Lesões _AGUDAS_DE_NERVOS

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    ou mielínicas, esta que é composta por 70%

    lipídios e 30% proteínas e tem a função de

    promover uma condução mais rápida e mais

    eficiente.(2) A mielina é produzida por uma cé-

    lula glial chamada Célula de Schwann.(2)  Os

    axônios amielínicos são usualmente menores

    de 1µm e os mielínicos de 2 a 22µm de diâme-

    tro.(1) Os neurônios grandes são envoltos por

    contínuas células de Schwann e mielina, a des-

    continuidade da camada de mielina é represen-

    tada pelos nódulos de Ranvier.(2) Quando um

    impulso atinge um nódulo, são despolarizadoscanais de sódio e ocorre uma propagação rá-

    pida do potencial de ação através do neurônio

    de nódulo a nódulo por um processo chamado

    de “condução saltatória”.(2) Assim, esse tipo de

    condução é muito melhor. Uma fibra mielínica

    que sofre um processo de desmielinização sofre

    uma enorme queda na velocidade de condução

    e se muito grave até a perda da condução.(2)

    Outra importante estrutura do sistema ner-

    voso periférico é o tecido conjuntivo, que pro-

    move força e proteção ao tecido neural. Com-

    posta por três camadas, endoneuro, perineuro

    e epineuro (Figura 2).

    O epineuro promove a cobertura externa ou

    extra fascicular do nervo, promove proteção de

    todo o nervo do meio externo e é onde estão lo-

    calizados vasos sanguíneos.1 O prolongamento

    para dentro do nervo deste tecido conjuntivosepara os grupos fasciculares e é chamado de

    epineuro interno. Representa de 60% a 85%Fig.1 - A célula nervosa 

    Fig.1 - estrutura do sistema nervoso periférico, é com-posta por três camadas, endoneuro, perineuro e epineuro

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    da área do corte seccional do nervo.(2) A nu-

    trição vascular ocorre longitudinalmente entre

    o epineuro. O perineuro é a porção de tecido

    conjuntivo que envolve os grupos fasciculares e

    tem a função de manter o meio fisiológico dos ele-

    mentos de condução.(2) É importante na barreira

    de difusão. O endoneuro é a fina camada de tecido

    conjuntivo situado entre as fibras nervosas, envol-

    ve cada axônio e suas células de Schwann.(1) Essa

    camada é a que promove suporte para as fibras,

    com sustentação ao estresse em alongamento.(1)

    FISIOPATOLOGIA 

     Waller(5) descreveu em 1850 alterações pós

    traumáticas em nervos periféricos, quando um

    axônio é seccionado completamente, ocorre a

    chamada degeneração Walleriana (Figura 3).

    Processo que ocorre do local da lesão para

    distal, com degeneração do axônio, das célu-

    las de Schwann e da bainha de mielina. Após

    o primeiro dia de lesão, macrófagos são re-

    crutados para os locais onde os axônios estão

    sendo degenerados. Os macrófagos produzem

    Interleucina-1 que estimulam a produção de

    Fator de Crescimento Neural pelas células de

    Schwann.(2)  Este fator é necessário para a re-

    generação de axônios e formação de mielina.(2) 

    Ocorrem também consequências proxi-

    mais à lesão, chamada de degeneração axonal.(10)  Muito menos significantes que as distais.

    CLASSIFICAÇÃO 

    Existem diversas classificações para as

    lesões de nervos periféricos, a de Sunder-

    land(10) (1951) que desenvolveu uma classifi-

    cação da lesão nervosa, divididos em 5 tipos,

    conforme a gravidade em ordem, de 1 a 5. E

    a de Seddon (8) (1942) que podem ser dividi-

    das em três tipos, neuropraxia, axonotmese,neurotmese.

     Fig.3 - Inervação sensitiva e motora de um nervo misto

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     AVALIAÇÃO CLÍNICA 

    Os nervos mais importantes na mão apre-

    sentam zonas sensitivas autônomas e suprem

    grupos de músculos que podem ser testados

    individualmente. A função de cada nervo pode

    ser avaliada ao longo de toda sua extensão para

    definir qual o nervo lesado e também o nível

    da lesão nervosa, assim a avaliação pré-opera-

    tória após a lesão é “crítica” para o planejamen-

    to cirúrgico.(2) Porém, não é uma tarefa fácil.

