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Arquiduquesa da Áustria e imperatriz do Brasil (1797-1826). Esposa de dom Pedro I, exerce influência decisiva no processo de independência do país. Maria Leopoldina Josefa Carolina (22/1/1797-11/12/1826), filha de Francisco I da Áustria e de dona Maria Isabel de Bourbon, nasce e cresce em Viena, uma das mais poderosas cortes europeias da época. Cunhada de Napoleão Bonaparte, bem-educada e com bons conhecimentos em biologia, é prometida pelo pai em casamento ao herdeiro do trono do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, dom Pedro I. Casa-se por procuração e chega ao Brasil em 1817 para conhecer o marido. Adapta-se rapidamente à nova terra, afeiçoa-se aos costumes locais e passa a ser simpatizante do projeto de libertar a colônia de Portugal. Em 1821 conhece José Bonifácio, grande defensor da independência e crítico do absolutismo, de quem se torna muito próxima. Em agosto de 1822 exerce a regência na ausência do príncipe, que se encontrava em São Paulo. Nessa ocasião, envia-lhe papéis e comentários vindos da metrópole, que fazem crítica a sua atuação e à de dom João VI. Junta a isso uma carta de José Bonifácio e outra de sua própria autoria, ambas exigindo uma atitude imediata do príncipe herdeiro: proclamar a independência. Em sua correspondência escreve: "O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece". Em dezembro de 1822 torna-se imperatriz, na cerimônia de coroação e sagração de dom Pedro. No ano seguinte começa a perder a popularidade e o prestígio para a amante do marido, a marquesa

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Arquiduquesa da ustria e imperatriz do Brasil (1797-1826). Esposa de dom Pedro I, exerce influncia decisiva no processo de independncia do pas.

Maria Leopoldina Josefa Carolina (22/1/1797-11/12/1826), filha de Francisco I da ustria e de dona Maria Isabel de Bourbon, nasce e cresce em Viena, uma das mais poderosas cortes europeias da poca. Cunhada de Napoleo Bonaparte, bem-educada e com bons conhecimentos em biologia, prometida pelo pai em casamento ao herdeiro do trono do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, dom Pedro I. Casa-se por procurao e chega ao Brasil em 1817 para conhecer o marido. Adapta-se rapidamente nova terra, afeioa-se aos costumes locais e passa a ser simpatizante do projeto de libertar a colnia de Portugal. Em 1821 conhece Jos Bonifcio, grande defensor da independncia e crtico do absolutismo, de quem se torna muito prxima. Em agosto de 1822 exerce a regncia na ausncia do prncipe, que se encontrava em So Paulo. Nessa ocasio, envia-lhe papis e comentrios vindos da metrpole, que fazem crtica a sua atuao e de dom Joo VI. Junta a isso uma carta de Jos Bonifcio e outra de sua prpria autoria, ambas exigindo uma atitude imediata do prncipe herdeiro: proclamar a independncia. Em sua correspondncia escreve: "O pomo est maduro, colhe-o j, seno apodrece". Em dezembro de 1822 torna-se imperatriz, na cerimnia de coroao e sagrao de dom Pedro. No ano seguinte comea a perder a popularidade e o prestgio para a amante do marido, a marquesa de Santos. Morre no Rio de Janeiro, durante o parto de seu stimo filho.

Maria Leopoldina retratada por Josef Kreutzinger (cerca de 1825)

Maria Leopoldina foi arquiduquesa daustria, imperatriz doBrasilentre 1822 e 1826, e rainha dePortugalpor oito dias, em 1826.A arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Hamburgo-Lorena, que no Brasil iria adotar os nomes de Leopoldina e Maria Leopoldina, era a sexta filha do segundo casamento de Francisco 1o, imperador da ustria, e 2odaAlemanha(1768-1835) com Maria Teresa de Bourbon-Siclia (1772-1807).Desde pequena, Leopoldina recebeu uma educao esmerada, adquirindo conhecimentos cientficos, polticos, histricos e artsticos, alm de aprender idiomas estrangeiros, especialmente o francs. Aos 10 anos ficou rf de me e um ano depois seu pai se casou com Maria Ludovico, que faleceu em 1816. Abalada com a morte da madrasta, Leopoldina sofreu mais duas perdas quando suas irms Maria Lusa e Maria Clementina deixaram a ptria para se casar.No final de 1816, comearam as negociaes de seu casamento com o prncipe herdeiro do trono portugus,Pedro de Alcntara, filho de Dom Joo VIeCarlota Joaquina. Atravs desse casamento, Portugal ligaria a Casa de Bragana a uma das mais fortes monarquias europeias, alm da possibilidade de se livrar do jugo poltico daInglaterra. J para a ustria, era a possibilidade de participar do comrcio de produtos tropicais.Em maio de 1817, celebrou-se o casamento por procurao. Em dezembro, dona Leopoldina chegava ao Brasil. Em nove anos de casamento, ficaria grvida nove vezes, com dois abortos e sete filhos, dos quais o mais novo, Pedro de Alcntara (1825-1891), sucederia o pai no trono brasileiro.Aps a Revoluo do Porto de 1820, e o regresso de Dom Joo VI a Portugal em abril de 1821, Dom Pedro assumiu como regente. No Brasil, surgiram manifestaes de descontentamento, aos primeiros sinais de tentativa de recolonizao, com a transferncia de importantes setores da administrao para Lisboa. Com a mulher, Dom Pedro informava-se de muitas coisas da Europa. Alm de uma boa viso poltica, ela era a pessoa que mais podia influenciar o prncipe a renunciar ideia do retorno a Portugal.Aps amplas manifestaes de apoio permanncia do regente, dom Pedro anuncia sua deciso, em 9 de janeiro de 1822, o "Dia do Fico". Em 1 de agosto, declarou inimigas todas as tropas enviadas de Portugal sem o seu consentimento. Com a iminncia de uma guerra civil, que pretendia separar a Provncia de So Paulo do resto do Brasil, no dia 13 de agosto de 1822, Dom Pedro passou o poder a Dona Leopoldina, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes legais para governar o pas durante a sua ausncia e partiu para So Paulo.Nesse nterim, a princesa regente recebeu notcias que Portugal estava preparando uma ao contra o Brasil. Sem tempo para aguardar a chegada de dom Pedro, dona Leopoldina, aconselhada pelo ministro das Relaes Exteriores,Jos Bonifcio, reuniu-se na manh de 2 de setembro de 1822 com o Conselho de Estado, assinando o decreto da Independncia, que seu marido oficializou a7 de setembro, com o clebre grito s margens do Ipiranga.Apesar do apoio poltico ao marido, sua vida conjugal foi sempre perturbada pelas constantes relaes adlteras de dom Pedro, que chegou a humilh-la, nome ando-lhe como dama de companhia sua amante,Domitila de Castro, tambm agraciada com o ttulo de Marquesa de Santos. Obrigada a conviver com a rival sob o mesmo teto do Palcio de So Cristvo, cada vez mais deprimida, e grvida pela nona vez, Leopoldina acabou abortando. Dom Pedro ausentou-se por mais de um ms do palcio na ocasio e Leopoldina morreu sem rev-lo.