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629—CAPÍTULO --20 Radiologia Pediátrica COLABORADORES NAS EDiÇÕES ANTERIORES: RT (R), Cecilie Godderidge, BS, RT (R) Claudia Calandrino, MPA, RT (R), Jessie R. Harris, ÚDO Princípios e Introdução Introdução: Idade de entendimento, 630 Apresentação antes do exame, 630 Notificação de maus-tratos à criança, 630 Imobilização: Prancha Tam-em e prancha de contenção de fibra de vidro, 631 Pigg-O-Stat, 631 Sacos de areia, fita adesiva e fixadores de cabeça, 632 Etapas da "mumificação", 633 Desenvolvimento ósseo, 634 Proteção radiológica e preparação pré-exame, 635 Modalidades alternativas, 636 Indicações clínicas . Tórax pediátrico, 636 . Sistema esquelético osteoarticular em pediatria, 638 . Abdome pediátrico, 639 Posicionamento Radiográfico (Tórax e Sistema Esquelético )-cont. Membros inferiores: AP e lateral (Iactentes e crianças pequenas), 647 AP e lateral da perna, 648 AP e lateral do pé, 648 Pelve e quadril: AP e lateral, 649 Crânio: AP, 651 Lateral, 652 Procedimentos Radiográficos para o Abdome Pediátrico Posicionamento Radiográfico (Tórax e Sistema Esquelético) Tórax: . AP em decúbito dorsal, 64 1 . PA em posição ortostática, 642 . Decúbito lateral, 643 . Lateral em posição ortostática, 644 Membros superiores: AP e lateral, 645 Diferenças entre crianças e adultos, 653 Preparação do paciente para procedimentos que utilizam meios de contraste, 653 Abdome: AP, radiografia simples de abdome, 654 AP em posição ortostática, 655 . Decúbito dorsal, 656 Fluoroscopia gastrointestinal: Deglutição com bário, trato gastrointestinal alto e intestinodelgado, 657 Trato gastrointestinal inferior, 659 (contraste simples, duplo contraste, enema com ar)Sistema genitourinário: Uretrocistografia miccional, 661 Urografia excretora, 662

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629—CAPÍTULO --20

Radiologia PediátricaCOLABORADORES NAS EDiÇÕES ANTERIORES: RT (R), Cecilie Godderidge, BS, RT (R)Claudia Calandrino, MPA, RT (R), Jessie R. Harris,

ÚDO

Princípios e IntroduçãoIntrodução:Idade de entendimento, 630Apresentação antes do exame, 630Notificação de maus-tratos à criança, 630 Imobilização:Prancha Tam-em e prancha de contenção de fibra de vidro, 631Pigg-O-Stat, 631Sacos de areia, fita adesiva e fixadores de cabeça, 632Etapas da "mumificação", 633Desenvolvimento ósseo, 634Proteção radiológica e preparação pré-exame, 635 Modalidades alternativas, 636Indicações clínicas. Tórax pediátrico, 636. Sistema esquelético osteoarticular em pediatria, 638 . Abdome pediátrico, 639

Posicionamento Radiográfico (Tórax e Sistema Esquelético )-cont. Membros inferiores:AP e lateral (Iactentes e crianças pequenas), 647AP e lateral da perna, 648AP e lateral do pé, 648Pelve e quadril:AP e lateral, 649Crânio:AP, 651Lateral, 652

Procedimentos Radiográficos para o Abdome Pediátrico

Posicionamento Radiográfico (Tórax e Sistema Esquelético) Tórax:. AP em decúbito dorsal, 64 1. PA em posição ortostática, 642. Decúbito lateral, 643. Lateral em posição ortostática, 644 Membros superiores:AP e lateral, 645Diferenças entre crianças e adultos, 653Preparação do paciente para procedimentos que utilizam meios de contraste, 653Abdome:AP, radiografia simples de abdome, 654AP em posição ortostática, 655. Decúbito dorsal, 656Fluoroscopia gastrointestinal:Deglutição com bário, trato gastrointestinal alto e intestinodelgado, 657 Trato gastrointestinal inferior, 659(contraste simples, duplo contraste, enema com ar)Sistema genitourinário:Uretrocistografia miccional, 661Urografia excretora, 662

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PRINCIPIOS E INTRODUÇÃOo técnico de radiologia pediátrica percebe as crianças como adultos em miniatura e como pessoas que devem ser tratadas com carinho e compreensão. Isso exige paciência e tempo para conversar e se tornar amigo da criança. Explicar as instruções de uma forma que elas possam entender é muito importante para o desenvolvimento da confiança e da cooperação.

IDADE DE ENTENDIMENTO E COOPERAÇÃOAs crianças não atingem um sentido de entendimento em uma idade específica. Essa capacidade varia de criança para criança, e é preciso que o técnico não pressuponha que as crianças não compreenderão o que está ocorrendo. Geralmente, porém, a maioria das crianças normais aos 2 anos de idade consegue se submeter a um estudo radiográfico sem necessidade de imobilização ou auxílio dos pais. O mais importante é a confiança, que começa no primeiro encontro entre o técnico e o paciente; a primeira impressão que a criança tem desse estranho é duradoura e irá forjar um bom relacionamento.Estudos radiográficos bem-sucedidos dependem de dois fatores. O mais importante é a atitude do técnico e sua abordagem da criança. O outro fator, também importante, consiste no preparo técnico da sala, que inclui os procedimentos de imobilização descritos e ilustrados neste capítulo.

APRESENTAÇÃO ANTES DO EXAME E AVALIAÇÃO DA CRIANÇA E DOS PAISApresentação No momento do primeiro encontro, a maior parte dos pacientes estará acompanhada de pelo menos um dos pais. Os passos seguintes são importantes:. Apresente-se como o técnico que irá trabalhar com a criança.. Descubra que informações o médico da criança deu aos pais e aopaciente.. Explique o que irá fazer e quais serão as suas necessidades.Lágrimas, medo e resistência são reações perfeitamente normais para uma criança pequena. O técnico deve comunicar aos pais e ao paciente, em uma linguagem que eles possam entender, exatamente o que vai acontecer. O técnico deve construir uma atmosfera de confiança na sala de espera, antes de levar o paciente para a sala de exame radiológico. O técnico deve discutir a necessidade de imobilização como último recurso se a cooperação da criança não for obtida.Explicando o Papel dos Pais Nesse momento, devemos explicar o papel dos pais. Existem três possibilidades (opção 3 apenas em caso de gravidez):1. Pais na sala como observadores, dando suporte e conforto com asua presença2. Pais como participantes que atuam na imobilização3. Pais que permaneceram na sala de espera, não acompanhando a criança durante o exameVárias vezes a criança que está combativa na sala de espera na presença dos pais ficará mais cooperativa sem os pais. É nesse momento que as habilidades de comunicação do técnico são necessárias. O técnico deve tentar convencer os pais de que é capaz de radiografar o paciente sem a ajuda deles.A determinação do papel dos pais é importante e requer uma avaliação objetiva do técnico. Se for observado que a ansiedade dos pais vai interferir na cooperação da criança, a opção 3 deve ser escolhida. Pais porém geralmente desejam participar da imobilização da criança, e, se essa for à opção escolhida (se não houver gravidez e com proteção adequada), os procedimentos devem ser cuidadosamente explicados aos pais e ao paciente. Isso incluirá instruções aos pais quanto às técnicas corretas de imobilização. A cooperação e a eficácia do trabalho dospais aumentam com o entendimento de que, quanto mais firme e adequada for à imobilização, melhor será a qualidade do exame e menor a exposição do paciente à radiação.

NOTIFICAÇÃO DE MAUS-TRATOS À CRIANÇAA maior parte dos médicos tem procedimentos no local para notificar a suspeita de maus-tratos à criança. No passado, o termo utilizado era a síndrome do criança espancado. Atualmente, o termo utilizado é trauma não-acidental.Geralmente não é responsabilidade do técnico o julgamento sobre a ocorrência ou não de maus-tratos, mas eles devem notificar os fatos que presenciem ou dos quais suspeitem. Se houver suspeita de trauma nãoacidental, o técnico deve discutir o fato com o radiologista ou o seu supervisor, conforme o protocolo do serviço. As leis sobre a responsabilidade do técnico variam, e é importante o conhecimento que os técnicos devem ter da sua responsabilidade legal no estado ou município em que trabalham.

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ImobilizaçãoPacientes pediátricos incluem de lactentes até pacientes com 12 a 14 anos de idade. Porém crianças mais velhas podem ser tratadas como adultos, exceto pelo cuidado especial com a proteção das gônadas e a redução dos fatores de exposição por causa de seu menor tamanho. Este capítulo descreve e ilustra primariamente radiografias de lactentes e crianças entre 1 a 2 anos de idade que requerem cuidados especiais para prevenir movimentos durante a exposição radiológica. Na prática radiológica pediátrica geral, deve-se sempre utilizar o menor tempo de exposição e amperagem possível para minimizar o borramento da imagem decorrente do movimento do paciente. Porém, mesmo com baixos tempos de exposição, a prevenção do movimento durante a exposição é um desafio constante na radiologia pediátrica, sendo essenciais os procedimentos de imobilização.Vários tipos de instrumentos de imobilização são encontrados no mercado nos dias de hoje. Eles podem ser achados em catálogos de materiais radiológicos. Exemplos como a Prancha Tam-em e Pigg-OStat são demonstrados. O Posi-Tot é outro instrumento de imobilização disponível comercialmente. A eficácia em termos de custo desses instrumentos depende da forma e da freqüência com que eles são utilizados.

PRANCHA TAMBÉM E PRANCHA DE CONTENÇÃO DE FIBRA DE VIDRO (Fig. 20.3)A Prancha também, com várias pequenas faixas de velcro ao longo para a imobilização dos membros superiores e inferiores, são mostradas. É um instrumento de imobilização de fácil utilização (ver Fig. 20.28).Uma prancha de contenção de fibra de vidro é mostrada junto a uma Prancha Tam-em. Ela pode ser cortada de um pedaço de fibra de vidro com espessura suficiente para proporcionar a rigidez necessária. Pode ser utilizada de várias formas, como por exemplo contendo membros superiores e inferiores sem obscurecer a anatomia essencial. Pode ser utilizada pelos pais como ajuda na imobilização.

PIGG-O-STAT (Fig. 20.4)O Pigg-O-Stat é comumente utilizado como aparato de imobilização para a realização de procedimentos radiológicos em posição ortostática de tórax e abdome em crianças de até 2 anos de idade. O lactente ou a criança é colocado em um assento de bicicleta (A) com as pernas pendendo por uma abertura. O assento é ajustável na altura. Os braços são elevados acima da cabeça, e as duas braçadeiras de plástico transparente (8) são ajustadas firmemente contra cada lado do corpo para prevenir movimentos (ver p. 642). Existem dois tamanhos de braçadeira que são facilmente intercambiáveis, dependendo do tamanho da criança (8 e C). O chassi é colocado sobre um prendedor de filme (C).O assento e as braçadeiras são montados sobre uma base giratória (O) que pode girar independentemente do prendedor, possibilitando a colocação do paciente nas incidências AP, PA, lateral e oblíqua. A proteção de chumbo para as gônadas (E) é mostrado na posição entre o tubo de raios X e o paciente. Essa proteção contém os marcadores de filme. O Pigg-O-Stat inteiro é montado numa plataforma (F) com rodas e travas que permitem fácil movimentação e transporte de sala a sala se necessário.

OUTRAS FORMAS DE IMOBILIZAÇÃO (Fig. 20.5)A forma mais simples e barata de imobilização é a utilização de materiais facilmente encontráveis na maioria dos serviços. Fitas, lençóis ou toalhas, sacos de areia, gaze, blocos almofadados radiotransparentes e ataduras compressivas, se usados corretamente, são eficazes na imobilização.A. Assento tipo bicicletaB. Fixadores corporais lateraisC. Plataforma do prendedor do filme D. Base giratóriaE. Proteção de chumbo ajustável com marcadoresF. Plataforma sobre rodasG. Pequenos fixadores corporais extras

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SACOS DE AREIASacos de areia são utilizados como contrapeso. Porém a maior parte deles é usada como peso ou na imobilização de adultos. Esses sacos não são mais eficazes na imobilização do paciente pediátrico que aqueles feitos especialmente com esse propósito.Lona resistente e areia grossa esterilizada devem ser utilizadas. A areia grossa é recomendada, pois, se ocorre um rompimento, a areia será facilmente limpa, e a chance de causar artefatos nos raios-X é minimizada.Dois tamanhos de saco de areia são recomendados, 8 X 18 polegadas (20 X 46 cm), e 13 X 20 polegadas (33 X 50 cm). Os sacos não devem ser exageradamente cheios, pois se tornam rígidos; o saco deve ser flexível para se moldar à anatomia do membro sobre o qual for colocado.FITAExistem vários tipos de fita "macia" para procedimentos cirúrgicos e peles sensíveis. Fita adesiva pode aparecer nos raios-X e obscurecer a parte anatômica de interesse. Além disso, alguns pacientes têm reações alérgicas à fita adesiva. A pele frágil de lactentes pode também ser irritada, a não ser que a superfície adesiva seja torcida para não entrar em contato com a pele. Pedaços de gaze interpostos entre a fita e a pele também podem ser utilizados com eficácia.ATADURA ELÁSTICASe for usada atadura elástica (stockinette) , ela deve ser tubular. Elas existem em vários tamanhos: o de 3 polegadas é recomendado paralactentes, e o de 4 polegadas, para crianças maiores.Quando utilizar a atadura elástica, dobre-a e coloque-a sobre os braços do paciente, cobrindo-os até os ombros. Esse procedimento imobiliza o paciente e funciona como um travesseiro (Fig. 20.8)

BANDAGENSUma bandagem de 4 polegadas é melhor para lactentes e crianças pequenas, e as de 6 polegadas funcionarão melhor para crianças mais velhas. Estas são mais bem utilizadas na imobilização das pernas. Quando começar o processo de contenção, iniciar pelos quadris e envolver até as panturrilhas (Fig. 20.8). Não conter de forma muito apertada, pois podemos cortar a circulação sangüínea.

ATADURAS COMPRESSIVAS E FIXADORES DE CABEÇA Ataduras compressivas também podem ser utilizadas para imobilização. Ataduras são mais eficazes quando utilizadas em associação com sacos de areia, como será demonstrado posteriormente no capítulo.Também podem ser utilizados vários tipos de fixadores de cabeça ajustáveis que se fixam na maca, como demonstrado na Fig. 20.9.

BLOCOS ANGULARES PESADOS COMO FIXADORES DE CABEÇASão blocos angulares de metal pesado com esponjas grossas coladas (Fig. 20.10). Eles são relativamente baratos de ser fabricados, quando comparados com os fixadores comercialmente disponíveis. São eficazes e versáteis na imobilização, especialmente quando usados em associação com sacos de areia ou fitas, ou se o paciente estiver "mumificado", como demonstrado na Fig. 20.10.

