Lei 8 112 Material Complementar

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    Agentes Pblicos.

    Toda e qualquer pessoa fsica quedesempenhe atividade administrativa denominadaAgente Pblico, mesmo que esta funo tem sidocumprida por algumas horas, dias ou anos.

    Os agentes pblicos so um gnero do qualadvm diversas espcies. Pois inmeras pessoasprestam atividade administrativa, sendo que osvnculos entre esses agentes com o Poder Pblico oraso polticos, ora so profissionais, s vezes soduradouros, outras vezes so temporrios.

    Por isso, os agentes pblicos so divididos em:

    I - Agentes Polticos;

    II - Servidores Estatais;

    III - Militares;

    IV - Terceiros em colaborao com o PoderPblico.

    AGENTES POLTICOS

    Agentes polticos so aqueles que ocupam oscargos da mais elevada hierarquia de um Estado.Realizam a funo poltica primria do Estado,possuindo um vnculo de natureza poltica com oEstado.

    Segundo o professor Hely Lopes Meirelles osagentes polticos so os componentes do Governo

    nos seus primeiros escales, investidos em cargos,funes, mandatos ou comisses, por nomeao,eleio, designao ou delegao para o exerccio deatribuies constitucionais.

    Pela definio da doutrina mais tradicional, osagentes polticos so aqueles ocupantes das funesde chefes dos Poderes Executivos da unio, Estados-Membros, Distrito Federal e Municpios, bem como osseus assessores diretos.

    De igual forma, so considerados comoagentes polticos, os membros dos Poderes

    Legislativos da Unio, do Distrito Federal, dos EstadosMembros e dos Municpios.

    No entanto, existe uma tendncia atual de seconsiderar os Magistrados, os Membros do MinistrioPblico e do Tribunal de contas como AgentesPolticos.

    So agentes polticos:

    PRESIDENTE DA REPBLICA;

    MINISTROS DE ESTADO;

    GOVERNADORES DOS ESTADOS E DO DISTRITOFEDERAL;

    SECRETRIOS ESTADUAIS E DISTRITAIS;

    PREFEITOS MUNICIPAIS;

    SECRETRIOS MUNICIPAIS;

    SENADORES;

    DEPUTADOS FEDERAIS;

    DEPUTADOS ESTADUAIS E DISTRITAIS;

    VEREADORES;

    MAGISTRADOS

    MEMBROS DO MINISTRIO PBLICO

    MEMBROS DOS TRIBUNAIS DE CONTAS

    SERVIDORES DA CARREIRA DIPLOMTICA

    MILITARES

    os Militares seguem regime especial, com proibiesmaiores do que os outros agentes, em virtude dopapel institucional que lhe cabe. Assim, os militarestm um regime mais rgido do que os demais agentespblicos, podendo, inclusive, ocorrer priso

    administrativa, instituto impensvel para outrosprestadores de servios pblicos. Assim, a

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    Constituio Federal, aps a Emenda Constitucional19/98 tratou os militares como categoria a parte.

    TERCEIROS EM COLABORAO COM O PODERPBLICO

    Os terceiros em colaborao com o PoderPblico no fazem parte da intimidade daAdministrao Pblica, sendo que apenasmomentaneamente, por obrigao legal, contratual,ou voluntariamente, exercem atividadeadministrativa, o caso dos jurados, mesrios einscritos no servio militar obrigatrio (so oschamados agentes honorficos), prestadores de

    servio terceirizados (ex: advogado conhecidocontratado para interpor recursos perante osTribunais Superiores), os oficiais de registros pblicos,bem como aqueles que prestam servios notariais, ouainda, aqueles que se colocam como gestores denegcios pblicos em situaes de emergncia (ex: ospopulares que auxiliam os bombeiros a apagarincndios), os concessionrios, permissionrios edelegados de funes pblicas.

    SERVIDORES ESTATAIS

    Servidores Estatais, por seu turno, mantmcom o Estado um vnculo profissional. Entretm, comos Entes Estatais uma relao jurdica contratual ouinstitucional. Os Servidores Estatais se subdividemem:

    Servidores das pessoas governamentais dedireito privado;

    Servidores Temporrios;

    Servidores Pblicos.

    Os servidores das empresas estatais soaqueles que trabalham perante empresas pblicas,sociedades de economia mista e fundaesgovernamentais de direito privado, ou seja, tm comas pessoas de direito privado componentes daAdministrao Pblica indireta um vnculoempregatcio, regido pela Consolidao das Leis do

    Trabalho - CLT. Por isso, so tambm chamados deservidores celetistas ou de empregados pblicos.

    Aos mesmos aplicada a legislao trabalhistacomum. o caso dos servidores da Caixa EconmicaFederal, da Petrobrs e do Banco do Brasil.

    Os servidores temporrios so aquelescontratados para atender temporria necessidade deexcepcional interesse pblico. Por isso, essa categoriade servidores estatais no se submete a concursopblico. Vale ressaltar que os servidores temporriosno possuem cargos nem empregos, mas sim funesespeciais. Em nvel federal, os servidores temporriosesto tratados na Lei 8.745/1993.

    Os servidores das pessoas jurdicas de direitopblico da Administrao Pblica so denominados deServidores Pblicos ou servidores estatutrios.

    Segundo o Supremo Tribunal Federal, atravsde deferimento de liminar na ADIN 2135, as pessoas

    jurdicas de direito pblico s podem ter em seusquadros servidores estatutrios. As pessoas jurdicasde direito pblico so: A Unio, os Estados-Membros,o Distrito Federal e os Municpios, bem como as suasautarquias e fundaes pblicas.

    Assim, o art. 1 da Lei 8.112/90 enuncia que:Esta Lei institui o regime Jurdico dos ServidoresPblicos Civis da Unio, das Autarquias, inclusive asem regime especial, e das fundaes pblicasfederais.

    A aludida Lei ainda dispe sobre o conceito deServidor Pblico, nos seguintes termos:

    Art. 20: Para os efeitos desta Lei, servidor a

    pessoa legalmente investida em cargo pblico.

    Estando fixado o conceito de Servidor PblicoEstatutrio, necessrio se faz conceituar CargoPblico, por ser instituto essencial no DireitoAdministrativo.

    CARGOS PBLICOS

    Para que algum possa exercer funo pblicafaz-se necessrio que exista Lei expressa. o princpio

    da Legalidade Estrita, previsto no art. 37 daConstituio Federal, que dispe:

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    Art. 37: A administrao pblica direta e indireta dequalquer dos Poderes da Unio, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municpios obedecer aosprincpios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, aoseguinte: (...).

    A lei, ento, define uma srie de atribuies aserem exercidas pelos servidores pblicos. Como asatribuies so muitas, necessrio se faz que exista adefinio de quem far as funes em critrios dediviso do trabalho.

    A cada conjunto de atribuies definidos porLei, caber um vnculo com um servidor pblico, queter o dever institucional de cumprirescrupulosamente suas funes.

    Aquele conjunto de atribuies denominadode cargo pblico. O professor Celso Antonio Bandeirade Mello afirma que cargo pblico : adenominao dada mais simples unidade depoderes e deveres estatais a serem expressos por umagente.

    De toda a sorte, a Lei 8.112/90 tambm definecargo pblico, em seu art. 3 como sendo: CargoPblico o conjunto de atribuies eresponsabilidades previstas na estruturaorganizacional que devem ser cometidas a umservidor.

