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 VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA LÍNGUA LATINA I Rio de Janeiro / 2008 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À  UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

Lingua Latina I

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Lingua Latina I

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  • VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAO E CORPO DISCENTE

    COORDENAO DE EDUCAO A DISTNCIA

    LNGUA LATINA I

    Rio de Janeiro / 2008

    Todos os direiTos reservados

    Universidade CasTelo BranCo

  • UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

    Todos os direitos reservados Universidade Castelo Branco - UCB

    Nenhuma parte deste material poder ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios - eletrnico, mecnico, fotocpia ou gravao, sem autorizao da Universidade Castelo Branco - UCB.

    Universidade Castelo Branco - UCBAvenida Santa Cruz, 1.631Rio de Janeiro - RJ21710-255 Tel. (21) 3216-7700 Fax (21) 2401-9696www.castelobranco.br

    Un3l Universidade Castelo Branco

    Lngua Latina I / Universidade Castelo Branco. Rio de Janeiro: UCB, 2008. - 72 p.: il.

    ISBN 978-85-86912-80-1

    1. Ensino a Distncia. 2. Ttulo.

    CDD 371.39

  • LNGUA LATINA I

    ConteudistaAirto Ceolin Montagner

  • Apresentao

    Prezado(a) Aluno(a): com grande satisfao que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de gradu-

    ao, na certeza de estarmos contribuindo para sua formao acadmica e, conseqentemente, propiciando oportunidade para melhoria de seu desempenho profissional. Nossos funcionrios e nosso corpo docente es-peram retribuir a sua escolha, reafirmando o compromisso desta Instituio com a qualidade, por meio de uma estrutura aberta e criativa, centrada nos princpios de melhoria contnua.

    Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhe-cimento terico e para o aperfeioamento da sua prtica pedaggica.

    Seja bem-vindo(a)!Paulo Alcantara Gomes

    Reitor

  • Orientaes para o Auto-Estudo

    O presente instrucional est dividido em trs unidades programticas, cada uma com objetivos definidos e contedos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam atingidos com xito.

    Os contedos programticos das unidades so apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com-plementares.

    As Unidades 1 e 2 correspondem aos contedos que sero avaliados em A1.

    Na A2 podero ser objeto de avaliao os contedos das trs unidades.

    Havendo a necessidade de uma avaliao extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente ser composta por todo o contedo de todas as Unidades Programticas.

    A carga horria do material instrucional para o auto-estudo que voc est recebendo agora, juntamente com os horrios destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 30 horas-aula, que voc administrar de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliaes do seu curso.

    Bons Estudos!

  • Dicas para o Auto-Estudo

    1 - Voc ter total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porm, seja disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horrios para o estudo.

    2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessrio. Evite interrupes.

    3 - No deixe para estudar na ltima hora.

    4 - No acumule dvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.

    5 - No pule etapas.

    6 - Faa todas as tarefas propostas.

    7 - No falte aos encontros presenciais. Eles so importantes para o melhor aproveitamento da disciplina.

    8 - No relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliao.

    9 - No hesite em comear de novo.

  • SUMRIO

    Quadro-sntese do contedo programtico ................................................................................................. 11

    Contextualizao da disciplina ................................................................................................................... 13

    UNIDADE I

    INTRODUO

    1.1 - Aspectos histricos .............................................................................................................................. 151.2 - Lngua latina e lngua portuguesa ....................................................................................................... 161.2 - Fases da lngua latina .......................................................................................................................... 21

    UNIDADE II

    FONOLOGIA LATINA

    2.1 - O alfabeto latino .................................................................................................................................. 232.2 - Pronncia reconstituda do latim clssico ........................................................................................... 23

    UNIDADE III

    MORFOSSINTAXE DO LATIM

    3.1 - Radical, terminao, desinncia, funo, caso e declinao ............................................................... 253.2 - Preposies e casos ............................................................................................................................. 273.3 - A colocao das palavras em latim ...................................................................................................... 293.4 - A primeira declinao .......................................................................................................................... 293.5 - Morfologia verbal latina ..................................................................................................................... 403.6 - O rei dos verbos: verbo esse ............................................................................................................... 463.7 - As conjugaes latinas ........................................................................................................................ 473.8 - Segunda declinao ............................................................................................................................. 503.9 - Adjetivos de primeira classe ............................................................................................................... 513.10 - Pronomes em latim: pessoais, possessivos, indefinidos .................................................................... 61

    Glossrio ..................................................................................................................................................... 64

    Gabarito ....................................................................................................................................................... 65

    Referncias bibliogrficas ........................................................................................................................... 71

  • 11Quadro-sntese do contedo programtico

    UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS

    I - INTRODUO1.1 - Aspectos histricos 1.2 - Lngua latina e lngua portuguesa 1.3 - Fases da lngua latina

    II - FONOLOGIA LATINA2.1 - O alfabeto latino 2.2 - Pronncia reconstituda do latim clssico

    III - MORFOSSINTAXE DO LATIM3.1 - Radical, terminao, desinncia, funo, caso e declinao3.2 - Preposies e casos3.3 - A colocao das palavras em latim3.4 - A primeira declinao3.5 - Morfologia verbal latina3.6 - O rei dos verbos: verbo esse3.7 - As conjugaes latinas3.8 - Segunda declinao3.9 - Adjetivos de primeira classe3.10 - Pronomes em latim: pessoais, possessivos, indefinidos

    Observar a evoluo histrica da lngua, sua di-versificao e a formao das lnguas romnicas.

    Conhecer e avaliar a importncia histrica do al-fabeto, bem como os aspectos fundamentais da fo-nologia latina;

    Pronunciar corretamente as palavras segundo a pronncia reconstituda.

    Conhecer as classes gramaticais do latim; Indentificar os morfemas nominais da primeira e

    segunda declinaes; Reconhecer os morfemas verbais latinos da pri-

    meira e segunda declinaes; Traduzir textos com palavras das duas primeiras

    declinaes.

  • 13Contextualizao da Disciplina

    Ave, discipule!

    Bem-vindo disciplina de Lngua Latina I. Nossa inteno fornecer-lhe todo o contedo necess-rio para que voc alcance os objetivos aqui propostos. Com certeza, o estudo do latim o ajudar no seu desenvolvimento intelectual e lingstico, abrindo novos horizontes e incluindo aspectos culturais s atingveis atravs do seu estudo. Primeiramente, voc ver algumas razes que lhe mostraro a utilidade deste estudo.

    1. Voc acha que no fala latim todos os dias do ano?

    Quando voc diz agenda, na qual voc anota as lies ou os deveres, est usando uma palavra latina que significa aquilo que deve ser feito; um lbum (por exemplo, de fotos) uma pgina branca; o frum o lugar do mercado; mximo, quer dizer muito grande; et cetera (etc.) significa e outras coisas.

    2. Muitas palavras portuguesas sero esclarecidas graas ao estudo do latim:

    Voc vai descobrir isso sob a rubrica Etimologia e tambm graas ao Vocabulrio de cada lio. Observe: hospitem um substantivo latino que significa hspede e forneceu ao portugus as palavras hspede, hospital, hospcio hotel etc. Voc imagina que a palavra fama tem alguma ligao com infncia? Ambas tm na raiz o verbo latino for (fari) que significa falar, dizer, anunciar, donde fama o que se diz de algum e infncia, o perodo da vida humana em que o homem no fala (< in + fans: aquele que no fala).

    3. O latim tambm o ajudar a compreender melhor as lnguas viventes.

    O espanhol, o italiano e o francs, como o portugus, que vm do latim, mas tambm o ingls e o alemo so lnguas indo-europias, isto , pertencem a uma grande famlia de lnguas, que voc conhecer.

    4. A Antigidade tambm est presente em nosso modo de vida, nossa organizao social, nossos hbitos.

    Nosso gosto pelo espetculo, pelo concerto, pelo circo, pela variedade tem origem na paixo dos gregos e romanos pela festa, pelos jogos e pelos contatos humanos: o teatro, o auditrio, a arena eram edifcios que se encontravam em cada cidade romana; a civilizao, dos lazeres, do espetculo, nasceu entre os romanos que votavam um culto ao otium (lazer) e chamavam os afazeres de negotium (nec + otium, ausncia de lazer). Os prefeitos dos nossos municpios tomaram o nome dos funcionrios romanos. Os se-nadores da nossa Repblica (res = coisa + publica = do povo) so um legado de Roma. Filosofia, msica, poesia e literatura eram ocupaes caras aos romanos ricos.

    5. Graas leitura dos textos de autores latinos, voc poder entender melhor os autores da nossa lngua.

    Muitos dos nossos autores inspiraram-se nos autores latinos. Toms Antnio Gonzaga um adepto do carpe diem, um lugar-comum importante nas obras de Horcio. Durante o curso, voc tornar-se- um ex-plorador ou um pesquisador dos enigmas propostos pelo latim.Voc conhecer melhor os modos de viver dos romanos, os costumes, a mitologia, as lendas e a histria de uma civilizao. Espero que voc ame o latim e consiga usufruir dele.

    Vale!

  • 15UNIDADE I

    INTRODUO

    Vivemos o perodo da Ps-Modernidade. Nossa poca busca uma nova sntese do mundo, na qual se inclui a recuperao da herana da Antigidade e da Idade Mdia, bem como a superao da falsa sepa-rao e isolamento entre arte, cincia e religio. H inmeras escavaes arqueolgicas com o fito de res-gatar alguns elos perdidos no tempo.

    Mais importante, porm, do que os vestgios ar-queolgicos a lngua que os romanos deixaram e, atravs dela, uma viso de mundo e do homem. Essa marca espiritual que jamais se apagou encontra-se: no interesse pelo ser humano e pelas suas mais elevadas aspiraes; no esprito de convivncia humana e de universalidade, que tem na globalizao sua verso mais atual.

    Uma grande qualidade enriqueceu o esprito roma-no: a capacidade de assimilao dos aspectos culturais dos povos conquistados. Deste modo, assimilaram a cultura grega e associaram esse esprito helnico, apaixonado pelo saber, pela filosofia, pela arte, ao es-prito prtico romano, perito em legislar, organizar e administrar.

    Este carter universalstico latino e sua capacidade de organizar foi muito importante para a divulgao de outro aspecto fundamental da nossa civilizao: o Cristianismo. Afinal, no foi toa que os discpulos de Jesus escolheram Roma para sede da sua nova f - Roma caput mundi (Roma, a capital do mundo).

    No podemos esquecer que herdamos dos romanos

    no s coisas positivas. H aspectos negativos que passaram para os sculos seguintes, como a escrava-tura.

    Privilegiando o legado positivo, preciso destacar que at o sculo XIX a cultura greco-romana est pre-sente no mundo atravs dos escritores, artistas, filsofos e dos cientistas que realizavam suas descries cient-ficas em latim. No nosso sculo, algumas obras atuais exigem do leitor uma razovel cultura clssica para que possam ser entendidas. Muitas peas teatrais modernas aproximam-se dos modelos clssicos usam-se, inclusi-ve, as mscaras e o coro, fundamentais no teatro antigo.

