111
LÚCIA STEINHEUSER GORGES RELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE ENSINO E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL: UM MUNICÍPIO CATARINENSE EM ANÁLISE ITAJAÍ (SC) 2009

LÚCIA STEINHEUSER GORGES - Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp127243.pdf · Milhares de livros grátis para download. 1 UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Centro de

  • Upload
    lycong

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

LÚCIA STEINHEUSER GORGES

RELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE ENSINO E LEGISLAÇÃO

EDUCACIONAL: UM MUNICÍPIO CATARINENSE EM ANÁLISE

ITAJAÍ (SC)

2009

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

1

UNIVALI

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Centro de Ciências Humanas e da Comunicação - CECHOM

Curso de Pós - Graduação Stricto Sensu

Programa de Mestrado Acadêmico em Educação – PMAE

LÚCIA STEINHEUSER GORGES

RELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE ENSINO E LEGISLAÇÃO

EDUCACIONAL: UM MUNICÍPIO CATARINENSE EM ANÁLISE

Dissertação apresentada ao colegiado do PPGE como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Educação. Área de concentração: Educação. Linha de pesquisa: Políticas Públicas e Práticas Educativas. Grupo de pesquisa: Políticas Públicas de Currículo e Avaliação. Orientadora: Prof. Dra. Verônica Gesser

ITAJAÍ (SC)

2009

FICHA CATALOGRÁFICA

UNIVALI

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura – ProPPEC

Centro de Ciências Humanas e da Comunicação - CECHOM

Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu

Programa de Mestrado Acadêmico em Educação – PMAE

Membro

AGRADECIMENTOS

Itajaí (SC), 09 de dezembro de 2009.

Membros da Comissão:

Orientadora: _______________________________________

Profª. Dra. Verônica Gesser (UNIVALI/SC)

Membro Externo: _______________________________________

Profª. Dra. Diva Spézia Ranghetti (UNERJ/SC)

Membro representante do colegiado: ______________________________________

Profª. Dra. Valéria Silva Ferreira (UNIVALI/SC)

Timbó 130 Anos

No acaso daquele dia incomum,

Para quem remava contra a correnteza do rio e os desígnios da vida,

A paisagem deslumbrante tocava de esperança a alma

E já indicava uma fase certa no futuro daquelas paragens:

O sol em despedida teimava em ficar,

Abrilhantando em extensa faixa vermelho-rosa, a direção oeste.

Teimava sim, com ciúmes da lua cheia que a leste já ousara mostrar-se,

E, tão próxima que parecia ao alcance da mão.

Os desbravadores, da Europa distante chegados, Dúvidas não tiveram:

O berço era evidente para poetas e artistas.

O futuro lhes deu, basta lembrar os Lindolfos, os Gelindos e os Max.

Outra visão de futuro seria conseqüência obrigatória:

Terra capaz de frutificar artistas e poetas

Inspiraria centena de empreendedores e milagres de abnegados trabalhadores.

Mais uma vez o futuro desvendaram e eis aí para atestar:

Grandes malharias e garbosas costureiras,

Portentosas metalúrgicas e destemidos madrugadores,

Qualificadas indústrias de precisão e a vanguarda da tecnologia de ponta.

Para natureza tão portentosa, Morosa não haveria de ser a identificação.

O cipó, venenoso para a boca,

Mas trampolim para o desembarque na barranca,

Como útil se mostrou, TIMBÓ consagrou.

Das sementes nesta boa terra há 130 anos lançadas,

Colheitas ao mundo hoje podem ser mostradas:

3a em qualidade de educação no gigante Brasil e 10a em qualidade geral de

vida. E aos que na Europa ficaram produtos aqui fabricados

Sempre são enviados.

O cultivo foi tão maravilhoso que impossível é deixar de imaginar

Que a descoberta da pérola, Em dia diferente tenha se dado:

Na sexta, dos da semana um dos mais apreciados,

E tendo por testemunhas o sol e a lua do local enciumados.

Maicon Andrey Gorges 1° lugar no concurso de poesias “Lindolf Bell” – Ensino Fundamental - 1999).

LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE A ....................................................................................................66

APÊNDICE B ....................................................................................................67

APÊNDICE C ....................................................................................................68

APÊNDICE D ....................................................................................................74

APÊNDICE E ....................................................................................................75

APÊNDICE F ....................................................................................................76

APÊNDICE G ....................................................................................................77

APÊNDICE H ....................................................................................................78

APÊNDICE I ......................................................................................................79

APÊNDICE J .....................................................................................................95

APÊNDICE L .....................................................................................................96

APÊNDICE M ....................................................................................................97

LISTA DE ABREVIATURAS

CF – Constituição Federal

CMME – Conselho Municipal da Merenda Escolar

CACSs - Conselhos de Acompanhamento e Controle Social

DC - Decreto

EC – Emenda Constitucional

EF – Ensino Fundamental

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental

e de Valorização do Magistério

FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e

de Valorização dos profissionais da Educação

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INEP – Instituto Nacional Estudos Pesquisas Educacionais

LC – Lei Complementar

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

LO – Lei Ordinária

MEC – Ministério da Educação

NEIs – Núcleos de Educação Infantil

ONU – Organização das Nações Unidas

PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais

PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNE – Plano Nacional de Educação

PPP – Projeto Político Pedagógico

RISE – Regimento Interno da Secretaria de Educação

SEMED – Secretaria Municipal de Educação

SME – Sistema Municipal de Educação

UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação

UPEs – Unidades de Pré-escolares

RESUMO

Este estudo teve como objeto de investigação a relação entre qualidade de ensino e legislação educacional. Está vinculada à linha de pesquisa de políticas públicas e práticas educativas do grupo de pesquisa de políticas públicas de currículo e avaliação do PPGE da Universidade do Vale do Itajaí, UNIVALI. Teve por objetivo analisar até que ponto a legislação educacional no período de 1998 - 2008 contribuiu para a melhoria da qualidade da educação no Ensino Fundamental do município de Timbó/SC. Sua natureza é de caráter qualitativo e sua metodologia foi a análise documental com base no emprego de análise de conteúdo. As análises de conteúdo e os documentos permitiram a construção de quadros sínteses para a análise. Como resultado, identifiquei 195 ocorrências de normas jurídicas, assim categorizadas: 35 leis complementares, 78 leis ordinárias e 82 decretos. Duas categorias básicas foram encontradas: administrativa/gestão e a técnico-pedagógica. No âmbito da categoria administrativa ou gestão, foram classificados vários temas para os quais as normas se destinam ou se dirigem, denominados subcategorias, quais sejam: Auxílio Financeiro, Cargos e Salários, Conselhos, Contratação de Pessoal, Convênios de Cooperação, Orçamento e outros assuntos. Já no âmbito da categoria técnico-pedagógica identifiquei apenas a subcategoria denominada formação para a docência. Embora em termos quantitativos esses 195 títulos pareçam um tanto exagerados para um município de pequeno porte, pelo menos em termos populacionais e de demanda por vagas escolares, posso inferir que essas regulamentações se constituíram como cruciais para o avanço da qualidade do ensino e a garantia de alguns direitos constitucionais dos cidadãos do município em estudo. Vale dizer que a legislação per si não garante a aderência de qualidade para o ensino em um determinado lugar, mas, em alguns casos, se constitui um dispositivo legítimo de luta. A correlação qualitativa do apêndice B e D mostrou que a legislação educacional identificada no município teve impacto direto na qualidade do ensino em especial do ensino fundamental, pois identifiquei crescente evolução no número de matrículas, crescentes investimentos na educação e crescentes indicadores no que se refere ao IDEB e ao IDH, apresentando sempre índices superiores ao estado de Santa Catarina e ao país. Além disso, identifiquei a existência de plano de carreira, com ênfase significativa na busca de titulação superior pelos docentes, assim como uma política de incentivo para este processo formativo e salarial.

Palavras-chave: Sistema de Ensino, Legislação educacional, Qualidade de Ensino.

ABSTRACT

The object of investigation of this study is the relationship between teaching quality and educational legislation. It is linked to the line of research public policies and educational practices, and the research group curriculum and assessment of public policies of the PPGE of the University of Vale do Itajaí – UNIVALI. It seeks to analyze the extent to which the educational legislation in the period 1998-2008 contributed to improving educational quality in elementary school education in the municipal district of Timbó, SC. It is a qualitative study, which uses the methodology of document analysis based on content analysis. The content and document analyses enabled the construction of synthetic tables for analysis, which resulted in the identification of 195 separate legislations, categorized as follows: 35 complementary laws, 78 ordinary laws, and 82 decrees. Two basic categories were found: administrative and technical-pedagogical. In the administrative category, ten themes were classified as objects of the legislation, defined as subcategories: Financial Support, Jobs and Salaries, Committees, Staff Recruitment, partnerships, budget, and other matters. For the technical-pedagogic category, just one subcategory was identified: training for teaching practice. Although in quantitative terms, these 195 titles appeared to be a very high number for a small town, at least in terms of the population and the demand for school places, one could argue that this legislation is crucial for improving the teaching quality and guaranteeing certain constitutional rights of the citizens of the town studied. It should be noted that the legislation per se does not guarantee teaching quality, but in some cases, it is a legitimate tool to support in this effort. The qualitative correlation of appendices B and D showed that the educational legislation identified in the town municipal district had a direct impact on teaching quality, especially in the elementary school system, given that an increase in school enrolment, increased investments on education, and better IDEB (Primary Education Index) and HDI indicators were identified, with indicators continually above those of the State of Santa Catarina State and the Nation as a whole. This research also identified the existence of career plan that places a strong emphasis on the Higher Education Degree by the teachers, as well as a policy of encouraging this educational process and increasing salaries.

Key words: Teaching System, Educational Legislation, Quality of Education

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................01

2. PERCURSO DA PESQUISA.....................................................................................10

2.1 - CONTEXTO.............................................................................................................10

2.2 - ABORDAGEM DA PESQUISA……………………….................................16

2.3 - PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS.............................................17 2.4 - PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS........................................18 3. HISTÓRICO E CONTEXTO DE CONSTITUIÇÃO DOS SISTEMAS PÚBLICOS

MUNICIPAIS DE ENSINO.............................................................................................21

3.1 - A CRIAÇÃO DOS SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO................................21

3.1.1 - POSSIBILIDADESD E LIMITES DE UM SISTEMA MUNICIPAL...................33

3.2 - LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E A RELAÇÃO COM A QUALIDADE DO

ENSINO............................................................................................................................35

4. A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA DE EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE

TIMBÓ: LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E A RELAÇÃO COM A QUALIDADE DE

ENSINO............................................................................................................................39

4.1 – A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA

MUNICIPAL DE ENSINO DE TIMBÓ............................................................................40

4.2 – INDICADORES DE QUALIDADE DA EDUCAÇÃO PARA O ENSINO

FUNDAMENTAL DE TIMBÓ..........................................................................................48

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................55 6. REFERÊNCIAS LEGAIS............................................................................................60

7. REFERÊNCIAS ...........................................................................................................61

8. SITES CONSULTADOS................................................................................65

APÊNDICES......................................................................................................66

CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho estão inseridas parte da experiência e participação que

permeou a procura pela compreensão de requisitos que podem ser

necessários para a construção de um sistema educacional que possibilite uma

melhor qualidade da educação nos municípios. Há momentos na história de

vida de uma pessoa em que as linhas que definem o público e o privado são

tão tênues que a percepção que se tem é que, juntas, constituem uma única

trajetória, tal é o imbricamento entre o pessoal e o profissional. As experiências

do dia-a-dia e as marcas deixadas pelos anos vividos nessa importante

caminhada, contam e constroem parte da história da Educação de um pequeno

município do Estado de Santa Catarina, com suas dificuldades e ao mesmo

tempo com uma grande vontade de acertar.

Conforme menciona Nóvoa (2007, p. 09) não é possível separar o “eu

pessoal do eu profissional”, sobretudo numa profissão impregnada de valores e

de ideais e muito exigentes do ponto de vista do empenhamento e da relação

humana. As utopias racionalistas não conseguiram ignorar a especificidade

irredutível da ação dos profissionais da educação, numa relação direta com as

suas características pessoais e com as suas vivências profissionais.

Em uma perspectiva na qual o registro ou relato das minhas lembranças

vem constituir o que realmente é ou foi muito importante em minha vida,

escrevi alguns fragmentos registrados em minha memória que foram

significativos na minha formação quando administradora pública, com um olhar

voltado para uma administração da educação com autonomia e do ensino com

qualidade.

De minhas lembranças do meu processo de escolarização básica, no

interior do estado de Santa Catarina, a disciplina, o rigor e afeto do professor

de escola isolada rural me marcaram profundamente. E, ainda que fosse um

professor leigo, seu compromisso com a educação era visível pela forma como

se preocupava com as questões relacionadas à política educacional e com a

qualidade de ensino requerida para a época.

Lembro-me, por exemplo, de seus comentários sobre a implantação da

Lei 5.692/1971, que estava tramitando no congresso e que posteriormente

entrou em vigor. Suas observações eram sobre um possível reducionismo que

poderia ocorrer na educação. No caso específico de Santa Catarina, a questão

do avanço progressivo era o mote principal de discussões. Na opinião do

professor, a promoção automática dos alunos iria prejudicar a aprendizagem e

toda a trajetória escolar dos estudantes (era assim que ele interpretava os

comentários da lei que entraria em vigor posteriormente). Na visão do meu

professor leigo, com toda a sua sabedoria intuitiva, um aluno jamais poderia

passar para a série seguinte sem dominar todos os conteúdos destinados à

série anterior.

Na época, era muito comentada no meio escolar a lei que viria a reger a

Educação no país, inclusive sendo discutidos vários aspectos nas reuniões de

pais, sempre com a visão e a interpretação do professor sobre suas

preocupações com o advento da nova lei. O valor do aprendizado estava mais

centrado na quantidade de conhecimento apreendidos e não no espírito crítico,

limitando-se’, na maioria das vezes, a transmitir informações. A ciência era

então valorizada como uma forma de conhecimento objetivo. A reforma

tecnicista implantada naquele período resgatava as teorias positivistas e a

busca pela mudança comportamental do aluno se dava mediante

“treinamento”.

Resido em Timbó/SC há aproximadamente 25 anos, local onde reiniciei

meus trabalhos profissionais em 1987, na então Escola Básica Estadual Prof.

Juvenal Cardoso Zanella, que no mesmo ano iniciou seus trabalhos de 5ª a 8ª

série do Ensino Fundamental. No ano seguinte (1988) passei a trabalhar na

rede Municipal de Ensino de Timbó, como substituta, na secretaria da única

Escola Básica Municipal, “Erwin Prade”. Lá conheci algumas grandes e

destemidas professoras que fizeram a diferença na história da Educação do

Município. No ano de 1989 fui convidada pela ex-diretora desta Escola e então

Secretária de Educação Maiga Döring para auxiliar nos trabalhos

administrativos da Secretaria Municipal. O prefeito da época era Donigo Wolter,

um administrador público competente e muito preocupado com os assuntos

relacionados à Educação e à saúde, tendo sido sempre defensor do ensino

público de qualidade. Costumava inclusive ir pessoalmente verificar as obras

das escolas, pré-escolas e, mais tarde, também dos Núcleos de Educação

Infantil.

Iniciei minhas atividades como auxiliar da então Diretora da Educação

municipal, Maiga Döring, nomenclatura que ainda em 1989 passou a ser

denominada de Secretária Municipal de Educação mediante lei municipal. A

estrutura era composta da Secretária, a auxiliar administrativa (eu), a Diretora

da Escola Básica (01), a secretária da escola (01), a responsável pela Creche

(01), a responsável pela merenda escolar, os professores e as auxiliares de

serviços gerais das unidades educacionais. Não havia coordenadora

pedagógica, orientadora educacional nem sequer administradora escolar ou

auxiliar de direção.

Quando iniciados os trabalhos em janeiro de 1989, não havia nenhum

arquivo com dados ou mesmo correspondências que pudessem servir de base

para orientar o andamento dos trabalhos, tanto administrativamente quanto nos

aspectos financeiro e no pedagógico. Os materiais de consumo e outros

necessários para o funcionamento cotidiano da secretaria, e,

conseqüentemente das escolas, pré-escolares e creches, hoje denominadas

Núcleos de Educação Infantil, foram sendo adquiridos gradativamente.

Iniciamos o ano solicitando a aquisição de uma máquina de escrever

para fazermos as contratações de professores e funcionários das unidades de

ensino, e assim, iniciarmos o ano letivo de 1989. As informações sobre o

andamento das atividades foram obtidas nas conversas com professores e

funcionários das unidades de ensino e das demais áreas da prefeitura,

enquanto as informações sobre questões financeiras foram obtidas diretamente

na contabilidade do município. Aos poucos foram iniciados os arquivos de

documentos mais simples, como correspondências recebidas e expedidas,

enquanto documentos como convênios, leis, autorizações, orçamentos,

prestações de contas e outros ficavam na contabilidade, sendo requisitados

pela secretaria da Educação, quando necessários (1989 a 1990).

Existiam na época (1989) poucas unidades de Ensino Fundamental

Municipal: Uma Escola Básica Municipal com aproximadamente 250 alunos,

duas turmas em cada série inicial, e uma turma em cada série final com no

máximo 25 alunos cada turma (o município aceita turmas de no máximo 25

alunos). As demais Escolas eram multisseriadas, sendo uma na comunidade

de Mulde Central, com aproximadamente 30 alunos, uma na comunidade do

bairro Industrial Fritz Lorenz, com 45 alunos, uma no Bairro Pe. Martinho Stein,

com aproximadamente 55 alunos, uma na Comunidade de São Roque, com 30

alunos e uma no Rio Fortuna, com 9 alunos. No total eram mais ou menos 420

alunos no ensino fundamental municipal matriculados no início do ano letivo de

1989. No ano de 1991, foi assinado um convênio com o então governador do

Estado, Wilson Kleinübing, passando a administração, contratação de

professores e parte dos custos das escolas multisseriadas estaduais para o

município, sendo que gradativamente se iria municipalizando estas unidades

na sua totalidade. Mais tarde, o patrimônio também foi passado para o

município.

Hoje são seis Escolas de Ensino Fundamental, onde são atendidas

todas as crianças que antes estavam nas multisseriadas, sendo transportadas

pelo município para a escola municipal mais próxima. Esse processo de

mudança deu-se em razão da dificuldade de conseguir professores de

educação física, música, Inglês e Espanhol e até algumas vezes o professor

das séries iniciais, pela distância ou pela dificuldade de transporte daquela

região. Foram realizadas muitas reuniões com os pais no sentido de obter a

concordância com esse processo de mudança, que a princípio os deixava

inseguros e com muitas dúvidas. Aos poucos foram amadurecendo a idéia e

aceitando, tanto que hoje estão satisfeitos com o trabalho realizado, na medida

em que vêem o progresso dos filhos, chegando a se manifestarem sobre o

processo. Neste contexto, as crianças da pré-escola que eram atendidas

naquela comunidade também foram transportadas para unidades próximas das

Escolas.

A rede estadual de ensino detinha o maior número de escolas e de

alunos no Ensino Fundamental do município, sendo 6 (seis) escolas com um

atendimento de praticamente 90% dos estudantes e sendo que apenas 10%

era realizado pelo município, e não havia escola particular. Só mais tarde foi

criada uma escola particular por uma orientadora educacional da rede estadual

chamada Meta Grigull, que se destacou por seu trabalho sério e competente.

O município atendia (e atende ainda) a educação infantil praticamente

na sua totalidade, já que possuía 16 unidades educacionais de pré-escolares e

aproximadamente 840 crianças matriculadas. O Estado atendia uma unidade

com uma turma que posteriormente deixou de atender, passando essas

matriculas para o município na unidade mais próxima. Atendia ainda um Núcleo

de Educação infantil (antes denominado creche), com matrículas dos 4 meses

aos 6 anos, numa unidade cedida pelo Estado junto a um centro social.

Posteriormente, passou a atender dos 4 meses aos 4 anos (1998), deixando

para os pré-escolares o atendimento às crianças de 4 a 6 anos, que a partir de

2006 passou a atender 4 e 5 anos, passando as de 6 anos para as escolas

básicas.

Hoje o município possui nove Núcleos de Educação Infantil, atendendo

crianças de 4 meses a 4 anos de idade, no horário das 04h da manhã até as

20h com dois turnos distintos, atendendo quase na totalidade as famílias que

trabalham nas fábricas nos dois turnos. Essas unidades funcionam na sua

maioria em prédios construídos pelo município, apenas duas delas estando em

prédios alugados, mas um já em processo de construção. Há uma demanda

reprimida principalmente, pelo atendimento no horário em que as crianças

estão fora da pré-escola. Como tal atendimento ainda não é possível, as

famílias buscam alternativas para o atendimento dessas crianças enquanto os

pais estão no trabalho. A capacidade de atendimento de 5 unidades é, em

média, de 130 crianças, enquanto as outras 4 atendem de 60 a 90 crianças.

No início, o trabalho era realizado de forma a tornar viável o

funcionamento das unidades, sendo que a maior preocupação era a ampliação

e reforma das salas de aula das escolas e a aquisição do material necessário,

visando sempre ao atendimento aos alunos em idade escolar e às matrículas

do próximo ano. No ano seguinte, com planejamento, a organização dos

trabalhos tornou mais eficiente o andamento da secretaria. A prioridade era

dada sempre ao ensino fundamental, garantido pela recém-aprovada

Constituição de 1988, que ressaltava a responsabilidade do Estado caso fosse

descumprida a lei maior, conforme segue:

Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,

alimentação e assistência à saúde sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; § 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. Art. 211 [...] § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.

Além do convênio firmado com o Estado, que culminou com a

municipalização das escolas multisseriadas, houve ainda uma maior procura

pelas matrículas da rede municipal de ensino fundamental, que se atribui ao

fato de estar mais próxima das comunidades, tanto física como politicamente,

uma vez que os pais podiam melhor acompanhar e participar na gestão

escolar. Passou a ser comum, por exemplo, a participação dos pais na

discussão de assuntos da secretaria de educação, como prioridades para

determinadas escolas, entre outros. Houve, também, um aumento significativo

na participação dos pais nas reuniões das escolas e na composição das

associações de pais e mestres. Não podemos afirmar com certeza quais

motivos levaram a essa proximidade, mas as conversas do cotidiano nas

comunidades apontam para a possibilidade de um acompanhamento mais

próximo por parte das famílias, que, ao que parece, é fator muito importante na

cultura dessas comunidades. Percebe-se um valor maior (algo além das

convenções) atribuído ao acompanhamento do desenvolvimento educacional

dos filhos, uma vez que tudo acontece no município e a informação está ao

alcance de todos.

No atual contexto de vida, torna-se cada vez mais solicitado pelas

famílias que determinados serviços educacionais sejam oferecidos pelo poder

público, já que as condições de manutenção e a cultura familiar exigem

ambientes educacionais apropriados para “educar” as crianças. Há que se

considerar, então, que um município de imigração alemã, no qual o trabalho e a

disciplina norteiam a vida das pessoas, a adaptação do poder público às

necessidades dos cidadãos torna-se essencial dentro deste cenário.

Conseqüentemente, o papel das instituições educacionais e a própria função

do poder público, no que se refere às questões familiares e a seus

desdobramentos, refletem-se diretamente na sociedade e no desenvolvimento

social e econômico do município.

