65
Universidade Federal Fluminense - UFF Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura Luciana Gomes Cotrim O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONTINUIDADE DO CUIDADO DA CRIANÇA COM DIABETES MELLITUS TIPO 1: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Niterói - Rio de Janeiro 2020

Luciana Gomes Cotrim

  • Upload
    others

  • View
    6

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Luciana Gomes Cotrim

Universidade Federal Fluminense - UFF

Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa

Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura

Luciana Gomes Cotrim

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONTINUIDADE DO CUIDADO DA

CRIANÇA COM DIABETES MELLITUS TIPO 1: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Niterói - Rio de Janeiro

2020

Page 2: Luciana Gomes Cotrim

Luciana Gomes Cotrim

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONTINUIDADE DO CUIDADO DA

CRIANÇA COM DIABETES MELLITUS TIPO 1: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado a Coordenação do

Curso de Graduação em

Enfermagem e Licenciatura da

Universidade Federal

Fluminense, como requisito para

obtenção do título de Bacharel e

Licenciado em Enfermagem.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Lucia Abrahão da Silva

Niterói - Rio de Janeiro

2020

Page 3: Luciana Gomes Cotrim

3

Page 4: Luciana Gomes Cotrim

4

LUCIANA GOMES COTRIM

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONTINUIDADE DO CUIDADO DA

CRIANÇA COM DIABETES MELLITUS TIPO 1: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado a Coordenação do

Curso de Graduação em

Enfermagem e Licenciatura da

Universidade Federal

Fluminense, como requisito para

obtenção do título de Bacharel e

Licenciado em Enfermagem.

Aprovada em 07 de dezembro de 2020.

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________________________

______

Profa. Dra. Ana Lucia Abrahão da Silva /UFF - Presidente

_______________________________________________________________

______

MSc. Carla de Gouvêa dos Santos/UFF - 1º Examinador

_______________________________________________________________

______

Profa Dra. Ândrea Cardoso de Souza/UFF - 2º Examinador

Niterói - Rio de Janeiro

2020

Page 5: Luciana Gomes Cotrim

5

RESUMO

Esse estudo teve como objetivos construir uma revisão integrativa sobre o

papel da enfermagem no cuidado da criança com Diabetes Mellitus tipo 1

(DM1) na atenção primaria de saúde e apontar as evidências científicas

relacionadas as ações de enfermagem voltadas às crianças portadoras de

Diabetes Mellitus Tipo 1. Para a construção da revisão integrativa foi produzida

uma pergunta de pesquisa utilizando a estratégia PICO e para responde-la

realizadas pesquisas nas bases de dados “SCIELO”, “SCOPUS”, ‘Web of

Science”, “BDENF”, “LILACS” e “Medline”, utilizando os descritores DeCS

“Saúde da Criança”, “Continuidade da assistência ao paciente”, “Atenção

primaria a saúde”, “Enfermagem” e “Diabetes Mellitus tipo 1”, e MESH,

selecionados como correspondentes dos descritores DeCS: “Child Health”,

“Primary Health Care”, “Nursing”, “Diabetes Mellitus Type 1”, “Continuity of

Patient Care”, houve um recorte temporal de 2016 a 2020 e utilização de

artigos em português e inglês. Para pesquisa foram selecionados, a partir da

utilização de um roteiro para a extração dos dados, 20 artigos pertinentes a

responder à pergunta do trabalho, 11 deles no idioma inglês e 9 no idioma

português. Com a análise dos artigos quatro eixos para análise foram

constatados, a educação como método fundamental no cuidado da criança

com DM1, o estímulo do autocuidado como forma de tratamento, os

responsáveis como parte do cuidado e novas formas de produzir cuidado. Foi

possível perceber que o cuidado com a criança com DM1 merece atenção

interprofissional, envolvendo os pais e a escola em uma educação continua e

repetitiva que será construída aos poucos, sempre estimulando o autocuidado

e a independência no tratamento.

Palavras-chave: saúde da criança, acompanhamento terapêutico, atenção

primaria a saúde, enfermeiro

Page 6: Luciana Gomes Cotrim

6

ABSTRACT

This study aimed to build an integrative review on the role of nursing in care of

children with Type 1 Diabetes Mellitus (DM1) in primary health care and to point

out the scientific evidence related to nursing actions aimed at children with Type

1 Diabetes Mellitus For the construction of the integrative review, a research

question was produced using the PICO strategy and to answer it, research was

carried out in the databases “SCIELO”, “SCOPUS”, "Web of Science ”,

“BDENF”, “LILACS” and "Medline", using the DeCS descriptors “Saúde da

Criança”, “Continuidade da assistência ao paciente”, “Atenção primaria a

saúde”, “Enfermagem” e “Diabetes Mellitus tipo 1”, and MESH, selected as

corresponding to the DeCS descriptors: “Child Health”, “Primary Health Care”,

“Nursing”, “Diabetes Mellitus Type 1”, “Continuity of Patient Care”, there was a

time frame from 2016 to 2020 and the use of articles in Portuguese and English.

For research were selected, using a script for data extraction, 20 articles to

answer the question of the work, 11 of them in English and 9 in Portuguese.

With the analysis of the articles, four axes for analysis were found, education as

a fundamental method in the care of children with DM1, the encouragement of

self-care as a form of treatment, caretakers as part of care and new ways of

producing care. It was possible to realize that the care for the child with DM1

deserves interprofessional attention, involving parents and the school in a

continuous and repetitive education that will be built gradually, always

encouraging self-care and independence in treatment.

Keyword: child health, therapeutic monitoring, primary health care, nurse

Page 7: Luciana Gomes Cotrim

7

AGRADECIMENTOS

À minha família por sempre me apoiar nos momentos mais difíceis e

sempre estarem do meu lado. Um obrigado especial ao meu avô Adelicio que

apesar de não estar mais entre nós sempre teve muito orgulho de mim e

sempre falou que eu seria uma ótima enfermeira. Esse TCC eu dedico

totalmente a ele.

Aos meus pais Lucia e Hélio que nunca me impediram de realizar os

meus sonhos e por sempre acreditarem em mim.

Aos meus amigos Mariana, Gabriel, João, Pedro, Pedro Henricco,

Paola, Victoria e Mariana Cunha obrigada por me apoiar durante todo esse

tempo da graduação, por me dar força em momentos difíceis que passeie e por

fazerem parte da minha vida a tanto tempo, sem vocês não conseguiria ser o

que eu sou hoje, nossos churrascos, viagens e saídas me dão muita alegria e

espero ser sempre amiga de vocês.

À minha psicóloga Marisa que me apoiou muito durante essa minha

caminhada e me ajudou a crescer como pessoa e a enfrentar meus medos.

À minha orientadora Ana Lúcia Abrahão obrigada por me guiar nessa

passagem de vida tão importante e à banca por me apoiarem e participarem

desse momento especial comigo.

Ao NUPGES que me fez crescer e amadurecer meus pensamentos

como profissional e me ajudou a entender o cuidado e a saúde de uma forma

diferente, um agradecimento especial a Ana Lamdin minha parceira para todos

os trabalhos e organizações do núcleo.

À todos os professores da EEAAC e à UFF que nos ensinaram durante

todos esses anos e ajudaram a construir os profissionais que iremos nos

tornar.

Por último, mas não menos importante, a todos que, direta ou

indiretamente, me ajudaram a chegar até aqui, muito obrigada.

Page 8: Luciana Gomes Cotrim

8

Lista de Quadros

Quadro 1- Estratégia PICO.

Quadro 2 – artigos encontrados nas bases de dados

Quadro 3 – artigos encontrados nas bases de dados após aplicação de filtros

Quadro 4- Artigos selecionados para revisão com nome, autores, periódico e

ano, país e idioma e base de dados

Quadro 5 – Fluxograma seleção de artigos

Quadro 6- Objetivo, metodologia, nível de evidência e resultados dos artigos

selecionados

Page 9: Luciana Gomes Cotrim

9

Lista de Abreviações

ETP – Estágio Teórico Prático

UBS – Unidade Básica de Saúde

APS – Atenção Primaria a Saúde

SUS – Sistema Único de Saúde

SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes

ESF – Estratégia de Saúde da Família

DM1 – Diabetes Mellitus tipo 1

CAD – Cetoacidose Diabética

RAS – Rede de Atenção à Saúde

PTS – Projeto Terapêutico Singular

Page 10: Luciana Gomes Cotrim

10

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO........................................................................................................10

1.1- Motivação.......................................................................................................10

1.2- Contextualização............................................................................................10

1.3- Justificativa/ Relevância.................................................................................13

1.4- Objetivo Geral................................................................................................14

1.5- Objetivos Específicos.....................................................................................14

2- REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................15

2.1- Crianças com Doenças Crônicas...................................................................15

2.2- Crianças com Diabetes Mellitus tipo 1...........................................................18

2.3- Criança com diabetes mellitus tipo 1 na Atenção Primária a Saúde..............20

3- METODOLOGIA.....................................................................................................24

3.1- Tipo de estudo................................................................................................24

3.2- Fases da revisão integrativa...........................................................................24

4- RESULTADOS........................................................................................................28

5- DISCUSSÃO...........................................................................................................40

5.1- Educação como método fundamental de cuidado com crianças com DM1...41

5.2- O estímulo ao autocuidado como forma de tratamento.................................43

5.3- Os responsáveis como parte do cuidado.......................................................45

5.4- Novas formas de entender o cuidado de crianças com DM1.........................47

6- CONCLUSÃO.........................................................................................................49

7- ANEXO...................................................................................................................51

8- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................................53

9- OBRAS EMPREGADAS NA PESQUISA...............................................................60

Page 11: Luciana Gomes Cotrim

11

1- INTRODUÇÃO

1.1- Motivação

O tema desta pesquisa é o cuidado de crianças com doenças crônicas

no sistema de saúde brasileiro e o interesse por ele surgiu nas disciplinas de

Saúde da Criança e do Adolescente e de Saúde Coletiva. Ambas ocorrem no

6º e 7º período, respectivamente, na faculdade de enfermagem da

Universidade Federal Fluminense (UFF). Apesar de interagir constantemente

com crianças e adultos que apresentam diferentes patologias durante o período

de ensino teórico prático (ETP) das disciplinas. A ausência de crianças com

doenças crônicas nas Unidades Básicas de Saúde, em que ao longo do ETP

tive a oportunidade de acompanhar o serviço como acadêmica de enfermagem,

chamou minha atenção

Como não houve uma participação minha no atendimento com crianças

que apresentam esses tipos de patologia, fiz-me a seguinte pergunta: como é

feito o tratamento e acompanhamento dessas crianças no sistema de saúde

brasileiro? Com isso, outras dúvidas surgiram como por exemplo: se existe um

cuidado com essas crianças, onde elas são atendidas no sistema de saúde?

Qual tem sido o papel da enfermagem nesse processo de saúde, que exige

uma interação interprofissional?

1.2- Contextualização

As doenças crônicas necessitam de um acompanhamento que preza,

principalmente, o autocuidado do paciente. A carência de atendimento às

crianças com essas patologias na atenção primaria à saúde (APS) fez com que

eu me questionasse em relação ao tratamento delas.

Para Silva e Vieira (2014), a atenção primaria à saúde pode ser

definida como um conjunto interligado de propostas assistenciais que devem se

espalhar igualmente para toda a população.

Na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) Brasil (2012)

apresenta a ideia de que a atenção básica é construída com um alto grau de

descentralização e capilaridade, colocando-se próximo ao local de vida da

população. Busca observar o sujeito como singular e perceber a sua inserção

sociocultural para produzir um cuidado integral.

Page 12: Luciana Gomes Cotrim

12

Brasil (2016) descreve que o Estatuto da Criança e do Adolescente

(ECA) juntamente ao Sistema Único de Saúde (SUS) apresentam como

encargo importante proporcionar à criança o direito à vida e à saúde, através

do cuidado integral. Incluindo o acesso universal e igualitário a todos os

serviços viabilizados pelo sistema de atenção à saúde.

Segundo Brasil (2018) o profissional de saúde deve promover suas

ações com outros agentes de saúde e sociais, construindo um cuidado

multidisciplinar, proporcionando à criança e à sua família uma rede de apoio de

saúde e social funcionando em seu benefício para um cuidado integral.

Por outro lado, a atenção à pessoa com doença crônica, requer ações

articuladas de profissionais de saúde, de modo integral. De acordo com a

política nacional por amostra de domicílios (PNAD) feita pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE) (2010) 2,17% da população residente,

entrevistada pela pesquisa, entre 0 e 13 anos apresentam uma ou mais

doenças crônicas.

Leite et al. (2019) explica que a cronicidade da doença tem um fator

multifatorial, que tem como característica sua duração maior que três meses e

a apresentação de uma recorrência, ela podem causar limitações físicas,

prejuízos nas relações sociais, dietas restritas e criar uma dependência

medicamentosa. Algumas doenças podem necessitar de tratamento contínuo

e/ou periódico e não possuir uma cura. Algumas condições crônicas podem ser

encontradas na infância como a asma, as doenças reumatoides, doenças

renais, epilepsia, câncer e diabetes mellitus tipo 1.

Brasil (2018) argumenta que o tratamento da criança com doença

crônica deve ser elaborado por profissionais de saúde em associação com a

família, gerando assim um cuidado não somente para a criança, mas também

para sua rede de apoio, sem que haja a necessidade dela caminhar pelo o

sistema de saúde em busca dos cuidados necessários.

Apesar disso, a partir dos achados de Nobrega et al (2017) podemos

perceber que há uma defasagem no cuidado com esse grupo específico de

crianças. O autor argumenta que a gestão da rede de atenção básica, muitas

vezes, cria uma vulnerabilidade programática, na qual implementam-se ações e

condutas padronizadas sem consideração efetiva das características locais.

Sem uma continuidade de cuidado, essa vulnerabilidade cria lacunas no

Page 13: Luciana Gomes Cotrim

13

tratamento, fazendo com que não haja uma melhora significativa na qualidade

de vida dessas crianças.

As doenças crônicas, de forma geral, têm apresentações e dificuldades

características a cada patologia. Para esse projeto elegemos a Diabetes

mellitus tipo 1 como patologia principal que acomete crianças na faixa etária

entre 05 a 14 anos. A faixa etária escolhida se justifica por ser um período da

vida, na qual a autonomia é adquirida e o autocuidado constitui um elemento a

ser observado.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) (2017) a

Diabetes Mellitus tem como característica principal uma hiperglicemia

persistente, podendo ser causada pela deficiência na ação ou produção de

insulina. A diabetes pode ser dividida em diabetes mellitus tipo 1, comumente

encontrada em crianças, e diabetes mellitus tipo 2, o tipo mais encontrado

entre pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus, correspondendo a 90-

95% dos casos.

