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LAB_O Negativo_BrunaFlores

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Universidade Luterana do Brasil

CST Fotografia

Laboratório em Preto e Branco

Prof. Fernando Pires

Bruna Flores

O NEGATIVO

Ansel Adams

2014/1

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Visualização e tons de imagem

A visualização é o processo consciente de projetar mentalmente a imagem

fotográfica final antes de dar os primeiros passos para fotografar o objeto. É

possível uma cópia fotográfica reproduzir a amplitude de brilho da maioria dos

objetos, então uma cópia fotográfica é uma interpretação dos tons do objeto. O

primeiro passo em direção a visualização é a interpretação expressiva, é

tornar-se consciente do mundo ao redor em termos de imagem fotográfica.

Aprender a enxergar um objeto colorido em termos de tons de branco e preto

requer esforço do fotógrafo, que aprende a identificar os tons da imagem assim

como o músico aprende a reconhecer o tom da musica e o pintor, as relações

sutis entre as cores.

Luz e Filme

A luz é a radiação eletromagnética na qual o olho humano é sensível. Essa

radiação pode ser considerada um espectro contínuo que inclui, além da luz,

ondas de rádio, de radar, raios x, raios gamas e outras formas de energia

radialmente. O que distingue cada um dessas formas de radiação é o

comprimento de onda. Quando a luz atinge a superfície, ela pode ser

transmitida absorvida ou refletida. Se a superfície for transparente, a maior

parte da luz será transmitida. Um material translúcido tem capacidade de

transmissão muito menor e difunde a luz que passa por ele. A luz refletida

geralmente é difusa, suas reflexões correm em todas as direções de forma

praticamente uniforme.

Um filme é composto por uma emulsão de haletos de prata, sensíveis à luz,

onde uma vez expostos a ela, são ativados e reduzidos durante a revelação da

fotografia. Na exposição, a luz produz uma imagem bastante invisível,

composta dos cristais que vão formar a imagem de prata depois do revelador.

Cada filme possui características próprias, e por isso, cada um possui uma

sensibilidade à luz, o que acaba variando de acordo com o tempo de exposição

do filme. O controle do tempo de exposição e da abertura da lente permite

assegurar que a quantidade de luz que atinge o filme a partir do objeto caia

dentro da densidade do filme, o que produz uma imagem utilizável. A

velocidade ASA de um filme é apresentada por uma escala aritmética na qual o

dobro da sensibilidade corresponde ao dobro da velocidade. Para cada

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duplicação do número ASA, a exposição necessária a cada cena é reduzida

pela metade. Toda escala é divida em intervalos a um terço de ponto das

variações de exposição, de modo que a cada três números temos um ponto

completo: 64 80 100 125 150 200 250 320 400 500. Embora a maioria das

câmeras e dos fotômetros esteja calibrada na escala ASA, os fabricantes

também dão as velocidades em DIN. A escala DIN é logarítmica e não

aritmética, de modo que uma duplicação na sensibilidade é indicada por um

aumento de 3 no setor de velocidade do filme. A velocidade do filme deve ser

ajustada no setor do fotômetro manual ou no da própria câmera, se esta tiver

um fotômetro embutido. Por sofrerem as ações do tempo, os filmes fotográficos

devem receber cuidados quando armazenados: embalagens apropriadas e a

temperatura em que se encontram fazem toda a diferença no combate à

danificação. Quando se fala em grãos do filme, faz-se o exame de um negativo

com um focalizador de grãos revela que ele não é composto de um campo

contínuo de tons preto e branco, mas que esses tons são simulados por um

meio de um depósito controlado de partículas pretas. Essas partículas são os

grãos da emulsão, a prata metálica reduzida depositada quando o cristal de

haleto respondeu à luz e foi relevado. A aparência da granulação na cópia final

dependerá também do grau de ampliação do negativo.

Exposição

O negativo perfeito é aquele que após exposto e revelado, persegue com os

tons visualizados na cópia funcional. Mesmo quando o fotógrafo acha que a

cópia não rendeu o resultado esperado, se a exposição e revelação do filme

foram normais, o negativo está perfeito. No processo de exposição utiliza-se

como auxílio o fotômetro, mesmo que sua luz incidente seja limitada apenas à

luz sobre o objeto a ser fotografado e não na totalidade da iluminação do

ambiente. O número resultante do fotômetro é calculado e indica a abertura e a

velocidade necessárias para melhor resultado na foto. Pode-se melhorar a

precisão da exposição fazendo a leitura de um tom médio da cena – uma

superfície de luminância uniforme a meio caminho entre as áreas mais claras e

as mais escuras da cena. Existe um cinza-médio calibrado no cartão cinza

padrão a 18% de refletância – é esse o tom com que o fotômetro foi calibrado

para registrar na cópia final. Para fazer a média das altas e baixas luzes,

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examina-se o objeto procurando a área mais escura e a mais clara que se

deseja registrar na fotografia; após, ajusta-se o fotômetro no meio dessas duas

áreas. Ainda sobre a exposição da luz, temos a alternativa de super e

subexposição do filme, sendo a primeira uma imagem mais clara e a última,

mais escura.

