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PONTA GROSSA - PARANÁ 2012 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Português Espanhol Melissa Andres Freitas Valeska Gracioso Carlos LICENCIATURA EM LITERATURA ESPAÑOLA 1

Literatura Espanhola 1 UAB Sem Cortes

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PONTA GROSSA - PARANÁ2012

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

PortuguêsEspanhol

Melissa Andres FreitasValeska Gracioso Carlos

LICENCIATURA EM

LITERATURA ESPAÑOLA 1

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CRÉDITOS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSANúcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD

Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PRTel.: (42) 3220-3163

www.nutead.org2012

Pró-Reitoria de Assuntos AdministrativosAriangelo Hauer Dias – Pró-Reitor

Pró-Reitoria de GraduaçãoGraciete Tozetto Góes – Pró-Reitor

Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a DistânciaLeide Mara Schmidt – Coordenadora Geral

Cleide Aparecida Faria Rodrigues – Coordenadora Pedagógica

Sistema Universidade Aberta do BrasilHermínia Regina Bugeste Marinho – Coordenadora Geral

Cleide Aparecida Faria Rodrigues – Coordenadora AdjuntaSilvana Oliveira – Coordenadora de Curso

Marly Catarina Soares – Coordenadora de Tutoria

Colaborador FinanceiroLuiz Antonio Martins Wosiack

Colaboradora de PlanejamentoSilviane Buss Tupich

Projeto GráficoAnselmo Rodrigues de Andrade Junior

Colaboradores em EADDênia Falcão de BittencourtJucimara Roesler

Colaboradores em InformáticaCarlos Alberto Volpi Carmen Silvia Simão CarneiroAdilson de Oliveira Pimenta Júnior

Colaboradores de PublicaçãoKaren MAria Fadel – Revisão Natália Moreira Eloy – Diagramação

Colaboradores OperacionaisCarlos Alex CavalcanteEdson Luis MarchinskiThiago Barboza Taques

João Carlos GomesReitor

Carlos Luciano Sant’ana VargasVice-Reitor

Todos os direitos reservados ao Ministério da EducaçãoSistema Universidade Aberta do Brasil

Ficha catalográfica elaborada pelo Setor Tratamento da Informação BICEN/UEPG.

Freitas, Melissa Andres F866l Lengua espanõla 1/ Melissa Andres Freitas e Valeska Gracioso Carlos. Ponta Grossa : UEPG/ NUTEAD, 2012. 103p. il Licenciatura em Letras Português/ Espanhol - Educação a Distância. 1. Literatura espanhola - análise das obras literárias. 2. Língua espanhola – períodos literários. I. Carlos, Valeska Gracioso. II.T. CDD : 461

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APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino superior estadual, democrática, pública e gratuita, que tem por missão responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local, a qualidade científica e tecnológica com a qualidade so-cial e cumprindo, assim, o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento, com a educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade.

No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão Seus cursos de graduação presenciais primam pela qualidade, como com-provam os resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desem-penho dos acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país.

A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que a UEPG se aventurasse também na educação a distância, mo-dalidade implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente, vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional.

Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNED na exe-cução do programas Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do Brasil e atua em 40 polos de apoio presencial, ofertando, diversos cursos de graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do Paraná, Santa Cantarina e São Paulo.

Desse modo, a UEPG se coloca numa posição de vanguarda, as-sumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamen-te diferenciada e se afirmando definitivamente no domínio e dissemi-nação das tecnologias da informação e da comunicação.

Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma carga horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se uti-lizam de metodologias, mídias e materiais próprios da EaD que, além de serem mais flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem cons-tante interação entre alunos, tutores, professores e coordenação.

Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos para promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no cur-so que está realizando.

A Coordenação

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SUMÁRIO ■ PALAVRAS DAS PROFESSORAS 7

■ OBJETIVOS E EMENTA 9

ESPAÑA MÚLTIPLE Y LOS PRIMEROS ESCRITOS 11 ■ APARTADO 1 - Un poquito de Historia de España 12 ■ APARTADO 2 - Las primeras Manifestaciones Literarias 15 ■ APARTADO 3 - Un poquito de Cultura Española 18

DE LA EDAD MEDIA AL RENACIMIENTO 25 ■ APARTADO 1 - El teatro del siglo XV, La Celestina 26 ■ APARTADO 2 - El Renacimiento 31 ■ APARTADO 3 - La Novela Picaresca, el Lazarillo de Tormes 32

LA LITERATURA BARROCA Y EL SIGLO DE ORO ESPAÑOL 39 ■ APARTADO 1 - La literatura del siglo XVII 40 ■ APARTADO 2 - Francisco de Quevedo 43 ■ APARTADO 3 - Luis de Góngora 47

LA EDAD DE ORO Y EL TEATRO NACIONAL 55 ■ APARTADO 1 - Caracterización social de España en el Siglo XVII 56 ■ APARTADO 2 - Lope De Vega – El Fénix De Los Ingenios 58 ■ APARTADO 3 - La Profundidad en Calderón de la Barca 62

MIGUEL DE CERVANTES Y LA OBRA MAESTRA DE LA LITERATURA ESPAÑOLA 69

■ APARTADO 1 - Miguel de Cervantes, El Quijote 70 ■ APARTADO 2 - La obra del maestro 71 ■ APARTADO 3 - El Ingenioso Hidalgo Don Quijote 73

EL ROMANTICISMO 81 ■ APARTADO 1 - Contexto histórico: el Romanticismo en Europa y en España 82 ■ APARTADO 2 - José de Espronceda 86 ■ APARTADO 3 - Gustavo Adolfo Bécquer 90

■ PALAVRAS FINAIS 99 ■ REFERÊNCIAS 100 ■ NOTA SOBRE AS AUTORAS 103

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PALAVRAS DAS PROFESSORAS

Caro estudante! Iniciaremos agora uma nova viagem, um mergulho nos estudos de Literatura Espanhola, que dividiremos em dois fascículos. No primeiro você estudará a Literatura Espanhola a partir da unificação da Língua Espanhola ou Castelhana que começa na Idade Média e irá até o Romantismo Espanhol. O segundo fascículo partirá do Realismo e abarcará a literatura escrita na Espanha até os dias atuais.

Ambos os fascículos, Literatura Espanhola I e II, visam proporcionar a você, estudante, uma visão histórico-literária que apresenta a produção de alguns dos autores mais importantes e representativos do mundo hispânico. Propomos por meio dos fascículos um trabalho de compreensão leitora de algumas das obras mais relevantes de tal literatura.

Neste fascículo, observaremos os primeiros textos escritos em Língua Espanhola, de maneira que você poderá acompanhar a transformação desta língua por meio da leitura. Na primeira unidade trataremos brevemente sobre a cultura e algumas formas de pensamento espanhol, além desses primeiros textos produzidos no idioma Espanhol.

Na segunda, abordaremos o período de transição que engloba a Idade Média e o Renascimento, e como resultado a obra híbrida La Celestina e, posteriormente, a Novela Picaresca intitulada Lazarillo de Tormes.

O período em que o barroco espanhol está inserido, será estudado na terceira unidade, período este, considerado o mais prolífico da literatura espanhola e por isso mesmo é chamado de Idade de Ouro. A continuidade do período da Idade de Ouro apresentando o teatro espanhol, suas características e peculiaridades você acompanhará na quarta unidade.

Este fascículo traz uma unidade especialmente dedicada a Miguel de Cervantes e sua obra maior: Don Quijote de La Mancha, que será a unidade 5. Tudo isso devido a sua grande importância e representatividade não só para a Literatura Espanhola, como para a Literatura Universal.

O Romantismo espanhol e dois de seus autores, José de Espronceda e Gustavo Adolfo Bécquer serão apresentados na sexta unidade.

Desejamos a você um ótimo estudo e muito aprendizado!

Melissa Andres FreitasValeska Gracioso Carlos

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OBJETIVOS E EMENTA

ObjetivO Geral

■ Dar subsídios para a análise de obras literárias da Literatura Espanhola.

ObjetivOs específicOs

■ Conhecer os principais autores e obras abrangendo o período de consolidação

da Língua Espanhola até o Romantismo.

■ Contribuir para o aprimoramento da competência linguística e literária dos

estudantes.

■ Analisar criticamente os períodos literários propostos, bem como suas obras.

■ Fomentar a aplicação de conhecimentos de Teoria Literária e Língua Espanhola

na análise do texto literário.

ementa

■ Panorama sócio-histórico cultural da literatura espanhola desde a sua origem

até os dias atuais.

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España Múltiple Y Los Primeros Escritos

ObjetivOs De aprenDiZaje ■ Comprender las principales características del periodo en que nace la

Lengua Española.

■ Conocer los primeros escritos en la Lengua Española.

■ Entender cómo se formó la Cultura Española.

GUiÓn De estUDiOs ■ APARTADO 1 - Un poquito de Historia de España

■ APARTADO 2 - Las primeras Manifestaciones Literarias

■ APARTADO 3 -Un poquito de Cultura Española

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PARA INICIAR LA CHARLA

¡Caro estudiante! Llegamos ahora en la Península Ibérica y vas a

quedarte ahí por algunos siglos, sin embargo, queremos que tu estada

sea lo más placentera posible. Conocerás en esta unidad la historia de la

Literatura Española y su surgimiento. Esta Literatura está directamente

ligada a la existencia de la lengua y, por lo tanto, ella nace en el momento

en que se solidifica la Lengua Castellana.

A lo largo de tus estudios ya debes haber percibido que España es un

país de larga tradición y de una historia fantástica. La historia de la Literatura

Española remonta al período medieval, período en que la geografía del país

era bastante distinta y que tanto la situación política como las costumbres

eran muy diferentes de lo que se encuentra hoy.

En los primordios de la Literatura considerada española algunos

elementos se destacaban como fuente de caracterización del período histórico

y geográfico del país. La influencia hispanorromana toca a lo lingüístico, lo

religioso y lo cultural, así como la influencia germánica (principalmente

en lo que toca a la organización política, en que se centraliza el poder

en Toledo); la influencia musulmán, trayendo el pensamiento griego y

difundiéndolo a todo occidente europeu, además de la influencia judía y la

francesa.

¿Vamos al trabajo? ¡Disfrútalo!

APARTADO 1 UM POQUITO DE HISTORIA DE ESPAÑA

La Edad Media

La historia de la Literatura Española tiene su inicio en el periodo

medieval, y, por lo tanto, para que puedas comprender los orígenes de esta

Literatura tenemos que situarnos dentro de un cuadro general de la cultura

de la Europa medieval.

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Lo que vamos a describir son características generales de una época

que duró aproximadamente siete siglos. Se suele decir que la Edad Media

empieza en el 476, tras la caída del Imperio Romano y que duró hasta el

descubrimiento de América, en el siglo XV.

La sociedad Medieval está dividida en tres grupos: la iglesia, la

nobleza y el pueblo. Vamos a ver cada uno de ellos:

La iglesia – El Cristianismo, fundamentado por la Iglesia Romana domina

el orden espiritual, político y religioso de la época. El clérigo es el hombre

culto, capaz de leer y transmitir conocimientos. “El hombre medieval, -dice

García López1 - guiado por una visión teocéntrica del universo, contempla el

mundo como un todo armónico regido por la Providencia divina y sometido

a una jerarquía inmutable; siente que el orden social, político y religioso

debe ser respetado como obra de Dios y sabe que el pueblo ha sido creado

para trabajar, la nobleza para ser modelo de rectitud y valor, y la clerecía

para propagar la fe cristiana. La obediencia a unos principios dictados por

una autoridad indiscutible y el respecto al orden jerárquico establecido se

convierten así en la norma capital de la sociedad de la época”.

Por medio de esa homogeneidad se establece el orden universal por

toda Europa, de este modo, el latín como la lengua escrita, el arte románico,

la arquitectura gótica, la música polifónica se dan simultáneamente en los

más lejanos países.

La nobleza – Con el apoyo de la iglesia y considerada como modelo a ser

seguido, la nobleza también detenía el poder de la sociedad. En un primero

momento, feudal, la nobleza aparece dotada de un aspecto rural e inculto.

Sin embargo, con el tiempo, surge un ideal de nobleza caballeresca, en lo

cual el caballero acepta las leyes que imponen el código de caballería ético-

religioso, lucha contra el infiel y protege los débiles. En los últimos años

de la Edad Media, la nobleza gana un carácter más cortesano, refinado y

lujoso, resultado del fortalecimiento del poder real.

El pueblo – Su ocupación primordial es la agricultura y su acceso a las

producciones culturales de otros grupos es prácticamente nula. Vive

alrededor de los castillos y monasterios. En un nuevo momento debido al

desarrollo del comercio y de la industria, poco a poco, agrupados en grandes

núcleos urbanos dan origen a una nueva clase social: la burguesía.

Los géneros literarios aparecen en la Edad Media vinculados con

las clases sociales de la época. De esta manera, podemos clasificarlos de 1 García López, J. p.4

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acuerdo con la estructura social medieval.

La clerecía produce toda la literatura científica, moral y religiosa en

principio en latín, pero más tarde, a los pocos, a partir del siglo XIII, se

inicia el uso de la lengua vulgar. La existencia de una aristocracia guerrera

da lugar a una poesía oral en lengua vulgar de carácter heroico – cantares

de gesta – cuyas formas elementales responden a la rudeza del público a

quien va dirigida. La aparición de una nobleza caballeresca y cortesana

da origen a toda una lírica amorosa de tono idealista y refinadas formas,

que relatan las proezas y aventuras de esforzados caballeros. El cuento y la

poesía satírica son los géneros más característicos de la nueva clase social:

la burguesía. Con su visión peculiar del mundo, representa el hombre

práctico y crítico.

Ahora que ya recordaste de la Historia Medieval te presentamos un

poquito sobre la historia de la Península Ibérica y la Lengua Castellana que

allá nació.

La lengua Castellana o Española

La Península Ibérica, invadida innúmeras veces, fue conquistada por

los romanos en el siglo III a.C., y de esta manera, el latín fue incorporándose

como lengua por toda la Península, excepto en la región donde se encuentra

el País Vasco. Durante siglos España mantuvo una unidad lingüística creada

por el latín. Con todo, debido a invasiones en el norte de la península por

los visigóticos y con la división del Imperio en reinos independientes,

el latín vulgar (lengua oral y popular) empezó a evolucionar originando

divergencias entre las lenguas de estos reinos. Los hombres cultos de la

época, juristas, literatos y teólogos seguían escribiendo en latín, y de esta

forma, el latín clásico consiguió mantener sus formas.

Adoptada por los invasores, la lengua latina todavía es el vehículo de

comunicación más eficaz en la Península. Sin embargo, a este latín se van

introduciendo vocablos de origen germano o visigótico. La lengua vulgar

en que el latín va a transformándose era la lengua del pueblo, y por lo tanto,

poco valorada.

La desintegración del Imperio Romano motivó la disolución de la

unidad lingüística creada por el latín, la conquista de la Península Ibérica

por los árabes y la destrucción de la monarquía visigótica originaran una

serie de dialectos que vienen a sustituir el prerromance hablado en España

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en el siglo VII. Debemos resaltar que España fue invadida por los árabes

en 711 y se quedó bajo su dominio hasta 1492, o sea, fueran 7 siglos de

dominación árabe.

La lengua latina al fragmentarse, en las diversas provincias del

Imperio Romano, fue dando origen a varias lenguas románicas, romances o

neolatinas. En la Península Ibérica nacieron las siguientes lenguas: gallego-

portugués, leonés, castellano, navarro-aragonés, catalán y mozárabe. El

castellano presenta desde sus comienzos un carácter bastante innovador

comparado a las otras lenguas que mantenían muchas características

arcaizantes. En cambio, el mozárabe, lengua utilizada por los cristianos

sometidos a los árabes, mantuvo las formas propias de la época visigótica.

La aparición de la lengua española o castellana se dio gracias a un

proceso de desarrollo y evolución de la lengua latina, lo que sabemos es

que fue un proceso lento y gradual y, por lo tanto, no podemos precisar

cuándo precisamente ella surgió.

La lengua castellana empieza a incorporarse en todos los seguimientos

de la sociedad y se establece como lengua escrita oficial en vez del latín en

el siglo XIII, durante el reinado de Fernando III. Sin embargo, tiene su

ápice con la publicación de la primera gramática de lengua castellana en

1492, escrita por Nebrija.

APARTADO 2 LAS PRIMERAS MANIFESTACIONES LITERARIAS

Como ya has visto, la lengua utilizada para manifestación

lingüística y cultural es el latín que, a la medida que se va incorporando

al cotidiano popular español, va ganando características propias y que

va distinguiéndolo de la lengua romance hablada en otras regiones. Este

nuevo romance se produce en especial en Castilla, con nuevas formas

gramaticales, fonéticas y acústicas. Además, su uso se fortalece por ser la

forma de expresión del pueblo. Así nace la lengua castellana, más tarde

denominada oficialmente como Lengua Española.

En esta nueva lengua, las clases sociales quieren expresar sus

necesidades y anhelos. Las primeras muestras de literatura española que

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se conservan son unas cancioncillas líricas muy breves, denominadas

jarchas, escritas a partir del siglo XI. Las conocemos porque unos poetas

árabes, oyéndolas a los cristianos (mozárabes) que vivían en su territorio,

las insertaron en sus propios poemas, dejándolas en su lengua original.

Estos manuscritos fueron descubiertos en 1948, en el Cairo, lo que

adelantó en un siglo la historia de la Literatura Española, pues antes de

esta descubierta se creía ser El Cantar de Mío Cid la primera obra en

castellano. Estas jarchas de origen andaluz son los textos literarios más

antiguos de toda Romania. Su descubrimiento permite asegurar que,

muy tempranamente existió una poesía popular en toda España cristiana.

La jarcha más antigua, no se sabe al cierto si es de fines del siglo X

o de principios del siglo XI, es la siguiente:

¡Tant’ amare, tant’ amare,

habib, tant’amare.

Enfermiron uellos nidios,

ya duelen tan male.

(¡Tanto amar, tanto amar, /amado, tanto amar! Enfermaron (mis)

ojos refulgentes, duelen con mucho mal.)

Como puedes notar las jarchas están compuestas en una lengua

antiquísima, llamada mozárabe, que era la lengua de los cristianos que

vivían en territorio árabe.

En el siglo XII surge en la península la literatura en lengua vulgar.

Los primeros grupos literarios de que se tienen conocimiento son los

JUGLARES (representantes del pueblo) y los CLÉRIGOS (son el amparo

de la iglesia, representan la clase abastada).

El mester de juglaría es una especie de recitador, que cuenta en

plaza pública las hazañas de héroes o guerreros que sean de interese del

público oyente. A las historias cantadas por el mester de juglaría se da el

nombre de Cantar de Gesta.

El más antiguo cantar de gesta que se conserva, supuestamente

fue escrito hacia 1140, lo que no quiere decir que sea de hecho el más

antiguo, ya que registrar por escrito los cantares de gesta no era todavía

una práctica común, pues esta expresión, a pesar de tener características

literarias considerables, era una tradición oral.

El libro “El cantar de Mío Cid” cuenta la historia de Rodrigo Díaz

de Vivar y toda su lucha por la reconquistar su honor perdido delante de

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su Rey. El caballero, se dice, existió de hecho, sin embargo, a la medida

que el cantar de gesta fue pasando de boca en boca, hechos demasiado

fantasiosos fueron siendo acrecidos al cuento, lo que hace con que la

figura del Cid se vuelva legendaria.

Observa en el trozo que sigue, cómo la lengua española todavía no

tenía una forma reglamentada:

La lírica española se desarrolla alrededor del siglo XI, momento

en que varios poetas se organizan y los creadores de la poesía de carácter

personal (en contrapunto a los cantares, que son de carácter colectivo)

influencian a toda Europa. A estos poetas se los llaman trovadores y a la

lírica, trovadoresca.

La más antigua poesía lírica de que se tienen historia es de

principios del siglo XIII, titulada Razón de amor con los denuestos del

agua y del vino.

Manuscrito de “El Cantar de mío Cid”http://javiviticid.blogspot.com/2007/03/estructura-del-mio-cid.html

De los sos ojos tan fuertemientre llorando, tornava la cabeça i estávalos catando. Vio puertas abiertas e uços sin cañados, alcándaras vázias sin pielles e sin mantos

e sin falcones e sin adtores mudados. Sospiró mio Çid, ca mucho avie grandes cuidados. Fabló mio Çid bien e tan mesurado: “grado a tí, señor padre, que estás en alto! “Esto me an buelto mis enemigos malos.”

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APARTADO 3 UN POQUITO DE CULTURA ESPAÑOLA

Ahora que tuviste una idea de los primeros escritos en lengua

castellana te invitamos a conocer un poquito sobre la cultura española

y cómo se dio sus múltiples facetas. Para eso te invitamos a leer el

texto del mexicano Carlos Fuentes. Lo que te presentamos es parte del

primer capítulo del libro El espejo enterrado, intitulado La Virgen y el

toro. Este capítulo aborda las costumbres como las corridas de toro o el

baile flamenco, la fuerza de la figura materna y de la religión, entre otras

Folio inicial de la Razón de amor con los denuestos del agua y del vino.http://es.wikipedia.org/wiki/Raz%C3%B3n_de_amor_con_los_

denuestos_del_agua_y_del_vino

Qui triste tiene su corazónBenga oyr esta razón;Odrá razón acabadaFeyta dámor e bien rimada.Un escolar la rrimóQue siempre duenas amó,Mas siempre ovo crianzaen Alemania y en Francia: moró mucho en Lombardíapor aprender cortesía.

