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Livro-memória da Unilab

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Caminhos e Desafios Acadêmicosda Cooperação Sul-Sul

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ReitoraNILMA LINO GOMES

Vice-ReitorFERNANDO AFONSO FERREIRA JUNIOR

Pró-Reitoria de AdministraçãoLAURA APARECIDA DA SILVA SANTOS

Pró-Reitoria de Extensão, Arte e CulturaANA LÚCIA SILVA SOUZA

Pró-Reitoria de GraduaçãoWILMA DE NAZARÉ BAÍA COELHO

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-GraduaçãoANDRÉA GOMES LINARD

Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e EstudantisROBERTO CARLOS DA SILVA BORGES

Pró-Reitoria de PlanejamentoPLÍNIO NOGUEIRA MACIEL FILHO

Pró-Reitoria de Relações InstitucionaisMARIA DO SOCORRO MOURA RUFINO

Chefia de GabineteANA CRISTINA QUEIROZ

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Caminhos e Desafios Acadêmicosda Cooperação Sul-Sul

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Unilab: Caminhos e DesafiosAcadêmicos da Cooperação Sul-Sul

Universidade da Integração Internacionalda Lusofonia Afro-Brasileira – UNILABAvenida da Abolição, 03 - CentroRedenção-CE - Brasil - CEP: 62.790-000Fone: +55 (85) 3332 1414www.unilab.edu.br – [email protected]

Organização CAMILA GOMES DIÓGENESJOSÉ REGINALDO AGUIAR

Coordenação Editorial JOSÉ REGINALDO AGUIAR

Pesquisa e Texto CLARISSA DINIZ NOBRE - Jornalista (MTE CE2337JP)JOSÉ REGINALDO AGUIAR – Jornalista (MTE CE2238JP)SUZANA ANDRADE FERREIRA – Jornalista (MTE BA3193JP)

Concepção Gráfica GMS STUDIO

Edição de Arte / Diagramação GLAYMERSON MOISES - Jornalista (MTE CE01638JP)

Ilustrações BRENO XIMENES PONTE

Fotografias RICARDO STUCKERTJÚNIOR PANELAARQUIVO UNILAB

Estagiários FRANCISCO WALEF SANTOS FEITOSAJOANNA CAVALCANTE PINHEIRO FARIAS

Revisão LESLIE ALMEIDA CLAUDIOESTER ESCOBAR SANTOS DE MORAES

Catalogação na Fonte FÁTIMA PORTELA CYSNE (CRB/3 N° 289)

Impressão EXPRESSÃO GRÁFICA E EDITORA

U58 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.UNILAB : Caminhos e Desafios Acadêmicos da Cooperação

Sul-Sul / Universidade da Integração Internacional da LusofoniaAfro-Brasileira ; organizado por Camila Gomes Diógenes e JoséReginaldo Aguiar. – Redenção: UNILAB, 2013.

120 p. : il.

1. Unilab-Memória 2. Ensino Superior. I. Diógenes, CamilaGomes. II. Aguiar, José Reginaldo. III. Título.

CDD: 920

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Sumário7 Introdução12 A Unilab e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa18 A Unilab presente na região do Maciço de Baturité24 Comissão de Implantação - Os primeiros passos de uma história30 Lei de Criação - Do Congresso ao Planalto36 Inauguração - A Unilab abre as portas42 Atividades acadêmicas - Ensino, Pesquisa e Extensão56 Estudantes - Integração e êxito acadêmico68 Servidores - Compromisso e competência74 Infraestrutura - Os campi da Universidade88 Doutor Honoris Causa - Lula recebe título da Unilab98 2013 - Início de um novo reitorado102 Depoimentos - 20 impressões de hoje e de ontem

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omo estratégia da política brasileirade inserção em cenários que atéentão não chegavam a ser conside-rados prioritários, a criação de cen-

tros de formação e de produção de pesquisa voltadospara campos específicos, geograficamente e cultural-mente falando, é proposta avançada que explica aatuação nesse novo contexto político, econômico ecultural que o Brasil ocupa hoje. O mundo lusófonotornou-se, então, região privilegiada na estratégia dasrelações internacionais brasileiras e, na perspectiva deampliar o relacionamento e o conhecimento sobre omundo de Língua Oficial Portuguesa, nasce o projetode uma Universidade Integrada Internacionalmente.

A Universidade da Integração Internacional daLusofonia Afro-Brasileira, de acordo com a sua Lei decriação, tem como objetivo ministrar ensino superior,desenvolver pesquisas nas diversas áreas de conheci-mento e promover a extensão universitária, tendocomo missão institucional específica formar profissio-nais e cidadãos para contribuir com a integração entreo Brasil e os demais estados membros da Comunidadedos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmenteos países africanos e Timor Leste, bem como promo-ver o desenvolvimento regional e o intercâmbiocultural, científico e educacional.

C A Unilab é, portanto, uma instituição de educaçãosuperior que possui como vocação a construçãode vínculos estreitos com a realidade específica doMaciço de Baturité, no Ceará, mas tendo como pers-pectiva a cooperação internacional solidária com ospaíses de Língua Oficial Portuguesa. A instituição temcomo premissa considerar o perfil local e regional, deprofundas desigualdades sociais e econômicas, apon-tadas pelos indicadores da região Nordeste do Brasile do Maciço de Baturité. Destaca-se, nesse sentido, aimportância da educação, como elemento de induçãode um processo de desenvolvimento sustentável.

Ao fomentar a Cooperação Sul-Sul, a Universidadeda lntegração Internacional da Lusofonia Afro-Brasi-leira atende à diretrizes internacionais de ampliaçãoda oferta de cursos superiores em regiões carentes,das relações de cooperação com o continente africano(UNESCO, 2009). A universidade busca construir umaponte histórica e cultural entre o Brasil e os países delíngua portuguesa, especialmente os da África, com-partilhando soluções inovadoras para processos histó-ricos similares. E, ainda deseja auxiliar no fortaleci-mento de uma rede internacional que, com respeito àsoberania dos países parceiros, permitirá a realizaçãode ações e intervenções de apoio técnico, acadêmico,científico, cultural e humanitário.

Introdução

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uando se observa e se procuraanalisar até onde a universidadechegou, o que se projetou pelaComissão de Implantação e asdificuldades encontradas, a Unilabavançou muito. A vivência na

universidade entre os funcionários, estudantes e profes-sores fortalece o objetivo da integração, proporcionandoum enriquecimento cultural que é parte da formação dosestudantes. Essa relação não se contabiliza com créditosde disciplinas e obrigações formais que tem uma univer-sidade, mas em um conjunto de oportunidades que vaialém das obrigações formais como a convivência norestaurante universitário, na biblioteca, na residênciaestudantil, palestras e seminários extra curriculares queintegram as diferentes culturas.

Para quem participa do cotidiano da Unilab é algo queimpressiona todos os dias, e é perceptível a beleza dolugar diariamente. É impactante a presença e a riqueza dainteração que existe, principalmente, para quem acompa-nha o crescimento da Unilab desde o início. Lembro-medas primeiras impressões quando chegamos à Redenção(CE), uma cidade no interior do Ceará, pequena, sem infra-estrutura, sem recursos e carente de hotel e estabelecimentopara instalação da universidade. Hoje, essa realidade vemsendo superada e vemos a cidade crescendo, os estudantescirculando nas ruas, nos restaurantes, nas igrejas, nosbares e supermercados. Isso chama a atenção de todos!

Q

Prof. Paulo Speller, presidente da Comissão deImplantação e ex-reitor pro tempore da Unilab

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o chegar pela primeira vez a Reden-ção e à Unilab (na solenidade deposse do vice-reitor, FernandoAfonso Ferreira Junior), estávamos no

anfiteatro. Olhei e vi o público da universidade. Ali esta-vam professores, pessoas da comunidade, estudantes, téc-nicos administrativos e a sensação foi de encantamento aover uma diversidade tão grande no mesmo espaço, todosimbuídos de um projeto que é muito inovador. Quandopenso essa diversidade – que é étnica, racial e cultural –estar presente na Unilab me encanta, me desafia. Aqui,temos possibilidades de construir relações que podem serprofícuas entre os diferentes e as diferenças. E, ao mesmotempo, com pontos muito comuns. Estamos desafiados acompreender a complexidade do que significa a língua deexpressão portuguesa, que está localizada historicamenteem contextos muito diferentes. Temos algo que nos apro-xima, mas ao mesmo tempo temos particularidades muitointensas. O objetivo é promover uma convivência que sejaacadêmica e interpessoal, vivendo toda essa complexidade.

Diante desse cenário, meu grande desafio é consolidaresse trabalho iniciado pela gestão do professor Paulo Speller.E nesse processo, ampliar e aprofundar cada vez mais ocaráter internacional da universidade com os países delíngua de expressão portuguesa, em especial os africanos, ecom possibilidade de expansão, nas mais diversas áreas dauniversidade: pesquisa, ensino, extensão, reforçando amissão de promover a Cooperação Solidária Sul-Sul.

A

Profa. Nilma Lino Gomes,reitora pro tempore da Unilab

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Nossa pátria é alíngua portuguesa.

Fernando Pessoa

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proposta da Universidade da In-tegração Internacional da Luso-fonia Afro-Brasileira (Unilab)procura garantir uma sintonia

com as demandas do Brasil e das demais nações queintegram a Comunidade dos Países de Língua Portu-guesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipee Timor-Leste.

O comprometimento com as ações acadêmicas eadministrativas, englobando o contexto da contem-poraneidade, busca uma cooperação solidária, nosentido de promover o desenvolvimento regional eo intercâmbio cultural, científico e educacional daregião e dos países de origem dos estudantes. Essa

perspectiva, portanto, não perde de vista os elemen-tos que compõem uma formação em nível superior,seja bacharelado ou licenciatura.

O Brasil tem se esforçado, junto à comunidadeinternacional, em adotar compromissos para o desen-volvimento da África. Nesse sentido, a Unilab se adap-ta às recomendações que indicam a importância deas universidades se dedicarem à busca do desenvolvi-mento econômico e social e à promoção da pesquisa.Esta instituição de ensino superior, desse modo, re-presenta um avanço na política brasileira de coope-ração com a CPLP, refletindo o engajamento do Brasilcom a proposta da comunidade internacional.

A Unilab tem buscado constituir parcerias paraampliar a formação em nível superior nos países par-ceiros, na proposta do intercâmbio acadêmico, vi-sando compartilhar conhecimentos adquiridos reci-procamente. Os principais elementos que constituema sua concepção da universidade são atuar em áreas

A Unilab e aComunidade dos

Países de LínguaPortuguesa

A Sede da CPLP, em Lisboa

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estratégicas que permitam a produção de conheci-mento e a formação de estudantes dos países de lín-gua portuguesa comprometidos com o projeto deCooperação Solidária Sul-Sul; promover mobilidadeacadêmica, ampliando e potencializando o avançodo conhecimento e da cultura; incorporar as práticasdocentes e acadêmicas a uma visão prática da realida-de, coerente com os saberes formais, informais, cien-tíficos e tradicionais; desenvolver recursos que permi-tam a apropriação das Tecnologias da Informação e daComunicação (TIC) em todas as atividades acadêmicas– ensino, pesquisa e extensão; e adotar princípios queassegurem uma estrutura acadêmica democrática eintegradora das diversas áreas do conhecimento.

As visitas realizadas pela Comissão de Implantaçãoda Unilab, presidida pelo professor Paulo Speller, aospaíses da CPLP, assim como os contatos com diversossetores da região do Maciço do Baturité, resultaramem expressivo interesse da população em manter umdiálogo com a universidade. Essa instituição de ensinosuperior promove a integração e aproxima políticas,culturas, valores e conhecimentos.

Essa foi a segunda universidade criada no governoLula com a proposta de integrar o Brasil a outras na-ções. A primeira foi a Universidade Federal da Integra-ção Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, noEstado do Paraná. Nesta, os alunos e professores sãolatino-americanos e as aulas são bilíngues (espanhole português). Já a Unilab é a primeira universidadecriada especificamente para unificar o idioma portu-guês, consolidar a integração e disseminar o ensino adistância, entre os países da CPLP.

Caminhando no sentido da integração e da dissemi-nação da língua portuguesa, a Unilab associou-se àAssociação das Universidades de Língua Portuguesa(AULP), em 08 de junho de 2011. Esta entidade con-grega instituições de ensino superior de língua portu-guesa no mundo, com o objetivo de promover a coo-peração entre universidades, estimulando a reflexãosobre o ensino superior e o desenvolvimento de proje-tos em conjunto.

Na relação da Unilab com a CPLP, a Universidaderealizou e participou de diversos eventos que salien-tam o envolvimento com a comunidade dos referidospaíses, como por exemplo:

1) Missões de prospecção, ocasião em que a Comis-são de Implantação visitou todos os países que com-põem a CPLP com o intuito de mapear a realidade econstruir a proposta da Universidade. A visita ao Ti-mor-Leste teve a presença do ex-presidente do Brasil,Luiz Inácio Lula da Silva (2008 a 2010).

Acima, visita do embaixador MuradeMurargy, então secretário- executivo

da CPLP, ao Campus da Liberdade, emRedenção (CE); abaixo, o III Colóquio

Internacional sobre a Língua Portuguesa naInternet e no Mundo Digital, realizado em

Redenção e Guaramiranga (CE), em 2012

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2) Conferência Mundial de Educação Superior. O eventodefiniu políticas de cooperação solidária entre os paí-ses que compõe a CPLP (França - 2009).

3) Missões internacionais de professores, pesquisa-dores e técnicos para realização de projetos e parce-rias com os países após a inauguração da universidade(2010 a 2013).

4) III Colóquio Internacional sobre a Língua Portugue-sa na Internet e no Mundo Digital (Brasil – Redençãoe Guaramiranga - 2012).

5) Reunião de Pontos Focais da CPLP, onde foi apre-sentada a proposta da Rede de Instituições Públicasde Educação Superior (RIPES) pelo professor PauloSpeller (Portugal - 2012).

6) Reunião de Pontos Focais da CPLP, na qual foiassinado o acordo com a RIPES. Esse encontro foimarcado pela Cimeira de Chefes de Estado da CPLP,

em que o Brasil foi representado pelo vice-presidenteda república Michel Temer (Moçambique - 2012).

7) Presença do secretário executivo da CPLP, MuradeIsaac Murargy, na solenidade de abertura das ativida-des letivas, da comemoração do Dia da África e doaniversário da Unilab (Brasil – 2012).

8) Encontros da AULP (Portugal - 2011, Moçambi-que - 2012 e Brasil - 2013).

9) SARUA (Southern African Regional UniversitiesAssociation), evento com o objetivo de desenvolverestratégias de integração e internacionalização daeducação superior (Moçambique - 2012).

10) Participação na reunião do Conselho Administra-tivo da AULP. Na oportunidade, a Unilab teve um es-paço para apresentar a proposta da universidade, assimcomo programas desenvolvidos (Portugal - 2013).

CONVÊNIOS COM INSTITUIÇÕES DA CPLPPaís Quantidade

Angola 2

Brasil 9

Cabo Verde 3

Guiné-Bissau 1

Moçambique 4

Portugal 5

São Tomé e Príncipe 2

Timor-Leste 1

fonte: Pró-Reitoria de Relações Institucionais (julho/2013)

XXIII Encontro da Associaçãodas Universidades deLíngua Portuguesa (AULP),realizado em Belo Horizonte (MG)

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Missões internacionais da Unilab(em sentido horário, a partir doalto, à esq.): China, Moçambique,China, Moçambique e Portugal

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Missões internacionais da Unilab(em sentido horário, a partir dafoto ao lado): Moçambique,Moçambique, Portugal,Portugal e Moçambique

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Missões internacionaisda Unilab em Angola e em

Moçambique (abaixo, à dir.)

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om a proposta de interiorizar a edu-cação superior no país, a Univer-sidade da Integração Internacionalda Lusofonia Afro-Brasileira se

instalou na cidade de Redenção, localizada na regiãodo Maciço de Baturité, no Estado do Ceará. A cidadede Redenção foi pioneira na abolição da escravaturano Brasil, em 1883, e encontra-se a 72km de Fortaleza.A capital cearense está em uma posição privilegiadaem relação à África e à Europa. Essa localização foium dos pontos estratégicos que definiram a implanta-ção da Unilab no Ceará.

Em articulação com o Governo do Estado e as Prefei-turas Municipais das cidades da região, a Unilab foiinstalada no Maciço de Baturité, sendo a segundauniversidade federal no estado do Ceará. As ativida-des estão distribuídas em três campi: Campus daLiberdade, em Redenção (CE); Campus dos Palmares,em Acarape (CE); e Campus São Francisco do Conde,em São Francisco do Conde (BA). A sede administra-tiva, onde se concentram os trabalhos de desenvolvi-mento pedagógico, político e institucional, localiza-se na cidade de Redenção.

