Disciplina na modalidade a distância
8/18/2019 livro unisul
Climatologia e Meteorologia Disciplina na modalidade a
distância
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina | Campus
UnisulVirtual | Educação Superior a Distância
Reitor Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Corrêa Máximo
Pró-Reitor de Ensino e Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e
Inovação Mauri Luiz Heerdt
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Rosa
Pró-Reitor de Desenvolvimento e Inovação Institucional Valter Alves
Schmitz Neto
Diretora do Campus Universitário de Tubarão Milene Pacheco
Kindermann
Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis Hércules
Nunes de Araújo
Secretária-Geral de Ensino Solange Antunes de Souza
Diretora do Campus Universitário UnisulVirtual Jucimara
Roesler
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Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos
Mendonça
Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas
Adenir Siqueira Viana Walter Félix Cardoso Junior
Assessoria DAD - Discip linas a Distância Patrícia da Silva
Meneghel (Coord.) Carlos Alberto Areias Cláudia Berh V. da Silva
Conceição Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza
de A. Subtil
Assessoria de Inovação e Qualidade de EAD Denia Falcão de
Bittencourt (Coord.) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani
Pandini
Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior
(Coord.) Felipe Fernandes Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin
Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo
Battistotti Pimpão Tamara Bruna Ferreira da Silva
Coordenação Cursos
Coordenadores de UNA Diva Marília Flemming Marciel Evangelista
Catâneo Roberto Iunskovski
Auxiliares de Coorde nação Ana Denise Goularte de Souza
Camile Martinelli Silveira Fabiana Lange Patricio Tânia Regina
Goularte Waltemann
Coordenadores Graduação Aloísio José Rodrigues Ana Luísa Mülbert
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Flemming
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Janaína Baeta Neves Jorge Alexandre Nogared Cardoso José Carlos da
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Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nélio Herzmann Onei Tadeu
Dutra Patrícia Fontanella Roberto Iunskovski Rose Clér Estivalete
Beche
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da Silva Catia Melissa Silveira Rodrigues Horácio Dutra Mello
Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn José Carlos Noronha de
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Coordenadores Pós-Graduação Aloísio José Rodrigues Anelise Leal
Vieira Cubas Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini
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Nunes Letícia Cristina Bizarro Barbosa Luiz Otávio Botelho Lento
Roberto Iunskovski Rodrigo Nunes Lunardelli Rogério Santos da Costa
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Gerência Administração Acadêmic a Angelita Marçal Flores
(Gerente) Fernanda Farias
Secretaria de Ensino a Distânci a Samara Josten Flores
(Secretária de Ensino)
Giane dos Passos (Secretária Acadêmica)
Adenir Soares Júnior Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira
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Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso
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Bonetti
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Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Janaína Baeta Neves
(Gerente) Aracelli Araldi
Elaboração de Projeto Carolina Hoeller da Silva Boing Vanderlei
Brasil Francielle Arruda Rampelotte
Reconhecimento de Curso Maria de Fátima Martins
Extensão Maria Cristina Veit (Coord.)
Pesquisa
Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)Mauro Faccioni Filho
(Coord. Nuvem)
Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.)
Biblioteca Salete Cecília e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva
Marília Ignacio de Espíndola Renan Felipe Cascaes
Gestão Docente e Discente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Capacitação e Assessoria ao Docente Alessandra de
Oliveira (Assessoria) Adriana Silveira
Alexandre Wagner da RochaElaine Cristiane Surian (Capacitação)
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Tutoria e Suporte Anderson da Silveira (Núcleo Comunicação) Claudia
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Desenho Educacional Cristina Klipp de Oliveira (Coord.
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Avaliação da aprendizagem Claudia Gabriela Dreher Jaqueline
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Logísitca de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao
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Relacionamento com o Mercado Alvaro José Souto
Relacionamento com Polos Presenciais Alex Fabiano Wehrle (Coord.)
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Assuntos Jurídicos Bruno Lucion Roso Sheila Cristina
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Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Dandara Lemos Reynaldo
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Conferência (e-OLA) Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Bruno
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Produção Industrial Marcelo Bittencourt (Coord.)
Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico Maria Isabel
Aragon (Gerente) Ana Paula Batista Detóni André Luiz Portes
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Fernandes Francielle Fernandes Holdrin Milet Brandão
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Souza Juliana Cardoso da Silva Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa
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José Gabriel da Silva
3ª edição
Design Instrucional Viviane Bastos
Projeto Gráfico e Capa
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da
Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2011
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer
meio sem a prévia autorização desta instituição.
551.6 S58 Silva, José Gabriel da
Climatologia e meteorologia : livro didático / José Gabriel da
Silva ; design instrucional Viviane Bastos, João Marcos de Souza
Alves. – 3. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011.
183 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia
1. Climatologia. 2. Meteorologia. I. Bastos, Viviane. II. Alves,
João Marcos de Souza. III. Título.
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UNIDADE 3 - Estações meteorológicas e previsão de tempo . . . . . .
. . . . . . 63
UNIDADE 4 - Radiação e temperatura . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . 109
UNIDADE 5 - Água na atmosfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
173
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . .
. . . . . . . 177
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
8/18/2019 livro unisul
Este livro didático corresponde à disciplina Climatologia e
Meteorologia .
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e
aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua
área de formação. Ao adotar uma linguagem didática
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância,
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um
aprendizado contextualizado e eficaz.
Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e
monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da
UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada somente na
modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na
relação de aprendizagem professores
e instituição estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem à
disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como:
telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, que é o
canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica
registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe
técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, pois sua
aprendizagem é o nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
http://slidepdf.com/reader/full/livro-unisul 10/187
Palavras do professor Será que vai chover? Você já deve ter ouvido
essa pergunta, que muitas vezes fica sem resposta. Saber quais as
condições do tempo é uma atitude de quase todos nós, seja qual for
o motivo, pessoal ou profissional.
Nesta disciplina, você vai entender um pouco da dinâmica da
atmosfera e sua relação com sua vida, e ao final, perceberá que
está mais ligada a esta ciência do que imagina.
Alguns conceitos iniciais e diferenças entre clima e tempo marcam o
início de nossos estudos. Vamos conhecer a movimentação da
atmosfera e as conseqüências desse movimento na distribuição dos
ventos e outros eventos meteorológicos.
Para quantificar os elementos meteorológicos serão mostradas as
estações meteorológicas e a previsão de tempo. Após, vamos
estudar a radiação e o balanço de energia radiante para finalizar
com o estudo das fases da água na atmosfera e a classificação
climática.
Espero que você, além dos objetivos de aquisição de conhecimento,
ainda possa gratificar-se com a leitura.
Prof. José Gabriel da Silva
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http://slidepdf.com/reader/full/livro-unisul 12/187
Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá-lo no
desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão
a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de
estudos.
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta
instrumentos que se articulam e se complementam,
portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de
metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação.
São elementos desse processo:
as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de
autoavaliação);
o Sistema Tutorial.
Práticas de laboratório.
8/18/2019 livro unisul
Objetivos da disciplina
Específicos
Compreender a diferença entre clima e tempo; os elementos e
fatores climáticos e suas diferenças no globo terrestre.
Identificar a estrutura da Atmosfera e o seu movimento e interações
como o EL NIÑO e LA NIÑA .
Identificar os princípios básicos da poluição
atmosférica.
Conhecer o funcionamento de uma estação meteorológica
automática e convencional , o princípio de funcionamento dos
instrumentos meteorológicos e qual o
destino os dados coletados e as as variáveis das previsões de
tempo.
Conhecer a composição química da atmosfera e identificar os
aspectos quali-quantitativos da radiação solar incidente na
Terra
Desenvolver as relações astronômicas terra-sol, relacioná-
las com a formação de dias e noites e as estações do ano
estimar a irradiancia global e o balanço de energia em sistemas
naturais.
Conhecer e quantificar o vapor d´água na atmosfera.
Identificar o orvalho, a neblina o nevoeiro e as
geadas.