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características fundamentales para que mejor comprendas la cultura y

consecuentemente la Literatura Española.

La virgen y el toro

A través de España, las Américas recibieron en toda su fuerza a la tradición mediterránea. Porque si España es no solo cristiana, sino árabe y judía, también es griega, cartaginesa, romana, y tanto gótica como gitana. Quizás tengamos una tradición indígena más poderosa en México, Guatemala, Ecuador, Perú y Bolivia, o una presencia europea más fuerte en Argentina o en Chile. La tradición negra es más fuerte en el Caribe, en Venezuela y en Colombia, que en México o Paraguay. Pero España nos abraza a todos; es, en cierta manera, nuestro lugar común. España, la madre patria, es una proposición doblemente genitiva, madre y padre fundidos en uno solo, dándonos su calor a veces opresivo, sofocantemente familiar, meciendo la cuna en la cual descansan, como regalos de bautizo, las herencias del mundo mediterráneo, la lengua española, la religión católica, la tradición política autoritaria —pero también las posibilidades de identificar una tradición democrática que pueda ser genuinamente nuestra, y no un simple derivado de los modelos franceses o angloamericanos.

La España que llegó al Nuevo Mundo en los barcos de los descubridores y conquistadores nos dio, por lo menos, la mitad de nuestro ser. No es sorprendente, así, que nuestro debate con España haya sido, y continúe siendo, tan intenso. Pues se trata de un debate con nosotros mismos. Y si de nuestras discusiones con los demás hacemos política, advirtió W. B. Yeats, de nuestros debates con nosotros mismos hacemos poesía. Una poesía no siempre bien rimada o edificante, sino más bien, a veces, un lirismo duramente dramático, crítico, aun negativo, oscuro como un grabado de Goya, o tan compasivamente cruel como una imagen de Buñuel. Las posiciones en favor o en contra de España, su cultura y su tradición, han coloreado las discusiones de nuestra vida política e intelectual. Vista por algunos como una virgen inmaculada, por otros como una sucia ramera, nos ha tomado tiempo darnos cuenta de que nuestra relación con España es tan conflictiva como nuestra relación con nosotros mismos. Y tan conflictiva como la relación de España con ella misma: irresuelta, a veces enmascarada, a veces resueltamente intolerante, maniquea, dividida entre el bien y el mal absolutos. Un mundo de sol y sombra, como en la plaza de toros. A menudo, España se ha visto a si misma de la misma manera que nosotros la hemos visto. La medida de nuestro odio es idéntica a la medida de nuestro amor. ¿Pero no son estas sino maneras de nombrar la pasión?

Varios traumas marcan la relación entre España y la América española. El primero, desde luego, fue la conquista del Nuevo Mundo, origen de un conocimiento terrible, el que nace de estar presentes en el momento mismo de nuestra creación, observadores de nuestra propia violación, pero también testigos de las crueldades y ternuras

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contradictorias que formaron parte de nuestra concepción. Los hispanoamericanos no podemos ser entendidos sin esta conciencia intensa del momento en que fuimos concebidos, hijos de una madre anónima, nosotros mismos desprovistos de nombre, pero totalmente conscientes del nombre de nuestros padres. Un dolor magnífico funda la relación de Iberia con el Nuevo Mundo: un parto que ocurre con el conocimiento de todo aquello que hubo de morir para que nosotros naciésemos: el esplendor de las antiguas culturas indígenas.

En nuestras mentes hay muchas “Españas”. Existe la España de la “leyenda negra”: inquisición, intolerancia y contrarreforma, una visión promovida por la alianza de la modernidad con el protestantismo, fundidos a su vez en una oposición secular a España y todas las cosas españolas. En seguida, existe la España de los viajeros ingleses y de los románticos franceses. La España de los toros, Carmen y el flamenco. Y existe también la madre España vista por su descendencia colonial en las Américas, la España ambigua del cruel conquistador y del santo misionero, tal y como nos los ofrece, en sus murales, el pintor mexicano Diego Rivera.

El problema con los estereotipos nacionales, claro está, es que contienen un grano de verdad, aunque la repetición constante lo haya enterrado. ¿Ha de morir el grano para que la planta germine? El texto es lo que está ahí, claro y ruidoso a veces; pero el contexto ha desaparecido. Restaurar el contexto del lugar común puede ser tan sorprendente como peligroso. ¿Simplemente reforzamos el clisé? Este peligro se puede evitar cuando intentamos revelarnos a nosotros mismos, como miembros de una nacionalidad o de una cultura, y a un público extranjero, los significados profundos de la iconografía cultural, por ejemplo de la intolerancia y de la crueldad, y de lo que estos hechos disfrazan. ¿De dónde vienen estas realidades? ¿Por qué son, en efecto, reales y perseverantes?

Encuentro dos constantes del contexto español. La primera es que cada lugar común es negado por su opuesto. La España romántica y pintoresca de Byron y Bizet, por ejemplo, convive cara a cara con las figuras severas, casi sombrías y aristocráticas de El Greco y Velázquez; y estas, a su vez, coexisten con las figuras extremas, rebeldes a todo ajuste o definición, de un Goya o de un Buñuel. La segunda constante de la cultura española es revelada en su sensibilidad artística, en la capacidad para hacer de lo invisible visible, mediante la integración de lo marginal, o perverso, lo excluido, a una realidad que en primer término es la del arte.

Pero el ritmo y la riqueza mismos de esta galaxia de oposiciones es resultado de una realidad española aún más fundamental: ningún otro país de Europa, con la excepción de Rusia, ha sido invadido y poblado por tantas y tan diversas olas migratorias.

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Te recomendamos que leas el capítulo todo que te disponibilizamos

en la plataforma y que busques las referencias hechas por el autor para

que puedas comprender la profundidad del texto. No te olvides, además,

de buscar las palabras que no conoces en la página virtual de la Real

Academia Española, por medio del sitio www.rae.es. Seguro que eso te

ayudará para comprender mejor la Literatura Española.

Para saber más sobre la lengua española te recomendamos el libro de Amado Alonso titulado Castellano, español, idioma nacional. Historia espiritual de tres nombres (1938).

Ve el video de un argentino hablando sobre la lengua que habla. Reflexiona sobre tus ideas a cerca de la lengua castellana.http://www.youtube.com/watch?v=QImZwmXeNxA

Con el término de esta unidad pudiste conocer un poquito de la historia de España y por consecuencia un poco de su cultura. Estudiaste cómo se

desarrolló la lengua y cómo fue consolidada.Como ya habíamos dicho, España es un país de larga tradición, una historia

increíble y una literatura fantástica que brevemente empezaste a conocer. Esperamos que hayas disfrutado de esta experiencia histórica y literaria y que te

animes para continuar estudiando.

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1. Según la Real Academia Española, la lengua castellana y la lengua española son sinónimas. ¿Cuál de los términos prefieres? Justifica tu respuesta. Envíala a tu tutor para que este pueda corregirla.

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2. ¿Cómo se dio la aparición de la lengua española o castellana? Haz un breve comentario por escrito. Envía tu respuesta a tu tutor.

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3. ¿Qué puntos sobre la cultura espanola te ha llamado la atención? ¿Cuáles podrías mencionar? ¿Cuáles de essas características tenemos en nuestro país? Envía tu respuesta a tu tutor.

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De la Edad Media al Renacimiento

ObjetivOs De aprenDiZaje ■ Comprender el periodo de transición entre la Edad Media y el Renacimiento.

■ Conocer las principales obras y sus particularidades, relacionándolas con el

contexto histórico en que fueron producidas.

GUiÓn De estUDiOs ■ APARTADO 1 - El teatro del siglo XV, La Celestina

■ APARTADO 2 - El Renacimiento

■ APARTADO 3 - La Novela Picaresca, el Lazarillo de Tormes

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PARA INICIAR LA CHARLA

Tras conocer el inicio de la Literatura Española te invitamos ahora

a conocer la literatura del siglo XV y el periodo de transición que se

instauró en España. Las influencias extranjeras, principalmente de Italia,

el desarrollo de la ciencia, de la geografía, y sobre todo la invención de la

imprenta acercaron al hombre de la Edad Media a la luz del Renacimiento.

Cuanto a la formación del Estado ocurren cambios también significativos,

pues con el progreso de la clase llana y mercantil surge la clase burguesa.

Además, la iglesia pierde fuerzas debido a las ideas antropocéntricas. En

este momento, el hombre empieza a tener otra visión del mundo y de sí

mismo, lo que veremos reflejado en las obras de ese período.

¿Vamos al trabajo?

APARTADO 1 EL TEATRO DEL SIGLO XV, LA CELESTINA

Nuevas corrientes literarias van ganando espacio durante el siglo

XV. Las relaciones con Italia influyen en un nuevo estilo literario, el

elemento popular del teatro medieval va siendo gradualmente sustituido

por los ideales del Renacimiento2 . De esta manera, va surgiendo un teatro

de orientación humanística que oscila frente al teatro sencillo y religioso

de la Edad Media.

En 1499 aparece la obra capital del siglo XV, la tragicomedia, La

Celestina. Aunque haya dudas de la fecha exacta de su aparición y sobre

su autoría, hoy parece haberse llegado a darle a Fernando de Rojas. Poco

se sabe sobre el autor. Nació en Puebla de Montalbán, hijo de padres

judíos, estudió leyes en Salamanca, fue Alcalde Mayor de Talavera y

murió en 1541.

2 Ve las características del Renacimiento en el próximo apartado.

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27UNIDADE 2

Estructura y asunto

La Celestina presenta la estructura de

una obra de teatro, sin embargo, su gran

extensión no le permite ser representable

en su forma original. Aún, algunos la

consideran una novela dialogada. Está

compuesta de veintiún actos.

El argumento de la obra, en breves

palabras, es como sigue. Calisto, joven de

una noble familia, llega, persiguiendo un

halcón, al jardín de Melibea, de quien se

enamora perdidamente. Rechazado por ella

e influido por su criado Sempronio, recurre a la vieja Celestina. Esta,

maestra en el arte de componer amores, logra convencer Melibea que

ceda a los encantos del enamorado. Sempronio y Pármeno, criados y

confidentes de Calisto, en un intento de explotar la pasión de su amo,

movidos por la codicia, matan a Celestina al no querer esta dividirles el

dinero que le ha entregado Calisto. La justicia los prende y son degollados.

Una noche, en casa de Melibea, Calisto escucha ruidos en la calle, y al

escalar precipitadamente la tapia, resbala y muere de la caída. Melibea,

desesperada se encierra en una torre, y se suicida en frente de su padre

arrojándose desde lo alto. La obra termina con el llanto de sus padres,

Alisa y Pleberio.

Los personajes, ambiente y lenguaje

Se puede dividir la obra en dos ambientes distintos. El primero

dice respecto a los protagonistas, Calisto y Melibea, que son movidos

por el amor. El lenguaje utilizado por ellos está lleno de neologismos, sin

embargo presenta riqueza de vocabulario y la elegancia de la construcción

latina. Los protagonistas son cultos y refinados y hablan como tal.

El segundo ambiente está caracterizado por los que se mueven

por dinero, o sea, los criados y Celestina. En su lenguaje abundan

los vocablos vulgares. Los que figuran la codicia y el mundo material

presentan un tipo de charla llena de vivacidad caracterizada por refranes,

redundancias y expresiones callejeras.

La Celestina de Pablo Picasso

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Espíritu de transición

La Celestina presenta tanto características de las obras medievales

como las del Renacimiento. El amor humano, físico y espiritual, es

retratado por primera vez en la literatura dramática española como el

centro de la acción.

No obstante, el fin trágico de los personajes y el fondo moral de

la obra son características medievales. La muerte de los protagonistas

y criados representa un castigo divino, rasgo del ambiente religioso

tradicional. Ya el suicidio de Melibea, por amor, responde a la ideología

pagana del Renacimiento.

El estilo

Rojas consigue que una trama simple sea extremamente compleja

por medio de la profundidad de sus personajes. Estos vistos por el autor

como seres vivos de carne y hueso con actitudes y deseos.

Con un gran valor dramático La Celestina consigue yuxtaponer

siempre dos prismas opuestos: lo popular y lo culto, seres nobles y bellos

versus personas malévolas y codiciosas, el idealismo y el realismo, lo

religioso y lo pagano, lo medieval y lo renacentista, el estilo culto y el

lenguaje del pueblo, dualismo este que se funde en una única sociedad.

La Celestina influyó grandemente en el teatro de Gil Vicente, Juan

de la Cueva y Lope de Vega y posteriormente en la novela picaresca del

siglo XVII.

La obra fue traducida a varios idiomas y se le han hecho diversas

ediciones. Debido a eso está considerada la obra maestra del siglo XV y

una de las más importantes de toda Literatura Española.

Ahora que ya has conocido un poco de la obra te invitamos a leerla.

Lo que te presentamos aquí es un trecho del primer acto.

Argumento del primer auto desta comedia

Entrando Calisto una huerta empos de un falcon suyo fallo y a Melibea de cuyo amor preso començole de hablar. De la qual rigorosamente despedido fue para su casa muy sangustiado [...]

http://bib.cervantesvirtual.com/bib_obra/Celestina/

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29UNIDADE 2

Para ayudarte: como venimos destacando desde el principio de

este libro, los primeros escritos en lengua española no mantienen una

regularidad en cuanto a la forma ortográfica, de manera que debes

sustituir, por ejemplo, la letra u por la letra v en muchas palabras cuando

ellas están escritas en minúsculas, en cambio, debes sustituir la letra V

por la letra U cuando las palabras están en mayúsculas. Eso se debe a la

herencia de la lengua latina y permaneció un largo tiempo en la estructura

de la lengua castellana hasta que se reglara de otra manera. Observa que

aquí aún se conservan SS y Ç, que ya no hacen parte de la ortografía de

la lengua, así como algunos verbos, contracciones y preposiciones ya no

son iguales. ¡A la lectura!

Argumento de toda la obra Calisto fue de noble linaje, de claro ingenio, de gentil disposición, de linda criança, dotado de muchas gracias, de estado mediano. Fue preso en el amor de Melibea, muger moça, muy generosa, de alta y sereníssima sangre, sublimada en próspero estado, vna sola heredera a su padre Pleberio, y de su madre Alisa muy amada. Por solicitud del pungido Calisto, vencido el casto propósito della (entreueniendo Celestina, mala y astuta muger, con dos seruientes del vencido Calisto, engañados e por esta tornados desleales, presa su fidelidad con anzuelo de codicia y de deleyte), vinieron los amantes e los que les ministraron, en amargo y desastrado fin. Para comienço de lo cual dispuso el aduersa fortuna lugar oportuno, donde a la presencia de Calisto se presentó la desseada Melibea. Aucto primero ARGUMENTO DEL PRIMER AUTO DESTA COMEDIA Entrando Calisto en una huerta empós de un falcón suyo, halló y a Melibea, de cuyo amor preso, començole de hablar. De la qual rigorosamente despedido, fue para su casa muy sangustiado. Habló con vn criado suyo llamado Sempronio, el qual, después de muchas razones, le endereçó a vna vieja llamada Celestina, en cuya casa tenía el mesmo criado vna enamorada llamada Elicia. La qual, viniendo Sempronio a casa de Celestina con el negocio de su amo, tenía a otro consigo, llamado Crito, al qual escondieron. Entretanto que Sempronio está negociando con Celestina, Calisto está razonando con otro criado suyo, por nombre Pármeno. El qual razonamiento dura hasta que llega Sempronio y Celestina a casa de Calisto. Pármeno fue conoscido de Celestina, la qual mucho le dize de los fechos e conoscimiento de su madre, induziéndole a amor e concordia de Sempronio.

CALISTO.- En esto veo, Melibea, la grandeza de Dios. MELIBEA.- ¿En qué, Calisto? CALISTO.- En dar poder a natura que de tan perfeta hermosura te dotasse e facer a mí inmérito tanta merced que verte alcançasse e en tan conueniente lugar, que mi secreto

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Tras leer el fragmento propuesto lee la obra completa que te

presentamos en la plataforma.

dolor manifestarte pudiesse. Sin dubda encomparablemente es mayor tal galardón, que el seruicio, sacrificio, deuoción e obras pías, que por este lugar alcançar tengo yo a Dios offrescido, ni otro poder mi voluntad humana puede conplir. ¿Quién vido en esta vida cuerpo glorificado de ningún hombre, como agora el mío? Por cierto los gloriosos sanctos, que se deleytan en la visión diuina, no gozan mas que yo agora en el acatamiento tuyo. Más ¡o triste!, que en esto diferimos: que ellos puramente se glorifican sin temor de caer de tal bienauenturança e yo misto me alegro con recelo del esquiuo tormento, que tu absencia me ha de causar. MELIBEA.- ¿Por grand premio tienes esto, Calisto? CALISTO.- Téngolo por tanto en verdad que, si Dios me diese en el cielo la silla sobre sus sanctos, no lo ternía por tanta felicidad. MELIBEA.- Pues avn más ygual galardón te daré yo, si perseueras. CALISTO.- ¡O bienauenturadas orejas mías, que indignamente tan gran palabra haueys oydo! MELIBEA.- Mas desauenturadas de que me acabes de oyr Porque la paga será tan fiera, qual meresce tu loco atreuimiento. E el intento de tus palabras, Calisto, ha seydo de ingenio de tal hombre como tú, hauer de salir para se perder en la virtud de tal muger como yo.¡Vete!, ¡vete de ay, torpe! Que no puede mi paciencia tollerar que aya subido en coraçón humano comigo el ylícito amor comunicar su deleyte. CALISTO.- Yré como aquel contra quien solamente la aduersa fortuna pone su estudio con odio cruel. CALISTO.- ¡Sempronio, Sempronio, Sempronio! ¿Dónde está este maldito? SEMPRONIO.- Aquí soy, señor, curando destos cauallos. CALISTO.- Pues, ¿cómo sales de la sala? SEMPRONIO.- Abatioseel girifalte e vínele a endereçar en el alcándara. CALISTO.- ¡Assí los diablos te ganen! ¡Assí por infortunio arrebatado perezcas o perpetuo intollerable tormento consigas, el qual en grado incomparablemente a la penosa e desastrada muerte, que espero, traspassa. ¡Anda, anda, maluado! Abre la cámara e endereça la cama. SEMPRONIO.- Señor, luego hecho es. CALISTO.- Cierra la ventana e dexa la tiniebla acompañar al triste y al desdichado la ceguedad. Mis pensamientos tristes no son dignos de luz. ¡O bienauenturada muerte aquella, que desseada a los afligidos viene! ¡O si viniéssedes agora, Hipócrates e Galeno, médicos, ¿sentiríades mi mal? ¡O piedad de silencio, inspira en el Plebérico coraçón, porque sin esperança de salud no embíe el espíritu perdido con el desastrado Píramo e de la desdichada Tisbe! SEMPRONIO.- ¿Qué cosa es? CALISTO.- ¡Vete de ay! No me fables; sino, quiçá ante del tiempo de mi rabiosa muerte, mis manos causarán tu arrebatado fin. SEMPRONIO.- Yré, pues solo quieres padecer tu mal. CALISTO.- ¡Ve con el diablo!

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APARTADO 2 EL RENACIMIENTO

Se suele decir que el Renacimiento es un periodo en que se da una

ruptura con la Edad Media, sin embargo ya vimos anteriormente que estas

divisiones no ocurren de modo absoluto. Por lo tanto, el Renacimiento

corresponde a un amplio conjunto de fenómenos políticos religiosos y

culturales que a los pocos va sustituyendo al cuadro espiritual de la Edad

Media.

Muchos fueron los sucesos que generaron la nueva visión del

hombre. Entre ellos podemos citar: el progreso de la clase llana, mercantil y

burguesa; las contradicciones que dividían la iglesia; los descubrimientos

científicos y geográficos; el desarrollo de las universidades; el hallazgo

de numerosos manuscritos de la antigüedad grecolatina; la caída de

Constantinopla; la invención de la imprenta, la pólvora, la brújula y

consecuentemente la popularización del saber.

El hombre medieval aceptaba pasivamente el orden establecido por

el Cosmos, por pensarlo obra de Dios, y Este, por su vez, como el centro

del universo. El hombre renacentista se considera como el eje del mundo,

dueño de su propio destino, además, se ve como detenedor de su saber

y de su poder. Se abren sus horizontes hacia América, África y Oceanía.

Estudia él en los libros la antigüedad clásica y sus hechos gloriosos.

Se interesa por lo bello y lo grandioso, valorando el mundo antiguo e

imitando sus formas artísticas en la arquitectura y escultura, sus temas

en la literatura, y el estilo de vida pagano, en lo cual el hombre deja de

preocuparse con la muerte, pasando a interesarse por la vida terrena.

El clásico tema del Carpe Diem es utilizado por los renacentistas para

categorizar la nueva esencia humana, cuya brevedad de la vida los incita

a gozar de los placeres terrenos.

