cultura do mirtilo continua a ser ren-tável e bastante atractiva, também devido aos apoios comunitários disponíveis. Ape-nas um alerta: o mirtilo não é uma cultura de fim-de-semana. Ele requer um acom-panhamento constante, muita dedicação e conhecimento técnico. Só assim o pro-

dutor terá uma boa rentabilidade. GR: Que tipo de serviços presta a

AGIM?SS: A AGIM presta um leque alarga-

do de serviços que vão desde a elabora-ção, planeamento e acompanhamento de projectos de investimento financiados ao abrigo do Programa PRODER, e agora designado por PDR (o novo quadro comu-nitário de apoio), elaboração de projectos agrícolas, e todo o tipo de acompanha-mento técnico à instalação e exploração de projectos agrícolas em qualquer ponto do país. Também fazemos acompanha-mento burocrático, promovemos forma-ção na área agrícola e implementamos todos os requisitos exigidos pela certifica-ção GlobalGAP.

Em simultâneo, a AGIM organiza se-minários, workshops, dias de campo, en-contros de produtores, técnicos e co-mercializadores de modo a incrementar o conhecimento na fileira. Noutra vertente, também elaboramos projectos de de-senvolvimento rural, nomeadamente de turismo rural, actividades de lazer, comer-cialização e transformação de produtos

endógenos, e promovemos o desenvolvi-mento pessoal através de cursos de for-mação profissional.

GR: Que futuro traça para a AGIM?SS: O futuro passa por continuar a

apostar na fileira dos pequenos frutos e, ao mesmo tempo, promover acções que apoiem todos os seus agentes, desde o produtor ao comercializador. Queremos ainda incrementar o consumo dos peque-nos frutos em Portugal, nomeadamente do mirtilo, e pretendemos continuar o trabalho de afirmar Sever do Vouga como Capital do Mirtilo.

A curto prazo, logo que tenhamos toda a informação necessária sobre o novo PDR, pretendemos organizar acções de divulgação, para que possamos captar cada vez mais empreendedores no que se refere ao sector agrícola.

A comercialização, a transformação do fruto, o desenvolvimento rural, entre outros, são temas a que também estamos atentos, pois queremos diversificar a nos-sa área de apoio no que se refere a este tema.

Page 6: Gazeta Rural nº 236

6 www.gazetarural.com

Nove em cada dez das 570 milhões de explorações agrícolas no mundo são geridas por famílias, fazendo com que a agricultu-ra familiar seja a forma mais predominante de agricultura e, con-sequentemente, um potencial e crucial agente de mudança para alcançar a segurança alimentar sustentável e a erradicação da fome no futuro, de acordo com o novo relatório das Nações Uni-das recentemente divulgado.

A agricultura familiar produz cerca de 80 por cento dos ali-mentos do mundo. A sua prevalência e produção significam que “são vitais para a solução do problema da fome”, que atinge mais de 800 milhões de pessoas, escreveu o Director-geral da FAO, José Graziano da Silva, na introdução do novo relatório da FAO de 2014 sobre o Estado da Alimentação e da Agricultura.

A agricultura familiar é também guardiã de cerca de 75 por cento de todos os recursos agrícolas do mundo e, portanto, é fundamental para a melhoria da sustentabilidade ecológica e dos recursos. Estão também mais vulneráveis às consequências do esgotamento dos recursos e às alterações climáticas.

Embora as evidências mostrem rendimentos impressionan-tes em terras geridas por agricultores familiares, muitas proprie-dades de menor escala são incapazes de produzir o suficiente para garantir meios de subsistência decentes para as famílias.

A agricultura familiar é, assim, confrontada com um triplo desafio: o aumento do rendimento agrícola para responder à necessidade mundial de segurança alimentar e de uma melhor nutrição; a sustentabilidade ambiental para proteger o planeta e para garantir a sua própria capacidade produtiva; e o aumento da produtividade e a diversificação dos meios de subsistência

Revela um relatório das Nações Unidas

Colocar a agricultura familiar em primeiro lugar para erradicar a fome

que lhes permita sair da pobreza e da fome. De acordo com o relatório SOFA (Acordo sobre o Status da

Força - ONU), todos esses desafios implicam que os agriculto-res familiares têm de inovar. “Em todos os casos, os agricultores familiares têm de ser líderes de inovação, pois só assim podem apropriar-se do processo e garantir que as soluções oferecidas respondem às suas necessidades”, afirmou Graziano da Silva. “A agricultura familiar é um componente essencial dos sistemas alimentares saudáveis de que precisamos para levar uma vida mais saudável.”

O relatório apela ao sector público, trabalhando com os agricultores, organizações da sociedade civil e sector privado, que melhore os sistemas de inovação para a agricultura. Os sis-temas de inovação agrícola incluem todas as instituições e ato-res que apoiam os agricultores no desenvolvimento e na adop-ção de melhores formas de trabalhar no mundo cada vez mais complexo de hoje. A capacidade de inovação deve ser promovi-da a vários níveis, com incentivos para os agricultores, investiga-dores, prestadores de serviços de assessoria e cadeias de valor integradas para interagir e criar redes e parcerias que permitam partilhar informações, segundo o SOFA.

Os decisores políticos devem considerar também a diversi-dade da agricultura familiar em termos do tamanho, das tecno-logias utilizadas, e da integração nos mercados, bem como as suas configurações ecológicas e socioeconómicas. Esta diversi-dade significa que os agricultores precisam de coisas diferentes dos sistemas de inovação. Ainda assim, todas as explorações agrícolas precisam de melhor governança, estabilidade macroe-

Page 7: Gazeta Rural nº 236

7www.gazetarural.com

conómica, infraestruturas de mercado físicas e institucionais, educação, bem como de melhor investigação agrícola básica, de acordo com o SOFA.

O investimento público em investigação agrícola, bem como em serviços de extensão e assessoria – que devem ser mais par-ticipativos – deve ser incrementado para enfatizar a intensifi-cação sustentável e acabar com as diferenças de rendimento e produtividade da mão-de-obra que caracterizam os sectores agrícolas em muitos países em desenvolvimento.

Embora a investigação agrícola feita por empresas privadas seja cada vez maior, o investimento do sector público continua a ser indispensável para assegurar a investigação em áreas de pouco interesse para o sector privado – como investigação bá-sica, culturas órfãs ou práticas de produção sustentáveis . Essa investigação constitui um bem público com muitos potenciais beneficiários.

A agricultura familiar é vital

O relatório da FAO oferece um diverso conjunto de novos dados sobre a agricultura familiar. A maioria das explorações agrícolas familiares é pequena. Oitenta e quatro por cento das culturas de todo o mundo têm menos de dois hectares. No en-tanto, o tamanho das propriedades agrícolas varia amplamente. Na verdade, explorações agrícolas com mais de 50 hectares – incluindo muitas de agricultores familiares – ocupam dois terços das terras agrícolas do mundo.

Em muitos países de elevado rendimento e de rendimento médio superior, as grandes explorações agrícolas, responsáveis pela maior parte da produção agrícola, detêm também a maior parte das terras agrícolas. Mas, na maioria dos países baixo ren-dimento e de rendimento médio inferior, as pequenas e médias explorações agrícolas ocupam grande parte das terras para cul-tivo e produzem a maioria dos alimentos.

As pequenas propriedades produzem uma proporção maior de alimentos no mundo em relação à quantidade de terras de

que usufruem, já que tendem a ter rendimentos mais elevados do que explorações agrícolas com maiores dimensões dentro dos mesmos países e ambientes agro-ecológicos.

No entanto, a maior produtividade da terra na agricultura familiar implica uma menor produtividade ao nível da mão-de--obra, o que perpetua a pobreza e impede o desenvolvimento. Grande parte da produção mundial de alimentos envolve traba-lho não remunerado realizado por membros da família. O relató-rio sublinha que é imprescindível aumentar a produção por tra-balhador, especialmente nos países de baixa rendimento, a fim de aumentar os rendimentos agrícolas e de promover o bem--estar económico nas zonas rurais em geral.

Actualmente, a dimensão das explorações agrícolas está a tornar-se cada vez menor na maioria dos países em desenvol-vimento, onde muitas famílias rurais de pequenos agricultores obtêm a maior parte do seu rendimento a partir de actividades não-agrícolas.

As políticas devem aumentar o acesso a factores de produ-ção, como sementes e fertilizantes, bem como aos mercados e ao crédito, de acordo com o SOFA.

Organizações de produtores eficazes e inclusivas podem apoiar a inovação pelos seus membros, ajudando-os a ter aces-so aos mercados, e a facilitar as ligações com os outros no siste-ma de inovação, além de garantir que os agricultores familiares tenham uma voz na formulação de políticas, destaca o relatório.

Para incentivar os agricultores familiares a investir em prá-ticas agrícolas sustentáveis , que muitas vezes têm elevados custos de arranque e longos períodos de amortização, as au-toridades devem procurar criar um ambiente favorável para a inovação.

Políticas destinadas a catalisar a inovação terão de ir além da transferência de tecnologia, de acordo com o SOFA. Têm também de ser inclusivas e adaptadas a contextos locais, para que os agricultores sejam proprietários da inovação, e de ter em consideração as questões intergeracionais e de género, envol-vendo a juventude no futuro do sector agrícola.

Page 8: Gazeta Rural nº 236

8 www.gazetarural.com

As ondas de calor que ocorreram em 2013 na Ásia, Europa e Austrália foram causadas pelas alterações climáticas provoca-das pelo Homem, mas nem todos os acontecimentos extremos podem ser associados ao aquecimento global, revelou um estu-do recentemente divulgado.

Um total de 16 eventos extremos, incluindo chuva, inunda-ções, secas e tempestades, foram analisados no relatório anual, designado “Explaining Extreme Events of 2013 from a Climate Perspective” (Explicação dos Acontecimentos Extremos de 2013 de uma Perspectiva Climática”), publicado no Boletim da Socie-dade Meteorológica Americana.

Os eventos escolhidos não representam a totalidade do ano, mas sim os que tiveram maior impacto e suscitaram o interes-se dos cientistas, especifica-se no relatório, compilado por 92 cientistas de todo o mundo, que foi sujeito à análise de outros cientistas antes de ser publicado, processo designado em Portu-guês por apreciação por pares (`peer review`, em Inglês). A liga-ção mais certa entre os acontecimentos climáticos extremos e a queima de combustíveis fósseis - que liberta dióxido de carbono e contribui para o aumento da concentração de gases com efei-to de estufa - foi situada na Austrália.

Cinco estudos independentes apuraram que a influência hu-mana agravou substancialmente tanto a probabilidade como a severidade das ondas de calor no país. “Os resultados do estudo sobre a Austrália são notáveis”, afirmou Peter Stott, um dos edi-tores do estudo, que trabalha no centro de meteorologia britâ-

Revelou um estudo recentemente divulgado

Alterações climáticas foram responsáveis pelas ondas de calor em 2013

nico, o Met Offic. Os estudos “revelaram que as hipóteses de observar tais

temperaturas extremas na austrália num mundo sem alterações climáticas antropogénicas [causadas pelo Homem] são pratica-mente nulas”, adiantou.

No documento avançou-se também que os verões extrema-mente quentes que se verificaram no Japão, na Coreia e na China ficaram a dever-se muito provavelmente pelas alterações climá-ticas de causa humana. Os investigadores identificaram causas tanto naturais como humanas no verão quente e seco da Europa ocidental.

Causas humanas foram também apontadas para explicar as fortes chuvas, que caíram na Índia em Junho. “Dado que sabemos hoje, é muito mais fácil para nós associarmos os picos de calor com a influência humana do que os outros acontecimentos ex-tremos”, disse Thomas Karl, director da agência dos EUA para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA, na sigla em Inglês).

A ciência que estuda as ligações entre as alterações climá-ticas e os eventos extremos continua a progredir e esperam-se medições ainda mais refinadas no futuro, afirmou outro dos edi-tores, Marty Hoerling. Acrescentou que um conjunto amplo de padrões meteorológicos é afectado pelas alterações climáticas, e não apenas as vagas de calor. “É quase certo que as altera-ções climáticas influenciam todos os eventos meteorológicos”, afirmou Hoerling. “Esta é a questão que estamos a fazer: não se influencia, mas como influencia”, acentuou.

Page 9: Gazeta Rural nº 236

9www.gazetarural.com

Especialistas em alterações climáticas reunidos em Co-penhaga apelaram para acção rápida da comunidade interna-cional na redução de emissões de dióxido de carbono (CO2), defendendo que tal é possível sem comprometer o crescimento económico.

“Temos pouco tempo antes que desapareça a possibilida-de de ficar abaixo dos dois graus celsius (de aumento global da temperatura)”, disse Rajendra K. Pachauri, presidente do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Alterações Climáticas (GIEAC), que efectuou a mais completa avaliação das alterações climáticas desde 2007. Esta avaliação deve fornecer uma base científica para os políticos nas negociações internacionais pre-vistas para o final de 2015 em Paris, com vista a um acordo global sobre esta matéria.