É nessa trama da minha trajetória pessoal e profissional que nasce a

problemática para este estudo, investigar se há alguma influência da legislação

educacional na qualidade da educação do município; ou seja, até que ponto

são as leis significativas nas mudanças de vida e na trajetória das pessoas que

ali vivem, acreditando numa melhor qualidade de vida para os seus e para

todos que ali constroem suas famílias e depositam suas esperanças e seus

sonhos no amanhã. É da natureza humana acreditar que sempre existe um

caminho melhor a ser trilhado para o bem de todos. Assim sendo, o papel do

poder público se torna crucial no direcionamento das políticas, que levam à

melhoria das condições necessárias para a realização. Ao atingir os objetivos

propostos, já outros estão nos projetos da sociedade e passam a ser

idealizados e levantados para execução.

O conhecimento da realidade da Educação Municipal de Timbó, as

preocupações cotidianas com as questões relacionadas às condições de

trabalho, tanto pedagógicas quanto físicas, foram também fatores

determinantes para a escolha desta pesquisa. Sendo assim, esta pesquisa

tem por objetivo investigar até que ponto a legislação municipal voltada para a

Educação, no período de 1998 a 2008, contribuiu para a melhoria da qualidade

da educação no Ensino Fundamental do município de Timbó/SC. Foram anos

de mudanças significativas nas leis nacionais relacionadas à educação, como a

Lei de Diretrizes de Bases da Educação (LDB), a Lei de Criação do FUNDEF –

9.424/96, a EC 14/96, Lei do PNE – 10.172/01, entre outras.

A relevância dessa pesquisa para o município de Timbó está na

possibilidade de construção de um banco de dados sobre o Ensino

Fundamental da rede municipal. Desta forma, contribuirá para a recuperação

histórica da educação no município. Além disso, propiciará a abertura para

novas pesquisas, bem como, fornecerá dados que poderão ser úteis na

elaboração de outras políticas públicas necessárias para a municipalidade.

Outro fator a ser considerado, é a possibilidade de se mostrar historicamente

como ocorreu a evolução e ampliação no município neste nível de ensino,

como vagas, formação e investimentos, entre outros. Dessa forma, mostrará à

sociedade de Timbó os avanços e necessidades ainda presentes, podendo ser

utilizado para um planejamento a médio e longo prazo.

Podemos ainda sugerir “um despertar” aos profissionais da educação,

para uma reflexão sobre seus percursos profissionais, sobre a maneira como

sentem a ligação entre o pessoal e o profissional e a evolução ao longo da vida

e da carreira, despertando novas investigações e estudos, que contribuam para

o crescimento qualitativo da rede municipal como um todo.

Nóvoa (2008, p. 95) se manifesta, situando-se num processo histórico

em que as mudanças sociais transformam profundamente o trabalho

educacional, sobre a imagem social e o valor que a sociedade atribui à própria

educação. A constatação dessas mudanças basta para justificar as tentativas

de reformas do ensino levadas a cabo em todos os países europeus. Como o

momento é de desencanto, as reformas educacionais são vistas com certo

ceticismo, como se a sociedade não mais acreditasse na educação e que,

diferentemente de outros tempos, educação não é mais promessa de um futuro

melhor.

O sentimento mencionado por Nóvoa nos países europeus se estende

aos países da América latina. Basta acompanhar as formas de mudanças que

estamos vivenciando nas últimas décadas no Brasil, considerando-se as leis

aprovadas. Há uma tentativa de colocar a educação novamente como foco de

expectativas das famílias, no que se refere ao futuro dos filhos, dando a

conotação de melhor condição social às famílias, e estas, ligando diretamente

a qualidade de vida ao nível de escolaridade.

Para Nóvoa (2007, p. 52), há uma infinidade de fatores que

necessariamente influem sobre o indivíduo ao longo da vida, uma “fase” pode

resultar das expectativas sociais ou da organização do trabalho. Muitas vezes,

é a organização da vida profissional que cria as condições que dão significado

a essas fases. Da mesma forma, uma “organização arbitrária da vida social cria

expectativas que são interiorizadas e às quais se dá continuidade como se se

tratasse de fatores psicológicos”.

Esta nova sociedade que aí está é fruto da mudança acelerada pela qual

todos nós estamos passando. O choque cultural da perda das referências que

conseqüentemente causa um desajuste da pessoa individualmente e dos

grupos sociais como um todo, os quais não têm como se apegar a um possível

retorno ao que já foi, simplesmente precisa se adequar e mudar conceitos, sob

pena de ficar à margem do processo evolutivo que se apresenta na atualidade.

Por fim, este trabalho está assim estruturado: a Introdução, que

apresenta a problemática contextualizada da pesquisa com seus respectivos

objetivos, questão de pesquisa e justificativas que sustentam o trabalho quanto

à sua relevância social, científica, prática e acadêmica. Na seqüência, o

capítulo II, o qual caracteriza detalhadamente os percursos da pesquisa,

como, por exemplo: seu contexto, sua abordagem e seus procedimentos de

coleta e análise dos dados.

Já o capítulo III apresenta o estudo teórico necessário ao

desenvolvimento deste trabalho, passando pela caracterização histórica dos

sistemas educacionais brasileiros, a construção dos sistemas municipais de

educação, as possibilidades e limites de um sistema municipal, além da

legislação educacional e suas relações com a qualidade de ensino. No

capítulo IV apresento e discuto os dados encontrados pela pesquisa, na

seguinte lógica: a construção do sistema municipal de ensino do município de

Timbó, a legislação educacional na construção do sistema municipal de ensino

de Timbó e os indicadores de qualidade na construção do sistema municipal de

educação para o ensino fundamental do mesmo município. Por fim, concluo

esta pesquisa com algumas considerações finais que sintetizam o foco do

trabalho, com algumas ponderações em relação a como a legislação

educacional pode ser correlacionada de modo a contribuir com a qualidade do

ensino no âmbito dos sistemas municipais de ensino.

CAPÍTULO II

2 PERCURSO DA PESQUISA

2.1 CONTEXTO

Timbó/SC é considerado um município com grande potencial de

desenvolvimento econômico e cultural e com potencial turístico peculiar, além

de ser considerado destaque em qualidade de vida pelos índices das

pesquisas que qualificam os municípios. Localiza-se na região do médio vale

do Itajaí, distanciando-se em 180 km da capital do estado Florianópolis,

“possuindo uma área de 127 Km2 de extensão, perfazendo 38 km2 de área

urbana e 88 km2 de área rural1. “O município encontra-se circundado por serras

e situa-se nas seguintes coordenadas geográficas: latitude sul de 26º49’32” e

“longitude oeste de Greenwich de 49º16’18”. Limita-se, ao Norte, com o

município de Rio dos Cedros; ao Sul, com Indaial; a Leste, com Pomerode; a

Oeste, com Rodeio e Benedito Novo2.

O município foi colonizado por alemães e mantém até hoje grande parte

da sua população como descendentes europeus (Alemães e Italianos). Conta

hoje com aproximadamente “33.326 habitantes, sendo 92% estabelecidos na

área urbana e 8% na área rural, totalizando uma densidade demográfica em

torno de 262 habitantes por quilômetro quadrado3. O relevo possui altitudes

que variam de 70m, (altitude mínima na área central do município) a 700m.

Não foi encontrada, nos documentos da Colônia de Blumenau, nenhuma

menção sobre o nome Timbó. A identificação da região era dada como

referência aos Rios dos Cedros e Benedito, e a “denominação Timbó,

engendra uma elaboração conceitual aos moradores estabelecidos na

1 Plano Diretor Municipal de Timbó, loc. cit. Apud FERREIRA; KOEPSEL, 2008.p.185.

2 Plano Diretor Municipal de Timbó, loc. cit. Apud FERREIRA; KOEPSEL, 2008.p.185.

3IBGE, 2008. apud FERREIRA; KOEPSEL, 2008.p.185).

confluência dos rios Benedito e Cedros, permitindo que se entendam como

habitantes de uma região devidamente identificada e específica”.

Várias são as versões dadas para a origem do nome Timbó, desde a

influência da botânica até a história. “O debate em torno da nomenclatura pode

ser classificados em três caminhos distintos: a análise a partir da Etimologia,

por meio da investigação da origem e formação da palavra; análise por

intermédio da botânica, mediante estudo de plantas cuja denominação é

Timbó; e por fim, por meio de um fato histórico, cuja proposta relaciona o nome

Timbó à Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e 18704”. A teoria sobre a

influência da botânica é bastante popular e merece atenção, já que existe na

região um grande número de plantas com esta nomenclatura. Não há certezas,

porém, sobre a origem do nome.

É interessante saber que, das diversas variedades da planta “Timbó”,

inclusive cipós do mesmo nome, muito difundidos em várias regiões do país,

especialmente os do gênero “lonchocorpus”, é extraída a retinona, princípio

ativo e altamente tóxico, utilizado sobretudo na fabricação de inseticidas como

o DDT, utilizado pelas Forças Americanas que combatiam as Forças Nipônicas

nas florestas do continente asiático e nos densos matagais das ilhas do

Oceano Pacífico. A raiz dessa planta, sendo esmagada e introduzida na água

dos rios ou ribeirões, desprende princípio ativo do veneno, matando os peixes.

Essa substância ativa já era muito utilizada pelos silvícolas e, também, mais

tarde, pelos primeiros colonos.

Mesmo não havendo uma organização administrativa formal de

comunidade, Timbó se destacava como grupo regional e foi adquirindo uma

identificação própria, que culminou na sua emancipação política (1869), se

colocando já como um pólo regional pelas próprias características.

A tradição germânica trazida pelos imigrantes trouxe também a cultura

das inúmeras sociedades de Caça e Tiro, sempre com muito entusiasmo nas

chamadas “Buscas ao Rei do Tiro”. Podemos mencionar, ainda, como tradição,

o Grupo Folclórico “Os Bandoniões”, conhecido em todo o Estado de Santa

4 FERREIRA; KOEPSEL, 2008.p.210

Catarina pela alegria que inspira suas músicas. Podem-se mencionar, ainda, os

trabalhos dos escultores em madeira e dos pintores em tela conhecidos

internacionalmente, sendo também o berço do poeta Lindolf Bell, que aqui se

inspirou na composição de suas poesias.

A Fundação cultural se destaca pela promoção de eventos municipais,

regionais, estaduais e pelos cursos oferecidos à comunidade, como, por

exemplo, piano clássico, flauta transversal, violino, teclado, acordeão, violão

clássico e popular, entre outros. Dentro desta área são também oferecidos

cursos de danças folclóricas, objetivando manter viva a tradição, com

apresentações em inúmeros municípios e nos estados do Sul do país.

Economicamente, o município é o 24° em arrecadação de ICMS no

Estado, tendo arrecadado, em 2008, o valor de R$ 33.942.845,28,

representando 0,4328% do montante do Estado, que somou R$

7.842.769.372,77, significando o potencial econômico de desenvolvimento.

Embora seja tecnicamente próspero, o município possui diversos

problemas sociais e educacionais (como os demais municípios do país). Há

sempre procura por melhores condições de trabalho, gerando uma demanda

constante de outros espaços territoriais. Como a infra-estrutura para abrigar

aos que vêm se instalar não é planejada, o poder público está sempre aquém

das necessidades e se adaptando à demanda. Tal fato torna mais difícil a

implantação de projetos de prevenção, tanto na educação quanto nas demais

áreas da administração pública.

Nesse contexto está a Secretaria Municipal de Educação que, em 1989,

era apenas uma diretoria, subordinada então à administração. No mesmo ano

foi realizada uma reforma administrativa que transformou, entre outras, a então

diretoria em Secretaria Municipal de Educação e Cultura, realizada pelo então

prefeito Donigo Wolter (in memoriam). Até aquele ano (1989) a ênfase maior

estava na implantação de unidades de pré-escolares no município, mas iniciou-

se um movimento em prol da infra-estrutura na então educação básica (1ª a 8 ª

série), investindo-se mais no aperfeiçoamento dos professores, melhoria da

rede física, ingresso por concurso dos que já eram profissionais da rede, mas

sem concurso, e aos iniciantes só através de concurso público, nesse período

já em vigência a Constituição Federal de l988, que trazia as novas regras.

O investimento na construção de unidades pré-escolares e creches

continuo num ritmo que comportasse o orçamento municipal para todas as

áreas educacionais, tanto que hoje cada bairro do município possui uma

unidade de atendimento de 4 a 6 anos e, em 9 bairros, há também o

atendimento de 0 a 4 anos em Núcleos de Educação Infantil. Atendia também

uma escola técnica de Ensino Médio que em função da Lei 9394/96, que

priorizava o atendimento dos municípios no ensino fundamental e na educação

infantil, foi cedida ao estado para dar continuidade ao ensino técnico. Aos

poucos foram sendo trazidas novas escolas que ofertassem ensino médio, e o

município foi passando para o estado a responsabilidade do ensino médio

enquanto recebia do estado uma turma de educação infantil que funcionava

numa escola de ensino fundamental estadual.

Existia uma dependência da SEMED (Secretaria Municipal de

Educação) à secretaria da administração, que aos poucos foi sendo trabalhada

para que caminhasse sozinha em todos os níveis, como orçamentário, pessoal,

pedagógico, entre outros, que, culturalmente, sempre acabavam sendo

direcionados para o prefeito. Na medida em que a responsabilidade de vagas,

matrículas, construções, ampliações, e outras, ficaram sobre a SEMED,

também se pôde exigir as tomadas de decisões nos mais diversos âmbitos,

para que ali se resolvesse todo e qualquer problema referente à educação e

também se formulassem as políticas necessárias.

A igualdade de oportunidades e a educação pública de qualidade foram

os dois pilares que nortearam a educação municipal de Timbó nesse período.

Todos os projetos implantados foram com o objetivo claro de promover um

ensino que possibilitasse às crianças terem acesso ao que é direito de cada

cidadão brasileiro e que a Constituição dá como garantia: ensino público de

qualidade. Para tanto, em 1997, vários programas foram implantados, dentre

eles: educação para jovens e adultos, reforço escolar, implementação do

ensino de informática, apoio ao ensino superior, atividades extracurriculares,

como aulas de teatro e de música (opcionais), investimentos na formação e

qualificação dos educadores, como seminários, cursos de capacitação, entre

outros e, ainda, a implementação de vários itens na merenda escolar, visando

a uma alimentação sadia (as escolas não possuem cantina).

Paralelamente, foram planejados investimentos nas áreas físicas para

proporcionar as condições necessárias à realização de determinados

programas, como a construção de salas de informática em todas as escolas de

ensino fundamental, o que foi concluído em 2004 e está em pleno

funcionamento.

Ainda no ano de 1997, foi implantado o projeto “Biblioteca Móvel”, onde

eram colocados livros dentro de uma antiga Kombi e levados para as escolas

de ensino fundamental do interior, as chamadas escolas multisseriadas e

reunidas, duas vezes por semana, ocasião na qual as crianças escolhiam os

livros para lerem até a próxima vinda da biblioteca. A receptividade foi tão

positiva que logo as demais professoras das escolas de EF (Ensino

Fundamental) da rede também pediram e colocaram nos seus planejamentos o

momento da troca de livros. Logo as unidades de pré-escolares solicitaram e

as Creches também. Estabelecemos a meta de utilização/aplicação de até R$

1.500,00 por mês para aquisição de volumes, pois eram poucos os existentes

para essa finalidade. O objetivo era, tão-somente, despertar o gosto pela leitura

para posteriormente ser trabalhado pelos professores a literatura.

Hoje são muitos os leitores que se formaram incentivados por essa

iniciativa, tanto que existem grupos de leitores que todos os anos no mês de

abril principalmente, percorrem as praças, hospitais, prefeitura, fórum, bancos e

outros locais públicos lendo textos e partilhando, dessa forma, um pouco do

aprendizado adquirido nas leituras. Nas unidades educacionais também são

promovidos momentos específicos para a leitura, como incentivo aos alunos ao

hábito de ler.

Em 1999, foram implantadas aulas de Inglês no ensino fundamental,

desde a 1ª série, e de Espanhol a partir da 4ª série, por falta de profissionais

habilitados para que se iniciasse na 1ª série, o que posteriormente seria feito.

Nesse mesmo ano, foram implantados também na pré-escola (4 a 6 anos),

aulas de Inglês, com o objetivo claro de despertar na criança a vontade de

aprender e se familiarizar com os sons da língua estrangeira, tornando natural

a fala de outros idiomas e, com isso, possibilitando que, no último ano do

ensino fundamental, todos os alunos saíssem sabendo falar duas línguas

estrangeiras, além da possibilidade de aprender o idioma alemão, oferecido no

então departamento de Cultura que passou a ser Fundação Cultural, a partir do

ano de 2000.

Também no ano de 1999, foram nucleadas todas as escolas

multiseriadas existentes no município, proporcionando o transporte gratuito de

todos os alunos, inclusive da educação infantil, para a escola de ensino

fundamental mais próxima, oferecendo-se, assim, as mesmas condições de

ensino que aos alunos das escolas de ensino fundamental, até pela dificuldade

de professores habilitados que se dispusessem a se deslocar até o interior. No

início, houve muita resistência por parte dos pais. Mesmo com todas as

reuniões, havia uma certa desconfiança por parte da comunidade de que o

poder público não cumprisse com os compromissos assumidos. Com o tempo,

houve manifestações de satisfação por parte dos pais, que demonstraram estar

aprovando a medida e que as crianças haviam se adaptado bem ao novo

ambiente educacional.

De 1997 a 2003 foram edificados mais ou menos 6.800 mil metros

quadrados na rede municipal de ensino fundamental, sem contar os ginásios

de esportes planejados para todas as escolas. Hoje (2008), faltam apenas a

construção de 02 (duas) unidades, na Escola de Ensino Fundamental de

Tiroleses e na Escola de Ensino Fundamental de São Roque. Ambos, todavia,

estão no orçamento de 2009 e provavelmente permanecerão enquanto não

forem edificados.

Em 1997, foi iniciada mais efetivamente a formação continuada dos

profissionais da educação, através de cursos e seminários oferecidos pelo

município para os professores de todas as redes, estadual, municipal e

particular. Os demais profissionais da educação, como motoristas, auxiliares de

serviços gerais, secretárias, diretoras, auxiliares de recreadoras e pessoal da

administração, também tinham momentos específicos de formação.

O plano de carreira do Magistério Público Municipal, que está em vigor

até os dias atuais, é a Lei 138/1998, que foi elaborada pela SEMED e

submetida ao executivo após estudos realizados no período noturno e nos

intervalos das reuniões, em razão do pouco tempo para a sua elaboração. Uma

destemida equipe de 04 pessoas, com muita garra e espírito de

companheirismo, sem nenhum temor, abraçaram a causa e acreditaram na

realização do mesmo até sua aprovação. Em 1987, havia sido aprovado um

estatuto do magistério, pró-forma, como exigência do MEC (Ministério da

Educação) para habilitação do município na busca de recursos junto ao FNDE

(Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Posteriormente, em 1993,

novamente houve um capítulo dedicado ao magistério, artigos 201 a 203 da Lei

01/1993.

O atual plano já conta, desde 1998, com as mudanças mencionadas na

Lei 9394/96, que entrou em vigor em 20 de dezembro de 1996. A adaptação à

nova Lei de Diretrizes e Bases teve seu início já no ano de 1997, quando

mesmo antes da lei municipal foi solicitado aos professores, que não possuíam

a graduação e habilitação nas devidas áreas de atuação que retomassem seus

estudos e, para isso, o município auxiliaria no custeio das mensalidades, na

mesma proporção da carga horária do professor, totalizando 80% para quem

atuava 40 horas/aulas. Assim, foram todos se habilitando gradativamente.

Hoje, cem por cento dos professores têm a graduação nas devidas áreas,

inclusive na educação infantil (4 a 6 anos), com crescente progressão na

carreira, prevista também na lei municipal, logo após o término do curso.

No ano de 2000, um estudo realizado pela Organização das Nações

Unidas apontou Timbó como a segunda cidade catarinense com o menor

índice de analfabetismo (1,9% da população). Neste mesmo ano, também se

destacou como o terceiro lugar em qualidade do ensino. Os investimentos em

termos de valores orçamentários giram em torno de 29,50% do orçamento

anual, o que garante, em termos, uma estrutura mínima para um bom

andamento dos trabalhos educacionais.

2.2 ABORDAGEM DA PESQUISA

Esta pesquisa de natureza qualitativa utilizou-se da metodologia da pesquisa

documental. A pesquisa documental não pode ser confundida com a pesquisa

bibliográfica, pois enquanto esta tem como base as informações fornecidas

principalmente por obras literárias e artigos científicos, naquela as informações são

coletadas a partir dos documentos existentes, residindo a diferença principal na

natureza das fontes a serem analisadas. Bardin (2009, p. 48), afirma que o objetivo

da análise documental é a representação condensada da informação para consulta e

armazenamento enquanto o objetivo da análise de conteúdo é a manipulação de

mensagens para tornar evidente os indicadores que permitem inferir sobre outra

realidade que não a da mensagem.

A pesquisa documental segundo Bardin (2007, p. 47), trabalha com

documentos, fazendo a análise por classificação-indexação, e a análise de

conteúdo trabalha com as mensagens, sendo que a análise das categorias é

uma das técnicas da análise de conteúdo. Na análise documental, é permitida

a passagem de um documento primário para um documento secundário, como

resumos, sínteses, entre outros, ou, ainda, a indexação por classificação em

palavras chave, índices, regulada conforme os documentos a serem utilizados

na pesquisa. Essas informações são divididas e passam a constituir as

categorias, nas quais são agrupados os documentos com critérios comuns ou

analógicos.

O analista dos dados, segundo Bardin (2007, p. 41), “trabalha com

índices cuidadosamente postos em evidência por procedimentos mais ou

menos complexos e se a descrição é a primeira etapa e a interpretação a

última, então a inferência é o procedimento intermediário, permitindo a

passagem explícita e controlada de uma à outra”. Esse foi o procedimento

empregado neste estudo, o qual teve como propósito analisar até que ponto a

legislação municipal contribuiu para a qualidade da educação no ensino

fundamental de um município catarinense, no decênio de 1998-2008. A

pesquisa foi lastreada na legislação do município de Timbó/SC e no banco de

dados estatísticos da base do INEP/2009, referente aos seguintes indicadores

de qualidade: índice de matrículas, índice de aprovação, titulação docente,

evolução do piso salarial, evolução orçamentária, evolução populacional, Índice

de Desenvolvimento Humano (IDH) do munícipio e da Educação do mesmo

município e Indice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

2.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Primeiramente enviei um ofício para o departamento jurídico da

Prefeitura do município de Timbó, solicitando as normas jurídicas relacionadas

á educação do município, no que se refere aos procedimentos administrativos

e técnico-pedagógicos da Secretaria municipal da educação. A solicitação foi

atendida dentro dos prazos legais e também da disponibilidade dos

funcionários que foram extremamente solícitos nesta jornada. Tais normas

jurídicas (compreendidas como: leis complementares, leis ordinárias e

decretos) foram identificadas pelo sistema de busca do banco de dados por

meio da palavra “educação”, dentro do período de 1998-2008. Nesta busca foi

se identificando a listagem destas normas jurídicas. No entanto, seu conteúdo

não estava disponível no sistema. Foi então que um funcionário fez,

manualmente, o trabalho de coleta das normas na íntegra, uma a uma, e

enviou digitalmente para a pesquisadora.

Paralelamente, com autorização da Secretaria da Educação, fiz uma

busca por documentos que pudessem subsidiar a pesquisa, no que se refere

aos indicadores de qualidade já indicados, para o período selecionado na

pesquisa. Nada referente a esses indicadores de qualidade selecionados para

a pesquisa foi encontrado, somente outros registros administrativos que não

serviram ao propósito deste trabalho de pesquisa. Saliento ainda, que, nos

arquivos dos computadores da secretaria não houve qualquer pesquisa na

busca desses dados, estes não foram colocados à disposição da pesquisadora.