    Numerosos filmes so realizados a partir de elemen-tos da cultura clssica. A arquitetura atual reelabora os modelos clssicos como as colunas, as arcadas, os prticos, as frentes triangulares etc. As obras da literatura clssica so traduzidas e compiladas em edies bilnges, pois nossos homens de letras sen-tem-se incompletos sem lerem os clssicos. Nas Uni-versidades estudam-se as obras do Direito, na cadeira de Direito Privado Romano, origem do nosso Direito Privado, fonte dos conceitos relativos propriedade, herana, estrutura da famlia, etc.

    Se formos a uma igreja catlica, observamos que o seu culto manteve elementos pagos, dando-lhes um simbolismo diferente: o incenso, a bno dos mo-numentos e dos animais; o costume de manter velas acesas lembra as tochas que os pagos usavam por ocasio das festas, dos casamentos ou enterros, etc.; tambm o hbito de venerar esttuas uma transpo-sio da prtica religiosa romana de ter nas prprias casas ou nos templos estatuetas que representavam suas divindades (os deuses eram antropomorfizados). A palavra papa significa originalmente pai, um termo afetivo que virou ttulo honorfico. O chefe da religio romana era o pontifex maximus, isto , o sumo pontfice (pontifex = o fazedor de pontes).

    Dois ideais romanos tratados com esmero eram a atividade poltica, exercida no forum onde tambm ficava a Cria, e o Direito. Na tribuna, a palavra era o principal instrumento dos causdicos para defenderem as causas que julgavam de direito. Por isso, preocu-param-se com a Retrica, que tornava o orador mais eficaz. At hoje as figuras de linguagem conservam os nomes gregos e latinos.

    Na literatura, os gregos inventaram os diversos g-neros literrios, os latinos complementaram-nos e cultivaram-nos, pelos sculos afora, nas formas da epopia, ode, elegia, cloga etc.

    Hoje, o latim uma lngua morta, no sentido de que no o instrumento de comunicao de nenhum pas, de nenhum povo. No entanto est viva nos meandros da mais alta tecnologia, juntamente com o grego, para originar palavras. Nas guerras romanas, usava-

    1.1 - Aspectos Histricos

  • 16se a catapulta; hoje usa-se o mssil, palavra deriva-da do verbo mitto, enviar, atirar. Avio tem a raiz em avis, ave. A palavra televiso hbrida, contm o elemento grego, tele, e o latino, viso. O computador tomou o nome de computer, do ingls, que tomou a palavra do latim computare, contar. O teclado do meu computador contm a tecla Delete, tomada ao latim pelo verbo delere, destruir. Os navegadores da Inter-

    net so chamados de internautas, do latim inter, entre, e nauta, navegador, marinheiro.

    Como se v pelas observaes acima, todos os as-pectos da nossa cultura esto mergulhados nas pro-fundas razes da lngua e da cultura latinas. Conhecer essa lngua e essa cultura mergulhar no mago da nossa civilizao, encontrar nossa identidade.

    1.2 - Lngua Latina e Lngua Portuguesa

    Ao abrirmos uma gramtica da lngua portuguesa, obser-vamos que h nela uma parte dedicada ao estudo dos pre-fixos, sufixos e radicais latinos e gregos. Um prvio estudo

    desta parte ser-nos- muito til, pois facilitar o entendi-mento de muitas formas latinas e portuguesas, visto que os processos de derivao so semelhantes. Veja abaixo:

    Prefixos Latinos e Gregos

  • 17Principais Sufixos Latinos

    [Observe, com os exemplos, sua permanncia ou no em portugus]

  • 18

    Alguns Radicais Latinos no Portugus

    (Que funcionam como primeiro elemento da palavra)

  • 19

    Exemplos de Outros Radicais Latinos no Portugus

    (Que funcionam como segundo elemento)

    E antes do Latim?

    Como numerosas lnguas europias e asiticas, o latim ter-se-ia originado, atravs do itlico, de uma lngua hipottica o indo-europeu parcialmente re-constituda a partir de estudos comparativos das ln-guas conhecidas, visto que do indo-europeu no se registra qualquer inscrio ou monumento.

    O latim uma das inmeras lnguas da famlia indo-europia, conforme j vimos (famlia: grupo de lnguas que apresentam entre si traos morfossintti-cos, fonticos e vocabulares semelhantes, permitin-do observar que so oriundas de uma mesma lngua comum). Atravs do mtodo comparativo, possvel estabelecer-se a existncia de uma lngua hipottica anterior. o caso do indo-europeu.

    O indo-europeu constitua-se de dois grupos: 1. gru-po satem (s pronunciado como S) e 2. grupo centum

    (c pronunciado como K). Do grupo centum derivou o ramo talo-cltico: Celta: gauls, cltico...; Itlico: osco, umbro, latim...

    O indo-europeu teria existido no sul da Sibria, norte da ndia etc. h 3000 anos a. C. Aps isso, correntes migratrias dirigiram-se para a ndia (snscrito) e para a Europa, penetrando na pe-nnsula itlica, em pocas diferentes. Antes do latim, havia na Itlia um grande nmero de ln-guas, algumas mais outras menos aparentadas entre si. O latim era uma delas.

    Veja, no quadro abaixo, a posio do latim entre as lnguas indo-europias.

    Ramos das lnguas INDO-EUROPIAS

  • 20

    No incio, Roma foi uma aldeia de humildes pasto-res. Desde logo os romanos organizaram-se para en-frentar os inimigos e invasores. Graas s suas con-quistas militares e expanso da cultura latina, o latim acabou tambm suplantando os outros dialetos itlicos e, inclusive, a lngua etrusca. O esprito dominador de Roma acabou por construir um dos maiores imprios da humanidade: abrangia desde o oceano ndico e o mar do Norte at os montes e desertos do norte da frica. Os povos conquistados adotaram a lngua e os costumes dos romanos num processo chamado de romanizao.

    medida que o territrio e a cultura se expandiam, a lngua, como instrumento de comunicao cada vez mais universal, evolua para atender s novas neces-sidades.

    Deste modo, pode-se observar que vrios so os fa-tores que contribuem para a gestao de uma nacio-nalidade, de uma lngua: o campo, a terra, o gado, as plantaes, as organizaes sociais etc.

    Estudando o vocabulrio do latim, podemos verifi-car na lngua altamente erudita os vestgios da primi-

    tiva rusticitas romana. Ex.: sallarium (pagamento em sal pelo trabalho de alimentar o gado). O status so-cial era correspondente ao nmero do rebanho: pecus, pecunia > peclio (reserva de dinheiro por fruto do trabalho ou economia). O rico est cheio (plenus) de terra, o dono de um vasto lugar (locus): locus > lo-cupletar-se. Jovem (juvenis) o filho do proprietrio; o filhote de touro juvencus. O nome Fbio (Fabius) < faba: fava, uma leguminosa. Catulus, diminutivo, e Catilina, deriva de catus (co). Cohors era o ptio para o gado, dentro da propriedade; passou a ser co-mitiva de magistrados enviados para uma regio: > corte. Em francs: Cour (corte) e la basse-cour (ga-linheiro). Tribulare (debulhar) > (tribulao), ator-mentar; egregius (< grex, gregis: grei, a melhor parte do rebanho, tida em separado) significa ilustre.

    Na religio: Os deuses eram tidos como energias (numina, virtutes). Havia os luci (bosques sagrados, antigos lugares para o culto) onde se realizavam os rictus (danas para expulsar os maus espritos). A religio tambm era ligada ao rus (campo). Era po-litesta: havia 22 deuses s para o trigo, abrangen-do desde a adubao (Sterculinus) at a retirada do trigo para o consumo (Promitor). O sacerdote

  • 21era o pontifex (pontfice), o fazedor de pontes. O auspex era o que examinava o vo das aves (avis + spectare): auspcio. O haruspex (haru = fgado + spect = olhar) era o adivinho que examinava o fgado das aves, a barriga. Peccatum (< ped = p + cat = cado, cair, tropear) era o pecado = erro, falta, passo em falso.

    Delirare (lira, ae = rego do arado) era perder o rego, o caminho, por extenso, a razo. Rivalis, < rivus = regato, rio, donde rival, inimigo, porque os rios dividiam as tropas; versus (de verter, voltar) > verso, isto cada linha do poema (referia-se ao ato de voltar com o arado).

    Nos primrdios, Roma caiu sob o domnio dos etruscos, povo que habitava mais ao norte, alm do Tibre. Quando os romanos expulsaram os reis etruscos e instituram a Repblica, legaram deles:

    - o urbanismo: esgoto, guas pluviais, sistema vi-rio, obras pblicas, armazenamento de gua etc.;

    - o pragmatismo: objetividade, realismo;- o alfabeto: os etruscos haviam aprendido com

    os gregos, que, por sua vez, aperfeioaram o dos fencios.

    a) perodo proto-histrico (sc. VII - 240 a. C.), com as primeiras inscries encontradas.

    b) perodo arcaico (24 - 81 a. C.) - com textos epi-grficos e literrios de autores como Lvio Andronico, Nvio, nio, Cato, Plauto, Terncio e Luclio.

    c) perodo clssico (81 a. C. - 17 d. C.) - quando a prosa e a poesia chegam ao apogeu com autores como Ccero, Virglio, Csar, Horcio, Salstio, Lucrcio, Catulo, Ovdio, Tito Lvio etc.

    d) perodo ps-clssico (17 d. C. - sc II d. C.) - com poetas e prosadores no originrios da Itlia, j que no seguem os moldes clssicos da Itlia em sua tota-lidade, como Fedro, Sneca, Plnio, Maral, Juvenal, Tcito, Quintiliano etc.

    e) perodo cristo (sc. III d. C. - V d. c.) - com Ter-tuliano, Sto. Agostinho, Sto. Ambrsio, etc.

    O latim que se l nos autores da Antigidade e que se aprende na escola aquele que falavam os cidados ro-manos do I sc. a. C. Nessa poca, escrevia o orador e filsofo Ccero, o historiador Salstio, o conquistador Csar, os poetas Verglio e Horcio, e muitos outros. O prestgio desses autores foi imenso; foram considerados os modelos a serem seguidos. O latim deles acabou sen-

    Note-se, desde cedo, a fora assimiladora de Roma e, com isso, a importncia da Urbs e a conscincia da urbanitas. Com o crescimento, Roma toma contato com outros povos, principalmente com os gregos, na Magna Graecia. Cria-se uma elite cultural. A lngua comea a se bifurcar entre o uso culto e o uso vulgar. A partir do III sc. a. C., a lngua latina j no apresenta grandes inovaes, estabelece-se.

    Com o domnio absoluto do mundo ocidental da po-ca, Roma enriqueceu e os romanos foram perdendo a primitiva pureza e a austeridade tpica das famlias do campo (rusticitas) e ganharam em luxo e sofisticao.