Os ministros franceses dos Negócios Estrangeiros e da Eco-logia e Desenvolvimento Sustentável, respectivamente, Laurent Fabius e Ségolène Royal, apelaram para “uma mobilização uni-versal imediata” sobre as alterações climáticas, que apontaram como uma “séria ameaça para a biodiversidade, segurança ali-

Reunidos recentemente em Copenhaga

Cientistas apelam para acção rápida na redução de emissões de CO2

mentar e saúde”. O Presidente francês, François Hollande, anunciou que a

França e o Canadá estavam determinados a “agir em conjunto” nas questões ambientais e climáticas.

Para o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, “aqueles que decidem ignorar ou contestar a ciência, colocam todos em perigo, assim os filhos e netos”.

Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, pronun-ciou-se contra o “mito” de que “agir sobre o clima vai ser caro”. “Posso dizer-lhes que não fazer nada vai custar mais, muito mais”, sentenciou.

A comunidade internacional tem como meta a manutenção datemperatura global abaixo de dois graus Celsius, de forma a limitar os impactos das alterações climáticas.

Para manter esse limite, as emissões globais de gases de efeito estufa (CO2, metano, óxido nitroso) devem ser reduzidas em entre 40% e 70% entre 2010 e 2050, e desaparecer com-pletamente em 2100, segundo as estimativas científicas.

Page 10: Gazeta Rural nº 236

10 www.gazetarural.com

A produção de artesanato de vime e de queijo certificado do Rabaçal poderão beneficiar da inovação proporcionada pelo FabLab de Penela, uma oficina baseada nas novas tecnologias.

O FabLab já funciona provisoriamente, há dois meses, na Casa das Indústrias Criativas, no centro histórico de Penela, de-vendo mudar-se para instalações próprias em Novembro.

“Queremos criar aqui uma cultura favorável à inovação e a não termos medo de fazer asneiras”, afirmou o autarca Luís Ma-tias, durante um encontro do FabLab local, um dos primeiros de Portugal, com parceiros do projecto europeu Crealab.

Tirando partido de financiamentos comunitários, a Câmara de Penela investiu mais de 140 mil euros, para fazer avançar o FabLab, na reabilitação de um imóvel antigo e na aquisição de equipamentos.

O Crealab é uma rede de “territórios de experimentação em ambiente de ´living lab´”, que visa o desenvolvimento de produ-tos e serviços articulando os sectores tradicionais e as indústrias criativas.

“As velhas técnicas, usadas, designadamente, no artesanato do vime, têm de ser aprendidas, ligando-as depois a uma cultura de sustentabilidade dos territórios e de valorização dos produ-tos locais”, enfatizou o presidente social-democrata da Câmara, Luís Matias, eleito em 2013.

Coordenado pelo engenheiro electrotécnico Belmiro Luís, dono de uma empresa, com nove postos de trabalho, que fun-ciona na incubadora da Edifício smArtes -- Casa das Indústrias Criativas, o FabLab de Penela “dará oportunidade a quem tem

A Câmara de Amares quer certificar a laranja do concelho, para potenciar aquele produto “de características únicas” e o tornar numa mais-valia económica, adiantou o presidente da Câmara. Manuel Moreira disse que o primeiro passo para a certificação foi dado com a assinatura de um protocolo com a TecMinho que per-mitirá “criar o bilhete de identidade” da laranja de Amares.

Proporcionada pelo FabLab de Penela

Artesanato e queijo de Penela vão beneficiar da inovação tecnológica

ideias e não tem meios” para as concretizar. “O essencial é a dinâmica e as redes que conseguimos criar nesta comunidade criativa”, realçou Luís Matias.

Belmiro Luís disse que, com o conceito FabLab, existem 423 destas oficinas em todo o mundo, seis delas em Portugal: duas em Lisboa, além dos concelhos de Penela, Coimbra, Fundão e Porto.

Por iniciativa do antigo presidente da Câmara Paulo Júlio, Penela aposta numa “estratégia assente na inovação e no em-preendedorismo”, em torno do projecto global Smart Rural Li-ving Lab, integrado na rede europeia de living Labs.

O FabLab local recebeu os parceiros do CreaLab, represen-tados por nove participantes de Espanha (Cáceres, Sevilha e Barcelona) e França (Angoulême).

O protocolo visa, concretamente, a caracterização físico--química da laranja de Amares, como os açúcares, a acidez, as proteínas e os lípidos, permitindo apurar as razões que as dife-renciam das produzidas em outras partes do país, sobretudo no sul. “A laranja de Amares tem uma casca muito fina e um sabor diferente, talvez resultante do facto de os nossos laranjais esta-rem, por norma, muito juntos ou mesmo por debaixo das olivei-ras”, explicou Manuel Moreira.

Segundo o autarca, actualmente os laranjais do concelho estão “muito velhos e/ou muito degradados”, pelo que o objec-tivo é revitalizar aquela produção, dando-lhe um novo impulso, através da certificação. “Se temos um produto único, não seria boa política não apostar nele e não tentarmos fazer dele uma mais-valia económica para o concelho”, referiu. A investigação da TecMinho vai durar cerca de três meses.

Fundada em 1990, tendo como promotores a Universidade do Minho e a Associação dos Municípios do Vale do Ave (AMAVE), a TecMinho é uma das mais antigas estruturas universitárias de transferência de conhecimento em Portugal.

Tem como missão a valorização e a transferência de conhe-cimento para o tecido empresarial e demais atores económicos e sociais, contribuindo para a inovação, o empreendedorismo e o de-senvolvimento das competências das organizações e das pessoas.

Para potenciar um produto “de características únicas”

Câmara de Amares aposta na certificação da laranja do concelho

Page 11: Gazeta Rural nº 236

11www.gazetarural.com

A Festa das Adiafas regressa ao Cadaval de 22 a 30 de Novembro, para nove dias de exposições de artesanato e actividades económicas, gastronomia típica, animação musical e actividades equestres. O tradicional evento de-corre no recém-ampliado recinto junto ao Campo da Feira.

O certame conta, este ano, com mais de 40 exposito-res de artesanato, actividades económicas e também de âmbito institucional, que marcarão lugar no pavilhão de exposições.

Na vertente gastronómica, participam um total de 12 associações e colectividades do concelho, respectivamen-te dinamizando seis tasquinhas e seis restaurantes, rever-tendo a favor das referidas entidades e respectivo trabalho comunitário.

A Festa das Adiafas, que volta a realizar-se no recinto junto ao Campo da Feira, passa, a partir deste ano, a contar com um novo espaço multiusos, mais condigno, amplo e adequado para acolher o certame e outras actividades de relevância para o concelho, cuja construção justifica que o evento se realize mais tarde do que é habitual.

As “Adiafas” consistem num certame que remonta aos tempos áureos das vindimas. A “adiafa” significava, exacta-mente, a refeição oferecida pelos proprietários vinhateiros aos seus trabalhadores no final da campanha agrícola, em sinal de gratidão pelo esforço e também como forma de assi-nalar o fim do ciclo produtivo.

Em 2002, esta iniciativa municipal passaria a chamar--se “Festa das Adiafas”, no intuito de abarcar não só a ce-lebração da actividade vitivinícola como de toda a produ-ção de origem regional, nomeadamente a Pera Rocha do Oeste (de que o Cadaval é o principal concelho produtor), mas também artesanal e de outros sectores da vida so-cioeconómica e cultural da região.

Certame regressa a 22 de Novembro ao Cadaval

Festa das Adiafas mostra colheitas da época e produtos regionais

Vinhos Leves voltarão a ser premiados O Festival Nacional de Vinho Leve, que vai na sua XIII edição, asso-

ciou-se, desde 2002, à Festa das Adiafas, fundamentando-se no fac-to de o Cadaval reunir, dentro da região vinícola de Lisboa, condições ideais para a produção do designado “Vinho Leve” – bebida de baixo teor alcoólico que anualmente faz as delícias dos visitantes da Festa das adiafas. Anualmente, este festival reúne diversas adegas da região que estão representadas no certame com os seus vinhos para prova e venda.

Em 2011, surge nas “Adiafas” o Concurso de Vinhos Leves da Re-gião de Lisboa, que este ano atinge a sua quarta edição, numa parce-ria da Câmara do Cadaval com a Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, contanto com o aval da Organização Internacional da Vinha e do Vinho.

A Festa das Adiafas foi expandindo o seu âmbito, crescendo no nú-mero de visitantes e no reconhecimento pelo público em geral, fazen-do sempre a organização por preservar o cariz etnográfico e popular que lhe deu origem. No plano da animação musical, o certame volta a incluir as vertentes orquestral, filarmónica, popular, folclórica, entre outras.

Ao nível do debate, o sector produtivo estará, uma vez mais, em foco. Assim, domingo, dia 23, pelas 16 horas, o programa reserva a ter-túlia “Vinho e Saúde”, numa organização da CVR Lisboa. Após o coló-quio, pelas 18h00, está prevista a entrega de prémios referentes ao IV Concurso de Vinhos Leves de Lisboa.

Destaque, também, para uma acção de sensibilização para a segu-rança no manuseamento de máquinas agrícolas, a quinta edição das Conversas Florestais, sob o tema “Os drones e a floresta – Presente ou futuro?”, o X Fim-de-semana Equestre e o tradicional desfile equestre pela vila. Também a Caça terá lugar nesta edição, com a Prova de San-to Huberto a acontecer no dia 29. Referência também para a “II Rota das Adiafas”, um passeio todo-o-terreno, marcada para dia 23.

Page 12: Gazeta Rural nº 236

12 www.gazetarural.com

“As Sementes e o Nosso Futuro Comum” foi o tema escolhido pela Agrobio para a edição 2014 da ‘Terra Sã’, que vai acontecer no Porto, no Palácio de Cristal, de 28 a 30 de Novembro. A iniciati-va tem o intuito de trazer à discussão um tema central na vida dos agricultores e fulcral para a humanidade.

Para a Agrobio, “as sementes são portadoras de vida e o sus-tento da vida delas depende. A variedade de sementes tem sido, desde sempre, uma procura do agricultor, pois dessa biodiversida-de depende a riqueza de culturas mais fortes perante as mudan-ças climatéricas e, por outro a riqueza nutritiva na alimentação humana. O agricultor tem sido o actor principal na produção das sementes e assim deve continuar”.

Para aquela associação, “enquanto consumidores, por estar-mos longe do processo de produção de alimentos, estamos mui-tas vezes alheios a questões políticas e interesses económicos que interferem na produção alimentar. Enquanto cidadãos de-vemos ter conhecimento do que acontece nos bastidores desta produção, nomeadamente, no que diz respeito ao mercado mun-dial de sementes que tende a ser dominado por monopólios que produzem grande tensão no contexto dos decisores políticos e na implantação de novas tecnologias alimentares que geram grande discórdia na comunidade científica mundial. É por isso importan-te colocar o tema das sementes na discussão pública para que o cidadão tenha o poder de escolha quando adquire os alimentos para si e para os seus”, refere a Agrobio, a propósito deste evento.

De 28 a 30 de Novembro, no Palácio de Cristal, no Porto

Terra Sã 2014 sob o signo “As Sementes e o Nosso Futuro Comum”

Novo StatusGrande Escolha 2012,

Branco 2013 e Rosé 2013

Page 13: Gazeta Rural nº 236

13www.gazetarural.com

O pavilhão de Exposições da As-sociação Empresarial de Vila Real (Nervir) é o palco da XVII edição da Feira de Artesanato e Gastronomia (FAG) de Vila Real, que ali vai decor-rer de 28 a 30 de Novembro. A FAG é já uma referência, em termos de eventos de artesanato e gastronomia na região, contribuindo para a dina-mização e valorização dos produtos artesanais, das artes e do comércio tradicional, em detrimento de outras formas de comércio de massas.

A NERVIR - Associação Empresa-rial e a Câmara de Vila Real organizam este evento como um momento em que se mostra e se tenta preservar para o futuro, um conjunto de actividades ar-tesanais e culturais que todos temos obrigação de ajudar a perpetuar, pois fazem parte da nossa memória cultu-ral. A Feira constitui também uma ho-menagem ao povo de Trás-os-Montes que, apesar da inexorável mudança de paradigmas, na economia, na educa-ção e no desenvolvimento, continua a preservar no tempo o que outrora constituiu, na economia e na mesa, a sua identidade.

A gastronomia, assim como o artesanato produzido e exposto na FAG não têm concorrência; pois são peças e obras de arte únicas, trans-mitidas de geração em geração, e constituem um património inestimá-vel e um importante legado para as gerações vindouras.

Complementa esta edição da FAG, a transmissão, no dia 30 de Novem-bro, do programa Somos Portugal, da TVI, que contribuirá para a divulga-ção do artesanato e da gastronomia presentes, assim como para a divul-gação do que de melhor Vila Real e a região têm para oferecer.

À Gazeta Rural, Luís Tão, presi-dente da Nervir, sublinha a impor-tância da FAG para a região e para os artesãos a nível nacional.

Gazeta Rural (GR): A FAG tem al-gumas particularidades e é já uma referência na região?

Luís Tão (LT): É uma feira que já granjeou o seu espaço e a sua importân-cia na região, que acarinha os produtos regionais não só da região mas de todo o país. Temos stands de Viana a Vila Real de

Santo António.Entendemos que também é importan-

te acarinhar os artesãos e as pequenas empresas individuais, porque a Nervir não serve só para apoiar os grandes empre-sários. Nesta feira quem participa são os microempresários, com os sabores locais. O artesanato precisa de ser acarinhado, porque é a nossa historia, é a nossa me-moria que está ali.