El Renacimiento español, con todo, presenta características propias.

En la primera mitad del siglo XVI se importan las tendencias literarias

italianas y los ideales del Renacimiento europeo. Sin embargo, en la

segunda mitad del mismo siglo, las fórmulas importadas se funden al

espíritu español. La paganización de la vida coexiste en España con el

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fervor religioso particular de la época medieval. De esta forma, la nueva

valoración del mundo y del hombre no impide la persistencia del tradicional

espíritu religioso, sino se mezcla a él. Por lo tanto, otra característica

fundamental del Renacimiento español es la coexistencia de lo popular y

local hispano con lo universal y europeo culto. El Renacimiento italiano

ve la vida desde un prisma exclusivamente estético, ya el español se

caracteriza por la orientación ética y moral, pues, considera estos valores

necesarios para el logro de la perfección humana.

El espíritu de independencia del Renacimiento fomenta el

crecimiento de las universidades españolas como centros de cultura

reconocidos en toda Europa. Estos centros de enseñanza evitarán el

predominio de estudios teológicos, así los combinan con las llamadas

Humanidades (Historia, Filosofía, Letras Clásicas).

Con la retomada de los clásicos grecolatinos hay un intento de

restaurarse el uso del Latín, sin embargo, como este uso está lleno de

dificultades, se considera que el idioma romance, el castellano, como

medio más natural y espontáneo de expresión.

Tras conocer los ideales de esa época, te presentamos como género

la novela picaresca y su obra máxima Lazarillo de Tormes.

APARTADO 3LA NOVELA PICARESCA, EL LAZARILLO DE TORMES

A meados del siglo XVI, con la publicación de Lazarillo de Tormes,

surge en España un nuevo género literario que vino a llamarse “novela

picaresca”. Este género literario es considerado uno de los géneros más

representativos, genuinos y populares de la Literatura Española.

La exaltación de idealismo renacentista se había manifestado en la

lírica, en la novela pastoril, las novelas de caballerías y de aventuras, en

las que sólo parecían tener espacio para los nobles sentimientos, el honor,

la gloria, el amor ideal, mientras quedaban sistemáticamente ausentes las

vulgares realidades de la vida ordinaria, así como las bajas pasiones, la

necesidad y el dolor. De ahí surge la novela picaresca como una reacción

a todo ese idealismo anterior.

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El protagonista de estos relatos es el pícaro, hombre nacido en los

bajos fondos de la sociedad, sin oficio determinado, criado de muchos

amos, de cortos escrúpulos y de vida irregular. Por ser un hombre vago, que

no le gusta el trabajo fijo, para proveer sus necesidades prefiere mendigar

o hacer pequeñas raterías e ingeniosas tretas. Su situación es siempre

poco clara. No tiene suerte y, por lo tanto, adquiere una filosofía pesimista

ante la vida. El pícaro, es considerado por algunos como el anti-héroe,

introducido ya en los criados de La Celestina. Sin embargo, esa es una

cuestión controversia en la medida en que el anti-héroe actúa por maldad

o por venganza mientras el pícaro hace sus picardías para sobrevivir.

Recordemos que en la novelas de caballería el héroe caballeresco

tenía un biógrafo para narrar sus bravuras. Con todo, la novela picaresca es

autobiográfica, pues ¿quién contará la vida de un pobre diablo, sino él mismo?

El pícaro es quien relata a todos la trayectoria de su mala vida y su fortuna.

El pícaro es un vagabundo y su profesión más frecuente es la de

criado, sea de un aristócrata, un religioso o un militar. De esta manera,

la novela picaresca es esencialmente una sátira a la hipocresía de la

sociedad y nos muestra lo falso y lo criticable de ella.

Su estilo es simple, claro y valora a lo popular, característica ésa

que hace de la picaresca genuinamente un género español, pues, en

Europa los medios literarios tenían la tendencia de alejarse del pueblo.

Sin embrago, la picaresca española alcanza una alta calidad literaria, una

vez que los que la cultivaron eran grandes letrados, y a menudo clérigos.

Otros rasgos típicos de la novela picaresca de España son las reflexiones

a cerca de lo humano y del contenido ético, mientras en el extranjero ese

género solamente visa provocar diversión y risa.

Lazarillo de Tormes

El Ciego – de Goya

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En 1554 aparecen tres ediciones de la Vida de Lazarillo de Tormes y

de sus fortunas y adversidades, y ninguna de ellas presenta el nombre del

autor de esa obra, y, por lo tanto es un romance anónimo.

Como ya nos anticipa el título, nuestro protagonista, el pícaro, va

narrando su vida. El relato se da en primera persona con Lázaro contando

sobre su nacimiento cerca del río Tormes. Hijo de padre ladrón y de

madre poco honesta, es entregue, siendo todavía niño, a un ciego de alma

ruin para que le sirva de acompañante. Como el ciego le daba poco de

comer, empieza a hacer pequeñas pillerías para sobrevivir, y es castigado

cruelmente por sus travesuras. Cansado de los malos tratos le abandona

y pasa a servir a un clérigo avariento le hace pasar más hambre que el

anterior – “pero al cambiar de señor escapé del trueno y di en el relámpago”

(Tratado Segundo). La tacañería del clérigo era tanta que Lázaro tenía que

robarles los panes para no morir de hambre. Va a Toledo y allá busca a otro

amo, un escudero e hidalgo decadente y pobre, pero lleno de pretensiones

y vanidades. Cuando aparecen sus acreedores en la ciudad desaparece

por no tener el dinero del pago. Lázaro pasa a servir sucesivamente a un

fraile de la Merced, un buldero, un pintor de panderos, un capelán y un

alguacil, hasta que consigue ser nombrado pregonero de Toledo. Se casa

con la criada de un arcipreste, pero el amor no tiene significado algún.

La obra retrata la condición del protagonista, pobre muchacho de

origen baja, cuyas adversidades de la vida y su mala suerte lo hicieron

pícaro para sobrevivir, el hambre y la necesidad son lo que le hacen

engañar a sus amos.

Es una novela realista que describe la vida cotidiana y critica el

panorama de la sociedad española y los personajes representativos de la

historia de la época – el clérigo, hombre de la iglesia y el hidalgo, hombre

de la espada. La avaricia, el falso sentido del honor, el engaño, la carencia

de vocación son los valores destorcidos y criticados por el autor.

Te presentamos en seguida un fragmento de la obra.

TRATADO PRIMEROCuenta Lázaro su vida, y cuyo hijo fue

Pues sepa vuestra merced, ante todas cosas, que a mí llaman Lázaro de Tormes, hijo de Tomé González y de Antona Pérez, naturales de Tejares, aldea de Salamanca. Mi nacimiento fue dentro del río Tormes, por la cual causa tomé el sobrenombre, y fue de esta manera. Mi padre, que Dios perdone, tenía

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cargo de proveer una molienda de una aceña, que está ribera de aquel río, en la cual fue molinero más de quince años; y estando mi madre una noche en la aceña, preñada de mí, tomóle el parto y parióme allí: de manera que con verdad puedo decir nacido en el río.

Pues siendo yo niño de ocho años, achacaron a mi padre ciertas sangrías mal hechas en los costales de los que allí a moler venían, por lo que fue preso, y confesó y no negó y padeció persecución por justicia. Espero en Dios que está en la Gloria, pues el Evangelio los llama bienaventurados. En este tiempo se hizo cierta armada contra moros, entre los cuales fue mi padre, que a la sazón estaba desterrado por el desastre ya dicho, con cargo de acemilero de un caballero que allá fue, y con su señor, como leal criado, feneció su vida. Mi viuda madre, como sin marido y sin abrigo se viese, determinó arrimarse a los buenos por ser uno de ellos, y vínose a vivir a la ciudad, y alquiló una casilla, y metióse a guisar de comer a ciertos estudiantes, y lavaba la ropa a ciertos mozos de caballos del Comendador de la Magdalena, de manera que fue frecuentando las caballerizas. Ella y un hombre moreno de aquellos que las bestias curaban, vinieron en conocimiento. Éste algunas veces se venía a nuestra casa, y se iba a la mañana. Otras veces de día llegaba a la puerta, en achaque de comprar huevos, y entrábase en casa. Yo al principio de su entrada, pesábame con él y habíale miedo, viendo el color y mal gesto que tenía; mas de que vi que con su venida mejoraba el comer, fuile queriendo bien, porque siempre traía pan, pedazos de carne, y en el invierno leños, a que nos calentábamos.

De manera que, continuando con la posada y conversación, mi madre vino a darme un negrito muy bonito, el cual yo brincaba y ayudaba a calentar.

Y acuérdome que, estando el negro de mi padre trebejando con el mozuelo, como el niño vía a mi madre y a mí blancos, y a él no, huía de él con miedo para mi madre, y señalando con el dedo decía:

- ¡Madre, coco!

Respondió él riendo:

-¡Hideputa!

Yo, aunque bien muchacho, noté aquella palabra de mi hermanico, y dije entre mí: “¡Cuántos debe de haber en el mundo que huyen de otros porque no se ven a sí mismos!”

Quiso nuestra fortuna que la conversación del Zaide, que así se llamaba, llego a oídos del mayordomo, y hecha pesquisa, hallóse que la mitad por medio de la cebada, que para las bestias le daban, hurtaba, y salvados, leña, almohazas, mandiles, y las mantas y sábanas de los caballos hacía perdidas, y cuando otra cosa no tenía, las bestias desherraba,

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y con todo esto acudía a mi madre para criar a mi hermanico. No nos maravillemos de un clérigo ni fraile, porque el uno hurta de los pobres y el otro de casa para sus devotas y para ayuda de otro tanto, cuando a un pobre esclavo el amor le animaba a esto. Y probósele cuanto digo y aún más. Porque a mí con amenazas me preguntaban, y como niño respondía, y descubría cuanto sabía con miedo, hasta ciertas herraduras que por mandado de mi madre a un herrero vendí.

Al triste de mi padrastro azotaron y pringaron, y a mi madre pusieron pena por justicia, sobre el acostumbrado centenario, que en casa del sobredicho comendador ni entrase, ni al lastimado Zaide en la suya acogiese.

Por no echar la soga tras el caldero, la triste se esforzó y cumplió la sentencia; y por evitar peligro y quitarse de malas lenguas, se fue a servir a los que al presente vivían en el mesón de la Solana. Y allí, padeciendo mil importunidades, se acabó de criar mi hermanico hasta que supo andar, y a mí hasta ser buen mozuelo, que iba a los huéspedes por vino y candelas y por lo demás que me mandaban.

En este tiempo vino a posar al mesón un ciego, el cual, pareciéndole que yo sería para adestrarle, me pidió a mi madre, y ella me encomendó a él, diciéndole como era hijo de un buen hombre, el cual por ensalzar la fe había muerto en la de los Gelves, y que ella confiaba en Dios no saldría peor hombre que mi padre, y que le rogaba me tratase bien y mirase por mí, pues era huérfano. Él le respondió que así lo haría, y que me recibía no por mozo sino por hijo. Y así le comencé a servir y adestrar a mi nuevo y viejo amo.

Como estuvimos en Salamanca algunos días, pareciéndole a mi amo que no era la ganancia a su contento, determino irse de allí, y cuando nos hubimos de partir, yo fui a ver a mi madre, y ambos llorando, me dio su bendición y dijo:

-Hijo, ya sé que no te veré más. Procura ser bueno, y Dios te guié. Criado te he y con buen amo te he puesto; válete por ti.

Y así me fui para mi amo, que esperándome estaba.

(Lazarillo de Tormes, anónimo)

Te presentamos a seguir la película de los directores Fernando Fernán Gómez y José Luis García Sánchez, de 2001, llamada Lázaro de Tormes.

http://www.youtube.com/watch?v=00b-udS4GXEhttp://www.youtube.com/watch?v=YYqlFwFjCSUhttp://www.youtube.com/watch?v=kmhDFy6TEsMhttp://www.youtube.com/watch?v=va5RX9FTjachttp://www.youtube.com/watch?v=qOeXSqH6S3ghttp://www.youtube.com/watch?v=wRVTUZbcEL4

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En esta unidad conociste el periodo histórico de la transición comprendido entre la Edad Media y el Renacimiento y por consiguiente el

pensamiento de la época. Como resultado de ese proceso estudiaste la obra que más representa la transición: La Celestina, cuya complexidad de los personajes es

característica del momento. Después pudiste enterarte de las características del Renacimiento y su influencia en la Literatura Europea y, principalmente como sus ideas llegaron a la Península

Ibérica. Por fin, estudiaste la Novela Picaresca, que en el suelo español floreció con

características propias, llegando a culminar con una obra anónima, pero maestra: Lazarillo de Tormes.

1. Al comparar las obras La Celestina y Lazarillo de Tormes, ¿cuáles características podemos encontrar en las dos? Envía tu respuesta a tu tutor para que se pueda corrigirla.

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2. El fragmento a seguir fue escrito por Diaz-Plaja, en su libro Historia de la Literatura Española de 1958. Tras leerlo haz un comentario crítico con respecto a las consecuencias que ese cambio en el pensamiento acarreó en esa época. Envía tu respuesta a tu tutor. La palabra Renacimiento implica un concepto de restauración. Lo que renace, si no como recuerdo, como ejemplo vital, es el mundo grecolatino. Una independencia cada vez mayor en el espíritu de las gentes hace posible la creación de una cultura laica, es decir, independiente de la Iglesia.

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La Literatura Barroca Y El Siglo De Oro Español

ObjetivOs De aprenDiZaje ■ Comprender las principales características del Siglo de Oro Español.

■ Conocer las principales obras y autores del período Barroco y sus

particularidades, relacionándolas con el contexto histórico en que fueron

producidas.

GUiÓn De estUDiOs ■ APARTADO 1 - La literatura del siglo XVII

■ APARTADO 2 - Francisco de Quevedo

■ APARTADO 3 - Luis de Góngora

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40UNIDADE 3

PARA INICIAR LA CHARLA

Caro estudiante, la Literatura Española nos brinda con un período

de grande magnitud, considerado el momento máximo de su expresión: el

Siglo de Oro. Este periodo es así llamado porque durante aproximadamente

un siglo y medio las producciones literarias en España obtuvieron un éxito

incontestable, haciendo historia y dictando nuevas maneras de expresión a

través de varios escritores de renombre. Justamente porque tardó más que

un siglo y abarca varios movimientos literarios, algunos prefieren llamar al

periodo de Edad de Oro.

Vas a estudiar ahora los dos principales autores del barroco español

que cultivaron el género poético y que aportaron a la literatura los términos

“quevedismo” y “gongorismo”. La importancia de tales autores fue tamaña

que su manera de escribir influyó a muchos otros autores que los siguieron

por el mundo. ¡A ver cómo eso ocurrió!

APARTADO 1 LA LITERATURA DEL SIGLO XVII

Uno de los periodos más prolíficos de la Literatura Española es el

periodo que abarca los finales del Siglo XVI (comprendiendo obras como

El Lazarillo de Tormes y algunas de Lope de Vega) y todo el Siglo XVII

(pasando por las obras de de Quevedo, Góngora, Calderón de la Barca y

Miguel de Cervantes). La grandiosidad histórica está en el hecho de que en

todos los géneros literarios hay creadores de excepcionalidad indiscutible.

Tras las crisis pasadas en Castilla, Mallorca y Valencia, en la segunda

mitad del Siglo XVI, Carlos I establece y consolida el Estado Moderno con

una Monarquía, estabilizando su Imperio y dándolo a conocer al mundo

entero. La expansión de España se da por cuenta de los tesoros extraídos

de América. En este período de ascensión social económica, España

vive, en la literatura, el Renacimiento, que acabamos de estudiar y que,

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repetimos, también hace parte del periodo del Siglo de Oro, a pesar de que

lo estudiamos en separado por una cuestión didáctica.

Las dificultades financieras para mantener sus colonias atingen a

España, que sufre con la falsa riqueza producida por el mercantilismo, ya

que los metales preciosos aportados por América se van acabando o van

siendo saqueados por los piratas. Además, la expulsión de los moriscos y

judíos afectan a la economía española, las pestes y hambrunas y seguidas

guerras territoriales intensifican los problemas demográficos, lo que va

llevando al Imperio a un declive que resulta en el desmembramiento del

Reino. Poco a poco Inglaterra y Francia van asumiendo la plaza de potencia

económica y España ingresa en una grave crisis política y militar.

Tal situación de crisis económica y social dio a las clases populares

material para invertir intelectualmente en las artes y ofrecer al mundo

la expresión de lo que se vivía. Delante de la decadencia del idealismo

renacentista (cuya visión armónica del mundo se ve reemplazada por

una concepción negativa del mundo y de la vida), la cultura barroca se

caracteriza por una constante expresión de frustración y desengaño delante

de un malestar social e incluso de tensiones religiosas. El gusto por el

espectáculo, la ostentación, la extroversión, son temas para discutirse y

para exponerse.

El barroco literario español

Como puedes comprobar, caro estudiante, la Literatura presenta

históricamente la representación de momentos de júbilo y de momentos

de insatisfacción que influyen también en la expresión artística. El barroco

español resulta de una ansiedad de exponer, dar a conocer y discutir el

momento que se vive – en lo que toca a lo social, a lo económico y hasta mismo

a la moral y a lo religioso – y a la vez rechazar los modelos renacentistas

que son considerados en este momento “demasiado llanos” (según Baltazar

Gracián – máximo teórico del conceptismo).

Acuérdate que el Barroco es un movimiento que comprende varios

segmentos del arte: la arquitectura, la música, el teatro, la pintura y la

danza además de la literatura. El estilo rebuscado, complejo, de formas

artificiosas ya fue bastante discutido en nuestros estudios (véanse los libros

de literaturas anteriores).

Acuérdate también que en la literatura barroca hay una división en

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que se separan dos corrientes: el conceptismo y el culteranismo, cuyos

nacimientos se dieron en la literatura española.

El CONCEPTISMO consiste en la priorización del concepto - o sea,

la significación que la palabra o la idea expuesta tiene. La base de su

escritura está en la asociación ingeniosa entre palabras e ideas, el juego

con los varios significados que una misma palabra puede tener, adoptando

varios sentidos. La corriente también es conocida por Quevedismo porque

su máximo representante es Francisco de Quevedo, autor que estudiaremos

en el próximo apartado.

La predilección por un estilo conciso lleva a los conceptistas a buscar

expresar lo máximo posible de ideas con un mínimo de palabras, dejándolas

reducidas a lo indispensable. Este recurso pretende atingir a la inteligencia,

o sea, hacer pensar sobre la formación de las palabras, sus aplicaciones, sus

diversos sentidos y usos. Según Gracián: “Lo bueno, si breve, dos veces

bueno”.

Observa que en la frase anterior hay la aplicación práctica de la

estética pretendida: al revés del uso de artículos, de verbos o mismo de

pronombres el autor utiliza un estilo directo, simple y rápido que implica

en complementaciones del lector, o sea, el lector debe rellenar los espacios

mentalmente (“Lo QUE ES bueno, si ES breve, ES dos veces bueno”).

Así que en lo que toca a los recursos de lenguaje hay una abundancia

de uso de la elipsis, la zeugma, la polisemia, la antítesis, la paradoja, los

contrastes. El uso de la alegoría también es constante. Su principal objetivo,

insistimos, no es desarrollar ni renovar el léxico o la sintaxis, sino las ideas,

jugar con la inteligencia.

En contrapartida, el CULTERANISMO se ocupa de diferenciar el

lenguaje poético (“culto”) del lenguaje popular (“vulgar”). Hay una

búsqueda intensa por palabras no muy utilizadas o siquiera conocidas del

latín y del griego y también la transformación de dichas palabras, aportando

muchos neologismos a la lengua, lo que provoca la satirización de los

conceptistas (enemigos de los culteranistas). Sin embargo, el movimiento

enriqueció muchísimo el vocabulario de la lengua española y muchos de

sus neologismos siguen siendo utilizados hasta hoy.

Además del lenguaje rebuscado, la sintaxis es también modificada,

una vez que los conceptistas prefieren el uso constante del hipérbaton

(sintaxis invertida) y construcciones propias del latín.

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La búsqueda por la sonoridad y por mecer con los sentidos es otra

característica fuerte, para eso se hace uso de matices sensoriales de color,

sonido y tacto. Lo que se quiere es el uso de la palabra por la palabra, por

su estructura y no necesariamente por su significado. Aún así, la metáfora

también es uno de los recursos de lenguaje muy utilizado. En resumen, lo

que el culteranismo busca es el culto a la forma, mientras el conceptismo

busca atingir a la inteligencia.

Es importante resaltar que en muchos casos encontramos los dos

estilos a la vez, culterano y conceptista, sin perjuicio al estilo barroco.

APARTADO 2 FRANCISCO DE QUEVEDO

Francisco Gómez de Quevedo y Villegas nació

en Madrid el 17 de septiembre de 1580 so la fortuna de

una familia de la aristocracia cortesana. Sus primeros

estudios fueron en el Colegio Imperial de los Jesuitas,

en Madrid, donde hoy funciona el Instituto de San

Isidro. Sus estudios universitarios se dieron primero

en la Universidad de Alcalá de Henares y luego cursó

estudios de teología en la Universidad de Valladolid

(1601-1606).

