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COLÉGIO ESTADUAL TÚLIO DE FRANÇA ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, NORMAL E
PROFISSIONAL Av: Interventor Manoel Ribas, s/nº - Fone (42)3523-1736
CEP: 84.600-000 – União da Vitória – Paraná E-mail: [email protected]
PROPOSTA PEDAGÓGICA
CURRICULAR
LÍNGUA ESTRANGEIRA
MODERNA - INGLÊS
UNIÃO DA VITÓRIA
2013
2
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino de uma língua estrangeira não é algo estático, mas transforma-
se histórica e socialmente. Nesta proposta, a língua não deve ser considerada
apenas como um conjunto de estruturas sistemáticas do código linguístico, mas
também, como um processo dinâmico o qual é construído e organizado de
acordo com as percepções de mundo das culturas e sociedades envolvidas.
O aprendizado de uma língua estrangeira possibilita proporcionar a
consciência sobre o que seja língua e suas potencialidades na interação
humana. Os alunos ao serem expostos às diversas manifestações da língua na
sociedade, entendendo suas implicações político-ideológicas e comparando os
procedimentos de construção de significados na língua materna e na língua
estrangeira, têm a oportunidade de alargar horizontes e expandir suas
capacidades interpretativas e cognitivas.
Observando todo o processo histórico do ensino da língua estrangeira
em nosso país, desde a implantação até os dias de hoje, nos deparamos frente
a novos enfoques teóricos os quais compreendem a língua como discurso a
partir da perspectiva de interação social.
O objeto da língua estrangeira é a língua como processo discursivo,
envolvendo cultura, ideologia, sujeito e identidade. Esta concepção de discurso
está baseada nos pressupostos teóricos de Bakhtin, segundo o qual, o discurso
é construído a partir da interação e em função do outro. De acordo com esta
visão, a língua estrangeira é o espaço para ampliar as formas de conhecer
outros meios de construção da realidade. Assim, a língua considerada como
discurso, constrói significados e não apenas os transmite.
Com base nessas considerações, o objetivo do ensino de língua
estrangeira não é somente o linguístico, mas também ensinar e aprender
formas de perceber o mundo e construir sentidos e identidades. Tal construção
acontecerá nas interações entre professores e alunos, na análise das questões
globais, desenvolvendo uma consciência crítica sobre o papel das línguas na
sociedade.
3
2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES, BÁSICOS E ESPECÍFICOS
O Conteúdo Estruturante no ensino de Língua Estrangeira Moderna –
Inglês é o discurso como prática social e efetiva-se a partir da leitura, escrita e
oralidade. Tendo em vista a concepção discursiva de língua, não segmentada
em habilidades, considera-se que tais práticas não se separam em situações
concretas de comunicação e, logicamente, naquelas efetivadas em sala de
aula.
Os conteúdos básicos e específicos são desdobrados a partir do
conteúdo estruturante, tendo como ponto de partida o estudo de textos em
contexto de uso (os gêneros textuais citados na tabela abaixo), contemplando
uma análise dialógica dos elementos do texto, sendo considerado o contexto
de produção dos mesmos e o princípio de continuidade em relação aos
elementos linguístico-discursivos ensinados aos alunos nos anos e séries
anteriores, ou seja:
as temáticas (referentes ao objeto do texto, a finalidade discursiva,
aquilo que pode tornar-se dizível por meio de um gênero);
os elementos composicionais do gênero (estrutura específica dos textos
pertencentes a um gênero);
as unidades linguísticas (unidades que se configuram como unidades de
linguagem derivadas da posição que o locutor exerce no enunciado).
Gêneros Textuais (Conteúdos Básicos)
ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO
EXEMPLOS DE GÊNEROS
COTIDIANA
Adivinhas, álbum, anedotas, bilhetes, cantigas de roda, carta
pessoal, cartão, cartão postal, causos, comunicado, convites,
curriculum vitae, diário, exposição oral, fotos, músicas,
parlendas, piadas, provérbios, quadrinhas, receitas, relatos de
experiências vividas, trava-línguas.
LITERÁRIA/ARTÍSTICA
Autobiografia, biografias, contos, contos de fadas, contos de
fadas contemporâneos, crônicas de ficção, escultura, fábulas,
fábulas contemporâneas, haicai, histórias em quadrinhos,
lendas, literatura de cordel, memórias.