Compreender os processos de formação de nuvens e
precipitação e quais os tipos de precipitação.
Compreender os tipos climáticos a partir da classificação de
Koeppen.
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Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento
de habilidades e competências necessárias à sua formação.
Unidades de estudo: 05
Nesta unidade, você conhecerá os conceitos iniciais da medida
da atmosfera, diferenciando meteorologia de climatologia, tempode
clima e elementos de fatores climáticos. Serão abordados, também,
as escalas climáticas, a estrutura e composição da atmosfera e
conceitos básicos sobre poluição atmosférica.
Unidade 2 – Movimentação atmosférica e sua medida
Nesta unidade, será tratado sobre o movimento geral da
atmosfera e sua influência nos climas do planeta. Vai estudar,
também, sobre os ventos de superfície, os principais fenômenos
meteorológicos associados a eles e o fenômeno global, EL
NIÑO.
Unidade 3 – Estações meteorológicas e previsão de tempo
Aqui, você entenderá como são feitas as medidas de superfície na
atmosfera, quais os tipos de estações meteorológicas e, após a
coleta de dados, como eles são usados para a realização da previsão
de tempo.
8/18/2019 livro unisul
Unidade 4 – Radiação e temperatura
Nesta unidade, você estudará as características da radiação
eletromagnética proveniente do sol na atmosfera. Vai estudar
as
interações desta radiação solar com a atmosfera e as estimativas
para calcular o balanço de radiação na superfície terrestre em
qualquer local ou data.
Unidade 5 – Água na atmosfera
O assunto abordado nesta unidade, se refere a água na
atmosfera,
desde a sua fase gasosa até chegar na fase líquida ou sólida
eprecipitar. Você vai conhecer, também, o que é a Umidade relativa
e fará sua estimativa, os tipos de nuvens e suas relações com os
tipos de precipitação além de conhecer a classificação do
clima.
8/18/2019 livro unisul
Climatologia e Meteorologia
Agenda de atividades/Cronograma
Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos
depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de
análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas
e professor.
Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a
seguir as datas com base no cronograma da disciplina
disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e
programar as atividades relativas ao desenvolvimento da
disciplina.
Atividades obrigatórias
Objetivos de aprendizagem Conhecer as diferenças entre
climatologia e
meteorologia, bem como os conceitos de clima e tempo.
Compreender as escalas climáticas.
Identificar a estrutura da atmosfera, sua composição e suas
alterações.
Seções de estudo
Seção 1 Meteorologia e climatologia: conceitos e avaliação do
(meio) ambiente
Seção 2 Clima e tempo: definições e conceitos
Seção 3 A atmosfera terrestre
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Para início de estudo
Esta unidade traz um assunto muito importante para estadisciplina:
as diferenças entre meteorologia e climatologia. Tais diferenças se
aplicam na maneira como o (meio) ambiente é avaliado e
medido.
Essas duas áreas, climatologia e meteorologia, possuem estreita
relação, e os valores das medidas da atmosfera são usados para as
avaliações climatológicas, como também para as avaliações
meteorológicas.
Nesta unidade, você vai entender que as diferenças entre
meteorologia e climatologia estão diretamente relacionadas com os
conceitos de clima e tempo, assunto que será abordado já na
primeira seção. Bom estudo!
Seção 1 – Meteorologia e climatologia: conceitos e avaliação do
(meio) ambiente
Antes de você estudar sobre o meio ambiente, reflita: o que é
meteorologia?
Meteorologia é o ramo da ciência que se preocupacom os fenômenos
físicos que ocorrem num dado instante (curto intervalo de tempo),
ou seja, as condições do tempo.
Meteorologia é a ciência que estuda fenômenos atmosféricos,
especialmente aqueles que se relacionam às condições
meteorológicas. Meteorologistas prevêem o tempo contando com
milhares de estações meteorológicas localizadas ao redor do mundo,
tanto em terra quanto no mar. Em cada estação, as medições são
feitas, tais como pressão atmosférica e temperatura,
velocidade do vento, cobertura de nuvens e precipitação.
Em
8/18/2019 livro unisul
Unidade 1
outros lugares, de nível superior observações são feitas por balões
meteorológicos e satélites, que enviam um fluxo contínuo de
fotografias de volta à Terra. Toda esta informação é enviada para
centros meteorológicos nacionais onde são plotados gráficos e mapas
que posteriormente são analisados pelos meteorologistas. Esta
informação é chamada de previsão, é então enviada para o público
pelos jornais, rádio, intenet e televisão.
Já a Climatologia é o estudo científico de climas, que é
definida como as condições médias do tempo num longo período.
Climatologia é diferente de meteorologia porque depende de uma
sequencia de dados.
É esse sequenciamento médio que define o clima de um local e que
determina quais atividades são ali possíveis. Essa caracterização
média define a climatologia .
A meteorologia trabalha com valores instantâneos, enquanto a
climatologia utiliza valores médios (de longo período) da
movimentação atmosférica.
No entanto, você pode estar se questionando: como avaliar a
atmosfera? Como estudar e prever o tempo, considerando os
valores estatísticos dessa movimentação atmosférica? Veja,
então:
Como existem interações entre chegada e saída de energia, entender
a atmosfera bem como prever os acontecimentos nela é muito difícil.
Começando pelo aquecimento e resfriamento da superfície terrestre,
que por si só causam mudanças no volume densidade doar,tendo como
consequência final a alteração da pressão, que por sua vez causa
movimentação do ar vertical e horizontalmente. Essas movimentações
alteram os padrões de circulação de maneira geral ou local.
(FERREIRA, 2006).
8/18/2019 livro unisul
Seção 2 – Clima e tempo: definições e conceitos
O gerenciamento de recursos naturais exige o conhecimento
de valores médios, de valores extremos e probabilidades
deocorrência de todos os padrões de comportamento da atmosfera,
além dos valores do seu estado momentâneo. Essas diferentes
abordagens dependem fundamentalmente de escalas temporais, ou seja:
clima e tempo.
Para um local, essa descrição pode ser tanto em termos
instantâneos, definindo sua condição atual, como em termos
estatísticos, definindo uma condição média. Portanto,
introduz-
se uma escala temporal na descrição das condições
atmosféricas.Denomina-se tempo à descrição instantânea,
enquanto que a descrição média é denominada de clima .
(PEREIRA et al, 2002).
Tempo é o estado da atmosfera num local e instante, sendo
caracterizado pelas condições de temperatura, pressão, concentração
de vapor, velocidade e direção do vento e precipitação..
Clima é o conjunto dos fenômenos meteorológicos que
caracterizam a condição média da atmosfera sobre qualquer lugar da
Terra.
O clima é, também, uma descrição estática que
expressa as condições médias da região (geralmente, essa descrição
tem validade para 30 anos), do sequenciamento das condições
do tempo num local. O ritmo das variações sazonais de temperatura,
chuva,
umidade do ar etc. caracteriza o clima de uma região. O
períodomínimo de 30 anos foi escolhido pela Organização
Meteorológica Mundial (OMM), com base em princípios estatísticos de
tendência do valor médio. Desse modo, incluem-se anos com
desvios para mais e para menos em todos os elementos do
clima.
A Figura 1.1, a seguir, mostra a variação anual da temperatura do
ar próximo da superfície (≈ 1,5m acima do solo) e da chuva na
região de São Joaquim/SC. É uma visualização do ritmo
desses elementos climáticos ao longo do ano. Provavelmente,nunca
ocorreu um ano igual ao normal, mas essa é a descrição do
sequenciamento das condições mais prováveis na região.
A esse valor médio de 30 anos
chama-se Normal climatológica.
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Unidade 1
Figura 1.1 - Sequenciamento dos valores normais (1961 - 2006) de
temperatura do ar e chuva em
São Joaquim/SCFonte: Epagri, 2006.