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J'MUMIFICAÇÃO", OU ENVOLVENDOCOM LENÇÓIS E TOALHASAlém de certos tipos de fixadores de cabeça, é necessário "mumificar" o paciente em certos tipos de procedimentos radiológicos, como os examês cranianos. Essa forma de imobilização é extremamente eficaz se realizada da maneira correta. A seguir mostraremos um método com seis passos sobre como fazer o processo. A sala deve estar preparada antes de trazer o paciente.Fig. 20.12 Passo 2. Colocar o paciente na metade do lençol, colocando o braço direito ao longo do corpo. Pegar a ponta do lençol e enrolar firmemente sobre o paciente, mantendo o braço próximo do paciente.Fig. 20.14 Passo 4. Completar o processo de "embrulhar" o paciente puxando o lençol firmemente, de uma forma que os braços não possam se mexerFig. 20.16 Passo 6. Prender outra fita adesiva em volta dos Joelhos do paciente. Isso vai impedir que ele libere os membros inferiores.Fig. 20.11 Passo 1. Colocar o lençol na maca dobrado na metade ou em dois terços no comprimento, dependendo do tamanho do paciente.Fig. 20.13 Passo 3. Colocar o braço esquerdo do paciente ao longo do corpo, sobre o lençol. Trazer o lençol sobre o braço esquerdo em direção do lado direito do paciente e enrola-la por baixo do corpo se necessário.Fig. 20.15 Passo 5. Puxar o lençol e prender a borda com um pedaço comprido de fita adesiva, da parte de trás do braço direito até o braço esquerdo sobre o lençol. Essa manobra impede que o paciente escape do lençol.

634-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICA

DESENVOLVIMENTO ÓSSEO (OSSIFICAÇÃO)

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OS ossos de lactentes e de crianças pequenas passam por vários estágios de crescimento até atingirem a adolescência. A pelve é um exemplo de alterações na ossificação que ocorrem na criança. Como demonstrado na Fig. 20.17, a divisão dos ossos do quadril é evidente entre o ílio, o ísquio e o púbis. Eles aparecem como ossos individualizados, separados por um espaço articular, que é o núcleo de crescimento na área do acetábulo.As cabeças femorais também parecem estar separadas por um espaço articular que não deve ser confundido com sítios de fraturas ou outras anormalidades. Essas também são regiões cartilaginosas de crescimento.A maior parte dos centros primários de formação óssea ou de ossificação, como aqueles situados na área central do eixo dos ossos longos, aparece antes do nascimento. Esses centros primários se tornam as diáfises (corpo ou eixo) (O) dos ossos longos (Figs. 20.18 e 20.19). Cada centro secundário situado nas extremidades dos ossos longos é denominado epífise (E). Uma epífise é demonstrada em uns raios-X de mão em PA de uma criança de 9 anos na Fig. 20.18 e no membro inferior de uma criança de 1 ano de idade na Fig. 20.19. Observe as epífises nas extremidades do rádio e da ulna, assim como as dos metacarpianos e das falanges (veja as setas pequenas).O espaço entre as epífises e as diáfises é composto por tecido cartilaginoso que é denominado placa epifisária. Essas placas epifisárias são encontradas entre cada epífise e diáfise até o crescimento esquelético estar completo na idade adulta, que ocorre normalmente por volta dos 25 anos de idade.As epífises são as partes dos ossos que aumentam em comprimento e espessura à medida que a criança cresce, como é demonstrado nas radiografias abaixo que comparam o crescimento (Figs. 20.20 a 20.23). Observe nessas quatro radiografias de joelho a mudança no tamanho e na forma das epífises do fêmur distal e tíbia e fíbula proximais da idade de 3 anos até os 12 anos de idade. Na idade de 3 anos, a epífise da fíbula não é visualizada ainda, porém aos 12 anos ela fica evidente (veja as setas). O tamanho das epífises do fêmur e da tíbia também muda drasticamente dos 3 até os 12 anos de idade, como demonstrado nas radiografias de joelho.Tabelas de crescimento são disponíveis e listam os padrões de crescimento normal. Os radiologistas devem estar familiarizados com o desenvolvimento ósseo em lactentes e crianças e reconhecer o aspecto dos estágios do crescimento normal.

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635-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICAProteção RadiológicaREPETIÇÃO MÍNIMAA redução de exposições repetidas é fundamental, principalmente em crianças pequenas, cujas células em desenvolvimento são especialmente sensíveis aos efeitos da radiação. Imobilização apropriada, alta amperagem e técnicas com tempo de exposição curta vão reduzir a incidência de artefatos de movimento. Gráficos precisos de técnica adequados ao peso devem ser utilizados. A grade deve ser utilizada apenas se a espessura da parte do corpo examinada for superior a 9 cm.Cada departamento de radiologia deve ter uma lista específica de rotinas para exames pediátricos, incluindo incidências específicas e séries limitadas que possibilitem a obtenção dos resultados adequados sem a exposição desnecessária do paciente.

PROTEÇÃO GONADALAs gônadas das crianças devem ser sempre protegidas com protetores de contato, a não ser que essas proteções obscureçam a anatomia do abdomeinferior e da pelve. Vários tamanhos e formas de proteção de contato são demonstrados na Fig. 20.24.Por conta da freqüente solicitação por parte dos pais com relação à proteção gonadal de seus filhos, eles devem ser informados das outras medidas de seguranças utilizadas na proteção radiológicas, como a colimação fechada, técnicas com dose baixa de radiação e menor número de exposições. Para aliviar a angústia dos pais, o técnico deve explicar em linguagem clara e simples as práticas de proteção e as suas bases.

PROTEÇÃO DOS PAISSe os pais permanecerem na sala de exame, eles devem utilizar aventais de chumbo. Se as suas mãos estiverem no campo ou próximo a ele, eles devem receber luvas de chumbo.Se a mãe ou uma responsável em idade fértil desejar acompanhar o procedimento, o técnico deve perguntar se ela está grávida antes de permitir a sua permanência na sala de exame. Ela não pode ser admitida na sala se estiver grávida, embora possa permanecer na área de controle.

Preparação Pré-ExameOs seguintes procedimentos devem ser adotados antes de se trazer o paciente até a sala de exame:Os materiais necessários para a imobilização e a proteção devem estar no local (sacos de areia, fitas, Tambem-Board, ataduras, bandagens e instrumentos de proteção para as crianças e os pais, se estes estiverem assistindo).Receptores de imagem e marcadores devem estar no local, e deve ser efetuado o ajuste da técnica (se o técnico realizar o exame sozinho).As incidências devem estar definidas, o que pode requerer consulta o radiologista.Se dois técnicos estiverem trabalhando em conjunto, eles devem definir o papel de cada um durante o exame. Uma divisão sugerida faz com que o técnico que estiver assessorando o principal faça as técnicas, as incidências, mude os filmes e processe as imagens, enquanto o técnico principal posiciona o paciente, conversa com os pais, posiciona o tubo, o colimador, e faz a proteção necessária.

PREPARAÇÃO DA CRIANÇAApós trazer a criança até a sala de exame e explicar o procedimento ao paciente e aos pais, o técnico deve despir a área a ser examinada de roupas, ataduras ou fraldas. Isso é necessário para prevenir o aparecimento de sombras e artefatos na radiografia por causa do baixo tempo de exposição para o tamanho do paciente.Fig. 20.24 Protetores gonadais de contato.Fig. 20.25 Proteção gonadal masculina em posição para um abdome em posição ortostática. Observação: Luvas de chumbo devem serfornecidas aoresponsável que for segurar a criança, juntamente com o avental de chumbo.Fig. 20.26 Avental e luvas de chumbo para os pais.

636-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICAModalidades AlternativasTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

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A tomografia computadorizada (TC) é usada para produzir imagens em cortes seccionais de partes do corpo em que pequenas diferenças de densidade de tecidos moles podem ser demonstradas. Exemplificando, temos a TC de crânio, que visualiza patologias de tecidos moles como hematomas, edema cerebral e neoplasias.Patologias de tórax, como doenças parenquimatosas de pulmão, podem ser demonstradas em TC de alta resolução com cortes finos.A TC helicoidal/espiral permite cortes rápidos sem movimentos respiratórios, o que é especialmente vantajoso na avaliação radiológica do tórax em crianças, em que o processo de apnéia para aquisição de vários cortes se torna um problema. A TC helicoidal também permite a reconstrução de imagens em terceira dimensão, que permite a demonstração de lesões vasculares sem a introdução de meio de contraste (método não-invasivo), que é uma vantagem significativa em pediatria.ULTRA-SOMA maior vantagem do ultra-som em pediatria é a não-exposição à radiação ionizante. Isso é especialmente importante em crianças e mulheres grávidas. O ultra-som está sendo utilizado em procedimentos neurocirúrgicos, como na introdução de cateteres de derivação ou no exame de estruturas intracranianas em pacientes com a fontanela aberta. O ultrasom também é usado freqüentemente no diagnóstico de apendicite em associação com o exame clínico.O ultra-som é utilizado na avaliação da luxação congênita de quadrilem recém-natos e lactentes. Ele é eficaz no diagnóstico da estenose de piloro, e freqüentemente pode eliminar a necessidade de uma seriografia. É utilizado na avaliação de pacientes com anemia falciforme, avaliando vasos arteriais à procura de sinais de espasmo de uma crise vaso-oclusiva iminente.Uma nova forma de ultra-som é o ultra-som fetal em 3-D, que auxilia no diagnóstico precoce de anomalias genéticas com a melhor visualização de tecidos moles, como a caracterização de face e cabeça.IMAGEM POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICAA maior desvantagem da RM em relação à TC em pediatria é o tempo maior de exame. No entanto, novas seqüências rápidas como a eco planar, permitem a avaliação cardíaca e torácica, em que a apnéia e o movimento vascular são problemáticos, especialmente em lactentes e crianças pequenas.A RM é uma ferramenta eficaz no estagiamento do tumor de Wilm. Como não utiliza meio de contraste iodado, ela reduz o risco de lesão renal em pacientes pediátricos.Uma nova forma de RM, a ressonância magnética funcional (RMf) , está sendo utilizada em associação com a avaliação clínica de desordens cerebrais. Para adultos, isso inclui as doenças de Parkinson e de Alzheimer. Em crianças, ela avalia desordens que afetam o comportamento em casa e na escola, como o transtorno do déficit da atenção e da hiperatividade (TDAH), síndrome de Tourette (tiques múltiplos motores) e autismo (comportamento ritualístico e compulsivo).A RM tradicional exige que o paciente permaneça deitado durante o exame, mas a RMf requer que o paciente realize tarefas mentais ou físicas durante o exame. Ela pode mostrar alterações no metabolismo e no fluxo sangüíneo em várias partes do cérebro em correspondência a comportamentos e tarefas exigidas.

MEDICINA NUCLEARProcedimentos em medicina nuclear são utilizados na avaliação da função renal e na determinação de bloqueios ureterais e para o refluxo vesicou reteral (ver Capo 17). A uretrocistografia miccional está ficando mais rara em pediatria por causa dos procedimentos de medicina nuclear.Indicações ClínicasCertas patologias são exclusivas para a faixa etária neonatal e de lactentes jovens, com as quais o radiologista deve estar familiarizado. Isso éespecialmente importante na prática pediátrica, pois o paciente não descreve os sintomas e também porque o procedimento e a incidência devem ser corretos na primeira tentativa. Conhecer essas indicações clínicas e observá-Ias nos pedidos de exame propiciarão ao radiologista informações que podem determinar como manusear o paciente e que precauções devem ser tomadas. Isso também é importante para definir que técnicas e incidências devem ser utilizadas.A. TÓRAX PEDIÁTRICO1. Aspiração (obstrução mecânica) É mais comum em crianças pequenas, quando corpos estranhos são engolidos ou aspirados para as vias aéreas até a árvore brônquica (principalmente o brônquio fonte direito, devido ao diâmetro e à angulação. Ver Capo 2 p. 68).2. Asma A asma é mais comum em crianças e é geralmente ocasionada por ansiedade e alergias. As vias aéreas são estreitadas por estímulos que normalmente não afetariam pulmões normais. A respiração é laboriosa, e o acúmulo de muco nos pulmões pode resultar em diminuição da transparência dos campos pulmonares (as radiografias de tórax são, no entanto, freqüentemente normais).3. Atelectasia É uma condição e não uma doença, em que ocorre o colapso de parte ou de todo o pulmão, em decorrência de uma obstrução brônquica, ou perfuração ou rompimento de uma passagem aérea. Essa região aparecerá com maior densidade radiológica, e pode ocorrer o desvio da traquéia e do coração em direção à lesão.4. Bronquiectasia Nessa condição, ocorre uma dilatação brônquica em decorrência de infecções ou de anomalias congênitas de porções das vias aéreas, eventualmente criando obstruções. Ela pode se desenvolver em qualquer idade, porém se inicia preferencialmente em crianças pequenas. Condições graves podem requerer um discreto aumento dos fatores de exposição.5. Crupe Condição (primariamente em crianças de 1 a 3 anos de idade) causada por infecção vira\. Caracteriza-se por uma respiração laboriosa e uma tosse seca rude, freqüentemente acompanhada de febre. É comumente tratada com antibióticos, mas radiografias em AP e lateral de pescoço e das vias aéreas superiores podem ser necessárias para demonstrar o característico estreitamento afilado das vias aéreas superiores, principalmente em AP.6. Fibrose Cística Nessa condição herdada, secreções espessas causam progressiva obstrução de brônquios e bronquíolos, que podem ser demonstrados na radiografia de tórax com aumento da densidade radiológica em certas regiões do pulmão.Sintomas pulmonares não são evidentes ao nascimento, mas se desenvolvem depois. Uma condição associada freqüentemente no neonato é o íleo meconial (obstrução intestinal causada por mecônio espesso). Mecônio é uma secreção verde escurecida do fígado e intestino misturada com líquido amniótico.