Por ser o tipo de diabetes encontrada com maior frequência em

crianças, o projeto terá seu enfoque na diabetes mellitus tipo 1. SBD (2017)

mostra que na diabetes mellitus tipo 1 ocorre uma deficiência na produção de

insulina através do dano das células beta pancreáticas.

O atlas organizado pela International Diabetes Federation (IDF) (2017)

traz dados de que no Brasil há 88.296 crianças e adolescentes entre 0 e 19

anos com diagnostico de diabetes mellitus tipo 1 e 15 novos casos dessas

crianças por ano, a cada 100.000 crianças. O DataSUS apresenta dados do

HIPERDIA, mostrando que no estado do Rio de Janeiro, entre 2010 e abril de

2013, foram cadastradas 2.421 pessoas com diabetes mellitus tipo 1, sendo

crianças com até 14 anos, com esse diagnóstico, compondo 11,3%.

A American Diabetes Association (ADA) (2017) afirma que é de grande

importância para o cuidado de crianças com diabetes mellitus tipo 1 a

educação, o apoio para o autocuidado, o apoio psicossocial adequado que

começa no diagnóstico e uma terapia nutricional compatível com a patologia.

Esse apoio deve ser feito a partir do conhecimento prévio que a criança e sua

família possuem sobre as necessidades de uma criança em crescimento, assim

como a da família. Deve haver um equilíbrio entre o cuidado supervisionado e o

Page 14: Luciana Gomes Cotrim

14

autocuidado independente, devendo ter evoluções graduais conforme o

crescimento e desenvolvimento da criança. (texto traduzido pela autora)

Collet et al (2018) ressaltam que as ações realizadas para o tratamento

da criança e do pré-adolescente podem ser feitas através do autocuidado

apoiado com a ajuda de seus responsáveis e os profissionais, na qual ocorre

um estreitamento na relação entre o usuário e a equipe de saúde e há um

desenvolvimento compartilhado no plano de cuidados. É referido também o

enfoque em ações educativas e interventivas para o empoderamento do

indivíduo para o autocuidado.

1.3- Justificativa/ Relevância

Esse estudo justifica-se pelas estatísticas de morbidade de crianças

com diagnóstico de DM1. Segundo a SBD (2017), a doença, apresenta-se com

maior frequência em crianças e adolescentes, assim necessitando de um

cuidado eficaz que atenda suas demandas de saúde, sem que precisem

procurar em todo o sistema de saúde a complementação de seu tratamento.

Brasil (2018), em sua Política de Atenção Integral a Saúde da Criança

(PAISC), explica o desenvolvimento de técnicas de prevenção e de cuidado

como recurso terapêutico para a criança, transformou a exigência de

tratamento baseada em um modelo hospitalar não necessário. A terapêutica

ambulatorial especializada e a atenção básica são suficientes para o

acompanhamento do desenvolvimento desse jovem. São estratégias que

trazem uma melhor qualidade de vida ao diminuir situações de separação da

convivência familiar, ocasionado pelas longas internações hospitalares.

Assim este trabalho tem como meta construir uma revisão integrativa

para entender o papel do enfermeiro no cuidado da criança com DM1.

Trazendo o cuidado para mais perto do cliente e incorporando seu cotidiano e

sua família, criando uma rede de apoio, em todo o processo de cuidado. O

entendimento desse caminho pode gerar para o profissional uma segurança no

preparo e no ensino do cuidado transferindo para a criança a confiança

necessária para que ela consiga realizar um autocuidado.

Page 15: Luciana Gomes Cotrim

15

1.4- Objetivo Geral

A partir dessas observações iniciais este estudo de conclusão de curso

toma como objetivo geral construir uma revisão integrativa sobre o papel do

enfermeiro no cuidado da criança com Diabetes Mellitus tipo 1 na atenção

primária de saúde.

1.5- Objetivos Específicos

Os objetivos específicos desse trabalho é apontar as evidências

cientificas relacionadas as ações do enfermeiro com crianças portadoras de

Diabetes Mellitus Tipo 1

Page 16: Luciana Gomes Cotrim

16

2- REVISÃO DE LITERATURA

Para a construção desse projeto de conclusão de curso foi feito um

levantamento nas principais bases de dados com o objetivo de identificar o

estado da arte do atendimento à criança com diabetes mellitus tipo 1 na

atenção básica. Nesse sentido, optamos por construir este panorama geral

sobre o tema, em três eixos, o primeiro momento é caracterizado pela revisão

de artigos relacionados a crianças com doenças crônicas, seguido pela análise

dos artigos correspondentes a crianças com diabetes mellitus tipo 1 e, por

último, à criança com diabetes mellitus tipo 1 na atenção primária a saúde.

Foram encontrados artigos nas bases de dados BVS Brasil, SCIELO e CAPES,

utilizando os seguintes descritores: criança, atenção primária à saúde, doenças

crônicas e diabetes mellitus tipo 1. Com essas características foram

identificadas 63 publicações, entre eles, artigos e livros que condizem com o

tema abordado e após revisão houve a seleção de 39, sendo descartados 24.

2.1- Crianças com Doenças Crônicas

A cronicidade é de natureza multifatorial, apresenta avanço lento e pode levar a limitações físicas ou dependência de medicações, dietas restritivas e prejuízo nas relações sociais. Doenças crônicas são caracterizadas por apresentarem duração superior a três meses e serem recorrentes, o que requer tratamentos contínuos e/ou periódicos, sendo que algumas não têm cura. Asma, doença reumatoide, doença renal, epilepsia, câncer e diabetes mellitus tipo 1 são algumas patologias consideradas condições crônicas na infância. Quando as crianças são diagnosticadas com essas doenças, enfrentam vários desafios, tais como necessidade de retorno periódico ao hospital, tratamentos dolorosos e mudanças nas suas atividades habituais, o que interfere na frequência escolar. (Leite et al, 2019, p. 2)

A OMS (2017) mostra que no Brasil foram registradas 928.000 mortes

por doenças crônicas e 73% das mortes que ocorrem no país são por doenças

crônicas. O DataSUS mostra que entre 2009 e 2019 foram registradas

1.370.913 internações hospitalares de crianças entre 0 e 14 anos com

diagnostico de doenças crônicas, sendo elas, asma, epilepsia, diabetes

mellitus, doenças hipertensivas e neoplasias.

Segundo Moura et al. (2014) por serem doenças que podem ter

prognostico variável, as doenças crônicas, muitas vezes, requerem

Page 17: Luciana Gomes Cotrim

17

intervenções com uso de tecnologias variadas. Alterando o estilo de vida da

criança, implicando mudanças em sua rotina como dietas e restrições

alimentares, modificações corporais, limitações físicas, exposição a

procedimentos invasivos e/ou dolorosos, criando sentimentos negativos em

relação a si mesmo. O cuidado com essa criança deve ser expandido,

atendendo suas necessidades psicossociais. Sendo importante utilizar métodos

auxiliares para facilitar a interação social entre a equipe profissional e o

paciente, na comunicação sobre a doença e o tratamento, enfatizando o que se

espera do paciente, fornecendo uma atenção positiva para as carências do

paciente e de seus familiares.

Nobrega et al (2017) relatam que para um funcionamento de forma

integrada um programa de atenção à saúde necessita de um planejamento

realizado de modo integrado, fazendo com que todos os serviços participantes

atuem no mesmo nível de eficiência, garantindo a qualidade do cuidado

prestado. Além disso os serviços precisam ser um ponto do sistema que

proporcione vínculo e responsabilização para as famílias das crianças em

condição crônica, procurando ofertar cuidado singular para o manejo adequado

da doença.

De acordo com Machado et al. (2018) essas patologias podem gerar

uma instabilidade familiar, por alterarem a dinâmica e a vida da

criança/adolescente, um tema importante para entender e refletir sobre a

estruturação do processo de trabalho em saúde nos níveis de atenção. Por

essa realidade o suporte profissional é de grande importância para o

enfrentamento do cuidado da criança com doença crônica. Esse apoio é

fundamental quando a patologia não afeta somente a criança, mas sua família

inteira, podendo impactar as relações familiares, o emocional, o financeiro e o

bem estar familiar.

Nobrega et al. (2017) afirma que o planejamento do programa de

atenção à saúde deve ser feito de maneira integrada para seu funcionamento.

Os serviços devem funcionar de maneira equilibrada e eficientemente para

garantir um cuidado de qualidade. Deve ser oferecido um cuidado individual e

singular para a criança e sua família no tratamento da doença, construindo um

vínculo e comprometimento.

Page 18: Luciana Gomes Cotrim

18

Para Alves, Amendoeira e Charepe (2017) os pais apresentam um

papel importante no cuidado da criança como companheiros dos profissionais

de saúde no tratamento. Sendo importante entender o papel parental como

função que vai além da saúde e da doença, também facilitando o

desenvolvimento, educando e alimentando. O cuidado parental pode ser difícil

para algumas famílias e é necessário a ajuda do enfermeiro para acompanhar

as práticas do processo do cuidado. Uma abrangente rede de apoio familiar,

social e com a participação do profissional de saúde, é importante para ajudar

a adequar os pais ao novo estilo de vida que precisará ser implementado em

seu domicílio. Por isso é essencial entender que o cuidado de enfermagem

com essas crianças, que necessitam de tratamento especial, deve ser

embasado na família e no modelo de parceria do cuidado.

Costa et al. (2013) mostra que o Sistema Único de Saúde (SUS)

considera que o processo de cuidar tem como participador importante, no

suporte e instrumentalização da unidade familiar, a Estratégia de Saúde da

Família (ESF). A qualidade do vínculo entre a família e os profissionais consiste

em um fator essencial para a prevenção de complicações e de internações,

sendo esse laço formado especialmente no ambiente ambulatorial e domiciliar.

Gerando a necessidade de observar a vivência familiar, com sua situação de

doença, para minimizar os aspectos que podem afetar negativamente a saúde

da família.

Alves, Amendoeira e Charepe (2017) falam em sua pesquisa que tem

sido observadas lacunas na comunicação das informações aos responsáveis

sobre as a situação de saúde e os cuidados às crianças. Essas falhas são

observadas na troca de informações entre os profissionais das instituições,

afetando a coordenação dos serviços, que não respondem de forma adequada

as questões das crianças e de suas famílias.

Segundo Moreira, Gomes e Sá (2014) ao ser observada a realidade de

atuação das intervenções na área da saúde, foi possível perceber que este

campo se ressente de subsídios e bases conceituais, que lhe disponham maior

visibilidade. Podendo isso ser resultado da sistematização do conhecimento,

colocando as especificidades das condições crônicas de crianças e

adolescente no foco, assim como as necessidades e demandas geradas.

Page 19: Luciana Gomes Cotrim

19

Vaz et al (2018) argumenta que a falta de coordenação da atenção

básica ajuda na fragmentação do tratamento das crianças com doenças

crônicas, dando exemplos como: a falta de comunicação entre a APS e os

serviços especializados, a ausência de continuidade da assistência, a falta de

um ponto de atenção identificável e com responsabilização coordenadora.

2.2- Crianças com Diabetes Mellitus tipo 1

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) (2017-2018) explica que a

diabetes mellitus tipo 1 (DM1) tem como característica a destruição das células

β pancreáticas acarretando a deficiência completa na produção de insulina,

sendo assim ela é considerada uma doença autoimune e poligênica. A DM1 é

encontrada em 5 a 10% de todos os casos de DM, apesar do aumento

prevalente da patologia. É encontrada com maior frequência em crianças e

adolescentes, podendo aparecer em adultos jovens, atingindo homens e

mulheres igualmente.

A OMS (2016) caracteriza a diabetes mellitus tipo 1 como uma doença

que apresenta deficiência na produção de insulina, exigindo regulação diária da

glicose e administração de insulina. A causa da diabetes é desconhecida por

isso acredita-se que seu surgimento é uma combinação de fatores genética e

ambientais. (texto traduzido pela autora)

Brasil (2013) fala que a diabetes tipo 1 geralmente se mostra de forma

abrupta, tendo hiperglicemia acentuada que pode progredir rapidamente para

cetoacidose, principalmente em casos de estresse e infecções. Apresenta os

sinais e sintomas característicos da doença de forma mais aguda. A poliúria,

polidipsia, polifagia e a perda aguda do peso se apresentam no começo da

patologia e sem o tratamento podem se desenvolver em cetose, acidose

metabólica e desidratação.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2017-2018) o tratamento

de diabetes mellitus tipo 1 deve ser feito de forma individualizada para as

crianças. Esse tratamento deve levar em conta características especificas

relacionadas ao sistema da criança que está em mudança durante o seu

crescimento.

Page 20: Luciana Gomes Cotrim

20

Conforme explicado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

(2017-2018) durante a história do cuidado com a DM1 é caracterizada pela

tríade, insulina, alimentação e atividade física. Entretanto com os

conhecimentos das circunstâncias psicológicas e sociais que envolvem a DM,

assim como os avanços tecnológicos e terapêuticos, é possível dizer que a

tríade poderia ser alterada para insulina, monitoração e educação,

acrescentando na terceira característica a alimentação, a atividade física e a

orientação para os pacientes e suas famílias.

Brasil (2018) fala em seu Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da

Diabetes Mellitus Tipo 1 que o tratamento da patologia deve possuir

características como educação na diabetes, acompanhamento nutricional,

automonitorização da glicemia, insulinoterapia e exercício físico. Esse

tratamento não é simples pois deve ter uma participação ativa da pessoa

portadora da doença. Deve ser feita pelos profissionais de saúde uma

educação focada no autocuidado com a família e o paciente, que deve passar

pela alimentação, atividades físicas, identificação de sinais e sintomas e

controle e administração correta da medicação.

De acordo com Collet et al (2018) o profissional de saúde deve utilizar

as etapas de avaliação e a assistência do autocuidado apoiado para identificar

problemas que a criança possa ter durante o tratamento, como vergonha,

medo, negação da doença e autopercepção distorcida de si.

Pennafort et al. (2018) explica que é importante para o profissional de

saúde entender que a abordagem terapêutica da doença deve ser feita de

forma mais abrangente, não tratando somente os aspectos físicos da patologia,

mas também as características emocionais da criança. Que apresentam a

probabilidade de apresentar emoções e aspectos psicossociais que podem

afetar o controle da diabetes. A doença pode trazer emoções conflitantes como

medo, dor, preocupação com o prognostico, preconceito, insegurança e

rejeição.