A região do Maciço de Baturité ainda era carentede instituições científico-acadêmicas e da oferta deformação em nível de pós-graduação. Diante do ce-nário, a nova Universidade está contribuindo paraatualizar e dinamizar o plano de desenvolvimentoda região, com repercussão no seu entorno.

A Unilabpresente na

região do Maciçode Baturité

C

BRASIL CEARÁ MACIÇO DE BATURITÉ

Fortaleza Pacatuba

GuaiubaPalmácia

Pacoti

BarreirasGuaramirangaAcarape

Baturité

Mulungu Aracoiaba

CapistranoItapiúna

Aratuba

Redenção

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Vista aérea do Campus daLiberdade, em Redenção (CE)

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A atuação da Unilab desenvolve-se em áreas deconhecimento na perspectiva de contribuir com arealidade da região, em busca de promover avanços,permitindo que o acesso à educação seja além daformação em Graduação e Pós-Graduação. Profes-sores e estudantes realizam projetos e pesquisas juntoàs comunidades do Maciço, através de programasde Extensão e Ações Comunitárias. Dessa forma, oMaciço de Baturité torna-se um campo aberto para arealização de trabalhos e estudos que promovam abusca de soluções para problemas concretos da rea-lidade, buscando a melhoria das necessidades locais.

A Unilab adotou como princípios para a formaçãoem nível superior: o desenvolvimento da ciência e

da tecnologia, com caráter humano e social; articu-lação de ensino-pesquisa-extensão; reconhecimentoe respeito à diversidade étnico-racial, religiosa, cul-tural e de gênero; inclusão social com qualidade aca-dêmica; interdisciplinaridade; articulação teórico-prática; e reconhecimento das diferenças como meiode cooperar e integrar. Esses princípios que abrangemtoda a proposta da universidade, no âmbito da CPLP,têm um reflexo mais direto na realidade do Maciço,por estar fazendo parte do convívio diário, inseridosna cultura e nos hábitos da população. Sendo assim,há um resultado construtivo da inserção da universi-dade na região, proporcionando desenvolvimento decaráter econômico, social e científico.

1

4

10

2

5

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12

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36

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1 Acarape2 Aracoiaba3 Aratuba4 Barreira5 Baturité6 Capistrano

7 Guaramiranga8 Itapiúna9 Mulungu10 Ocara11 Pacoti12 Palmácia13 Redenção

Visita à Comunidade doEvaristo, em Baturité (CE)

MUNICÍPIOSDA REGIÃO DOMACIÇO DEBATURITÉ (CE)

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Com o objetivo de valorizar a população da região,oferecendo oportunidade de crescimento na perspec-tiva acadêmica e profissional, o primeiro vestibularda Unilab teve 40% das vagas destinadas aos estu-dantes que tivesse cursado o ensino médio no Maciço.Essa iniciativa resultou em uma expressiva quanti-dade de inscritos da região, e consequentemente mui-tos deles foram aprovados. Desse modo, a maioriados alunos no primeiro ano da universidade foi ad-vinda do Maciço de Baturité. Essa foi a primeiraatitude formal, no sentido da integração da universi-dade com a região, sendo também o ponto de partidapara a Unilab criar uma identidade com característicaspeculiares do Maciço, assim como proporcionar queas pessoas se identificassem com a proposta, apesarde seu caráter também internacional.

A região com déficit em educação superior e ca-rente de políticas públicas está tendo oportunidadede sediar debates com assuntos de interesse da po-

pulação, por intermédio da universidade, assim comoter indivíduos capacitados e profissionalizados quefuturamente contribuam com o crescimento do Maci-ço. Para a então prefeita, Francisca Bezerra (Cimar),“é perceptível que a presença da Unilab proporcionadesenvolvimento educacional, econômico, social ecultural na região, principalmente em Redenção - e aperspectiva é que cresça ainda mais. É de suma impor-tância sua presença aqui, uma vez que dar oportuni-dade aos jovens que moram no Maciço ter um cursosuperior sem precisar morar na capital, onde muitosnão teriam condições financeiras de se manter’’.

A instituição pretende formar estudantes com co-nhecimentos científicos, além de buscar ser um local

de difusão das culturas dos países parceiros, respei-tando e valorizando as diversidades culturais pormeio de práticas e vivências sociais, culturais, esporti-vas e artísticas. A Unilab também é um espaço parao reconhecimento das diferenças entre povos e cul-turas, ampliando visões a partir das experiências dediscentes e docentes.

A condução interdisciplinar permite que teorias eoutros aspectos do conhecimento promovam umdiálogo entre diversos campos. Desse modo, o ensinogera novas dinâmicas, substituindo o tradicional porum integrado. Essa concepção visa também respeitaras diferenças de cada cultura, assim como unificarpolíticas e convivências.

Recepção de calouros noCampus da Liberdade, em 2012

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Para nós, do Maciço de Baturité, a implantação dauniversidade foi muito boa. Eu, como filha de agricul-tores, não iria ter condições de fazer um curso supe-rior em outra cidade distante da família. Aqui tenho aoportunidade de estudar Agronomia voltada paraagricultura familiar. A Unilab abriu meus horizontes eme promove experiências enriquecedoras.

Eliene Campelo, de Aracoiaba-CE,estudante do curso de Agronomia

A região era carente de ensino superior e hojenão preciso sair da minha cidade para ter ensinode qualidade. A interculturalidade da Unilab propor-ciona aprender sobre outras culturas e costumes’’.

Maria Cidiane, de Baturité-CE, estudantedo curso de Administração Pública

A Universidade trouxe desenvolvimento para as cida-des, assim como para as pessoas. Estou aprendendocoisas que não imaginava que existia, e além disso ocurso está me ensinando a pensar sobre a sociedade’’.

Walef Santos, de Acarape-CE, estudantedo curso Bacharelado em Humanidades

Vista aérea de Redenção (CE)

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Estava há 10 anos sem estudar por ter tido filhose ser casada. A Unilab aqui na região é importante,uma vez que hoje tenho oportunidade de ter um nívelsuperior e venho aprendendo cada dia mais conhe-cimentos, que aplico na minha profissão. Trabalhocomo agente de saúde e o curso de Enfermagemcontribui diretamente na minha formação’’.

Maria Claudiana Silva, de Acarape-CE,estudante do curso de Enfermagem

A Unilab trouxe crescimento para o Maciço.É perceptível o desenvolvimento do comércio edas pessoas nas cidades. O curso tem me possibilitadoconhecer assuntos específicos da Engenharia, amplian-do minha visão profissional. É gratificante saber queterei o diploma de uma universidade federal”.

Izaquiel Ramos, de Aratuba-CE, estudantedo curso de Engenharia de Energias

Meus pais não fizeram curso superior por faltade oportunidade e hoje estou tendo. Se nãoexistisse a Unilab eu não estaria na universidade.O curso está me estimulando a ensinar, ou seja,ser professor e compartilhar conhecimentos’’.

George Santos, de Acarape-CE,estudante do curso de Letras

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Comissão de ImplantaçãoOs primeiros

passos deuma história

instalação da Comissão de Im-plantação da Universidade daIntegração Internacional da Lu-

sofonia Afro-Brasileira (Unilab), em outubro de 2008,pelo Ministério da Educação (MEC), deu seguimentoao esforço de expandir a educação superior no Brasil.A sanção presidencial da Lei Nº 12.289, de 20 de julhode 2010, que dispõe sobre a criação da Universidade,é um exemplo concreto dessa política de expansão.

A instalação da Unilab na cidade de Redenção (CE)não representa apenas o atendimento das metas doPrograma de Apoio a Planos de Reestruturação e Ex-pansão das Universidades Federais (REUNI), em seuobjetivo de promover o desenvolvimento de regiõesainda carentes de instituições de educação superior

AOficina de trabalho duranteprocesso de implantação, em 2009

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Solenidade de posse da Comissão deImplantação, em Brasília (DF), em 2008

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no país, como é o caso do Maciço do Baturité. É tam-bém um encontro da nacionalidade brasileira comsua história, à medida que a Unilab tem como missãotornar-se um centro de pesquisa e formação de jovensbrasileiros em interação com estudantes de paísesonde também se fala a Língua Portuguesa.

O processo foi construído por meio da realizaçãode diversas reuniões e oficinas com o objetivo de de-senvolver questões estratégicas, operacionais e peda-gógicas. A Comissão foi presidida pelo professor PauloSpeller e constituída por representantes de entidadesbrasileiras e organismos internacionais, cujas missões

institucionais guardam forte identificação com osprincípios e objetivos do projeto da Universidade.

Por meio de Ensino, da Pesquisa e da Extensão,com uma perspectiva intercultural, interdisciplinar ecrítica, a Unilab promove uma formação técnica,científica e cultural dos estudantes. São desenvolvi-dos trabalhos que visam contribuir para a integraçãoentre Brasil e membros da Comunidade dos Paísesde Língua Portuguesa (CPLP) e outros países africanos,em busca do progresso econômico e social. Durantetodo o processo de implantação, a língua portuguesafoi vista como um meio estratégico para estreitar

Fui privilegiada em fazer parte da comissãoque deu início aos trabalhos que hoje dãooportunidade a pessoas estudarem em suacidade ou em sua região de origem. Não foifácil o processo de implantação. Com umalonga caminhada de reuniões e viagens,conseguimos a realização desse sonho queinicialmente era do ex-presidente Lula edepois se tornou de todos nós. A construçãoda UNILAB é um desafio que não está vencido.Cumprimos uma etapa, mas ainda faltamoutras em busca da continuidade dessa obra.”

Maria Elias Soares, integrante da Comissãode Implantação e ex-vice reitora da Unilab

Reunião de trabalhoem Fortaleza (CE)

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vínculos e estimular ações de cooperação com paísesna África que a têm como língua oficial ou que nelase expressam, assim como intensificar as relaçõesdiplomáticas entre os países do Hemisfério Sul.

A Comissão de Implantação da Unilab buscou iden-tificar áreas de importância estratégica para o desen-volvimento da universidade, fomentando a interaçãoe fundamentando a constituição de sua estrutura aca-dêmica. A partir daí, a Comissão realizou levanta-mento sobre temas e demandas comuns ao Brasil eaos países parceiros, sobretudo os africanos, com baseem estudos elaborados por especialistas, em viagensde trabalho e, ainda, em apresentações e debates sobrea Unilab. Salienta-se que, nesse processo de pros-

Quando começamos com a Comissão de Implanta-ção não tínhamos uma noção muito clara de ondeiríamos chegar, pois, até então, não existia umauniversidade nos moldes da Unilab, de integraçãointernacional. Não tínhamos parâmetros e nemantecedentes. Sendo assim, o primeiro passo que meajudou a nortear a Comissão foi orientado pelo minis-tro, em exercício, Fernando Haddad, que sugeriu visitartodos os países e regiões que falam língua portuguesa.Na medida em que as viagens iam acontecendo, comtrocas de culturas e observações da realidade e dasociedade civil, fomos montando o que pretendíamose depois com discussões mais elaboradas e técnicas aideia foi solidificando. O sonho idealizado se adaptouàs formalidades das normas e diretrizes de todos ospaíses. E a permanência desse sonho depende daousadia e perseverança dos dirigentes.”

Prof. Paulo Speller, presidente da Comissãode Implantação e ex-reitor da Unilab

pecção, foram privilegiados temas propícios ao inter-câmbio de conhecimentos na perspectiva da coopera-ção solidária entre os países. Como resultado, foramidentificadas as seguintes áreas com prioridade deatuação: agricultura, saúde coletiva, educação básica,gestão pública, tecnologias e desenvolvimento sus-tentável. A criação da Unilab buscou contemplar aformação e qualificação em diversos campos do saber.

A Unilab é um espaço contínuo para que o reconhe-cimento das diferenças entre povos e culturas seconstitua em campo e espaço únicos. Seus programase currículos ampliam visões e conceitos pelos aportesdas experiências concretas de discentes e docentes,recolhendo delas o que pode e deve ser recolhido.

Oficina de trabalho emFortaleza (CE), em 2009

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Comissão de Implantaçãoda UNILABPaulo Speller - UFMT, Presidente

Alexandre Prestes Silveira -Ministério da Educação

Almerinda Augusta de Freitas Carvalho -Ministério das Relações Exteriores

Antônio Augusto Soares - Banco do Brasil

Antônio Carlos do Prado - Embrapa

Eliane Cavalleiro - Associação Brasileira dePesquisadores Negros - Universidade de Brasília

Elói Ferreira de Araújo - Secretaria Especial dePolíticas de Promoção da Igualdade Racial /Presidência da República

Fernanda Lino Barreto Lourenço -Ministério da Educação

Godofredo de Oliveira Neto - Comissão paraDefinição da Política de Ensino-Aprendizagem,Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa -COLIP; Universidade Federal do Rio de Janeiro

José Graziano da Silva - Organização das NaçõesUnidas para Alimentação e Agricultura (FAO)

Leonardo Osvaldo Barchini Rosa -Ministério da Educação

Maria Elias Soares -Universidade Federal do Ceará (UFC)

Paulo Marchiori Buss - Fundação Oswaldo Cruz

Raquel Barreira Peréa - Ministério da Educação

René Barreira - Secretaria de Ciência e Tecnologiae Ensino Superior, Governo do Estado do Ceará

Vincent Defourny -Organização das Nações Unidas para aEducação, a Ciência e a Cultura (Unesco)

Implantaçãono Nordeste

Atenta ao fato de que o Nordeste brasileiro necessitade forte apoio para superar problemas históricos dedesenvolvimento, a universidade pretende favorecera região que, apesar de ocupar 18% do território econtar com 28% da população do país (Censo IBGE2010), produz apenas 13% do Produto Interno Bruto.

Além disso, dentro da proposta de integração comos países de língua portuguesa, em sua maioria naÁfrica, e disseminação da língua a fim de promoverrelações políticas, o estado do Ceará situa-se emlocalização estratégica, inclusive mais próxima dealguns desses países.

Reunião de trabalhoem Fortaleza (CE)

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Solenidade de posse daComissão de Implantação,em Brasília (DF), em 2008

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processo de criação da Unilabcomeçou bem antes da reali-zação das primeiras atividadesacadêmicas.

O sonho de uma universidade que visa a formaçãode profissionais e cidadãos para contribuir com aintegração entre o Brasil e as demais nações da Comu-nidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), teve oponto de partida em julho de 2008, quando o entãopresidente da República, Luís Inácio Lula da Silva,encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de LeiNº 3.891, que dispõe sobre a criação da Unilab. Nodia 25 de julho do mesmo ano, Lula apresentou omodelo da nova instituição na 7ª Conferência de Chefesde Estado e Governo da CPLP, realizada em Lisboa.

De acordo com o projeto, a universidade deve tera língua portuguesa como idioma comum e levar em

conta cursos de formação pelos quais os países africa-nos têm maior interesse, como as licenciaturas emCiências da Saúde, Física e Biologia, além de áreascomo a Tecnologia, Engenharia, Administração eAgronomia. O projeto passou tramitou na Câmarados Deputados, onde foi aprovado na Comissão deTrabalho, Administração e Serviços Públicos, em no-vembro de 2008, sob o parecer do deputado cearenseEudes Xavier (PT-CE).

Em maio de 2009, o projeto foi aprovado pela Comis-são de Educação e Cultura, com o relatório do deputa-do Antônio Carlos Biffi (PT-MS). Nesta etapa, o nomeda instituição, que anteriormente iria ser chamadade Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira, foi alterado para a Universidade da IntegraçãoInternacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Tambémfoi incluída a legislação a ser aplicada aos cargos efeti-vos de professor e de técnicos administrativos.

Após esse processo, o projeto foi ainda autorizadopela Comissão de Finanças e Tributação, com a relato-ria do deputado Pedro Eugênio (PT-PE), em dezembrode 2009. Nesta Comissão, foi aprovado o orçamento

Lei de CriaçãoDo Congresso

ao Planalto

O

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Congresso Nacional,em Brasília (DF)

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da Unilab, com previsão de gasto de R$ 9,4 milhões,em 2009; R$ 42,8 milhões, em 2010; R$ 46,6 milhões,em 2011; e R$ 51,7 milhões, em 2012; totalizandoum orçamento de R$ 150,5 milhões para os quatroprimeiros anos.

Na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidada-nia, sob o parecer do deputado Mauro Benevides (PMDB-CE), o projeto foi aprovado em regime de prioridadeem abril de 2010. O relator apresentou a emenda paraautorizar a União a transpor, remanejar, transferir, totalou parcialmente, dotações orçamentárias aprovadasna Lei Orçamentária de 2010 e em créditos adicionaisda Universidade Federal do Ceará (UFC).

Após a aprovação da redação final do Projeto deLei No 3.891/08 pelo plenário da Câmara de Deputa-dos, em maio de 2010, a matéria foi encaminhada aoSenado Federal, onde foi aprovado pela Comissão deConstituição e Justiça, sob o parecer do relator InácioArruda (PCdoB-CE), no dia 09 de junho; e pela Comis-são de Relações Exteriores, com relatoria do senadorTasso Jereissati (PSDB-CE), no dia 07 de julho de 2010.Neste mesmo dia, o projeto de lei que criou a Univer-sidade foi aprovado pelo plenário do Senado Federal.