    Principalmente se o paciente tiver associado

    trauma crânio encefálico, ou sob efeitos de

    drogas ou álcool, uma condução parcial trans-

    mitida através de uma falha pequena ou um

    hematoma pode dar uma impressão errada de

    sensação normal, nesses casos o paciente deve

    ser reavaliado em 24 a 48 horas.(3) 

    Os testes a seguir são sugeridos, porém, de-

    vem estar sempre correlacionados com o qua-

    dro clínico, pois são exames complementares.

    O exame físico é importante iniciar pela

    inspeção, avaliando a localização e a profundi-

    dade do ferimento e se próximo de um nervo

    periférico, a exploração cirúrgica deve ser in-

    dicada. A avaliação da sensibilidade é funda-

    mental numa ferida cortante na extremidade, e

    poderá ser realizada com instrumento de ponta

    romba (clipe) ou pontiagudo (agulha) de pre-

    ferência sem perfurar a pele. Existem áreas de-

    finidas para avaliação dos nervos na mão, por

    exemplo: a função dos nervos digitais é mais

    bem avaliada no terço proximal das falanges

    distais de cada dedo; o nervo mediano tem um

    território correspondente podendo ser avaliado

    na região tênar e polpa da na falange distal do

    segundo dedo; o nervo ulnar da mesma forma

    possui um território para avaliação, a regiãohipotênar e a polpa da falange distal do quin-

    to dedo; e o nervo radial poderá ser avaliado

    numa área localizada no dorso do primeiro es-

    paço.1 A ausência da sensibilidade neste exame

    demonstra interrupção da função do nervo.

     AVALIAÇÃO DA RECUPERAÇÃO

    NERVOSA 

     A presença ou ausência da função nervosa

    distal pode ser avaliada pelo simples teste clí-

    nico da força muscular ou da sensibilidade su-

    perficial; lembrando que a recuperação motora

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    é mais lenta que a recuperação sensitiva.

     Avaliações mais específicas são necessárias para

    responder duas perguntas: qual a gravidade da le-

    são? E como o nervo está funcionando agora?

    Sinal de Tinel 

    Choque periférico ou disestesia provocados

    por percussão do nervo. Em casos de neuro-

    praxia o Sinal de inel é negativo. Em axo-niotmesis o Sinal de inel é positivo no local

    da lesão devido à sensibilidade dos axônios em

    regeneração. Após um período de dias a sema-

    nas após o reparo microcirúrgico do nervo, o

    Sinal de inel tem um avanço de 1mm por dia

    conforme a regeneração dos axônios progride

    ao longo dos microtubolos.

    Força muscular 

     A força motora é medida conforme uma esca-

    la (Medical Research Council), porém numa le-

    são aguda esta avaliação encontra-se prejudicada.

    1. sem contração

    2. discreta atividade

    3. contração muscular sem capacidade de

    vencer a gravidade

    4. contração capaz de vencer a gravidade

    5. contração contra resistência 

    6. força muscular normal

     

    ELETRODIAGNÓSTICO (ENMG)

    O estudo da condução do nervo orienta o

    médico sobre a vitalidade dos axônios, sobre

    sua mielinização, quando aplicada em umcoto proximal do nervo, se existe continuidade

    entre o coto lesado e a medula espinhal. A con-

    dução através do nervo indica que ao menos

    alguns axônios estão preservados.

    Estudos podem ser úteis em diversas situa-

    ções(12): 1 - se um músculo perder sua inerva-

    ção a ENMG mostrará potenciais de desener-

    Fig.4 - Representação das zonas sensitivas na mão

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    vação na terceira semana. 2 - A ENMG não

    consegue diferenciar neuropraxia de uma lesão

    com degeneração Walleriana nos primeiros

    dias da lesão,(1) pois esta é uma diferenciação

    puramente clínica. Potenciais de fibrilação são

    os primeiros sinais eletroneuromiográficos de

    um músculo em denervação. Leva entre 10 a

    14 dias para começar.(1) Quando houver uma

    lesão incompleta do nervo, não se deve esperar

    uma recuperação total, pois, a não ser que se te-

    nha uma lesão completa, o resultado será de uma

    mistura de elementos de neurotmese, axonotme-se e um bloqueio prolongado da condução.