Em seus estudos, realizado com responsáveis de crianças com

diabetes mellitus tipo 1, Wolkers et al (2017) fala que é acreditado que o

cuidado especializado seja o suficiente, colocando o atendimento na atenção

básica como de necessidade menor. Com isso os resultados mostram uma

descontinuidade das ações de saúde.

Page 21: Luciana Gomes Cotrim

21

A fragmentação dos serviços de saúde foi identificada e relacionada

às seguintes causas: segmentação institucional do sistema de saúde;

descentralização dos serviços de saúde; programas,

predominantemente, focados em doenças, riscos e populações

(programas verticais), que não estão integrados no sistema de

saúde...separação de serviços extremos de saúde pública para

pessoas; modelo de atenção centrado na doença, cuidados em

episódios agudos e cuidados hospitalares; lacunas na gestão em

saúde e intersetorial; problemas na quantidade, qualidade e

distribuição de recursos; deficiência na definição dos papéis, nível de

habilidade, disparidades de contratação e salários do pessoal de

saúde... (Wolkers et all., 2017, p. 4)

A American Diabetes Association (ADA) (2017) afirma que é essencial

que a família e a rede de saúde tenham uma boa comunicação com a escola,

lugar onde a criança passa grande parte do seu tempo. Trazendo o cuidado

para o local, otimizando a educação da criança. (texto traduzido pela autora)

Segundo Jackson et al (2015) o cuidado da diabetes deve ser feito de

forma regular, com checagens de glicemia, regulação da dieta, administração

da medicação e exercício físico regular. Para ter um cuidado adequado da

patologia, a escola juntamente com a criança deve ter um entendimento sobre

os riscos, os sinais e sintomas e o tratamento de emergências que podem

ocorrer em crianças com diabetes. (texto traduzido pela autora)

A Sociedade Brasileira de Diabetes (2017-2018) sinaliza que a

educação em diabetes é considerada um investimento a longo prazo, por

entender ser mais barato educar o paciente ao invés de tratar seus agravos

posteriormente. É caracterizada também como um método que pode alterar a

qualidade de vida, permitindo uma mudança individual, coletiva e institucional.

O diálogo entre o profissional de saúde, que deve adequar sua linguagem para

o entendimento, e o paciente favorece as modificações em seu comportamento

em relação a doença, visando melhorar o autocuidado.

2.3- Criança com diabetes mellitus tipo 1 na Atenção Primária a Saúde

Page 22: Luciana Gomes Cotrim

22

Segundo Ponnet et al (2019) a atenção primaria à saúde (APS) por ser

a porta de entrada para o sistema nacional de saúde, mostra uma minimização

na desigualdade da assistência por apresentar ao indivíduo a possibilidade de

ser atendido no sistema público por um enfermeiro e um médico, podendo ser

ele clinico geral (adulto), pediatra (criança) ou ginecologista (mulher).

Para Silva e Viera (2014) um sistema de saúde eficiente, qualitativo e

equitativo é construído a partir da atenção primaria à saúde (APS) como uma

base solida, atendendo toda a população, incluindo as crianças. A saúde da

criança deve ter na APS a porta de entrada principal para o cuidado, esgotando

as possibilidades antes de destiná-la a outras esferas da rede de saúde. É

importante que a família não encontre barreiras no atendimento, encontrando

as portas abertas para o cuidado. Assegura o acesso a serviços de saúde de

qualidade, que deve unir a atenção aos problemas de saúde agudos e crônicos

com ações de promoção de saúde e prevenção de agravos.

Conforme explicado por Furtado et al (2018) as diretrizes das políticas

públicas nacionais e internacionais de atenção à saúde são as principais

reguladoras do cuidado à saúde da criança, sendo elas primordiais na

orientação a assistência para que seja oferecida de modo integral e resolutivo.

A partir do final da década de 1980 a criança começa a ser atendida, em escala

nacional, por políticas e programas que visam aumentar o acesso aos serviços

de saúde e assegurar um cuidado integral, englobando também a família e o

ambiente onde vivem. Durante as décadas de 2000 e 2010 a assistência à

saúde da criança começa a ser consolidada por documentos oficiais no Brasil,

auxiliando no entendimento sobre a necessidade de acesso a serviços, ações

de saúde e cuidado integral. Em novembro de 2014 foi aprovada pelo Conselho

Nacional de Saúde a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança

(PNAISC) e publicada, em agosto de 2015, a Portaria nº 1.130, que tem como

finalidade sistematizar e articular diferentes ações, programas e políticas de

saúde da criança. Essa política ainda tem como proposito adequar a

assistência da criança na perspectiva do cuidado em rede, modificando e

revigorando esses serviços de atenção à saúde na infância.

Duarte et al (2015) explica que a partir do crescimento tecnológico e

científico ocorreu o aumento de condições crônicas na infância, apontando os

Page 23: Luciana Gomes Cotrim

23

avanços na assistência neonatal, que reduziu a mortalidade de recém-nascidos

por problemas congênitos. Essas mudanças compelem o sistema de saúde a

realizar uma reorganização para atender às necessidades dessas crianças,

garantindo sua qualidade de vida. Pelos estudos sobre esse tema serem

escassos no Brasil, a realidade local mostra que não há uma sistematização na

atenção primaria para atender essas crianças. Evidenciando que a conduta

terapêutica individual e curativa não atende as necessidades desses usuários.

Para responder a essas necessidades é preciso que as práticas sejam

baseadas na integralidade do indivíduo e na qualidade de sua vida na

comunidade, desenvolvendo o vínculo atribuído pelas tecnologias leves.

Furtado et al. (2018) aponta que há uma vulnerabilidade nos meios que

cercam a integralidade do cuidado, tanto no cuidado baseado no modelo

biomédico quanto na disponibilidade de serviços e setores de atenção à saúde,

quando se apresenta a necessidade pela criança. O cuidado pode se

apresentar de forma fragmentada, sem uma conversa entre os setores,

demonstrando a falta de entendimento sobre a criança como indivíduo que

sofre influência da família e do contexto que vive.

Santos et al (2018) reafirma as ideias de Furtado et al (2018)

mostrando que o sistema de saúde pode apresentar um cuidado

descoordenado, com ações fragmentadas e poucas resoluções das demandas

de saúde da criança e de sua família. Esse cuidado deve procurar promover o

acompanhamento meticulosos do crescimento e desenvolvimento pela

interação entre serviços, profissionais, família e a comunidade, e implementar

de forma compartilhada as ações de cura, reabilitação, prevenção e promoção

da saúde da criança. A partir disso se faz necessário raciocinar sobre o acesso

e a oferta de serviços na rede de atenção à saúde e a valorização de

tecnologias leves de cuidado, refletida pelo vínculo, acolhimento e

humanização no processo de trabalho e nas práticas de saúde.

Para Brasil (2013) a consulta de enfermagem da pessoa com diabetes

mellitus pode ser construída por meio da Sistematização da Assistência de

Enfermagem (SAE), tendo como objetivo a educação para o autocuidado. A

enfermagem tem como intuito principal que o indivíduo com diabetes mellitus

consiga conviver com sua patologia crônica, entendendo os riscos a sua saúde

Page 24: Luciana Gomes Cotrim

24

e desenvolvendo habilidades para superar os problemas, mantendo sua

autonomia e construindo seu próprio cuidado.

Durante as pesquisas de Wolkers et al (2017) foi encontrado que

apesar de diversas situações de emergência da criança poderem ser revolvida

na APS, a família prefere ir diretamente ao serviço especializado como

proveniente regular do cuidado a saúde da criança com diabetes mellitus tipo 1.

Esse fato indica que há uma vulnerabilidade nas ações e serviços da APS. O

estudo mostra que os familiares e cuidadores não consideram a APS como

porta de entrada do cuidado, expondo que há uma limitação no acesso, citando

o tempo de espera aumentado, a instabilidade no pronto atendimento e os

obstáculos na marcação de consultas.

Herme et al (2018) acrescenta que a diabetes mellitus tipo 1 por ser

uma doença com crescimento lento e progressivo, demanda uma atenção

especializada com acompanhamento nas unidades de atenção primária à

saúde (APS). Por ser considerada um problema em crescimento na saúde da

criança o cuidado isolado não é suficiente, criando-se a necessidade de uma

adesão adequada e mudanças no cotidiano de vida das crianças e das suas

famílias.

Page 25: Luciana Gomes Cotrim

25

3- METODOLOGIA

3.1- Tipo de estudo

Para a realização desse estudo será utilizado como método de escolha

a revisão integrativa. Segundo Mendes, Silveira e Galvão (2008) essa

metodologia possui como papel principal agrupar e condensar os resultados de

pesquisa sobre o tema abordado, com isso, auxiliando para o entendimento do

tema proposto. Este tipo de revisão é utilizado para pesquisas com grande

apoio na abordagem da Prática Baseada em Evidências (PBE), apresentada

como uma forma de solução de problemas a partir de evidências cientificas de

qualidade e recentes, envolvimento do paciente em suas escolhas e

conhecimento clínico do profissional. Para a construção de uma revisão

integrativa que contribua para o melhor cuidado ao paciente é necessário que

seja percorrido etapas distintas e bem definidas.

De acordo com Souza, Silva e Carvalho (2010) a revisão integrativa

pode agrupar um número amplo de amostras, podendo apresentar um

panorama vasto de ideias complexas e relevantes para a enfermagem. Ela irá

permitir dentro de sua pesquisa estudos experimentais e não-experimentais,

articulando com isso os dados da literatura teórica e empírica, proporcionando

um entendimento completo da proposta a ser analisada.

3.2- Fases da revisão integrativa

Para Souza, Silva e Carvalho (2010) a revisão integrativa percorre seis

etapas distintas:

3.2.1- 1ª Fase: “elaboração da pergunta norteadora”

Essa etapa é considerada a mais importante e fundamental para o

caminho que a revisão irá percorrer. Devendo ser construída de forma clara e

específica, tendo embasamento em um raciocínio teórico.

Neste estudo para a utilização adequada da revisão integrativa e de

seu proposito na abordagem Prática Baseada em Evidências (PBE) será

utilizado a estratégia PICO, que, segundo Santos, Pimenta e Nobre (2007),

representa o acrônimo de Paciente, Intervenção, Comparação e “Outcomes”

(desfechos), sendo esses quatro itens componentes fundamentais para a

Page 26: Luciana Gomes Cotrim

26

construção da questão da pesquisa e de sua pergunta para a busca

bibliográfica de evidencias.

Assim foi construída a seguinte questão norteadora: Quais as

estratégias empregadas pela enfermagem para a melhor continuidade do

cuidado de crianças com diabetes mellitus tipo 1 na atenção básica?

Quadro 1- Estratégia PICO.

DeCS MESH

Paciente Saúde da criança

Diabetes mellitus tipo 1

Atenção primaria a saúde

Childs Health

Diabetes Mellitus Type 1

Primary Health Care

Intervenção Enfermagem Nursing

Comparação ------- -------

“Outcomes” (desfechos) Continuidade da

assistência ao paciente

Continuity of Patient Care

3.2.2- 2ª Fase: “busca ou amostragem na literatura”

Na 2ª fase a busca na literatura deve ser realizada de maneira ampla e

diversificada, garantindo a representatividade desta amostragem. Sendo a

conduta ideal de incluir na pesquisa uma seleção randomizada ou todos os

estudos encontrados sobre o tema.

Para a realização da busca na literatura deste estudo foram escolhidas

como bases de dados a Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências

da Saúde (LILACS), a Base de dados em Enfermagem (BDENF), a Medical

Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), The Scientific

Electronic Library Online (SciELO), SCOPUS e Web of Science. Essas bases

de dados foram escolhidas no intuito que apresentar variedade de trabalhos

para melhor responder à pergunta proposta. O acesso a elas foi realizado em

setembro de 2020, de forma gratuita, através da plataforma CAPES, para o

acesso das bases SCOPUS e Web of Science, e PUBMED, para acesso a

MEDLINE. O armazenamento dos artigos se deu pelo export de suas bases de

dados para o programa Endnote Online.

Page 27: Luciana Gomes Cotrim

27

Os descritores foram divididos em DeCS, que serão: “Saúde da

Criança”, “Continuidade da assistência ao paciente”, “Atenção primaria a

saúde”, “Enfermagem” e “Diabetes mellitus tipo 1”, e MESH, selecionados

como correspondentes dos descritores DeCS: “Child Health”, “Primary Health

Care”, “Nursing”, “Diabetes Mellitus Type 1”, “Continuity of Patient Care”. O

combinador utilizado será o AND.

Será dado preferência para artigos publicados nos últimos 5 anos da

realização desta pesquisa, nos anos de 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020. Como

critério de inclusão: trabalhos nos idiomas português e inglês; publicados na

integra; e que se apresentam com um ou mais dos descritores propostos para

essa pesquisa. Os trabalhos serão delimitados em teses, dissertações e

artigos. Como critério de exclusão: trabalhos que não contemplam a temática

proposta; e trabalhos que se encontram em mais de uma base de dados

3.2.3- 3ª Fase: “coleta de dados”

Para a fase de coleta de dados utilizamos um instrumento previamente

elaborado indispensável para garantir a integridade dos doados extraídos e

minimizar risco, garantindo uma análise de dados precisa.

Para a coletado dos dados será utilizado o instrumento validado

encontrado no trabalho de Ursi (2005), sendo adaptado para as necessidades

de resposta dessa pesquisa. Anexo 1 deste trabalho.

3.2.4- 4ª Fase: “análise crítica dos estudos incluídos”

Segundo Mendes, Silveiro e Galvão (2008) nesta fase deve haver um

procedimento regrado para uma análise objetiva e detalhada dos estudos

coletados, garantindo a validade da revisão. Mesmo apresentando abordagens

diferentes para a análise, ela deve ser feita de maneira imparcial.

Souza, Silva e Carvalho (2010) falam que para ajudar na distinção e

seleção entre os trabalhos pode-se utilizar uma hierarquia de evidências, sendo

separados em níveis:

“- Nível 1: evidências resultantes da meta-análise de múltiplos estudos

clínicos controlados e randomizados;

- Nível 2: evidências obtidas em estudos individuais com delineamento

experimental;

Page 28: Luciana Gomes Cotrim

28

- Nível 3: evidências de estudos quase-experimentais;

- Nível 4: evidências de estudos descritivos (não-experimentais) ou

com abordagem qualitativa;

- Nível 5: evidências provenientes de relatos de caso ou de

experiência;

- Nível 6: evidências baseadas em opiniões de especialistas.” (Souza,

Silva e Carvalho; 2010)

3.2.5- 5ª Fase: “discussão dos resultados”

Nesta fase há a discussão nos resultados, na qual é realizada a

comparação e análise dos dados que são retirados dos trabalhos a partir do

referencial teórico e assim, a partir disso, construir suas conclusões e

inferências, reconhecendo os problemas que podem se apresentar dentro do

tema e que futuros trabalhos possam utilizar para resolvê-los.