    Constituiu-se, a partir do III sc. a. C., uma litera-tura, que aos poucos vai tornando o latim altamente estilizado, graas influncia de autores gregos. o que se costuma denominar de Latim Clssico (LC); ele distingue uma elite cultural avanada. O cultivo do LC proporcionava ascenso social e prestgio pessoal. Por outro lado, o Latim Vulgar (Sermo Vulgaris) era a lngua do povo, dos soldados, dos artesos, dos comer-ciantes etc. Foi o latim vulgar que gerou, mais tarde, as lnguas romnicas: portugus, espanhol, italiano, fran-cs, romeno, provenal, catalo etc. O latim falado por estrangeiros era o Latim Brbaro.

    1.3 - Fases da Lngua Latina

    do uma espcie de latim ideal, tornando-se o latim das escolas, isto , o latim literrio, tambm designado por latim clssico (sermo eruditus). Era, pois, uma lngua altamente estilizada, elitizada, esttica.

    A lngua continuou sendo falada, sofrendo trans-formaes. Com o tempo, abriu-se um fosso entre o latim escrito e o latim falado, a lngua do dia-a-dia. Notveis mudanas aconteceram a partir da poca de Ccero. Esse latim falado era tambm chamado de la-tim vulgar (sermo vulgaris).

    As variaes da lngua no se deram s no tempo;

    ocorreram tambm no espao. O latim dito latim br-baro era falado nas provncias, por povos de origem estrangeira. V-se, portanto, que o latim era uma s lngua falada em todo o territrio conquistado pelos romanos, porm comportava variaes no tempo e no espao como qualquer lngua moderna. Somente a lngua escrita fixou-se, em grande parte, porque os es-critores, uma sociedade parte, elitizada, seguiam os modelos do latim ideal das escolas e dos literatos.

    Lnguas Romnicas

    A Pennsula Ibrica esteve por muitos sculos sob a dominao romana. Sofreu um processo de romani-

  • 22zao to profundo que acabou por assimilar no s a lngua mas tambm os costumes, leis, religio, usos. A lngua predominante era a modalidade vulgar do la-tim, a lngua falada. Como a lngua dinmica, visto que a cultura tambm o , foi-se modificando atra-vs dos sculos. Quando o Imprio Romano acabou

    e a unidade poltica cessou, as mudanas lingsticas acentuaram-se, ainda mais porque foram assimilados diversos fatores provenientes das invases dos povos brbaros. De uma s lngua, o latim vulgar, surgiram vrias lnguas que hoje chamamos de lnguas romni-cas, neolatinas ou novilatinas.

    No preciso dizer que o conhecimento do latim, a matriz lingstica, facilita o aprendizado dessas ln-guas-irms, alm de proporcionar um conhecimento mais profundo da lngua materna. Para ns, do curso

    de Letras, o interesse no latim est num lugar de des-taque, visto que visamos a uma maior competncia lingstica para o exerccio da nossa profisso.

    Exerccios de Auto-avaliao

    1. Qual a origem do latim?

    2. Qual a origem do portugus?

    2. O que o indo-europeu?

    4. Quais so as fases do latim?

    5. Que uma lngua romnica?

    6. Quais so as lnguas romnicas?

    As lnguas romnicas so:

  • 23UNIDADE II

    FONOLOGIA LATINA

    2.1 - O Alfabeto Latino

    O alfabeto latino possua 21 letras*:

    Aa, Bb, Cc, Dd, Ee, Ff, Gg, Hh, Ii, Kk, Ll, Mm, Nn, Oo, Pp, Qq, Rr, Ss, Tt, Vv, Xx.

    A letra Zz foi introduzida tardiamente, por influn-cia helenstica.

    No podemos esquecer que a civilizao ocidental herdou do latim o alfabeto.

    *Os romanos no possuam letras maisculas ou minsculas; as letras eram todas do mesmo tamanho, tipo basto.

    O latim , hoje, a lngua oficial do Vaticano, mas h,

    no mundo, vrias instituies que se dedicam ao seu estudo, dada sua importncia histrica e lingstica. Todavia o latim no uma lngua falada, mas perma-

    nece como lngua escrita. Em funo de no ser fala-do e, sabendo que as lnguas evoluem, no sabemos ao certo qual a pronncia do latim. Por isso, podem ser adotadas trs pronncias (uma das trs):

    A pronncia Tradicional: em que o latim pronun-

    ciado como no portugus, constituindo-se na evolu-o natural da lngua, do latim ao portugus.

    A pronncia Romana ou Eclesistica: adotada pelo

    Vaticano, pronuncia o latim como se pronuncia em italiano.

    A pronncia Reconstituda: uma reconstituio da

    pronncia do latim da poca clssica; reconstruo baseada em critrios cientficos e em confronto com as lnguas indo-europias; alm de outros critrios. A pronncia que adotaremos aqui a Reconstituda. Veja abaixo.

    Consoantes

    1. C tem sempre valor de /K/ : Ccero /Kkero/.2. G tem sempre valor de /G/, como gato: gens,

    Gallia, regina (nunca como J, de Jos).3. H pronunciado sempre com leve aspirao:

    homo, hiems.4. J e V, quando aparecem na escrita, devem ser pro-

    nunciados como / i / e / u /. (Os dicionrios, em sua maioria, registram as palavras com J e com V): Janua / ianua/, vivo /uiuo/.

    5. M e N no se nasalizam: bellum, flumen (bellum(e), flumen(e))

    6. R vibrante: currus, Romanus; ou brando: carus, Homerus.

    7. S sempre igual a /SS/: rosa /rossa/, misi /missi/.8. T mantm sempre o som de /T/: iustitia (como em

    TIA no falar nordestino)9. X = /KS/ : Alexander /Aleksander/, rex /reks/.10. Z = /DZ/ : zona /dzona/.11. CH = /K/: pulcher /plker/.12. QU = /KU/: aqua /kua/.13. PH = /F/: phiplosphia /filosfia/.

    2.2 - Pronncia Reconstituda do Latim Clssico

    Vogais

    As vogais so breves ou longas. A longa tem a dura-o de duas breves. o acento de quantidade.

    lia-se como aberto [] - lectus (lctuss). lia-se como fechado [] - fecundus (fcun-

    duss). lia-se como aberto [] - modus (mduss). lia-se como fechado [] - odi ((di).y lia-se como francs [] - Babylonia (Bablo-

    nia). *

    * O y era uma vogal para escrever palavras gregas emprestadas ao latim (pronuncia como o u francs, com arredondamento labial).

    Ditongos

    1. AE = /AE/ ou /AI/: Caesar /Kaisar/.2. OE = /OE/ ou /OI/: poena /poina/.3. AU = /AU/: aurum /aurum/.

  • 24 A Acentuao Tnica

    1. No h palavras oxtonas em latim. S so oxto-nas as que terminam em c, porque so uma reduo de -ce: adduc /addk/ (< adduce), illic /illk/ (< illice).

    2. Nas demais palavras, o acento recai na penltima slaba se esta for longa; se for breve, recai na antepe-nltima slaba. Ex.: dierum /dirum/, regibus /rgi-bus/, cannabis /knnabis/.

    Observao: Veja que, para saber a pronncia, preciso conhecer

    a quantidade das slabas (longas/breves). Esto indi-cadas no dicionrio.

    LEIA AS PALAVRAS ABAIXO COM A PRO-NNCIA DO LC.

    1. Vir, nox, rem, mons, cedo, hiems, via, cella, pra-edam, scholae, caelum, homo, cena, cuius, villa, Ca-esar, sulphur, Phoebus, gener, carmen, genus, amant, scelus, chartam, cibus, circus, Rhenus, gigno, legunt, civis, abyssus.

    2. Examen, spectator, laudabamus, utilitatem, ludo-rum, monebit, certamen, pugnabatis, multitudo, amavis-ti, minister, sagitta, excellens, inermis, ianitor, Caesaris,

    mulieres, amaveritis, consulum, certamina, legite, pue-rum, laudaverint, poteram, virtutibus, utilitas, praemiis, deleveras, fluviis, incredibilis, fueram, particeps.

    3. Civitatem, virginem, theatrum, iustitia, vitia, na-tio, audite, hostium, debemus, Zephyrus, quomodo, circumdare, autumnus, timere, pugnavissent, amice, legerunt, Senatus, Senatusque.

    ASSIM:

    1. uir, nks, rem(e), mons, kdo, hiems (h aspirado), uia, klla, pridam, sklai, kilum, hmo (h aspira-do), kna, kius, ulla, Kissar, slfur, Fibus, guner, krmen, gunus, mant, sllus, krtam, kbus, krcus, Rnus, gugno, lgunt, kuis, abssus.

    2. Eksmen, spekttor, laudabmus, utilittem, lu-drum, monbit, certmen, pugnabtis, multitdo, amausti, minster, sagutta, exkllens, inrmis, ini-tor, Kissaris, muleres, amauritis, knsulum, kert-mina, lguite, perum, lauduerint, pteram, uirtti-bus, utlitas, primiis, delueras, fluiis, incredbilis, feram, prticeps.

    3. kiuittem, urguinem, tetrum, iusttia, utia, n-tio, audte, hstium (h aspirado), debmus, Dzfrus, kumodo, kircumdre, autmnus, timre, pugnaus-sent, amke, legurunt, Sentus, Senatskue.

  • 25UNIDADE III

    MORFOSSINTAXE DO LATIM

    Em latim, a morfologia induz sintaxe. Certas ca-tegorias gramaticais sofrem alteraes na slaba final. Isso porque o final das palavras serve para indicar a funo sinttica do termo da orao. Veja o exemplo:

    Luna plena est (A lua est cheia). Luna sujeito, termina em -a.Petrus vidit lunam. (Pedro viu a lua). lunam objeto direto, termina em -am.

    Terminao, Desinncia ou Sufixo

    H certa confuso estabelecida entre o que se conce-be como terminao, desinncia ou sufixo. Adotamos aqui o seguinte critrio: chamaremos de terminao a parte final da palavra que inclui a vogal temtica e o morfema indicador do caso. Desinncia a mesma coisa que morfema de caso (MC). Ex.: Em latim, o objeto direto (= acusativo) de luna lunam, ou seja: lun- o radical (ou raiz) da palavra, -am a termina-o onde est a, que a vogal temtica e -m morfe-ma (desinncia) de caso que indica a funo sinttica. a terminao que comumente aparece nas gramti-cas latinas; tambm est no quadro que apresentare-mos abaixo, para estudarmos a primeira declinao.

    Flexo

    a propriedade de variao das palavras, segun-do a funo sinttica que elas podem exercer na orao. Uma mesma palavra pode apresentar vrias

    3.1 - Radical, Terminao, Desinncia, Funo, Caso e Declinao

    terminaes e, portanto, pode ser flexionada tantas vezes quantas forem as funes sintticas que tiver de exercer.

    Flexo de Gnero Gramatical

    Em latim, h trs gneros gramaticais:

    Neutro significa nem um nem outro, isto , nem masculino nem feminino. Normalmente indica idia de coisa. Todavia nem todas as palavras que indicam coisa so neutras.

