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7/23/2019 Livro Obras e Gestão de Portos e Costas http://slidepdf.com/reader/full/livro-obras-e-gestao-de-portos-e-costas 1/772 A técnica aliada ao enfoque logístico e ambiental INSTITUTO MAUA DE TECNOLOGIA MAUA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Paolo Alfredini Emilia Arasaki EDITORA BLUCHER 50 anos

Livro Obras e Gestão de Portos e Costas

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  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    1/772

    A t c n ic a a l ia d a a o e n fo q u e l o g s tic o e a m b i e n t a l

    INSTITUTO MAUA DE TECNOLOGIA

    M A U A

    ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    Paolo A lfredini Em ilia A rasaki

    E DI TO RA

    BLUCHER

    50 anos

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    2/772

    PROMIO

    P A N O R A M A H I D R O V I R IO E D O G E R E N C I A M E N T O C O S T E I R O N O B R A S I L

    1

    anorama Hidrovirio Nacional

    2 anorama do Gerenciamento Coste iro Nacional

    19

    3

    undam entos sobre Por to Concentrador de Carga e

    Cabotagem

    3

    3.1 Int roduo

    3

    3.1.1 Susten tabi lidade da cabotagem

    8

    4 ar inas e Atracadouros Pesqu eiros

    3

    PARTE

    HIDRULICA MARTIMA 5

    1

    idrodinmica das Ondas do Mar 7

    1 . 1 ntroduo sobre Ondas de Osci lao 7

    1 .2 Ondas M onocrom t icas e Ondas Na tura i s

    3

    1 .3 Di sperso da Onda e Ve loc idade de Grupo

    5

    1 . 4 E n e r g i a d a O n d a

    7

    1.4 .1 Presso subsuperf ic ia l

    7

    1.4 .2 Energia e potnc ia das ondas

    8

    1 . 5

    aractersticas Estatst icas das Alturas das Ondas Ocen icas

    9

    1.5 .1 Dist r ibuio das a l turas de ondas nu ma tempestade

    9

    1.5.2 D istr ibuio estatst ica de longo perodo

    1

    1 .6 E f e it o s d e guas Ras a s

    6

    1.6.1 Empolam ento e refrao

    6

    1.6.2 Arrebentao

    6

    1 . 7 ifrao

    1

    1 . 8 eflexo

    6

    1 .9 C orren t es Longi tud ina i s P roduz idas pe l a Arreben tao

    8

    1.9.1 Consideraes gerais

    8

    2 ars e Correntes

    1

    2 . 1 D in m ic a da M a r Es tu a r ina

    1

    2.1 .1 Consideraes gera is sobre a mar ast ronmica

    1

    2.1 .2 Con sideraes gera is sobre a m ar meteoro lgica

    8

    2.1 .3 Descr io matem tica das mars as tronm icas

    9

    2.1 .4 A m ar as tronm ica real em e s tur ios

    1

    2.1 .5 Mod ificaes d inmicas da mar astronm ica em

    es tur ios

    1

    2.1 .6 Efeitos das larguras e profundidades nas m assas

    estuarinas

    2

    2.1 .7 Previso da m ar as tronm ica por anl ise harmn ica

    3

    2 . 2 P r op aga o da M ar em Es t u r io s 0 2

    2 .2 .1 C i rculao e m is turao

    0 2

    2 .2 .2 Tipos d e c i rculao

    1 2

    2.2 .3 Var iao re la t iva do n vel mdio do m ar e seus

    impactos

    1 3

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    3/772

    Obras e Gesto de Portos e Costas

    3 rocessos Litorneos

    3 1

    3 . 1

    ntroduo

    3 1

    3.2 Origens e Carac ter s t icas dos Sed imen tos de Pra ia

    3 4

    3.2.1 Conideraes gerais

    134

    3.2.2 Balano sedimentar

    3 6

    3.2.3 Caracters ticas dos sedimentos de praia

    4 0

    3.3 Circulao Induzida pelas On das junto Co sta

    4 2

    3.3.1 Consideraes gerais

    4 2

    3.3.2 Ataq ue frontal

    4 3

    3.3.3 Ataque oblquo

    4 3

    3.4 Desc r io do Transpor te de Sedimentos Li torneo

    4 5

    3.4.1 Consideraes gerais

    4 5

    3.4 .2 Ao largo d a arrebentao

    4 6

    3.4.3 Regio de arrebentao

    4 7

    3.5 Perf is de Pra ia e Form aes Coste iras Tpicas

    5 1

    3.5.1 Perfis transv ersais de praia

    5 1

    3.5.2 Fo rmaes cos tei ras t p icas

    5 4

    3.6 Anl ise Quan t i ta t iva do Processo de Transpo rte Litorneo

    7 3

    3.6.1 Incio do movim ento de sedimentos no-coesivos e

    conformaes de fundo

    7 3

    3.6.2 A e stimativa da vazo d o transporte l i torneo

    7 8

    4

    i d r u l i c a Es tua r ina

    1 8 5

    4 .1 Desc r io Gera l da s Embocad uras Mar timas

    8 5

    4.1.1 Definio generalizada de esturio e a impo rtncia

    do seu estudo

    8 5

    4.1.2 Classificao dos esturios

    1 8 8

    4.1.3 Caracters ticas gerais dos processos estuarinos

    193

    4 .2 In t ruso Sal ina em Es tur ios

    9 6

    4.2.1 D escr io da dinmica d a int ruso sal ina

    196

    4.2.2 Mecan ismo de um a cunha sal ina es tacionr ia 9 8

    4.2.3 Anl ise de es tur ios m is turados

    9 9

    4 .3 Processos Sedimento lgicos

    00

    4.3 .1 F ontes sedimentares

    00

    4.3 .2 D inmica do t ranspor te de sedimentos

    04

    4 .4 Processos Morfo lg icos

    1 6

    4.4.1 Consideraes gerais

    1 6

    4.4 .2 Concei to de equi l brio d inmico ou de regime em

    es tur ios

    1 6

    4.4.3 Conceito de esturio ideal

    1 6

    4.4.4 Processos m orfolgicos em deltas

    1 7

    4.4 .5 Processos morfolgicos em em bocaduras de mar

    23

    4 . 5 Es tudos de Caso s

    25

    4.5.1 Aspec tos relativos dinmica hidrulico-salina do

    baixo Rio Cubato (SP)

    25

    4.5.2 M odelo anal t ico para vazo de barreira hidrulica no

    Rio Cubato (SP)

    3 1

    4.5.3 Impacto da vazo da Barragem do Valo Grande na

    distribuio de salinidade no Com plexo Estuarino-

    Lagunar de Iguape-Cananeia (SP)

    34

    4.5.4 O Term inal Martimo de Ponta da Mad eira (MA)

    38

    4.5.5 Es tudo da disperso de ef luentes de em issrios

    subm ar inos na Baixada Sant is ta (SP)

    4 7

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    4/772

    O b r a s e G e s t o d e P o r t o s e C o s t a s

    PARTE

    H I D R U L I C A

    FLUVIAL

    53

    5

    r a n sp o r te de Se d i m e n t o s Cu rva - c ha ve e .