3.2.6- 6ª Fase: “apresentação da revisão integrativa”

A última fase da revisão integrativa constitui-se na apresentação do

trabalho, que deve ser realizado de maneira clara e completa, devendo expor

as informações de forma fundamentada em metodologias contextualizadas,

disponibilizando ao leitor os dados para que possa construir suas próprias

conclusões e avaliar criticamente os resultados.

Page 29: Luciana Gomes Cotrim

29

4- RESULTADOS

A partir da pesquisa feita nas bases de dados, realizada conforme

apresentada anteriormente, utilizando seus descritores e filtros, foram

encontrados 1779 artigos, conforme apresentados no quadro 2 abaixo:

Quadro 2 – artigos encontrados nas bases de dados

Combinação de descritores Scopus Scielo Web of Science

Medline BDENF Lilacs Total

Saúde da criança AND Atenção Primaria à Saúde AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 4 -- -- 0 0 4

Child Health AND Primary Health Care AND Diabetes Mellitus Type 1

394 -- 120 136 -- -- 650

Saúde da criança AND Continuidade da assistência ao paciente AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 0 -- -- 0 0 0

Child health AND Continuity of Patient Care AND Diabetes Mellitus Type 1

39 -- 2 35 -- -- 79

Saúde da criança AND Enfermagem AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 15 -- -- 7 5 27

Child health AND Nursing AND Diabetes Mellitus Type 1

319 -- 72 138 -- -- 529

Continuidade da assistência ao paciente AND Enfermagem AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 0 -- -- 0 0 0

Continuity of Patient Care AND Nursing AND Diabetes Mellitus Type 1

18 -- 1 27 -- -- 49

Enfermagem AND Atenção Primaria de Saúde AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 15 -- -- 0 1 16

Primary Health Care AND Nursing AND Diabetes Mellitus Type 1

127 -- 123 55 -- -- 305

Continuidade da assistência ao paciente AND Atenção Primaria de Saúde AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 0 -- -- 0 0 0

Primary Health Care AND Continuity of Patient Care AND Diabetes Mellitus Type 1

40 -- 11 75 -- -- 126

Total 937 34 329 466 7 6 1779

Após a pesquisa inicial que teve como resultado 1779 trabalhos

encontrados, foram aplicados os filtros referentes ao ano de publicação (2016,

2017, 2018, 2019 e 2020), ao tipo de publicação (teses, dissertações e artigos

Page 30: Luciana Gomes Cotrim

30

científicos), o idioma (inglês e português) e se as publicações se encontravam

na integra para acesso. Com a aplicação desses filtros foram encontrados 408

trabalhos. A nova distribuição das publicações ficou da seguinte forma:

Quadro 3 – artigos encontrados nas bases de dados após aplicação de filtros

Scopus Scielo Web of Science

Medline BDENF Lilacs Total

Saúde da criança AND Atenção Primaria à Saúde AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 4 -- -- 0 0 4

Child Health AND Primary Health Care AND Diabetes Mellitus Type 1

64 -- 31 56 -- -- 151

Saúde da criança AND Continuidade da assistência ao paciente AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 0 -- -- 0 0 0

Child health AND Continuity of Patient Care AND Diabetes Mellitus Type 1

4 -- 1 16 -- -- 21

Saúde da criança AND Enfermagem AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 9 -- -- 4 4 17

Child health AND Nursing AND Diabetes Mellitus Type 1

20 -- 10 54 -- -- 85

Continuidade da assistência ao paciente AND Enfermagem AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 0 -- -- 0 0 0

Continuity of Patient Care AND Nursing AND Diabetes Mellitus Type 1

1 -- 1 13 -- -- 15

Enfermagem AND Atenção Primaria de Saúde AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 10 -- -- 0 1 11

Primary Health Care AND Nursing AND Diabetes Mellitus Type 1

14 -- 36 16 -- -- 66

Continuidade da assistência ao paciente AND Atenção Primaria de Saúde AND Diabetes Mellitus tipo 1

-- 0 -- -- 0 0 0

Primary Health Care AND Continuity of Patient Care AND Diabetes Mellitus Type 1

5 -- 6 28 -- -- 39

Total 108 23 85 183 4 5 408

Os artigos selecionados com a aplicação de filtros foram dispostos no

programa Microsoft Endnote na qual foram retirados os artigos repetidos e

iniciada a análise dos trabalhos, começando com a seleção a partir do título

que condiziam com o tema proposto, assim restando 124, destes os resumos

foram lidos, sendo 62 selecionados. Estes escolhidos foram analisados em sua

Page 31: Luciana Gomes Cotrim

31

integra e retirados aqueles que não condiziam com o tema do enfermeiro no

tratamento de crianças com diabetes mellitus tipo 1 na atenção primaria de

saúde. Nos restando 20 artigos. Apresentados no quadro abaixo:

Quadro 4- Artigos selecionados para revisão com nome, autores, periódico e

ano, país e idioma e base de dados

Nº Título Autor Periódico/Ano País/ Idioma Base de dados

1 A Survey of Youth with New Onset Type 1 Diabetes: Opportunities to Reduce Diabetic Ketoacidosis

Luke Baldelli, Ben Flitter, Laura Pyle, David M Maahs, Georgeanna

Klingensmit, Robert Slover and G. Todd.

Alonso

Pediatr Diabetes/

2017

Estados Unidos da América/

Inglês

Medline

2 Actual and perceived knowledge of type 1 diabetes mellitus among school nurses

Ewa Kobosa, Jacek Imielaa, Tomasz Kryczkaa, Alicja

Szewczykb, Barbara Knoffa

Nurse Education

Today/ 2020

Polônia/ Inglês

Web of Science

3 As demandas de cuidado das crianças com Diabetes Mellitus tipo 1

Aline Cristiane Cavicchioli Okido, Aline

de Almeida, Mahyra Medeiros Vieira, Eliane Tatsch Neves, Débora

Falleiros de Mello, Regina Aparecida

Garcia Lima

Escola Anna Nery/ 2017

Brasil/ Português

Scielo

4 Atenção primária à criança com diabetes mellitus tipo 1: perspectiva de cuidadores

Paula Carolina Bejo Wolkers, Janaína

Carvalho Braz Macedo, Clesnan Mendes Rodrigues, Maria

Cândida de Carvalho Furtado, Débora

Falleiros de Mello

Acta paul. enferm/

2017

Brasil/ Português

Scielo

5 Autocuidado apoiado no manejo da Diabetes tipo 1 durante a transição da infância para adolescência

Neusa Collet, Annanda Fernandes de Moura

Bezerra Batista, Vanessa Medeiros da

Nóbrega, Maria Helena do Nascimento Souza, Leiliane Teixeira Bento

Fernandes

Rev Esc Enferm USP/

2018

Brasil/ Português

Scielo

6 Children’s experiences of managing Type 1 diabetes in everyday life: a thematic synthesis of qualitative studies

D. Rankin, J. Harden, R. Jepson, J. Lawton

DIABETIC Medicine/

2017

Inglaterra/ Inglês

Medline

7 Criança diabética do tipo 1 e o convívio familiar: repercussões no manejo da doença

Thais Schmidt Vitali Hermes, Cláudia

Silveira Viera, Rosa Maria Rodrigues, Beatriz Rosana

Gonçalves de Oliveira Toso, Luciana Mara

Monti Fonseca

SAÚDE DEBATE/

2018

Brasil/ Português

Scielo

8 Crianças com diabetes Paula Carolina Bejo Rev Esc Brasil/ Scielo

Page 32: Luciana Gomes Cotrim

32

mellitus tipo 1: acesso aos imunobiológicos especiais e à puericultura

Wolkers, Marina Sayuri Yakuwa, Letícia

Pancieri, Clesnan Mendes-Rodrigues, Maria Cândida de Carvalho Furtado,

Débora Falleiros de Mello

Enferm USP/ 2017

Português

9 Crianças com diabetes mellitus tipo 1: vulnerabilidade, cuidado e acesso à saúde

Paula Carolina Bejo Wolkers, Juliana Coelho

Pina, Monika Wernet, Maria Cândida de Carvalho Furtado,

Débora Falleiros de Mello

Texto & Contexto

Enfermagem/ 2019

Brasil/ Português

Scielo

10 Impact of family-centered tailoring of pediatric diabetes self-management resources

Rosanna Fiallo-Scharer, Mari Palta, Betty A. Chewning, Victoria Rajamanickam, Tim Wysocki, Tosha B.

Wetterneck, Elizabeth D. Cox

Pediatric Diabetes/

2019

Estados Unidos da América/

Inglês

Medline

11 Modelos explicativos das famílias de crianças com diabetes mellitus tipo 1

Isa Ribeiro de Oliveira Dantas, Rhyquelle

Rhibna Neris, Márcia Maria Fontão Zago, Manoel Antônio dos

Santos, Lucila Castanheira Nascimento

Rev Bras Enferm/ 2020

Brasil/ Português

Scielo

12 Mothers’ Experiences of Maze Path of Type 1 Diabetes Diagnosis in Children

Maryam Khandan, Batool Tirgari, Farokh

Abazari, Mohammad Ali Cheraghi

Ethiop J Health Sci/

2018

Irã/ Inglês Medline

13 Nurse perspectives on the implementation of routine telemonitoring for high-risk diabetes patients in a primary care setting

Bonnie M. Vest, Victoria M. Hall, Linda S. Kahn,

Arvela R. Heider, Nancy Maloney,

Ranjit Singh,

Primary Health Care

Research and Development/

2017

Estados Unidos da América/

Inglês

Medline

14 Oficina educativa baseada em atividades lúdicas melhora o automonitoramento glicêmico entre crianças

Léia Alves Kaneto, Elaine Buchhorn Cintra

Damião, Maria de La Ó Ramallo

Verissimo, Lisabelle Mariano

Rossato, Aurea Tamami

Minagawa Toriyama, Regina Szylit,

Revista Latino-Americana de Enfermagem/

2018

Brasil/ Português

Scielo

15 Opportunities for earlier diagnosis of type 1 diabetes in children: Acase-control study using routinely collected primary care records

J. J. Lee, M. J. Thompson,

J. A. Usher-Smith, C. Koshiaris,

A. Van den Bruel,

Prim Care Diabetes/

2018

Reino Unido/ Inglês

Medline

16 Risk of ketoacidosis in children at the time of diabetes mellitus diagnosis by primary caregiver status: a population-based

M. Nakhla, E. Rahme, M. Simard, I. Larocque, L. Legault,

Cmaj/ 2018

Canadá/ Inglês

Medline

Page 33: Luciana Gomes Cotrim

33

retrospective cohort study P. Li,

17 Sensibilizando a criança com diabetes para o cuidado de si: Contribuição à prática educativa

Maria Veraci Oliveira Queiroz,

Laura Martins Mendes Cavaleiro Brito,

Viviane Peixoto dos Santos Pennafort,

Fernanda Scheridan de Moraes Bezerra,

Escola Anna Nery / 2016

Brasil/ Português

Scielo

18 Social economic costs of type 1 diabetes mellitus in pediatric patients in Spain: CHRYSTAL observational study

J. López-Bastida, J. P. López-Siguero,

J. Oliva-Moreno, M. Perez-Nieves,

R. Villoro, T. Dilla,

M. Merino, D. Jiang,

I. Aranda-Reneo, J. Reviriego,

L. A. Vázquez,

Diabetes Res Clin Pract/

2017

Espanha/ Inglês

Medline

19 The effect of functional insulin therapy on glycaemic parameters in children with diabetes mellitus type 1

D. Štimjanin-Koldžo, S. Alajbegović, E. Štimjanin, J. Mehinagić

Med Glas (Zenica)/ 2017

Bósnia e Herzegovina

/ Inglês

Medline

20 The role of a school nurse in the care of a child with diabetes mellitus type 1 – the perspectives of patients and their parents: literature review

A. Stefanowicz, J. Stefanowicz,

Zdr Varst/ 2018

Polônia/ Inglês

Medline

Quadro 5 – Fluxograma seleção de artigos

Retirada após leitura dos artigos na integra

20

Retirada após leitura dos resumos

62

Retirada dos repetidos e após leitura do título

124

Após aplicação dos filtros

Lilacs - 5 SCIELO - 23 BDENF - 4 Medline - 183 Web of Science -

85 SCOPUS - 108

Artigos Escontrados

Lilacs - 6 SCIELO - 34 BDENF - 7 Medline - 466 Web of Science -

329 SCOPUS - 937

Page 34: Luciana Gomes Cotrim

34

Os estudos selecionados acima foram inseridos para serem analisados

no instrumento adaptado de Ursi (2005) e assim as características deram-se da

seguinte forma:

Os idiomas escolhidos para essa pesquisa foram inglês e português no

qual 11 deles no idioma inglês e 9 no idioma português. Além disso foram

encontrados 9 artigos do Brasil, 3 dos Estados Unidos da América, 2 da

Polônia 1 do Reino Unido, 1 da Inglaterra, 1 do Irã, 1 do Canadá, 1 da Espanha

e 1 da Bósnia e Herzegovina. Os 9 trabalhos em português são do Brasil,

nenhum dos outros países foram lidos traduzidos para o português.

Em relação ao ano, delimitados aos últimos 5 anos, houve 1 trabalho

em 2016, 8 em 2017, 7 em 2018, 2 em 2019 e 2 em 2020. Percebido que 15

dos 20 estudos foram publicados nos anos de 2017 e 2018. Encontrados 10 na

base de dados MEDLINE, 9 na SCIELO e 1 na Web of Science. Sendo todos

os artigos do Brasil originados da base de dados SCIELO.

Os trabalhos apresentam como método de pesquisa, 9 de metodologia

quantitativa, 9 de metodologia qualitativa e 2 revisões de literatura. Delas 14

são publicações de enfermagem, 5 publicações médicas e 1 mista.

Nível de evidência dos artigos foi avaliado a partir da categorização da

Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) nos Estados Unidos da

America, assim foram encontrados 2 artigos nível 1, 2 artigos nível 3, 16 artigos

nível 4.