Como gozaba de buenas relaciones entre la nobleza del siglo XVII,

Quevedo ostentó los títulos de Caballero de la Orden de Santiago y Señor

de la Torre de Juan Abad.

Sus conocimientos iban allá de la teología, pues estudiaba las lenguas

hebrea, griega, latina y lenguas modernas. Su gran interés por la cultura en

general lo hacen un gran crítico social y literario, lo que le rinde algunos

enemigos, entre ellos, el culterano Luis de Góngora (autor culterano que

luego estudiaremos). A lo largo de su obra se observa un caráter pesimista,

crudo y duro, muchas veces satírico, irónico, burlesco.

Su espíritu político lo mete en la prisión por tres veces. En 1643 sale

de su última prisión con la salud muy debilitada y ya no resiste mucho, ya

que se muere el 8 de septiembre de 1645.

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Obra

La obra de Quevedo es muy prolífica y se caracteriza por la

contradicción. De toda su obra se conservan casi 900 poemas. De su obra

en prosa se destacan: La vida del Buscón llamado don Pablos; Política de

Dios y gobierno de Cristo; Vida de Marco Bruto; Los sueños y Los nombres

de Cristo entre otros títulos valiosos.

No sólo sus obras satíricas y burlescas ganan destaque por lo

brillantes que son sino también las obras con textos morales y políticos de

gran profundidad intelectual. Tales características hacen con que el autor

sea considerado el principal representante del barroco español.

Su obra abarca muchos temas, de los cuales el autor trata con maestría.

Los poemas satíricos son los más populares y conocidos. En ellos, Quevedo

hace una crítica ácida a la sociedad y a todo lo que corrompe la humanidad

– los vicios, las debilidades. Observa a la sequencia el poema “Poderoso

caballero es don Dinero”:

Madre, yo al oro me humillo, Él es mi amante y mi amado, Pues de puro enamorado Anda continuo amarillo. Que pues doblón o sencillo Hace todo cuanto quiero, Poderoso caballero Es don Dinero.

Nace en las Indias honrado, Donde el mundo le acompaña; Viene a morir en España, Y es en Génova enterrado. Y pues quien le trae al lado Es hermoso, aunque sea fiero, Poderoso caballero Es don Dinero.

Son sus padres principales, Y es de nobles descendiente, Porque en las venas de Oriente Todas las sangres son Reales. Y pues es quien hace iguales Al rico y al pordiosero, Poderoso caballero Es don Dinero.

¿A quién no le maravilla Ver en su gloria, sin tasa, Que es lo más ruin de su casa Doña Blanca de Castilla? Mas pues que su fuerza humilla Al cobarde y al guerrero, Poderoso caballero Es don Dinero.

Es tanta su majestad, Aunque son sus duelos hartos, Que aun con estar hecho cuartos No pierde su calidad. Pero pues da autoridad Al gañán y al jornalero, Poderoso caballero Es don Dinero.

Más valen en cualquier tierra (Mirad si es harto sagaz) Sus escudos en la paz Que rodelas en la guerra. Pues al natural destierra Y hace propio al forastero, Poderoso caballero Es don Dinero.

Como puedes percibir, aquí se muestra la relación de la sociedad con

el dinero y la manera como las personas pierden su valor delante de la

sociedad capitalista si no tienen dinero. A la vez, se puede notar una crítica

al valor mayor que el dinero cobra so la vida de las personas y cómo el

dinero “todolopuede”.

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En la ansiedad por una nueva manera de escribir, Quevedo se ve

muchas veces en guerra literaria con su más atroz enemigo – Góngora. A él,

le dedica muchos de sus poemas, entre ellos Érase un hombre a una nariz

pegado... Te ofrecemos aquí el Soneto a Luis de Góngora:

SONETO A LUIS DE GÓNGORAYo te untaré mis obras con tocinoporque no me las muerdas, Gongorilla,perro de los ingenios de Castilla,docto en pullas, cual mozo de camino;

apenas hombre, sacerdote indino,que aprendiste sin cristus la cartilla;chocarrero de Córdoba y Sevilla,y en la Corte bufón a lo divino.

¿Por qué censuras tú la lengua griegasiendo sólo rabí de la judía,cosa que tu nariz aun no lo niega?

No escribas versos más, por vida mía;aunque aquesto de escribas se te pega,por tener de sayón la rebeldía.

Además de los ataques personales – Gongorilla (diminutivo

despreciativo), perro de los ingenios, docto en pullas, mozo del camino,

etc. – observa cómo Quevedo ataca no sólo la apariencia física del otro

autor (cuando escribe sobre su nariz, también tema de otros poemas)

como reprueba la manera como Góngora escribe y cómo lo ataca por sus

elecciones: “No escribas versos más, por vida mía”.

En lo que toca al amor, escribe con profundidad, explotando el tema

como lo que da sentido a la vida.

Amor constante más allá de la muerteCerrar podrá mis ojos la postrerasombra que me llevare el blanco día,y podrá desatar esta alma míahora a su afán ansioso lisonjera;

mas no, desotra parte, en la ribera,dejará la memoria, en donde ardía:nadar sabe mi llama el agua fría,y perder el respeto a ley severa.

Alma a quien todo un dios prisión ha sido,venas que humor a tanto fuego han dado,médulas que han gloriosamente ardido,

su cuerpo dejarán, no su cuidado;serán ceniza, más tendrán sentido,polvo serán, más polvo enamorado.

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La idea de un amor que sobrevivirá a la muerte hace con que este

poema sea considerado uno de los más bellos de las letras españolas. Sin

embargo, sus desilusiones amorosas también toman forma y lo hacen atacar

en contra el sexo femenino, muchas veces desmoralizando a la mujer:

A LA EDAD DE LAS MUJERESDe quince a veinte es niña; buena mozade veinte a veinticinco, y por la cuentagentil mujer de veinticinco a treinta.¡Dichoso aquel que en tal edad la goza!

De treinta a treinta y cinco no alboroza;mas puédese comer con sal pimienta;pero de treinta y cinco hasta cuarentaanda en vísperas ya de una coroza.

A los cuarenta y cinco es bachillera,ganguea, pide y juega del vocablo;cumplidos los cincuenta, da en santera,

y a los cincuenta y cinco echa el retablo.Niña, moza, mujer, vieja, hechicera,bruja y santera, se la lleva el diablo.

Como puedes constatar, al final la mujer es desvalorada, una vez

que, en una sociedad extremamente religiosa – cuya principal religión es

la católica, en especial en esta época – al poner la mujer en situación de

ser llevada por el diablo, se la pone como una pecadora, lo que para los

modelos religiosos es una ofensa sin tamaño.

A pesar de que algunos escritos suyos son muy cargados de perjuicios en

contra las mujeres, la genialidad del autor es indudable y también se expresa

a través de temas más generales de la vida, tales como la muerte, la religión,

los sentimientos de una manera en general y lo efímero que es la vida.

¡Cómo de entre mis manos te resbalas!¡Cómo de entre mis manos te resbalas!¡Oh, cómo te deslizas, edad mía!¡Qué mudos pasos traes, oh, muerte fría,pues con callado pie todo lo igualas!

Feroz, de tierra el débil muro escalas,en quien lozana juventud se fía;mas ya mi corazón del postrer díaatiende el vuelo, sin mirar las alas.

¡Oh, condición mortal! ¡Oh, dura suerte!¡Que no puedo querer vivir mañanasin la pensión de procurar mi muerte!

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Cualquier instante de la vida humanaes nueva ejecución, con que me adviertecuán frágil es, cuán mísera, cuán vana.

Entre sus crisis personales, están el amor desenfrenado y el odio por

toda clase de romance, el desengaño total y, en contrapartida, la religiosidad

profunda. Véase el poema religioso que sigue:

Vinagre y hiel para sus labios pide...

Vinagre y hiel para sus labios pide,y perdón para el pueblo que le hiere:que como sólo porque viva, muere,con su inmensa piedad sus culpas mide.

Señor que al que le deja no despide,que al siervo vilo que le aborrece quiere,que porque su traidor no desespere,a llamarle su amigo se comide,

ya no deja ignorancia al pueblo hebreode que es Hijo de Dios, si, agonizando,hace de amor, por su dureza, empleo.

Quien por sus enemigos, expirando,pide perdón, mejor en tal deseomostró ser Dios, que el sol y el mar bramando.

La obra de Quevedo es muy extensa y sigue siendo estudiada hasta

los días de hoy por las más diversas ópticas. ¡Puedes seguir buscando y

leyéndola!

APARTADO 3 LUIS DE GÓNGORA

El mayor enemigo literario de Francisco de

Quevedo, nació en Córdoba, el 11 de julio de

1561 y su nombre de cuna es Luis de Góngora y

Argote. Nacido en una familia noble, siempre gozó

de seguridad financiera. Estudió en Salamanca y

siguió la carrera eclesiástica. Sus estudios influyen

mucho en sobre su manera de escribir, una vez que Luis de Góngora, por Velázquez.

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estudia latín y griego.

Viaja mucho por España y eso también se refleja en su obra, ya que

describe en sus poesías los paisajes por los cuales pasó. Su prestigio ante la

corte le hace ser nombrado capellán real en 1617 y pasa a vivir en la corte

hasta 1626. Al conseguir cargos y prebendas a casi todos sus familiares se

ve arruinado, lo que le lleva a morirse en medio a una extrema pobreza, en

Córdoba, en 1627, acometido por una apoplejía.

Obra

La obra de Góngora no es tan extensa como la de Quevedo. Los temas

son los más diversos, pues escribe poemas amorosos, satíricos, morales,

filosóficos, religiosos, de circunstancias, polémicos, laudatorios, funerarios.

Sus composiciones adoptan las siguientes formas:

- Sonetos: composición poética que consta de catorce versos

endecasílabos distribuidos en dos cuartetos y dos tercetos. En cada uno

de los cuartetos riman, por regla general, el primer verso con el cuarto y el

segundo con el tercero, y en ambos deben ser unas mismas las consonancias.

En los tercetos pueden ir estas ordenadas de distintas maneras.

- Canciones: composición lírica a la manera italiana, dividida casi

siempre en estancias largas, todas de igual número de versos endecasílabos

y heptasílabos, menos la última, que es más breve. 2. Antigua composición

poética, que podía corresponder a distintos géneros, tonos y formas, muchas

con todos los caracteres de la oda.

- Romances: combinación métrica de origen español que consiste en

repetir al fin de todos los versos pares una misma asonancia y en no dar a

los impares rima de ninguna especie. 2. de versos octosílabos.

- Letrillas: composición poética, amorosa, festiva o satírica, que se

divide en estrofas, al fin de cada una de las cuales se repite ordinariamente

como estribillo el pensamiento o concepto general de la composición,

expresado con brevedad) y décimas (Combinación métrica de diez versos

octosílabos, de los cuales, por regla general, rima el primero con el cuarto y

el quinto; el segundo, con el tercero; el sexto, con el séptimo y el último, y el

octavo, con el noveno. Admite punto final o dos puntos después del cuarto

verso, y no los admite después del quinto.

De entre sus obras están la obra de teatro Las Firmezas de Isabela

(1610), entre 1610 y 1611 escribió la Oda a la toma de Larache y a la secuencia

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escribió sus poemas más extensos, la Fábula de Polifemo y Galatea (1612)

y las Soledades (1613). Este último no fue terminado por el autor. La última

obra del autor fue la Fábula de Píramo y Tisbe (1618).

Poemas

Las andanzas por España le dieron a Góngora la oportunidad de

conocer más su país y poder escribir sobre sus paisajes. En el soneto dedicado

a Córdoba, no sólo el paisaje natural es apreciado sino sus construcciones

majestuosas, como se puede ver:

A Córdoba

¡Oh excelso muro, oh torres coronadasDe honor, de majestad, de gallardía!¡Oh gran río, gran rey de Andalucía,De arenas nobles, ya que no doradas!

¡Oh fértil llano, oh sierras levantadas,Que privilegia el cielo y dora el día!¡Oh siempre gloriosa patria mía,Tanto por plumas cuanto por espadas!

Si entre aquellas ruinas y despojosQue enriquece Genil y Darro bañaTu memoria no fue alimento mío,

Nunca merezcan mis ausentes ojosVer tu muro, tus torres y tu río,Tu llano y sierra, ¡oh patria, oh flor de España!

Observa que los elogios están dirigidos a las pertenencias de Córdoba:

sus muros, sus torres – herencia de los árabes - y también son dirigidos a

sus bellezas naturales: sus ríos, su llano, su sierra. Además, el autor alaba a

la historia grandiosa de la provincia.

Lo efímero de la vida también es expuesto por Góngora, ya que esta

Notas:

- El río Genil es un largo río del sur de España que discurre por la Andalucía Oriental y Central. Es el segundo río más largo de Andalucía, tras el río Guadalquivir, del que es afluente. - El río Darro es un corto río que transcurre por la provincia de Granada, en Andalucía (España). Es afluente del río Genil, que a su vez lo es del Guadalquivir, perteneciendo por tanto a las cuencas hidrográficas de estos ríos.

(Fuente: http://es.wikipedia.org/wiki)

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es una de las indagaciones de la época. Vida y muerte son constantemente

contrapuestos por los poetas desde diversas perspectivas. En el soneto

que sigue, belleza y juventud son puestos frente al pasaje del tiempo y al

encuentro con la muerte:

Mientras por competir con tu cabello,oro bruñido al sol relumbra en vano;mientras con menosprecio en medio el llanomira tu blanca frente el lilio bello;

mientras a cada labio, por cogello,siguen más ojos que al clavel temprano;y mientras triunfa con desdén lozanodel luciente cristal tu gentil cuello;

goza cuello, cabello, labio y frente,antes que lo que fue en tu edad doradaoro, lilio, clavel, cristal luciente,

no sólo en plata o viola troncadase vuelva, mas tú y ello juntamenteen tierra, en humo, en polvo, en sombra, en nada.

Leyendo las tres primeras estrofas del poema se puede ver que toda la

belleza que el yo lírico describe en la persona afronta a la naturaleza, ya que

ésta intenta competir con la supuesta belleza. Al fin y al cabo todo será inútil

cuando la muerte llegue, pues la edad dorada un día se va y se convertirá

en tierra, en humo, en polvo, en sombra, en nada, o sea que a la hora de la

muerte la belleza se va y todos se convierten en la misma cosa: nada.

Te ofrecemos ahora, otro poema que describe la muerte y lo efímero

de la vida.

A LA MEMORIA DE LA MUERTE Y DEL INFIERNOUrnas plebeyas, túmulos reales Penetrad sin temor, memorias mías, Por donde ya el verdugo de los días Con igual pie dio pasos desiguales.

Revolved tantas señas de mortales, Desnudos huesos y cenizas frías, A pesar de las vanas, si no pías, Caras preservaciones orientales.

Bajad luego al abismo, en cuyos senos Blasfeman almas, y en su prisión fuerte Hierros se escuchan siempre, y llanto eterno,

Si queréis, oh memorias, por lo menos Con la muerte libraros de la muerte, Y el infierno vencer con el infierno.

Notas:

Lilio: por lirio.Cogello: por cogerlo.Troncada: por truncada.

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En el soneto anterior nuevamente percibimos la idea de que la

muerte todo lo iguala. Sean pobres (urnas plebeyas) o sean ricas (túmulos

reales), todas las personas se igualan a la hora de la muerte (desnudos

huesos y cenizas frías).

También Góngora fue acometido por pasiones y desilusiones

amorosas. A pesar de que fue sacerdote, también escribió sobre el amor.

Observa la descripción de un sufrimiento callado, llorado en silencio

Suspiros tristes, lágrimas cansadas, que lanza el corazón, los ojos llueven, los troncos bañan y las ramas mueven de estas ramas a Alcides consagradas;

Mas del viento las fuerzas conjuradas, los suspiros desatan y remueven, y los troncos las lágrimas se beben, mal ellos, y peor ellas derramadas;

Y aun de mi tierno rostro aquel tributo que dan mis ojos, invisible mano de sombra o viento me lo deja enjuto,

porque alquel ángel fieramente humano no crea mi dolor, y así es mi fruto llorar sin premio y suspirar en vano.

Así como el poema anterior nos trae un tono melancólico y fúnebre

tal cual el poeta repite en otros tantos poemas, encontraremos en la obra

de Góngora algunos poemas más ligeros, de carácter cómico o satírico.

Este autor no tiene un número tan grande de poemas satíricos como

Quevedo, sin embargo merece la pena que veamos la letrilla que sigue:

Ándeme yo caliente

y ríase la gente.

Notas:

- Alcides: Hércules- Árbol de Alcides: álamo.- Tierno: significa húmedo, en este caso, lloroso. - “Porque” aquí, tiene el sentido de “para que”.

01 Traten otros del gobierno02 del mundo y sus monarquías,03 mientras gobiernan mis días04 mantequillas y pan tierno,05 y las mañanas de invierno06 naranjada y aguardiente,07 y ríase la gente.

08 Coma en dorada vajilla09 el príncipe mil cuidados,10 como píldoras dorados;11 que yo en mi pobre mesilla12 quiero más una morcilla13 que en el asador reviente,14 y ríase la gente.

15 Cuando cubra las montañas16 de blanca nieve el enero,17 tenga yo lleno el brasero18 de bellotas y castañas,19 y quien las dulces patrañas20 del rey que rabió me cuente,21 y ríase la gente.

22 Busque muy en hora buena23 el mercader nuevos soles;24 yo conchas y caracoles25 entre la menuda arena,26 escuchando a filomena27 sobre el chopo de la fuente,28 y ríase la gente.

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29 Pase a media noche el mar,30 y arda en amorosa llama31 Leandro por ver su dama;32 que yo más quiero pasar33 del golfo de mi lagar34 la blanca o roja corriente,35 y ríase la gente.

36 Pues amor es tan cruel,37 que de Píramo y su amada38 hace tálamo una espada,39 do se junten ella y él,40 sea mi Tisbe un pastel,41 y la espada sea mi diente,42 y ríase la gente.

En esta letrilla lo que más se puede notar es la indiferencia a las

preocupaciones que no sean el propio yo lírico. Este yo lírico se muestra

bastante dedicado a mantener sus intereses, su seguridad y confort (buena

comida, estar protegido del frío), todo lo que no quiere es preocuparse con

los problemas de los gobiernos o de amores (Leandro y su dama, Píramo y

su amada).

La agresión al enemigo no fue una actitud unilateral de Quevedo.

Góngora también usó de los poemas para atacar a Quevedo, sin dejar de

lado la manera barroca de escribir, el poeta rechaza la manera de escribir

de su enemigo, lo compara irónicamente al Belerofonte (héroe griego que

dominó a Pegasus y más tarde venció a la Quimera), como si su poesía

surgiera a golpes y lucha, a fuerza de espuelas.

A FRANCISCO DE QUEVEDO

Anacreonte español, no hay quien os tope,Que no diga con mucha cortesía,Que ya que vuestros pies son de elegía,Que vuestras suavidades son de arrope.

¿No imitaréis al terenciano Lope,Que al de Belerofonte cada díaSobre zuecos de cómica poesíaSe calza espuelas, y le da un galope?

Notas:

v.12: Las píldoras medicinales se “doraban” con azúcar para mejorar su sabor.v. 14: “Quiero más” por prefiero.v. 28: Filomena es el ruiseñor.v. 33: Leandro cruzaba a nado el Helesponto cada noche para ver a Hero.v. 35: La bota de vino (blanco o tinto).vv. 38-44: Píramo creyó muerta a Tisbe y se atravesó con su propia espada, luego Tisbe lo halló muerto y se la clavó también: así la espada fue el tálamo donde los amantes se unieron.

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Con cuidado especial vuestros antojosDicen que quieren traducir al griego,No habiéndolo mirado vuestros ojos.

Prestádselos un rato a mi ojo ciego,Porque a luz saque ciertos versos flojos,Y entenderéis cualquier gregüesco luego.

Mira este video para conocer las maravillas de Córdoba, por las cuales Góngora se encantó:

http://www.youtube.com/watch?v=VyTLrpJbi4g&feature=player_embedded

Llegamos al final de más una unidad y con esto esperamos que hayas comprendido la extensión que la literatura barroca española abarcó en el

mundo, sea por sus autores consagrados, sea por su influencia en la literatura mundial.

Rememoramos los conceptos de culteranismo y de conceptismo y visitamos a los autores más representativos de los dos movimientos: Góngora y Quevedo.

Con esto esperamos que sigas leyendo a otras obras de los autores y que hayas reforzado tus conocimientos sobre el barroco traídos de la Literatura Brasileña y de

la Literatura Hispanoamericana.

1. Compara los poemas Soneto a Luis de Góngora (de Quevedo) y A Francisco de Quevedo (atribuido a Góngora) y observa cómo los poetas intentan atingir a su enemigo, principalmente cuanto al uso de adjetivos.

Escribe un pequeño texto y envíalo a tu tutor para que sea corregido.

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La Edad De Oro Y El Teatro Nacional Español

ObjetivOs De aprenDiZaje ■ Comprender las principales características de la formación del Teatro

Nacional Español

■ Conocer las principales obras y autores del teatro nacional español

■ Conocer las particularidades del teatro español, relacionándolas con el

contexto histórico en que fueron producidas.