4
CIENTÍFICA
Artigos, conferência, debate, palestra, pesquisas, relato
histórico, relatório, resumo, verbetes.
ESCOLAR
Ata, cartazes, debate regrado, diálogo/discussão
argumentativa, exposição oral, júri simulado, mapas, palestra,
pesquisas, relatório histórico, relatório, relatos de experiências
científicas, resenha, resumo, seminário, texto argumentativo,
texto de opinião, verbetes de enciclopédias, verbetes de
dicionário.
IMPRENSA
Agenda cultural, anúncio de emprego, artigo de opinião,
caricatura, carta ao leitor, carta do leitor, cartum, charge,
classificados, crônica jornalística, editorial, entrevista (oral e
escrita), fotos, horóscopo, infográfico, manchete, mapas,
mesa redonda, notícia, reportagens, resenha crítica, sinopse
de filmes, tiras.
PUBLICITÁRIA
Anúncio, caricatura, cartazes, comercial para TV, e-mail,
folder, fotos, slogan, músicas, paródia, placas, publicidade
comercial, publicidade institucional, publicidade oficial, texto
político.
POLÍTICA
Abaixo-assinado, assembleia, carta de emprego, carta de
reclamação, carta de solicitação, debate, debate regrado,
discurso político “de palanque”, fórum, manifesto, mesa
redonda, panfleto.
JURÍDICA
Boletim de ocorrência, contrato, declaração de direitos,
depoimentos, discurso de acusação, discurso de defesa,
estatutos, leis, ofício, procuração, regimentos, regulamentos,
requerimentos.
PRODUÇÃO E CONSUMO Bulas, manual técnico, placas.
MIDIÁTICA
Blog, Chat, desenho animado, e-mail, entrevista, filmes,
fotoblog, home page, reality show, talk show, telejornal,
telenovelas, torpedos, vídeo clip, vídeo conferência.
Conteúdos específicos nas três práticas discursivas:
Oralidade:
Aspectos contextuais do texto oral:
o Coerência global;
o Unidade temática de cada gênero oral;
Os procedimentos e as marcas linguísticas típicas da conversação;
5
Elementos composicionais, formais e estruturais dos diversos gêneros
discursivos orais usados em diferentes esferas sociais;
As variedades linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de
uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação ao gênero
discursivo;
Intencionalidade dos textos;
Diferenças lexicais, sintáticas e discursivas que caracterizam a fala
formal e a informal;
Papel do locutor e do interlocutor na prática da oralidade;
o Participação e cooperação;
o Turnos de fala;
o Observância da relação entre os participantes (conhecidos,
desconhecidos, nível social, formação, etc);
Atendimento à natureza da informação ou do conteúdo veiculado;
Especificidades (similaridades e diferenças entre os textos orais e
escritos):
o Ampla modalidade x modalidade única;
o Elementos extralinguísticos (gestos, entonação, pausas,
representação cênica) x sinais gráficos;
o Frases mais curtas x frases mais longas;
o Redundância x concisão;
As particularidades de pronúncia de certas palavras;
Leitura
Os processos utilizados na construção do sentido do texto de forma
colaborativa: inferências, conhecimento prévio, leitura de mundo,
contextualização;
Intertextualidade;
A análise do texto para a compreensão de maneira global e não
fragmentada;
Utilização de diferentes modalidades de leitura adequadas a diferentes
objetivos: ler para adquirir conhecimento, fruição, obter informação,
produzir outros textos, revisar, etc;
6
As particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro
formal e do texto em registro informal;
Construção de sentido do texto:
o Identificação do tema ou ideia central;
o Finalidade;
o Orientação ideológica e reconhecimento das diferentes vozes
presentes no texto;
o Identificação do argumento principal e dos argumentos
secundários;
Contato com gêneros das diversas esferas sociais, observando:
o Conteúdo veiculado;
o Possíveis interlocutores;
o Assunto;
o Fonte;
o Papéis sociais representados;
o Intencionalidade;
o Valor estético;
Em relação ao trabalho com literatura:
o Ampliação do repertório de leitura do aluno (textos que atendam e
ampliem seu horizonte de expectativas;
o Diálogo da Literatura com outras artes e outras áreas do