    Dis t r ibu io das Te nses na F ron te i r a

    5 5

    5 . 1

    ntroduo

    5 5

    5.1 .1 Consideraes gera is

    5 5

    5.1 .2 Cond icionantes do t ranspor te de sedimentos

    5 6

    5.1 .3 A eroso por ao h idrul ica

    5 7

    5.1 .4 A v iabi lidade de obras de Engenhar ia Hidrul ica e o

    t ransporte de sedimentos

    64

    5 .2 M odal idades do Transpor t e Sl ido

    66

    5 .3 Equi l b r io dos Escoam en tos com F undo M ve l

    67

    5 . 4 C u rva - c ha ve S l i da

    67

    5 . 5 D i s tr i bu io de Tenses d e Arras t amen to na F ron te i ra

    7 1

    6

    r an spo r t e de Sed im en to s In c io do M ov imen to /Confo rmaes

    7

    8

    9

    de Fundo / R ugo s i d ade

    273

    6 . 1

    id rulica dos Escoamentos com Fundo Mvel

    273

    6.1.1 Lei de distr ibuio de velocidad es

    273

    6.1.2 Perdas de carga nos escoamentos com fundo m vel

    7 4

    6.1 .3 Turbulncia

    2 7 4

    6.2

    ropr iedade dos Sedimentos

    2 7 4

    6.2.1 Caracter izao

    2 7 4

    6.2 .2 Origem

    275

    6.3

    nc io do Transpor te Sl ido por Arrastamento

    276

    6.3.1 Consideraes gera is

    276

    6.3.2 Incio do transporte

    276

    6.4

    onformaes de Fundo

    2 8 1

    T r an s p o r te d e S ed imen to s

    A r r a st amen to d e Fundo e em

    S us p en s o

    283

    7 . 1

    apacidade de Transpor te por Arras tamento de Fun do

    83

    7 . 2

    ranspor te Sl ido em Suspenso

    2 8 4

    7.2.1 Dis tribuio da concen trao de sedim entos

    t ransportados em suspenso

    2 8 4

    7.2 .2 Determinao da vazo sl ida em su spenso

    286

    7 . 3

    ransporte Slido Total

    287

    7.3.1 Transporte slido efetivo

    287

    7.3.2 Vazo slida total

    287

    Morfologia Fluvia l

    Pr inc p ios

    2 8 9

    8 . 1

    ntroduo

    289

    8 .2

    eor ia do Regime

    292

    8.2.1 Geom etr ia Hidrul ica

    292

    8.2.2 Respos ta f luvial

    293

    8.3

    voluo dos Cursos D'gua

    29 5

    8.3 .1 Pr incp ios fundam entais que regem a m odelao

    do lei to

    29 5

    8.3.2 Perf is longitudinais f luviais

    297

    8.3.3 Efeito dos f iletes l quidos no processo

    h idrossed imento lgico

    297

    Morfologia Fluvia l

    Carac te r s ti ca s P lan ia l tim t r i ca s d os

    Cursos D 'gua de Planc ie Aluvionar

    3 0 1

    9 . 1 eis de Fargue

    3 0 1

    9.2

    eandros D ivagantes

    305

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    5/772

    XX

    bras e Gesto de Portos e Costas

    PARTE 3

    O B R A S P O R T U R I A S E C O S T E IR A S

    07

    1 0

    r ran jo Geral Por tur io

    09

    10 .1 Classificao dos Tipos de Portos

    0 9

    1 0 . 1 . 1 D e f in i o

    0 9

    10.1.2 Natureza dos portos

    1 0

    10.1.3 Localizao

    1 0

    1 0 . 1 . 4 U t il iz a o

    1 0

    10.2 Ob ras de Melhoramento dos Portos

    1 1

    10 .3 Arranjo Geral das Obras Porturias

    1 1

    10.3.1 Obras porturias encravadas na costa ou estuarinas

    1 1

    10.3.2 Obras porturias salientes costa e protegidas

    por molhes

    1 8

    10 .3.3 Obra porturia ao largo protegida por quebra-m ar

    2 2

    10 .3.4 Outros tipos de arranjos gerais

    2 2

    1 0 . 4 Localizao de Quebra-mares

    2 5

    10.5 Questes Fundam entais do Projeto das Obras Porturias

    2 9

    10 .6 Aes em Estruturas Porturias Martimas o u Fluviais

    2 9

    1 1 imen ses de Cana i s e Bac ia s Po r tu r io s

    31

    11.1 Canais de Acesso

    3 1

    11.1.1 Aspectos relacionados profundidade de canais

    de acesso porturios

    3 1

    11 .1.2 Aspectos relacionados largura de canais de

    acesso po rturios

    3 3

    11.1.3 Exemplos d e canais de acesso porturios

    4 4

    11.2 Bacias Por tur ias

    4 6

    11.2 .1 Bacias de evoluo

    4 6

    11.2.2 Bacias de espera

    4 7

    11.2.3 Bacias do bero

    4 7

    1 2

    bras de Abr igo Por tur ias Qu ebra -m ares , Guias -co r ren tes e

    Espiges

    4 9

    12 .1 Cons ide r aes Gera i s sob re a s Obras de

    A b r i g o 4 9

    12.1.1 Funo

    4 9

    12 .1.2 Finalidades

    4 9

    12 .2 Tipos Convencionais de Obras de Abrigo

    5 0

    12 .3 Tipos No-convencion ais de Obras de Abrigo

    5 2

    12.4 Escolha do Tipo de Obra 5 5

    1 3

    bras de Abr igo Po r tu r i a s Dimens ionam en to , Pe rf i s

    Transve rsa is , Cotas 67

    13.1 Anteprojeto de Quebra-m ar de Talude 6 7

    13.1.1 Caractersticas gerais da seo transversal 6 7

    13.1.2 Composio do macio 6 8

    13.1.3 Equipamentos e m todos construtivos

    7 0

    13.1.4 Fatores de projeto

    7 0

    13.1.5 Pr-dimensionam ento da armadu ra 7 0

    13.1.6 Pr-dimensionam ento da seo transversal

    7 2

    13.2 Metodologia de Projeto de um Quebra-mar de Berma 7 5

    13.3 Diagrama d e Presses sobre uma Parede Ve rtical

    7 7

    13.4 Dimensionam ento do Peso dos Blocos de Espiges de

    Enrocamento

    7 8

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    6/772

    O b r a s e G e s t o d e P o r t o s e C o s t a s X /

    1 4

    bras Porturias Internas Tipos de Estruturas Acostveis

    e Acessrios

    8 1

    14 .1 Caracterst icas Gerais, Classificao e Tipos Principais das

    Obras Acostveis

    8 1

    14 .2 Ao das Embarcaes nas Obras Acos tveis

    89

    14.2 .1 Consideraes gera is

    89

    14.2 .2 Defensas

    9 1

    14 .2 .3 Cabos de am arrao

    0 1

    14 .2 .4 Equipamen to de am ar rao baseado em te r r a

    05

    14 .3 Elem entos Bsicos no Proje to Est ru tura l das Obras de

    Acostagem

    08

    14.3.1 Consideraes gerais

    08

    14.3.2 Classif icao do tipo estrutural

    08

    14 .4 Por tos F luv ia i s

    2 5

    14 .4 .1 Consideraes gera is

    2 5

    14 .4 .2 Acesso e abr igo

    2 5

    14 .4 .3 Obras de acostagem

    2 5

    1 5

    bras Porturias Internas Instalaes de Movimentao e

    Armazenamento de Cargas

    33

    15 . 1 I n tr oduo

    33

    15 .2 Be ros pa ra Ca rga Gera l

    34

    15 .2 .1 Cota

    34

    15 .2.2 Larguras das p lataform as

    34

    15 .2.3 Largura to tal da rea no tardoz da f rente do cais

    35

    15 .2 .4 Arm azenamen to cober to das ca rgas

    35

    15 .2 .5 Pt ios de estocagem

    35

    15 .2 .6 Equipamento para movim entao de carga

    37

    15 .3 Termina i s de Con t ine res

    4 6

    15.3.1 Consideraes gerais

    4 6

    15 .3.2 Co ta e largura da pla taforma

    4 6

    15 .3 .3 Pt io de contineres e equipam ento

    47

    15 .3.4 Term inais mistos de carga gera l e cont ineres

    5 0

    15 . 4 Te rm ina i s

    Roll-on/Roll-off

    5 0

    15 .5 Terminais para Granis Lquidos

    5 1

    15.5 .1 Consideraes gera is

    5 1

    15.5 .2 Beros convencionais para leo cru e der ivados

    de pet rleo

    5 1

    15 .5 .3 Estocagem de granis lquidos

    54

    15.5.4 Terminais convencionais para gases l iquefeitos

    ref rigerados e /ou com pr imidos

    5 4

    15 .5 .5 Insta laes de estocagem para gases l iquefe itos

    5 5

    15 .5 .6 Terminais operando com boias

    5 5

    15 .6 Term inais para Granis Sl idos

    5 7

    15.6.1 Consideraes gerais

    5 7

    15 .6.2 Terminais convencionais de expor tao

    5 9

    15 .6.3 Terminais convencionais de impo r tao

    66

    15 .7 Exem plo de Equ ipamentos de um Por to com Carga

    Diversificada

    70

    15 . 8 Term ina is e Po r to s F luv ia i s

    7 1

    1 6

    rganizao, Gerenciamento e Operao Porturia

    77

    16.1 M odelos d e Pol t ica Portur ia

    77

    16.1.1 Consideraes gerais

    77

    16.1.2 Mode los de controle porturio

    77

    16.1.3 Atividade porturia

    8 0

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    7/772

    XX

    II

    bras e Gesto de Portos e Costas

    16 .2 Mo-de -obra

    8 5

    16.3 Tar i f as Por tur i as

    8 6

    16.4 A Po l ti ca de Gesto Integrada

    8 7

    16.5 Consideres sobre Anteproje to de Dimensionam ento

    Operacional

    90

    16.5.1 Aspectos bsicos

    90

    16.5 .2 Dimensionam ento do nmero de beros

    90

    16.5.3 Dimens ionamento de ins talaes de armazenagem

    para granis

    92

    16.6 Centro In tegrado de O perao

    92

    17

    bras de Defesa dos Litorais Tipos de Obras

    9 5

    17 . 1 I n tr oduo

    95

    17.1.1 Eroso costeira

    95

    17.1.2 Ob ras de defesa dos l i torais

    95

    17.1 .3 Intervenes n o-es t ru tura i s

    96

    17 .2 Levant amen to de Dados pa ra o Pro je to

    96

    17 .3 As Obras de Defe sa

    97

    17.3.1 Classificaes gen ricas

    97

    17 .4 Obras Longi tud ina is A deren t es

    97

    17.4.1 Descrio

    97

    17 .4 .2 Funes

    98

    17.4.3 Limitaes

    98

    17 .4 .4 Parmetros funcionais do pro je to

    98

    17 .4 .5 M ater ia is empregados

    99

    17 .4 .6 Modelos de obras longi tud inais aderen tes

    99

    17 . 5 Esp ige s

    04

    17.5.1 Descrio

    04

    17 .5 .2 Funes

    04

    17.5.3 Limitaes

    04

    17.5.4 U tilizao de espigo isolado

    04

    17 .5 .5 Ut i l izao de um cam po de espiges

    05

    17 .5 .6 Parmetros funcionais do pro je to

    07

    17 .5 .7 Mater ia is em pregados

    08

    17 .6 Quebra -m ares Des t acados da Cos t a

    08

    17.6.1 Descrio

    08

    17 .6 .2 Fu no

    09

    17 .6 .3 Funcionam ento

    09

    17.6.4 Limitaes

    09

    17.6.5 Parmetros funcionais de projeto

    1 0

    17.6 .6 Indicaes para o es tudo pre l iminar de um s i s tem a

    de quebra-mares des tacados

    1 0

    17.6.7 Materiais empregados

    1 0

    17.7 Al im entao A rt i fic ia l das Praias

    1 1

    17.7.1 Descrio

    1 1

    17 .7 .2 Funes

    1 2

    17.7.3 Limitaes

    1 2

    17 .7 .4 Parm etros funcionais de pro je to

    1 2

    17 .7 .5 Mo delos de en gordam entos ar t i fic ia is de pra ias

    1 3

    17 .8 Obra s de Pro t eo con t ra a Ao do M ar

    1 5

    17.8.1 Diques

    1 5

    17.8 .2 F ixao das dun as de are ia

    1 7

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    8/772

    O b r a s e G e s t o d e P o r t o s e C o s t a s

    XII/

    1 8

    bras de Defesa dos Litorais

    Estimativa do Impacto sobre

    a Linha de Costa 1 9

    18 . 1 Esp ige s

    1 9

    18 .1 .1 Descr io concei tuai do impac to sobre a l inha

    de cos ta

    1 9

    18.1 .2 Ex emplif icao de obras de cam pos de espiges

    2 1

    18 . 2 Quebra -mares Des t acados 26

    18 .2 .1 Descr io concei tuai do impacto sobre a l inha

    de cos ta 26

    18 .2.2 Caracter st icas funcionais de quebra-m ar

    i so lado emerso destacado da costa 2 9

    18 .2.3 Caracter s ticas funcionais de quebra-m ares

    emer sos segm en tados

    3 1

    18 .3 Al imentao A rt if ic ia l de Pra ias

    32

    18 .4 Ins ta lao de Com portas e Soluo Integrada

    33

    1 9

    bras Estuarinas 35

    19 .1 Pr incp ios das Obras de Controle e Aprovei tamen to dos

    Esturios

    35

    19 .1.1 Princpios gerais

    35

    19 .2 M todos de C ont ro le

    37

    19 .3 Contro le Hidrul ico

    37

    19 .3.1 Revest imentos de margem

    37

    19 .3.2 D iques d i rec ionadores

    38

    19.3.3 Espiges

    4 2

    19.3.4 Aumento do volum e do pr isma de m ar

    4 3

    19 .3.5 A lteraes da defasagem entre var iaes de

    nveis e velocidades 4 3

    19 .3.6 Del imitaes lagunares

    4 4

    19 .4 Cont ro l e do Transpor te de Sed imen tos

    4 5

    19.4 .1 Controle do f luxo de s l idos 45