Temos já um sucesso enorme. Nessa altura (início de Novembro) já temos 75% da feira ocupada.

GR: Quantos expositores são es-perados?

LT: Prevemos cerca de uma centena de expositores, o que significa um aumen-to significativo na ordem dos 30% relati-vamente a 2013, ano em que a feira correu muito bem. O ano passado tivemos pela primeira vez o programa da TVI “Somos Portugal”, que trouxe muita gente, e que este ano vai voltar a estar cá.

O segredo desta feira é atrair visitantes para proporcionar a venda dos exposito-res.

GR: Se na gastronomia podemos referir os covilhetes, no artesanato o que destacaria?

LT: O covilhete, os salgados, mas na doçaria apontaria as cristas de galo, que é um doce tradicional. Na gastronomia destacaria as tripas aos molhos, um prato saborosíssimo e tradicional desta região. Mas há outros.

No artesanato destacaria o linho e a olaria negra de Bisalhães, já com mui-tos anos e com tradição. Há actualmente apenas quatro artesãos a trabalhar a ola-ria negra de Bisalhães e que dificilmente conseguem passar essa arte para as gera-ções mais novas. É uma arte que procura-mos defender, pois não a podemos deixar morrer, dado que, na realidade, são peças muito bonitas e únicas. São nossas.

De 28 a 30 de Novembro, no pavilhão de Exposições

Nervir promove Feira de Artesanato e Gastronomia de Vila Real

Page 14: Gazeta Rural nº 236

14 www.gazetarural.com

Depois do êxito da edição de 2013, as Adegas Cooperativas do Dão vão promover, no dia 29 de Novembro, a II Grande Prova de Vinhos, tendo por palco os claustros da Pousada de Vi-seu, tal como o ano passado. Em pro-va estarão vinhos da União das Ade-gas Cooperativas do Dão (UDACA) e das Adegas de Mangualde, Penalva, Silgueiros e Vila Nova de Tazem, a que se juntarão outros produtos re-gionais, que harmonizam com os vi-nhos do Dão.

Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da UDACA destaca a importância da iniciativa para um “sector unido”. Fernando Figueire-do adiantou que este ano não será lançado qualquer vinho, depois do ‘Invulgar’ ter aparecido na primei-ra edição do evento. O líder do sec-tor cooperativo do Dão referiu que aquele rótulo só aparecerá em anos de “qualidade superior”, adiantan-do que poderá, em breve, chegar um branco com a mesma marca ou ou-tra, de topo.

No dia 29 de Novembro na Pousada de Viseu

Sector Cooperativo do Dão promove II Grande Prova de Vinhos

Gazeta Rural (GR): O sector coo-perativo do Dão promove no dia 29 de Novembro a II Grande Prova de Vinhos. É mais um evento para mos-trar que o sector está em grande?

Fernando Figueiredo (FF): Sim. Efectivamente, o sector cooperativo está unido, está forte e é a prova de que a qua-lidade dos seus vinhos não é aquilo que as pessoas por vezes comentam (vinhos de cooperativas = baixa qualidade), mas sim vinhos de alta qualidade. Isso tem sido de-monstrado pelos prémios que vamos con-quistando, a nível nacional e internacional. Prova disso foram os prémios recente-mente recebidos na Gala “Os Melhores do Dão”, onde o sector cooperativo, mais uma vez, esteve muito bem representado.

GR: A união que o sector tem de-

monstrado nos últimos anos tem aju-dado a esse reconhecimento? Traba-lha-se mais, e melhor, em conjunto?

FF: Acho que nestes últimos anos, a atual direção da UDACA tem combatido alguma divisão que havia entre as coo-perativas e hoje tudo é discutido aberta

e frontalmente, por vezes com alguma dificuldade, mas levamos a água ao nosso moinho e acho que o temos conseguido.

O exemplo concreto dessa união é a participação conjunta em vários eventos a nível nacional, em Lisboa e Porto, ou na Feira do Vinho do Dão, em Nelas. Quando uma adega não pode estar presente, são os outros que a representa e que dão as provas, se for esse o caso. Portanto, isto demonstra que há união.

GR: Depois do êxito do ano pas-sado, que espectativa tem para a II Grande Prova de Vinhos? O patamar do evento, no ano passado, ficou muito elevado?

FF: Nós queremos manter esta mos-tra todos os anos. Este ano tivemos que o antecipar, porque vai ocorrer um evento na data que nós pretendíamos e que era no início de Dezembro. Queremos que de-corra ao mesmo nível, senão ainda melhor, mesmo não havendo nenhum lançamento novo. As iniciativas previstas para o even-to, serão disso um bom exemplo e haverá com certeza boas surpresas.

Page 15: Gazeta Rural nº 236

15www.gazetarural.com

Queremos manter a tradição e usar aquele espaço da Pousada de Viseu, que é muito bonito, onde as pessoas gostam de estar, e que tem qualidade para este tipo de eventos. Vamos estar com os nossos vinhos, fazer provas e demonstrar a qua-lidade dos vinhos do sector cooperativo.

GR: O ano passado o ‘Invulgar’ foi lançado neste evento?

FF: Nem todos os eventos podem ser iguais. O Invulgar é um vinho que só será lançado em anos em que haja efectiva qualidade superior. Este ano não vamos lançar nenhum vinho, nem Invulgar nem de outra qualquer marca.

Isso não foi ainda discutido, mas pen-samos lançar, no futuro, um branco com a marca Invulgar ou com outra de topo. As nossas castas Encruzado e Malvasia Fina são fantásticas e dão vinhos de topo. Re-pito: O Invulgar, branco ou tinto, só será lançado em anos de comprovada qualida-de muito superior dos nossos vinhos.

“No mercado internacional con-tinuamos a ter grande êxito”

GR: Como vai o mercado? FF: O mercado nacional vai com as di-

ficuldades que todos conhecemos, tendo a ver com o estado da economia nacional e com a enorme concorrência existente para tão pequeno mercado. Para além disso, a situação económica que temos vivido tem dificultado todos os negócios, em que o vinho também não escapou.

No mercado internacional continua-mos a ter grande êxito. Vamos igualar o ano passado, mas com melhores resul-tados. Não interessará tanto o valor das vendas, mas sim os resultados e estes vão ser francamente positivos. É que aposta-mos em vinhos com alto valor acrescen-tado e isso faz com que as margens sejam melhores. E como controlamos rigorosa-mente os custos, é natural que o resultado venha a ser ótimo.

GR: Saiu recentemente uma no-tícia num diário nacional, que dizia haver “vinho espanhol usado para falsificar produtos com rótulo DOC portugueses”. Que comentário lhe merece esta situação?

FF: Considero isso gravíssimo. Sou presidente do Conselho Geral da Comis-são Vitivinícola Regional do Dão e sei que os laboratórios, e as pessoas que certifi-cam os nossos vinhos, não são ‘comidos’ com esse tipo de situações.

Sei que os vinhos apresentados para certificação, e falo do Dão em geral, são de qualidade, provenientes das castas au-tóctones da região. No Dão não acredito que haja qualquer operador, privado ou cooperativo, que esteja a utilizar vinhos de outras origens para DOCs. Nem para regionais. Isso poderá ocorrer, eventual-mente, nos chamados vinhos de mesa.

Quando há quebra nas colheitas é na-tural que as pessoas comprem vinhos a outros operadores, mas a lei nesse aspec-to é rigorosa e na rotulagem terá que ter a indicação de que não é vinho de Portugal, mas sim da Comunidade Europeia.

Podemos garantir, com todo o rigor, que nos vinhos certificados na região do Dão isso não acontece. Tenho confiança total em relação àquilo que acontece na CVR Dão.

Page 16: Gazeta Rural nº 236

16 www.gazetarural.com

Os autarcas de Melgaço e Monção recusaram a “imposição” de “prazos e negociações”, por par-te do Governo, para alcançar um consenso sobre o alargamento da produção de vinho Alvarinho a todos os concelhos da Região dos Vinhos Verdes.

Em comunicado, os autarcas dos dois mu-nicípios que detêm a exclusividade de produção daquele vinho desde 1973, manifestam “dúvidas relativamente à imposição, por parte do Ministé-rio da Agricultura e do Mar(MAM), de negociação entre as partes a favor e contra o alargamento da produção de vinho Alvarinho a toda a Região dos Vinhos Verdes, bem como sobre o estabelecimen-to de prazos para que haja consenso”.

Em Outubro passado, em resposta por escrito à Lusa, o MAM explicou que “mandatou” a Comis-são de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), defensora do alargamento da produção de vinho Alvarinho a todos os concelhos que a in-tegram, “para conduzir as negociações entre as partes e apresentar as respectivas conclusões até Janeiro de 2015”.

Segundo os autarcas socialistas de Melgaço e Monção, a primeira reunião ocorreu na quarta--feira, no Porto, “na qual foi apresentado um do-cumento/proposta que deverá ser analisado até 10 de Dezembro, altura em que supostamente se-rão tomadas decisões”.

Os dois municípios, que integram a sub-região demarcada do vinho Alvarinho, defendem que se trata de uma “questão de fundo, complexa e ro-deada de muitas incertezas, sobre a qual não se entende que haja decisões precipitadas e não fun-damentadas”.

Manoel Batista e Augusto Domingues “ques-tionam-se sobre a imposição de consensos e ‘ti-mings’”, e acrescentam que irão “promover, em conjunto com a população, formas de demonstra-ção do descontentamento generalizado que esta situação está a gerar”.

Segundo números de 2013 da APA, a activida-de reúne 60 empresas desta sub-região demar-cada centenária (Monção e Melgaço), onde são produzidos seis milhões de quilogramas daquela uva, anualmente. A selecção “das melhores” dá origem a mais de 1,5 milhões de garrafas de vinho alvarinho e representa um volume de negócios da cerca de 25 milhões de euros.

A exportação representa 10% do total das vendas anuais do vinho alvarinho, sobretudo para mercados da América do Norte e norte da Euro-pa, além de outros países com forte presença de emigrantes portugueses, como a França. Trata-se também da casta cuja uva “mais rende ao produ-tor”, com excepção da uva utilizada para o vinho do Porto de mesa, chegando a valer 1,10 euros por cada quilo. É por isso a “matéria-prima mais cara” do país, garantem os produtores.

Sobre produção de Alvarinho em toda a Região dos Vinhos Verdes

Autarcas de Melgaço e Monção recusam prazo para consenso

Page 17: Gazeta Rural nº 236

17www.gazetarural.com

Foi com um enorme sucesso que decorreram em Nelas no pas-sado dia 09 de Novembro, as comemorações do Dia Europeu do Enoturismo, evento organizado pela Rede Europeia de Cidades do Vinho (RECEVIN) em parceria com Câmara Municipal de Nelas e a As-sociação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV). No segundo ano consecutivo foi celebrado o dia, desta vez com um programa mais abrangente, que atraiu ao concelho de Nelas mais de 250 pes-soas para as diversas iniciativas no fim-de-semana. O programa da visita guiada às adegas teve início na Lusovini com uma explicação do projeto do futuro Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho Dão, bem como uma visita às instalações seguido de uma prova de vinhos. No centro de Estudos Vitivinícolas do Dão foi explicado todo o projeto, tendo o Presidente da Câmara Municipal de Nelas lançado a ideia da criação de uma “Universidade do Vinho” nestas instalações capaz de projetar a região para as próximas décadas aproveitando as poten-cialidades do vinho do Dão.

A visita prosseguiu para a Quinta do Carvalhão Torto e termi-nou da parte da manhã nas instalações dos Caminhos Cruzados. O almoço foi livre e contou com a participação de 18 restaurantes do concelho que se aliaram à iniciativa através da sugestão de menus criados propositadamente para o efeito durante o fim-de-semana e que foram bastante concorridos. Paralelamente à visita guiada que decorreu durante todo o dia, realizou-se um Curso de Iniciação à Prova de Vinhos orientado pela Enóloga Patrícia Santos que teve ao seu dispor vinhos de todos os produtores aderentes à iniciativa e que dotou os participantes de conhecimentos essenciais para uma apre-ciação crítica ao vinho, tendo abordados temas como a análise sen-sorial, a temperatura de consumo de vinhos, a importância dos copos, e algumas noções básicas para apreciar e reconhecer as diversas castas. Esta iniciativa foi um sucesso e contou com um leque vasto de inscritos bem como alguns órgãos importantes da Comunicação Social local, regional e nacional.

A Quinta de São Simão na Aguieira da Sociedade Vinhos Borges foi também ponto de visita e é no concelho de Nelas a que apresenta a maior vinha em faixa contínua do Dão com cerca de 70 hectares. A visita prosseguiu para Santar, Paço dos Cunhas com visita a um dos solares mais antigos do concelho, datado dos inícios do século XVII e instalações da Quinta do Sobral com provas de vinho e degustação de compotas tradicionais. Na Quinta da Fata, Vilar Seco, foi possível além da visita à adega, uma visita à casa dos proprietários.