Foi então, que busquei estes índices no INEP, no IBGE e nos sites

relacionados que estão indicados na lista de referências e nos quadros-

sínteses dos dados.

2.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados foram distribuídos em quadros específicos para

melhor compreensão. Primeiramente, busquei toda a legislação com a palavra

educação no site do município nos anos de 1998 a 2008. Encontrei as normas

jurídicas, classificadas como: leis complementares, ordinárias e decretos.

Montei o quadro, conforme apêndice H, com os dados principais: número do

documento, a espécie, o ano de publicação e o assunto principal. Partindo

desse quadro contei o número de leis por espécie (complementares, ordinárias

e decretos), somando: 35 (trinta e cinco) leis complementares, 78 (setenta e

oito) leis ordinárias e 82 (oitenta e dois) decretos o que compôs um total de 195

(cento e noventa e cinco) títulos, conforme apêndice A.

Em seguida montei um quadro com 2 categorias e 11 sub-categorias,

por meio de análise de conteúdo, conforme apêndice B. A partir deste, elaborei

outro quadro com os dados de matrículas da rede municipal, o ano e o

percentual de aumento ou diminuição, sub-divididas em séries iniciais e séries

finais, conforme apêndice C. Posteriormente, montei um quadro do orçamento

municipal, receita de impostos, orçamento da educação, participação

percentual e as leis orçamentárias correspondentes, explicitados no apêndice

D.

Nessa mesma linha, elaborei outro quadro comparativo com as

matrículas da rede municipal, da rede estadual e da rede particular do

município, com os respectivos percentuais de acréscimo e diminuição do

número de matrículas, conforme apêndice E. Elaborei ainda, quadro

comparativo de medida de qualidade, conforme já explicitado anteriormente,

com dados do próprio INEP sobre o ensino Fundamental, dividido em anos

iniciais e anos finais, no Brasil, no estado de SC e em Timbó que pode ser

observado no apêndice F. Montei, também, quadro resumo das normas

jurídicas por espécie, tipo, quantidade, categorias, subcategorias, natureza da

norma e ano de publicação, conforme quadro 3, apêndice C. Em seguida, um

quadro-resumo por ano de publicação e sub-categoria, conforme quadro 02,

apêndice B.

Esse processo me fez notar a necessidade de identificar indicadores de

qualidade de ensino para correlacionar aos dispositivos legais encontrados

para posterior análise. Para tanto, montar um quadro nesses moldes foi

necessário, com os seguintes indicadores: matrícula, ano, índice de aprovação,

IDEB, IDH do Município, IDH da educação, número de professores, titulação,

piso salarial, população e recursos utilizados na manutenção e

desenvolvimento do ensino, conforme quadro 4, apêndice D. Com base nesse

processo de tabulação e tratamento dos dados, os quais tiveram como fonte

provedora a prefeitura municipal de Timbó, a base de dados do IBGE, do INEP,

do PNUD, entre outras bases relacionadas, procedi à análise qualitativa com o

intuito de verificar, então, até que ponto a legislação do município em análise

contribuiu para a qualidade da educação no ensino fundamental no período de

1998-2008. Os quadros 01, 02, 03 e 04, dos apêndices A, B, C e D,

constituíram sínteses norteadoras para a análise com base na seguinte lógica:

primeiramente, descrevi e analisei as normas jurídicas encontradas a partir das

categorias mapeadas por meio da análise de conteúdo, conforme apêndices A,

B e C, nos quadros 1, 2 e 3, respectivamente. No segundo momento,

correlacionei, qualitativamente, as relações de qualidade da educação

existente ou não a partir dos índices de qualidade selecionados para o período

com base no quadro 4 do apêndice D.

CAPÍTULO III

3 HISTÓRICO E CONTEXTO DE CONSTITUIÇÃO DOS

SISTEMAS PÚBLICOS MUNICIPAIS DE ENSINO NO BRASIL

Neste capítulo caracterizo o cenário da história educacional do Brasil,

no que se refere às legislações, destacando os momentos nos quais a União

vai abrindo possibilidades de constituição de autonomia para os municípios.

Podemos afirmar que a Constituição de 1988 foi a que se expressou de forma

a compor um regime de colaboração recíproca, descentralizado e com funções

compartilhadas entre os entes da federação.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996). (...) § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. § 3° Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e no ensino médio.

Dessa forma, os sistemas passaram a existir dentro da legalidade e o

seu funcionamento sob a responsabilidade dos entes federados, obedecendo

ao princípio da colaboração recíproca. Isso mostra que, no ensino fundamental,

a competência é compartilhada, fato reforçado, mais tarde, pela LDB no seu

artigo 10, que determina a distribuição proporcional das responsabilidades

entre estados e municípios.

Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino; II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;

IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino; V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio. VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003). Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos Estados e aos Municípios.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei

9.394/1996) reconhece explicitamente, no seu art. 115, os sistemas municipais

de ensino e estabelece seu papel dentro do sistema nacional. O regime de

colaboração mencionado pela lei evidencia a necessidade de respeito mútuo

nas relações federativas, até porque as relações não mais serão hierárquicas,

mas sim articuladas pelos entes, respeitados os princípios vigentes na

legislação. A Lei 10.172/01, que aprovou o PNE (Plano Nacional de Educação),

quando fala no capitulo do financiamento e da gestão dos recursos, como uma

integração do todo, menciona a importância de estar sempre sendo

aperfeiçoado o regime de colaboração, conforme segue:

“Numa gestão eficiente, há que se promover o autêntico federalismo em matéria educacional, a partir da divisão de responsabilidades previstas na Carta Magna. A educação é um todo integrado, de sorte que o que ocorre num determinado nível repercute nos demais, tanto no que se refere aos aspectos quantitativos como qualitativos. Há competências concorrentes, como é o caso do ensino fundamental, provido por Estados e Municípios. Ainda que consolidadas as redes de acordo com a vontade política e capacidade de financiamento de cada ente, algumas ações devem envolver Estados e Municípios, como é o caso do transporte escolar. Mesmo na hipótese de competência bem definida, como a educação infantil, que é de responsabilidade dos Municípios, não pode ser negligenciada a função supletiva dos Estados (art. 30,VI,CF) e da União (art. 30. VI, CF e art. 211,§ 1º , CF). Portanto, uma diretriz importante é o aprimoramento contínuo do regime de colaboração. Este deve dar-se, não só entre União, Estados e Municípios, mas também, sempre que possível, entre entes da mesma esfera federativa, mediante ações, fóruns e planejamento interestaduais, regionais e intermunicipais”.

Houve em 1964 (em razão do golpe), uma corrida em defesa das

escolas particulares, promovida pelos então defensores da privatização da

5 Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;

educação. Com isso, também os recursos previstos para as escolas públicas

seriam transferidos para a iniciativa privada, e a lei continuaria a mesma, não

havendo necessidade de mudar, somente aplicá-la em favor das escolas

particulares6.

Seriam abertas escolas públicas somente onde as particulares não

tivessem interesse em abrir. No entendimento de Cunha (2002, p. 41), foi

elaborado um projeto de lei de diretrizes e bases da educação nacional, pelo

então governador do Estado da Guanabara, privilegiando os interesses de

quem utilizava a escola como meio de influência ideológica e ganho de capital.

A Lei 4.440/1964 determinava que, se uma empresa oferecesse ensino

primário gratuito aos seus empregados e os filhos, estariam cumprindo a

constituição. Como a maioria das empresas não teria condições de implantar

escolas, a lei estabelecia que essas empresas transferissem recursos

financeiros para o Estado e este, então, ofereceria o ensino em lugar dessas

empresas. Por ser uma alíquota sobre o salário pago pelas empresas, passou

a ser chamado de salário-educação, mas a lei previa, também, que as

empresas com mais de 100 (cem) empregados que instituíssem o sistema de

“bolsas de estudos”, mantendo convênio com as escolas particulares, estariam

isentas de recolher o salário-educação.

Cunha (2002, p. 43) destaca que se formaram empresas especializadas

em agenciar esses recursos para as escolas privadas, tornando essa prática

extremamente prejudicial à sociedade, em razão dos desvios praticados pelas

empresas agenciadoras. Os dados do próprio ministério da educação

demonstraram que cerca de 40% dos recursos foram desviados por essas

empresas, representando um montante exorbitante de recursos.

A Lei n° 6.297/75 (incentivo fiscal), de iniciativa do então general-

ministro da Educação Ney Braga e aprovada pelo Congresso Nacional,

concedia incentivos fiscais às empresas com projetos de formação profissional,

permitindo o desconto em dobro de todos os gastos com formação para o

trabalho em nível técnico, passando a ser de grande valia para as empresas,

principalmente as de grande porte. Mesmo com a limitação em 10% do lucro

tributado, era vantajosa. Surgiram, nessa época, empresas de treinamento

6 CUNHA, Luiz Antônio e Moacyr de Góes. 2002, p. 41

profissional, que ministravam cursos para as grandes corporações, emitindo os

recibos e notas necessários para a comprovação na declaração do imposto de

renda7.

A participação do Conselho Federal de Educação se deu de forma

explícita quando, em 1965, reviu o Plano Nacional de Educação, com vistas a

aumentar o montante dos recursos públicos a serem repassados às instituições

particulares de todos os níveis, desde o antigo ensino primário até os ensinos

médio e superior. Uma evidência clara da isenção e falta de vontade política do

Estado em desenvolver e priorizar a educação como o alicerce social de um

país.

Muitas são as leis educacionais brasileiras que avançam e regridem

conforme o perfil do governo que se instala, modificando os sistemas de ensino

do país e alterando, com freqüência, o andamento do ensino público em todos

os níveis. Esse fato traz, ora avanços significativos, ora retrocessos, que

implicam em muitos anos de atraso na história da educação no Brasil.

Em 1934, pela primeira vez no Brasil, foi instituída, com a vigência da

Constituição, a obrigatoriedade das empresas industriais e agrícolas manterem

mais de 50 (cinqüenta) empregados e se dente eles e seus filhos houvesse

mais de dez analfabetos, a oferecerem ensino primário gratuito. Em 1937, com

o golpe, foi esquecido tal dispositivo8. A Constituição de 1946 voltou a

estabelecer as regras de 1934, determinando que as empresas industriais,

comerciais e agrícolas, nos quais trabalhassem mais de 100 (cem)

empregados, mantivessem ensino primário gratuito aos empregados e seus

filhos9.

Por outro lado, a lei previa que as empresas poderiam também, em

cumprimento a lei, transferir os recursos para o Estado, para que este

oferecesse o ensino, se aquelas não tivessem condições, por razões diversas,

de oferecê-lo. Sendo essa uma contribuição possível, já aprovada na

Constituição, sua alíquota poderia ser majorada, como aconteceu. Seu início foi

7 CUNHA, Luiz Antônio e Moacyr de Góes. 2002, p. 47

8 CUNHA, Luiz Antônio e Moacyr de Góes. 2002, p. 42

9 CUNHA, Luiz Antônio e Moacyr de Góes. 2002, p. 42

com 1,4% sobre a folha de pagamento das empresas, passando

posteriormente, a ser de 2,5%, sendo chamada de salário-educação.

A Lei 4.440/64 veio regulamentar esse dispositivo da Constituição de

1946, (18 anos depois), mas já com a visão de privatização da educação,

abrindo para empresas que poderiam ficar isentas do recolhimento do salário-

educação, se firmassem convênios para o fornecimento de “bolsas de estudos”

às escolas particulares, convênios estes que passavam pela avaliação do

Conselho Estadual de Educação. Constatou-se um desperdício de recursos, já

que não havia órgão fiscalizador para acompanhar se as “bolsas” eram mesmo

destinadas a alunos necessitados e se realmente estavam sendo concedidas.

Havia ainda, empresas de agenciamento que surgiram para intermediar os

recursos entre empresas e escolas particulares10. Após todos os abusos

ocorridos com o salário-educação, o governo militar, em 1982, alterou o

sistema, mantendo apenas o beneficio para as empresas que mantivessem

escolas de 1° grau para seus funcionários e filhos destes ou pagassem escola

privada para estes.

A Constituição de 1946 determinou um percentual mínimo de

investimentos com o ensino, sendo 10% destinados pela União e 20% para

estados e municípios. Mesmo assim, esses percentuais não foram atingidos. A

Constituição de 1967 retirou a vinculação automática da União, deixando

vinculados apenas estados e municípios11. A Lei 5.692/71 ampliou as

obrigações dos municípios, fazendo incidir os percentuais também sobre seus

respectivos Fundos de Participação. Ainda assim, a maior parcela ficava no

governo central, e este, não tinha obrigação alguma com vinculação de gastos .

Segundo Cunha (2002, p.52), no ano de 1982, com as eleições, chegou

ao Congresso Nacional a luta pela democratização do ensino público e gratuito.

Com a renovação das forças, foi possível a aprovação na Câmara dos

Deputados e no Senado do projeto de reforma constitucional que estabeleceu a

vinculação automática das verbas para o ensino. Assim, desde dezembro de

1983, a Constituição determina que o governo federal invista um mínimo de

10

CUNHA, Luiz Antônio e Moacyr de Góes. 2002, p. 43 11

CUNHA, Luiz Antônio e Moacyr de Góes. 2002, p. 50

13% e os estados e municípios de 25% da receita em manutenção e

desenvolvimento do ensino.

Mesmo assim, muitas discussões ainda permearam a aplicação dessa

medida, com seguidos questionamentos a respeito da sua auto-aplicabilidade,

Questionamentos estes que partiam daqueles que tinham interesse em adiar a

aplicação e defendiam a regulamentação. Assim sendo, mais alguns anos se

passaram e o povo brasileiro acabou por obter vitórias apenas parciais

relacionadas ao avanço alcançado com as lutas pela democratização do ensino

público.

A Constituição Federal do Brasil completou, em outubro de 2008, seus

vinte anos de aprovação, tendo sofrido significativas alterações no seu texto

original, através das Emendas Constitucionais. Podemos dizer que houve

avanços significativos nas áreas sociais, e, especialmente, na educação,

embora ainda estejam sendo discutidas questões como os deveres do Estado

relacionados à educação, as disputas ante a descentralização, a autonomia e a

distribuição de competência, características do atual contexto; qual seja, o da

globalização do capital, do avanço tecnológico avassalador e das mudanças no

mundo do trabalho.

A partir deste contexto, Castells (1999) chama a atenção para o avanço

do capitalismo, e mostra que a integração dos países em uma economia global

liga os Estados à concorrência econômica das empresas nacionais e das

localizadas no território nacional, havendo uma nova forma de intervenção do

Estado na economia, que une competitividade, produtividade e tecnologia. A

falta de instrução de grande parte dos brasileiros é apontada como causa do

enfraquecimento dessa reestruturação econômica e reforma social na busca do

desenvolvimento. Tudo isso influencia nas políticas educacionais, visto que a

competitividade é cada vez maior e a necessidade de trabalhadores com

qualificação e que sejam capazes de compreender esse universo é

imprescindível para o desenvolvimento econômico, estendendo-se aos demais

segmentos.

Muitos esforços e preocupações foram investidos em mudanças na

educação básica brasileira nas últimas décadas, principalmente no final dos

anos de 1980, com o advento da Constituição Federal de 1988, e durante todo

o período dos anos de 1990, repleto de reformas educacionais. Esses fatos

tornam o intervalo que vai de 1998 a 2008 um recorte histórico importante para

a análise das legislações e reformas federais na área da educação. Esses

documentos constituem um campo variado de estudos, desde a estrutura

curricular, financiamento da educação, avaliação de desempenho, formação

docente e também aspectos específicos como gênero, raça e direitos

humanos.

Numa perspectiva de descentralização, a Constituição de 1988

possibilitou aos municípios criarem seus próprios sistemas de ensino,

outorgando certa autonomia no que se refere à formulação das políticas

educacionais e suas regulamentações, priorizando a Educação Infantil e o

Ensino Fundamental. A legislação previu, ainda, como alternativa a essa

opção, o município compor com o estado um sistema único ou manter-se

integrado ao sistema estadual. A ênfase na descentralização tem sido apoiada

por correntes políticas de diversas tendências em vários países. Daí a

importância de refletir sobre a constituição dos sistemas nacionais de ensino,

na perspectiva de compreender a criação dos sistemas municipais. Mesmo

diante de inúmeros interesses, foram definidas várias tendências para valorizar

o poder local, com vistas à municipalização do ensino.

Para Sarmento (2005, p. 1363), o sistema escolar carrega e alimenta

esperanças de democratização social e de libertação dos povos. Essa idéia de

escola como direito vem se consolidando ao longo do período de sua expansão

e constituição como sistema e um espaço de lutas e de conflitos. Sua

organização e difusão ao longo dos séculos reflete as forças econômicas,

históricas e sociais em seu entorno. Freqüentar a escola passou a ser condição

de inserção social, preparando cada um, seletivamente, para ocupar um lugar

na escala social num sistema produtivo de hierarquia social.

Werle e Barcellos (2008, p. 534) se reportam ao conjunto de definições

encontrado na análise de um Plano Municipal de Educação, onde são

mencionados argumentos já consolidados pela esquerda, como o

relacionamento da educação com a sociedade, as desigualdades sociais

produzidas pela globalização, a dificuldade do processo democrático em razão

da economia, as reformas educacionais “sugeridas” pelo Fundo Monetário

Internacional (FMI), juros exorbitantes da dívida externa. O estado mínimo foi o

contexto da LDB (Lei 9394/96) e a função da escola no sentido de romper a

exclusão e a injustiça. Mesmo com todas as criticas que possa sofrer um

ordenamento jurídico dessa natureza, a iniciativa é louvável, considerando que

está sendo dado início ao processo de organização das políticas educacionais,

podendo essas ser aperfeiçoadas no decorrer das administrações públicas,

num processo dinâmico e com a participação dos diversos segmentos

organizados.

Sarmento (2005, p. 1366) explica que a globalização da economia veio e

refletiu na estrutura e funcionamento dos sistemas nacionais de ensino e a

sociedade veio passando por mudanças profundas nas formas de garantir a

escolarização do povo. “As políticas educativas foram profundamente afetadas

pela globalização da economia, levando á reforma do Estado e ampliação da

influência das agências internacionais nas políticas públicas, incluindo as

políticas educacionais”. O papel do Estado passa a ser de estimulador da

competição, passando-se a utilizar as palavras competição, descentralização e

flexibilidade como condutoras dessa nova ordem. O sistema educacional passa

a ser controlado por amplos sistemas nacionais de avaliação. A educação

passa a ter um papel de competitividade, contrariando o seu verdadeiro papel

de formador da cidadania e propiciador de igualdade de oportunidades.

No Brasil, teve início nos anos de 1920/30 o desenvolvimento brasileiro

de base industrial, perdurando esse processo até os anos 1970/80, onde o

poder era centrado no governo central. Já no atual contexto, argumenta

Sarmento (2005, p. 1367), a reorganização social e as mudanças geraram

reivindicações e mobilizações nos setores urbanos e na classe operária,

surgindo aí as primeiras greves, os conflitos e as movimentações militares, fato

que demonstra uma insatisfação geral. Os políticos e os educadores passaram

a defender a necessidade de um sistema de educação público, com estrutura

para abrigar as novas diretrizes econômicas e sociais e as necessidades

brasileiras.

Os governos militares, após 1968, numa perspectiva de reforma do

sistema educacional, para adequá-lo a nova fase de desenvolvimento

econômico do país, criaram as Leis 5.540/68 e 5.692/71. A lei 5.692/71, no seu

art. 52, previa que a legislação estadual estabelecesse as responsabilidades

dos municípios e do próprio estado, enquanto a União prestaria assistência

financeira aos estados e distrito federal no desenvolvimento dos seus sistemas

de ensino e organizaria o sistema federal de caráter supletivo. O objetivo

dessas competências era uma maior eficiência na aplicação dos recursos,

preparando-se assim, para uma progressiva passagem dos encargos e

serviços de educação para os administradores locais, visando a um trabalho

mais eficiente.

O Brasil conseguiu o tão propalado desenvolvimento industrial, mas

junto também vieram as desigualdades e as contradições, desigualdades estas

refletidas nos sistemas de ensino, não apenas entre as diferentes classes,

sociais mas também entre os estados, que não conseguiram uma ação

supletiva da União que garantisse o acesso e a equidade em termos

educacionais a todos os brasileiros, aplicando-se ao Brasil as observações de

Antunes (2001, p. 168 ):

O sistema educativo [...] apresenta-se, no final dos anos 80 como um serviço público com marcadas características de subdesenvolvimento, dados os níveis de cobertura da população que é capaz de proporcionar quer dos pontos de vista quantitativos (taxa de freqüência) quer qualitativo (taxa de sucesso nas aprendizagens e na aquisição dos diplomas).

No Brasil, explica Sarmento (2005, p. 1369), a partir da década de 1980,

pode-se dizer que a escola de massas passou de uma política de

democratização para uma de modernização. Os conflitos e mobilizações

sociais retornam quando o estado se submete a um plano de estabilização

acordado com o FMI, com recomendações de desestatizar e descentralizar.

Nesse contexto, uma intensa mobilização garantiu alguns espaços de

democratização na Constituição de 1988.

Com o envolvimento de diversos setores sociais pela redemocratização

do país e a queda dos governos militares, havia necessidade de uma nova

Constituição e de uma nova LDB. Essas se mostravam serem as bandeiras

defendidas por sindicalistas, entidades do magistério, associações científicas e

partidos políticos, no sentido da gratuidade do ensino público em todos os

níveis, dotação orçamentária automática para a educação e uma nova Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, devendo a tal lei determinar a

descentralização administrativa dos sistemas educacionais. Para tanto,

entendia-se que a escola só adquire pleno sentido se, juntamente com as

demais ações, fosse realizada uma reforma tributária, essencial para que

estados e municípios pudessem permitir arcar com as responsabilidades de

manutenção e ampliação de um ensino público gratuito e de qualidade.

Para Sarmento (2005, p. 1370), nesse impulso foi elaborada e aprovada

a Constituição de 1988, garantindo a incorporação dos pontos constantes da

“Carta de Goiânia”, aprovada na IV Conferência Brasileira de Educação, em

1986, o que não aconteceu com a LDB. Saviani (1997) alertou que a nova LDB

seria implantada num contexto desfavorável para os setores populares e seus

representantes progressistas. Na percepção dele, o projeto original caminhava

em direção a uma formação básica comum, possibilitando o encontro entre o

indivíduo e o cidadão.

As mudanças ocorridas na tramitação do projeto original na câmara,

num caráter de concepção social-democrata, como sendo a educação um

direito social a ser garantido pelo Estado. Para Saviani (1997), não havia uma

identificação de concepção clara no projeto original de Darcy Ribeiro, dando

condições para as mudanças no texto final, seguindo orientações neoliberais

nos anos 1990. A idéia de sistema municipal de ensino em si parecia muito

boa, mas o significado de sistema deveria ter uma interpretação clara. No final,

o parecer CNE/CEB 30/2000 definiu como sistema de ensino:

[...] instituições escolares responsáveis pela oferta da educação escolar dentro de níveis e etapas discriminadas, com normas educacionais que, isentas de antinomias, dêem organicidade e unidade ao conjunto sob o influxo dos princípios, finalidades, valores e deveres da educação postos na Constituição e na LDB e sob o competente órgão executivo (Saviani,1997).

Sarmento (2005, p. 1372) menciona que, apesar do esforço do CNE em

firmar posições e esclarecer dúvidas, como o Brasil tornou-se um país

emergente no contexto internacional, com as mudanças decorrentes da

globalização e da crise do Estado-nação, as questões referentes à organização

dos sistemas de ensino não estão encerradas.

