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7/23/2019 Leviatã fichamento http://slidepdf.com/reader/full/leviata-fichamento 1/14 HOBBES, Thomas. Leviatã, ou, A matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. São Paulo !co"e, #$$%.&.ed. Pedro 'ai(ue )odri*ues Teoria do Estado +oder"o ichame"to PA)TE - 'AP!TLO /--- 0A 'O10-23O 1AT)AL 0O 451E)O H+A1O 1O 6E 'O1'E)1E 7 SA EL-'-0A0E E 7 SA 0ES4)A2A -4AL0A0E E1T)E OS HO+E1S. 8A "ature9a criou os home"s tão i*uais "as faculdades do corpo e do esp:rito (ue se um homem, ;s ve9es, é visivelme"te mais forte de corpo ou mais sa*a9 (ue outro, (ua"do se co"sidera em co"<u"to, a difere"=a e"tre um homem e outro "ão é tão importa"te (ue possa fa9er um deles reclamar, te"do o fato por ar*ume"to, um >e"ef:cio (ual(uer (ue o outro "ão possa aspirar. ?@ 6ua"to ;s faculdades me"tais ?@ ai"da e"co"tro maiores i*ualdades e"tre os home"s do (ue a for=a. ?p. CD  HO+E+ SE 5 A'-+A 0OS OT)OS HO+E1S. 8?@ O (ue tor"a tão i"cr:vel essa i*ualdade é um vão co"ceito da prFpria sa>edoria, (ue a maior parte dos home"s pe"sa em possuir em *rau mais alto (ue o homem vul*arG isto é, mais (ue todos os home"s, com ece=ão deles mesmos e al*u"s cu<a fama reco"hecem ou por co"sideráI los seus i*uais. Essa é, pois, a "ature9a do homem (ue, mesmo reco"hece"do a maior sa*acidade dos outros, mais elo(ue"tes ou mais cultos, dificilme"te che*am a admitir (ue há muitos tão sá>ios (ua"to eles ?@ -sso prova (ue são >em mais i*uais do (ue desi*uais. ?@. ?p. CD 0O+!1-O SOB)ES OS OT)OS HO+E1S. 8Em vista dessa situa=ão de desco"fia"=a mJtua, "ão há "e"huma forma de autoprote=ão a"tecipada ra9oável, isto é, domi"ar por meio da for=a ou da astJcia a ta"tos home"s (ua"to possa, "o tempo eato, para (ue "e"hum outro poder o ameace. -sso se resume "a prFpria so>revivK"cia e, *eralme"te, é permitido ?@. Porta"to, é permitido ao homem, aume"tar seu dom:"io so>re seus semelha"tes, uma ve9 (ue isso é "ecessário ; sua so>revivK"cia. ?p. C T)5S 'ASAS P)-1'-PA-S 0E 0-S'M)0-A 'O+PET51'-A, 0ES'O1-A12A E 4LM)-A. 8A 'ompetK"cia impulsio"a os home"s a atacaremIse para lo*rar al*um Be"ef:cioG a 0esco"fia"=a *ara"teIlhes a Se*ura"=a e a 4lFria, a )eputa=ão. A primeira utili9a a iolK"cia para apossarIse de pessoas, mulheres e cria"=as e *adoG a se*u"da para defe"der esses >e"s, e a terceira, fa9 com (ue se recorra ; for=a, por motivos i"si*"ifica"tes, como uma palavra, um sorriso de escár"io, uma opi"ião difere"te da sua, ou (ual(uer outro si"al de su>estima, direta ou i"diretame"te, de forma a macular sua 0ecK"cia, seus Ami*os, sua 1a=ão, sua Profissão ou 1ome de am:lia. ?p. CICN PO0E) 'O++ PA)A E-TA) A 4E))A 0E TO0OS 'O1T)A TO0OS. 8E"tão, (ua"do "ão eiste um Poder comum capa9 de ma"ter os home"s em respeito, temos a co"di=ão do (ue se de"omi"a 4uerraG uma 4uerra de todos os home"s co"tra todos. Assim, a 4uerra "ão é ape"as a Batalha ou o ato de lutar, mas o per:odo de tempo em (ue se eiste a vo"tade de *uerrear ?@ O tempo resta"te é de pa9. ?p. CN

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HOBBES, Thomas. Leviatã, ou, A matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. SãoPaulo !co"e, #$$%.&.ed.

Pedro 'ai(ue )odri*uesTeoria do Estado +oder"oichame"to

PA)TE -'AP!TLO /--- 0A 'O10-23O 1AT)AL 0O 451E)O H+A1O 1O 6E 'O1'E)1E7 SA EL-'-0A0E E 7 SA 0ES4)A2A

-4AL0A0E E1T)E OS HO+E1S.8A "ature9a criou os home"s tão i*uais "as faculdades do corpo e do esp:rito (ue se um

homem, ;s ve9es, é visivelme"te mais forte de corpo ou mais sa*a9 (ue outro, (ua"do se co"sideraem co"<u"to, a difere"=a e"tre um homem e outro "ão é tão importa"te (ue possa fa9er um deles

reclamar, te"do o fato por ar*ume"to, um >e"ef:cio (ual(uer (ue o outro "ão possa aspirar. ?@6ua"to ;s faculdades me"tais ?@ ai"da e"co"tro maiores i*ualdades e"tre os home"s

do (ue a for=a. ?p. CD

 HO+E+ SE 5 A'-+A 0OS OT)OS HO+E1S.8?@ O (ue tor"a tão i"cr:vel essa i*ualdade é um vão co"ceito da prFpria sa>edoria,

(ue a maior parte dos home"s pe"sa em possuir em *rau mais alto (ue o homem vul*arG isto é, mais(ue todos os home"s, com ece=ão deles mesmos e al*u"s cu<a fama reco"hecem ou por co"sideráIlos seus i*uais. Essa é, pois, a "ature9a do homem (ue, mesmo reco"hece"do a maior sa*acidadedos outros, mais elo(ue"tes ou mais cultos, dificilme"te che*am a admitir (ue há muitos tão sá>ios(ua"to eles ?@ -sso prova (ue são >em mais i*uais do (ue desi*uais. ?@. ?p. CD

0O+!1-O SOB)ES OS OT)OS HO+E1S.8Em vista dessa situa=ão de desco"fia"=a mJtua, "ão há "e"huma forma de

autoprote=ão a"tecipada ra9oável, isto é, domi"ar por meio da for=a ou da astJcia a ta"tos home"s(ua"to possa, "o tempo eato, para (ue "e"hum outro poder o ameace. -sso se resume "a prFpriaso>revivK"cia e, *eralme"te, é permitido ?@. Porta"to, é permitido ao homem, aume"tar seudom:"io so>re seus semelha"tes, uma ve9 (ue isso é "ecessário ; sua so>revivK"cia. ?p. C

T)5S 'ASAS P)-1'-PA-S 0E 0-S'M)0-A 'O+PET51'-A, 0ES'O1-A12A

E 4LM)-A.8A 'ompetK"cia impulsio"a os home"s a atacaremIse para lo*rar al*um Be"ef:cioG a0esco"fia"=a *ara"teIlhes a Se*ura"=a e a 4lFria, a )eputa=ão. A primeira utili9a a iolK"cia paraapossarIse de pessoas, mulheres e cria"=as e *adoG a se*u"da para defe"der esses >e"s, e a terceira,fa9 com (ue se recorra ; for=a, por motivos i"si*"ifica"tes, como uma palavra, um sorriso deescár"io, uma opi"ião difere"te da sua, ou (ual(uer outro si"al de su>estima, direta oui"diretame"te, de forma a macular sua 0ecK"cia, seus Ami*os, sua 1a=ão, sua Profissão ou 1omede am:lia. ?p. CICN

PO0E) 'O++ PA)A E-TA) A 4E))A 0E TO0OS 'O1T)A TO0OS.8E"tão, (ua"do "ão eiste um Poder comum capa9 de ma"ter os home"s em respeito,

temos a co"di=ão do (ue se de"omi"a 4uerraG uma 4uerra de todos os home"s co"tra todos. Assim,a 4uerra "ão é ape"as a Batalha ou o ato de lutar, mas o per:odo de tempo em (ue se eiste avo"tade de *uerrear ?@ O tempo resta"te é de pa9. ?p. CN

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 1O ESTA0O 0E 4E))A A -0A 0O HO+E+ SOL-T)-A, POB)E,E+B)TE'-0A E ')TA.