    19 .5 Ex emplos de Obra s em Em bocadura s Es tua r i na s

    46

    2 0 missrios Submarinos, Disperso de Efluentes e Processo

    de

    Licenciamento Ambiental

    53

    20 . 1 E mi s s r io s S ubm a r in o s

    53

    20 .2 Conce i tuao sobre o Com por tamen to d e Vazamen tos

    de leo

    5 9

    20 .3 Processo de Li cenc iamen to Am bien ta l

    6 1

    20 .4 Impacto Amb ienta l e Gerenciamento Am bienta l Integrado

    7 1

    20 .4 .1 Im pacto ambienta l causado por em issr io

    submar ino

    7 1

    20 .4 .2 Cri tr ios de em isso de cargas poluentes

    7 4

    20 .4 .3 Bras il

    75

    2 0 . 4 .4 C h ina

    78

    20 . 4 . 5 Es cc ia

    8 1

    20 . 4 .6 Es t ados Un idos

    84

    20 . 4 .7 Com un idade Europe ia

    8 8

    20 .4 .8 A p rob lemt ica do Mar Medi te rr neo

    90

    20 . 4 .9 Pad res e pa rmet ros recom endados

    92

    20 .4.10 Caracter s ticas amb ientais

    95

    20 .4.11 Alternat ivas de pr-t ra tamento para ef luentes

    de em issr ios

    98

    20 .4.12 Pr incipais procedim entos a serem co ns iderados

    no pro je to de em issr ios

    0 1

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    9/772

    XXN

    bras e Gesto de Portos e Costas

    20 .4 .13 Mon i to ramen to de emis s r ios subm ar inos

    02

    20 .4 .14 Precaues na const ruo e m anuteno

    03

    20 .4.15 Es taes de t ra tam ento de esgoto na regio

    do Mar Medi terneo

    05

    20 .4 .16 Gerenciamento ambienta l suger ido para o

    Mar Mediterrneo

    1 0

    20 .4.17 O processo para a em isso de cr i tr ios e l icenas

    1 3

    20 . 5 Con s ide raes f i na i s

    20

    PARTE 4

    O BRAS H

    IDROVIRIAS

    23

    2 1

    r agagem e Der rocannen to

    25

    2 1 . 1 D r a g a g e m

    25

    21 .1 .1 In troduo

    2 5

    21.1 .2 Dragas mecnicas

    2 7

    21 .1 .3 Dragas h idrul icas

    35

    21.1 .4 Medies dos vo lumes dragados

    4 5

    2 1 . 2 D e r ro c a m e n t o

    4 8

    21 .2 .1 Consideraes gera is

    4 8

    21 .2 .2 Mtodos de der rocagem

    4 8

    21 .3 Ges t o Am bien ta l de D ragados No- ine r te s

    50

    2 2 imenses Bs i ca s da s

    H id r ov i a s e O br a s d e M e lh o r amen to

    para a Navegao

    5 7

    22 .1 Embarcaes F luv ia i s

    5 7

    22 .1 .1 Caracter s t icas das em barcaes f luviais

    5 7

    22.1 .2 Automotores

    5 8

    22 .1 .3 Empurradores

    5 9

    22.1 .4 Chatas

    60

    22 .1 . 5 Com bo ios de empur r a

    63

    22 .1 .6 Em barcaes especial izadas

    65

    22 .2 Dimenses B s ica s da s Hidrov i a s

    65

    22 .2.1 Cons ideraes gerais

    65

    22 .2 .2 Profundidade mn ima

    65

    22 .2 .3 La rgu ra mn ima

    65

    22 .2 .4 rea mn im a da s eo m olhada

    65

    22 .2 .5 Raio de curva tura

    66

    22 .2.6 Vo e al tura livres nas pontes

    67

    22 .2 .7 Ve loc idade m x ima das guas

    67

    22 .2.8 Gab ar i tos propos tos pelo Minis trio dos

    Transportes

    67

    22 .3 Est ruturas Especia is de C anais Art i f ic ia is para a

    Navegao

    68

    22 .4 Obras de Melhoramento do Lei to para a Navegao

    69

    23

    bras de Norm a l izao e Reg u la r izao do Le i to

    73

    23 .1 Obras de Norm al izao

    73

    23.1 .1 Con sideraes gera is

    73

    23.1 .2 Desobs truo e l impeza

    73

    23.1 .3 Limitao dos le i tos de inundao

    73

    23.1 .4 Bifurcao f luvial e confluncia de tr ibutrios

    7 4

    23.1 .5 Obras de proteo de margens

    7 4

    23.1 .6 Ret i ficao de m eandros

    84

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    10/772

    Obras e Ges to de Por tos e Cos tas

    XXV

    23.1 .7 Obras de pro teo de pi lares de pontes

    88

    23.2 O bras de Regular izao do Lei to

    9 3

    23.2 .1 Co nsideraes gera is

    9 3

    23.2 .2 Reg ular izao em fundo f ixo

    9 3

    23.2 .3 Regular izao em fundo m vel

    94

    24 ciusas de Navegao e Capacidade de Trfego em Hidrovias

    7 0 7

    24 .1 Princ pio de Funcionamen to das Eclusas de Navegao

    0 7

    24 .1 .1 Consideraes gera is

    0 7

    24 .1 .2 Cr i tr ios de pro je to

    1 8

    24 .2 Dim enses Tpicas das Eclusas Bras i le i ras

    2 3

    24 .3 Segurana nas Ec lusagens

    25

    24 .4 Equ ipamentos da s Ec lusa s de Navegao

    28

    24 .4.1 Cons ideraes gerais

    28

    24 . 4 .2 Po r ta s

    28

    24 .4 .3 Vlvulas

    3 1

    24 .5 Func ionam ento Hidru li co da s Ec lusa s

    3 1

    24 .5 .1 Consideraes gera is

    3 1

    24 .5 .2 Desc ri o do e scoamento de ench imento

    3 1

    24 .5 .3 Cond ies de ap rox imao ao em boque da

    tomada d 'gua

    33

    24 .5 .4 Cond ies de escoam en to nos aquedutos das

    vlvulas

    36

    24 .5.5 Condies de dis t r ibuio das vazes nos aquedutos

    de a l imentao 36

    24 .5.6 Mano bras das vlvulas 4 0

    24 .6 Capacidade de Trfego das Eclusas

    4 1

    24 .6.1 Consideraes gera is

    4 1

    24 .6.2 Es t imat iva da capacidad e de t rfego das eclusas

    4 1

    24 .6.3 Fatores a considerar no tem po de t ransposio to ta l 4 2

    24 .6.4 Est imat iva do esforo num cabo d e amarrao

    4 2

    24 .6.5 Pr-dim ens ionam ento de fro ta numa hidrovia

    4 3

    25 Papel da Aquavia na Economia Contempornea

    4 5

    25 .1 Cons ide raes Gera is

    4 5

    25 .2 A Aquavi a com o Ins trumento de Transpor t e

    4 6

    25 .3 O Ve tor d 'Agua

    4 7

    25 . 4 A Luta con t ra a s Inundaes

    4 7

    25 .5 At ividades Rela tivas Aquavia

    4 7

    25 .6 O Papel da Aquavia no Desenv olvimen to Terr itor ia l

    Susten tvel

    4 8

    25 .7 O Exem plo das Hidrovias Europeias Consol idadas

    4 9

    25 .8 A Cons is tncia da Aquavia no Bras i l

    6 1

    Bibliografia 63

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    11/772

    XXV/

    Obras e Gesto de Portos e Costas

    Comp lexo Porturio

    de Tubaro da

    Vale, em V itria (ES).

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    12/772

    Por to de Santana

    Por tos de Be lm e V i l a do Conde

    Por tos de P onta da Made i ra , ltaqu i e A lumar

    Porto de Lus Corra

    or tos de Mucu r ipe e Pecm

    P or to de A re i a B ranca

    Porto de Natal

    Por to de Cabede lo

    P or t o s de S u ap e e R ec i f e

    P or to de Mace i

    Por tos de B ar ra dos Coque i ros e Araca ju

    Por tos de Ara tu , Temadre e Sa l vador

    Porto de I lhus

    Termina is de Be lmon te e Carave las

    Por to de Bar ra do R iacho

    P or to ce l

    Por tos de Tubaro , Pra ia Mo le e V i t ri a

    Por to de Ponta Ubu

    Por to de Forno

    Por tos de R io de Jan e i ro e N i te r i

    Porto de Sepetiba

    Por tos de Ang ra dos Re is e

    Tebig

    Por tos de So Sebast i o e

    T e b a r

    Por to de Santos

    Por tos de Paranagu e Anton ina

    Por to de So F ranc i sco do Su l

    Porto d e I ta ja i

    Por tos de Laguna e Imb i tuba

    Por to de R io Grande

    Pano r ama

    Hidrovir io

    Nac iona l

    2

    Pa n o ra m a do

    Gerenc i amen to

    Co s te i ro Nac ion a l 19

    3 Fundam en tos sob re

    Po r to Con cen t rado r

    de Carga e

    Cabo tagem

    3

    4

    Ma r inas e

    At racadouros

    Pesqueiros

    3

    P N O R M H I D R O V I R IO

    E D O G E R E N C I M E N T O

    C O S T E I R O N O B R S I L

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    13/772

    O Brasil possui 7.367 lan de linha costeira voltada para o Oceano Atlntico, que se

    ampliam para m ais de 8.500 k m co nsiderando os recortes li torneos (baas, enseadas

    etc.) . A zona costeira brasileira abriga uma grand e diversidade de ecossistem as de

    alta relevncia am biental, alternando: ma ngues, restingas, cam pos de dunas, estu-

    rios, recifes de corais, alm de ou tros amb ientes. Assim, os espaos li torneos po s-

    suem significativa r iqueza em term os de recursos n aturais e ambientais, que esto a

    exigir uma ordenao d o processo de ocu pao, gesto e controle.

    Segundo o Captulo 17 da Agenda 21 docum ento bsico em anado da Confe-

    rncia das Naes Unidas sobre Meio Am biente e Desenvolvimento, realizada no Rio

    de Janeiro em 199 2 , todos os pases devem im plementar programas de gesto in-

    tegrada da zona cos teira e mar inha, v isando a ut i l izao desses espaos de form a

    sustentvel.

    Em 1 98 8, a Lei n 7.661 inst i tuiu o Plano Nacional de Gerenciam ento Costeiro

    PNGC. Em 19 94 foi iniciado o Programa de Avaliao dos Recursos Vivos na Zon a

    Econm ica Exclusiva REVIZEE, para conso lidar o conceito internacionalm ente

    consagrado de

    Integrated C oas tal Zone M anagement

    I C Z M .

    A Hidrulica Costeira e a Estuarina so disciplinas fundam entais no m bito da

    Hidrulica Martima, um a vez que costas e esturios consti tuem -se nas reas de en-

    contro das guas con tinentais e ocenicas, das respectivas f lora e fauna, bem com o

    dos sedim entos de or igem terr gena e martima.

    Nesta abordagem , dada nfase ao movim ento das guas e seus efeitos fsicos

    imediatos.

    No m bito da descr io dos processos cos teiros e es tuar inos de dinm ica do

    escoam ento das guas, sal ina e do transporte de sedim entos, que caracter izam o con-

    junto essencial descr it ivo do co mpo rtamento desses co rpos d'gua, so aqui apresen-

    tados os conh ecimen tos fundam entais para or ientar e avaliar a implantao e gesto

    de o bras de Engenharia Porturia e Costeira.

    Assim, a part ir do estabelecimento dos fundam entos do com portamento hidru-

    l ico costeiro e estuarino, so obtidos os subsdios bsico s para os princpios gerais

    relativos ao controle e aproveitamento desses meios, permitindo a avaliao da viabi-

    l idade de tais m edidas, tendo em vista tam bm o im pacto ambien tal por elas produ-

    zido sobre o m eio fisico.

    A abordagem adotada deve ser considerada com o in t rodutr ia ao tema, procu-

    rando apresentar um a viso de conjunto do s processos fsicos costeiros e estuarinos

    que permi tam uma boa fundam en tao conce i tua i para o gerenc iamen to cos tei ro

    e controle dos esturios. Para tanto apresentaram-se, tanto quanto possvel, vrios

    exem plos relativos a estudos de casos co steiros e estuarinos brasileiros, que consti-

    tuem a nossa realidade mais prxima.

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    14/772

    P a n o r a m a H i d r o v i r i o e d o G e r e n c i a m e n t o C o s t e i r o n o B r a s i l

    O tratamento m ais aprofundado de i tens especficos Oceanografia objeto de

    abordagem pelas especialidades da Oceano grafia Fsica, Geolgica, Qumica e Biol-

    g i c a .

    As questes de Engen haria visando as hidrovias para a navegao interior pressupem

    do engenheiro um bom conhecimento da d inm ica dos cursos f luv ia is , es tudo que

    representa um dos m ais difceis captulos da Engenharia Hidrulica. .0 curso d'gua,

    ainda que j bastante estudado, continua representando um a questo de abordagem

    com plexa. De fato, se os precedentes estudos experimen tais no forem ex atamen te

    aplicveis ao caso em exam e, este dever ser estudado atentamente e, som ente aps

    mu itas e aprofundadas observaes, ser possvel enunciar normas sobre as caracte-

    rsticas do curso d'gua.

    O problema torna-se ainda m ais difci l quando necessr io corr igir anom alias

    que surgem com o em peci lhos para a segurana da navegao, mas q ue const i tuem

    estados naturais do curso d'gua.

    Tendo sido os curso s d'gua as primeiras e naturais vias de comunicao entre os

    hom ens, muitos estudos foram realizados sobre eles, entretanto as solues adotadas

    so, muitas v ezes, de d ifcil generalizao.

    Este texto enuncia algumas das teorias clssicas mais significativas que permitem

    embasar o s princpios para a abordagem das questes fluviais l igadas navegao.

    Em 1 993, a Lei Federal n 8.630 reformulou o ordenam ento jur dico da organizao

    porturia, visando a m odernizao dos portos brasi leiros, com a part icipao da ini-

    ciat iva privada (privatizao de servios e arrendam ento de arm azns e terminais) ,

    com o obje t ivo de increm entar o grau de com pet i tiv idade in ternacional do mod al

    aquavirio brasileiro. Assim, o instrumento institucional criou as bases para promo ver

    a ef icincia dos servios e a reduo dos custos porturios por m eio de trs impor-

    tantes m edidas: pr ivatizao dos servios porturios pela l ivre concorrncia, moder-

    nizao das relaes capital-trabalho, e descentralizao da administrao porturia.

    Desde a im plemen tao da lei, graas privatizao de instalaes e servios portu-

    rios, o custo porturio brasileiro caiu em 50%, em mdia, e a produtividade triplicou,

    especialmen te nos terminais de co ntineres, porm os cu stos logst icos e porturios

    ainda no at ingiram patamares com petit ivos em relao ao Primeiro Mundo . O custo

    logst ico no Brasil em 20 04 foi de 16% d o PIB, segundo a Associao Nacional dos

    Usurios de Terminais de Transporte Anut, enquanto o dos nossos principais con-

    correntes internacionais est em torno d e 10% .

    Os m aiores invest imentos em projetos de construo, ampliao e m odernizao

    de portos e termina is foram realizados nos principais portos brasi leiros com part ici-

    pao da iniciat iva privada, consist indo em n ovos equipam entos (reaparelhamento)

    e processos de carga e descarga , o que possibil i tou o aumen to da produtividade e a

    reduo dos custos. No se tor h idrovir io esto sendo im plementados pro je tos nas

    Hidrovias Tiet-Paran, Paran-Paraguai e Araguaia-Tocantins, intensificando -se o

    transporte aquavir io e os investimen tos em terminais porturios acoplados a un ida-

    des indu striais.

    No Bras i l h po r to s suf ic i en te s . Em de t e rminadas pocas do ano oco r rem

    conges t ionam entos e f i las de espera dos m odais aquavir ios e ter rest res porque o

    conjunto das operaes logs t icas est m al coordenado, gera lmente em funo de

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    15/772

    I n t r o d u o

    exigncias e excesso de b urocracia de rgos governam entais . O pas no precisa

    de m ais portos , mas de l iberdade para que os portos e te rminais se organizem d e

    forma eficiente para fazer frente s exportaes com m aior produtividade nas suas

    operaes. Durante muitos anos, o monop lio sindical sobi

    .

    e a m o-de-obra avulsa

    permaneceu com o um im por tan te obstculo modern izao do s istema por tur io ,

    m as paula t inam ente este corpora tiv ismo re t rgrado est sendo superado em favor

    de prmios de produt iv idade e program as cont inuados de t re inamen to e requal i fi -

    cao profissional.

    Mesm o em co ndies de retrao de econom ia mund ial, o Brasil ter oportuni-

    dade de ex pandir seus mercados se co nseguir ganhos expressivos na eficincia e nos

    custos na logst ica de transportes, em especial nos portos.

    A implantao e a m elhoria de obras porturias e acostveis representam para

    o Brasil , com sua vasta extenso co steira e de vias navegveis inter iores, um fator de

    primordial impo rtncia para a ampliao e diversif icao da rede de transportes. O

    transporte de grandes quantidades de carga e m atrias-primas entre pontos estrat-

    gicos do l i toral brasile iro, bem como os imperat ivos, cada vez m aiores, do incremento

    do com rcio exter ior , exigem a crescente ampliao e mod ernizao da rede portu-

    ria, quer martima , quer fluvial.

    Pelas premissas apresentadas, just ifica-se que o e ngenheiro civil estude o s pro-

    blem as de conce po, projeto e clculo das obras m art imas porturias, costeiras e

    estuarinas. Trata-se de tema de natureza essencialmente multidisciplinar, envolvendo

    conhecim entos nas reas de equipamen tos, navega o, hidrodinm ica, geotcnica e

    de es truturas , a lm das qu es tes gerais de p lanejamento e log s t ica por tur ia e de

    transportes.

    De um mod o gera l , um a vez tomada a dec i so de imp lan tao de um p ro je to

    porturio, em termos d e sua localizao e funo, a natureza da ao hidrodinm ica

    na regio, a conforma o topogrfica local, a natureza do terreno e o t ipo de em bar-

    caes e equipamentos a serem uti l izados podero influir na concepo da soluo de

    arranjo geral, em funo da tcnica e da econom ia.

    Ao longo da s cos tas , devido agi tao ondulatr ia , as em barcaes som ente

    podem acostar em localidades abrigadas naturalm ente ou artif icialmente. Por outro

    lado, as embarcaes m ar timas tm por te consideravelm ente maior do que a s f lu-

    viais, exigindo instalaes de maior vulto e equipamen to porturio mais com plexo.

    Desse mod o, os por tos mar timos som ente surgem em loca lidades em que se jus t if i-

    quem tcnica, econmica e am bientalmente os requisi tos supradescri tos. Como esses

    locais no so mu itos na costa, as obras necessr ias so muito on erosas e as instala-

    es porturias ma rt im as so concentradas, formando gran des portos.

    Os portos fluviais diferem d os m art im os por no exigirem quase nun ca abrigo

    contra a agitao. Ao longo d as hidrovias inter iores, as emb arcaes podem sem pre

    acostar nas margens, desde que existam condies de acesso, no se exigindo grande

    concen trao de instalaes porturias. A tendncia atual dos po rtos f luviais a de

    implantar portos especializados sim ples distr ibudos ao longo da hidrovia, just ifican-

    do-se m aiores concentraes por turias em maiores c idades ou nos grandes en tron-

    camentos com os m odais te rres tres .

    Em funo das consideraes fe i tas , a maior nfase da abordagem deste tex to

    considera os portos m ar timos, pois, pela sua com plexidade, so em preendimentos de

    maior abrangncia de questes que os portos fluviais.

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    16/772

    P a n o r a m a H i d r o v i r io e d o G e r e n c i a m e n t o C o s t e i ro n o B r a s i l

    Nesta abordagem de Obras Por tur ias e Cos teiras , pretende-se apresentar as

    questes fundam entais de concepo, projeto e clculo das obras.

    A navegao interior no Brasil est a exigir serem usufrudas as vantagens do

    barateamento d os produtos b sicos pelo transporte hiclrovir io, pr incipalmente n um

    quadro m undial de econom ia globalizada, entretanto as condies da economia nacio-

    nal e a con formao das redes fluviais em relao s regies produtoras dificultam a

    aplicao dos vultosos recursos em obras que, em geral, somen te se tornaro viveis

    em prazos re la t ivamente longos. So condies conhecidas que contingenciam o uso

    deste meio de t ranspor te para ser economicamente com pet it ivo comparat ivamente

    aos m odais de transporte concorrentes:

    A navegao f luv ia l deve ser rea l izada com embarcaes de grande por te que

    mov imentem elevados volum es de cargas, o que exige obras de vulto para a im-

    plantao das hiclrovias.

    A naveg ao interior necessita de longas d istncias de transporte, ou seja, ela

    som ente pode ser u t i lizada efic ien tem ente quando com pletada uma ex tenso

    considervel da hidrovia.

    Neste contexto da realidade nacional, a sistem tica que vem sendo ad otada em

    m uitas s ituaes para o fomento nav egao in ter ior tem s ido a sua insero em

    planos de aproveitam ento m ltiplo dos recursos hdricos. Esse mtodo, adotado na

    canalizao do Rio Tiet (SP) na segunda m etade do sculo passado , permite diluir o

    inves timento necessr io s obras de n avegao, tornando o empreendimento g loba l

    rentvel em m enor prazo, sobretudo pela renda adv inda da gerao de energia hidro-

    eltrica.

    A implantao da hidrovia num a canalizao integral de curso d 'gua tem com o

    principal investimento as obras de transposio de desnvel, enquanto as dem ais obras

    de m elhoramento, balizamen to, construo de po rtos etc. so decorrncia natural do

    desenvolvimento do trfego. As caractersticas das obras de transposio de desnvel

    condicionam , em grande parte, as em barcaes que podem uti lizar a hidrovia e, por-

    tanto, a prpria econom icidade do m eio de transporte.

    Dentre a,s principais dificuldades para a livre navegao, destaca-se a passagem

    de em barcaes por desn veis localizados, normalmente devidos s bar ragens para

    aproveitamentos hidrulicos. As obras de transposio de d esnvel so fundam entais

    nas hidrovias interiores por perm it irem a continuidade da navegabil idade. Sero con-

    sideradas preferencialmente as em barcaes consti tudas por com boios de em purra,

    por sua compatibil idade com as atuais exigncias tcnico-econ m icas do transporte

    aquavirio interior.

    As obras d e transposio de desnvel podem ser c lassificadas em :

    Hidrulicas: so as eclusas de navegao, em qu e as emb arcaes so desloca-

    das ver t ica lmente numa cmara es tanque pe la var iao do nve l d 'gua em que

    f lutuam . Class if icam -se em baixa qu eda (abaixo de 9 m de desnvel) , queda

    i n te rmed i r i a ( en tre 9 e 15 m de desn ve l ) e a l ta queda ( ac ima de 1 5 m de

    desrvel) . Cons t ituem -se nas ob ras m ais d ifundidas , as nicas no Bras i l para

    transposio de desnvel, em rios canalizados e canais artificiais, principalmen-

    te pela facilidade de con struo e simplicidade de funciona m ento, sendo, por-

    tan to , as t ra tadas nesta abordagem .

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

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    I n t r o d u o

    Mecnicas: os ascensores de embarcaes so obras em que as em barcaes so

    mo vimentadas m ediante esforo exte rno, juntamente com um rec ip iente m vel

    (bero, cuba ou cunha d'gua), onde so previame nte introduzidas.

    As obras de transposio de desnvel devem atender s *seguintes condies b-

    sicas de navegao:

    Segurana: os r iscos a que esto subm etidas as embarcaes nas obras de trans-

    posio no devem ultrapassar os r iscos normais de navegao.

    Adaptao s em barcaes: a obra de t ransposio deve ser com pat vel com a

    embarcao m ais conveniente da hidrovia.

    Capacidade de t rfego: a obra de t ransposio dever poder movim entar , num

    determinado per odo, um nmero de em barcaes capaz de t ransportar a tone-

    lagem de carga prevista pela hidrovia.

    Rapidez de passagem: o tem po ut i l izado pelas embarcaes para vencer o d esn-

    vel dever ser mnimo.

    Um a soluo de com promisso desses requis itos bs icos com a condio de m -

    nim o cus to necessr ia ao se cons iderar a ob ra de t ranspos io, par ticularmente

    quanto rapidez de passagem , para que o custo total da obra se just ifique perante os

    benefcios aportados por ela, deven do-se, no entanto, respeitar requisitos m nimos.

    Em d ecorrncia, as duas caracter st icas fundam entais das obras de transposio

    so a dimenso da cm ara e o tempo cle passagem, e esse ltimo definir a capacidade

    de trfego.

    A capacidade de t rfego de um r io canal izado def in ida como a tonelagem de

    carga que pode ser movim entada pela hidrovia num determinado intervalo de tempo,

    sendo no rmalm ente l im itada pelas obras de transposio de desnvel. Som ente em si-

    tuaes muito ex cepcionais outros obstculos, com o m s passagens, canais estrei tos,

    vos de pon tes etc., tornam -se m ais restr it ivos. Assim, a capacidade de trfego das

    obras de t ransposio de desnve l de um a m esma hidrovia deve ser a m esma para se

    obter o m elhor aproveitamento da n avegao inter ior.

    Este texto apresenta um panoram a das obras de melhoram ento para a navegao

    e em seguida trata das eclusas de navegao e capacidade d e trfego em hidrovias.

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

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    P o r t o d e S a n t a n a

    P o r t o s d , e B e l m e V i l a d o C o n d e

    P o r t o s d e P o n t a d a M a d e i r a ,

    Itaqui

    e A lu m a r

    P o r t o d e

    Lus

    C o r r a

    P o r t o s d e M u cu r ip e e P e c m

    P o r t o d e A re i a B r a n ca

    P o r t o d e N a t a l

    P o r t o d e C a b e d e l o

    Po r t o s de Suape e Re c i f e

    Po r t o de M ac e i

    Por t os de Bar r a dos Coque i r os e A raca ju

    Por to s d e A ra t u , Te m a d re e S a l v a d o r

    Po r t o de I lhus

    /

    Term ina i s de

    Belmonte

    e C a ra ve l a s

    Por t o de B a r r a d o R i a ch o - P o r t o ce l

    Por t os de

    Tubaro, P ra ia Mole e Vitr ia

    P o r t o d e P o n t a U b u

    P o r t o d e F o r n o

    Po r t o s de R io de Janeiro e Nite r i

    P o r t o d e S e p e t ib a

    Por t os de Ang ra dos Re i s e Teb ig

    Po r t o s de So Sebas t i o e Teba r

    Porto de Santos

    P o r t o s d e P a r a n a g u e A n to n i n a

    Po r t o de So F ranc i sco do Su l

    Por to d e I t a j a i

    P o r t o s d e La g u n a e I m b i t u b a

    P o r t o d e R i o G ra n d e

    1:1 Zon a Econm ica Exc lus i va - - ZEE

    en t re 1 2 MN da cos ta (m a r t e r r i to r i a l )

    e 200 MN da co s ta

    P a n o r a m a H i d r o v i r io e d o G e r e n c i a m e n t o C o s t e i ro n o B r a s i l

    F i g u r a 1

    Princ ipa i s

    portos martimos brasileiros.

    1 P A N O R A M A H ID R O V I R IO N A C IO N A L

    A globalizao da econll ia, associada ao aumen to da co mpeti t ividade internacional,

    est se fazendo presen te de m aneira incontestvel, pressionando e descar tando os

    conco rrentes que tm seus custos internos elevados para o transporte e mo vime nta-

    o de matrias-primas e produtos acabados. Neste contexto, o transporte aquavirio

    consti tui-se como fator indutor do desen volvim ento planejado e abrangente, inter li-

    gando regies e proporcionando a m ovimentao, de maneira segura e econm ica, de

    insumo s, produtos e pessoas.

    O Brasil possui mais de 8 .500 k m d e l inha costeira considerand o os recortes l i-

    to rneos. Dezessete estados da Federao compem essa l inha de costa , contando

    com por tos mar t imos , es tuar inos e lagunares , pelos quais se m ovim enta a quase

    total idade do c om rcio exter ior do pas (navegao de longo cu rso) , a lm da na-

    vegao de cabotage m entre os portos nacionais. Aos ma is de 40 principais portos

    com erciais m artimos b rasi leiros (ver Fig. 1 e Tab. 1), agregam-se m ais de 60 portos

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

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    Pano rama Hid rov i r i o Nac iona l

    f luviais ( terminais h idrovir ios ) , com pondo um conjunto de m ais de uma cen tena

    de polos m ul t im odais de t ransporte pbl icos e pr ivados . Ent re os m aiores portos

    m ar t im os bras i le i ros em 20 07, des tacam -se o Complexo de Tubaro-Praia Mole

    (ES) (110 m i lhes de t one l adas anua is mo viment adas , ou MTPA), o Complexo

    de Ponta da Madei ra (MA) (94 MTPA), Porto de Santos (SP) (82 M TPA), Porto

    de I tagua -Sepet iba (RJ) (8 2 M TPA), e Porto de So Sebast io (SP) (47 MTPA)

    (Antaq, 2008 ) . O m aior por to f luvial em m ovim entao de cargas o de Manau s

    (AM) (13 MTPA) (Antaq, 2008 ) .

    A legislao porturia brasi leira est fundam entada n a Lei n 8 .630/93, que es-

    tabeleceu de forma clara a d is t ino entre por to organizado e ins talao por tur ia

    de uso privativo:

    Porto organizado o porto pblico, disposio do pblico, aberto a todo s que

    dele necessi tem, sob a jur isd io de um a autor idade por tur ia .

    Instalao porturia de uso privativo explorada por pesso a jurdica de direito

    pbl ico ou pr ivado e u t i l izada na m ovimentao e/ou armazenagem de merca-

    dor ias dest inadas a o u provenien tes de t ranspor tes aquav ir ios .

    A le i vigente es tabe lece a l ivre concorrnc ia do s servios portur ios , dando

    l iberdade aos terminais pr ivat ivos de operarem ca rgas de terce i ros, e quebrando o

    monopl io dos s ind ica tos de m o-de-obra avulsa . Em 199 2, ano an ter ior v igncia

    da atual le i , que f lex ibi l izou a o perao por tur ia com relao aos m onoplios , o

    Brasi l e ra , apesar dos c i tados en traves inst ituc ionais , o terce i ro pas em mo vimen-

    t ao mundia l de cargas (cerca de 350 m i lhes de tone ladas por ano envo lvendo

    valor de US$ 54 bi lhes) . Em 19 99 a m ovimen tao anual de cargas a t ingiu c i f ras

    super iores a 42 0 m ilhes de toneladas, sendo 70% or iundas da navegao do lon-

    go cur so e 30% da cabo tagem

    ( * ) , d ist r ibudas em 56% de granis slidos, 33% de

    granis lquidos e 11% de carga gera l

    ( * * )

    (Brasil/Ministrio do s Transportes Site

    oficial na Internet) . Em 200 6, atingiram-se 700 MTPA e 6,2 m ilhes de contineres,

    sendo 60% de granis s l idos , 25% de granis l qu idos e 1 5% de carga gera l.

    O Br a s i l po s s u i uma da s m a io re s r ede s f luv i a is do m undo , com ce r ca d e

    20.00 0 km em condies de navegao (ver F ig . 2 ) , sendo a malha navegvel to ta l

    es t imada em 50 .000 km , des tacando-se as h idrovias dos r ios Madeira-Am azonas ,

    Araguaia-Toca ntins, So Francisco, Paraguai-Paran e Tiet-Paran. As principais

    hipteses de t ransposies dos divi sores por cana is de par t i lha navegveis ent re

    bacias hidrogrficas estudadas pelo ex tinto Departam ento de Portos e Vias Naveg-

    veis esto apresentadas na Fig. 3, destacand o-se a cham ada Hidrovia de Contorno,

    que poderia l igar a Bacia Amaznica do Pra ta , sendo que o t recho Am azonas-

    Sol imes permite o acesso de n avios mar t imos a t cerca de 2 .000 m ilhas nut icas

    da cos t a ( em Iqu ito s no Peru ) , podendo se r cons ide rado pro longam en to da v i a

    mart ima.

    O transpor te h idrovir io in ter ior , ind iscut ivelmente , o mais econm ico para

    deslocamen to de grandes vo lumes de carga com baixo valor un i tr io en tre os mo-

    dais com pet idores di re tos , a fe rrovia e a rodovia , desde que ressa lvado s a lguns

    pressupostos . Assim , os poios de or igem ou des t ino das cargas d evero s i tuar-se

    prx imos a um a h id rov ia , o que es t imula o a rmazenamen to e a p roduo de mer -

    cador ias nas fa ixas marginais , agregando densidade econmica ao s is tema. Sempre

    que hou ver a par t ic ipao conjugada de um out ro m odal de t ransporte , torna-se

    ind ispensvel que as d is tncias percorr idas no m odal h idrovir io se jam bem supe-

    riores s demais. Em decorrncia, o aproveitamen to hidrovirio deve estar inserido

    em program as mais am plos , considerando a ex plorao dos recursos minera i s , o

    desenv olvimen to agrcola, industr ial ou de planejamento estratgico.

    e

    )

    Navegao de longo curso a

    rea l izada entre portos de d iferentes

    pases. Navegao de cabotagem a

    realizada entre portos nacionais.

    Cl Granis so as cargas de b aixo

    valor unitrio, como m inrios e gros.

    Carga geral a mercadoria de eleva-

    do valor unitrio, como a transporta-

    da em cont ineres .

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

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    P a n o r a m a H i d r o v i r i o e d o G e r e n c i a m e n t o C o s t e i r o n o B r a s i l

    TABELA 1

    Movimentao de

    ca r ga s n o s p r i n c i p a i s po r t o s b r a s il e i ro s em 20 06 / 200 7

    P o r t o

    T o t a l ( e m b a r q u e + d e s e m b a r q u e ) ( e m t )

    G r a n i s

    s l i d o s

    Gr a n is

    l q u i d o s

    C a r g a

    g e r a l

    T o t a l

    Santana (AP)

    442.708

    31.393

    2.017

    476 .118

    Po r to Ve lho (R0) (1

    1.232.513

    558.279

    564.502

    2.355.294

    Santarm (PA)(*)

    20.456

    5 8 . 4 5 1

    1 6 7 . 1 0 5

    246.012

    Mana us (AM)(*)

    3 . 8 0 7 . 4 9 1

    6.885.477

    2.278.102

    12.971.070

    V i l a do Cond e (PA)

    6.033.466

    1 . 4 7 9 . 9 5 7

    4 3 2 . 9 3 1

    7.946.354

    Be lm (PA)

    18,089 .436

    1 . 8 3 7 . 3 4 1

    1 . 2 0 9 . 1 2 9

    21.135.906

    Com p l e xo P o r t u ri o d o

    Maranho (MA)

    87.640.508

    5 . 8 8 5 . 8 7 1

    307.350 93.833.729

    For ta leza (CE)

    948.973

    1.740.182

    1 . 3 1 0 . 3 5 1 3.999.506

    Are ia Branca (RN)

    4.434.356

    4.434.356

    Natal (RN)

    1 4 8 , 8 8 1 4.335.025

    272,407 4.756.313

    Cabede lo (PB )

    476.685 404.062

    49.517 930.264

    Recife (PE)

    1.164.633 25.787

    339.086

    1.529.506

    Suape (PE)

    2 5 . 1 3 1

    2.874.275 2.317.603 5.217.009

    Mace i (AL) 1.546.905 1.774.068 334.737

    3.655.710

    Sergipe (SE)

    391.403 2.087,663 407.677

    2.886.743

    Salvador (BA)

    3 8 8 . 2 5 1

    - 2.411.120

    2 . 7 9 9 . 3 7 1

    Aratu (BA)

    2.317.363

    18.728.307

    -

    21.045.670

    I lh us (BA)

    579.003

    72.819 651.822

    Pirap ora (MG)(*) 77 .184

    -

    77 .184

    Regnc ia (ES)

    1.356.144

    -

    1.356.144

    Bar ra d o R iacho (ES)

    92.955

    1 9 . 6 5 1

    2.304.342

    2.416.948

    Tubaro (ES) 99.277.347 672.639

    447 .094

    100.397.080

    A possibil idade de n avegao cr ia um a alternativa de transporte de baixo custo

    para granis sl idos, como m inrios ( fer ro , baux i ta , mangan s) e gros (so ja , mi-

    lho, tr igo), granis l iquidos, com o com bustveis (lcool, gasolina, diesel) , m ater iais

    de construo, cana-de-aca r, ma deiras e outras cargas gerais, com o contineres,

    entre o interior do pais e as principais reas de consum o e exportao.

    O frete fator fundam ental nas anlises logsticas de transportes da s m atrizes

    de custos das em presas e, portanto, a hidrovia, integrada a outros mod ais de trans-

    por te (mult imod al idade) , pode con correr com redu o de f rete de at 50% , prin-

    cipalmente em t rechos longos, co laborando, indubi tavelmente , para a m odern iza-

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    21/772

    P a n o r a m a H i d r o v i r io N a c i o n a l

    Tabela 1

    (Cont inuao)

    P o r t o

    T o t a l ( e m b a r q u e

    +

    d e s e m b a r q u e ) (e m t )

    G r a n i s

    s l i d o s

    G r a n i s

    l qu idos

    . C a r g a

    g e r a l

    T o t a l

    Pra ia Mole (ES) 10.615.067

    -

    6.031.786 16.646.853

    Vitr ia (ES)

    2.659.043

    1 7 1 . 6 3 0

    3 . 2 3 1 . 1 3 1

    6.061.804

    Pon ta Ubu (ES)

    14.948.555

    1 2 6 . 0 4 3

    15.074.598

    Forno (RJ)

    519 .947 -

    519.947

    Niteri (RJ)

    173.230

    - 173.230

    Rio de Jan e i ro (RJ)

    1.511.628

    8.427.326

    6 . 6 2 9 . 4 2 1 16.568.375

    I tagua (RJ)

    77.354.430

    -

    5.533.395

    82.887.825

    Angra dos Re is (RJ)

    84.000 14.429.938

    2 2 4 . 8 7 1

    14.738.809

    Pan o ram a (SP ) r)

    8.587

    -

    - 8.587

    Pres idente Ep i tc io (SP)(*)

    1.387.514

    1 6 . 7 1 1

    -

    1.404.225

    So Seb as t i o (SP)

    313.947

    46 .889 .064

    58.833 47.261.844

    Santos (SP)

    29.696 .696

    1 4 . 5 1 0 . 7 9 1

    32.089.706

    76.297.193

    Anton ina (PR)

    252.012

    - 3 8 4 . 2 6 1

    636.273

    Pa ranagu (PR) 20.316.486 3 . 8 6 1 . 0 6 1 7.808.084

    31.985.631

    So F ranc i sco d o Su l (SC)

    2.443.904 9 .980.160

    2 . 5 9 9 . 7 9 1

    15.023.855

    Itaja (SC)

    59.516 95.115

    3.647.039 3.801.670

    Imb i tuba (SC)

    642.093 67.577 258.335

    968.005

    Charque ada s (RS) (* )

    172.762

    -

    172.762

    E s t r e l a ( R S ) ( *)

    6 3 0 . 0 8 1

    56.809

    -

    686 .890

    Porto Alegre (RS)(*) 1.290.483 8.980.380 69.150

    10.340.013

    P e l o t a s ( R S ) ( * )

    2 9 6 . 6 8 1

    - -

    2 9 6 . 6 8 1

    Rio Grande (RS) 12.249.670 3.966.775 6.212.519 22.428.964

    Ccere s (MT)(*)

    157.763

    -

    -

    157.763

    Corum b /Lad r io (MS)(* ) 1.953.000

    -

    67 .979

    2.020.979

    T o t a l 408 . 872 . 743

    1 6 2 . 2 0 7 . 9 0 9

    9 0 . 2 0 0 . 2 2 3

    661 . 280 . 885

    (* ) Portos f luviai s .

    o da econom ia nacional. Assim, por exemplo , considerando-se o desempenho de

    um cam inho granele iro de 27 toneladas de capacidade nom inal , um a compo sio

    fer roviria com capac idade para 2 .000 toneladas e um com boio Tiet (ver Fig. 4)

    (empur rador de 85 0 HP e duas chatas de 1 .150 tonelada.s cada um a de capacidade

    de carga) , consta ta-se a proporo aprox imada de 1 :2 :5 na co mpo sio dos custos

    m odais por t. lan , num percurso est imad o de 1 .000 km .

    Apesar de um a sr ie de im plicaes para a sua real izao, com o a nece ssr ia

    inte rm odal idade, is to , a conex o com out ro m odal de t ransporte , com o o t rans-

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    22/772

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    V i l a Be l a d a

    S a n t s s i m a

    T r i n d a d e

    C c e r e s

    C o r u m

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    P o r t o

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    a g o a d o s P a t o s

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    P a r I n t i n s

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    B r a n c o

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    Pres. Ep i tcio

    P a n a r a m

    L a g o a s

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    2

    ano ram a Hid rov i r i o e do Gerenc i amen to Cos t e i ro no Bras i l

    Figura 2

    H i d r o v i a s e t e r m i n a i s h i d r o v i r io s

    brasi le i ros.

    bordo de cargas (e levao de carga ao se passar de um mod al para outro) ou t rans-

    pos ies de desnvel , o t ranspor te h idrovir io o d e m enor gas to en ergt ico. De

    fa to , es tudos in ternacionais d ivulgados na dcada de 19 90 m ostram que a ene rgia

    especfica consum ida pelo mod al hidrovir io da ordem mdia de 0 ,6 MJ por t-km ,

    enquanto , em cond ies semelhantes, a fer rov ia consome de 0,6 a 1 MJ por tkm

    e os cam inhes pe sados , de 0 ,96 a 2 ,22 M J por t km , sem cons ide ra r os cus tos

    am bienta is decorrentes . Quanto a esse l t imo aspec to, deve-se considerar que o

    m odal hidrovir io o de men or imposio de custos am bientais, isto , de m enores

    quant idades de energia necessr ias para a recomposio am bienta l na obteno do

    m enor afastamen to do equilbrio pr-existente.

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    23/772

    Pano rama Hid rov i r i o Nac iona l

    t3

    Figura 3

    Possveis ligaes hidrovirias por

    canais de partilha.

    o

    c'Hidrovia de Contorno

    r e a s pa r a im p l a n t a o

    de c a n a i s d e p a r t il h a

    O P a r a g u a i - Ar a g u a i a

    2 Pa ran -So F ranc i s co

    O P a r ag u a i - G u ap o r

    P a ra n -P a r a g u a i

    I t ap i cu ru -Pa rna ba

    I b icu i -Jacu

    Oce a n o A t l n t ic o

    Figura 4

    Comboio Tiet na Eclusa de Ibitinga (SP).

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    24/772

    O

    Polo urbano

    4

    Polo agrof lores ta l

    C) Polo de rn ine rao

    Polo de fronteira

    Pano rama Hid rov i r i o e do Gerenc i amen to Cos t e i ro no Bras i l

    O

    t ransporte hidrovir io inte r ior no Bras il mov imentou, em 199 9, cerca de

    22 m ilhes de toneladas , e os pr incipais produtos t ranspor tados foram o s granis

    sl idos (m inrios , soja e der ivados e t r igo), seguidos de g ranis liquidos, sendo

    incipiente a mo vimentao de carga geral (Brasil /Ministr io dos Transportes Site

    oficial na Internet).

    Nas Figs . 5 a 10 es to apresentadas algum as das poss ibi lidades de a rede h i-

    drovir ia integrar-se aos planos de desenvo lvimen to do pas, conform e a seguir co-

    mentado.

    Os poios de desenvolvim ento geradores de transportes na regio da Amazn ia

    Legal Brasileira so classificados em urbanos, agrofiorestais, de minerao e d e fron-

    teira (ver Fig. 5). A conex o desses polos en tre si e com a rede bsica de transpo r-

    tes dos pases que integram a Bacia Amazn ica, a adoo do transporte hidrovir io

    como referncia , ao qual os outros modais devem in tegrar -se , complem entando-o ,

    a integrao nacional no ex erccio da soberania brasileira e a integrao come rcial

    e econm ica com o s pa ses l im t rofes , so os c r i tr ios que se com pleme ntam e

    interagem na con f igurao do s i s tema bs ico de t ransportes da Am aznia Legal

    Brasileira. Os pressupostos para o desenvo lvimento da Am aznia Legal Brasileira

    esto na possibi l idade de oferecimento de t rs acessos s ro tas comercia is m ar ti -

    F i g u r a 5

    Poios de desenvolvimento da Ama-

    zn ia Leg a l Bras i l e i r a .

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    25/772

    Fer rov ias

    F e r r o v ia s p r o j e ta d a s

    Rodov ia s

    Hid rov ias

    P o r to d o I ta q u i

    o

    So

    Lus

    O

    'T

    O

    V ia h i d r ov i r i a

    A m p l ia o d a

    o c u p a o a g r c o la

    Panorama Hidrovirio Nacional

    s

    Figu ra 6

    E s t ra t g i a s d e o cupa o d a A m a z -

    n ia Lega l B ras i le i r a .

    F igu ra 7

    r e a d e i n fl u n c i a l o g s ti c a d o C o m -

    p l e x o P o r t u r io d o Ma r a n h o ( P o n t a

    da Mad e i r a - It aqu i A l um ar ) .

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    26/772

    EEEEzira

    C o r r e d o r e s c o n s o l i d a d o s

    Em formao e consolidao

    Ligao com o exterior

    t '

    anoram a Hidrov i r io e

    do Gerenc i am en to Cos t e i ro no Bras i l

    F i g u r a 8

    Corredores de transporte da Amaz-

    nia Legal Brasileira e as ligaes com

    o ex t e r io r .

    m as (Pacffico, Atlntico e Caribe), nas estratgias de penetrao fluvial e ex panso

    da f ronteira agr cola (ver Figs . 6 e 7) e na qu es to da preservao ambiental . De

    fato, os corredores d e transporte da Am aznia Legal Brasileira e as l igaes com o

    ex ter ior a t o ano 20 20 esto del ineados na F ig . 8 , podendo ser subdiv id idos em :

    consolidad os (Araguaia-Tocantins, Am azonas-Solim es e Fronteira Noroeste), em

    vias de con sol idao, em formao, e de in tegrao cont inenta l . A rede h idrovi-

    r ia da regio cont inuar a exercer inf luncia preponderan te , devendo o t ranspor te

    des te mod al receber maior pr ior idade, com m aior volume de inves t im entos , para

    ter maior e ficincia. Os principais portos m art imo s e ffi lvio-mart imo s brasi leiros,

    que devero capacitar-se para a mo vimentao de cargas da Am aznia, so Manaus

    (AM), Itacoatiara (AM), Santarm (PA), Macap (A P), Belm (PA ), Vila do Con de

    (PA) e Ponta da Madeira-Itaqui (IVIA).

    O transpor te h idrovir io in ter ior ut i l izado, em escala com ercial , no escoa-

    me nto de produtos agrcolas nas se guintes hidrovias: Madeira, Tiet-Paran, Para-

    guai-Paran e Jacu-Taquari-Lagoa dos Patos. Na safra 199 8/19 99, o Brasil at ingiu

    31,4 m ilhes t de so ja (20 % da produo m undia l ) e a rea co lh ida de so ja fo i de

    13,3 milhes de hectares que possui 18 % da rea potencial de m ais de 74 m ilhes

    de hectares, sendo 46% na regio Sul e 42 % na Centro-Oeste . Em 2 003, a saf ra de

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    27/772

    0,86 (4%)

    ( 0 , 9 % )

    1 , 2

    ( 3 , 8 % )

    7,2

    ( 2 3 , 0 % )

    I lhus

    (10,9%)

    1 , 3

    ( 4 , 1 % )

    2,3

    (7 ,4%) / , ' "

    1,9 (20%)

    Santos

    6 ,6

    (21,0%)

    R i o G r a n d e

    ( 0 ,4 9 ( 5 % )

    SP

    i tr ia

    ( 3 , 3 % )

    P R

    7 , 3

    ( 2 3 , 2 % )

    7 ( 4 0 % )

    :

    aranagu

    SC

    a 5

    ( 1 , 6 % )

    Produo

    --.Exportao

    C o m p l e x o

    Po r tu r io

    d o M a r a n h o

    P a n o r a m a H i d r o v i r io N a c i o n a l

    7

    gros foi de 130 m ilhes t: 59 m ilhes de soja, 45 m ilhes de milho e 12 m ilhes

    de a r roz . O Cen t ro -Oes t e possu i a ma io r rea po tenc i a l (52 % da rea po tenc i a l

    nacional ) na so ja do cer rado, e na saf ra 19 98 /1999 explorou apenas 13,4% da rea

    potencial da regio. A recei ta obt ida com a com ercial izao das saf ras por regio

    m ostra a impo rtncia da logs t ica do t ranspor te in terno s regies d e t r i turao e/

    ou expo rtao na def inio dos ganho s dos produtores , sendo que o pa s exporta

    o g ro i n

    natura,

    fare lo e leo . Em 1 998 , as expor taes brasi le i ras do complexo

    soja at ingiram q uase US$ 5 bilhes, ou seja, 26% do valor total das exportaes dos

    produtos de or igem agropecuria e 9% do volum e tota l das exportaes do pa s .

    A F i g .

    9 m ostra esquemat icamente a produo nacional e o vo lume de expor tao

    por porto.

    A ut i l izao de s is temas mu l t imo dais de t ranspor te , com nfase no t ranspor te

    h idrovir io , a l iada ao posic ionam ento da carga em por tos expor tadores capazes de

    receber navios graneleiros Panamax o u Capesize m ais prxim os ao destino final do

    produto, t ra r uma redu o do cus to tota l de t ransporte a t o consum idor, e au-

    m entar a com pet i tiv idade do produto b rasi le i ro a n vel in ternacional , como j fo i

    conseg uido com o produto da regio Sul. Esta concepo beneficiar fundame ntal-

    m ente as n ovas f ronte iras , penal izadas a tua lmente pe las grand es di s tnc ias ent re

    as reas de produo e os por tos de expor tao e pela u t i lizao, quase que exclu-

    siva, do modal rodovirio. Assim, nas prxima s dcadas, as hidrovias do Araguaia-

    Figura 9

    P ro d u o e e x po r t a o d e s o ja e m

    1 9 9 8 ( g r o s , e m m i lh e s d e t o n e -

    l a d a s ) e p e r c e n t u a i s e m r e l a o

    p r o d u o n a c i o n a l e e x p o r t a o

    t o ta l .

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    28/772

    Construo da Barragem

    de So Pedro e Canal

    l a te r a l em U r u g u a i a n a

    Canalizao

    d o R i o A g u a p e

    Canalizao

    d o R i o I b ic u

    Canal de partilha

    I b i c u - J a c u

    Obras de melhoramento

    n o s p o r t o s

    H i d ro v i a s in t e ri o r e s

    == Navegao mar t ima

    de longo curso e

    cabo tagem

    P a r a n a g u

    I t a j d

    4 5 )

    P a n o r a m a H i d r o v i r i o e d o G e r e n c i a m e n t o C o s t e i r o n o B r a s i l

    Figur a 10

    Sis tem a H id r o v i r i o d o Me r c o su l .

    Tocan tins, So Francisco , Tapajs-Te les Pires e Capim e o s portos de I tacoatiara

    (AM), Santarm (PA), Santana (AP), Vila do Co nde (PA) e Ponta d a Madeira-Itaqui

    (MA) te ro impo rtnc ia c rescente no s i s tema logs t ico de tornar cada vez m ais

    com peti tiva a com ercial izao da produo de soja do Ce rrado bras i le iro , que se

    cons t i tuir na pr incipal regio produtora do pas . Em 2 003, a m ovim entao por

    mod ais da produo de soja foi de : 5% pe la h idrovia (a mais bara ta ) , 28 % pe la fe r-

    rovia e 67% pela rodovia.

    As distncias internas no Sistem a Hidrovirio do Mercosul so relativamente

    reduzidas e , por i sso, o uso da integrao inte rmod al dos t ransportes de di f c i l

    apl icao . Os custos dos t ransbordos acabam absorvendo as v antagens proporcio-

    nadas pelo m enor f rete oferecido pelo t ranspor te h idrovir io in ter ior . Por isso,

    indispensvel que se jam incent ivados os em preendimen tos loca l izados junto s

    hidrovias , e que e les possam servi r - se das hidrovias para escoamento da prod u-

    o ou para se supri rem d e matr ias-pr im as, reduzindo seus cus tos de com pras

    e di s t r ibuio. impo rtante des tacar que as hidrovias , os portos organ izados e

    terminais de uso pr ivat ivo do Sis tema Hidrovir io do Mercosul (ver Fig. 10) for -

    m am a tua lmente o m ais im portante s is tema de t ransporte aquav ir io do Bras i l ,

    abrangend o o Sistema Hidrovir io do Rio Grande do Sul (Jacu-Taquari-Lagoa dos

    Patos , Ibicu e U ruguai) , a Hidrovia Tiet-Paran e a Hidrovia Paraguai-Paran.

    Com

    a integrao do Sistema H idrovirio do Rio Grande do Sul Hidrovia do Rio

    Paran , de aco rdo com as e t apas apresen tadas na F ig . 10 , have r a ga ran t ia de

    cont inuidade de 10.00 0 km de h idrovias in ter iores, com acesso aos por tos de Rio

    Grande (ca lado de 14 m), Buenos Aires (ca lado de 10 m) e M ontevidu (ca lado de

    10 m).

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    29/772

    Atividade industrial

    principal

    C) Qumica

    Diversificada

    Ubatuba

    I lh a d e

    So Seba s t i o

    r

    0

    B a a d e

    Santos

    CEAN

    O P \

    Risco am biental

    M d i o

    M o d e r a d a m e n t e a lt o

    Alto

    Panorama do Gerenciamento Costeiro Nacional

    2

    P A N O R A M A D O G E R E N C I A M E N T O C O S T E I R O

    N A C I O N A L

    Em 198 8, a Lei n 7.661 inst i tuiu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, e foi

    seguida pelas legislaes estaduais, visando estabelecer diretr izes quanto ao uso e

    ocupao das reas costeiras brasi leiras, que abrangem 17 estados da F ederao.

    A zona cos teira bras ile i ra abr iga um a grande divers idade de eco ss is tem as de

    al ta re levncia ambienta l , a l ternando: m angues, m ars, m ar ismas, res t ingas, cam-

    pos de dunas , es tur ios , lagunas , del tas , recifes de corais , cos tes , a lm d e ou tros

    am bientes, com signif icativa riqueza natural e ambiental, o que exige um a ordena-

    o no p rocesso de ocupao, ge s to e co n t ro le . Com o ex emplo , ap re sen t am-se

    nas Figs. 11 a 13 as reas de r isco amb iental, conservao am biental e a fragil idade

    dos eco ss i s tem as, respec tivamen te , para o Estado de So Paulo. Segundo B ras i l/

    Ministr io do M eio Am biente, dos Recursos Hdricos e da Am aznia Legal (1996),

    as reas de r i sco ambienta l envolvem , quanto sua or igem , vulnerabil idade do s

    sis temas natura is , densidade da est ru tura produt iva e cr i tic idade das co ndies de

    habitabil idade, associadas s escalas local, regional e nacion al.

    As questes m ais re levantes no m bi to deste tex to referem-se acelerao da

    eroso de nossas costas e sua deter iorao, bem co mo gesto de reas estuar i -

    nas, por se const i tu rem estas em berr ios da v ida m ar inha.

    Muitas at iv idades antrpicas , como as obras de regular izao e es tabi l izao

    de r ios e a m inerao em reas fon tes de sed imentos, pr ivam as costas de seu natu-

    ra l supr imen to de are ias . Agregam-se a inda as ob ras por tur ias , de melhoram ento

    de emboc aduras e dragagens de manuteno. Com

    a reduo do es toqu e de areia,

    as pra ias an ter iormen te estveis emagrecem ou desaparecem. Com o exem plo , po-

    dem ser c i tados:

    F i g u r a 1 1

    r e a s d e r i s co a m b i e n t al n o s m u -

    n i c p i o s c o s t e ir o s d o Es t a d o d e So

    Pau lo.

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    30/772

    Ubatuba

    Ba a de

    Santos

    oo\ ' '

    o c E o

    l

    E

    E

    Al ta res t r io fede ra l

    Uso l im i tado federa l

    Al ta res t r io es tadu a l

    Ilha

    Uso l im i tado es tadua l

    Co rnp r i d a

    I lha de

    So Sebas t io

    ,20

    Pano ram a Hid rov i r i o e do Gerenc i amen to Cos t e i ro no Bras i l

    Figura 12

    reas de conservao ambiental

    nos municpios costeiros do Estado

    de So Paulo.

    As reas deltaicas dos r ios Paraba do Sul (RJ) e So F rancisco (SE/AL), que

    esto sof rendo processo erosivo em v ir tude das o bras f luv ia is implan tadas na

    dcada de 1950 .

    Os processos erosivo s nas praias da Regio Metropolitana de Fo rtaleza (CE),

    aps a construo do Molhe do Tit para a implantao do Porto de Mucuripe

    na dcada de 19 40 , os processos erosivos nas praias de Olinda (PE) em funo

    das obras po rturias no Recife (PE), a eroso nas praias de So Jos do Norte

    nas dcadas subsequentes de 191 0 , aps a implantao dos mo lhes de Rio

    Grande (RS), e a eroso na I lha do Mel (PR) com o aprofundamento por dra-

    gagem do Canal Galheta para acesso ao Por to de Paranagu (PR), na dcada

    de 1970.

    A fa l ta de planejamen to sus tentve l em m ui tos casos permi t iu o avan o da

    urbanizao mui to prximo das l inhas de cos ta , desencadean do ou agravan do o

    problema eros ivo. Com o ex emplo, podem ser c i tadas :

    A impermeabi l izao ou remo o dos campos de dunas, como no caso de For -

    ta leza (CE) e de m ui tas outras local idades coste i ras , como Saq uarema (RJ) e

    I tanham (SP).

    A implantao de ed i f lcaes e aven idas be i ra -mar nas reas de ps-pra ia ,

    com o em So Vicente (SP) , I tanham (SP) e Caiob (PR) e em vr ias outras

    localidades beira-mar.

    O cham ado efeito estufa um problema global, que no futuro prxim o agrava-

    r as questes relacionadas eroso c osteira pela gradual elevao do nvel m dio

    do m ar, alm de anom alias climticas naturais de longo perodo que afetam a din-

    m ica costeira.

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    F ragilidade dos

    ecossistemas

    Frgil

    Muito f rg i l

    Ber t i oga

    C u b a t o

    Guaru j

    ---

    Santos

    So V icen te

    P ra ia Grande

    Ca ra g

    -

    u a t a t u b a

    I lha d e

    o Sebas t i o

    O

    C - -

    So Sebas t i o

    \4. \\

    00

    ()CUM-?\

    Panorama do Gerenciamento Costeiro Nacional

    Questes am bientais l igadas ges to es tuar ina dizem respei to al terao do

    pr isma de m ar, reduzindo as correntes de m ar e a capacidade de renovao das

    guas , ou a l terao da m is turao das gu as doces e salgadas ( in truso sal ina) .

    Como exem plo, podem ser c itadas :

    A construo da Barragem d o Bacanga n o Esturio de So Lus (MA) na dca-

    da de 1 960, que in terceptou considervel vo lume do pr isma de m ar e promo-

    veu o entulham ento dos canais naveg veis do antigo Porto de So Lus e de sua

    embocadura .

    A cons t ruo do V a lo Grande em Iguape (SP) , que a pa r t ir de 18 40 ps em

    com unicao as guas doces do Rio Ribeira do Iguape com o M ar Pequeno, e as

    vazes das Usinas Henry Borden em Cubato (SP), que descarregam a s vazes

    de gua doce do Alto Tiet no Esturio Santista.

    A ques to da ges to da gua de las t ro dos navios um a grande preocupao

    global, em vir tude de ser o lastro transportador de espcies biologicamen te exticas

    e outros contaminantes . Essas espcies ext icas podem ser infectan tes, como o v i -

    brio do clera e algas venen osas, ou predadoras da faun a e flora aquticas (bentos,

    plncton, ncton e vegetao de terras m idas) noutras reas porturias onde o na-

    vio descarregar o lastro (ver Figs. 14 e 1 5). A disposio costeira dos efluentes por

    em issr ios submarinos e a avaliao da disperso de efluentes, em situaes de aci-

    dentes por derramas de produtos con taminan tes, esto abrangidas nas preocupaes

    am bientais do gerenciamento costeiro.

    A legis lao em v igor ex ige a apresentao de Es tudo de Im pacto Am biental

    para os pro je tos coste i ros e a im plementao de m edidas mit igadoras ou de rem e-

    diao includas no projeto , se forem ident if icados im pactos negat ivos . No Bras i l

    h um a crescente presso para o desenvo lvimen to das a tividades cos te i ras , m as

    Figur a 13

    Fr a g i l i d a d e d o s e c o s s i s te m a s n o s

    m un i c p i o s c o s t e ir o s d o Es t a d o d e

    S o P au l o .

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

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    Z2

    P a n o r a m a H i d r o v i r io e d o G e r e n c i a m e n t o C o s t e i ro n o B r a s i l

    Figura 15

    E tap as de c on t am i n a o p o r g u a

    de las t ro .

    Figur a 14

    N a v i o d e s ca r r e ga n d o

    l a s tr o no Com -

    p lexo Po r t u r i o de Pon ta da Ma de i r a

    da Va l e em So

    L u s

    (MA).

    00

    CIO

    o c i OO

    0000

    DO O

    O

    00

    00

    0000

    4

    escarregando

    carga

    E n c h e n d o t a n q u e s d e la s t ro

    t

    o r to d e o r ig e m

    Vaz io

    T a n q u e s d e l a s t ro c h e i o s

    D u r a n te a v ia g e m

    00

    00

    00 CIO

    00

    00

    00

    00

    0000

    0000

    3

    4

    Tanque s de l a s t r o v az io s

    D u r a n te a v ia g e m

    Es va z i a nd o t a nque s d e l a s t r o

    * -

    Porto de destino

    I

    $

    C a r r e g a n d o

    c g r .a ,

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    Fundamentos sobre Porto Concentrador de Carga e Cabotagem

    tam bm u m d esejo preservacionis ta , o que cria uma si tuao confl i t iva, a qual

    som ente pode ser so lucionada por uma pol t ica susten tvel de gerenciamento cos-

    teiro.

    A conduo de um a poli tica sustentvel de gerenciam ento costeiro tem de con-

    s iderar os processos mar t imos , as es t ratgias de gerenciam ento visando at ingir a

    m eta almejada e as poss ibi lidades e solues gerenciais . Nesse contexto, funda-

    men tal que os planejadores e tom adores de deciso estejam assessorados pelo profis-

    sional especialista em Hidrulica Mart ima, cujo conhecim ento deve ser transmitido,

    de form a claramente o bjetiva, para a opinio pblica.

    A gesto integrada da costa brasileira deve nortear-se nos prxim os anos pelas

    seguin tes recomendaes:

    Estabelecime nto de n veis de cr i t ic idade de gesto a part i r do zoneam ento

    ecolgico-econmico, permit indo a inst i tu io de norm as reguladoras do uso

    dos ter renos .

    Os grandes problemas am bienta is decorrem , sobre tudo, de ocupaes e obras

    inadequadas. A m aior vulnerabil idade cor responde s metrpoles e i lhas cos-

    teiras, e tende a acentua r-se em funo d os projetos de infraestrutura. Assim,

    o e leme nto pr imordia l para a gesto a preveno, sem prejuzo das aes de

    recuperao j in ic iadas. No caso das regies m etropol itanas, recom endvel

    def ini r sua capac idade d e suporte e es tabe lecer as exigncias e norm as para

    novas implem entaes . No caso das reas no com prome tidas , o ecotur ismo

    regulamentado parece um a boa a l ternat iva , quando associado a opes de ex -

    plorao susten tvel dos recursos natura is em escala ar tesanal .

    fundam enta l in tegrar as aes, ar ticulando o gerenciam ento coste i ro com a

    gesto das bacias hidrogrficas, no nvel continental, e com o program a Recur-

    sos Vivos na Zon a Econm ica Exclusiva REVIZEE, no nvel martimo.

    3

    F U ND A M E N T O S S O B R E P O R T O

    C O N CE N T R A D O R D E CA R G A E C A B O T A G E M

    3 . 1 In t r o d u o

    So conhecidas as d if iculdades do in tercmbio com ercial dos pases do Atlnt ico

    Sul com os dem a i s con t inen t e s , e a m a ior a chamada d i s t nc ia econm ica aos

    principais polos comerciais globais do Hem isfrio Norte, m otivo de eleio de pou-

    cos por tos, qui um, concentradores

    (hub port) no Atlntico Sul para alcanar os

    objetivos de reduzir o tempo de viagen s internacionais dos navios de longo curso ,

    reduzir fretes, atrair linhas de nav egao, ganhar em econo m ia de escala e aum entar

    negcios de expor tao e im por tao . Essa conduta tem exem plos bem-sucedidos

    em pases geopol i ticamente est ra tgicos com est ru tura por tur ia avanada, conhe-

    cimen to e respeito s condicionantes de logstica, econom ia estvel, entre outras si-

    tuaes favorveis: os Complexo s Porturios de Rotterdam (Europorto), que movi-

    mentam mais de 300 MTPA, Singapura e Hong-Ko ng, que operam quase 20 .000 .000

    TEU/ano(*), cada um deles sendo mo delo do es tado da ar te porturia do mund o

    global izado. Tais terminais conseguem m ovimentar quase 30 0 TEU/h . O Por to de

    Santos movim entou 67,6 MTPA, sendo 1 .900 .000 TEU, em 2 004 . O Bras il d ispunha

    em 200 4 de menos d e 25 por tineres, enquanto grandes terminais mundia is tm at

    100 por tineres e operam navios com mais de 1 0 por t ineres .

    (*) TEU Unidade equivalente a con-

    t iner de 20 ps (Twenty-feet equi-

    valent unity).

  • 7/23/2019 Livro Obras e Gesto de Portos e Costas

    34/772

    . 2 4

    a n o r a m a H i d r o v i r i o e d o G e r e n c i a m e n t o C o s t e i r o n o B r a s i l

    As prem issas necessr ias para a tender os requis i tos de por to concentrador de

    carga so de ordem geoeconm ica, geoest ra tgica , de est ru tura por tur ia e logs-

    t ica, considerand o um a Pol t ica de Gesto Integrada PGI, que vise harmon izar e

    integrar os Sistemas de No rmalizao, Gesto de Qualidad e SGQ, Gesto de Sa-

    de e Segurana Ocu pacional SGSS e Gesto Am biental SGA para propiciar sus-

    ten tabi lidade ao fom ento econm ico e ao desenv olv imento socia l so l ic itado pelos

    grandes im portadores, como a Unio Europeia e os Estados Unidos, e as barreiras

    norte-americanas contra o terrorismo.

    No m bi to das premissas e s t abe l ec idas , deve - se ava l ia r a rea econm ica

    de inf luncia , a conco rrnc ia , a profundidad e de proje to dos can ais , os acessos

    virios terrest res , o supo rte in t raporturio ( recepo/pulmo/ex pedio) duto ,

    rodo e fer rovir io , as conf iguraes de zoneam ento e operaes que con s iderem

    boas pro fund idades e re t ro rea ou re t ropor to , reduz indo conges t i onamen tos e

    conf l i tos na rea de circulao. Para as d is tncias con t inentais de t ranspor te en-

    t re regies do Brasi l , em especia l aquelas com potencia l mar t im o, fundamenta l

    promov er a susten tabi l idade da navegao de cabotagem , gerando o aum ento e a

    consistncia para o servio de distr ibuio (feeder)

    com programas imedia tos, de

    m dio e longo prazo, proje tando e consol idando o porto concent rador do At ln-

    tico Sul.

    O s

    hub ports devem a t ende r navegao de l ongo cu rso , d i s tr i bu indo ou

    r ecebendo ca rgas de por tos de menores d im enses (gateways) , os quais operam

    no atendim ento dema nda in terna dos pases .

    De acordo co m o concei to inte rnac ional e a defm io lega l , cabotagem o

    t ranspor te de carga rea l izado pelo s is tema a quavir io en tre por tos nacionais . Pelo

    fato de tais conceito e definio no discrim inarem a con dio aduaneira da carga

    nacional, nacionalizada ou em trnsito , os transbordos, de ou para portos n acio-

    nais , so operaes de cabotagem , independentem ente do seu por to de dest ino ou

    origem. O con ceito internacional dos po rtos que realizam as operaes de transbor-

    do

    (transhipm,ent) definido com o con cent rador (hub port).

    Essa anl ise est focada no mercado de carga de al to valor agregado norm al-

    me nte superior a US$ 50 0/ t definida com o carga geral, solta e conteinerizada. A

    m atriz de transporte desse t ipo de carga encontra-se signif icativam ente deformad a

    no Brasi l , mas o a tual mom ento d ind icadores de recuperao, de acordo com os

    dados da Agncia Nacional de Transportes Aquavir ios Antaq e da Companhia

    Docas do Estado d e So Paulo, adm inistradora do Porto de Santos.

    De forma abran gente, cabotagem pura associam-se o servio de d istr ibuio

    (feeder

    da carga de longo cu rso) e o servio de transbordo transhipment, descar-

    ga e car regamento de longo curso) , resul tando num modelo de por to concentrador

    (hub port)

    do Atlntico Sul: Costa Leste Sul-Am ericana e frica.

    Pelo m enos qu at ro portos no B ras i l, Santos , Sepet iba , Suape e Rio G rande,

    alm do s por tos de Montevidu (Urugua i) e Buenos Aires (Argent ina) , apresen-

    t am creden cia i s a concen t radores de carga no At lnt ico Sul, notadam ente para

    carga geral, solta e conteinerizada. O Porto de Santos detm o m elhor resultado na

    som a dos requisi tos de porto concentrador de carga do Atlntico Sul, considerand o

    que esse processo es teja incorporado e con sol idado at 201 0 , pois os por tos con-

    correntes podero adequar-se , em espec i