lei_2000

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/7/2019 lei_2000

    1/5

    Presidncia da RepblicaCasa Civil

    Subchefia para Assuntos JurdicosLEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000.

    Regulamento

    Estabelece normas gerais e critrios bsicos para apromoo da acessibilidade das pessoas portadoras dedeficincia ou com mobilidade reduzida, e d outrasprovidncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aseguinte Lei:

    captulo Idisposies gerais

    Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais e critrios bsicos para a promoo da acessibilidade daspessoas portadoras de deficincia ou com mobilidade reduzida, mediante a supresso de barreiras e deobstculos nas vias e espaos pblicos, no mobilirio urbano, na construo e reforma de edifcios e nosmeios de transporte e de comunicao.

    Art. 2o Para os fins desta Lei so estabelecidas as seguintes definies: I acessibilidade: possibilidade e condio de alcance para utilizao, com segurana e autonomia, dos

    espaos, mobilirios e equipamentos urbanos, das edificaes, dos transportes e dos sistemas e meios decomunicao, por pessoa portadora de deficincia ou com mobilidade reduzida;

    II barreiras: qualquer entrave ou obstculo que limite ou impea o acesso, a liberdade de movimento ea circulao com segurana das pessoas, classificadas em:a) barreiras arquitetnicas urbansticas: as existentes nas vias pblicas e nos espaos de uso pblico; b) barreiras arquitetnicas na edificao: as existentes no interior dos edifcios pblicos e privados;c) barreiras arquitetnicas nos transportes: as existentes nos meios de transportes;d) barreiras nas comunicaes: qualquer entrave ou obstculo que dificulte ou impossibilite a expresso

    ou o recebimento de mensagens por intermdio dos meios ou sistemas de comunicao, sejam ou no demassa;

    III pessoa portadora de deficincia ou com mobilidade reduzida: a que temporria oupermanentemente tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utiliz-lo;

    IV elemento da urbanizao: qualquer componente das obras de urbanizao, tais como os referentesa pavimentao, saneamento, encanamentos para esgotos, distribuio de energia eltrica, iluminaopblica, abastecimento e distribuio de gua, paisagismo e os que materializam as indicaes doplanejamento urbanstico;

    V mobilirio urbano: o conjunto de objetos existentes nas vias e espaos pblicos, superpostos ouadicionados aos elementos da urbanizao ou da edificao, de forma que sua modificao ou traslado noprovoque alteraes substanciais nestes elementos, tais como semforos, postes de sinalizao e

    similares, cabines telefnicas, fontes pblicas, lixeiras, toldos, marquises, quiosques e quaisquer outros denatureza anloga;

    http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.098-2000?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.098-2000?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.098-2000?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.098-2000?OpenDocumenthttp://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htmhttp://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htmhttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.098-2000?OpenDocument
  • 8/7/2019 lei_2000

    2/5

    VI ajuda tcnica: qualquer elemento que facilite a autonomia pessoal ou possibilite o acesso e o usode meio fsico.

    CAPTULO IIDOS ELEMENTOS DA URBANIZAO

    Art. 3o O planejamento e a urbanizao das vias pblicas, dos parques e dos demais espaos de usopblico devero ser concebidos e executados de forma a torn-los acessveis para as pessoas portadorasde deficincia ou com mobilidade reduzida.

    Art. 4o As vias pblicas, os parques e os demais espaos de uso pblico existentes, assim como asrespectivas instalaes de servios e mobilirios urbanos devero ser adaptados, obedecendo-se ordem deprioridade que vise maior eficincia das modificaes, no sentido de promover mais ampla acessibilidades pessoas portadoras de deficincia ou com mobilidade reduzida.

    Pargrafo nico. Os parques de diverses, pblicos e privados, devem adaptar, no mnimo, 5% (cincopor cento) de cada brinquedo e equipamento e identific-lo para possibilitar sua utilizao por pessoas comdeficincia ou com mobilidade reduzida, tanto quanto tecnicamente possvel.(Includo pela Lei n 11.982, de

    2009)Art. 5o O projeto e o traado dos elementos de urbanizao pblicos e privados de uso comunitrio,

    nestes compreendidos os itinerrios e as passagens de pedestres, os percursos de entrada e de sada deveculos, as escadas e rampas, devero observar os parmetros estabelecidos pelas normas tcnicas deacessibilidade da Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT.