A iniciativa culminou na Quinta da Boiça num ambiente acolhe-dor e de grande convívio. Ao longo do dia os cerca de 100 de par-ticipantes nesta visita guiada tiveram a oportunidade de conhecer a cultura e paisagens vínicas do Coração do Dão e revelaram-se num público muito interessados por este sector onde marcaram presença alguns Holandeses, Ingleses e Belgas que ficaram encantados com o que Nelas tem para oferecer.

As comemorações do Dia Europeu do Enoturismo têm como ob-jetivo global posicionar o enoturismo (turismo de vinho) como uma realidade única e múltipla em todos os estados-membros da rede (Recevin), ao incentivar o consumo dos produtos locais, como argu-mentos de qualidade intrínseca da vida na Europa, promovendo uma homogeneização dos padrões de qualidade das diferentes vias de vinho europeu.

Dia Europeu do Enoturismo

Comemorado no concelho de Nelas com grande adesão de participantes,

produtores e restaurantes do concelho

Page 18: Gazeta Rural nº 236

18 www.gazetarural.com

A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACV-CA), dando continuidade às novidades anunciadas para a temporada Outono/Inverno, promove até 7 de Dezembro o Mês do Vinho, iniciativa que começou a 7 deste mês.

Neste contexto, a ACVCA preparou um programa es-pecial de Enoturismo, que inclui a 15 de Novembro, o lan-çamento do pack Vidigueira Premium, resultante de uma parceria com a Cooperativa Agrícola de Vidigueira e a ac-ção “Tiborna n’Adega”, ao que se segue uma actuação do Grupo Coral.

O dia 22 de Novembro será marcado pelo lançamento do Vidigueira Reserva Branco 2013, sob o Acto VI, A Bonança, associado tanto à celebração como à nostalgia, ao forte en-raizamento com a região.

O portefólio da Adega continua a revelar a sua histó-ria no dia 29 de Novembro, com o lançamento do Grande Escolha Branco 2013, um vinho enquadrado no Acto V, A Decisão, que segue o lançamento do vinho tinto, lançado em Fevereiro deste ano. Ainda neste dia decorrerá a visua-lização do filme Alentejo, Alentejo, de Sérgio Tréfault, com início às 17 horas.

Ainda dando continuidade à descoberta dos novos vinhos da Adega, no dia 5 de Dezembro, às 19 horas, será lançado o Vinho Licoroso VLQPRD, ao que se seguirá uma actuação do Grupo Coral no recinto da Vitifrades.

Até 7 de Dezembro

Adega da Vidigueira promove o “Mês do Vinho”

A Cooperativa Agrícola do Távora, em Moimenta da Beira, está a fazer renascer a tradição milenar e artesanal da produção de vinho pisado a pé no seu lagar de pedra de granito. O método consiste em prensar as uvas com os pés para extrair o mosto, que posteriormente irá fermentar e transformar-se em vinho, “um vinho que se pretende venha a ser de excelência”, diz o presidente da ins-

Em Moimenta da Beira

Cooperativa do Távora faz renascer tradição do vinho pisado em lagar

tituição, João Silva. A experiência começou em 2011 e algum do vinho já está a

estagiar em madeira para poder ser comercializado em 2015. É vinho com origem nas castas tintas mais nobres da região: Tou-riga Franca e Touriga Nacional. São homens e mulheres que se ‘oferecem’ para pisar as uvas. Ao todo já se produziram 11 lagares dos quais foram aproveitados seis. O lagar tem capacidade para sete mil litros, cerca de 10 toneladas de uvas.

Em Portugal já é rara a tradição do vinho de “pisa a pé”. Res-tam poucas adegas a utilizar este método artesanal. A prática ainda pode ser observada em algumas vinícolas do Douro e do Alentejo.

A diferença entre a “pisa a pé” e o uso de prensas mecanizadas é que o calcanhar humano proporciona um elevado nível de extrac-ção, não apenas de cor, mas também de outros componentes es-senciais à boa qualidade do vinho. Já a prensagem mecânica pode extrair alguns elementos indesejados, dando gosto amargo ou her-báceo ao vinho, embora a nova tecnologia permita minimizar este efeito.

Porém, como a pisa a pé é dispendiosa e demorada, alguns produtores trataram de adoptar técnicas que se assemelham a este método, inventando as pisas mecânicas ou robóticas que simulam os movimentos dos pés humanos. Mesmo assim, para os seus vinhos de melhor qualidade, algumas vinícolas preferem manter a velha tradição.

Page 19: Gazeta Rural nº 236

19www.gazetarural.com

A Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Durien-se (ADVID), sediada na Régua, está a promover a biodiversidade funcional nas vinhas do Douro, com vista à limitação natural de pragas e à redução do uso de pesticidas. Para atingir este pro-pósito, a ADVID apostou na concretização de três projectos: o Ecovitis, o Biodivine e o Floresta Comum.

Os objectivos são, segundo afirmou a directora técnica da ADVID, Cristina Carlos, “fomentar a biodiversidade funcional em viticultura” e “obter um vinho mais sustentável de todos os pon-tos de vista, desde o ambiental ao económico”. A ideia é conju-gar a actividade produtiva do Douro, a viticultura, com a preser-vação do património natural.

Com o Ecovitis - Maximização dos Serviços do Ecossistema Vinha, projecto lançado em 2011 e que termina em Dezembro de 2014, foi possível “tirar uma fotografia” de tudo que existe na vinha, todos os organismos que vivem neste ecossistema para além das videiras.

Cristina Carlos referiu ainda que se está a implementar uma rede de infraestruturas ecológicas, como sebes, bosquetes e charcos que funcionam como habitats e abrigos para os inimi-gos naturais das pragas que afectam as videiras e as uvas. Ao se criarem as condições para estes inimigos das pragas da vinha se desenvolverem está-se, de acordo com a responsável, a reduzir também a utilização de pesticidas, bem como os custos de pro-dução, e ainda a travar a erosão dos solos.

Está também a ser implementada uma “técnica inovadora” de controlo da traça-da-uva, a confusão sexual, que é consi-derada “completamente amiga do ambiente” e “que não deixa resíduos nas uvas”. Este modelo de combate à pior praga que afecta as vinhas do Douro implica a colocação de difusores (pe-quenos filamentos) nas cepas que lançam a “confusão sexual” e

iludem o macho, pois estão impregnados com feromona (hor-mona sexual das fêmeas da traça da uva) e vão criar uma nuvem de hormona artificial que atrai e baralha os machos, impedindo o acasalamento.

Este projecto tem como entidade promotora a Real Compa-nhia Velha e envolve ainda a Sogevinus e a Universidade de Trás--os-Montes e Alto Douro (UTAD).

O Biodivine é um projecto internacional, que está a ser im-plementado em França e Espanha e Portugal, e, no fundo, com-plementa o Ecovitis, já que visa a promoção de acções de con-servação como o enrelvamento da entrelinha ou a plantação de sebes em zonas não produtivas, e ainda contribuir para o conhe-cimento das relações existentes entre elementos da paisagem (vinha, olivais, matos) e determinados grupos biológicos (aves, mamíferos).

O projecto, que termina também em Dezembro, implicou a colocação de 25 postos de monitorização biológica pelo terri-tório. O Floresta Comum, promovido pela Quercus, levou à plan-tação de 1.500 plantas nas explorações vitícolas.

No âmbito dos três projectos, os associados da ADVID sub-meteram mais de 200 hectares de vinha à técnica da confusão sexual, promoveram o revestimento natural ou semeado de en-trelinha em 90 hectares de vinha e implementaram 3.600 me-tros de sebes com espécies autóctones (rosmaninho, esteva, bela-luz, madressilva e medronheiro).

A ADVID é uma associação privada, sem fins lucrativos, cria-da pelas principais empresas de vinho do Porto com o objectivo de contribuir para a modernização da viticultura do Douro e me-lhoria da qualidade dos vinhos. A organização possui 180 asso-ciados que trabalham 6.000 hectares de vinha (12% da Região Demarcada do Douro).

Projecto promovido pela Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense

Douro aposta na biodiversidade funcional para reduzir pesticidas nas vinhas

Page 20: Gazeta Rural nº 236

20 www.gazetarural.com

O Solar do Vinho do Dão vai ser o palco de um evento promovido pela Câmara de Viseu. Na sequência das di-versas iniciativas levadas a cabo sobre o sector primário do concelho, a autarquia viseense promove de 5 a 7 de Dezembro, no âmbito do “Dão Festa”, a iniciativa “Vinhos de Inverno”, que inclui provas vínicas de produtores da região do Dão e outros produtos locais, petiscos da épo-ca com vinhos e vários workshops.

Confraria dos Enófilos do Dão realiza cerimónia de Entronização

Integrado no programa do evento, a Confraria dos Enófilos do Dão vai realizar no dia 6 de Dezembro, pelas 15 horas, a XIII cerimónia de Entronização de novos con-frades, que decorrerá na Capela de Santa Marta, no Solar do Vinho do Dão, a que seguirá um desfile até à Praça do Município e a sessão de boas vindas no salão Norte dos Paços do concelho. Pelas 18,30 haverá uma visita ao Dão – Vinhos de Inverno, a que seguirá um jantar vínico.

De 5 a 7 de Dezembro no Solar do Dão

Câmara de Viseu promove

“Dão - Vinhos de Inverno”

Page 21: Gazeta Rural nº 236

21www.gazetarural.com

Os agricultores que pretenderem beneficiar em 2015 de pa-gamentos ligados aos animais poderão apresentar a respectiva candidatura até 31 de Dezembro, anunciou o Ministério da Agri-cultura, em comunicado.

“Esta é a primeira etapa da operacionalização da reforma da Política Agrícola Comum (PAC). Pedimos aos agricultores que manifestem a sua intenção de candidatura aos pagamentos ligados aos animais para que possamos preparar a campanha de ajudas em 2015 com normalidade”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, citado no comu-nicado.

Assim, até 31 de Dezembro, os agricultores terão de mani-festar essa intenção através do portal do Instituto de Financia-mento da Agricultura e Pescas (IFAP) - www.ifap.pt - ou através de entidades receptoras reconhecidas por este organismo. Para beneficiar destes regimes de apoio o agricultor deverá também apresentar, a partir de 2015, a candidatura anual ao Pedido Úni-co de Ajudas (PU), em data a definir, a fim de identificar a sua exploração agrícola.

“Estamos a fazer todos os esforços para que a primeira cam-panha de ajudas desta nova PAC corra da melhor forma. Para isso estão a ser colocadas à disposição dos agricultores infor-mações nos ”sites” dos nossos serviços sobre o início da cam-panha”, referiu ainda o secretário de Estado.

O novo sistema de pagamentos funcionará em regime de candidatura a prémio de forma anual, acabando o antigo regi-me de direitos. Este apoio está, ainda, condicionado à aprova-ção pela Comissão Europeia. A falta de apresentação ou o in-deferimento por apresentação, fora de prazo, da declaração de intenção aos prémios animais num determinado ano, dá lugar à exclusão da anuidade dos prémios previstos para o ano em questão, esclarece a tutela.

As candidaturas abriram no passado dia 3 de Novembro.

Até 31 de Dezembro

Agricultores com animais podem

candidatar-se a apoios comunitários

Page 22: Gazeta Rural nº 236

22 www.gazetarural.com

O Centro Interpretativo do Vale Glaciar do Zêzere (CIVGLAZ) está a contribuir para captar turistas para Manteigas, tendo sido visitado, desde a sua abertura, por mais de 8.300 pessoas, anunciou a autarquia. O equipamento inaugurado no dia 04 de Março de 2013 está instalado na antiga Casa do Guarda, no iní-cio do acesso ao Vale Glaciar do Zêzere a partir de Manteigas.

O CIVGLAZ, que custou cerca de 400 mil euros, foi edificado para aumentar a atractividade turística do concelho, objectivo que está a ser atingido, segundo o presidente da Câmara Mu-nicipal.

José Manuel Biscaia referiu que o espaço foi procurado por 8.345 pessoas, tendo acolhido 6.024 visitantes entre Março e Dezembro de 2013, muitos deles da região, e 2.321 entre Janeiro e Agosto deste ano. “São essencialmente os portugueses” que visitam o centro interpretativo, seguindo-se holandeses e fran-ceses, referiu.

O autarca reconheceu tratar-se de “um bom número” de vi-sitantes, embora a autarquia tencione aumentar a capacidade de atracção do espaço com a venda e promoção de produtos locais e com a sua divulgação no vizinho concelho de Belmonte, no âmbito de um protocolo a celebrar com aquele município.

O centro tem por objectivo “habilitar o visitante a com-preender a formação do vale glaciar” e “servir de mecanismo orientador do visitante para a área geográfica do vale glaciar em particular e do concelho de Manteigas em geral”, bem como informar sobre a história do município, a sua população, os seus

Já foi visitado por mais de 8.300 pessoas

Centro sobre o Vale Glaciar do Zêzere capta turistas para Manteigas

recursos e actividades. Possui vários equipamentos interactivos e de multimédia, com destaque para uma sala onde, durante oito minutos, o visitante faz uma viagem virtual em balão de ar quen-te sobre o vale glaciar.