Portanto, em termos médios, a temperatura da região varia entre o
mínimo de 9,4°C em julho e o máximo de 17,5°C em fevereiro. Com
respeito à chuva, o período primavera-verão (outubro a março)
contribui com 58% do total anual. O período menos chuvoso
corresponde às estações mais frias. Logo, o clima de São
Joaquim/SC apresenta uma distribuição entre as chuvas no
verãoe no inverno, não evidenciando nenhum período de seca.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Observe que, similarmente, esse tipo de descrição pode ser feito
para qualquer localidade que disponha de observações
meteorológicas.
Elementos e fatores climáticos e meteorológicos
Antes de apresentar quais são suas funcionalidades, é preciso
entender o que são esses elementos e fatores considerados na
análise do clima e tempo.
Os elementos são os atributos que constituem o
clima de qualquer local da superfície do planeta e são
representados pela temperatura, pressão e umidade
atmosféricas.
Os fatores são aqueles agentes responsáveis pelas diferenças
climáticas na Terra, pois provocam alterações nos elementos. Tais
agentes são a latitude, a longitude, a
maritimidade-continentalidade, a vegetação e as atividades
humanas.
Escala temporal dos fenômenos atmosféricos
De acordo com a posição do sol em relação a terra, associada com a
rotação da terra, os diferentes locais da terra apresentam
diferentes cargas de energia, que evidenciam uma grande
variação entre o dia e a noite. Anotando assim uma escala
diária.
Uma escala maior de variação das condições meteorológicas é a
anual, que se deve ao posicionamento relativo entre a Terra e o
Sol, gerando as estações do ano. As diferenças sazonais são mais
intensas à medida que se afasta da linha do Equador.
As várias latitudes da terra apresentam distintas incidências de
radiação, que associadas ao movimento de translação da terra,
determinam as estações do ano. As variações na escala diária e
anual, são sempre cíclicas, já que os movimentos da terra
8/18/2019 livro unisul
Unidade 1
também são. Assim, de posse dos dados climatológicos é bastante
compreensível que se faça previsões.
Neste ponto, é importante distinguir as variações que ocorrem
rotineiramente daquelas que indicam mudanças no clima . Quando
se fala em mudança climática, fala-se de tendências que ocorrem nas
condições regionais, num período razoavelmente longo de tempo
(décadas, séculos) para uma grande região. Os causadores dessa
mudança são os fenômenos naturais (vulcões, atividade solar), sem
qualquer influência humana, e mais aqueles desencadeados realmente
pelas atividades humanas (desmatamento, poluição, urbanização). A
necessidade de incorporar novas áreas na produção de alimentos
pressiona o desmatamento e sua substituição por plantas de ciclo
menor.
Observe a Figura 1.2, a seguir. Ela é uma representação da variação
do total anual de chuvas ocorridas em Araranguá/SC, desde 1931 até
2002. Embora tenha ocorrido uma flutuação muito grande, a tendência
geral foi de aumento. De acordo com a figura, nos anos de 1933,
1945, 1968, 1978, 1985 e 1991 houve um decréscimo nos totais anuais
de chuvas. De 1983 até 1988, houve um aumento
brusco, seguido de uma queda igualmente brusca. A tendência
doséculo como um todo foi de leve aumento no total anual das
chuvas. Os picos de chuva de 1983 (3.177mm) e 1988 (3.373mm) foram
imediatamente após os episódios do El Niño mais intensos até então,
as chuvas de outono-inverno representaram 76% do total anual em
1983 e 64% em 1988. Observe, por este exemplo, que a análise de
períodos relativamente curtos (10 a 20 anos), invariavelmente,
conduz a conclusões inconsistentes.
Figura 1.2 - Sequenciamento dos totais anuais de chuva em
Araranguá/SC Fonte: Epagri, 2002.
8/18/2019 livro unisul
Escala espacial dos fenômenos atmosféricos
O clima pode ser estudado por diversas dimensões. Pode ser avaliado
em grandezas temporais, com as escalas temporais,
que vimos anteriormente. Pode-se estudar o clima também
classificando-o segundo uma escala espacial dos fenômenos
meteorológicos.
A escala espacial é dividida em três categorias: Macro escala
(define o macro clima), meso escala define o meso clima) e micro
escala (define o micro clima).
Para Mendonça (2007), as escalas espaciais estão inseridas nos
eventos meteorológicos bem como na escala espacial. Pode-se então
definir os climas das seguintes maneiras:
Macroclima: é o clima definido dentro de extensas regiões. Utilizam
escalas pertencentes as unidades de latitude, longitude etc. Nesta
escala ocorrem as mudanças climáticas. Pode-se descrever aqui o
clima dos continentes ou de um país.
Mesoclima: é um clima regional, definido por delimitações como
florestas, desertos , campos, grandes cidades, regiões agrícolas
etc. Quando houver a delimitação pelo relevo, defini-se então como
topoclima.
Por exemplo, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, os terrenos com
face voltada para o norte são mais ensolarados, mais secos e mais
quentes. Os de face voltada para o sul são menos ensolarados, mais
úmidos
e mais frios, sendo batidos pelos ventos Sudestepredominantes na
circulação geral da atmosfera. No inverno, terrenos a meia encosta
ou convexos permitem boa drenagem do ar frio, ao passo que terrenos
côncavos acumulam o ar frio, agravando os efeitos da geada em
noites de intenso resfriamento. Logo, a mesoescala deve ser
considerada no planejamento de implantação e manejo de um
cultivo.
Microclima: é a menor das unidades de escala climática.Considera os
obstáculos para a movimentação atmosférica e sua dinâmica local.
Assim leva-se em conta principalmente a
8/18/2019 livro unisul
Unidade 1
cobertura do solo, com detalhes para o uso e ocupação do solo. O
fator principal é a cobertura do terreno e cada tipo de cobertura
tem influência própria sobre o microclima. Isso significa que
dentro de um topoclima podem existir inúmeros microclimas, condição
mais comum na natureza. Sendo assim, enfatizando extremos,
florestas não têm variações térmicas acentuadas no decorrer do dia,
enquanto que culturas de menor porte e menos compactas ou cobertura
morta intensificam a amplitude térmica.
Seção 3 – A atmosfera terrestre
Numa perspectiva universal, o ar deve ser considerado excepcional
devido às suas funcionalidades. Se não existisse a atmosfera, não
haveria animais nem plantas. Todas as características do mundo, tal
como o percebemos e o próprio ambiente terrestre, dependem
essencialmente do ar. Sem a atmosfera, não haveria vento, nuvens ou
chuva. Não haveria céu azul, nem crepúsculos ou auroras. Não
existiria o fogo, pois toda combustão resulta da união do oxigênio
com as substâncias que queimam. Não existiria o som, pois o que
chamamos de som é a vibração das moléculas de ar contra o
tímpano. Sem ar, enfim, as plantas não poderiam nascer e crescer.
(PEREIRA et al, 2002).
Além de suas demais propriedades, a atmosfera serve de imenso
escudo que protege a Terra da violência dos raios solares,
absorvendoas radiações de ondas curtas mais perniciosas. À noite,
funciona como teto de vidro de uma gigantesca estufa, conservando o
calor do dia e impedindo que ele se perca todo no espaço.
Estrutura vertical da atmosfera
Atmosfera é uma manta fina de gases. Sem esse “cobertor” de gases,
nosso planeta não teria vida, assim como a lua. A atmosfera nos dá
o ar que precisamos para respirar, nos fornece água potável para
beber e nos protege da radiação solar.
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A atmosfera pode ser dividida verticalmente em camadas em função de
suas características físicas e químicas, por exemplo, temperatura e
concentração de gases.
A atmosfera é subdividida nas seguintes camadas (Figura 1.3):
troposfera (camada onde ocorrem os fenômenos meteorológicos);
tropopausa (isotermia);
estratosfera (camada onde ocorre a absorção dos raios UV
pelo O3);
estratopausa;
mesosfera;
mesopausa;
termosfera.
Fonte: Pereira et al., 2002.