conhecimento (Cinema, Música, obras de Arte, Psicologia,
Filosofia, Sociologia, etc);
o O contexto de produção da obra literária bem como o contexto de
sua leitura;
Escrita
A produção e a refacção escrita como processo suscitado por uma real
necessidade de prática social:
o Unidade temática;
o Atendimento à natureza da informação ou do conteúdo veiculado;
o Adequação ao nível de linguagem e/ou à norma padrão;
o Coerência com o tipo de situação em que o gênero se situa
(situação pública, privada, cotidiana, solene, etc);
7
o Relevância do interlocutor na produção de texto;
o Utilização dos recursos coesivos, aspectos referentes à
coerência, situacionais, intencionais, contextuais, intertextuais;
o Adequação do gênero proposto às estruturas mais ou menos
estáveis (elementos composicionais, formais e estruturais);
o Trabalho com tópicos gramaticais a partir da refacção de textos e
análise dos efeitos de sentido dos recursos linguístico-discursivos;
Análise linguística: Leitura / Oralidade / Escrita
Adequação do discurso ao contexto, intenções e interlocutor(res);
Os elementos linguísticos do texto como pistas, marcas, indícios da
enunciação:
o A função das conjunções na conexão de sentido do texto;
o Os operadores argumentativos e a produção de efeitos de sentido
provocados no texto;
o O efeito do uso de certas expressões que revelam a posição do
falante em relação ao que diz (ou o uso das expressões
modalizadoras (obrigatoriamente, principalmente, provavelmente,
infelizmente, etc);
o Os discursos direto, indireto e indireto livre na manifestação das
vozes presentes no texto;
o Importância dos elementos de coesão e coerência na construção do
texto;
o Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;
o A função do adjetivo, advérbio e de outras categorias como
elementos adjacentes aos núcleos nominais e predicativos;
o A função do advérbio: modificador e circunstanciador;
o O uso do artigo como recurso referencial e expressivo em função da
intencionalidade do conteúdo textual;
o Relações semânticas que as preposições e os numerais
estabelecem no texto;
o A pontuação como recurso sintático e estilístico em função dos
efeitos de sentido, entonação e ritmo, intenção, significação e
objetivos do texto;
8
o Recursos gráficos e efeitos de uso, como: aspas, travessão, negrito,
itálico, sublinhado, parênteses, etc.;
o Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas
e sequenciação do texto;
o Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais em função
dos propósitos do texto, estilo composicional e natureza do gênero
discursivo;
o A elipse na sequência do texto;
o A representação do sujeito no texto (expresso/elíptico;
determinado/indeterminado; ativo/passivo) e a relação com as
intenções do texto;
o O procedimento de concordância entre o verbo e a expressão sujeito
da frase;
o Os procedimentos de concordância entre o substantivo e seus
termos adjuntos;
o Figuras de linguagem e os efeitos de sentido (efeitos de humor,
ironia, ambiguidade, exagero, expressividade, etc.);
o Figuras de e os efeitos de sentido (efeitos de humor, ambiguidade,
exagero, expressividade, etc.);
o As marcas linguísticas dos tipos de textos e da composição dos
diferentes gêneros;
o As variações linguísticas.
Observação: Os conteúdos para o Ensino Fundamental – Séries Finais e para
o Ensino Médio, não estão separados por ano ou série, pois os gêneros
textuais e os demais conteúdos oriundos do trabalho com os textos (elementos
linguísticos, elementos composicionais do gênero e as temáticas) poderão
repetir-se ao longo do Ensino Fundamental e Médio. No entanto, é preciso
levar-se em conta o critério da continuidade, ou seja, a progressão entre as
séries, considerando os meios para o ensino da língua estrangeira, tais como
condições de trabalho, o nível de maturidade e conhecimento de mundo dos
alunos, a necessidade de aprofundamento em determinados temas ou
assuntos, o projeto político pedagógico e o “diálogo” com outras disciplinas.