8Porta"to, tudo o (ue é valido para os home"s em tempo de 4uerra, (ua"do u"s são

-"imi*os dos outros, o é, tam>ém, dura"te o tempo em (ue os home"s vivem sem outra se*ura"=a a"ão ser a da prFpria for=a e a da prFpria 'riatividade. 1esse tempo "ão pode haver lu*ar para aaculdade -mperativa, pois seus resultados são i"certosG ?@ e o (ue é pior eistirá *ra"de temor e

 peri*o de morte viole"ta. A vida do homem é, e"tão, solitária, po>re, em>rutecida e curta. ?p. CN

SE+ LE- A P)O-B-23O SE) -1L-0A.8?@. 0ese<os e PaiQes "ão são i"tri"secame"te pecados e "em mesmos o são as a=Qes

resulta"tes dessas PaiQes, até o mome"to em (ue se edite uma Lei (ue as pro:>aG a"tes (ue eistauma Lei, a proi>i=ão será i"Fcua. 1e"huma Lei poderá ser editada até (ue os home"s "ão e"tremem um acordo e desi*"em uma Pessoa para promul*áIla. ?p. CR

 1A 4E))A 1A0A PO0E SE) 'O1S-0E)A0O -1STO.8Há uma co"se(uK"cia dessa *uerra e"tre os home"s "ada pode ser -"<usto. As "o=Qes

de Bem e +al, de usti=a e -"<usti=a, "ão e"co"tram lu*ar "esse procedime"toG "ão há lei o"de "ãohá Poder comum e o"de "ão há Lei "ão há usti=a. As duas pri"cipais irtudes "a 4uerra são aor=a e a raude. ?@ usti=a e -"<usti=a sF eistem e"tre os home"s em Sociedade, "u"ca "o-solame"to. ?@ O homem, por o>ra da 1ature9a, se e"co"tra, pois, "essa miserável co"di=ão,em>ora te"ha possi>ilidade de superar esse estado co"ta"to com suas PaiQes e com sua )a9ão. ?p.CRIC%

PA-/ES E )AU3O.8As PaiQes (ue i"cli"am o homem a dese<ar a Pa9 referemIse ao Temor ; +orteG

0ese<o pelas coisas (ue lhe dão co"forto e Espera"=a de o>tKIlas por meio de seu Tra>alho. A)a9ão su*ere ade(uadas "ormas de Pa9 (ue podem ser alca"=adas pelos home"s através do mJtuoacordo. ?@. ?p. C%

'AP!TLO /- 0A P)-+E-)A E SE410A LE-S 1AT)A-S E 0OS 'O1T)ATOS.

0-)E-TO 0A 1AT)EUA E LE- 0E 1AT)EUA.8A Li>erdade de cada homem em utili9ar seu poder como >em lhe aprouver, para

 preservar sua prFpria 1ature9a, isto é, sua ida e de, co"se(ue"teme"te, fa9er tudo a(uilo (ue

se*u"do seu ul*ame"to e )a9ão é ade(uado para ati"*ir esse im si*"ifica 0-)E-TO 0A 1AT)EUA, (ue muitos autores chamam de Jus Naturale.?@LE- 0E 1AT)EUA ? Lex Naturalis é a 1orma ou )e*ra *eral esta>elecida pela

)a9ão, (ue pro:>e o ser huma"o de a*ir de forma a destruir sua vida ou priváIlo ou fa9KIlo omitir osmeios "ecessários ; sua preserva=ão. ?@. Assim, o 0-)E-TO é a li>erdade de a*ir ou de omitir,e"(ua"to a Lei o>ri*a a a*ir ou omitir. ?@. ?p. CC

 

0-)E-TO 0E 'A0A + SOB)E TO0AS AS 'O-SAS.8?@ Assim, perdura"do esse 0ireito de cada um so>re todas as coisas, "ão poderá

haver se*ura"=a para "i"*uém ?@, de viver dura"te todo o tempo (ue a 1ature9a permitiu (uevivesse. O esfor=o para o>ter a Pa9 dura"te o tempo em (ue o homem tem espera"=a de alca"=áIla,fa9e"do, para isso, uso de a<udas e va"ta*e"s da 4uerra, é uma 1orma ou )e*ra *eral da )a9ão. A

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 primeira parte dessa )e*ra e"cerra a Lei fu"dame"tal da 1ature9a, isto é, procurar a Pa9 e se*uiIla.A se*u"da, o sumo do 0ireito da 1ature9a, (ue é defe"dermoI"os por todos os meios poss:veis.?p.CCIV$$

)E1W1'-A 0E 0-)E-TOS PA)A +A1TE) A PAU.80a Lei u"dame"tal da 1ature9a, (ue orde"a aos home"s (ue procurem a Pa9, deriva

esta se*u"da Lei O homem deve co"cordar com a re"J"cia de seus 0ireitos a todas as coisas,co"te"ta"doIse com a mesma Li>erdade (ue permite aos demais, ; medida em (ue co"sidere adecisão "ecessária ; ma"ute"=ão da Pa9 e em sua prFpria defesa. Se cada (ual fi9er tudo o (ue otem 0ireito, rei"ará a 4uerra e"tre os home"s. E"treta"to, se todos, co"<u"tame"te, "ãore"u"ciarem ao 0ireito, "ão haverá )a9ão para (ue al*uém se prive da(uilo a (ue tem 0ireito, poisisso si*"ificaria oferecerIse como Presa ?@ e "ão disporIse ; Pa9. ?@. ?p.V$$

O HO+E+ P)AT-'A O ATO OL1T)-O ESPE)A10O + BE1E!'-O.8m homem, ao Tra"sferir ou )e"u"ciar a um 0ireito, o fa9 leva"do em co"sidera=ão o

0ireito (ue lhe foi reciprocame"te tra"sferido ou com espera"=a de ser >e"eficiado. um atovolu"tário e todo homem pratica um ato volu"tário espera"do alca"=ar al*um >e"ef:cio. Porta"to,

há al*u"s 0ireitos (ue é imposs:vel admitir (ue al*um homem, por (uais(uer palavras ou outrossi"ais, possa a>a"do"ar ou tra"sferir. ?@. ?p.V$V

PA'TO O 'O1E123O 'O1-A) 1A PALA)A 0O OT)O.8m dos 'o"trata"tes pode, por sua ve9, e"tre*ar o (ue foi co"tratado e esperar (ue o

outro cumpra a sua parte em um determi"ado mome"to posterior, co"fia"do em sua palavra. 1essecaso, o 'o"trato chamaIse PA'TO ou 'O1E123O. As duas partes podem 'o"tratar "o prese"tea(uilo (ue será cumprido "o futuro, "esse caso, em vista da co"fia"=a "a(uele (ue deverá cumprir sua parte, sua atitude é chamada de O>servX"cia da Promessa ou éG a falta de cumprime"to ?sevolu"tária é a chamada iola=ão da é. ?p V$V

PO0E) A'-+A 0OS 'O1T)ATA1TES PA)A 13O A1LA) O PA'TO.8Em um Pacto, em (ue "i"*uém cumpre pro"tame"te sua parte, have"do co"fia"=a

mJtua "a co"di=ão simples 1ature9a ?co"di=ão de 4uerra e"tre todos, se houver uma m:"imasuspeita, desde (ue se<a ra9oável, o Pacto tor"aIse 1ulo. E"treta"to, se eistir um Poder acimada(uele dos co"trata"tes, com for=a e direito suficie"tes para impor o cumprime"to do Pacto, ele"ão será 1ulo. ?@ as palavras são fracas dia"te da am>i=ão, avare9a, cFlera e outras PaiQes doshome"s, se estes "ão se"tem o temor de um Poder coercitivoG ?@. ?p.V$&

0O-S 'A+-1HOS PA)A -'A) L-)E 0E + PA'TO '+P)-+E1TO OPE)03O.