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Composição básica da atmosfera
Dois gases constituem a maior parte da atmosfera da Terra:
nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). Traços de Argônio, dióxido
de carbono e vapor d’agua compõem o restante.
Para Pereira et al (2002), esses gases são muito quentes, formando
correntes verticais ascendentes intensas, que atingem altitudes
elevadas, onde os ventos fluem à grande velocidade. Isso resulta em
dispersão dos gases e partículas vulcânicas na escala global,
afetando o ciclo natural dos gases atmosféricos, não apenas no
local de emissão. Felizmente, essas erupções são esporádicas e
aparentemente não cíclicas.
Quais os constituintes da atmosfera e quais suas camadas?
Os cientistas dividiram a atmosfera em quatro camadas de acordo com
a temperatura: troposfera, estratosfera, mesosfera,
termosfera.
Observe a figura 1.3. A temperatura cai à medida que se sobe na
troposfera, mas aumenta à medida que nos movemos pela camada
seguinte, a estratosfera. Outro aspecto importante é que quanto
mais longe da terra, a atmosfera fica mais fina.
Troposfera Esta é a camada da atmosfera mais próxima à
superfície da Terra, estendendo-se até cerca de 10-15 km acima da
superfície da Terra. Ela contém 75% da massa da atmosfera. A
troposfera é maior no equador do que nos pólos. Temperatura e
pressão caem a medida que a altura aumenta.
A tropopausa:
No topo da troposfera é a tropopausa, onde a temperatura atinge um
mínimo (estável). Alguns cientistas chamam a tropopausa uma
“armadilha fria” porque este é um ponto onde o vapor de água
ascendente não pode ir mais alto porque se transforma em gelo e é
preso. Se não houvesse nenhuma armadilha fria, a Terra perderia
toda a sua água!
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O aquecimento desigual das regiões da troposfera pelo Sol provoca
correntes de convecção e ventos. Ar quente da superfície da Terra
sobe e ar frio acima dele se locomove para substituí-lo. Quando o
ar quente atinge a tropopausa, ele não pode ir mais alto que o ar
acima dele (na estratosfera) porque é mais quente e mais leve.
impedindo a convecção do ar muito além da tropopausa. A tropopausa
age como uma barreira invisível e é a razão porque a maioria de
formação de nuvens e fenómenos meteorológicos ocorrem na
troposfera, incluindo o efeito estufa, que faleremos mais
adiante.
Estratosfera
Esta camada situa-se acima da troposfera e tem cerca de 35 km de
expessura. Estende-se desde cerca de 15 a 50 km acima da superfície
da Terra. A parte inferior da estratosfera tem uma temperatura
quase constante com a altura, mas na parte superior a temperatura
aumenta com a altitude devido à absorção da luz solar pelo
ozônio.
Este aumento da temperatura com a altitude é o opostoda situação
observada na troposfera.
A Camada de Ozônio: A estratosfera contém uma fina camada de
ozônio, que absorve a maior parte da radiação ultravioleta
prejudicial do sol. A camada de ozônio está sendo esgotado, e está
ficando mais fina a Europa, Ásia, América do Norte e da Antártida
--- “buracos” estão aparecendo na camada de ozônio. Trataremos com
mais
propriedades deste assunto na disciplina de Controle daPoluição
Atmosférica.
Mesosfera
Diretamente acima da estratosfera, estendendo 50-80 km acima da
superfície da Terra encontra-se a mesosfera é uma camada de ar frio
onde a temperatura geralmente
diminui com o aumento da altitude. Aqui na mesosfera,a atmosfera é
muito rarefeita, no entanto, grossa o
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Unidade 1
suficiente para absorver os meteoros que caem na atmosfera, onde se
queimam, deixando rastros de fogo no céu noturno.
Termosfera
A termosfera se estende de 80 km acima da superfície da Terra para
o espaço sideral. A temperatura é quente e pode ser tão elevada
como milhares de graus, Pois algumas moléculas que estão presentes
na termosfera recebem grandes quantidades de energia do sol.
No entanto, a termosfera seria realmente muito fria, por causa da
probabilidade de que essas moléculas poucos iriam colidir contra um
objeto neste ponto.
Dióxido de carbono representa apenas 0,0383% da atmosfera.
Literalmente uma gota na atmosfera. Na troposfera, o CO2 e o
vapor d’água são responsáveis pela manutenção da temperatura
principalmente na troposfera. Chamamos esta estabilização térmica
de efeito estufa, e é um fenômeno natural.
Parte dessa radiação infravermelha é capturada pela atmosfera,
aquecendo-a
A maioria da radiação é absorvida para aquecimento da
terra
Parte da energia é reemitida para a atmosfera na forma de radiação
infravermelha
Figura 1.4 - Ilustração da captura da radiação infravermelha pelo
CO2
Fonte: Morris, T. Fullerton College. Adaptada: 2008.
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O efeito estufa é um processo natural que mantém a temperatura
média da terra em torno de 14°C, ou seja, sempre existiu, mesmo
antes da Revolução Industrial. Porém, segundo Dow e Downing (2007),
as evidências de que as mudanças climáticas induzidas pelo homem já
estão acontecendo são bastante claras e o entendimento básico que a
física dos gases atmosféricos determina o equilíbrio energético do
planeta e afeta as temperaturas globais do planeta também já é
conhecido.
O Protocolo de Quioto é um tratado ambiental que tem como objetivo
estabilizar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) para a
atmosfera e assim reduzir o aquecimento global e seus possíveis
impactos. É considerado o tratado sobre meio ambiente de maior
importância lançado até hoje.
O acordo foi assinado em 1997 na cidade japonesa de Quioto e aberto
à adesão dos países membros da Convenção. Antes disso, uma série de
negociações já vinham sendo feitas desde a Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que aconteceu em Nova York,
em 1992.
O tratado visa a diminuição da emissão dos seguintesgases, que
colaboram para o agravamento do efeito estufa: perfluorcabono,
hexafluoreto de enxofre, metano, óxido nitroso, hidrofluorcarbono e
dióxido de carbono.
Os países signatários do Protocolo de Quioto foram divididos em
dois grupos, de acordo com seu nível de industrialização: os países
desenvolvidos e os países em desenvolvimento.
Os países desenvolvidos que ratificaram o tratado tem ocompromisso
de diminuir suas emissões de GEE em uma média de 5,2% em relação
aos níveis que emitiam em 1990. E tem um prazo final para cumprir a
meta: até 2012.
Já os países que não atingiram determinado nível de
desenvolvimento, não tem metas. Eles podem auxiliar na redução de
emissão desses gases, embora não tenham um compromisso legal de
redução até 2012. Essa redução de emissões pode ser feita
através de projetos devidamente registrados que
comercializemCertificados de Emissões Reduzidas (CERs) de
projetos.
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Unidade 1
Não podemos esquecer do vapor de água, que na atmosfera varia em
volume de aproximadamente 4%, dependendo do local do globo.
Portanto, em média, apenas cerca de 2-3% das moléculas no ar são as
moléculas de vapor d’água. A quantidade de vapor d’água no ar é
pequeno em áreas extremamente áridas e no local onde as
temperaturas são muito baixas (ou seja, regiões polares, de tempo
muito frio). O volume de vapor d’água é de cerca de 4% em locais
muito quentes e úmidos como os trópicos.
Por que não se pode ter mais que 4% de vapor d’água na
atmosfera?
É porque a temperatura estabelece um limite para a quantidade de
vapor d’água no ar. Mesmo no ar tropical, uma vez que quando
o volume de vapor d’água na atmosfera se aproxima de 4%, ele
começará a se condensar. A condensação de vapor de água evita que o
percentual de vapor de água no ar aumente.
Síntese
Nesta unidade, você estudou sobre os conceitos importantes
relacionados à climatologia e meteorologia. É essencial entender as
diferenças entre clima e tempo, as escalas dos fenômenos
atmosféricos, elementos e fatores climáticos e a composição da
atmosfera.