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637-- RADIOLOGIA PEDIÁTRlCA7. Síndrome da Aspiração de Mecônio Durante o parto, o feto sob estresse pode evacuar fezes meconiais no líquido amniótico, que pode então ser aspirado para os pulmões. Isso pode resultar em obstrução das vias aéreas, causando colapso alveolar, que por sua vez pode ocasionar ruptura do pulmão, levando o paciente a um pneumotórax ou atelectasia.8. Epiglotite (supraglotite) Essa infecção bacteriana da epiglote é mais comum em crianças entre 2 a 5 anos de idade, mas pode ocorrer em adultos também. A epiglotite é uma condição grave que pode ser rapidamente fatal (horas após o início dos sintomas), resultando em obstrução das vias aéreas por edema. É usualmente examinada pelo especialista na sala de emergência por meio de um laringoscópio que pode reabrir as vias aéreas inserindo um tubo endotraqueal ou através de uma traqueostomia (através de uma abertura no pescoço).O médico ou um enfermeiro deve acompanhar o paciente à sala de exame para assegurar que as vias aéreas permaneçam abertas.9. Doença da Membrana Hialina (DMH; agora chamada de síndrome do estresse respiratório). Essa é uma das principais indicações de radiografia de tórax em neonatologia, especialmente em prematuros.Nessa condição, os alvéolos e os capilares dos pulmões sofrem injúria ou infecção que resulta em um extravasamento de líquidos e sangue para o espaço interalveolar ou para dentro dos próprios alvéolos. A DMH pode ser observada na radiografia de tórax pelo aumento da densidade dos campos pulmonares com um padrão granular, pois os espaços normalmente preenchidos por ar estão cheios de líquido.10. Neoplasia A formação de uma neoplasia (tumor ou crescimento anormal) pode ocorrer dentro do trato respiratório. Os sintomas incluem hemoptise (tosse com sangue), tosse persistente ou rouquidão. Elas são mais comuns nos adultos mas podem ocorrer em crianças.11. Pneumonia (pneumonite) Essa inflamação dos pulmões resultam em acúmulo de líquido dentro de certas partes dos pulmões, criando um aumento da densidade nessas regiões. Radiografias em PA e lateral em posição ortostática são os exames iniciais mais comumente utilizados.Pneumonias podem ocorrer em neonatos por ruptura de membranas, que permite a aspiração de líquido amniótico para os pulmões.12. Pneumotórax Esse acúmulo de ar no espaço pleural causa umcolapso total ou parcial do pulmão. Pode ser causado por trauma ou condições patológicas que causem a ruptura de áreas frágeis do pulmão.Ocorre em lactentes em ventilação mecânica, em que o ar pode escapar dos alvéolos para os tecidos moles entre o pulmão e o coração, uma condição chamada pneumomediastino, que pode complicar com um pneumotórax.13. Desordens da TireóideBócio Congênito A tireóide aumentada pode ocorrer em decorrência de um funcionamento diminuído (hipotireoidismo) ou aumentado (hipertireoidismo ).Cretinismo Nesse hipotireoidismo neonatal, os sintomas incluem icterícia, idade óssea atrasada e possível nanismo.Exames radiológicos incluem a demonstração dos centros de ossificação dos ossos longos para avaliar o atraso na idade óssea. Radiografias de crânio podem demonstrar aumento da espessura da abóbada craniana, além de suturas alargadas e retardo no fechamento das fontanelas.Doença de Graves Neonatal Uma doença mortal que acomete filhos de mulheres portadoras de doença de Graves, uma forma de hipertireoidismo em adultos, em atividade ou não. O aumento da tireóide pode ocasionar dificuldade respiratória por compressão ou obstrução das vias aéreas. Radiografias de tórax e das vias aéreas superiores podem ser necessárias para demonstrar essa condição.

GRÁFICO SUMÁRIO DE INDICAÇÕES PARA TÓRAX EM PEDIATRIA

1. Aspiração (obstruçãomecânica)2. Asma (crianças)3. Atelectasia (colapso pulmonar)4. Bronquiectasia5. Crupe (infecção viral)6. Fíbrose cística (pode desenvolver íleomeconial)7. Síndrome da aspiração de mecônio (neonatos)8. Epiglotite (obstrução respiratória aguda)9. Doença de membrana hialina (DMH) (síndrome da angústia respiratória da criança) (primariamente em prematuros)10. Neoplasia11. Pneumonia (acúmulo de líquido no pulmão)12. Pneumotórax (colapso do pulmão)13. Desordens da glândula tireóide- Bócio congênito- Cretinismo (ossos longos, crânio) - Doença de Graves neonatalAP e lateral de tórax e lateral de vias aéreas superioresPA e lateral de tóraxPA e lateral de tórax (+) com ligeiro aumentoPA e lateral de tórax ( + ) com ligeiro aumentoPA e lateral de tórax e AP e lateral de vias aéreas superioresPA e lateral de tórax ( + ) com ligeiro aumento (se for grave)AP e lateral de tórax (possível pneumotórax)AP e lateral de tórax e lateral de vias aéreas superioresPA e lateral de tórax ( +) com ligeiro aumentoPA e lateral de tóraxPA e lateral de tórax (feixe horizontal) ( + ) aumento moderadoPA e lateral em posição ortostática ou decúbito lateral (-) ligeira diminuiçãoPA e lateral de tórax; AP e lateral de vias aéreas; inventário ósseo*Os ajustes de exposição dependem da gravidade e do estágio da condição para a escolha manual da técnica.

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638-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICA

B. INDICAÇÕES ClÍNICAS PARA O SISTEMA OSTEOARTICULAR EM PEDIATRIA1. Displasia do Desenvolvimento do Quadril; o termo antigo era luxação congênito de quadril. Nessa condição, a cabeça do fêmur é separada do acetábulo no neonato. A causa do defeito é desconhecida, e ele é mais freqüente em meninas, em pacientes nascidos de parto pélvico (de nádegas) e com história familiar positiva em parentes próximos. O ultra-som é utilizado para confirmar a displasia no recém-nascido. Radiografias de quadril podem ser utilizadas posteriormente, o que vai requerer proteção gonadal adequada.2. Hidrocefalia A hidrocefalia é causada pelo aumento dos ventrículos cerebrais, pois o líquido cerebrospinal (Iiquor) produzido por eles não consegue ser drenado, resultando em aumento da pressão intracraniana e alargamento do perímetro cefálico.Diagnóstico e tratamento: Espinha bífida pode ser demonstrada antes do nascimento, através do ultra-som gestacional. Estudos radiológicos pós-parto incluem a mielografia, e principalmente a TC ou RM, que visualizam a herniação da medula e das raízes. Radiografias peroperatórias são utilizadas durante o procedimento de fechamento cirúrgico, bem como para a colocação de derivações quando houver hidrocefalia associada ou para a correção de outras anormalidades físicas associadas.J. Osteoporose Juvenilldiopática Esse tipo de osteoporose (em que os ossos ficam mais frágeis e com menor densidade) ocorre em crianças e adultos jovens.4. Osteomielite Essa infecção acomete o osso (osteíte) ou a medula óssea (mielite). Em crianças, a infecção ocorre primeiramente em ossos longos dos membros superiores e inferiores.Diagnóstico: Radiografias simples não mostrarão sinais precoces da doença, porém com a evolução observamos lesões em "roído de traça" nas diáfises dos ossos longos. Sinais precoces serão mais bem avaliados com cintigrafia óssea, um procedimento de medicina nuclear. TC ou RM podem demonstrar as áreas afetadas em estágios iniciais.5. Osteocondroplasia Nesse grupo de doenças hereditárias, os ossos crescem de maneira anormal, a maior parte das vezes levando a nanismo ou a baixa estatura.Acondroplasia Acondroplasia é a forma mais comum de nanismo com encurtamento de membros. Nessa condição, a formação óssea é diminuída nas placas de crescimento dos ossos longos, acarretando o encurtamento dos membros com um tamanho do tronco próximo do normal.6. Osteopetrose (Ossos Marmóreos) Nessa condição hereditária, há aumento da densidade óssea. Ela pode cursar com anomalias cranianas. A doença pode ser mais ou menos grave. Quando grave, tem início na infância e é freqüentemente fatal.Ela pode ser diagnosticada no período pré-natal através do ultra-som, ou radiograficamente pelo inventário ósseo de crianças ou adultos. O aumento da densidade dos ossos pode requerer aumento do tempo de exposição.7. Osteocondrose Esse grupo de doenças acomete primariamente as epífises ou as placas de crescimento dos ossos longos, resultando em dor, deformidades e anormalidades do crescimento ósseo.Doença de legg-Calvé-perthes Essa condição resulta de um crescimento anormal no quadril (cabeça e colo do fêmur). Ela afeta crianças de 5 a 10 anos de idade (a cabeça do fêmur primeiro aparece achatada e depois fragmentada); geralmente acomete apenas um quadril e é mais comum em meninos.Doença de Osgood-Schlatter Essa condição causa a inflamação da tuberosidade tibial (área de inserção do tendão). É mais comum em meninos entre 5 a 10 anos de idade e afeta geralmente apenas uma perna.Doença de Scheuermann Nessa condição relativamente comum, alterações do desenvolvimento das vértebras acarretam uma cifose (corcunda). A doença de Scheuermann é mais comum em meninos e começa no início da adolescência.Doença Óssea de Kohler Essa doença causa a inflamação óssea e da cartilagem do osso navicular do pé. É mais comum em meninos, começando entre os 3 a 5 anos de idade e durando raramente mais de 2 anos.8. Osteomalacia (Raquitismo - osteomalacia infantil) Nessa condição, os ossos em desenvolvimento não calcificam, causando deformidades esqueléticas. O sinal mais comum é o encurvamento das pernas, com o encurvamento do fêmur distal, da tíbia e da fíbula (tíbia em "sabre"), observado nas radiografias de membros inferiores.9. Osteogenesis Imperfecta (01) Condição herdada na qual os ossos são excessivamente frágeis. Crianças com essa condição podem nascer com múltiplas fraturas, resultando em deformidades e/ou nanismo. As suturas do crânio são alargadas e contêm vários pequenos ossos wormianos.10. Spina Bífida Os processos espinhosos das vértebras não se desenvolvem, expondo parte da medula espinhal. A condição pode ser detectada antes do nascimento pelo ultra-som ou por análise do líquido amniótico. Vários níveis de gravidade podem ocorrer.Spina Bífida Oculta É uma condição "leve", caracterizada por defeito de fechamento dos arcos posteriores das vértebras LS-S 1, sem herniação da medula ou das meninges (membrana que recobre o encéfalo e a medula).Meningocele A forma mais grave e comum de spina bífida é ocasionada pela herniação da meninge através de uma abertura na vértebra. Ela cria sob a pele uma bolsa preenchida de liquor chamada meningocele.Mielocele Nesse tipo mais grave de spina bífida, a medula também sofre uma herniação pela abertura. Tem pior prognóstico quando ocorre na região cervical, causando mais seqüelas motoras, deterioração da função renal e freqüentemente hidrocefalia.11. Pé Torto É uma deformidade congênita do pé que pode ser diagnosticada no período pré-natal através do ultra-som em tempo real. É também avaliado radiologicamente em lactentes através de incidências laterais e frontais de cada pé. (O método Kite é descrito mais adiante neste capítulo, p. 648.)Os quatro tipos mais comuns são os seguintes:. Varo: Rotação interna ou medial do pé e do calcanhar, anda apoiado na borda externa do pé. Valgo: Rotação externa ou lateral do pé e do calcanhar, anda apoiado na borda interna do pé. Eqüino: Flexão plantar do pé, o paciente anda na ponta do pé sem o apoio do calcanhar. Calcâneo: Flexão dorsal do pé, o paciente anda apoiado nos calcanhares sem o apoio da parte anterior do pé12. Tumores Tumores ósseos malignos são mais raros em crianças que em adultos como os outros tipos de câncer. Alguns tipos de tumores ósseos benignos podem ser encontrados em adolescentes e adultos jovens, porém são menos comuns em lactentes e em crianças pequenas.Retinoblastoma O retinoblastoma é um câncer da retina ocular. Ele pode se disseminar através do nervo óptico até o cérebro. A condição é freqüentemente hereditária.

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639-- RADIOLOGIA PEDIATRICASUMÁRIO DE INDICAÇÕES PATOLOGICAS: SISTEMA ESQUELÉTICO EM PEDIATRIACondição ou DoençaExame radiográfico e Ajustes (+) ou (-) da ExposiçãoCondição ou DoençaExame radiográfico e Ajustes (+) ou (-) da Exposição1. Displasia do desenvolvimento do quadril (Iuxação congênita do quadril)Ultra-som, quadril em AP2. HidrocefaliaAntes do nascimento, ultra-som, ou AP e lateral do crânio (+) aumento relacionado ao tamanhoInventário ósseo, ou AP bilateral de membros superiores e inferiores (-) ligeira diminuição3. Osteoporose idiopática juvenil4. OsteomieliteAP e lateral do membro afetado e/ou cintigrafia óssea, Te e RM5. OsteocondroplasiaAcondroplasia6. Osteopetrose (ossos marmóreos)AP e inventário ósseo (para possível nanismo)Inventário ósseo incluindo o crânio (+ +) aumento moderadoAP e lateral da parte afetada - Quadril- Tíbia (proximal)- Coluna (cifose)- Navicular (pé)7. Osteocondroselegg-Calvé-Perthes . Osgood-Schlatter . Scheuermann Kohler8. Osteomalacia (Raquitismo)AP de membros inferiores (-) diminuição moderada, dependendo da gravidade e da idadeInventário ósseo, incluindo AP e lateral de crânio (- -) diminuição significativa, até 50%Ultra-som pré-natal, PA lateral de coluna, e TC ou RM de coluna da área afetada9. Osteogênese imperfecta (01)10. Spina bífida Spina bífida oculta Meningocele Mielocele11. Calcâneo (pé torto)Calcâneo varo (para dentro) Calcâneo valgo (para fora) Calcâneo eqüino (para baixo) . Calcâneo calcaneus (para cima)12. Tumores (ósseos) (rarosem crianças)RetinoblastomaAP e lateral do pé (método Kite)Radiografias da região afetada AP e lateral de crânio*Os ajustes de exposição dependem da gravidade e do estágio da condição para a escolha manual da técnica.C. ABDOME PEDIÁTRICO1. Atresia A atresia é uma condição congênita que requer tratamento cirúrgico, pois a abertura para um órgão está ausente. Um exemplo é a atresia anal (ânus imperfurado), em que a abertura anal está ausente desde o nascimento. Outros exemplos são as atresias biliar, esofagiana, duodenal, mitral e tricúspide.2. Doença Celíaca Nessa condição hereditária, uma proteína específica do trigo causa uma reação alérgica na mucosa intestinal, resultando em absorção inadequada das gorduras da dieta.3. Doença de Hirschsprung (megacólon congênito) Nessa condição congênita, o controle neural das contrações rítmicas do intestino grosso está ausente. Essa condição grave resulta em constipação intestinal ou vômitos. Ela é corrigida cirurgicamente conectando-se a porção distal normal do intestino grosso a uma abertura na parede abdominal (colostomia).4. Hipospadia Condição congênita de meninos em que a abertura da uretra está na parte inferior do pênis.Epispadia Nessa condição, a uretra permanece aberta no pênis como um canal, em vez de um tubo fechado.5. Exatoria Sangue na urina, ou exatoria, pode ser causado por várias patologias como câncer de rim ou bexiga (sangramento intermitente), cálculos renais, cistos renais ou anemia falciforme (doença hematológica hereditária em que as hemácias têm a forma de foice e têm deficiência de oxigênio).6. Hepatite Condição causada por infecção do fígado pelo vírus da hepatite B, geralmente transmitido durante o parto pela mãe infectada.7. Hepatomegalia Hepatomegalia, ou aumento do fígado, indica uma doença no fígado, como hepatite aguda, cirrose ou obstrução das vias biliares.8. Rim em Ferradura Condição congênita na qual os dois rins estão unidos na pelve inferior. Os rins sofrem uma má rotação, voltados anteriormente, e os ureteres se inserem na face anterior, em vez de se inserirem normalmente na face media!. É a anomalia de fusão renal mais comum.9. Hidronefrose Hidronefrose, ou aumento renal por distensão urinária, é causada por obstrução das vias urinárias, que pode resultar de tu-mores, cálculos renais, infecções graves do trato urinário ou anomalias congênitas estruturais.10. Doença Inflamatória Intestinal (DI!) DII inclui as desordens inflamatórias crônicas do intestino. As duas mais comuns são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, que têm sintomas semelhantes. Elas podem ocorrer em qualquer idade, porém são mais freqüentes entre os 14 e os 30 anos de idade.Doença de Crohn É uma infecção da parede intestinal que pode ocorrer tanto no intestino grosso quanto no intestino delgado.Retocolite Ulcerativa Ocorre apenas no intestino grosso e geralmente começa no reto ou no sigmóide.