O sistema de zonas

O sistema de zonas permite relacionar várias luminâncias de um objeto como

os tons de cinza, o branco e o preto que visualizamos, para representar cada

luminância na imagem final – é o método de visualização que utilizamos.

O sistema de zonas baseia-se na fotografia convencional, trabalhar primeiro

com o negativo e usar todas as informações necessárias para a imagem final

através do controle da cópia do negativo em papel fotográfico. Uma vez que a

relação entre a exposição indicada e o tom a cópia resultante é conhecida, a

usamos para determinar o ponto médio da escala de tons da imagem. Depois

se define a leitura da exposição feita em uma única superfície do objeto e

usada diretamente para produzir este tom cinza média na cópia. A superfície

original pode ser branca, preta ou ter um tom intermediário, a leitura dessa

superfície e sua utilização na exposição são definidas como exposição pela

zona V, e esta produzirá um cinza-médio equivalente ao cartão cinza para a

superfície na cópia final. O ajuste inicial na exposição pelo sistema de zonas

baseia-se na área mais escura do objeto na imagem em que queremos

preservar os detalhes. O sistema de Zonas é uma expressão prática da

sensitometria, a ciência que estabelece a relação entre exposição e densidade

na fotografia.

Filtros e pré-exposição

Embora diferentes entre si, os filtros e a pré-exposição são meios de adicionar

e controlar os tons dos negativos no momento da exposição. Na fotografia

preto e branco, os filtros são utilizados para modificar a relação de tonalidades

das diferentes áreas de cor do objeto, pois proporcionam uma espécie de

controle localizado de contraste. A pré- exposição consiste em dar ao negativo

uma primeira exposição sob iluminação uniforme, alinhada com uma

determinada zona baixa, antes da exposição normal do objeto. Serve para

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trazer todo o negativo para um ponto inicial de exposição ou um pouco acima,

de modo que ele fique sensibilizado a níveis muito baixos de exposição

adicional.

Fotografia com luz natural

A luz natural vem principalmente de cima pra baixo, podendo vir dos lados

também. Quanto mais claro o dia, mais intensa a luz do Sol e menos intensa a

luz do céu, e, portanto, maior a diferença entre as áreas iluminadas e as áreas

de sombra. A luz direta do sol costuma ser oito vezes mais brilhantes que uma

sombra aberta, mas essa proporção pode ser maior se o ar estiver limpo, ou

menor se houver algum tipo de névoa. A iluminação do céu é bela e favorece a

tonalidade das cores.

Fotografia com luz artificial

A imagem é composta dos efeitos de luzes refletidas, independente do tipo de

iluminação utilizada para captá-la. Na luz artificial, somos livres para usá-las da

maneira que preferimos e criar o efeito que quisermos. Existem diversos tipos

de lâmpadas. Na fotografia em preto e branco, a luz de fonte como as de

lâmpadas comuns e fluorescentes e até mesmo as de velas, pode ser medida e

usada sem que precisemos nos preocupar com variações de sua cor. A

exposição na luz artificial requer uso do fotômetro, pois seus objetos são muito

pequenos para serem medidos. O do tipo Spot oferece mais precisão nos

controles de luz e contraste nos objetos. Para obter uma iluminação indireta

sob o objeto a ser fotografado, utilizamos uma parede, teto branco e liso que

causam esse efeito; o resultado final é um padrão de luz circular ou oval que se

torna a fonte de luz. Na tentativa de eliminar clarões e reflexões no ambiente,

utiliza-se o polarizados sobre a lente. Na fotografia com luz artificial em

estúdios, geralmente recorre-se ao uso do flash, para melhorar a iluminação

ambiente e obter melhores resultados, aproximados com aqueles das imagens

feitas ao ar livre.