    ATENO: O ESTATUTO FEDERAL, LEI8.112/90, TRATA DO REGIME DE CARGOS PBLICOS.S PODE SER CONSIDERADO SERVIDOR PBLICO

    ESTATUTRIO FEDERAL O DETENTOR DE CARGOPBLICO EM NVEL FEDERAL.

    O vnculo entre o servidor ocupante de cargopblico e o Estado legal, ou seja, no h contratoestabelecido entre as partes, mas sim relao jurdicaque advm diretamente da Lei.

    Esta uma das diferenas existentes entre cargos eempregos pblicos. Estes so estabelecidos atravs decontrato de trabalho, regido pela CLT, enquanto que

    aqueles so ocupados nos termos da lei, atravs de

    um ato administrativo denominado de provimento,como mais tarde ser visto.

    Os cargos so acessveis a todos os brasileiros.Estatui o art. 37, I, da Constituio Federal afirma que:os cargos, empregos e funes pblicas soacessveis aos brasileiros que preencham osrequisitos estabelecidos em lei, assim como osestrangeiros, na forma da lei.

    Da mesma forma dispe o pargrafo nico doart. 3 da Lei 8.112/90 que: Os cargos pblicos,acessveis a todos os brasileiros, so criados por Lei,com denominao prpria e vencimento pago pelos

    cofres pblicos, para provimento em carter efetivoou em comisso

    Deve-se prestar ateno, pois podem assumircargos pblicos brasileiros natos e naturalizados, ouseja, no importa que determinada pessoa tenhanascido no estrangeiro e depois adquiridonacionalidade brasileira, poder, de qualquer forma,assumir cargo pblico.

    ATENO: ALGUNS CARGOS PBLICOS S

    PODEM SER OCUPADOS POR BRASILEIROS NATOS,CONFORME EST EXPRESSO NO ART. 12 DACONSTITUIO FEDERAL, SO ELES: PRESIDENTE EVICE PRESIDENTE DA REPBLICA, PRESIDENTE DACMARA DOS DEPUTADOS, PRESIDENTE DO SENADOFEDERAL, MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNALFEDERAL, CARREIRA DIPLOMTICA, OFICIAL DASFORAS ARMADAS, MINISTRO DE ESTADO DADEFESA.

    Por outro lado, certos cargos podem

    ser ocupados por estrangeiros, nos termos do 3 doart. 5, que enuncia: As universidades e instituiesde pesquisa cientfica e tecnolgica federais poderoprover seus cargos com professores, tcnicos ecientistas estrangeiros, de acordo com as normas eos procedimentos desta Lei.

    Fora as excees indicadas, os demais cargospodem ser ocupados por brasileiros natos ounaturalizados.

    De qualquer forma, aquele que detm cargopblico deve receber a contraprestao pelos servios

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    prestados, sendo pago pelos cofres pblicos. proibida a prestao de servios gratuitos, salvo oscasos previstos em lei.

    CLASSIFICAO DOS CARGOS PBLICOS:

    Os cargos pblicos podem ser classificados:

    I - Quanto situao perante o quadro funcional;

    A - Cargos em carreira;

    B - Cargos Isolados.

    Carreira, segundo o professor Jose dos SantosCarvalho Filho, pode ser entendida como o conjuntode classes funcionais em que seus integrantes vopercorrendo diversos patamares de que se constituia progresso funcional. As classes so compostas decargos que tenham as mesmas atribuies. Os cargosisolados que, embora integrando o quadro, noensejam o percurso progressivo do servidor.

    Se assim o , os quadros em carreirapermitem que ocorra um avano profissional atravs

    de um provimento denominado promoo. O que noocorre com os cargos isolados.

    Em uma segunda classificao, quanto sgarantias e caractersticas dos cargos, temos:

    A - Cargos Vitalcios;

    B - Cargos Efetivos;

    C - Cargos de Provimento em Comisso.

    Nessa classificao, os cargos esto divididosem relao garantia de permanncia de seusocupantes. A garantia contra perda de cargos pblicosrespeita ao princpio democrtico, ao no se permitirque ocorram disputas polticas, em prejuzo dosPrincpios Constitucionais, proibindo a manipulaodos servidores pblicos pelo agente polticoinescrupuloso.

    Os cargos vitalcios so os mais protegidos

    contra a perda, uma vez que seus ocupantes spodero perd-los por sentena judicial transitada em

    julgado, ou seja, sentena judicial da qual no caibamais nenhuma espcie de recurso. Fora esta hiptese,nenhum detentor de cargo vitalcio poder serforado a deixar o seu cargo.

    Atualmente, so cargos vitalcios, o demagistrado, de membro do Ministrio Pblico e osmembros dos Tribunais de contas. Verifica-se que peladefinio de agentes polticos adotada pela provaspara tribunais, que todos os ocupantes de cargosvitalcios so definidos como agentes polticos. Nemtodo cargo vitalcio acessvel atravs de concurso.Os magistrados de Tribunais, bem como os membrosdos Tribunais de Contas (Conselheiros e Ministros) so

    nomeados e empossados nos cargos atravs deprocedimento previsto na Constituio Federal edemais normas pertinentes.

    Os servidores ocupantes de cargos efetivosso a grande maioria no quadro funcional da Unio.Os cargos efetivos tm como caracterstica garantirema seus ocupantes, aps 3 anos de efetivo exerccio,estabilidade.

    Aps a aquisio da estabilidade, o ocupante

    de cargo efetivo s poder perd-lo em quatrohipteses: sentena judicial transitada em julgado,processo administrativo disciplinar, onde sejaassegurada ampla defesa e contraditrio, alm deprocesso peridico para avaliao de desempenho eexcesso de despesa com funcionalismo pblico (nocaso da Unio, se a despesa com o funcionalismoultrapassar 50% da receita corrente lquida, poderhaver exonerao de servidores estveis, desde quecumpridas todas as formalidades legais para tanto).

    Por ltimo, os ocupantes de cargos deprovimento em comisso, tambm denominados decargos de confiana, so aqueles livrementenomeveis e exonerveis pelas autoridadescompetentes. Ou seja, no necessitam de concursopblico para ingressar no servio pblico, comotambm no h qualquer processo especial para quesejam exonerados.

    Vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federaleditou Smula Vinculante, portanto de obrigatria

    obedincia acerca da nomeao para cargo deprovimento em comisso e funes de confiana,

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    visando limitar o nepotismo. A Smula Vinculante denmero 13 tem a seguinte redao:

    A nomeao de cnjuge, companheiro ou parenteem linha reta, colateral ou por afinidade, at oterceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante oude servidor da mesma pessoa jurdica investido emcargo de direo, chefia ou assessoramento, para oexerccio de cargo em comisso ou de confiana ou,ainda, de funo gratificada na administraopblica direta e indireta em qualquer dos Poderes daUnio, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicpios, compreendido o ajuste mediantedesignaes recprocas, viola a Constituio Federal.

    ATENO: a Smula Vinculante de nmero 13 do STFno se aplica nomeao de ministros e secretriosestaduais e municipais, por se tratarem de agentespolticos. Dessa forma, nada impede que um prefeitonomeie o irmo para ser secretrio municipal.

    So parentes de 3 grau: tios e sobrinhos doservidor ou autoridade ou de seus cnjuges.

    Estes cargos, tradicionalmente no Brasil, so

    denominados de nomeveis e exonerveis ad nutum.Os cargos de provimento em comisso podem serocupados por servidor de carreira ou no. No necessrio que seu ocupante seja previamenteservidor. No entanto, a Constituio Federal dispeque tais cargos sero ocupados por servidores decarreira nos termos, condies e percentuais mnimosprevistos em Lei.