Saviani (1999, p. 34) explica que, a partir de 1990, a via de realização

de uma política educacional é a “racionalidade financeira”, tendo como “vetor o

ajuste aos desígnios da globalização através da redução dos gastos públicos e

a diminuição do tamanho do Estado”, para, aos olhos do capital estrangeiro

tornar-se atraente. O autor defende, ainda, uma proposta de “Plano de

Educação”, construído a partir da sintonia com a população, para que seu

funcionamento se constituísse um instrumento de política educacional, visando

a “[...] atender efetivamente às necessidades da população como um todo [...]”,

numa busca do uso adequado dos recursos como forma de realizar o valor

social da educação. O autor acredita ser essa a única forma de resgatar a

qualidade da educação publica e as adequar às necessidades dos habitantes

de cada município do país.

3.1 A CRIAÇÃO DOS SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO

A construção da autonomia na educação municipal teve nos anos de

1980 maior clareza, quando da criação da União dos Dirigentes Municipais de

Educação (UNDIME). Esse movimento buscava maior autonomia dos

municípios e a possibilidade de organização dos próprios sistemas. Os

municípios passaram a reivindicar maior garantia de recursos e espaço de

participação na defesa de seus interesses, compreendendo que a Constituição

de 1988 tornou o município um ente jurídico autônomo, definindo

competências, responsabilidades, recursos financeiros e direitos devendo ele

atuar em regime de colaboração com os estados e a União.

Na visão de Sarmento (2005, 9. 1373) no desenvolvimento da luta pela

implantação de um sistema de educação no Brasil, constata-se que a

descentralização é apoiada por conservadores e progressistas. As experiências

democráticas municipais têm sido apontadas como potencializadas em razão

da proximidade do governo local com os cidadãos: “a s políticas dos anos 1990

estimularam o repasse das responsabilidades para os municípios sem

considerar as reais condições de administração”. Os estados passaram a

incentivar a ampliação da municipalização, impulsionados pela Emenda

Complementar 14/96 e pela LDB, que criou o Fundo de Desenvolvimento do

Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF).

Os educadores dos anos 1980 defendiam a autonomia e a

descentralização como forma de se opor ao autoritarismo, parte deles

considerando igualmente importante a constituição de um sistema nacional de

educação para todos como direito do cidadão e dever do Estado, possibilitando

mobilidade social e democratização. Mesmo definidas as competências e

responsabilidades, o governo central tinha a responsabilidade de estabelecer

as “diretrizes e bases” na esfera nacional, garantir seu cumprimento e

disponibilizar os recursos necessários.

Para Saviani (1999), considerando que haveria dificuldades técnicas e

financeiras de muitos municípios para a implantação dos seus sistemas, a lei

9394/96, estabeleceu em seu artigo 30, inciso VI a competência dos municípios

em manter os programas de Educação Pré-escolar e de Ensino Fundamental,

mas deixou claro que isso seria feito com a ajuda técnica e financeira dos

estados e da União.

A criação dos sistemas municipais foi entendida como opção do

município, já que a decisão seria pautada em lei, partindo do executivo e

aprovava pelo legislativo, e com a participação de setores da comunidade nos

conselhos municipais de educação. A LDB/1996, em seu art. 11, parágrafo

único, abre a possibilidade ao prescrever que: “os municípios poderão ainda,

optar por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um

sistema único de educação básica”. O fato de se tratar de opção dos

municípios já demonstra a autonomia destes, pois a LDB atribuiu competência

aos municípios para organizarem seus próprios sistemas de ensino.

A partir das competências já estabelecidas pela LDB 9394/1996 alguns

referenciais são fundamentais. Nesse sentido, Bordignon (2009, p. 37) sugere

refletir sobre a natureza do processo de institucionalização do sistema,

especialmente na ordem das políticas públicas, fundamentando-se nos valores

a serem formalizados por meio de normas. Os valores básicos que dão sentido

e identidade a uma sociedade ou comunidade e orientam sua ação,

desencadeiam o processo de auto-instituição ou auto-criação social da norma.

Esse processo de institucionalização do Sistema Municipal de Educação

(SME) deve representar a afirmação e tradução dos valores locais, próprios da

realidade do município. Nessa esteira, a viabilização das políticas e gestão

públicas ficaram mais sintonizadas com as aspirações e necessidades dos

cidadãos, viabilizando a possibilidade de melhoria da qualidade da educação.

Para Bordognon (2009, p. 40), a criação do SME ancora-se e

fundamenta-se “em referenciais teóricos, normativos e da realidade nacional,

regional e local, devendo estar presentes”: a concepção da educação, a

dimensão da realidade, a realidade local, a experiência acumulada pelo

município e a autonomia do Sistema Municipal. Esses referenciais devem

nortear esse processo de construção para não ficar na mera burocracia, mas

sim servir para orientar o processo educacional do município.

O trabalho deve ser fundamentado em valores e princípios que orientam

a ação. Para Bordignon (2009, p. 41), entre esses princípios destacam-se: o

sistêmico, o democrático, o do instituinte e o do município que educa. O

Sistêmico deve orientar-se pelo conceito de sistema, devendo articular

sinergeticamente os diversos órgãos e unidades educacionais do município,

seus níveis de responsabilidade e competência, em coerência e voltados para

a educação e suas finalidades. O Democrático requer espaços para a

participação, e para o exercício do poder do cidadão, requerendo os diversos

pontos de vista: dos estudantes, do executivo, dos educadores, dos pais e dos

representantes da comunidade local, tornando o sistema sintonizado com as

necessidades locais. O Instituinte, depois de instituído por lei municipal,

deverá estar em permanente aperfeiçoamento, ouvindo expressões dos

diversos pontos de vista. Irá ajudar o gestor a acertar mais, tanto no cotidiano

como na formulação dos planos e projetos, focando a ação na concretização

dos objetivos do sistema. O Município que Educa, neste princípio, a escola é

o eixo e o espaço privilegiado para a articulação das políticas públicas na vida

do cidadão. Esse espaço (escola) pertence aos cidadãos. Este sentimento de

pertencer se constitui como condição fundamental de intervenção e

participação daqueles nas decisões ligadas às suas vidas. Nesse sentido, as

condições de produção do conhecimento vão além do espaço da escola,

integrando a escola à sua comunidade.

3.1.1 Possibilidades e Limites de um Sistema Municipal

As relações de poder entre os entes da federação conferem aos

municípios a oportunidade de organizar seu sistema municipal de educação

com novas bases, capazes de superarem as práticas e estruturas tradicionais.

Bordignon (2009, p. 37) argumenta que o “sistema municipal formaliza,

organiza e dá coerência às especificidades do projeto de educação do

município, articula suas partes num todo orgânico, contextualiza o local no

nacional”. A construção do sistema levará a um processo de diálogo com as

instituições e as pessoas, definindo as prioridades baseados na realidade do

município.

Para Bordignon (2009), é necessária uma reflexão sobre esse processo,

especialmente na ordem das políticas públicas, pois seus valores serão

fundamentados, legitimados e formalizados por meio de normas. Essas normas

partem de valores básicos que dão sentido e identidade a uma sociedade ou

comunidade e orientam sua ação. A educação brasileira é norteada pelos

valores nacionais. Assim, o processo de organização do sistema municipal de

educação deve traduzir esses valores no âmbito local somados aos valores

próprios da realidade do município.

O sistema municipal de educação é definido por Bordignon (2009, p.38),

como “a organização formal, legal do conjunto das ações educacionais do

município”. Assim, o projeto municipal de educação é construído sobre

princípios e valores mais permanentes na construção da cidadania e da

sociedade que se deseja. O município trabalha sobre a dimensão concreta do

exercício do poder local justamente quando assume com autonomia a

responsabilidade de suas atribuições, priorizando o que for necessário.

Ao serem declaradas pública e legalmente as regras que regem o

sistema, efetiva-se a autonomia do município. O governo, nesse contexto, se

torna mais próximo do cidadão, do local onde ele vive, conhece melhor as

necessidades da coletividade, fato que possibilita a participação mais ativa dos

cidadãos nas decisões do governo e um controle social mais efetivo,

viabilizando também políticas e gestão públicas mais sintonizadas com as

aspirações dos cidadãos, criando mais possibilidades de melhoria da qualidade

da educação.

Sarmento (2005, p. 1379) enfatiza que há uma revalorização do poder

local contrapondo-se às conseqüências da globalização, dificultando a

satisfação das demandas pelos governos centrais, sendo que alguns governos

locais estão conseguindo reverter em seus municípios o processo de exclusão,

promovendo a inclusão de setores sociais menos favorecidos. Argumenta,

ainda, que a prática da democracia está tornando as pessoas mais conscientes

de seus direitos e assim, mais capazes de exigi-lo.

O cuidado com a ênfase dada ao poder local deve levar em

consideração também as políticas de desoneração do Estado central, para

manter as práticas clientelistas ainda muito presentes na cultura brasileira,

principalmente no poder de barganha exercido pelo poder central sobre os

políticos dos municípios, que necessitam de suporte financeiro para viabilizar

determinadas políticas públicas na realização de projetos mais onerosos.

Sarmento (2005, p. 1381) argumenta que o espaço conquistado pelos

municipalistas nas últimas décadas não pode ser ignorado, como também não

podem ser ignorados o paternalismo, o clientelismo e os demais interesses que

permeiam a história social e política do país nas relações entre os entes

federativos e entre estes e o povo. A maioria da população tem uma visão

segmentada da realidade e pouca organização, mesmo assim têm crescido os

movimentos sociais.

Segundo Fonseca (2009) há que se considerar, ainda, que cada vez

mais as políticas são globalizadas, dado o impacto das políticas econômicas e

de políticas de acordos internacionais. Essa tendência tem impacto no âmbito

local, havendo a necessidade de ampliar as articulações para se evitar o

localismo, ainda que tais decisões devam ser tomadas no âmbito local. É

notória, portanto, a incipiência crítica em relação ao atual contexto. Percebe-se

que as localidades estão perdendo a capacidade de gerar e negociar sentidos,

tornando-se dependentes de ações que elas não controlam, e que no mundo

globalizado tanto há a divisão como a união.

Já é possível constatar que vários municípios estão unindo forças em

torno de políticas públicas que beneficiem a todos, por meio de consórcios

intermunicipais, mostrando a necessidade de força para determinados projetos

de interesses regionais, mas que na sua essência sejam voltados para

interesses locais. Pode-se ver que o sistema de ensino é atravessado por

múltiplas determinações, confluindo o global e o local. Não podemos confundir

a busca da autonomia e da descentralização com a vontade do poder central

em descompromissar o Estado. Por isso que maior força vem sendo transferida

para os poderes locais. A construção dos sistemas municipais de educação já

é um fato consumado.

3.2 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL VERSUS QUALIDADE DO

ENSINO

A partir da Constituição Federal de 1998, é de suma importância

perceber que implantar um sistema público de educação é de interesse de toda

a coletividade e não apenas dos beneficiados por esse direito, haja visto que a

educação constitui um meio de inserir as novas gerações ao patrimônio cultural

já acumulado pela humanidade. Para Duarte (2004, p. 114), ao exercer um

direito como o do ensino obrigatório, a pessoa está acionando uma norma geral

e abstrata, mas para fazer a máquina estatal funcionar em seu interesse

próprio (aluno) é necessário que exista também um interesse público. Afinal,

trata-se de um direito público, assumindo função de destaque no quadro de um

Estado social, pois o objeto da proteção recai sobre um direito social.

A compreensão do direito público subjetivo deve considerar os

parâmetros que informam a atual Constituição Brasileira, que pressupõe uma

postura intervencionista na área social. As tarefas do Poder Público no Estado

Social de Direito não se limitam a produzir leis e normas gerais, mas também a

elaboração e a implementação de políticas públicas que são os grandes

norteadores da atividade estatal (Duarte, 2004). Nenhum direito social se

concretiza sem ações concretas do Estado, sendo assim, os programas sociais

que não se realizam necessitam de intervenção jurídica para a satisfação da

situação em pauta, por exemplo, uma determinação judicial garantindo uma

vaga na escola pública.

A partir da Constituição de 1988, com o novo ordenamento jurídico,

houve uma transformação profunda no cenário jurídico. Nessa esteira

veiculam-se os conflitos de interesses meta-individuais que são alvo de ações

judiciais, como a ação civil pública, o mandado de segurança, a ação popular e

o mandado de injunção. Quando falamos de direitos coletivos ou direitos

difusos, as ações passaram a ser um canal de participação da sociedade na

gestão da coisa pública, ou ainda, “um instrumento de participação política que

constitui uma forma de concretizar a democracia participativa consagrada em

nosso sistema jurídico” (DUARTE, 2004, p. 115). Menciona ainda, o mesmo

autor, que a ação judicial é apenas um canal para exigir o direito subjetivo,

mas não seu fundamento. Para o seu cumprimento existem as leis e políticas

públicas delineadas constitucionalmente. O seu desrespeito é que exige uma

forma de garantir o direito, o que se faz processualmente.

Numa abordagem da legislação educacional, pode-se referir a instrução

ou aos processos de formação que ocorrem nos estabelecimentos de ensino,

mas também em outros ambientes como a família, a igreja e outros. Para

Martins (2001, p. 01), a LDB (Lei 9394/96) concebeu a educação como

processo de formação abrangente, tendo como princípio educativo também a

formação da cidadania e o trabalho, não estando restrita apenas às instituições

de ensino. Nesse sentido, pode-se dizer que a legislação educacional recolhe

todos “os atos e fatos jurídicos”, tratando a educação como direito social do

cidadão e como direito público subjetivo do educando do ensino fundamental.

Para tanto, a legislação educacional vem para cumprir com um preceito

constitucional maior, qual seja, a qualidade do ensino.

Martins (2001) afirma que a palavra educação se refere aos processos

de formação dentro e fora dos estabelecimentos de ensino, podendo ter

conceito restrito a educação escolar quando nos estabelecimentos de ensino. A

legislação da educação pode ser entendida como o conjunto de leis que se

referem à educação, tanto voltada para o ensino, como a todas as demais

matérias relacionadas à educação, podendo ser considerada a base da

sustentação político-jurídica da educação. Seu cumprimento está a serviço da

qualidade do ensino como direito e não apenas como bondade estatal.

É possível acreditar que chegaremos a um modelo de normas

educacionais sistematizadas e, posteriormente, a um direito à educação

baseada na doutrina e na jurisprudência. Martins (2001) afirma que somos

órfãos acadêmicos do direito educacional. Fica a pergunta: Direito Educacional

será uma disciplina do Direito ou da Educação? Ou ainda, poderá ser das

duas? Podemos afirmar que as normas jurídicas atuam no sistema educacional

brasileiro e são responsáveis pelo funcionamento e pela organização do

sistema educacional, ficando à mercê da avaliação jurídica da própria

sociedade.

A importância da relação Estado e Educação está na definição das

competências dos entes federados para fazer valer o seu reordenamento

jurídico. Então, ao qualificar as normas relativas à educação estaremos

determinando o grau de responsabilidade social dos governos e também sua

capacidade de criação legislativa. Nesse sentido, a sistematização contribui

para definir as competências da educação e seus agentes nos processos

educativos previstos na legislação da educação, sob a ótica do Direito

Constitucional. Diante dessa caracterização, faz-se ser urgentes pesquisas que

cumpram com esse papel, ou seja, como a legislação educacional pode ser um

dispositivo que garanta a qualidade do ensino. Eis o foco dessa pesquisa.

4 A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA DE EDUCAÇÃO NO

MUNICÍPIO DE TIMBÓ: LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E A

RELAÇÃO COM A QUALIDADE DE ENSINO.

Analisar até que ponto a legislação municipal voltada para a Educação

no período de 1998-2008 contribuiu para a melhoria da qualidade da educação

no Ensino Fundamental do município de Timbó/SC se constituiu como uma

verdadeira saga. Um dos principais aprendizados foi o de perceber, por meio

dessa trajetória, o quanto o município em estudo vem trabalhando de forma

assistemática e intuitiva no que diz respeito às políticas públicas, legislação e

pesquisas já existentes no âmbito dessa temática, que trata dos sistemas de

educação no país. De acordo com Paiva (2005, p. 161), esse aprendizado

parece ser uma tônica no histórico das políticas educacionais do Brasil, pois

“tirar lições da história deveria ser um exercício político permanente, mas o

mais das vezes resume-se a um exercício intelectual”.

Ainda conforme a autora, isso não é regra para todos, mas existe quem

busque na experiência elementos que possam orientar novas ações a serem

implantadas ou resultados a serem repetidos. Além disso, é fato, segundo

Paiva (2005, p. 162), que “[...] há uma consciência crescente de que a história

pode servir não apenas para ler melhor o presente, mas também para projetar

o futuro”. Foi com essa perspectiva portanto, que organizei os dados coletados

nessa pesquisa e que agora os apresento e analiso. A análise que agora

implemento está na seguinte seqüência: primeiro, descrevo e analiso as

normas jurídicas encontradas a partir das categorias mapeadas por meio da

análise de conteúdo, conforme apêndices A, B e C, nos quadros 1, 2 e 3,

respectivamente; num segundo momento, correlaciono, qualitativamente, as

relações de qualidade da educação existentes ou não a partir dos índices de

qualidade selecionados para o período com base no quadro 4 do apêndice D.

4.1 A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA

MUNICIPAL DE ENSINO DE TIMBÓ.

As normas jurídicas, entendidas como um conjunto de disposições

legais que norteiam a condução das políticas públicas dos entes federados,

tiveram um lugar de destaque na construção do sistema público municipal de

educação de Timbó, em particular, no ensino fundamental no período de 1998

a 2008. No contexto da década de 1990, o poder público federal priorizou o

atendimento no ensino fundamental, tendo em vista a sua obrigatoriedade e

gratuidade. Conforme preconiza a LDB (Lei 9.394/1996), em seu art. 4,

parágrafo I: “o ensino fundamental é obrigatório e gratuito, inclusive para os

que a ele não tiveram acesso na idade própria”. Como resultado dessa

prioridade, na década seguinte, o governo federal institui a ampliação do

ensino fundamental para nove anos. Nesse contexto, de acordo com o Parecer

CNE/CEB n. 6/2005, aprovado em 8/6/2005, p. 4, “vem ser sancionada a Lei n.

11.114, de 6 de maio de 2005, que altera os artigos 6o, 30, 32 e 87 da Lei n.

9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o início

do Ensino Fundamental aos 6 (seis) anos de idade”, ampliando a duração

desta etapa do ensino para nove anos. Além disso, o Parecer CNE/CEB n.

18/2005, aprovado em 15/9/2005, p. 2, institui que “cada sistema de ensino é

competente e livre para construir [...] seu plano de universalização e de

ampliação do Ensino Fundamental [...] com matrícula e freqüência obrigatória a

partir de 6 (seis) anos de idade.” É nesse contexto que se situa a problemática

desta pesquisa. Nessa linha, Teixeira (2004, p. 670) afirma que:

“Ao firmar o município como ente federativo autônomo, a Constituição de 1988, em seu art. 211, estabeleceu que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios “organizarão os seus sistemas de ensino”, definindo como competência desses últimos a atuação no ensino fundamental e pré-escolar. A atual LDB, ao regular tais preceitos, reafirmou essa organização (art.8º) e explicitou as incumbências dos municípios em matéria de ensino (art. 11). A constituição dos sistemas municipais de ensino foi tratada nesse artigo sendo firmada a possibilidade, ainda, de optar entre compor com o Estado um sistema único, ou manter-se integrado ao sistema estadual”. Nesse contexto, diferentes orientações têm sido formuladas pelos governos estaduais, a partir das secretarias de educação ou dos conselhos estaduais de educação, no que diz respeito ao processo de municipalização do ensino, constituição dos sistemas municipais de ensino e criação dos conselhos municipais de educação. (grifos meus).

No município ora pesquisado, esse contexto parece bem presente e o

ensino fundamental foi o propulsor do processo de sistematização da

construção do sistema de ensino municipal. Para tanto, este ente federado

parece ter lançado mão deste mecanismo legal para tornar exeqüível o

processo de escolarização previsto nas leis e políticas públicas federais. Por

exemplo: os dados encontrados no processo de busca das normas jurídicas

para a educação neste município, no período de 1998 a 2008, resultaram em

195 títulos, assim categorizados: 35 leis complementares, 78 leis ordinárias e

82 decretos. (conforme quadro 01, anexo A).

Embora em termos quantitativos, esses 195 (cento e noventa e cinco)

títulos pareçam um tanto exagerado para um município de pequeno porte, pelo

menos em termos populacionais e de demanda por vagas escolares, posso

inferir, como colaboradora integrante da Secretaria da Educação (SEMED) de

Timbó, que essas regulamentações se constituíram como cruciais para o

avanço da qualidade do ensino e para a garantia de alguns direitos

constitucionais dos cidadãos timboenses. Vale dizer que a legislação per si não

garante a qualidade do ensino em um determinado lugar, mas, em alguns

casos, se constitui como um dispositivo legítimo de luta. Nesse sentido, Werle

e Barcellos (2008, p. 540), explicam que as normas jurídicas se constituem,

dessa forma, como “[...] um documento fundamental para o estabelecimento

dos princípios de educação no município”. Urge acrescentar, obviamente, que

“[...] há que considerar que pode induzir a erros a idéia de que basta seguir as

regras do processo legislativo convencional para se alcançar os objetivos [...]”

(WERLE & BARCELLOS, 2008, p. 519). Todavia, sem o aparato legal, acredito

que erros maiores e dificuldades administrativas eminentes se farão inevitáveis.

O detalhamento dessas normas jurídicas permitiu uma classificação em

dois níveis: a categoria de caráter administrativo/gestão, voltada para o

gerenciamento e normatização do sistema municipal de educação, em especial

do ensino fundamental, e a categoria técnico-pedagógica, voltada para a

exigibilidade de formação para atuação docente. No âmbito da categoria

administrativa ou gestão, foram classificados dez temas para os quais as

normas se destinam ou se dirigem, denominadas de subcategorias, quais

sejam: Auxílio Financeiro, Cargos e Salários, Conselhos, Contratação de

Pessoal, Convênios de Cooperação, Orçamento e outros assuntos. Já no

âmbito da categoria técnico-pedagógica, identifiquei apenas a subcategoria

denominada formação para a docência, conforme quadro 02, apêndice B.

A descrição e classificação das normativas dão evidência, pelo menos

documental, de que essas normas jurídicas se constituíram como imperativo

para a governabilidade e probidade administrativa do sistema em construção.

Ao mesmo tempo, serviram como ferramenta para o trabalho competente da

Secretaria da Educação no que se refere ao cumprimento das exigências

legais do sistema federal da educação pública. Assegurou, ainda, que fossem

proporcionadas condições objetivas de trabalho e de formação mais

adequadas ou próximas do desejado pelos profissionais da educação do

município. Em outras palavras, o jogo se tornou mais coerente porque, com

esse conjunto de leis e normativas legais, as regras ficaram claras e

estabelecidas, dando maior organicidade interna e externa ao sistema. Nessa

linha, Saviani (1997) argumenta que esse processo é positivo, pois proporciona

uma organização sistemática a partir de parâmetros claramente estabelecidos.

Também para Sarmento (2005), esse processo permite a organização de um

sistema que se pretende construir, além de dirimir dúvidas e estabelecer

posições, para que todos os envolvidos se beneficiem.