    Flexo de Nmero Gramatical

    - H dois nmeros em latim: singular e plural.

    No so marcados pela oposio ausncia de -S para o singular e presena de -S para o plural. Os morfe-mas indicativos de nmero vm acumulados ao mor-fema de caso.

    Ex.: em lupUS, o morfema de caso (= terminao US) indica ao mesmo tempo o caso nominativo e o nmero plural. Trata-se de um morfema cumulativo. O mesmo vale para lupI (pl.), onde o I indica nomi-nativo (=caso) e o plural (nmero).

    Lngua Analtica X Lngua Sinttica

    Uma das caractersticas do latim o seu sintetismo em comparao com o portugus.

    Compare: Portugus: A menina d uma rosa amiga. Latim: Puella amicae rosam dat.

    Observe que em latim no ocorrem nem os artigos, nem as preposies. uma das caractersticas do la-tim no possuir artigos. H preposies, mas muitas vezes elas so substitudas por casos.

    Outro exemplo do sintetismo latino o uso do grau comparativo de superioridade atravs de sufixo.

    Compare: Portugus: dia mais belo Latim: dies clarior.

    Mais um exemplo de que o latim uma lngua sint-tica est no uso de sufixos para formar a voz passiva nos tempos do infectum (ao incompleta).

    Compare: Portugus: sou amado (presente do indicativo).

    Latim: amor (presente do indi-cativo).

  • 26Flexo de Caso

    a forma que a palavra apresenta, com seu morfema apropriado, para indicar a funo sinttica que exerce na orao. (Ex.: Acusativo o caso do objeto direto: Petrus vidit lunam = Pedro viu a lua, ao passo que o Nominativo o caso do sujeito: Luna plena est = A lua est cheia. Voc observar sempre que o caso est representado por uma terminao. O caso est, pois, sempre na terminao da palavra (na ltima slaba).

    - Os casos e as funes sintticas equivalentes em portugus:

    {ATENO: voc precisa saber essa relao}

    NOMINATIVO: o caso do sujeito e do predica-tivo do sujeito.

    VOCATIVO: o vocativo, caso do chamamento.ACUSATIVO: o caso do objeto direto (do predi-

    cativo do objeto).GENITIVO: o caso do adjunto adnominal restritivo.*DATIVO: o caso ao objeto indireto e do com-

    plemento nominal.ABLATIVO: o caso dos adjuntos adverbiais e

    do agente da passiva.

    * adjunto adnominal restritivo = adjunto adnominal com a preposio de.

    Ex: No ponha a mo na jaula do leo. Portanto, o genitivo deve ser sempre traduzido com a prepo-sio de).

    Exemplificando: Tomemos a palavra lua (em latim luna) em seis funes sintticas diferentes:

    a) A lua bela. (Sujeito) A lua bela. (Predicativo do sujeito)

    b) lua, s bela! (Vocativo)c) Pedro viu a lua. (Objeto direto)d) O brilho da lua plido. (Adjunto adnominal res-

    tritivo)e) Compus poemas para a lua. (Objeto indireto)f) O Sol incide seus raios na lua. (Adjunto adverbial

    de lugar onde)

    Como fica isso em latim? Veja:

    a) LunA puclchra est. (Nominativo) Luna pulchrA est (Predicativo do sujeito)

    b) LunA, pulchra es! (Vocativo)c) Petrus vidit lunAM. (Acusativo)d) Fulgor lunAE candidus est. (Genitivo)e) Scripsi carmina lunAE. (Dativo)f) Sol radios incidit in lunA. (Ablativo)

    Observe que cada caso ou funo sinttica equivale a uma terminao especfica.

    O nominativo singular indica o nome da palavra ( por ele que a procuramos no dicionrio), e o ge-nitivo singular indica a raiz ou radical da palavra, bem como a declinao a que a palavra pertence. Ao enunciarmos qualquer palavra em latim, devemos di-zer sempre o nominativo e o genitivo.

    Ex.: luna, -ae vita, -aefortuna, -ae hora, -ae

    Tirando a terminao do genitivo (lunae), obtemos o radical ou raiz da palavra (lun-). Ao radical/raiz se acresce cada vez uma terminao, de acordo com cada caso = funo sinttica.

    b. Observando que, em latim, segundo a funo sin-ttica, a palavra recebe a terminao prpria do caso, nas oraes que apresentamos, a palavra latina luna assumiria as seguintes formas:

    - Importante:a. No dicionrio a palavra vem enunciada assim: LUNA, AE.

  • 27Observao: Para facilitar o estudo, manteremos os

    casos sempre nesta mesma seqncia.

    Declinao

    As palavras latinas esto agrupadas em declinaes de acordo com suas vogais temticas. H cinco declina-es, visto que h cinco vogais temticas diferentes para

    caracteriz-las. H, pois, em latim, cinco declinaes distribudas conforme as vogais temticas (a, e, i, o, u).

    Para reconhecer a declinao a que pertence uma palavra, basta olhar o genitivo, que j vem indicado no dicionrio. preciso que voc saiba o genitivo de cada declinao. Eis a relao, atravs de exemplo, dos nominativos e genitivos.

    As VOGAIS TEMTICAS (= VT ) de cada decli-nao:

    1 declinao: VT > -A-. Ex.: lunAm.2 declinao: VT > -O- (variante > -U-). Ex.: lu-

    pOs, lupUm.3 declinao: VT > -I- (variante -E-). Ex.: civIs, ci-

    vEm; / . Ex.: consul.

    4 declinao: VT > -U-. Ex.: manUs.5 declinao: VT > -E-. Ex.: diEs.

    - Qual o papel de uma vogal temtica em Latim?

    1. Indicar a que declinao pertencem as palavras.

    2. Preparar a palavra para receber o sufixo ou desi-nncia, ou seja, serve como elemento de ligao.

    Em portugus, a preposio uma palavra que, co-locada entre duas outras, estabelece uma relao de dependncia da segunda com a primeira. A palavra que vem antes da preposio o determinante (regen-te / antecedente / subordinante); a palavra que vem depois o termo determinado (subordinado / conse-qente). Portanto, a preposio no nosso idioma tem, em geral, um papel essencial de relao subordinativa (liga e subordina uma palavra outra).

    O determinante pode ser um substantivo, (casa de pedras), um adjetivo (difcil de entender), um pro-nome (muitos de ns), um advrbio (referentemente ao tema) ou verbo (gosto de voc). O determinado constitudo de substantivo (corao de papel), adje-tivo (vibrou de feliz), verbo (gosta de trabalhar) ou advrbio (referentemente ao trabalho).

    Em latim, no a mesma coisa. A preposio latina tem dupla funo:

    1) cada preposio rege um caso (in luna = in > preposio, luna > caso ablativo; ad lunam = ad > preposio, lunam > acusativo);

    2) explicitar o sentido do caso. Veja a seguir como se d a explicitao do caso.

    Relao entre Caso e Preposio

    Somente o acusativo e o ablativo aceitam a regncia de preposies.

    As preposies so um elemento poderoso den-tro da sintaxe latina. Portanto, a palavra que vem depois de uma preposio estar ou no caso acu-sativo ou no caso ablativo. O caso indica a funo sinttica e a preposio vem especificar, precisar o sentido do caso.

    3.2 - Preposies e Casos

  • 28Para voc entender melhor:

    - J sabemos que h dois casos que aceitam preposi-o: o acusativo e o ablativo. O ablativo latino possui um morfema prprio para indic-lo, mas conserva trs sentidos, oriundos de antigos casos do indo-europeu.

    1) Ablativo propriamente dito: expressa idia de origem, separao, afastamento. Para dar essa idia, ele no precisa de preposio, apenas do morfema de caso.

    Ex.: Aqua venerunt. (Chegaram da gua). No sabe-mos, no entanto, se o afastamento de dentro da gua ou se de prximo dela, pois isso no foi explicitado. Para especificar essa idia, ser necessrio usar uma preposio que rege ablativo e que contenha a idia que desejamos especificar. Assim, se quisermos dizer que se fez o movimento de dentro da gua para fora, devo usar uma preposio especificadora, que EX (tam-bm pode ocorrer na forma E).

    Ex aqua venerunt (Vieram de dentro para fora da gua).

    Se quisermos dizer que o afastamento se deu da pro-ximidade da gua, digo

    Ab aqua venerunt (Vieram de perto da gua).

    Nos dois exemplos, a palavra aqua est no caso ablati-vo (terminado em a), que indica separao a partir de, origem, afastamento. A preposio ex expressa o tipo de afastamento (de dentro para fora) e a preposio ab outro tipo de afastamento (de junto de). Observe ento que a preposio no estabelece a dependncia, mas rege um caso (ou acusativo ou ablativo) e o especifica.

    No indo-europeu, havia, alm dos casos indicados aci-ma, mais dois: o locativo e o instrumental, ambos com uma desinncia especfica para cada um, e expressando

    circunstncias diferentes. O latim fez o sincretismo des-ses casos, conferindo-lhes o morfema do ablativo. por isso que o ablativo pode indicar, semanticamente, trs situaes:

    1. Ablativo propriamente dito, j visto, (de origem, separao, afastamento);

    Preposies: ab = de, de junto de, a partir de de = de, de cima de, sobre ex, e = de, de dentro de

    2. Locativo (lugar onde, geralmente precedido da pre-posio in);

    3. Instrumental (com idia de instrumento, meio ou companhia, comumente com a preposio cum).

    Nos trs casos, a forma a mesma e a funo sinttica tambm: adjunto adverbial. Durante o curso, esses as-pectos sero aprofundados.

    O ablativo instrumental ocorre com a preposio cum, que usada quando indicamos pessoa; quando indica idia de coisa, costuma ser omitida.

    Outro CASO que pode vir regido de preposio o acusativo. O acusativo, na funo de objeto direto, nunca vem preposicionado em latim.

    Quando preposicionado, porm, no exerce a funo de objeto direto na frase, mas assume valor adverbial ( adjunto adverbial). Costuma vir preposicionado quando o adjunto adverbial expressa idia de movimento, di-namismo. J o adjunto adverbial com ablativo costu-ma expressar uma situao mais esttica.

    Resumindo:

    O adjunto adverbial ocorre em trs situaes em la-tim, a saber:

    Exemplos:

    1. Agricola bestiam sagitta necat. (O agricultor mata o animal com uma flecha). Ablativo de instrumento.

    2. Rana ex aqua saltat (A r salta de dentro da gua). Ablativo de afastamento ou origem.

    3. In scholam intro (Entro na escola). Acusativo ad-verbial, com idia de movimento para dentro de.

  • 293.3 - A Colocao das Palavras em Latim

    Observe a ordem das palavras em latim

    Villa est in pictura (H uma casa de campo na pin-tura).

    Est villa in pictura.

    Est in pictura villa.

    In pictura est villa.

    In pictura villa est.

    A ordem das palavras latinas muito mais livre do que a portuguesa, pois os significados no esto vinculados ordem das palavras, mas s funes, isto , aos casos.