No dia 20 de julho de 2010, no Palácio do Itamaraty,em Brasília, Luiz Inácio Lula da Silva sancionou aLei No 12.289, que garantiu a criação da segunda

É uma conquista para o Brasil e, ao mesmotempo, um compromisso com o passivoherdado da escravatura que houve nestePaís, à custa de homens e mulheres escravosdaquela época. Redenção, no Estado doCeará, que hoje garante a presença da Unilab,foi a primeira cidade do Brasil a libertar seusescravos. Por isso, a Unilab nasce com umanova marca, uma marca democrática, deintercâmbio com os povos da África e que nosdá alegria em dizer que os jovens do Ceará,do Brasil e da África poderão ter um novoespaço de conhecimento, de relaçõesculturais, enfim, de ensino e de pesquisa.”

Dep. Eudes Xavier, em discurso no plenário daCâmara de Deputados, no dia 24 de maio de

2011, um dia antes da aula inaugural na Unilab

Plenário da Câmarados Deputados,em Brasília (DF)

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universidade federal do estado do Ceará, a Univer-sidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). De acordo com o texto da Lei, ainstituição tem como objetivo primeiro: “Ministrarensino superior, desenvolver pesquisas nas diversasáreas de conhecimento e promover a extensão univer-sitária, tendo como missão institucional específicaformar recursos humanos para contribuir com a inte-gração entre o Brasil e os demais países membros daComunidade dos Países de Língua Portuguesa - CPLP,especialmente os países africanos, bem como promo-ver o desenvolvimento regional e o intercâmbio cul-tural, científico e educacional”.

Participaram da solenidade o presidente da Comis-são de Implantação da Unilab e reitor pro tempore,Paulo Speller; o reitor da Universidade Federal doCeará (UFC), Jesualdo Farias; o governador do estadodo Ceará, Cid Gomes; a então prefeita de Redenção,Francisca Torres Bezerra, e demais representantes dabancada federal cearense.

O primeiro reitor da nova universidade foi empos-sado no dia 28 de agosto de 2010, pelo então Ministroda Educação, Fernando Haddad. Para o cargo protempore, foi nomeado o professor doutor PauloSpeller, presidente da Comissão de Implantação daUnilab e ex-reitor da Universidade Federal de Mato

Não seria demais relembrar que todos os paíseslusófonos estarão representados na concepçãooriginal, convindo tecer referências a Portugal,Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor-Leste,São Tomé e Príncipe - todos entusiasmados comessa linha integracionista prestes a tornar-serealidade no município de Redenção, no meuEstado, cidade que se situa como a primeira alibertar os escravos em nosso País.”

Dep. Mauro Benevides, em discurso no plenárioda Câmara de Deputados, 13 de abril de 2010

Plenário do SenadoFederal, em Brasília (DF)

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Grosso por dois mandatos (2000 a 2004 e 2004 a2008). Na cerimônia de posse, em Brasília, participa-ram embaixadores das nações integrantes da CPLP erepresentantes políticos do Ceará e da Bahia, entreeles, a prefeita da cidade de São Francisco do Conde(BA), Rilza Valentim, município onde está localizadoo primeiro campus da universidade fora do Ceará.

“Mais uma conquista positiva para o municípiomais negro do país, que re-significará a vida do povode São Francisco do Conde e de toda a Região Metro-

É uma universidade muito importante, porqueela faz essa integração, faz essa reparação,não no sentido de ‘vamos reparar essa chaga’,mas no sentido de ‘bom, é hora de integrar opovo brasileiro’. É por isso que a universidadese chama Universidade da IntegraçãoInternacional da Lusofonia Afro-Brasileira.Nós nos unimos com os africanos, indepen-dentemente da língua. Vamos ter a presençade países que falam outras línguas, quefalam francês, que falam inglês.”

Senador Inácio Arruda,em pronunciamento no plenário do

Senado Federal, no dia 25 de agosto de 2010

politana”, afirmou Rilza Valentim, prefeita da cidadede São Francisco do Conde, no dia 28 de agosto,durante a posse do reitor pro tempore, Paulo Speller.

Fernando Haddad , então ministro da Educação,também presente na ocasião, afirmou: “O Brasil e ospaíses da África possuem muitas questões e problemasem comum, que precisam ser enfrentados com a pro-dução de conhecimento científico. Essa nova univer-sidade terá o potencial de desenvolver tecnologias quepoderão ser aplicadas dos dois lados do Atlântico”.

Ex-prefeita de Redenção CimarBezerra, Lula, senador José Pimentel(PT) e senador Inácio Arruda (PCdoB)

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Solenidade de sanção daLei de Criação da Unilab,em Brasília, em 2010

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universidade abriu as portas nodia 25 de maio de 2011, am-pliando as possibilidades deacesso ao conhecimento para

estudantes do Brasil e do mundo. As atividades inicia-ram no Campus da Liberdade, no município de Reden-ção (CE), berço da abolição da escravidão no Brasil,em 1883. A universidade nasceu com o objetivo deintegrar países que têm a língua portuguesa como idio-ma oficial, sempre articulada com outras instituiçõesde diversas regiões.

A data para início das atividades da Unilab foi inseri-da em um contexto devidamente pensado: 25 de maioé o Dia da África, data alusiva à fundação da Organiza-ção da Unidade Africana (OUA). Além disso, 2011 con-

sagrou-se como o Ano Internacional dos Afrodescen-dentes, pela Resolução da Assembleia Geral das Na-ções Unidas de 18 de dezembro de 2009.

A solenidade foi marcada por uma aula inauguralproferida pelo então ministro da Educação, FernandoHaddad, com a presença do governador do Estadodo Ceará, Cid Gomes; a então prefeita de Redenção,Francisca Bezerra; além de outras autoridades como osenador Inácio Arruda; reitores das universidadespúblicas do Ceará; prefeitos; deputados; secretários mu-nicipais; comunidade acadêmica e a expressiva presençada população. O evento foi presidido pelo então reitorPaulo Speller, que deu início às atividades, informandoque, naquele momento, estavam matriculados 180 es-tudantes, sendo 141 brasileiros e 39 estrangeiros, noscursos de Administração Pública, Agronomia, Enfer-magem, Engenharia de Energias e Licenciatura emCiências da Natureza e Matemática. A segunda univer-sidade federal no Ceará iniciou seu quadro docente com16 professores efetivos e cinco professores visitantes.

InauguraçãoA Unilab abre

as portas

A

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Fachada do Campus daLiberdade, em Redenção (CE)

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Para nós, cearenses, é motivo de orgulho que ainstituição tenha sido aqui instalada. Havia, de fato,motivos para que assim acontecesse. O Ceará, todossabem, se antecipou ao movimento de libertação dosescravos, no século XIX, conquistando, por mérito, otítulo de Terra da Luz. É natural, pois, que o Brasil, aoestender a mão aos povos africanos, num gesto depaz e num convite à cooperação, o faça a partir doCeará, mais precisamente da cidade de Redenção,onde pioneiramente se aboliu a mão de obra escrava.”

Cid Gomes,governador do Estado do Ceará

A programação inaugural contou ainda com apre-sentações de grupos de maracatu e outras atividadesculturais e artísticas dos diversos países durante trêsdias, com palestras, rodas de conversas, música, dança,exposições, poesias, entre outros.

Com destaque para a relação entre países que falam aLíngua Portuguesa, a universidade desenvolve de for-ma solidária a integração cultural, além da oportunida-de de aprendizado acadêmico-profissional, social e hu-mano para os estudantes. Essa cooperação internacionalse deu em pleno Maciço do Baturité, onde a construçãode um caminho para o desenvolvimento da região é odesafio prioritário para a Universidade.

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Governador do Ceará Cid Gomes,então ministro da EducaçãoFernando Haddad, então reitorda Unilab Paulo Speller, reitorda UFC Jesualdo Farias, senadorInácio Arruda, então vice-reitorada Unilab Maria Elias Soares eo secretário da Ciência, Tecnologiae Inovação do Ceará René Barreira

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A internacionalização, maior desafio das univer-sidades brasileiras, atravessa todas as açõesda Unilab. O apoio entusiástico da PresidentaDilma à construção da instituição, somado peloMEC, UFC e demais universidades cearenses,Governo do Estado, Assembleia Legislativa eCâmaras Municipais, e, sobretudo por movi-mentos sociais, colocam desafio da maiorgrandeza para nós. A Unilab inicia suas ativi-dades! Cumpro a missão que me foi confiada!”

Paulo Speller,então reitor pro tempore da Unilab

A inauguração da instituição revela o trabalhoexecutado ao longo desses quase dois anos e queagora será capitaneado pelo reitor Paulo Speller,no sentido de responder ao desejo do entãopresidente Lula, agora da presidenta Dilma Rousseff,e dos países envolvidos de estreitar os laços com ocontinente africano, de resgatar muito de nossahistória, a partir da atividade acadêmica dessanova instituição e do que ela pode produzirefetivamente de bem-estar para os nossos povos”

Fernando Haddad,então ministro da Educação

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processo seletivo para os cur-sos de Graduação da Unilabdestina 50% das vagas parabrasileiros, através do Sistema

de Seleção Unificada (SISU), do Ministério da Educa-ção, sendo 25% voltados a candidatos cotistas, quetêm um critério diferenciado para aprovação. As outras50% das vagas são reservadas a estrangeiros, cujaseleção ocorre através de avaliação do histórico esco-lar do Ensino Médio e prova de redação, realizadasnos próprios países de origem.

A Unilab oferece oito cursos de Graduação, sendosete presenciais e um na modalidade a distância. Ospresenciais são: Agronomia, Enfermagem, Adminis-tração Pública, Engenharia de Energias, Bachareladoem Humaniades, Ciências da Natureza e Matemáticae Letras (Língua Portuguesa). A graduação a distânciaé em Administração Pública. A Universidade tambémoferece três cursos de Especialização, todos na moda-lidade a distância: Gestão Pública, Gestão Pública Mu-nicipal e Gestão em Saúde.

Atividades acadêmicasEnsino, Pesquisa

e Extensão

OA Unilab oferece oito cursos deGraduação, sendo sete presenciais

e um na modalidade a distância

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Estudantes da Guiné-Bissau noCampus da Liberdade, em Redenção (CE)

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A implantação dos cursos passou por um processode pesquisa, levantando em conta temas comuns aoBrasil e aos países parceiros. Sendo assim, foram pri-vilegiados temas propícios ao intercâmbio de conhe-cimentos na perspectiva da Cooperação Solidária Sul-Sul, além da aderência às demandas nacionais erelevância e impacto em políticas de desenvolvimentoeconômico e social.

O resultado identificou as seguintes áreas de atua-ção: Agricultura: a produção de alimentos, bem comosua distribuição, é estratégica em todo mundo, masespecialmente nos países africanos onde, segundodados da Organização das Nações Unidas (ONU, 2010),

está concentrada a maior parte da população mundialem situação de precariedade alimentar; Saúde: aformação de pessoal para programas de saúde coletivasão indicadores mundiais de desenvolvimento hu-mano. No Brasil e em países parceiros mostra-se fun-damental promover formação básica nesta área; Edu-cação: o domínio da leitura, escrita e operações mate-máticas é determinante na promoção da cidadania.A formação de professores de educação básica é umasdas prioridades da universidade; Gestão Pública: ohistórico dos países envolvidos no projeto indica aimportância de desenvolver e fortalecer, em diversasáreas, conhecimentos e estratégias de organização epromoção da gestão pública, disseminando mecanis-mos de participação democrática, transparência degestão e inclusão social; Tecnologias e Desenvolvi-mento Sustentável: a formação de pessoas para con-ceber, projetar e desenvolver infraestrutura tecnoló-

No alto, estudantes de Enfermagem em açãode saúde no Campus da Liberdade; acima, mostra

de experimentos dos estudantes de Engenhariade Energias; ao lado, estudantes de Agronomia

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gica para o desenvolvimento sustentável, sem perderde vista as características e recursos existentes emcada país/região. Já nos cursos da modalidade EAD,a prospecção indicou uma necessidade de auxiliar ogoverno na formação de administradores públicos,o qual proporcionará crescimento e desenvolvimentonos municípios.

PesquisaAs ações de Pesquisa desenvolvidas pela Unilab

começam a gerar os primeiros frutos, potencializandoa execução de projetos envolvendo docentes,estudantes e técnicos administrativos. O Programade Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) foi lançadoem 2011 e vem fomentando a cultura da pesquisaentre a comunidade universitária.

Vale destacar a realização do I Encontro de Inicia-ção Científica, em agosto de 2012, com a apresen-

tação de 19 trabalhos (desenvolvidos entre 2011 e2012), que contaram com a participação de 34 estu-dantes, entre bolsistas e voluntários, e 17 professores.

A cabo-verdiana Lidiane Rossi Sabino, estudantedo curso de Engenharia de Energias, afirmou que apartir da pesquisa realizada na Universidade será pos-sível desenvolver ações também em seu país de ori-gem. “Com a prática desta pesquisa, vou poder utili-zar o conhecimento adquirido em energia renovávelem Cabo-Verde, aproveitando a energia solar, elétricae das marés para o país”, comentou.

Em julho de 2013, o PIBIC da Unilab já contavacom 46 bolsas da própria universidade e mais 25 finan-ciadas pela Fundação Cearense de Apoio ao Desen-volvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Até esteperíodo, há também 16 grupos de pesquisa cadastradosno Conselho Nacional de Desenvolvimento Científicoe Tecnológico (CNPq), com 46 linhas de pesquisa e56 projetos em execução.

Apresentação de projetos de IniciaçãoCientífica no Campus da Liberdade, em

Redenção (CE); Lidiane Rossi, bolsista doPIBIC; e estudantes em laboratório da

Universidade Federal do Ceará

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Extensão eAções Comunitárias

A Extensão na Unilab é entendida como um pro-cesso educativo, cultural e científico que articula oensino e a pesquisa para a produção e a disseminaçãodo saber universal. Tem o objetivo de contribuir com

o desenvolvimento social, cultural e econômico narelação da universidade com a sociedade.

As ações desenvolvidas pela Eextensão têm umimpacto relevante, direto e indireto, na aplicação depolíticas públicas no contexto que é inserida na socie-dade, envolvendo as comunidades interna (discentes,docentes e técnicos administrativos) e externa, de modointerdisciplinar. De acordo com a professora SâmiaNagib Maluf, coordenadora de Extensão e Ações Co-munitárias da Unilab, “os projetos de Extensão têmum compromisso com as ações comunitárias - paraser extensão tem que atender também a sociedade.Para uma comunidade com uma média de IDH (Índicede Desenvolvimento Humano) baixo, o acesso a infor-mação é importante para a qualidade de vida da região.A chegada da Unilab no Maciço do Baturité tem con-tribuído em auxiliar as necessidades da região”.

Ações de Extensão:coleta de sangue peloHemoce, exposição deartesanato, oficina dedesign para artesãos

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De 2011 a 2013 foram desenvolvidas pela Unilabvárias ações de Extensão: orientações sobre saúdecardiovascular para grupos de idosos, crianças eadolescentes; levantamento de espécies frutíferas daregião do Maciço do Baturité; cursos para agentescomunitários de saúde da região; oficinas para cons-trução de agenda de trabalho e formação de indicado-res culturais e identidade de Redenção (CE); cursosde informática básica; curso de design para artesãos;Programa “Por uma vida melhor: Educação Finan-ceira Sem Fronteiras”; Clube de Inglês; campanha dedoação de sangue – Hemoce; curso de história daÁfrica; entre outras.

Portanto, de acordo com as Diretrizes Gerais da Uni-lab (2010), entende-se a Extensão como um momentoe segmento da produção acadêmica muito além damera difusão de conhecimento em sala de aula. Pormeio da Extensão, é possível promover ações com oentorno da universidade, efetuando uma interaçãodialógica com diversos segmentos da sociedade.

Ao lado, curso de Arqueologiae Projeto Educação em DireitosHumanos; abaixo, integrantesdo Projeto Ripramim

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Educação a DistânciaPara quem tem interesse em estudar na Unilab e

não tem disponibilidade de estar presente diariamenteem seus campi, a universidade oferece cursos na moda-lidade a distância. Atualmente, as oportunidades sãopara graduação em Administração Pública, e espe-cializações em Gestão Pública, Gestão Pública Muni-cipal e Gestão em Saúde.

Esses cursos fazem parte do PNAP (Programa Na-cional de Formação em Administração Pública) doGoverno Federal, que é intermediado pelo Sistemada Universidade Aberta do Brasil, coordenado pelaCapes. A concepção dos cursos é auxiliar o governo

na formação de administradores públicos e contribuirpara o desenvolvimento dos municípios brasileiros.No segundo momento, o Ensino a Distância da Unilabdará início à formação de professores.