GUiÓn De estUDiOs ■ APARTADO 1 - Caracterización social de España en el Siglo XVII

■ APARTADO 2 - Lope De Vega – El Fénix de los Ingenios

■ APARTADO 3 - La profundidad en Calderón de La Barca

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IDA

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Melissa Andres FreitasValeska Gracioso Carlos

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PARA INICIAR LA CHARLA

Estudiante: entraremos en esta unidad en los estudios sobre la

formación de un teatro genuinamente español. Para tanto, seguimos

con nuestros estudios sobre la Edad de Oro de la Literatura Española y

discutiremos más sobre el período barroco y sobre la cultura de la época.

Vamos a estudiar dos de los más famosos dramaturgos de la historia

de España: Lope de Vega y Calderón de la Barca. Veremos cómo estos dos

autores influyeron y siguen influyendo las producciones teatrales. ¡Qué

empiece el espectáculo!

APARTADO 1 CARACTERIZACIÓN SOCIAL DE ESPAÑA EN EL SIGLO XVII

Para comprender toda la estructura que envuelve el teatro español es

necesario comprender la cultura vivida en la España del Siglo XVII, porque

las costumbres, la situación monetaria, la vida social y económica van a

influir en todo lo que toca a la elaboración de las piezas teatrales, desde la

creación del texto hasta la escenificación.

En esta época, España mantiene sus rentas básicamente de actividades

agrícolas y ganaderas. En el campo, las producciones agrícolas se vieron

afectadas por frecuentes sequías que perjudicaron a los campesinos,

llevándolos a la miseria no sólo por eso, sino por la cobranza excesiva de

impuestos y rentas. Es importante marcar que España no tiene el desarrollo

industrial que otros países europeos tienen en esta misma época y, por lo

tanto, las actividades del campo son de gran importancia para el país.

Madrid, la ciudad donde está la Corte es una de las mayores y más

importantes ciudades de España, al lado de Sevilla, que es el puerto de

Indias. También las ciudades de Valencia y Barcelona tienen puertos

importantes, actividad comercial y alguna actividad industrial.

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La desigualdad social presenta extremos muy perceptibles: la

sociedad se estructura de forma estamental, en que el Rey es la autoridad

máxima, seguido de un grupo de altos nobles, y que viven en medio a

la abundancia, el lujo, las riquezas y privilegios que son extremamente

contrastantes con la miseria a que los demás campos de la sociedad son

sometidos. La corte se mantiene básicamente de los impuestos cobrados

de la población, sin embargo, el aumento excesivo de esos impuestos

acaba llevando al pueblo a la miseria total, aumentando así el número de

pordioseros en las calles de las grandes ciudades.

El desorden económico, el abuso de autoridad y la descompensación

de los gobernantes acaban atingiendo también a la nobleza, lo que se puede

verificar en los hidalgos pobres, que sólo se mantienen por la apariencia.

También la religiosidad es un gran marco para el teatro español,

ya que la religión está siempre presente y se manifiesta de manera muy

destacada en diversas formas de expresión a través de fiestas y ritos, o

mismo a través de la devoción a los santos y vírgenes. La religión católica

es la religión oficial del país y ejerce su poder de control e imposición de

reglas. El control ejercido por el Tribunal del Santo Oficio es una realidad

muy dura que los españoles tienen que enfrentar. Al lado de la religión, el

mayor valor moral de la sociedad es el honor, que es patrimonio de todos,

nobles y plebeyos.

Los espacios para la escena

En cuanto a los espacios para la escena de las piezas teatrales,

España cuenta con 3 principales corrales de comedias: el de la Cruz y el

del Príncipe, de primero, y más tarde el Coliseo del Buen Retiro, fundado

en 1640.

Los corrales de comedia son lugares estructurados y organizados

especialmente para recibir las piezas teatrales. Con la aparición del Coliseo

del Buen Retiro, se consigue aumentar la comodidad para el espectador,

además del coliseo ofrecer mejores condiciones acústicas y visuales.

También las posibilidades escénicas son mayores, una vez que el espacio

es mejorado.

El Palacio del Buen Retiro, por su configuración, se vuelve el centro

de diversiones del Rey y acaba acogiendo otros tipos de espectáculos como

de lucha de animales, de magia, de volatines o mismo juegos y prácticas

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deportivas. También los cortesanos utilizan el Buen Retiro como un lugar

para recreo, para promover fiestas, banquetes e incluso, lugar de galanteos.

Además de los espacios fijos, estructurados, el teatro es muchísimo

representado en las calles o en interiores, tales como casas particulares,

conventos o salones nobiliarios. Es muy frecuente la representación

religiosa, en especial los autos sacramentales representados en homenaje

al Corpus.

APARTADO 2 LOPE DE VEGA – EL FÉNIX DE LOS INGENIOS

Lope de Vega

Félix Lope de Vega y Carpio nace en Madrid,

el 25 de noviembre de 1562. Su padre tiene

ascendencia hidalga, lo que le proporciona cierta

comodidad económica y social, permitiéndole

estudiar y dedicarse desde muy temprano a las

letras, demostrando ya, desde niño su facilidad en

expresarse.

Desde muy joven su vida se basa en constantes

aventuras amorosas. Los amores y desamores de su

vida se ven reflejados en versos con un desfile de seudónimos creados para

sus amadas, tales como Amarilis, Filis, Marfisa, Camila Lucinda y Belisa. De

esos amores nacieron varios hijos. Marcela, la monja, será la que seguirá

la vocación del padre, escribiendo piezas teatrales so el nombre de Sor

Marcela de San Félix.

En su vida tumultuada, llena de aventuras y escándalos, Lope fue

soldado y luchó en La Invencible, se ordenó sacerdote a los 52 años y, a

pesar de toda una vida profana, demuestra gran devoción en sus escritos

religiosos.

Características

Lope de Vega fue nombrado por sus contemporáneos el Monstruo de

la Naturaleza y también el Fénix de los Ingenios. Su obra es muy extensa y el

Imagen disponible en: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:LopedeVega.jpg

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59UNIDADE 4

autor transita por los varios estilos poéticos, por la novela y principalmente

por el teatro.

Fue amigo de Francisco de Quevedo y, por consiguiente, enemigo de

Góngora. Miguel de Cervantes admiraba su obra. Su estilo creó escuela

y fue seguido por Tirso de Molina y por J. Ruiz Alarcón. Su manera de

hacer teatro es perfeccionada más tarde por Calderón de la Barca, que

estudiaremos en el próximo apartado.

Su importancia para el teatro nacional español se da, entre otros

motivos, por la creación de nuevas reglas para la conformación de la

escena teatral. En su Arte nuevo de hacer comedias (1609), el autor debate

los parámetros seguidos por el teatro italiano, que se basan el La Poética

(de Aristóteles). Por eso mismo es considerado el padre del Teatro Nacional

Español.

La poética italiana se basaba en las tres unidades propuestas por

Aristóteles: la unidad de acción (una única historia es contada), la unidad

de tiempo (todo ocurre en un mismo tiempo, corriente, que pase en 24h o

poco más que eso) y la unidad de lugar (todo debe trascurrir en un mismo

lugar o en espacios muy próximos o interligados entre sí). También se

utiliza la unidad de estilo o decoro, en la que se mantiene un mismo estilo

de escrita, o estructura métrica.

Lope de Vega, al mecer con las unidades poéticas, crea un nuevo

teatro, mezclando lo trágico con lo cómico; utilizando el imbroglio (contando

dos historias a la vez o varias, mezclando las historias de los nobles y los

plebeyos); pasando de los límites de tiempo, no deteniéndose a las 24h –

hay piezas suyas que cuentan la historia de la vida entera de un personaje,

rompiendo con el tiempo máximo estipulado y también descarta la unidad de

espacio, ya que sus piezas son ubicadas en varios espacios distintos en una

misma historia. Observe como estos cambios aún son utilizados en el teatro

hasta hoy. Si no fuera así, la perpetuación del teatro sería prácticamente

imposible debido a la dinámica que los días actuales exigen.

Además de todo, el autor caracteriza las acciones utilizando distintos

tipos de versos y estrofas para cada situación, rompiendo también con

la unidad de estilo o decoro: usa el romance cuando el personaje está

contando un hecho; la octava real cuando se está describiendo algo; en

los diálogos, utiliza las quintillas y redondillas; en cambios de ropas o para

expresar monólogos introspectivos, utiliza los soneto; en los casos de quejas

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o lamentos, utiliza las décimas.

Con todos los cambios que Lope de Vega produjo en la manera de

hacerse el teatro, el autor logró inventar un teatro tradicional y a la vez

popular, una vez que escribe con cierto rigor literario al mismo tiempo

que toma temas bastante populares que interesan al pueblo. En su libro

de ensayos sobre el teatro, Lope recomienda que la comedia debe tener

tan solo tres actos – en contra los cinco actos practicados hasta entonces y

sigue:

“En el acto primero ponga el caso,En el segundo enlace los sucesos,

De suerte que hasta medio del terceroApenas juzgue nadie lo que pasa.”

(Arte nuevo de hacer comedias, 1609)

En esta citación, comprendamos que el caso es el tema principal y

que la trama debe seguir sin que nadie sepa su desenlace hasta que llegue

al fin de la pieza teatral.

Las Obras

Los temas tratados por Lope son básicamente el amor, el honor y la

fe. Hay una discusión sobre el número de sus obras, porque en su época

no acostumbraba publicar sus obras, las obras eran compuestas solo para

la escena, el autor no reservaba para sí ninguna copia, de manera que los

ejemplares sufrían cortes y cambios por los actores y hasta mismo otros

autores. Así mismo la cifra no es ni un poco pequeña, pues se estima que

haya escrito más de 3.000 sonetos, además de novelas, novelas cortas,

epopeyas y poemas didácticos. Las piezas teatrales, se estima que llegaron

a 1.800, de las cuales se conservan aproximadamente 400 comedias y 40

autos.

La fecundidad de Lope se da muchas veces por el afán de entretener

a su público, sin preocuparse con la novedad de temas o de enredo, de

manera que algunos enlaces coinciden. Así es, por ejemplo, con Peribáñez

y el comendador de Ocaña (1610) que tiene un argumento muy semejante

al de Fuente Ovejuna (1612-1614). Sin embargo, esta considerada falta

de originalidad no le atinge al autor, ya que mantiene un público fiel,

preocupándose en especial con el público femenino.

Para que conozcas solo algunos títulos, citamos los más conocidos,

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además de los anteriores, se encuentran también La dama boba (1613),

Amar sin saber a quién (1620-1622), El mejor alcalde, el rey (1620-1623),

El caballero de Olmedo (1620-1625), El castigo sin venganza (1631), El

perro del hortelano, El villano en su rincón, El duque de Viseo o Lo fingido

verdadero, los poemas de Rimas Humanas (1602) y Rimas Sacras (1604), la

novela La Dorotea (1632), entre muchos otros.

Poemas

Te ofrecemos aquí algunos poemas de Lope. A la secuencia encuentras

dos sonetos del libro Rimas Humanas:

Rimas Humanas – 17Es la mujer del hombre lo más bueno,y locura decir que lo más malo,su vida suele ser y su regalo,su muerte suele ser y su veneno.

Cielo a los ojos, cándido y sereno,que muchas veces al infierno igualo,por raro al mundo su valor señalo,por falso al hombre su rigor condeno.

Ella nos da su sangre, ella nos cría, no ha hecho el cielo cosa más ingrata:es un ángel, y a veces una arpía.

Quiere, aborrece, trata bien, maltrata,y es la mujer al fin como sangría,que a veces da salud, y a veces mata.

El poema anterior, como se ve, es un soneto de rima ABBA, ABBA,

CDC, DCD, con versos endecasílabos y dodecasílabos. La rima 17 expresa

el valor dado a la mujer y a la vez los problemas que la mujer puede causar

en la vida de un hombre. Se juega con la dualidad, puesto que la mujer es

la vida y la muerte del hombre, lo lleva al cielo y al infierno, le da salud y lo

mata. También alguna dualidad lo expresa en el poema que sigue:

Rimas Humanas – 20Desmayarse, atreverse, estar furioso,áspero, tierno, liberal, esquivo,alentado, mortal, difunto, vivo,leal, traidor, cobarde y animoso;

no hallar fuera del bien centro y reposo,mostrarse alegre, triste, humilde, altivo,enojado, valiente, fugitivo,satisfecho, ofendido, receloso;huir el rostro al claro desengaño,

Sello conmemorativo Lope de Vega

(Firma de Lope de Vega)Disponible en: http://es.

wikipedia.org/wiki/Archivo:Lope_de_Vega_firma.png

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beber veneno por licor suave,olvidar el provecho, amar el daño;

creer que un cielo en un infierno cabe,dar la vida y el alma a un desengaño;esto es amor, quien lo probó lo sabe.

La rima 20 describe las varias fases por las que el amor puede pasar.

El poema es básicamente compuesto de verbos y adjetivos en los dos

cuartetos. Los pares se contraponen en antítesis, tales como áspero X tierno;

difunto X vivo; leal X traidor. En los tercetos hay paradojas que representan

las contradicciones del amor, tales como beber veneno como si fuera licor

suave o mismo amar el daño. Contradicciones del amor que sólo quien lo

probó podrá comprender.

APARTADO 3LA PROFUNDIDAD EN CALDERÓN DE LA BARCA

Nacido en una familia hidalga, Pedro

Calderón de la Barca viene al mundo el 17 de

enero de 1600, en Madrid. Su educación en un

colegio jesuita le proporcionó el contacto con

poetas clásicos latinos. Desarrolló sus estudios

universitarios en las Universidades de Alcalá y la

Universidad de Salamanca, estudiando Cánones

y Derecho hasta 1620. En 1623 se dio a conocer

como dramaturgo con su primera comedia, Amor,

honor y poder. En 1635 escribió El mayor encanto,

el amor, para la inauguración del teatro del palacio

del Buen Retiro.

Su pasaje por el ejército español le rindió una herida al tomar parte

en una campaña en contra una rebelión de Cataluña en contra la Corona,

en 1640. En 1642 sale del ejército y le presta servicios al duque de Alba,

a partir de entonces, estableciéndose en la Corte, obtuvo la tranquilidad

necesaria para su creación literaria. En 1651 se ordenó sacerdote y obtuvo la

Imagen disponible en: http://www.flg.es/HTML/Obras_5/DonPedroCalderondelaBarca_5109.htm

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capellanía de los Reyes Nuevos de Toledo. Vuelve a Madrid al ser nombrado

capellán de honor de su majestad, el Rey Felipe IV. Allí escribe diversas

obras para las fiestas del palacio. Muere en Madrid el 25 de mayo de 1681.

Obra

Si comparamos en términos numéricos la obra de Calderón de la

Barca a la obra de Lope de Vega, veremos que La Barca produjo un número

muchísimo inferior de obras. Sin embargo, en lo que toca a la calidad, hay

una superioridad notable, una vez que Lope no se preocupaba tanto con la

reflexión como La Barca. Eso hace con que se defina a la obra de La Barca

como menos abundante y más intenso. Su producción consta de ciento diez

comedias y ochenta autos sacramentales, loas, entremeses y otras obras

menores.

Su obra es a principio, la continuidad de las innovaciones de Lope de

Vega, principalmente en las obras llamadas “comedias de capa y espada”.

Sin embargo, en un estilo más personal, el autor aporta valores más poéticos

y simbólicos, con intensificación de los valores líricos y del contenido

ideológico. Este aporte somete la comedia nueva a un perfeccionamiento,

una vez que caracteriza sus personajes con una profundidad sicológica que

no aparece en la obra de Lope. De esta manera, el contenido, la técnica

arquitectónica, el tratamiento de los personajes hacen con que la novela

adquiera un mayor rigor constructivo y mayor profundidad conceptual. El

simbolismo, la estilización y la jerarquización de los personajes, hacen surgir

creaciones de valor universal tal como Segismundo, personaje principal de

La Vida es Sueño.

El honor, la monarquía o la religión tratados en la obra de Lope,

aparecen en Calderón con un tratamiento más reflexivo, una vez que el

autor se profundiza en los grandes problemas filosóficos y morales de la

época barroca.

Sus principales obras son clasificadas como comedias: de historia y

leyenda española (El Alcalde de Zalamea); de honor y de celos (El médico de

su honra); de capa y espada (La dama duende); filosóficas (La vida es sueño);

fantásticas y mitológicas (La hija del aire). Además, escribe dramas de honor

como El alcalde de Zalamea, A secreto agravio, secreta venganza, El pintor

de su deshonra o El médico de su honra, dramas y autos sacramentales como

El gran teatro del mundo. Dramas que recrean el conflicto entre libertad y

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destino como son El mayor monstruo, el mundo, Los cabellos de Absalón y

La cisma de Inglaterra (también aquí se incluyen La vida es sueño y La hija

del aire, por las características dramáticas y cómicas que las obras poseen).

Dramas religiosos, tales como El mágico prodigioso, La devoción de la Cruz

y El príncipe constante.

Su gran destaque, sin embargo, está en los autos sacramentales,

escribió alrededor de ochenta. La principal función de los autos sacramentales

era transmitir la teología al gran público, pues en ellos se resumen todas

las verdades esenciales del dogma y pensamiento católico. Los conceptos

abstractos de la teología son transformados por el autor en personajes –

o sea, hay el intenso uso de la alegoría. Entre los autos sacramentales

destacamos El gran teatro del mundo.

Además de estos tres grandes grupos de obras, Calderón cultiva otros

géneros menores, como la zarzuela, el entremés, la loa o la mojiganga.

El teatro de Calderón de la Barca

Lope de Vega, en sus construcciones, puso mayor acento en la trama

y el asunto, no habiendo en la historia un personaje de mayor destaque. Al

contrario, Calderón enfatiza la presencia de un héroe que prevalece sobre

los demás personajes, creándose el tipo universal del teatro de Calderón.

Calderón escribe en el auge de la literatura barroca, cuando todas las

tendencias estaban ya bien establecidas. En él confluyen culteranismo y

conceptismo. El lenguaje y el estilo en él son más complejos que en Lope.

Se utiliza de innumerables figuras como los paralelismos, contrastes, uso

intensificado de hipérboles y comparaciones, de símbolos y de la alegoría.

Los personajes son dotados de ilimitada violencia, rasgos desmesurados,

trazos muy marcados y se contraponen entre ellos, características que

denotan su condición barroca.

De las renovaciones implementadas por Calderón en el teatro

nacional español destacamos la simplificación de la trama, respetando más

la unidad de acción. El número de personajes decae y se da mayor peso a

los protagonistas, profundizando en su carácter sicológico, surgiendo así

un uso acentuado del monólogo para que los personajes se muestren más

íntimamente ante el público. También con eso se consigue una obra de

carácter más reflexivo, exigiendo mayor implicación del espectador sobre

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los conflictos planteados. Por último podemos destacar también la técnica

escenográfica que es perfeccionada en su obra, a través de la complicación

de los escenarios y consecuente exploración de esos recursos.

Para darte un cierto gusto, reproducimos abajo el final de El gran

teatro del mundo, en el momento en que los personajes son separados entre

aquellos que irán al infierno, al purgatorio o al cielo:

Sello conmemorativo Calderón de la Barca

Los espectaculares efectos del teatro cortesano

En torno a 1630 el conde-duque de Olivares mandó construir el palacio del Buen Retiro, un lugar destinado al recreo del monarca. Calderón de la Barca estrenó allí su obra El mayor encanto, amor. El escenario se dispuso en un islote situado en el centro de un estanque. El rey y la nobleza asistieron a dicha función subidos en diversos barcos, mientras el público lo observaba desde la orilla. Para la representación, Calderón contó con la ayuda de Cosimo Lotti, un escenógrafo italiano que preparó diversos efectos de magia mediante los cuales se simularon una tormenta, vuelos, metamorfosis, etc. Los palacios podían albergar las más complejas y espectaculares escenificaciones. La atención a estos efectos opone este tipo de representaciones a las de los corrales, que se consideraban un teatro esencialmente de palabra. No obstante, el teatro de corral se contagiará con el tiempo de esta espectacularidad y del gusto por los efectos mágicos en escena, que se hacen muy patentes en el XVIII. La importancia del escenógrafo era tal que, a menudo, se enfrentaba con los propios autores. En esta ocasión existieron entre Calderón y Lotti diversas discusiones sobre cómo debía representarse la obra. En ella, su autor plasmó veladamente y ante los ojos del propio monarca una crítica a la influencia que su privado Olivares ejercía sobre él.

Texto disponible en: http://www.kalipedia.com/lengua-castellana/

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RICO

¡Ay de mí! Que envuelto en fuego

caigo arrastrando mi sombra

donde ya que no me vea

yo a mí mismo, duras rocas

sepultarán mis entrañas

en tenebrosas alcobas.

DISCRECIÓN

Infinita gloria tengo.

HERMOSURA

Tenerla espero dichosa

[...] HERMOSURA

¡Qué ventura!

LABRADOR

¡Qué consuelo!

RICO

¡Qué desdicha!

REY

¡Qué victoria!

POBRE

Ya acabado tu papel,

en el vestuario ahora

del sepulcro iguales somos,

lo que fuiste poco importa.

RICO

¿Cómo te olvidas que a mí

ayer pediste limosna?

POBRE

¿Cómo te olvidas que tú

no me la diste?