    Ou seja, em regra podem os cargos deconfiana serem ocupados por quem seja servidor

    anteriormente ou no. No entanto, caber Leidefinir um percentual mnimo em que tais cargossero ocupados por servidores de carreira.

    claramente o quanto afirma o inciso V doart. 37 da Constituio Federal, com a seguinteredao: as funes de confiana exercidasexclusivamente por servidores ocupantes de cargoefetivo, e os cargos em comisso, a serempreenchidos por servidores de carreira nos casos,condies e percentuais mnimos previstos em lei,

    destinam-se apenas s atribuies de direo, chefiae assessoramento.

    ATENO: NO CONFUNDIR FUNES DECONFIANA COM CARGOS DE CONFIANA (CARGOSDE PROVIMENTO EM COMISSO), AQUELES SPODEM TER COMO OCUPANTES SERVIDORES DECARREIRA, O QUE NO ACONTECE COM ESSESLTIMOS.

    De qualquer forma, s podem ser criadoscargos de provimento em comisso, em se tratandode atividades de chefia, direo e assessoramento.Qualquer cargo em comisso criado fora dessas trsatividades estar contaminado por vcio deinconstitucionalidade, conforme ser melhor

    discriminado no item seguinte.

    CRIAO E EXTINO DE CARGOS PBLICOS

    Os cargos pblicos so criados e extintos porLei. Essa a regra. No entanto, existem algumasexcees. Os cargos da Cmara dos Deputados e doSenado Federal so criados atravs de ResoluoLegislativa.

    Os cargos no Poder Executivo Federal que

    estiverem vagos podem ser extintos atravs dedecreto do Presidente da Repblica, conformepreceitua o art. 84, VI, b da Constituio Federal.

    Apesar das excees, a CESPE jcobrou na questo abaixo indicada que os cargospblicos s podem ser criados e extintos por lei.

    (TRT 17 CESPE 2009) Com relao s disposiesda Lei n. 8.112/1990, julgue os itens a seguir.28 - Os cargos pblicos para provimento em carter

    efetivo ou em comisso somente podem ser criadospor lei. C

    De qualquer forma, os cargos pblicos semprepossuem nmero certo, no se podendo, em regra,exercer funes sem que existam cargos pblicos paraserem ocupados. Isto era mais freqente no passado,onde inmeras pessoas exerciam funes semocuparem cargos pblicos, eram os chamados extra-numerrios.

    Hoje essas hipteses so bem reduzidas. Spode haver exerccio de funes sem que investidura

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    em cargo pblico com autorizao legal ouconstitucional. Assim pode-se afirmar que a todocargo pblico corresponde uma funo, mas ocontrrio j no verdadeiro.

    Por outro lado, todo cargo tem umadenominao que lhe prpria, geralmente adenominao de um cargo vem com um nome e umnmero. Exemplo, Procurador Federal SegundaClasse. Isto serve para identificar a colocao do cargono quadro funcional, bem como as suas funes,direitos e deveres inerentes.

    Vale, ainda, ressaltar, que apesar que seguir

    um regime prprio de direito pblico, o chamadoregime estatutrio, os servidores pblicos tmaplicao de alguns direitos previstos para ostrabalhadores em geral. Com efeito, dispe aConstituio Federal, em seu art. 39, 3, que:Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo pblicoo disposto no art. 7, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI,XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a leiestabelecer requisitos diferenciados de admissoquando a natureza do cargo o exigir.

    O aludido dispositivo significa a aplicao aosservidores pblicos dos seguintes direitos:

    IV - salrio mnimo, fixado em lei, nacionalmenteunificado, capaz de atender a suas necessidadesvitais bsicas e s de sua famlia com moradia,alimentao, educao, sade, lazer, vesturio,higiene, transporte e previdncia social, comreajustes peridicos que lhe preservem o poderaquisitivo, sendo vedada sua vinculao paraqualquer fim;

    VII - garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo,para os que percebem remunerao varivel;VIII - dcimo terceiro salrio com base naremunerao integral ou no valor da aposentadoria;IX - remunerao do trabalho noturno superior dodiurno;XII - salrio-famlia pago em razo do dependente dotrabalhador de baixa renda nos termos da lei;XIII - durao do trabalho normal no superior a oitohoras dirias e quarenta e quatro semanais,facultada a compensao de horrios e a reduo da

    jornada, mediante acordo ou conveno coletiva detrabalho;

    XV - repouso semanal remunerado,preferencialmente aos domingos;XVI - remunerao do servio extraordinriosuperior, no mnimo, em cinqenta por cento donormal;XVII - gozo de frias anuais remuneradas com, pelomenos, um tero a mais do que o salrio normal;XVIII - licena gestante, sem prejuzo do emprego e

    do salrio, com a durao de cento e vinte dias;XIX - licena-paternidade, nos termos fixados em lei;XX - proteo do mercado de trabalho da mulher,mediante incentivos especficos, nos termos da lei;XXX - proibio de diferena de salrios, de exercciode funes e de critrio de admisso por motivo de

    sexo, idade, cor ou estado civil;

    CARGOS, EMPREGOS E FUNES

    Como visto no item anterior, revela-seimportante no Direito Administrativo a diferenaentre cargo, emprego e funo. Com relao aoscargos, revela a doutrina que trata-se de umcomplexo de atribuies criados e extintos por lei, emregra, com nmero certo, denominao prpria evencimentos pagos pelos cofres pblicos.

    Por conta disso, dispe o art. 4 da Lei8.112/90, que, em regra, proibida a prestao deservios gratuitos atravs de cargos pblicos, salvoexceo legalmente prevista.

    Pelo princpio da legalidade estrita, jestudado no presente curso, exige-se, em regra, queos cargos pblicos sejam criados por lei, ou por atoequivalente. Os cargos pertencentes ao CongressoNacional, como aplicao da tripartio de poderes,

    segundo a qual os Poderes da Repblica soindependentes e harmnicos entre si, so criados eextintos por resoluo do Senado Federal ou daCmara dos Deputados, dependendo de qual a CasaLegislativa o cargo se encontra lotado.

    Por outro lado, os cargospertencentes ao Poder Executivo Federal podem serextintos por decreto, isso desde que estejam vagos.

    Os cargos pblicos esto insertos em

    uma relao jurdica denominada investidura. Talrelao est subordinada ao Direito Pblico e possui

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    um natureza unilateral. Isso significa que a vontade doservidor s ser necessria na formao do vnculo,quando o mesmo aceita submeter-se a concursopblico, nomeao e posse. Tambm se admite avontade na extino, quando pode o servidorrenunciar ao seu cargo, o que denominado deexonerao a pedido. Mas, no entanto, no tem oservidor direito adquirido manuteno de todos osdireitos do vnculo, pois a prestao do servio atravsdo cargo pode ser modificada.