A atmosfera serve de imenso escudo que protege a Terra da
violência dos raios solares, absorvendo as radiações de ondas
curtas mais perniciosas. Além disso, a radiação solar é o principal
elemento controlador das variações tanto na escala diária como na
anual. Essas são variações que ocorrem com uma periodicidade
(ciclo) previsível.
Você estudou também sobre os efeitos do aumento de alguns gases
nocivos na atmosfera, que afetam o equilíbrio energético do planeta
e as temperaturas globais do planeta, o que também já é
conhecido.
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Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de
autoavaliação. O gabarito está disponível no final do livro
didático. Mas esforce-se para resolver as atividades sem ajuda do
gabarito, pois assim você estará promovendo (estimulando) a sua
aprendizagem.
1) Assinale a alternativa correta.
a) ( ) Tempo e clima são conceitualmente iguais.
b) ( ) Tempo é o estudo de dados estatísticos provenientes de
estações meteorológicas iguais.
c) ( ) Clima é o estudo dos eventos instantâneos ocorridos na
atmosfera.
d) ( ) Clima é o estudo da atmosfera considerando elementos
meteorológicos de uma série de anos.
e) ( ) Tempo é o estudo dos fatores climáticos.
2) Quais as escalas dos fenômenos meteorológicos?
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Unidade 1
3) De acordo com o que foi estudado nesta unidade, responda às
seguintes questões:
a) Qual o protocolo criado para estabelecer metas de redução dos
gases do efeito estufa?
b) Qual é a diferença entre a assinatura do protocolo e a
ratificação do protocolo?
c) Quais grandes países ainda não ratificaram o protocolo?
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4) Assista ao filme “O dia depois de amanhã” (The Day after
tomorrow , produzido pela Warner Bros.) e identifique:
a) Uma escala de fenômeno meteorológico.
b) Um erro conceitual.
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Saiba mais
Se você desejar, aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade
consultando as seguintes referências:
DOW, K.; DOWNING, T. E. O atlas da mudança climática .O
mapeamento completo do maior desafio do planeta. São Paulo:
Publifolha, 2007.
FERREIRA, A. G. Meteorologia prática. São Paulo: Oficina de textos,
2006.
MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia. Noções básicas e
climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.
PEREIRA, A. R.; ANGELOCCI, L. R.; SENTELHAS, P.
C. Agrometeorologia : fundamentos e aplicações práticas.
São Paulo: Agropecuária Ltda., 2002.
TUBELIS, A.; NASCIMENTO, F. J. L. do. Meteorologia
descritiva . São Paulo: Nobel, 1988.
VIANELLO, R. L.; ALVES, A. R. Meteorologia básica e
aplicações. Viçosa: Imprensa Universitária de Viçosa, 1991.
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Objetivos de aprendizagem Conhecer os movimentos
atmosféricos e sua relação
com a formação do clima e do tempo.
Compreender as consequências dos fenômenos El Niño e La
Niña.
Identificar as massas de ar e frentes de
deslocamento.
Seções de estudo
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Para início de estudo
Nesta unidade, você irá entender como a atmosfera semovimenta,
quais as consequências desse movimento e como são os ventos gerados
nesse processo. Além disso, entenderá por que o El Niño é um
fenômeno de escala global e que está mais ligado ao seu dia a dia
do que você imagina. Já na seção 2, você vai ver como os ventos
gerados pelos sistemas atmosféricos interagem nos sistemas
naturais.
Você vai entender que os movimentos gerais da atmosfera geram
na superfície do planeta outros movimentos localizados, queestão
interligados e são regidos pelas mesmas leis físicas dos grandes
movimentos. Em qualquer escala, o ar em movimento, impulsionado
pelas diferenças de pressão, ocasiona diferentes fenômenos
meteorológicos.
Seção 1 – Circulação geral da atmosfera
Estamos prontos para entender os movimentos de massa de ar em
escalas regionais e globais. O ar move ao longo de gradientes de
pressão a partir de condições de alta pressão para baixar a
pressão; ar quente sobe, ar frio desce, movimentos de ar são
influenciados também pelo movimento da própria Terra, bem
como outras forças. Como a Terra aquece de forma desigual, o calor
é deslocado de áreas quentes para áreas mais frias de acordo com as
leis da física. Este movimento do ar de escala global, que restaura
o equilíbrio de calor na Terra, é chamado de circulação geral da
atmosfera.
A causa dominante por trás do movimento do ar em condições quase
horizontais é o gradiente de pressão.
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Unidade 2
A força vertical exercida pela atmosfera sobre a superfície
terrestre é denominada de pressão atmosférica.
Para Pereira et al (2002), desta forma, pode-se inferir que a
atmosfera é mais expandida no equador e mais contraída nos polos. A
parte ensolarada da Terra (dia) também tem atmosfera mais espessa
que a parte escurecida (noite). A espessura da atmosfera
varia continuamente ao redor da Terra. Portanto, a região
equatorial sempre apresenta menor pressão atmosférica que os
polos.
É por esse motivo que, na superfície, as massas frias (alta
pressão) sempre avançam para as regiões mais aquecidas (baixa
pressão). Em altitude, a circulação é no sentido contrário,
formando uma célula. Esta movimentação redistribui a energia que
“sobra” no equador para as regiões polares.
Por essa descrição é que se afirma que uma parcela (volume de
controle) de ar está sujeita a três forças:
1. da gravidade – a força de atração gravitacional é sempre
direcionada no sentido do centro da Terra, prendendo a atmosfera ao
redor de sua superfície, sendo a principal responsável pela
pressão;
2. da flutuação térmica - a força devido à flutuação térmica
contribui significativamente para a variação da pressão local, e
sua contribuição pode ser tanto no sentido de aumentar como de
diminuir o valor da pressão. A contribuição é positiva quando a
superfície está fria, pois o ar em contato com ela também está
frio, e a força de flutuação térmica será direcionada para o centro
da Terra, aumentando a pressão;
3. do gradiente horizontal de pressão – se a superfície
estiver quente, o ar estará quente, e então essa força será
direcionada para cima, diminuindo a pressão na superfície. A
força, devido ao gradiente horizontal de pressão, é a
responsável pela movimentação da atmosfera
de uma região para outra.
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Como essas três forças atuam sobre a parcela de ar em qualquer
situação (repouso ou movimento), elas são denominadas de forças
primárias. No entanto, no momento que a massa de ar começa a se
movimentar aparecem duas outras forças denominadas secundárias.
Veja Figura 2.3 (PEREIRA et al, 2002).
Uma é a força devido ao atrito com a superfície. Ela é sempre
contrária ao sentido de movimentação, sendo resultante da
rugosidade da superfície; portanto, seu efeito é de desaceleração
do movimento. Outra é uma força aparente devido ao movimento de
rotação da Terra, denominada Força de Coriolis. Ela apenas
muda a trajetória da massa de ar sem modificar sua velocidade.
Figura 2.3 (PEREIRA et al, 2002).
Ainda para Pereira et al (2002), a força de Coriolis é sempre
perpendicular à direção do movimento, e no Hemisfério Sul desloca a
trajetória para a esquerda. No Hemisfério Norte, o deslocamento é
para a direita. Isso explica por que os redemoinhos giram em
sentidos diferentes nos dois hemisférios. É a força de Coriolis que
determina o movimento rotatório dos sistemas atmosféricos
(ciclones, anticiclones, tornados e furacões).
Para entender o efeito da força de Coriolis, imagine um avião
voando do Polo Sul para um ponto situado no equador. Como a Terra
gira de oeste para leste, a trajetória do avião será uma curva para
a esquerda, pois o ponto de destino se desloca para a
direita.
Figura 2.1 - Representação esquemática
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Figura 2.2 - Representação das células de circulação Fonte: UWSP,
2009.
Segundo a teoria de 3 células, a Terra é dividida em seis células
de circulação, três no Hemisfério Norte e três no hemisfério
sul.
(Figuras 2.1 e 2.2) . As linhas divisórias estão a 30° do
equador,latitudes Norte e Sul. A circulação geral do Hemisfério
Norte é similar a do Hemisfério Sul.