9
Neste documento também propomos alguns conteúdos que tratam das
temáticas referentes às leis e decretos sobre “História e Cultura Afro-brasileira,
Africana e Indígena” (Lei nº 11.645/08), Educação Tributária (Decreto nº
1143/99, Portaria nº 413/02), Educação Ambiental (Lei Federal nº 9.795/99,
Decreto nº 4.201/02) e os Desafios Educacionais Contemporâneos (Prevenção
ao uso indevido de drogas, Enfrentamento à violência na escola, Cidadania e
Educação Fiscal, Educação Ambiental):
Consciência política e histórica da diversidade a qual deve conduzir:
à igualdade básica de pessoa humana como sujeito de direitos;
à compreensão de que a sociedade é formada por pessoas que
pertencem a grupos étnico raciais distintos, que possuem cultura e
história próprias, igualmente valiosas e que em conjunto constroem,
na nação brasileira, sua história;
à superação da indiferença, injustiça e desqualificação com que os
negros, os povos indígenas e também as classes populares às quais
os negros, no geral, pertencem, são comumente tratados;
à desconstrução, por meio de questionamentos e análises críticas,
objetivando eliminar conceitos, ideias, comportamentos veiculados
pela ideologia do branqueamento, pelo mito da democracia racial,
que tanto mal fazem a negros e brancos.
Problematização das questões ambientais:
Destino do lixo em nossa comunidade, município, estado, país e
no mundo (o que está sendo feito com relação a este assunto);
Mudanças climáticas e aquecimento global;
Agenda 21;
Reflexões sobre a Educação Tributária:
Importância dos tributos;
Origem dos recursos do FUNDEB;
Recursos públicos da escola (Fundo Rotativo);
Enfrentamento à Violência na Escola:
Ampliação da compreensão do que é violência;
Formação para uma consciência crítica sobre o que é considerado
violência na escola;
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Transformação do espaço escolar no qual a força cede lugar ao
conhecimento;
Prevenção ao Uso Indevido de Drogas:
Legislação referente ao assunto;
Drogadição;
Vulnerabilidade;
Preconceito e discriminação ao usuário de drogas;
Narcotráfico;
Influência da mídia;
Violência.
Na disciplina de Língua Estrangeira Moderna (LEM) há possibilidade de
abordarmos as mais variadas temáticas. Assim, os conteúdos citados no
parágrafo anterior, associados aos demais conteúdos da disciplina, podem ser
trabalhados em qualquer período do ano letivo, em diferentes níveis de
aprofundamento, conforme o Plano de Trabalho Docente de cada professor.
2.1 CONTEÚDOS 3ª E 4ª SÉRIES – CURSO FORMAÇÃO DE DOCENTES
EMENTA: Textos em diferentes gêneros textuais. Conhecimentos linguístico-
discursivos, sócio–pragmáticos e culturais. Práticas de oralidade, de leitura e
de escrita – trabalhadas simultaneamente. Articulação com as demais
disciplinas do currículo relacionando os vários conhecimentos.
2.2 CONTEÚDOS 4ª SÉRIE – CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE
EMENTA: O discurso enquanto prática social em diferentes situações de uso.
Práticas discursivas (oralidade, leitura e escrita) e análise linguística.
Terminologias ambientais.
CONTEÚDOS:
Oralidade:
- Aspectos contextuais do texto oral;
- Intencionalidade dos textos;
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- Adequação da linguagem oral em situações de comunicação,
conforme as instâncias de uso da linguagem;
- Diferenças léxicas, sintáticas e discursivas que caracterizam a fala
formal e informal;
- Compreensão do texto de maneira global e não fragmentada;
- Contato com diversos gêneros textuais;
- Entendimento do aluno sobre o funcionamento dos elementos
linguístico-gramaticais do texto;
- Importância dos elementos coesivos e marcadores de discurso;
- Provocar outras leituras;
- A abordagem histórica em relação aos textos literários;
- Trabalho com o texto visando provocar reflexão, transformação;
- Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão;
- Clareza na exposição de ideias;
- Utilização dos recursos coesivos;
- Elementos de coesão e coerência, incluindo os conteúdos
relacionados aos aspectos semânticos e léxicos;
- Conteúdos relacionados à norma padrão: concordância verbal e
nominal, regência verbal e nominal, tempos verbais;
- Gêneros discursivos: jornalísticos, charges, cartas, receitas, cartoons,
informativos, literários;
- Interdiscurso: intertextualidade, intencionalidade, contextualização,
etc;
- Particularidades linguísticas: aspectos pragmáticos e semânticos no
uso das diferentes línguas;
- Gêneros Textuais diversificados (Narrativos, Imprensa, Divulgação
Científica, Da ordem do relator, Da ordem do expor, Instrucionais ou
prescritivos, Lúdicos, Narrativa gráfica visual, Midiáticos,
Correspondência, etc);
- Imagens, fotos, pinturas, esculturas;
- Mapas, croqui, recado, aviso, advertência, textos não verbais no geral,
etc.