    A doutrina, portanto, seguindo extensajurisprudncia dos Tribunais Brasileiros tem entendidoque se torna possvel, atravs de lei, os direitos, os

    deveres, as atribuies e as responsabilidadesinerentes ao cargo ocupado, respeitando-se apenasaquelas que j aderiram ao patrimnio do servio eque portanto tornaram-se direito adquirido.Conforme leciona Regis Fernandes de Oliveira: Oingresso no funcionalismo opera-se por meio desujeio a um estatuto, isto , o servidor recebe,pronto, um plexo de normas que vai disciplinar suavida no mbito da Administrao Pblica. Talcircunstncia no outorga ao servidor ainalterabilidade do Estatuto. Nem a isso se obriga a

    Administrao. Como inalterveis so os interessespblicos, mutvel o vnculo que une servidor eAdministrao.1

    Como exemplo do quanto afirmado, oservidor pblico federal tinha direito a um adicionalpor tempo de servio, segundo o qual a cada 5 anosde efetivo exerccio, tinha o mesmo direito a 5% deadicional sobre o seu vencimento. Tal gratificao foiextinta por medida provisria. No entanto, aquelesque j tinham pelo menos 5 anos de servio e que j

    recebiam tal adicional por tempo de servio,continuaram a receb-lo, pois tal parcela integrou-sea seu patrimnio como direito adquirido. Apesardisso, no tem mais direito a acrscimos a esseadicional se completar outros 5 anos de servio aps aextino da referida vantagem pecuniria,permanecendo apenas com aquela j anteriormenterecebida que vai ser aumentada apenas nas revisesgerais de remunerao para o servidor pblico paramanter o seu valor real.

    1 OLIVEIRA, Regis Fernandes. Servidores pblicos. 2ed. So Paulo: Malheiros Editores, 2008, p. 34.

    Os cargos pblicos podem ser vitalcios,efetivos ou cargos em comisso, como ser melhorestudado na parte referente classificao dos cargospblicos.

    Os empregos, por outro lado, so plexos defunes, a serem exercidos por aqueles que tm coma Administrao Pblico um contrato de trabalho e,portanto, so regidos pela Consolidao das Leis doTrabalho, CLT, por isso mesmo so denominados deservidores celetistas. Ocorre, no entanto, que a atual

    jurisprudncia do STF tem determinado, inclusiveatravs da Ao Direta de Inconstitucionalidade, que

    as entidades de direito pblico s podem ter em seusquadros funcionais servidores estatutrios, existindoceletistas apenas em relao s pessoas jurdicas dedireito privado que compem a Administrao PblicaIndireta (fundaes governamentais e direito privado,empresas pblicas e sociedades de economia mista).At o julgamento final da citada ADIN proibida acontratao de novos servidores celetistas porpessoas de direito pblico, embora os que tenhamsito contratados sob este regime assim permaneamat o julgamento final da referida ao.

    O regime celetista se diferenciafundamentalmente do estatutrio. Isso porque aqueleadvm de contrato entre as partes, sendo poisbilateral, embora no se possa discutir as clusulasdesse contrato, sendo, pois, um contrato de adeso.Enquanto que no vnculo estatutrio, a relao advmdiretamente de lei, constituindo-se, como j afirmado,em uma relao unilateral, j que uma das partes(Administrao) tem por lei condies de modificarcertos detalhes do vnculo de ofcio, ou seja, sem

    provocao ou pedido do servidor, como acontece,por exemplo, na remoo de ofcio.

    Em feliz lio, Regis Fernandes de Oliveiravaticina: o regime diferente, isto , no regimeestatutrio, o servidor recebe um plexo de normasdetalhado, que pode ser alterado unilateralmentepelo Poder Pblico, enquanto que no regimeceletista, o empregado celebra contrato, embora deadeso, mas trata-se de vnculo bilateral e noaltervel unilateralmente.2

    2Op. cit. p. 33.

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    De outro lado, tem-se a funo. Costuma-sefalar em duas espcies de funo no direito brasileiro.A funo especial e a funo de confiana. A primeiraespcie exercida pelos servidores temporrios, que,nos termos do art. 37, IX, da Constituio Federalexercem atividade temporria e de excepcionalinteresse pblico. Por conta disso, no se submetemesses servidores regra do concurso pblico. Como setrata de uma situao excepcional, no pode sertratada como regra, pois o princpio daimpessoalidade exige o concurso, como uma formaobjetiva de escolha dos mais capacitados para oexerccio do cargo.

    Percebe-se, pois, que os servidorestemporrios no possuem cargos nem empregos, massim funo especial. Os direitos e deveres, bem comoo tempo de ocupao mximo na funo especial, emnvel federal, esto desenhados na Lei 8.475/1993. Deoutro lado, tem-se a funo de confiana.

    Ainda segundo Regis Fernandes de Oliveira,funo de confiana o plexo de atribuiesconferidas a determinado funcionrio de carreira em

    razo de vnculo existente entre o Chefe doExecutivo e o titular do cargo efetivo.3

    As funes de confiana no necessitam deprvio concurso pblico para que sejam ocupadas e spodem ser criadas para as atribuies de chefia,direo e assessoramento. Deve-se observar, pois,que no se pode confundir funo de confiana comcargo em comisso. Este ltimo tambm nonecessita de prvio concurso pblico. Ocorre, noentanto, que por ser cargo, o cargo em comisso pode

    ser exercido por quem no tem cargo algum, masapenas o de comisso. Apenas, vale ressaltar, aConstituio prev a criao de lei que indique umpercentual mnimo de cargos em comisso que spossam ser ocupados por servidores efetivos. Dessaforma, o cargo em comisso pode ser ocupado poraquele que tem cargo efetivo, bem como por aqueleque no tenha cargo algum.

    Por outro lado, as funes de confiana spodem ser ocupadas por quem j tenha cargo efetivo.

    3Op. cit. p. 31.

    A deciso acerca da atribuio ser exercida por cargoem comisso ou funo de confiana depende doEstado que dever criar cargos em comisso oufunes de confiana, segundo a discricionariedadeprpria do Administrador que dever enviar aolegislativo o projeto de lei referente criao do cargoou da funo. A Constituio nem a Lei definem qual aquantidade de cargos em comisso ou funes deconfiana podem ser criados, embora a doutrinaentenda que se deve guardar uma razoabilidade entreo nmero de cargos efetivos e cargos em comisso oufunes de confiana.4

    DA INVESTIDURA EM CARGOS PBLICOS

    Investidura o incio da relao jurdica entreo servidor e a entidade pblica. A investiduraacontece atravs de um ato administrativodenominado de PROVIMENTO.

    Segundo doutrina o professor Maral JustenFilho, provimento consiste em ato administrativounilateral, por meio do qual o Estado investe umparticular na condio de titular de um cargo, deprovimento efetivo ou discricionrio.

    De qualquer forma, para que algum sejainvestido em Cargos Pblico, necessrio se faz aconcorrncia de alguns requisitos, conforme trazidospela Lei 8.112/90. Desta forma, estatui o art. 5daquele Diploma Legal que:

    Art. 5o So requisitos bsicos para investidura emcargo pblico:

    I - a nacionalidade brasileira;

    II - o gozo dos direitos polticos;

    III - a quitao com as obrigaes militares eeleitorais;

    IV - o nvel de escolaridade exigido para o exercciodo cargo;

    V - a idade mnima de dezoito anos;

    4 OLIVEIRA, Regis Fernandes de. Op. cit. pp. 21-22.

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    VI - aptido fsica e mental.

    1o As atribuies do cargo podem justificar aexigncia de outros requisitos estabelecidos em lei.

    Como j visto anteriormente, necessrio sefaz a nacionalidade brasileira, seja a mesma nata ouatravs de naturalizao. Excetua-se o caso dosprofessores tcnicos e cientistas estrangeiros a sereminvestidos em cargos de instituies tcnicas ecientficas, bem como as universidades federais, nostermos do pargrafo 3 do art. 5 do Estatuto Federal.