8Os home"s ficam livres dos Pactos efetuados por dois cami"hos pelo 'umprime"to ouse"do Perdoados. O fim "atural da o>ri*a=ão é o 'umprime"to, e"(ua"to (ue o Perdão é arestitui=ão da li>erdade, co"stitui"do a retra"sferK"cia do 0ireito em (ue co"sistia a o>ri*a=ão.?p.V$DIV$

PO) 1AT)EUA O HO+E+ ES'OLHE O +AL +E1O), PO) -SSO + PA'TO0E ATO0EESA PELA O)2A 'O1T)A A O)2A 1LO.

8m pacto de autodefesa pela or=a co"tra a or=a é "ulo. 1i"*uém ?@ podetra"sferir ou re"u"ciar a seu 0ireito de evitar a +orte, os erime"tos, a Prisão ?@ e, e"tão, a

 promessa de "ão fa9er resistK"cia ; for=a "ão tra"sfere, por "e"hum Pacto, "e"hum 0ireito e "em é

o>ri*atFria. ?@ Por "ature9a, o homem escolhe sempre o mal me"or, isto é, o peri*o de morte aoresistir e "u"ca o mal maior, (ue é a morte certa e imediata se "ão resistir. ?@. ?p.V$

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A -1AL-0EU 0O PA'TO 0A PESSOA 6E SE ATOA'SA SE+ 4A)A1T-A0E PE)03O.

8 i*ualme"te i"válido o Pacto em (ue uma pessoa se autoacusa, sem *ara"tia de perdãoG "a co"di=ão 1atural, em (ue todo homem é um ui9, "ão se pode acusar e, em um Estado'ivil, a Acusa=ão é sempre se*uida de uma Pu"i=ão, (ue si*"ifica or=a ; (ual "ão se é o>ri*adotolerar. ?@. ?p. V$IV$N

)A+E1TO.86ual(uer <urame"to feito se*u"do outra forma ou )itual é um urame"to em vão ou,

simplesme"te, "ão é válido. 6uem ura, ura por 0eus, pois se os home"s urarem por seu )ei, por temor ou liso"<a, estarão lhe atri>ui"do ho"ra 0ivi"a. urar por 0eus em vão si*"ifica profa"ar oseu "ome e urar por outras coisas, como "ormalme"te é feito "o discurso vul*ar, "ão é urar, mas'ostume :mpio, resulta"te do ecesso de veemK"cia "o discurso.

O urame"to "ada acresce"ta ; O>ri*a=ão. Se um Pacto for le*:timo, o>ri*a aos olhosde 0eus, com ou sem urame"toG mesmo (ue se<a co"firmado por um urame"to, se o Pacto "ão for le*al "ão haverá (ual(uer O>ri*a=ão. ?p. V$R

'AP!TLO / 0E OT)AS LE-S 0E 1AT)EUA.

6E OS HO+E1S '+P)A+ OS PA'TOS 6E 'ELEB)A)E+.80a lei de 1ature9a (ue "os o>ri*a a tra"sferir a outros os 0ireitos (ue, se co"servados,

impedem a pa9 da Huma"idade, deriva uma Terceira lei Que os homens cumpram os pactos que

celebrarem. Se esta lei "ão vi*orar, os pactos serão vãos, "ão passa"do de palavras a9ias e umave9 (ue o 0ireito de todos os home"s a todas as coisas co"ti"uaria a vi*orar, prevaleceria aco"di=ão de 4uerra. ?p. V$%

ST-2A E -1ST-2A 8T0O O 6A1TO 13O -1STO STO.8A ori*em e a o"te da ST-2A se e"co"tram "essa lei da 1ature9a. Assim, "a

i"eistK"cia de um Pacto, "ão há tra"sferK"cia de "e"hum 0ireito e, uma ve9 (ue todos os home"stKm 0ireito a todas as coisas, "e"huma a=ão seria -"<usta. E"treta"to, apFs a cele>ra=ão, é uma-"<usti=a romper o Pacto. A defi"i=ão de -1ST-2A é, pois, o "ão 'umprime"to de um Pacto.Tudo o (ua"to "ão é -"<usto é usto. ?p. V$%

O10E 13O H ESTA0O 13O H -1ST-2A.8?@ O"de "ão há Estado, "ão há propriedade e, por co"se*ui"te, "ão eiste o Poder 

coercitivo, dado (ue, "esse caso, todos os home"s tKm 0ireito a tudo. Assim, "ão have"do Estado"ão há -"<usti=a. A "ature9a da usti=a co"siste "o cumprime"to dos Pactos válidos e essa alidade

come=a com o esta>elecime"to de um Poder 'ivil (ue o>ri*ue os home"s a cumpriIlos e é tam>émdia"te dessa i"stitui=ão (ue tem i":cio o 0ireito de Propriedade. ?p. V$C

0AS P)O+ESSAS +WTAS 6A10O 13O H 4A)AT-1A 0E +'+P)-+E1TO PO) 13O E/-ST-S + PO0E) '--L.

81ão podem eistir promessas mJtuas, (ua"do "ão há *ara"tia de cumprime"to por (ual(uer das partes, como ocorre "o caso de "ão eistir um Poder 'ivil esta>elecido (ue este<aacima dos autores das promessasG essas promessas "ão podem ser co"sideradas Pactos. +as (ua"douma das partes <á cumpriu sua promessa ou (ua"do eiste um Poder (ue a o>ri*ue ao cumprime"to,a (uestão se resume em determi"ar se é ou "ão co"tra a )a9ãoG isto é, co"tra o >e"ef:cio (ue a outra

 parte o>tém em cumprir ou deiar de cumprir. Eu afirmo (ue "ão é co"tra a )a9ão. ?@. ?p.VV$

HO+E1S STOS, HO1)A0OS, E HO+E1S -1STOS, -1!6OS.8?@ m homem usto é o (ue se preocupa para (ue todas suas A=Qes se<am <ustas e

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um homem -"<usto é o (ue despre9a essa preocupa=ão. Os co"siderados ustos são os chamadosHo"rados e, os -"<ustos, -":(uos. Assim, um homem Ho"rado "ão perde essa (ualifica=ão por 

 praticar uma ou outra a=ão -"<usta, ori*i"ada de uma Paião repe"ti"a ou erros. ?@. ?p. VVV

4)AT-03O 0EOLE) O BE1E!'-O.80a mesma forma como a usti=a depe"de de um Pacto A"terior, tam>ém a

4)AT-03O depe"de de uma 4ra=a A"terior. Esta é a 6uarta Lei de 1ature9a, a (ual pode ser ormulada da se*ui"te ma"eira Quem recebeu um benefício de outra pessoa, por simples graça,

deve esforçar-se para não dar ao doador motivo rao!vel de arrependimento pela sua boa vontade .Se"do toda 0ádiva olu"tária, (uem fa9 um >e"ef:cio pe"sa, sempre, em Be"eficiar a si mesmoG oO><eto dos Atos olu"tários é o prFprio Be"ef:cio. ?@. ?p. VV&

'O+PLAS'51'-A 8'A0A 6AL 0EE SE ESO)2A) PA)A 'O1-E) 'O+ OS OT)OS.