HERMOSURA

¿Ya ignoras

la estimación que me debes

por más rica y más Hermosa?

DISCRECIÓN

En el vestuario ya

somos parecidas todas,

que en una pobre mortaja

no hay distinción de personas.

En este momento del Juicio Final, las condiciones y bienes materiales

son desechados y los valores morales se sobresalen, señalando a cada uno

su destino final – cielo, infierno o purgatorio, según dicta la religión católica,

seguida piamente por Calderón.

Lee el documental hecho en homenaje a Calderón de La Barca en la página del Centro Virtual Cervantes: http://cvc.cervantes.es/actcult/calderon/

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Estudiante: al fin de esta unidad debes ser capaz de reconocer las características básicas del Teatro Nacional Español. Conociste al padre de este teatro, Lope de Vega, y ahora ya sabes que este grande escritor tuvo

una creación muy prolífica que resultó en un teatro con rigor literario y a la vez popular. Conociste a Calderón de la Barca, otro grande nombre de la literatura,

también responsable por las transformaciones que dieron a las obras españolas gran proyección mundial. Sugerimos que sigas leyendo y buscando por más

informaciones de los dos autores, incluso, ¿por qué no? representando alguna pieza teatral de ellos.

1. Lee el libro Fuente Ovejuna, de Lope de Vega y contesta: (disponible en http://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/fuente-ovejuna--1/html/ )

a) ¿Cuál es el tema principal? b) ¿Cómo es tratado el tema del honor?

2. Lee el libro La vida es Sueño, de Calderón de la Barca y contesta:

a) ¿Cómo el tema del libre albedrío es relacionado a Segismundo?b) ¿Cuál es la contradicción entre el libre albedrío discutido y la manera como la vida de Segismundo es conducida hasta que es descubierto?

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Miguel De Cervantes Y La Obra Maestra De La Literatura Española

ObjetivOs De aprenDiZaje ■ Conocer al autor Miguel de Cervantes

■ Comprender la importancia de la obra de Cervantes para la Literatura

Española

■ Conocer la obra Don Quijote de la Mancha

GUiÓn De estUDiOs ■ APARTADO 1 - Miguel De Cervantes, El Quijote

■ APARTADO 2 - La obra del Maestro

■ APARTADO 3 - El Ingenioso Hidalgo Don Quijote

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Melissa Andres FreitasValeska Gracioso Carlos

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PARA INICIAR LA CHARLA

Dedicado estudiante: llegamos al punto cumbre de la Literatura del

Siglo de Oro con la apreciación de la obra del maestro Miguel de Cervantes.

En esta unidad podrás conocer la magnitud e indudable capacidad

crítica e inventiva de Cervantes, con un conjunto extraordinario de obras.

Tendrás la oportunidad de acercarte a la que es considerada la mayor

obra de la historia de la Literatura Española y una de las mayores de la

Literatura Universal: Don Quijote de la Mancha. Así que podrás enterarte

de los motivos por los cuales los personajes principales siguen vivos hasta

hoy en letras de canciones, en piezas teatrales, en adaptaciones fílmicas, en

personajes de programas televisivos o mismo en otras expresiones de arte,

tales como innúmeras pinturas en tela, dibujos animados, esculturas, etc.

¡Qué el espíritu quijotesco te toque y te conmueva!

APARTADO 1 MIGUEL DE CERVANTES, EL QUIJOTE

Miguel de Cervantes Saavedra nació en Alcalá de Henares en el

año de 1547. Cuarto hijo de los siete que tuvieron el cirujano Rodrigo

Cervantes y Leonor Cortinas, pasó su adolescencia y mocedad en

Valladolid, Madrid y ciudades de Andalucía. Embarca para Italia, a los

22 años, al servicio del cardenal Acquaviva, se alista como soldado y hace

parte de la batalla de Lepanto, en la cual recibe heridas en el pecho y en

la mano izquierda, hecho que se enorgullecerá hasta su muerte.

Tras otras batallas resuelve volver a España y en su retorno su nave

es asaltada por piratas berberiscos, que le llevan a Argel donde se queda

prisionero por más de cinco años. Rescatado por los padres trinitarios,

regresa a España en 1580. En 1584 se casa con Catarina de Salazar y

Palacios, consigue un cargo en la administración pública años después,

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sin embargo, debido a un error de cuentas es llevado a la cárcel en Sevilla,

pero por poco tiempo.

Se traslada a Valladolid en 1603, donde un nuevo hecho le llevó a

nuevas complicaciones judiciales: un hombre fue asesinado frente a su

casa. Los últimos años de vida los pasa en Madrid. Muere el 23 de abril

de 1616 con 69 años.

Podemos decir que su vida influyó por demasiado en su obra, tuvo

una fase heroica, una fase sinsabores y otras de privaciones. No tuvo gran

éxito en vida, aunque la publicación del Quijote le proporcionó fama, su

éxito tardío no le alivió sus dificultades financieras. Sin embargo, supo

superar las adversidades de la vida gracias a su nobleza de espíritu, su

paciencia y optimismo.

Cervantes fue un hombre culto, conocedor profundo de las doctrinas

renacentistas y de los escritores italianos y españoles más importantes de

su tiempo. Conocía las obras de Aristóteles, Platón, Horacio, entre otros

filósofos. Por lo tanto, aunque no fuera un erudito, tampoco ignoraba

la esencia de todo pensamiento humanístico. No podemos olvidar que

en Italia, donde pasó seis años, tuvo una fuerte formación literaria y

lingüística.

APARTADO 2LA OBRA DEL MAESTRO

La obra de Cervantes es amplia, se extiende entre poesía, teatro y

novela, siendo esta última el género con lo cual mejor se sobresalió.

Las primeras expresiones literarias de Cervantes fueron las poesías.

En la poesía siempre se mostró perfeccionista cuanto a la forma, le

gustan los sonetos y las formas populares, pero tenía consciencia de que

sus poesías no estaban en la altura de su obra en prosa. De hecho sus

poesías no tienen nada de innovador, están más arraigadas al pasado que

a las corrientes novedosas del Pre barroco. Vale resaltar que gran parte

de sus versos, con todo están intercalados en su obra en prosa como, por

ejemplo, en el Quijote.

En el teatro tampoco participa de innovaciones como las que propuso

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Lope de Vega en el siglo XVII, su obra teatral está más relacionada a la

tradición popular anterior y al teatro humanista. Aunque no innovadora,

la producción teatral de Cervantes es superior a su producción poética.

Por lo tanto, no podemos negar su perfección en las escenas y en los

dos tipos de teatro a los cuales se dedicó: comedia y entremés 3. Entre

las comedias podemos citar Pedro de Urdemalas, que trata la historia de

un pícaro y entre los entremeses, El retablo de la maravilla, La guarda

cuidadosa y El juez de los divorcios.

No hay duda de que fue en las novelas que Cervantes dejó su marca

por la eternidad. Un tanto difícil es establecer una cronología a cerca

de sus obras antes del 1600. Lo cierto es que La Galatea fue su primera

novela. Escrita en 1585, La Galatea, es una novela pastoril nada diferente

del género en boga. El mérito de la obra es que nos revela características

del autor y su conocimiento de filosofía y su devoción a las ideas del

Renacimiento.

Las doce Novelas Ejemplares aparecieron en 1613, juntamente con

la segunda parte del Quijote. Cervantes se basa en el concepto de novela

de Italia, pero pronto pasa a reformularlo hasta hacerlo único y suyo. Se

pueden agrupar las Novelas Ejemplares en dos fases. Las primeras tienen

los ideales italianos y alcanzaron éxito en su época. Estas son consideradas

idealistas, y tratan de temas como el amor, personajes idealizados y sin

profundidad psicológica. Las segundas son más auténticas y realistas,

retratan con sátira y humor determinados ambientes, ofreciendo a veces

una visión picaresca de la situación.

Sin embargo, su obra universal es El Quijote, el libro más famoso

de la Literatura Española, lo cual veremos a seguir.

3 Pieza dramática jocosa y de un solo acto, que solía representarse entre una y otra jornada de la comedia, y primitivamente alguna vez en medio de una jornada. (www.rae.es)

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APARTADO 3 EL INGENIOSO HIDALGO DON QUIJOTE

Don Quijote por Pablo Picasso (1955)Disponible en: http://en.wikipedia.org/wiki/

File:Donquixote.JPG

La primera parte de El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha

apareció en 1605 y solamente diez años después aparece la segunda

parte.

La historia de Don Quijote es la de un hidalgo manchego, don

Alonso Quijano, que se vuelve loco por tanto leer libros de caballerías, y

tomando el nombre de don Quijote, abandona su aldea y sale al campo,

acompañado de su fiel escudero, Sancho Panza, en defensa de los débiles

y oprimidos. Su dama será Doña Dulcinea de Toboso, nombre creado por

él para la aldeana Aldonza Lorenzo, de quien estuvo enamorado. En sus

salidas se encuentra en muchas aventuras, sin embargo sus fantasías son

desmentidas por la dura realidad.

Don Quijote aspira mejorar a la humanidad, traer la justicia a los

oprimidos. Es un hombre flaco, culto y gran lector. En contra partida,

Sancho Panza es analfabeto, gordo, hombre del campo y materialista.

Sancho es un bruto, come por demasiado, tiene problemas digestivos,

pero es él que ayuda a su amo en sus aventuras, que le cura las heridas, le

hace la comida, lleva y trae recados y, muchas veces, debido a su astucia

de hombre del pueblo, aleja don Quijote de problemas. Es Sancho que

trae a Quijote a la realidad, pues la ve como ella es. Ve ovejas mientras

Don Quijote ve ejércitos, ve molinos cuando Quijote ve gigantes, ve las

ventas donde Quijote ve castillos.

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Este dualismo entre lo real y lo ideal traído en la obra por la lucha

entre el idealismo representado por Quijote y el materialismo representado

por Sancho Panza es una de las características más importantes de El

Ingenioso Hidalgo Don Quijote. Además resaltamos todo el humor e ironía

que rellenan la novela a partir de las frustrantes aventuras del hidalgo.

Cervantes nos hace ver que las novelas de caballería son algo pasado

de moda, pues Quijote es ridículo una vez que los caballeros andantes

pertenecen a la Edad Media. En el prólogo de su libro, Cervantes dice

que el Quijote está escrito para acabar con el gusto por las novelas de

caballería, pero sería ingenuo de nuestra parte pensar que el libro tenga

solamente esta finalidad. Lo que sí muestra Cervantes fue el dualismo

entre el idealismo representado por don Quijote y el materialismo

representado por Sancho Panza.

Otra característica fundamental del prólogo de la novela de Cervantes

es la innovación hecha por Cervantes al llamar la atención del lector para

leer el libro. Además insulta al lector llamándolo de desocupado. Para

que comprendas mejor el Prólogo de El Ingenioso Hidalgo Don Quijote,

te presentamos a seguir un trecho de él.

Desocupado lector, sin juramento me podrás creer que quisiera que este libro, como hijo del entendimiento, fuera el más hermoso, el más gallardo y más discreto que pudiera imaginarse. Pero no he podido yo contravenir al orden de naturaleza; que en ella cada cosa engendra su semejante. Y así, ¿qué podrá engendrar el estéril y mal cultivado ingenio mío, sino la historia de un hijo seco, avellanado, antojadizo y lleno de pensamientos varios y nunca imaginados de otro alguno, bien como quien se engendró en una cárcel, donde toda incomodidad tiene su asiento y donde todo triste ruido hace su habitación? El sosiego, el lugar apacible, la amenidad de los campos, la serenidad de los cielos, el murmurar de las fuentes, la quietud del espíritu son grande parte para que las musas más estériles se muestren fecundas y ofrezcan partos al mundo que le colmen de maravilla y de contento. Acontece tener un padre un hijo feo y sin gracia alguna, y el amor que le tiene le pone una venda en los ojos para que no vea sus faltas, antes las juzga por discreciones y lindezas y las cuenta a sus amigos por agudezas y donaires. Pero yo, que, aunque parezco padre, soy padrastro de Don Quijote, no quiero irme con la corriente del uso, ni suplicarte, casi con las lágrimas en los ojos, como otros hacen, lector carísimo, que perdones o disimules las faltas que en este mi hijo vieres; y ni eres su pariente ni su amigo, y tienes tu alma en tu cuerpo y tu libre albedrío como el más pintado, y estás en tu casa, donde eres señor de ella, como el rey de sus alcabalas, y sabes lo que comúnmente se dice: “que debajo de mi manto, al rey mato”. Todo lo cual te esenta y hace libre de todo respecto y obligación; y así, puedes decir de la historia todo aquello que te pareciere, sin temor que te calumnien por el mal ni te premien por el bien que dijeres de ella.

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Algunos críticos llegaron a afirmar que no fue Cervantes que creó al

Quijote y sino Quijote que creó a Cervantes. Lo que podemos afirmar es

que El Ingenioso Hidalgo Don Quijote fue traducido a cerca de 50 idiomas.

Es considerada la segunda obra más traducida de la literatura universal,

después de la Biblia. Además, influyó a muchos nombres de la literatura

universal como James Joyce, Herman Melville, Gustave Flaubert, Walter

Scott, Charles Dickens, Fiódor Dostoievski, Jorge Luis Borges, entre

otros. Puedes encontrar la figura del Quijote en la cultura brasileña, en

músicas, en piezas teatrales, en esculturas y mismo en adaptaciones para

la televisión.

Lo que te presentamos a seguir es un fragmento del Capítulo 8 en

lo cual don Quijote traba una lucha contra los molinos de viento. ¡Y qué

disfrutes de la lectura!

Disponible en: http://blog.educacional.com.br/chrisespanhol/

Sólo quisiera dártela monda y desnuda, sin el ornato de prólogo, ni de la inumerabilidad y catálogo de los acostumbrados sonetos, epigramas y elogios que al principio de los libros suelen ponerse. Porque te sé decir que, aunque me costó algún trabajo componerla, ninguno tuve por mayor que hacer esta prefación que vas leyendo. Muchas veces tomé la pluma para escribille, y muchas la dejé, por no saber lo que escribiría; y, estando una suspenso, con el papel delante, la pluma en la oreja, el codo en el bufete y la mano en la mejilla, pensando lo que diría, entró a deshora un amigo mío, gracioso y bien entendido, el cual, viéndome tan imaginativo, me preguntó la causa; y, no encubriéndosela yo, le dije que pensaba en el prólogo que había de hacer a la historia de don Quijote, y que me tenía de suerte que ni quería hacerle, ni menos sacar a luz las hazañas de tan noble caballero.

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Del buen suceso que el valeroso don Quijote tuvo en la espantable

y jamás imaginada aventura de los molinos de viento, con otros sucesos

dignos de felice recordación.

En esto, descubrieron treinta o cuarenta molinos de viento que hay en aquel campo; y, así como don Quijote los vio, dijo a su escudero:

-La ventura va guiando nuestras cosas mejor de lo que acertáramos a desear, porque ves allí, amigo Sancho Panza, donde se descubren treinta, o pocos más, desaforados gigantes, con quien pienso hacer batalla y quitarles a todos las vidas, con cuyos despojos comenzaremos a enriquecer; que ésta es buena guerra, y es gran servicio de Dios quitar tan mala simiente de sobre la faz de la tierra.

-¿Qué gigantes? -dijo Sancho Panza.

-Aquellos que allí ves -respondió su amo- de los brazos largos, que los suelen tener algunos de casi dos leguas.

-Mire vuestra merced -respondió Sancho- que aquellos que allí se parecen no son gigantes, sino molinos de viento, y lo que en ellos parecen brazos son las aspas, que, volteadas del viento, hacen andar la piedra del molino.

-Bien parece -respondió don Quijote- que no estás cursado en esto de las aventuras: ellos son gigantes; y si tienes miedo, quítate de ahí, y ponte en oración en el espacio que yo voy a entrar con ellos en fiera y desigual batalla.

Y, diciendo esto, dio de espuelas a su caballo Rocinante, sin atender a las voces que su escudero Sancho le daba, advirtiéndole que, sin duda alguna, eran molinos de viento, y no gigantes, aquellos que iba a acometer. Pero él iba tan puesto en que eran gigantes, que ni oía las voces de su escudero Sancho ni echaba de ver, aunque estaba ya bien cerca, lo que eran; antes, iba diciendo en voces altas: -Non fuyades, cobardes y viles criaturas, que un solo caballero es el que os acomete.

Levantóse en esto un poco de viento y las grandes aspas comenzaron a moverse, lo cual visto por don Quijote, dijo:

-Pues, aunque mováis más brazos que los del gigante Briareo, me lo habéis de pagar.

Y, en diciendo esto, y encomendándose de todo corazón a su señora Dulcinea, pidiéndole que en tal trance le socorriese, bien cubierto de su rodela, con la lanza en el ristre, arremetió a todo el galope de Rocinante y embistió con el primero molino que estaba delante; y, dándole una lanzada en el aspa, la volvió el viento con tanta furia que hizo la lanza pedazos, llevándose tras sí al caballo y al caballero, que fue rodando muy maltrecho por el campo. Acudió Sancho Panza a socorrerle, a todo el correr de su asno, y cuando llegó halló que no se podía menear: tal fue el golpe que dio con él Rocinante.

-¡Válame Dios! -dijo Sancho-. ¿No le dije yo a vuestra merced que

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mirase bien lo que hacía, que no eran sino molinos de viento, y no lo podía ignorar sino quien llevase otros tales en la cabeza?

-Calla, amigo Sancho -respondió don Quijote-, que las cosas de la guerra, más que otras, están sujetas a continua mudanza; cuanto más, que yo pienso, y es así verdad, que aquel sabio Frestón que me robó el aposento y los libros ha vuelto estos gigantes en molinos por quitarme la gloria de su vencimiento: tal es la enemistad que me tiene; mas, al cabo al cabo, han de poder poco sus malas artes contra la bondad de mi espada.

-Dios lo haga como puede -respondió Sancho Panza.

Y, ayudándole a levantar, tornó a subir sobre Rocinante, que medio despaldado estaba. Y, hablando en la pasada aventura, siguieron el camino del Puerto Lápice, porque allí decía don Quijote que no era posible dejar de hallarse muchas y diversas aventuras, por ser lugar muy pasajero; sino que iba muy pesaroso por haberle faltado la lanza; y, diciéndoselo a su escudero, le dijo:

-Yo me acuerdo haber leído que un caballero español, llamado Diego Pérez de Vargas, habiéndosele en una batalla roto la espada, desgajó de una encina un pesado ramo o tronco, y con él hizo tales cosas aquel día, y machacó tantos moros, que le quedó por sobrenombre Machuca, y así él como sus decendientes se llamaron, desde aquel día en adelante, Vargas y Machuca. Hete dicho esto, porque de la primera encina o roble que se me depare pienso desgajar otro tronco tal y tan bueno como aquél, que me imagino y pienso hacer con él tales hazañas, que tú te tengas por bien afortunado de haber merecido venir a vellas y a ser testigo de cosas que apenas podrán ser creídas.

-A la mano de Dios -dijo Sancho-; yo lo creo todo así como vuestra merced lo dice; pero enderécese un poco, que parece que va de medio lado, y debe de ser del molimiento de la caída.

-Así es la verdad -respondió don Quijote-; y si no me quejo del dolor, es porque no es dado a los caballeros andantes quejarse de herida alguna, aunque se le salgan las tripas por ella.

-Si eso es así, no tengo yo qué replicar -respondió Sancho-, pero sabe Dios si yo me holgara que vuestra merced se quejara cuando alguna cosa le doliera. De mí sé decir que me he de quejar del más pequeño dolor que tenga, si ya no se entiende también con los escuderos de los caballeros andantes eso del no quejarse.

No se dejó de reír don Quijote de la simplicidad de su escudero; y así, le declaró que podía muy bien quejarse, como y cuando quisiese, sin gana o con ella; que hasta entonces no había leído cosa en contrario en la orden de caballería. Díjole Sancho que mirase que era hora de comer. Respondióle su amo que por entonces no le hacía menester; que comiese él cuando se le antojase. Con esta licencia, se acomodó Sancho lo mejor que pudo sobre su jumento, y, sacando de las alforjas lo que en ellas había puesto, iba caminando y comiendo detrás de su amo muy de su espacio, y de cuando en cuando empinaba la bota, con tanto gusto, que le pudiera envidiar el más regalado bodegonero de Málaga. Y, en tanto que él iba de

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aquella manera menudeando tragos, no se le acordaba de ninguna promesa que su amo le hubiese hecho, ni tenía por ningún trabajo, sino por mucho descanso, andar buscando las aventuras, por peligrosas que fuesen. (…)

Te recomendamos que leas el Capítulo 8 por completo. Las dos

partes del Quijote encontrarás en la plataforma.

Si todavía no te has dado cuenta de la importancia que Don Quijote tiene en la lengua y la cultura española, observa la entrada del término quijote en el diccionario:

quijote2. m. Hombre que antepone sus ideales a su conveniencia y obra desinteresada y comprometidamente en defensa de causas que considera justas, sin conseguirlo.