A Unilab conta com seis Polos de Apoio Presencial.Duas unidades estão sediadas nos campi da Univer-sidade nas cidades de Redenção (CE) e São Franciscodo Conde (BA). Os outros quatro polos localizam-senos municípios cearenses de Aracati, Piquêt Carneiro,Aracoiaba e Limoeiro do Norte, em espaços sediadospelas prefeituras. Todos os polos disponibilizam acom-panhamento didático aos alunos, assim como a infra-estrutura adequada no que se refere à biblioteca comacervo específico ao curso oferecido, computadorescom acesso a internet e um tutor presencial disponívelpara esclarecer dúvidas dos alunos. Apesar dos polosestarem presentes em seis cidades, estes atendem aestudantes de 106 municípios diferentes.

O trabalho desenvolvido pela Universidade Abertado Brasil já está presente em Moçambique, e a Unilab,em parceria com a Capes, conduz o processo de coor-denação pedagógica do projeto. Essa modalidade seráofertada também em Cabo Verde.

BibliotecaA Biblioteca é um importante local na universida-

de, sendo uma extensão das salas de aulas. É umvalioso espaço de encontro com o conhecimento,que proporciona ao aluno a oportunidade de apro-fundar e ampliar o que lhe é ensinado por meio doacesso a diversas obras e fontes de pesquisa.

No alto, Polo de Apoio Presencial daUnivesidade Aberta do Brasil instalado no

Campus da Liberdade, em Redenção (CE);abaixo Laboratório de informática

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Biblioteca do Campus daLiberdade, em Redenção (CE)

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Com um expressivo acervo, o conteúdo disponívelatende às necessidades dos alunos nas diversas áreaslecionadas na Unilab. Já foram adquiridos cerca de38.000 livros: 20.000 em Redenção (CE), 11.000 emAcarape (CE) e 7.000 em São Francisco do Conde (BA).

Além das atividades de empréstimo, a biblioteca daUnilab oferece orientações qualificadas de como reali-zar trabalhos acadêmicos (artigos, resenhas, resumos),relatórios, produção do currículo Lattes, entre outros.

Projetosinternacionais

RIPES (Rede das Instituições Públicasde Educação Superior)

A RIPES foi idealizada pela Unilab, visando consti-tuir uma rede de instituições públicas de ensino supe-rior no âmbito da Comunidade dos Países de LínguaPortuguesa (CPLP) na perspectiva da Cooperação Sul-Sul. A rede é capaz de promover o intercâmbio deconhecimento, a mobilidade acadêmica com qualidadee a formação de cidadãos que contribuam para o desen-volvimento dos países. Essa rede é um sistema capazde organizar pessoas e instituições, de forma igualitáriae democrática, em torno de um objetivo comum.

A RIPES tem como objetivo: implantar um siste-ma de mobilidade acadêmica que envolva estudantes,professores e pesquisadores de diversas instituiçõesde países que compõe a CPLP; fortalecer centros de

No alto, Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP,em Maputo, Moçambique, em julho de 2012; abaixo, visitado chefe da Procuradoria Federal na Unilab, Silton Bezerra,à sede da CPLP, em Lisboa, Portugal, em outubro de 2012

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educação a distância nas Instituições Públicas deEducação Superior (IPES); criar e aplicar uma estra-tégia de comunicação virtual, impressa e audiovisual,assim como lançar uma revista científica para trocade conhecimento e publicação acadêmica entre ospaíses envolvidos; produzir o Estado de Arte da Educa-ção Superior nos PALOP (Países Africanos de LínguaOficial Portuguesa) e Timor-Leste; e elaborar estratégiade financiamento para a manutenção da rede.

O projeto pretende fortalecer a cooperação na CPLPe realizar seminário brasileiro com as IPES que coope-ram com a CPLP, realizar seminário internacional paraestabelecer dinâmicas de funcionamento e promoverreuniões técnicas em cada país.

Projeto UniversidadeAberta doBrasil-Moçambique

O Projeto UAB-Moçambique foi iniciado em 2010com a oferta de quatro cursos em Moçambique. A açãoé financiada pelo Brasil, em parceira com a UniversidadePedagógica e com a Universidade Eduardo Mondelane,ambas do país africano.

A Unilab, em parceria com a Capes, conduz a coor-denação pedagógica do projeto. O governo brasileiro,por meio do MEC, garante o desenvolvimentotécnico dos trabalhos, assim como mantém estreito ointercâmbio com o coordenador das atividades decooperação e observa as normas e procedimentos.

Para a diretora de Educação Aberta e a Distânciada Unilab, Maria Aparecida da Silva, “é uma oportu-

nidade de acesso ao ensino de qualidade às pessoasque não podem frequentar uma universidade. É umtrabalho de ampliação nas possibilidades de educaçãosuperior, proporcionando desenvolvimento socialtambém a Moçambique, uma vez que a realidadecotidiana desse país é semelhante a da Região doMaciço de Baturité”. A proposta de integração entreos países da CPLP se aplica também a esse trabalhoque está sendo executado”.

O trabalho desenvolvido pela Universidade Abertado Brasil será ofertada também em Cabo Verde e aUnilab, a princípio, ofertará disciplinas de Administra-ção Pública e depois o curso integral, em parceriacom a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Missão da Universidade Abertado Brasil a Moçambique, em 2013

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Programa ECOSS(Centro de Referênciaem Educação deJovens e Adultos eCooperação Sul-Sul)

A implementação do Centro de Referência em Edu-cação de Jovens e Adultos e Cooperação Sul-Sul(ECOSS) pela Unilab, com o apoio e financiamentodo MEC, tem se constituído numa experiência emrede capaz de aglutinar governos, universidades públi-cas e sociedade, atuando na perspectiva do fortaleci-mento do direito à educação e de políticas públicasde Educação de Jovens e Adultos. A EJA é entendidapelo ECOSS como um componente essencial do direi-to à educação e o ECOSS tem como uma de suasprincipais ações, atuar com parceiros nacionais einternacionais, em especial, os países que tem a línguaportuguesa como idioma oficial.

O programa tem como base a pesquisa histórica erecente sobre Educação de Jovens e Adultos nos paí-ses da CPLP, com ênfase nos Países Africanos de Lín-gua Oficial Portuguesa (PALOP). Assim, esse pilar es-trutura: formação continuada, que tem como foco po-líticas públicas, currículo e gestão; comunicação, quecontempla a construção de portal e produção de vídeosdocumentários, publicações impressas e eletrônicas;e mobilização social como atuação em rede colabo-rativa com governos, universidades e sociedade civil.

A Unilab é a instituição responsável em liderar oprograma e, de acordo com a professora JacquelineFreire, coordenadora do projeto na Universidade, “essetrabalho é uma oportunidade se desenvolver ações,concretizando a missão da Unilab em realizar projetosde cooperação internacional nas áreas de ensino,pesquisa e extensão. O ECOSS possibilita interação eintercâmbio de experiências entre estrangeiros e acomunidade da região do Maciço do Baturité’’.

Acima, Reunião Técnica do ECOSS em Fortaleza (CE), emfevereiro de 2011; abaixo, Maculo Afonso, representantedo Ministério da Educação de Angola, durante ReuniãoTécnica do ECOSS em Redenção (CE), em maio de 2013

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CátedraUnitwin/UnescoChairs Programme:Educação e Inovaçãopara CooperaçãoSolidária

A criação de uma Cátedra Unesco e Rede Unitwinde Educação, Inovação e Cooperação Solidária repre-senta a constituição de uma ferramenta para potencia-lizar a Unilab no exercício de sua missão institucional,além de produzir e disseminar o saber universal demodo a contribuir para o desenvolvimento social,cultural e econômico do Brasil e dos países de expres-são em Língua Portuguesa. Nessa perspectiva, foiformulado o projeto do Observatório de Formação deEducadores (OFE), que propõe-se a um conjunto deiniciativas de ensino, pesquisa e extensão visandofortalecer esta missão.

O programa atua na formação de gestores e profes-sores no Brasil e em países parceiros, e na criação deespaços presenciais de troca de experiências entreprofissionais de educação.

Segundo a professora Sofia Lerche Vieira, coorde-nadora acadêmica do programa, “para a universidadeé importante ter uma Cátedra Unesco, uma vez queé um reconhecimento da organização pela compe-tência da instituição de ensino superior em podergerenciar iniciativas de formações, ou seja, a Cátedrafunciona como um selo de qualidade. A Unilab já

desenvolve na região do Maciço do Baturité encontrosde formações de gestores (educacionais e escolares)de acordo com o contexto das cidades”.

O programa já está sendo discutido com o objetivode ampliar a formação de gestores nos demais paísesda CPLP, assim como parcerias com outras universi-dades, que já têm a Cátedra Unesco.

Acima, a reitora Nilma Gomes em reunião doObservatório da Educação no Maciço de Baturité

(Obem) com gestores municipais, em Redenção (CE), emabril de 2013; ao lado, Edem Adubra, chefe da Sessão

de Formação de Professores na sede da Unesco,durante lançamento da Cátedra Unesco/Unilab

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Galeria de alunos da Unilab

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Unilab empenha-se em oferecercondições propícias à integra-ção dos estudantes na vidauniversitária, através de ações,

projetos e programas planejados e desenvolvidos porum quadro de profissionais docentes e técnicos admi-nistrativos plenamente qualificado para atuar nas di-versas atividades inerentes à missão e aos objetivosprimordiais da instituição. Tais ações e programas sãovoltados para a área acadêmica, assim como para aassistência estudantil.

EstudantesIntegração e

êxito acadêmico

AEm julho de 2013, a Unilab conta

com 1.352 estudantes matriculadosnos cursos de Graduação

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Estudantes na entradaprincipal do Campus da

Liberdade, em Redenção (CE)

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ProgramaIntegrado de Bolsas

Dentre os programas acadêmicos, destaca-se o Pro-grama de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), quevisa a valorização dos cursos de licenciatura e futurasinserções profissionais no magistério de forma a con-tribuir para o engajamento de mais estudantes nainiciação à docência e na vivência na escola pública.

Esse programa, criado pela Capes, contempla arigor, apenas alunos brasileiros, mas a Unilab ampliouo seu quadro com recursos próprios, favorecendotambém os graduandos estrangeiros. Além deste, háo PBM (Programa de Bolsa de Monitoria), PET

(Programa Institucional de Educação Tutorial) e PBAC(Programa de Bolsas de Aprendizagem Cooperativa).Ainda há o projeto TEIA (Turma de Estudos, Integraçãoe Aprendizagem), que possibilita ao estudante calouroparticipar de atividades que promovam a transiçãodo ensino médio para o ensino superior.

Faz parte do Programa Integrado de Bolsa da uni-versidade (PIB), além dos já mencionados, o PIBIC(Programa de Bolsa de Iniciação Científica), o PIBEAC(Programa de Bolsa de Extensão e Ações Comuni-tárias), o PIBDR (Programa de Bolsa de Desenvolvi-mento Regional), o PBDIN (Programa de Bolsa deDesenvolvimento Institucional) e o PROBTI (Programade Bolsa de Tecnologia da Informação).

Número de estudantes daGraduação por nacionalidade

Brasil: 1.053

Angola: 26

Cabo Verde: 39

Guiné-Bissau: 135

Moçambique: 5

São Tomé e Príncipe: 23

Timor-Leste: 71

Um total de 1.352 estudantes.fonte: Núcleo de Acesso do Estudante (julho/2013)

Bloco Didático doCampus da Liberdadeconta com 10 salas de aula

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Estudantes no pátio doBloco Administrativo do

Campus da Liberdade

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Restaurante Universitáriodo Campus da Liberdade

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Auxílios do Programa deAssistência aos EstudanteAuxílio alimentaçãoComplementa despesas com alimentação.

Auxílio transporteApoio ao deslocamento para a Unilab.

Auxílio moradiaBusca garantir condições de residêncianos municípios sede dos Campi da Unilab.

Auxílio instalaçãoApoio aos estudantes beneficiários do AuxílioMoradia no que se refere à aquisição de mobília.

Auxílio socialApoio aos estudantes em situação de elevadograu de vulnerabilidade socioeconômica.

Núcleo de Esporte e Lazer (NUCEL)Considerando o esporte e lazer como essenciaispara uma melhor qualidade de vida e tambémpara a integração da comunidade universitária.O núcleo oferece uma programação voltada aosestudantes com atividades orientadas por edu-cadores físicos e profissionais da área, como, porexemplo, escolinhas de futebol e vôlei, partici-pação em campeonatos de colégios da regiãoe diversos jogos como xadrez e tênis de mesa.

Núcleo de Assistência Social ao Estudante (NASE)Desenvolve ações que auxiliam na permanênciae no fortalecimento do discente na universidade,estabelecendo um diálogo com foco social quevai além do acadêmico. Esse núcleo oferece aosestudantes de Graduação orientações gerais e, casoseja necessário, encaminha a outros profissionais.

Núcleo Interdisciplinar de ApoioPsicopedagógico ao Estudante (NIAPPE)Presta apoio aos estudantes por meio de acompa-

nhamento terapêutico, com profissionaiscapacitados e direcionados às necessidadesindividuais.

Núcleo de Informação e Documentaçãode Apoio Estudantil (NIDAE)Foi criado com o objetivo de garantir atençãoespecializada e esclarecedora aos estudantesoriundos dos diversos países que compõem aCPLP, como, por exemplo, informações sobrevisto, e demais burocracias para migração.

Assistênciaestudantil

A Unilab oferece aos alunos condições básicas paraque eles possam cumprir sua trajetória acadêmicacom êxito e qualidade. O apoio consiste na concessãode auxílios com recursos do Programa Nacional deAssistência Estudantil (PNAES), destinadas a estu-dantes regularmente matriculados nos cursos de gra-duação que preencham os requisitos previstos emeditais específicos e estejam aptos a receber auxíliosnas modalidades: alimentação, transporte, moradia,social e instalação. O objetivo das políticas e açõesde acompanhamento e assistência é possibilitar queo estudante mantenha-se em condições favoráveispara se dedicar aos estudos, focando no aprendizadoe no conhecimento científico proporcionados pelaUniversidade, e evitar sua inserção prematura no mer-cado de trabalho.

Estudantes comemoramtítulo no Torneio EsportivoIndependência, em 2012

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Projeto TravessiaO Projeto Travessia presta apoio aos estudantes

vindos de outros países no momento de sua transiçãopara o Brasil. O contato inicia desde o momento queo aluno se interessa pela universidade, auxiliando-ocom informações sobre a seleção, documentação ne-cessária (tramitação de visto, por exemplo), até o acolhi-mento no novo ambiente.

Arte e CulturaA diversidade cultural é uma das marcas da Unilab.

Por isso, os projetos relacionados à arte e cultura têmatuação expressiva no dia a dia da universidade. Desdea inauguração, realiza-se intensa e diversificada progra-mação que envolve música, dança, teatro e literatura.

A Universidade desenvolve atividades que valori-zam a cultura da região e dos países que compõem aCPLP. Nas noites das segundas-feiras acontecemoficinas de teatro, das terças e quintas-feiras showsmusicais, e às sextas-feiras é a vez da mostra de talentosda Unilab. Paralelo a essas iniciativas, na hora do almo-Recepção de estudantes estrangeiros no

Aeroporto Internacional de Fortaleza (CE)

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ço, são exibidos videoclipes dos mais variados artistas,agradando a todos os tipos de gostos. Algumas dessasatividades ganharam força e ganharam formato deprojeto, estabelecendo uma rotina com maior propor-ção, como a Quarta Cultural – Maciço de Arte. Essestrabalhos são desenvolvidos dentro da política de inte-gração entre as diversas culturas que compõem o coti-diano da universidade.

Além dos eventos semanais, a Unilab promove ati-vidades especiais em datas comemorativas. Nessaperspectiva, são promovidos atos nos dias da inde-pendência dos sete países que formam o quadro deestudantes, Dia da Consciência Negra, Dia da Poesia,Dia da África, lançamentos de livros de escritores daregião ou que tratam de temas lusófonos, entre outros.

As ações de Arte e Cultura visam ainda o desbra-vamento de outros ambientes. Sendo assim, sãorealizadas excursões a cidades vizinhas duranteeventos de expressão artística.

No período de agosto de 2011 a março de 2013foram realizadas as seguintes atividades: 30 apresen-tações de artes cênicas, 16 shows musicais, 21 sarausliterários, 30 exibições audiovisuais seguidas de debate,20 oficinas culturais, 7 lançamentos de livros, 4 semi-nários teóricos sobre arte e cultura, 6 mostras culturaisda independência dos países lusófonos, 6 excursõesculturais, oficinas permanentes e atividades nocotidiano do Campus da Liberdade, em Redenção (CE).