    De igual sorte, se faz necessrio que a pessoa

    esteja em gozo de seus direito polticos. No podeocorrer a suspenso ou cassao dos direitos polticos,penas essas geralmente advindas de condenaes

    judiciais ou administrativas, nos termos do art. 15 daConstituio Federal, que dispe:

    vedada a cassao de direitos polticos,cuja perda ou suspenso s se dar nos casos de:I - cancelamento da naturalizao por sentenatransitada em julgado;II - incapacidade civil absoluta;

    III - condenao criminal transitada em julgado,enquanto durarem seus efeitos;

    IV - recusa de cumprir obrigao a todos imposta ouprestao alternativa, nos termos do art. 5, VIII;

    V - improbidade administrativa, nos termos do art.37, 4.

    Alm disso, deve a pessoa para ser investidaem cargo pblico comprovar a quitao de suas

    obrigaes eleitorais e de alistamento militar, estaltima exigncia para pessoas do sexo masculino.

    Deve ser comprovado quando da investidura,possuir o servidor o nvel de escolaridade exigido parao cargo, bem como a idade mnima de 18 anos. Ainda,deve ter aptido fsica e mental para ser investido nocargo pblico.

    Em virtude deste ltimo quesito, obrigatriaa submisso do servidor, antes que se complete a

    investidura a submeter-se a prvia inspeo mdica,realizada por rgos oficiais, no se permitindo a

    substituio daquela por inspeo realizada emclnicas particulares, sem Lei que a preveja.

    Desta forma, estatui o art. 14 da Lei 8.112/90que:

    A posse em cargo pblico depender deprvia inspeo mdica oficial.Pargrafo nico. S poder ser empossado aqueleque for julgado apto fsica e mentalmente para oexerccio do cargo.

    Alm dos requisitos apontados pelo art. 5,certos cargos podem exigir outros, sendo que essas

    novas exigncias devem ser justificadas para que nodesatendam o princpio da isonomia. Como exemplo,um cargo de guarda de penintenciria feminina podeexigir para sua investidura, que a candidata seja dosexo feminino, pois essa exigncia advm da naturezado cargo a ser ocupado.

    De qualquer forma, os requisitos parainvestidura em cargo pblico s podem ser exigidosna posse. Como exposto mais adiante, quando setrata do ato de provimento denominado nomeao, a

    investidura s ocorre com a assinatura do termo deresponsabilidade denominado posse.

    Existe um entendimento jurisprudencial,consubstanciado na Smula 266 do Superior Tribunalde Justia que: O diploma ou habilitao legal para oexerccio do cargo deve ser exigido na posse e no nainscrio para o concurso pblico.

    DO PERCENTUAL RESERVADO PARA PORTADORES DEDEFICINCIA.

    A Constituio federal dispe que seroreservados cargos para portadores de deficincia, nostermos da Lei. Afirma, pois, o art. 37, VIII, daConstituio federal que:

    a lei reservar percentual dos cargos e empregospblicos para as pessoas portadoras de deficincia edefinir os critrios de sua admisso.

    Como a Constituio Federal no define qual

    seria a deficincia, tem-se entendido que a reserva,

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    em regra, seria possvel tanto para deficientes fsicoscomo para deficientes mentais.

    O Estatuto Federal fixou o percentual mximode 20% de cargos para serem reservados por pessoasportadoras de deficincia fsica. Estatui, assim,pargrafo primeiro do art. 5, 2 da Lei 8.112/90que:

    s pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de se inscrever em concursopblico para provimento de cargo cujas atribuiessejam compatveis com a deficincia de que soportadoras; para tais pessoas sero reservadas at

    20% (vinte por cento) das vagas oferecidas noconcurso.

    Deve-se prestar ateno, pois s seroreservadas at 20% das vagas para pessoasportadoras de deficincias. Desta forma, se oconcurso foi realizado para preenchimento de 2vagas, no se poder falar de reserva. Esta s ocorrerse o concurso for realizado para preenchimento depelo menos 5 vagas, das quais 1 ser reservada paraportadores de deficincia fsica.

    S haver reserva se as atribuies do cargoforem compatveis com a deficincia apresentada.Assim, no haver reserva de vagas para todo equalquer cargo, mas apenas para aqueles queapresentem uma compatibilidade com certos tipos dedeficincia.

    DAS FORMAS DE PROVIMENTO.

    Como j afirmado, o ato atravs do qual se d

    a investidura denomina-se de provimento. Existemvrias formas de provimento, nos termos da Lei8.112/90. Antes de mais nada, no entanto, vale a penaressaltar que o provimento ato da autoridadecompetente. No caso do concurso para tcnico do TRFda Primeira Regio, a autoridade competente opresidente do Tribunal Regional Federal da PrimeiraRegio.

    Dispe o art. 6 da Lei 8.112/90 que:

    O provimento dos cargos pblicos far-se- medianteato da autoridade competente de cada Poder.

    A Lei 8.112/90 afirma que so formas deprovimento (art. 8):

    So formas de provimento de cargo pblico:I - nomeao;II - promoo;V - readaptao;VI - reverso;VII - aproveitamento;VIII - reintegrao;IX - reconduo.

    Existiam 2 outras formas de provimento,

    previstas pelos incisos III e IV do art. 8 do Estatuto.No entanto, a ascenso e a transferncia deixaram deser previstas, em virtude da derrogao trazida pelaLei 9.527/97.

    CLASSIFICAO DAS FORMAS DE PROVIMENTO

    A doutrina classifica as formas de provimentocomo sendo: originrias e derivadas.

    Segundo a professora Maria Sylvia Zanella Di

    Pietro, o provimento originrio o que se vinculainicialmente o servidor ao cargo, emprego ou funo;pode ser tanto a nomeao como a contratao,dependendo do regime jurdico de que se trate.

    Para aquela professora, ainda, o provimentoderivado pressupe: um vnculo anterior do servidorcom a Administrao.

    Cada forma de provimento ser analisada deper si. Comearemos com o provimento originrio,

    denominado nomeao.

    NOMEAO.

    A nomeao forma de provimento originriopor no pressupor anterior vnculo do servidor com oservio pblico ou com a carreira na qual est sendoinvestido.

    A investidura, em se tratando de nomeao,s se completa depois da posse. Por isso, faz-se

    necessria a interpretao de 2 dispositivos legais

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    complementares. Assim, estatui o art. 7 da Lei8112/90 que:

    A investidura em cargo pblico ocorrer com aposse.

    O art. 13, em seu pargrafo 4, do EstatutoFederal dispe que: S haver posse nos casos deprovimento de cargo por nomeao.

    Interpretando o quanto disposto peloEstatuto, pode-se observar que somente nainvestidura atravs de nomeao que se faznecessria a posse. O instituto da posse ser analisado

    nos prximos itens. Antes porm, deve-se afirmar, porser de elevada importncia, que o ato de nomeao,em se tratando de cargos de provimento efetivo,necessita ser precedido por concurso pblico.

    CONCURSO PBLICO.

    Concurso Pblico, nos dizeres de MaralJusten Filho, pode ser entendido como; .

    A Constituio federal impe a realizao de

    concurso pblico, ao afirmar, em seu art. 37, II, que:

    a investidura em cargo ou emprego pblicodepende de aprovao prvia em concurso pblicode provas ou de provas e ttulos, de acordo com anatureza e a complexidade do cargo ou emprego, naforma prevista em lei, ressalvadas as nomeaespara cargo em comisso declarado em lei de livrenomeao e exonerao.

