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Luana Sicuro CorrêaDpto de Pediatria
Faculdade de Ciências Médicas- UERJ
Como dengue é transmitida?
Quantas vezes a mesma pessoa pode ter dengue?
Dengue é uma doença grave?
Quais os principais sinais de dengue grave
Qual a principal alteração laboratorial da dengue grave?
Como se trata dengue?
Como prevenir dengue?
1) Criança, 9 meses, com 2 dias de febre de até 39º, chorosa, irritada com hiporexia.
2) Criança com 2 anos, 4 dias de febre de até 38,8oC, prostrada, com coriza nasal, 2 episódios de vômitos, sem outras alterações ao exame físico.
3) Criança de 3 anos e 6 meses com febre há 2 dias, võmito, diarréia, com petéquias em face.
4) Criança, 5 anos, com 5 dias de febre e mal estar e início hoje de rash maculopapular pruriginoso em tronco e membros.
5) Criança de 8 anos com 3 dias de febre, h0je afebril, porém mais prostrada, com dor abdominal e 5 episódios de vômito.
6)Criança de 11 anos com febre há 4 dias, de até 39,5oC, dor no corpo, dor retroorbitária, prostração e odinofagia.
7) Criança com 1 ano e 7 meses, 3 dias de febre, sonolenta, com extremidades frias e taquipneia.
Doença febril aguda causada por um vírus RNA, do gênero Flavivírus
São reconhecidos quatro sorotipos (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4)
20 mil/ano morrem em consequência da doença.
Aedes aegypti, principal mosquito vetor: primeiras horas da manhã
e nas últimas da tarde
• Pandemia mundial
Centers for Disease Control and Prevention: Dengue. Available at http://www.cdc.gov/NCIDOD/DVBID/DENGUE. Accessed August 2011
• Séc I: Deonça descrita em enciclopédia chinesa
• Primeiros relatos de epidemias: Ásia e Àfrica no século XVIII
Desde 2a GuerraMundial : disseminação geográfica progressiva do vírus
Últimos 50 anos: prevalência de Dengue 30x
Centers for Disease Control and Prevention: Dengue. Available at http://www.cdc.gov/ .NCIDOD/DVBID/DENGUE. Accessed August 2011
Brasil, Ministério da Saúde , Secretaria de vigilância em Saúde, Departamento de vigilância epidemiológica. [homepage na internet] Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de Dengue.
DENV-1 chega à Região Metropolitana do Rio de Janeiro>> Epidemia de febre clássica
1986 1990 2000
DENV-1e DENV-2 (cuja circulação foi confirmada com a ocorrência de casos de dengue hemorrágico) >> nova epidemia
DENV-3 foi isolado pela primeira vez no estado >>
2007
Reintrodução do DENV-2 >> Epidemia em 2008
DENV-4 foi detectado pela
primeira vez no Estado do Rio de
Janeiro >> 1º caso do Sudeste
2011
• 2008:migração de gravidade para as crianças:
mais de 50% dos pacientes internados▪ eram crianças
Faixa etária pediátrica: • vem sendo mais acometida • frequente apresentação de formas graves
Brasil, Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Coordenação-Geral do Programa Nacional de Controle da Dengue . Dengue : diagnóstico e manejo clínico em criança. 2011
Crianças: Sintomas semelhantes a doenças comuns na infância
Menos sintomáticas que adultos
Irritabilidade como expressão de mialgia, cefaleia, dores articulares.
Sintomas atípicos: respiratórios, diarreia, encefalopatia
Sangramentos são pouco comuns
Evolução mais rápida para fase crítica
Suspeita: proveniente de área endêmica com quadro febril sem sinais de localização da doença ou na ausência de sintomas respiratórios
Terapia de rehidratação intravenosa: pode reduzir a letalidade para menos de 1% dos casos graves. (WHO 2009).