Acima, apresentação do grupo de maracatu no primeiroaniversário da Unilab, em 2012; ao lado, da esq. para dir., festada Independência do Timor-Leste e apresentação de dança

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A Unilab tem contribuído de forma positivana minha vida pessoal e profissional. Estouaprendendo muita coisa que não tinha noçãoque existia – isso abre a minha cabeça paranovas perspectivas. Agradeço ao governobrasileiro e de todos os outros países quefazem parte desse acordo para a construçãodessa universidade”.

Fernando Pinto, de Moçambique,estudante de Agronomia

Para mim é uma graça está na universidade.A Unilab tem contribuído na minha formaçãoacadêmica e pessoal e a diversidade culturalque tenho convivido, a princípio, era estranho,mas hoje eu vejo que enriqueceu o meu olhar.”

Jacinto Nicolau, de Angola, estudantede Ciências da Natureza e Matemática

Quando soube da universidade fiz logo ainscrição na busca de realizar o sonho de teruma formação com curso superior. O diplomaconquistado no exterior é mais valorizado emmeu país e estar aqui é uma oportunidade decrescimento profissional. Está sendo tambémuma ótima experiência conviver e integrar comestudantes de diversos países – é uma rica trocade cultura e costumes – apesar de sermos todosda África, percebo que somos diferentes’’.

Valdécio Rodrigues, de São Tomé ePríncipe, estudante de Agronomia

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A Unilab está contribuindo muito em minha vida.Consegui sair do meu país e realizar o meu sonhode cursar uma educação superior, pois na minhaterra não tinha oportunidade para isso. Estou aquibuscando ser um homem formado que possadepois desenvolver atividades profissionais no meupaís de origem. Isso vai mudar a minha vida e a daminha família. Esse projeto conseguiu me deslocarpara o Brasil, me proporcionando vivenciar outrasexperiências com pessoas de diversos países’’.

Faustino Rodrigues, de Guiné-Bissau,estudantes de Administração Pública

Está sendo uma experiência ótima viver aqui.A localização nos permitiu ter menos gastos finan-ceiros, além de sermos bem recebidos por ser umauniversidade no interior do Estado. Em alguns as-pectos a universidade ainda está amadurecendo,mas é rico o que venho aprendendo aqui, princi-palmente por 50% dos estudantes serem estran-geiros e 50% brasileiros. Sempre quis vir estudar noBrasil e a oportunidade chegou. Foi uma boainiciativa e por isso agradeço ao presidente Lula.”

Soraia Figueiredo, de Cabo Verde,estudante de Administração Pública

Desde que cheguei aqui tenho ampliadomeu conhecimento pessoal e profissional.É perceptível meu desenvolvimento,principalmente na tolerância cultural, poisconvivemos com pessoas de vários países.”

Jezabel Rodrigues, de Cabo Verde,estudante do Bacharelado em Humanidades

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Galeria de servidores da Unilab

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s primeiros passos da Unilabforam dados com uma equipede 15 técnicos administra-tivos e 15 professores. Eles par-

ticiparam do processo de construção da universidadee contribuíram com a elaboração do projeto, dandocontinuidade aos trabalhos realizados pela Comissãode Implantação. Alguns chegaram à Unilab atravésde aproveitamento de concurso e outros foram redis-tribuídos de outras instituições de ensino superior,de várias regiões do Brasil.

No início, os trabalhos eram realizados em espaçoscedidos no Campus do Pici e na Reitoria da Univer-sidade Federal do Ceará (UFC) que, como instituição-tutora da nova universidade, colaborou nos aspectosadministrativo e pedagógico, entre outros, para a cria-ção e implantação da Unilab, principalmente, através

ServidoresCompromisso

e competência

O

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da Coordenação de Assuntos Internacionais. Comgrande esforço e empenho, os servidores envolvidosresolviam as questões administrativas e acadêmicasiniciais, focando no objetivo de uma propostainovadora que traria inúmeros benefícios sociais,científicos, culturais e econômicos. “Era desafiadorinaugurar uma universidade federal no interior noCeará, sem estrutura disponível. Mas o sonho de vero projeto funcionar nos dava disposição’’, conta Adê-nia Guimarães, que foi a primeira técnica adminis-trativa efetiva da Unilab. Ela veio redistribuída daUniversidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e foi aprimeira titular da Pró-Reitoria de Administração ePlanejamento (Mandato: 2011-2013).

A diversidade cultural da Unilab começou desdesua implantação, uma vez que os primeiros servidoreseram de diferentes estados do país, assim como dediversas áreas de atuação profissional. A professora

Maria Aparecida da Silva foi a primeira docente a seinstalar em Redenção (CE), com o objetivo definidode contribuir para o desenvolvimento da universidade.“Cida”, como prefere ser chamada, veio da Universi-dade Federal de Alagoas (UFAL).

Segundo a professora Jacqueline Freire, “era tudonovo. Nova região, nova cidade e novos aprendiza-dos. Foi uma oportunidade desafiadora de participarda inserção da Unilab no Maciço de Baturité’’. Com achegada dos servidores, deu-se andamento ao traba-lho de implantação e, a partir daí, foram dedicadosmais nove meses ao planejamento e estruturação dascondições para as atividades de ensino, pesquisa eextensão. Ainda de acordo com Jacqueline, “foi umdesafio para todos que participaram e tiveram expec-tativa de receber os alunos e ver a universidade fun-

Acima, Adênia Guimarães, ex-pró-reitorade Administração e Planejamento;

abaixo, da esq. para dir., as professorasMaria Aparecida da Silva e Jacqueline Freire

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cionar. Foi um momento bonito o primeiro encontroentre estrangeiros, brasileiros, servidores e direção’’.Jacqueline Freire exerceu o cargo de pró-reitora deGraduação da Unilab (Mandato: fev/2011-jun/2013).

Vivenciar as experiências de maneira intensa nosbastidores da construção foi uma realidade para todosos primeiros servidores. Descobertas, propósitos eaprendizados eram compartilhados por todos os fun-cionários e colaboradores que fizeram parte deste pro-cesso. Da instalação da energia elétrica ao desenvol-vimento de projetos, o caminho foi compartilhado pe-los que compuseram a equipe inicial de trabalho daUnilab. José Veríssimo, um dos primeiros técnicosadministrativos, disse se sentir privilegiado em parti-cipar dessa proposta diferenciada e comprovar o cres-cimento da Unilab de perto. A universidade tem sedesenvolvido com passos consistentes e para Carlos

Eduardo Barbosa, do Setor de Tecnologia da Informa-ção, “é visível o crescimento. Na área de informática,por exemplo, os equipamentos estão sendo melho-rados e estendendo a todos os campi”.

O primeiro edital próprio de concurso para admis-são de técnico administrativo foi publicado no mêsde julho de 2011, pela Coordenadoria de Concursos(CCV) da UFC, com a aprovação de 52 servidores.Após a homologação do resultado final do certame,os novos colaboradores foram empossados paulati-namente. No dia 16 de maio de 2012, um grupo devinte técnicos administrativos tomou posse duranteuma solenidade festiva no anfiteatro do Campus daLiberdade, em Redenção.

A contadora Thammy Coutinho dos Santos, apro-vada para atuar como assistente em administração,

Posse de novos servidores , em maio de 2012;abaixo, Thammy Coutinho dos Santos, contratadacomo assistente em administração e a mãe, Maria Alice

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estava acompanhada da mãe dela. “Eu sempre quisfazer um concurso federal por causa da estabilidade.E aqui, eu vejo que está mudando o conceito de fun-cionalismo público. É muito bom fazer parte de algoque está começando. Todo mundo está crescendojunto”, revelou a jovem. Dona Maria Alice Coutinhotambém comemorou. “Quando eu fiquei sabendo quea minha filha tinha passado, eu acho que fiquei maiscontente do que ela. Eu tenho quatro filhos e todossão bem sucedidos. O sonho dos pais é ver os filhosrealizados”, destacou a dona de casa.

O grupo formado por Débora Barbosa, Diego VictorSimões, Marcos Nagaki e Manoel Siqueira foi empos-sado para compor a equipe de analistas de Tecnologiasda Informação da Unilab. “É uma satisfação estar aquie contribuir para o desenvolvimento inicial do processode informatização da Universidade”, explica Diego.

É pertinente destacar também a admissão da pri-meira técnica-administrativa com deficiência, AlanaLarisse, em novembro de 2012. Hoje, trabalha no Setorde Arquivo e Protocolo da universidade. Para Alana,“a Unilab a recebeu bem. Foi tudo bem pensado àminha função, equipamentos adaptados, assim comoos espaços que frequento”. Em julho de 2013, a Unilabconta com 96 servidores técnicos administrativos.

O primeiro concurso para professor efetivo, reali-zado pela universidade, foi lançado no mês de dezem-bro de 2011, com a oferta de seis vagas para as áreasda Saúde e Ciências Sociais Aplicadas. Ao longo dosúltimos anos, foram realizados diversos certames paraseleção de docentes em todas as unidades acadêmicasda Universidade, com foco nas competências técni-

Número de servidores96 técnicos administrativos com vínculo efetivo

12 cargos em comissão

75 professores efetivos

10 professores visitantes

1 professor substituto

Um total de 194 servidores.fonte: Coordenação de Gestão de Pessoas (5/7/2013)

Analistas de Tecnologia daInformação (acima) e AlanaLarissa (ao lado) durante posse

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cas, habilidades pedagógicas e experiências acumu-ladas no ensino, pesquisa e extensão em instituiçõesbrasileiras e estrangeiras. A grande oferta de concursosfoi preponderante para a garantia das atividadesacadêmicas e o crescimento dos projetos de pesquisa.

Em outubro de 2012, novos professores tambémtomaram posse. Os docentes responderam com entu-siasmo a convocação de se unir ao projeto de coope-ração solidária proposto pela Unilab com os países lusó-fonos, principalmente os países africanos. A professo-ra angolana Carla Susana Alem Abrantes, criada emMinas Gerais, tem mestrado e doutorado em Antro-pologia Social pela Universidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ). Ela destaca que lecionar na Unilab éuma oportunidade de participar de um projeto deformação acadêmica inovador e raro. “A Unilab é umespaço de troca muito rico entre Brasil, África e

Portugal, a Europa num sentido mais amplo. Esse es-paço é o que eu venho buscando desde o meu mestradoe doutorado. Estou muito feliz de estar aqui”, disse.

O professor Sérgio de Moura, com mestrado edoutorado em Linguística, é natural de Maceió (AL) etomou posse em junho de 2013 como docente daUnilab. Durante a solenidade, ele destacou o motivoda escolha pela universidade. “A proposta de integra-ção da Unilab é muito interessante. Eu me sinto muitosatisfeito por estar aqui neste estágio inicial da univer-sidade e fazer parte da equipe de pioneiros”. Ao falarsobre o papel da língua inglesa nesse processo de inte-gração, ele ressaltou: “o inglês integra o mundo e espe-ro que esse idioma contribua para que isto aconteçaentre os estudantes da instituição”. Até o dia 5 dejunho de 2013, a Unilab contava com 86 docentesefetivos, sendo 75 brasileiros e 11 estrangeiros.

NÚMERO DE PROFESSORES ESTRANGEIROSDA UNILAB - NATURALIDADES

Gabão - 1Guiné-Bissau - 2Moçambique - 1Peru - 1Portugal - 1

Acima, professores Luis Tomas Domingos,Bas´Ilele Malomalo, Carla Susana Abrantes eRodrigo Ordine Graça; abaixo, professor SergioMoura e vice-reitor Fernando Afonso durante posse

Angola - 2Brasil - 75Cabo Verde - 1Congo - 1Costa Rica - 1

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Então reitor Paulo Speller emsolenidade de posse dos servidoresda Unilab, em 8 de julho de 2011

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prédio onde atualmente estásituada a sede administrativae parte de cursos da Unilab,nomeado de Campus da Liber-

dade, faz parte da história da cidade de Redenção.

A área foi doada pelo Sr. Gaudioso Bezerra Lima esua esposa Maria Araripe Lima com o fim específicode ser construído o Instituto de Beneficência, deno-minado de ‘Patronato Pio XI’, em que a Congregaçãodas Filhas do Coração Imaculado de Maria era entidademantenedora, na referida certidão, Cartório 2º Oficiodesta Serventia, registrada livro 2-D às fls. 130,Matrícula 900.

O prédio tem como data de fundação o dia 12 demaio de 1950, mas a inauguração oficial ocorreu nodia 12 de julho de 1953, em uma cerimônia que con-tou com a presença do arcebispo de Fortaleza, DomAntônio de Almeida Lustosa, e vários sacerdotes do

clero cearense e autoridades locais. De acordo comdocumentos da época, o Patronato “nasceu da justareflexão e interesse do povo de Redenção, com afinalidade amparar e educar as crianças pobres”.

A instituição oferecia ensino de Educação Infantilaté a 4ª série primária, além de cursos profissionali-zantes, como corte e costura, pintura, bordado, datilo-grafia e culinária. Ao lado do prédio principal, foi criadoo salão social, em que eram realizados os eventosabertos à comunidade.

O

InfraestruturaOs campi da

Universidade

Religiosa no pátio do Patronato Pio XI

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Vista aérea de Redençao (CE),onde estão sediadas as atividadesadministrativas e parte das açõesacadêmicas da Universidade

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Segundo a Irmã Violeta, que atuou como diretora,supervisora e professora do Patronato entre 1970 e1979, nesse período estudavam cerca de 500 alunospor ano, distribuídos nos turnos da manhã e tarde.“Foi um trabalho feito com muita alegria, porque alémde educar a criança, nós também tentávamos envol-ver a família. A educação religiosa prima pela forma-ção moral e intelectual. É preciso formar o homempara Deus e para a vida social”, observa a religiosa.

Vera Lúcia Bonfim da Silva, 52 anos, e SocorroCosta, 58 anos, são moradoras de Redenção e lem-bram bem dos tempos de quando o Patronato funcio-nava na cidade. Elas estudaram na década de 1960 eretornaram ao Patronato como professoras, no finalda década de 1970. “Temos uma vida aqui. Eu devotudo ao que sou hoje a formação que eu tive das

irmãs e a minha mãe. Aprendi os valores cristãos, aeducação humana”, afirma Socorro Costa. “Eu amavatanto isso aqui. Isso nunca era para ter acabado. Foiuma morte pra mim. Nós batalhamos muito para nãofechar, porque as irmãs faziam um trabalho muitoimportante para a educação cristã e para ajudar aspessoas carentes. Mas, pelo menos, agora, aqui estátendo uma função social para Redenção e todo oMaciço de Baturité, com a criação da Unilab”, comen-ta Vera Lúcia.

A partir do início de 1980, as Irmãs começaram aperceber a inviabilidade de continuar o trabalho de-senvolvido pelo Patronato Pio XI e, no dia 20 de de-zembro de 1986, a Congregação das Filhas do Cora-ção Imaculado de Maria encerrou a suas atividadesem Redenção.

Acima, Irmã Violeta e estudantes do antigo patronato;abaixo, da esq. para dir., pátio do Patronato Pio XI;Vera Lúcia Bonfim e Socorro Costa, ex-alunase ex-professoras do Patronato Pio XI

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Registros das atividades do Patronato Pio XI,que funcionou entre 1953 e 1986, quando a

Congregação das Filhas do Coração Imaculado deMaria encerrou as atividades em Redenção

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Centro AdministrativoDr. José AlbertoMendonça Sousa

Entre os anos de 1983 e 1986, a gestão do entãoprefeito Ernani de Almeida Jacó negociou a comprado prédio, efetuada em 1986. Neste mesmo ano, olocal passou a sediar o Paço Municipal.

Segundo a ex-prefeita de Redenção, FranciscaTorres Bezerra, a Cimar (2005 - 2012), muitas famíliasda região já não tinham condições de manter os estu-dos dos filhos no Patronato e preferiam matriculá-los em escola pública. O local passou a ser chamadode Centro Administrativo Dr. José Alberto MendonçaSousa, em homenagem ao ex-prefeito da cidade.

O Centro abrigou todos os setores da administraçãomunicipal, como Gabinete do Prefeito, as Secretariasde Educação, Finanças, Cultura, Infraestrutura, Tribu-tação e Recursos Humanos. O espaço onde hoje está

localizado o Bloco Didático da Unilab começou a serconstruído um Centro Cultural, mas as obras nãoforam concluídas.

UnilabSegundo a ex-prefeita Cimar, em 2007, ela recebera

a notícia que viria uma universidade para o município.“Aquilo foi uma bomba. Tinha gente que acreditava,já outras pessoas não, porque era uma coisa muitofantástica e um sonho pra nós. A gente viu que eraverdade quando começamos a acompanhar asComissões da Câmara de Deputados e do Senado,até quando foi sancionada a Lei de Criação”, explica.

Após esse período, a gestão municipal teve cercade dois meses para desocupar o prédio e iniciar areforma do espaço que mais tarde iria abrigar asegunda universidade pública do Ceará. “Falavampara a Unilab ir para Baturité, Caucaia, mas eu não iaarriscar. Nem que eu colocasse a sede da Prefeiturana praça da Igreja-matriz, mas eu não ia deixar que aUnilab não viesse pra cá”, afirma a ex-prefeita.