    Art. 6o Os banheiros de uso pblico existentes ou a construir em parques, praas, jardins e espaoslivres pblicos devero ser acessveis e dispor, pelo menos, de um sanitrio e um lavatrio que atendam sespecificaes das normas tcnicas da ABNT.

    Art. 7o Em todas as reas de estacionamento de veculos, localizadas em vias ou em espaos pblicos,devero ser reservadas vagas prximas dos acessos de circulao de pedestres, devidamente sinalizadas,para veculos que transportem pessoas portadoras de deficincia com dificuldade de locomoo.

    Pargrafo nico. As vagas a que se refere o caput deste artigo devero ser em nmero equivalente adois por cento do total, garantida, no mnimo, uma vaga, devidamente sinalizada e com as especificaestcnicas de desenho e traado de acordo com as normas tcnicas vigentes.

    CAPTULO IIIDO DESENHO E DA LOCALIZAO DO MOBILIRIO URBANO

    Art. 8o Os sinais de trfego, semforos, postes de iluminao ou quaisquer outros elementos verticais desinalizao que devam ser instalados em itinerrio ou espao de acesso para pedestres devero serdispostos de forma a no dificultar ou impedir a circulao, e de modo que possam ser utilizados com amxima comodidade.

    Art. 9o Os semforos para pedestres instalados nas vias pblicas devero estar equipados commecanismo que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem estridncia, ou com mecanismo alternativo,que sirva de guia ou orientao para a travessia de pessoas portadoras de deficincia visual, se aintensidade do fluxo de veculos e a periculosidade da via assim determinarem.

    Art. 10. Os elementos do mobilirio urbano devero ser projetados e instalados em locais que permitamsejam eles utilizados pelas pessoas portadoras de deficincia ou com mobilidade reduzida.

    CAPTULO IVDA ACESSIBILIDADE NOS EDIFCIOS PBLICOS OU DE USO COLETIVO

    http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11982.htm#art2http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11982.htm#art2http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11982.htm#art2http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11982.htm#art2http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11982.htm#art2http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11982.htm#art2
  • 8/7/2019 lei_2000

    3/5

    Art. 11. A construo, ampliao ou reforma de edifcios pblicos ou privados destinados ao uso coletivodevero ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessveis s pessoas portadoras de deficinciaou com mobilidade reduzida.

    Pargrafo nico. Para os fins do disposto neste artigo, na construo, ampliao ou reforma de edifciospblicos ou privados destinados ao uso coletivo devero ser observados, pelo menos, os seguintesrequisitos de acessibilidade:

    I nas reas externas ou internas da edificao, destinadas a garagem e a estacionamento de uso

    pblico, devero ser reservadas vagas prximas dos acessos de circulao de pedestres, devidamentesinalizadas, para veculos que transportem pessoas portadoras de deficincia com dificuldade delocomoo permanente;

    II pelo menos um dos acessos ao interior da edificao dever estar livre de barreiras arquitetnicas ede obstculos que impeam ou dificultem a acessibilidade de pessoa portadora de deficincia ou commobilidade reduzida;

    III pelo menos um dos itinerrios que comuniquem horizontal e verticalmente todas as dependncias eservios do edifcio, entre si e com o exterior, dever cumprir os requisitos de acessibilidade de que trataesta Lei; e

    IV os edifcios devero dispor, pelo menos, de um banheiro acessvel, distribuindo-se seusequipamentos e acessrios de maneira que possam ser utilizados por pessoa portadora de deficincia oucom mobilidade reduzida.

    Art. 12. Os locais de espetculos, conferncias, aulas e outros de natureza similar devero dispor deespaos reservados para pessoas que utilizam cadeira de rodas, e de lugares especficos para pessoascom deficincia auditiva e visual, inclusive acompanhante, de acordo com a ABNT, de modo a facilitar-lhesas condies de acesso, circulao e comunicao.

    CAPTULO VDA ACESSIBILIDADE NOS EDIFCIOS DE USO PRIVADO

    Art. 13. Os edifcios de uso privado em que seja obrigatria a instalao de elevadores devero serconstrudos atendendo aos seguintes requisitos mnimos de acessibilidade:

    I percurso acessvel que una as unidades habitacionais com o exterior e com as dependncias de usocomum;

    II percurso acessvel que una a edificao via pblica, s edificaes e aos servios anexos de usocomum e aos edifcios vizinhos;

    III cabine do elevador e respectiva porta de entrada acessveis para pessoas portadoras de deficinciaou com mobilidade reduzida.