    Esses exames não devem substituir uma boa

    semiologia, com história clínica bem realizada

    e um exame físico cuidadoso. Pois, valores nor-

    mais não necessariamente indicam ausência de

    anormalidade neurológica, e, valores anormais

    não significam que o paciente necessita de tra-

    tamento cirúrgico.

    PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO 

    Lesões agudas fechadas de baixa energia

    normalmente recuperam espontaneamente,

    assim vale a pena esperar até que o músculo

    mais proximal inervado pelo ramo motor dis-

    tal a lesão, recupere s sua função através da rei-

    nervação (exemplo : fratura do 1/3 médio do

    úmero com lesão do nervo radial).

     A exploração nervosa está indicada:

    1. Quando no atendimento do trauma é

    visualizada uma secção nervosa que necessita

    de reparo cirúrgico

    2. Quando o mecanismo de lesão foi pro-

    duzido por objeto cortante (vidro, faca ) ou

    trauma de alta energia, sugerindo que o nervo

    tenha sido seccionado ou gravemente lesionado.

    3. Quando a recuperação esperada está

    inapropriadamente atrasada e/ou existe um

    diagnóstico duvidoso.

    1 - Conduta numa lesão aguda em pronto

    socorro 

    Diante de um ferimento cortante e ou con-

    tuso com exposição de estruturas nobres como

    o nervo lesionado, será fundamental além da

    limpeza inicial, se possível proceder com a su-

    tura da ferida deixando identificado o nervo

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    além de não ressecar nada dele (feridas agudas

    com menos de 4 horas que não comprometam

    a vitalidade do segmento lesado, ou seja, sem

    lesão vascular), profilaxia antitetânica, imobili-

    zação e elevação do membro acometido. Este

    paciente deverá ser encaminhado para um ser-

    viço especializado de cirurgia da mão e micro-

    cirurgia. Já nas lesões com isquemia devido à

    lesão vascular, deverá ser realizado um encami-

    nhamento imediato.

    Sabe-se que o reparo primário precoce des-

    sas lesões é o tratamento ideal, pois encur-

    ta o tempo de desnervação dos órgãos-alvo,

    minimizando complicações como a atrofia

    muscular, rigidez articular, causalgia e outros

    2 – Reparo do nervo na lesão aguda  

    Um nervo lesionado apresenta melhor prog-

    nóstico quando o reparo é realizado de manei-

    ra segura e adequada, o mais precoce possível.

    Suturas realizadas até o 5º dia de lesão são cha-madas de primárias e após esse período e até 3

    semanas de lesão, de suturas primárias retarda-

    das.1 A sutura primária no momento da lesão

    apresenta inúmeras vantagens: os cotos do ner-

    vo não apresentam grande retração, existe um

    pequeno grau de desvio rotacional dos cotos e

    ainda uma ausência de fibrose.

    No reparo de uma lesão aguda, é funda-

    mental uma exposição cirúrgica adequada,

    que permita visualização e controle seguros

    de vasos sanguíneos e nervos.1,2. A exploração

    dos nervos são melhores quando realizadas em

    tecidos não lesados, tanto quanto proximal

    quanto distal. Pequenas incisões levam a gran-des dificuldades.

    Fig.5 - Suturas realizadas há 4 dias com lesão donervo mediano e tendões Flexores. Ampliação da

    ferida em “Z“ para melhor exposição das estruturas aserem reparadas

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    O próximo passo após isolar o nervo lesado

    é ressecar a porção lesada dos cotos, que é fácil

    em lesões limpas e cortes com lâmina ou vidro.

    Ressecando um mínimo de 1mm ou menos.(1,2) 

    Lesões agudas por tração também necessitam de

    ressecções mínimas, o suficiente para visualizar

    estruturas visualmente normais,(1) (Figura 6).