Acima, Cimar Bezerra, ex-prefeita deRedenção (CE); abaixo, pátio do CentroAdministrativo da Prefeitura de Redenção

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Campus da LiberdadeAo todo, para a reforma foram investidos R$ 4

milhões de recursos do Governo do Estado e maisR$ 210 mil da Prefeitura de Redenção. Esta tambémcontribuiu com os serviços de terraplanagem da obra.Para receber a universidade, foram realizados trabalhosde reestruturação do telhado, piso, além da adequaçãodo Centro Cultural para se tornar o Bloco Didático.

O Campus da Liberdade foi inaugurado no dia 25de maio de 2011, data que marcou o início as atividadesletivas. O local é atualmente a sede administrativa daUnilab, além de abrigar o Restaurante Universitário, oauditório e o Bloco Didático, composto por 10 salasde aula, um anfiteatro e a horta da universidade.

Além disso, está em construção a Praça de Convi-vência e Esportes do Campus da Liberdade. O localtem uma área total de 3.500 m² e vai abrigar umaacademia de 250m², vestiários e um salão de jogos,além de um anfiteatro para aulas e apresentações aoar livre e uma parte externa composta de equipamentospara a prática de exercícios e chuveiros.

Campus da LiberdadeLocalização: Redenção-CEÁrea: 9.530,4m²Estrutura:- Atual sede administrativa da Unilab- Restaurante Universitário- Auditório- Bloco Didático com 10 salas de aula,um anfiteatro e a horta universitáriaÁrea de expansão:- Construção da Praça de Convivênciae Esportes do Campus da Liberdade.- Área total de 2.300 m², com academia de225m², vestiários, além de um anfiteatro paraaulas e apresentações ao ar livre e uma parteexterna composta de equipamentos para aprática de exercícios e chuveiros.

Na sequência acima, obras do bloco didáticodo Campus da Liberdade e reforma do prédioque abriga hoje (abaixo) o bloco administrativo

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Na sequência acima, RestauranteUniversitário, sala de aula, biblioteca e,abaixo, maquete eletrônica do futuro Centrode Convivência e Esportes, já em construção

Vista panorâmica da FazendaExperimental, em Redenção (CE)

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Fazenda Experimentalda Unilab

O município de Redenção também abriga a Fa-zenda Experimental da Unilab. Em março de 2012,o então reitor Paulo Speller assinou o termo de com-promisso de compra e venda do terreno. A proprie-dade está situada na localidade de Piroás, distrito deBarra Nova, a cerca de 15 km da sede do municípioe possui uma área total de 33,5 hectares.

A fazenda é campo de prática de atividades deEnsino, Pesquisa e Extensão da Universidade, atravésde três vertentes principais: “Escola da Comunidade”para formação e diálogo com os agricultores e familia-res; “Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Rural”para gerar pesquisas a partir da vivência no local; e“Centro de Formação” para beneficiar estudantes daUnilab e de demais instituições de ensino, assim comoprofissionais de diferentes áreas de formação, interes-sados em desenvolver ações educativas.

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Para a realização das atividades acadêmicas, afazenda contará com a estrutura de alojamentos,laboratórios para experimentos básicos e salas deaula, além de espaços para hortas, cultivo de flores,plantio de café sombreado e criação de animais paraprodução de alimentos. Também será construída umaEstação Climatológica, que realizará medições me-teorológicas e monitoramento do clima da região,como precipitação, vento e umidade relativa. Toda aárea agrícola do terreno já possui sistema de irrigaçãoe há seis anos não se usam produtos agrotóxicos efertilizantes minerais.

Campus dos PalmaresCom o andamento das ações de Ensino, Pós-Gra-

duação e Extensão, logo percebeu-se a necessidadede expandir a estrutura física da universidade. Forampesquisados outros espaços nas cidades do Maciço deBaturité, até que, em janeiro de 2012, a Prefeitura

Municipal de Acarape, cidade vizinha a Redenção,durante a gestão de Acélio Paulino Freitas, doou umimóvel de cerca de 19.000m², com área construída de2.500m², onde funcionava uma antiga fábrica deequipamentos de costura. A reforma foi iniciada emmaio do mesmo ano.

Campus dos PalmaresLocalização: Acarape-CEÁrea: 19.000m², com área construídade aproximadamente 2.500m².Estrutura:- Bloco Didático com 12 salas de aula,uma biblioteca, 6 gabinetes de professores,4 salas para administração acadêmicae um refeitório.- Almoxarifado- Área de expansão:Construção de dois blocos didáticos,cada um com uma área total de5.152,36m² (12 salas de aula,15 laboratórios, copa, salas administrativas).

Na sequência acima, estudantes do curso de Agronomiaem atividades na Fazenda Experimental; abaixo, reuniãodo reitorado com então prefeito de Acarape, Acélio Freitas

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O local sedia hoje o Campus dos Palmares e foiinaugurado em 20 de novembro de 2012, data emque se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra,em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombodos Palmares. O evento foi dirigido pelo então reitorPaulo Speller, com a presença de pró-reitores, profes-sores e estudantes da Unilab, além de autoridadeslocais e convidados.

O Campus dos Palmares, distante 4 km do Campusda Liberdade, possui um Bloco Didático, com 12 salasde aula, uma biblioteca, 11 gabinetes de professores eum refeitório. As atividades letivas foram iniciadas nodia 4 de janeiro de 2013 para os cursos de Enfermagem,Engenharia de Energias e Ciências da Natureza e Mate-mática. O local abriga também o setor do almoxari-fado da Universidade.

Atualmente, estão acontecendo as obras de expan-são do Campus dos Palmares, com a construção dedois novos blocos didáticos. Cada um deles terá 12salas de aula, 15 laboratórios, 2 salas para técnicosem laboratório, 1 anexo da biblioteca, refeitório, alémde área administrativa.

Acima, sala de aula, fachada do Campus dosPalmares e solenidade de inauguração do campus, emAcarape (CE), em novembro de 2012; ao lado, maqueteeletrônica da expansão do Campus dos Palmares

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Campus das AurorasO grande empreendimento da Unilab nesta área é

a construção de Campus das Auroras, localizado entreos municípios de Redenção e Acarape, em um terrenodoado pelo Governo do Estado. O espaço, que setornará a sede administrativa definitiva da Universi-dade, possui 132 hectares e terá capacidade para aten-der cinco mil estudantes, 800 funcionários e 400professores em suas diversas atividades.

Os estudos para a elaboração do projeto arquite-tônico do Campus das Auroras começaram no finalde 2009, com a colaboração de professores da UFCpara o planejamento da arquitetura e infraestruturada área. O projeto das obras, que segue as diretrizesestabelecidas pelo Plano Diretor (Master Plan), é desen-volvido pelas empresas Urbi, Espaço Plano e LucianoRamos Arquitetura.

A licença de instalação das obras foi liberada pelaSuperintendência Estadual do Meio Ambiente do Cea-rá (Semace) no dia 22 de maio de 2012. Após três dias,durante as comemorações do aniversário da Universi-dade, foi assinada a ordem de serviço para o iníciodas obras, pelo então reitor Paulo Speller.

Maquete eletrônica do futuro Campus das Auroras,entre Redenção e Acarape (CE); ao lado, Plínio Maciel,pró-reitor de Planejamento da Universiade

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A construção será feita em duas etapas. O primeiroprédio a ser construído durante a primeira etapa daobra será o da Unidade Acadêmica. A edificação terá16.000m² e vai comportar 40 salas de aula (32 comcapacidade para 42 alunos e 8 salas para 80 alunos),33 laboratórios, 120 gabinetes de professor, 10 salasde coordenação de cursos e duas secretarias.

A primeira etapa compreende ainda a construçãodas vias de acesso, infraestrutura geral (redes de água,esgoto e eletricidade), blocos didáticos, residênciaspara estudantes e professores visitantes, restauranteuniversitário e biblioteca. Em julho de 2013, 60% dasobras estavam concluídas. Na segunda etapa, o projetoprevê a construção de outras unidades didáticas e deresidências, outro restaurante universitário, labora-

tórios, bloco administrativo, reitoria e teatro. Para esteCampus, a universidade prevê ainda mais projetosde expansão, que estão em estudo.

“Estamos vendo a universidade crescer e partici-pando da realização desse sonho. É uma tarefa árdua,que acompanhamos desde o planejamento até a exe-cução da estrutura física. A Unilab está transformandoa paisagem local. No caso do Campus das Auroras,estamos construindo uma cidade dentro de outra ci-dade”, diz o pró-reitor de Planejamento, Plínio Maciel.

Como parte da complementação do projeto, oGoverno do Estado garantiu a duplicação em 35quilômetros da CE-060, conhecida como Estrada doAlgodão, em que dará acesso ao Campus das Auroras.

Campus das AurorasLocalização:Entre as cidades de Acarape e Redenção-CEÁrea: 132 hectaresEstrutura:Primeira etapa - Construção da Unidade Aca-dêmica. Com aproximadamente 13.000m²,vai comportar 32 salas de aula para 42 alunos e8 salas de aula para 80 alunos, 33 laboratórios,120 gabinetes de professor, 10 salas decoordenação de cursos e duas secretarias.- Construção das vias de acesso, infraestruturageral (redes de água, esgoto e eletricidade),blocos didáticos, residências universitárias epara professores visitantes, restauranteuniversitário e biblioteca.Segunda etapa - Construção de outrasunidades didáticas e de residências, outrorestaurante universitário, laboratórios, blocoadministrativo, reitoria e teatro.

Obras doCampusdas Auroras,entre Redençãoe Acarape (CE)

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Campus SãoFrancisco do Conde

Além dos campi localizados nas cidades de Reden-ção e Acarape, no interior do Ceará, a Unilab tambémpossui sede na Bahia, na cidade de São Francisco doConde, a 67 km de Salvador. São Francisco do Conde,terceira cidade do Recôncavo Baiano, tem 31.699habitantes, segundo o Censo IBGE 2010. É o municí-pio de maior população negra declarada do Brasil(maior que 90%). A cidade pertenceu ao termo deSalvador até 1697, quando foi emancipada. É, tam-bém, o município brasileiro com maior produto inter-no bruto per capita.

As atividades acadêmicas da Unilab iniciaram em 16de fevereiro de 2013, com a aula inaugural dos cursosde Graduação e Pós-Graduação a distância. O campusabriga o Polo de Apoio Presencial da EAD. Participaramdo evento a então vice-reitora, Maria Elias Soares, aprefeita de São Francisco do Conde, Rilza Valentim,professores e coordenadores da Universidade.

A Unilab em São Franciso do Conde vai oferecertambém cursos presenciais de Graduação e Pós-Gra-duação, assim como outras ações de Pesquisa e Ex-tensão. A estrutura do campus universitário tem doispavimentos contendo 10 salas de aula, laboratóriode informática, auditório com 132 lugares, rampa deacessibilidade ao pavimento superior, enfermaria,refeitório, cantina, biblioteca com o acervo de trêsmil títulos, banheiros (inclusive para deficientes ), qua-dra poliesportiva coberta e área administrativa.

As ações da Unilab em território baiano são realiza-das por meio de convênios de cooperação com asuniversidades federais da Bahia (UFBA) e do Recônca-vo Baiano (UFRB). As instituições parceiras dão su-porte à implantação do projeto pedagógico e cons-trução de matriz curricular. A Universidade tambémtem o apoio da Prefeitura de São Francisco do Conde.

Aula inaugural do Campusde São Francisco do Conde (BA),em 16 de fevereiro de 2013

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Campus de São Franciscodo CondeLocalização: São Francisco do Conde-BAÁrea: 2.710m²Estrutura:- Dois pavimentos com 10 salas de aula;laboratório de informática; auditório para120 lugares; rampa de acessibilidade aopavimento superior; enfermaria; refeitório;cantina; biblioteca com o acervo de três miltítulos; banheiros, inclusive para deficientes;quadra poliesportiva com cobertura;e área para o setor administrativo.

Instalaçõesdo Campus deSão Franciscodo Conde (BA)

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o dia 1° de março de 2013, o ex-presidente do Brasil, Luiz InácioLula da Silva, recebeu o título deDoutor Honoris Causa da Unilab.

O diploma foi entregue pelo então reitor Paulo Speller,em nome do Conselho Universitário. Esta homena-gem é a maior honraria dada por uma instituição deensino a personalidades de destaque no campo dasciências, artes ou relações com a sociedade. Participa-ram da solenidade o ministro da Educação, AloizioMercadante; o governador do Ceará, Cid Gomes; oreitor da Universidade Federal do Ceará, Jesualdo Fa-rias; além de outras autoridades políticas e acadêmi-cas do estado, estudantes, servidores da Universi-dade e a comunidade em geral.

A iniciativa de concessão do título ao ex-presi-dente foi do então reitor da Unilab, Paulo Speller, efoi aprovada, por unanimidade, no dia 6 de dezembrode 2012 pelo Conselho Universitário.

N

Doutor Honoris CausaLula recebe

título da Unilab

Então reitor PauloSpeller faz a leiturado texto oficial queconcede o título deDoutor Honoris Causaao ex-presidente Lula

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Lula exibe o diploma deDoutor Honoris Causa

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EstudantesAntes da solenidade de outorga do título, o ex-

presidente teve encontro reservado com estudantes,servidores e convidados. A timorense Brígida da Sil-va Pinto e Cruz afirmou que está muito feliz em parti-cipar desse momento ao lado do ex-presidente. “Fi-quei muito orgulhosa porque ele tem conhecimentoda causa do Timor-Leste e é companheiro do nossoprimeiro-ministro Xanana Gusmão, além de pro-mover a cooperação entre Brasil e Timor”.

A estudante Danielly Medeiros Olimpio entregoua faixa com o título de Doutor Honoris Causa a Lula.“Faço parte do movimento estudantil há mais de 10anos e o tenho como uma fonte de inspiração. Eu

sempre dizia: ‘ainda vou topar com esse cara’. E, derepente, fui brindada com essa oportunidade. Imagi-nei que aquele momento seria o ápice, mas é apenaso começo de tudo, em que eu penso agora; não só naminha cidade, mas no Brasil como um todo, assimcomo o Lula também pensa. Agradeci a ele por tertrazido uma universidade para a minha cidade, parao quintal da minha casa”, afirmou.

O estudante angolano Julio Maza Conda tambémconversou com o ex-presidente. “Para mim, Lula éum dos melhores presidentes que o mundo já teveporque é amigo do Brasil e de outros continentes,principalmente da África. Já tinha ouvido falar muitodele quando morava em Angola. Já sabia que ele eramuito alegre, querido e olhava para os pobres”, disse.

Lula em trêsmomentos comos estudantes:recebendo a faixade Danielly MedeirosOlimpio; com arepresentantedos estudantestimorenses, Brígidada Silva Pinto e Cruz; eao lado do angolanoJúlio Maza Conda

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ProfessoresA professora da Unilab Rosalina Semedo de An-

drade, cabo-verdiana, veio morar no Brasil em 2003,primeiro ano da gestão do ex-presidente Lula. “Fiqueimuito bem impressionada com a preocupação deleem ajudar os menos favorecidos e em contribuir comos países irmãos de língua portuguesa. Pensandonisso, ele criou a Unilab. Hoje em dia, ele não é maispresidente e não precisaria vir aqui, mas mesmo assimele quer saber se a universidade está no rumo certo ecumprindo os objetivos de integração entre os paí-ses”, observou.

George Mamede, professor e diretor do Institutode Engenharias e Desenvolvimento Sustentável, tam-bém teve um contato mais próximo com o ex-presi-dente da República. “Tive a honra de participar dessemomento com esta personalidade tão ilustre dahistória política brasileira e idealizador de umauniversidade de cooperação internacional com paíseslusófonos, com destaque para a África. A vinda doex-presidente Lula à Unilab foi um marco na históriadesta instituição, história essa que tenho orgulhode ter feito parte”, afirmou.

Técnicos AdministrativosA arquiteta e coordenadora de Planejamento da

Unilab, Fernanda Linard, guiou o ex-presidente nocanteiro de obras do Campus das Auroras. “Visitar emostrar as primeiras obras da Universidade a Lulafoi um momento único e, certamente, marcante emminha carreira como arquiteta, servidora pública daUnilab. Era visível a alegria e a curiosidade do ex-presidente na visita às obras. O respeito por ele de-monstrado aos operários foi marcante, assim comofoi emocionante ouvi-lo dizer a um deles: ‘Você estáconstruindo a universidade onde seus filhos irãoestudar’. Estas palavras me marcaram muito e memostraram como a construção de uma universidadepode significar novas possibilidades nas vidas detantas pessoas”, disse.