8A 'O+PLA'51'-A é a (ui"ta Lei de 1ature9a e si*"ifica "ada qual deve se

esforçar para conviver com os outros. Para e"te"der essa Lei, é "ecessário co"siderar (ue, "adisposi=ão i"ata dos home"s em viver em Sociedade, há uma certa diversidade de 1ature9a,

derivada da diversidade de seus Afetos. ?@ Assim, tam>ém, um homem (ue, devido ; sua rude9 1atural, prete"da reter a(uilo (ue para si são coisas supérfluas, mas para os outros "ecessárias e(ue, "a ce*ueira de suas PaiQes, "ão puder corri*ir essa te"dK"cia, deverá ser a>a"do"ado ouepulso da Sociedade, uma ve9 (ue é hostil a ela. ?@. ?p. VV&IVVD

PE)03O 4A)A1T-A 0E PAU.8A seta Lei de 1ature9a refereIse ao PE)03O "omo garantia do #empo $uturo,

devem ser perdoados os que nos ofenderam no passado, mas tenham se arrependido ou dese%am

isso. O Perdão "ada mais é do (ue a *ara"tia de Pa9, a (ual, (ua"do é *ara"tida ;(uele (ue persevera em sua hostilidade, "ão si*"ifica Pa9, mas sim +edoG (ua"do recusada aos (ue oferecem*ara"tia de tempo futuro é aversão pela Pa9, co"traria"do a Lei de 1ature9a. ?p. VVD

-14A12A P1-23O APE1AS 'O+O 'O))E23O.8A sétima Lei de 1ature9a di9 Que nas &inganças  ?@ os homens não deem

import'ncia ao mal passado, mas a grandea do bem futuro . 0e acordo com a Lei, é proi>idoaplicar casti*os com (ual(uer i"te"=ão (ue "ão se<a a corre=ão do ofe"sor ou o eemplo para osoutros home"s. ?@ e a vi"*a"=a "ão visar o Eemplo ou o >e"ef:cio vi"douro, se tra"sformará "otriu"fo ou *lorifica=ão da(uele (ue causa um da"o a seu semelha"te (ue "ão te"de a "e"hum im,

 pois o im é sempre al*o (ue viráG ?@, o (ue é co"trário ; Lei de 1ature9a e se disti"*ue com o"ome de 'rueldade. ?p. VVD

 13O SE 0EE 0E+OST)A) O M0-O -1SLTO.8'om >ase "o fato de (ue o Fdio e o despre9o provocam a luta e (ue os home"s, "a suamaioria, preferem arriscar a ida, mas "ão desistir da i"*a"=a, foi formulada a oitava Lei de

 1ature9a Que nenhum homem, por meio de palavras ou atos demonstre (dio ou despreo pelo

outro. O desrespeito a essa Lei é chamado de -"<Jria ou -"sulto. ?p.VVD

)E'O1HE'E) O OT)O 'O+O -4AL PO) 1AT)EUA.8?@ A i*ualdade e"tre os home"s deve, pois, ser reco"hecida, pois trataIse de uma Lei

 1atural e, do mesmo modo, deve ser admitida essa i*ualdade se a 1ature9a fe9 os home"sdesi*uais, posto (ue os home"s (ue se co"siderem i*uais "ão e"trem em co"di=ão de Pa9, a "ão ser (ua"do assim tratados. Assim, propo"ho como "o"a Lei de 1ature9a Que cada homem reconheça

os demais como seus iguais por Naturea. O desrespeito a esse preceito é o Or*ulho. ?p.VV

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'E)TOS 0-)E-TOS 0EE+ SE) +A1T-0OS.80essa Lei depe"de outra  )o se iniciarem as condiç*es de +a, ningum deve

 pretender reservar apenas para si um ireito que não aceitaria fosse privilgio de qualquer outro.

0a mesma forma como é preciso re"u"ciar certos 0ireitos para *ara"tir a Pa9, ou se<a, re"u"ciar ;li>erdade de fa9er tudo o (ue e"te"der, é, tam>ém "ecessário para a vida do homem (ue al*u"s0ireitos se<am ma"tidos, como o de *over"ar o prFprio corpo, desfrutar o ar e a á*ua, moverIse de

um lu*ar e outros mais sem os (uais é imposs:vel viver >em. ?@. ?p. VV

E6-0A0E.8E, tam>ém, é um preceito da Lei 1atural (ue Se um homem foi eleito <ui9 para <ul*ar 

dois home"s, deve tratáIlos com e(uidade. 1ão se"do assim, as desave"=as e"tre os home"s sF sãodecididas através da 4uerra. ?@. ?p. VV

0EST)-B-23O PA)A TO0OS.8?@ Y 0a e(uidadeZ deriva uma "ova Lei Que as coisas que não podem ser divididas

 se%am desfrutadas por todos, na medida do possível, e, se a quantidade do que est! sendo

distribuído o permitir, sem limites/ caso contr!rio, proporcionalmente entre aqueles que a elas t0m

direito. Se assim "ão for, a distri>ui=ão será desi*ual e "ão haverá e(uidade. ?p. VVIVVN

SALOI'O10TO PA)A OS +E0-A0O)ES 0A PAU.8Tam>ém é Lei de 1ature9a Que se outorgue 1alvo-conduto a todos os homens que

 servem de mediadores para a +a . A mesma Lei (ue orde"a a Pa9 e"(ua"to im, orde"a ai"tercessão como meio e este, para a -"tercessão, é o SalvoIco"duto. ?p.VVN

TE)'E-)A PESSOA PA)A HAE) + L4A+E1TO )B-T)O.8?@ E"(ua"to as partes em disputa "ão fi9erem um Pacto "o se"tido de aceitar a

se"te"=a de um terceiro, "ão haverá Pa9 e"tre elas. Essa outra pessoa, a cu<a se"te"=a se su>metem,chamaIse r>itro. ?p. VVN

S!1TESE 0AS LE-S 8AU AOS OT)OS O 6E 4OSTA)-A 6E TE-UESSE+.

8?@ +as, para fa9er com (ue "i"*uém se<a perdoado, todas as Leis foram si"teti9adasem um resumo >asta"te acess:vel, a fim de (ue se<a e"te"dido até mesmo pelos me"os capa9es. Oresumo é, pois a9 aos outros o (ue *ostaria (ue te fi9essem. Todas as Leis parecerão ra9oáveis(ua"do as a=Qes, para serem comparadas, forem colocadas "os pratos de uma >ala"=a, isto é, as"ossas em um pra"to e as do outro "o outro prato, de forma a (ue o peso "ão ve"ha a ser modificado dia"te das PaiQes e amorIprFprio. ?p.VVR

PA)TE --'AP!TLO /-- 0AS 'ASAS, 4E)A23O E 0E-1-23O 0E + ESTA0O.

O -+ WLT-+O 0O HO+E+ 0E-/A) A 'O10-23O 0E 4E))A8O fim Jltimo ?@ dos home"s ?@ é a preocupa=ão com sua prFpria co"serva=ão e

*ara"tia de uma vida mais feli9. Ou se<a, a vo"tade de a>a"do"ar a m:sera co"di=ão de 4uerra ?....?p. V#&

PO0E) PA)A 6E OS PA'TOS SEA+ +A-S 6E PALA)AS.8?... Sem a espada, os Pactos "ão passam de palavras sem for=a (ue "ão dão a m:"ima

se*ura"=a a "i"*uém. Assim, apesar das Leis de 1ature9a ?@, se "ão for i"stitu:do um Poder co"siderável para *ara"tir "ossa se*ura"=a, o homem, para prote*erIse dos outros, co"fiará, e poderá le*itimame"te co"fiar, ape"as em sua prFpria for=a e capacidade. ?@. ?p. V#&

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SE 'A0A HO+E+ O) SE 0E-/A) LEA) PO) SES !UOS E APET-TESLO4O E1T)AISE 1O ESTA0O 0E 4E))A.

8Se as a=Qes de cada homem (ue compQe uma multidão forem determi"ados pelo <u:9oe apetites i"dividuais, "ão se espera (ue se<am capa9es de defe"der e prote*er a "i"*uém ?@

?@ é i"evitável (ue a difere"=a e"tre seus i"teresses os levam a desu"irIse, volta"do a

cair em *uerra u"s co"tra os outros. ?p. V#DIV#

'O+PET-23O PELA HO1)A8Primeiro, (ue os home"s, co"sta"teme"te, se e"volvem em competi=ão pela Ho"ra e

 pela 0i*"idade ?@ E é, porta"to, devido a esses fatos (ue e"tre os home"s sur*e a i"ve<a e o Fdioe, fi"alme"te, a *uerra ?@. ?p .V#

EL-0A0E 1A 'O+PA)A23O8Se*u"do ?@ o homem sF e"co"tra felicidade "a compara=ão com os outros home"s,

sF te"do pra9er "o (ue é emi"e"te. ?p. V#

SE1T-+E1TO 0E SPE)-O)-0A0E 0OS HO+E1S8Terceiro, (ue, ?@ os home"s ?@, em sua maioria, se <ul*am mais sá>ios, e mais

capacitados (ue os outros para o eerc:cio do poder pJ>lico, esfor=a"doIse para reali9ar reformas ei"ovar, cada (ual a seu modo, aca>a"do assim por levar a desordem e ; *uerra civil. ?p. V#

AP)ESE1TA) O 6E BO+ SE10O O +AL E O 'O1T))-O, ASS-+PE)T)BA10O A PAU.

