31
LEI N.º 8/2016 de 8 de Julho LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR A Constituição da República Democrática de Timor-Leste consagra no artigo 53.º os direitos dos consumidores, nomeadamente, a qualidade dos bens e serviços consumidos, o acesso a informação verdadeira, a proteção da saúde, da segurança e dos seus interesses económicos e a reparação de danos. Sem prejuízo de existirem, no ordenamento jurídico timorense, Número Extraordinário diversos diplomas legais que estabelecem normas específicas com vista a assegurar a proteção da posição do consumidor, urge a aprovação de uma lei que estabeleça o enquadramento de referência da proteção e defesa dos direitos dos consumidores. Reconhecendo que a atividade comercial, como forma de dinamização da atividade económica, deve ser protegida e incentivada estabelecendo critérios uniformes que todos devem cumprir, e considerando a necessidade de salvaguardar e consolidar as conquistas já efetuadas na dinamização do setor privado, incentivar a sua modernização e corrigir algumas das debilidades existentes, o presente diploma tem por objetivo, por um lado, defender os consumidores nas relações de consumo e, por outro, promover um avanço qualitativo no setor empresarial nacional. Constituindo a proteção ao consumidor um elemento fundamental para uma relação de consumo equilibrada, o presente diploma visa minorar a diferença económica de LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI HODI FÓ PROTESAUN BA KONSUMIDÓR Lei-Inan Repúblika Demokrátika Timor-Leste iha ninia artigu 53.º hakerek kona-ba direitu konsumidór sira-nian, maka hanesan, bein no servisu ne’ebé uza ho kualidade, hetan dalan ba informasaun loloos, proteje saúde, seguransa no ba ninia interese ekonómiku nomós hadi’a danu sira. La sakar fali saida maka atu eziste iha ordenamentu jurídiku timorense, Númeru Estraordináriu iha diploma legál oioin ne’ebé estabelese norma espesífika ho nia objetivu atu asegura protesaun ba pozisaun konsumidór, presiza ho urjente, aprovasaun lei ida, ne’ebé estabelese enkuadramentu ba refrénsia hodi fó protesaun no defende direitu konsumidór sira- nian. Hodi rekoñese katak atividade komersiál, nu’udar forma hodi dinamiza atividade ekonómika, tenke hetan protesaun no insentivadu, hatuur mós kritériu oin ida de’it ne’ebé ema hotu-hotu tenke halo-tuir no konsidera nesesidade hodi proteje no hametin konkista ne’ebé hetan tiha ona iha dinamizasaun hosi setór privadu, insentiva ninia modernizasaun no hadi’a frakeza balu be iha, diploma ida-ne’e ho nia objetivu, hosi sorin ida, defende konsumidór sira iha relasaun konsumu nian no, hosi sorin seluk, promove avansu kualitativu ida iha setór emprezariál DireçãoNacional de Assessoria Jurídica e Legislação - DNAJL

LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

  • Upload
    others

  • View
    11

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

LEI N.º 8/2016de 8 de Julho

LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR

A Constituição da República Democrática deTimor-Leste consagra no artigo 53.º os direitosdos consumidores, nomeadamente, a qualidadedos bens e serviços consumidos, o acesso ainformação verdadeira, a proteção da saúde, dasegurança e dos seus interesses económicos e areparação de danos.

Sem prejuízo de existirem, no ordenamentojurídico timorense, Número Extraordináriodiversos diplomas legais que estabelecemnormas específicas com vista a assegurar aproteção da posição do consumidor, urge aaprovação de uma lei que estabeleça oenquadramento de referência da proteção edefesa dos direitos dos consumidores.

Reconhecendo que a atividade comercial,como forma de dinamização da atividadeeconómica, deve ser protegida e incentivadaestabelecendo critérios uniformes que todosdevem cumprir, e considerando a necessidadede salvaguardar e consolidar as conquistas jáefetuadas na dinamização do setor privado,incentivar a sua modernização e corrigiralgumas das debilidades existentes, o presentediploma tem por objetivo, por um lado,defender os consumidores nas relações deconsumo e, por outro, promover um avançoqualitativo no setor empresarial nacional.

Constituindo a proteção ao consumidor umelemento fundamental para uma relação deconsumo equilibrada, o presente diploma visaminorar a diferença económica de

LEI N.º 8/20168 Jullu

LEI HODI FÓ PROTESAUN BA

KONSUMIDÓR

Lei-Inan Repúblika Demokrátika Timor-Lesteiha ninia artigu 53.º hakerek kona-ba direitukonsumidór sira-nian, maka hanesan, bein noservisu ne’ebé uza ho kualidade, hetan dalan bainformasaun loloos, proteje saúde, seguransano ba ninia interese ekonómiku nomós hadi’adanu sira.

La sakar fali saida maka atu eziste ihaordenamentu jurídiku timorense, NúmeruEstraordináriu iha diploma legál oioin ne’ebéestabelese norma espesífika ho nia objetivu atuasegura protesaun ba pozisaun konsumidór,presiza ho urjente, aprovasaun lei ida, ne’ebéestabelese enkuadramentu ba refrénsia hodi fóprotesaun no defende direitu konsumidór sira-nian.

Hodi rekoñese katak atividade komersiál,nu’udar forma hodi dinamiza atividadeekonómika, tenke hetan protesaun noinsentivadu, hatuur mós kritériu oin ida de’itne’ebé ema hotu-hotu tenke halo-tuir nokonsidera nesesidade hodi proteje no hametinkonkista ne’ebé hetan tiha ona ihadinamizasaun hosi setór privadu, insentivaninia modernizasaun no hadi’a frakeza balu beiha, diploma ida-ne’e ho nia objetivu, hosisorin ida, defende konsumidór sira iha relasaunkonsumu nian no, hosi sorin seluk, promoveavansu kualitativu ida iha setór emprezariál

DireçãoNacional de Assessoria Jurídica e Legislação - DNAJL

Page 2: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

relacionamento, protegendo a posição dosconsumidores face a grupos económicos eoutras entidades com as quais têm que serelacionar.Nesse sentido, a presente lei estabelece umquadro normativo de verdadeira política deproteção ao consumidor, através doaprofundamento do quadro legislativo,nomeadamente no âmbito da informação e daformação dos consumidores, da proteçãocontratual, da promoção do acesso à justiça, darepresentação dos seus direitos e interesses, edo controlo do mercado.

Assim,

O Parlamento Nacional decreta, nos termos don.º 1 do artigo 95.º e do artigo 53.º daConstituição da República, para valer como lei,o seguinte:

Capítulo IDisposições gerais

Artigo 1.ºObjeto

A presente lei aprova o regime jurídico deproteção e defesa dos consumidores, definindoas funções do Estado, os direitos dosconsumidores e a intervenção das associaçõesde consumidores.

Artigo 2.ºÂmbito

A presente lei aplica-se aos bens e serviçosfornecidos, prestados e transmitidos porquaisquer pessoas singulares e coletivas,nacionais e estrangeiras, públicas e privadas,que desenvolvem, com caráter profissional,atividades de produção, fabrico, exportação,importação, construção, distribuição, transporteou comercialização de bens e prestação deserviços, com vista à obtenção de benefícios.

nasionál.Hodi estabelese protesaun ba konsumidórnu’udar elementu fundamentál ba relasaunkonsumu ida ne’ebé ho ekilíbriu, diploma ida-ne’e hodi hamenus diferensa ekonómikurelasionamentu nian, hodi proteje pozisaunkonsumidór sira ba grupu ekonómiku nomósentidade sira seluk ne’ebé tenke relasionamalu.Ho ida-ne’e, lei ida-ne’e estabelese kuadrunormativu ida ho polítika loloos hodi fóprotesaun ba konsumidór liuhosi hakleankuadru lejizlativu, maka hanesan iha ámbituinformasaun no formasaun ba konsumidór sira,protesaun kontratuál, promosaun hodi hetandalan ba justisa, reprezenta sira-nia direitu nointerese no halo kontrolu ba merkadu.

Ho nune’e,

Parlamentu Nasionál dekreta, tuir saida makahakerek iha n.º 1 artigu 95.º no artigu 53.º Lei-Inan Repúblika nian atu hala’o knaar nu’udarlei tuirmai ne’e:

Kapítulu IDispozisaun jerál sira

Artigu 1.ºObjetu

Lei ida-ne’e aprova rejime jurídiku hodi fóprotesaun no defende konsumidór sira, definemós funsaun sira Estadu nian, konsumidór sira-nia direitu no asosiasaun ba konsumidór sira-nia intervensaun.

Artigu 2.ºÁmbitu

Page 3: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

Artigo 3.ºDefinições

Para efeitos do disposto na presente lei,entende-se por:

a) Consumidor – Pessoa singular ou coletiva àqual são fornecidos bens ou prestados serviçosdestinados ao uso não profissional, por pessoaque exerça uma atividade económica, comcaráter profissional, com vista à obtenção debenefícios;

b) Fornecedor – Pessoa singular ou coletiva,nacional ou estrangeira, pública ou privada,que desenvolve com caráter profissional,atividades económicas de produção, fabrico,exportação, importação, construção,distribuição, transporte ou comercialização debens e prestação de serviços, com vista àobtenção de benefícios;

c) Bem – Coisa móvel ou imóvel, material ouimaterial que possa ser objeto de relaçõesjurídicas;

d) Serviço – Qualquer atividade prestada nomercado de consumo, mediante remuneração,incluindo atividades de natureza bancária,financeira, de crédito e de segurança, comexceção das decorrentes das relações detrabalho;

e) Uso normal ou razoavelmente previsível –Toda a utilização que se mostra adequada ànatureza ou características do bem ou querespeita as indicações de uso aconselhadas, deforma clara e evidente pelo fornecedor;

f) Interesse geral– Interesse cuja titularidadepertence a todos e a cada um dos cidadãos, masque não é passível de apropriação individualpor qualquer um deles.

Artigo 4.ºDever geral do Estado

Lei ida-ne’e sei aplika ba bein no servisu sirane’ebé fornese, fó no transmite hosi emasingulár ne’ebé de’it no koletivu sira, nasionálno estranjeiru, públiku no privadu, ne’ebédezenvolve, ho karáter profisionál, atividadesira hodi prodús, fabrika, esporta, importa,konstroi, distribui, tula ka komersializa bein nohalo servisu ho ninia objetivu atu hetanbenefísiu sira.

Artigu 3.ºDefinisaun sira

Ba efeitu sira ne’ebé hakerek iha lei ida-ne’e, sei hatene uluk lai saida maka:

a) Konsumidór – Nu’udar ema singulár kakoletiva, ne’ebé simu bein ka prestasaunservisu ba uzu la’ós profisionál liuhosi emane’ebé ezerse atividade ekonómika ida, hokaráter profisionál, ho ninia objetivu hodihetan benefísiu sira;

b) Fornesedór – Nu’udar ema singulár kakoletiva, nasionál ka estranjeira, públika kaprivada, ne’ebé dezenvolve ho karáterprofisionál atividade ekonómika sira hodi haloprodusaun, fabrika, esporta, importa, konstroi,distribui, tula ka komersializa bein noprestasaun servisu ho ninia objetivu atu hetanbenefísiu sira;

c) Bein – Sasan movel ka imovel, materiál kaimateriál, ne’ebé bele sai nu’udar objetu barelasaun jurídika sira;

d) Servisu – Atividade sasá de’it ne’ebé haloiha merkadu konsumu nian, liuhosiremunerasaun, inklui atividade sira ho naturezabankária, finanseira, kréditu no seguransa ho

Page 4: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

1. O Estado e as entidades públicas,nomeadamente as que têm competências emmatéria de consumo, devem adotar e promoveras políticas e as ações adequadas à defesa dosdireitos e interesses dos consumidores,nomeadamente os deveres de informação eeducação para o consumo e o apoio àconstituição e o funcionamento das associaçõesde consumidores, bem como a execução dodisposto na presente lei.

2. Incumbe especialmente ao Governo adotarmedidas adequadas para assegurar o equilíbriodas relações jurídicas que tenham por objetobens e serviços essenciais, designadamenteágua, saneamento e resíduos, energia,comunicações e transportes públicos.

Capítulo IIDireitos e deveres nas relações de consumo

Artigo 5.ºDireitos dos consumidores

1. O consumidor tem direito à:

a) Proteção da vida, saúde e segurança;

b) Qualidade dos bens e serviços;

c) Formação e educação para o consumo;

d) Informação sobre o consumo, adequado aosbens e serviços assegurando a liberdade deescolha e a igualdade nas contratações; e) Proteção dos interesses económicos;

f) Proteção contra a publicidade enganosa eabusiva;

g) Proteção jurídica;

h) Prevenção e reparação dos danospatrimoniais ou não patrimoniais que resultem

exesaun ba atividade sira ne’ebé mosu hosirelasaun sira traballu nian;

e) Uzu normál ka bele prevee ho di’ak –Utilizasaun hotu-hotu ne’ebé hatudu adekuaduba natureza ka karakterístika sira bein nian kabainhira ko’alia kona-ba indikasaun sira hodiuza ho konsellu liuhosi forma be momoos noevidente hosi fornesedór;f) Interese jerál – Interese ne’ebé titularidadepertense ba ema hotu-hotu no sidadaun ida-idak maibé hosi sidadaun hotu-hotu, la ihamaka bele hana’in ba an rasik.

Artigu 4.ºEstadu nia devér jerál

1. Estadu no entidade públika sira, liuliu,entidade sira ne’ebé iha kompeténsia kona-bakonsumu, tenke hili no promove polítika noasaun adekuada sira hodi defende direitu nointerese konsumidór sira-nian, maka hanesan,devér sira hodi fó informasaun no edukasaunkonsumu nian no apoiu ba konstituisaun nofunsionamentu asosiasaun konsumidór sira-nian hanesan mós ho halo tuir saida makahakerek iha lei ida-ne’e. 2. Governu iha Kompeténsia liuliu atu adoptamedida adekuada sira hodi hametin ekilíbriu barelasaun jurídika sira ne’ebé ho nia objetumaka bein no servisu esensiál sira liuliu bee,saneamentu no rezíduu, enerjia, komunikasaunno transporte públiku sira.

Kapítulu IIDireitu no devér sira iha relasaun konsumu

nian

Page 5: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

da ofensa de interesses ou direitos individuaisou gerais;

i) Participação, por via representativa, nadefinição legal ou administrativa dos seusdireitos e interesses;

j) Informação prévia em processos deinterrupção de fornecimento de bens ouprestação de serviços efetuados por empresasfuncionando em regime de monopólio eexclusivo ou que sejam concessionárias deserviço público, sem prejuízo da ocorrência decasos de força maior ou de caráterimprevisível.

2. Os direitos dos consumidores sãoirrenunciáveis, sendo nula qualquer cláusulaem sentido contrário.

3. Os direitos previstos não excluem outrosdecorrentes de tratados ou convençõesinternacionais de que Timor-Leste sejasignatário, de legislação interna ordinária, deregulamentos expedidos pelas autoridadesadministrativas competentes, bem como dosque derivem dos princípios gerais do direito,dos usos comerciais correntes e da equidade.

Artigo 6.ºProteção da vida, saúde e segurança

1. Os bens e serviços colocados no mercado deconsumo não devem causar riscos à vida, àsaúde ou segurança dos consumidores, excetoos considerados normais e previsíveis emdecorrência da sua natureza e fruição,obrigando-se os fornecedores, em qualquercaso, a dar todas as informações necessárias eadequadas para que o uso se faça em condiçõesde segurança.

2. É proibido o fornecimento de bens ouserviços que, em condições de uso normal ouprevisível, incluindo a duração, impliquem

Artigu 5.ºKonsumidór sira-nia direitu

1. Konsumidór iha direitu hodi hetan:a) Protesaun moris nian, saúde no seguransa;

b) Kualidade bein no servisu sira;

c) Formasaun no edukasaun ba konsumu;

d) Informasaun kona-ba konsumu ne’ebéadekuadu ba bein no servisu sira hodi hametinliberdade eskolla no igualdade iha kontratasaunsira;e) Protesaun ba interese ekonómiku sira;

f) Protesaun hasouru publisidade bosok-teen noabuziva;

g) Protesaun jurídika;h) Prevensaun no reparasaun ba danupatrimoniál no la’ós patrimoniál sira, ne’ebémaihosi ofensa ba interese ka direitu individuálka jerál sira;

i) Partisipasaun iha definisaun legál kaadministrativa ba ninia direitu no interese siraliuhosi dalan reprezentativa;

j) Informasaun prévia iha prosesu interupsaunba fornesimentu bein ka prestasaun servisu,ne’ebé empreza sira halo hodi funsiona iharejime monopóliu no eskluzivu ka emprezakonsesionáriu sira be halo servisu públiku, lasakar fali saida mak mosu liuhosi forsa maiórka ho karáter ne’ebé la bele prevee.

2. Konsumidór sira-nia direitu nu’udarirenunsiavel, klaúzula ne’ebé de’it, sei sai nulubainhira mosu ho sentidu oin seluk fali.

Page 6: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

riscos incompatíveis com a sua utilização, nãoaceitáveis em termos de proteção à vida, àsaúde e à segurança das pessoas.

3. Os serviços da administração pública que,no exercício das suas funções, tenhamconhecimento da existência de bens ouserviços proibidos, nos termos do númeroanterior, devem notificar tal facto às entidadescompetentes.

4. As entidades competentes devem, nostermos da lei, apreender, retirar do mercado ouinterditar todos os bens e prestação de serviçosque impliquem perigo para a vida, ou para asaúde pública ou que não obedeçam aosrequisitos técnicos legalmente exigidos.

5. O fornecedor de bens ou serviços que,posteriormente à sua introdução no mercado ouà sua prestação, tiver conhecimento daperigosidade que apresentam, deve comunicaro facto imediatamente às autoridadescompetentes e aos consumidores,nomeadamente mediante avisos nos meios decomunicação social.

6. Compete ao Estado promover a existência desistemas de controlo da integridade de bens eprodutos alimentares e de consumo, quegarantam a análise e avaliação da suasegurança, qualidade e característicasessenciais.

Artigo 7.ºQualidade dos bens e serviços

1. Os bens e serviços destinados ao consumodevem ser aptos a satisfazer os fins a que sedestinam e produzir os efeitos que lhesatribuem, segundo as normas legalmenteestabelecidas e de modo adequado às legítimasexpectativas do consumidor.

2. Sem prejuízo da previsão de prazos maisfavoráveis por convenção das partes ou pelos

3. Direitu sira ne’ebé hakerek la hasai direituhirak seluk ne’ebé maihosi tratadu kakonvensaun internasionál sira, ne’ebé makaTimor-Leste sai nu’udar signatáriu, hosilejizlasaun interna ordinária, regulamentu sirane’ebé autoridade administrativa kompetentesira haruka tiha ona, hanesan mós horegulamentu sira seluk ne’ebé maihosiprinsípiu jerál sira direitu nian, uzu komersiálohin loron nian nomós ekidade.

Artigu 6.ºProtesaun ba moris, saúde no seguransa

1. Bein no servisu sira ne’ebé koloka ihamerkadu konsumu nian, la bele hamosu riskuba moris, saúde ka seguransa konsumidór sira-nian, exetu bein no servisu sira baibain noprevizivel mosu tuir ninia natureza no fruisaun,obriga fornesedór sira, iha kazu ne’ebé de’it,atu fó informasaun nesesária hotu-hotu noadekuadu atu nune’e uzu sei halo tuirkondisaun sira seguransa nian.

2. Sei habandu fornesimentu ba bein ka servisusira ne’ebé, tuir kondisaun uzu baibain nian kaprevizivel, inklui durasaun, implika riskuinkompativel sira ho ninia utilizasaun, laaseitavel tuir protesaun ba moris, saúde nomósseguransa ema sira-nian.

3. Tuir saida maka númeru liubá temi, servisusira administrasun públika nian ne’ebé ezerseknaar, bainhira iha koñesimentu katak bein kaservisu sira be halo ne’e habandu, tenkenotifika faktu ida-ne’e ba entidade kompetentesira.

4. Tuir lei ida-ne’e nian, entidade kompetentesira tenke tahan, hasai hosi merkadu ka

Page 7: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

usos, o fornecedor de bens móveis nãoconsumíveis está obrigado a garantir o seu bomestado e o seu bom funcionamento por períodonunca inferior a um ano, exceto quando ao bemnão seja dado um uso normal ou razoavelmenteprevisível.

3. Sem prejuízo de um regime especial, no casodos bens imóveis, o consumidor tem direito auma garantia mínima de cinco anos.

4. Para efeitos do disposto nos n.ºs 2 e 3 asgarantiam devem:

a) Ser prestadas por escrito, numa das duaslínguas oficiais ou numa das línguas detrabalho;

b) Estabelecer o objeto sobre o qual recai agarantia;

c) Identificar o responsável pela prestação dagarantia;

d) Identificar o titular da garantia;

e) Referir os direitos do titular da garantia;

f) Indicar o prazo de duração da garantia;

g) Indicar as condições e formas para oacionamento da garantia.

5. Durante o período de duração da garantia, oseu titular tem direito, pelo menos, a:

a) Reparação totalmente gratuita de todos osvícios e defeitos originários e indemnizaçãopelos danos e prejuízos por estes causados;

b) Caso a reparação não seja possível ou nãogaranta as condições necessárias para permitiro uso normal do bem, o titular da garantia temdireito à substituição do bem por outro bemidêntico ou à devolução do preço pago;

habandu bein hotu-hotu no prestasaun servisune’ebé implika perigu ba ema nia moris, saúdepúblika ka bein ka servisu sira ne’ebé la halo-tuir rekizitu tékniku sira ne’ebé lei hatuur.

5. Fornesedór ba bein ka servisu sira ne’ebétempu tuirmai hatama bein iha merkadu kaninia prestasaun, iha koñesimentu ba tateran beatu mai karik, tenke fó-hatene kedas faktu ida-ne’e ba autoridade kompetente no konsumidórsira liuhosi avizu iha meiu sira komunikasaunsosiál.

6. Estadu iha kompeténsia atu promoveezisténsia sistema kontrolu integridade ba beinka produtu alimentár sira no konsumu nian,ne’ebé garante lalehat no avaliasaun ba niniaseguransa, kualidade no karakterístika esensiálsira.

Artigu 7.ºKualidade ba bein no servisu sira

1. Bein no servisu sira ne’ebé hatada liu bakonsumu, tenke sai nu’udar aptu hodi halosatisfasaun ba fin sira be dirije ba no prodúsefeitu sira ne’ebé atribui ba sira tuir normalegál ne’ebé estabele tiha ona no ho moduadekuadu ba lejítima espetativa sirakonsumidór nian.2. La sakar fali previzaun ba prazu sirafavoravel liu tuir parte sira-nia konvensaun kauzu sira, fornesedór ba bein movel sira la’óskonsumivel, tenke garante katak ninia beinne’e di’ak no ninia funsionamentu tuir períudununka inferiór to’o tinan ida, exetu bainhirabein ne’e la fó ba uzu baibain ka previzivel hodi’ak.

Page 8: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

c) Substituição temporária do bem por outroequivalente, durante o período de temponecessário à sua reparação, quando esta ocorrapor causa imputável ao fornecedor.

6. O decurso do prazo de garantia suspende-sedurante o período de tempo em que oconsumidor estiver privado do uso dos bens emvirtude das operações de reparação resultantesde defeitos originários.

Artigo 8.ºFormação e educação para o consumo

1. Os consumidores têm direito de acesso àinformação que ajude a formar a sua livreescolha e ao Estado compete incentivar epromover a realização de ações desensibilização para o consumo, por forma apoderem conhecer a qualidade e ascaracterísticas dos bens fornecidos, dosserviços prestados e dos direitos transmitidos eestarem aptos para optarem no processo denegociação ou aquisição.

2. As associações de proteção dosconsumidores devem promover as açõesreferidas no número anterior, recorrendo, entreoutros, aos meios de comunicação social.

3. A rádio e a televisão de Timor-Leste, emcumprimento das suas obrigações de serviçopúblico nos termos da lei, devem integrar nasua programação espaços semanais, nas duaslínguas oficiais, com a duração de quinzeminutos, destinados à educação e formação dosconsumidores.

Artigo 9.ºInformação de âmbito geral

1. Ao Estado incumbe desenvolver ações eadotar medidas tendentes à informação em

3. La sakar fali rejime espesiál ida, iha kazuben imovel sira, konsumidór iha direitu hodihetan garantia mínima tinan lima.

4. Ba saida maka hakerek iha númeru sira 2 no3, garantia sira tenke:

a) Fó liuhosi eskritu iha dalen ofisiál rua ne’eida ka iha lia traballu sira ida;

b) Estabelese objetu kona-ba saida maka ihagarantia nia laran;

c)Identifika responsavel ba prestasaun garantia;

d) Identifika titulár garantia nian;

e) Refere direitu sira titulár garantia nian;

f) Hatudu prazu durasaun garantia nian;

g)Hatudu kondisaun no forma sira asionamentugarantia nian.

5. Durante períudu durasaun garantia nian,ninia titulár iha direitu pelumenus atu:

a) Hadi’a hotu kedas ho saugati vísiu hotu-hotu no defeitu orijináriu sira no fóindemnizasaun ba danu no prejuízu ne’ebé,buat hirak-ne’e hamosu;b) Bainhira la bele hadi’a ka la garantekondisaun nesesária sira hodi fó-dalan ba uzunormál bein nian, titulár garantia iha direitu atutroka bein ne’e ho bein seluk ne’ebé besikhanesan ka fó filafali presu folin ne’ebé selutiha ona;

c) Troka temporáriu bein ne’e ho bein selukne’ebé hanesan, durante períudu tempu ne’ebé

Page 9: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

geral do consumidor e sobre os seus direitos,designadamente, através de:

a) Apoio às ações de informação promovidaspor associações de consumidores, ou outrassimilares pelo seu objeto, ainda que parcial;

b) Criação de serviços de informação aoconsumidor;

c) Criação de bases de dados e arquivosdigitais acessíveis de âmbito nacional, nodomínio do direito do consumo, destinado adifundir informação geral e específica.

2. A informação aos consumidores é prestadanas línguas oficiais.

3. Compete ao Estado adotar as medidasnecessárias para garantir que a informaçãodisponibilizada aos consumidores pelosfornecedores cumpre o disposto no númeroanterior.

4. As informações concretas e objetivascontidas nas mensagens publicitárias dedeterminado bem, serviço ou direitoconsideram-se integradas no conteúdo doscontratos que se venham a celebrar após a suaemissão ou publicação, tendo-se por nãoescritas as cláusulas contratuais em contrário.

Artigo 10.ºDireito à informação em particular

1. O fornecedor deve informar o consumidor,quer durante as negociações quer na celebraçãodo contrato, de forma clara, objetiva, adequadae de fácil compreensão sobre as característicasdos bens e serviços, designadamente, sobre aespecificação correta de quantidade, acomposição, a qualidade, o preço, o período devigência do contrato, os riscos associados, agarantia e o prazo de entrega e assistência apóso negócio jurídico e consequências do não

presiza hodi hadi’a, bainhira reparasaun ne’ebámosu tan kauza imputavel ba fornesedór.

6. Iha prazu garantia nian, sei suspende duranteperíudu tempu ne’ebé maka konsumidór la uzabein sira tan operasaun reparasaun nian, ne’ebémaihosi defeitu orijináriu sira.

Artigu 8.ºFormasaun no edukasaun ba konsumu

1. Konsumidór sira iha direitu atu hetan asesuba informasaun ne’ebé ajuda atu forma niniahahilik livre no Estadu iha kompeténsia atuinsentiva no promove realizasaun asaun sirahodi halo sensibilizasaun ba konsumu atunune’e sira bele hatene kualidade nokarakterístika bein sira ne’ebé fornese, servisusira be halo no direitu be transmite tiha ona nosira aptu hodi hili iha prosesu negosiasaun kaakizisaun.

2. Asosiasaun sira hodi fó protesaun bakonsumidór sira tenke promove asaun ne’ebétemi iha númeru liubá liuhosi meiu sirakomunikasaun sosiál nian, rekore mós, entremeiu sira seluk.3. Rádiu no televizaun Timor-Leste nian, tenkehatama iha ninia programasun espasu semanál,iha dalen ofisiál rua ho durasaun minutusanulu-resin-lima foka liu ba edukasaun noformasaun konsumidór sira, hodi halo-tuir sira-nia obrigasaun nu’udar servisu públiku tuirsaida maka lei hateten.

Artigu 9.ºInformasaun ámbitu jerál nian

Page 10: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

pagamento do preço do bem ou serviço.

2. A obrigação de informar impende tambémsobre o produtor, o fabricante, o importador, odistribuidor, o embalador e o armazenista, porforma a garantir que cada elo do cicloprodução-consumo se encontra habilitado acumprir a sua obrigação de informar o eloimediato até ao consumidor.

3. Os riscos para a saúde e segurança dosconsumidores que possam resultar da normalutilização de bens ou serviços perigosos devemser comunicados, de modo claro, completo eadequado, pelo fornecedor ou prestador deserviços ao potencial consumidor.

4. As informações sobre a natureza,características e garantias de bens ou serviçosoferecidos ao público no mercado nacional,quer as constantes de rótulos, embalagens,prospetos, catálogos, livros de instruções parautilização ou outros meios informativos, queras facultadas nos locais de venda ou divulgadaspor qualquer meio publicitário, deverão serprestadas numa das duas línguas oficiais.

5. As informações relativas a bens produzidos,transformados ou embalados em Timor-Leste,que não se destinem exclusivamente àexportação, devem ser prestadas nas línguasoficiais, sem prejuízo de o serem também, deforma complementar, em quaisquer outraslínguas.

6. Os bens provenientes do estrangeiro, sejaqual for a sua origem, podem ser introduzidosno comércio interno, caso a informaçãorelativa aos mesmos esteja redigida numa daslínguas de trabalho, devendo, nestes casos, serincluído, em local visível e de forma legível,um resumo das informações essenciais numadas línguas oficiais.

7. Para as informações escritas relativas a bense serviços que se encontrem redigidas noutras

1. Nu’udar kompeténsia Estadu nian atudezenvolve asaun no hili medida sira ho niaobjetivu hodi fó informasaun jerál bakonsumidór nomós ninia direitu sira liuhosi:

a) Apoiu ba asaun sira hodi fó informasaunne’ebé asosiasaun sira konsumidór nian halo kaasaun hirak seluk be besik hanesan tuir niniaobjetu biar halo iha parte ketak;b) Kriasaun servisu sira hodi fó informasaun bakosumidór;

c) Kriasaun baze dadus no arkivu dijitál,ne’ebé ámbitu nasionál bele hetan asesubainhira ko’alia kona-ba direitu ba konsumu honia objetivu atu habelar informasaun jerál noespesífika.2. Informasaun ba konsumidór sira sei fó ihadalen ofisiál sira.

3. Nu’udar kompeténsia Estadu nian atu fotimedida sira ne’ebé presiza hodi garante katakinformasaun be fornesedór fó-sai bakonsumidór sira, kumpre saida maka hakerekiha númeru liubá.

4. Informasaun konkreta no objetiva ne’ebékontein iha mensajen publisitária sira ba beinbalu, servisu ka direitu, sei konsidera hola-parte iha konteúdu kontratu sira ne’ebé atuhalo hafoin ninia emisaun ka publikasaun, lahakerek klaúzula kontratuál sira oin seluk fali.

Artigu 10.ºDireitu ba informasaun partikulár

1. Fornesedór tenke fó-hatene ba konsumidórho momoos, objetiva, adekuada noinformasaun ne’e la susar atu hatene kona-ba

Page 11: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

línguas estrangeiras, aquando da sua venda,locação ou disponibilização por qualquerforma no mercado nacional, é obrigatória a suatradução integral numa das duas línguasoficiais, devendo, conforme os casos, o textotraduzido ser aposto nos rótulos ou embalagensou aditado aos meios informativos referidos nonúmero anterior, incluindo as informaçõesrelativas à sua segurança, instruções de uso,garantias e sistema de pesos e medidas, quedeve ser compatível com o sistema aplicávelno país.

8. Sem prejuízo de conterem versão em línguaou línguas estrangeiras, os contratos quetenham por objeto a venda de bens ou produtosou a prestação de serviços no mercado interno,bem como a emissão de faturas ou recibos,deverão ser redigidos numa das duas línguasoficiais.

9. Quando se verifique falta de informação,informação insuficiente, ilegível ou ambíguaque comprometa a utilização adequada do bemou do serviço, o consumidor goza do direito deretratação do contrato relativo à sua aquisiçãoou prestação, no prazo de dez dias úteis acontar da data de receção dos bens ou da datade celebração do contrato de prestação deserviços.

10. O fornecedor de bens ou de serviços queviole o dever de informar responde pelos danosque causar ao consumidor, sendosolidariamente responsáveis os demaisintervenientes na cadeia da produção àdistribuição, que hajam igualmente violado odever de informação.

11. O incumprimento do dever de informaçãosobre as consequências do não pagamento dopreço do bem ou serviço determina aresponsabilidade do fornecedor pelopagamento das custas processuais devidas pelacobrança do crédito.

karakterístika bein no servisu sira makahanesan espesifikasaun loloos kuantidade nian,kompozisaun, kualidade, presu, períuduvijénsia ba kontratu, risku sira ne’ebé belemosu mai, garantia no prazu hodi entrega no fóasisténsia hafoin halo negósiu jurídiku nokonsekuénsia be bele mosu bainhira la selupresu ba bein ka servisu nian bainhira ihanegosiasaun ka halo kontratu.2. Obrigasaun hodi fó-hatene impende móskona-ba produtór, fabrikante, importadór,distribuidór, embaladór no armazenista atunune’e garante katak siklu ligasaun baprodusaun-konsumu idaidak sei haktuir niniaobrigasaun hodi fó-hatene elu imediatu to’o bakonsumidór.

3. Risku sira ba saúde no seguransakonsumidór sira-nian ne’ebé bele mosu hosiutilizasaun baibain bein ka servisu perigoju sirafornesedór ka prestadór servisu ba konsumidórpotensiál tenke fó-hatene ho loloos, kompletuno adekuadu.

4. Informasaun sira kona-ba natureza,karakterístika no garantia ba bein ka servisune’ebé oferese ba ema hotu-hotu iha merkadunasionál, atu informasaun sira be hakerek iharótulu, embalajen, prospetu, katálogu, livrumatadalan ba utilizasaun ka meiu informativuhirak seluk, ka informasaun be fó iha lokál sirahodi fa’an ka meiu publisitáriu ne’ebé de’it fó-sai tenke hakerek iha dalen ofisiál rua ne’e ida.

5. Informasaun sira kona-ba bein ne’ebéprodús, tranforma no falun iha Timor-Leste,ne’ebé la destina ba esportasaun, tenke halo ihalian-ofisiál sira, ho forma komplementár, ihalian hirak seluk ne’ebé de’it, la prejudika hodiuza mós nia.

Page 12: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

12. O dever de informar não pode ser denegadoou condicionado por invocação de segredo defabrico não tutelado na lei, nem pode afastarregime jurídico mais favorável para oconsumidor.

Artigo 11.ºProteção dos interesses económicos

1. O consumidor tem direito à proteção dosseus interesses económicos, impondo-se nasrelações jurídicas de consumo a igualdadematerial dos intervenientes, a lealdade e a boa-fé, de acordo com os princípios gerais doDireito.

2. Com vista à prevenção de abusos resultantesde contratos pré-elaborados, o fornecedor debens e de serviços está obrigado:

a) À redação clara e precisa e de fácilcompreensão, em carateres facilmente legíveis,numa das duas línguas oficiais, das cláusulascontratuais gerais, incluindo as inseridas emcontratos singulares;

b) À não inclusão de cláusulas em contratossingulares que originem um desequilíbriosignificativo em detrimento do consumidor.

3. As cláusulas contratuais devem serinterpretadas no sentido mais favorável aoconsumidor.

4. O consumidor não é obrigado ao pagamentode bens ou serviços que não tenha prévia eexpressamente encomendado ou solicitado, ouque não constituam cumprimento de contratoválido, não lhe cabendo, do mesmo modo, oencargo da sua devolução ou compensação,nem a responsabilidade pelo risco deperecimento ou deterioração da coisa.

5. O consumidor tem direito à assistência apósa venda, com incidência no fornecimento depeças e acessórios, pelo período de duração

6. Bein sira ne’ebé maihosi rai-liur, mai hosine’ebé de’it, bele hatama ba iha komérsiuinternu, bainhira informasaun ne’e kona-babein sira-ne’e rasik hakerek iha dalen siratraballu nian ida, tenke inklui, iha kazu sira-ne’e, iha fatin be bele haree no lee, rezumu idaba informasaun prinsipál sira iha dalen ofisiálrua ne’e ida.

7. Ba informasaun sira ne’ebé hakerek kona-babein no servisu, be hakerek iha dalenestranjeiru sira seluk, bainhira fa’an, lokasaunka disponibiliza liuhosi forma sasá de’it ihamerkadu nasionál, nu’udar obrigatóriu halotradusaun integrál ba dalen ofisiál rua ne’e ida,konforme kazu sira, testu ne’ebé tradús tenketau-hamutuk iha rótulu ka embalajen sira katau iha meiu informativu sira ne’ebé temi ihanúmeru liubá, inklui mós informasaun sirakona-ba ninia seguransa, instrusaun hodi uza,garantia no sistema ba pezu no medida ne’ebétenke kona-malu ho di’ak ho sistema aplikaveliha país ne’e.

8. La prejudika fali saida maka kontein versauniha dalen ka dalen estranjeira sira, kontratu sirane’ebé ho nia objetu maka fa’an bein kaprodutu ka prestasaun servisu iha merkaduinternu, hanesan mós ho halo fatura ka resibu,tenke hakerek iha lian ofisiál rua ne’e ida.

9. Bainhira verifika katak falta informasaun,informasaun la natoon, la bele lee ka laloosne’ebé kompromete utilizasaun adekuada babein ka servisu, konsumidór ne’e goja direituhodi halo retratasaun ba kontratu ne’e kona-baninia akizisaun ka prestasaun iha prazu loron-sanulu servisu nian, ne’ebé hahú sura hosi dataresesaun bein sira ka hosi data selebrasaun

Page 13: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

média normal dos bens fornecidos.

6. É vedado ao fornecedor ou prestador deserviços fazer depender o fornecimento de umbem ou a prestação de um serviço da aquisiçãoou da prestação de um outro ou outros.

7. Sem prejuízo de regimes mais favoráveis,nos contratos que resultem da iniciativa dofornecedor de bens ou do prestador de serviçosfora do estabelecimento comercial, por meio decorrespondência ou outros equivalentes, oconsumidor pode exercer o seu direito deretratação, desistindo do contrato no prazo dedez dias úteis a contar da data da receção dobem ou da conclusão do contrato de prestaçãode serviços.

8. No caso previsto no número anterior, oconsumidor tem direito à devolução imediatade todos e quaisquer valores eventualmentepagos, a qualquer título, durante o período dereflexão.

9. Incumbe ao Governo adotar as medidastendentes a prevenir a lesão dos interesses dosconsumidores no domínio dos métodos devenda que prejudiquem a avaliação conscientedas cláusulas constantes de contratossingulares, e a formação livre, esclarecida eponderada, da decisão de se vincularem.

Artigo 12.ºProteção contra a publicidade enganosa e

abusiva

Nos termos da presente lei e, especificamente,do Regime Jurídico das AtividadesPublicitárias, é proibida toda a publicidadeenganosa ou abusiva.

Artigo 13.ºDeveres dos consumidores

kontratu prestasaun servisu nian.

10. Fornesedór ba bein ka servisu sira ne’ebéviola devér hodi fó-hatene, hatán ba danune’ebé hamosu ba konsumidór no intervenientesira seluk mós sai nu’udar responsavel ihakadeia produsaun ba distribuisaun ne’ebé violadevér hodi fó informasaun.

11. Inkumprimentu devér hodi fó informasaunkona-ba konsekuénsia sira hosi la selu presu babein ka servisu, determina responsabilidadefornesedór nian ba pagamentu kustu prosesuáldevidu nomós kobransa kréditu nian.

12. Devér hodi fó-hatene la bele rekuza kakondisiona liuhosi invokasaun ba segredufábriku nian, ne’ebé la tutela iha lei, neinhadook rejime jurídiku be favoravel liu bakonsumidór.

Artigu 11.ºProtesaun ba interese ekonómiku sira

1. Konsumidór iha direitu hodi hetanprotesaun ba ninia interese ekonómiku sira,impoin iha relasaun jurídika konsumu niankona-ba igualdade materiál interveniente sira-nian, lealdade no boa-fé tuir prinsípiu jerál siraDireitu nian.

2. Hodi prevene abuzu sira ne’ebé maihosikontratu pré-elaboradu, fornesedór bein noservisu sira tenke:

a) Halo redasaun momoos no loloos no la susaratu hatene ho letra ne’ebé bele lee iha dalenofisiál rua ne’e ida kona-ba kláuzula kontratuáljerál hodi inklui dalen sira iha kontratu

Page 14: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

O consumidor tem o dever de:

a) Respeitar os compromissos assumidosperante os fornecedores de bens e prestadoresde serviços, agindo de boa-fé, com correção eseriedade;

b) Defender junto das autoridades competentesos seus interesses;

c) Atender às consequências do seu consumoface aos outros cidadãos, nomeadamente osmais vulneráveis;

d) Atender ao impacto ambiental do seuconsumo;

e) Denunciar perante as autoridadescompetentes qualquer violação dos seusdireitos.

CAPÍTULO IIIDanos

Artigo 14.ºPrevenção de danos

É assegurado aos consumidores o direito deação cautelar destinada a prevenir, corrigir oufazer cessar práticas lesivas dos direitos doconsumidor consignados na presente lei, que,nomeadamente:

a) Atentem contra a sua saúde e segurançafísica;

b) Se traduzam no uso de cláusulas proibidas;

c) Consistam em práticas comerciaisexpressamente proibidas por lei.

Artigo 15.ºReparação de danos

1. O consumidor a quem seja fornecido um

singulár;

b) La hatama iha kláuzula sira kontratusingulár ne’ebé hamosu dezikilíbriusignifikativu hodi prejudika konsumidór.

3. Kláuzula kontratual sira tenke halointerpretasaun tuir sentidu ne’ebé favoravel liuba konsumidór.

4. La obriga konsumidór atu selu bein kaservisu sira ne’ebé maka molok ne’e la espresanu’udar enkomendadu ka solisitadu ka ne’ebéla konstitui kumprimentu ba kontratu válidu,nia la iha responsabilidade ba enkargu ba niniadevolusaun ka kompensasaun, neinresponsabilidade ba risku peresimentu ka sasánne’e aat.

5. Konsumidór iha direitu hodi hetan asisténsiahafoin fa’an ho insidénsia iha fornesimentu bapesa no asesóriu sira tuir períudu durasaunmédia normál ba bein sira ne’ebé fornese tihaona.6. Sei habandu fornesedór ka prestadór servisusira depende fornesimentu hosi bein ida kaprestasaun servisu ida ba akizisaun kaprestasaun hosi servisu ida ka servisu siraseluk.7. La prejudika fali rejime sira ne’ebéfavoravel liu, iha kontratu sira be maihosiinisiativa fornesedór bein ka prestadór servisusira ne’ebé la hola-parte iha estabelesimentukomersiál, liuhosi korespondénsia ka servisuekivalente sira seluk, konsumidór bele ezerseninia direitu hodi halo retratasaun, hodi dezistekontratu iha prazu loron-sanulu servisu nian,ne’ebé hahú sura hosi data resesaun bein kakonkluzaun ba kontratu prestasaun servisu sira.

8. Iha kazu ne’ebé prevee iha númeru liubá,

Page 15: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

bem ou prestado um serviço defeituosos, salvose dele tivesse sido previamente informado eesclarecido antes da celebração do contrato,pode exigir, independentemente de culpa dofornecedor do bem, a reparação ou a suasubstituição, a redução do preço ou a resoluçãodo contrato.

2. Considera-se defeituoso o bem que nãooferece a segurança legal e contratualmenteexigida, ou que dele legitimamente se esperasegundo os usos comerciais.

3. Considera-se defeituoso o serviço que nãooferece a segurança que o consumidor delepode legitimamente esperar, atendendo aomodo do seu funcionamento, ao resultado e aosriscos que razoavelmente dele se esperam, e àépoca em que foi fornecido.

4. O consumidor deve denunciar o defeito noprazo de trinta dias, caso se trate de bemmóvel, ou no prazo de um ano caso se trate debem imóvel, após o seu conhecimento, e dentrodos prazos de garantia previstos na presente lei.

5. Sem prejuízo do disposto nos númerosanteriores, o consumidor tem direito àindemnização dos danos patrimoniais e nãopatrimoniais resultantes do fornecimento debens ou prestação de serviços defeituosos.

6. O produtor é responsável,independentemente de culpa, pelos danoscausados por defeitos de bens que coloque nomercado, nos termos da lei.

7. Sempre que o construtor, produtor,fornecedor ou o importador não puderem seridentificados, o comerciante ou vendedor sãoigualmente responsáveis.

Capítulo IVProteção contratual

Artigo 16.º

konsumidór iha direitu hodi fó filafali kedasvalór hotu-hotu no valór sasá de’it be dalaruma selu tiha ona, iha kualkér títulu, duranteperíudu reflesaun nian.

9. Nu’udar kompeténsia Governu nian atuadopta medida sira ho nia rohan atu prevenelezaun ba interese konsumidór sira-nian ihadomíniu métodu sira fa’an nian, ne’ebéprejudika avaliasaun konsiente ba kláuzula sirabe hakerek iha kontratu singulár sira noformasaun livre, esklaresida no ponderada badesizaun be iha vínkulu ba malu.

Artigu 12.ºProtesaun kontra publisidade bosok-teen no

abuziva

Tuir lei ida-ne’e nian, liuliu ba Rejime JurídikuAtividade Publisitária sira, sei habandupublisidade bosok-teen no abuziva hotu-hotu.

Artigu 13.ºKonsumidór sira-nia devér

Konsumidór iha devér hodi:

a) Respeita kompromisu sira ne’ebé asumeperante fornesedór sira bein nian no prestadórservisu sira, halo ho boa-fé, hadi’a-an noseriedade;

b) Defende hamutuk ho autoridade kompetentesira ninia interese;

c) Atende konsekuénsia sira hosi niniakonsumu ba sidadaun sira seluk liuliu sidadaunsira ne’ebé nakloke hela ba susar no terus;

Page 16: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

Cláusulas abusivas

1. São nulas e de nenhum efeito, entre outras,as cláusulas contratuais relativas aofornecimento de bens e serviços que:

a) Impossibilitem, exonerem ou atenuem aresponsabilidade por vícios ou defeitos dequalquer natureza dos bens e serviços ouimpliquem renúncia ou disposição de direitos;

b) Subtraiam ao consumidor a opção dereembolso da quantia já paga, nos casosprevistos nesta lei;

c) Transferiram responsabilidades a terceiros;

d) Estabeleçam obrigações consideradasabusivas que coloquem o consumidor emdesvantagem exagerada ou sejamincompatíveis com a boa-fé e a equidade;

e) Estabeleçam a inversão do ónus da prova emprejuízo do consumidor;

f) Determinem a utilização compulsória dearbitragem;

g) Imponham um representante para concluirou realizar outro negócio jurídico peloconsumidor;

h) Deixem ao fornecedor a opção de concluirou não o contrato, embora obrigando oconsumidor a fazê-lo;

i) Permitam ao fornecedor cancelar o contratounilateralmente, sem que igual direito sejaconferido ao consumidor;

j) Autorizem o fornecedor a modificarunilateralmente o conteúdo ou a qualidade docontrato, após a sua celebração;

k) Contrariem ou possibilitem a violação denormas ambientais;

d) Atende ba impaktu ambientál hosi niniakonsumu;

e) Denunsia perante autoridade kompetentesira kualkér violasaun ba ninia direitu sira.

KAPÍTULU IIIDanu sira

Artigu 14.ºHalo prevensaun ba danu sira

Sei asegura ba konsumidór sira direitu atu haloasaun kautelár ne’ebé ho nia objetivu hodiprevene, hadi’a ka hapara prátiva leziva badireitu sira konsumidór nian, ne’ebé hakerekiha lei ida-ne’e nian liuliu:

a) Atenta kontra ninia saúde no seguransafízika;

b) Bainhira hatada ba uzu hosi kláuzulaproibidu sira;c) Konsiste hosi prátika komersiál sira ne’ebélei habandu ho espresa.

Artigu 15.ºHadi’a danu sira

1. Konsumidór maka ema ne’ebé simu bein idaka hetan prestasaun servisu defeituozu ida,exetu bainhira nia hetan informasaun molokne’e nomós esklaresimentu antes halo kontratu,bele ezije, la haree ba kulpa fornesedór beinnian, reparasaun ka ninia substituisaun,redusaun ba presu ka rezolve kontratu.

2. Sei konsidera defeituozu bein ne’ebé la

Page 17: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

l) Contrariem as normas de indemnização porbenfeitorias necessárias.

2. Ao Estado compete promover a criação deum sistema de registo, acessível ao público,para inscrição das cláusulas abusivas.

3. A nulidade da cláusula contratual abusivanão invalida o contrato, exceto quando da suaausência resultarem ónus excessivos paraqualquer uma das partes.

4. É facultado a qualquer consumidor, ouentidade que o represente, requerer aoMinistério Público ou à Defensoria Pública, noâmbito das suas respetivas competências, queintentem a competente ação judicial dedeclaração da nulidade da cláusula contratualque contrarie o disposto nesta lei ou que, dequalquer forma, não assegure o justo equilíbrioentre direitos e obrigações das partes.

Artigo 17.ºContrato de adesão

O contrato de adesão e as cláusulas contratuaisgerais encontram o seu regime definido em leiespecial.

Artigo 18.ºCrédito ao consumidor

1. No fornecimento de bens ou serviços queenvolva a outorga de crédito ou concessão definanciamento ao consumidor, o fornecedor ouum seu representante e em seu nome deve,entre outros requisitos, e sem prejuízo dodisposto em legislação especial, informá-loprévia e adequadamente sobre:

a) Preço do bem ou serviço em moeda comcurso legal no país;

b) Montante dos juros de mora e de taxaefetiva anual de juros;

oferese seguransa legál no ezije tuir kontratuka bein ne’ebé tuir lei ita hein tuir uzukomersiál sira.

3. Sei konsidera defeituozu servisu ne’ebé la fóseguransa ne’ebé konsumidór bele hein servisune’e tuir lei, hodi hatán ba niniafunsionamentu, rezultadu no risku sira ne’ebéservisu ne’ebá bele hamosu nomós épokane’ebé maka servisu ne’e fornese tiha ona.

4. Konsumidór tenke denunsia defeitu ihaprazu loron-tolunulu, bainhira ko’alia kona-babein movel ka bainhira hatada ba bein imoveliha prazu tinan-ida, hafoin ninia koñesimentuno iha prazu sira garantia nian ne’ebé preveeiha lei ida-ne’e.5. La sakar fali saida maka hakerek iha númerusira liubá, konsumidór iha direitu hodi hetanindemnizasaun ba danu patrimoniál nomósla’ós patrimoniál sira ne’ebé maihosifornesimentu bein ka prestasaun servisudefeituozu sira.6. Produtór maka responsavel la haree bakulpa, danu ne’ebé maihosi defeitu sira beinnian be tau iha merkadu tuir lei ida-ne’e.

7. Bainhira de’it konstrutór, produtór,fornesedór ka importadór la bele identifika,komersiante ka vendedór hetanresponsabilidade hanesan.

Kapítulu IVProtesaun kontratuál

Artigu 16.ºKláuzula abuziva sira

1. Nu’udar nulu no la iha efeitu ida, hosi siraseluk, kláuzula kontratuál sira kona-ba

Page 18: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

c) Acréscimos legalmente previstos;

d) Número e periodicidade das prestações;

e) Soma total a pagar, com e semfinanciamento.

2. Os juros de mora decorrentes doincumprimento de obrigações no seu termo nãopodem ser superiores a 2% do valor daprestação.

3. É assegurada ao consumidor a liquidaçãoantecipada do débito, total ou parcialmente,mediante redução proporcional dos juros edemais acréscimos.

Artigo 19.ºPagamento em prestações

Nos contratos de compra e venda de móveismediante pagamento em prestações, bem comonas alienações fiduciárias em garantia,consideram-se nulas e de nenhum efeito ascláusulas que estabeleçam a perda total dasprestações pagas em benefício do credor que,em razão do incumprimento, optar pelaresolução do contrato antes da tradição do bem.

Capítulo VPráticas comerciais

Artigo 20.ºPráticas abusivas

1. São proibidas as práticas comerciaisabusivas.

2. São consideradas práticas abusivas, entreoutras, as seguintes:

a) Condicionar o fornecimento de bem ou deserviço ao fornecimento de outro bem ouserviço, bem como, sem justa causa, a limites

fornesimentu bein no servisu sira ne’ebé:

a) Hasusar, ezonera ka hamenusresponsabilidade tan vísiu ka defeitu sira hosinatureza ne’ebé de’it bein nian no servisu kaimplika renúnsia ka dispozisaun direitu nian;

b) Hasai ba konsumidór hahilik hodi fó filafalikuantia ne’ebé selu tiha ona iha kazu sirane’ebé prevee iha lei ida-ne’e;

c) Trasfere responsabilidade ba ema datoluk;

d) Estabelese obrigasaun sira ne’ebé konsideranu’udar abuziva be koloka ba konsumidórdesvantajen resik ka sai nu’udar inkompativelho boa-fé no ekidade;

e) Estabelese inversaun ónusdaprova baprejuízu konsumidór nian;

f) Determina utilizasaun kompulsóriaarbitrajen;

g) Impoin reprezentante ida hodi halo ramataka negósiu jurídiku seluk ne’ebé konsumidórmaka realiza;

h) Husik ba fornesedór hahilik hodi haloramata ka la’e kontratu ne’e maske obrigakonsumidór atu halo kontratu ne’ebá;

i) Fó biban ba fornesedór hodi kansela kontratuhosi parte ida de’it, biar direitu hanesankonfere ba konsumidór;

j) Autoriza fornesedór atu modifika hosi parteida de’it konteúdu ka kualidade kontratu,hafoin halo tiha kontratu;

k) Kontraria ka posibilita violasaun norma

Page 19: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

quantitativos;

b) Recusar injustificadamente o fornecimentode bens ou a prestação de serviços;

c) Enviar ou entregar ao consumidor, semsolicitação prévia, qualquer bem ou fornecerqualquer serviço;

d) Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância doconsumidor, por desconhecimento ouvulnerabilidade, em resultado da sua condiçãopessoal, económica ou social, para lhe imporos seus bens ou serviços;

e) Executar serviços sem a prévia elaboraçãode orçamento e a autorização expressa doconsumidor, exceto os decorrentes de práticasanteriores entre as partes;

f) Transmitir a terceiro informaçãodepreciativa, referente a ato praticado peloconsumidor no exercício dos seus direitos;

g) Colocar no mercado qualquer bem ouserviço em desacordo com as normas legais eregulamentares aplicáveis;

h) Elevar sem justa causa os preços de bens eserviços;

i) Deixar de estipular prazo para ocumprimento de sua obrigação ou deixar afixação do seu termo inicial a seu exclusivocritério.

3. Os serviços prestados e os bens remetidosou entregues ao consumidor, na hipóteseprevista na alínea c), equiparamse às amostrasgrátis, não existindo obrigação de pagamentopor parte do consumidor.

Artigo 21.ºOferta de bens e serviços

1. A oferta e apresentação de bens ou serviços

ambientál sira;

l) Sakar fali norma sira indemnizasaun nian tanbenfeitoria nesesária sira.

2. Nu’udar kompeténsia Estadu nian atuhamoris sistema rejistu ida, ne’ebé asesivel baema hotu hodi halo inskrisaun ba kláuzulaabiziva sira.3. Nulidade ba kláuzula kontratuál abuziva lainvalida kontratu, exetu bainhira ninia auzénsiamaihosi ónus exesivu sira ba parte rua ne’e ida.

4. Sei fó biban ba konsumidór ne’ebé de’it kaentidade ne’ebé reprezenta nia, husu baMinistériu Públiku ka Defensoria Públika ihaámbitu ba ninia kompeténsia sira rasik katakhatada asaun judisiál kompetente badeklarasaun nulidade kláuzula kontratuál nianne’ebé kontraria saida maka hakerek iha leiida-ne’e ka ne’ebé ho forma sasá de’it laasegura justu ekilíbriu entre direitu nomósobrigasaun parte sira-nian.

Artigu 17.ºKontratu adezaun nian

Kontratu adezaun no kláuzula kontratuál jerálsira, iha ninia rejime ne’ebé lei espesiál definetiha ona.

Artigu 18.ºKréditu ba Konsumidór

1. Iha fornesimentu bein ka servisu sira ne’ebéenvolve konsesaun ba kréditu ka konsesaunfinansiamentu konsumidór nian, fornesedór kaninia saseluk ida no lori ninia naran, hosirekizitu sira seluk no la sakar fali saida makahatuur iha lejizlasaun espesiál, tenke fó-hateneba nia molok no adekuadu kona-ba:

Page 20: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

devem assegurar informações corretas, claras,precisas e objetivas sobre as suascaracterísticas, a qualidade, a quantidade, acomposição, o preço, a garantia, os prazos devalidade e a origem, entre outros, bem comosobre os riscos que apresentam à saúde esegurança dos consumidores.

2. A oferta e informação sobre os bens eserviços são prestadas numa das duas línguasoficiais.

3. O fornecedor deve informar expressamenteo consumidor quando os bens fornecidos sejamusados, tenham alguma deficiência, ou tenhamusado na sua produção ou elaboração materiaisou peças usadas.

4. Nos contratos de prestação de serviços cujoobjeto seja a reparação de qualquer tipo debens, o fornecedor obrigase a utilizar nareparação, a expensas suas, todos os materiaise equipamentos necessários ao bem, devendoobter o consentimento prévio do consumidorpara o uso de materiais usados.

Artigo 22.ºPublicidade e preços

1. A publicidade que mencione o preço devenda dos bens ou serviços deve indicar deforma clara e perfeitamente visível o preçoexpresso na moeda com curso legal no país,incluindo quaisquer taxas e impostosaplicáveis.

2. Os bens expostos em vitrinas, prateleiras,montras e outros suportes de exposição, devemser acompanhados do preço e, caso aplicável,da possibilidade e condições de concessão decrédito associado.

3. A publicidade escrita ou impressa e oscatálogos, quando mencionem o preço devenda, devem indicar igualmente o preço da

a) Presu bein ka servisu iha osan ne’ebé makauza hela tuir dalan legál iha país ne’e;

b) Montante osan-funan sira bainhira seluatrazadu no tasa anuál efetiva osan-funan sira-nian;c) Akrésimu sira ne’ebé prevee tiha ona tuir lei;d) Númeru no periodisidade prestasaun sira-nian;e) Soma totál ne’ebé atu selu ho no lahófinansiamentu.

2. Osan-funan sira bainhira selu atrazadumaihosi inkumprimentu obrigasaun sira ihaninia termu, la bele sa’e boot liu ba % 2 hosivalór prestasaun.

3. Sei garante ba konsumidór selu molok tihatusan, hotu ka balu, liuhosi redusaunproporsionál ba osan-funan sira nomósakrésimu sira seluk.

Artigu 19.ºSelu osan oituan-oituan to’o ramata

Iha kontratu kompra-venda ba bein movel siraliuhosi selu osan oituan-oituan to’o ramata,hanesan mós ho alienasaun fidusiáriu ihagarantia, sei konsidera nulu no la iha efeitu idakláuzula sira ne’ebé estabelese perda totál hosiprestasaun be selu tiha ona, be fó benefísiu bakredór ne’ebé hili tuir rezolusaun kontratumolok saran bein, bainhira ko’alia kona-bainkumprimentu.

Kapítulu VPrátika komersiál sira

Artigu 20.ºPrátika abuziva sira

Page 21: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

unidade.

Artigo 23.ºPromoções e ofertas

Em caso de promoções e ofertas de bens eserviços em condições especiais, o fornecedordeve informar o consumidor das condiçõesaplicáveis e respetiva duração.

Artigo 24.ºObrigatoriedade de orçamento

1. O fornecedor de serviços é obrigado aentregar ao consumidor um orçamento prévio eescrito, com indicação do valor da mão deobra, dos materiais e equipamentos a seremempregues e respetivo valor, das condições depagamento, bem como das datas de início etermo da prestação do serviço.

2. Salvo estipulação em contrário, o valorindicado no orçamento é válido pelo prazo dedez dias, contado de seu recebimento peloconsumidor.

3. Uma vez aprovado pelo consumidor, oorçamento obriga os contraentes e apenas podeser alterado mediante acordo das partes.

4. O consumidor não responde por quaisquerónus ou acréscimos decorrentes da contrataçãode serviços de terceiros, nos termos docontrato.

Artigo 25.ºCobrança de débitos

1. Na cobrança de débitos, o consumidor deveser tratado com urbanidade, não devendo sersubmetido a qualquer tipo de constrangimentoou ameaça.

2. O consumidor a quem for cobrado quantiaindevida tem direito ao reembolso, por valorigual ao dobro do que pagou em excesso,acrescido de juros legais, salvo hipótese de

1. Sei habandu prátika komersiál abuziva sira.

2. Sei konsidera prátika abuziva sira hanesantuirmai ne’e nomós prátika sira seluk tan:

a) Kondisiona fornesimentu bein ka servisu bafornesimentu hosi bein seluk ka servisuhanesan mós ho, lahó justa kauza, limitekuantitativu sira;

b) Rekuza lahó justifikasaun fornesimentu beinka prestasaun servisu sira;

c) Haruka ka entrega ba konsumidór, laihahahusuk prévia, bein sasá de’it ka forneseservisu ne’ebé de’it;

d) Hetan vantajen boot liu hosi frakeja kaignoránsia konsumidór nian tan lahatene kanakloke hela ba susar, maihosi ninia kondisaunpesoál, ekonómika ka sosiál atu impoin niniabein ka servisu sira;

e) Hala’o servisu lahó elaborasaun orsamentuprévia no autorizasaun espresa hosikonsumidór, exetu servisu sira ne’ebé maihosiprátika be temi liubá entre parte sira;

f) Transmite ba ema datoluk informasaundepresiativa, kona-ba atu ne’ebé konsumidórpratika bainhira ezerse ninia direitu sira;

g) Tau iha merkadu bein ne’ebé de’it ka servisula haktuir norma legál nomós regulamentuaplikavel sira;

h) Hasa’e presu bein no servisu sira lahó justakauza;

Page 22: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

engano justificável.

CAPÍTULO VISanções

Artigo 26.ºInfrações e sanções administrativas

1. As infrações às normas de proteção e defesados consumidores ficam sujeitas, conforme ocaso e sem prejuízo das sanções de naturezacivil, penal e das definidas em normasespecíficas, às seguintes sançõesadministrativas:

a) Coima;

b) Apreensão do bem;

c) Inutilização do bem;

d) Proibição de produção do bem;

e) Suspensão de fornecimento de bens ouserviços;

f) Suspensão temporária de atividade;

g) Revogação de autorização de exercício deatividade;

h) Interdição, total ou parcial, deestabelecimento, de obra ou de atividade.

2. A coima deve ser graduada de acordo com agravidade da infração, a vantagem auferida e acondição económica do fornecedor.

3. A qualificação da gravidade das infrações, oscritérios de aplicação das sanções bem como oprocedimento de aplicação das sançõesreferidas neste artigo são regulados emdiploma próprio.

4. As sanções previstas neste artigo sãoaplicadas pela autoridade administrativa

i) La hakerek prazu ba kumprimentuobrigasaun ninian ka la fiksa ninia termu inisiálba ninia kritériu eskluzivu.

3. Servisu sira ne’ebé halo tiha ona no bein beharuka ka saran tiha ba konsumidór, ihaipóteze be prevee iha alínea c), hanesan hoamostra grátis sira, la iha obrigasaun hodi seluhosi parte konsumidór nian.

Artigu 21.ºOferta bein no servisu sira

1. Oferta no aprezentasaun bein ka servisu siratenke garante informasaun sira loloos,momoos, presiza no objetiva kona-ba niniakarakterístika, kualidade, kuantidade,kompozisaun, presu, garantia, prazu siravalidade no orijen nian, hosi sira seluk tan,hanesan mós ho risku sira be aprezenta basaúde no seguransa konsumidór sira-nian.

2. Oferta no informasaun kona-ba bein noservisu sira sei fó iha dalen ofisiál rua ne’e ida.

3. Fornesedór tenke fó-hatene ho loloos bakonsumidór bainhira bein sira ne’ebé fornesesei uza, iha mós defisiénsia balu ka uza ihaninia produsaun ka elaborasaun materiál kapesa uzada sira.

4. Iha kontratu sira prestasaun servisu nian,ne’ebé ho ninia objetu maka reparasaun ba tipubein sasá de’it, fornesedór tenke utiliza ihareparasaun, ninia osan rasik, materiál noekipamentu hotu-hotu ne’ebé presiza ba beinne’e, tenke hetan konsentimentu préviu hosikonsumidór hodi uza materiál uzadu sira.

Page 23: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

competente, sendo assegurado o direito dedefesa e o contraditório.

CAPÍTULO VIITutela de Direitos

Artigo 27.ºNulidade

1. Sem prejuízo do disposto em legislaçãoespecífica, qualquer convenção ou disposiçãocontratual que exclua ou restrinja os direitosatribuídos pela presente lei é nula.

2. A nulidade referida no número anteriorapenas pode ser invocada pelo consumidor ouseus representantes.

3. Sem prejuízo do disposto no n.º 1 dopresente artigo, o consumidor pode optar pelamanutenção do contrato quando apenasalgumas das suas cláusulas forem nulas.

Artigo 28.ºProteção jurídica

1. Aos consumidores é assegurada a defesa dosseus direitos e interesses protegidos pelapresente lei.

2. Para a defesa dos direitos e interessesprotegidos pela presente lei são admissíveistodas as ações adequadas à sua tutela.

Artigo 29.ºMinistério Público e Defensoria Pública

Ao Ministério Público e à Defensoria Públicaincumbe também a defesa dos consumidores,no âmbito da presente lei e no quadro dasrespetivas competências, intervindo oMinistério Público em ações administrativas ecíveis tendentes à tutela de interesses geraisdos consumidores e a Defensoria Públicarepresentando os cidadãos com insuficientesrecursos económicos que a ela recorram para o

Artigu 22.ºPublisidade no presu sira

1. Publisidade ne’ebé temi presu venda babein ka servisu sira-nian, tenke hatudu hololoos no bele haree ho di’ak presu espresu ihaosan ne’ebé maka uza hela tuir lei iha paísne’e, inklui tasa ne’ebé de’it nomós impostuaplikavel sira.

2. Bein sira ne’ebé tau iha vidru laran hodi haloamostra, prateleira, montra no suporte hirakseluk hodi halo espozisaun, tenke akompaña hopresu no, kazu aplikavel, posibilidade nokondisaun sira hodi fó kréditu asosiadu.

3. Publisidade eskrita ka imprensa no katálogusira bainhira temi presu venda nian, tenkehatudu mós presu unidade nian.

Artigu 23.ºPromosaun no oferta sira

Bainhira iha promosaun no oferta ba bein noservisu sira iha kondisaun espesiál, fornesedórtenke fó-hatene ba konsumidór kondisaunaplikavel sira nomós ninia durasaun.

Artigu 24.ºObrigatoriedade orsamentu nian

1. Fornesedór ba servisu sira tenke saran bakonsumidór orsamentu préviu ida no hakerekkona-ba materiál no ekipamentu sira ne’ebé atuuza no valór rasik, kondisaun pagamentu nianhanesan mós ho data sira atu hahú no ramataprestasaun servisu ho indikasaun valór atu selubadaen.

Page 24: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

exercício dos seus direitos previstos napresente lei.

CAPÍTULO VIIIAssociações de consumidores

Artigo 30.ºAssociações de consumidores

1. As associações de consumidores sãodotadas de personalidade jurídica, sem finslucrativos e com o objetivo principal deproteger os direitos e os interesses dosconsumidores em geral ou dos consumidoresseus associados.

2. As associações de consumidores podem serde âmbito nacional ou local, consoante a área aque circunscrevam a sua ação e tenham, pelomenos, cem ou dez associados, respetivamente.

3. As associações de consumidores podem serainda de interesse genérico ou de interesseespecífico:

a) São de interesse genérico as associações deconsumidores cujo fim estatutário seja a tutelados direitos dos consumidores em geral e cujosórgãos sejam livremente eleitos pelo votouniversal e secreto de todos os seus associados;

b) São de interesse específico as demaisassociações de consumidores de bens eserviços determinados, cujos órgãos sejamlivremente eleitos pelo voto universal e secretode todos os seus associados.

4. Para efeitos do seu registo, as associações deconsumidores seguem os trâmites previstospara demais pessoas coletivas sem finslucrativos, nos termos a regulamentar.

Artigo 31.ºDireitos das associações de consumidores

1. As associações de consumidores gozam dos

2. Exetu estipulasaun oin seluk fali, valórne’ebé maka indika iha orsamentu nu’udarválidu tuir prazu loron-sanulu, hahú sura hosiloron ne’ebé konsumidór simu.

3. Bainhira konsumidór aprova, orsamentune’e obriga kontraente sira no bele haloalterasaun de’it liuhosi akordu parte sira-nian.

4. Konsumidór la hatán ba ónus ka akrésimusasá de’it ne’ebé maihosi kontratasaun servisusira hosi ema datoluk tuir kontratu ida-ne’e.

Artigu 25.ºKobransa ba débitu sira

1. Iha kobransa débitu sira, konsumidór tenkehetan tratamentu ho forma ne’ebé di’ak nosivilizadu, la bele uza tipu konstranjimentune’ebé de’it ka ameasa.

2. Konsumidór maka ema ne’ebé halokobransa ba kuantia indevidu iha direitu hodihetan reembolsu tuir valór ne’ebé hanesan bavalór dobru duke selu resik tiha ona, tau-hamutuk tan ho osan-funan legál sira, exetuipóteze hosi enganu justifikavel.

KAPÍTULU VISansaun sira

Artigu 26.ºInfrasaun no sansaun administrativa sira

1. Infrasaun ba norma sira hodi fó protesaun nodefeza ba konsumidór sira sei sujeita tuir kazuno la sakar fali sansaun ho natureza sivíl, penálnomós sansaun sira ne’ebé maka define ihanorma espesífika sira, maka hanesan sansaunadministrativa sira tuirmai:

a) Koima;

Page 25: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

seguintes direitos:

a) Estatuto preferencial para a discussão dematérias que digam respeito à política deconsumidores, nomeadamente traduzido naindicação de representantes para órgãos deconsulta ou concertação que se ocupem damatéria;

b) Direito de antena na rádio e na televisão;

c) Direito a representar os consumidores noprocesso de consulta e audição públicas arealizar no decurso da tomada de decisõessuscetíveis de afetar os direitos e interessesdaqueles;

d) Direito a solicitar, junto das autoridadesadministrativas ou judiciais competentes, aapreensão e retirada de bens do mercado ou ainterdição de serviços lesivos dos direitos einteresses dos consumidores;

e) Direito a solicitar a correção e a responderao conteúdo de mensagens publicitáriasrelativas a bens e serviços postos no mercado,bem como a requerer, junto das autoridadescompetentes, que seja retirada do mercadopublicidade enganosa ou abusiva;

f) Direito a consultar os processos e demaiselementos existentes nas repartições e serviçospúblicos da administração que contenhamdados sobre as características de bens eserviços de consumo e de divulgar asinformações necessárias à tutela dos interessesdos consumidores; g) Direito a serem esclarecidas sobre aformação dos preços de bens e serviçosprestados pelo Estado, por empresas públicasou por entidades detentoras de direitos deexploração pública em regime deexclusividade, sempre que o solicitem;

b) Apreensaun bein nian;

c) La utiliza bein;

d) Habandu hodi prodús bein;

e) Suspensaun ba fornesimentu bein ka servisusira;

f) Suspensaun temporária ba atividade;

g) Revogasaun ba autorizasaun hodi ezerseatividade;

h) Habandu totál ka parsiál estabelesimentu,obra ka atividade.

2. Koima tenke fó sukat tuir gravidadeinfrasaun nian, vantajen ne’ebé hetan nomóskondisaun ekonómika fornesedór nian.

3. Kualifikasaun ba gravidade infrasaun sira-nian, kritériu hodi aplika sansaun hanesan mósho prosedimentu aplikasaun sansaun sira-nian,ne’ebé temi iha artigu ida-ne’e, sei regula ihadiploma rasik.

4. Sansaun sira ne’ebé prevee iha artigu ida-ne’e, autoridade administrativa kompetente seiaplika hodi garante nafatin direitu hodi halodefeza nomós direitu kontraditóriu nian.

KAPÍTULU VIITutela ba Direitu sira

Artigu 27.ºNulidade

1. La sakar fali saida maka prevee tiha ona ihalejizlasaun espesífika, konvensaun ka

Page 26: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

h) Direito a serem ouvidas nos processos deregulação de preços de fornecimento de bens ede prestações de serviços essenciais,nomeadamente nos domínios da água, energia,gás, transportes e comunicações, e a receber osesclarecimentos sobre as tarifas praticadas e aqualidade dos serviços, por forma a poderempronunciar-se sobre elas;

i) Direito a solicitar aos laboratórios oficiais arealização de análises sobre a composição ousobre o estado de conservação e demaiscaracterísticas dos bens destinados ao consumopúblico e de tornarem públicos oscorrespondentes resultados, devendo o serviçoser prestado segundo tarifa que não ultrapasseo preço de custo;

j) Direito à presunção de boa-fé dasinformações por elas prestadas;

k) Direito de queixa e denúncia, bem como deexercerem os direitos conferidos aos lesadosem sede de processo penal e a acompanharemo processo contraordenacional, quando orequeiram, apresentando memoriais, parecerestécnicos, sugestão de exames ou outrasdiligências de prova até que o processo estejapronto para decisão final;

l) Direito à isenção do pagamento de custas;

m) Direito a receber apoio do Estado, para aprossecução dos seus fins, nomeadamente noexercício da sua atividade no domínio daformação, informação e representação dosconsumidores;

n) Direito a benefícios fiscais idênticos aosconcedidos ou a conceder às pessoas coletivasde interesse público.

2. Os direitos previstos nas alíneas a) e b) donúmero anterior são exclusivamente conferidosàs associações de consumidores de âmbitonacional e de interesse genérico.

dispozisaun kontratuál ne’ebé de’it maka hasaika hakloot direitu sira ne’ebé lei ida-ne’eatribui sei konsidera nu’udar nulu.2. Nulidade ne’ebé temi iha númeru liubá,konsumidór de’it maka bele invoka ka niniasaseluk sira.

3. La prejudika fali sai maka hakerek iha n.º 1hosi artigu ida-ne’e nian, konsumidór bele hilihodi hadia kontratu bainhira kláuzula sira balude’it maka sai nu’udar nulu.

Artigu 28.ºProtesaun jurídika

1. Ba konsumidór sira sei garante defeza kona-ba ninia direitu no interese sira, ne’ebé makalei ida-ne’e proteje.

2. Ba defeza direitu no interese ne’ebé lei ida-ne’e proteje sei admite asaun hotu-hotu beadekuada ba ninia tutela.

Artigu 29.ºMinistériu Públiku no Defensoria Públika

Ba Ministériu Públiku no Defensoria Públikaiha mós kompeténsia hodi halo defeza bakonsumidór sira, iha ámbitu lei ida-ne’e nian,no iha kuadru ba sira-nia kompeténsia rasik,Ministériu Públiku intervein iha asaunadministrativa no sivíl ho ninia objetivu hodifó tutela ba interese jerál ba konsumidór sira noDefensoria Públika reprezenta sidadaun sirane’ebé ho rekursu ekonómiku la natoon hodirekore ba Defensoria atu ezerse sira-nia direitune’ebé lei ida-ne’e prevee.

KAPÍTULU VIIIAsosiasaun ba konsumidór sira

Page 27: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

3. O direito previsto na alínea h) do n.º 1 éconferido às associações de interesse genéricoou de interesse específico quando esseinteresse esteja diretamente relacionado com obem ou serviço que é objeto da regulação depreços e, para os serviços de natureza nãoregional ou local, exclusivamente conferido aassociações de âmbito nacional.

Capítulo IXDisposições transitórias e finais

Artigo 32.ºRegulamentação

1. Compete ao Governo, no prazo de um ano,aprovar a legislação necessária para aimplementação da presente lei.

2. Para efeitos da efetivação dos interessesprevistos na lei, deve o Governo promover aexistência de um organismo próprio, destinadoao apoio às funções públicas de defesa eproteção dos consumidores.

3. O disposto nos n.ºs 4, 5, 6 e 7 do artigo 10.º,não se aplica nos dezoito meses subsequentes àdata da entrada em vigor deste diploma, àsinformações escritas relativas aos produtos eserviços existentes e disponíveis, naquela data,no mercado nacional.

Artigo 33.ºEntrada em vigor

A presente lei entra em vigor no dia seguinteao da sua publicação.

Aprovada em 10 de maio de 2016.

O Presidente do Parlamento Nacional,

Artigu 30.ºAsosiasaun ba konsumidór sira

1. Asosiasaun ba konsumidór sira hopersonalidade jurídika, lahó fin lukrativu noninia objetivu prinsipál atu proteje direitu nointerese konsumidór sira-nian enjerál kakonsumidór ninia asosiadu sira.

2. Asosiasaun ba konsumidór sira bele ihaámbitu nasionál ka lokál, tuir área ne’ebé kaertomak ninia asaun no asosiasaun sira ne’ebápelumenus, iha asosiadu sein ka sanulu.

3. Asosiasaun ba konsumidór sira bele mós hointerese jenériku ka interese espesífiku:

a) Interese jenériku maka asosiasaun bakonsumidór sira, ne’ebé ho nia fin estatutáriuhodi fó tutela ba direitu sira konsumidór nianenjerál no ho órgáun ne’ebé asosiadu sira hotu-hotu hili liuhosi votu universál no sekretu;

b) Nu’udar interese espesífiku maka asosiasaunsira seluk ba konsumidór bein no servisu siradeterminadu, ho órgáun ne’ebé asosiadu sirahotu-hotu hili liuhosi votu universál no sekretu.

4. Ba efeitu sira rejistu nian, asosiasaun bakonsumidór sira la’o-tuir trámite sira be preveeba ema koletiva sira seluk ne’ebé lahó finlukrativu tuir termu sira ne’ebé aturegulamenta ba.

Artigu 31.ºDireitu asosiasaun konsumidór sira-nian

1. Asosiasaun sira konsumidór nian goja direitusira tuirmai ne’e:

Page 28: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

Adérito Hugo da Costa

Promulgada em 5 de julho de 2016.

Publique-se.

O Presidente da República,

Taur Matan Ruak

a) Estatutu preferensiál ba diskusaun materiálsira ne’ebé ko’alia kona-ba polítikakonsumidór sira-nian, liuliu hatada indikasaunreprezentante sira ba órgáun konsulta kakonsertasaun nian ne’ebé sei simu knaar bamatéria ne’e;

b) Direitu ne’ebé asosiasaun sira iha hodihatada sira-nia programa rasik durante períudubalu ba programasaun iha rádiu no televizaun;

c) Direitu hodi reprezenta konsumidór sira ihaprosesu konsulta no audisaun públika ne’ebéatu halo bainhira foti desizaun be bele afetadireitu nomós interese konsumidór sira ne’ebánian;d) Direitu atu husu, hamutuk ho autoridadeadministrativa ka judisiál kompetente sira,apreensaun no hasai bein sira iha merkadu kahabandu servisu sira ne’ebé viola direitu nointerese konsumidór sira-nian;

e) Direitu atu husu hodi hadia no atu hatán bakonteúdu lia-menon publisitária nian kona-babein no servisu sira ne’ebé tau iha merkadu,hanesan mós ho atu husu, hamutuk hoautoridade kompetente sira katak sei hasai hosimerkadu publisidade bosok-teen ka abuziva.

f) Direitu atu halo konsulta ba prosesu noelementu ezistente sira iha repartisaun noservisu públiku sira administrasaun nian ne’ebékontein dadus kona-ba karakterístika sira beinno servisu konsumu nian no atu fó-saiinformasaun sira ne’ebé presiza hodi fó tutelaba interese konsumidór sira-nian;g) Direitu hodi hetan esklaresimentu kona-baformasaun bein no servisu sira-nia folin,ne’ebé Estadu presta, empreza públika ka

Page 29: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

entidade detentór ba direitu hodi haloesplorasaun públika iha rejime eskluzividadebainhira de’it husu ba sira.

h) Direitu hodi rona sira iha prosesu sira hodiregula presu fornesimentu bein no prestasaunservisu esensiál sira, liuliu bainhira ko’aliakona-ba bee, enerjia, gás, transporte nokomunikasaun, no atu simu esklaresimentu sirakona-ba tarifa ne’ebé realiza no kualidadeservisu hodi nune’e sira bele fó-sai kona-baprestasaun sira ne’ebá;

i) Direitu atu husu ba laboratóriu ofisiál sira atuhalo lalehat kona-ba kompozisaun ka estadukonservasaun nomós karakterístika hosi beinsira seluk ne’ebé hatada ba konsumu públikuno halo sai públiku rezultadu sira-ne’e rasik,servisu be halo ba, tenke tuir tarifa ne’ebé lahakat liu presu kustu nian;

j) Direitu hodi hetan prezunsaun ho boa-fékona-ba informasaun ne’ebé sira presta ba;

k) Direitu hodi halo keisa no denúnsia, hanesanmós ho ezersísiu ba direitu ne’ebé fó tiha onaba lezadu sira iha prosesu penál no sira atuakompaña prosesu kontraordenasionál,bainhira sira husu, aprezenta memoriál, paresértékniku sira, sujestaun ba ezame ka dilijénsiasira seluk hodi hetan prova to’o bainhiraprosesu ne’e prontu ba desizaun finál;

Direitu hodi hetan izensaun ba pagamentukustu sira;m) Direitu hodi simu apoiu hosi Estadu, hodikontinua halo ba oin ninia fin sira liuliubainhira ezerse ninia atividade iha domíniuformasaun, informasaun no reprezentasaun bakonsumidór sira;

Page 30: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

n) Direitu hodi hetan benefísiu fiskál sira besikhanesan ho saida maka fó tiha ona ka atu fó baema koletiva sira ne’ebé ho interese públiku.

2. Direitu sira ne’ebé prevee iha alínea a) no b)hosi númeru liubá nian fó de’it ba asosiasaunba konsumidór sira iha ámbitu nasionál ne’ebéhala’o knaar ba interese jenériku.

3. Direitu ne’ebé prevee iha alínea h) hosi n.º1sei fó ba asosiasaun sira ne’ebé ho interesejenériku ka interese espesífiku bainhira interesene’e relasiona kedas ho bein ka servisu ne’ebénu’udar objetu ba regularizasaun presu sira-nian no, ba servisu sira ho natureza la’ósrejionál ka lokál, fó de’it ba asosiasaun sira ihaámbitu nasionál.

Kapítulu IXDispozisaun tranzitória no finál sira

Artigu 32.ºRegulamentasaun

1. Governu iha kompeténsia hodi aprovalejizlasaun nesesária atu implementa lei ida-ne’e iha prazu tinan-ida.

2. Ba efeitu efetivasaun interese sira ne’ebéprevee iha lei ne’e, Governu tenke promoveezisténsia organizmu ida rasik hodi dedika baapoiu knaar públika sira hodi halo defeza no fóprotesaun ba konsumidór sira.

3. Saida maka hakerek iha n.º sira 4, 5, 6 no 7artigu 10.º nian sei la aplika iha fulan sanulu-resin-ualu tuirmai ba data ne’ebé diploma ida-ne’e hahú hala’o knar ho kbiit legál,informasaun eskrita sira kona-ba produtu noservisu ezistente no disponivel iha merkadu

Page 31: LEI N.º 8/2016 8 Jullu LEI DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR LEI

nasionál, iha data ne’ebá.

Artigu 33.ºHahú vigora

Lei ida-ne’e hahú vigora iha loron tuirmaihafoin loron publikasaun.

Hetan aprovasaun iha 10 Maiu 2016.

Prezidente Parlamentu Nasionál,

Adérito Hugo da Costa

Promulga iha 5 jullu 2016.

Bele publika.

Prezidente Repúblika,

Taur Matan Ruak