Alta letalidade no Brasil: 6,1 % Fonte: SINAN/ SES
Conhecer sua classificação
Reconhecer precocemente a
doençaCompreender as
alterações clínicas nas suas diferentes
fases
Adoção de conduta correta em tempo
hábil conforme classificação de
risco do paciente
Amplo espectro clínico
Evolução contínua de gravidade
Infecção assintomática e não específica
choque
endotelio - plaquetas fígado - médula ósea
ganglios linfáticos - baço coração - cérebro - pulmão
VIRUS
morte celularpor APOPTOSE
LINF T CITOTÓXICO
indução de APOPTOSE
MONOCITO
CITOQUI NASIL2, CD8, IFN, TNF, IL10 e
ANTICORPOS
reação cruzada
proteínasdo hospedeiro
COMPLEMENTO
anafilatoxinas
Incubação 2 a 7 dias (máximo 15 dias)
Fase febril: 2 a 7 dias sintomas inespecíficos
Resolução Fase crítica
de permeabilidade capilar
Teoria Sequencial
o Ac pré-existentes x resposta exacerbada:
Infecção prévia Anticorpos maternos
▪ 40- 80 x mais chance de dengue grave
Resposta a Ac heterológos mais cels apresentando Ag viral rápido de linf T ativados ineficazes produção de gde quantidade citocina exacerba
resposta por Ac +
Reação cruzada de cels T Cels de memória para outro sorotipo estimuladas
+ componente auto-imume
+ Sistema Complemento
Desregulação imunológica: Resposta patológica
Nielsen DG. The relationship of interacting immunological components indengue pathogenesis VirologyJournal 2009, 6:211
Guzmán, Kourí. Lancet. 2: 33-42, 2002, Pinheiro and Chuit, OPAS/OMS- fev.2002
DHF
Virais
Individuais.Idade .Nutricão .Infecção 2ária
Última infecção(3m a 5anos).Doençade base
.Alta densi-dade vetor
Resistência.Circulação viral: 4 tipos.Hiperende-micidade
• Virulência da Cepa / sorotipo• Nível de viremia
Reação inflamatória
Extravasamento capilar
hemoconcentração ( Ht) , derrames cavitários, hipovolemia
CHOQUE
Sangramentos Lesão de órgão alvo
1 2 3 4 5 6 7 8 9
40
Viremia
Fases Doença Febril Crítica Recuperação
Choque Sangramento
Reabsorção
Risco de Sobrecarga de líquidos
Desidratação
Dano orgânico
Dia da Doença
Temperatura
Manifestações Clínicas
Laboratório Inespecífico
Laboratório Específico
Plaquetas
Hematócrito
Extravasamento Plasmático
Ac IgM
Dengue – Fases da Doença
MS Cefaléia Dor retroorbitária Mialgia Artralgia Prostração Exantema (50%)Associados ou não à
hemorragias
OMS/SESDECOMS/SESDEC Náuseas Vômitos Prova do laço positiva Leucopenia Qualquer sinal de alarme Em lactentes: sonolência,
irritabilidade,choro persistente
Doença febril aguda,duração máxima de 7 dias acompanhada de pelo menos 2 dos sinais ou sintomas::
Em menores de 5 anos: Síndrome febril inespecífica
.Sonolência .Apatia
.Choro persistente .Irritabilidade
.Recusa alimentar .Vômitos
.Diarréia ou fezes amolecidas
. Odinofagia, Hiperemia OF e conjuntival
Crianças em área endêmica: quadro febril, sem sinais de localização ou na ausência de sintomas respiratórios = caso suspeito
Fase febril outros sintomas:
Hemorragias leves: .petéquias, equimoses .prova do laço positiva Bradicardia relativa:
. dissociação com febre Aumento e dor à palpação Aumento e dor à palpação
do fígdo fíg
Alterações laboratorial:
▪ Leucopenia progressiva
▪ Plaquetopenia
Doenças exantemáticas: exantema da dengue:
▪ maculo-papular, atingindo face, tronco e membros de forma aditiva, nao poupando plantas de pes e maos, frequentemente no desaparecimentoda febre.
Doenças Febris Agudas: enteroviroses,viroses respiratórias,hepatites,malária, febre tifóde, meningite
Síndromes febris hemorrágicas: febre amarela, leptospirose, malária, riquetsioses e púrpuras
Sindrome dolorosa abdominal
Sindrome do choque
Sindrome meningea: meningites virais, meningite bacteriana e encefalite.