A caracterização dessas normas jurídicas a partir das subcategorias

identificadas permite maior visibilidade sobre como o sistema municipal de

educação de Timbó vem sendo construído e de como a legislação do período

de 1998 a 2008 vem conferindo qualidade ao ensino fundamental ou não. Na

subcategoria auxílio financeiro, por exemplo, encontrei 25 normativas

distribuídas no período. Tais normativas se referem a auxílio para atendimento

da Educação Especial da rede municipal de ensino, para a formação de

professores em nível superior e para deslocamento de professores que

trabalhavam fora da sede no ano de 1998. A maior concentração está no

período de 1998 a 2001 e uma concentração menor no período de 2005 a

2007. No período de 2002 a 2004 não houve nenhum título encontrado em

relação a auxílio financeiro; porém, de acordo com a Lei 2125/2001, que

concede benefícios à educação especial, “os benefícios foram estendidos até o

ano de 2004”. Essa caracterização denota, pelos menos em tese, que esse

processo foi sendo construído a partir de ensaios assistemáticos e intuitivos, os

quais foram lentamente sendo aperfeiçoados e incorporados à medida que as

ações iam sendo executadas. Por isso, a maior concentração se deu no início

do período em análise, sendo, posteriormente, apenas reiterados.

Na subcategoria Cargos e Salários, 21 (vinte e um) títulos foram

identificados de 1998 a 2008. Todas essas normativas dizem respeito aos

planos de carreira do magistério público municipal e suas alterações. Os

principais aspectos previstos na Lei Complementar 138/1998, em relação ao

plano de carreira e formação, são: adequação as normas previstas na LDB

9.394/1996; progressão e promoção funcional; incentivo à titulação e

qualificação; implantação de hora atividade, critérios para ingresso, entre

outros. Portanto, essas características são evidências da crescente construção

do sistema no município, onde até então muito pouco era sistematizado. Isso

me permite inferir que a legislação, nesse caso, foi sine qua non para a

implementação do ensino fundamental de forma a atender os preceitos da

constituição de 1988 e da LDB 9.394/1996. Um exemplo prático, conforme a

Lei Complementar 138/1998, art. 17, parágrafo único, foi o incentivo dado ao

professor licenciado, com a promoção de dez níveis na carreira, sem contar

que, para essa formação de nível superior, o governo municipal já arcava com

80% da mensalidade escolar.

Em relação à subcategoria Conselhos, identifiquei 12 normas jurídicas.

Como pode ser observado no quadro 02 do apêndice B, tais normas estão

uniformemente distribuídas durante o decênio em análise. Todas são leis

ordinárias que dizem respeito aos seguintes conselhos: Conselho Municipal de

Educação, da merenda escolar e do FUNDEF/FUNDEB. Ao que parece, esta

subcategoria denota atendimento aos princípios da administração pública,

previstas no art. 37 da Constituição Federal de 1988, permeando o direito

administrativo.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...].

Além disso, é coerente com a posição de Bordignon (2009, p. 41), ao

afirmar que a construção de um sistema municipal deve observar e atentar

para os seguintes princípios de organização: o sistêmico, o democrático, o do

instituinte e o do município que educa. Em síntese, é fato que tais princípios

vêm para conferir qualidade. Portanto, posso inferir que, nesse aspecto, não

necessariamente de fato, mas de direito, os conselhos têm assegurado

qualidade ao ensino fundamental de Timbó. Nesse sentido, para Teixeira

(2004, p. 702), os conselhos,

“Como órgãos da esfera pública, os conselhos possuem uma estrutura mista, que conta com a presença da sociedade civil, vinculada ao Estado. Essa composição cria a possibilidade de uma ação mais articulada e global das organizações e define as bases para uma ação política sobre as esferas de decisão do poder. Nos conselhos municipais, nos fóruns, nas conferências, a participação constitui, atualmente, instrumento de controle social e político do Estado pela sociedade, possibilitando aos cidadãos atuarem na definição de critérios e parâmetros para orientarem a ação pública. No que diz respeito à educação, as expectativas com relação à constituição de sistemas em muitos municípios brasileiros parece não se ter concretizado até o momento, embora não se disponha de dados de pesquisas a respeito. Com ou sem a constituição dos sistemas municipais de ensino, experiências de conselhos de educação são registradas com diferentes formatos em municípios brasileiros”. Algumas delas firmadas desde os anos de 1980, outras muito mais recentes. (grifos meus).

Na subcategoria Contratação de Pessoal, a lógica parece se repetir,

mas agora com apenas 11(onze) normativas identificadas nas buscas. Estão

distribuídas ao longo do período, destacando-se em 2003 com 4 (quatro)

títulos. Todas se referem à contratação temporária e criação de vagas para

profissionais para a educação, característica própria dos sistemas públicos

educacionais para suprir demandas em razão de situações distintas em que

pode se encontrar o quadro de pessoal efetivo, como, por exemplo, a criação

de vagas para professor de Inglês, conforme o Decreto 844/2003. Esse foi um

procedimento legal recorrente percebido ao longo período.

Outra subcategoria identificada se refere aos Convênios de

Cooperação. Nesta, 7 (sete) ocorrências jurídicas foram encontradas,

concentrando-se em maior parte no início do período, conforme observado no

quadro 02, apêndice B. São convênios para repasse e recebimento de recursos

ou permuta de pessoal, no caso da municipalização do ensino das escolas

multisseriadas, repasse para a construção de obras pelo município nas escolas

estaduais, renovação de convênios na área cultural para contratação de

professores nas diversas áreas. Como exemplo, a Lei 2.050/1998 que firmou

convênio com a Paróquia Evangélica de Timbó para disponibilizar o Pastor

como professor de música nas escolas municipais. Outro exemplo é a Lei

Complementar 2.087/1999, a qual ratifica termos de convênio com a Secretaria

do Estado de Santa Catarina para cooperação técnica, material e financeira.

Posso afirmar que, em termos de qualidade do ensino, há uma direta relação

no que tange à formação artística e cultural das crianças, contribuindo para a

tão sonhada formação integral do ser. No caso da música, em particular, o

município já a instituiu como atividade escolar em 1989, enquanto que,

legalmente, o ensino de música foi instituído nas escolas, pelo MEC, apenas

vinte anos mais tarde, no ano de 2009, conforme a Lei nº 11.769, de 18 de

agosto de 2008. Vale dizer que esse fato se deu em razão de percebermos

(como integrante da SEMED) que a música ao ser inserida no primeiro horário

do dia (antes da entrada), produzia um efeito positivo, de maior concentração

nos alunos. Diante disso, passamos a pensar na possibilidade de inserir como

elemento curricular, que veio para contemplar as diferentes linguagens do

ensino da arte.

Estrutura Física também se constitui como subcategoria encontrada a

partir de 16 títulos identificados na busca. Diferentemente das anteriores, esta

aparece somente a partir de 2000 e se estende até 2007, não apresentando

constância homogênea anualmente. No entanto, apresenta freqüência, ainda

que volátil, durante todo esse período. Destacam-se ocorrências nos anos de

2000 e 2004. Essas ocorrências se referem à aquisição e à permuta de

terrenos para a construção de área de esportes na rede municipal e doação de

terreno para escola particular, assim como reformas em unidades educacionais

por processo licitatórios. Um exemplo prático está no Decreto 182/2000, o qual

declara de utilidade pública 1.198 metros quadrados destinados à ampliação do

espaço físico da Escola Básica Professor Nestor Margarida. Essa situação

está diretamente relacionada ao acréscimo significativo de matrículas no

ensino fundamental, fenômeno consistente durante todo o período, conforme

pode ser observado no quadro 4, apêndice D. Este, sem dúvida, é uma

evidência de qualidade do ensino, pois ao invés de se aumentar o número de

alunos por turma, se ampliou o espaço físico e se manteve a média de 25

(vinte e cinco) alunos por turma. As normativas em destaque no ano de 2004

se referem à ampliação de vagas para a educação infantil.

Na subcategoria Eventos não foram encontradas ocorrências jurídicas

significativas. A busca identificou apenas 2 (duas) freqüências (2005 e 2006) e,

além disso, não se refere diretamente aos fins da educação do município.

Normas de Conduta foi outra subcategoria encontrada. Registrei apenas 3

(três) normas jurídicas neste caso. No entanto, posso dizer que registram

divisores de água na construção do sistema municipal de educação de Timbó.

Uma delas se refere ao Decreto 135/1999, que trata do regimento interno da

Secretaria Municipal de Educação. A outra é o Decreto 412/2002, que diz ao

regimento interno do Conselho Municipal de Educação. Por fim, embora a

ocorrência de 2005 se refira a outro conselho não relacionado à educação, há

neste representação de membro da educação. Considero como divisor de

águas porque ambas as situações eram inéditas até aquela data. Portanto,

normatizam a gestão dos processos educacionais do município e, dessa forma,

constróem o sistema educacional já instituído. Em que medida isso pode

contribuir para a qualidade do ensino? No mínimo, tornaram públicos os

compromissos indispensáveis do município para com os seus munícipes.

Conforme o Regimento Interno da SEMED (1999), art. 2º, cabe a esta “[...]

planejar e executar a política municipal de educação, em consonância com as

diretrizes do conselho municipal de educação e com as diretrizes e base da

Educação Nacional, vigentes”.

Na subcategoria Orçamento, encontrei 66 (sessenta e seis) normas

jurídicas distribuídas ao longo do decênio, com destaque, ao ano de 2005, com

38 ocorrências. Referem-se a uma lei orçamentária anual, sendo que as

demais se referem à anulação e suplementação de dotações orçamentárias.

No caso das 38 normas identificadas em 2005, estas se referem à anulação e

suplementação de dotação orçamentária. A qualidade mínima de ensino

parece ser assegurada pela Lei 2009/1998, em seu art. 8º, que reafirma o

compromisso de cumprimento das determinações da LDB (Lei 9.394/1996).

Além disso, relaciona, em seu Anexo I, as prioridades e metas para o exercício

seguinte, como, por exemplo, a ampliação da rede de ensino e a capacitação

dos profissionais da educação.

Para a subcategoria Outros Assuntos, identifiquei 23 (vinte e três)

títulos normativos. No entanto, nenhum deles está relacionado com os fins

diretos da educação. Por fim, na subcategoria Formação para a Docência,

única da categoria técnico-pedagógica, encontrei 7 (sete) normas jurídicas

concentradas no início do decênio em análise e apenas 2 (duas) no final do

período. De 2002 a 2005, não obtive nenhuma ocorrência. São leis que tratam

de editais públicos para concursos e formação/habilitação mínima para

ingresso. A Lei Complementar 266/2004, por exemplo, altera a Lei

Complementar 138/1998 e determina novo tratamento para os profissionais

que atuam no magistério, relacionando-os ao grau de titulação e habilitação

para suas respectivas funções. Diante desta alteração, de acordo com a Lei

Complementar 266/2004:

“(...)integram a carreira do magistério os profissionais que exercem atividades de docência, os que atuam como Educadores Infantis, e os que oferecem suporte pedagógico direto a tais atividades, incluídas às de administração escolar, supervisão educacional, orientação educacional e orientação pedagógica”.

Ainda relacionado à mesma subcategoria, a Lei Complementar 273/2004

altera o art. 3º, da Lei Complementar 266/2004, redefinindo os cargos de

alguns profissionais da educação, além do art. 34 da Lei 134/1998, que vem

assegurar, a partir de então, o aperfeiçoamento profissional do Magistério

Público Municipal, sem prejuízo da remuneração. Em outras palavras, acredito

que essas providências e condições legais contribuíram para a qualidade do

ensino, em especial do ensino fundamental do município, pois essas condições

se tornaram mais favoráveis ao aperfeiçoamento e qualificação do quadro de

docentes, tanto no que se refere à titulação quanto na formação contínua.

Embora essa situação per si não garanta incremento no ensino, penso que

quanto maior a qualificação dos docentes tanto maior podem ser os reflexos na

qualidade do ensino. Não tivessem esses aspectos nenhuma correlação, as

atuais políticas públicas educacionais brasileiras, as políticas públicas

internacionais, os acordos bilaterais entre países e os arts. 70 e 71 da LDB

9394/1996 não dariam à formação contínua e à titulação significativa ênfase.

Em síntese, posso inferir que, teoricamente e tecnicamente, essas

condições proporcionadas pelo aparato da legislação educacional do município

de Timbó parecem ter contribuído de maneira significativa. Mesmo que seu

processo de construção tenha sido mais aleatório e intuitivo do que

efetivamente realizado com base em estudos e/ou assessorias de caráter

formativo e técnico para dar bases iniciais ao processo de constituição do

sistema municipal de educação, lançou as bases para o direcionamento e

organização da prática em todas as suas dimensões. Portanto, para garantir as

condições satisfatórias do que se pode querer em termos de qualidade do

ensino, especialmente no Ensino Fundamental, acredito que todo esse aparato

legal foi determinante. De acordo com o Decreto 135/1999, que trata do

regimento interno da Secretaria Municipal de Timbó, a maioria dos

compromissos e atribuições previstas em seu art. 8º, o qual trata

exclusivamente do Ensino Fundamental, vêm sendo atendidos.

Indubitavelmente, o que ficou patente, também, foi o fato de que a

construção de toda essa legislação educacional ora em análise, a qual rege o

ensino fundamental e a educação em Timbó, se deu muito mais pela vontade e

compromisso pessoal de alguns profissionais da educação que lá atuam, do

que pela consciência formativa e responsável em relação às políticas públicas

educacionais do país e de sua corrente legislação. Não obstante, Teixeira

(2004) explica, em seu estudo, que tal situação é recorrente na maioria dos

municípios brasileiros, apesar de haver poucas pesquisas que caracterizem

esse dado. Em decorrência dessa constatação é que a qualidade do ensino no

país ainda está tão distante dos padrões de eficiência e eficácia que a

sociedade brasileira deseja e necessita. Eis aqui a relevância deste estudo,

tanto para o âmbito local quanto regional e nacional, o qual analisa até que

ponto a legislação educacional do município de Timbó contribuiu para a

qualidade da educação e, em especial, no ensino fundamental.

4.2 INDICADORES DE QUALIDADE DA EDUCAÇÃO PARA O ENSINO

FUNDAMENTAL DE TIMBÓ.

Correlacionar qualitativamente os indicadores de qualidade selecionados

nesta pesquisa, tais como, índice de matrículas, índice de aprovação, titulação

docente, evolução do piso salarial, evolução orçamentária, evolução

populacional, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do munícipio e da

Educação do mesmo município e Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica (IDEB) para estabelecer relações com a legislação educacional

encontrada e já analisada no item 4.1 não foi tarefa simples. Definir esta lógica

de correlação qualitativa como metodologia de análise para identificar até que

ponto a legislação educacional contribuiu para a qualidade da educação no

ensino Fundamental de Timbó foi uma forma de conectar os atuais índices

considerados pelas políticas públicas educacionais do país como indicadores

que apontam, em certa medida, tendências de qualidade na educação, dado o

atual contexto para o período do último decênio. Não significa, portanto, afirmar

absolutamente que os resultados alcançados pelas estatísticas educacionais

atuais sejam dados de qualidade educacional produzidos exclusivamente a

partir da legislação educacional analisada, até porque o conceito de qualidade

educacional pode apresentar nuances distintas. No entanto, posso inferir que

muito desses resultados são decorrências positivas proporcionadas, em grande

medida, pelos dispositivos legais anteriormente analisados e relacionados.

De acordo com De Miguel e outros (1994), qualidade é uma das

palavras mais utilizadas na atualidade. “Fala-se de qualidade de vida,

qualidade laboral, qualidade educativa, etc. Não obstante, na maioria das

vezes, sem precisar o que se entende por qualidade ou desde qual enfoque

teórico se utiliza o termo”. (ADRIOLA & ADRIOLA, 2009, 156). Orden Hoz

(1993) explica que a referência à qualidade é empregada, indistintamente, para

explicar as decisões referentes à implementação de mudança e inovação,

execução de projetos de investigação, organização de conferências e

congressos científicos, etc. Diante disso, afirma Orden Hoz (1992, p. 533):

“Todas estas actividades y otras muchas se colocan bajo el gran paraguas de

la calidad”.

Não suficiente, a idéia de qualidade do ensino, que está removendo

fronteiras nos países europeus e americanos, se constitui como demanda da

sociedade contemporânea, cujas características mais visíveis são a

diversidade cultural e a conscientização cada vez maior dos direitos cidadãos.

(ANDRIOLA, 2003). Qualidade tem se tornado palavra de ordem e este fato

vem ocasionando certo desgaste no mundo acadêmico, posto que, para

Doherty (1997, p. 22): “el vocabulario referente a la calidad es el que debe

aprender cualquier aspirante académico que desee escapar de la ardua tarea

de tener que enseñar un numero cada vez mayor de alumnos”. Nesta linha, as

políticas públicas educacionais brasileiras também vêm demonstrando que a

qualidade do ensino, da educação no seu contexto mais amplo, tem se

constituído como preocupação dominante. Como ensina o autor:

“Durante os últimos anos, a preocupação dos governos em relação à qualidade da educação tem estado manifesta em suas políticas. Muitas são as respostas que têm sido dadas à pergunta: O que é qualidade em educação? Algumas delas têm significação semelhante, outras variam em pequenos detalhes, inúmeras apresentam diferenças substanciais. Enunciado de várias formas, o conceito de qualidade na área educacional, de maneira geral, abarca as estruturas, os processos e os resultados educacionais”. (DAVOK, 2007, p. 506).

De acordo com Davok (2007), a expressão “qualidade em educação”, no

marco dos sistemas educacionais, assume uma variedade de posições

dependendo da crença que se tenha sobre o que cada sistema deveria

oferecer à sociedade. Segundo a autora (2007, p. 507), vários são os aspectos

que podem ser considerados indicadores de qualidade. Por exemplo:

“Uma educação de qualidade pode significar tanto aquela que possibilita o domínio eficaz dos conteúdos previstos nos planos curriculares; como aquela que possibilita a aquisição de uma cultura científica ou literária; ou aquela que desenvolve a máxima capacidade técnica para servir ao sistema produtivo; ou, ainda, aquela que promove o espírito crítico e fortalece o compromisso para transformar a realidade social, por exemplo. Por outro lado, a expressão “qualidade educacional” tem sido utilizada para referenciar a eficiência, a eficácia, a efetividade e a relevância do setor educacional, e, na maioria das vezes, dos sistemas educacionais e de suas instituições”.

No caso do Brasil, exemplos clássicos que vêm sendo utilizados como

indicadores de qualidade na educação são os resultados obtidos nas atuais

políticas de avaliação dos sistemas educacionais, como, por exemplo: SAEB,

PROVA BRASIL, PROVINHA BRASIL (no caso do ensino fundamental) e o

IDEB, índice criado a partir da Prova Brasil e os índices de repetência e evasão

informados pelas escolas. Para esta pesquisa, são esses os indicadores que

foram selecionados para correlacionar com a legislação educacional analisada,

com o objetivo de verificar como esta vem conferindo a tão sonhada qualidade

do ensino no município de Timbó, em particular no ensino fundamental.

Ao analisar o IDEB do município de Timbó, quando se compara com o

Ensino Fundamental do Brasil, tomando-se o índice médio da rede pública

(Federal, Estadual e Municipal) e a rede Privada, o Município de Timbó tem

índices muito superiores à média total do Brasil. Em 2005, os anos iniciais e

finais foram, respectivamente, 34,21% e 25,71% superiores em Timbó. Em

2007, 26,19% e 28,95% superiores quando se compara Timbó com o Estado

de Santa Catarina, conforme quadro 5, apêndice E. Até que ponto a legislação

educacional do município tem mérito nestes resultados? Pela lógica teve

influência positiva, especialmente se considerarmos o fato de que o município

tem seu plano de carreira para o magistério, criado em 1993, e

progressivamente aperfeiçoado durante o último decênio. Paralelamente, pude

observar que a titulação dos professores já é de nível superior desde 1998,

graças ao plano de carreira do magistério e às sucessivas contratações,

mesmo que temporárias, durante o período de 1998-2008, de pessoal para

atuar na educação com nível superior de formação como titulação mínima.

Ainda em relação à titulação e aperfeiçoamento, há que se considerar

que parece haver uma direta relação com a legislação educacional do

município, pois na ocasião dessa análise, no item 4.1, a subcategoria auxílio

financeiro estava presente e diluída durante todo o período de 1998 a 2008.

Vale lembrar que as normas jurídicas encontradas no período, todas, tratavam

basicamente de dois aspectos: progressão significativa de nível docente

quando da graduação no ensino superior auxilio financeiro de 80% no

pagamento da mensalidade escolar. O índice de desenvolvimento humano –

IDH, embora encontrado no PNUD somente do ano de 1991 e 2000, também

demonstram consistente evolução, especialmente no IDH educação, ficando

bem superior ao índice nacional. Visto que o da educação é superior ao IDH

geral, é possível que a legislação educacional empreendida em Timbó tenha

contribuído para isso.

Outros indicadores de qualidade educacional aqui considerados, como a

evolução de matrícula, número de professores, piso salarial (20 horas) e

orçamento, parecem indicar uma coerência interna do sistema, especialmente

no que diz respeito ao seu crescimento. Por exemplo, durante todo o período

de 1998 a 2008, houve uma crescente evolução de matrículas sendo

praticamente duplicado o número de alunos em dez anos. Da mesma forma,

evidencia-se crescimento semelhante na evolução do piso salarial para 20

horas/aula, bem como no orçamento e no número de professores do município.

O que garantiu tal crescimento, aparentemente equilibrado? Embora tenha

havido crescimento do matrícula, a maioria resultante da migração dos alunos

das escolas estaduais e um pouco relacionado ao aumento populacional, os

índices de Aprovação, IDEB e IDH se elevaram. O inverso não poderia ter

acontecido? Diríamos que sim. No entanto, minha vivência como profissional

do sistema e as normas jurídicas aqui já identificadas e analisadas apontaram

para o fato de que, embora houvesse uma evolução sistemática das

matrículas, o número de alunos por turma foi mantido e número de salas e

outros espaços físicos foram previstos pela legislação e foram atendidos. Da

mesma forma, ocorreu com a maior contratação de professores, face ao

aumento da demanda. Tudo isso indica que, no caso de Timbó, houve uma

correlação positiva e direta entre legislação educacional e qualidade de ensino.

Todos esses dados podem ser observados no quadro 4, apêndice D.

Novamente as reflexões sobre a legislação isolada não garante resultados,

mas a legislação aliada à consciência humana permite que se faça muita

diferença. Poderia afirmar que a legislação legitima a ação profissional e o

direito humano, cidadão.

Não se trata, neste momento, de se fazer juízo de valor. Trata-se,

porém, de se fazer conjecturas e análises em torno daquilo que é patente para

os profissionais envolvidos em determinadas situações, mas que não se

tornam visíveis para a sociedade no exercício de seu direito. De modo geral,

afirma Davok (2007, p. 507-508), “quando se diz que um objeto educacional

tem qualidade, está-se explicitando um juízo sobre seu valor e mérito. Um

entendimento mais preciso do que seja “qualidade em educação” é

absolutamente necessário como base para orientar estudos sobre processos

de avaliação da qualidade de objetos educacionais”. Este foi o propósito

implícito desta pesquisa.