Primeiro, observe a célula tropical do Hemisfério Norte que fica
entre o equador e 30°de latitude Norte.
Convecções no equador faz em com que o ar quente suba nesta região.
Quando atinge a parte superior da troposfera, ela tende a
fluir em direção à Pólo Norte. No momento em que o ar atingiu 30°
N, o efeito Coriolis desvia o ar que passa a se mover para leste,
em vez de para o norte. Isto resulta numa região de convergência
perto de 30 °. Então ma corrente de ar descendente (subsidência) em
direção à superfície forma um cinturão de alta pressão.
Quando o ar descendente atinge a superfície onde ela flui
para fora (divergência), parte do ar flui e flui para os
pólostornar-se uma célula das latitudes médias.
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a outra parte dos fluxos vai em direção ao equador, onde é desviado
pela força de Coriolis e forma os ventos de nordeste.
Estas são as chamada células de Hadley.
A célula de latitude média (Ferrel) situam-se entre 30° e 60° de
latitude Norte ou Sul.
A célula polar fica entre 60° de latitude Norte e os Pólo Norte e
também Sul.
Figura 2.3 - Esquema demonstrando a força aparente de Coriolis
Fonte: Geomundo, 2009.
Assim, a força de Coriolis (F) modifica o sentido dos ventos,
defletindo-os para a esquerda no Hemisfério Sul e para a direita no
Hemisfério Norte, de acordo com a Figura 2.4, originando-se assim
os ventos predominantes em cada faixa. (PEREIRA et al, 2002).
Entre os trópicos e o equador - ALÍSIOS de NE (Hemisfério Norte) e
de SE (Hemisfério Sul).
Entre os trópicos e as regiões subpolares - ventos de
OESTE.
Regiões polares - ventos de LESTE.
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Unidade 2
Figura 2.4 - O efeito Coriolis. O gradiente de pressão de
superfície formado pelas áreas de alta (A) e baixa (B) pressão gera
ventos que são desviados para a esquerda (sentido anti-horário), no
Hemisfério Sul e para a direita (sentido horário) no Hemisfério
Norte.
Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira, 2007.
Nas regiões de transição das células de circulação, normalmente,
ocorrem calmarias. Na região equatorial, onde os ventos alísios dos
dois hemisférios convergem, forma-se a Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT). Há também a formação da Zona de
Convergência Extratropical (ZCET), onde ocorre a convergênciados
ventos de leste e de oeste. (PEREIRA et al, 2002).
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) - elevação do ar
quente e úmido, pouco vento, formação de nuvens e chuva
convectiva.
Zona de Convergência Extratropical (ZCET) - encontro do ar
frio e seco com ar quente e úmido,
originando os sistemas frontais.
Ciclones e anticiclones
Um ciclone (centro de baixas pressões) é uma região em que o ar
relativamente quente se eleva e favorece a formação de nuvens e
precipitação. Por isso, tempo nublado, chuva e vento forte
estão
normalmente associados a centros de baixas pressões. Figura 2.4
A.
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Um anticiclone (ou centro de altas pressões) é uma região em que o
ar desce e suprime os movimentos ascendentes necessários à formação
de nuvens e precipitação. Por isso é associado a bom tempo (seco e
sem nuvens): quente e seco no verão e frio com céu limpo no
inverno. Figura 2.4 B.
Um centro de alta pressão, ou seja, um centro “exportador” de
vento tem circulação anti-horária no Hemisfério Sul, caracterizando
um anticiclone.
Ciclones tropicais
A atmosfera das regiões tropicais apresenta movimentos
turbilhonadores do ar em larga escala espacial, em torno de um
centro de baixas pressões, geralmente acompanhados de ventos
velozes e de fortes chuvas, que se formam sobre os oceanos,
denominados ciclones tropicais.
Esse fenômeno pode receber denominações regionais
muitoparticulares, como hurricane ou furacão no Atlântico Norte, ou
tufão no extremo oriente e noroeste do Oceano Pacífico.
Os ciclones formam-se depois que os raios do Sol incidem durante
vários dias sobre o oceano, provocando o aquecimento da massa de ar
situada próximo de sua superfície líquida, quando a sua umidade se
eleva. Quanto mais ar quente e úmido sobe, mais a temperatura
diminui, o que favorece a condensação do
vapor em gotas de chuva para formar as nuvens e a consequente
liberação de calor latente para o ar nesse momento. Quanto mais
umidade e calor existirem, mais evaporação irá ocorrer, o que
poderia provocar o surgimento de várias centenas de
tempestades.
O ciclone caracteriza-se pela transformação de uma gigantesca
quantidade de energia calorífica em movimento circular ao redor de
um centro de baixas pressões, em associação com a força de Coriolis
e a força centrífuga da perturbação (fluxos horizontais).
Movimentos de ascendência e subsidência (fluxos verticais) fornecem
a energia necessária ao ciclone, bem como facilitam e aumentam a
transformação de calor em movimento (Figura 2.5).
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Unidade 2
Figura 2.5 - Estrutura de um furacão (No Hemisfério Norte, as setas
de circulação horizontal abaixo representam o movimento da força
centrífuga de perturbação, evidenciando movimento no sentido
anti-horário. As setas superiores indicam o movimento dos ventos
seguindo a força aparente de Coriolis, no sentido horário).
Fonte: Thinkquest Library, 2009.
No interior dos furacões, os ventos variam de 117 km/h a 300 km/h.
Segundo a sua intensidade, o diâmetro do furacão pode atingir os
2.000 quilômetros e se deslocar por vários milhares de
quilômetros.
Alguns se deslocam à velocidade de 20 a 25km/h, apesar
da velocidade excessiva dos ventos que o fazem girar (Figura
2.6).
Figura 2.6 - Imagem do Furacão Catarina, obtida no dia 27/03/2004,
pelo sensor MODIS do satélite Terra Fonte: INPE, 2008 (apud NASA,
2007).
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Corrente de jato
A presença de massas quentes situadas sobre o continente resiste a
essa tentativa de avanço das massas frias, empurrando-as para
o oceano Atlântico. Algumas vezes, as massas frias avançam
rapidamente pela Cordilheira dos Andes, empurrando a massa
continental quente para norte e mesmo leste, chegando até a
Amazônia ocidental. Esses avanços causam as chamadas
friagens na Amazônia. Quando elas acontecem, significa que a
massa de ar fria é muito forte, e geralmente provoca ocorrências de
geadas na região Sudeste. (PEREIRA et al, 2002).
As correntes de Jato são ventos fortes concentrados em uma corrente
tubular e relativamente estreita na troposfera superior, situada
nas latitudes médias e regiões subtropicais dos dois hemisférios,
Norte e Sul. Seu fluxo vai de oeste para leste, as Correntes de
Jato são causadas pelas diferenças da temperatura do ar em
localidades vizinhas.
A posição do jet stream varia continuamente fazendo com
que as frentes frias avancem mais ou menos pelo continente.
Algumas vezes, a posição do jet stream bloqueia o avanço
damassa fria, tornando-a estacionária sobre uma região por alguns
dias, causando excessos de chuvas na região do bloqueio e de
estiagem nas áreas imediatamente acima dessa região. Isso explica,
por exemplo, as enchentes ora no Rio Grande do Sul e Santa
Catarina, ora no Paraná e São Paulo, ora mais acima. (PEREIRA et
al, 2002).
El Niño e La Niña
Um fenômeno de extrema importância não apenas meteorológico, mas
também econômico, é o El Niño - Oscilação Sul (ENOS). Até a década
de 1950, o fenômeno ENOS só despertava a atenção dos pescadores da
costa do Peru, Equador, norte do Chile e daqueles que sobreviviam
da coleta de “guano”, rico fertilizante produzido por pássaros
marítimos que habitam a costa daqueles países.