Os procedimentos no laboratório

Inicia-se quando a luz atinge a emulsão sensível à luz e altera a carga elétrica

dos cristais de haleto de prata, fazendo-os reagir ao revelador. Após a

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exposição, o negativo passa a carregar uma imagem latente invisível composta

destes alterados, que serão reduzidos a prata metálica pelo revelador. Essa

reação ocorre em todo o negativo, de acordo com a proporção de luz que

incide em cada local. A temperatura do revelador também é extremamente

importante, a melhor temperatura para se trabalhar é 20ºC, evitando as

oscilações. Depois da revelação, o filme é transferido para um banho

interruptor, que neutraliza o revelador que sobrou uma emulsão, e depois vai

para um banho de fixador ácido. A principal função do fixador é a remoção dos

haletos de prata não reduzidos que permaneceram na emulsão. Quando o

fixador cumpre sua tarefa essencial, todos os resíduos devem ser eliminados

por um processo de lavagem em água filtrada e corrente.

O revelador contém vários ingredientes além do agente revelador.

Revelador: tem a capacidade de reduzir os haletos de prata expostos a prata

metálica, o metol, a fenidona, a hidroquina, o amidol, o pirogalol e a glicina são

os mais comuns, a maioria dos reveladores para finalidades gerais possui uma

combinação de metol e hidroquinona, o metol proporciona bons detalhes ao

negativo, e a hidroquinona aumenta o contraste e produz densidade maior nas

altas-luzes.

Compensador: são os que revelam todos os detalhes das sombras e dos

meios-tons e limitam o grau de revelação das altas-luzes.

Conservantes: é usado para prolongar a vida útil e pra prevenir o

aparecimento de manchas no negativo e nas cópias.

Acelerador: proporciona o ambiente alcalino necessário à maioria dos agentes

reveladores, o carbonato de sódio e o hidróxido de sódio costumam ser usados

como aceleradores.

Retardador: aumenta o contraste inibindo a redução de prata em áreas pouco

expostas, por isso, produz densidades mais baixas nas áreas de sombra o

negativo.

A maior parte dos reveladores se mantém bem conservada sob boas condições

de armazenamento o que depende da pureza da água usada nas soluções,

mas todos perdem a força com a medida em que o tempo vai passando.

Depende também do recipiente onde são armazenados, pois como a luz

acelera a oxidação, os reveladores devem ser guardados em recipientes de

aço inoxidável ou vidro marrom-escuro, alguns plásticos permitem a passagem

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de moléculas de oxigênio que interfere na solução. Também é importante não

permitir que o revelador seja contaminado por outros químicos durante o

processamento do negativo.

Após a revelação o negativo é transferido para o banho interruptor que

neutraliza os resíduos alcalinos do revelador que ficaram na emulsão.

Seguindo, passa para o fixador que remove os restos de haleto de prata não

reduzidos na revelação. Uma vez fixados, os negativos são enxaguados e

colocados em uma solução hipoclareadora para maior permanência.

O laboratório

O laboratório deve ser planejado de forma que as áreas “secas e molhadas”

fiquem separadas. A área seca deve ter um amplo espaço: recomenda-se que

o ampliador fique do lado oposto da pia, um lugar para se guardar as objetivas,

lentes de aumento e outras ferramentas e acessórios para a ampliação. A pia

deve ser de materiais resistentes a água e aos químicos. O fundo deve ter uma

estrutura forte, ser plano e grande com uma inclinação para drenas os líquidos.

A ventilação é uma necessidade para remover gases e proporcionar ar fresco

durante a sessão de trabalho. Os tanques podem ser de plásticos ou de aço

inoxidável. É necessário padronizar tanto o tempo como a temperatura do

laboratório para resultados de revelação mais uniformes. No processamento da

revelação cada filme é mergulhado na água de pré-lavagem e então cada um é

transferido para o revelador. Segurando cada filme pelas bordas, coloca-se na

solução deslizando-os pelas bordas. A revelação na bandeja requer agitação

constante e cronometragem. A lavagem requer um fluxo delicado, continuo de

água em volta e no meio de cada espiral é necessário também controlar a

temperatura da água de lavagem para evitar choques térmicos nos negativos.

A qualidade da água também deve ser cuidada, pois deve ser filtrada para

remover areia, partículas metálicas e matéria orgânica. A secagem começa

colocando o negativo em um agente umidificante, que faz com que a água

escorra livremente evitando manchas. Os negativos de preferência devem ser

secos armazenados em envelopes de papel.

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Controle de tons na revelação

Segundo Ansel, este controle exige modificações no processamento para

assim, chegar a um negativo equilibrado, com bons detalhes de objetos que

tenham mais ou menos contraste do que o normal. Um negativo com contraste

e textura adequados aumenta muito nossa capacidade de obter uma cópia

excelente.