A lareira da casa do guarda-florestal mostra, através de meios audiovisuais, as vivências passadas no seu interior e as “Janelas do Passado e do Presente de Manteigas” informam so-bre a vila actual e a do início do século passado. Quatro ecrãs interactivos divulgam os habitats mais importantes do vale gla-ciar e uma mesa interactiva dá a conhecer a rede de percursos pedestres do projecto “Trilhos Verdes”.

“Para muita gente que entende que a Serra da Estrela é sim-plesmente a neve e a Torre esta casa é um tira-teimas. Engana--se redondamente. Manteigas é o coração da Serra da Estrela”, disse à Lusa Maria Almeida, que faz o acolhimento e acompanha o público na visita ao CIVGLAZ. Segundo a responsável, a visita demora cerca de 40 minutos e o ex-líbris é o simulador sobre a formação do vale glaciar, “se bem que as pessoas gostam da casa no seu todo”.

O CIVGLAZ foi criado no âmbito da estratégia de promoção do vale glaciar, iniciada em 2010, com a candidatura às 7 Mara-vilhas Naturais de Portugal, na categoria de grandes relevos. Em forma de U, o maior vale glaciar da Europa, com 13 quilómetros de extensão, está integrado no Parque Natural da Serra da Es-trela e na Rede Natura 2000.

Page 23: Gazeta Rural nº 236

23www.gazetarural.com

O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, anun-ciou que vai fechar brevemente um contrato para a realização de um estudo histórico da Feira de S. Mateus, a desenvolver fasea-damente nos próximos três anos.

“Fecharemos muito brevemente o contrato para um estudo histórico da Feira de São Mateus. A valorização da dimensão his-tórica e simbólica da Feira de São Mateus faz parte do projec-to da sua própria revitalização, desenvolvimento e promoção”, adiantou o autarca.

Durante a apresentação pública do ciclo de congressos “Ha-bitar Património Viseu” 2014/2016, o autarca realçou a impor-tância da realização de um estudo histórico sobre a mais antiga Feira Franca do país, com 622 anos de existência. “Convidámos os investigadores Luís Fernandes e Rui Macário a apresentarem um projecto de investigação que contribua para o conhecimento da evolução da Feira até aos dias de hoje, como também para a estratégia da sua própria revitalização”, esclareceu.

Na opinião de Almeida Henriques, a programação cultural, lúdica e turística da Feira de São Mateus pode ter na sua história “uma fonte de renovação autêntica e inovadora”. “A recupera-ção da comemoração do ‘Dia do Viriato’ nesta edição da Feira, 80 anos depois da última realização, é um exemplo do potencial que a história oferece”, apontou.

O estudo será elaborado faseadamente nos próximos três anos (entre 2015 e 2017), com a entrega de fascículos por épo-ca e relatórios documentais do inventário feito. “O processo de investigação histórica deverá também contribuir para avaliar a viabilidade de um núcleo histórico interpretativo da Feira, físico ou virtual”, informou.

O processo de estudo será acompanhado de uma inventa-

riação de materiais e recursos, de modo a formar um arquivo organizado. “Também a imagem, a comunicação e o ‘merchan-dising’ da Feira de São Mateus podem encontrar nesta inves-tigação importantes recursos e oportunidades. Poderemos também encontrar narrativas que ajudem a diversificar as ex-periências de animação, gastronomia e ligação aos vinhos do Dão”, realçou.

Na sua intervenção, o autarca de Viseu revelou ainda que os séculos XIX e XX serão os primeiros a ser estudados, de forma a encontrarem “alguns ativos para as futuras edições da Feira”.

Três figuras históricas de Viseu destacadas em ciclo de congressos

Dom Miguel da Silva, Vasco Fernandes e Almeida Moreira são as três figuras históricas de Viseu que vão estar em desta-que num ciclo de congressos a decorrer entre este ano e 2016, disse hoje fonte da organização.

De acordo com Rui Macário, do Projecto Património, terão lugar três congressos que visam a dinamização do património de Viseu, estando o primeiro agendado para os dias 21 e 22 de Novembro. “O primeiro momento de reflexão científica é em torno de D. Miguel da Silva, em concreto do seu tempo. Vamos abordar o contexto da sua vivência e daquilo que foram as in-fluências do seu viver”, informou.

O segundo congresso terá lugar de 21 a 27 de Setembro de 2015, no Museu Grão Vasco, e terá como figura central Vasco Fernandes e o seu tempo. O último congresso deste ciclo intitu-lado “Habitar Património Viseu” terá lugar de 16 a 21 de maio de 2016, desta feita com Almeida Moreira em destaque.

A desenvolver faseadamente nos próximos três anos.

Câmara de Viseu encomenda estudo histórico da Feira de S. Mateus

Page 24: Gazeta Rural nº 236

24 www.gazetarural.com

Associações Micológicas transmontanas reclamam há cer-ca de uma década legislação que regulamente a apanha de co-gumelos silvestres, tendo mesmo sido apresentada ao Governo uma proposta de Lei que acabe com a apanha “indiscriminada” deste tipo de fungos.

“Não temos qualquer tipo de informação por parte das enti-dades competentes sobre a proposta de Lei que foi apresentada para todo o território nacional, o que leva a concluir que pode-rá haver outros interesses que não permitam que a legislação seja publicada”, disse o presidente da Associação Micológica “ A Pantorra”, Manuel Moredo.

Várias entidades, como associações micológicas, universi-dades, administração central e investigadores na área da mi-cologia já elaboram propostas de legislação tendo em vista a criação de uma Lei que regulamente a apanha de cogumelos, para a acabar de vez com a “anarquia existente no sector”. O projecto de diploma foi iniciado por uma equipa que juntou só-cios da Associação Micológica “A Pantorra” e pessoas ligadas à então Direcção Regional de Agricultura do Norte ou Direcção de Geral dos Recursos Florestais.

A proposta de regulamentação começou a ser elaborada em 1998 e terminou em 2006, ano em que foi apresentada o Ministério da Agricultura. “O objectivo é proteger os cogumelos,

uma importante fonte de rendimento para os proprietários dos terrenos. Com a anarquia que existe no sector, há pessoas [não proprietárias de terras] que delapidam parcelas privadas de flo-resta ou soutos, chegando a obter valores superior 20 mil euros de lucro por época”, observou o responsável.

Segundo Manuel Moredo, para já onde há um controlo de apanha de cogumelos é no Parque Natural de Montesinho, que abrange os concelho de Bragança e Vinhais. De qualquer forma, “ainda não é controlo eficaz”, disse.

Fonte do Instituto da Conservação da Natureza e das Flo-restas (ICNF) disse que “não há ainda um documento legal que regule o sector micológico”. O que há, explicou a fonte, “são formas que podem ajudar a gestão dos territórios e aprovei-tamento deste recurso e que vão para além do Código Civil - outros instrumentos como os Planos de Gestão Florestal, onde um proprietário, para além das questões do ordenamento e planificação dos recursos silvícolas, poderá ter regra para a ex-ploração de outros recursos a apicultura, a silvo pastorícia e os cogumelos”.

Assim, os Planos de Gestão Florestal ou Zonas de Interven-ção Florestal (para áreas privadas) podem incorporar “regu-lamentos próprios” para a recolha de um importante recurso como são os cogumelos silvestres.

Para acabar com a apanha “indiscriminada” deste tipo de fungos

Associações transmontanas reclamam regulamentação para apanha de cogumelos

Page 25: Gazeta Rural nº 236

25www.gazetarural.com

Os cogumelos silvestres dominam dezenas de actividades na Serra da Lousã, no Outono, com destaque para caminhadas, formação e gastronomia, sendo os participantes incentivados a valorizarem os ecossistemas e a gestão comunitária dos baldios.

As Jornadas Micológicas de Vilarinho envolveram compartes dos baldios desta antiga freguesia do concelho da Lousã, além de outros interessados, como estudantes nacionais e estran-geiros e investigadores do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra. Esta iniciativa assume “uma linha de investigação sobre pedagogias para a gestão comunitária” da propriedade florestal, disse a investigadora do CES Rita Serra, que orienta aquele programa.

O engenheiro florestal José Pais, de Castanheira de Pera, dedica-se há vários anos à formação na área da micologia e responde a inúmeras solicitações nesta época do ano. “As ac-tividades sobre cogumelos silvestres são um contributo para a preservação do ambiente e dos ecossistemas”, afirmou José

A Associação Florestal da Encosta da Serra da Estrela (Urze), com sede em Gouveia, está a liderar um projecto de constituição de uma unidade de recolha e transformação de recursos mico-lógicos naquela região. Segundo o presidente da Urze, a ideia, que pretende valorizar os cogumelos de toda a área do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), foi apresentada em Seia nos “Encontros Micológicos da Serra da Estrela” organizados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Durante o encontro, José Mota divulgou o projecto que per-mitirá colmatar a “grande falha” que existe na região relaciona-da com “a inexistência de entidades que procurem a recolha, a concentração e a transformação” dos produtos micológicos. O dirigente da Urze propõe a constituição da Cooperativa Micoló-gica da Serra da Estrela para “promover e valorizar um produto endógeno, associado à questão fundamental que tem a ver com o desenvolvimento rural”.

Com a criação de uma unidade de recolha, transformação e comercialização de recursos micológicos será criada a possibi-lidade de as mais-valias associadas a estes produtos ficarem na região, pois segundo José Mota, actualmente “levam-nos para outros lados e os produtores florestais e as populações rurais não ganham nada com isso”. “Chegou o momento de fazer algu-ma coisa por este sector e por este produto, tanto interna como externamente”, disse, sublinhando que os cogumelos produzidos na área do PNSE têm características únicas, devido ao solo e às diferenças de altitude.

A localização da futura unidade ainda não está decidida, mas o dirigente da Urze considera que, pelo facto de o processo estar a ser liderado por aquela associação, com sede em Gouveia e um núcleo em Seia, a mesma possa ser instalada em um daque-les concelhos. O projecto, que ainda não tem custos definidos, deverá ser candidatado aos fundos comunitários do novo qua-

Pais, que, a convite do Conselho Directivo dos Baldios da Lousã, vai liderar mais um passeio micológico, no dia 15, para identifica-ção e classificação de cogumelos.

As Jornadas de Vilarinho dão continuidade a um trabalho ini-ciado, há quatro anos, no âmbito do projecto “SCRAM -- crises, gestão de riscos e novos arranjos socioecológicos para as flo-restas”, financiado pela Fundação para a Ciência e para a Tec-nologia.

Subordinado ao tema “Baldios! Uma montanha de riquezas e aprendizagens”, o programa inclui uma oficina de identifica-ção e recolha de cogumelos, em horário pós-laboral, na Serra da Lousã, orientada por Rita Serra. “Esta é uma oportunidade para caminhar e conhecer a biodiversidade do baldio”, disse.

Nos últimos anos, Rita Serra guiou igualmente a Caminha-da Micológica, cuja terceira edição se realizou no sábado, em que os participantes colhem diferentes espécies de cogumelos e aprendem a distinguir entre comestíveis e venenosos.

Diz o engenheiro florestal José Pais, de Castanheira de Pera

Cogumelos silvestres valorizam ecossistemas e baldios da Serra da Lousã

Proposta feita pela Urze

Unidade de recolha e transformação de cogumelos nasce na Serra da Estrela

dro de apoio, indicou. A Urze adianta que irá envolver no proces-so as autarquias, os baldios e as associações florestais da área do PNSE.

Page 26: Gazeta Rural nº 236

26 www.gazetarural.com

O Centro de Experimentação Syngenta em Santo Tirso abriu portas para mostrar a performance das variedades Syn-genta no segmento do milho para silagem. Os três híbridos em ensaio – Hydro, Sincero e Verdemax – tiveram uma boa presta-ção, com produtividades superiores às de 2013.

A Syngenta convidou as empresas parceiras neste ensaio a falar sobre boas práticas de pulverização, de adubação e de ensilagem, apresentando uma visão global sobre a cultura do milho, da semente até ao silo.

O dia de campo realizado no Centro Experimentação Syn-genta, na Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento (EPACSB), em Santo Tirso, decorreu à volta de cinco estações temáticas - programa de fertilização; variedades de milho Syn-genta; aplicação de herbicidas; herbicida Lumax e nutrição animal. Tratou-se de divulgar um conjunto de tecnologias que permitem ao agricultor/produtor de leite melhorar a produti-vidade e qualidade dos seus campos de milho, garantindo-lhe simultaneamente um silo de qualidade.

As duas modalidades de adubação em ensaio, com adubos de fabrico Yara, estavam visivelmente muito parecidas, com plantas saudáveis e sem quaisquer sintomas de carências.

«Ambas as modalidades produziram bastante bem, com ligeira vantagem para a parcela nº 2, onde foi aplicado o Ac-tyva 20-7-10 + adubação foliar. Estes resultados mais eleva-dos verificaram-se mesmo nas variedades de ciclo 600 (ciclos largos). “Trata-se de um produto que entra no segmento dos adubos de libertação controlada, sem qualquer tipo de restri-ções, pela experiência obtida”, explica Gonçalves Pereira, téc-nico comercial da Cadubal, empresa representante da marca Yara em Portugal.