    VILLA EST IN PICTURA VILLA = sujeito EST = verbo de ligaoIN PICTURA = adjunto adverbial de lugar

    Classes Gramaticais

    As classes de palavras so as mesmas do portugus, com exceo do artigo, que no existe em latim:

    Nome (= substantivo), Adjetivo, Pronome, Nu-meral, Verbo, Advrbio, Preposio, Conjuno, Interjeio. Em latim no existe artigo, mas na tra-duo portuguesa, temos de coloc-lo.

    - Substantivos, adjetivos, pronomes e numerais possuem flexo nmero-casuais, isto , declinam-se. Declinar uma palavra proferi-la em todos os casos, no singular e no plural. Substantivos e adjetivos dis-tribuem-se em declinaes.

    - Os verbos tambm possuem flexes, isto , conju-gam-se. Os verbos distribuem-se em conjugaes.

    - Advrbios, preposies, conjunes e interjeies so invariveis (no possuem flexo).

    - Quando traduzimos, temos de colocar o artigo.

    3.4 - A Primeira Declinao

    Caractersticas

    Tema em A. (VT = A).Genitivo singular em AE.Gnero: prevalncia de palavras femininas, sendo mas-

    culinos somente os nomes de homens (Catilina), profis-

    ses ou atividades masculinas (auriga, ae = cocheiro; agricola, ae = agricultor), seres do sexo masculino e nomes de alguns rios (Garumna, ae = Garrona). O A vogal temtica, no morfema de gnero.

    Exemplo de uma palavra declinada: RANA, -AE (l-se: rna, rnai): rana= nominativo, ranae = genitivo

    Tabela das terminaes da primeira declinao:

  • 30 = indica ausncia da preposio ou da DNCR = raiz ou radicalVT = vogal temticaDNC = desinncia nmero-casual

    Exerccios de Auto-avaliao

    Exerccio A

    O vocabulrio para consulta est abaixo, no final dos exerccios.

    A1 - Decline todas as palavras abaixo, conforme o modelo.Parte 1

    Modelo

    domina, ae = senhora discipula, ae = aluna magistra, ae = professora pirata, ae = pirata nauta, ae = marinheiro femina, ae = mulherfortuna, ae = sorte, fortuna

    Parte 2Os adjetivos concordam com os substantivos. Decline, magna copia = uma grande abundncia. Singular PluralN - magna copia - magnae copiae V - magna copia - .............................Ac - magnam copiam - .............................G - magnae copiae - .............................D - maganae copiae - .............................Ab - magna copia - .............................

    Exercite, declinando:

    mensa alta = mesa altavita laeta = vida alegreterra sicca = terra secaculina ampla = cozinha ampladiscipula bona = boa alunaaqua turbida = gua turva

    A2- FUNO DOS CASOS (escreva a que funo sinttica corresponde cada caso. Traduza a frase).

    NOMINATIVO: Magistra est bona...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

    Declinar uma palavra escrev-la ou proferi-la em seqncia de cima para baixo fazendo as flexes con-forme os casos. O quadro das terminaes (acima) deve ser memorizado, pois atravs dele que opera-cionalizaremos a morfossintaxe do latim.

  • 31VOCATIVO: Magistra, tu es bona.

    ...............................................................................................................................................................................

    ...............................................................................................................................................................................

    ACUSATIVO: Discipula amat magistram. ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

    GENITIVO: Liber magistrae est magnus. ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

    DATIVO: Magistrae donat librum discipulae. ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

    ABLATIVO: Magistra amatur a discipula. ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

    Magistra et discupulae sunt in schola...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

    Exerccio BB1 Escreva em latim. Veja o exemplo. ara sacra = altar sagrado.................................................................. = altar sagrado .................................................................. = ao altar sagradoin.............................................................. = no altar sagrado.................................................................. = do altar sagrado.................................................................. = os altares sagrados.................................................................. = dos altares sagrados.................................................................. = aos altares sagradosin ............................................................... = nos altares sagrados

    B2 Complete com as terminaes adequadas:Iulia est puella Iulia et Anna sunt puell..Caecilia, es bona! Caecilia et aemilia, estis bon......Ursula et Augusta sunt discipulae. Ursula et Augusta sunt in schola cum magistr..Magistra narrat fabulam Ursulae et Augustae. Magistra fabul........... narrat discipul..........Cypria (Cpria = deusa Vnus) erat dea. Discipulae amant fabulas de dea Cypri............Aeneas filius Cypriae erat. Cypria erat mater Aenen......

    B3 - Responda, baseando-se nos temas acima:- Ubi (onde) sunt Ursula et Augusta? ............................................................................................................- Quid (que, que coisa, o que que) magistra discipulis narrat?..........................................................................................................

    - Quis (quem) erat Aeneas?............................................................................................................

  • 32B4 - Traduza:

    Paula et Iulia

    Paula est puella Lusitana e Iulia, puella Romana, est in Lusitania apud Paulam.

    ................................................................................................................................................................Paula et Iulia amicae sunt. Paulae familia habet magnam villam apud Conimbricam.................................................................................................................................................................Paula et Iulia iucundam vitam agunt; nam feriae sunt.................................................................................................................................................................Puella et Iulia autem pigrae non sunt: mane enim puellae linguam latinam discunt; post prandium, ludunt.................................................................................................................................................................

    Observe:Alguns nomes tem origem grega, e terminam em -as ou -es.Pelopidas, Pelopida, Pelopidam, Pelopidae, Pelopidade, PelopidaSpartiates, Spartiata, Spartiatam, Spartiatae, Spartiatae, Spartiata.Outros nomes so pluralia tantum, somente plural, como: Divitiae, arum;

    B5 - Traduza:

    - Athenae sunt pulchrae. ...........................................................................................- Syracusae in oris siciliae sunt. ...........................................................................................- Scripsi magnas litteras. ...........................................................................................- Copiae Romanae Alpes transierunt. ..................................................................................- Divitiae saepe superbiae sunt. ...........................................................................................

    Exerccio C (complementares sobre a 1 declinao):

    C1 Preencha as lacunas: Ns vl Ns1. Musa .................................... est. (A musa favorvel > propitia, ae).2. Musae .................................. sunt (As musas so favorveis).3. Poeta .................................... celebrat (O poeta celebra a musa > musa, ae).4. Incola ................................... aedificat (O morador constri uma casa de campo > villa, ae).5. Advena ................................ narrat (O estrangeiro conta histrias > fabula, ae).6. Sagittae ............................. columbas necant. (As flechas dos agricultores matam as pombas > agricola, ae).7. Silvae ................................ carae sunt (As florestas so caras s ninfas > nympha, ae).8. Agricola ........................... aquilam vulnerat (O agricultor fere a guia com uma flecha > sagitta, ae).9. Advena .......................... fabulas narrat (O estrangeiro conta histria s mulheres > femina, ae).

    Obs.: No confunda, na hora de traduzir:

    Nominativo singular = a musa- Musa Vocativo sing. = musa Ablativo sing. = pela, com a musa

    Genitivo singular = da musa- Musae Dativo sing. = , para a musa Vocativo plural = musas

    - Musis Dativo plural = s, para as musas Ablativo plural = pelas, com as musas

  • 33C2 Complete com as palavras athleta, nauta, poeta.a) ................................ saluto (sado).b) ................................ recitat (declama).c) ................................ memoro (lembro)d) ................................ navigant (navegam).

    C3 Traduza:a) Dea sapientiae = b) Villarum rosa = c) Patientia agricolae = d) Reginae statua = e) Reginae statuae =f) Fama audaciae athletarum=

    C4 Passe para o latim: a) A fama do poeta =b) A fortuna do marinheiro = c) A pobreza do lavrador = d) A vida dos poetas, marinheiros e lavradores =

    C5 Escreva no plural as frases:a) Musae poeta gratiam agit = b) Musa poetam gaudet =

    C6 Complete com as formas do adjetivo sacra os sintagmas: a) Ara ................................. c) Aris ...................................... e) Arae ..............b) Aram .............................. d) Ararum ................................

    C7 Complete com os apostos a) musa docta, b) femina proba, c) sapientiae deae, d) puella pulchra.a) Vidi Polyhymniam, ............................................ b) Video statuam Lucretiae, ..................................... c) Haec est Minerva, . d) Amamus Corneliam et Lucretiam, . .

    C8 - Observe os sintagmas preposicionais: - In villa est. - In villam intrat. Ad villam appropinquat.Complete com as palavras insula (ilha), cena, (ceia), ara (altar), aqua (gua), statua, (esttua), schola (escola):

    - Est in villa. Intrat in villam. Appropinquat ad villam. in insula ...................................... ........................................ ............................... ....................................... ........................................ ................................ ....................................... ......................................... ................................ ....................................... ......................................... ................................ ........................................ .........................................

  • 34Vocabulrio para consulta, referente aos exerccios anteriores:

    Exemplos de frases com anlise para aprendizado da teoria gramatical

    O que analisar numa orao:

    Comece sempre pelo verbo. Siga sempre a mesma ordem de organizao.

    imprescindvel a consulta ao vocabulrio.

    1. Verbos: PESSOA, NMERO, TEMPO E MODO, INDICAO, FUNO.

    2. Substantivos: CASO, NMERO, GNERO, INDICAO, DECLINAO, FUNO SINT-TICA

    3. Adjetivos: CASO, NMERO, GNERO, INDI-CAO, CLASSE, FUNO SINTTICA.

    4. Preposio: IDENTIFICAO E REGNCIA DE CASO.

    5. Pronomes: CASO, NMERO, GNERO, IDEN-TIFICAO, FUNO.

    6. Advrbios e conjunes: APENAS IDENTIFI-CAR.

    Exemplos:

    1. Ursa Callisto est. est: 3 pes. do sing. do pres. do ind. do verbo sum,

    es, esse, fui, VL ().Ursa: nominativo singular feminino de ursa, -ae, 1

    decl., sujeito (ursa).Callisto: nominativo singular feminino de Callisto,

    us, 4 decl., predicativo do sujeito (Calisto).

    Traduo: A ursa Calisto.

    2. Juno feminas pulchras non amat.amat: 3 pes. do sing. do pres. ind. de amo, as, are,

    avi, atum VTD (ama).Juno: nominativo singular feminino de Juno, onis,

    3 decl. sujeito (Juno).feminas: acusativo sing. fem. de femina, ae, 1 decl.

    - objeto direto (mulheres).pulchras: acusativo plural feminino de pulcher,

    chra, chrum, adjetivo de 1 classe adjunto adnominal

  • 35de feminas (belas).

    non: advrbio de negao (no).

    Traduo: Juno no ama as mulheres belas.

    3. Incolae Arcadiae deam laudabunt.

    laudabunt: 3 pes. do pl. do futuro do pres. de laudo,as, are, avi, atum VTD (louvaro).

    incolae: nom. pl. masc. de incola, ae, 1 decl., sujeito (moradores).

    Arcadiae: genitivo, sing. masc. de Arcdia, ae, 1 decl., adj., adn. restr. (da Arcdia).

    deam: acusativo sing. fem. de dea, ae, 1 decl., subst., objeto direto (deusa).