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OBSERVAÇÃO: No decorrer do ano letivo, em cada Série/Ano, ao organizar
os Conteúdos Específicos dessa Disciplina (os quais serão especificados
detalhadamente no Plano de Trabalho Docente), observar-se-á a
inclusão/articulação dos Conteúdos dos quais tratam as seguintes Leis:
Lei nº 11.525/2007 – acrescenta § 5º ao art.32 da Lei nº 9.394 de 20 de
dezembro de 1996, para incluir o conteúdo que trate dos Direitos das
Crianças e dos Adolescentes;
Lei nº 11.645/08 - que enfatiza no parágrafo segundo, (§ 2o Os conteúdos
referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas
brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar,
em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história
brasileira.),
Lei nº 10639/03 - Educação para as Relações Étnicorraciais e
Afrodescendência: os conteúdos podem estar relacionados a vencer
preconceitos, bem como, a ampliar conhecimentos sobre estes povos.
Lei nº 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental – conforme
Art. 1º “Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à
sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”
Decreto nº 1143/99 e Portaria nº 413/02 – Educação Tributária.
Os Desafios Educacionais Contemporâneos: Enfrentamento à
Violência contra a Criança e o Adolescente; Sexualidade Humana,
Educação Ambiental, Educação Fiscal; Prevenção ao Uso Indevido de
Drogas – (que são demandas que possuem uma historicidade, por vezes fruto
das contradições da sociedade capitalista, outras vezes oriundas dos anseios
dos movimentos sociais e, por isso, prementes na sociedade contemporânea e
estão presentes nas experiências, práticas, representações e identidades de
educandos e educadores),serão incluídos/articulados nos/com Conteúdos
Básicos/Específicos em algum momento do trabalho disciplinar no decorrer do
ano letivo.
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3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O texto, compreendido aqui como uma unidade de comunicação verbal
que pode tanto ser escrita, oral ou visual, é o ponto de partida da aula de língua
estrangeira. Assim, a seleção de textos não será feita levando-se em conta
apenas os objetivos linguísticos, mas também considerando os fins educativos,
contemplando as necessidades e os interesses dos alunos, possibilitando,
desta forma, relações coletivas e individuais na construção do conhecimento.
O ensino/aprendizagem do conteúdo estruturante, o discurso como
prática social, se efetiva através das práticas de leitura, escrita e oralidade. A
partir destas práticas, o aluno entrará em contato com diferentes gêneros
textuais explorando as características mais marcantes de cada gênero e
participando da discussão das temáticas referentes a estes textos através de
atividades que promovam a discussão, a reflexão e o estabelecimento das
possíveis relações destas temáticas com os acontecimentos locais, regionais e
globais, além do estudo dos elementos linguístico-discursivos (a partir das
necessidades diagnosticadas em cada grupo).
Ao interagir com textos provenientes de vários gêneros, o aluno
perceberá que as formas linguísticas não são sempre idênticas, não assumem
sempre o mesmo significado, mas são flexíveis e variam, dependendo do
contexto e da situação em que a prática social do uso da linguagem ocorre.
Esse processo de aprendizagem e interação envolve deste modo, um
tipo de negociação constante, observando o conhecimento de mundo dos
envolvidos, sua interação com os elementos do processo e os fatores que
envolvem o processo em si, num contexto global educativo, no qual a sala de
aula passa a ser um espaço de produção de discursos marcados de
significação e relações de poder. Esta atitude pode levar os alunos à reflexão e
à constatação de que os seus discursos cruzam-se e se fundem com muitos
outros.
Considerando o aluno como parte integrante do processo, a
aprendizagem se concretizará através de atividades significativas e de seu
interesse, respeitando sua faixa etária e seu desenvolvimento físico-intelectual,
bem como sua individualidade, suas limitações e habilidades, o nível de
proficiência no qual está inserido, variando assim a complexidade e
aprofundamento dos conteúdos.