(Diccionario de la Real Academia Española)

El Ministerio de Cultura del Gobierno de España ofrece un ejemplar interactivo del Libro Don Quijote de la Mancha, vete a: http://www.bne.es/es/Colecciones/Cervantes/Quijoteinteractivo/index.html

- Asiste a una de las adaptaciones fílmicas del Quijote, puedes encontrar los títulos en: http://www.uhu.es/cine.educacion/cineyeducacion/donquijote.htm

- El grupo español Mago de Oz tiene una canción llamada Quijote y Sancho y otra llamada Ancha es Castilla en las cuales se refieren a Don Quijote;

- El artista mexicano Octavio Ocampo tiene una serie de pinturas relacionadas a Don Quijote en las que puedes ver las figuras en varios planes distintos, por cuenta de ilusiones de ótica, búscalas en www.octavioocampo.com.mx

- ¿Ya te diste cuenta de la presencia del Quijote también en la cultura brasileña? Puedes encontrar en:

- La música “Dom Quixote” – Os Mutantes: hay una referencia rápida en la música Quebra Cabeça Sem Luz de Osvaldo Montenegro y en la música Agalopado del mismo artista, el tema quijotesco es contemplado;

- La “minissérie” Hoje é dia de Maria – 2ª Jornada (Globo Produções), a través del personaje interpretado por Rodrigo Santoro, Dom Chico Chicote. Puedes verlo en http://hojeediademaria.globo.com/Hojeediademaria2/home_personagens.html

- Las obras de muchos artistas brasileños, entre ellos el pintor Carlos Carretero: http://carloscarretero.blogspot.com/

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- Conoce mucho más sobre la obra y lo que se escribe sobre ella en la página del Centro Virtual Cervantes (homenaje al propio Miguel de Cervantes). En esta página, dedicada al mundo de las letras hispánicas, puedes también divertirte y perfeccionar tu desarrollo en la lengua española, por lo que merece la pena conocerla: http://cvc.cervantes.es

- También en la Internet puedes conocer la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, otro homenaje al autor: http://www.cervantesvirtual.com/

En esta unidad tuviste la experiencia de acercarte a un autor que sigue vivo a través de su obra y que creó dos de los personajes más famosos de la Literatura Universal: Miguel de Cervantes y sus Don Quijote y Sancho Panza.

Tuviste indicaciones de muchos medios de expresión para conocer más sobre el Quijote y también la oportunidad de leer la obra. Esperamos que

con eso te sientas más cerca de la pasión española por sus personajes más representativos y principalmente, tengas el gusto de seguir leyendo y conociendo

cada vez más sobre esta literatura.

1. García López en su libro Historia de la Literatura Española afirma sobre Cervantes: “La tragedia de don Quijote es la suya misma.” (p. 284) Compara la vida de Cervantes con el Prólogo del Quijote y justifica tal afirmación.

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2. ¿Qué características llevaran la obra de Cervantes a ser considerada una obra maestra (re)conocida mundialmente? Escribe un comentario y envíalo a tu tutor.

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El Romanticismo

ObjetivOs De aprenDiZaje ■ Conocer el fenómeno histórico y cultural que opera en Europa en el siglo

XIX.

■ Comprender el contexto en lo cual generó el Romanticismo en España.

■ Estudiar las principales obras y autores del período y sus particularidades,

relacionándolas con el contexto histórico en que fueron producidas.

■ Identificar las principales características del movimiento romántico en las

obras literarias.

GUiÓn De estUDiOs ■ APARTADO 1 - Contexto histórico: el Romanticismo en Europa y en España

■ APARTADO 2 - José de Espronceda

■ APARTADO 3 - Gustavo Adolfo Bécquer

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Melissa Andres FreitasValeska Gracioso Carlos

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PARA INICIAR LA CHARLA

En este apartado conocerás todo un movimiento que abarcará no sólo

la literatura, sino todos los aspectos de cultura de la época como la política,

las artes, las modas. De hecho, el Romanticismo viene a crear una nueva

manera de encarar la vida, o sea, consiste en una nueva actitud frente a la

vida.

Sabemos que ya estudiaste el Romanticismo en la Literatura Portuguesa,

en la Literatura Brasileña y mismo en la Literatura Hispanoamericana. El

origen y las influencias son las mismas, Europa, y las nuevas tendencias

en Alemania, Inglaterra y Francia, sin embargo, cada país tiene sus

especificidades, características y autores, lo que nos trae rasgos típicos y

novedosos en España.

Para enterarte de lo que fue el Romanticismo en España repasaremos

el ideal romántico que nos brinda Europa y adelante nos profundaremos en

el Romanticismo Español, sus obras y sus autores más representativos.

APARTADO 1 CONTEXTO HISTÓRICO: EL ROMANTICISMO EN EUROPA Y EN ESPAÑA

El Ideal Romántico en Europa

Como ya has estudiado, podemos decir que el Romanticismo es

un movimiento espiritual que se produce en toda Europa en la primera

mitad del siglo XIX en reacción al racionalismo neoclásico. Muchas

fueron las transformaciones en Europa en esa época, los gobiernos

absolutistas fueron sustituidos por el liberalismo político, la Ilustración

y la Revolución Industrial cambiaron la vida en las grandes ciudades, y

además, la Revolución Francesa y sus principios de Libertad, Igualdad

y Fraternidad hizo cambios profundos en el pensamiento del siglo XIX.

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Debemos recordar que todo y cualquier cambio ocurre de modo

gradual y lento. De esta forma, en los primeros decenios tenemos todavía

algunas características que corresponden al ideal neoclásico, y así

podemos dividir el Romanticismo en dos diferentes periodos. El primero

como arcaizante, tradicionalista y cristiano, ya el segundo como liberal

y revolucionario, cuyo ideal era combatir todos los dogmas morales,

políticos y estéticos hasta entonces existentes.

El hombre romántico

Una de las características fundamentales del hombre romántico es

el egocentrismo. El Romanticismo equivale a la rebelión del individuo,

pues, es él, el hombre, el centro de toda la vida espiritual. De ahí viene

la libertad en todos los niveles de existencia, que se refleja en todas las

manifestaciones de la época. El hombre romántico tiene la libertad de

exponer sus puntos de vista, intervenir en el gobierno y luchar a favor de

sus creencias. Se instaura la pasión y el instinto como las leyes de la vida,

se libra de las trabas de la razón y de la religión, tiene una naturaleza

libre y espontánea. No se avergüenza en exponer sus sentimientos y

emociones, lo que lo acarrea al mismo tiempo un fuerte entusiasmo o un

pesimismo morboso. Para algunos son estos sentimientos depresivos de

melancolía, soledad, nostalgia, desesperación que mejor caracterizan al

periodo.

El romántico siente la vida como un problema que no está a su

alcance, no sabe cómo lidiar con cuestiones sobrenaturales que le escapan

a su conocimiento racional, la idea de destino al cuál no puede escapar

y el conocimiento de la idea de infinito, no conocida antes, le llevan a

la desesperación y al desequilibrio. El choque que el hombre romántico

tiene en relación a la realidad que le cerca le trae consecuencias severas.

El mundo idealizado por él ya no existe y el mundo real no satisface a su

espíritu, de esta forma, se siente inadaptado e intenta huir.

La Literatura

La libertad y el individualismo del hombre romántico se refleja en

la literatura. Se proclama la libertad de creación, sin reglas ni trabas. El

escritor se deja llevar por su inspiración, sus sentimientos y sus instintos.

En la poesía surgen nuevos tipos de versificación, de estrofas y

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ritmos. En el teatro se olvidan las tres unidades estables: lugar, tiempo y

acción. La acción puede ocurrir en distintos lugares, tardar muchos años

o desdoblarse en historias paralelas.

El arte enfoca el particular e individual, lo único y excepcional,

todo que escapa a lo racional. Desaparece la noción de arte moralizador,

el romántico no está preocupado en juzgamientos, sino en expresar

sus emociones y sensibilizar a su lector a través de los más diversos

sentimientos como el entusiasmo, la sorpresa o el terror.

Hay una variedad de temas, sin embargo, la intimidad del autor, sus

miedos e inseguridades, sus deseos y sus afanes, son el tema capital del

Romanticismo. La naturaleza clásica y bucólica, estática y armoniosa se

ve sustituida por una nueva concepción de paisaje más condecente con las

inquietudes de la época. El mar tempestuoso, las selvas impracticables,

la noche oscura, la luna y los ambientes sepulcrales se adaptan más a la

melancolía del poeta.

Con los ideales del Romanticismo se crean los Ateneos o centros

de cultura donde se dan cursos libres y se discuten temas literarios. Los

escritores también se reúnen en cafés para las tertulias literarias.

Los motivos exóticos también están presentes en la temática

romántica, principalmente lo que dice respecto a los temas árabes con su

colorido brillante y los nórdicos, celtas o germánicos, con sus leyendas

mitológicas y misteriosas selvas.

Se vuelve a la temática de la Edad Media, pero vista como época

de la fantasía y ensueño, de caballeros andantes y leyendas milagrosas.

La exaltación de lo nacional y popular corresponde también al

individualismo de la época, pues el romántico afirma a su “yo” y todo lo

que le cerca.

La inquietud espiritual hace con que surjan grandes preocupaciones

filosóficas y políticas. Temas como Dios, el alma, el sentido de la vida y

de la muerte, además la idea de destino como entidad que determina la

existencia humana están presentes en innúmeras obras. Junto a ello, está

la preocupación con el bienestar de la humanidad o del pueblo y la idea

de progreso de la nación.

El estilo romántico está íntimamente relacionado a la personalidad

del autor. Se busca algo original y sorprendente. El sentido de la perfección

se reemplaza por una expresión intensa y emotiva, pues el objetivo es

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conmover a su público. De ahí el Romanticismo abarcar no sólo una selecta

minoría culta, sino una amplia audiencia, entre ellos los burgueses y la

clase media. Debemos recordar que los escritores románticos tuvieron el

auxilio de la prensa, una vez que alcanzaron popularidad por medio de

los periódicos de la época.

EL ROMANTICISMO EN ESPAÑA

El Romanticismo es introducido lentamente en España. En 1814 se

difunden los ideales románticos en la península, pero se considera 1835

el año marco de este periodo literario, con la obra teatral Don Álvaro de

Duque de Rivas.

El movimiento romántico llega a España por dos caminos a través

de Cataluña con un aporte más tradicionalista e histórico y a través de

Andalucía y luego Madrid, que incorporan la tendencia revolucionaria e

ideológica.

Con todo, la producción romántica solo adquiere fuerza a partir

del segundo tercio del siglo XIX, pero durante estas primeras décadas

obtuvieron gran éxito las traducciones de las obras románticas universales

como las de Byron, Walter Scott y Hugo.

En 1808 España pasaba por el conflicto denominado Guerra de la

Independencia, en el cual reaccionaba contra las tropas napoleónicas.

Además, estaba en crisis el antiguo sistema monárquico absolutista de

Fernando VII. Durante ese periodo de represiones absolutistas contra

los políticos liberales se creó un nuevo clima espiritual y un entusiasmo

patriótico en el país. Viéndose obligados a huir de España, algunos

letrados como Martínez de la Rosa, el Duque de Rivas, Espronceda,

Alcalá Galiano, se fueron al extranjero donde tuvieron la oportunidad

de ponerse al contacto con las tendencias europeas. De este modo, el

comienzo del periodo romántico por excelencia en la Literatura Española

coincide con el fin del absolutismo y la vuelta de los emigrados españoles

entre 1832 y 1834.

Podemos dividir el Romanticismo en España en tres generaciones.

La primera representada por el periodista Mariano José de Lara, el

dramaturgo y poeta Duque de Rivas, y el lírico José de Espronceda. La

segunda a través de la poesía lirica, narrativa y teatro de José Zorrilla. La

tercera y un poco tardía está representada por Gustavo Adolfo Bécquer y

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la escritora gallega Rosalía de Castro.

Para que comprendas mejor el Romanticismo español te traemos dos

autores y algunas de sus obras. Te presentamos en el próximo apartado

a Espronceda y en el tercero a Bécquer. ¡Te deseamos buenas lecturas!

APARTADO 2JOSÉ DE ESPRONCEDA

Nacido el 25 de marzo de 1808 en

Almendralejo (Badajoz), José Ignacio Javier

Oriol Encarnación de Espronceda y Delgado

fue considerado el más célebre escritor y poeta

romántico español. José de Espronceda, como

pasó a ser conocido, fue hijo de una familia

hidalga, desde muy temprano tenía aficiones

por la literatura y la política. Llegó a fundar dos

organizaciones estudiantiles para defender la

libertad, motivo por lo cual fue encerrado en el

convento de Guadalajara. Los acontecimientos

políticos del país lo hicieron viajar por varios

lugares, entre ellos Gibraltar, Lisboa y Londres.

En Londres misma, conoció a Teresa Mancha, la que vendrá

a convertirse en una especie de musa inspiradora. Su romance fue

conturbado, por lo que Espronceda tuvo que raptar a Teresa, ya que había

casado con un comerciante por órdenes de su padre mientras Espronceda

estaba de viaje.

Sus acciones políticas lo hicieron fugarse de varios sitios, como un

destierro en Cuéllar (1834), con posterior traslado a Badajoz. Se rebeló

contra el gobierno de Toreno y mientras estuvo en Madrid, participó

activamente de los círculos literarios de allí. En sus experiencias, mantuvo

contacto con la poesía romántica europea (Byron, Scott) lo que le influyó

e hizo con que su producción fuera direccionada hacia un romanticismo

exaltado, repleto de ritmo, color y fantasía.

Publicó una novela histórica (Sancho Saldaña, 1834), varias

Disponible en: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Jose_de_espronceda.jpg

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comedias y un drama histórico (Blanca de Borbón), sin embargo fue

la lírica que lo llevó al gusto del público, a través de publicaciones en

varios diarios y revistas. En su poema El estudiante de Salamanca, el

autor revisita el mito literario Don Juan haciendo con que este personaje

enfrente a la sociedad y a Dios de manera rebelde. También el largo

poema El diablo mundo llama la atención por la visión épica y moral de

su España contemporánea.

En su vida conturbada, llegó a participar de la guardia real, años

más tarde, en 1840, fue elegido diputado y luego fue nombrado secretario

de la legación española en La Haya. Se muere súbitamente de garrotillo,

en 1842. Siendo considerado uno de los mayores poetas de la época, su

entierro movió multitudes.

Observa lo que se habla sobre su obra:

Se considera a Espronceda el poeta romántico español por excelencia a causa de su talante byroniano. En efecto, su poesía presenta ecos de la de Lord Byron, sobre todo en sus dos poemas narrativos más extensos: El estudiante de Salamanca, sobre el tema del seductor donjuanesco, que se puede considerar como un acabado exponente del género romántico leyenda, considerado el mejor poema en su género del siglo XIX, y el incompleto El Diablo Mundo (1841), heterogéneo poema filosófico en donde describe al hombre como un ser de inocencia natural que sufre la realidad social y sus maldades, en el que se incluye el famoso «Canto a Teresa», dedicado a su amante Teresa Mancha, una de las más grandes elegías amorosas. También escribió gran cantidad de poemas cortos que denominó ‘Canciones’, de entre los que destaca como el más conocido la «Canción del pirata»; también figuran «A Jarifa en una orgía», «El verdugo», «El mendigo», «El reo de muerte» o «Canción del cosaco». Todos estos poemas se inspiran en personajes marginados o excluidos de la sociedad, con lo que por primera vez aparece claramente formulado el tema social en la lírica española. Es también digno de mención el poema «Desesperación», obra que toma un tono catastrófico y gris, característico, de algún modo, de la obra del poeta extremeño.

En su «Himno al sol» y en el poema «Óscar y Malvina» Espronceda se acerca también a la poesía de James Macpherson, inventor del vate céltico Ossian. El estilo más cultivado por el autor extremeño es algo amante de los efectos retóricos, pero es flexible e inspirado en sus mejores momentos.

Puedes leer más en:http://noticias.universia.es/vida-universitaria/

noticia/2008/03/25/582695/25-marzo-1808-nacio-jose-espronceda-poeta-espanol-epoca-romanticismo.html

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Poemas de Espronceda

Ofrecemos a ti algunos poemas de Espronceda para que puedas

conocer un poco de la obra del autor. Sus poemas son, en general, muy

largos, mismo los cantares, que son más cortos que los demás.

Lee el poema Canción de la muerte y observa quién es el yo lírico:

Canción de la Muerte.

–José de Espronceda–

01 Débil mortal no te asuste02 mi oscuridad ni mi nombre;03 en mi seno encuentra el hombre04 un término a su pesar.05 Yo, compasiva, te ofrezco06 lejos del mundo un asilo,07 donde a mi sombra tranquilo08 para siempre duerma en paz.

09 Isla yo soy del reposo10 en medio el mar de la vida,11 y el marinero allí olvida12 la tormenta que pasó;13 allí convidan al sueño14 aguas puras sin murmullo,15 allí se duerme al arrullo16 de una brisa sin rumor.

17 Soy melancólico sauce18 que su ramaje doliente19 inclina sobre la frente20 que arrugara el padecer,21 y aduerme al hombre, y sus sienes22 con fresco jugo rocía23 mientras el ala sombría24 bate el olvido sobre él.

25 Soy la virgen misteriosa26 de los últimos amores,27 y ofrezco un lecho de flores,28 sin espina ni dolor,29 y amante doy mi cariño30 sin vanidad ni falsía;31 no doy placer ni alegría,32 más es eterno mi amor.

33 En mi la ciencia enmudece,34 en mi concluye la duda35 y árida, clara, desnuda,36 enseño yo la verdad;37 y de la vida y la muerte38 al sabio muestro el arcano39 cuando al fin abre mi mano40 la puerta a la eternidad.

41 Ven y tu ardiente cabeza42 entre mis manos reposa;43 tu sueño, madre amorosa;44 eterno regalaré;45 ven y yace para siempre46 en blanca cama mullida,47 donde el silencio convida48 al reposo y al no ser.

49 Deja que inquieten al hombre50 que loco al mundo se lanza;51 mentiras de la esperanza,52 recuerdos del bien que huyó;53 mentiras son sus amores,54 mentiras son sus victorias,55 y son mentiras sus glorias,56 y mentira su ilusión.

57 Cierre mi mano piadosa58 tus ojos al blanco sueño,59 y empape suave beleño60 tus lágrimas de dolor.61 Yo calmaré tu quebranto62 y tus dolientes gemidos,63 apagando los latidos64 de tu herido corazón.

¿Te has dado cuenta que el yo lírico es la voz de la muerte? Observa

en los primeros versos como el yo lírico se presenta, pidiéndole al mortal

que le escucha que no se asuste con su nombre y intentando convencerlo

que su camino es el término del sufrimiento del hombre. Todo el poema

trabaja con la idea de que la muerte es el fin de los dolores de la vida.

Lo vemos, por ejemplo, en los versos 04 (un término a su pesar); 07 y 08

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(donde a mi sombra tranquilo/ para siempre duerma en paz).

Ahora lee el poema El mendigo y observa la expresión de libertad

del yo lírico:

EL MENDIGO

01 Mío es el mundo: como el aire libre,02 otros trabajan porque coma yo;03 todos se ablandan si doliente pido04 una limosna por amor de Dios.

05 El palacio, la cabaña06 son mi asilo,07 si del ábrego el furor08 troncha el roble en la montaña,09 o que inunda la campaña10 El torrente asolador.

11 Y a la hoguera12 me hacen lado13 los pastores14 con amor.15 Y sin pena16 y descuidado17 de su cena18 ceno yo,19 o en la rica20 chimenea,21 que recrea22 con su olor,23 me regalo24 codicioso25 del banquete26 suntüoso27 con las sobras28 de un señor.

29 Y me digo: el viento brama,30 caiga furioso turbión;31 que al son que cruje de la seca leña,32 libre me duermo sin rencor ni amor.33 Mío es el mundo como el aire libre...

34 Todos son mis bienhechores,35 y por todos36 a Dios ruego con fervor;37 de villanos y señores38 yo recibo los favores39 sin estima y sin amor.

40 Ni pregunto41 quiénes sean,

42 ni me obligo43 a agradecer;44 que mis rezos

45 si desean,46 dar limosna47 es un deber.48 Y es pecado49 la riqueza:50 la pobreza51 santidad:52 Dios a veces53 es mendigo,54 y al avaro55 da castigo,56 que le niegue57 caridad.

58 Yo soy pobre y se lastiman59 todos al verme plañir,60 sin ver son mías sus riquezas todas,61 qué mina inagotable es el pedir.62 Mío es el mundo: como el aire libre...

63 Mal revuelto y andrajoso,64 entre harapos65 del lujo sátira soy,66 y con mi aspecto asqueroso67 me vengo del poderoso,68 y a donde va, tras él voy.

69 Y a la hermosa70 que respira71 cien perfumes,72 gala, amor,73 la persigo74 hasta que mira,75 y me gozo76 cuando aspira77 mi punzante78 mal olor.79 Y las fiestas80 y el contento81 con mi acento82 turbo yo,83 y en la bulla84 y la alegría85 interrumpen

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86 la armonía87 mis harapos88 y mi voz:

89 Mostrando cuán cerca habitan90 el gozo y el padecer,91 que no hay placer sin lágrimas, ni pena92 que no traspire en medio del placer.93 Mío es el mundo; como el aire libre...