    Traduo: Os habitantes da Arcdia louvaro a deusa.

    4. Callisto, femina pulchra, in terra amoena Arcdia habitat.

    habitat: 3 pes. do sing., pres. do ind. de habito, as, are, avi, atum VI (habita).

    Callisto: nom. sing. fem. Callisto, us, 4 decl., sujeito (Calisto).

    femina: nom. sing. fem. de, femina, ae 1 decl., aposto (mulher).

    pulchra: nom. sing. fem. de pulcher, chra, chrum, adj. da 1 decl. adj. adominal de femina (bela).

    in: preposio (abl), (em).terra: abl. sing. fem. de terra, ae, 1 decl., adj. adv. de

    lugar onde (terra, pas).amoena: abl. sing. masc. de amoenus, a, um, adj. de 1

    cl., adj. adn. de terra (amena, agradvel).Arcadia: abl. sing. fem. de Arcdia, ae, 1 decl., adj.

    adn. de terra (Arcdia).

    Traduo: Calisto, uma mulher bonita, habita no agra-dvel pas da Arcdia.

    Vamos analisar textos a fim de traduzi-los. No se pode traduzir sem analisar.

    Nossa anlise ser simples. Marca-se sobre a palavra o caso.

    Para facilitar a anlise, vamos fazer uma abreviao, se-guindo o seguinte:

    V = verbo (na terceira pessoa do sing. o verbo termina em t; no pl., em nt).

    vl = verbo de ligaoNs = nominativo do singular e Np nominativo do pluralVs= vocativo singular Vp = vocativo pluralAcs= acusativo singular e Acp = acusativo pluralGs = genitivo singular e Gp = genitivo pluralDs = dativo singular e Dp = dativo pluralAbs = ablativo singular e Abp= ablativo plural

    Colocaremos sobre as palavras do texto essas notaes, a fim de indicar o caso de cada palavra. As palavras no analisadas so invariveis, no tm caso. necessrio con-sultar o vocabulrio, que est abaixo.

    Texto 1: Cornelia et UrsaCornelia, filia agricolae, in parva casa habitat. Casa est

    silvae propinqua. Cornelia in silva saepe ambulat.

    Sed olim Cornelia in magna et obscura silva e via erra-vit. Subito magnam ursam vidit. Ursa stetit et Corneliam exspectavit; Ursa Corneliam spectavit, Cornelia ursam spectavit.

    Territa Cornelia clamare desideravit, sed non clamavit. Viam non vidit, sed celeriter ambulare temptavit. Ursa quo-que celeriter ambulavit! Cornelia leniter ambulavit. Ursa quoque leniter ambulavit! Denique ursa pede Corneliae viam monstravit. Subito Cornelia casam vidit. Laeta puella properavit et mox agricolae de ursa benigna narravit.

    Agricola dixit, Ursa fuit Callisto. Olim Callisto fuit fe-mina pulchra; nunc est ursa pulchra. Saepe agricolae ursam necare temptaverunt, sed ursa semper effugit. Cornelia di-xit, Sum laeta quod agricolae ursam non necaverunt. Ursa benigna me iuvit; mihi viam monstavit. Itaque ero ursae benigna; ursae cibum dabo.

    Sed Cornelia ursae benignae cibum non dedit quod ursam iterum non vidit.

    Vocabulrio

  • 36

    Modelo para anlise e traduo. Para achar os casos, assinale primeiro os verbos. O sujeito nominativo, termina em a (voc deve consultar a tabela da primeira declinao), o acusativo sing. termina em am etc. As palavras no analisadas no tm caso. Observe que a

    ordem das palavras em latim diferente da ordem das palavras em lngua portuguesa. Embora haja variaes, a ordem direta do portugus : Sujeito + verbo + com-plemento (= OD/OI/Predicativo) + adjunto adverbial. A ordem latina : N + D + Ac. + Ab. + V.

  • 37

    Traduo do texto 1:

    Cornlia, filha de um agricultor, habita numa pe-quena casa. A casa fica prxima da floresta. Cornlia muitas vezes passeia na florestas.

    Mas certa vez Cornlia saiu do caminho numa gran-de e obscura selva. De repente, viu uma grande ursa. A ursa parou e olhou Cornlia. A ursa olhou Cornlia; Cornlia olhou a ursa.

    Aterrorizada, Cornlia desejou gritar, mas no gri-tou. No viu o caminho, mas tentou andar celere-mente. A ursa tambm andou celeremente! Cornlia andou lentamente. A ursa tambm andou lentamente! Em seguida, a ursa mostrou com o p o caminho para Cornlia. De repente, Cornlia viu sua casa. Alegre, a menina apressou-se e logo contou ao agricultor sobre a ursa benigna.

    O agricultor disse: A ursa foi Calisto. Outrora Ca-listo foi uma mulher bonita; agora uma bela ursa. Muitas vezes os agricultores tentaram matar a ursa, mas a ursa sempre escapou. Cornlia disse, estou alegre porque os agricultores no mataram a ursa. A ursa benigna me ajudou; mostrou-me o caminho. Por isso serei benigna ursa; darei comida ursa.

    Mas Cornlia no deu comida ursa benigna porque no viu a ursa novamente.

    Faa a anlise e a traduo dos textos abaixo (obedea s explicaes dadas acima). Consulte:

    tabelas, vocabulrio e as explicaes dadas sobre a morfologia latina.

    Texto 2: Regina Superba

    Cassiopea, regina nota terrae antiquae, erat superba quod erat pulchra. Andromeda, filia reginae, erat quo-que pulchra sed non erat superba.

    Olim regina et filia in ora maritima steterunt. Regi-na aquam quietam monstravit et dixit, Nymphae in aqua habitant, filia mea. Pulchrae sunt, sed invidiosae sunt quod sum pulchrior.

    Specta! Andromeda clamavit. Specta! Num aqua non est quieta.

    Subito Neptunus, deus aquarum, reginam voca-vit. Femina superba nymphis non grata est, dixit. Nymphae sunt iratae et nymphae mihi carae sunt. Mox multa aqua erit in terra tua, et monstrum erit in aqua. Monstrum incolas terrae necabit.

    Mox erat multa aqua in terra. Postea monstrum erat in aqua; incolas - feminas et puellas et agricolas et nautas - necavit. Denique incolae clamaverunt, Quid Neptunus desiderat? Gemmas pulchras?

    Neptunus Cassiopeae dixit, Gemmas tuas non desi-dero. Filiam tuam, Andromedam, sacrificium postulo. Filia tua erit misera quod es superba. Monstrum fi-liam tuam necabit; nymphae iratae non erunt; incolas terrae servabo.

  • 38Regina filiam servare temptavit, sed incolae terrae

    Andromedam sacrificium dare desideraverunt. Subito

    Vocabulrio

    Perseus e caelo monstrum et puellam vidit. Celeriter monstrum necavit et filiam pulchram reginae servavit.

    Texto 3: Arca Piratarum

    Lucretia in Sicilia habitabat. Erat filia nautae et in casa alba habitabat. Casa erat orae maritimae propin-qua. Noctu Lucretia saepe in ora maritima stabat et nautam exspectabat.

    Sed olim noctu quattuor piratas in ora vidit. Piratae magnam arcam portabant. Arca erat longa et angusta. Lucretia territa piratas diu spectabat, sed non clama-vit. Piratae terram celeriter effoderunt et arcam ce-laverunt. Tum ab ora maritima properaverunt. Mox Lucretia nautam vidit; nautae de quattuor piratis et de arca nova narravit.

    Nauta filiam laudavit et dixit, Incolae insulae nos-trae multam pecuniam habent; interdum pecuniam in magnis arcis celant. Piratae saepe incolas Siciliae necant, quod gemmas et pecuniam desiderant. Arcam incolis insulae dabo.

    Tum nauta et puella arcam longam et angustam in-venerunt. In arca erant gemmae et urnae et pecunia. Nauta incolis insulae arcam monstravit. Incolae nau-tam et filiam laudaverunt et nautae pecuniam dede-runt. Postea incolae Siciliae piratas exspectaverunt et necaverunt.

    Vocabulrio

  • 39Texto 4: De Reginae Corona

    Nautae ab insula cum regina navigant. Interea undae tranquilae securaeque non sunt. Procella undas turbat sed naviculae non naufragant. Deinde regina et nau-tae ad insulam remeant. Tum piratas spectant. Piratae appropinquant et auream reginae coronam raptant. Nautae cum piratis pugnant. Pirata reginam vulnerat. Nautae rebellant et piratas fugant.

    Reginam curant tamen coronam non servant. Piratae ab insula ad naviculas transnatant et coronam appor-tant... sed corona vera non est. Regina et nautae ex-sultant et Bonae Deae gratias dant.

    Vocabulrio

    Texto 5 - De Divitiis

    Regina, poetae et agricola inter cenam de divitiis com-municant; divitiae poetarum scientia est et agricolarum terra. Regina quoque piratarum divitias memorat.

    Poeta patriae gloriam et reginae famam litterarum scientia cantat.

    Agricola, terrarum culturae scientia, arat, seminat et uvas vindemiat.

    Solum rapina divitiae piratarum sunt.Agricolarum divitias et reginae copias raptant. Pi-

    ratae poetae copiam non rapinant: poeticas cantant et poetarum divitias duplicant.

    In vita, divitiae non solum physicae sed etiam ani-mae sunt; physicae volant, animae divitiae perstant, sed vitae duae necessariae sunt.

  • 40Vocabulrio

    Estrutura verbal

    Tema / radical (R) + Desinncia modo-temporal (DMT) + Desinncia nmero-pessoal (DNP)

    a) Radical (R) ou tema: ou do infectum, ou do per-fectum, ou do supinum.

    Ex.: amamus - Radical do infectum AMA-

    3.5 - Morfologia Verbal Latina

    b) Desinncia / modo-temporal (DMT): indica o modo e o tempo do verbo. um infixo.

    H uma DMT para cada tempo. Eis as DMTs:

    Tempos do infectum

    Tempos do perfectum

  • 41c) Desinncias nmero-pessoais (DNPs) na voz ativa:

    1. De todos os tempos e modos verbais da voz ativa, menos do pretrito perfeito

    2. S do pretrito perfeito do indicativo:

    3. Dos tempos do infectum da voz passiva:

    Dos tempos do perfectum da voz passiva (flexo com o verbo sum):

    Pret. Perf. do Ind.: amatus sum (fui amado).Pret. Perf. do Subj.: deleta sis ( tenhas sido destru-

    da).M. q. Perf. do Ind.: capti eritis (tinhas sido tomado

    / foras tomado).M. q. Perf. do Subj.: captus esset (tivesses sido to-

    mado).Fut. do Perf. do Ind.: puniti erint (tero sido pu-

    nidos).