     A técnica convencional de reparo, sob mag-

    nificação com microscópio cirúrgico ou lupa

    de grande aumento, compreende a reconstru-

    ção da micro anatomia do nervo, refazendo

    os fascículos, que são suturados com vários

    pontos de fio de pequeno calibre (9-0, 10-0ou 11-0) ou com uso de cola de fibrina, num

    procedimento demorado, que exige grande

    habilidade do cirurgião, depois de longo pe-

    ríodo de treinamento específico. Os cotos são

    anatomicamente orientados de forma precisa,

    observando-se a sua disposição da trama vas-

    cular epineural e suturados no epineuro com

    fios finos de monofilamentos. Não poderá ha-

    ver tensão na linha de sutura. Na prática um

    nervo que rompe a sua sutura quando o punho

    no transoperatório é posicionado em neutro,

    poderá ser eventualmente indicada uma enxer-

    tia neural. Existe diferentes opiniões a respeito,

    se fazemos um reforço externo a sutura ou seimediatamente se faz um enxerto de nervo. Há

    controvérsias também sobre eficácia do reparo

    fascicular com sutura epineural.

    Nas suturas epi-perineurais 

    Encontrados os feixes através do seu tama-

    nho e posição, devem ser feitas suturas peri-

    neurais com nylon 10-0 (Figura 7). A sutura

    é então completada com nylon 9-0 passados

    através do perineuro e do epineuro. O local

    correto de realização da sutura é no epineuro

    interno em cada fascículo individual ou feixes

    de fascículos. (Figura 7). As suturas podem

    Fig.6 - Regularização das extremidades neurais. Visu-alizacão dos grupos fasciculares

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    ser realizadas com nylon 8-0.(1)  Para o reparo

    do nervo mediano no punho por este método

    aproximadamente 18 a 25 pontos são necessá-

    rios.(1) É um reparo muito mais demorado, de

    superioridade questionada em relação à epineu-

    ral,(4) é preferível se utilizar desta técnica em ner-

    vos com até 5 feixes ou em enxertos.(6)Este tipo

    de reparo é mais vantajoso quando se consegue

    diferenciar os feixes motores dos sensitivos.(7)

    Na sutura epineural 

    Os feixes são orientados o melhor possível e o

    epineuro unido com dois pontos laterais de nylon

    8-0, com os cotos do fio deixados longos.(1,2,3,4) A

    porção anterior da lesão deve ser reparada com

    mais 3 ou 4 pontos de nylon 7-0. Então o nervo

    é manipulado pelos fios longos laterais e realiza-se

    a sutura epineural posterior.(1,2,3,4) (Figura 8)

    Reparo tardio (até 2 semanas)

    Semanas após a lesão, pode estar indicadoo reparo:

    1. lesão fechada em conduta expectante,

    sem sinal de recuperação no tempo esperado.

    2. Não foi feito o diagnóstico no momen-

    to da lesão

    3. Falha do reparo primário

    Fig.7 - Sutura epi-perineural

    Fig.8 - Sutura epineural

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    Nos casos das lesões agudas em que foi re-

    alizado somente a sutura primária da lesão, a

    exploração cirúrgica esta indicada.

    Na sutura da lesão retardada é preferível

    levantar novo flap de pele ao invés de reabrir

    a cicatriz antiga.(1) O nervo deve formar dois

    bulbos, separados por uma falha ou um bulbo,

    o neuroma “em continuidade”. (1)

    O primeiro estágio da cirurgia é a ressecção

    do bulbo terminal até a visualização de um pa-

    drão saudável dos fascículos.(1,2) A ressecção deve

    ser a menor possível. A palpação dos cotos no

    momento da identificação de nervo saudável é

    muito importante para ajudar a diferenciar uma

    fibrose firme de um nervo saudável macio.(1)

    Uma tentativa de aproximação dos cotos deve

    ser realizada com nylon 6-0 ou 7-0 com o cotovelo

    em extensão e punho em neutro. (Figura 9) 1

     A ad-ventícia e o epineuro externo dever ser retirados.(1,2) 

    Com o uso da cola de fibrina a sutura é

    modificada. Um número menor de pontos é

    necessário, um ponto importante é a identi-

    ficação dos grandes feixes e posicioná-los na

    posição topográfica correta.(1)  A sutura deve

    ser utilizada apenas para manter este posicio-

    namento, e poderá ser aplicada a cola na linha

    de sutura (Figura 10).