Lula com a arquiteta FernandaLinard (ao lado) e com os

professores George Mamede eRosalina de Andrade (abaixo)

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ComunidadeO pedreiro Marcos André Lima da Silva, que tra-

balha na construção do Campus das Auroras, fezhistória durante a visita do ex-presidente às obras danova sede da Unilab. Ele preparou a massa de cimentopara que Lula deixasse a marca das suas mãos. “Foium momento importante não só para mim, mas paratoda a cidade de Redenção ter recebido o Lula. Fiqueimuito emocionado. Ele é uma pessoa muito humilde.Eu podia ter ‘passado batido’, porque depois que fiz amassa, fiquei no meu canto. Então, ele me reconheceue pediu pra tirar uma foto comigo”. E acrescentou:“Eu fiquei na história daqui, posso até nem ficar naobra até o final, mas quando tiver a inauguração e oLula ‘tiver’ aqui, quero vê-lo de perto de novo”.

O auxiliar de almoxarifado da obra do Campusdas Auroras, Francisco Antônio da Silva, tambémestava presente durante a visita do ex-presidente.

Lula com o auxiliar de serviçosgerais da Unilab, Antero dos

Santos Nascimento, o pedreiro daobra do Campus das Auroras,

Marcos André Lima da Silva (aolado) e o auxiliar de almoxarifado,Francisco Antônio Moreira da Silva

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“Lula foi o melhor presidente da história do nosso paíse fez muita coisa para mudar a nossa vida. Ele melhorouo poder aquisitivo da gente”, analisou o operário, queé do município cearense de Senador Pompeu, mas estámorando em Redenção por conta do trabalho.

Antero dos Santos Nascimento é auxiliar de servi-ços gerais do Campus dos Palmares, na cidade deAcarape. Na visita do ex-presidente Lula, ele não hesi-tou em registrar esse momento. “Foi a oportunidadeque eu tive. Admiro muito o Lula, quer dizer, não sóeu, como toda a nação brasileira”. Ao ser questionadosobre um bom feito do ex-gestor, seu Antero disse:“Ele fez uma grande coisa que é a Unilab, em que estu-dantes, professores e funcionários podem desfrutar”.

Ana Rita Lima da Silva, auxiliar de serviços geraisde uma escola pública do município de Acarape, não

passou despercebida durante a passagem de Lula pelacidade. Ao saber que o ex-presidente estava noCampus dos Palmares, Rita saiu do trabalho e foi aolocal na tentativa de entregar um pedido a Lula. “Todomundo duvidava que eu ia conseguir. Foi uma emoçãotão grande que eu nem sei explicar. Foi um momentoexclusivo que eu tive com ele. Não é para todo mundonão. Eu sou desenrolada”, observou. Rita estava dolado de fora do campus e conseguiu chamar a atençãoda comitiva do ex-presidente. Na oportunidade, elatirou fotos e entregou um terço, fitas de oração e umacarta, em que pedia dinheiro para a reforma de suacasa. “Meu maior sonho era ver ele de perto. Quandoeu falei com ele, parecia que ele já me conhecia. Ele émuito simples e popular. Lula foi um ótimo presidente,ele trouxe a Unilab pra gente”, complementou.

Lula ao lado de Ana RitaLima da Silva, moradora do

município de Acarape; ao lado,o ex-presidente deixa a marcadas mãos em placa que ficará

exposta no Campus das Auroras

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Título de cidadão deAcarape e Redenção

No decorrer da visita à Unilab, o ex-presidente LuizInácio Lula da Silva recebeu os títulos de cidadãodos municípios de Acarape e de Redenção, concedi-dos pelas Câmaras Municipais e entregues pelos pre-feitos das duas cidades. Durante a cerimônia, o prefei-to de Redenção, Manuel Bandeira, destacou a rele-vância desse momento para o município. “Hoje é umdos dias mais importantes para a história de Redenção,em que contamos com a presença da maior liderançapolítica do nosso país. Essa comenda é o reconheci-mento pelo grande trabalho realizado pelo ex-presi-dente, que fez muito pelo Brasil e, em especial, pelo

nosso município por nos contemplar com este magní-fico empreendimento educacional, a Unilab”, afirmou.

Segundo o prefeito de Acarape, Franklin Veríssimo,a Unilab vem mudando a realidade local. “Essa é umaforma de agradecer a estas pessoas que sempre foramempenhadas no desenvolvimento do nosso muni-cípio, como é o caso da implantação da universidadena nossa cidade, que vem favorecendo o conheci-mento local e as obras de infraestrutura”, disse.

LulaLula ocupou o cargo de presidente do Brasil de

2003 a 2006 e de 2007 a 2011. Durante os dois man-datos, ele adotou uma posição de estreitamento dasrelações do Brasil com a África, imposta por ele comouma obrigação política, moral e histórica do Brasilem relação ao continente africano. Lula mudou aprioridade da política externa brasileira e trabalhoupara ampliar as relações entre o Brasil e os paísesafricanos. Foram 33 viagens presidenciais ao conti-nente, com a criação de 19 novas embaixadas.

Luiz Inácio Lula da Silva impulsionou a criação daCúpula América do Sul-África (ASA); a instalação deum escritório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa) em Gana, da fábrica de antirretro-virais em Moçambique e de uma fazenda-modelopara a produção de algodão no Mali. Em julho de2010, Lula sancionou a lei de criação da Unilab, comoparte da política de cooperação acadêmica com ospaíses lusófonos, com metade das vagas destinadasa estrangeiros, principalmente africanos.

Acima: prefeitode Redenção,

Manuel Bandeira,homenageia Lula; aolado, o ex-presidente

recebe o título deCidadão de Acarape

das mãos do prefeitoFranklin Veríssimo,do vice Alexandre

Magalhães e dopresidente da CâmaraMunicipal deAcarape,

Fernando Leal

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A outorga desse título representa o reconhecimento dahonra do ex-presidente. Ao aceitar essa homenagem, elese torna um de nós e traz para dentro da universidadeo seu peso pessoal e até institucional, dando-nos oprivilégio de participar com outras instituições de ensino.A universidade busca criar e compartilhar soluções ino-vadoras para problemas gerados por processos históricosde desenvolvimento similares entre Brasil e PALOPs, demodo a auxiliar o fortalecimento de uma rede interna-cional que, com respeito à soberania dos países sobreseus próprios destinos, permita a realização de ações eintervenções de apoio técnico, acadêmico e humanitário.”

Paulo Speller, então reitor da Unilab

Temos que reparar os direitos e as relaçõescom o continente africano. O ex-presidenteestabeleceu parcerias com a África por meiode novas estratégias entre países sul – sul eda inserção solidária, como é o caso da Unilab.”

Aloizio Mercadante, ministro da Educação

Lula é o homem que transformou o cenárioda educação do nosso país e impulsionou asinstituições federais. Ele criou nada menos que14 universidades e 100 campi foram instituídos.O ex-presidente, sozinho, criou 280 centrostecnológicos”.

Cid Ferreira Gomes, governador do Ceará

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Recebo com emoção o título de Doutor Honoris Causada Universidade da Integração Internacional da LusofoniaAfro-Brasileira. Considero que esta homenagem se esten-de a todos aqueles que lutaram e ainda lutam para pro-mover a integração dos povos da lusofonia, no espíritode uma cooperação fraterna entre países soberanos.

É notável o estreitamento das relações entre o Brasil eos países da África nos últimos anos. Em meu governo,tive oportunidade de abrir ou reativar representações doBrasil em 19 países daquele vasto continente. Hoje, temosrelações diplomáticas com todos os 54 países africanos,e há embaixadas brasileiras em 38 deles. Abrimos frentesde cooperação em setores estratégicos para o desenvolvi-mento econômico e social, sempre respeitando a sobera-nia dos países parceiros. A criação da Unilab foi um marcohistórico no processo de integração das diversas culturas.

Temos desafios concretos comuns para o desenvolvi-mento de nossos países, todos eles marcados, histori-camente, por profundas desigualdades que buscamossuperar. Simbolicamente, mas também com um sentidomuito prático, alcançamos com a Unilab o mais elevadopatamar dessa integração. Aqui se elabora um patrimô-nio comum de conhecimento, que será compartilhadocom as populações dos países de onde provêm nossosprofessores e estudantes. Aqui estamos construindo ofuturo. Um futuro que será de paz, justiça social,democracia e progresso para nossos povos.”

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil

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Estudantes prestigiam a solenidadede entrega do título de Doutor

Honoris Causa ao ex-presidente Lula

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ano de 2013 foi marcante paraa Unilab. Além de comemorardois anos de atividades acadê-micas e superar a marca de

1.000 estudantes nos cursos de Graduação, sendoque 20% são estrangeiros, a Universidade passou pelaprimeira mudança do reitorado. O professor PauloSpeller, então reitor pro tempore, foi convidado peloMinistério da Educação para dirigir a Secretaria deEducação Superior (Sesu). Em função do afastamentopara assumir o novo desafio, o restante do reitoradotambém mudou. Para conduzir a Universidade pelospróximos anos, o ministro da Educação, Aloizio Mer-cadante, escolheu a pedagoga Nilma Lino Gomes,originária da Universidade Federal de Minas Gerais.

OEla é a primeira mulher negra a ser empossada no

cargo de reitor de uma universidade federal brasileira.Nilma tomou posse como reitora pro tempore daUnilab no dia 1º de abril de 2013, na Sala de Atos doMinistério da Educação (MEC), em Brasília.

A professora Nilma Gomes é graduada em Pedago-gia e mestre em Educação pela Universidade Federalde Minas Gerais (UFMG), fez doutorado em CiênciasSociais pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de Coim-bra, em Portugal. A reitora atuou como professorado Departamento de Administração Escolar da Facul-dade de Educação da UFMG e coordenadora-geraldo Programa “Ações Afirmativas na UFMG” e do Nú-cleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais eAções Afirmativas (NERA). Entre 2004 e 2006, presi-diu a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros(ABPN) e desde 2010 integra a Câmara de EducaçãoBásica do Conselho Nacional de Educação, onde parti-cipa da comissão técnica nacional de diversidade paraassuntos relacionados à educação dos afro-brasileiros.

2013Início de um

novo reitoradoD. Maria da Glória LinoGomes e a filha, Nilma Gomes

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Reitora Nilma Gomes assinatermo de posse ao lado

do ministro da Educação,Aloizio Mercadante

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No dia 02 de abril, a nova reitora foi apresentada àcomunidade universitária durante a solenidade detransmissão de cargo e posse do novo vice-reitor. Oprofessor Fernando Afonso Ferreira Junior, então pró-reitor de Planejamento, assumiu o cargo no lugar daprofessora doutora Maria Elias Soares.

Fernando Afonso tem graduação em Economiapela Universidade Católica de Salvador, mestrado emHistória Econômica pelo Instituto de Economia daUniversidade Estadual de Campinas – Unicamp e dou-

torado em Ciências, com ênfase em História Econô-mica, pela Universidade de São Paulo. Foi pró-reitorde Planejamento e Orçamento e pró-reitor deAdministração da Universidade Federal dos Vales Je-quitinhonha e Mucuri. Fernando Afonso é atualmenteprofessor adjunto da Unilab, onde também exerceua Coordenação da Área de Ciências Sociais Aplicadas.Em maio de 2012, assumiu a Pró-Reitoria de Planeja-mento e no dia 02 de Abril de 2013, foi empossadovice-reitor pro tempore.

Acima, solenidade de transmissão docargo de reitor à professora Nilma

Gomes; ao lado, posse do vice-reitorFernando Afonso Ferreira Junior

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Ex-reitor Paulo Speller, reitora NilmaGomes, vice-reitor Fernando Afonsoe ex-vice-reitora Maria Elias Soares

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omo reitora pro tempore da Unilab,busco dar continuidade ao traba-lho realizado, com empenho, pelagestão do Prof. Paulo Speller.

Com uma trajetória de mais de vinte anos comodocente, pesquisadora e gestora na Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG), antes de tudo, souuma educadora e tenho consciência de que a constru-ção de uma universidade é tarefa do trabalho da co-munidade acadêmica formada pelo corpo docente,discente, técnico administrativo e pessoas da comu-nidade. A construção de qualquer projeto universi-tário é marcada por embates teóricos e opções políti-cas inerentes aos processos sociais. Todavia, se cons-truirmos um projeto institucional alicerçado no caráterinternacional que orienta a própria criação da Unilab,conseguiremos ir além e seremos profissionais dagarantia de uma universidade pública, comprometidacom o púbico e com uma concepção de CooperaçãoSul-Sul com vistas a emancipação social.

CNo caso da Unilab, soma-se uma característica que

é inerente a sua criação: realizar um trabalho de Ensi-no, Pesquisa e Extensão, na perspectiva da coopera-ção internacional, atuando com coletivos sociais, étni-cos e raciais, dos quais são marcados por políticas dedesigualdades e discriminação no Brasil e nos seuspaíses de origem. Isso exige de nós o desafio de cons-truir um projeto institucional emancipatório que arti-cule experiência social, conhecimento científico, co-nhecimentos tradicionais, cultura e desenvolvimentotecnológico.

Com uma relação dialógica entre docentes, dis-centes e técnicos administrativos, assim como articu-lada com a rede de universidades públicas brasileiras,africanas e de outros países, sobretudo, aquelas quese colocam no contexto da cooperação Sul-Sul, fica-remos mais próximos da nossa principal característicaque é a integração. Desse modo, atuar na perspectivada cooperação solidária, sendo uma instituição capazde promover a Cooperação Sul-Sul, por meio da coo-peração internacional entre o Brasil e os países de línguade expressão portuguesa, ampliaremos o desenvol-vimento científico, social e ambiental, além de valo-rizar a cultura dos diversos países.

Depoimentos20 impressões dehoje e de ontem

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A consolidação dessa função acadêmica e políticaesperada da Unilab exige de todos nós uma posturaatenta e em sintonia com a consciência dos direitosdos coletivos sociais, étnicos, raciais, de gênero e diver-sidade sexual, tanto na nossa sociedade quanto naespecificidade das sociedades africanas e dos outrospaíses com os quais a Cooperação Sul-Sul se realizar.No caso da comunidade negra brasileira e africanaessa postura implica no direito à sua história, memó-ria, cultura, identidade, conhecimentos e valores.

A Unilab é sensível e comprometida com essa tensae complexa realidade sociorracial e se consolida comoum centro de pesquisa, de produção teórica, forma-ção tecnológica, de conhecimentos e de cultura paraintervir democraticamente nos processos de desen-volvimento econômico e social que garantam o direi-to à saúde, educação, moradia, produção de alimen-tos, entre outros, necessários em uma cooperaçãosolidária e desenvolvimento pautados na justiça so-cial. Um centro de excelência que não tenha medode ter como meta do seu projeto institucional a articu-lação entre excelência acadêmica e equidade.

A criação da Universidade da Integração Interna-cional da Lusofonia Afro-Brasileira se dá em um mo-

mento histórico de lutas por ações afirmativas nasociedade. Neste sentido, a sua criação pode ser consi-derada como expressão simbólica e política de umaação afirmativa enquanto política de Estado. Essecontexto histórico de lutas por emancipação social,de promoção da igualdade racial e superação do racis-mo, no Brasil, exige que a Unilab se afirme como umforte diferencial no contexto das Instituições Públicasde Ensino Superior. Além do seu caráter internacionale de Cooperação Solidária Sul-Sul, a Universidadedeverá se afirmar como parte integrante de umapolítica de reconhecimento e identidade.

Ninguém constrói qualquer projeto institucional einternacional sozinho. Por meio de um processo de-mocrático de gestão, que envolva os diferentes seg-mentos, docentes, discentes, técnicos administrativose comunidade, além do diálogo com o MEC e outrasinstituições de educação superior brasileiras e estran-geiras, esse projeto contará, também, com o apoiode tantas pessoas, núcleos, grupos de pesquisas, insti-tuições e movimentos sociais que apostam na Unilabe que tem expectativas de que ela será bem sucedida.

Profa. Nilma Lino Gomes,reitora pro tempore da Unilab

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É um projeto bonito a construção da Unilab. A proposta de integraçãocom os países africanos dá oportunidade de crescimento a pessoas que nãoteriam condições de acesso à educação superior de qualidade e, principal-mente, no Maciço do Baturité. A região tem hoje uma universidade federalque oferece condições de desenvolvimento para a população. Foi um ganhopara o estado do Ceará, assim como para a cidade de São Francisco doConde, na Bahia, que é uma cidade com potencial econômico, poréma maioria da população ainda é carente de educação.

O investimento que está sendo aplicado em prol da universidade gera rendanos municípios que ficam no entorno das cidades-sedes da Unilab, uma vezque precisamos de serviços e mão de obra, além do recolhimento de impostos”.

Laura Aparecida Santos, pró-reitora de Administração

Sou otimista quanto ao futuro da Unilab. Mesmo não sendo a melhor e amaior, vejo como a ‘mais linda’ enquanto proposta de cooperação solidária.É uma mistura de raças, povos, culturas e gêneros – é um ‘caldeirão’ social.