8Em (uarto lu*ar ?@ al*u"s home"s "ão são capa9es de aprese"tar aos outros o (ue é >om so> a aparK"cia do mal, e o (ue é mal so> a aparK"cia do >emG ou ai"da aume"ta"do oudimi"ui"do a importX"cia vis:vel do >em ou do mal, semea"do o desco"te"tame"to e"tre oshome"s e pertur>a"do sua pa9 por simples capricho. ?p. V#

6A1TO +A-S SAT-SE-TO +A-S 6E) O HO+E+.86ui"to, ?@ o homem, (ua"to mais satisfeito, mais co"tur>ado, pois está prope"so a

ei>ir sua sa>edoria e a co"trolar as a=Qes (ue *over"am o Estado. ?p. V#IV#N

O A'O)0O E1T)E OS HO+E1S 13O S)4E 1AT)AL+E1TE, E S-+AT)AS 0E + PA'TO, O SEA, A)T--'-AL+E1TE.

8Por Jltimo, ?@ o acordo vi*e"te e"tre os home"s sur*e ape"as através de um Pacto,isto é, artificialme"te. ?@. ?p. V#N

ESTA0O, PO0E) SOBE)A1O, SOBE)A1O E SW0-TOS.8'o"ferir toda for=a e poder a um homem, ou a uma assem>leia de home"s, (ue possaredu9ir as diversas vo"tades, por pluralidade de votos, a uma sF vo"tade, é o J"ico cami"ho parai"stituir um poder comum, capa9 de defe"der a todos de i"vasQes estra"*eiras e das i"<Jrias (ue u"s

 possam fa9er a outros ?@ de modo (ue seria como se cada homem dissesse a cada homem )utorio e desisto do direito de governar a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de

homens, com a condição de que desistas tambm de teu direito, autoriando, da mesma forma,

todas as suas aç*es. 0essa forma, a multidão assim u"ida "uma sF pessoa possa chamarIse Estado?@ O titular dessa pessoa chamaIse SOBE)A1O, e se di9 (ue possui Poder so>era"o. Todos osresta"tes são SW0-TOS. ?p. V#N

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'AP!TLO /--- 0O-S 0-)E-TOS 0OS SOBE)A1OS PO) -1ST-T-23O

ESTA0O -1ST-T!0O. 8m Estado é co"siderado -"stitu:do (ua"do uma +ultidão dehome"s 'o"corda e Pactua, (ue a (ual(uer Homem ou Assem>leia de home"s a (uem se<aatri>u:do pela maioria o 0ireito de )eprese"tar a pessoa de todos os (ue otaram a favor dele comoos (ue otaram co"tra ele, deverão Autori9ar todos os Atos e 0ecisQes desse homem ou Assem>leia

de home"s, como se fossem seus prFprios Atos e 0ecisQes, a fim de poderem co"viver  pacificame"te e serem prote*idos dos resta"tes home"s. ?p.V#%

OS SW0-TOS 0E + +O1A)'A 13O PO0E+ )E11'-A) 7 +O1A)6-A.8?... Os sJditos de um +o"arca "ão podem, sem a sua lice"=a, re"u"ciar ; +o"ar(uia,

re*redi"do ao estado de co"fusão de uma multidão desu"ida, "em tra"sferir sua pessoa, da(uele (uea suste"ta, para outro Homem ou outra Assem>leia de home"s. ?p.V#%

 1E1H+ SW0-TO PO0E L-BE)TA)ISE 0A SE-23O.8Em se*u"do lu*ar, "e"hum SJdito pode li>ertarIse da su<ei=ão, so> (ual(uer preteto

de i"fra=ão, pois, dado (ue o direito de represe"tar a pessoa de todos é co"ferido ;(uele (ue se

tor"a So>era"o, media"te um Pacto cele>rado ape"as e"tre cada um e cada um, e "ão e"tre oSo>era"o e cada um dos outros, "ão pode"do haver (ue>ra do pacto da parte do so>era"o. ?@?p.V#C

AT +ES+O 6E+ 0-S'O)0O 0EE A'E-TA) O SOBE)A1O.8Em terceiro lu*ar, até mesmo os (ue tiveram discordado devem aceitar o So>era"o

escolhido pela maioria, <u"tame"te com a maioria, isto é, devem aceitar e reco"hecer todos os atos(ue ele ve"ha a praticar, ou e"tão serem <u"tame"te destru:dos pelos resta"tes. ?@ 6uer fa=a parteda 'o"*re*a=ão ou "ão, (uer lhe pe=am seu co"se"time"to ou "ão, terá (ue su>meterIse a seus0ecretos ou será deiado "a co"di=ão de 4uerra em (ue a"tes se e"co"trava, e "a (ual pode, semi"<usti=a, ser destru:do por (ual(uer um. ?p.V&$

-10EPE10E1TE+E1TE 0O 6E A2A O SOBE)A1O 1E1H+A A23OPO0E SE) 'O1S-0E)A0A -1W)-A.

8Em (uarto lu*ar, "ada do (ue o So>era"o fa9 pode ser co"siderado i"<Jria para(ual(uer SJdito e "e"hum deles pode acusáIlo de i"<usti=a. Pois (uem fa9 al*uma coisa, em virtudeda Autoridade de um outro, "ão pode "u"ca causar i"<Jria ;(uele em virtude de cu<a autoridade estáa*i"do e cada SJdito é, por -"stitui=ão de um Estado, Autor de todos os atos decisQes do So>era"o.?@. ?p. V&$

 1E1H+ SOBE)A1O PO0E SE) 'O10E1A0O 7 +O)TE.

8Em (ui"to lu*ar, e em co"se(uK"cia do (ue foi dito, "e"hum homem (ue detém oPoder So>era"o pode ser co"de"ado ; morte, "em pu"ido de (ual(uer outra forma por seus SJditos.Se"do cada SJdito Autor dos atos de seu so>era"o, cada um estaria casti*a"do outrem pelos atoscometidos por si mesmo. ?p. V&$

'ABE AO SOBE)A1O L4A) 6A-S OP-1-ES E 0OT)-1AS S3O'O1T))-AS 7 PAU.

8Em seto lu*ar, é competK"cia da So>era"ia <ul*ar (uais opi"iQes e doutri"as sãoco"trárias ; Pa9, e (uais lhe são prop:cias. ?... As A=Qes dos home"s derivam de suas opi"iQes, e é"o >om *over"o das opi"iQes (ue co"siste o >om *over"o das a=Qes dos home"s, te"do em vista aPa9 e a 'o"cFrdia e"tre eles. ?@. Porta"to, compete ao dete"tor do Poder So>era"o ser ui9, ou

co"stituir todos os u:9es de Opi"iQes e 0outri"as, como al*o "ecessário para a Pa9, evita"do assima discFrdia e a 4uerra 'ivil. ?p. V&V

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AS )E4)AS SOB)E A P)OP)-E0A0E 0E PO0E) 0O SOBE)A1O.8Em sétimo lu*ar, o Poder de prescrever as )e*ras através das (uais todo homem pode

sa>er (uais os Be"s (ue lhe tra9em pra9er, e (uais as A=Qes (ue pode praticar, sem ser molestado por "e"hum de seus co"cidadãos perte"ce ; So>era"ia, e é co"hecida pelos home"s comoPropriedade. Por(ue a"tes da co"stitui=ão do Poder So>era"o ?@ todos os home"s ti"ham direito atodas as coisas, o (ue "ecessariame"te provocava a 4uerra. Porta"to esta Propriedade, dado (ue é

"ecessária ; Pa9 e depe"de do Poder So>era"o, é um Ato desse poder, te"do em vista a Pa9 pJ>lica.?@ ?p. V&#

O PO0E) SOBE)A1O E/E)'E O 0-)E-TO 0E L4A) TO0OS OS'O1L-TOS 'O+ )ESPE-TO 7S LE-S.