    Uma melhor recuperação da função

    após uma neurorrafia só será possível se for

    realizada a conexão entre os feixes sensitivos

    com feixes sensitivos e motores com feixes

    motores. (Deutinger et al.) (Figura 11)

    Fig.9 - Aproximação com Nylon 6-0 com cotovelo emextensão e punho em neutro.

    Fig.10 - Aplicação de cola na linha de sutura 

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    Numa lesão aguda os nervos devem ser re-

    parados sem tensão. O reparo epineural pri-

    mário do nervo é satisfatório e dá melhores

    resultados quando feito adequadamente e

    deverá ser executado pelo especialista treina-

    do e técnica microcirúrgicas

    3 – Enxerto de nervo 

    Quando a reparação do nervo sem tensão

    não é possível, a utilização de um enxerto de

    nervo deve ser considerada. (1,2,3,4) O mais utili-

    zado é o autólogo não vascularizado, e sempre

    que possível utilizar nervos cutâneos do mem-

    bro lesado para enxerto. (1) Áreas doadoras em

    potencial para um enxerto de nervos incluem

    o nervo sural ideal para reconstrução um nervo

    periférico de maior diâmetro e o nervo cutâneomedial do antebraço é ideal para defeitos de

    nervos digitais. (1) 

    Os resultados funcionais de um reparo de le-

    são de nervo periférico tem se mostrado inver-

    samente proporcional à idade do paciente com

    as outras variáveis constantes.(10) (Figura 12).

    Quando houver lesão associado da artéria com

    o nervo, sempre realizar o reparo arterial e do

    nervo (Figura 13).

     

    Fig.11 - Conexão de feixes sensitivos e motores comseus respectivos cotos

    Fig.13 - Reparo da artéria ulnar associado aoreparo donervo ulnar melhora o prognóstico

    Fig.12 - Fatores que influenciam o reparo do nervo

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    O nervo a ser enxertado deve ser prepara-

    do, como em uma sutura direta. A falha deve

    ser medida com o cotovelo estendido e punho

    em neutro e o comprimento do enxerto deve

    exceder a falha em pelo menos 15%. Uma das

    vantagens de se realizar a enxertia precoce em

    um trauma agudo é utilizar a estimulação que

    permite observar se a orientação dos feixes

    está correta com a contração muscular distal. 

    1  Além da sutura com fios de pequeno calibre,

    uma das alternativas técnicas para a enxertia de

    um nervo é a utilização dos adesivos biológi-cos (cola de fibrina).

    Na reparação das lesões nervosas crônicas

    com enxertia, a vantagem do adesivo bioló-

    gico sobre a micro sutura reside no fato de

    que o posicionamento esperado do nervo

    pode ser fixado no local sem migração sig-

    nificativa, facilitando assim a realização do

    reparo do nervo, reduzindo o uso de suturas

    e diminuindo, neste interim, o tempo da in-

    tervenção cirúrgica.

    4 – Reabilitação 

     Após a conclusão da reparação de um nervo,

    a quantidade de movimento permitido (transo-

    peratório) é incorporada ao planejamento pós-

    -operatório para a movimentação protegida. (1) O

    cotovelo, punho e articulações da mão devem ser

    restritas, para a proteção dos reparos dos tendões,

    vasos e nervos. O cotovelo deve ser imobilizado

    em 90º de flexão, o punho entre 30º e 40º de fle-

    xão, as metacarpofalângicas em aproximadamen-

    te 70º de flexão e as interfalangianas proximais

    em torno de 30º de flexão. (1) A tala dorsal deve

    se estender até a extremidade distal dos dedos e a

    tala volar não deve ultrapassar a interfalangiana

    proximal dos dedos. Após 3 semanas as suturas e

    as talas são removidas e a próxima tala não deve

    imobilizar o cotovelo e o punho deve ser limi-

    tado a extensão de 20º e uma fisioterapia com

    aumento da força de flexão dos dedos deve ser

    feita e iniciado flexão do punho sob supervisão

    e não permitir extensão. Com 6 semanas as talas

    são retiradas e iniciado fisioterapia motora ativa.

    (1)

    No pós-operatório será fundamental a reeduca-ção sensorial e da força muscular para a obtenção

    de um resultado funcional adequado.(1)

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