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ESTUDO DE BALÍSTICA NO VEÍCULOrelacionado ao assassinato do Agente da Polícia Federal
Alexandre Drummond Barbosa, em 14 de abril de 2012.
Material original: Medidas, fotos do veículo e Laudo n0 41.953 “Exame em Veículo a Motor”, do Instituto de Criminalística da SESP-PR.TEMAS: 1) Concordância com os resultados do Laudo n0 41.953 2) Cenários (filmes originais), trajetórias e tempos de disparoda vítima
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Especialistas:Dr. Marcos A. PimentaDr. Paulo H. Souto RibeiroDr. Carlos H. Monken
Dr. Alaor S. ChavesDr. Oscar N. Mesquita
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1) Concordância com os resultados do Laudo n0 41.953
Os resultados obtidos no presente estudo concordam com aqueles descritos no Laudo n0 41.953 “Exame em Veículo a Motor”, do Instituto de Criminalística e, em particular, com a descrição dos tiros efetuados pela vítima e registrados no veículo como dados de posição baixa, atingindo o veículo de baixo para cima – isto é, partindo de posição próxima aosolo. Estes disparos condizem com a posição da vítima caída aosolo, como registrado pela câmera da casa noturna Bielle.
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2. Cenários, trajetórias e tempos de disparo da vítima
2.1a) Balística de tiro na porta traseira direita do veículo
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O uso de maquete computacional é baseada em medidas tomadas sobreos objetos considerados. As medidas, quando indicadas, são emcentímetros. Neste estudo, o programa utilizado é o Mathematica V-8.0.4, da Wolfram Research Inc.
NOTA: Os tempos dos quadros registrados em diferentes filmes nem sempre apresentam sincronismo.Os instantes entre quadros num mesmo filme não necessitam correção.
2.1b) Maquete Computacional
Vista lateral oposta
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Tiro do Agente contra a porta do veículo2.1c) Cenário e maquete do tiro na porta traseira direita do veículo
Tiro contra a porta do veículo, com a vítima caída
1,94 s após a vítimareceber o primeiro tiro
Q2213h 5m 1.4s
Veículo do réu
Veículo passante
NOTA: O Laudo N0 41.953, laudo de Exame em Veículo a Motor, do Instituto de Criminalística, fotografia n0 3, fl.3, é consistente com a direção do projetil da arma da vítima.
2.2) Cenário e balística de tiro (1) contra o capot
vista superior
vista do topo 280
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Detalhe: perfuração de entrada.ângulo do projetil
3h 5m 2,8s
Q265
280
vista superior
vista lateral
2.3) Cenário e balística de tiro rasante contra porta dianteira direita
Detalhe da perfuração
sentido do projetil
NOTA: Há concordância com o Laudo n0 41.953 “Exame em Veículoa Motor”, do Instituto de Criminalística: parágrafo 2), fl.2
Q270
3h 5m 3,0s
detalhe da trajetória
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2.4) Cenário e balística de tiro contra parabrisas com ricochete externo
vista lateral
vista superior
Abertura do orifício nahorizontal menor do que o diametro do projetil.
Q278
3h 5m 3,26s
Detalhe: impactosemi-elástico (com destruição de material)
9
detalhe datrajetória
Abertura do orifíciona horizontal menordo que o diâmetro do projetil.