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640-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICA11. Obstrução Intestinal Em adultos, a obstrução intestinal geralmente é decorrente de aderências fibrosas ocasionadas por cirurgias prévias. Em neonatos e lactentes, a obstrução intestinal é causada principalmente por defeitos congênitos como intussuscepção, volvo ou íleo meconial.Intussuscepção (invaginação) É uma obstrução mecânica causada pela projeção de uma alça intestinal dentro de outra. Mais comum na região do íleo terminal.Volvo É uma obstrução causada pela torção do intestino sobre o próprio eixo.íleo Meconial Obstrução ocasionada pelo conteúdo intestinal (mecônio), que é espesso e produz um bloqueio.íleo Também chamado de íleo paralítico ou íleo adinômico, é uma obstrução intestinal que não é mecânica, como no volvo ou na invaginação, mas uma obstrução decorrente da perda dos movimentos contráteis da parede intestinal.12. Divertículo de Meckel Desordem congênita presente ao nascimento, que consiste em uma dilatação em forma de saco da parede do intestino delgado (íleo). Não é uma desordem grave por si mesma, tendo pouco ou nenhuma sintomatologia. Pode não ser visualizado nos estudos radiológicos do tubo gastrointestinal, sendo comumente um achado em cirurgias abdominais por outras razões ou em cintigrafias.13. Enterocolite Necrotizante Condição ocasionada pela inflamação da mucosa do intestino geralmente por infecção. Ocorre principalmente em prematuros, podendo levar à morte tecidual de partes do intestino. Essa condição pode ser diagnosticada pelo RX simples de abdome, que evidencia o gás produzido pelas bactérias dentro da parede intestinal.14. Úlcera Péptica Erosão da mucosa estomacal ou duodenal, que pode ocorrer em recém-nascidos, lactentes ou crianças pequenas. Acredita-se que seja hereditária.15. Doença Renal Policística (Lactentes ou Crianças) Nessa condição renal herdada, ocorre o aparecimento de vários cistos no rim, causando um aumento do rim em lactentes e crianças. Geralmente é fatal quando acomete ambos os rins, impossibilitando a diálise ou o trans-plante.16. Pielonefrite Infecção bacteriana renal, geralmente associada ou causada por refluxo vesicoureteral de urina da bexiga até os rins.17. Estenose Hipertrófica de Pilara Esse estreitamento ou bloqueio do piloro ou do estômago distal freqüentemente ocasiona vômitos de repetição.18. Tumores (neoplasias) Tumores malignos (câncer) ocorrem menos em crianças do que em adultos e são habitualmente de melhor prognóstico.Tumor de Wilms Indica um câncer renal de origem embrionária. Ocorre principalmente em crianças abaixo de 5 anos de idade. É a forma mais comum de câncer abdominal em crianças e lactentes, acometendo normalmente apenas um dos rins.Neuroblastoma Estão associados a crianças abaixo de 5 anos de idade. Ocorrem em partes do sistema nervoso, principalmente as supra-renais. É o segundo tumor mais comum em crianças.19. Infecção do Trato Urinário (ITU) ITU pode ocorrer em crianças e adultos, e é causada por bactérias, vírus, fungos e alguns tipos de pa-rasita. Infecções bacterianas em neonatos acometendo bexiga e uretra são mais freqüentes em meninos, mas a partir de 1 ano de idade são mais comuns em meninas. Uma causa freqüente de ITU é o refluxo vesicoureteral.20. Refluxo Vesicoureteral Essa condição causa o retorno da urina da bexiga em direção dos ureteres e dos rins, aumentando assim a chance de espalhar a infecção da uretra e da bexiga para os rins.SUMÁRIO DE INDICAÇÕES CLíNICAS: ABDOME PEDIÁTRICOCondição ou Doença Exame radiográfico e Ajustes (+) ou (-) da Exposição

1. Atresia2. Doença celíaca3. Doença de Hirschsprung (megacólon congênito)4. Hipospádia ou epispádia (abertura uretral anormal)5. Hematúria6. Hepatite7. Hepatomegalia 8. Rim em ferradura 9. Hidronefrose10. Doença inflamatória intestinalDoença de Crohn . Retocolite ulcerativa11. Obstruções intestinais Mecânicas: nvaginação olvo fleo meconial Não-mecânica: leo (paralítico ou adinâmico)12. Divertículo de Meckel13. Enterocolite necrotizante 14. Ulcera péptica15. Doença policística renal 1 6. Pielonefrite17. Estenose hipertrófica de piloro18. Tumores De Wilms Neuroblastoma19. Infecção do trato urinário (lTU)20. Refluxo vesicoureteral AP de abdome ou seriografia gastrointestinal Abdome em decúbito ou em posição ortostática e/ou seriografia gastrointestinal Abdome em posição ortostática e/ou seriografia gastrointestinal (freqüentemente requer colostomia)Diagnosticada clinicamente ou possivelmente com uretrografia Urografia excretoraAP de abdome AP de abdome Urografia excretora ou ultra-som Urografia excretora ou ultra-somRotina para abdome agudo ou intestino delgado e trato gastrointestinal (TC helicoidal e/ou RM podem detectar estágios iniciais de DII)Rotina para abdome agudo ou intestino delgado ou enema baritado (clister opaco) (-) diminuição moderada dependendo da gravidade da distensão intestinal Melhor visualização em cintigrafia ou série para intestino delgadoSérie para abdome agudo Série para trato gastrointestinal alto Urografia, ultra-som, TC ou RM Urografia, ultra-somSérie para trato gastrointestinal alto e/ou ultra-somRadiografias das áreas afetadas, urografia, ultra-som, TC Urografia e/ou uretrocistografia miccional Urografia/ u retrocistografia miccional ou medicina nuclear*Os ajustes de exposição dependem da gravidade e do estágio da condição para a escolha manual da técnica.

641-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICATÓRAX : INCIDÊNCIAS EM AP E PAPatologia Demonstrada Tórax

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Patologias ocorrendo nos campos pulmonares BÁSICOS diafragma, ossos do tórax e mediastino, inclu- o AP/PA indo coração e vasos da base. lateralObservação: Os pacientes devem sempre que possível ser examinados em posição ortostática. Geralmente, pacientes pediátricos, se tiverem idade suficiente, devem ser examinados em posição ortostática, usando um Pigg-O-Stat ou outro instrumento de imobilização semelhante (ver na). (próxima página). Exceção são as crianças em isolette ou muito jovens para sustentarem a cabeça.Fatores TécnicosTamanho do filme - determinado pelo tamanho do pacienteFilme transversal se o chassi estiver sob o pacienteGrade não é necessáriaPequeno ponto focal70-80 kVp, menor tempo de exposição possívelProteção Protetores de contato de chumbo devem ser posicionados na área da pelve, na altura da crista ilíaca superior.Posição do PacientePaciente em decúbito dorsal, os braços estendidos, para remover as escápulas dos campos pulmonares.Os braços devem estar presos à maca por sacos de areia ou tiras de velcro, se for utilizada a Prancha Tam-em.Pernas estendidas para evitar a rotação da pelve. Pernas e quadris são fixados com a colocação de sacos de areia dos quadris até a parte superior do joelho. Se for utilizada a Prancha Tam-em, eles serão fixados à maca por tiras de velcro.Utilizando a ajuda dos pais (se não estiver grávida): 1. Peça aos pais para despirem o tórax do filho. 2. Dê aos pais luvas e avental de chumbo.3. Coloque a criança sobre o chassi.4. Os pais devem estender os braços da criança acima da cabeça com uma mão enquanto mantêm a cabeça inclinada para trás, evitando a superposição com o tórax. Com a outra mão, eles devem segurar as pernas da criança na altura dos joelhos, aplicando a pressão necessária para evitar movimento.5. Colocar os pais em uma posição que não impeça a visão do técnico durante o exame.6. Colocar luvas de chumbo sobre as mãos dos pais se eles não as estiverem usando (pode ser mais fácil segurar o paciente sem utilizáIas).Posição da ParteColocar o paciente sobre o chassi mantendo os ombros 2 polegadas (5 cm) abaixo da margem superior do chassi.Certificar-se de que o tórax não esteja rodado.Raio CentralRaio central perpendicular ao filme, centrado no plano sagital médio na altura do tórax médio, que equivale aproximadamente à linha dos mamilos.Distância foco-filme de 50 a 60 polegadas (127 a 212 cm); tubo elevado na maior altura possível.Colimação Colimação fechada nos quatro lados das margens torácicas.Respiração Fazer a exposição um segundo após uma inspiração profunda. Se a criança estiver chorando, observar a respiração e radiografar iemediatamente após uma inspiração profunda.

642-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICARadiografia em Posição Ortostática com o Pigg-O-Stat

Posição do PacientePaciente colocado no assento, com as pernas pendendo pela abertura central. Ajuste a altura do assento para que a borda superior do chassi fique 1 polegada (2,5 cm) acima dos ombros.Os braços são elevados, e fixadores corporais são firmemente ajustados

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contra o corpo e seguros na base ajustável com tiras.Protetores de chumbo são colocados 1 polegada (2,5 cm) acima da crista ilíaca.Marcadores de direito e esquerdo e (inspiração) devem ser corretamente posicionados na parte inferior da imagem (ver Fig. 20.29).Certificar-se de que não há rotação.Raio CentralRaio central perpendicular ao filme na altura da metade dos campos pulmonares (linha mamilar)DFoFi de 72 polegadas (180 cm)Colimação Colimação fechada nos quatro lados das margens externas do tórax.Respiração Se a criança estiver chorando, observar a respiração e radiografar quando a criança inspirar profundamente e prender a respiração. (Crianças). podem freqüentemente prender a respiração após uma sessão prática.()Critérios RadiográficosEstruturas Mostradas: . O pulmão todo deve ser incluído, dosápices (C12-T1) até os ângulos costofrênicos. . A traquéia preenchida com ar de T1 para baixo deve ser tão bem visualizada quanto os hilos pulmonares, coração e ossos do tórax. Posicionamento: . Queixo suficientemente elevado para prevenir a superposição dos ápices. Sem rotação, demonstrado pela distância igual entre as margens laterais das costelas de cada lado da coluna e a distância das articulações escápulo-humerais da coluna. . Inspiração plena – visualizar 9 (ocasionalmente 10) arcos costais posteriores acima do diafragma na maior parte dos pacientes.Colimação e RC: . Margens da colimação nos quatro lados com margem superior e inferior, indicando o RC corretamente localizado no meio dos campos pulmonares (T6 ou T7). Critérios de Exposição: . Contraste pulmonar suficiente para visualizar as finas marcas pulmonares. . Silhuetas de vértebras e costelas visualizadas através do coração e estruturas do mediastino . Nenhum movimento, como se evidencia pelas bordas precisas das margens costais, diafragma e sombra cardíaca.Marcadores e protetores I

643-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICATÓRAX : INCIDÊNCIA LATERAL DO TÓRAX

Patologia DemonstradaPatologias acometendo os campos pulmonares, traquéia, diafragma, coração, ossos do tórax; incidências com feixes horizontais são necessárias para visualizar níveis hidroaéreos como no hemotórax ou no edema pulmonarTórax BÁSICO . AP/PA . lateralFatores TécnicosTamanho do filme - determinado pelo tamanho dopacienteFilme longitudinal sobre o paciente (a não ser que o feixe horizontal seja feito na Prancha Tam-em)

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Grade não é necessáriaPequeno ponto focal75-80 kVp, menor tempo de exposição possível

Proteção Protetores de contato de chumbo devem ser posicionados diretamente sobre a pelve, na altura da crista ilíaca superior.Posição do PacientePaciente deitado de lado sobre a lateral verdadeira (geralmente à esquerda), com os braços estendidos sobre a cabeça para remove-los dos campos pulmonares. Curvar os braços nos cotovelos para maior conforto e estabilidade, com a cabeça entre os braços.Colocar um saco de areia sobre o braço mais próximo do filme.Colocar um segundo saco de areia na parte de cima do úmero que estiver por cima.Colocar um terceiro saco de areia entre as pernas do paciente enquanto curva as pernas para frente.Um quarto saco de areia é colocado sobre os quadris para maior imobilização do paciente.Se utilizar a Prancha Tam-em, a posição do paciente será igual à descrita para AP. Vire o tubo de raios X para feixes horizontais e coloque o chassivertical contra a parede lateral do tórax, como demonstrado (Fig. 20.33).Se a ajuda dos pais for necessária, faça o seguinte:1. Coloque o paciente no chassi na posição lateral esquerda (a não ser que a posição direita esteja indicada).2. Colocar os braços sobre a cabeça e segura-los com uma mão. Colocar a outra mão sobre a lateral do quadril para evitar movimento de rotaçãoou torção.3. Colocar os pais em uma posição que não impeça a visão do técnicodurante o exame.4. Colocar luvas de chumbo sobre as mãos dos pais se eles não as estiverem usando.Posição da ParteColocar o paciente no meio do chassi com os ombros 2 polegadas (5cm) abaixo do topo do chassi.Não deve existir nenhum tipo de rotação; certifique-se da posição lateral verdadeira.Raio CentralRaio central perpendicular ao filme centrado no plano caronal mediano ao nível da linha mamilarCom o uso da Prancha Tam-em, o tubo de raios X é centrado horizontalmente, com o tubo na posição lateral ao plano coronal mediano dotórax na altura da linha mamilarDFoFi de 50 a 60 polegadas (127 a 212 cm)Colimação Colimação fechada nos quatro lados das margens externas.Respiração Fazer a exposição um segundo após uma inspiração profunda. Se a criança estiver chorando, observar a respiração e radiografar quando a criança inspirar profundamente.