Nessa linha, conceitos como os de qualidade formal e qualidade política

de Demo (2001) são recuperados, além dos conceitos de qualidade

acadêmica, social e educativa também deste mesmo autor (1985). São

percebidos, ainda, os conceitos de eficiência, eficácia, efetividade e relevância

de Sander (1982, 1995), assim como os conceitos de valor e mérito de Scriven

(1991). Com base nesses conceitos, Davok (2007, p. 508) explica que o

conceito de qualidade “não possui uma delimitação semântica precisa”. Por

exemplo, em algumas áreas, como economia e administração, qualidade tanto

pode significar a relação entre as características e os procedimentos aplicados

nos processos de desenvolvimento de um produto ou um serviço, quando pode

simbolizar o grau de satisfação do usuário do produto ou serviço adquirido em

relação à sua perspectiva inicial. Nas ciências humanas, caso da educação,

essa noção de qualidade passa muito por aspectos subjetivos, psicológicos e

culturais dos seres humanos envolvidos. Em hipótese alguma pode ser

considerada mera relação de causa e efeito. Portanto, correlacionar qualidade

de ensino com legislação educacional não caracteriza efeito causal, mas

relacional.

Diante desse contexto de análise concluo que, durante as últimas

décadas, a qualidade educacional brasileira teve impacto de múltiplas

influências. As políticas públicas e a legislação educacional incorporaram, com

maior ou menor intensidade, substratos da economia que deu lastro para os

diferentes projetos nacionais de desenvolvimento. Embora tenha havido a

mobilização dos educadores para a construção de projetos mais autônomos e

socialmente mais relevantes para a educação brasileira, em termos práticos,

“[...] a ação educativa deu ênfase a programas e projetos orientados pela lógica

do campo econômico, dirigindo a ação escolar para as atividades instrumentais

do fazer pedagógico e para a administração de meios ou insumos”.

(FONSECA, 2009, p. 153). A qualidade, por conseguinte, foi sendo legitimada

pela lógica da competitividade, cuja medida são as estrelas no ranking das

avaliações.

Fonseca (2009) supõe que se essa lógica utilitarista serve à excelência

empresarial. Esta, por sua vez, não é suficiente para coordenar a qualidade da

ação educativa. Nas ciências humanas, a qualidade tem como parâmetro as

diferentes dimensões da vida social. Exige, portanto, uma interação constante

entre a política educacional e os campos da ciência, da cultura, da cidadania e

da ética. Eis aqui o contexto no qual esta pesquisa se situa, a qual buscou na

legislação educacional o aporte para avaliar como esta se relaciona com esses

diferentes campos. Portanto, no caso de um sistema municipal a comunidade

deve exigir que o poder executivo (Estado) faça a sua parte. Ou seja, atuar

como poder mediador, buscando demandas emanadas dos diversos campos:

científico e econômico, da comunidade educacional e das famílias e conduzi-

las na elaboração de um projeto educacional que inclua todas as dimensões do

conhecimento humano. Além disso, prover condições para a superação das

dificuldades que afetam os entes administrativos locais (orçamentárias,

gestionárias, pedagógicas e culturais), (FONSECA, 2009). Em suma, urge que

o Estado cumpra sua função mais legítima, qual seja, a de preparar os

profissionais da escola para que possam agir como sujeitos centrais no

processo de construção de um sistema educacional de qualidade. Segue

reflexão do autor:

“Uma reflexão acurada com respeito à qualidade da educação supõe apreendê-la no âmago da dinâmica socioeconômica e cultural de um país. Implica perceber como a política educacional interage com os projetos nacionais de desenvolvimento, os quais, por sua vez, articulam-se, de forma mais ou menos autonômica, com as sucessivas mutações da economia mundial; supõe perceber a sua interlocução com os movimentos pedagógicos e metodológicos e, ainda, com as demandas da sociedade organizada, mais especificamente, aquelas que partem dos educadores, muitas vezes sustentando posições contrárias à política oficial. No seio dessa dinâmica, são produzidos valores que se traduzem em diferentes sentidos para a qualidade. Observada pela função social, a educação de qualidade se realiza na medida em que logre preparar o indivíduo para o exercício da ética profissional e da cidadania. Supõe, ainda, educá-lo para compreender e ter acesso a todas as manifestações da cultura humana; do ângulo puramente pragmático, a educação de qualidade se resume ao provimento de padrões aceitáveis de aprendizagem para inserir o indivíduo – como produtor-consumidor – na dinâmica do mercado”. (FONSECA, 2009, p. 154).

Em resumo, são as políticas públicas, nacionais e internacionais, que

dão materialidade às lógicas de qualidade educacional, porque conferem a

direção dos eixos políticos deste projeto, delineado a partir da reforma

educacional promovida nos anos 1990. Estar atualizado no conhecimento de

políticas públicas é uma exigência que se impõe a todos os profissionais que

atuam no campo educacional, sobretudo porque, naquela década, procedeu-se

à revisão da finalidade da educação no país e no mundo. As mudanças

operadas pela via da promulgação de leis e aprovação de programas e planos

nacionais interferiram de modo significativo, no direcionamento da vontade

política presente na esfera local, impulsionando também um amplo movimento

de reformas na própria sociedade. Portanto, avaliar como as atuais políticas

públicas e a legislação educacional contribuem para a qualidade da educação

é fator relevante para a sua manutenção, devendo ser realizada por

educadores. Vale dizer que, na maioria dos municípios este trabalho ainda está

por ser feito. No caso de Timbó, por exemplo, esse é o primeiro movimento

nesse sentido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa buscou investigar até que ponto a legislação

voltada para a educação no período de 1998 a 2008, contribuiu para a melhoria

da qualidade da educação no ensino fundamental do município de Timbó. Foi

um estudo qualitativo, utilizando a análise de conteúdo, analisando 35 (trinta e

cinco) leis complementares, 78 (setenta e oito) leis ordinárias e 82 (oitenta e

dois) decretos, perfazendo um total de 195 (cento e noventa e cinco)

normativas do município de Timbó e as demais leis nacionais pertinentes ao

tema.

A idéia de verificar se houve melhora na qualidade da educação do

município a partir dos indicadores mencionados na pesquisa, e até onde vai a

influência da legislação, nos mostrou outros indicadores que não

imaginávamos existir. Um exemplo que ocorre e podemos mencionar é a

necessidade cada vez maior de se construir um arquivo de dados significativos,

vislumbrando outras pesquisas, que auxiliariam muito nessa caminhada, que

podemos dizer já se iniciou. Necessário se faz continuar o processo de

aperfeiçoamento, amadurecimento e construção de políticas públicas que vão

ao encontro das reais necessidades de quem no município reside. Esses são

os sujeitos para os quais buscamos e acreditamos em trabalhos como este,

visando a melhoria das condições de construção da cidadania e ética humana.

Um trabalho de pesquisa tem sentido se, de alguma forma, pode

influenciar no resultado final das partes envolvidas, mesmo a médio e longo

prazo, para o aperfeiçoamento daquilo que foi positivo e a mudança que ainda

se faz necessária, no sentido de crescimento bilateral. O que precisa ficar

evidente, a partir desta pesquisa, é o fato de que a legislação, por si só, não

muda a vida das pessoas. Todavia, se vier acompanhada da essência, do

pensamento que originou a lei, podemos dizer que pode sim, fazer diferença

numa comunidade, município, estado e nação. O espírito do qual está imbuído

o administrador público, os princípios que regem a vida pública e pessoal, a

motivação que o faz estar gerindo um órgão público, são diferenciais na

inserção de medidas que os diferenciam na caminhada e, em especial, diante

dos compromissos que assumiram. A oportunidade, na maioria das vezes, é

única. No entanto, as escolhas fazem toda a diferença, pois pode-se continuar

fazendo o que sempre se fez e tudo ficará como sempre foi, ou pode-se

acreditar na tentativa de melhorar e investir no potencial humano.

Parar para pesquisar significa também avaliar o processo e observar se

realmente o caminho é esse, de modo que ajustes e modificações necessárias

possam e devam ser feitos. Parar e realinhar a trajetória na busca para errar

sempre menos. O espírito público que conduz os profissionais que acreditam

numa educação pública de qualidade necessita também de respostas e de

respaldo para que continuem buscando o que acreditam. Os profissionais da

educação devem saber no que acreditar nessa caminhada e nas demais que

ainda virão no decorrer da vida profissional. Manter acesa a chama que

impulsiona nem sempre é tão fácil, ter a dimensão do quanto já foi percorrido e

do quanto ainda falta é um alento. Podemos arriscar dizer que Timbó está

caminhando e buscando sua identidade cultural, no que se refere à educação,

de forma contínua, com erros e acertos, mas na média está em movimento

constante na busca de melhores condições sociais para todos.

Entendo que o ponto de partida tem um significado implícito, que nos

parece um impulso necessário, já que, popularmente falando, tudo tem início

quando se dá o primeiro passo. Temos motivos, revelados nos dados desta

pesquisa, que nos fazem acreditar que os passos iniciais já foram dados e que

a continuidade deverá ser dada, implementando-se novos parâmetros para que

se atinjam metas cada vez mais ousadas. A garantia constitucional do acesso

ao ensino fundamental público e gratuito, para todas as crianças em idade

escolar e aos que não tiveram acesso na idade correspondente, equivale

também ao dever do Estado de oferta de vagas, garantindo a qualquer

cidadão, organização sindical, entidade de classe, entre outros, a busca do

direito, por meios judiciais se necessário for.

Esse procedimento não é a regra, só ocorre quando o ente federado

deixar de cumprir com o oferecimento das condições necessárias para a

efetivação da política educacional preconizada na lei que a instituiu. O

Ministério Público também é legítimo para fazer cumprir o preceito

constitucional, embora não tenhamos conhecimento do seu uso freqüente, de

certa forma até pouco conhecido pelos cidadãos. A garantia jurídica na

Constituição e na LDB (Lei 9394/1996) existe, e foi uma importante conquista,

muito embora não se conheça nenhuma jurisprudência nesse sentido, sendo a

maior delas, a vigilância da sociedade.

A nova LDB (Lei 9394/96) abriu caminhos para a democratização da

educação, por meio dos sistemas educacionais, com o objetivo de evitar o uso

das instituições educacionais para perpetuação de partidos políticos e, para

tanto, criou também, no ordenamento jurídico, a garantia legal do controle das

políticas públicas através do controle social dos fundos, com a participação dos

representantes da sociedade civil, nomeados paritariamente. Nessa mesma

esteira de descentralização das políticas públicas, podemos perceber uma

tendência à racionalização dos sistemas educacionais, através do repasse de

recursos financeiros e da administração participativa, visando à autonomia da

escola e, por conseguinte, a ampliação do poder de decisão. Nesse sentido, a

legislação educacional local constituirá aparato obrigatório para o alcance da

qualidade do ensino em todas as modalidades sob a égide de cada município.

Sob esse prisma, podemos sugerir que:

• A proposta legal caminha para a atribuição de autonomia,

participação nas decisões, gestão de recursos administrativos,

humanos e financeiros, sugerindo uma revisão nos papéis da

escola, para que saia da teoria e torne-se autônoma na prática e

com a participação da comunidade;

• A autonomia dos sistemas educacionais está diretamente

relacionada ao controle dos recursos financeiros, sob pena de

serem transferidas apenas as responsabilidades e tarefas; e mais,

sem o conjunto necessário, a autonomia pode ser ainda menor,

sem condições de efetivamente transformar-se em uma educação

democrática;

• O objetivo maior da autonomia está na desburocratização e na

participação dos demais segmentos da sociedade na formulação

das políticas educacionais de cada localidade. Quando falamos

da história da regulamentação legal dos sistemas municipais de

educação no Brasil, há que se considerar que o tempo de atuação

dos municípios na educação é relativamente curto e poucos são

os registros encontrados que mostrem os caminhos percorridos.

Em suma, existe, em termos legais e mesmo na prática, uma adesão

aos sistemas estaduais. Durante anos foram os estados os responsáveis pela

educação nos municípios. Tal fato gerou uma cultura, na qual as normas

vinham prontas e eram apenas cumpridas. A LDB (Lei 9394/1996) prevê

também a possibilidade de se construir juntamente com o estado o sistema

municipal. Eis aí a nossa responsabilidade e desafio na histórica e incessante

busca por qualidade no ensino. Em relação ao ensino fundamental, acredito

que temos a bola da vez; ou seja, o ensino fundamental de nove anos como

uma grande possibilidade de consolidação dos sistemas municipais, lançando-

se como destaque no projeto de qualidade para a educação no Brasil.

Na história recente do Brasil, os gastos com Educação nunca foram

levados muito a sério, tanto que, mesmo com garantias constitucionais claras,

como na Constituição de 1946, não se cumpria o preceito que determinava um

investimento de 10% da receita de impostos para serem aplicados no ensino

pela União e 20% para Estados e Municípios manterem suas redes de ensino.

Se compararmos os dados de crescimento das redes municipais de ensino nos

últimos vinte anos com os dos anos anteriores, pode-se perceber a mudança

ocorrida. Uma delas é a proximidade das comunidades para com o poder

público, facilitando a intervenção das famílias nas questões relacionadas às

políticas educacionais praticadas tanto na escola como na gestão da educação

como um todo. É nesse cenário profícuo que o município de Timbó, ainda que

de forma intuitiva, vem construindo seu projeto educacional. No seu caso, a

legislação educacional parece ter sido a alavanca impulsionadora desse

processo. É o único caminho para o sucesso do ensino, não. Todavia, é uma

via fértil, formativa e orientadora dos processos e procedimentos

indispensáveis para garantir o direito humano de cada munícipe, de cada

cidadão. Particularmente, se já acreditava nisso, este trabalho de pesquisa foi e

será, ainda, o meu maior aliado para esta legítima campanha, a qualidade do

ensino.

6. REFERÊNCIAS LEGAIS

BRASIL. Parecer CNE/CEB No. 6/2005. Reexame do Parecer CNE/CEB 24/2004, que visa o estabelecimento de normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração. Diário Oficial da União, 14/07/2005, Brasília, DF.

BRASIL. Parecer CNE/CEB No. 18/2005. Orientações para a matrícula das crianças de 6 (seis) anos de idade no Ensino Fundamental obrigatório, em atendimento à Lei no. 11.114, de 16 de maio de 2005, que altera os Arts. 6o., 32 e 87 da Lei no. 9.394/1996. Diário Oficial da União, 7/10/2005, Brasília, DF.

BRASIL. Constituição Federal, de 05 de outubro de1988. _______CNE/CEB. Parecer 30/2000. Brasília, Diário Oficial da União, 20 de dezembro de 2000. ______. Emenda Constitucional 14/1996. ______. Emenda Constitucional 53/2006. ______. Lei de Criação do FUNDEF nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996. ______. Lei de criação do FUNDEB n° 11.494 de 20 de junho de 2007. ______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei n. 4.024/61. Brasília: MEC, 1961.

______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei n. 9.394/96 de 20 de dezembro de 1996. Brasília: MEC, 1996.

______. Lei de Responsabilidade Fiscal n° 101 de 04 de Maio de 2000. ______. Lei Aprova o Plano Nacional de Educação n° 10.172 de 09 de janeiro de 2001.

______. Lei Complementar nº 101 LC 101 Lei de responsabilidade fiscal.

______. Lei do FUNDEF Nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996.

______. Lei do Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069/90.

______. Lei do Plano Nacional de Educação n° 10.172 de 09 de Janeiro de 2001.

______. Parâmetros curriculares nacionais. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. (9v) ______. Lei que implanta o Ensino Fundamental obrigatório aos 6 anos. Lei 11.114 de 16 de Maio de 2005.

______. Lei que torna obrigatório o Ensino Fundamental de 9 anos. Lei n° 11.274, de 06 de fevereiro de 2006. Leis Complementares e Leis Ordinárias do Município de Timbó (relação anexa).

7 REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. Conversas com quem Gosta de Ensinar. Campinas – SP, 11ª edição - Papirus, 2000. ANDRIOLA, Wagner Bandeira e ANDRIOLA, Cristiany Gomes. Avaliação da qualidade educacional da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online]. 2009, vol.17, n.62, pp. 153-168. BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Edições 70 LDA: Lisboa – Portugal: 2009. BELLONI, Isaura, Heitor de Magalhães, Luiza Costa de Souza. Metodologia de Avaliação em Políticas Públicas. São Paulo: 4ª edição, Cortez, 2007. BORDIGNON, Genuíno. Gestão da Educação no Município: Sistema, Conselho e Plano: São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009 – Educação Cidadã.

BRANDÃO, Zaia (Org.). A Crise dos Paradigmas e a Educação. São Paulo, Cortez, 5ª edição, 1999.

BRZEZINSKI, Iria (org.). LDB Interpretada: Diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997.

COSTA, Marco Antônio F. da e Maria de Fátima Barrozo da Costa. Metodologia da Pesquisa: Conceitos e Técnicas. Rio de Janeiro: 2ª edição, 2009.

CUNHA, Luiz Antônio e Moacyr de Góes. O Golpe na Educação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor - 11ª ed., 2002. CURY, J. Rua A formação docente e a educação nacional. Conselho Nacional de Educação, 2007. Disponível em: www.mec.gov.br, acessado em 17-08-2007. DAVOK, Delsi Fries. Qualidade em educação. Avaliação (Campinas) [online]. 2007, vol.12, n.3, pp. 505-513. ISSN 1414-4077.

DE MIGUEL, M. et al. Evaluación para la calidad de los Institutos de Educación Secundaria. Madrid: Editorial Escuela Española, 1994. DEMO, P. Ciências sociais e qualidade. São Paulo: ALMED, 1985.

DEMO, P. Educação e qualidade. 6. ed. São Paulo: Papirus, 2001.

DEMO, Pedro. Educação e Qualidade. Campinas, SP: Papirus, 2ª edição – 1995.

____________. Desafios Modernos da Educação. Petrópolis – RJ: 15ª edição, Ed. Vozes, 2009.

_____________. A Nova LDB: Ranços e Avanços. Campinas – SP, 21ª edição, Papirus: 2008.

DOHERTY G. D. (Org.). Desarrollo de sistemas de calidad en la educación. Madrid: Editorial La Muralla, 1997. DUARTE, Clarice Seixas. São Paulo em perspectiva, 18(2): 113-118, 2004.

FERREIRA, Cristina; KOEPSEL, Daniel Fabrício. Representações da cidade: discussões sobre a história de Timbó. Blumenau: Edifurb; Timbó : Fundação Cultural, 2008.

FONSECA, Marília. Políticas públicas para a qualidade da educação brasileira: entre o utilitarismo econômico e a responsabilidade social. Cad. CEDES [online]. 2009, vol.29, n.78, pp. 153-177.

FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo: Cortez, 1993. Coleção Questões da Nossa Época.

GATTI, Bernardete Angelina. A construção da Pesquisa em Educação no Brasil. Brasília - Plano Editora, 2002.

JOSSO, Marie Cristine. Experiências de Vida e Formação. São Paulo - Ed. Cortez, 2004.

KÖCHE, José Carlos. Pesquisa Cientifica: Critérios Epistemológicos. Petrópolis-RJ, Ed. Vozes, EDUCS, 2005.

KUENZER, Acácia Zeneida. Planejamento e Educação no Brasil. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1990.

LOMBARDI, José Claudinei, Dermeval Saviani, Maria Izabel Moura Nascimento (Orgs.). A Escola Pública no Brasil: História e Historiografia. Campinas, SP: Autores Associados: Histedbr, 2005.

LÜDKE, Menga e Marli E. D. A. André. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo – 9ª reimpressão, Ed. EPU, 1986. MARTINS, Vicente Martins. Revista partes – ano II – julho de 2001- n. XV.

NÓVOA, Antônio (Org.). Vidas de Professores. Portugal – Editora Porto: 2ª edição, maio-2007, Coleção Ciências da Educação.

NÓVOA, Antônio. Profissão Professor. Portugal - Editora Porto: 2ª edição, novembro-2008, Coleção Ciências da Educação.

ORDEN HOZ, A. Calidad y evaluación de la enseñanza universitaria. In: CONGRESO INTERNACIONAL DE UNIVERSIDADES, 1992, Madrid. Resumenes, Madrid, 1992. SANDER, Benno. Administração da educação no Brasil: é hora da relevância. Educação brasileira, Brasília, v. 4, n. 9, p. 8-27, 2º sem. 1982. SANDER, Benno. Gestão da educação na América Latina: construção e reconstrução do conhecimento. Campinas, SP : Autores Associados, 1995.

SCRIVEN, M. Evaluation thesaurus. 4. ed. Newbury Park, CA: Sage, 1991.

SARMENTO, Diva Chaves. Criação dos Sistemas Municipais de Ensino. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 93, p. 1363-1390, Setembro/Dezembro, 2005. SAVIANI, Dermeval. A Nova Lei da Educação: Trajetória. Limites e perspectivas. Campinas – SP: Autores Associados, 2008 - 11ª edição. SAVIANI, Dermeval. Sistemas de Ensino e Planos de Educação: o âmbito dos Municípios. Educação e Sociedade, Campinas, ano XX. N. 69, p. 119-136, 1999. SAVIANI, Dermeval. Desenvolvimento e Educação na América Latina. Autores Associados, São Paulo: Cortez, 4ª edição, 1986. VIEIRA, Sofia Lerche. Política Educacional em Tempos de Transição, 1985 -1995. Brasília: Plano 2000; 2ª edição – 2008.

8 SITES CONSULTADOS

http://advogadosdf.adv.brao

http://www.ibge.gov.br www.inep.gov.br www.mec.gov.br http://www.partes.com.br www.mec.gov.br http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/IDH www.scielo.br/scielo www.timbo.sc.gov.br http://www.todospelaeducacao.org.br http://pt.wikipedia.org

APÊNDICES

APÊNDICE A

Ordem Quantidade Tipo de Norma 1 35 Leis Complementares 2 78 Leis Ordinárias 3 82 Decretos Total 195

QUADRO n° 1 - Quadro Resumo Das Normas Jurídicas Por Espécie Fonte: “Site” da Prefeitura Municipal de Timbó – www.timbo.sc.gov.br

67

APÊNDICE B

RESUMO POR ANO DE PUBLICAÇÃO, CATEGORIA E POR SUB-CATEGORIA ADMINISTRATIVO/GESTÃO TECNICO

PEDAGÓGICO

Tema/ Ano

Auxílio Finan-ceiro

Cargos E Sala- rios

Conselhos Contratação de Pessoal

Convênios de Cooperação

Estrutura Física

Eventos Normas De Conduta

Orçamento

Outros Assuntos

Formação para a docência

1997 2 2 1 2 1 1998 5 5 2 2 2 1 4 2 1999 5 3 2 1 1 3 1 2000 6 3 1 3 2 1 1 2001 4 2 1 1 1 1 2 1 2002 1 2 1 1 1 2003 1 1 4 1 1 1 2004 2 1 4 5 2005 2 2 2 1 1 38 2 2006 2 1 2 1 1 1 6 2 1 2007 1 3 1 2 5 3 2008 1 1 4 4 1

Totais 27 23 12 11 7 16 2 3 66 23 7 Total Geral 195 QUADRO n° 2 – Resumo das normas jurídicas por categoria e subcategoria Fonte: Prefeitura Municipal de Timbó, SC.

68

APÊNDICE C

Normas por Espécie Normas por Categoria e Natureza Ordem Qtdade Tipo de

Norma Categoria Sub-Categoria Conteúdo das normas Ano

de Publ.

Observação

02 01 Lei Compl. Administrativa Auxílio Financeiro

Os auxílios financeiros são repassados para a APAE, Fundação de Ensino Profissionalizante Professores que trabalham longe da sede, auxiliando no pagamento da despesas autorizadas através de convênio, para manutenção de serviços essenciais referente às atividades desenvolvidas pela entidade. Cessão de profissionais para atuarem na APAE por tempo determinado (Convênio).

Outro importante auxilio financeiro é o concedido aos professores para habilitação em curso de graduação (pagamento da mensalidade até 80%) e mestrado (Licença para estudar durante o curso). LC 138, 162, 110, 04-93, 01-93.