9
2.5) Cenário e balística de tiro (2) contra o capot
vista superior
10
90
vista do topo
Q296
3h 5m 3,86s
Detalhe: perfuração de entrada
90
vista lateral
2.6) Cenário e balística de tiro contra a porta traseira esquerda
Detalhe: perfuração de entrada
Q301 Q302 Q303
Detalhe: reverberação mecânica elásticaprovocada pelo impacto do projetil
Q301
3h 5m 4,02s
vista superior
sentido do projetil(quase-tangencial)
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Q307
2.7) Cenário e balística de tiro contra parabrisas com ricochete interno
Detalhe: perfuração de entrada
Detalhe: entrada, ricochete e ponto de parada do projetil
3h 5m 4,22s
vista superior
vista do topoNOTA: ver o Apêndice 1 para os detalhes técnicos de prolongamento de vetores de trajetória 12
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2.8a) Balística de tiro contra o retrovisor esquerdo
orifício de entrada do projetil
DETALHE: perfuração de entrada
corrosão
dobramento
entrada enviesada do projetil
alojamentodo projetil nacoluna daporta direita
Trajetória do projetil desde o retrovisor até a coluna
maquete em escala
vetorda trajetória
2.8b) Cenário e balística de tiro contra o retrovisor esquerdo
Q333
vista superior
NOTA: ver o Apêndice 1 para os detalhes técnicos de prolongamento de vetores de trajetória
3h 5m 5,09s
vista lateral
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3) CONCLUSÕES
1. O primeiro disparo ocorrido, que contribuiu para jogar a vítima ao chão, ocorreu 0,2 segundos após a vítima estar olhando para o lado oposto ao do veículo, como vistono Quadro 156*. O presente estudo mostra as trajetórias das balas e tempos de disparo efetuados pela vítima após o momento de sua queda, em concordância com as marcas deixadas no veículo do réu.
2. Todas as trajetórias de disparos originados da arma da vítima mostram tiros a partirde sua posição no chão (após o primeiro disparo – pelo réu – que a jogou ao chão) . Este resultado confirma a conclusão do Laudo n0 41.953 : “Exame em Veículo a Motor”, do Instituto de Criminalística, sobre disparos de baixo-para-cima.
3. Enumeração dos disparos efetuados pela vítima, seus instantes, quadroscorrespondentes e fls. do estudo com suas trajetórias:
1) 3h 5m 1,36s (Q221), fls. 5 a 7.2) 3h 5m 2,83s (Q265), fl. 83) 3h 5m 3,00s (Q270), fl. 94) 3h 5m 3.26s (Q278), fl. 105) 3h 5m 3.86s (Q296), fl. 116) 3h 5m 4.02s (Q301), fl. 127) 3h 5m 4.22s (Q307), fl. 138) 3h 5m 5.09s (Q333), fls. 14 e 15
15*NOTA: Os números dos quadros se referem ao filme original contando o primeiro quadro do filme como número 1.
4) APÊNDICE TÉCNICO
1. Prolongamento dos vetores de trajetória2. Hipóteses físicas para projetil entre janelas
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1) Prolongamento dos vetores de trajetória
Condição para busca de correspondencia entre origem e alvo de disparos :Especifica-se um ponto (xj,yj,zj) através de um vetor rj={xj,yj,zj}, com origem em (0,0,0). Um vetor de trajetória entre dois pontos r1 e r2 é dado por r2 - r1. r1 pode ser a entrada do projetil e seu ponto de impacto dado por r2.Um vetor de prolongamento de r1 a r0 pode ser escrito r1 – r0. Deseja-se que o vetor r1 – r0 seja colinear a r2 - r1. Essa condição é obtida com (r2 - r1)X(r1 – r0)=0, onde X é o produto vetorial. Da solução da equação acima resultay0=(x0 y1 – x2 y1 –x0 y2 +x1 y2 )/(x1 –x2) e z0=(x0 z1 – x2 z1 –x0 z2 +x1 z2 )/(x1 –x2). X0 torna-se um parametro de controle que especifica o comprimento do vetor r1 – r0 .O objeto ligado ao vetor indicará a situação correspondente dos objetos envolvidos.
Essas equações são integradas ao programa Mathematica para uma busca da soluçãoúnica consistente com o objeto correlacionado ao vetor prolongado. A maqueteresultante expressa essa condição de compatibilidade.
1) Hipóteses físicas para projetil entre janelas
Possibilidades de eventual tiro da vítima, caida ao solo, que possa terentrado pela janela dianteira direita e saido pela janela dianteira esquerda:
Dados compatíveis com vidro quebrado e janela aberta em meia altura.Entretanto, não há evidencias da quebra de vidro no local do crime ou local distinto.
Exemplo visto por diversos angulos:
NOTA: Origem da seta na altura de tiro na porta dianteira direita. Ver Laudo N0 41.953, laudo de Exame em Veículo a Motor, do Instituto de Criminalísticada Secretaria do Estado de Segurança pública do Paraná, fotografia n0 2, fl.3. 18