94 Y para mí no hay mañana,95 ni hay ayer;96 olvido el bien como el mal,97 nada me aflige ni afana;98 me es igual para mañana99 un palacio, un hospital.

100 Vivo ajeno101 de memorias,102 de cuidados103 libre estoy;104 busquen otros105 oro y glorias,

106 yo no pienso107 sino en hoy.108 Y do quiera109 vayan leyes,110 quiten reyes,111 reyes den;112 yo soy pobre,113 y al mendigo,114 por el miedo115 del castigo,116 todos hacen117 siempre bien.

118 Y un asilo donde quiera119 y un lecho en el hospital120 siempre hallaré, y un hoyo donde caiga121 mi cuerpo miserable al espirar.

122 Mío es el mundo: como el aire libre,123 otros trabajan porque coma yo;124 todos se ablandan, si doliente pido125 una limosna por amor de Dios.

Tras leer el poema, vuelve a él y observa cómo las características

del yo lírico coinciden con la caracterización del personaje pícaro,

principalmente en los versos que van del 100 hasta el 107.

También se puede observar la referencia a la religión y sus parábolas,

en la que Dios se viste de mendigo para poner a prueba la caridad de los

hombres. El tema, como es común en Espronceda, es bastante social y la

manera crítica como es abordado también es característica del autor.

APARTADO 3 GUSTAVO ADOLFO BÉCQUER

¿Qué es poesía?, dices mientras clavasen mi pupila tu pupila azul.

¡Qué es poesía! ¿Y tú me lo preguntas?Poesía... eres tú.

Como hemos dicho anteriormente, Bécquer fue un romántico tardío.

En 1860 ya se instauraba el Realismo en España, pero entre 1860 y 1875

hubo un rebrote del Romanticismo.

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Gustavo Adolfo Bécquer nació en Sevilla en 1836. Sus apellidos

verdaderos eran Domínguez Bastida, pero él prefirió utilizar el nombre

familiar de sus antepasados, así como su hermano, el pintor Valeriano

Bécquer.

Tuvo una infancia alegre, pero se quedó huérfano a temprana edad,

perdió el padre a los cinco años y la madre a los doce. En esa época se fue

a vivir con su madrina Manuela Monahay, y se interesa por la lectura. Con

apoyo de su tío, el pintor sevillano Joaquín Domínguez Bécquer, empieza a

pintar, a estudiar latín y empezó a aficionarse por las humanidades.

Se fue a Madrid para buscar un éxito literario que no consiguió en

vida. Tuvo una vida llena de dificultades y privaciones, se entrega a la

bohemia y la los 21 años contrae tuberculosis. Se casa en 1861 con Casta

Esteban Navarro pero tiene un matrimonio conturbado. En 1864 se traslada

con su familia y su hermano al Monasterio de Veruela debido al agravo de

su salud. Cree que su esposa le es infiel, no siendo el tercer hijo del poeta.

Bécquer se vincula a la política, escribe a periódicos, algunos años se

sale bien financieramente, pero otros no. En septiembre de 1870, muere su

hermano Valeriano, tres meses más tarde muere en Madrid a los 34 años.

Rimas

La obra poética de Bécquer integra un romancero intitulado Rimas

(1871). El poeta encontró en la poesía el medio de crear un mundo ilusionado,

donde todo es espiritual, bello y lleno de fantasías. El sentimiento es su

punto fuerte, le habla el corazón libre de la razón. Su poesía es simple y

sincera, sin rebuscamientos estéticos o retóricos. Son de breve tamaño y de

pequeño número, totalizando 79 rimas, sin embargo, expresan de manera

delicada todo ideario romántico. Su tema esencial es el amor, se inspira

en la mujer amada, pero la mujer ideal, inmaterial y perfecta. Con todo,

la realidad es distinta, destruyendo sus sueños, pues la mujer real no le

comprende, lo olvida, es infiel o no le quiere. Veamos algunos ejemplos.

RIMA XI-Yo soy ardiente, yo soy morena,yo soy el símbolo de la pasión,

de ansia de goces mi alma está llena.¿A mí me buscas?

-No es a ti; no.

-Mi frente es pálida, mis trenzas de oro,

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puedo brindarte dichas sin fin.Yo de ternura guardo un tesoro.

¿A mí me llamas?-No; no es a ti.

-Yo soy un sueño, un imposible,vano fantasma de niebla y luz;soy incorpórea, soy intangible:

No puedo amarte.-¡Oh, ven; ven tú!

En esta poesía podemos ver la existencia de tres mujeres siendo cada

una más la ideal que la otra. La morena es llena de pasión, la rubia tierna,

de esta forma, las dos primeras son carnales y eróticas, ya la tercera es un

sueño imposible, intangible, por eso es la elegida. Veamos la próxima.

RIMA LXVIIINo sé lo que he soñado

en la noche pasada.Triste, muy triste debió ser el sueño

pues despierto, la angustia me duraba.

Noté al incorporarmehúmeda la almohada

y por primera vez sentí, al notarlo,de un amargo placer henchirse el alma.

Triste cosa es el sueñoque llanto nos arranca,

mas tengo en mi tristeza una alegría...¡Sé que aún me quedan lágrimas!

La Rima LXVIII trata del sueño como desengaño, pues el mundo

idealizado está lejos de ser la realidad. El choque trae al poeta una

melancolía y una tristeza incontrolable.

RIMA LIIIVolverán las oscuras golondrinasen tu balcón sus nidos a colgar,

y otra vez con el ala a sus cristalesjugando llamarán.

Pero aquellas que el vuelo refrenabantu hermosura y mi dicha a contemplar,

aquellas que aprendieron nuestros nombres....ésas... ¡no volverán!

Volverán las tupidas madreselvasde tu jardín las tapias a escalar

y otra vez a la tarde aún más hermosassus flores se abrirán.

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Pero aquellas cuajadas de rocíocuyas gotas mirábamos temblary caer como lágrimas del día....

ésas... ¡no volverán!

Volverán del amor en tus oídoslas palabras ardientes a sonar,

tu corazón de su profundo sueñotal vez despertará.

Pero mudo y absorto y de rodillascomo se adora a Dios ante su altar,

como yo te he querido..., desengáñate,así... ¡no te querrán!

La última rima que te presentamos es un poema de amor, sin embargo

un amor que le causa dolor porque acaba. El amor se va con las golondrinas,

así como el tiempo en que los amantes fueron felices. Aunque la naturaleza

sea cíclica y todo vuelva, como las golondrinas, aquel amor vividos por los

amantes no volverá.

Podrás leer las Leyendas de Bécquer en la Biblioteca Virtual

Cervantes en el sitio que te presentamos aquí: http://cvc.cervantes.es/obref/

rimas/rimas/indice.htm

Leyendas

La obra en prosa de Bécquer son las Leyendas. Son 28 relatos que traen

un mundo mágico, lleno de melancolía y misterio. Corresponden también

al ideal romántico de evadirse de las vulgaridades de la vida cotidiana. Los

paisajes exóticos, mórbidos, la noche oscura bañada por la luna, mujeres y

pasiones que llevan a los hombres a locura o a muerte. Algunos son relatos

fantásticos y otros se acercan al horror. Te presentamos un trecho de la

leyenda La ajorca de oro.

LA AJORCA DE ORO(Leyenda toledana)

IElla era hermosa, hermosa con esa hermosura que inspira el vértigo, hermosa con esa hermosura que no se parece en nada a la que soñamos en los ángeles y que, sin embargo, es sobrenatural; hermosura diabólica, que tal vez presta el demonio a algunos seres para hacerlos sus instrumentos en la tierra. El la amaba; la amaba con ese amor que no conoce freno ni límite; la amaba con ese amor en que se busca un goce y sólo se encuentran martirios, amor que se asemeja a la felicidad y que, no obstante, diríase que lo infunde el Cielo para la expiación de una culpa.

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Ella era caprichosa, caprichosa y extravagante, como todas las mujeres del mundo; él, supersticioso, supersticioso y valiente, como todos los hombres de su época. Ella se llamaba María Antúnez; él, Pedro Alonso de Orellana. Los dos eran toledanos, y los dos vivían en la misma ciudad que los vio nacer. La tradición que refiere esta maravillosa historia acaecida hace muchos años, no dice nada más acerca de los personajes que fueron sus héroes. Yo, en mi calidad de cronista verídico, no añadiré ni una sola palabra de mi cosecha para caracterizarlos; mejor.

IIEl la encontró un día llorando, y la preguntó: ¿Por qué lloras? Ella se enjugó los ojos, lo miró fijamente, arrojó un suspiro y volvió a llorar. Pedro, entonces, acercándose a María le tomó una mano, apoyó el codo en el pretil árabe desde donde la hermosa miraba pasar la corriente del río y tornó a decirle: ¿Por qué lloras? El Tajo se retorcía gimiendo al pie del mirador, entre las rocas sobre las que se asienta la ciudad imperial. El sol trasponía los montes vecinos; la niebla de la tarde flotaba como un velo de gasa azul, y sólo el monótono ruido del agua interrumpía el alto silencio. María exclamó: No me preguntes por qué lloro, no me lo preguntes, pues ni yo sabré contestarte ni tú comprenderme. Hay deseos que se ahogan en nuestra alma de mujer, sin que los revele más que un suspiro; ideas locas que cruzan por nuestra imaginación, sin que ose formularlas el labio, fenómenos incomprensibles de nuestra naturaleza misteriosa, que el hombre no puede ni aun concebir. Te lo ruego, no me preguntes la causa de mi dolor; si te la revelase, acaso te arrancaría una carcajada. Cuando estas palabras expiraron, ella tornó a inclinar la frente y él a reiterar sus preguntas. La hermosa, rompiendo al fin su obstinado silencio dijo a su amante con voz sorda y entrecortada: Tú lo quieres; es una locura que te hará reír; pero no importa; te lo diré, puesto que lo deseas. Ayer estuve en el templo. Se celebraba la fiesta de la Virgen, su imagen, colocada en el altar mayor sobre un escabel de oro, resplandecía como un ascua de fuego; las notas del órgano temblaban, dilatándose de eco en eco por el ámbito de la iglesia, y en el coro los sacerdotes entonaban el Salve, Regina. Yo rezaba, rezaba absorta en mis pensamientos religiosos, cuando maquinalmente levanté la cabeza y mi vista se dirigió al altar. No sé por qué mis ojos se fijaron, desde luego, en la imagen; digo mal; en la imagen, no; se fijaron en un objeto que, hasta entonces, no había visto, un objeto que, sin que pudiera explicármelo, llamaba sobre sí toda mi atención... No te rías...; aquel objeto era la ajorca de oro que tiene la Madre de Dios en uno de los brazos en que descansa su Divino Hijo... Yo aparté la vista y torné a rezar... ¡Imposible! Mis ojos se volvían involuntariamente al mismo punto. Las luces del altar, reflejándose en las mil facetas de sus diamantes, se reproducían de una manera prodigiosa. Millones de chispas de luz rojas y azules, verdes y amarillas, volteaban alrededor de las piedras como un torbellino de átomos de fuego, como una vertiginosa ronda de esos espíritus de las llamas que fascinan con su brillo y su increíble

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Tras leer el comienzo de la leyenda te rogamos que la leas hasta el

final en el sitio que presentamos: http://www.xtec.es/~jcosta/leyen.htm.

Además, lee El Rayo de luna en la misma página en internet. ¡Disfruta de

la lectura!

inquietud... Salí del templo; vine a casa, pero vine con aquella idea fija en la imaginación. Me acosté para dormir; no pude... Pasó la noche, eterna con aquel pensamiento... Al amanecer se cerraron mis párpados, y, ¿lo creerás?, aún en el sueño veía cruzar, perderse y tornar de nuevo una mujer, una mujer morena y hermosa, que llevaba la joya de oro y pedrería; una mujer, sí, porque ya no era la Virgen que yo adoro y ante quien me humillo; era una mujer, otra mujer como yo, que me miraba y se reía mofándose de mí. ¿La ves? parecía decirme, mostrándome la joya. ¡Cómo brilla! Parece un círculo de estrellas arrancadas del cielo de una noche de verano. ¿La ves? Pues no es tuya, no lo será nunca, nunca... Tendrás acaso otras mejores, más ricas, si es posible; pero ésta, ésta, que resplandece de un modo tan fantástico, tan fascinador..., nunca, nunca. Desperté; pero con la misma idea fija aquí, entonces como ahora, semejante a un clavo ardiendo, diabólica, incontrastable, inspirada sin duda por el mismo Satanás... ¿Y qué?... Callas, callas y doblas la frente... ¿No te hace reír mi locura? (…)

Para saber más sobre Bécquer lee el texto escrito por Soraya Sádaba en la página de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes.http://bib.cervantesvirtual.com/bib_autor/becquer/pcuartonivel.jsp?conten=autor

Además puedes escuchar la grabación sonora de La ajorca de oro en: http://bib.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras?portal=179&Ref=20166&audio=0 y las Rimas en: http://bib.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?portal=179&Ref=3820&audio=1.

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En esta unidad pudiste revisar toda la teoría del Romanticismo en Europa, las características del Romanticismo Español. También conociste a los dos

de los más importantes escritores románticos de España. Espronceda, con su vida agitada, sus viajes a Portugal, Inglaterra y Francia, donde

obtuvo una educación humanística, vivió intensamente para la política y para el amor. Consiguió crear una escuela romántica que ultrapasó España llegando hacia

América.Bécquer con su vida entre altos y bajos, amores y desengaños, el romántico tardío que no tuvo reconocimiento en su tiempo, pero conquistó y continúa conquistando con la simplicidad y al mismo tiempo profundidad de sus Rimas y Leyendas a toda

una legión de lectores aficionados sea en España o en América.Esperamos que te hayas deleitado con la lectura de estos autores y sus obras.

1. Escribe sobre las principales características del Romanticismo. Resalta las características del Romanticismo Español. Envía tu respuesta a tu tutor.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2. En el Apartado 2 empezamos el análisis del poema Canción de la muerte

(José de Espronceda). Sigue con este análisis encontrando más ejemplos de la idea de que la muerte es el fin de los dolores de la vida. También

busca los adjetivos y referencias dadas a la muerte que traen esta misma idea de confort, de tranquilidad o de descanso.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3. “Adentrarse en la vida y obra de Gustavo Adolfo Bécquer supone iniciar un viaje por un mundo de luces y sombras, donde al final lo que queda es la sensación de haber presenciado la historia de un hombre, que como tal, está

sujeto a múltiples contradicciones. De hecho, es precisamente esta característica la que nos permite leer sus poemas y hacerlos nuestros, o conocer los detalles de su azarosa vida, y experimentar los mismos miedos y alegrías que asaltaron al poeta”. Comenta la afirmación de Soraya Sádaba de acuerdo con las obras que estudiaste de Bécquer. Envíala a tu tutor para que este pueda corregirla.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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99PALABRAS FINALES

PALAVRAS FINAIS

Chegamos à metade do nosso percurso nos estudos da Literatura

Espanhola. Para nós é um prazer enorme poder ter apresentado a você um

conjunto de obras e autores do mais refinado cunho e termos a perspectiva

de que esta seleção poderá abrir caminhos para que você se aproxime

cada vez mais da história, da cultura e da literatura da língua espanhola

e com isso aprimore a cada dia as suas habilidades não só como aluno

de língua espanhola, mas principalmente como futuro professor desta

língua encantadora.

Neste fascículo você estudou os primórdios da língua espanhola

e suas primeiras manifestações literárias; pôde observar como alguns

estilos literários espanhóis fizeram escola em outros países e ainda pôde

constatar como a literatura espanhola foi se universalizando através de

personagens eternos, como Lazarillo de Tormes, Celestina e Don Quijote

e Sancho Panza.

Estudou os diversos gêneros literários, passando pela poesia,

teatro, contos e novelas, podendo viajar e contemplar os diversos temas e

expressões de sentimentos que são universais.

No nosso próximo encontro poderemos continuar estudando

sobre a história literária espanhola e desejamos que você se encante

pelos próximos autores e obras assim como esperamos que você tenha

aproveitado ao máximo este primeiro volume.

Continue estudando, continue lendo muito!

Melissa Andres Freitas

Valeska Gracioso Carlos

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100REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

AYANÓNIMO. Lazarillo de Tormes. Barcelona Ediciones Orbis, S.A. 1983.

ALBORG, J. L. Historia de la Literatura Española. Madrid, Editorial Gredos,

2ª edición 1997. Vol. 1.

CANAVAGGIO, J. Historia de la Literatura Española. El siglo XVII. Tomo III.

Editorial Ariel, Barcelona: 1995.

______. Historia de la Literatura Española. El siglo XVIII. Tomo IV.

______. Historia de la Literatura Española. El siglo XIX. Tomo V.

CORREA CALDERON, E. & LÁZARO CARRETER, F. Antología Literaria.

Sexto Curso. Anaya, Salamanca, 1970.

CORREA, P. Historia de la Literatura Española. Colección Temas de Literatura

Española. Madrid: Edi-6, 1986

______. Historia de la Literatura Española. Madrid Edelsa. 3ª edición 1991.

DÍAZ-PLAJA, G. Historia General de las Literaturas Hispánicas, Barcelona,

Editorial Barna, 1949-1967 (seis vols.) Lala.

DÍAZ-PLAJA, G. Historia de las Literaturas Española, a través de la crítica y

de los textos ilustrada con gráficos y mapas, Buenos Aires, Editorial Ciordia

S.R.L. 1958.

GARCÍA LÓPEZ, J. Historia de la Literatura Española. Barcelona. Ediciones

Vicens Vives 11ª edición 2004.

REVILLA, M. de la. Historia de la Literatura Española. Madrid, Librería de

Francisco Iravedra, 1877. Tomo I y Tomo II.

RÍO, A del. Historia de la Literatura Española. Desde 1700 hasta nuestros días.

Ediciones B, Barcelona: 1998. 1ª reimpresión.

VILAR, P. Historia de España. Barcelona. Biblioteca de Bolsillo. 1999.

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101REFERÊNCIAS

Sites consultados

http: / /b ib .cervantesvir tual .com/bib_autor /becquer /pcuartonivel .

jsp?conten=autor

http://bib.cervantesvirtual.com/bib_obra/Celestina/

http://bib.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?portal=179&Ref=3820&aud

io=1.

http://bib.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras?portal=179&Ref=20166&au

dio=0

http://blog.educacional.com.br/chrisespanhol/

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:LopedeVega.jpg

http://cvc.cervantes.es

http://es.wikipedia.org/wiki

http://es.wikipedia.org/wiki/Raz%C3%B3n_de_amor_con_los_denuestos_del_

agua_y_del_vino

http://javiviticid.blogspot.com/2007/03/estructura-del-mio-cid.html

http://noticias.universia.es/vida-universitaria/noticia/2008/03/25/582695/25-

marzo-1808-nacio-jose-espronceda-poeta-espanol-epoca-romanticismo.html

http://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/fuente-ovejuna--1/html/

http://www.flg.es/HTML/Obras_5/DonPedroCalderondelaBarca_5109.htm

http://www.rae.es

http://www.xtec.es/~jcosta/leyen.htm.

http://www.youtube.com/watch?v=00b-udS4GXE

http://www.youtube.com/watch?v=00b-udS4GXE

http://www.youtube.com/watch?v=kmhDFy6TEsM

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102REFERÊNCIAS

http://www.youtube.com/watch?v=kmhDFy6TEsM

http://www.youtube.com/watch?v=QImZwmXeNxA

http://www.youtube.com/watch?v=qOeXSqH6S3g

http://www.youtube.com/watch?v=qOeXSqH6S3g

http://www.youtube.com/watch?v=va5RX9FTjac

http://www.youtube.com/watch?v=va5RX9FTjac

http://www.youtube.com/watch?v=VyTLrpJbi4g&feature=player_embedded

http://www.youtube.com/watch?v=wRVTUZbcEL4

http://www.youtube.com/watch?v=wRVTUZbcEL4

http://www.youtube.com/watch?v=YYqlFwFjCSU

http://www.youtube.com/watch?v=YYqlFwFjCSU

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103AUTORES

NOTA SOBRE AS AUTORAS

melissa anDres freitas [email protected]

Graduada em Letras Português/Espanhol pela Universidade

Estadual de Ponta Grossa (UEPG) – Ponta Grossa – PR, especialista em

Ensino-Aprendizagem de Línguas Estrangeiras pela mesma instituição

de ensino, mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal do

Paraná (UFPR). Atualmente é professora efetiva lotada no Departamento

de Línguas Estrangeiras da Universidade Estadual de Ponta Grossa, na

qual leciona desde 2002 as disciplinas de Língua e Literaturas de Língua

Espanhola e suas metodologias.

valeska GraciOsO carlOsID Skype: valeska.gracioso

[email protected]

Possui graduação em Licenciatura em Letras Português/Espanhol/

Inglês pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus de

Assis – SP (Faculdade de Ciências e Letras). Mestre em Estudos da

Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e doutoranda

pela mesma universidade. Atualmente é professora assistente da

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Tem experiência como

docente e pesquisadora na área de Linguística, com ênfase em Ensino

de Língua Espanhola. Desenvolve pesquisa na área da Sociolinguística

e Dialetologia, descrevendo a língua falada nas fronteiras do Brasil com

países de fala hispânica e investigando as atitudes linguísticas na região

fronteiriça.