1997 Auxilio p/ formação/ graduação dos professores efetivos da rede, visando 100% de habilitação em nível superior. Licença para cursos e mestrado. Esses anos de 1997 são assuntos inter-relacionados.

03 01 Lei Ordin. Administrativa Auxílio Financeiro 1997 04 02 Lei Ordin. Administrativa Conselhos Conselho M. de Educação, da

Merenda, do Fundef, atual, Fundeb para controle e deliberação sobre a destinação dos recursos (merenda), implantação do acompanhamento

1997 Conselhos importantes no planejamento dos gastos c/ merenda, recurso FNDE

69

das atividades no Fundef e verificação das contas dos recursos do FNDE

e controle Fundef.

05 01 Lei Compl. Administrativa Contratação Pessoal

Autorizando a contratação de pessoal em caráter temporário, sem prejuízo no andamento dos trabalhos.

1997 Suprir necessidades temporárias

06 02 Lei Ordin. Administrativa Convênios Cooperação.

Convênios para repasse e recebimento de recursos ou permuta de pessoal no caso da descentralização do ensino (municipalização das escolas multiseriadas), repasse para o município executar obras nas escolas estaduais, renovação de convênios na área cultural para contratação de professores nas diversas áreas.

1997 Contratação de professreos em Escolas Estaduais, construções e reformas.

07 01 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 1997 Orçamento Anual

08 01 Decreto Administrativa Auxílio Financeiro 1998 Vide demais 09 04 Lei Ordin. Administrativa Auxílio Financeiro 1998 Vide demais 10 05 Lei Compl. Administrativa Cargos e

Salários LC 138-98, 165-99, 04-93.Cria plano de carreira do magistério com incentivos ao estudo de formação e aperfeiçoamento nas devidas áreas de atuação.

1998 Último Plano de cargos e salários já com vistas a Lei 9394 1998/96 e CF

11 01 Decreto Administrativa Conselhos 1998 Vide anteriores

12 01 Lei Ordin. Administrativa Conselhos 1998 Vide 13 01 Lei Compl. Administrativa Contratação

Pessoal 1998 Vide

anteriores 14 01 Lei Ordin. Administrativa Contratação

Pessoal 1998 Idem

15 02 Lei Ordin. Administrativa Convênios 1998 Vide

70

Cooperação anteriores 16 01 Lei Ordin. Administrativa Orçamento Planejamento das diretrizes

orçamentárias para os devidos anos 1998 a 2008, Plano Plurianual e Orçamento anual dos anos de 1998 a 2008 (1997 a 2008). Anulação de dotações orçamentárias para fechamento das despesas e investimentos anuais dos anos mencionados acima.

1998 Leis de diretrizes orçamentárias, que norteiam os projetos para os próximos anos. E orçamentos dos devidos anos

17 01 Decreto Administrativa Outros Assuntos Essas Leis são de assuntos diversos que em nada acrescentam ou interferem no andamento dos trabalhos educacionais e da presente pesquisa (Ex. Plano diretor, oficializa símbolos, etc.).

1998 Diversos

18 01 Lei Compl. Administrativa Outros Assuntos 1998 Diversos 19 02 Lei Ordin. Administrativa Outros Assuntos 1998 Diversos 20 02 Lei Ordin. Técnico-

Pedagógico Pedagógico Leis que alteram a nomenclatura

dos cargos exercidos hoje pelas educadoras infantis nos NEIs e as exigências de habilitação para o exercício no magistério público municipal, com ingresso através de concurso público.

1998 Leis de editais de concursos exigindo habilitação mínima para ingresso

21 04 Lei Ordin. Administrativa Auxílio Financeiro 1999 Vide demais 22 01 Decreto Administrativa Auxílio Financeiro 1999 Idem 23 03 Lei Compl. Administrativa Cargos e Salários 1999 Alterações 24 02 Lei Ordin. Administrativa Convênios

Cooperação 1999 Vide demais

25 01 Decreto Administrativa Normas de Conduta

Criação dos regimentos internos da SEMED e dos conselhos municipais, entre eles o da

1999 Regimentos e normas dos conselhos e

71

Educação. da SEMED 26 01 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 1999 Vide

orçamento 27 01 Decreto Administrativa Outros Assuntos 1999 Diversos 28 02 Lei Compl. Administrativa Outros Assuntos 1999 Diversos 29 01 Lei Compl. Técnico-

Pedagógico Pedagógico 1999 Vide anterior

30 03 Decreto Administrativa Auxílio Financeiro 2000 Vide anterior 31 03 Lei Ordin. Administrativa Auxílio Financeiro 2000 Vide anterior 32 03 Lei Compl. Administrativa Cargos e Salários 2000 Vide anterior 33 01 Lei Ordin. Administrativa Conselhos 2000 Vide anterior 34 02 Decreto Administrativa Estrutura Física Aquisição e permuta de terrenos

para construção de área de esportes na rede municipal e doação de terreno para Escola particular, autoriza reformas em unidades educacionais por processo licitatório.

2000 Compra de terrenos e permutas para fins educacionais, escola privada-doação e ampliação rede

35 01 Lei Ordin. Administrativa Estrutura Física 2000 Vide anterior 36 02 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 2000 Vide anterior 37 01 Decreto Administrativa Outros Assuntos 2000 Diversos 38 01 Decreto Técnico-

Pedagógico Pedagógico 2000 Vide anterior

39 02 Decreto Administrativa Auxílio Financeiro 2001 Vide anterior 40 02 Lei Ordin. Administrativa Auxílio Financeiro 2001 Vide anterior 41 01 Decreto Administrativa Cargos e Salários 2001 Vide anterior 42 01 Lei Compl. Administrativa Cargos e Salários 2001 Vide anterior 43 01 Lei Ordin. Administrativa Conselhos 2001 Vide anterior 44 01 Decreto Administrativa Contratação

Pessoal 2001

45 01 Lei Compl. Administrativa Estrutura Física 2001 Construção e ampliação

72

46 01 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 2001 Vide anterior 47 02 Decreto Administrativa Outros Assuntos 2001 Diversos 48 01 Decreto Técnico-

Pedagógico Pedagógico 2001 Vide anterior

49 01 Lei Ordin. Administrativa Conselhos 2002 Vide anterior 50 02 Decreto Administrativa Estrutura Física 2002 Vide anterior 51 01 Decreto Administrativa Normas de

Conduta 2002 Vide anterior

52 01 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 2002 Vide anterior 53 01 Decreto Administrativa Outros Assuntos 2002 Diversos 54 01 Decreto Administrativa Cargos e Salários 2003 Vide anterior 55 01 Lei Ordin. Administrativa Conselhos 2003 Vide anterior 56 04 Decreto Administrativa Contratação

Pessoal 2003 Vide anterior

57 01 Decreto Administrativa Estrutura Física 2003 Vide anterior 58 01 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 2003 Vide anterior 59 01 Lei Compl. Administrativa Outros Assuntos 2003 Diversos 60 02 Lei Compl. Administrativa Cargos e Salários 2004 Vide anterior 62 01 Lei Ordin. Administrativa Convênios

Cooperação 2004 Vide anterior

63 04 Decreto Administrativa Estrutura Física 2004 Vide anterior 64 01 Decretp Administrativa Orçamento 2004 Vide anterior 65 04 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 2004 Vide anterior 66 02 Lei Ordin. Administrativa Auxílio Financeiro 2005 Vide anterior 67 02 Decreto Administrativa Contratação

Pessoal 2005 Vide anterior

68 02 Decreto Administrativa Estrutura Física 2005 Vide anterior 69 01 Decreto Administrativa Eventos Eventos não relacionados à

educação ou ao Ensino 2005 Outras sec

retarias 70 01 Decreto Administrativa Normas de

Conduta 2005 Vide anterior

71 32 Decreto Administrativa Orçamento 2005 Vide anterior 72 06 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 2005 Vide anterior 73 02 Decreto Administrativa Outros Assuntos 2005 Vide anterior 74 02 Lei Ordin. Administrativa Auxílio Financeiro 2006 Vide anterior

73

75 01 Decreto Administrativa Cargos e Salários 2006 Vide anterior 76 01 Lei Compl. Administrativa Conselhos 2006 Vide anterior 77 01 Lei Ordin. Administrativa Conselhos 2006 Vide anterior 78 01 Decreto Administrativa Contratação

Pessoal 2006 Vide anterior

79 01 Decreto Administrativa Estrutura Física 2006 Vide anterior 80 01 Lei Ordin. Administrativa Eventos 2006 Vide anterior 81 01 Decreto Administrativa Orçamento 2006 Vide anterior 82 05 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 2006 Vide anterior 83 01 Lei Compl. Administrativa Outros Assuntos 2006 Vide anterior 84 01 Decreto Administrativa Outros Assuntos 2006 Vide anterior 85 01 Lei Compl. Técnico-

Pedagógico Pedagógico 2006 Vide anterior

86 01 Lei Ordin. Administrativa Auxílio Financeiro 2007 Vide anterior 87 02 Lei Compl. Administrativa Cargos e Salários 2007 Vide anterior 90 01 Decreto Administrativa Cargos e Salários 2007 Vide anterior 91 01 Lei Ordin. Administrativa Conselhos 2007 Vide anterior 92 01 Lei Compl. Administrativa Estrutura Física 2007 Vide anterior 93 01 Lei Ordin. Administrativa Estrutura Física 2007 Vide anterior 94 05 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 2007 Vide anterior 95 03 Lei Compl. Administrativa Outros Assuntos 2007 Vide anterior 96 01 Lei Compl. Administrativa Cargos e Salários 2008 Vide anterior 97 01 Lei Ordin. Administrativa Conselhos 2008 Vide anterior 100 04 Lei Ordin. Administrativa Orçamento 2008 Vide anterior 101 01 Lei Compl Administrativa Outros Assuntos 2008 Vide anterior 102 02 Decreto Administrativa Outros Assuntos 2008 Vide anterior 103 01 Lei Ordin. Administrativa Outros Assuntos 2008 Vide anterior 104 01 Lei Compl. Técnico-

Pedagógico Pedagógico 2008 Vide anterior

Total 195 Quadro 3 - Quadro Resumo das Normas Jurídicas por Espécie Fonte: Prefeitura Municipal de Timbó, SC

74

APÊNDICE D

Ano Matrícula Índice Aprovação

IDEB IDH IDH Educação

Nº Professores Titulação Piso Salarial 20hs

Valores Investidos População

1991 0,772 0,843

1997 1998

1416

102

Mag/Superior

* R$ 4.146.000,00

26.497

1999 1497 Mag/Superior * R$ 4.051.000,00 2000 1566 0,843 0,953 Mag/Superior R$ 3.489.312,28 2001 1640 Mag/Superior R$ 4.085.929,44 2002 1771 Mag/Superior R$ 321,03 R$ 4.761.379,98 2003 1871 120 Mag/Superior R$ 353,13 R$ 6.155.423,43 2004 2006 Mag/Superior R$ 372,91 R$ 6.783.488,11 2005 2072 89,25% 4,75 Curso Superior R$ 534,12 R$ 8.022.855,77 2006 2074 Curso/Superior R$ 566,17 R$ 8.064.829,04 2007 2242 90,65% 5,1 Curso Superior R$ 583,15 R$ 9.196.709,66 33.326 2008 2193 166 Curso Superior R$ 606,30 R$ 10.187.484,53 QUADRO Nº 4 - Índices Indicadores de Qualidade para a Educação no Ensino Fundamental Fonte: Prefeitura Municipal de Timbó, SC, INEP, IBGE, PNUD, Wikpédia, 2009.

75

APÊNDICE E

REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE TIMBÓ REDE PÚBLICA ESTADUAL DE TIMBÓ

Exercício

Anos Iniciais

Anos finais

Totais

% de Cresci- mento

Observações Anos iniciais

Anos finais

Totais

% de Cresci- mento

População

1989 300 1997

377 359,0

0

Inclui toda a Rede Municipal de Ensino Fundamental sem separar anos iniciais e finais.

3427

26.497

1998 1416 2,83 Idem 3382 -1,31 1999 1497 5,72

Computado apenas Ensino Fundamental

3275 -3,16

2000 896 670 1566 4,61 1367 1814 3181 -2,87 2001 929 711 1640 4,73 1247 1655 2902 -8,77 2002 964 807 1771 7,99 1155 1561 2716 -6,41 2003 1002 869 1871 5,65 1162 1431 2593 -4,53 2004 1083 923 2006 7,22 1062 1442 2504 -3,43 2005 1100 972 2072 3,29 1047 1299 2346 -6,31 2006 1122 952 2074 0,10 1045 1289 2334 -0,51 2007 1224 1018 2242 8,10 1039 1211 2250 -3,60 33.326 2008 1181 1012 2193 -2,19 1000 1144 2144 -4,71 QUADRO Nº 5 - Quadro de evolução de matrículas no ensino fundamental da rede pública municipal Fonte: INEP, Acesso em 2009.

76

APÊNDICE F

Ensino

Fundamental IDEB Brasil Total IDEB Santa

Catarina IDEB Timbó Timbó x Brasil Timbó x SC

Exercício Anos Iniciais

“A”

Anos Finais

“B”

Anos Iniciais

“C”

Anos Finais

“D”

Anos Iniciais

“E”

Anos Finais

“F”

“G” = “E” / “A”

“H” = “F” / “B”

“I” = “E” / “C”

“J” = “F” / “D”

2005 3,8 3,5 4,3 4,1 5,1 4,4 34,21% 25,71% 18,60% 7,32% 2007 4,2 3,8 4,7 4,1 5,3 4,9 26,19% 28,95% 12,77% 19,51% QUADRO Nº 6 - Índice de desenvolvimento da educação básica – IDEB do Brasil de Santa Catarina e Timbó. (Fonte: INEP, Acesso 2009.

77

APÊNDICE G

ANO IDH GERAL IDH EDUCAÇÃO Brasil SC Timbó Brasil SC Timbó

1991 0,696 0,749 0,772 0,745 0,808 0,843 2000 0,766 0,822 0,843 0,849 0,906 0,953

QUADRO n° 7 - Quadro do IDH geral e do IDH da Educação de Timbó Fonte: PNUD, Acesso em 2009.

78

APÊNDICE H

REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE TIMBÓ REDE PÚBLICA ESTADUAL DE TIMBÓ

Exercício Anos Iniciais

Anos finais

Totais % de Cresci- mento

Observações

Anos iniciais

Anos finais

Totais

População

1997

377 359,00

Inclui toda a Rede Municipal de Ensino Fundamental sem separar anos iniciais e finais.

3427

26.497

1998 1416 2,83 Idem 3382 1999

1497 5,72

Computado apenas Ensino Fundamental

3275

2000 896 670 1566 4,61 1367 1814 3181 2001 929 711 1640 4,73 1247 1655 2902 2002 964 807 1771 7,99 1155 1561 2716 2003 1002 869 1871 5,65 1162 1431 2593 2004 1083 923 2006 7,22 1062 1442 2504 2005 1100 972 2072 3,29 1047 1299 2346 2006 1122 952 2074 0,10 1045 1289 2334 2007 1224 1018 2242 8,10 1039 1211 2250 33.326 2008 1181 1012 2193 -2,19 1000 1144 2144 2009 35.303 5,93

QUADRO Nº 8 - Quadro De Evolução De Matrículas No Ensino Fundamental Da Rede Pública Municipal Fonte:INEP, Acesso em 2009.

i

APÊNDICE I

Nº Ordem

Nº Doc.

ESPÉCIE DATA EMENTA

01 107/1997 Lei Complementar 1997 Autoriza a contratação de professores padrão A-3, por prazo determinado.

02 110/1997 Lei Complementar 1997 Dá nova redação ao art.66 da Lei Complementar nº 1, de 22.10.93.

03 1927/1997 Lei Ordinária 1997 Autoriza a concessão de auxílio a APAE de Timbó e dá outras providências.

04 1932/1997 Lei Ordinária 1997 Aprova termos de Convênios a serem celebrados com a Fundação Universidade Regional de Blumenau e com a Escola Técnica Federal de Santa Catarina – para a contratação de estagiários.

06 1933/1997 Lei Ordinária 1997 Autoriza o Executivo a assinar Convênio com o Governo do Estado de Santa Catarina visando a descentralização da gestão de atividades de ensino no Município de Timbó, iniciada com o Convênio SEC nº 262/91, de 9-7.91.

07 1939/1997 Lei Ordinária 1997 Dispõe sobre as diretrizes orçamentárias, para o exercício de 1998;

08 1955/1997 Lei Ordinária 1997 Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério.

10 1957/1997 Lei Ordinária 1997 Institui o Conselho Municipal de Educação e dá outras providências.

11 67/1998 Decreto 1998 Decreta luto oficial e dá outras providências.

12 89/1998 Decreto 1998 Regulamenta o auxílio escolar ao servidor público municipal.

13 109/1998 Decreto 1998 Aprova o Regimento Interno do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA.

14 128/1998 Lei Complementar 1998 Autoriza a contratação de professores, por prazo determinado.

15 132/1998 Lei Complementar 1998 Altera as Leis Complementares nº

ii

106, de 19 de março de 1997, nº 109, de 16 de abril de 1997, nº 113, de 16 de setembro de 1997, nº 01, 02 e 05, de 22 de outubro de 1993 e dá outras providências.

16 134/1998 Lei Complementar 1998 Dispõe sobre a estrutura administrativa do Poder Executivo e dá outras providências.

17 136/1998 Lei Complementar 1998 Dispõe sobre o Regime Municipal de Previdência Social e Saúde dos Servidores Públicos de Timbó, e dá outras providências.

18 138/1998 Lei Complementar 1998 Dispõe sobre o Plano de Carreira e Remuneração para o Magistério Público Municipal de Timbó, e dá outras providências.

19 139/1998 Lei Complementar 1998 Altera dispositivos da Lei Complementar nº 01, de 22 de outubro de 1993, e dá outras providências.

20 142/1998 Lei Complementar 1998 Institui o Novo Código Tributário do Município de Timbó.

21 1999/1998 Lei Ordinária 1998 Autoriza a concessão de auxílio à Sociedade Recreativa Cultural Timbó, para despesas com o Grupo Folclórico de Bandonios “Os Cinquentões”.

22 2004/1998 Lei Ordinária 1998 Autoriza o Executivo a celebrar convênios com o Governo do Estado através da Secretaria da Educação e do Desporto.

23 2005/1998 Lei Ordinária 1998 Altera a Lei nº 1375, de 01/07/92, e dá outras providências.

24 2009/1998 Lei Ordinária 1998 Dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício de 1999.

25 2011/1998 Lei Ordinária 1998 Cria o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA, e dá outras providências.

26 2017/1998 Lei Ordinária 1998 Autoriza a concessão de auxílio à Banda Municipal “Professor João Muller”, e dá outras providências.

27 2023/1998 Lei Ordinária 1998 Altera o art.3º da Lei nº 2017, de 17 de julho de 1998.

28 2026/1998 Lei Ordinária 1998 Torna obrigatório o ensino sobre drogas, entorpecentes e psicotrópicas, nas escolas da rede municipal de ensino de 1º e 2º graus de Timbó.

29 2039/1998 Lei Ordinária 1998 Dispõe sobre os atos de limpeza pública, e dá outras providências.

30 2045/1998 Lei Ordinária 1998 Dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender

iii

necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX, do artigo 37 da Constituição Federal.

31 2049/1998 Lei Ordinária 1998 Autoriza a concessão de auxílio mensal á Banda Municipal “Professor João Muller”.

32 2050/1998 Lei Ordinária 1998 Autoriza a renovação de convênio com a Paróquia Evangélica de Timbó – SC, e dá outras providências.

33 2052/1998 Lei Ordinária 1998 Autoriza a concessão de auxílio mensal à Sociedade Recreativa e Cultural Timbó, para custeio de despesas com o Grupo Folclórico de Bandonios “Os Cinquentões”.

34 135/1999 Decreto 1999 Aprova o Regimento Interno da Secretaria Municipal de Educação e Cultura.

35 145/1999 Decreto 1999 Dispõe sobre o comércio ambulante de alimentos ou eventual.

36 151/1999 Lei Complementar 1999 Altera os arts. 31 e 32 da Lei Complementar nº 138, de 02/07/98.

37 153/1999 Lei Complementar 1999 Modifica o Regime Municipal de Previdência Social e Saúde dos Servidores Públicos de Timbó, cria o Conselho Fiscal, estabelece regras de transição, e dá outras providências.

38 160/1999 Lei Complementar 1999 Altera a Lei Complementar nº 142, de 21/12/98, e dá outras providências.

39 162/1999 Lei Complementar 1999 Altera as Leis Complementares nº 01, de 22/10/93, e nº 138, de 02/07/98, e dá outras providências.

40 163/1999 Lei Complementar 1999 Reduz largura de trecho da Rua Ituporanga, concede isenção de tributos, prorroga prazos previstos nas lei nº 2000, de 15/04/98, e nº 2.066, de 18/06/99, e dá outras providências.

41 165/1999 Lei Complementar 1999 Institui o Sistema Municipal de Ensino do Município de Timbó, e dá outras providências.

42 2058/1999 Lei Ordinária 1999 Autoriza a concessão de auxílio mensal à Fundação de Ensino Profissionalizante “Pérola do Vale”.

43 2063/1999 Lei Ordinária 1999 Autoriza a concessão de auxílio a A.P.P. da Escola Básica Pe. Martinho Stein.

44 2065/1999 Lei Ordinária 1999 Autoriza a concessão de auxílio à Banda Municipal “Professor João

iv

Muller”, e dá outras providências. 45 2069/1999 Lei Ordinária 1999 Dispõe sobre as diretrizes

orçamentárias para o exercício de 2.000.

46 2081/1999 Lei Ordinária 1999 Autoriza a concessão de auxílio financeiro à Banda Municipal “Professor João Muller”.

47 2082/1999 Lei Ordinária 1999 Autoriza a renovação de convênio com a Paróquia Evangélica de Timbó – SC, e dá outras providências.

48 2083/1999 Lei Ordinária 1999 Autoriza a concessão de auxílio financeiro à Sociedade Recreativa e Cultural Timbó, para custeio de despesas com o Grupo Folclórico de Bandonios “Os Cinquentões”.

49 2087/1999 Lei Ordinária 1999 Ratifica as cláusulas do termo de compromisso firmado com a 4ª Coordenadoria Regional de Educação, e autoriza o Poder Executivo Municipal a firma convênio com o Governo do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria Estadual de Educação, para cooperação técnica pedagógica, material e financeira com vistas a profissionalização de Jovens e adultos, e dá outras providências.

50 51/2000 Decreto 2000 Transfere recursos para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Timbó – APAE.

51 52/2000 Decreto 2000 Autoriza a abertura de cursos de Educação de Jovens e Adultos, para funcionamento junto às unidades de ensino do município.

52 135/2000 Decreto 2000 Transfere recursos para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Timbó – APAE.

53 136/2000 Decreto 2000 Declara de Utilidade Pública, para fins de desapropriação amigável ou judicial, parte do lote de terras rural nº 20, situado no Bairro Araponguinhas, de propriedade de Curt Wolinger.

54 171/2000 Lei Complementar 2000 Institui a Fundação Cultural de Timbó, e dá outras providências.

55 182/2000 Decreto 2000 Concede permissão de uso de parte de imóvel público denominado “Praça Otto Spiess”, em caráter precário, ao Centro de Educação Infantil “Recanto dos Querubins” Ltda, para implantação de parque infantil.

v

56 185/2000 Decreto 2000 Declara Ponto Facultativo no dia 03 de novembro do corrente (sexta-feira).