Esses pescadores puderam perceber que a elevação do nível do mar e
de sua temperatura reduzia a quantidade de peixes e
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Unidade 2
também a produção do fertilizante natural. Como esse fenômeno era
mais intenso na época do Natal, os pescadores batizaram-no de El
Niño, como referência ao nascimento do menino Jesus.
Os ventos que sopram pela superfície do oceano pacífico são
conhecidas como Ventos alísios e sopram de leste para oeste, e
assim estes ventos vão levando água da superfície oceânica da
américa do sul em direção a Indonésia e a Austrália. No alto da
atmosfera os ventos se movem em sentido oposto, tendo como
resultado um sistema de circulação de ar.
O oceano pacífico absorve uma grande quantidade de calor
proveniente da radiação solar aumentando a temperatura da
superfície oceânica. Estas água mais quentes são então empurradas
para oeste pelos ventos alísios, acumulando-se na costa da
Indonésia e ao Norte da Austrália. Neste ponto o ar mais úmido e
quente se eleva formando nuvens de chuva. Esta massa de ar volta a
costa da américa do sul descendo seca e fria. Chamamos este
movimento de células de Walker.
Esta é uma das maneiras em que o movimento das águas afeta o
clima. Por isso países como o Peru e Equador permanecem secose com
baixas temperaturas e a Indonésia e Norte da Austrália recebem
calor e chuvas, que determinam seu clima tropical.
Porém o fenômeno conhecido como El Niño, pode alterar radicalmente
estes movimentos. O El Niño se inicia como um rápido declínio na
força dos ventos Alísios. Então o sistema de circulação atmosférico
é interrompido. As águas do oceano Pacífico já não são mais
transportadas de leste para oeste,
movendo-se agora para a América do Sul. Esta água mais quente se
acumula na costa da américa do sul. O ar quente se eleva,
condensa-se aumentando a precipitação no Peru e Equador. De outro
modo, as águas na costa da Indonésia e Austrália, diminuem a
temperatura, dando inicio ao um clima mais frio e seco. Assim o El
Niño é conhecido pelo aquecimento anormal das água do pacífico
próximas a costa da américa do sul.
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A atmosfera que se eleva (por convecção) na costa da Austrália (com
chuvas) tende a descer seca (sem chuvas) na costa do Peru. Esse
padrão é tomado como
“normal” para a circulação atmosférica naquela região(Figura
2.7).
Toda esta circulação se conecta fazendo com que o clima se
altere em todo o globo terrestre. Assim consequências como chuvas e
inundações nos Estados Unidos e Sul do Brasil, estão interligados
com as secas no Norte da Austrália, como pode ser observado na
Figura 2.8.
O fenômeno do El Niño ocorre com uma frequência irregular,
normalmente em intervalos de 3 a 5 anos.
Já o fenômeno La Niña, ocorre quando os ventos Alísios sopram
com maior força que normalmente, de leste para oeste, ocorrendo
portanto um maior acúmulo de água quente na costa Australiana e da
Indonésia. Resultando numa maior quantidade e frequência das
precipitações. O Peru e equador experimentam um clima
muito mais frio e seco. Não se sabe com precisão o que desencadeia
o fenomeno El Niño e la Niña. Acredita-se que são partes de ciclos
climáticos, mas há evidências que as ocorrências estão se tornando
mais freqüentes.
Com o desenvolvimento e uso de satélites meteorológicos, ficou mais
fácil medir a temperatura dos oceanos e acompanhar o deslocamento
dos grandes sistemas circulatórios. Como decorrência, começou-se a
associar a ocorrência do El Niño com anomalias meteorológicas em
outras regiões do mundo (teleconexões). (PEREIRA et al,
2002).
Em função da posição de ocorrência, o El Niño afeta diretamente a
posição do jet stream e a ocorrência de inundações e
secas, como fora descrito. Logo, para a região Sudeste do Brasil,
El Niño pode
significar tanto excesso como falta de chuvas. Para outros locais,
asinfluências podem ser mais marcantes e nem sempre
desfavoráveis.
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Unidade 2
O fenômeno oposto a El Niño é La Niña, conforme mostra a Figura
2.9, que se caracteriza pelo resfriamento além do normal das águas
do Oceano Pacífico. As consequências desse fenômeno no clima do
Brasil são a intensificação das chuvas no Nordeste e secas no Sul
do país. No estado de São Paulo, as consequências dos fenômenos El
Niño e La Niña não são bem definidas, por estar na região Sudeste
numa zona de transição, onde as consequências dos fenômenos são
moduladas também pelas variações da temperatura do oceano
Atlântico, de onde provém o vapor d’água trazido pelos ventos
alísios de SE.
Figura 2.7 - Esquema do fenômeno El Niño Fonte: CPTEC/INPE.
Figura 2.8 - Esquema aproximado dos efeitos do El Niño nos diversos
continentes Fonte: CPTEC/INPE.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Em função da posição de ocorrência, o El Nino afeta diretamente a
posição do Jet stream e a ocorrência de inundações e
secas, como fora descrito. Logo,para a região Sudeste do Brasil, El
Nino pode significar tanto excesso como falta de chuvas. Para
outros locais, as influências podem ser mais marcantes e nem sempre
desfavoráveis. (PEREIRA et al, 2002).
Assim, ao analisar as Figuras 2.7, 2.8 e 2.9, é possível
compreender
a importância do estudo do movimento da atmosfera e como
estemovimento é importante para as formações climáticas atuais e as
variações temporais percebidas diariamente.
Colombia, Venezuela, Guiana, Suriname,
Guiana Francesa
Redução das precipitações na maior parte do ano, com exceção dos
meses de março a junho que aparentemente não são afetados. A
exceção é a costa pacífica da Colômbia que recebe chuvas intensas
no verão.
Equador, Peru,
Bolívia, Chile
Chuvas intensas nos meses de verão sobre a costa ocidental da
América do Sul, que afetam as costas do Equador e do norte do Perú.
Secas nos meses de verão sobre as regiões andinas do Equador, Peru
e Bolívia. Chuvas intensas sobre a região central e sul do Chile na
estação de inverno.
Centro Oeste
Não há evidência de efeitos
pronunciados nas chuvas desta região. Tendências de chuvas acima da
média e temperaturas mais altas no sul do MS.
Norte
Secas de moderadas a intensas no norte e leste da Amazônia. Aumento
da probabilidade de incêndios florestais, principalmente em áreas
de florestas degradadas.
Nordeste
Como o leste da Amazônia, secas de diversas intensidades no
norte do Nordeste ocorrem durante a estação chuvosa de fevereiro a
maio. Sul e oeste do Nordeste não são
significativamente afetados.
substancial aumento das temperaturas neste inverno. Não há padrão
característico de mudança das chuvas.
Argentina, Paraguai, Uruguai
Precipitações acima da média no nordeste da Argentina, Uruguai e
Paraguai, principalmente na primavera e verão.
Sul
Precipitações abundantes, principalmente na
primavera e chuvas intensas de maio a julho. Aumento na temperatura
média.
Figura 2.9 - Efeitos do fenômeno El Niño/Oscilação Sul (ENOS) na
América do Sul Fonte: CPTEC/INPE.
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Seção 2 – Estrutura vertical dos ventos
O Ar nunca está parado, então o ar em movimento é chamado de
vento. Quando mal sentimos o vento, chamamos de brisa. Porém
os ventos podem ficar muito mais fortes, afetando a superfície
da terra.
Os ventos surgem pelas diferenças nas pressões atmosféricas, como
já vimos no inicio desta unidade. As zonas de alta pressão são
regiões exportadores de ventos e as zonas de baixa pressão são
regiões receptoras.
Pode-se analogamente representar este processo como um balcão
cheio de ar. O ar sempre tenta escapar, pois dentro do balão
apressão é maior. Este ar que escapa cria uma corrente de pressão,
que é o vento.
A mesma coisa acontece na terra. Os ventos sopram de áreas de alta
pressão para áreas de baixa pressão, sempre de cima para baixo. É
como se tentassem equilibrar as pressões. Sendo assim os ventos
deveriam se deslocar em linha reta, mas outro fator os faz
deslocar. É a força aparente de Coriolis.