O objetivo é receber pessoas em formação de diversos países, contribuir comseu desenvolvimento, e proporcionar que o aluno retorne capacitado ao país deorigem, de forma que contribua profissionalmente com o seu país. Essa é umaproposta que deixa o futuro da Unilab mais bonito e nos dar prazer de trabalhar.

Compartilhamos com os estrangeiros nossa cultura e é enriquecedor estarem sala de aula com alunos de diversos países. A nossa missão é dar continui-dade ao projeto, equalizando as diferenças. Todos os rumos que se tracemaqui, institucionalmente, são com essa perspectiva dessa formaçãodiferenciada e integrada.

Desejo que tudo que pensamos e planejamos seja concretizado. Ainda nãosabemos como chegar, mas sabemos exatamente onde queremos chegar’’.

Fernando Afonso ferreira Junior, vice-reitor pro tempore da Unilab

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Entre vários outros aspectos, situo a importância da Unilab na Lei N° 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nasinstituições. Sabemos pouco da história da África, e o Brasil vem buscandocumprir seu papel em ações afirmativas, investindo no projeto de CooperaçãoSul-Sul, proporcionando que nós conheçamos a cultura da África, assim comoos africanos conheçam a nossa. Vejo a Unilab como mais um elemento quecompõe a luta por esse interação e cooperação solidária.

Para a região do Maciço a Unilab, representa um renascimento para apopulação, um novo espaço, com novas oportunidades, que modifica oantigo cenário. Para os países africanos, a universidade é uma oportunidadede acesso a educação superior, na qual deixam os jovens com sentimentode felicidade por ter a perspectiva de um nível superior.

Ana Lúcia Silva Souza, pró-reitora de Extensão, Arte e Cultura

A importância da Universidade Internacional da Integração da LusofoniaAfro-Brasileira é sugerida pela sua denominação. Ela configura uma expe-riência inovadora no estabelecimento de relações internacionais baseadas nacooperação acadêmica, tendo por base a remissão ao passado comum queirmana nações oriundas de processos de colonização. A denominação, noentanto, encaminha uma dimensão da importância desta jovem instituição.A formação acadêmica constitui uma etapa de um processo mais amplo,relacionado ao mesmo problema de fundo, com impactos dentro e fora dopaís. Internamente, sua localização, na região do Maciço do Baturité, fora doeixo que, por diversas razões, concentra a excelência acadêmica, propicia aemergência de novos pólos de produção científica. No plano internacional,da mesma forma, a cooperação entre os países integrados pode suscitar aconstrução de tecnologias e estratégias adequadas aos problemas concretosvividos por nações que lutam por uma sociedade mais justa, na qual ariqueza seja um bem ao acesso de todos. Nesse sentido, a UNILAB conformauma iniciativa virtuosa de formação da massa crítica necessária aodesenvolvimento dos países integrados”.

Wilma Coelho, pró-reitora de Graduação

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No terceiro ano de implantação desta autarquia federal esperamos apoiarde forma substancial a construção da pesquisa no contexto da IniciaçãoCientifica buscando fortalecer a formação do aluno de Graduação.No âmbito da Pós-Graduação, planejamos, em parceria com osinstitutos, implantar os primeiros cursos de mestrado e doutorado alémde colaborarmos no processo de aperfeiçoamento da carreira docente.”

Andrea Linard, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação

Atendendo a vários Campi, percebemos que o maior desafio da Pró-Reitoriade Planejamento é acompanhar o desenvolvimento e a expansão da Unilab,tanto regional como internacionalmente, principalmente pelo de caráterresidencial. Nesse sentido, a Proplan desenvolve seus projetos, planos eorçamentos com vistas à viabilização de uma maior infraestrutura eacessibilidade, para assim, atender às diversas demandas acadêmicase da sociedade a curto e longo prazos.

Estamos construindo um novo campus, o das Auroras, e, ainda, desenvolven-do o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade em con-junto com a participação de todos os segmentos da comunidade acadêmica.Somos uma Universidade que não apenas dobrou de tamanho como realizouesta ampliação sem perder o foco na qualidade. Temos a total dimensão dopapel estratégico que temos em relação à instituição, atuando como agentetransformador do município e do ensino superior no país.”

Plínio Maciel, pró-reitor de Planejamento

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A Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Estudantis da Unilab tem comoobjetivo promover ações estratégicas centradas na reestruturação equâ-nime de relações sociais em que se evidenciem exclusões, discriminaçõese/ou preconceitos de raça, gênero, etnia, sexualidade, origem geográfica,socioeconômica, linguagem ou em quaisquer de suas manifestações.

Pretendemos, dessa forma, planejar e executar ações cujo compromissoseja o de ingresso e permanência institucional de grupos de estudantesque historicamente têm sido excluídos do espaço universitário. Para isso,pretendemos construir um ambiente político, democrático, interdisciplinare multicultural que envolva o maior número de discentes, docentes efuncionários, partindo da premissa que a justiça e a equidade só sãopossíveis a partir da participação ativa da sociedade e da consciênciado respeito à alteridade.”

Roberto Borges, pró-reitor de Políticas Afirmativas e Estudantis

Como princípio norteador dasações da Unilab, enquantouniversidade da integração no mundo lusófono, a concepção de CooperaçãoSolidária é fundamental para a condução de uma proposta de novas práticasnas relações com os países de língua portuguesa. Construída a partir da inter-locução com órgãos cujas atribuições encontram a educação como finalidade,a cooperação solidária se desenvolve de modo que os parceiros tenham, dentrodas ações e projetos, a mesma proporção de participação e visibilidade.

Esse ideal permeia todas as ações desenvolvidas pela Pró-Reitoria de RelaçõesInstitucionais da Unilab. Voltada para criar e alicerçar condições que favoreçamo desenvolvimento de estratégias de cooperação internacional da Unilab, privile-giando os países de língua oficial portuguesa, ela se propõe, com a Rede InstituiçõesPúblicas de Educação Superior (RIPES), mediar a cooperação e as parcerias interna-cionais. Ao integrar as diversas estruturas da universidade para a construção deum sistema de mobilidade que inclua estudantes, docentes e pesquisadores, aProinst almeja fortalecer, com base em convênios e termos de cooperação, a trocade experiências, conhecimentos e tecnologias. Busca, ainda, coordenar o planeja-mento e acompanhamento dos projetos temáticos dentro da Unilab, encaminhan-do relatórios de avaliação para as estruturas competentes; articulando projetosem rede, reforçando as estratégias de integração nacional e internacional.”

Socorro Rufino, pró-reitora de Relações Institucionais

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A Unilab tem, em sua gênese, o grande desafio da internacionalização e oobjetivo de formar recursos humanos para desenvolver a integração entre oBrasil e os demais membros da Comunidade do Países de Língua Portuguesa(CPLP), especialmente os africanos. É um grande privilégio poder, de algumaforma, contribuir para tão grande e belo projeto educacional que envolve aconvivência intercultural no cotidiano da Universidade. A interiorizaçãotambém está presente no projeto Unilab e o Ceará se orgulha por mais umainstituição de Ensino Superior para o seu povo, que fomenta o intercâmbioacadêmico, científico e cultural tendo como elo a Língua Portuguesa.”

Ana Cristina Queiroz, chefe de Gabinete

Num período em que astecnologias nos trazem apercepção de dissolução defronteiras, de aproximaçãode povos e de circulaçãode saberes e conhecimento,nada mais motivador doque participar da implantaçãode uma universidade com aproposta da Unilab. Especialmente gratificante é também observar que,estimulada pela concretude de um sonho – materializado em Redenção,no Ceará, com a implantação desta instituição que oferece formação aomesmo tempo que contribui com a integração entre o Brasil e os demais paí-ses membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, especialmen-te os países africanos –, a comunidade de São Francisco do Conde, na Bahia,clamou por sua inserção nesta proposta. Assim, o município com maior per-centual de autodeclarados negros no Brasil se colocou como um participanteque requer e merece um lugar nesta construção. As perspectivas aqui são asmais alvissareiras possíveis: uma comunidade que está de braços abertospara exercitar a hospitalidade para com os alunos estrangeiros, ao tempoem que demanda formação de pessoas preparadas para contribuir nodesenvolvimento local, seja aqui no Brasil, seja em países irmãos.

Permeia-nos assim a vontade de tornar o conhecimento a via para materia-lizar o movimento do sistema de ensino federal brasileiro no sentido estenderas mãos, abraçar e fortalecer os vínculos de solidariedade e parceria comos países irmãos, tomando como elo algo que caracteriza o ser humano:sua linguagem, no nosso caso, a nossa língua portuguesa.”

Núbia Moura, diretora do Campus de São Francisco do Conde (BA)

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A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) nasceupara fomentar a inserção regional e avaliar as potencialidades e carências da região Nordeste.Entre os objetivos está a construção de vínculos com a realidade do Maciço do Baturité,no Ceará, onde está localizada, e assegurar a importância da educação como elementode indução do processo de desenvolvimento sustentável.

A promoção do intercâmbio e da cooperação solidária entre os países africanos de línguaportuguesa são princípios da Unilab. Em parceria com outros países, principalmente africanos,a instituição desenvolve formas de crescimento econômico, político e social entre os estudantese procura formar cidadãos capazes de multiplicar o aprendizado.

Gerada em um contexto de Cooperação Sul-Sul, a Unilab pretende atuar como principal insti-tuição brasileira na colaboração educacional com a África e o Timor-Leste e formar recursoshumanos para contribuir com a integração entre o Brasil e os demais países membrosda Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente os africanos, epromover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional.

A criação da Unilab atende diretrizes internacionais que sugerem a ampliação da oferta decursos superiores em regiões carentes. Inserida em um contexto de superação de desigualda-des e resgate histórico, a universidade atua também no apoio a políticas sociais e afirmativasdo Ministério da Educação e a diferentes programas de intercâmbio e cooperação.

Aloizio Mercadante, ministro da Educação do Brasil

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Era um sonho que todos imaginavam: como uma proposta bonita irá serealizar no interior do Ceará, em uma cidade sem estrutura? Isso nos deixavamais fortalecidos para vencer o desafio. A diversidade começou desde o iníciocom a composição de funcionários de vários Estados do Brasil. Fui uma privi-legiada em participar desde o início dessa ideia que está se torna realidade.A comunidade do Maciço do Baturité tem um carinho e respeito por essa Uni-versidade e para mim é gratificante ter feito parte do processo de construção”.

Adênia Guimarães, ex-pró-reitora deAdministração e Planejamento (fev/2011 a jan/2013)

As diretrizes da Unilab representam nossas utopias. Esforços coletivos foramempreendidos por Dirigentes, Equipe da Pró-Reitoria de Graduação, unidadesacadêmicas e de gestão para a concretização do que foi concebido comomissão institucional para uma política de ensino de graduação, aliada àpolítica estudantil. Quanto mais trabalhávamos, mais éramos instadospela intensidade e dinâmica da realidade, magnitude dos desafios. Vivemosintensamente a experiência mobilizada pelo compromisso e engajamento.

A missão da Unilab a singulariza no contexto das instituições públicas federaisde ensino no Brasil e desafia a comunidade universitária, parceiros nacionaise internacionais na consecução de seus propósitos.

Apre(e)nder a aprender, a conhecer, a planejar, a fazer uns com os outros,sintetiza uma trajetória de busca da democratização do acesso, compromissocom a permanência exitosa dos estudantes, formação com qualidade acadê-mica e pertinência social. O desafio é manter acesa a chama das utopias."

Jacqueline Freire, ex-pró-reitora de Graduação (fev/2011 a jun/2013)

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A Unilab foi um projeto que me envolvi desde o início. Participei das oficinasde construção pedagógica e coordenei a formação de professores, baseadono contexto da proposta da universidade no Maciço o Baturité e tambémcom foco em outros países que falam a língua portuguesa.

Para esta formação, tudo foi levado em consideração: as diferentes culturas,a teoria, a prática, a interdisciplinaridade e a carga horária integral. Em edu-cação, o saber, o conhecimento, o significado e o sentido são sempre situadosem contextos, ações e vivências, por isso foi um desafio implantar cursosque atendessem às expectativas da proposta da Unilab.

Hoje faço parte do Observatório da Educação que desenvolve um trabalhocom a educação nos municípios da região, mantendo uma conexão comas secretarias, famílias, comunidade e escolas, integrando o conhecimentoda vivência com o científico proposto pela universidade.

Jacques Therrien, ex-pró-reitor de Graduação (set/2010 a fev/2011)

A Unilab tem um das propostas mais ousadas que, nas últimas décadas, seproduziu no país em termos de renovação do projeto político-pedagógico dasinstituições de educação superior. A promoção de intensa cooperação comos países de Língua Portuguesa, tendo em vista o intercâmbio e presença deseus estudantes e docentes no cotidiano das atividades acadêmicas, por si,já enuncia múltiplas possibilidades de inovação. Mas a Unilab vai alémquando propõe que a produção de conhecimento, tradicionalmentechamada pesquisa, seja feita sempre com base e de forma integrada à reali-dade, e conforme o apoio e interesse dos atores sociais - chamada Extensão.

Cabe a ela, portanto, como instituição historicamente condicionada, atentarpara que, nos espaços concretos nos quais se situa, mantenha-se contempo-rânea e atenta às necessidades de grupos com os quais é desafiada a intera-gir sem, com isso, perder de vista seu próprio projeto institucional. Este equilí-brio entre a ousadia para buscar novas práticas e sentido para as atividadesde Ensino, Pesquisa e Extensão, junto com a pertinência social e para além doelitismo que rege a instituição acadêmica, talvez seja o seu principal desafio.”

Stela Meneghel, ex-pró-reitora de Pesquisa,Pós-Graduação e Extensão (abr/2011 a ago/2012)

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A Unilab nasceu de uma proposta inovadora de universidade que pudessecontemplar simultaneamente: os anseios da comunidade do Maciço doBaturité, região carente de instituições de formação em nível superior;as demandas por ampliação do acesso ao ensino superior público no Brasil –objeto da política nacional de educação –; e também oferecer oportunidadede integrar as diferentes culturas que se expressam em Língua Portuguesacomo idioma oficial. Objetivos que, embora não sejam contraditórios, por suaamplitude de alcance, demandaram imenso esforço e dedicação das muitaspessoas envolvidas no processo de criação da universidade e se concretiza-ram no que ela é hoje: diversa, múltipla e ao mesmo tempo tão próxima darealidade de nosso país. Essa capacidade de ser local e também global é umdos grandes desafios de nossa contemporaneidade. Uma instituição queconseguiu integrar tais elementos e oferecer oportunidade direta deintercâmbio acadêmico, científico e cultural a pessoas de pelo menos trêsdiferentes continentes (América, África e Ásia) é motivo de satisfação eesperança aumentada no potencial que a educação traz para fomentaro entendimento e a cooperação entre os povos.

Leslie de Almeida Claudio, assessora da Comissão deImplantação e ex-chefe de Gabinete da Reitoria da Unilab

O futuro já começou! É uma trajetória iniciada com o compromisso de corrigiras distorções históricas de uma nação e seu desenvolvimento social, políticoe econômico que através da multiplicação do conhecimento tem como ferra-menta a tão sonhada Unilab. A região do Maciço, rica em história, cultura ebelezas naturais, recebe da universidade as aspirações de desenvolvimentoatravés do conhecimento acadêmico produzido e repassado aos estudantesbrasileiros e dos países lusófonos. Para a cidade de Acarape este é o momentode andar ao lado do progresso e unir as ideias, projetos e ações que elevamo nível da região por meio de parcerias entre municípios e a universidade.”

Franklin Veríssimo Oliveira, atual prefeito de Acarape (CE)

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A Unilab mudou a história de todo o Maciço de Baturité. Nosso município vivehoje momentos de integração social e econômica, beneficiando toda a regiãoe expressando uma consequente imagem positiva no Estado do Ceará.A liberdade dos escravos hoje é expressa pela expansão de conhecimentosatravés de uma universidade pública - homenagem justa de um povo, queparticipou diretamente do nosso desenvolvimento nacional. Agradeço aogoverno federal, ao ex-presidente Lula e a Dilma Rousseff por esse créditoeducacional que trouxe desenvolvimento aos jovens africanos e brasileiros.Viva a Unilab, a Universidade da Liberdade! A Universidade instalada emRedenção, embaixada de todas as belezas!”

Manuel Bandeira, atual prefeito de Redenção (CE)

Depois do nascimento dos meus filhos, estou vivendo o momento mais emo-cionante da minha vida. Hoje a gente concretiza um dos mais belos capítulosde São Francisco do Conde. São páginas de autoestima e desenvolvimento,escritos para o povo de minha cidade. Já doamos uma área de 55 hectarespara construção da Cidade Universitária, mas queremos mais. Não tenhoesse costume, mas hoje vou fazer um pedido a Deus. Que Ele me permitaviver mais 10 anos, para que eu possa ver o desenvolvimento que a minhacidade conquistou.”

Rilza Valentim, prefeita de São Francisco do Conde (BA)

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