    O concurso pblico ter prazo de validade de

    at 2 anos, nos termos do art. 37, III, da Constituio edo art. 12 da Lei 8112/90, que determinam:

    Art. 37, III, da CF: o prazo de validade do concursopblico ser de at dois anos, prorrogvel uma vez,por igual perodo.

    Art. 12 da Lei 8.112/90: O concurso pblico tervalidade de at 2 (dois) anos, podendo serprorrogado uma nica vez, por igual perodo. 1o O prazo de validade do concurso e as condies

    de sua realizao sero fixados em edital, que ser

    publicado no Dirio Oficial da Unio e em jornaldirio de grande circulao.

    ATENO: A PRORROGAO S PODEOCORRER PELO MESMO PRAZO FIXADO PARA AVALIDADE. DESTA FORMA, SE A VALIDADE DOCONCURSO FOI DE 2 ANOS, A PRORROGAO SPODE SER DE MAIS 2 ANOS. SE A VALIDADEINICIALMENTE FIXADA FOI DE 1 ANO, APRORROGAO S PODE SER POR MAIS 1 ANO.MESMO ASSIM, S PERMITIDO PRORROGAR PORUMA NICA VEZ.

    Verifica-se que proibido se realizar outro

    concurso quando ainda vlido o anteriormente feito. o que se extrai do previsto no pargrafo segundo doart. 12 da Lei 8.112/90, nos seguintes termos:

    No se abrir novo concurso enquanto houvercandidato aprovado em concurso anterior com prazode validade no expirado.

    Mas se este dispositivo desrespeitado,mesmo assim o outro recurso realizado no ser nulo.No entanto, as pessoas aprovadas no concurso

    anterior tero preferncia para ocupar os cargosvagos. o que determina o art. 37, IV, da ConstituioFederal:

    Durante o prazo improrrogvel previsto no edital deconvocao, aquele aprovado em concurso pblicode provas ou de provas e ttulos ser convocado comprioridade sobre novos concursados para assumircargo ou emprego, na carreira.

    POSSE

    Aps a realizao do concurso, seusaprovados podero ser nomeados para os cargos queestiverem vagos. Ocorre que a investidura s sercompleta com a posse. (logicamente em se tratandode provimento atravs de nomeao).

    A posse nada mais do que assinatura de umtermo, onde h compromisso daquele que ir assumiro cargo pblico. Assim, determina o art. 13 da Lei8.112/90 que:

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    A posse dar-se- pela assinatura do respectivotermo, no qual devero constar as atribuies, osdeveres, as responsabilidades e os direitos inerentesao cargo ocupado, que no podero ser alteradosunilateralmente, por qualquer das partes,ressalvados os atos de ofcio previstos em lei.

    Deve-se ressaltar que a posse ter que ocorrerno prazo improrrogvel de 30 dias, contados do atode nomeao. Segundo do 1, do art. 13 do EstatutoFederal:

    A posse ocorrer no prazo de trinta dias contadosda publicao do ato de provimento.

    No entanto, a prpria Lei 8.112/90, trazexceo ao quanto visto ao estabelecer que, emalguns casos, possvel que o prazo de 30 dias sejainiciado em momento posterior publicao do atode nomeao.

    Preste-se ateno que em momento algum aLei isenta o Servidor do cumprimento do prazo de 30dias para ser empossado aps a nomeao. Adiferena que em alguns casos, previstos pelo

    pargrafo 2 do art. 13, o momento da contagem dos30 dias diferenciado.

    Assim, para que a exceo seja aplicada,necessrio se faz que o nomeado para cargo pblicoseja anteriormente servidor pblico, ocupante, porbvio, de cargo em carreira diversa, nos termos do 2, do art. 13, do Estatuto, que dispe:

    Em se tratando de servidor, que esteja na data depublicao do ato de provimento, em licena

    prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastadonas hipteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alneas "a","b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo sercontado do trmino do impedimento

    Assim, ser o prazo iniciado se o servidorestiver com submetido s seguintes licenas eimpedimentos:

    I - Licenas:

    A - por motivo de doena em pessoa da famlia;

    B - para o servio militar;

    C - para capacitao;

    II - Afastamentos:

    A - frias;

    B - participao em programa de treinamentoregularmente institudo, conforme dispuser oregulamento;

    C - jri e outros servios obrigatrios por lei;

    D - licena:

    D.1. - gestante, adotante e paternidade;

    D.2. - para tratamento da prpria sade, at o limitede vinte e quatro meses, cumulativo ao longo dotempo de servio pblico prestado Unio, em cargode provimento efetivo;

    D.3. - por motivo de acidente em servio ou doenaprofissional;

    D.4 - para capacitao, conforme dispuser oregulamento;

    D.5. - por convocao para o servio militar;

    E - deslocamento para a nova sede de que trata o art.18;

    F - em competio desportiva nacional ouconvocao para integrar representao desportiva

    nacional, no Pas ou no exterior, conforme dispostoem lei especfica.

    Com a posse, comeam a incidir osimpedimentos dos Servidores Pblicos, pois, a partirdeste momento que se completou a sua investiduraem cargo pblico. Uma vez que a posse assuno decompromisso, pode a mesma ser feita por procurador,desde que portador de procurao com poderesespecficos, nos termos do 3 do art. 13 da Lei8.112/90, que estatui:

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    A posse poder dar-se mediante procuraoespecfica.

    Deve-se observar que no ato da posse sernecessrio que o servidor faa uma declarao debens, bem como uma declarao que no ocupa outrocargo que seja inacumulvel com o cargo em que sedeseja a posse.

    Nestes termos encontra-se o art. 13, 5, doEstatuto Federal, que dispe que: No ato da posse, oservidor apresentar declarao de bens e valoresque constituem seu patrimnio e declarao quantoao exerccio ou no de outro cargo, emprego ou

    funo pblica.

    Como lembrete, j que afirmadoanteriormente, no haver posse sem que hajasubmisso do nomeado a inspeo mdica oficial, nostermos do art. 14 da Lei 8.112/90.

    ATENO: SE A POSSE NO OCORRER NOPRAZO LEGAL DE 30 DIAS, A NOMEAO SERTORNADA SEM EFEITO. O PRAZO DE 30 DIAS NOADMITE PRORROGAO. O QUE PRECEITUA O ART.

    13, 6 DO ESTATUTO.

    EXERCCIO

    O efetivo exerccio ocorrer aps a posse esignifica a efetivo incio do trabalho do servidor, emcumprimento das atribuies do cargo. Desta forma,estatui o art. 15 da Lei 8.112/90 que:

    Exerccio o efetivo desempenho das atribuiesdo cargo pblico ou da funo de confiana.

    Aps a posse, o servidor tem o prazo de 15dias para entrar em efetivo exerccio de suasatribuies. o que afirma o pargrafo primeiro doart. 15 da Lei 8.112/90:

    de quinze dias o prazo para o servidor empossadoem cargo pblico entrar em exerccio, contados dadata da posse.

    Se o servidor no entrar em efetivo exerccio,

    nos termos do 2 do art. 15, ser o mesmoexonerado do cargo. Assim: O servidor ser

    exonerado do cargo ou ser tornado sem efeito o atode sua designao para funo de confiana, se noentrar em exerccio nos prazos previstos neste artigo,observado o disposto no art. 18.

    ATENO: SE NO OCORRER O EXERCCIO DASATRIBUIES DO CARGO NOS 15 DIAS, ANOMEAO MANTIDA, NO ENTANTO, OCORRERA EXEONERAO DO SERVIDOR DO CARGOOCUPADO, SITUAO DIVERSA DE QUANDO NOOCORRE A POSSE NOS 30 DIAS.