57 194/2000 Lei Complementar 2000 Dispõe sobre a estrutura administrativa da Fundação Municipal de Esportes, e dá outras providências.

58 196/2000 Lei Complementar 2000 Dispõe sobre a estrutura administrativa do Poder Executivo e dá outras providências.

59 230/2000 Decreto 2000 Transfere recursos para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Timbó – APAE.

60 2091/2000 Lei Ordinária 2000 Ratifica o processo licitatório nº 13/2000, e autoriza a reforma e ampliação do “Núcleo de Educação Infantil Sonho da Criança”, e dá outras providências.

61 2092/2000 Lei Ordinária 2000 Autoriza a concessão de auxílio financeiro à Banda Municipal “Professor João Muller”.

62 2097/2000 Lei Ordinária 2000 Dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício de 2001.

63 2106/2000 Lei Ordinária 2000 Revoga a Lei nº 1952, de 27 de agosto de 1997, institui o novo Conselho de Alimentação Escolar – CAE e dá outras providências.

64 2115/2000 Lei Ordinária 2000 Estima a Receita e fixa a Despesa do município de Timbó para o exercício financeiro de 2.001.

65 2116/2000 Lei Ordinária 2000 Autoriza a concessão de auxílio financeiro à Banda Municipal “Professor João Muller” e dá outras providências.

66 2117/2000 Lei Ordinária 2000 Autoriza a concessão de auxílio financeiro à Sociedade Recereativa e Cultural Timbó, para custeio de despesas com o Grupo Folclórico de Bandonios ”Os Cinquentões”.

67 57/2001 Decreto 2001 Transfere recursos para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Timbó – APAE.

68 79/2001 Decreto 2001 Institui o Programa Permanente de Educação de Trânsito no Município de Timbó, e dá outras providências.

69 82/2001 Decreto 2001 Declara Ponto Facultativo no dia 15 de Junho do corrente (sexta-feira).

70 152/2001 Decreto 2001 Declara Ponto Facultativo no dia 16 de Novembro do corrente (sexta-feira).

vi

71 174/2001 Decreto 2001 Transfere recursos para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Timbó – APAE.

72 180/2001 Decreto 2001 Autoriza abertura de concurso público destinado a prover vagas de cargos efetivos do Quadro de Pessoal do Poder Executivo e regulamenta provisoriamente os requisitos e as funções/atribuições dos cargos a serem preenchidos.

73 182/2001 Decreto 2001 Amplia a carga horária de servidores efetivos da Secretaria de Educação, a contar de 1º de fevereiro de 2002.

74 205/2001 Lei Complementar 2001 Declara de utilidade pública e autoriza a aquisição de imóvel e sua doação ao Centro de Educação Cantinho Feliz Ltda, para construção de sua nova unidade educacional, e dá outras providências.

75 213/2001 Lei Complementar 2001 Altera dispositivos da Lei Complementar nº 136, de 02 de Julho de 1998 e dá outras providências.

76 2125/2001 Lei Ordinária 2001 Autoriza a concessão de auxílio a APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Timbó e dá outras providências.

77 2141/2001 Lei Ordinária 2001 Institui o Programa de Garantia de Renda Mínima Vinculado à Educação – “Bolsa Escola” e dá outras providências.

78 2144/2001 Lei Ordinária 2001 Altera a Lei nº 2011, de 12 de Junho de 1998, que criou o Conselho Municipal do Maio Ambiente – COMDEMA.

79 2147/2001 Lei Ordinária 2001 Estima a receita e fixa a despesa do município de Timbó, para o exercício financeiro de 2002.

80 288/2002 Decreto 2002 Declara Ponto Facultativo no dia 31 de maio do corrente (sexta-feira).

81 295/2002 Decreto 2002 Cria Núcleo de Educação Infantil e dá outras providências.

82 359/2002 Decreto 2002 Declara de utilidade pública, para fins de desapropriação amigável ou judicial, parte do imóvel situado na Rua Tiroleses, de propriedade de Geroldo Blaese (espólio), para construção da nova Escola Municipal Tiroleses, no Bairro Tiroleses.

83 412/2002 Decreto 2002 Aprova o Regimento Interno do

vii

Conselho Municipal de Educação. 84 2153/2002 Lei Ordinária 2002 Institui o Sistema Municipal

Antidrogas, objetivando a prevenção, fiscalização e repressão ao uso de entorpecentes e substâncias análogas, cria o Conselho Municipal Antidrogas e dá outras providências.

85 2177/2002 Lei Ordinária 2002 Estima a receita e fixa a despesa do município de Timbó, para o exercício financeiro de 2003.

86 255/2003 Lei Complementar 2003 Altera a Lei Complementar nº 142, de 21 de Dezembro de 1998 e dá outras providências.

87 487/2003 Decreto 2003 Abre nova vaga para cargo de provimento efetivo no Quadro de Pessoal do Poder Executivo, e autoriza o recrutamento de remanescente do Concurso Público nº RH-01/2001.

88 547/2003 Decreto 2003 Altera o §1º do art.1º do Decreto nº 295, de 05 de Junho de 2002.

89 548/2003 Decreto 2003 Define as siglas dos órgãos e entidades da Administração Direta, Autárquica e Fundacional do Poder Executivo Municipal.

90 671/2003 Decreto 2003 Autoriza abertura de concurso público destinado a prover vagas de cargos efetivos do Poder Executivo (Prefeitura e Samae), e regulamenta provisoriamente os requisitos e as funções/atribuições dos cargos a serem preenchidos.

91 843/2003 Decreto 2003 Abre novas vagas para cargo de provimento efetivo no Quadro de Pessoal do Poder Executivo, e autoriza recrutamento de remanescentes do Concurso Público nº RH-01/2001.

92 844/2003 Decreto 2003 Abre nova vaga para cargo de provimento efetivo no Quadro de Pessoal do Poder Executivo, e autoriza recrutamento de remanescente do Concurso Público RH2003-01.

93 2193/2003 Lei Ordinária 2003 Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei orçamentária para 2004 e dá outras providências.

94 2200/2003 Lei Ordinária 2003 Dispõe sobre a política municipal do idoso, cria o Conselho Municipal do Idoso, e da outras providências.

viii

95 266/2004 Lei Complementar 2004 Altera a Lei Complementar nº 138, de 02/07/1998, e dá outras providências.

96 273/2004 Lei Complementar 2004 Altera o art.3º da Lei Complementar nº 266, de 28 de abril de 2004, o art.34 da Lei Complementar nº 138, de 02 de julho de 1998, e dá outras providências.

97 932/2004 Decreto 2004 Inclui § único no artigo 2º do Decreto nº 851, de 30/12/2003, para disciplinar o repasse de suprimentos destinado a investimentos pelo Poder Legislativo.

98 988/2004 Decreto 2004 Declara inservível para uso do município, bens móveis registrados no patrimônio público, autorizando sua baixa e inutilização.

99 1161/2004 Decreto 2004 Declara inservível para uso do município, bens móveis registrados no patrimônio público, autorizando sua baixa e inutilização.

100 1260/2004 Decreto 2004 Cria Núcleo de educação Infantil e dá outras providências.

101 1261/2004 Decreto 2004 Cria Núcleo de Educação Infantil e dá outras providências.

102 2231/2004 Lei Ordinária 2004 Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei orçamentária para 2005, e dá outras providências.

103 2236/2004 Lei Ordinária 2004 Autoriza a doação de bens em prol da campanha “Semana do Trânsito”, promovida pela Polícia Militar, DEMUTRAN, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, a realizar-se de 18 a 25 de setembro do corrente.

104 2240/2004 Lei Ordinária 2004 Autoriza anulação e suplementação de valores em dotações orçamentárias, no orçamento – programa 2004 da Administração Direta, e dá outras providências.

105 2246/2004 Lei Ordinária 2004 Altera dispositivos da Lei nº 2231, de 21 de julho de 2004, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei orçamentária para 2005.

106 2247/2004 Lei Ordinária 2004 Estima a receita e fixa a despesa do município de Timbó, para o exercício financeiro de 2005.

ix

107 19/2005 Decreto 2005 Edita o calendário dos feriados e pontos facultativos do período compreendido entre 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2005, para os Órgãos da Administração Direta, Autárquica e Fundações Públicas do Poder Executivo.

108 34/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 1.800,00.

109 41/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar por conta do superávit financeiro do exercício anterior, no valor de R$ 16.300,00.

110 50/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar por conta do excesso de arrecadação, no valor de R$ 11.760,00.

111 87/2005 Decreto 2005 Abre suplementar a conta de anulação no valor de R$ 12.000,00.

112 110/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar por conta do excesso de arrecadação, no valor de R$ 35.000,00.

113 111/2005 Decreto 2005 Abre crédito especial por conta do excesso de arrecadação, no valor de R$ 70.000,00.

114 133/2005 Decreto 2005 Homologa o Regimento Interno do Conselho Municipal do Idoso.

115 161/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar por conta do excesso de arrecadação, no valor de R$ 65.000,00.

116 185/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar por conta do excesso de arrecadação, no valor de R$ 197.000,00.

117 196/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 163.600,00,.

118 206/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar por conta do excesso de arrecadação, no valor de R$ 60.000,00.

119 224/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar por conta do excesso de arrecadação, no valor de R$ 83.500,00.

120 230/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 2.400,00.

121 232/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar por conta do excesso de arrecadação, no valor de R$ 226.500,00.

122 253/2005 Decreto 2005 Estabelece denominação ao Núcleo de Educação Infantil criado pelo Decreto nº 1,260, de 31 de dezembro de 2004.

123 254/2005 Decreto 2005 Estabelece denominação ao

x

Núcleo de Educação Infantil criado pelo Decreto nº 1.261, de 31 de dezembro de 2004.

124 260/2005 Decreto 2005 Autoriza abertura de concurso público destinado a prover vagas de cargos efetivos do Poder Executivo – Administração Direta e Indireta (Prefeitura, SAMAE, FCT e FME), e regulamenta provisoriamente os requisitos e as funções/atribuições dos cargos a serem preenchidos.

125 275/2005 Decreto 2005 Altera os anexos do Decreto nº 260, de 04/10/2005, e aprova o conteúdo programático para as provas do concurso nº RH2005.

126 280/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 45.000,00.

127 285/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 6.900,00.

128 336/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 64.420,00.

129 348/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 23.760,00.

130 349/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 175.650,00.

131 350/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 60.000,00.

132 351/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 59.919,21

133 354/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 175.650,00.

134 357/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 190.395,01.

135 358/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 33.400,00.

136 362/2005 Decreto 2005 Edita o calendário dos feriados e pontos facultativos do período compreendido entre 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2006, para os órgãos da Administração Direta, Autarquia e Fundações Públicas do Poder Executivo.

137 365/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta

xi

de anulação no valor de R$ 26.254,99.

138 366/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 100.770,27.

139 367/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 40.298,18.

140 368/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 97.935,35.

141 376/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 186.167,43.

142 379/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 22.000,00.

143 387/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 186.167,43.

144 390/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 78.117,42.

145 398/2005 Decreto 2005 Abre crédito suplementar a conta de anulação no valor de R$ 13.146,00.

146 406/2005 Decreto 2005 Aprova o calendário municipal de eventos 2006.

147 2251/2005 Lei Ordinária 2005 Altera a Lei nº 2247, de 30/12/2004, e dá outras providências.

148 2263/2005 Lei Ordinária 2005 Autoriza a abertura de crédito especial no orçamento – programa 2005, da Administração Direta.

149 2267/2005 Lei Ordinária 2005 Autoriza a anulação e suplementação de valores em dotações orçamentárias, no orçamento – programa 2005, da Administração Direta e Indireta, e dá outras providências.

150 2272/2005 Lei Ordinária 2005 Cria o Fundo Municipal de Apoio à Cultura e dá outras providências.

151 2273/2005 Lei Ordinária 2005 Autoriza a concessão de subvenção a APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Timbó e dá outras providências.

152 2277/2005 Lei Ordinária 2005 Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei orçamentária para 2006 e dá outras providências.

153 2289/2005 Lei Ordinária 2005 Estima a receita e fixa a despesa do município de Timbó, para o exercício financeiro de 2006.

xii

154 2291/2005 Lei Ordinária 2005 Autoriza a anulação e suplementação de valores em dotações orçamentárias, no orçamento – programa 2005, da Administração Direta, e dá outras providências

155 311/2006 Lei Complementar 2006 Altera a Lei Complementar nº 142, de 21 de dezembro de 1998, e dá outras providências.

156 317/2006 Lei Complementar 2006 Altera a Lei Complementar nº 171, de 24/03/00, e dá outras providências.

157 323/2006 Lei Complementar 2006 Altera a Lei Complementar nº 165, de 17 de dezembro de 1999, e dá outras providências.

158 424/2006 Decreto 2006 Autoriza abertura de concurso público destinado a prover vagas de cargos efetivos do Quadro de Pessoal do Poder Executivo – Administração Direta e Indireta (Prefeitura/SAMAE), regulamenta provisoriamente os requisitos e as funções/atribuições dos cargos a serem preenchidos, aprova os conteúdos programáticos para as provas (escritas e/ou práticas) e dá outras providências.

159 440/2006 Decreto 2006 Abre crédito suplementar por conta do superávit financeiro do exercício anterior, no valor de R$ 115.000,00.

160 487/2006 Decreto 2006 Declara inservíveis para uso do município, bens móveis registrados no patrimônio público, autorizando sua baixa e inutilização.

161 501/2006 Decreto 2006 Dispõe sobre o horário de expediente junto aos órgãos e entidades da administração municipal nos dias dos jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo 2006.

162 661/2006 Decreto 2006 Regulamenta a Lei Complementar nº 142, de 21 de dezembro de 1998, que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS, relativo a declaração de informações fiscais – DIF; Substituição Tributária e Responsabilidade por Retenção e dá outras providências.

163 2296/2006 Lei Ordinária 2006 Autoriza a concessão de subvenção a APAE – Associação de Pais e Amigos dos

xiii

Excepcionais de Timbó, autoriza a cessão de servidores e dá outras providências.

164 2297/2006 Lei Ordinária 2006 Altera dispositivos da Lei nº 1.957 de 28 de agosto de 1997, e dá outras providências.

165 2312/2006 Lei Ordinária 2006 Autoriza a anulação e suplementação de valores em dotações orçamentárias, no orçamento-programa 206, da Administração Direta e Indireta, e dá outras providências.

166 2318/2006 Lei Ordinária 2006 Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei orçamentária para 2007 e dá outras providências.

167 2319/2006 Lei Ordinária 2006 Institui a Semana Municipal de Combate e Prevenção a Obesidade Infantil e a inclui no calendário de comemorações oficiais do município.

168 2325/2006 Lei Ordinária 2006 Estima a receita e fixa a despesa do município de Timbó, para o exercício financeiro de 2007.

169 2326/2006 Lei Ordinária 2006 Autoriza a concessão de subvenção à APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Timbó, autoriza a cessão de servidores e dá outras providências.

170 2329/2006 Lei Ordinária 2006 Autoriza a anulação e suplementação de valores em dotações e vínculos orçamentários, no orçamento-programa 2006, da Administração Direta (Lei nº 2289 de 14/12/2005) e dá outras providências.

171 2330/2006 Lei Ordinária 2006 Autoriza a anulação e suplementação de valores em dotações orçamentárias, no orçamento-programa 2006, da Administração Direta e Indireta, e dá outras providências.

172 326/2007 Lei Complementar 2007 Altera a Lei Complementar nº 196, de 29/12/00, e dá outras providências.

173 335/2007 Lei Complementar 2007 Dispõe sobre o Plano Diretor do município de Timbó e dá outras providências.

174 336/2007 Lei Complementar 2007 Institui a Política Municipal do Meio Ambiente, dispõe sobre a proteção, controle e melhoria da qualidade ambiental, e dá outras providências.

xiv

175 339/2007 Lei Complementar 2007 Cria o Quadro de Pessoal sob a forma de emprego público para atendimento do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), e dá outras providências.

176 345/2007 Lei Complementar 2007 Dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos no município de Timbó e dá outras providências.

177 348/2007 Lei Complementar 2007 Autoriza a realização de permuta de imóveis para a implementação do Programa Permanente de Educação de Trânsito no Município de Timbó, regulamentado pelo Decreto nº 079 de 01 de julho de 2001.

178 972/2007 Decreto 2007 Disciplina o horário de atendimento externo da Prefeitura no período de dezembro de 2007 e janeiro de 2008, e institui período de férias coletivas aos servidores que menciona.

179 2347/2007 Lei Ordinária 2007 Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Valorização dos Profissionais da Educação – Conselho do FUNDEB.

180 2349/2007 Lei Ordinária 2007 Oficializa os símbolos da Fundação Municipal de Esportes – FME, Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Timbó – SAMAE e Fundação Cultural de Timbó – FCT.

181 2354/2007 Lei Ordinária 2007 Autoriza a anulação e suplementação de valores em dotações e vínculos orçamentários, no orçamento-programa 2007, da Administração Direta (Lei nº 2325 de 12/12/2006) e dá outras providências.

182 2355/2007 Lei Ordinária 2007 Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei orçamentária para 2008 e dá outras providências.

183 2361/2007 Lei Ordinária 2007 Autoriza a anulação e suplementação de valores em dotações orçamentárias, no orçamento-programa 2007, da Administração Direta e Indireta, e dá outras providências.

184 2363/2007 Lei Ordinária 2007 Estima receita e fixa a despesa do município de Timbó, para o

xv

exercício financeiro de 2008. 185 2365/2007 Lei Ordinária 2007 Autoriza a anulação e

suplementação de valores em dotações orçamentárias, no orçamento-programa 2007, da Administração Direta e Indireta, e dá outras providências.

186 2367/2007 Lei Ordinária 2007 Autoriza a concessão de subvenção á APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Timbó, autoriza a cessão de servidores e dá outras providências.

187 353/2008 Lei Complementar 2008 Altera a Lei Complementar nº 125, de 22 de dezembro de 1997 e dá outras providências.

188 356/2008 Lei Complementar 2008 Cria o Quadro de Pessoal sob a forma de emprego público para atendimento de programas culturais no município de Timbó, vinculados à Fundação Cultural de Timbó e dá outras providências.

189 357/2008 Lei Complementar 2008 Institui o Programa de Iniciação Esportiva mantido e executado pela Fundação Municipal de Esportes bem como cria o Quadro de Pessoa sob a forma de Emprego Público para atendimento ao respectivo programa e dá outras providências.

190 1023/2008 Decreto 2008 Estabelece o calendário de feriados e pontos facultativos inerentes ao período de 01/01/2008 a 30/04/2008, para os órgãos da Administração direta, Autarquia e Fundações Públicas do Poder Executivo.

191 1106/2008 Decreto 2008 Estabelece o calendário de feriados e pontos facultativos inerentes ao período de 01/05/2008 a 31/12/2008, para os órgãos da Administração Direta, Autarquia e Fundações Públicas do Poder executivo.

192 2387/2008 Lei Ordinária 2008 Autoriza a anulação e suplementação de valores em dotações orçamentárias, no orçamento-programa 2008, da Administração Direta e Indireta, e dá outras providências.

193 2388/2008 Lei Ordinária 2008 Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei orçamentária para 2009 e dá outras

xvi

providências. 194 2392/2008 Lei Ordinária 2008 Autoriza a anulação e

suplementação de valores em dotações orçamentárias, no orçamento-programa 2008, da Administração Direta e Indireta, e dá outras providências.

195 2394/2008 Lei Ordinária 2008 Dispõe sobre o Conselho Municipal da Juventude – COMJOVEM.

196 2397/2008 Lei Ordinária 2008 Estima a receita e fixa a despesa do município de Timbó, para o exercício financeiro de 2009 (R$ 67.782.000,00).

197 2398/2008 Lei Ordinária 2008 Dispõe sobre a política municipal de saneamento básico e dá outras providências.

Quadro 09 - Legislação Municipal De Timbó Sobre Educação Fonte: Prefeitura Municipal de Timbó, SC, 2009.

xvii

APENDICE J

EXERCÍCIO ANOS INICIAIS

ANOS FINAIS

TOTAIS % DE CRESCIMENTO

OBSERVAÇÕES

1989 300 1997 1377

359,0

Inclui todas as matrículas da Rede Municipal no Ensino Fundamental, sem separar as séries iniciais e finais.

1998 1416 2,83 Idem 1497 5,72 Idem 2000 896 670 1566 4,61

Separa anos iniciais e anos finais do Ensino fundamental.

2001 929 711 1640 4,73 2002 964 807 1771 7,99 2003 1002 869 1871 5,65 2004 1083 923 2006 7,22 2005 1100 972 2072 3,29 2006 1122 952 2074 0,10 2007 1224 1018 2242 8,10 2008 1181 1012 2193 -2,19 QUADRO 10 - Evolução De Matrículas No Ensino Fundamental Da Rede Municipal De Timbó Fonte: INEP, Acesso em 2009.

xviii

APÊNDICE L

ANO ORÇAMENTO MUNICIPAL R$

RECEITA DE IMPOSTOS R$

ORÇAMENTO EDUCAÇÃO R$

% PARTIC.

% CRESC.

LEI ORDINÁRIA

1998 14.562.568,11 *************** 4.146.000,00 1991/1997 * 1999 13.537.705,80 *************** 4.051.000,00 2043/1998 * 2000 15.740.508,63 12.006.151,90 3.489.312,28 29,06 2077/1999 2001 17.687.933,59 14.310.115,25 4.085.929,44 30,56 2115/2000 2002 19.911.927,61 16.736.770,40 4.761.379,98 28,45 2147/2001 2003 32.667.166,15 20.008.800,76 6.155.423,43 30,76 2177/2002 2004 36.236.589,68 23.676.728,84 6.783.488,11 28,65 2212/2003 2005 42.216.312,68 25.442.910,55 8.022,855,77 31,53 2247/2004 2006 44.074.234,51 26.921.513,74 8.064.829,04 29,99 2289/2005 2007 56.729.785,80 30.532.201,73 9.196.709,66 30,12 2325/2006 2008 61.870.050,94 36.920.245,76 10.187.484,53 27,59 2363/2007

Quadro 11 - Comparativo Do Orçamento Da Educação Com O Total Municipal Fonte: Prefeitura Municipal de Timbó, SC, 2009.

xix

APENDICE M

REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE TIMBÓ REDE PÚBLICA ESTADUAL EM TIMBÓ

Exer- cício

Anos iniciais

Anos finais

Totais % de Cresci- mento

Observa-ções

Anos iniciais

Anos finais

Totais % de Cresci- mento

1989 300 -

1997 1377 359,00

Inclui toda a Rede Municipal de Ensino Fundamentalsem separar anos iniciais e finais.

3427

1998 1416 2,83 Idem 3382

1999 1497 5,72

Computado apenas Ensino Fundamental.

3275

2000 896 670 1566 4,61 1367 1814 3181 2001 929 711 1640 4,73 1247 1655 2902 2002 964 807 1771 7,99 1155 1561 2716 2003 1002 869 1871 5,65 1162 1431 2593 2004 1083 923 2006 7,22 1062 1442 2504 2005 1100 972 2072 3,29 1047 1299 2346 2006 1122 952 2074 0,10 1045 1289 2334 2007 1224 1018 2242 8,10 1039 1211 2250 2008 1181 1012 2193 -2,19 1000 1144 2144 QUADRO 12 - Evolução De Matrículas No Ensino Fundamental Da Rede Pública Municipal Comparado Com A Rede Pública Estadual No Município De Timbó, SC. Fonte: INEP, Acesso em 2009.

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo