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LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1. FINALIDADES: TÍTULO I Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal Art. 1º - A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. 1 – PROPICIAR MEIOS PARA QUE A SNTENÇA SEJA INTEGRALMENTE CUMPRIDA. Obs. 1: A LEP propicia meios para concretizar a retribuição e a prevenção especial, finalidades da pena aplicadas na sentença. Obs. 2: O que significa SENTENÇA: Sentença abrange: Sentença Condenatória (Pena) Sentença Absolutória Imprópria (Medida de Segurança) Obs. 3: A LEP não serve para executar Transação Penal não cumprida, transação penal não é pena é medida despenalizadora. Diante de uma transação penal não cumprida o MP deve oferecer a denuncia e depois do devido processo legal, forma-se o título executivo, ou seja, a sentença condenatória transitada em julgado. 2 – REINTEGRAÇÃO DO SENTENCIADO AO CONVÍVIO SOCIAL. Obs. 1: Está presente a Resocialização (que não pode ser forçada). 2. PRINCÍPIOS PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Art. 3º - Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.

Lei de Execução Penal

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RESUMO LEI DE EXECUÇÃO PENAL

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Page 1: Lei de Execução Penal

LEI DE EXECUÇÃO PENAL

1. FINALIDADES:

TÍTULO I

Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal

Art. 1º - A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

1 – PROPICIAR MEIOS PARA QUE A SNTENÇA SEJA INTEGRALMENTE CUMPRIDA.

Obs. 1: A LEP propicia meios para concretizar a retribuição e a prevenção especial, finalidades da pena aplicadas na sentença.

Obs. 2: O que significa SENTENÇA:

Sentença abrange:

Sentença Condenatória (Pena) Sentença Absolutória Imprópria (Medida de Segurança)

Obs. 3: A LEP não serve para executar Transação Penal não cumprida, transação penal não é pena é medida despenalizadora. Diante de uma transação penal não cumprida o MP deve oferecer a denuncia e depois do devido processo legal, forma-se o título executivo, ou seja, a sentença condenatória transitada em julgado.

2 – REINTEGRAÇÃO DO SENTENCIADO AO CONVÍVIO SOCIAL.

Obs. 1: Está presente a Resocialização (que não pode ser forçada).

2. PRINCÍPIOS

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Art. 3º - Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.

Os direitos do condenado ou internado são todos aqueles que não foram restringidos por lei ou pela sentença.

PRINCÍPIO DA IGUALDADE/ISONOMIA

Art. 3º. P. Único – Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

Obs.: É possível distinção de natureza humanitária por questões de saúde, etária por questões de idade, ou sexual, por questões de sexo.

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PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO PENAL

Art. 5º - Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.

Lembrando: A individualização da pena deve ser observada em três momentos:

LEGISLATIVO JUDICIAL EXECUCIONALCominação da pena Aplicação na sentença A execução da pena deve ser

individualizada

QUEM REALIZA A QUALIFICAÇÃO DA PENA?

COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO (Art. 6º LEP)Pena Privativa de Liberdade Pena restritiva de Direitos/Medida de

SegurançaPresidida pelo Diretor do EstabelecimentoComposta por:-02 Chefes de Serviço-01 Psiquiatra-01 Psicólogo-01 Assistente Social

Atua junto ao Juízo da ExecuçãoComposta por:-Fiscais do Serviço Social

Composição: Composição:

Art. 6º - A classificação será feita pela Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório.

Art. 7º - A comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.

Parágrafo Único: Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrado por fiscais do serviço social.

EXAME DE CLASSIFICAÇÃO X EXAME CRIMINOLÓGICOEXAME DE CLASSIFICAÇÃO EXAME CRIMINOLÓGICO

Realizado quando ingressa no sistema Realizado durante a ExecuçãoAmplo e genérico EspecíficoOrienta o modo de cumprimento da pena, norte da resocialização.

Busca construir prognóstico de periculosidade, partindo do binômio delito-delinquente.

Envolve aspectos relacionados com a personalidade do condenado, seus antecedentes, sua vida familiar e social, sua

Envolve a parte psicológica e psiquiátrica atestando a maturidade e disciplina do reeducando, sua capacidade de suportar

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capacidade laborativa. frustrações.É um prognóstico criminológico.

Art. 9º-A - Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1 da Lei nº 8.072/90, serão submetidos obrigatoriamente, a identificação do perfil genético, mediante extração do DNA – Ácido Desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.

§ 1º - A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.

§ 2º - A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.

ATENÇÃO

Prevê a identificação do perfil genético.

REQUISITOS:

A – Condenado por crime doloso

B – Praticado com violência grave contra a pessoa ou crime hediondo.

Obs.: A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso (regulamentado pelo Poder Executivo).

PRINCIPIO DA JURISDICIONALIDADE

Os incidentes na execução penal serão decididos pelo Poder Judiciário.

Art. 2º e 194 da LEP.

ATENÇÃO:

A lei reserva a autoridade administrativa (ex. Diretor do Presídio) a decisão sobre pontos secundários da Execução Penal.

Ex: Visitas, Horários de Visitas, Banho de sol, horário de banho de sol, permissão de saída e etc.

PRINCIPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

O processo de execução deve observar a ampla defesa, contraditório, publicidade, etc.

PRINCÍPIO DA HUNANIDADE/HUMANIZAÇÃO DAS PENAS

Respeito à dignidade da pessoa humana.

PRINCÍPIO REEDUCATIVO/DA RESOCIALIZAÇÃO

Busca, durante a execução, a resocialização do preso.

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QUAIS OS INSTRUMENTOS DE RESOCIALIZAÇÃO?

São importantes instrumentos de resocialização:

Progressão de regime Livramento condicional Saída temporária Trabalho/Estudo com Remissão Art. 11 LEP (assistência ao preso)

o A assistência será: Material; à saúde; jurídica; educacional; social; religiosa.

Art. 22 – A Assistência Social tem por finalidade amparar o preso e o internada e prepará-los para o retorno à liberdade.

ATENÇÃO!

O ART. 6º DA Resolução 113 do CNJ anuncia que o Juízo da Execução deverá, dentre as ações voltadas à resocialização do condenado a do internado, e para que tenha acesso aos serviços sociais disponíveis, diligenciar para que sejam expedidos seus documentos pessoais, em especial o CPF.

Art. 23 – Incumbe ao serviço social:

I – conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;

II – relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;

III – acompanhar o resultado das permissões de saída e das saídas temporárias;

IV – promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;

V – promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;

VI – providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;

VII – orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.

PARTES DA EXECUÇÃO PENAL

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EXEQUENTE:

Não obstante a possibilidade de ação penal de iniciativa privada, a execução da pena é monopólio do Estado.

Art. 105 da LEP – Transitado em julgado a sentença que aplica pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução.

EXECUTADO:

É o condenado ou indivíduo sujeito a medida de Segurança.

ATENÇÃO:

Aplica-se a LEP, no que couber, ao preso provisório.

CABE “EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA” AO PRESO CONDENADO, QUE AGUARDA JULGAMENTO DE RECURSO?

Resposta: Sim

Atenção: Para muitos a expressão “Execução Penal Provisória” viola o principio da presunção de inocência, preferindo a expressão “Antecipação de Benefícios de Execução”.

Fundamentos:

A – Art. 2º P. Único da LEP. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

B – Súmula 716 do STF. Admita-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

C – Art. 8º da Resolução 113 do CNJ. Tratando-se de réu preso por sentença condenatória recorrível, será expedida guia de recolhimento provisória da pena privativa de liberdade, ainda que pendente recurso sem efeito suspensivo, devendo, nesse caso, o Juízo da Execução definir o agendamento dos benefícios cabíveis.

QUADRO COMPARATIVO

Preso + Condenação definitiva

Preso + Condenação Provisória

Preso sem Condenação

Condenado Provisório solto

Aplica-se a LEP Aplica-se a LEP, como forma de antecipar benefícios de execução (pode progredir de regime)

Aplica-se a LEP, no que couber.(Ex. direitos e deveres)

Não se aplica a LEP

Obs. 1: IMPROTANTE: A Resolução 113 do CNJ, em seu art. 8º anuncia que deve ser expedida a guia de recolhimento provisório para o preso condenado provisoriamente.

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Obs. 2: Prevalece que compete ao Juiz da execução do LOCAL DA PRISÃO a antecipação dos benefícios de execução penal.

Obs. 3: CUIDADO!!! Não existe “execução provisória” de sursis, de pena restritiva de direitos e multa.

APLICA-SE A LEP PARA MENOR INFRATOR?

PENA MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA SOCIO-EDUCATIVAFinalidade:- Prevenção especial- Retribuição- Resocialização

Finalidade essencialmente preventiva

Finalidade:- Integração social do adolescente- Garantia de seus direitos individuais e sociais

Aplica-se a LEP para orientar sua execução.

Aplica-se a LEP. Aplica-se o ECA e as legislações decorrentes do ECA.Não se aplica a LEP.

COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO PENAL

A COMPETÊNCIA do juiz da execução se INICIA com o trânsito em julgado da sentença condenatória (ou da absolutória imprópria).

CUIDADO: A resolução 113 do CNJ em seu art. 8º anuncia que deve ser expedida a guia de recolhimento provisória para o preso condenado provisoriamente. Permitindo este juiz antecipar benefícios de execução penal.

Obs.: A competência na LEP não é ditada pelo local onde transitou em julgado o processo de conhecimento.

SITUAÇÕES ELUCIDATIVAS: COMPETÊNCIA

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Resposta: A execução será processada no local onde o condenado se encontra preso.

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

Resposta: A competência é do juiz da execução do domicílio do executado.

“SURSIS” E LIVRAMENTO CONDICIONAL

Resposta: A competência é do juiz da execução do domicílio do executado.

CONDENADO COM FORO DE PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Resposta: A competência para a execução é do Tribunal do processo e julgamento.

PENAS DE MULTA

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Resposta: Prevalece que a competência para a execução forçada é da Vara da Fazenda Pública.

DE QUEM É A COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO DE CONDENADO DA JUSTIÇA FEDERAL CUMPRINDO PENA EM ESTABELECIMENTO ESTADUAL?

Súmula 192 do STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual.

Obs.: Seguindo o mesmo espírito da Súmula 192, condenado da Justiça Estadual cumprindo pena em estabelecimento federal, a competência para o processo de execução é da justiça federal.

ATENÇÃO: Não se confunde o inicio da competência do juiz da execução com inicio da execução.

COMPETÊNCIA DO JUIZ DA EXECUÇÃO INÍCIO DA EXECUÇÃOSe inicia com o trânsito em julgado da condenação ou absolvição imprópria.

Se inicia com a prisão seguida da expedição da guia de recolhimento (peça processual que formaliza o início da execução)

ESTATÚTO JURÍDICO DO PRESO (Arts. 38 a 43 da LEP)

DEVERES:

Art. 38 – Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.

Art. 39 – Constituem deveres do condenado:

I – Comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;

II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;

III – urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;

IV – conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou subversão à ordem ou a disciplina;

V – execução dos trabalhos, das tarefas ou ordens recebidas;

VI – submissão a sanção disciplinar imposta;

VII – indenização a vítima ou a seus sucessores;

VIII – indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;

IX – higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento

X – conservação dos objetos de uso pessoal.

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Parágrafo Único: Aplica-se ao preso provisório o que couber, o disposto neste artigo.

Art. 146-C – O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres:

I – receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orientações;

II – abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça;

Parágrafo Único: A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a Defesa:

I – a regressão de regime;

II – a revogação da autorização da saída temporária;

III – (VETADO);

IV - (VETADO);

V - (VETADO);

VI – a revogação da prisão domiciliar;

VII – advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.

DIREITOS: (Art. 41)

CUIDADO: O rol dos diretos do art. 41 é meramente exemplificativo.

Fundamentação:

Art. 3º - Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.

Parágrafo Único – Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

I - alimentação suficiente e vestuário;

II - atribuição de trabalho e sua remuneração;

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III - Previdência Social;

IV - constituição de pecúlio;

V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;

VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;

VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;

VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

XI - chamamento nominal;

XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;

XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.

ATENÇÃO:

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente.

Obs. 1: Busca evitar a hipertrofia da punição, servindo o atestado como instrumento de esclarecimento ao preso do tempo de pena cumprida e que resta a cumprir.

EXCESSO DE EXECUÇÃO DESVIO DE EXECUÇÃOConteúdo quantitativo da pena. Conteúdo qualitativo da penaPreso cumpre tempo maior de pena do que o previsto na sentença

Preso cumpre pena em regime mais severo do que aquele determinado na sentença.

SANÇÕES DISCIPLINARES

INTRODUÇÃO

As prisões são verdadeiros agrupamentos humanos. Necessitam de ordem e disciplina.

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Os arts. 44 a 60 da LEP trazem normas atinentes à disciplina do preso.

DISCIPLINARecompensas Sanções disciplinaresPara o mérito do Preso Para o demérito do preso (faltas disciplinares)Art. 55 da Resolução 14 do Conselho Nacional de Política CriminalDecreto 60/47 de 2007

LEP (em regra)

FALTAS DISCIPLINARES

CLASSIFICAM-SE EM:

Leve (legislação local): Média (legislação local): Graves (art. 50/52 da LEP):

ATENÇÃO: A falta grave pode gerar:

Revogação de benefícios; Regressão de regime; Revogação da monitoração eletrônica; Perda de parcelas dos dias remidos.

Art. 50 – Comete falta grave o condenado a pena privativa de liberdade que:

I – iniciar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;

II – fugir;

III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;

IV – provocar acidente de trabalho;

V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta lei;

VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

Parágrafo Único: O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.

OBSERVAÇÕES:

Obs. 1: De acordo com o STF e o STJ, posse de “chips” de aparelho de telefone celular caracteriza falta grave (a interpretação teleológica permite abranger celular e seus componentes)

Obs. 2: Posse de droga para consumo próprio também caracteriza falta grave, de acordo com o STF e SJ.

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Obs. 3: A criação de falta grave por outro instrumento que não a lei é inviável e configura manifesta violação ao princípio da legalidade. Por falta de previsão legal, a embriaguez, por si só, não configura falta grave. (nesse sentido: TJ/RS – Agravo em Execução 70039058382, publicado em 09/12/2010)

Obs. 4: Por fim, para o reconhecimento da prática de falta disciplinar, é compatível a instauração de processo administrativo (PAD) pelo diretor do presídio, assegurado inclusive, o direito de defesa, a ser exercido por advogado constituído ou defensor público. O tema já foi motivo de controvérsia no STJ, mas recentemente, sob o rito dos respectivos, foi decidido pela necessidade do PAD.

Art. 53 - Constituem sanções disciplinares:

I – advertência verbal;

II – representação;

III – suspensão ou restrição de direitos (art. 41, P. único);

IV – isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta lei;

V – inclusão no regime disciplinar diferenciado (RDD).

REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD)

CONCEITO: É a espécie mais drástica de sanção disciplinar.

Atenção: Não é regime de cumprimento de pena. Regime de cumprimento de pena é: FECHADO, SEMIABERTO E ABERTO.

CARACTERÍSTICAS (Art. 52 da LEP)

I – Duração máxima de até 360 dias;

Obs.: Em caso de nova falta grave o reeducando pode ser incluído novamente no RDD até o limite de 1/6 da pena aplicada.

EM CASO DE REINCIDÊNCIA DE FALTA GRAVE

1ª Corrente 2ª CorrenteNão há limites de inclusões:1ª até 360 dias2ª até 1/6 da pena aplicada3ª até 1/6 da pena aplicada

Não há limites de inclusões:1ª até 360 dias2ª e demais somadas não podem ultrapassar 1/6 d pena aplicada.

Prevalece Não Prevalece

II – Recolhido em cela Individual;

CUIDADO: Está proibido o emprego de cela escura ou insalubre (art. 45 da LEP);

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III – Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas;

1ª C: A resalva sem contar crianças, busca não computá-las no número máximo de visitantes.

2ª C: A resalva quer excluir as crianças das visitas.

Fundamento: Resguardar os direitos e interesses das crianças. As regras mínimas da ONU incentivam a visita ao preso quando conveniente para ambas as partes.

IV – Banho de Sol por 2 horas diárias.

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;

II - recolhimento em cela individual;

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas;

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.

§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.

§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.

HIPÓTESES DE CABIMENTO DO RDD

São três hipóteses (Art. 52, “caput”, §1º e §2º da LEP)

Art. 52, caput:

Prática de fato previsto como crime doloso + subversão da ordem ou disciplina interna.

Obs. 1: Basta a prática do crime doloso, dispensa a condenação definitiva. (a inclusão do RDD será antecedida de contraditório e ampla defesa).

Obs. 2: Sujeita o preso provisório ou definitivo.

Obs. 3: RDD sem prejuízo da sanção penal correspondente ao crime.

Obs. 4: Abrange crime doloso consumado ou tentado.

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Art. 52, §1º:

Preso que apresenta alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.

ATENÇÃO: A aplicação indevida deste dispositivo pode acarretar direito penal do autor. A frase “ALTO RISCO” deve estar atrelado ao fato, para se evitar o direito penal do autor.

Art. 52, §2º:

Quando fundadas suspeitas de envolvimento ou participação em organizações criminosas (ART. 1º, Lei 12.850/13) ou quadrilha ou bando (associação criminosa).

ATENÇÃO: A expressão “Fundadas suspeitas”, conforme entendimento da doutrina, não dispensa prova (meros indícios são insuficientes para incluir preso no RDD).

Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho (DECISÃO) do juiz competente.

§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa.

§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.

O MP PODE REQUERER A INCLUSÃO DO PRESO NO RDD?

LEMBRANDO:

Art. 68 – Incumbe, ainda, ao Ministério Público:

II – requerer:

a) Todas as providencias necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;

Art. 57 - Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.

Principio da Individualização da Sanção Disciplinar.

CABE RDD PREVENTIVO COMO MEDIDA CAUTELR NO PROCESSO DE EXECUÇÃO?

Cabe (art. 60 da LEP). O tempo de RDD preventivo é objeto de detração (art. 60, P. Único da LEP)

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Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente.

Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.

O RDD É CONSTITUCIONAL?

1ª C: INCONSTITUCIONAL 2ª C: CONSTITUCIONALRDD viola o principio da dignidade da pessoa humana.

RDD não representa submissão a padecimentos físicos e psíquicos.

RDD é sanção desproporcional aos fins da pena.

RDD é proporcional considerando a gravidade da falta disciplinar

RDD representa 4ª modalidade de regime de cumprimento de pena.

RDD não é regime de cumprimento de pena.

RDD gera “bis in idem”Uma mesma falta gera: Sanção disciplinar + Sanção Penal.

RDD não gera “bis in idem”.Sanção disciplinar e sanção penal tem naturezas diferentes (infrações a ordenamentos diversos)

SANÇÃO DISCIPLINAR PRESCREVE?

Apesar do silêncio da LEP, o STF entende que, por analogia, deve ser aplicado o prazo prescricional mínimo de 03 anos para as sanções disciplinares (art. 109, VI do CP), evitando a eternização do direito de punir do estado.

Lembrando:

CRIME/CONTRAVENÇÃO PENAL

ATO INFRACIONAL ILÍCITO CIVIL/ADMINISTRATIVO

Prescrevem Prescreve (Súmula 338 STJ) Prescrevem

Obs.: No caso da fuga, por ser falta grave permanente, não corre o prazo prescricional enquanto este estiver foragido. O prazo prescricional só começa a corre depois da recaptura.

EXECUÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

Art. 112 – A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para o regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.

§ 1º - A decisão sempre será motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.

§ 2º - Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.

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REQUISITO OBJETIVO

A LEP exige o lapso temporal de 1/6 (um sexto) do cumprimento da pena no regime anterior para que o preso possa progredir de regime. Para uma nova progressão o regime deve ser calculado sobre o remanescente da pena, pois pena cumprida é pena extinta.

Súmula 715 do STF: A pena unificada para anteceder ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.

CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS

A gravidade do crime e a extensão da pena não é óbice para a progressão do regime. Nos termos do art. 2º, §2º, da lei 8012/90, o lapso para a progressão de regime em crimes dessa natureza é de 2/5 (dois quintos) para o condenado primário e de 3/4 (três quintos) para o condenado reincidente, não havendo que se falar em reincidência específica.

Súmula 471 do STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº 11464/07, sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei nº 7.210/84(Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Nos crimes contra a administração pública em que decorra prejuízo ou locupletamento, impõe-se como condição para a progressão do regime a reparação integral do dano causado ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais, nos termos do art. 33, §4º, do Código Penal.

No caso concreto o beneficiário da progressão, para que haja a dispensa deste requisito para a progressão de regime, deve demonstrar que não tem condições de promover a reparação do dano ou restituição do valor obtido ilicitamente.

REQUISITO SUBJETIVO

O bom comportamento carcerário é comprovado por atestado emitido pelo diretor do estabelecimento penal.

Não obstante a revogação da obrigatoriedade do exame criminológico, a jurisprudência dos Tribunais Superiores é firme no sentido da possibilidade de sua realização a critério do Juízo da execução.

Súmula 439 do STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.

SÚMULA VINCULANTE 26: Para efeito de progressão de regime de cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072/90, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.

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PROGRESSÃO PER SALTUM

É vedada a chamada progressão por salto, em que o apenado que cumpre pena no regime fechado, progride diretamente para o regime aberto. Obrigatoriamente deve-se passar pelo regime intermediário (semiaberto) para alcançar-se o regime mais brando (aberto).

Súmula 491 do STJ: é inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.

PRISÃO DOMICILIAR

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:

I - condenado maior de 70 (setenta) anos;

II - condenado acometido de doença grave;

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;

IV - condenada gestante.

A jurisprudência dos tribunais superiores tem admitido o recolhimento domiciliar no caso de falta de vagas, bom como da inexistência de casa de albergado.

REGRESSÃO

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

Crime Doloso:

A prática de fato definido como crime doloso é suficiente para dar ensejo a regressão de regime, não sendo necessário o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

Segundo o entendimento dominante, não há que se falar em violação ao princípio da presunção de inocência.

Falta Grave:

A prática de falta grave (art. 50 e 52 da LEP) também gera regressão de regime.

A data-base para a contagem do período aquisitivo de novos benefícios é a do cometimento de falta grave e, no caso de fuga, no momento da recaptura.

II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).

§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

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§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.

SUPERVENIÊNCIA DE CONDENAÇÃO POR CRIME ANTERIOR.

A execução da pena privativa de liberdade, a teor do disposto no art. 118 e inciso II, c.c. o art. 111, parágrafo único, ambos da Lei n.º 7.210/84, ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência do reeducando para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando sofrer condenação por crime anterior, se a quantidade de pena decorrente da unificação tornar incompatível a continuidade do cumprimento no regime atual.

FRUSTRAR OS FINS DA EXECUÇÃO. Nessa hipótese legal, ampliou-se o rol de situações que autorizam a regressão daquele que se encontra em regime aberto, uma vez que qualquer ato atentatório aos fins da execução poderia ser invocado.

FALTA DE PAGAMENTO DE MULTA. Essa última hipótese não encontra mais aplicação com o advento da lei 9268/1996, que passou a tratar a multa com natureza de dívida de valor, vedando-se a sua conversão em prisão.

REGRESSÃO CAUTELAR.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de ser cabível a regressão cautelar do regime prisional promovida pelo Juízo das Execuções, sem a oitiva prévia do apenado, que somente é exigida na regressão definitiva ao regime mais severo (HC 159.435/SP, HC 141.702/RJ) AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA

AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA

Trata-se de benefícios que mitigam os rigores da execução contínua da pena privativa de liberdade, sendo gênero que comporta duas espécies: a permissão de saída, de cunho humanitário (art. 120 e 121, LEP) e a saída temporária (art. 122 a 125, LEP).

Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;

II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).

Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso.

Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da saída.

Da Saída Temporária

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Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:

I - visita à família;

II – Frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;

III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.

Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:

I - comportamento adequado;

II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;

III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

§1º Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado:

I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do benefício;

II - recolhimento à residência visitada, no período noturno;

III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres.

§2º Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes.

§3º Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.

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Súmula 40 STJ: Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado.

Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.