Quadro 6- Objetivo, metodologia, nível de evidência e resultados dos artigos

selecionados

Nº Objetivo Metodologia Nível de Evidência

Resultados

1 Comparar a diferença entre pacientes diagnosticados recentemente com DMT1 que apresentaram cetoacidose diabética dos que não tiveram em 3 fatores: sociodemográfico, acesso a cuidado médico e provedor médico

Abordagem quantitativa Estudo Descritivo

4 Nenhuma diferença significativa entre os grupos em variáveis sociodemográficas: raça, idade, educação parental, renda familiar e status do plano de saúde. O grupo com cetoacidose diabética teve um tempo maior entre o diagnóstico e checkups. Não houve diferença entre os grupos em relação a barreiras no cuidado. Grupo sem cetoacidose

Page 35: Luciana Gomes Cotrim

35

diabética tinham maior probabilidade de ter sua glicose sanguínea mensurada na primeira visita com sintomas de diabetes e tiveram menos sintomas antes da primeira visita.

2 Acessar o conhecimento real e percebido entre enfermeiras escolares

Abordagem quantitativa Estudo Descritivo

4 A maior discrepância entre os níveis de conhecimento envolvia medição glicêmica; insulina e glucagon e atividade física, estresse e comorbidades. Os conhecimentos de bomba de insulina são baixos Além disso, enfermeiras que fizeram cursos sobre o tema, com educação maior e com conhecimento prévio tiveram um melhor entendimento real sobre a doença.

3 Conhecer a experiência de famílias no cuidado às crianças com Diabetes Mellitus tipo 1.

Abordagem qualitativa Estudo Descritivo

4 Foram categorizados em dois temas: a família diante da demanda de cuidado habitual modificado e a insulinoterapia no cotidiano das famílias

4 Avaliar e comparar a qualidade da atenção primária ofertada às crianças com diabetes mellitus tipo 1 entre os tipos de serviços públicos de atenção à saúde na experiência dos seus principais cuidadores

Abordagem quantitativa Estudo Descritivo

4 Grande parte dos atributos da atenção primária à saúde apresentou escores considerados insatisfatórios, inclusive os escores Geral e Essencial. Foi encontrado maior vínculo com o serviço especializado

5 Analisar as necessidades de pré-adolescentes com diabetes tipo 1 em auto cuidado apoiado no manejo da doença.

Abordagem qualitativa Estudo Descritivo

4 Foi percebido que para criar uma autoeficácia os pré-adolescentes precisam superar a fase de negação da doença, manejar os sentimentos em relação a mudança no estilo de vida, receber suporte familiar e rede social e conhecimento e autopercepção necessária para manejar sua diabetes.

6 Explorar a experiencia diária de crianças (idade ≤ 12 anos) com diabetes tipo 1 para identificar fatores que ajudam ou prejudicam a prática do auto manejo na diabetes

Revisão de literatura

1 Os temas estabelecidos acharam maneiras na qual a criança entenda diabetes e desenvolve auto manejo responsável, reporta frustrações das crianças com as perturbações diárias quando cuidando da diabetes e como parecer

Page 36: Luciana Gomes Cotrim

36

normal para família e amigos afeta o auto manejo, como reações e respostas de amigos à diabetes afeta a habilidade da criança de parecer normal e a boa vontade de informar sobre a diabetes.

7 Escrever a repercussão do convívio familiar da criança diabética no manejo da doença

Abordagem qualitativa Estudo de caso

4 Condições crônicas de saúde interferem no cotidiano familiar e dificultam o tratamento, especialmente de crianças.

8 Identificar a utilização da puericultura, a situação vacinal e os motivos da não vacinação, e caracterizar se as mães/responsáveis apresentavam noções sobre o direito às vacinas especiais de crianças com diabetes mellitus tipo 1

Abordagem quantitativa Estudo Descritivo

4 Os participantes afirmam que utilizam mais os serviços especializados para acompanhamento da saúde da criança, poucos utilizam a puericultura com regularidade na atenção básica à saúde. Há esquemas vacinais incompletos, reforços anuais atrasados, ausência do cartão de vacinação nos atendimentos, desinformação sobre o caráter especial da vacinação, bem como a ênfase na necessidade de apresentar formulário específico para obter a vacinação. Há descontinuidade das ações de saúde e oportunidades perdidas em vacinação

9 Investigar a trajetória e seguimento da saúde de crianças com diabetes mellitus tipo 1 no que concerne à atenção prestada pelos diferentes serviços públicos de saúde e as relações entre os serviços, a criança e suas famílias, na perspectiva de mães e cuidadores.

Abordagem qualitativa Estudo Descritivo

4 Relatos marcados por sofrimentos, desafios e apontamentos mostram a centralidade na doença, o acesso frágil, pouco resolutivo, a insegurança nas situações de urgência e de emergência, o vínculo superficial com insuficiente amparo à família, e a fragmentação. A atenção especializada é caracterizada pela confiança, pelo vínculo e pelos esforços para evitar a utilização de outros serviços de saúde.

10 Avaliar intervenção que adaptou a entrega de autogestão de recursos para familiar com barreiras específicas de autogestão

Abordagem quantitativa Estudo Caso Clínico

4 Os participantes eram 44% jovens (8-12 anos) e 56% adolescentes (13-16 anos). Não foi percebido efeito de intervenção em A1c ou QOL, combinando dados de sites e grupos de idade.

Page 37: Luciana Gomes Cotrim

37

Analisando os resultados por local e faixa etária, pós-intervenção A1c para adolescentes em um local diminuiu 0,06 a mais por mês para adolescentes de intervenção em comparação com o cuidado normal. Neste grupo, o A1c pós-intervenção diminuiu significativamente quando o A1c basal era >8,5, com um declínio ainda maior quando o A1c basal era >10. Além disso, para esses adolescentes, as melhorias significativas em A1c resultou da abordagem nas barreiras relacionadas à motivação para a autogestão. Também neste local, a QOL média aumentou 0,61 pontos por mês a mais durante a intervenção para pais de jovens de intervenção do que para jovens de cuidados habituais.

11 Analisar como crianças com diabetes mellitus tipo 1 e suas famílias explicam a patologia, a partir da compreensão que possuem sobre os fatores relacionados à descoberta do diabetes, etiologia, tratamento e prognóstico da doença.

Abordagem qualitativa Estudo Descritivo

4 Os modelos explicativos identificados descrevem a busca das famílias pelo esclarecimento dos sinais e sintomas que a criança apresentava. Diante da doença, as famílias se reorganizaram para atender às novas necessidades de cuidados de saúde das crianças, como alimentação adequada, prática de exercícios físicos e monitorização glicêmica

12 Explorar a experiencia de mães no caminho percorrido no diagnóstico de seus filhos com diabetes tipo 1

Abordagem qualitativa Estudo Descritivo

4 Aparecem três eixos temáticos: “enredamento no labirinto do diagnóstico da doença”, “enfrentamento da realidade da doença do filho” e “sorrir e suportar as novas condições”. Os resultados deste estudo mostram que quase todas as mães notaram alterações físicas e fisiológicas nos filhos.

13 Explorar a experiencia de implementação de telemonitoramento de rotina (TM) em configurações de cuidados primários na perspectiva de quem

Abordagem qualitativa Estudo Descritivo

4 A equipe revelou vários temas relacionados à experiencia na utilização do TM na atenção primaria: (1) relação enfermeira-

Page 38: Luciana Gomes Cotrim

38

realiza a intervenção, a equipe TM, e um relatório sobre as lições aprendidas que podem informar projetos futuros deste tipo

paciente é fundamental para um sucesso da experiencia com TM, (2) TM é uma ferramenta útil para a compreensão do contexto socioeconômico e seu impacto na saúde dos pacientes, (3) equipe de TM relata impactos potenciais importantes sobre saúde do paciente, e (4) integração de TM nas práticas da atenção primaria precisa ser planejada cuidadosamente

14 Avaliar a eficácia de uma oficina educativa baseada em atividades lúdicas para melhorar a técnica de automonitoramento glicêmico (AMG) de crianças com diabetes tipo 1

Abordagem quantitativa Estudo Caso Controle

3 Encontramos uma maior frequência no AMG, na troca da lanceta, na alternância nos locais de punção, na calibração e verificação periódica de data e hora do monitor de glicemia. As comparações entre os períodos pré e pós-intervenção mostraram que o número médio de etapas em conformidade com a técnica de AMG aumentou de 5,30 para 6,58. As etapas “Trocar a lanceta do lancetador”, “Pressionar o local puncionado” e “Eliminar corretamente os materiais utilizados” obtiveram diferenças estatisticamente significativas.

15 Quantificar as oportunidades de diagnóstico precoce, examinando os registros médicos da atenção primaria antes de um diagnostico com DMT1 e compará-los com os controles correspondentes

Abordagem quantitativa Estudo Caso Controle

3 A análise primária incluiu 1920 novos casos de DMT1 e 7680 controles. Na semana antes do diagnóstico, mais casos do que controles tinham entradas de registros médicos e a taxa de incidência de consultas presenciais foram maiores nos casos. As marcações da semana anterior foram encontradas em 330 casos e 943 controles, mas as consultas presenciais não foram diferentes

16 Testar a associação entre ter um provedor de cuidados habitual e risco de cetoacidose diabética no início de diabetes

Abordagem quantitativa Estudo Descritivo Epidemiológico

4 Identificados 3704 novos casos de diabetes em crianças de Quebec desde 2006 a 2015. Destes, 996 (26,9%) apresentaram cetoacidose diabética. O risco diminuído desta

Page 39: Luciana Gomes Cotrim

39

complicação foi associado com ter um provedor de cuidados habitual; a associação foi mais forte com o aumento idade, alcançando significância estatística entre aqueles com idade entre 12 e 17 anos. Dentro desta faixa etária, aqueles que tinham médico ou pediatra familiar foram 31% menos provável ou 38% menos provável, respectivamente, apresentar-se com cetoacidose diabética, em relação àqueles sem provedor habitual de cuidados.

17 Analisar a aplicabilidade da dinâmica Corpo Saber na sensibilização da criança para o cuidado de si por meio de suas experiências

Abordagem qualitativa Estudo Descritivo

4 A dinâmica promoveu um ambiente de descontração favorável à expressão de sentimentos e demonstração dos cuidados básicos ao conviver com o diabetes. A sensibilização foi permeada de reflexões sobre o início da doença e o momento atual vivido. Assim, compartilharam com os pares as necessidades de cuidados e aprendizagens no controle metabólico

18 Estimar os custos socioeconômicos da Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) em pacientes de 0 a 17 anos na Espanha em uma perspectiva social.

Abordagem quantitativa Estudo Descritivo Epidemiológico

4 Uma amostra válida de 249 indivíduos foi analisada. O custo médio anual para um paciente com DM1 foi de € 27.274. Os custos diretos de saúde foram de € 4.070 e diretos não relacionados a saúde foi de € 23.204. Os cuidados informais (familiares) representaram 83% do custo total, seguidos de material médico (8%), consultas ambulatoriais e de atenção primária (3,1%) e insulina (2,1%). Direto custo de saúde por paciente difere estatisticamente pelo nível de hemoglobina glicada (HbA1c) [custo médio de € 4704 no grupo HbA1c 7,5% (58 mmol / mol) vs. € 3616 no grupo HbA1c <7,5% (<58 mmol / mol) grupo)]; e pela presença ou ausência de complicações e

Page 40: Luciana Gomes Cotrim

40

comorbidades (custo médio € 5.713 no grupo com complicações ou comorbidades vs. € 3.636 no grupo sem complicações ou comorbidades).

19 Avaliar efeito de um programa educacional interativo de 5 dias conduzido prospectivamente com base em Modelo de Düsseldorf em hemoglobina glicada (A1C) e total de doses diárias de insulina em pacientes com diabetes tipo 1

Abordagem quantitativa Estudo Descritivo

4 Os resultados do teste de conhecimento após a oficina de educação mostraram maior conhecimento no início do estudo. No final do programa de educação, uma média da dose de insulina diária total foi significativamente menor. Houve uma redução de 3,17% nos valores de HbA1c durante 9 meses e 1,8% ao longo de 12 meses na comparação com os valores basais (p <0,001)

20 Explorar os pontos de vista de pais e filhos com diabetes mellitus tipo 1 em relação a ter uma enfermeira escolar

Revisão de literatura

1 A revisão de artigos de pesquisa inclui 12 publicações. A maioria das obras lida com a perspectivas de crianças com diabetes tipo 1 e seus pais sobre vários aspectos relacionados ao papel de uma enfermeira escolar no cuidado da criança com diabetes tipo 1: • a presença de uma enfermeira escolar; • o papel de uma enfermeira escolar na prevenção e tratamento da hipoglicemia, na realização das medições de glicose no sangue e na terapia com insulina; • o papel de uma enfermeira na melhoria do controle metabólico de crianças com diabetes tipo 1; • uma enfermeira como educadora para crianças com diabetes tipo 1, colegas, professores, assistentes de professores, diretores, administradores, funcionários da cafeteria, treinadores, professores de ginástica, motoristas de ônibus e funcionários da secretaria da escola;

Page 41: Luciana Gomes Cotrim

41

• uma enfermeira como organizadora do atendimento a crianças com diabetes tipo 1

Page 42: Luciana Gomes Cotrim

42

5- DISCUSSÃO

Esse estudo tem como objetivo identificar o papel da enfermagem no

cuidado da criança com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) na atenção primaria de

saúde (APS). Para isso, é necessário primeiramente entender como essa

criança está inserida no sistema de saúde, bem como esse sistema pode

limitar seu diagnostico, seu tratamento e suas complicações.

Nos estudos de Balddelli et al. (2017), Lee et al. (2018) e Nakhla et al.

(2018) observa-se uma grande preocupação com o diagnóstico precoce da

diabetes, conhecendo as complicações que a doença pode trazer. Das

complicações da agudização da DM1, podemos identificar que a cetoacidose

diabética (CAD) é uma das mais estudas e observadas precisando de cuidado

por representar um alto gasto financeiro para o sistema de saúde. O atraso da

descoberta de DM1 se encontra atribuído a várias barreiras como fatores

socioeconômicos, menor educação parental, a falta de um vínculo com o

sistema de saúde e a vivência em cidades pequenas. Outra grande barreira

são os sintomas que se apresentam de forma inespecífica, levando os

responsáveis a não perceberem os sinais até um estágio agudo da doença,

assim como a falta de conhecimento e experiência dos profissionais de saúde

sobre o tema, causando diagnósticos equivocados ou tardios.

Além disso, Nakhla et al. (2018) mostra que a CAD pode acrescentar

um alto custo familiar e social, uma vez que por conta das internações os

responsáveis têm um aumento em faltas ao trabalho e a criança apresenta falta

as aulas da escola. Um trabalho feito na Espanha por López-Bastida et al.

(2017) argumenta que a diabetes mellitus tipo 1 representa um grande gasto

econômico para o paciente, para os serviços de saúde e para sociedade no

geral, por seu tratamento ser contínuo e rigoroso. O estudo também apresenta

que com as complicações e um pobre controle glicêmico há um aumento no

custo do tratamento.

Com isso, Lee et al. (2018) expõem a ideia da importância da

educação em saúde para que responsáveis consigam perceber os sinais

vermelhos da doença, criando melhores oportunidades para o diagnóstico na

atenção primária, reduzindo assim a severidade e incidência da CAD.

Page 43: Luciana Gomes Cotrim

43

No Brasil, pode ser observado nos trabalhos de Wolkers et al. (2017)

(4), Hermes et al. (2018), Wolkers et al. (2017) (8) e Wolkers et al. (2019) outro

grande problema de saúde, o fluxo do sistema de saúde não tem se

apresentado de forma favorável para o tratamento, causando insegurança e

desconfiança no tratamento da DMT1.

A Rede de Atenção à Saúde (RAS) apresenta-se como o modelo

central a qual o sistema de saúde deve seguir. A falta de comunicação e de

preparo dos serviços não especializados para tratamento de crianças com DM1

colocam os responsáveis em uma dependência dos serviços especializados. A

APS se mostra fragilizada e com pouca articulação com os outros serviços de

saúde, sendo que, por se apresentar dentro do território e ser a porta de

entrada para o cuidado, ela deveria ser o ponto central do cuidado com essa

criança, formando uma rede de apoio para o tratamento efetivo, porém não

conseguindo proporcionar essa longevidade. O modelo biomédico ainda se

mostra presente no sistema de saúde, indicando a resistência do mesmo em

aceitar a RAS, deixando assim de construir um programa de tratamento integral

junto esses pacientes.

A partir desse entendimento pode-se perceber que o papel do

enfermeiro é fundamental. Foram percebidas algumas questões essenciais na

qual o profissional da enfermagem pode se inserir, como educar a população

sobre os sinais e sintomas da DM1 e empoderar seus pacientes para que

consigam realizar um autocuidado eficiente, crescendo e amadurecendo com

um cuidado consciente de sua saúde, utilizando da educação em saúde como

força, tanto deles como também de seus responsáveis e profissionais de

saúde.

Com isso, foram separadas em categorias as principais medidas que o

enfermeiro pode tomar para se inserir de forma mais concreta dentro do

cuidado dessa criança com DM1, para que ele apresente uma eficácia no

tratamento.

5.1- Educação como método fundamental de cuidado com crianças com

DM1

Page 44: Luciana Gomes Cotrim

44

A educação em saúde se apresenta como uma ação importante para

concretizar o tratamento da diabetes, por ser uma doença que demanda

atenção e um grande conhecimento para entender suas dificuldades. O ensino

da DM1 é uma necessidade extensa e continua, não conseguindo ser resolvida

na primeira explicação.

Um método inicial de prevenção de complicações da diabetes são

campanhas de conscientização sobre a doença. Os sinais e sintomas são bem

característicos, porém, podem passar despercebidos por pessoas leigas sobre

o assunto. Baldelli et al. (2017) mostra que campanhas para aumentar

conhecimento do público reduzem a incidência de CAD e aumentam o

diagnóstico precoce, colocando que a familiaridade com os sintomas faz os

responsáveis procurarem o sistema de saúde mais cedo.

Ao ser diagnosticada a criança ainda é muito nova para entender as

implicações do cuidado e as complexidades de sua doença, por isso grande

parte da educação é dada primeiramente com os responsáveis. O tratamento

abrange todas as áreas da vida dessa criança por ser um problema de saúde

que vai afetar grande parte do seu dia a dia. Desde a alimentação, atividade

física, regime de medicação, aplicação, entre outros, deve haver uma grande

mudança na rotina da família que cerca o indivíduo.

A enfermagem deve juntamente com os responsáveis e a criança, criar

uma rotina de cuidado confortável para que tenha a melhor efetividade do

tratamento.

...a participação ativa dos profissionais de enfermagem, a fim de

estabelecerem vínculo com as famílias e iniciar um processo precoce

e contínuo de educação em diabetes com o envolvimento de todos os

membros da família, pautados na concepção de cuidado centrado na

família. (Okido et al.,2017, pag. 6)

O uso da insulina e medição glicêmica são processos dolorosos que

exigem um controle metódico sobre o procedimento. É necessário o uso da

educação em saúde como forma de passar segurança para os responsáveis e

para a criança sobre a utilização desse tratamento como uma alternativa de

melhoria de vida. Processos como horário da medicação, medição glicêmica,

rotação de campos de aplicação, entre outros, devem ser acordados com a

família e com a criança para que a mudança da rotina seja a menos abrupta

Page 45: Luciana Gomes Cotrim

45

possível. “É muito importante avaliar o conhecimento prévio e discutir com a

criança e a família, desmistificando os preconceitos e orientando a melhor

maneira de cuidar e conviver com a doença.” (Queiroz et al., 2016, pag. 339)

A alimentação é uma parte do cuidado com a criança que pode trazer

estresse para a família e para todos a sua volta. Tendo agregada a ela um

valor sociocultural e socioeconômico muito importante. Por fazer parte do dia a

dia das pessoas a alimentação se torna um dos maiores conflitos familiares no

tratamento pois é sentida por todos. A reeducação alimentar é um método a ser

feito não somente com a criança, mas com a família toda. A dieta com corte de

doces e comidas com muito carboidrato podem realizar mudanças grandes na

rotina da família e trazer um peso econômico ainda maior, tendo em vista que

alimentos dietéticos muitas vezes apresentam um preço elevado. Okido et al.

(2017) apresenta a ideia de contagem de carboidratos ao invés da mudança

total para alimentos dietéticos.

É importante a enfermagem entender o seu papel central no cuidado e

realizar um trabalho conjunto multiprofissional com nutricionistas e médicos

para junto com a família adequar e ensinar sobre a melhor dieta para que não

seja um peso, tanto social quanto financeiro. Juntamente ajudar a criança a

entender sua dieta e os prejuízos que podem trazer se manejada de forma

incorreta.

Precisa ser entendido também que, como Kaneto et al. (2018) afirma,

apesar de saber o funcionamento do tratamento e como deve ser feito, a

criança muitas vezes não irá fazê-lo porque somente o conhecimento não

mudará a forma como ela realiza os procedimentos. É necessário entender o

porquê daquilo que está sendo realizado. Štimjanin-Koldžo et al (2017) mostra

que a educação em diabetes deve ser realizada de forma contínua e repetitiva

para que o efeito seja duradouro e relevante.

Além da família, a escola também tem um papel fundamental no

cuidado dessa criança, onde ela passa grande parte do seu dia. A

enfermagem, juntamente com a família, deve ter um papel de educar os

profissionais da escola e colegas de classe sobre as possíveis complicações

que a criança pode apresentar e como podem ser os cuidados numa

emergência, assim sobre como normalizar os procedimentos feitos para o

Page 46: Luciana Gomes Cotrim

46

tratamento como a administração de insulina, para que haja conforto na

realização do autocuidado.

5.2- O estímulo ao autocuidado como forma de tratamento

A diabetes pode desenvolver na criança vários sentimentos negativos

sobre si mesma e sobre a doença. Collet et al (2018) sinaliza a vontade da

criança de se sentir normal no meio de todos os seus cuidados e tratamentos,

a vergonha de realizar os procedimentos e a atenção diferenciada recebida, o

estigma e o estereótipo colocado em si por seus colegas sobre o seu problema

de saúde e a realidade influenciando negativamente em seus pensamentos, na

tentativa de rejeição da doença.

Além disso, a mudança no estilo de vida pode produzir uma sensação

de constante preocupação com as complicações advindas da doença, podendo

causar uma tristeza e medo de como será o seu dia.

O autocuidado deve ser utilizado de forma a proporcionar à criança o

controle sobre sua própria saúde e gerar uma mudança quanto aos seus

sentimentos sobre a doença. Apesar de nos primeiros anos do diagnostico ela

precisar da constante ajuda dos responsáveis como forma de sobrevivência,

Rankin et al (2017) apresenta que com o passar do tempo, deve haver um

incentivo para que o monitoramento sobre a doença seja passado para a

criança, com o apoio dos responsáveis e da equipe de saúde, de forma que ela

consiga construir sua independência.

A ideia de normalidade e o desejo da criança de parecer normal ainda

é muito trabalhado pelo texto de Rankin et al (2017), notou-se que muitas

vezes as crianças negligenciam o próprio cuidado ou demonstram pouca

preocupação sobre as complicações, pois os pais relaxam o tratamento para

que as mesmas se sintam normais. A enfermagem, trabalhando, juntamente

com uma equipe multiprofissional, pode construir com essa criança uma melhor

forma de tratamento para que não atrapalhe o seu dia a dia.

Segundo Collet et al (2018) o tratamento deve colocar a criança como

protagonista, construindo de forma conjunta com todos a sua volta um

autocuidado apoiado, podendo ser através de um projeto terapêutico singular

(PTS). O PTS tem como objetivo realizar um cuidado a partir do que o sujeito

Page 47: Luciana Gomes Cotrim

47

mostra em sua individualidade. Podendo ser construído através de 5 etapas:

avaliação, aconselhamento, acordo, identificação e acompanhamento. Esse

método deve ser reavaliado sempre que a equipe e a criança perceberem essa

necessidade. Com o crescimento e o amadurecimento o cuidado será

modificado construindo uma autonomia. Para isso é importante que a

enfermagem crie um vínculo com essa criança e com a família, sendo a APS

fundamental por estar inserida dentro do território e ser de fácil acesso.

Outros incentivos para o autocuidado que a enfermagem pode realizar

são atividades lúdicas com essa criança para que ela entenda o seu cuidado

de forma mais divertida e simples. A criação de grupos de apoio com outras

crianças, que possuam o mesmo diagnóstico ou outras doenças crônicas que

exigem um cuidado extenso, é de grande significância para que se sintam

acolhidas e percebam que não estão sozinhas na sua doença, dando liberdade

para a troca de experiências e dúvidas, com a supervisão do profissional.

5.3- Os responsáveis como parte do cuidado

Como colocado anteriormente o cuidado da criança com DM1 não é

realizado sozinho por ela ou pela equipe de saúde. As ideias principais desse

tema se encontram nos artigos de Okido et al (2017), Collet et al (2018),

Hermes et al (2018), Wolkers et al (2019), Dantas et al (2020) e Khandan et al

(2018). Os responsáveis têm uma parte fundamental por serem afetados

também. O tratamento começa a ser realizado dentro da família. A criança

pequena não apresenta capacidade de cuidar de si mesma, precisando de

seus responsáveis para realizar esse papel.

O suporte familiar a essa criança apresenta uma característica

fundamental no tratamento. A reeducação alimentar, necessária para somente

um membro é imposta a todos para que seja mais efetiva. Colocando sobre a

família uma mudança na sua alimentação como forma de apoio. A medição da

glicemia e a aplicação da insulina ficam sobre responsabilidade dos pais que,

muitas vezes, não terão conhecimento prévio nenhum sobre o assunto, tendo

que criar uma habilidade nova para o cuidado.

Essa nova dinâmica familiar construída pela doença pode causar

grandes conflitos por sua mudança do convívio. A sobrecarga financeira criada

Page 48: Luciana Gomes Cotrim

48

pelo impacto que as necessidades da criança colocam sobre o orçamento

financeiro são bem extensas. Segundo Okido et al (2017) os gastos podem ser

até 3 vezes maiores que no caso de uma criança sem a doença, pois produtos

dietéticos se apresentam como produtos mais caros que suas versões não

dietéticas, além também de outros cuidados que a criança poderá precisar

como a atividade física.

A assistência em tempo integral pode causar uma complicação ainda

maior, colocando o peso do cuidado em uma única pessoa, podendo afetar seu

trabalho, o que complicará ainda mais a sobrecarga financeira. Khandan et al

(2018) fala em seu estudo sobre a experiência de mães iranianas de crianças

com DM1 e evidência que no país a maior responsabilidade recai sobre a mãe,

que é vista como principal culpada pelo diagnóstico do filho. Essa culpa pode

criar uma negação sobre a doença e desencadear sentimentos depressivos e

reclusão social.

Diversos sentimentos são notados pelos responsáveis. O sentimento

de culpa é muito atribuído à realização do tratamento, que pode ser doloroso

para a criança. Outro sentimento ligado ao tratamento é a insegurança,

querendo realizá-lo, de forma que infrinja o menor desconforto possível, sendo

importante ressaltar que a falta de conhecimento piora essa insegurança. A

preocupação e o medo também são sentimentos recorrentes ligados à

possibilidade de apresentar algum quadro grave e de ocasionar complicações,

colocando os pais em constante alerta sobre o estado da criança.

É importante, como profissional de saúde, lembrar que muitas vezes,

como explica Hermes et al (2018), aquele responsável não está preparado para

assumir as responsabilidades que o cuidado irá demandar, sendo

imprescindível que a enfermagem perceba essa insegurança e trabalhe

juntamente com os responsáveis, oferecendo-lhes confiança pra que consiga

realizar o papel de cuidador.

É trabalho do profissional da enfermagem trabalhar com a família em

seu funcionamento para que todos entendam o seu papel como corresponsável

do cuidado, tirando o comprometimento do cuidado de uma única pessoa e

dividindo entre todos os familiares. A educação em saúde continua sendo uma

característica importante na qual os pais irão precisar de apoio para identificar

sinais e sintomas, estes em uma emergência poderão ser avaliados, sendo

Page 49: Luciana Gomes Cotrim

49

realizadas as medidas de forma correta, tirando o medo constante de que

alguma coisa poderá dar errado. Lembrando sempre que os responsáveis

também irão sofrer com a doença e é importante que o profissional utilize de

tecnologias leves, como a escuta qualificada, para que consiga construir um

cuidado com todos da família.

5.4- Novas formas de entender o cuidado de crianças com DM1

Com a substituição do modelo biomédico, a enfermagem precisa criar

novas alternativas para a melhora do tratamento, trazendo o indivíduo para o

centro, colocando o paciente como protagonista do seu próprio cuidado.

Os trabalhos selecionados apresentam métodos que podem auxiliar a

enfermagem no cuidado com o paciente. Baldelli et al (2017) fala sobre como a

educação em saúde pode auxiliar no diagnóstico precoce da DMT1 e como os

pais diversas vezes procuram ajuda na internet para entender os sintomas dos

filhos. Por isso é importante o profissional de saúde se inserir nesse meio de

comunicação, ajudando a passar informações seguras e confiáveis sobre a

doença. Podendo utilizar a internet como instrumento para realizar campanhas

de conscientização da doença, ajudando a reduzir o número de CAD.

Outro meio de comunicação a ser utilizado para ajudar a enfermagem a

se colocar mais próxima do cuidado com o paciente é o telemonitoramento.

Vest et al (2017) traz em sua pesquisa a perspectiva de enfermeiras e seus

supervisores em um centro de telemonitoramento para pacientes de alto risco

com diabetes na atenção primária. O estudo apresenta que esse método tem

um bom custo-benefício e melhora o acesso e qualidade do cuidado. Além

disso, ajuda a completar as lacunas de informação entre as consultas e auxilia

a identificar possíveis alertas de complicações futuras. O telemonitoramento

possibilita à enfermeira criar um vínculo com o paciente pois é dado um

sentimento de importância em sua saúde, depositando assim uma segurança

no tratamento e no profissional.

Kobosa et al (2020) e Stefanowicz, A. e Stefanowicz, J. (2018) falam

sobre a importância da enfermeira escolar para o tratamento da criança com

DMT1. O artigo polonês de Kobosa et al (2020) explica que no país as clínicas

de atenção primária ficam responsáveis pelo treinamento dessas enfermeiras

Page 50: Luciana Gomes Cotrim

50

escolares para o cuidado da criança, ajudando a assegurar o cuidado durante o

seu período longe dos pais. O artigo de Stefanowicz, A. e Stefanowicz, J.

(2018) mostra que a enfermeira escolar tem como um de seus papéis preparar

os colegas de classe e profissionais da escola para auxiliar em casos de

emergência, trabalhando com a equipe de saúde para contribuir no tratamento,

indicando que com a presença de uma enfermeira escolar auxiliando no

cuidado há uma melhora do controle glicêmico e a construção de um

sentimento de segurança na criança e em seus responsáveis.

Page 51: Luciana Gomes Cotrim

51

6- CONCLUSÃO

Na produção desta revisão integrativa podemos constatar que o

cuidado da criança com DM1 é repleto de especificidades. Podendo elas serem

tratadas na APS com a enfermagem e uma equipe interprofissional. Contudo

foi observado também que o sistema de saúde brasileiro ainda não está

preparado corretamente para aceitar essa criança dentro de sua atenção

primaria. A insegurança e desconfiança colocam os responsáveis a procura do

sistema especializado para cumprir suas necessidades de cuidado, colocando

assim uma sobrecarga sobre essa categoria.

A enfermagem tem como papel importante acolher essa criança e seus

responsáveis para um cuidado integral, centrado no paciente. Foram vistos

métodos que podem ser empregados pela enfermagem para assim, inserir o

tratamento da criança na APS. A educação em saúde se mostrou como uma

ferramenta fundamental que extravasa para todos os outros cuidados que

serão realizados. O ensino em diabetes é caracterizado como um longo

processo no qual deve haver constantes repetições e se mostra como um

cuidado longo. Por ser uma doença que será tratada por toda a vida de uma

pessoa precisa-se de constante atualização e modos diferentes de passar o

conhecimento.

O autocuidado é uma ferramenta que deve ser estimulada pelo

profissional através da educação em saúde, podendo utilizar grupos de apoio e

oficinas com atividades lúdicas. A independência de escolher o tratamento e

como ele será realizado é de grande importância para colocar o controle sobre

a saúde nas mãos do paciente, auxiliando no amadurecimento e confiança.

A inclusão dos responsáveis no cuidado é outra estratégia que pode

ser utilizada, percebendo que eles também são afetados pela doença e

precisam de apoio. Dividindo assim o tratamento entre os familiares,

produzindo um espaço de co-responsabilidade entre profissional e

usuário/família. É possível perceber que essa adição dispõe um outro nível de

segurança, de maneira que essa família irá auxiliar em seu cuidado diário.

Page 52: Luciana Gomes Cotrim

52

Sendo ela a mais próxima da criança e deve ser a primeira a agir no momento

de uma emergência.

Por último a utilização de novos métodos como a internet, o

telemonitoramento e o treinamento de enfermeiras escolares, podem ajudar a

enfermagem a se inserir no cuidado desses pacientes também de forma

complementar, ajudando no compartilhamento de informações.

Nesse sentido é fundamental perceber que o cuidado da criança com

DM1 ainda tem um longo caminho a percorrer para se inserir de forma integral

na atenção primaria à saúde brasileira. Foi vista a necessidade de estudos

sobre o entendimento do enfermeiro no cuidado da criança com diabetes

mellitus tipo 1 na APS e sobre a utilização das estratégias que podem ajudar a

inserir essa criança dentro da APS como forma para seu cuidado.

Page 53: Luciana Gomes Cotrim

53

7- ANEXO

A. Identificação

Título do artigo

Título do periódico

Autores Nome ________________________________ Local de trabalho _______________________ Graduação ____________________________

País

Idioma

Ano de publicação

B. Instituição sede do estudo

Hospital

Universidade

Centro de pesquisa

Instituição única

Pesquisa multicêntrica

Outras instituições

Não identifica o local

C. Tipo de publicação

Publicação de enfermagem

Publicação médica

Publicação de outra área da saúde. Qual?

D. Características metodológicas do estudo

1. Tipo de publicação 1.1 Pesquisa ( ) Abordagem quantitativa ( ) Delineamento experimental ( ) Delineamento quase-experimental ( ) Delineamento não-experimental ( ) Abordagem qualitativa 1.2 Não pesquisa ( ) Revisão de literatura ( ) Relato de experiência ( ) Outras_____________________________

2. Objetivo ou questão de investigação

3. Amostra 3.1 Seleção ( ) Randômica ( ) Conveniência ( ) Outra_______________________________________ 3.2 Tamanho (n) ( ) Inicial ______________________________________ ( ) Final _______________________________________ 3.3 Características Idade________________ Sexo: M ( ) F ( ) Raça ___________________________ Diagnóstico ___________________________________ Tipo de cirurgia_________________________________

Page 54: Luciana Gomes Cotrim

54

3.4 Critérios de inclusão/exclusão dos sujeitos_________ _____________________________________________

4. Tratamento dos dados

5. Intervenções realizadas 5.1 Variável independente ________________________ 5.2 Variável dependente __________________________ 5.3 Grupo controle: sim ( ) não ( ) 5.4 Instrumento de medida: sim ( ) não ( ) 5.5 Duração do estudo _________________________ 5.6 Métodos empregados para mensuração da intervenção____________________________________ _______________________________________

6. Resultados

7. Análise 7.1 Tratamento estatístico_________________________ 7.2 Nível de significância__________________________

8. Implicações 8.1 As conclusões são justificadas com base nos resultados__________________________________________________________________________________ 8.2 Quais são as recomendações dos autores_________ ______________________________________________

9. Nível de evidência

E. Avaliação do rigor metodológico

Clareza na identificação da trajetória metodológica no texto (método empregado, sujeitos participantes, critérios de inclusão/exclusão, intervenção, resultados)

Identificação de limitações ou vieses

Page 55: Luciana Gomes Cotrim

55

8- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALVES, João Manuel Nunes de Oliveira; AMENDOEIRA, José Joaquim

Penedos; CHAREPE, Zaida Borges. A parceria de cuidados pelo olhar

dos pais de crianças com necessidades especiais de saúde. Rev.

Gaúcha de Enferm., Porto Alegre, v. 39, n. 4, jul, 2017. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-

14472017000400403&lng=pt&tlng=pt >. Acesso em: 01/06/2019.

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of medical care in

diabetes. Diabetes Care. v. 40, n. 1, jan. 2017. Disponível em: <

https://professional.diabetes.org/files/media/dc_40_s1_final.pdf>. Acesso

em: 01/06/2019.

BRASIL. IBGE. Um Panorama da saúde no Brasil: acesso e utilização

dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde:

2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em:

< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnad_panorama_saude_br

asil.pdf>. Acesso em: 01/06/2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica.

Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em:

< http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf>. Acesso

em: 01/06/2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à

Saúde da Criança: orientações para implementação. Brasília: Ministério

da Saúde, 2018. Disponível em:

< http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/Politica_Nacional_de_Atenca

o_Integral_a_Saude_da_Crianca_PNAISC.pdf >. Acesso em:

01/06/2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da atenção básica: saúde da

criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em:

< http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/dezembro/13/PAB

-Saude-da-Crian--a-Provis--rio.pdf>. Acesso em: 01/06/2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.

Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa

Page 56: Luciana Gomes Cotrim

56

com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde,

2013. Disponível em: <

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_

diabetes_mellitus_cab36.pdf>. Acesso em: 01/06/2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria executiva. Datasus.

Epidemiológicas e Morbidade. Disponível em:

<http://datasus.saude.gov.br/>. Acesso em: 01/06/2019.

COLLET, Neusa; BATISTA, Annanda F. M. B.; NOBREGA, Vanessa M.;

SOUZA, Maria H. N.; FERNANDES, Leiliane T. B.. Autocuidado apoiado

no manejo da Diabetes tipo 1 durante a transição da infância para

adolescência. Rev Esc Enferm USP. Brasil: v 52, nov. 2018. Disponível

em: < www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-

62342018000100461&lng=en&tlng=en>. Acesso em: 1/06/2019

COSTA, Eliane A. de O.; DUPAS, Giselle; SOUSA, Etelvaldo F.R.;

WERNET, Monika. Doença crônica da criança: necessidades familiares

e a relação com a estratégia saúde da família. Rev. Gaúcha de Enferm.,

Porto Alegre, v. 34, n. 3, ago, 2013. Disponível em: <

http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v34n3/a09v34n3.pdf>. Acesso em:

01/06/2019.

DUARTE, Elysângela D.; SILVA, Kênia L.; TAVARES, Tatiana S.;

NISHIMOTO, Corina L. J.; SILVA, Paloma M.; SENA, Roseni R..

Cuidado à criança em condição crônica na atenção primária: desafios do

modelo de atenção à saúde. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v.

24, n. 4, out-dez, 2015. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

07072015000401009&lng=en&tlng=en >. Acesso em: 01/06/2019

FURTADO, Maria C. de C.; MELLO, Débora F.; PINA, Juliana C.;

VICENTE, Jéssica B.; LIMA, Poliana R.; REZENDE, Valeria D.. AÇÕES

E ARTICULAÇÕES DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DA CRIANÇA NA

ATENÇÃO BÁSICA. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 27, n. 1,

mar, 2018. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

07072018000100309&lng=pt&tlng=pt >. Acesso em: 01/06/2019.

Page 57: Luciana Gomes Cotrim

57

HERMES, Thais S. V.; VIERA, Cláudia S.; ROFRIGUES, Rosa M.;

TOSO, Beatriz R. G. O.; FONSECA, Luciana M. M.. Criança diabética do

tipo 1 e o convívio familiar: repercussões no manejo da doença. SAÚDE

DEBATE. Brasil: v 42, n 119, out/dez, 2018. Disponível em:

<www.scielo.br/pdf/sdeb/v42n119/0103-1104-sdeb-42-119-0927.pdf>.

Acesso em: 01/06/2019.

INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION. IDF Diabetes Atlas, 8

ed. Bruxelas: International Diabetes Federation, 2017. Disponível em:

< http://www.diabetesatlas.org >. Acesso em: 01/06/2019.

JACKSON, Crystal C.; ALBANESE-O’NEILL, Anastasia; BUTLER,

Katherine L.; CHIANG, Jane L.; DEEB, Larry C.; HATHAWAY, Katie;

KRAUS, Ed; WEISSBERG-BENCHELL, Jill; YATVIN, Alan L.;

SIMINERIO, Linda M.. Diabetes Care in the School Setting: A Position

Statement of the American Diabetes Association. Diabetes Care. v. 38,

n. 10, out. 2015. p. 1958-1963 Disponível em: <

http://care.diabetesjournals.org/content/38/10/1958>. Acesso em:

01/06/2019.

LEITE, Ana C. A. B; ALVARENGA, Willyane A.; MACHADO, Julia R.;

LUCHETTA, Leticia F.; LA BANCA, Rebecca O.; SPARAPANI, Valéria

de C.; NERIS, Rhyquelle R. CARTAGENA-RAMOS, Denisse;

FUENTEALBA-TORRES, Miguel; NASCIMENTO, Lucila C.. Crianças em

seguimento ambulatorial: perspectivas do atendimento evidenciadas por

entrevista com fantoche. Rev. Gaúcha de Enferm., Porto Alegre, v. 40,

out, 2019. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v40/1983-

1447-rgenf-40-e20180103.pdf >. Acesso em: 01/06/2019.

MACHADO, Amanda N.; NOBREGA, Vanessa M.; SILVA, Maria E. A.;

FRANÇA, Daniele B. L.; REICHERT, Altamira P. S.; COLLET, Neusa.

Doença crônica infantojuvenil: vínculo profissional-família para a

promoção do apoio social. Rev. Gaúcha de Enferm., Porto Alegre, v. 39,

ago, 2018. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-

14472018000100434&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 01/06/2019.

Page 58: Luciana Gomes Cotrim

58

MENDES, Karina Dal Sasso; SILVEIRA, Renata Cristina de Campos

Pereira; GALVÃO, Cristina Maria. Revisão integrativa: método de

pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem.

Texto e contexto - enfermagem, Florianópolis, v. 17, n. 4, Oct./Dec.

2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf>.

Acesso em: 07/08/2020.

MOREIRA, Martha Cristina Nunes; GOMES, Romeu; SÁ, Miriam Ribeiro

Calheiros de. Doenças crônicas em crianças e adolescentes: uma

revisão bibliográfica. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n.

7, jul, 2014. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

81232014000702083 >. Acesso em: 01/06/2019.

MOURA, Flávia M.; JUNIOR, Aderson L. C; DANTAS, Meryeli S. A.;

ARAUJO, Gilvan C. B.; COLLET, Neusa. Intervenção lúdica a crianças

com doença crônica: promovendo o enfrentamento. Rev. Gaúcha de

Enferm., Porto Alegre, v. 35, n. 2, jun, 2014. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-

14472014000200086&lng=en&tlng=en >. Acesso em: 01/06/2019.

NÓBREGA, Vanessa M.; SILVA, Maria E. A.; FERNANDES, Leiliane T.

B; VIERA, Claudia S.; REICHERT, Altamira P. S.; COLLET, Neusa.

Doença crônica na infância e adolescência: continuidade do cuidado na

Rede de Atenção à Saúde. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 51,

jan, 2017. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-

62342017000100427&lng=en&tlng=en >. Acesso em: 01/06/2019.

PENNAFORT, Viviane P. S.; QUEIROZ, Maria V. O.; GOMES, Ilvana L.