8Em oitavo lu*ar, o Poder So>era"o eerce o 0ireito da udicatura, (uer di9er, ouvir eul*ar todos os 'o"flitos (ue possam sur*ir com respeito ;s Leis, ta"to 'ivis (ua"to 1aturais, oucom respeito aos fatos. Sem a decisão das 'o"trovérsias "ão eistirá prote=ão de um SJdito co"traas i"<Jrias de um outro. ?@. ?p. V&#

AO SOBE)A1O 'ABE O 0-)E-TO 0E P)O+OE) A 4E))A OA PAU.

8Em "o"o lu*ar, o direito de fa9er a 4uerra e promover a Pa9 com outras "a=Qes eEstados perte"ce ; So>era"ia. -sto é, o 0ireito de ul*ar (ua"do a 4uerra, correspo"de ao >emcomum, e (ual a (ua"tidade de for=as (ue devem ser reu"idas, armadas e pa*as para esse fim, e deo>ter di"heiro e"tre os SJditos, a fim de pa*ar suas despesas. ?@. ?p. V&#

'O+PETE AO SOBE)A1O A -10-'A23O 0E TO0OS OS 'O1SELHE-)OS,+-1-ST)OS, +A4-ST)A0OS E 1'-O1)-OS.

8Em décimo lu*ar, compete, ai"da, ; so>era"ia a i"dica=ão de todos os 'o"selheiros,+i"istros, +a*istrados e u"cio"ários, ta"to "a Pa9 como "a 4uerra. Se o So>era"o estáe"carre*ado dos fi"s, (ue são a Pa9 e a 0efesa comu"s, e"te"deIse (ue ele há de deter o Poder parausar tais meios da forma (ue co"siderar mais ade(uada a seu propFsito. ?p. V&#

O SOBE)A1O PO0E )E'O+PE1SA) 'O+ )-6EUAS E HO1)AS E P1-) 'O+ 'AST-4OS.

8Em décimo primeiro lu*ar, é i"ere"te ; So>era"ia o 0ireito de recompe"sar comri(ue9as e ho"ras, e o de Pu"ir com casti*os corporais ou pecu"iários, ou com a i*"om:"ia,(ual(uer SJdito, de acordo com a Lei previame"te esta>elecida. Se ela "ão eistir, o fará de acordocom o (ue co"siderar mais co"di9e"te para estimular os home"s a servirem ao Estado ou afastáIlosde (ual(uer ato co"trário ao mesmo. ?p. V&&

TO)1AISE 1E'ESS)-A A LE- 0E HO1)A.

8Por Jltimo, co"sidera"do (ue, "aturalme"te, os home"s valori9am a si mesmo, e,ai"da, o respeito (ue esperam rece>er dos outros, e o pouco valor (ue atri>uem aos outros home"s?@, tor"aIse "ecessária a eistK"cia de Leis de Ho"ra, e (ue se atri>ua um valor aos home"s (ue

 >em serviram, ou (ue são capa9es de >em serviram, ou (ue "ão capa9es de >em servir ao EstadoG etam>ém (ue se<am postas "as mãos de al*umas for=a suficie"te para a eecu=ão a essas Leis. ?@.?p.V&&

PO0E)ES 0OS 6A-S O SOBE)A1O PO0E O 13O T)A1SE)-).8?@ Pode ser tra"sferido pelo So>era"o, sem (ue isso pre<udi(ue seu Poder so>re os

SJditos, o poder de cu"har moeda, de dispor das propriedades e pessoas dos -"fa"tes Herdeiros, deter op=ão de compra "os +ercados, assim como todas as outras prerro*ativas estatuárias.

E"treta"to, se tra"sferir o coma"do da +il:cia será em vão co"servar o Poder udicial, pois as leis"ão poderão ser eecutadas. Por seu tur"o, se for alie"ado o Poder de recolher impostos, o coma"doda +il:cia será i"Jtil, e se re"u"ciar ; re*ulame"ta=ão das 0outri"as, os SJditos serão levados ;

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re>elião pelo temor aos Esp:ritos. Se co"siderarmos os 0ireitos citados, imediatame"te veremos (ueco"servar todos os outros "ão produ9irá "e"hum efeito para a preserva=ão da Pa9 e da usti=a, >e"s

 para os (uais se i"stituem os Estados. ?@. ?p.V&&

A 4)A10E ATO)-0A0E 'ABE AO SOBE)A1O.8Te"do em vista (ue a *ra"de Autoridade é -"divis:vel e i"separavelme"te atri>u:da ao

So>era"o, a opi"ião dos (ue afirmam (ue os )eis So>era"os, em>ora se<am  singulis ma%ores commaior poder do (ue (ual(uer de seus SJditos, são ape"as singulis minores com me"or poder do (uetodos eles <u"tos, carece de fu"dame"to. Por(ue se por todos <u"tos "ão se e"te"de o corpo coletivocomo uma pessoa, e"tão todos <u"tos e cada um si*"ificam o mesmo, e essa fala é a>surda. +as sefor e"te"dido por todos <u"tos como uma Pessoa ?pessoa (ue perte"ce ao So>era"o, e"tão o poder de todos <u"tos é o mesmo (ue o poder do So>era"o, e mais uma ve9 a fala é a>surdaG a>surdo essemuito claro sempre (ue a so>era"ia reside "uma Assem>leia do povo, porém, em um +o"arca "ão éaceitoG todavia, o poder da So>era"ia é o mesmo, se<a a (uem perte"=a. ?p. V&D

'AP!TLO //- 0A L-BE)0A0E 0OS SW0-TOS

L-BE)0A0E. 8O si*"ificado da palavra L-BE)0A0E, em se"tido prFprio, é ausK"cia de Oposi=ão

?e"te"de"doIse por Oposi=ão os -mpedime"tos eter"os do movime"to e se aplica ta"to ;scriaturas )acio"ais como as -rracio"ais e -"a"imadas. ?@.

0e acordo com esse *e"u:"o e comum si*"ificado, um HO+E+ L-)E é a(uele (ue"ão é impedido de fa9er as coisas (ue tem vo"tade e as fa9 *ra=as ; sua for=a e e"*e"ho. [email protected], (ua"do falamos Livreme"te, "ão estamos aludi"do ; Li>erdade da vo9, ou da pro"J"cia,mas do homem ao (ual "e"huma Lei o>ri*ou a falar de ma"eira diversa da (ue o fe9. Por Jltimo, aepressão LivreIar>:trio "ão si*"ifica Li>erdade da vo"tade, do dese<o ou da i"cli"a=ão, mas ape"asa Li>erdade do homem (ue co"siste "o fato de ele "ão se deparar com e"traves para fa9er a(uilo(ue tem vo"tade, dese<o ou i"cli"a=ão. ?p.VDIV

TE+O) E L-BE)0A0E.8Temor e Li>erdade são compat:veis trataIse de uma a=ão de al*uém (ue é livre

(ua"do atira seis >e"s ao +ar com temor de (ue o >arco afu"de, e o fa9, sem dJvida,volu"tariame"te, pode"do a>sterIse, se (uiser. ?@ 4eralme"te, todos os atos praticados peloshome"s "o Estado, por temos ; lei, são a=Qes (ue seus Autores tKm a Li>erdade de omitir. ?p.V

L-BE)0A0E E 1E'ESS-0A0E.8Li>erdade e 1ecessidade tam>ém são compat:veis assim como as á*uas ti"ham, além

da li>erdade, tam>ém a "ecessidade de descer pelo 'a"al, i*ualme"te as A=Qes praticadasvolu"tariame"te pelos home"s, te"do em vista dos home"s, >em como seus dese<os e i"cli"a=Qes,derivam da li>erdadeG assim, tam>ém, a vo"tade dos home"s, >em como seus dese<os e i"cli"a=Qes,derivam de al*uma causa e esta, por sua ve9, de outra causa, forma"do uma cadeia co"t:"ua ?@,(ue derivam da "ecessidade. ?@. ?p.V

LA2OS.80a mesma forma como os home"s, alme<a"do co"se*uir a pa9, e através dela sua

 prFpria co"serva=ão, criaram um Homem Artificial chamado Estado, criaram, tam>ém, 'árceresArtificiais, chamadas Leis 'ivis, (ue, media"te pactos mJtuos, ficam presos, por uma dasetremidades, ao Homem ou ; Assem>leia a (uem co"fiaram o Poder So>era"o, e por outra, a seus

 prFprios Ouvidos. Esses lados, em>ora fracos devido ; prFpria "ature9a, são ma"tidos, se<a pelo peri*o ou pela dificuldade em rompKIlos. ?p. V 