A Cadubal deixou alguns alertas sobre um bom plano de fer-tilização na cultura do milho: realizar análises de terra (de modo

Dia de Campo decorreu no Centro de Experimentação em Santo Tirso

Syngenta mostrou soluções integradas das variedades de milho para silagem

a proceder às devidas correcções e fazer um plano de fertilização adequado e o mais rentável possível); aplicar um adubo foliar (rico em fósforo) na primeira fase de desenvolvimento do milho (de modo a estimular o crescimento das raízes, sobretudo em anos de baixas temperaturas e muito chuvosos); fazer uma análise foliar na altura do espigamento (barbas verdes) para avaliar os níveis dos nutrientes dentro da planta e corrigir as carências no ano seguinte.

Sobre a parceria estabelecida com a Syngenta, a Cadubal considera que “após a sementeira e durante o decorrer do ciclo cultural do milho, foram feitas várias palestras técnicas e visitas aos ensaios com distribuidores, revendedores, técnicos e agricul-tores que mostraram grande receptividade no que ali se demons-trou. Trata-se de um Centro Experimental com grande visibilidade e impacto para a região da bacia leiteira” e manifesta interesse em continuar com esta parceria, pela maior aproximação e troca de conhecimentos com as empresas, Escolas Profissionais, Universi-dades e o mundo empresarial agrícola.

Variedades: Hydro, Sincero e Verdemax

As variedades em ensaio - Hydro, Sincero e Verdemax – tive-ram uma boa prestação, comprovada pela produtividade conse-guida (superior à de 2013, no mesmo ensaio) e pelos bons teores de matéria seca, de amido e de NDF (Fibra Neutro Detergente). A sementeira mais precoce favoreceu os ciclos mais longos.

A boa performance das variedades com tecnologia Artesian, conseguida em inúmeros ensaios realizados a nível europeu, com-prova-se agora também em Portugal com o Hydro. “Apesar de o ano não ter sido favorável para que pudéssemos constatar em campo a mais-valia de uma maior tolerância do Hydro ao stress hídrico, o rendimento em grão (número de grãos e seu peso) e em matéria ver-de, assim como um porte ideal para silagem, não nos deixam dúvidas

Page 27: Gazeta Rural nº 236

27www.gazetarural.com

sobre o potencial da variedade. Agricultores e técnicos ficaram agradados com o que viram”, explica Pedro Martins, do Depar-tamento Técnico da Syngenta para o Entre Douro e Minho, Beira Litoral, Açores e Galiza.

Boas práticas na aplicação de herbicidas

A eficácia dos herbicidas é maximizada quando se seguem as boas práticas, o que ajuda o agricultor a produzir mais e melhor. A empresa Pulverizadores Rocha aconselhou os inter-venientes sobre as boas práticas na aplicação de herbicidas, nomeadamente, o respeito pelos volumes e doses, os proce-dimentos e técnicas para evitar a deriva das gotas para outras culturas e a segurança na aplicação.

“Salientamos a importância deste evento na difusão das novas tecnologias e soluções integradas com o objectivo de potenciar a produção das lavouras de milho na região leiteira.

Foi uma oportunidade fundamental para ouvir os agricul-tores e oferecer tudo o que as empresas participantes nesta parceria têm de melhor. O Centro de Experimentação Syngenta é uma iniciativa extremamente louvável no que toca ao apoio técnico e à criação de infraestruturas na Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento, privilegiando simultaneamente o contacto com agricultores e técnicos”, afirma Zeferino Sousa, Supervisor de Vendas da Pulverizadores Rocha.

Produzir mais e melhor com Lumax

As infestantes são um dos principais problemas para a cultura do milho, não só pela sua capacidade de concorrência, mas tam-bém pela dificuldade do seu controlo. “A Syngenta defende um posicionamento dos herbicidas com aplicação desde a semen-teira até à pós-emergência precoce, como base para o controlo das infestantes no milho. O controlo na pré-emergência permite ao milho germinar sem sofrer a concorrência das infestantes, sal-vaguardando o potencial máximo de produção da colheita. A me-lhor solução para o controlo de infestantes em pré-emergência é o herbicida Lumax, como se comprovou pelos bons resultados obtidos neste campo de ensaio no controlo de infestantes clás-sicas do milho, tanto mono como dicotiledóneas”, afirmou Mário

Casimiro, gestor de campanhas da Syngenta Portugal, que liderou a estação sobre o herbicida Lumax.

A qualidade do silo começa na semente

A Lallemand Animal Nutrition explicou que a obtenção de si-lagens de elevada qualidade e com “zero desperdícios” é possível mediante a aplicação de boas práticas de ensilagem, como sejam a escolha da melhor época de colheita, a correta compactação, processamento do grão e comprimento de corte da forragem ho-mogéneo. Mas antes de tudo isto é fundamental usar sementes de boa qualidade. “Ao analisarmos nutricionalmente e em termos de perfis fermentativos, verificamos a elevada qualidade nutricional dos híbridos Syngenta, principalmente no que respeita à elevada percentagem de amido, e como tal, menor concentração de fibra, o que favorece a qualidade final da silagem de milho”, reconhece Luís Queirós, Forage Additives Technical Support Manager na Lal-lemand Animal Nutrition.

A aplicação de inoculantes ao silo, através da produção de agentes anti fúngicos, como o Ácido Acético e Propiónico, permi-te menores perdas de matéria seca, maior estabilidade aeróbica e maior preservação de nutrientes da silagem.

Os ensaios efectuados pela Lallemand, na EPACSB, na campa-nha de 2013, comprovaram que o inoculante Lallemand LalSil Fresh tem a capacidade de recuperar em média mais 6,5% de matéria seca, quando comparado com a silagem controlo (sem inoculante).

Luís Queirós realça as mais-valias criadas ao agricultor neste centro de experimentação. “A Syngenta tem adoptado nos dias de campo em que a Lallemand tem participado uma abordagem glo-bal, que fecha o círculo à volta do ponto fundamental, que é a cul-tura do milho. A abordagem torna-se tão completa que chega ao consumidor final, neste caso o animal, pois foca também aspec-tos importantíssimos na área da nutrição animal, que se prendem com factores pós-colheita, e que influenciam dramaticamente a qualidade final do produto silagem de milho. As mais-valias cria-das ao agricultor neste centro de experimentação são inúmeras, e raramente vistas, diria até nunca vistas, em outra situação que não esta. Algo que também considero muito importante é a forte preocupação ambiental da Syngenta, o que a torna numa empre-sa à frente da concorrência”, salientou aquele responsável.

Page 28: Gazeta Rural nº 236

28 www.gazetarural.com

Mais de uma centena de expositores marcou presença na edição 2014 do Mercado Magriço, um evento promovido pela Câmara de Penedono, que pretende mostrar as potencialidades do concelho. Um dos pontos altos do certame foi o concurso Penedoce, que visa a criação de um doce que identifique o con-celho, que contou com a participação da Chef Hernâni Ermida, tendo como ingrediente obrigatório a castanha.

“O Mercado Magriço é a mostra daquilo que se faz, produz e se transforma”, adiantou Cristina Ferreira, vice-presidente da Câmara de Penedono, que destacou a “participação de 22 pro-dutores de ovinos e caprinos de diversas raças” num concurso que contou com a supervisão da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária.

Num concelho que produz cerca de mil toneladas de casta-nha por ano, não podia faltar o concurso da melhor castanha, que pretende, segundo Cristina Ferreira, “motivar os produtores e mostrar que podem contar com o município” na promoção e divulgação dos seus produtos.

A vice-presidente da Câmara de Penedono fez um balanço “bastante positivo”, porque, segundo afirmou, “tínhamos expec-tativas bastante elevadas”, num evento em que estiveram pre-sentes as associações do concelho, as empresas e os serviços. O sector primário esteve em particular destaque, com a castanha, os cogumelos, os licores, o pão caseiro, as filhoses, assim como outros produtos endógenos do concelho.

Vila Pouca de Aguiar foi palco da XIII Mostra Gastronómica, que destacou os sa-bores da montanha, nesta época do ano a castanha, o cabrito e os cogumelos.

Duarte Marques, vereador com os pe-louros de Ambiente e Urbanismo, referiu que “a feira correu muito bem, com muitos visitantes da região, mas também de outros pontos do país”. A castanha e os cogumelos estiveram em destaque no recinto da feita, mas também nos restaurantes aderentes e nas sessões se showcoocking promovidas no âmbito da mostra.

“São iniciativas que valorizam as acti-vidades e os nossos produtos autóctones, neste caso as castanhas e os cogumelos, baseadas naquilo que temos de melhor e que são bem acolhidas e muito procuradas não só pelos locais, mas também por quem nos visita”, referiu Duarte Marques, que destacou também as outras iniciativas realizadas em torno da produção e comercialização de cogumelos, uma sector que tem vindo a co-nhecer um grande incremento na região.

Em Penedono, durante três dias

Mercado Magriço mostrou a cultura e a economia do concelho

Em Vila Pouca de Aguiar

Muitos visitantes foram atraídos pelos “Sabores da Montanha “

Page 29: Gazeta Rural nº 236

29www.gazetarural.com

Milhares de visitantes passaram por Mangualde para vivenciar mais uma tradicional Feira dos Santos. Promovido pela Câmara de Mangual-de com o apoio do Crédito Agrícola Vale do Dão e Alto Vouga, o certame decorreu no centro da cidade sob o lema “Da Tradição à Modernidade” e proporcionou momentos de grande animação.

Desde há três séculos que Man-gualde se notabiliza pela realização da Feira dos Santos, evento que se tornou um marco a nível nacional, pelas várias ofertas que proporciona aos muitos milhares de visitantes que por lá passam, desde a gastronomia, através das tradicionais febras, aos enchidos, aos frutos secos, ao arte-sanato, ao vinho, aos produtos agrí-colas, entre outros. Durante o fim-de--semana, as várias artérias da cidade foram animadas, proporcionando a todos os residentes e visitantes mo-mentos de grande diversão.

Animangualde (espaços com ani-mação infantil, insufláveis, pinturas fa-ciais, carrosséis e grupo de animação de rua), Agromangualde, Mangualde Regional, Manguald‘Arte (IX Mostra de Artesanato Nacional), Mostra das Freguesias de Mangualde, Mangual-de Motor, Expo Vinhos Mangualde, Mangualde Indústria, e “Artes e Ofí-cios” foram as várias iniciativas que assinalaram o programa deste ano e que decorreram em vários espaços da cidade. Paralelamente, decorreu mais uma edição do festival gastronómico ‘Feira dos Santos à Mesa’, que contou com 16 restaurantes aderentes, assi-nalados pelo selo “Feira dos Santos à Mesa 2014”, que apresentaram uma ementa especial com entrada à base de enchidos, rojões à moda de Man-gualde acompanhados de vinhos do Dão, com maçã assada e requeijão/queijo da serra com doce de abóbora de sobremesa. O pão regional acom-panhou toda a refeição.

Centro da cidade de Mangualde “inundado”

Milhares de visitantes passaram pela secular Feira dos Santos

AF Imprensa ROD Comércio e Serviços 262x48.indd 1 9/16/14 3:47 PM

Page 30: Gazeta Rural nº 236

30 www.gazetarural.com

Decorreu em Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços, mais uma edição da Cast-monte – Feira da Castanha, certame que recebeu milhares de visitantes, apesar do tempo não ter ajudado.

No balanço da iniciativa, o presidente da Jun-ta de Carrazedo de Montenegro deixou um alerta, sustentando que uma organização de produtores “seria uma mais-valia para a região”. António Je-sus da Costa diz que “falta um ‘poder central’ que pudesse adquirir toda a castanha produzida pelos nossos agricultores, com um preço fixo de entrega e depois vendida a bom preço”, referiu.

O autarca fez um balanço positivo da Cast-monte, visitada por muitos milhares de pessoas, com a castanha a atingir, em média, os 3,50 euros o quilo.

António Costa destacou a qualidade da cas-tanha presente na Feira, mas também os outros produtos regionais como vinho, azeite, fumeiro, mel, maçã, frutos secos e outros produtos locais, num total de 92 expositores, “com produtos tradi-cionais da nossa freguesia e do nosso concelho”, sublinhou o presidente da Junta de Carrazedo.

A azáfama começou cedo em Meruge, com a realização da XII Feira do Porco e do Enchido. A Lage Grande recebeu mais de uma centena de expositores, com todo o tipo de produtos, com destaque para os derivados do porco, como os enchidos, mas também mel, doçaria e muitos ou-tros produtos regionais.

A Feira atrai milhares de visitantes e esta edi-ção não foi excepção, com muitos visitantes da região, mas também vindos da capital, de onde vieram algumas excursões. O presidente da Junta de Meruge andou numa roda-viva para que tudo corresse pelo melhor, nomeadamente com a che-gada de visitantes, mas especialmente para aco-modar todos os expositores. “As pessoas procu-ram vir a esta feira para amealharem mais alguma coisa para o sustento das suas famílias”, diz Aníbal Correia, referindo que quem vai à Feira de Meruge “vende os seus produtos e depois passa a pala-vra”.

A Lage Grande é o palco da feira, mas também da recriação histórica levada a cabo pelo Viv’Arte. “É um lugar mítico e a feira e toda a animação foi programada para a Laje Grande”, diz o autar-ca, salientando que se a feira “fosse noutro lugar qualquer passava despercebida e não tinha este impacto e esta beleza natural”.