Fase crítica
terceiro ao quinto dia de doença queda do estado geral no primeiro ou segundo
dia afebril Pode haver fase crítica com febre Sintomas decorrentes do extravasamento
plasmático▪ Sinais de alarme
Sintomas decorrentes do extravasamento plasmático
hepatomegalia dor abdominal derrame pleural ascite hipoalbuminemia pressão arterial convergentepulso fino extremidades frias oligúria
O aumento do hematócrito é a alteração laboratorial que reflete este processo
Lesão de órgão alvo:HepatiteEncefaliteMiocarditePulmão Intestino Pâncreas
Sangramentos significativos: hematêmese, melena e hematoquesia, hematúria, metrorragia Não são comuns em crianças
New Engl J Med 366, 12 de abril de 2012
IgM infecundária : ou ausentes
Ig G inf secundária : níveis desde a fase aguda e muito após
Pesquisar: Cronologia dos sintomas Exame físico cuidadoso:
▪ Avaliação dos sinais vitais▪ Hidratação▪ Ausculta respiratória▪ Prova do l ço▪ PA e enchimento capilar ▪ Edemas ▪ Hepatomegalia▪ Sinais de sangramento▪ Avaliação neurológica
Historia epidemiológica Historia de dengue
anterior. Doenças crônica
Avaliando o risco de gravidade
• Classificação de formas clínicas• Padronização de classificação de risco
Medidas para facilitar o reconhecimento dos pacientes potencialmente graves.
define prioridade no atendimento determina de em que nível de assistência o paciente deve ser tratado.
Para o manejo clínico dos casos:
O manejo adequado dos pacientes depende: do reconhecimento precoce dos sinais de alarme do acompanhamento continuo do reestadiamento dos casos (dinâmico e contínuo) da pronta reposição volêmica
Objetivo Prevenção do choque
““
Aliviar dor Controlar a febre Evitar administração de drogas que
agravem a doença: aspirina e anti-inflamatórios não hormonais
Hidratação adequada
Ausência de sinais de alarme.
Prova do laço negativo e ausência de manifestações hemorrágicas espontâneas.
Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais.
Hemograma a critério médico Não há hemoconcentração nem queda abrupta de
plaquetas
Hidratação oral. Analgésicos Antieméticos. Antipruriginosos
Acompanhamento ambulatorial: Retorno de imediato na presença de sinais de alarme
ou no fim do período febril
Adultos: 80 ml/kg/dia sendo 1/3 com solução salina e no 2/3 restantes, orientar a ingestão de líquidos
caseiros
Crianças : hidratação precoce e abundante com soro de reidratação oral (um terço das
necessidades basais), oferecido com frequência sistemática
+ líquidos caseiros: < 2 anos – 50 – 100 ml por vez > 2 anos – 100 – 200 ml por vez
Ausência de sinais de alarme. Com sangramento de pele espontâneo
(petéquias) ou induzido (prova do laço +).
Condições clinicas especiais e/ou de risco social: lactentes(menores de 2 anos), gestantes,
idosos,adultos com hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, DPOC, doenças hematológicas crônicas), doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças auto-imunes
Hemograma completo para todos os pacientes: Hemoconcentração: sinal de alteração de permeabilidade
vascular
A plaquetopenia não constitui necessariamente fator de risco internação se < 20000
Hto Aumentado
Criança > 42 %
Mulheres > 44 %
Homens > 50%
Aumento do valor habitual acima de 10%
Hematócrito normal tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária.
Hematócrito aumentado Hidratação oral supervisionada adultos: 80 ml/kg/dia - 1/3 do volume administrado em 4 a 6h
na forma de solução salina isotônica crianças: oferecer soro de rehidratação oral (50-100 ml/kg
em 4 horas). Se necessário, hidratação venosa: soro fisiológico ou Ringer
Lactato – 40 ml/kg em 4 horas. Em caso de vômitos e recusa da ingestão do soro
oral:hidratação venosa.
Reavaliação clinica e de hematócrito em 4 horas
Presença de algum sinal de alarme.
Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes.
Hidratação venosa rápida, inclusive durante
eventual transferência para uma unidade de referência.
Exames: Hemograma completo. Dosagem de albumina sérica e
transaminases. Exames de imagem recomendados:
radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e ultrassonografia de abdome.
Fase de expansão: soro fisiológico ou Ringer Lactato: 20ml/kg/h em duas horas, até três vezes.
Reavaliação clínica e de hematócrito em 2 horas (após a etapa de hidratação).
Repetir fase de expansão até três vezes, se não houver melhora.