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L-BE)0A0E 0OS SW0-TOS.8?@ Porta"to, a li>erdade dos SJditos está, some"te, "a(uelas coisas permitidas pelo

So>era"o ao re*ular suas a=Qes, como a Li>erdade de comprar e ve"der ou reali9ar co"tratosmJtuosG de cada um escolher sua residK"cia, sua alime"ta=ão, sua profissão, e i"struir seus filhosco"forme achar melhor etc. ?p. VN

A L-BE)0A0E 0OS SW0-TOS 13O L-+-TA O SOBE)A1OS SOB)E -0A E+O)TE.8Essa Li>erdade, porém, "ão a>ole, "em limita o Poder So>era"o de vida e de morte,

 pois <á foi demo"strado (ue "ada pode fa9er um )eprese"ta"te So>era"o a um SJdito, so> "e"hum preteto, (ue possa vir a ser propriame"te chamado -"<usti=a ou -"<Jria. -sso por(ue cada SJdito éAutor de todos os atos praticados pelo So>era"o, de modo (ue "u"ca "ecessite o direito se<a ao (uefor, a "ão ser "a medida em (ue ele prFprio é SJdito de 0eus, e está, por ele, o>ri*ado a respeitas asleis de 1ature9a. ?@. ?p. VN

L-BE)0A0E 0O ESTA0O.8A Li>erdade, a respeito da (ual eistem ho"rosas referK"cias "as o>ras de HistFria e

ilosofia da A"ti*a 4récia e do -mpério )oma"o ?@ "ão é a Li>erdade particular de um homem,mas a Li>erdade do Estado. Esta seria a (ue todo o homem deveria ter, se "ão houvesse Leis 'ivis"em "e"huma espécie de Estado. ?@ Sem isso, viveriam "uma co"di=ão de *uerra perpétua, esempre "a imi"K"cia da >atalha, com as fro"teiras vi*iadas e ca"hQes apo"tados co"tra os vi9i"hos

 prFimos. ?@. A Li>erdade é sempre a mesma, se<a o Estado +o"ár(uico ou Popular. ?p. VR

0-)E-TOS T)A1SE)-0OS 1A ')-A23O 0E + ESTA0O.  8?... a9em parte de "osso ato de su>missão ta"to "ossa O>ri*a=ão (ua"to "ossa

Li>erdade, o (ue pode i"terferirIse media"te ar*ume"tos de (ual(uer tempo ou lu*ar, pois "ãoeiste O>ri*a=ão imposta a um homem (ue "ão derive de al*um ato de sua vo"tade, visto (ue todosos home"s são, por 1ature9a, i*ualme"te Livres. E como tais ar*ume"tos podem derivar ta"to das

 palavras epressas 2u autorio todas as suas )ç*es como da -"te"=ão da(uele (ue se su>mete a seuPoder ?@, a O>ri*a=ão e a Li>erdade do SJdito deve ser derivada ou da(uelas Palavras ?@, ou doim da -"stitui=ão da So>era"ia, a sa>er a Pa9 e"tre os SJditos e sua 0efesa co"tra um i"imi*ocomum. ?p. V%IVC

0-)E-TOS 6E 13O PO0E+ SE) T)A1SE)-0OS.8'o"sidera"do (ue a So>era"ia por -"stitui=ão se esta>elece por Pacto e"tre todos e a

So>era"ia por A(uisi=ão,?@ tor"aIse evide"te (ue todo SJdito *o9a de li>erdade em tudo (ua"toao 0ireito "ão pode ser tra"sferido por um Pacto. ?@

Assim, (ua"do um So>era"o orde"ar a al*uém ?mesmo (ue <ustame"te co"de"ado (ue

se mate, se fira ou se mutile ou "ão se defe"da de ata(ues ou deie de alime"tarIse, respirar,medicarIse ou (ual(uer outra coisa sem a (ual poderá viver, esse al*uém tem a li>erdade dedeso>edecer.

'aso um homem ve"ha a ser i"terro*ado pelo so>era"o ou por sua autoridade so>re umcrime (ue cometeu, "ão é o>ri*ado ?@ a co"fessáIlo, por(ue "i"*uém ?@ pode ser o>ri*ado por um Pacto a i"crimi"arIse. ?p. VC

0EESA E O)2A 0O ESTA0O.8?@ 6ua"do a 0efesa do Estado ei*e o co"curso simultX"eo da(ueles (ue são

capa9es de pe*ar em armas, todos tKm essa o>ri*a=ãoG de outra forma, a -"stitui=ão Estado, ao (ual"ão tKm o propFsito ou a cora*em de defe"der, teria sido em vão.

 1e"hum homem é livre para resistir ; or=a do Estado, em defesa de outrem, se<aculpado ou i"oce"te, por(ue essa Li>erdade priva o So>era"o dos meios de prote*er seus SJditos.Ela é, porta"to, a destrui=ão da prFpria essK"cia do Estado. ?@. ?p. VN$

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AS OT)AS L-BE)0A0ES 0EPE10E+ 0A -1E/-ST51'-A 0E LE-S A)ESPE-TO.

8'om referK"cia ;s demais Li>erdades, elas depe"dem de i"eistK"cia de Leis arespeito. 6ua"do o So>era"o "ão esta>eleceu re*ras, o SJdito tem a li>erdade de fa9er ou de omitir,co"forme a sua discri=ão. Essa Li>erdade é maior em al*u"s lu*ares e me"or em outros,depe"de"do, ai"da, sua amplitude, de épocas ou co"forme o <ul*ame"to so>re sua co"ve"iK"cia por 

 parte de (uem detém o Poder So>era"o. ?@. ?p. VNV

A L-BE)0A0E 13O PO0E 0E-/A) + POO 0ESP)OTE4-0O.8Se um +o"arca ou uma Assem>leia So>era"a outor*arem uma Li>erdade a todos ou a

(ual(uer dos sJditos, de forma (ue a persistK"cia dessa *ara"tia i"capacite o So>era"o de prote*er seus SJditos, a Outor*a é "ula, a me"os (ue diretame"te re"u"cie ou tra"sfira a So>era"ia paraoutrem. ?@.

A O>ri*a=ão dos SJditos para com o So>era"o perma"ece ape"as e"(ua"to dura oPoder, através do (ual os prote*e. Por(ue o direito (ue, por 1ature9a, os home"s tKm de sedefe"der, "ão pode ser a>a"do"ado através de (ual(uer Pacto. A So>era"ia é a Alma do Estado e,uma ve9 separada do corpo, tira os movime"tos dos mem>ros. A fi"alidade da O>ediK"cia é a

Prote=ão e, (ua"do um homem a vK, se<a em sua prFpria espada se<a "a de um outro, a 1ature9adetermi"a (ue a o>ede=a e se esforce por co"serváIla. ?@. ?p. VN#

 'O1'O)0A) O 13O E+ SE) SW0-TO 0E + E1'E0O).8m homem tem a Li>erdade de co"cordar em tor"arIse SJdito de um e"cedor, em

troca de sua vida ou Li>erdade corporal se tiver sido aprisio"ado dura"te a *uerra ou se sua vida ouLi>erdade corporal se tiver sido aprisio"ado dura"te a *uerra ou se seus meios de vida see"co"trarem e"tre*ues ; *uarda do i"imi*o. 0epois de ter aceito essa co"di=ão, passa a ser SJditode (uem o aprisio"ou, pois era essa a J"ica ma"eira de se preservar. ?@. ?p. VN#

SE O +O1A)'A O) SB4A0O.8Se um +o"arca, su><u*ado dura"te a *uerra for feito SJdito do e"cedor, seus SJditos

ficarão livres da o>ri*a=ão a"terior e passam ter o>ri*a=ão para com o e"cedor. +as se ele for feito prisio"eiro ou "ão dispuser da li>erdade de seu prFprio 'orpo, "ão se su>e"te"de (ue ele te"hare"u"ciado ao 0ireito de So>era"ia, e seus SJditos são o>ri*ados a o>edecer aos +a*istrados,a"teriorme"te i"stitu:dos e (ue *over"am em "ome de seu So>era"o e "ão em "ome PrFprio. Emefeito, se su>siste o 0ireito do So>era"o, a (uestão é ape"as Admi"istrativa. -sto é, dos +a*istradose u"cio"ários, <á (ue se ele "ão tiver meios para "omeáIlos, supQeIse (ue aprovaria a(ueles (ueele mesmo desi*"ou a"teriorme"te. ?p. VN&

'AP!TLO //-/ 0AS 'O-SAS 6E E1)A6E'E+ O LEA+ 7 0-SSOL23O 0E+ ESTA0O.