V.; ROCHA, Mônica F. F.. Brinquedo terapêutico instrucional no cuidado

cultural da criança com diabetes tipo 1. Rev Bras Enferm., Brasília, v. 71,

n. 3, set, 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=

sci_arttext&pid=S0034-71672018000901334&lng=en&tlng=en >. Acesso

em: 01/06/2019.

PONNET, Liz; WILLEMS, Sara; VYNCKE, Veerle; BOUSQUAT, Aylene

E. M.; VIANA, Ana L. d’A; MELLO, Guilherme A.; DEMARZO, Marcelo.

Page 59: Luciana Gomes Cotrim

59

Avaliação da qualidade dos serviços de Atenção Primária à Saúde para

crianças: reflexões sobre a viabilidade do uso rotineiro do Primary Care

Assessment Tool-Brazil. Rev Einstein, São Paulo, v. 17, n. 1, 2018.

Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1679-

45082019000100208&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em:

01/06/2019.

SANTOS, Cristina Mamédio da Costa; PIMENTA, Cibele Andrucioli de

Mattos; NOBRE, Moacyr Roberto Cuce. A estratégia PICO para a

construção da pergunta de pesquisa e busca de evidências. Revista

Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 15, n. 3, mai./jun.

2007. Disponível em: <

https://www.scielo.br/pdf/rlae/v15n3/pt_v15n3a23.pdf>. Acesso em:

07/08/2020.

SANTOS, Nathanielly C. C. de B.; VAZ, Elenice M. C.; NOGUEIRA,

Jordana A.; TOSO, Beatriz R. G. O.; COLLET, Neusa; REICHERT,

Altamira P. S.. Presence and extent of primary care characteristics under

different models for children’s healthcare. Cad. Saúde Pública [online].

2018, vol.34, n.1, 2018. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-

311X2018000105011&script=sci_abstract>. Acesso em: 01/06/2019.

SILVA, Rosane Meire Munhak da; VIERA, Cláudia Silveira. Acesso ao

cuidado à saúde da criança em serviços de atenção primária. Rev Bras

Enferm., Brasília, v. 67, n. 5, set-out, 2014. Disponível em: <

http://www.scielo.br/pdf/reben/v67n5/0034-7167-reben-67-05-0794.pdf >.

Acesso em: 01/06/2019.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade

Brasileira de Diabetes 2017-2018. São Paulo: Editora Clannad, 2017.

Disponível em: <

https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrize

s-sbd-2017-2018.pdf>. Acesso em: 01/06/2019.

SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO,

Rachel de. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein. São

Page 60: Luciana Gomes Cotrim

60

Paulo, v. 8, n. 1, janeiro, 2010. Disponível em:

<https://www.scielo.br/pdf/eins/v8n1/pt_1679-4508-eins-8-1-0102.pdf>.

Acesso em 07/08/2020.

URSI, Elizabeth S.. Prevenção de lesões de pele no perioperatório:

revisão integrativa da literatura. São Paulo, 2005. Dissertação

(Mestrado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de

São Paulo, Ribeirão Preto. Disponível em: <

www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/ 22132/tde-18072005-

095456/publico/URSI_ES.pdf>. Acesso em 30/11/2020.

VAZ, Elenice M. C.; COLLET, Neusa; CURSINO, Emilia G.; FORTE,

Franklin D. S.; MAGALHAES, Rafaella K. B. P.; REICHERT, Altamira P.

S.. Coordenação do cuidado na Atenção a Saúde a(ao)

criança/adolescente em condição crônica. Rev. Bras Enferm., Brasília, v.

71, n. 6, fev, 2018. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

71672018001202612&lng=en&tlng=en >. Acesso em: 01/06/2019.

WOLKERS, Paula C. B.; MACEDO, Janaína C. B.; RODRIGUES,

Clesnan M.; FURTADO, Maria C. C.; MELLO, Débora F. de. Atenção

primária à criança com diabetes mellitus tipo 1: perspectiva de

cuidadores. Acta paul. Enferm. Brasil: v. 30, n 5, set/out., 2017.

Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

21002017000500451&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 01/06/2019.

WOLKERS, Paula C. B; YAKUWA, Marina S.; PANCIERI, Leticia;

MENDES-RODRIGUES, Clesnan; FURTADO, Maria C. C.; MELLO,

Debora F.. Crianças com diabetes mellitus tipo 1: acesso aos

imunobiológicos especiais e à puericultura. Rev Esc Enferm USP. Brasil:

v 51, out, 2017. Disponível em:

<www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-

62342017000100448&lng=en&tlng=en>. Acesso em: 01/06/2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global report on diabetes,

Switzerland: World Health Organization, 2016. Disponível em:

< https://www.who.int/diabetes/global-report/en/>. Acesso em:

01/06/2019.

Page 61: Luciana Gomes Cotrim

61

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Noncommunicable diseases

progress monitor 2017, Switzerland: World Health Organization, 2017.

Disponível em:

< https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/258940/978924151302

9-eng.pdf?sequence=1>. Acesso em: 01/06/2019.

9- OBRAS EMPREGADAS NA PESQUISA

BALDELLI, Luke; FLITTER, Ben; PYLE, Laura; MAAHS, David M;

KLINGENSMIT, Georgeanna; SLOVER, Robert; ALONSO, G. Todd. A

Survey of Youth with New Onset Type 1 Diabetes: Opportunities to

Reduce Diabetic Ketoacidosis. Pediatr Diabetes, Estados Unidos da

América: v. 18, n 7, nov., 2017. Disponível em: <

https://doi.org/10.1111/pedi.12455 >. Acesso em: 30 nov. 2020

COLLET, Neusa; BATISTA, Annanda F. M. B.; NOBREGA, Vanessa M.;

SOUZA, Maria H. N.; FERNANDES, Leiliane T. B.. Autocuidado apoiado

no manejo da Diabetes tipo 1 durante a transição da infância para

adolescência. Rev Esc Enferm USP. Brasil: v 52, nov. 2018. Disponível

em: < www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-

62342018000100461&lng=en&tlng=en>. Acesso em: 30 nov. 2020

DANTAS, Isa R. O.; NERIS, Rhyquelle R.; ZAGO, Márcia M. F.;

SANTOS, Manoel A.; NASCIMENTO, Lucila C.. Modelos explicativos

das famílias de crianças com diabetes mellitus tipo 1. Rev Bras Enferm.

Brasil: v 73, n 4, jul, 2020. Disponível em: <

www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0034-

71672020001600158&tlng=en>. Acesso em: 30 nov. 2020

FIALLO-SCHARER, Rosanna; PALTA, Mari; CHEWNING, Betty A.;

RAJAMANICKAM, Victoria; WYSOCKI, Tim; WETTERNECK, Tosha B;

COX, Elizabeth D.. Impact of family-centered tailoring of pediatric

diabetes self-management resources. Pediatric Diabetes. Estados

Unidos da América: v 20, n 7, jul, 2019. Disponível em:

Page 62: Luciana Gomes Cotrim

62

<onlinelibrary.wiley.com/doi/full/ 10.1111/pedi.12899>. Acesso em: 30

nov. 2020

HERMES, Thais S. V.; VIERA, Cláudia S.; ROFRIGUES, Rosa M.;

TOSO, Beatriz R. G. O.; FONSECA, Luciana M. M.. Criança diabética do

tipo 1 e o convívio familiar: repercussões no manejo da doença. SAÚDE

DEBATE. Brasil: v 42, n 119, out/dez, 2018. Disponível em:

<www.scielo.br/pdf/sdeb/v42n119/0103-1104-sdeb-42-119-0927.pdf>.

Acesso em: 30 nov. 2020

KANETO, Léia D.; DAMIÃO Elaine B. C.; VERISSIMO, Maria L. Ó R.;

ROSSATO, Lisabelle M.; TORIYAMA, Aurea T. M.; SZYLIT, Regina.

Oficina educativa baseada em atividades lúdicas melhora o

automonitoramento glicêmico entre crianças. Revista Latino-Americana

de Enfermagem. Brasil: v 26, out, 2018. Disponível em:

<www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0104-

11692018000100364> Acesso em: 30 nov. 2020

KHANDAN, Maryam; TIRGARI, Batool; ABAZARI, Farokh; CHERAGHI,

Mohammad Ali. Mothers’ Experiences of Maze Path of Type 1 Diabetes

Diagnosis in Children. Ethiop J Health Sci. Irã: v 28, n 5, 2018.

Disponível em: < pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30607079/>. Acesso em: 30

nov. 2020

KOBOSA, Ewa; IMIELAA, Jacek; KRYCZKAA, Tomasz; SZEWCZYKB,

Alicia; KNOFFA, Barbara. Actual and perceived knowledge of type 1

diabetes mellitus among school nurses. Nurse Education Today, Polônia:

v 87, abr, 2020. Disponível em:

<https://doi.org/10.1016/j.nedt.2019.104304>. Acesso em: 30 nov. 2020

LEE. Joseph J.; THOMPSON, Matthew J.; USHER-SMITH, Juliet A.;

KOSHIARIS, Constantinos; VAN DEN BRUEL, Ann. Opportunities for

earlier diagnosis of type 1 diabetes in children: Acase-control study using

routinely collected primary care records. Prim Care Diabetes. Reino

Unido: v 12, n 3, jun, 2018. Disponível em: <www.primary-care-

diabetes.com/article/S1751-9918(18)30011-1/fulltext> Acesso em: 30

nov. 2020

Page 63: Luciana Gomes Cotrim

63

LÓPEZ-BASTIDA, Julio; LÓPEZ-SIGUERO, Juan P.; OLIVA-MORENO,

Juan; PEREZ-NIEVES, Magaly; VILLORO, Renata; DILLA, Tatiana;

MERINO, Maria; JIANG, Dingfeng; ARANDA-RENEO, Isaac;

REVIRIEGO, Jesus; VÁZQUEZ, Luis A. Social economic costs of type 1

diabetes mellitus in pediatric patients in Spain: CHRYSTAL observational

study. Diabetes Res Clin Pract. Espanha: v 127, mai, 2017. Disponível

em: < www.diabetesresearchclinicalpractice.com /article/S0168-

8227(17)30351-0/fulltext> Acesso em: 30 nov. 2020

NAKHLA, Meranda; RAHME, Elham; SIMARD, Marc; LAROCQUE,

Isabelle; LEGAULT, Laurent; LI, Patricia. Risk of ketoacidosis in children

at the time of diabetes mellitus diagnosis by primary caregiver status: a

population-based retrospective cohort study. Cmaj. Canadá: v 190, n 14,

abr, 2018. Disponível em: < pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29632036/>

Acesso em: 30 nov. 2020

OKIDO, Aline C.C.; ALMEIDA, Aline de; VIEIRA, Mahyra M.; NEVES

Eliane T.; MELLO, Débora F.; LIMA, Regina A. G.. As demandas de

cuidado das crianças com Diabetes Mellitus tipo 1. Escola Anna Nery,

Brasil: v. 21, n 2, 2017. Disponível em:

<www.scielo.br/pdf/ean/v21n2/1414-8145-ean-21-02-e20170034.pdf>.

Acesso em: 30 nov. 2020

QUEIROZ, Maria V. O.; BRITO, Laura M. M. C.; PENNAFORT, Viviane

P. dos S.; BEZERRA, Fernanda S.de M.. Sensibilizando a criança com

diabetes para o cuidado de si: Contribuição à prática educativa. Escola

Anna Nery. Brasil: v 20, n 2, abr/jun, 2016. Disponível em:

<www.scielo.br/scielo.php?script=sc i_arttext&pid=S1414-

81452016000200337> Acesso em: 30 nov. 2020

RAKIN, D.; HERDEN, J.; JEPSON, R. LAWTON, J. Children’s

experiences of managing Type 1 diabetes in everyday life: a thematic

synthesis of qualitative studies. DIABETIC Medicine. Inglaterra: v 34, n 8,

abr, 2017. Disponível em:

<www.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/dme.13362>. Acesso em:

30 nov. 2020

Page 64: Luciana Gomes Cotrim

64

STEFANOWICZ, A.; STEFANOWICZ, J. The role of a school nurse in

the care of a child with diabetes mellitus type 1 – the perspectives of

patients and their parents: literature review. Zdr Varst. Polônia: v 57, n 3,

jun, 2018. Disponível em: < pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29983783/>

Acesso em: 30 nov. 2020

ŠTIMJANIN-KOLDŽO, D.; ALAJBEGOVIĆ, S. ; ŠTIMJANIN, E.;

MEHINAGIĆ, J. The effect of functional insulin therapy on glycaemic

parameters in children with diabetes mellitus type 1. Med Glas. Bósnia e

Herzegovina: v 14, n 2, ago, 2017. Disponível em: <

pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28698534/> Acesso em: 30 nov. 2020

VEST, Bonnie M.; HALL, Victoria M; KAHN, Linda S.; HEIDER, Arvela

R.; MALONEY, Nancy; SINGH, Ranjit. Nurse perspectives on the

implementation of routine telemonitoring for high-risk diabetes patients in

a primary care setting. Primary Health Care Research and Development.

Estados Unidos da América: v 18, n 1, jun, 2016. Disponível em: <

pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27269513/>. Acesso em: 30 nov. 2020

WOLKERS, Paula C. B.; MACEDO, Janaína C. B.; RODRIGUES,

Clesnan M.; FURTADO, Maria C. C.; MELLO, Débora F. de. Atenção

primária à criança com diabetes mellitus tipo 1: perspectiva de

cuidadores. Acta paul. Enferm. Brasil: v. 30, n 5, set/out., 2017.

Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

21002017000500451&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 30 nov. 2020

WOLKERS, Paula C. B; PINA, Juliana C.; WERNET, Monika; FURTADO

Maria C. C.; MELLO, Debora F.. Crianças com diabetes mellitus tipo 1:

vulnerabilidade, cuidado e acesso à saúde. Texto & Contexto

Enfermagem. Brasil: v 28, out, 2017. Disponível em: <

www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

07072019000100309&tlng=en>. Acesso em: 30 nov. 2020

WOLKERS, Paula C. B; YAKUWA, Marina S.; PANCIERI, Leticia;

MENDES-RODRIGUES, Clesnan; FURTADO, Maria C. C.; MELLO,

Debora F.. Crianças com diabetes mellitus tipo 1: acesso aos

imunobiológicos especiais e à puericultura. Rev Esc Enferm USP. Brasil:

v 51, out, 2017. Disponível em:

Page 65: Luciana Gomes Cotrim

65

<www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-

62342017000100448&lng=en&tlng=en>. Acesso em: 30 nov. 2020