14
As atividades desenvolvidas em sala de aula, nas três práticas
discursivas, propiciam aos alunos:
Práticas de leitura de diferentes gêneros;
Formular questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
Identificação de elementos coesivos e marcadores do discurso como
responsáveis pela progressão textual, encadeamento das idéias e
coerência do texto;
Discussões sobre a temática dos textos (relacionar o tema com o
contexto), intertextualidade, finalidade do texto, etc;
Contextualizar a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade,
época;
Leitura/análise de textos sobre o mesmo assunto escritos na língua
materna e na língua estrangeira;
Reconhecimento de variedades linguísticas: diferentes registros e graus
de formalidade.
Identificação da ideia principal dos textos (skimming);
Identificação de ideias específicas nos textos (scanning);
Inferência de significados a partir de um contexto;
Identificação de informações expressas em diferentes formas de
linguagem (verbal e não verbal);
A socialização de suas ideias e a construção coletiva de possíveis
leituras para os textos;
Ampliar as leituras sobre o tema e o gênero propostos;
Reflexão sobre os elementos linguístico-discursivos e textuais;
Analisar se a produção textual (oral ou escrita) está coerente e coesa, se
há continuidade temática, se atende à finalidade, se a linguagem está
adequada ao contexto;
Compreender o contexto social de uso do gênero que está sendo
estudado;
Planejar a produção textual a partir da delimitação do tema, do
interlocutor, do gênero, da finalidade;
A reescrita textual: revisão das ideias, dos elementos que compõem o
gênero, da pontuação, da ordem dos parágrafos, etc;
15
Com relação à prática de produção escrita em língua estrangeira, ainda
que restrita à construção de uma frase, a um parágrafo, a um poema ou a uma
carta, precisa fazer desta produção uma atividade menos artificial possível:
buscar leitores efetivos dentro ou fora da escola, ou seja, elaborar pequenos
textos direcionados a um público determinado.
A reflexão crítica ou ideológica diante dos discursos que circulam em
língua estrangeira só é possível mediante o contato com textos, por meio da
leitura. Do mesmo modo, a produção de um texto, uma “contra-palavra”, é
construída sempre a partir do contato com outros textos. Tais textos servem de
apoio, ampliando sempre as possibilidades de expressão dos alunos.
Na produção oral, a preparação de apresentações que explorem as
marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal e a
seleção de discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como
por exemplo, cenas de desenhos, são atividades que trabalham com
importantes recursos da oralidade.
Na abordagem dos conteúdos de todos os anos/séries, é preciso
considerar os conhecimentos anteriores dos alunos em relação ao que se
pretende ensinar; nível de aprofundamento possível de cada conteúdo, em
função das possibilidades de compreensão dos alunos nos diferentes
momentos do seu processo de aprendizagem; ampliação do nível de
complexidade dos diferentes conteúdos, conforme autonomia linguística
adquirida pelos alunos na realização das práticas textuais e discursivas.
Os conhecimentos linguístico-discursivos estão presentes em qualquer
momento do processo de aprendizagem independente da série, desde que seja
respeitado o princípio da continuidade, ou seja, a manutenção de uma
progressão entre as séries considerando as especificidades da língua
estrangeira ofertada, a articulação com as demais disciplinas do currículo e o
perfil dos alunos.
A gramática, assim, deve ser reconhecida como um elemento de ligação
entre fenômenos que se interpenetram, dando conta da interação que ocorre
entre os discursos e também entre os fatores psicológicos e sociais, levando o
aluno a refletir sobre o processo, devendo o conhecimento de mundo interagir
com a provável falta de competência lexical, compensando esta sem levar-se
em conta análises desconectadas de elementos gramaticais, extrapolando o
16
domínio linguístico que o aluno possa vir a ter através da diversidade cultural
apresentada.
Todos os materiais e aparelhos eletrônicos disponíveis na escola, tais
como, livros, figuras, áudios, vídeos, revistas, livros didáticos, dicionários, TV
multimídia, data show, aparelhos de CD, são utilizados a fim de desenvolver as
atividades mencionadas anteriormente.