644-- RADIOLOGIA PEDlÁTRICA

Lateral deEle pode ser utilizado em crianças pequenas cerca de 2 anos de idade (a idade desse paciente é 16 meses). Os fixadores corporais maiores estão sendo usados nesse paciente, e o assento está ajustado na posição mais baixa.Posição do PacienteO paciente é colocado no assento e a sua altura é ajustada para que o porta-filme fique 1 polegada (2,5 cm) acima dos ombros.Os braços são elevados e fixa dores são ajustados firmemente ao corpo, seguros pela base ajustável e por tiras. Protetores de chumbo são levados até a altura de 1 polegada (2,5 cm) acima da crista ilíaca.Marcadores adequados de direita e esquerda e de inspiração são colocados na área de exposição do filme.Certifique-se de que não haja rotação.Procedimento se a incidência lateral for realizada após o PA: Se o paciente já estiver na posição para a incidência PA, então a base giratória é

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rodada em 90° para a posição lateral. A proteção de chumbo permanece no lugar, e os marcadores são trocados para indicar o lado correto. O chassi é então colocadoRaio CentralRC perpendicular ao filme na altura da porção média do tórax (linha mamilar).DFoFi de 72 polegadas (180 cm)Colimação Colimação fechada nos quatro lados das margens externas do tórax.Respiração Se a criança estiver chorando, observar a respiração e radiografar quando a criança inspirar profundamente e prender a respiração.

Critérios RadiográficosEstruturas Mostradas: . O pulmão todo deve ser incluído, dos ápices até os ângulos costofrênicos e do esterno anteriormente até as costelas posteriores.Posicionamento: Queixo e braços devem estar suficientemente elevadospara prevenir a superposição excessiva de tecidos moles sobre os ápices.Não deve haver nenhuma rotação; costelas posteriores e seios costofrênicos devem estar superpostos. Colimação e RC: . Margens da colimação nos quatro lados com margem superior e inferior, com o RC no meio dos campos pulmonares.Critérios de Exposição: . Sem movimento, como fica evidenciado pelas linhas precisas do diafragma, costelas e marcas pulmonares. Exposição suficiente para visualizar a silhueta das costelas e marcas pulmonares através da sombra do coração e da região superior do pulmão, sem excessiva exposição de outras áreas do pulmão.

645-- RADIOLOGIA PEDlÁTRICA

MEMBROS SUPERIORES : AP LAYERALObservação: As rotinas e os protocolos de cada departamento, como os procedimentos de rotina para o posicionamento dos membros superiores de acordo com a idade e a indicação devem ser seguidos. Todo o membro superior deve ser incluído em lactentes e crianças pequenas, como demonstrado na Fig. 20.36. Para crianças maiores com maior desenvolvimento ósseo nas regiões articulares (exceto para inventário ósseo), articulações como o cotovelo e o punho devem ser radiografadas individualmente, com o RC centrado na articulação de interesse. Para crianças maiores, se a área de interesse for à mão, incidências em AP, oblíqua e laterais devem ser feitas, como no adulto.Patologia DemonstradaFraturas, luxações, anomalias congênitas ou outras patologias envolvendo os membros supenoresMembros Superiores BÁSICOo APo LateralFatores TécnicosTamanho do filme - determinado pelo tamanho do pacienteGrades não são usadas para partes do corpo com menos de 9 cm

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Use écrans específicos para membros se eles estiverem disponíveis Ponto focal pequeno55-65 kVp, menor tempo de exposição possívelProteção Fixar ou colocar proteção de chumbo sobre toda a pelve.Posição do PacienteColocar o paciente em decúbito dorsal.Imobilizar as partes do corpo que não forem radiografadas com sacos de areia ou com Prancha Tam-em antes de posicionar a parte que vai ser radiografada.Quando radiografar um osso longo, colocar o filme embaixo do membro radiografado, incluindo as articulações superior e inferior.Quando radiografar uma articulação, colocar o filme sob a articulação, incluindo pelo menos 1 a 2 polegadas (2,5 a 5 em) dos ossos longosproximal e distal.Posição da ParteAlinhar a parte a ser radiografada com o eixo longitudinal do filme; ou transversalmente se for necessário para incluir todo o membro superior e ambas as articulações.AP:Supinar a mão e o antebraço na posição AP (com a mão e os dedos esticados).Lateral:Se o paciente estiver deitado, abduzir o braço e rodar o antebraço e a mão na posição lateral.Imobilização Imobilizar a mão, o antebraço e o úmero com fitas ou ataduras compressivas; ou pedir aos pais para imobilizar usando luvas de chumbo.Raio CentralRC perpendicular ao filme direcionado ao ponto central da parte a serradiografadaDFoFi mínima de 40 polegadas (100 em)Colimação Colimação fechada nos quatro lados da área a ser examinada.

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646-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICA

Critérios RadiográficosEstruturas Mostradas: . Ler a observação no topo da página anterior sobre as rotinas e os protocolos dos departamentos em relação a quanto do membro superior deve ser incluído. Posicionamento: . Geralmente são obtidas duas incidências com ângulo de 90° entre cada uma. (Exceção para a mão, que requer incidência em PA e oblíqua.()Colimação e RC: . Bordas de colimação devem ser evidenciadas nos quatro lados sem cortar estruturas anatômicas essenciais. Critérios de Exposição: . A ausência de movimento é evidenciada pelas marcas trabeculares e margens ósseas precisas. . A exposição ótima demonstra partes moles e espaços articulares sem exposição inadequada das áreas mais densas do eixo dos 05505 longos.Observação: Não foi usados a esponja com ângulo de posicionamento na incidência oblíqua da mão à direita; portanto, 05 dedos não estão paralelos ao filme, resultando em superposição das articulações interfalangianas.

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647-- RADIOLOGIA PEDIATRICA

Patologia DemonstradaMEMBROS INFERIORES : AP LATERALFraturas, luxaçàes, anomalias congênitas e doenças como Osgood-Schlatter ou osteomalacia.Membros Inferiores BAslCO APLateralFatores Técnicos:Tamanho do filme determinado pelo tamanho da área a ser examinada,posição transversal do filmeGrade não é necessária para lactentes e crianças pequenas60-65 kVp, menor tempo de exposição possívelPonto focal pequeno

Proteção A proteção para as gônadas masculinas ou femininas deve ser colocada de forma a não obscurecer os quadris ou a porção proximal do fêmurPosição do Paciente e Raio Central AP e lateral:Paciente em decúbito dorsal com o chassis centrado sob o membro afetado, ou colocado diagonalmente para avaliar ambos os membros inferiores, se or necessário incluir a totalidade dos membros do quadril até os pés.Imobilizar o paciente com fitas ou bandas compressivas, ou pedir aos pais que segurem a perna na posição, com uma mão no quadril acima da pelve e a outra segurando o pé (usando luvas e avental de chumbo, Figs. 20.45 e 20.46).Para a incidência lateral, faça a rotação externa da perna e imobilize como na incidência em AP.Para radiografar os dois membros inferiores, abduzir as pernas em "posição de rã". Imobilize com fita ou bandagem compressiva sobre os joelhos e/ou tornozelos. . RCperpendicular à área média dos membros. . DFoFi mínima, de 40 polegadas (100 em).Critérios RadiográficosSimilares aos dos membros superiores da página anterior, exceto paraposicionamento específico para membros inferiores demonstrados a seguir:AP: . Epicôndilos medial e lateral do fêmur distal devem parecer simétricos no perfil. . Tíbia e fíbula devem aparecer paralelas, com o mínimo de superposição.Lateral: . Côndilos medial e lateral e epicôndilos do fêmur distal devem estar superpostos. . Tíbia e fíbula devem aparecer superpostas em grande parte.Observação: Para lactentes, a rotina do departamento deve incluir o membro inferior inteiro, como demonstrado nas Figs. 20.45 e 20.46. Também para lactentes ou crianças pequenas, exames bilaterais podem ser feitos para um inventário ósseo ou com o propósito de comparação (Figs. 20.47 e 20.48).

648— RADIOLOGIA PEDIÁTRICAAP E LATERAL DA PERNA E PA E LATERAL DO PÉ – METÓDO KITEObservação: As rotinas e os protocolos de cada departamento, como os procedimentos para o posicionamento dos membros de acordo com a idade

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e a indicação diagnóstica específica, devem ser seguidos. Se a área de interesse for joelho, quadril, ou região do pé, imagens separadas devem ser obtidas com o RC centrado na articulação de interesse (Figs. 20.53 e 20.54).Patologia DemonstradaFraturas, luxações, deformidades congênitas e outras anomalias de membros inferiores como a doença de Kohler ou o pé torto.Perna BÁSICOAPLateralPé BÁSICO . APLateralFatores TécnicosTamanho do filme determinado pelo tamanho da área a ser examinada, posição transversal do filmeGrade não é necessária para lactentes e crianças pequenas . Ponto focal pequeno55-65 kVp, menor tempo de exposição possívelProteção Colocar proteção de chumbo sobre a pelve, proteção gonadai específica para os sexos masculino e feminino se o fêmur proximal for iincluído.Posição do Paciente e Raio CentralPerna em AP:Com o paciente deitado, imobilizar, se necessário, os membros quenão forem radiografados.Colocar o chassi sobre o membro a ser radiografado, incluindo joelhoe tornozelo.Colocar a perna para a incidência em AP, rodando o joelho internamente até que a linha interepicondilar esteja paralela ao plano do filme. Os pés e os tornozelos devem estar em posição anatômica.Imobilizar o membro na posição, se for necessário utilizando sacos de areia, fitas ou bandagens compressivas.Se os pais forem solicitados a ajudar, pedir que segurem a perna na posição,com uma mão firme no quadril acima da pelve e a outra sesegurando os pés. . Raio central perpendicular ao meio da perna. . DFoFi mínima de 40 polegadas (100 cm).Perna em incidência lateral:Rodar o paciente na direção do lado afetado, com o joelho curvado a 45°. . Imobilizar as partes do corpo que não forem radiografadas.Se os pais forem solicitados a ajudar, pedir que mantenham os pés e os quadris em posição.Imobilizar o membro com sacos de areia, fitas ou bandagens compressivas.Raio central perpendicular ao meio da perna. . DFoFi mínima de 40 polegadas (100 cm).Colimação Colimação fechada nos quatro lados da perna, incluindo joelhos e tornozelos.AP e Lateral do PéAP do pé:Colocar o paciente em um suporte elevado com o joelho fletido e opé sobre o filme. Use fita adesiva para imobilização. . Raio central perpendicular ao meio do pé. . DFoFi mínima de 40 polegadas (100 cm).Lateral do pé:Com o paciente deitado ou sentado na maca, rodar a perna externamente para colocar o pé em uma posição lateral. Use fita para imobilizar.Raio central perpendicular ao meio do pé. . DFoFi mínima de 40 polegadas (100 cm).Colimação Colimação fechada nos quatro lados da área do pé.Pé Torto Congênito - Método KiteO pé é posicionado para AP e lateral, como demonstrado, sem tentar retifica-lo quando estiver sobre o chassi. Por causa da forma distorcida (Fig. 20.55), pode ser difícil conseguir uma incidência AP verdadeira e lateral, mas duas incidências com ângulo de 90° entre elas devem ser obtidas. Os dois pés são geralmente radiografados separadamente para fins de comparação.

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649-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICAINCIDÊNCIA AP E LATERAL PARA QUADRI E PELVEAviso: Não tentar colocar o quadril em posição de rã até que fraturas tenham sido descartadas.ProteçãoAntes de radiografar o paciente, discutir o exame com o radiologista. A história do paciente pode requerer que não seja usada proteção gonadai para não obscurecer a área de interesse do exame.Meninas: Proteção cuidadosa da área das gônadas. Colocar a proteção pediátrica feminina abaixo do umbigo e acima do púbis. Isso evita cobrir as articulações do quadril.Meninos: Colocar cuidadosamente a borda superior do protetor na linhada sínfise pubiana.

Posição do Paciente e da ParteAlinhar o paciente com o centro da maca ou do porta-filme. Imobilizar o paciente de uma forma que a pelve não fique rodada. mobilizar os braços com saco de areia ou Prancha Tam-em.AP:Com o paciente em decúbito dorsal, posicionar os quadris para AP rodando internamente os joelhos e os pés até que a parte anterior dospés se cruzem.Imobilizar os membros inferiores na posição com fita ou sacos de areia.Lateral:Abduzir as pernas colocando as solas dos pés juntas, os joelhos curvos dos e abduzidos. Prender as solas dos pés, se necessário.Manter os joelhos na posição lateral, fixando-os na maca com fita nos doislados da maca. Também pode ser utilizada bandagem compressiva.patologia DemonstradaFraturas, luxações, deformidades congênitas e outras patologias que acometem a pelve e o quadril, como a doença de Legg-Calvé-Perthes.Fatores Técnicos:Tamanho do filme determinado pelo tamanho da área a ser examinada, posição transversal do filme. Grade móvel ou fixa se maior que 9 cm. Ponto focal pequeno. 60-65 kVp, menor tempo de exposição possívelPelve e Quadril BÁSICOAPLateral (bilateral posição de rã)Raio CentralRC perpendicular ao filme, centrado no meio do quadril . DFoFi mínima de 40 polegadas (100 cm)Colimação Colimação fechada nos quatro lados da área de interesse.RespiraçãoCom lactentes e crianças pequenas, observar o padrão respiratório. Fazer a exposição quando o abdome estiver parado.Se o paciente estiver chorando, observar quando o abdome estiver completamente plano.

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650-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICA

Critérios RadiográficosEstruturas Mostradas: . Filmes com tamanho suficiente para incluir a pelve e fêmures proximais devem ser utilizados. Posicionamento: . A ausência de rotação da pelve é demonstrada pela simetria das asas do ilíaco e dos forames obturadores bilaterais.AP: . A rotação interna correta das pernas é evidenciada pela visualizaçãodo colo do fêmur e trocânter maior no perfil (o trocânter menor não deve ser visualizado).Lateral: . Posicionamento correto do fêrnur proximal é evidenciado pelasuperposição do trocânter maior e colo do fêmur com trocânter menor no perfil inferior.Colimação e RC: . Bordas mínimas de colirnação devem ser visíveis nos quatro lados, com o RC em um ponto entre as cabeças fernorais.Critérios de Exposição: . A ausência de movimento é evidenciada pelas marcas trabeculares e margens ósseas precisas. . A exposição ótima irá visualizar tecidos moles e também detalhes ósseos. A borda da cabeça do fêmur deve ser visualizada através do acetábulo e do ísquio.JrFig. 20.58 AP do quadril e fêmur proximal (sexo masculino). (Proteção). errada: a proteção deveria estar mais alta, com o topo da proteção ao nível da margem inferior da sínfise pubiana, a não ser que os ossos pubianos sejam as áreas de interesse.()Observação: A colocação correta da proteção gonadal deve estar evidente tanto em meninos quanto em meninas sem obscurecer as articulações do quadril (exceto por ordem do radiologista).Fig. 20.59 lateral de quadril e fêmur proximal (sexo masculino). (A proteção está um pouco alta na radiografia, cobrindo toda a sínfise e não se estendendo para baixo o suficiente para cobrir a genitália.)

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651-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICAINCIDÊNCIAS AP , AP CALDWELL E AP DE TOWNE DO CRÂNEO

Patologia DemonstradaFraturas, anomalias congênitas do crânio incluindo suturas e/ou fontanelas, tamanho do crânio, avaliação de derivações ventriculares, tumores ósseos e outras patologias do crânio.Crânio (Cabeça) BÁSICOAPAP Caldwell AP TowneLateralFatores Técnicos:Tamanho do filme -lactentes e crianças pequenas: 18 x 24 cm (8 x 10 polegadas), em sentido longitudinalcrianças e adolescentes Jovens: 24 x 30 cm (10 x 12 polegadas), em sentidolongitudinalGrade móvel ou fixa se maior que 9 cmPequeno ponto focal65-70 kVp, menor tempo de exposição possívelProteção Fixar ou sobrepor a proteção de chumbo sobre toda a pelve.Posição do Paciente E8Mumificar o corpo e os membros do paciente se necessário.Se o paciente estiver deitado, alinha-lo com a linha média da maca ou da grade.Se necessário, colocar sacos de areia sobre as pernas do paciente e de cada lado do corpo mumificado. Ataduras compressivas também podem ser usadas se necessário.Posição da PartePosicionar a cabeça sem rotação.Ajustar o queixo para que a linha orbitomeatal (LOM) esteja perpendicular ao filme..mobilizar a cabeça com fixadores ou suportes como demonstrado. Fitas podem ser usadas se necessário, porém a face adesiva deve ser virada para não ficar em contato com a pele do paciente.Raio CentralRC centrado na glabelaAP: RC paralelo à linha orbitomeatalAP reverso de Caldwell: RC 150 cranial a LOMAP Towne: RC 300 caudal a LOMCentralizar o chassi em relação ao RCDFoFi mínima de 40 polegadas (100 cm)

Colimação Colimação fechada nos quatro lados das margens externas do crânio.Observação: Geralmente a ajuda dos pais na imobilização não é necessária se forem usados dispositivos de imobilização.Fig. 20.60 Paciente "mumificado", com o uso associado de sacos de areia e suportes de cabeça.Fig.20.61 Paciente "mumificado", fixadores de cabeça em uso.Fig. 20.62 AP do crânio (RC cerca de 10° acima da LMO).orbitária. (Ver Capo 11, crânio em AP axial no adulto.) Dorso da sela turca e processos clinóides posteriores são projetados dentro do forame magno.Colimação e RC: . Bordas de colimação observadas nos quatro lados, com RC na glabela, entre as margens supra-orbitárias.Critérios de Exposição: . A ausência de movimento é evidenciada pelas margens precisas das estruturas ósseas' Penetrância e exposição suficientes para visualizar o frontal e as pirâmides através das órbitasCritérios RadiográficosEstruturas Mostradas: . O crânio todo, incluindo ossos cranianos e da face. Posicionamento: . Nenhuma rotação deve ocorrer, como fica evidente pela simetria das órbitas com distância igual da margem externa do crânio. . AP 00: Sulcos petrosos superpostos com as margens superiores da órbita. . AP com ângulo de 15° cefálico: Pirâmides petrosas e canais auditivos internos são projetados da metade ao terço inferior das órbitas.AP Towne com ângulo de 300 cefálico: Pirâmides petrosas projetadas abaixo a borda inferior da órbita, permitindo a visualização de toda a borda

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652-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICAPOSIÇÃO LATERAL DO CRÂNEOPatologia DemonstradaAs mesmas da incidência AP descritas na página anterior.Crânio (Cabeça) BÁSICOAPAP Caldwell AP TowneLateralFatores Técnicos:Tamanho do filme - lactentes e crianças pequenas:18 x 24 cm (8 x 10 polegadas), em sentido transversalcrianças e adolescentes Jovens:24 x 32 cm (10 x 12 polegadas), em sentido transversalGrade móvel ou fixa se maior que 9 cmPequeno ponto focal65-70 kVp, menor tempo de exposição possívelProteção Fixar ou sobrepor escudo de chumbo sobre toda a pelve.

Posição do PacienteMumificar o corpo e os membros do paciente (pode ser necessário em lactentes e algumas crianças pequenas).Paciente em decúbito lateral parcial, centrado na linha média da maca.Colocar sacos de areia ao longo das costas do paciente e embaixo do ladoelevado do paciente.Se necessário, colocar sacos de areia entre as nádegas e pernas do paciente (Fig. 20.63). Uma bandagem compressiva pode ser utilizada se elesforem necessários.

Posição da ParteRodar a cabeça para posição lateral verdadeira e mantê-la colocando umaesponja ou toalha enrolada sob a mandíbula.Colocar suportes de peso ou esponjas e saco de areia atrás da cabeça paraevitar o seu movimento posterior.Usar bandagens compressivas em volta da cabeça ou fitas fixadas nas bordas da maca com o lado adesivo voltado para fora para evitar o contato com a pele. Sacos de areia podem ser colocados sobre a fita para evitar a elevação da cabeça da maca.Raio CentralRC perpendicular ao filme, centrado na metade do caminho entre a glabela e a protuberância occipital (inio), 2 polegadas (5 cm) acima da EAM. Filme centrado no RCDFoFi mínima de 40 polegadas (100 cm)Colimação Colimação fechada nas quatro margens externas do crânio.Observação: Para lactentes, Prancha Tam-em pode ser usada para exames do crânio em posição lateral com feixe horizontal, como observado na Fig. 20.64.Critérios RadiográficosEstruturas Mostradas: . O crânio todo e a região cervical superior. Posicionamento: A ausência de rotação é demonstrada pela superposição dos ramos da mandíbula, teto da órbita e asas do esfenóide. Sela turca e clivus são demonstrados no perfil sem rotação.Colimação e RC: . Bordas de colimação observadas nos quatro lados, com RC entre a glabela e a parte mais posterior do osso occipital. Critérios de Exposição: . A ausência de movimento é evidenciada pelas margens precisas das estruturas ósseas' Penetrância e exposição ssuficientes para visualizar a região parietal e a borda lateral da sela turca sem expor excessivamente as margens externas do crânio.

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653-- RADIOLOGIA PEDlÁTRICAPROCEDIMENTOS RADIOGRÁFICOS PARA O ABDOME PEDIÁTRICOcom Cecilie GodderidgeDiferenças entre Crianças e AdultosA diferença entre as crianças e os adultos não está somente no tamanho, mas também nas várias alterações do desenvolvimento que ocorrem do nascimento até a puberdade. O tórax e o abdome têm quase a mesma circunferência no neonato. A pelve é menor e com mais tecido cartilaginoso que ósseo. O abdome é mais proeminente e os órgãos abdominais estão mais altos no lactente que em crianças mais velhas. A centralização precisa pode ser difícil para os técnicos acostumados com adultos, que utilizam a crista ilíaca e a espinha ilíaca superior como marcos de posicionamento, que na prática não existem em crianças pequenas. À medida que a criança cresce, ossos e músculos se desenvolvem, as linhas corporais e as características ficam mais evidentes, e as marcas típicas são mais facilmente Iocalizáveis.É difícil distinguir em radiografias o intestino delgado e o intestino grosso de lactentes e crianças pequenas, pois as haustrações não estão evidentes como nas crianças mais velhas e adultos. Também é observada pouca gordura visceral, e assim a silhueta dos rins, por exemplo, não é tão bem vista como nos adultos. Mesmo assim, a visualização de tecidos moles é importante em crianças. Uma radiografia simples de abdome pode oferecer informações valiosas. Radiologistas habitualmente dizem que o gás do trato gastrointestinal pode ser o melhor meio de contraste para avaliar o abdome pediátrico.A colimação precisa é importante, e o diafragma, a sínfise pubiana e as margens externas do abdome devem estar incluídos em uns raios-X simples de abdome. Radiografias em crianças tendem a parecer mais "gasosas" e menos contrastadas que no adulto. Isso é esperado, pois os ossos são menos densos, existe menos gordura, os músculos estão pouco desenvolvidos e as camadas de tecido mole são mais "macias" e menos definidas. O tempo de exposição deve ser trocado para permitir a avaliação de alterações sutis nos tecidos moles, e não "queima-los" com alta quilovoltagem.Preparação do Paciente para Procedimentos que Utilizam Meios de ContrasteA história do paciente é importante na avaliação do paciente pediátrico, pois ela ajuda o radiologista a definir que tipo de procedimento deve ser utilizado. Quando for necessário suspender a dieta do paciente para exames do trato gastrointestinal alto, o exame deve ser de manhã cedo. Crianças ficam irritadas quando estão com fome, e os técnicos devem entender a dificuldade de manter um lactente em jejum, devendo dar suporte aos pais e ao paciente antes e durante o exame fluoroscópico do trato gastrointestinal. O estômago vazio é importante não apenas por facilitar um bom exame, mas também porque um lactente com fome vai ingerir melhor a mamadeira com bário.Trato Gastrointestinal Alto (GI)Lactentes e crianças pequenas requerem preparação mínima para o trato GI alto. O tempo de jejum é determinado pela idade, e quanto mais velho o paciente, mais lento é o esvaziamento gástrico. Crianças abaixo de 1 ano devem fazer jejum de 4 horas antes do exame. Lactentes podem ter a última mamada às 6:00h e esquematizar o exame com bário para as 10:00h. Crianças maiores de 1 ano devem fazer jejum a partir da o:oo h para exames de manhã e jejum de 6 horas para exames no final da manhã e à tarde.Instruções por escrito devem ser dadas aos responsáveis, e a razão para não utilizar a via oral de forma alguma deve ser explicada e enfatizada.Trato Gastrointestinal BaixoA história do paciente determina a preparação para os exames do trato GI baixo. O exame é geralmente um enema contrastado simples. Enemas com duplo contraste são menos comuns que em adultos e são basicamente utilizados para avaliar pólipos em crianças.Preparo do PacienteHistória adequada do paciente é importanteExame pela manhã cedo se houver jejum (problemas de irritabilidade com jejum prolongado)Estômago vazio é necessário para estudo do trato gastrointestinal (a fome facilita a ingestão do bário)Preparação para o Trato GI AltoPreparo mínimo necessário:. Lactentes até 1 ano de idade:Jejum de 4 horas antes do exame Acima de 1 ano de idade:Jejum a partir da meia-noite para exames cedo pela manhã; Jejum de 6 horas para exames no final da manhã e à tardePreparação para o Trato GI BaixoA história do paciente determina o preparo adequado:(Certas condições clínicas e sintomas contra-indicam a realização do exame) Lactentes até 2 anos de idade:Nenhum preparo 2 até 10 anos de idade: Refeição pobre em resíduos na noite anteriorUm tablete de bisacodil ou laxante similar antes de dormir na noite anteriorSe não tiver ocorrido evacuação pela manhã, pode ser usado Fleet enema pediátrico sob orientação médicaDe 10 anos até adulto: . Refeição pobre em resíduos na noite anterior Dois tabletes de bisacodil ou laxante similar na noite anteriorSe não tiver ocorrido evacuação pela manhã, pode ser usado Fleet enema pediátrico sob orientação médicaPreparação para urografia excretoraNenhuma comida sólida 4 horas antes do exame (diminui a chance de aspiração em caso de vômitos)Beber grande quantidade de líquido até 1 hora antes do exame. Preparações para o trato GI cortesia Children's Hospital, Boston, Mass.Contra-indicaçõesPacientes com esses diagnósticos ou sintomas não devem fazer uso de laxantes ou enemas: doença de Hirschsprung, diarréia prolongada, apendicite, obstrução e pacientes que não possam lidar com perda de líquidos.Instruções para pacientes sem contra-indicação:Neonatos até 2 anos de idade: Não há necessidade de preparo Crianças de 2 a 10 anos de idade: Refeição com pouco resíduona noite anterior ao exame; um comprimido de bisacodil ou um laxante com água antes de dormir na noite antes do exame; se não houver evacuação pela manhã, é recomendada a aplicação de um Fleet enema pediátrico sob orientação médica.Crianças de 10 anos até a idade adulta: Refeição com pouco resíduo na noite anterior ao exame; dois comprimidos de bisacodil ou um laxante com água antes de dormir na noite antes do exame; se não houver evacuação pela manhã, é recomendada a aplicação de um Fleet enema pediátrico sob orientação médica.Urografia ExcretoraA preparação da criança para a urografia excretora é simples. Nenhuma comida sólida deve ser ingerida 4 horas antes do exame para diminuir o risco de aspiração por vômitos. O paciente deve ser encorajado a beber grande quantidade de líquidos até 1 hora antes do exame.

654-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICAINCIDÊNCIA AP : RX SIMPLES DE ABDOMEPatologia DemonstradaPatologias abdominais que envolvem padrões de distribuição gasosa,

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tecidos moles, possíveis calcificações e/ou outras anomalias ou doenças do abdomeAbdomeBÁSICOAP (simples) OPCIONALAP em posição ortostáticaDecúbito dorsal e lateralFatores Técnicos:Tamanho do filme determinado pelo tamanhodo paciente, sentido longitudinal do filmeVelocidade de 400 combinação tela/filmeGrade fixa ou móvel se maior que 9 cm65-85 kVp do neonato até os 18 anos de idade, menor tempo de exposição possívelProteçãoUtilizar proteção gonadal pediátrica em todos os pacientes do sexo masculino - tamanho apropriado para a idade (prender a proteção no lugar) . Sem proteção para pacientes do sexo femininoPosição do Paciente e da PartePaciente deitado alinhado com a linha média da maca ou do chassi. Imobilizar com sacos de areia flexíveis ou bandagem compressiva. Neonatos e lactentes jovens:Posicionar os braços do paciente distantes do corpo e colocar um saco de areia flexível sobre cada um. Pela dificuldade de manter as pernas pequenas e curtas posicionadas, coloque um saco de areia embaixo dos joelhos e outro acima para imobilizá-Ias. Lactentes que estão aquecidos e alimentados são geralmente calmos o suficiente, a não ser que sintam dor. Se um lactente estiver chorando, uma chupeta pode ser utilizada, e não interferirá com o exame.Lactentes e pré-escolares:Colocar os braços da mesma forma que a descrita anteriormente. Colocar sacos de areia embaixo dos joelhos e amarrar uma bandagem compressiva sobre os fêmures e os joelhos. Certifique-se de colocar uma gaze sobre a bandagem para não cortar a perna do paciente. Bandagens compressivassão geralmente projetadas para uso em adultos, assim o trabalho será feito de forma mais adequada se os espaços entre as bandagens e o paciente forem preenchidos com esponjas ou toalhas.Se for utilizada a ajuda dos pais:Forneça aos pais avental e luvas de chumbo.Posicione o tubo, o chassi e os fatores técnicos antes de posicionar opaciente.Posicionar o paciente de modo a não obstruir a visão do técnico.Geralmente é necessário que os pais segurem os braços do paciente. As pernas podem ser imobilizadas satisfatoriamente como descrito acima.Raio CentralEm lactentes e crianças pequenas, centrar o RC e o chassi 1 polegada (2,5 em) acima do umbigo.Em crianças maiores e adolescentes, centrar o RC ao nível da cristailíaca.DFoFi de 40 polegadas (100 em)RespiraçãoEm lactentes e crianças, deve-se observar o padrão respiratório. Quando o abdome estiver plano, fazer a exposição. Se o paciente estiver chorando, fazer a exposição quando o lactente inspirar profundamente para chorar.Crianças com mais de 5 anos de idade conseguem segurar a respiração após serem ensinadas.Critérios RadiográficosEstruturas Mostradas: . Bordas de tecidos moles e estruturas preenchidas de gás, como estômago e intestinos, calcificações (se presentes) e silhueta de estruturas ósseas.Posicionamento: . A coluna vertebral deve estar alinhada com o centro do filme. . Nenhuma rotação deve existir: pelve, quadril e caixa torácica inferior devem estar simétricos.Colimação e RC: . Bordas de colimação da sínfise pubiana até o diafragma e nas bordas laterais do abdome.Critérios de Exposição: . Nenhum movimento deve ser evidenciado, o diafragma e o padrão gasoso devem parecer evidentes. . Ótima exposição e contraste visualizarão estruturas ósseas e suas margens, como costelas e vértebras através do conteúdo abdominal sem exposição excessiva de estruturas preenchidas por gás.

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655-- RADIOLOGIA PEDlÁTRICAINCIDÊNCIA EM AP EM POSIÇÃO ORTOSTÁTICA PARA ABDOME

Patologia DemonstradaPatologias abdominais incluindo obstrução pela demonstração de níveis hidroaéreos e/ou ar livre na cavidade abdominal; geralmente em uma avaliação associada a decúbito dorsal.AbdomeBÁSICOAP (simples) OPCIONALAP em posição ortostáticaDecúbito dorsal e lateralFatores Técnicos:Tamanho do filme determinado pelo tamanho do paciente, sentido longitudinal do filmeGrade fixa ou móvel se maior que 9 cm 65-85 kVp, menor tempo de exposição possívelProteçãoProteção gonadal em meninos adequada ao tamanho (fixar no local), sem proteção para meninas.Posição do Paciente e da PartePaciente sentado ou em posição ortostática com as costas encostadas no filme . Sentar crianças pequenas em um grande bloco de esponja com as pernas um pouco afastadas. Imobilizar as pernas com tiras de velcro. Pedir aos pais que segurem os braços afastados ou sobre a cabeça do paciente. Em lactentes, segurar a cabeça entre os braços.Crianças de 4 anos de idade ou mais (exceto quando muito doentes) podem ficar em posição ortostática.Prancha Tam-em (não é o mais indicado):Fixar a criança na prancha com tiras, então fixar firmemente a prancha na maca com bandagens e velcro antes de eleva-la.Pigg-O-Stat (mais indicado):Posicionar o paciente no Pigg-O-Stat como para uma radiografia de tórax, com os braços sobre a cabeça e as costas contra o chassis. Com a ajuda dos pais (se não houver gravidez):Forneça aos pais avental e luvas de chumbo.Posicione o tubo, o chassis e os fatores técnicos antes de posicionar o paciente.Posicionar o paciente de modo a não obstruir a visão do técnico.Raio CentralEm lactentes e crianças pequenas, centrar o RC e o chassi 1 polegada (2,5 cm) acima do umbigo.Em crianças maiores e adolescentes, centrar o RC aproximadamente 1 polegada (2,5 cm) acima da crista ilíaca, o que deve fazer com que o topo da colimação e o topo do filme fiquem ao nível da axila para incluir o diafragma no filme.DFoFi de 40 polegadas (100 cm).RespiraçãoEm lactentes e crianças, deve-se observar o padrão respiratório. Quando o abdome estiver plano, fazer a exposição. Se o paciente estiver chorando, fazer a exposição quando o lactente inspirar profundamente para chorar.Crianças com mais de 5 anos de idade conseguem segurar a respiração após serem ensinadas.Critérios RadiográficosEstruturas Mostradas: . Todo o conteúdo do abdome, incluindo padrõesde distribuição de gases, níveis hidroaéreos e tecidos moles se não estiverem obscurecidos por excessivo acúmulo de líquido em abdome distendido, como na Fig. 20.70.Posicionamento: . A coluna vertebral deve estar alinhada com o centro do filme. Nenhuma rotação deve existir: pelve e quadril devem estar simétricos.Colimação e RC: . Bordas de colimação da sínfise pubiana até o diafragma.Critérios de Exposição: . Nenhum movimento deve ser evidenciado, e o diafragma e padrão gasoso devem parecer evidentes. . Ótima exposição e contraste visualizarão estruturas ósseas e suas margens, como costelas e vértebras através do conteúdo abdominal sem exposição excessiva de estruturas preenchidas por gás.

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656-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICAINCIDÊNCIA LATERAL EM DECÚBITO DORSAL E LATERAL DE ABDOMEObservação: Quando indicado clinicamente, o decúbito dorsal pode ser feito, em vez de um decúbito lateral direito ou esquerdo.Patologia DemonstradaDemonstrar níveis hidroaéreos e ar livre; o decúbito dorsal demonstra a região pré-vertebral do abdome para avaliar possíveis calcificações, massas ou outras anomaliasAbdomeBÁSICOAP (simples) OPCIONALAP em posição ortostáticaDecúbito dorsal e lateralFatores Técnicos:Tamanho do filme determinado pelo tamanho do paciente, sentido ongitudinal do filmeGrade fixa ou móvel se maior que 9 cm65-85 kVp, recém-nascido a 18 anos de idade, menor tempo de exposição possívelProteçãoProteção gonadal para meninosSem proteção gonadal para meninasPosição do Paciente e da ParteDecúbito lateral:Colocar o paciente ao lado de um bloco radiotransparente com o doro contra o filmeRC horizontal centrado 1 polegada (2,5 cm) acima do umbigoDecúbito dorsal:Paciente deitado em um bloco de esponja radiotransparente.Pernas imobilizadas como na posição em AP.Colocar os braços sobre a cabeça e pedir aos pais para segurá-I os; se forem neonatos e lactentes, segurar a cabeça junto.Colocar o filme longitudinalmente, paralelo ao plano sagital médio contra a lateral do paciente (segurar o chassis com fixadores ou sacos de areia).Raio CentralRC horizontal, centrado ao plano coronal médio para o decúbito dorsal: Em lactentes e crianças pequenas, centrar o filme e o RC 1 polegada(2,5 cm) acima do umbigoEm crianças maiores e adolescentes, o RC centrado 1 polegada (2,5 cm) acima da crista ilíacaDFoFi de 40 polegadas (100 cm)RespiraçãoEm lactentes e crianças, deve-se observar o padrão respiratório. Quando o abdome estiver plano, fazer a exposição. Se o paciente estiver chorando, fazer a exposição quando o lactente inspirar profundamente para chorar.Crianças com mais de 5 anos de idade conseguem segurar a respiração após serem ensinadas.Critérios Radiográficos (Decúbito dorsal)Estruturas Mostradas: . Estruturas abdominais na região pré-vertebral,assim como níveis hidroaéreos dentro do abdome; diafragma incluído superiormente e quadris e pelve inferiormente.Posicionamento: . Nenhuma rotação deve existir: costelas posteriores devem estar superpostas.Colimação e RC: . Mínimas bordas de colimação devem estar visíveis,com o RC no plano médio coronal, a meio caminho entre o diafragma e a sínfise pubiana.Critérios de Exposição: . Nenhum movimento deve ser evidenciado, e o diafragma e padrão gasoso devem parecer evidentes. . Detalhes de tecidos moles da parede abdominal devem estar evidentes, sem a exposição excessiva de estruturas preenchidas por gás. A silhueta das costelas deve estar visível através do conteúdo abdominal.

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657-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICATRATO GASTROINTESTINAL ALTO: SERIOGRAFIA ESÔFAGO-ESTÂMAGO DUODENAL (SEED)Patologia DemonstradaDoenças ou condições que acometem o trato gastrointestinal alto (ver resumo de indicações para o abdome pediátrico, p. 640).Preparação do PacienteLactentes: jejum de 4 horasCrianças com mais de 1 ano de idade: jejum de 6 horas ou a partir da meia-noite se o exame for de manhã cedo.Preparação da Sala A sala de procedimento fluoroscópico deve ser preparada antes de o paciente ser trazido. A maca é colocada na posição horizontal e as técnicas acertadas. Um lençol de algodão ou descartável deve ser colocado sobre a maca. Dependendo do exame, a mamadeira de bário, o bico, as sondas e seringas devem estar prontos para uso. Aspiradores e oxigênio devem estar disponíveis para o caso de uma emergência.Proteção Um pedaço de chumbo de 1 mm é posicionado abaixo das nádegas do paciente para prevenir a radiação difusa "abaixo da mesa" do tubo fluoroscópico.Preparação do Bário O bário líquido deve ser usado de acordo com as instruções do fabricante. O bário pode ter que ser diluído para crianças pequenas e lactentes. A diluição é necessária para o uso em mamadeiras, e é vantajoso ampliar o furo do bico com uma agulha estéril ou escalpe para que o bebê mame com mais facilidade.A quantidade de bário dada para a avaliação do trato gastrointestinal depende da idade. Sugerimos as seguintes quantidades:*Neonatos até 1 ano - 60 a 120 ml1 a 3 anos - 120 a 180 ml3 a 10 anos - 180 a 360 mlacima de 10 anos - 180 a 360 mlPreparação do Paciente e dos Pais Os pais devem acompanhar o paciente à sala de exame antes do início do exame. Alguns minutos devem ser gastos explicando aos pais o exame e o funcionamento dos aparelhos e o seu benefício aos pais e ao paciente. O tamanho e os barulhos estranhos das máquinas habituais para os técnicos podem ser assustadores para crianças pequenas. Uma explicação e a demonstração sobre como o intensificador de imagem é trazido até acima do tórax da criança acalmam o medo das crianças de serem esmagadas pela máquina. As crianças podem observar como o "milk shoke" desce na direção do estômago pelo monitor de televisão.Procedimentos contrastados com bário em crianças são feitos com o paciente deitado. Pais (se não houver gestação) devem receber avental e luvas de chumbo para permanecer na sala durante o procedimento. Segurar a mão da criança e estar próximo do paciente enquanto ele bebe o contraste reduzem a ansiedade e proporcionam um ambiente tranqüilo aos pais e às crianças. Palavras de apoio durante o exame são encorajadoras.'Cortesia do Departamento de Radiologia do Hospital Pediátrico de Boston, Mass.

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ProcedimentosExames pré-G/:

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AP de abdome em decúbito dorsalPA e tórax lateral antes de ingerir o bárioingestão de bário: Um lactente vai beber o bário em uma mamadeira. Crianças mais velhas vão beber através de um canudo para evitar derramar.Em alguns casos a criança pode insistir em beber diretamente do copo. Isso obriga a sentar o paciente para beber e depois deita-lo para a fluoroscopia. Se o esôfago tiver que ser delineado, pasta de bário pode ser colocada entre a língua e o palato. Outra tática é a de esguichar o bário com uma seringa de 10 ml dentro da boca da criança segurando-lhe gentilmente o nariz. Se a criança se recusar a engolir o bário, pode ser necessário que o radiologista passe um cateter nasogástrico até o estômago.

Posicionamento para Seqüência FluoroscópicaRadiologistas seguem uma seqüência particular para o exame do trato gastrointestinal em decúbito. Geralmente seguido por incidência lateral, LPO e RAO e então lateral direita com o paciente sobre 0° lado direito; nessa posição o estômago se esvazia mais lentamente. É importante localizar a junção duodenojejunal para descartar má rotação antes de o jejuno estar preenchido. A posição final é em decúbito ventral. Esse é um procedimento padrão, mesmo que não existam necessariamente sinais de má rotação.Imagens permanentes devem ser obtidas durante a fluoroscopia em spots de vários tipos, dependendo do equipamento. Com a fluoroscopia digital, as imagens são capturadas digitalmente em vez de em chassi de filmes. Essas imagens podem ser demonstradas em monitor e ser trabalhadas depois, antes de armazenadas e impressas.Crianças pequenas geralmente não necessitam de incidências PA e RAO do estômago após a fluoroscopia, que são padrão para adultos. Se essas incidências forem requisitadas, o radiologista deve ser questionado sobre o nível em que a imagem deve ser centrada.

Intestino Delgado a SeguirAs incidências AP ou PA de abdome são feitas a intervalos de 20 a 30 minutos, tanto em decúbito dorsal quanto ventral, dependendo da idade e da condição do paciente. O tempo do trânsito é mais rápido em crianças pequenas, podendo o bário chegar à junção ileocecal em 1 hora.

Instruções Pós-procedimentoUma vez que o exame esteja completo e as radiografias feitas, o paciente pode comer e beber normalmente se a sua dieta permitir. A criança deve ser encorajada a beber bastante água e sucos de fruta. O técnico deve checar se os spots e o filme estão colocados juntos, com a pasta do paciente, e devidamente arquivados, ou no caso de imagem digital, se elas estão corretamente estocadas para posterior avaliação e/ou impressão. O número de imagens e o tempo de exame devem estar indicados no pedido.

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659-- RADIOLOGIA PEDlÁTRICA

TRATO GADTROINTESTINAL INFERIOR : ENEMA BARITADOContraste Simples, Duplo Contraste e/ou Enema cm ArPatologia Demonstrada Ver o resumo das indicações de exame do abdome, p. 640.Preparo do PacienteNeonatos até 2 anos de idade: Não é necessária preparaçãoCrianças de 2 a 10 anos: Refeição com pouco resíduo na noite anterior ao exame; um comprimido de bisacodil ou um laxante com água antes de dormir na noite antes do exame; se não houver evacuação pela manhã, aplicação de um Fleet enema pediátrico sob orientação médica.Crianças de 10 anos até a idade adulta: O mesmo para os pacientes entre 2 a 10 anos de idade, exceto pelo uso de dois comprimidos de bisacodil ou um laxante com água antes de dormirContraste e Materiais - Enema Baritado SimplesCriança eom mais de 7 ano de idade:Enema descartável com sulfato baritado, tubo e fixadores. Adicionar água morna (não é fria) à mistura, de acordo com as instruções do fabricante.Ponta flexível pediátrica para enemas: Alguns desses cateteres são projetados para não ser possível passar além do reto. Fixar o tubo nolocal evita vazamentos.Aviso: Pontas de látex não devem NUNCA ser usadas por causa da possibilidade de reação alérgica fatal ao látex. Balões infláveis NUNCA devem ser usados, pois podem perfurar o reto.Neonatos e lactentes:Cateter flexível número 10 de silicone e uma seringa de 60 ml; injeção manual e lentaOutras idades:Gellubrificante solúvel em águaFita hipoalergênicaLuvasRoupas e toalhas para limpezaContraste e Materiais - Enema Baritado DuploKit com bário de alta densidade e ar, ou bolsa de enema com duplasaída, incluindo o tubo por onde o ar será introduzidoInsuflador de arO restante do material é igual ao descrito para o exame simples

Enema com Ar O enema com ar é feito sobre fluoroscopia para reduzirinvaginações intestinais. Essa condição ocorre quando uma porção do intestino grosso é projetada para dentro de outra porção adjacente do intestino. A redução pneumática é feita em caráter de emergência, pois o paciente apresenta dor abdominal intensa. É um procedimento especializado e deve ser feito de forma cuidadosa por causa do risco de perfuração intestinal. Quando o procedimento é realizado com sucesso, a dor é aliviada rapidamente e o procedimento evita o ato cirúrgico. Uma invaginação também pode ser reduzida por um enema baritado, dependendo da preferência do radiologista.MateriaisInsuflador de arCalibradorTubo descartável com três vias . Ponta flexívelFita hipoalergênicaLuvasRoupas e toalhas para limpeza

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660-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICA

Preparo da SalaA sala deve estar preparada como para o exame do trato gastrointestinal superior com a maca na horizontal, coberta com lençóis descartáveis ou de algodão, e a técnica escolhida. A bolsa com o enema de bário, tubos, fixadores e pontas devem estar reunidos e prontos para utilização. O bário é administrado devagar, pela gravidade, 7,5 em acima da maca, exceto quando houver ordem em contrário do radiologista.Proteção As gônadas não podem ser cobertas durante o exame do intestino grosso.Preparo dos Pacientes e dos Pais O paciente e os pais devem ser trazidos à sala de exame, onde o procedimento deve ser explicado de forma simples e clara. É particularmente importante explicar por que o tubo é inserido no reto e como o bário ascende ao intestino na tela da N. Tecnologia e linguagem adequadas devem ser usadas na explicação, dependendo da idade do paciente. Uma criança pequena pode estar particularmente assustada quando alguém toca suas nádegas ou área genital.Técnicos devem assegurar aos pais e pacientes que o exame não provoca dor, embora a criança possa sentir vontade de ir ao banheiro quando o contraste passa pelo intestino.Um dos pais deve ficar com a criança durante o exame falando palavras de apoio que facilitem a realização do exame.ProcedimentoExames pré-G/:Radiografia simples de abdome antes da fluoroscopiaFluoroscopia e imagem em spot:Spots e imagem digital durante a fluoroscopia, o tamanho dependeda idade do paciente e do equipamento.Decúbito dorsal ou ventral ao fina! do exameDecúbito lateral direito ou esquerdo para o contraste duploAP após evacuação do bárioObservação: Diferentemente do exame do adulto, poucas ou nenhuma imagem são feitas após o término do exame.Exame Pós-redução da Invaginaçãopor Enema Baritado ou Ar:AP em decúbito dorsal; para documentar que o ar ou o bário, dependendo do contraste usado, passaram pela região ileocecal, provando a redução da invaginação (Fig. 20.84)Protocolos Pós-procedimento Uma vez que o procedimento esteja completo e as radiografias reveladas, encorajar o paciente a beber bastante água e suco de fruta se a dieta permitir. O técnico deve checar se os spots e o filme estão colocados juntos, com a pasta do paciente, e devidamente arquivados.Se usada à imagem digital, certificar-se de que as imagens estão etiquetadas e guardadas corretamente para manuseio e impressão posterior. Anotar o número de filmes e imagens realizados durante o exame.

661-- RADIOLOGIA PEDlÁTRICAESTUDO DO SISTEMA GENITOURINÁRIO – URETROCISTOGRAFIA MICCIONAL E UROGRAFIA EXCRETORAPatologia Demonstrada Ver resumo de indicações diagnósticas para o

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abdome pediátrico, p. 640.Fatores Técnicos:Tamanho do filme - determinado pelo tamanho do pacienteVelocidade de 400 combinação tela/filmeGrade fixa ou móvel se maior que 9 cm65-85 kVp do neonato até os 18 anos de idade, menor tempo de exposição possívelProteçãoEscudo gonadal deve ser sempre utilizado em radiografias do abdome e na urografia excretora, exceto para as imagens miccionais. A proteção não deve ser utilizada na uretrocistografia miccional.O escudo gonadal não pode ser usado em meninas, exceto quando se estiver radiografando apenas a área do rim, pois a localização dos ovários é mais alta na criança e sua localização é variável. O abdome inferior pode ser protegido para o exame de 3 minutos dos rins realizado durante a urografia excretora, a não ser que a proteção obscureça a área de interesse.Fig. 20.85 Preparo da sala e dos materiais para uretrocistografia miccional.Esse exame pode ser realizado antes da urografia ou do ultra-som renal. Uma das patologias mais comuns em crianças pequenas é a infecção do trato urinário (ITU), e seu estudo pode ser feito para avaliar o refluxo vesicoureteral, uma causa comum de ITU.Preparo do Paciente A uretrocistografia miccional não exige preparo especial. Se o procedimento for seguido pela urografia, então a criança deve seguir o seu preparo. O procedimento deve ser descrito ao paciente antes de manuseá-Io, e, dependendo da idade, a explicação deve ser dada aos pais. Instruções escritas podem ajuda-los na explicação.Meio de Contraste e MateriaisContraste para cistografia (iotalamato de meglumina 17,2%)Suporte de soro, fixador e equipoMaterial esterilizado, algodão em bolas, gaze e luvasRecipiente de urinaSonda alimentar número 8 French (sondas com balões infláveis não são usadas em crianças)Gellubrificante anestésicoAnti-séptico tópico, roupas e toalhas Seringas de 10 ml Receptáculo de urinaPreparo da Sala A maca deve estar na posição horizontal, coberta com lençol descartável ou de algodão, e as técnicas fluoroscópicas escolhidas. A garrafa de contraste deve estar ligeiramente aquecida, e então deve ser pendurada no suporte com o equipo e a fixação pronta. Anti-séptico deve ser colocado no algodão pronto para uso, e a bandeja deve permanecer coberta até que o paciente esteja na maca.Preparo do Paciente e dos Pais O paciente e os pais devem ser trazidos até a sala, e o procedimento deve ser explicado de maneira clara e simples. O equipamento deve ser mostrado à criança, seu funcionamento explicado, e deve ser assegurado que o receptor de imagem não vai machucá-Ia. A explicação do procedimento deve ser em linguagem apropriada à idade da criança. Urina ou urinar é freqüentemente utilizada pelo técnico, porém "mijar" ou "fazer xixi" é mais facilmente entendido pela criança pequena, permitindo que elas sigam as instruções. Por conta das várias palavras utilizadas para definir o ato de urinar, deve ser perguntado aos pais qual o termo que é familiar ao paciente em casa.A uretrocistografia miccional é embaraçosa e difícil para crianças pequenas como é para os adultos. A criança que acabou de ser treinada para controlar os esfíncteres pode ter dificuldade em urinar deitada. A maior privacidade possível é recomendada; permitir na sala apenas pessoas que participem do exame. Se possível, técnicos do mesmo sexo do paciente devem fazer o exame.Procedimento Uma criança mais velha pode ser solicitada a esvaziar a bexiga antes de entrar na sala. A bexiga dos lactentes é esvaziada durante a cateterização. Após a limpeza do períneo, o cateter é introduzido na bexiga, e uma amostra de urina é retirada. O contraste é então conectado à sonda depois de retirar o ar do equipo, enchendo lentamente a bexiga.Spots são realizados com a bexiga cheia e durante a micção, porque é mais provável que o refluxo ocorra nesse momento. Uma radiografia pósmiccional da bexiga e dos rins é feita. Se houver refluxo, um filme tardio do abdome pode ser feito para checar se houve esvaziamento renal. Se o paciente estiver sendo acompanhado por refluxo ou no pós-operatório, uma cistouretrografia com radionuclídio, com uma dose de radiação reduzida, pode ser feita no lugar de um procedimento fluoroscópico.Protocolo Pós-procedimento Pais e pacientes devem ser informados de que a primeira micção após o procedimento pode apresentar uma sensação de queimação e que a urina pode estar rósea. A ingestão de grande volume de líquidos aliviará rapidamente os sintomas.Radiografias devem estar apropriadamente etiquetadas, arquivadas e colocadas na pasta do paciente. O volume e o tipo de contraste, o número de filmes e o tempo fluoroscópico devem estar anotados. Uma amostra de urina deve ser mandada para cultura.

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662-- RADIOLOGIA PEDIÁTRICA

Urografia Excretora

Preparo do Paciente O preparo para a urografia excretora é simples. O paciente precisa estar hidratado e NÃO desidratado, e a criança deve ser encorajada a beber grande quantidade de água e suco de frutas. Alimentos sólidos não podem ser ingeridos 4 horas antes do exame para diminuir o risco de aspiração se a criança vomitar. Laxantes não são indicados nesse exame em crianças pequenas devido ao aumento de gases e ao desconforto ocasionado.

Resposta Alérgica ao Contraste Embora haja estudos mostrando que as reações alérgicas graves ao meio de contraste iodado são menos comuns em pediatria, essa reação ainda é uma possibilidade. Antes do exame, deve ser perguntado ao paciente e/ou aos pais se a criança tem asma, alergia a iodo, pólen, poeira e alimentos ou se há história familiar de alergia. Mesmo que não exista história, precauções são mandatárias se parentes próximos forem alérgicos. Mesmo que o paciente já tenha realizado procedimento com contraste iodado, a reação pode ocorrer.Equipamentos de reanimação e medicações apropriadas devem estar disponíveis se ocorrer uma reação, e devem consistir em:Cloridrato de difenidramina injetável ou oralEpinefrina injetávelReações podem ser leves ou graves: rubor e aumento da temperatura da pele, náusea, calafrios, dificuldades respiratórias e, embora rara-mente, parada cardíaca. Todos os presentes, incluindo estudantes, devem saber o "CÓDIGO" se ocorrer uma reação.

Preparo do Contraste Meio de contraste de baixa osmolaridade nãoiônico, como o ioversol, o iopamidol ou o ioexal, são os preferidos, pois tendem a acarretar menos reações e de caráter mais leve, correndo menos riscos. Porém alguns departamentos preferem usar meios de contraste não-iônicos para pacientes de alto risco e contraste com alta osmolaridade se não houver história de reação alérgica do paciente ou da família.DOSE SEGUNDO O PESOPESO – DOSE – PESO – DOSE=a 12 libras 13 a 25 libras 26 a 50 libras 51 a 100 libras > 100 libras

2 ml/libra 25 ml1 ml/libra 50 ml1/2 ml/libra

3 ml/kg 2 ml/kg 50 ml1 ml/kga 11 kg 12 a 23 kg 24 a 45 kg > 45 kg

Cortesia do Departamento de Radiologia, Children's Hospital, Boston, Mass. (O sistema métrico de doses de ml/kg que está sendo utilizado no Childrens Hospital é um pouco menor do que as doses em mljlibra.)

Materiais para InjeçãoSeringas: 1, 5, 10, 20 e 50 mlAgulhas tipo borboleta: calibres 19, 23, 25, 27 . Agulha calibre 16 para injetar o contrasteTorniquetesLuvasMáscarasSwabs com álcoolBand-AidsBacia para vômitosO contraste deve estar aspirado e pronto para uso. Cobrir a bandeja antes de a criança ser trazida para a sala ou puncionada. Certificar-se de que as medicações apropriadas e o equipamento de reanimação estejam disponíveis para o tratamento imediato de uma reação alérgica.

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663-- RADIOLOGIA pediátrica

Preparo do Paciente e dos PaisCrianças de qualquer idade não gostam de agulhas. Muitos adultos também não gostam e podem ter dificuldades de ficar com a criança. Se for possível, um dos pais deve permanecer na sala e segurar a mão da criança para lhe dar suporte emocional. O procedimento deve ser explicado ao paciente antes de manuseá-lo e deve ser dado tempo aos pais para explicar o procedimento, de preferência imediatamente antes de sua realização quando o paciente é uma criança muito pequena.Quando se falar sobre a agulha, não se deve mentir dizendo que “não vai”. doer". Sugerir que é uma picada de abelha é mais realista e menos assustador. Lactentes devem ser "mumificados" para imobiliza-los.Assim como nos procedimentos radiológicos, o equipamento deve ser mostrado à criança antes de manuseá-la, e a importância de permanecer imóvel durante a exposição deve ser explica da. Segurar um brinquedo favorito ou um travesseiro pode ser reconfortante.

Procedimento São feitas menos radiografias que em adultos, e em alguns casos a avaliação renal pode ser feita com ultra-som, evitando radiação ionizante. A seqüência de imagens deve ser a seguinte:Radiografia simples de abdomeApós a injeção (avaliar o tempo com precisão)3 minutos para os rins (proteção na região inferior do abdome); a tomografia é utilizada quando gases ou fezes estão presentes noabdome 15 minutos em decúbito dorsal ou ventralImagem tardia pode ser necessária, dependendo da etiologia (fatores que causam a doença ou desordem)Proteção das gônadas para meninosA administração de bebidas carbonatadas para criar uma janela radiotransparente para visualizar melhor os rins não é recomendada porradiologistas pediátricos. O gás passa rapidamente para o intestino, criando um problema e causando desconforto para o lactente ou a criança pequena.Instruções Pós-procedimentosA criança deve ser instruída a beber grande volume de líquidos para clarear o meio de contraste dos rins. Radiografias devem ser corretamente arquivadas e colocadas na pasta do paciente. O número de imagens, a quantidade de contraste injetada e o tipo de reação alérgica, se houver, devem ser anotados.