Se houver melhora: fase de manutenção: necessidade hídrica basal, segundo a regra de Holliday-
Segar.▪ - Até 10 kg: 100 ml/kg/dia;▪ - 10 a 20 kg: 1.000 ml+50 ml/kg/dia para cada kg acima
de 10 kg;▪ - Acima de 20 kg: 1.500 ml+20 ml/kg/dia para cada kg
acima de 20 kg;▪ - Sódio: 3 mEq em 100 ml de solução ou 2 a 3 mEq/kg/dia;▪ - Potássio: 2 mEq em 100ml de solução ou 2 a 5
mEq/kg/dia.
Fase de reposição de perdas estimadas (fuga capilar):▪ SF 0,9% ou Ringer lactato 50% das necessidades hídricas
basais, em Y com dupla via ou em dois diferentes acessos.
Presença de sinais de choque, desconforto respiratório ou disfunção grave de órgaos.
Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes.
Sinais de choque pressão arterial convergente (PA diferencial ≤ 20
mmHg); extremidades frias, cianose; pulso rápido e fino; enchimento capilar lento (> 2 segundos) hipotensão
▪ > 1 ano: PA s < Id x 2 + 70; > 12 anos: PA s < 90
Hidratação IV imediatamente20ml/Kg em 20 minutos, repetir até 3XReavaliação clínica a cada 15-20 min e hematócrito à
cada 2hSe melhora – conduzir como grupo CSe resposta inadequada – 2 possibilidades
Hematócrito em elevação – utilizar expansores plasmáticos(colóides sintéticos)10ml/Kg, ou na falta desses, albumina
Hematócrito em queda- pesquisar sangramento ou coagulopatia de consumo
Disfunção miocárdica
Exames complementares = grupo C Suporte Evitar procedimentos invasivos
Outras indicações para internação:
Recusa na ingestão de líquido Impossibilidade de seguimento Co-morbidades descompensadas:
▪ diabetes mellitus, hipertensao arterial, insuficiencia cardiaca, uso de dicumarinicos, crise asmatica etc.
Plaquetas <20.000 , independentemente de sangramento
Reabsorção gradual do líquido extravasado Melhora do estado geral, sintomas GE Estabilidade hemodinâmica Diurese Exantema - prurido generalizado Bradicardia e alterações ECG Ht mais diluído, leucócitos, plaquetas
Cuidado: Se excesso administração de líquidos IV
.Dificuldade respiratória
.Derrame pleural, Ascite.Edema pulmonar e ICC
estabilização hemodinâmica durante 48 horas
ausência de febre por 48 horas
melhora visível do quadro clinico
hematócrito normal e estável por 24 horas
plaquetas em elevaçãoo e acima de 50.000/mm3.
Vacinas proteínas dos 4 sorotipos do vírus da
dengue(E e prM)+ hapteno▪ Ensaio clínico em fase 2 e 3
Drogas Ensaios clínicos
▪ Imunomodulação- cloroquina e corticóide▪ Inativação viral – balapiravir (inibidor da
polimerase viral)
New Engl J Med 366, 12 de abril de 2012
Políticas públicas + ações individuais Abastecimento de água Coleta de lixo
1) Criança, 9 meses, com 2 dias de febre de até 39º, chorosa, irritada com hiporexia.
Ht: 39: Leuco 4500 Plaq : 125.000
2) Criança com 2 anos, 4 dias de febre de até 38,8oC, prostrada, com coriza nasal, 2 episódios de vômitos, sem outras alterações ao exame físico.
3) Criança
3) Criança de 3 anos e 6 meses com febre há 2 dias, 3 episódios de vômito, diarréia, com petéquias em face e membros.
Ht 45% Leuco: 3200 Plaq: 65000
4) Criança, 5 anos, com 5 dias de febre e mal estar e início hoje de rash maculopapular pruriginoso em tronco e membros.
5) Criança de 8 anos com 3 dias de febre, h0je afebril, porém mais prostrada, com dor abdominal e 5 episódios de vômito.
6)Criança de 11 anos com febre há 4 dias, de até 39,5oC, dor no corpo, dor retroorbitária, prostração e odinofagia.
7) Criança com 1 ano e 7 meses, 3 dias de febre, sonolenta, com extremidades frias e taquipneia.