Com relação aos conteúdos referentes às leis, “História e Cultura Afro-
brasileira, Africana e Indígena (nº 11.645/08), Educação Tributária (Decreto nº
1143/99 - Portaria nº 413/02), Educação Ambiental (Lei Federal nº 9.795/99 -
Decreto nº 4.201/02) e os Desafios Educacionais Contemporâneos (Prevenção
ao uso indevido de drogas; Enfrentamento à violência na escola; Cidadania e
Educação Fiscal; Educação Ambiental): nossa proposta é trabalhar estas
temáticas (conforme conteúdos descritos anteriormente neste documento),
através de textos encontrados em circulação em nossa sociedade, os quais
possibilitem atividades tais como:
discussão dos temas;
expressão de opinião através da produção de cartazes, charges e
pequenos poemas;
produção de linha do tempo para relatar, brevemente, fatos históricos
provenientes da discussão de algum destes conteúdos;
produção de uma breve biografia sobre a vida de alguma pessoa
importante referente às temáticas discutidas;
produção de histórias em quadrinhos a partir do recorte sobre algum dos
conteúdos referentes a estas temáticas.
4. AVALIAÇÃO
A avaliação está profundamente relacionada com o processo de ensino
e, neste caso, está diretamente ligada à concepção de língua e aos objetivos
para o ensino de língua estrangeira, e é compreendida como parte do processo
de ensinar e aprender, no qual, alunos e professores estão envolvidos. A
relevância e adequação de um conteúdo estão atreladas a diversos fatores,
entre eles as características psicossociais dos alunos, seu grau de
desenvolvimento intelectual, a aplicabilidade dos objetos de conhecimento
17
ensinados, a capacidade do aluno em estabelecer relações entre os conteúdos,
às necessidades de seu dia-a-dia e seu contexto cultural.
Para que um processo de aprendizagem seja efetivo, ele deve
contemplar a avaliação diagnóstica, processual, formativa e reflexiva. O
registro e observação do desempenho do aluno devem ser feitos de forma
contínua e reflexiva, tendo em vista as aprendizagens previstas.
A recuperação paralela e concomitante será ofertada como mais uma
oportunidade para verificar se o aluno conseguiu se apropriar de
determinado(s) conteúdo(s). De fundamental importância é a articulação dos
resultados da avaliação e usar os dados sobre os que não aprenderam para a
elaboração de outros procedimentos.
Nessa perspectiva, o envolvimento dos alunos na construção do
significado nas práticas discursivas será a base para o planejamento das
avaliações ao longo do processo de aprendizagem.
É de fundamental importância observar a participação ativa dos alunos,
considerando que o engajamento discursivo na sala de aula se realiza por meio
da interação verbal, a partir dos textos, e de diferentes formas: entre os alunos
e o professor; entre os alunos na turma; na interação dos alunos com o
material didático; nas conversas em língua materna e na língua estrangeira
estudada e no próprio uso da língua, que funciona como um recurso cognitivo
ao promover o desenvolvimento dos pensamentos e das ideias.
Ser ativo, neste caso, significa produzir sentidos no processo de
compreensão dos textos, tais como: inferir, servindo-se dos conhecimentos
prévios; levantar hipóteses a respeito da organização textual, etc. Não se trata,
apenas, de testar conhecimentos linguístico-discursivos (de ordem gramatical,
dos gêneros textuais, etc.) que possibilitam a leitura, mas também verificar a
construção dos significados na interação com os textos e nas produções dos
alunos, tendo em vista que vários significados são possíveis e válidos, desde
que apropriadamente justificados.
Desta maneira, o aluno envolvido no processo de avaliação, uma vez
que também é construtor do conhecimento, precisa ter seu esforço reconhecido
por meio de ações tais como: o fornecimento de um retorno sobre seu
desempenho e o entendimento do “erro” como parte integrante da
aprendizagem. Assim, tanto o professor quanto os alunos poderão
18
acompanhar o percurso desenvolvido até então e identificar dificuldades, bem
como planejar e propor outros encaminhamentos que visem à superação das
dificuldades constatadas. A explicitação dos propósitos da avaliação e do uso
de seus resultados pode favorecer atitudes menos resistentes ao aprendizado
de língua estrangeira e permitir que toda a comunidade, não apenas a escolar,
reconheça o valor desse conhecimento.