ASSE4)A) O ESTA0O.8E+BO)A "ada do (ue é feito pelos mortais possa ser imortal, os home"s, se usassem

a ra9ão como prete"dem, poderiam, pelo me"os, fa9er com (ue seus Estados fossem asse*urados,defi"itivame"te, co"tra o peri*o de perecer por males i"ter"os. Pela "ature9a de sua -"stitui=ão, elesestão desti"ados a viver ta"to tempo (ua"to o *K"ero huma"o ou as Lei de 1ature9a ou, ai"da, ta"to(ua"to ; prFpria usti=a, (ue lhes dá vida. Assim, (ua"do são dissolvidos, "ão pela violK"ciaeter"a, mas por desordem i"testi"a, a falta "ão está "os home"s, mas "a +atériaG mas são eles seusmodeladores e or*a"i9adores. ?@. ?p. #&$

E1E)+-0A0ES 0O ESTA0O.8E"tre as E"fermidades de um Estado i"cluemIse, primeirame"te, as ori*i"adas em uma

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i"stitui=ão imperfeita e (ue se assemelham ;s 0oe"=as de um corpo "atural de Procria=ão0efeituosa. ?p.#&$

8ma delas é Para o>ter um )ei"o, um homem co"te"taIse muitas ve9es, com me"osPoder do (ue é "ecessário ; Pa9 e a defesa do Estado. Sucede (ue, (ua"do o eerc:cio do Poder 

outor*ado tem (ue ser recuperado para a salva=ão pJ>lica, apare"ta ser um ato i"<usto, o (ual ?@ predispQe muitos home"s ; re>eldia. 0a mesma ma"eira (ue os corpos das cria"=as, co"ce>idas por  pais e"fermos, estão su<eitos, (uer a uma morte precoce, (uer a pur*ar a má (ualidade resulta"te desua co"cep=ão viciosa, através de cálculos e pJstulas, (ua"do os )eis se "e*am uma parte dessePoder tão "ecessário, "em sempre é ?@ por i*"orX"cia da(uilo (ue é su>sta"cial ao car*o (ueocupam, mas pela espera"=a de a recuperarem (ua"do lhes aprouver. Sem dJvida "ão racioci"amcorretame"te, por(ue os (ue a"tes o ma"ti"ham "o Poder podem vir a ser prote*idos co"tra ele

 pelos Estados estra"*eiros (ue, co"sidera"do o >em de seus SJditos, "ão perderão a ocasião dee"fra(uecer o dom:"io de seus vi9i"hos. ?@. ?p. #&V

0OE12AS 0E + ESTA0O 0E)-A0O 0O E1E1O 0AS 0OT)-1AS

SE0-'-OSAS.8Em se*u"do lu*ar, serão eami"adas as 0oe"=as de um Estado derivadas do ve"e"o

das doutri"as sediciosas, uma das (uais é a se*ui"te Todo homem, em particular, é ui9 das suasBoas e +ás a=Qes. -sto é verdade "a co"di=ão de mera 1ature9a, (ua"do "ão há Leis 'ivis, e,tam>ém, so> 4over"o 'ivil, (ua"do "ão estão determi"ados pela Lei. ?@ Por essa falsa doutri"a,os home"s ad(uirem a te"dK"cia para de>ater e"tre si e discordar das orde"s do Estado, para,depois, o>edecKIlas ou deso>edecKIlas co"forme acharem co"ve"ie"te em u:9os particulares.Assim, o Estado é pertur>ado e E"fra(uecido. ?p. #&V

O E))O 0E 'OLO'A) O HO+E+ 'O+O -U 0O BE+ E 0O +AL.Outra doutri"a i"compat:vel com a Sociedade 'ivil é 6ual(uer coisa (ue um homem

fa9 co"tra sua 'o"sciK"cia é um Pecado e depe"de da presu"=ão de cada um ele*erIse ui9 do Beme do +al. 'o"sciK"cia e u:9o de um homem são a mesma coisa, de forma (ue, como o u:9o, a'o"sciK"cia tam>ém pode ser err["ea. ?@. ?p. #&#

O E))O 0E AT)-B-) A 1MS +ES+OS O L4A+E1TO 0O BE+ E 0O +AL.8Tem sido fre(ue"teme"te e"si"ado A é e a Sa"tidade "ão se alca"=am através de

Estudos e )a9ão, mas sim por -"fusão ou -"spira=ão so>re"atural. Aceito isso, "ão é poss:vele"te"der por(ue al*uém deveria <ustificar a sua fé ou por(ue cada 'ristão "ão deveria ser, tam>ém,Profeta ou, ai"da, por(ue um homem deveria se*uir, como re*ra de a=ão, a Lei de seu Pa:s em ve9de sua prFpria -"spira=ão. E assim ca:mos outra ve9 "o erro de atri>uir a i"div:duos particulares (ue

se di9em i"spirados pelo so>re"atural para provocar a 0issolu=ão de todo 4over"o 'ivil. ?@. ?p.#&#

O E))O 0E SB+ETE) O SOBE)A1O 7S LE-S.8ma (uarta opi"ião, i"compat:vel com a "ature9a do Estado, é O dete"tor do Poder 

So>era"o está su<eito ;s Leis 'ivis. certo (ue todos os So>era"os estão su<eitos ;s Leis de 1ature9a, por(ue todas são 0ivi"as e "ão podem ser revo*adas por "e"hum homem ou Estado. +aso So>era"o "ão está su<eito ;s Leis formuladas por ele prFprio, ou se<a, pelo Estado. Pois estar su<eito a Leis si*"ifica estar su<eito ao Estado, isto é, ao )eprese"ta"te So>era"o, (uer di9er, a si

 prFprio, o (ue "ão é su<ei=ão, mas li>erdade em rela=ão ;s Leis. ?@. ?p.#&&

O E))O 0E A')E0-TA) 6E TO0O -10-!0O PO0E A PA)T-) 0E SAP)OP)-E0A0E E/'L-) O 0-)E-TO 0O SOBE)A1O.8A (ui"ta doutri"a (ue pode 0issolver o Estado é Todo i"div:duo particular tem

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 propriedade a>soluta de seus >e"s, a po"to de ecluir o 0ireito do So>era"o. Todo homem, "averdade, tem uma propriedade (ue eclui o 0ireito de (ual(uer outro sJdito e a tem devido aoPoder So>era"o, sem cu<a Prote=ão (ual(uer outro homem teria i*ual 0ireito a ela. +as, se o0ireito do So>era"o for tam>ém eclu:do, ele "ão poderá cumprir a missão (ue lhe foi desti"ada, e(ue co"siste em defe"dKIlos ta"to dos i"imi*os eter"os como dos ata(ues mJtuos e,co"se(ue"teme"te, o Estado deiará de eistir. ?p. #&&

O E))O 0E A')E0-TA) 6E O PO0E) SOBE)A1O PO0E SE) 0--0-0O.8ma seta doutri"a, a>erta e diretame"te co"trária ; essK"cia do Estado, é a se*ui"te

O Poder So>era"o pode ser dividido. Em (ue co"siste dividir o Poder de um Estado se"ão em0issolvKIlo, uma ve9 (ue os Poderes divididos destroemIse u"s aos outros\ Para essas doutri"as oshome"s apoiamIse, pri"cipalme"te, "a(ueles (ue, fa9e"do das Leis sua profissão, te"tam tor"áIlasdepe"de"tes de seu prFprio sa>er e "ão do Poder Le*islativo. ?p. #&&