    A competncia para dar o exerccio aoservidor da autoridade competente do rgo em

    que o servidor estar vinculado. Segundo o pargrafoterceiro do art. 15: autoridade competente dorgo ou entidade para onde for nomeado oudesignado o servidor compete dar-lhe exerccio.

    Tambm, segundo o pargrafo quarto daqueleart.: O incio do exerccio de funo de confianacoincidir com a data de publicao do ato dedesignao, salvo quando o servidor estiver emlicena ou afastado por qualquer outro motivo legal,hiptese em que recair no primeiro dia til aps o

    trmino do impedimento, que no poder exceder atrinta dias da publicao.

    ATENO: NO SE DEVE CONFUNDIR FUNO DECONFIANA COM CARGO DE CONFIANA. ESTE PODESER OCUPADO POR QUALQUER PESSOA QUEPREENCHA OS REQUISITOS LEGAIS, ENQUANTO QUEA FUNO DE CONFIANA S PODE SER EXERCIDAPOR OCUPANTES DE CARGOS EM CARREIRA.

    vlido afirmar, ainda, que todo servidor

    pblico possui um assento funcional que soanotaes de toda a sua vida profissional, que ficamregistradas na entidade qual se encontra vinculado.

    Por isso, estatui o art. 16 que: O incio, asuspenso, a interrupo e o reincio do exercciosero registrados no assentamento individual doservidor.Pargrafo nico. Ao entrar em exerccio, o servidorapresentar ao rgo competente os elementosnecessrios ao seu assentamento individual.

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    Tambm, segundo o art. 17 do estatutoFederal: A promoo no interrompe o tempo deexerccio, que contado no novo posicionamento nacarreira a partir da data de publicao do ato quepromover o servidor.

    DA MUDANA DE SEDE DO SERVIDOR

    Todo servidor que mudar a sede de seutrabalho, deslocando-se para outro municpio, terdireito a um prazo para que se reinicie o exerccio.Desta forma, estatui o art. 18 da Lei 8.112/90 que:

    O servidor que deva ter exerccio em outro

    municpio em razo de ter sido removido,redistribudo, requisitado, cedido ou posto emexerccio provisrio ter, no mnimo, dez e, nomximo, trinta dias de prazo, contados da publicaodo ato, para a retomada do efetivo desempenho dasatribuies do cargo, includo nesse prazo o temponecessrio para o deslocamento para a nova sede.

    O servidor beneficiado com o prazo dado pelaLei, pode dele renunciar. Afirme-se, ainda, que em setratando de servidor licenciado ou afastado, o prazo

    indicado s comea a fluir aps o trmino da licenaou do afastamento. Desta forma, afirmam ospargrafos primeiro e segundo do art. 18 que: 1o Na hiptese de o servidor encontrar-se emlicena ou afastado legalmente, o prazo a que serefere este artigo ser contado a partir do trminodo impedimento. 2o facultado ao servidor declinar dos prazosestabelecidos no caput.

    DA JORNADA DE TRABALHO

    A jornada de trabalho dos servidores pblicosfederais ser de no mximo 40 horas semanais, comos limites dirios mnimo e mximo de 6 e 8 horas,respectivamente. Algumas atribuies cometidas aservidores federais podero precisar de regulamentolegal especfico, sendo os limites diferenciados dotrazido no art. 19 da Lei 8.112/90, respeitando-se, porbvio, as determinaes constitucionais, quedemandam a jornada de trabalho diria mxima de 8horas dirias e a semanal de 44 horas.

    Em assim sendo, estatui o art. 19 do EstatutoFederal que:

    Os servidores cumpriro jornada de trabalho fixadaem razo das atribuies pertinentes aos respectivoscargos, respeitada a durao mxima do trabalhosemanal de quarenta horas e observados os limitesmnimo e mximo de seis horas e oito horas dirias,respectivamente.

    1o O ocupante de cargo em comisso ou funo deconfiana submete-se a regime de integral dedicaoao servio, observado o disposto no art. 120,podendo ser convocado sempre que houver

    interesse da Administrao. 2o O disposto neste artigo no se aplica a duraode trabalho estabelecida em leis especiais.

    DO ESTGIO PROBATRIO

    Ao iniciar o efetivo exerccio do cargo pblico,o servidor empossado entra em estgio probatrio,que o perodo em que o servidor ser avaliado poruma comisso. Sendo aprovado, adquire, o servidor,estabilidade.

    Segundo a professora Odete Medauar: Naestabilidade ordinria, o perodo de trs anos entre oincio de exerccio no cargo efetivo e a data deaquisio da estabilidade denomina-se estgioprobatrio. Segundo dispe o 4 do art. 41, paraaquisio da estabilidade obrigatria a avaliaoespecial de desempenho por comisso -instituda paressa finalidade.

    A estabilidade somente possvel para os

    servidores pblicos ocupantes de cargos efetivos.Estabilidade garantia de permanncia no cargo. Spodendo perd-lo o servidor estvel por sentena

    judicial transitada em julgado, processoadministrativo disciplinar com direito a ampla defesae contraditrio, atravs de processo peridico deavaliao de desempenho e excesso de gasto compessoal.

    Ocorre, no entanto, que a EmendaConstitucional 19/98, estendeu o perodo para

    adquirir estabilidade para 3 anos. Desta forma, nostermos do art. 41: So estveis aps trs anos de

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    efetivo exerccio os servidores nomeados para cargode provimento efetivo em virtude de concursopblico.

    Da decorre que o art. 20 da Lei 8.112/90, quedetermina o prazo de 2 anos para a aquisio daestabilidade foi derrogado pela Constituio Federal,ou seja, no tem mais eficcia.

    Surge um problema maior, em relao interpretao do estgio probatrio nos termostrazidos pela Lei 8.112/90. Isto porque o art. 20 doEstatuto Federal estatui: Ao entrar em exerccio, oservidor nomeado para cargo de provimento efetivo

    ficar sujeito a estgio probatrio por perodo de 24(vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidoe capacidade sero objeto de avaliao para odesempenho do cargo, observados os seguintefatores.

    Em assim sendo, existe uma contradio.Apesar da estabilidade ser conseguida apenas aps 3anos de efetivo exerccio, o estgio probatrioprevisto estabelecido de 2 anos.

    A questo ; a Constituio Federal modificoutambm os perodos de estgio probatrio? Apesar deexistirem algumas decises judiciais em contrrio,entendemos que sim. E este entendimento deve serutilizado na provado concurso. Desta forma, deve-seadmitir que o estgio probatrio para o servidorpblico federal de 3 anos, e no 2, em virtude doquanto trazido pela Constituio Federal. Esse,inclusive, o entendimento atual do SupremoTribunal Federal e do Superior Tribunal de Justia.

    Deve-se, lembrar, ainda, que a prpriaConstituio, no pargrafo 4 do art. 41, estabeleceque: Como condio para a aquisio daestabilidade, obrigatria a avaliao especial dedesempenho por comisso instituda para essafinalidade.

    A Medida Provisria 431/2008,posteriormente transformada na Lei Federal11.784/2008, modificou o perodo de estgioprobatrio, passando o art. 20 a contar com a

    seguinte redao: Ao entrar em exerccio, o servidornomeado para cargo de provimento efetivo ficar

    sujeito a estgio probatrio por perodo de trinta eseis meses durante o qual a sua aptido e capacidadesero objeto de avaliao para o desempenho docargo, observados os seguinte fatores.