Diz o presidente da Junta de Carrazedo no balanço da Castmonte

Uma organização de produtores “seria uma mais-valia para a região”

Na Feira do Porco e do Enchido

Lage Grande atraiu milhares de pessoas a Meruge

Page 31: Gazeta Rural nº 236

31www.gazetarural.com

A Frutipaula, com sede em Arma-mar, é uma das empresas que pro-duz e comercializa maçã de pomares próprios que tem no concelho. Artur Paula, um dos sócios da empresa, à Gazeta Rural, diz que a campanha deste ano correu bem, embora nem todos os pomares estejam em plena produção.

O fruticultor olha para o mercado com alguma cautela, afirmando que o escoamento da maçã “pode ser um problema muito sério”, lamentando a falta de “uma melhor organização da produção”. Artur Paula mostra, também, alguma preocupação com as consequências do embargo russo à fruta da União Europeia.

Gazeta Rural (GR): Como decor-reu a campanha deste ano?

Artur Paula (AP): A presente cam-panha correu bem. Este ano, no nosso caso, houve uma quebra na produção face ao ano anterior. Mas a fruta é de boa qua-lidade, não tivemos um Verão exagerada-mente quente, não houve falta de água e a fruta é de óptima qualidade e com grande capacidade de conservação.

GR: Tendo em conta vários anos, qual a vossa produção média?

Diz Artur Paula, um dos sócios da Frutipaula

“Não há organização da produção para fazer ‘concorrência’ à grande distribuição”

AP: Neste momento ainda não é pos-sível fazer uma média, uma vez que temos alguns pomares que ainda não estão em plena produção. Aquilo que pretendemos é daqui a três ou quatro anos termos uma produção de cerca de 600 a 700 tonela-das. O nosso principal objectivo não é pro-duzir em quantidade, pois estamos a fazer uma aposta grande na qualidade.

GR: Como está o mercado?AP: O escoamento da maçã, quando

todas as novas plantações estiverem em plena produção, pode ser um problema muito sério. Verifico que, neste momento, não existe uma organização adequada da produção para poder fazer “concorrência” à grande distribuição que Portugal. Esta, está na mão de duas ou três entidades que, face a sua dimensão, impõe os preços e os ritmos do escoamento.

Outro factor a ter em atenção será o embargo da Rússia as frutas da União Eu-ropeia. Se esta situação não for resolvida a curto prazo e se em Fevereiro ou Mar-ço países como a Itália ou França (gran-des exportadores de maçã para a Rússia) ainda tiverem uma grande quantidade de maçã em stock vão invadir a Europa com fruta a baixo preço.

GR: Em breve vão inaugurar no-

vas instalações, com um armazém moderno. Que perspectivas tem para o futuro?

AP: Neste momento, com as novas instalação, a empresa tem capacidade de armazenagem para toda a sua produção. Por outro lado, as normas relativas à se-gurança alimentar para a armazenagem e comercialização são cada vez mais rigo-rosas. Neste momento só temos dois ca-minhos, ou evoluímos no sentido da mo-dernização e aposta na qualidade ou vale mais fechar as portas.

Outra área em estudo na empresa é a valorização de subprodutos, através da sua transformação em produtos de valor acrescentado.

GR: Quais as principais dificul-dades que sentem os produtores de maçã?

AP: Toda a gente sabe que a maçã produzida em Armamar, com as condições edafoclimáticas que o concelho tem, é de superior qualidade. Neste momento, na minha opinião, aquilo que falta é uma me-lhor organização da produção, de modo a que se possa apostar na exportação.

O futuro vai ter que passar pela expor-tação, de modo a que se possa criar uma mais-valia para a fruta de qualidade que produzimos.

Page 32: Gazeta Rural nº 236

32 www.gazetarural.com

Na região de Viseu antevê-se uma quebra significativa na pro-dução de azeite na campanha que agora começa. O clima atípico que se verificou este ano foi propício a pragas como a gafa, que afectaram as oliveiras.

Delfim Vaz, com um lagar de transformação de azeitona situado no Parque Industrial de Coimbrões, antevê uma campanha fraca, com uma quebra que poderá chegar aos 50%. O empresário salienta a fraca apetência na região para a produção

de azeite, normalmente com olivei-ras plantadas nas bordaduras dos terrenos de cultivo, numa agricultura familiar de subsistência e sustento do agregado familiar.

Delfim Vaz, à Gazeta Rural, diz que na região, a grande maioria dos produtores leva menos de 500 qui-los de azeitona para transformar em azeite, para consumo próprio.

Gazeta Rural (GR): Como antevê a campanha deste ano do azeite na região de Viseu?

Delfim Vaz (DV): Na região há uma quebra significativa na produção, mas também a azeitona está muito estragada. Portanto, as perspectivas não são nada animadoras, pelo que, previsivelmente, te-remos azeite de fraca qualidade.

Com isso, no lagar, teremos uma cam-panha fraca, talvez com quebra para me-tade. O ano passado transformámos mais de um milhão de quilos de azeitona, mas nesta campanha não sei se chegará a me-tade. Vamos começar a laborar em mea-dos de Novembro e só nessa altura é que teremos uma perspectiva mais concreta.

GR: Na sua opinião, qual é o maior problema da olivicultura nesta re-gião?

DV: O problema é que não há grandes quantidades, como acontece em Trás-os--Montes, no Douro ou no Alentejo. Aqui só há pequenos produtores que, na sua maioria, produzem menos de 500 quilos de azeitona. Quando aparece um agricul-tor com uma tonelada já pensa que é o maior produtor de azeite.

Na região de Trás-os-Montes talvez apenas 5% de produtores terá menos de uma tonelada de azeitona. Portanto, esta-mos a falar de realidades diferentes. Nesta região, na sua quase totalidade, os olivi-cultores são pessoas que tem um boca-do de terra, onde cultivam produtos para casa, onde se inclui o azeite.

Há, depois, uma outra situação. É que as pessoas não tratam as oliveiras, que também querem ‘comer’ e, para isso, têm que ser tratadas.

Este ano, o clima não foi muito bom para a oliveira, que foi atacada pela gafa, o principal problema nesta região. Alguns agricultores ainda fizeram alguns trata-mentos, mas a maioria não o fez.

GR: O seu lagar transforma só azeitona desta região?

DV: Eu trabalho com os meus filhos aqui à volta de Viseu. Vou buscar azeitona a quem me telefona. Não trago ajuntado-res pelas portas, como têm outros lagares. Tenho três carrinhas e mando os meus empregados buscar a azeitona a quem me liga. Quando acabar, acabou. Tenho clientes que me ligam da zona de Trás--os-Montes e eu vou lá buscar, nomeada-mente Freixo de Numão, por exemplo.

Antevê Delfim Vaz, com lagar em Coimbrões, Viseu

“Na região há uma quebra significativa na produção de azeite”

Page 33: Gazeta Rural nº 236

33www.gazetarural.com

Há projectos que nascem, mas nãos e consolidam, enquanto outros nascem de uma “brincadeira”, mas que depois se tornam casos sérios de sucesso. Foi o que aconteceu com dois amigos em Albergaria-a-Velha.

Da brincadeira nasceu a Margem Crescente, uma empresa de distri-buição na área de produtos agrícolas e de jardim. Começou na garagem de João Cruz, um dos sócios, e o cresci-mento foi tal que já se mudaram para um armazém. À Gazeta Rural, João Cruz confessou que o projecto cres-ceu mais do que estavam á espera.

Gazeta Rural (GR): O que é a Mar-gem Crescente e como surgiu o pro-jecto?

João Cruz (JC): A Margem Crescente nasceu de uma brincadeira entre o meu sócio e eu. Pensamos em apostar na área das estufas e vimos que era uma área in-teressante.

Porém, começamos como que ‘a brin-car’, como um extra, pois cada um de nós tinha a sua actividade, diferentes desta.

Fizemos os primeiros contactos com os fornecedores, fomos à Alemanha ver os produtos e depois foi sempre a avan-çar. Começamos com as estufas, como dois ou três tamanhos, depois metemos os carrinhos de jardim e, posteriormente, passamos para outros tamanhos de estu-fas e neste momento já temos seis, todas diferentes.

Já fizemos algumas feiras a nível na-cional e temos a nossa loja online, onde fazemos as nossas vendas.

Continuamos a avançar, de forma se-gura, dando um passo de cada vez. Optá-mos já por colocar mais produtos à ven-da, entre eles o Swissinno Solutions, para eliminar vários tipos de pragas no jardim, desde os ratos, as ratazanas, aos mosqui-tos, aos caracóis, as lesmas, entre outros. Para além desta, ficámos também com a representação da GPlants, que tem vários produtos, como sementes, vasos e ador-nos de jardim. Brevemente iremos comer-cializar a Shelter Logic, que fabrica estufas de qualidade superior e com um design diferente. É um conceito totalmente dife-rente do que se usa em Portugal.

Aquilo que pretendemos é oferecer aos nossos clientes produtos e soluções inovadoras no mercado e, para isso, man-temos uma busca contínua no mercado nacional e internacional. Depois, procu-ramos estabelecer uma relação transpa-rente com os nossos clientes, oferecendo suporte através do atendimento diferen-ciado.

GR: O projecto já avançou mais do que estavam a espera?

JC: Sim, foi mais além. Podia compa-rar este nosso projecto como as bandas de garagem que começam com pessoas. Neste caso, foi na garagem da minha casa.

Quando começamos não tínhamos

nada, para além da ideia. Durante mais de meio ano, o nosso armazém era a minha garagem. Só que cresceu de tal forma que sentimos a necessidade de procurar um sítio mais espaçoso.

GR: Que tipos de estufas comer-

cializam?JC: Comercializamos estufas que cha-

mamos de ‘doméstica’, para pessoas que tem um quintal e que quer produzir hor-tícolas, como alfaces, tomates, pimentos, batatas ou outras. São estufas relativa-mente pequenas, para instalar uma horta familiar.

GR: Falou da Shelter Logic, que é um tipo de estufas diferente?

JC: Sim, são estufas com mais robus-tez, com material de melhor qualidade e com outro tipo de garantia. Tem, tam-bém, outras possibilidades de utilização, como abrigos para animais ou para guar-dar alfaias agrícolas, pois podem atingir seis metros de altura e, até, 20 metros de comprimento.

GR: Há um novo projecto na man-ga?

JC: Há, mas ainda está numa fase em-brionária.

Situada em Albergaria-a-Velha

Margem Crescente: uma brincadeira… a sério

Page 34: Gazeta Rural nº 236

34 www.gazetarural.com

O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, disse que a cultura do figo da índia no concelho representa ac-tualmente mais de 30 por cento da área plantada no país.

“Idanha-a-Nova tem mais de 30 por cento de toda a área plantada [de figo da índia] no país e para a nossa Incubadora de Empresas de Base Rural está projectada uma área total de plan-tação de 70 hectares”, afirmou o autarca.

Armindo Jacinto explicou que neste momento já se encon-tram plantados 50 por cento desses 70 hectares, cuja área pode ainda vir a sofrer um aumento, visto que as “poucas terras dis-poníveis na incubadora têm apetência para esta cultura”. O mu-nicípio de Idanha-a-Nova está também a estender este tipo de cultura às restantes áreas do concelho e está a dinamizar uma associação para esta cultura e respectivos subprodutos.

O autarca destaca o elevado potencial económico do figo da índia, um produto cuja aplicação vai desde a alimentação até às indústrias farmacêuticas e de perfumaria. “Trata-se de uma cul-tura que tem uma grande utilização e onde tudo é aproveitado, desde o fruto até à própria planta”, adiantou.

Armindo Jacinto sublinhou ainda que a autarquia está em-penhada e a desenvolver todos os esforços no sentido de criar uma fileira em Idanha-a-Nova que, juntamente com as restantes áreas plantadas, “possa ser significativa no país”. “Queremos fa-zer a diferenciação de uma cultura que possa ter efeitos positi-

Inserido no âmbito da VIII Mostra do Medronho e da Castanha, realizou--se na Casa da Cultura de Oleiros o workshop “Medronheiro, uma janela de oportunidades”. Promovido pelo Município de Oleiros, o evento con-tou com a colaboração do Ministério da Agricultura – Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e da Cooperativa Portuguesa do Medronho (CPM), tendo reunido a participação de 60 interessados, na sua maioria jovens oriundos de vários pontos do país.

Ao longo dos trabalhos que se prolongaram por toda a manhã, com uma componente teórica e dois casos práticos, os participantes tiveram a oportunidade de se inteirarem sobre a fileira em causa. Assuntos como a importância da selecção e propagação de plantas na produção de medro-nho, a produção de aguardente e derivados, a importância do medronheiro na gestão florestal e na prevenção de incêndios, a constituição da Coo-perativa Portuguesa do Medronho e o testemunho de um jovem agricultor instalado na região, foram abordados de uma forma interessante.