    Quadro dos tempos e modos do latim e do portugus

    Observao: Nos tempos do perfecum a voz passiva feita com o

    verbo sum (ser) + particpio. Ex.:amatus sum = fui amado (amatus es, amatus est,

    amati sumus, amati estis, amati sunt).amatus eram = fora amado (amatus eras, amatus

    erat, amati eramus, amati eratis, amati erant).amatus ero = ter sido amado (amatus eris, amatus

    erit, amati erimus, amati eritis, amati erunt).amatus sim = seja amado (amatus sis, amatus sit,

    amati simus, amati sitis, amati sint).amatus essem = fosse amado (amatus esses, amatus

    esset, amati essemus, amati essetis, amati essent).

  • 42

    Sufixos Verbais

    TABELA ESSENCIAL EXEMPLIFICADA DA ESTRUTURA MRFICA VERBAL LATINA

    a) Infectum: (Quadro resumitivo, com exemplos)

  • 43b) Perfectum:

    Exerccio D D1- Escreva, nas lacunas, os radicais do infectum, do perfectum e do supinum dos verbos:[Consulte acima,

    sobre os temas verbais.]

  • 44D2 - Separe:

  • 45

    Exerccio E Em que pessoa, tempo e modo esto as formas verbais abaixo?

    E1 - captabat (capto, -as, -are, -avi, -atum = procurar, apanhar, tomar) ______________________________

    E2 - admonent (admoneo, -es, -ere, -monui, -itum = admoestar, advertir) ____________________________

    E3 - egimus (ago, -is, -ere, egi, actum = agir, fazer; impelir, dirigir) ________________________________

    E4 - inveniam (invenio, -is, -ire, -veni, -ventum = encontrar, descobrir, inventar) ______________________

    Exerccio F Preencher com os verbos indicados, observando pessoa, tempo e modo:

    F1 - Gladiator inimicum ............................................... [O gladiador vence o inimigo (vinco, is, ere, vici, victum)].

    F2 - Gladiatores inimicos ............................................. [Os gladiadores venceram os inimigos].F3 -Stultus vitium ....................................................... [O estulto procura o vcio (quaero, is, ere, ivi, itum)]. F4 - Aprum canis ......................................................... [O co retm o javali ( = teneo, es, ere, tenui, ten-

    tum)].F5 - Vir aquam in anphora ........................................... [O homem leva gua na nfora (= porto, as, are, avi,

    atum)]. F6 - Viri aquam in anphoris ............................ [Os homens levaro gua nas nforas]. F7 -In taberna tabernarius vinum merum ...................................... [Na taverna, o taberneiro vendia vinho puro

    (vedo, is, ere, vendidi, venditum)].F8 - Femina virum ................................................................ [Que a mulher veja o marido (= video, es, ere,

    vidi, visum)]. F9 - Viri feminas .......................................... [Que os homens amem as mulheres (= amo, as, are, avi,

    atum)].F10 - Finis opus ............................................... [O fim coroar a obra (= corono, as, are, avi atum)].

    Exerccio G - Preencha com a forma verbal solicitada pela frase:

    G1- Exempla homines ....................................... [ traho, is, ere, traxi, tractum = arrastar] = Os exemplos ar-rastam os homens.

    G2 - Verbis vir feminam ......................................... [moveo, es, ere, movi, motum] = Um homem comove uma mulher com belas palavras.

    D3 - Escreva em latim as seguintes formas verbais:a) escreveremos = ..............................................................b) teciam = ........................................................................c) enchas = .........................................................................d) cubras = ..........................................................................e) agirei = ...........................................................................

    f) disseram = ......................................................................g) disse = ............................................................................h) diz = ................................................................................i) conduziram = ..................................................................

  • 463.6 - O Rei dos Verbos: verbo esse

    SUM, ES, ESSE, FUI = ser / estar / haver / existir / ficar.

    Ex.: Magistra bona est (A professora boa).Tullia in schola est (Tlia est na escola).

    In Graecia multae insulae sunt (Na Grcia h muitas ilhas).

    Deus est (Deus existe).Roma in Italia est (Roma fica na Itlia).

  • 473.7 - As Conjugaes Latinas

    a) Tempos do Presente (infectum)

    No presente do indicativo, os verbos latinos podem ser classificados em duas categorias:

    - verbos cujo radical do presente termina por uma vogal (VT) geralmente longa, visvel na 2 pessoa do singular do presente do indicativo.

    Ex.: voco, s, re, avi, atum: chamar (1 conj.). teneo, s, re, tenui, tentum: segurar (2 conj.). audio, s, re, ivi, itum: ouvir (4 conj).

    - verbos cujo radical do presente termina por uma consoante e ligado s desinncias por uma vogal de ligao (VL) e / i / u sempre breve.

    Ex.: mitto, s, re, misi, missum: enviar - radical: mitt- + vogal de ligao / / (3 conj.).

    capio, s, re, cepi, captum: pegar - radical: cap- + vogal de ligao / / (3 conj.).

    Obs.: VL = i (ocorre antes de o, s, t,m), e (antes de r), u (antes de n).

    Entretanto, muitas formas se confundem por analogia (semelhana).

    As conjugaes so apresentadas na seguinte ordem (exemplo segundo o presente do indicativo):

    Estrutura da forma verbal no pres. do indicativo: tema / radical + desinncia modo temporal + desinn-cia nmero-pessoal . T / R + DMT + DNP > voc + + o - voca + + s.

    No presente do subjuntivo, aps o tema do infectum, tirado da 1 pes. s. do pres. do ind., acrescenta-se a de-sinncia modo-temporal (DMT) caracterstica = e (1 conj.) ou a (2, 3 e 4 conj.) + DNP. Ex. voco > menos -o = voc-.

    No imperfeito do indicativo, acresce-se ao tema do infectum a DMT ba (1 e 2 conj.) e eba (3 e 4 conj.) + DNP.

    No imperfeito do subjuntivo, acresce-se ao tema do infectum a DMT re + DNP.

  • 48

    No futuro imperfeito do indicativo, acresce-se ao tema do infectum a DMT b (1 e 2 conj.) e e (3 e 4 conj.) / a (s

    para a 1 pes. do sing.). Nota bene: 1. Aps a DMT b ocorre uma vogal de ligao antes de s, t, m e antes de nt.

    Em latim, ocorrem dois imperativos: o imperativo presente e o imperativo futuro. No presente, s ocor-

    re a 2 pes. do sing. e do pl.; no futuro, ocorre a 1 pes. do sing. e do pl. e na 3 pes. do sing. e do pl.

    Dez verbos muito freqentes em latim:

    b) Tempos do Passado (perfectum)

    O perfeito do indicativo um tempo primitivo; apresenta o radical do perfectum + DMT + DNP.

  • 49O perfeito do subjuntivo recebe a DMT eri acrescida ao radical do perfectum e a DNP.

    No mais-que-perfeito do indicativo, acresce-se ao tema do perfectum a DMT era + DNP.

    No mais-que-perfeito do subjuntivo, acresce-se ao tema do perfectum a DMT isse + DNP.

    No futuro perfeito do indicativo, acresce-se ao tema do perfectum a DMT er (1 pes. do sing.) e eri (outras pessoas).

  • 50Exerccios de Auto-avaliao

    Exerccio H Nas frases abaixo, o verbo foi retirado. Complete-as com a forma verbal que est entre pa-rntesis. Para saber em que pessoa, tempo e modo esto os verbos das frases latinas, consulte a traduo das mesmas em portugus.

    H1 - Nubilus ventus arborum folia __________________ (agito, -as, -are, -avi, -atum = agitar). Um vento nebuloso agitava as folhas das rvores.

    H2 - Aratrum agricolarum terram __________________ (sulco, -as, -are, -avi, -atum = lavrar, sulcar, cavar). O arado dos agricultores cava a terra.H3 - Vergilius poeta versibus suis agricolarum vitam egregie __________________. (celebro, -as, -are, -

    avi, -atum = celebrar, comemorar). O poeta Verglio celebrava nobremente a vida dos agricultores com seus versos.

    H4 - Aquila alis suis __________________ (volo, -as, -are, -avi, -atum = voar). A guia voa com suas asas.H5 - Sedulus pastor oves capellasque suas __________________ (enumero, -as, -are, -avi, -atum = contar). O pastor atento conta suas cabras e os ovos.H6 - Ingentia flumina Brasiliam __________________ (irrigo, -as, -are, -avi, -atum = irrigar, molhar, abas-

    tecer) Os grandes rios abastecem o Brasil.H7 - Paulus calcari equum __________________ (incito, -as, -are, -avi, -atum = repreender). Paulo repreen-

    de o cavalo com a espora.H8 - Magistri ferula pigros discipulos __________________ (castigo, -as, -are, -avi, -atum = castigar). Os

    professores castigaro os alunos preguiosos com a chibata.H9 - __________________, o magistra, pigras puellas! (vitupero, -as, -are, -avi, -atum = repreender). Repre-

    ende, professora, as meninas preguiosas!H10 - Pluvia et ventus villas et urbem __________________ (diruo, -is, -ere, -ui, -utum = demolir, arruinar,

    destruir). As chuvas e o vento destruram as casas de campo e a cidade.

    3.8 - Segunda Declinao

    Caractersticas

    Pertencem segunda declinao as palavras cuja VT O / U / E.

    A VT O sofre variao em U. A VT E s aparece no vocativo.

    O nominativo pode ser em -US, -ER, IR ou UM. Genitivo singular sempre em -I.

    Tabela

    A maior parte das palavras de tema em O / U so masculinas quanto ao gnero. As femininas so aque-las que indicam nomes de algumas cidades, ilhas pe-quenas ou rvores. As palavras que tm o nominativo em -UM so do gnero neutro; indicam nomes de coisas.

  • 51Esquema morfolgico:

    Obs.: Nomes cujo radical termina em R (todos mas-culinos):

    1 tipo > puer, i (puer, pueri)2 tipo > ager, agri (perde o e que antecede o r). O e remanescente de uma antiga VT.

    Outras palavras em -er e em -ir: ager, agri = campo magister, tri = professor caper, pri = cabrito Vesper, -eri = Vsper faber, bri= operrio

    liber, bri = livro liber, eri = os filhos, as crianas pulcher, cri = bonito aper, pri = javali Alexander, dri = Alexandre vir, i = homem, varo triunvir, i = trinviro

    NOMES NEUTROS: nominativo, vocativo e acusa-tivo singular = UM.

    nominativo, vocativo e acusa-tivo plural = A.

    Templum, i

    3.9 - Adjetivos de Primeira Classe

    Os adjetivos em latim ou so de primeira classe ou de segunda classe.

    Os adjetivos de primeira classe so aqueles que so declinados ora pela primeira declinao, ora pela se-gunda declinao, dependendo do gnero do subs-

    tantivo a que se refere. Se o substantivo determinado pelo adjetivo for feminino, ser declinado pela 1 de-clinao; se for masculino, pela segunda declinao, de acordo com os nomes em -us; se o substantivo for neutro, o adjetivo seguir o paradigma dos neutros em -um.

    Nomes com nominativo singular , radical termindo em R.