    Deixando de lado, por enquanto, a questo doperodo do estgio probatrio, fixado para asquestes do concurso em 3 anos, necessrio se faz aanlise do quanto avaliado durante o estgioprobatrio, nos termos do art. 20:I - assiduidade;II - disciplina;III - capacidade de iniciativa;IV - produtividade;

    V- responsabilidade.

    Deve-se observar que 4 meses antes dotrmino do estgio probatrio, a avaliao dodesempenho de cada servidor ser submetida homologao por parte da autoridade competente.Isso no quer dizer que no perodo faltante para aconcluso do estgio o servidor na continuar a seravaliado para que consiga a estabilidade almejada.

    O servidor que no lograr aprovao no

    estgio probatrio ser exonerado ou reconduzido aocargo anteriormente ocupado se estvel era. Isto oque dispe o art. 20, 2. Deve-se observar que emalguns momentos, o servidor nomeado,anteriormente posse e nomeao para o novocargo, era vinculado a cargo anterior de outracarreira. Nestes casos, se no aprovado em estgioprobatrio de seu novo cargo, ser reconduzido, oumelhor, retornar ao cargo anteriormente ocupado,se era estvel no cargo anterior. Esta espcie deprovimento ser vista mais abaixo.

    Dispe a Lei 8.112/90, em seu art. 20,modificado pela Lei 11.784/2008, nesses termos:Quatro meses antes de findo o perodo do estgioprobatrio, ser submetida homologao daautoridade competente a avaliao do desempenhodo servidor, realizada por comisso constituda paraessa finalidade, de acordo com o que dispuser a leiou o regulamento da respectiva carreira ou cargo,sem prejuzo da continuidade de apurao dosfatores enumerados nos incisos I a V deste artigo.

  • 7/30/2019 Lei 8 112 Material Complementar

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    MDULO JURDICO BSICO PARA TRIBUNAIS - TEORIA+ QUESTESLei 8.112

    Prof. Joo [email protected]

    Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035.0105 16

    ATENO: A CONSTITUIO FEDERAL ESTIPULOUQUE OS SERVIDORES PBLICOS QUE SEENCONTRASSEM EM EXERCCIO EM PERODOANTERIOR SUA PROMULGAO, SALVO OSPROFESSORES UNIVERSITRIOS, ADQUIRIRIAMESTABILIDADE. OU SEJA, QUEM ESTAVA OCUPANDOCARGO EFETIVO, MESMO SEM TER FEITOCONCURSO, EM PERODO ANTERIOR A 05 DEOUTUBRO DE 1983, FOI ESTABILIZADO.

    DOS DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR PBLICO EMESTGIO PROBATRIO.

    O servidor em estgio probatrio no possui

    todos os direitos previstos no Estatuto Federal. O art.20 da Lei 8.112/90 enumera alguns dos direitos doservidor ainda submetido a estgio probatrio.

    Segundo o 3 do art. 20 do Estatuto Federal:O servidor em estgio probatrio poder exercerquaisquer cargos de provimento em comisso oufunes de direo, chefia ou assessoramento norgo ou entidade de lotao, e somente poder sercedido a outro rgo ou entidade para ocupar cargosde Natureza Especial, cargos de provimento em

    comisso do Grupo-Direo e AssessoramentoSuperiores - DAS, de nveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.

    Ainda, s pode o servidor em estgioprobatrio usufruir das licenas e afastamentosprevisto no 4 do art. 20, nos seguintes termos: Aoservidor em estgio probatrio somente podero serconcedidas as licenas e os afastamentos previstosnos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assimafastamento para participar de curso de formaodecorrente de aprovao em concurso para outro

    cargo na Administrao Pblica Federal.

    Assim, so possveis as seguintes licenas parao servidor em estgio probatrio:

    (art. 81):I - por motivo de doena em pessoa da famlia;II - por motivo de afastamento do cnjuge oucompanheiro;III - para o servio militar;IV - para atividade poltica

    (art. 94):

    Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-seas seguintes disposies:I - tratando-se de mandato federal, estadual oudistrital, ficar afastado do cargo;II - investido no mandato de Prefeito, ser afastadodo cargo, sendo-lhe facultado optar pela suaremunerao;III - investido no mandato de vereador:a) havendo compatibilidade de horrio, perceber asvantagens de seu cargo, sem prejuzo daremunerao do cargo eletivo;b) no havendo compatibilidade de horrio, serafastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pelasua remunerao.

    1o No caso de afastamento do cargo, o servidorcontribuir para a seguridade social como se emexerccio estivesse. 2o O servidor investido em mandato eletivo ouclassista no poder ser removido ou redistribudode ofcio para localidade diversa daquela ondeexerce o mandato.

    (art. 95):

    O servidor no poder ausentar-se do Pas para

    estudo ou misso oficial, sem autorizao doPresidente da Repblica, Presidente dos rgos doPoder Legislativo e Presidente do Supremo TribunalFederal. 1o A ausncia no exceder a 4 (quatro) anos, efinda a misso ou estudo, somente decorrido igualperodo, ser permitida nova ausncia. 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto nesteartigo no ser concedida exonerao ou licenapara tratar de interesse particular antes de decorridoperodo igual ao do afastamento, ressalvada a

    hiptese de ressarcimento da despesa havida comseu afastamento. 3o O disposto neste artigo no se aplica aosservidores da carreira diplomtica. 4o As hipteses, condies e formas para aautorizao de que trata este artigo, inclusive no quese refere remunerao do servidor, serodisciplinadas em regulamento.

    (art. 96):

  • 7/30/2019 Lei 8 112 Material Complementar

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    O afastamento de servidor para servir em organismointernacional de que o Brasil participe ou com o qualcoopere dar-se- com perda total da remunerao

    Ou seja, s pode o servidor usufruir daslicenas em virtude de doena em pessoa da famlia,afastamento do cnjuge ou companheiro, serviomilitar e atividade poltica. Bem como s pode serafastado em virtude exerccio de mandato eletivo(excetua-se o exerccio de mandato de vereador, emque, havendo compatibilidade de horrios, no sernecessrio o afastamento), bem como estudo emisso no exterior. Observando-se que no caso do art.96 no h pagamento de remunerao.

    Nos termos trazidos pelo 6 do art. 20,algumas licenas e afastamentos suspendero acontagem do tempo em relao ao estgioprobatrio, o que significa que o servidor, se j tiver,por exemplo, 3 meses de exerccio e entrar emlicena, nos casos trazidos pelo 6, s ter oseguimento da contagem quando retornar aoexerccio do cargo.

    Desta forma, se o servidor retornar 6 meses

    depois, ainda faltaro 2 anos e 9 meses para terminaro seu estgio probatrio, pois a contagempermeneceu suspensa enquanto havia a licenacitada.

    Estabelece, pois, o aludido 6 que: Oestgio probatrio ficar suspenso durante aslicenas e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, 1o, 86 e 96, bem assim na hiptese de participaoem curso de formao, e ser retomado a partir dotrmino do impedimento.

    Ficar, pois, suspenso o estgio probatrio emse tratando de: licena por motivo de doena empessoa da famlia, por motivo de afastamento docnjuge, da licena para exerccio de atividadepartidria, bem como o afastamento do servidor paraservir em organismo internacional de que o Brasilparticipe ou com o qual coopere. Lembrando queneste ltimo caso, o afastamento dar-se- semremunerao.

    No suspendem o estgio probatrio: a licena parao servio militar, o afastamento para exerccio de

    mandato eletivo e o afastamento para estudo oumisso no exterior, desde que autorizado.