A abrir a sessão esteve o vice-presidente da Câmara de Oleiros, Victor Antunes. Na parte teórica, o painel de intervenientes foi composto por Fi-lomena Gomes (ESAC) e João Gama (DRAPC). Após uma pausa para café, onde não faltaram os derivados do medronho, seguiram-se os casos práti-cos apresentados por Tiago Cristóvão, da CPM e Margarida Silva, represen-tante de uma empresa do concelho, a Silvapa, produtora de aguardente, licor e compota de medronho. A sessão foi bastante participada, muitos dos quais jovens com ideias e projectos, que no final saíram mais elucida-dos sobre vários aspectos desta fileira.

Afirmou o presidente da Câmara, Armindo Jacinto

Idanha-a-Nova concentra 30 por cento da plantação de figo da Índia em Portugal

Realizado no âmbito da VIII Mostra do Medronho e da Castanha

Workshop sobre Medronheiro em Oleiros bastante participado

vos para a economia local”, concluiu.Idanha-a-Nova foi recentemente palco de umas jornadas

ibéricas sobre a cultura do figo da índia, um encontro inédito de-dicado a esta cultura com crescente interesse agrícola e eco-nómico e que juntou mais de 150 investigadores, agricultores e empresários.

Page 35: Gazeta Rural nº 236

35www.gazetarural.com

OPI

NIÃ

O

Portugal é um país em que o sector florestal tem um impor-tante impacto socioeconómico. No entanto, nos últimos anos, vários problemas têm afectado as plantações florestais com particular incidência no pinheiro-bravo, espécie que tem sofrido um acentuado decréscimo em termos de área.

Embora não tão graves, diversas pragas e doenças têm tam-bém atacado outras espécies florestais importantes no nosso país, como o sobreiro e o eucalipto. Estes condicionalismos tor-nam premente a necessidade de diversificar as espécies com po-tencial económico de forma a melhor se aproveitarem os nossos recursos endógenos. De entre as espécies com potencial para serem exploradas no nosso país destaca-se o medronheiro, uma espécie arbustiva ou arbórea de pequeno porte conhecida pelos seus frutos vermelhos que nesta altura do ano são comuns um pouco por todo o país.

O medronheiro é uma árvore que cresce bem em solos mar-ginais, com uma vincada tolerância ao stresse hídrico e que regenera bem após incêndios florestais. Estas características fazem dela um importante componente dos ecossistemas, em particular na região centro do país e no Algarve.

Dos seus frutos obtém-se uma aguardente aromática muito apreciada e o pólen é utilizado para a produção de um mel de excelente qualidade. Os frutos vermelhos, ricos em antioxidantes, podem também ser consumidos frescos ou processados para a produção de compotas. Apesar deste potencial o medronheiro é ainda uma espécie pouco explorada, talvez em virtude dos pro-dutores não encontrarem no mercado material vegetal de qua-lidade.

Nos últimos anos, a Universidade de Coimbra, através do Centro de Ecologia Funcional e da Associação UC InProPlant tem desenvolvido uma intensa actividade de investigação com o ob-jectivo de tornar o medronheiro uma espécie mais interessante em termos de produção. Os ensaios efectuados permitiram de-

senvolver métodos de clonagem eficazes com o propósito de fornecer aos agricultores material propagado não a partir de se-mente, como é prática comum, mas a partir de árvores seleccio-nadas, com uma maior garantia de produção e de fitossanidade. Para além disso, tem sido preocupação deste grupo de inves-tigação desenvolver plantas de medronheiro com novas carac-terísticas, melhor adaptadas a ambientes particulares. Com este objectivo têm sido realizados cruzamentos entre árvores selec-cionadas estando os produtos desses cruzamentos em fase de avaliação. Os testes laboratoriais permitiram também a obten-ção das primeiras plantas tetraplóides de medronheiro embora o procedimento experimental necessite ainda de ser optimizado. Mais recentemente, as estruturas secretoras das folhas e caule do medronheiro foram caracterizadas tendo sido verificado que produzem um composto que combate os pequenos insectos que atacam as partes jovens e em crescimento activo desta espécie. Em colaboração com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra estão em curso ensaios com vista à identificação de metabolitos secundários de interesse.

No âmbito destas actividades de investigação, financia-das pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, pelo programa PRODER e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, tem havido uma estreita colaboração com outras instituições de investigação, designadamente a Escola Superior Agrária de Castelo Branco, a Escola Superior Agrária de Coimbra o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veteriná-ria, a Associação de Defesa do Património de Mértola e diversos produtores de medronho. Espera-se que estas sinergias, e ou-tras que venham a ser estabelecidas, possam tornar a fileira do medronho um importante componente do sector agro-florestal.

Jorge Canhoto | Ciência Viva

Os medronhos andam por aí

Page 36: Gazeta Rural nº 236

36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 236Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Fernando Ferreira, José Martins e Helena MoraisOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

O ataque de lobos nalgumas zonas da região arouquesa está a deixar preocupa-dos os responsáveis da região. A Câmara de Arouca reclama novas medidas legais para defesa dos povoados, mas também o secretário-geral da Associação Na-cional dos Criadores da Raça Arouquesa (ANCRA) se mostra preocupado com o ataque dos lobos, que já dizimaram vários animais.

A Câmara de Arouca reclama novas medidas legais para defesa dos povoados onde, nos últimos dias, os lobos ibéricos têm matado vários outros animais e co-meçam a assustar também a população. A situação tem-se verificado na aldeia da Noninha, na freguesia de Alvarenga, onde os lobos terão provocado a morte a cinco vacas, além de ferimentos em vários ou-tros animais.

“Isto está a deixar toda a gente em pâ-nico”, defende José Artur Neves. “Pedimos que haja legislação que proteja as pes-soas e tem que haver aqui uma decisão política sobre esta matéria, porque isto está a ultrapassar o inaceitável”, realça.

“Sempre que há nevoeiro e períodos de chuva, há registo de ataques”, reve-la o autarca. “Já contactámos a Asso-ciação [de Conservação do Habitat] do Lobo Ibérico e eles também têm registo da deslocação de alcateias para a região do Montemuro e da serra da Arada, o que configura alguma preocupação”, acres-centa.

Para o presidente da Câmara de Arou-ca, isso significa que “a população daquela espécie tem aumentado muito”, pelo que, insiste, “neste momento há que procurar medidas que protejam as populações e impeçam os produtores de deslocalizarem a sua criação para outras regiões do país”, como o Alentejo.

Autarca de Arouca e secretário-geral da ANCRA pedem soluções

Ataque de lobos na região arouquesa preocupa responsáveis da região

Associação de Criadores preocupada com ataques na Serra do Montemuro

Também o secretário-geral da Asso-ciação Nacional dos Criadores da Raça Arouquesa (ANCRA), Manuel Cirnes, se mostrou muito preocupado com o ataque de lobos ao gado na Serra do Montemu-ro, onde foram dizimadas mais três vacas adultas. “O lobo deixou de ser apenas um predador que toda a gente gosta de ver

na montanha para se tornar uma praga”, lamentou.

Segundo o responsável, “os lobos já mataram mais de 50 vacas de raça arou-quesa este ano só nos concelhos de Cin-fães e de Arouca, fora vitelos, ovelhas, cabras, etc”. “Os prejuízos são inúmeros e as pessoas estão a desistir e a abandonar os animais”, acrescentou, defendendo que a população de lobos da Serra do Monte-muro deve ser diminuída e os agricultores indemnizados.

Page 37: Gazeta Rural nº 236

37www.gazetarural.com

Uma pastelaria situada no Bairro da Misericórdia, às portas de Viseu

“Nata Rainha” já prepara os melhores doces de Natal para siA Nata Rainha, uma pastelaria situada no Bairro da Miseri-

córdia, em Cabanões, às portas de Viseu, já prepara doçaria para a quadra festiva que se aproxima. “Vamos apostar forte na quali-dade do Bolo-Rei, no Bolo Rainha, no Bolo Rei de Chocolate e no Bolo Escangalhado”, referem Nuno Santos e victor Arede, dois dos sócios - gerentes da pastelaria, adiantando que os clientes já ali podem procurar por Bolo-Rei e Bolo Rainha. “A qualidade tem sido reconhecida pelos nossos clientes e nós não os quere-mos defraudar”, frisa o empresário.

Nuno e Victor não têm uma perspectiva de como será a pró-xima quadra, tendo em conta que apenas há poucos meses uma nova sociedade assumiu a gerência da pastelaria. “O balanço é muito positivo”, adiantam, sublinhando a receptividade dos clientes que diariamente passam pelo espaço, agora renovado. Entretanto, está já no mercado, em contacto com as empresas que nesta altura oferecem o bolo-rei no seu cabaz de Natal.

A Nata Rainha tem fabrico próprio de todo o tipo de pastela-ria, vende ao público, mas também para revenda, tendo já cerca de duas dezenas de clientes nesta área.

Em quatro novas referências de 2011 a 2013

Adega de Borba apresenta novas colheitas em 2014A Adega de Borba apresenta em 2014 as novas colheitas da

gama Adega de Borba em quatro novas referências: dois vinhos da marca Adega de Borba Premium, e dois da marca Adega de Borba Rótulo de Cortiça: um Reserva e um Grande Reserva, que serão brevemente lançados no mercado. Para Manuel Rocha, CEO da Adega de Borba, “As novas colheitas representam a aposta da Adega de Borba na sua gama de vinhos do segmen-to de topo, dando continuidade à estratégia que temos seguido nos últimos anos: uma clara aposta na qualidade do produto, criando valor acrescentado no produto e para a Adega”.

Entre as novas referências encontram-se colheitas desde 2011 a 2013, dois brancos: Adega de Borba Premium Branco 2013 e Adega de Borba Rótulo de Cortiça Reserva Branco 2013; um vinho rosé, o Adega de Borba Premium Rosé 2013, e dois tin-tos: Adega de Borba Premium 2012 e o Adega de Borba Rótulo de Cortiça Grande Reserva 2011.

Adega de Borba Premium Branco 2013 proveniente das cas-tas Arinto, Antão Vaz, Verdelho e Alvarinho, é ideal para acom-panhar pratos de marisco e peixe. A sua cor citrina combina com o aroma jovem e intenso com notas de frutos citrinos e flor de laranjeira, que dão origem a um sabor muito fresco, untuoso e com uma harmonia entre a acidez da maçã verde, a mineralida-de e os frutos tropicais persistentes.

Adega de Borba Rótulo de Cortiça Reserva Branco 2013 um vinho fresco, equilibrado e com estrutura, apresenta uma cor citrina e limão. O seu aroma é cheio, intenso a frutos tropicais

maduros e baunilha e o sabor aveludado, com frescura, frutos citrinos e ligeiro mel especiado a predominar, proporcionando um vinho harmonioso, longo e de grande equilíbrio.

Adega de Borba Premium Rosé 2013 provém das cas-tas Aragonez, Syrah e Touriga Nacional, apresenta uma cor vermelha bem definida, o aroma de boa intensidade a frutos silvestres e ligeiro floral especiado revela-se no sabor equili-brado a vinho jovem. Apresenta notas tostadas picantes, com um sabor floral e harmonioso frutado acidulo a persistir.

Adega de Borba Premium 2012 é um vinho que provém de uvas seleccionadas nas mais antigas vinhas da região de Bor-ba: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Trincadeira. No aspecto apresenta uma cor granada com grande profundidade. O aroma tem boa intensidade revelan-do frutos vermelhos maduros, compota e pimento maduro. O sabor é macio, elegante com destaque nos sabores a frutos pretos, café e chocolate, com estrutura fina e persistente no final.

Adega de Borba Rótulo de Cortiça Grande Reserva 2011 é um vinho produzido apenas em anos excepcionais, a partir das castas Trincadeira e Alicante Bouschet. Apresenta uma cor rubi com nuances vermelhas. O seu aroma é intenso com notas de frutos da floresta, chocolate e tostado e tem um sabor macio e fresco, com taninos fortes de frutos negros e especiarias. No final de prova, permanece um sabor sedoso, elegante e prolongado.

Page 38: Gazeta Rural nº 236

38 www.gazetarural.com

A principal experiência do vinho está de re-gresso ao Funchal e ao Centro de Congressos do Casino da Madeira. De 28 e 30 de Novembro, o evento Essência do Vinho - Madeira apresenta grandes nomes dos vinhos portugueses, que pelo terceiro ano consecutivo vão mostrar os mais recentes lançamentos, sem esquecer as referências incontornáveis. Provas comentadas por especialistas e harmonizações entre gas-tronomia e vinhos serão motivos acrescidos de visita.

À presença das emblemáticas casas de Vi-nho Madeira e de produtores dos novos vinhos DOP madeirenses, soma-se a participação de grandes nomes dos vinhos portugueses, que re-presentam a generalidades das regiões.

O sector do vinho em Portugal entende a Madeira como um mercado estratégico. Ao con-sumo, junto de uma franja alargada de consumi-dores e wine lovers – madeirenses e estrangeiros que visitam ao longo de todo o ano o arquipé-lago –, alia-se a notoriedade alcançada através da presença nas cartas de vinho de unidades hoteleiras e de restauração.

De 28 a 30 de Novembro, no Centro de Congressos

Funchal recebe III edição da Essência do Vinho - Madeira

Page 39: Gazeta Rural nº 236

39www.gazetarural.com

Page 40: Gazeta Rural nº 236

40 www.gazetarural.com