    Art. 14. Os edifcios a serem construdos com mais de um pavimento alm do pavimento de acesso, exceo das habitaes unifamiliares, e que no estejam obrigados instalao de elevador, deverodispor de especificaes tcnicas e de projeto que facilitem a instalao de um elevador adaptado, devendoos demais elementos de uso comum destes edifcios atender aos requisitos de acessibilidade.

    Art. 15. Caber ao rgo federal responsvel pela coordenao da poltica habitacional regulamentar areserva de um percentual mnimo do total das habitaes, conforme a caracterstica da populao local,para o atendimento da demanda de pessoas portadoras de deficincia ou com mobilidade reduzida.

    CAPTULO VIDA ACESSIBILIDADE NOS VECULOS DE TRANSPORTE COLETIVO

  • 8/7/2019 lei_2000

    4/5

    Art. 16. Os veculos de transporte coletivo devero cumprir os requisitos de acessibilidadeestabelecidos nas normas tcnicas especficas.

    CAPTULO VIIDA ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS DE COMUNICAO E SINALIZAO

    Art. 17. O Poder Pblico promover a eliminao de barreiras na comunicao e estabelecermecanismos e alternativas tcnicas que tornem acessveis os sistemas de comunicao e sinalizao spessoas portadoras de deficincia sensorial e com dificuldade de comunicao, para garantir-lhes o direitode acesso informao, comunicao, ao trabalho, educao, ao transporte, cultura, ao esporte e aolazer.

    Art. 18. O Poder Pblico implementar a formao de profissionais intrpretes de escrita em braile,linguagem de sinais e de guias-intrpretes, para facilitar qualquer tipo de comunicao direta pessoaportadora de deficincia sensorial e com dificuldade de comunicao.Regulamento

    Art. 19. Os servios de radiodifuso sonora e de sons e imagens adotaro plano de medidas tcnicascom o objetivo de permitir o uso da linguagem de sinais ou outra subtitulao, para garantir o direito de

    acesso informao s pessoas portadoras de deficincia auditiva, na forma e no prazo previstos emregulamento.CAPTULO VIII

    DISPOSIES SOBRE AJUDAS TCNICASArt. 20. O Poder Pblico promover a supresso de barreiras urbansticas, arquitetnicas, de transporte

    e de comunicao, mediante ajudas tcnicas.Art. 21. O Poder Pblico, por meio dos organismos de apoio pesquisa e das agncias de

    financiamento, fomentar programas destinados:I promoo de pesquisas cientficas voltadas ao tratamento e preveno de deficincias; II ao desenvolvimento tecnolgico orientado produo de ajudas tcnicas para as pessoas

    portadoras de deficincia;III especializao de recursos humanos em acessibilidade.

    CAPTULO IXDAS MEDIDAS DE FOMENTO ELIMINAO DE BARREIRAS

    Art. 22. institudo, no mbito da Secretaria de Estado de Direitos Humanos do Ministrio da Justia, oPrograma Nacional de Acessibilidade, com dotao oramentria especfica, cuja execuo serdisciplinada em regulamento.

    CAPTULO XDISPOSIES FINAIS

    Art. 23. A Administrao Pblica federal direta e indireta destinar, anualmente, dotao oramentriapara as adaptaes, eliminaes e supresses de barreiras arquitetnicas existentes nos edifcios de usopblico de sua propriedade e naqueles que estejam sob sua administrao ou uso.

    Pargrafo nico. A implementao das adaptaes, eliminaes e supresses de barreirasarquitetnicas referidas no caput deste artigo dever ser iniciada a partir do primeiro ano de vigncia destaLei.

    http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm#art1http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm#art1http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm#art1http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm#art1
  • 8/7/2019 lei_2000

    5/5

    Art. 24. O Poder Pblico promover campanhas informativas e educativas dirigidas populao emgeral, com a finalidade de conscientiz-la e sensibiliz-la quanto acessibilidade e integrao social dapessoa portadora de deficincia ou com mobilidade reduzida.

    Art. 25. As disposies desta Lei aplicam-se aos edifcios ou imveis declarados bens de interessecultural ou de valor histrico-artstico, desde que as modificaes necessrias observem as normasespecficas reguladoras destes bens.

    Art. 26. As organizaes representativas de pessoas portadoras de deficincia tero legitimidade para

    acompanhar o cumprimento dos requisitos de acessibilidade estabelecidos nesta Lei.Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao. Braslia, 19 de dezembro de 2000; 179o da Independncia e 112o da Repblica.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSOJos Gregori