Em geral na escala de todo o Planeta, os ventos tendem a levar ar
frio em direção ao Equador e ar quente em direção aos polos. Assim
os ventos tem um papel muito importante na determinação dos climas.
Eles também transportam umidade na forma de nuvens, que após a
precipitação, torna toda a vida no planeta possível.
Quanto mais rugosa for a composição da superfície, maior será sua
influência sobre os ventos. A velocidade é menor junto à
superfície,
mas a presença dos obstáculos cria redemoinhos que são
proporcionais ao seu tamanho. A ocorrência de redemoinhos
caracteriza escoamento turbulento (caótico). Por exemplo, uma
cidade cria mais turbulência com seus arranha-céus que uma
floresta; mas essa cria mais turbulência que um canavial, e assim
sucessivamente. Esse tipo de turbulência dizemos que é de origem
mecânica.
À medida que o Sol vai aquecendo a superfície,
aparece uma força de flutuação térmica que estimula o
aparecimento de ventos.
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Conheça a seguir os ventos, suas origens e características:
a) Ventos locais - a circulação geral da atmosfera, discutida no
item anterior, modifica-se acentuadamente na escala de tempo
e espaço, devido ao aquecimento diferenciado entre continentes e
oceanos, configuração de encostas, sistemas orográficos e
topografia. Assim, os ventos de superfície, que são função da
circulação geral da atmosfera, podem ser modificados pelas
circulações em menor escala, variando tanto diária como
sazonalmente. (PEREIRA et al, 2002).
b) Brisas marítima: A brisa marítima é um fenômeno
diário, sopra do mar para a terra durante o dia e em sentido
contrário à noite. Durante o dia a temperatura da terra se eleva
mais rapidamente que a da água. Isso acontece porque o calor
específico da água é maior que o da terra. Ou seja, é necessário
maior quantidade de calor para elevar de 1º C a temperatura de
certa massa de água, do que elevar de 1º C a temperatura da mesma
massa de areia. As camadas de ar que estão em contato com a areia
se aquecem mais, ficam menos densas e sobem. Seu lugar é ocupado
pelo ar frio que está em contato com a água.
Surge assim uma brisa, do mar para a praia. (Figura 2.10 a.) À
noite, o movimento se inverte. Devido, ainda, aos diferentes
valores de calor específico, a terra esfria mais rapidamente.
A água demora mais para esfriar. Assim, à noite, o ar mais quente é
o que está em contato com a água. Por ser menos denso, ele sobe,
dando lugar ao ar mais frio que está em contato com a praia.
Produz-se então a brisa da terra para o mar. (Figura 2.10 b.)
Figura 2.10 - Representação esquemática das brisas marítima (a) e
terrestre (b) Fonte: Pereira et al., 2002.
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c) Brisas de montanha e de vale - ocorrem devido às diferenças de
temperatura entre pontos em distintas situações de relevo. Durante
o dia, forma-se a brisa de vale (anabática), porque em
virtude do aquecimento a tendência do ar é subir (Figura
2.11a). Durante a noite, forma-se a brisa de
montanha (catabática), em decorrência do escoamento do
ar frio, mais denso, para as baixadas (Figura 2.11b). (PEREIRA et
al, 2002).
Figura 2.11 - Representação esquemática das brisas de vale, durante
o dia (a), e de montanha, durante a noite (b) Fonte: Pereira,
2002.
d) Vento Foehn: O vento Foehn é característico das zonas
montanhosas, como as Montanhas Rochosas e dos Alpes. O vento
é um vento quente e seco que sopra descer a encosta oriental da
maioria das montanhas.
À medida que sobe e esfria o vapor de água que transporta começa a
condensar, resultando em chuva forte ou neve nas encostas de
barlavento. Quando isso acontece, algum calor é adicionado ao
sistema, chamado de calor latente de condensação (Figura
2.12).
Este vento Foehn tem muitos nomes, como por exemplo, o vento das
Montanhas Rochosas na América do Norte que é chamado de vento
Chinook.
Figura 2.12 - Ventos Foehn ou Chinook Fonte: Pereira et al.,
2002.
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As circulações atmosféricas ocorrem continuamente sore a superfície
terrestre. No entanto sobre algumas regiões do
globo há acúmulo de massas de ar. Essas massas adquirem
características próprias de temperatura e umidade relativas a
superfície e as propaga por toda a sua extensão vertical
constituindo um imenso bloco de ar com propriedades mais ou menos
uniformes em cada nível atmosférico.
As massas de ar classificam-se de acordo com a região de origem,
com a temperatura e com a umidade.
Quanto a região de origem, de acordo com a latitude se sua
formação, uma massa de ar pode ser:
Equatorial (E)
Tropical (T)
Polar(P)
Ártica(A)
Antártica(A)
As massas de ar tropicais são semi-estacionárias e apresentam as
condições de tempo predominantes nos países que possuem clima
tropical, como o Brasil.
Já as massas de ar Antárticas, dão origem as massas de ar
Polares,
cujos deslocamento provocam grandes alterações de tempo em nosso
País.
Quanto a temperatura uma massa de ar é classificada como quente (W)
ou fria (K), de acordo com o contraste térmico com a superfície
sobre a qual se desloca.
A permanência das massas de ar em regiões cobertas de terra ou água
fazem com que elas sejam chamadas de continental ou
marítimas. Geralmente as continentais são secas e as marítimas são
úmidas.
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Unidade 2
Principais tipos de massas de ar sobre a América do Sul:
cE (equatorial continental) - forma-se na região amazônica
(quente e úmida), causando chuvas;
mE (equatorial marítima) - forma-se sobre o oceano,
causando chuvas;
cT (tropical continental) - forma-se na região do Chaco
(quente e seca), causa poucas chuvas;
mT (tropical marítima) - forma-se sobre os oceanos e
causa poucas chuvas;
mP (polar marítima) - forma-se na região subantártica
(fria e seca), causa chuvas frontais;
cA (antártica continental) - forma-se na região Antártica
durante todo o ano.
Frentes de ar: Uma frente é definida como a fronteira entre duas
massas de ar de diferentes temperatura e densidade. Elas não se
misturam (imediatamente) devido às suas diferentes densidades. Em
vez de se misturarem, a massa de ar mais leve e com temperatura
mais elevada sobe sobre a massa mais fria e mais densa; a frente é
a região de transição entre elas.
As frentes fazem-se sempre acompanhar por nuvens de todos ostipos
e, frequentemente, por precipitação. Quando uma frente passa sobre
uma região verificam-se alterações na direção e intensidade vento,
pressão atmosférica e humidade do ar.
Existem quatro tipos de frentes:
frente fria;
frente quente;
frente oclusa;
frente estacionária.
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O tipo de frente depende da direção do movimento da frente e das
características das massas de ar.
Frente fria:
As frentes frias ocorrem quando uma massa de ar mais fria substitui
outra mais quente. Na frente fria a massa de ar frio segue a massa
de ar quente e, pelo fato da massa de ar frio ser mais densa,
empurra a massa de ar quente, obrigando-a a subir.
Ao subir, o ar quente esfria, condensa e as nuvens começam a
formar-se. A precipitação que ocorre associada às frentes frias é
habitualmente intensa, sobre uma pequena extensão (50-70 km) e de
pequena duração. O motivo é que a subida do ar quente é mais rápida
devido à ação de corte do ar frio, na parte inferior.
Desta forma, formam-se nuvens cumuliformes enquanto que
precipitação na forma de chuva ou granizo, tempestades e tornados
podem ocorrer.
O ar atrás de uma frente fria está a uma temperatura mais baixa e
mais seco que o ar à sua frente (Figura 2.13).
Figura 2.13 - Frente Fria com formação de precipitação Fonte: Mota,
2010.
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Frente Quente:
As frentes quentes ocorrem quando uma mass