Diante do exposto neste documento, apresentamos os critérios de
avaliação da disciplina de Língua Estrangeira Moderna (LEM) – Inglês, nas três
práticas discursivas, ou seja, espera-se que o aluno na:
Oralidade
Reconheça e/ou utilize os procedimentos e as marcas linguísticas típicas
da conversação;
Reconheça os elementos composicionais, formais e estruturais dos
diversos gêneros discursivos orais usados em diferentes esferas sociais;
Reconheça as variedades linguísticas e a adequação da linguagem ao
contexto de uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação ao
gênero discursivo;
Reconheça a intencionalidade dos textos;
Reconheça as diferenças lexicais, sintáticas e discursivas que
caracterizam a fala formal e a informal;
Reconheça o papel do locutor e do interlocutor na prática da oralidade:
Participação e cooperação;
Turnos de fala;
A relação entre os participantes (conhecidos, desconhecidos,
nível social, formação, etc);
Reconheça o atendimento à natureza da informação ou do conteúdo
veiculado no texto;
Reconheça as seguintes especificidades:
similaridades e diferenças entre textos orais e escritos;
ampla variedade x modalidade única;
elementos extralinguísticos (gestos, entonação, pausas,
representação cênica) x sinais gráficos;
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prosódia e entonação x sinais gráficos;
frases mais longas;
redundância x concisão;
As particularidades de pronúncia de certas palavras.
Leitura
Faça uso dos processos utilizados na construção de sentido dos textos:
inferências, conhecimento prévio, leitura de mundo, contextualização;
Analise os textos de forma global e não fragmentada;
Utilize diferentes modalidades de leitura adequadas a diferentes
finalidades de leitura: ler para adquirir conhecimento, fruição, obter
informação, produzir outros textos, revisar, etc;
Faça uso de etapas fundamentais para a construção de sentido dos
textos:
Identificação do tema ou ideia central;
Finalidade;
Orientação ideológica e reconhecimento das diferentes vozes
presentes no texto;
Identificação do argumento principal e dos argumentos
secundários;
Ao contato com gêneros das diversas esferas sociais, identifique:
O conteúdo veiculado;
Possíveis interlocutores;
Assunto;
Fonte;
Papéis sociais representados;
Intencionalidade;
Valor estético;
Em relação ao trabalho com literatura:
Amplie seu repertório de leitura com textos que atendam e
ampliem seu horizonte de expectativas);
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Estabeleça algumas relações entre a Literatura e as outras áreas
do conhecimento (cinema, música, obras de arte, Psicologia,
Filosofia, Sociologia, etc);
Observe o contexto de produção da obra literária bem como o
contexto de sua leitura;
Escrita
Perceba a produção e a refacção escrita como processo suscitado por
uma real necessidade de prática social e:
Respeite à unidade temática;
Atenda à natureza da informação ou do conteúdo veiculado;
Adeque seu texto ao nível de linguagem e/ou à norma padrão;
Produza seu texto de forma coerente com o tipo de situação no qual
o gênero se situa (situação pública, privada, cotidiana, solene, etc);
Considere a relevância do interlocutor na produção de texto;
Utilize em sua produção os recursos coesivos, aspectos referentes à
coerência, situacionais, intencionais, contextuais, intertextuais;
Adeque sua produção ao gênero proposto, ou seja, às estruturas
mais ou menos estáveis (elementos composicionais, formais e
estruturais);
Trabalhe com tópicos gramaticais a partir da refacção de textos,
analise e se aproprie dos efeitos de sentido dos recursos linguístico-
discursivos.
5. REFERÊNCIAS
COLÉGIO ESTADUAL TÚLIO DE FRANÇA. Projeto Político Pedagógico. União da Vitória, 2012.
COLEGIO ESTADUAL TÚLIO DE FRANÇA. Regimento Escolar. União da Vitória, 2012.
FREIRE, P. Pedagogia da Indignação. São Paulo: Editora Unesp, 2000.
LEFFA,V. (org.) A interação na aprendizagem das línguas. Pelotas (RS): EDUCAT - Editora da Universidade Católica de Pelotas, 2006.
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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Língua Estrangeira Moderna – versão preliminar. Curitiba: SEED, 2006.