  • 52No dicionrio aparece em suas trs formas somente no nominativo. Ex.:

    Tipos: altus, a, um = alto pulcher, chra, chrum = bonito

    Sintaxe: os, adjetivos concordam com o substantivo em gnero, nmero e caso.

    Exerccio I - Treinamento sobre a segunda declinao e adjetivos de primeira classe:

    I1- Decline: aurum fulvum (neutro)

    Decline nos singular e no plural:

    bonus dominus (o bom senhor)bona serva (a boa escrava)bonum malum = a boa moaliber puer = rapaz livrelibera puella = menina livre

    liberum vinum = vinho libertadorpulcher ager = um belo campopulchra villa= uma bela casa de campopulchrum templum= um belo templomalus poeta = um mau poetaalta populus = alto choupo

    Para leitura e traduo oral.

    1. Estutura: N + N + VL (+ Sujeito + VL + PS).

  • 532. Estrutura: N + Ac. + VTD (= S + VTD + OD).

    3. Estrutura: N + D + VTI (= S + VTI + OI).

    3. N + D + Ac. + VTDI (= S + VTDI + OD + OI).

    4. Estrutura: Subst. + G. + V (= substantivo + A. Adn. restr.).

    5. Estrutura: Preposies com Ab. ou Ac.

    6. Estruturas com nfase nos gneros (m., f., n.).

  • 54Textos para Traduo

    Texto I: In Pomario

    Caius et Tullius cognati sunt. Caius puer est. Tullius vir iam est. Caius agrum perequitat dum Tullius po-miferarum ramos amputat.

    Multae pomiferae in pomario sunt: malus, pirus, cerasus, citrus (citrea) et prunus. Malus et prunus flo-ridae sunt. Pirus, cerasus citrusque poma iam dant. Citri poma acerba sed piri cerasique dulcicula sunt. Caius circumspectat et de pomona, pomorum dea, memorat; illi poma dat.

    Multae pini in agro sunt. Altae pini guttas resinae roscidas stillant. Pulchrae platani in via stabant. Cupressi altae sunt, viburna depressa.

    Tullius, fatigatus, patulae sub umbra fagi recubat. Flaviam, musam suam, memorat.

    Tibiam inflat et Caium in somnum concitat.

    Agri viri tibiam nominant avenam, cicutam, cala-mum, fistulam et stipulam. Vita in arva ardua est sed etiam dulcicula semper erit.

    [In: GARCIA, Janet Molosso. Introduo

    teoria e prtica do latim. Braslia, EDUMB, 1993.]

    Vocabulrio

    Traduo do Texto 1:

    No Pomar

    Caio e Tulio so irmos. Caio um menino. Tlio j um homem. Caio percorre o campo enquanto Tlio poda os ramos das rvores frutferas.

    No pomar h muitas rvores frutferas: macieira, pereira, cerejeira, limoeiro e ameixeira. A macieira e a ameixeira esto floridas. A pereira, a cerejeira e o limoeiro do fru-tos. Os frutos do limoeiro so azedos, mas os da pereira e da cerejeira so adocicados. Caio olha em volta e se lem-bra de Pomona, deusa dos frutos; d a ela frutos.

    No campo h muitos pinheiros. Os altos pinheiros pin-

    gam gotas orvalhadas de resina. Belos pltanos estavam plantados no caminho. Os ciprestes so altos, os arbustos baixos.

    Tlio, cansado, deita-se sob a sombra de uma vasta faia. Lembra Flvia, sua musa.

    Tica a flauta e leva Caio ao sono.

    Os homens do campo chamam a flauta de avena, cicuta, clamo, fstula e gaita. A vida nos campos rdua, mas tambm sempre ser doce.

  • 55Texto 2: De Capro, Apro et Alexandro Fabro

    Vesper pulcher erat. Caelum signiferum certe erit. Ventus imbrifer cessavit.

    Magister puero libri fabulam narrat. Fabula de apro, capro et Alexandro fabro narrat.

    Aper caperque certabant.

    Belliger aper ait: Macer caper es; arma tua infirma sunt, mea firma.

    Caper mussat: Macer sum sed tuum macrum inge-nium probabo.

    Vir in silvam intrat. Faber Alexander cultrum portat.

    Caper apro ait: Neca virum et tuam audaciam proba.

    Inflatus aper viro appropinquat sed fabri culter aprum necat.

    Bona cena Alexandro erit: aprum cenabit.

    Puer pulchram magistri fabulam et magistrum inter-rogat: Caper fugavit?

    - Minime, Alexander caprum ad stabulum porta-vit.

    Aper vita pessundat; caper captivus est; solum Ale-xander superavit.

    Texto 3: De Fatidicis et Auspiciis

    Romani per auspicia explorabant si dii industriis hu-manorum propitii erant.

    Fatidicorum collegium erat. Scientia indiciorum

    illis necessaria erat itaque auspicia observabant ex-plicabantque. Cum in publica aut privata vita dubium erat, auguria observabant. Initio avicularum indicia augura erant.

    Hariolus templum lituo terminabat templum spa-

    tium rectis angulis erat; in eo loco auspicia indaga-bat.

    Fatidici orabant et indicia postulabant, deinde ad

    austrum spectabant. Indicia a dextra harioli propitia erunt; adversa a sinistra.

    Fatidici ab herbis, aviculis, bestiis et naturae signis indicia consultabant; etiam agni et aliarum bestiarum ab exta.

    In bellis, ut gallinae cibum devorabant, si lente aut rapide spectabant.

    Quandam fatidici maritimarum copiarum praefecto

    coniectaverunt: Sanctae gallinae se non sustentant. Praefectus ait: Tum potabunet! et gallinas in

    aquam iactavit; deinde praefecti inimicus maritimas copias superavit.

    Navius, clarus hariolus romanus fuit.

    Vocabulrio

  • 56

    Dei Romanorum rustici erant. Pristini Romani, agri-colae, deos inveniebant et colebant in aquis, in ter-ris, in plantis, in fructis, in asinis, in equis, videlicet Olympus Romanus non in caelo erat, sed in terra, in ipsa vita incolarum, agricolarum.

    Dei et deae Romanis aderant per totam vitam. A

    pueritia, in suis familiis, Romani deum recipiunt et

    Texto 4: De Olympo Romanorum

    deus selectus puerum Romanum proteget semper, in viis et in castris, in foro et in bello.

    Arae in villis erant et ante aras animas mortuorum

    suae familiae Romani colebant. Sacrificia deis avitis immolant et deos avitos Lares appellant. In Lusitania lingua lar familiam ipsam significat.

    Vocabulrio

  • 57Vocabulrio

    Exerccio J Simulao de uma avaliao final. Questes referentes ao texto:

    Texto:

    Magister discipulis suis ita narrat:

    - Pueri et puellae, ubi in Italiam venerunt, Latini modesti agricolae erant. Postea bellum Sabinis indixerunt atque oppida vicina oppugnaverunt, postquam cum illis pacem obtinuerunt. Postremo, Italiam totam occupa-verunt multis clarisque victoriis.

    Tum Anna, impigra discipula, magistrum interrogavit:

    - Magister, nonne Roma parva erat?

    - Ita, Anna; postea clara regina terrarum fuit.

    Vocabulrio:

  • 58J1- Na primeira frase do texto: Magister discipulis suis ita narrat, a palavra destacada est no caso:a) nominativo plural d) acusativo singularb) genitivo singular e) ablativo pluralc) dativo plural

    J2 - A forma verbal narrat apresenta a seguinte estrutura mrfica:a) narra- o radical ou tema do infectum, -t sufixo modo-temporalb) narra- o radical ou tema do infectum, -t sufixo nmero-pessoalc) narr- o radical ou tema do infectum, - a sufixo modo-temporal e -t sufixo modo-temporald) narra- o radical ou tema do perfectum, -t sufixo modo-temporale) narra- o radical ou tema do infectum, o sufixo modo temporal e -t sufixo modo-temporal

    J3 - Na frase Tum Anna, impigra discipula, magistrum interrogavit, o termo destacado :a) um vocativo singularb) um nominativo singular, aposto de Annac) um nominativo singular, predicativo do sujeitod) um ablativo singular, adjunto adverbiale) um nominativo singular, sujeito do verbo interrogavit

    J4 - Na segunda frase ... in Italiam venerunt, o termo destacado est no caso:a) acusativo, porque um objeto diretob) ablativo, porque um adjunto adverbial de lugar onde, regido pela preposio inc) acusativo adverbial, regido pela preposio in, com idia de movimentod) no genitivo plural, pois vem preposicionadoe) no dativo, pois um termo preposicionado objeto indireto

    J5 - A anlise correta para a palavra bellum na frase Postea, bellum Sabinis indixerunt :a) nominativo, singular, neutro, de bellum, i, 2 declinao, sujeitob) acusativo, singular, masculino, de bellum, i, 2 declinao, objeto diretoc) genitivo, plural, masculino, de bellum, i, 2 declinao, adjunto adnominald) dativo, plural, feminino de bellus, i, segunda declinao, objeto indiretoe) acusativo, singular, neutro, de bellum, i, 2 declinao, objeto direto

    J6 - Na frase Anna ... magistrum interrogavit, passando a palavra destacada para o plural e mantendo o mesmo caso temos:

    a) magistros d) magistrisb) magistri e) magistraec) magistrorum

    J7 - Em que item est o termo que completa corretamente a seguinte orao: Roma et Carthago ..............?a) parvas erant d) parvam eratb) parvae erant e) parva erantc) parva erat

    J8 - Na frase: Italiam totam occupaverunt multis clarisque victoriis, se a palavra VICTORIIS estivesse no acusativo singular, teria a seguinte forma:

    a) victoriam d) victoriab) victoriae e) victoriasc) victoriarum

    J9 - Marque a resposta totalmente correta. Os nomes de tema em o tm o nominativo singular em:a) -os ou -um d) -us, -er, -ir, ou -umb) -us ou -r e) -orum ou -isc) -us ou -um

    J10 - Assinale a afirmativa que descreve corretamente a forma latina dada:a) Na palavra Italiam, a vogal temtica a e indica o gnero feminino da palavra.b) As palavras do texto agricolae, magister e bellum so respectivamente do gnero masc., masc. e n.

  • 59c) Pode-se afirmar com certeza que a palavra discipulis no texto feminina quanto ao gnero.d) A forma verbal interrogavit est no presente do indicativo.e) A palavra oppida (no texto) da primeira declinao.

    Exerccio K Simulao de uma avaliao.

    K1 - A partir das palavras silva, ae - ventus, i forum, i, preencha o quadro abaixo com as formas que fal-tam.

    Vocabulrio necessrio para o prximo exerccio:

    K2 - Complete as lacunas levando em conta o sublinhado na frase portuguesa.a) Horatius poeta .................................................... habebat (O poeta Horcio tinha uma pequena quinta).b) ......................................... Horatii in Tibure erant (Os campos de Horcio ficavam em Tibur).c) Cabralis .............................................................. ........................................... reperit (Cabral descobriu

    muitas terras no Brasil).d) ............................................................................................. magna et clara